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1 ISSN 1679-0189 Ano CXIV Edição 15 Domingo, 13.04.2014 R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Na última terça-feira, 1 de abril de 2014, a co- munidade seminarial santificou uma noite para agradecer ao Senhor pelos 112 anos de fundação do Seminário Teológico Batista do Norte do Bra- sil, lembrando as milhares de vidas que por aqui passaram e que estão espalhadas em todas as partes do mundo, pregando o evangelho, dirigin- do louvor e adoração e cuidando da educação cristã nas igrejas e instituições denominacionais. A capela do Seminário estava repleta, não só dos representantes da comunidade, mas também de pastores e irmãos das mais diversas igrejas batistas do grande Recife. Tivemos a alegria de rever alunos de diversas épocas da instituição, alguns deles vindos de longe, como é o caso da cantora Abinoã, que reside atualmente em San Diego, Califórnia, EUA. O culto foi abrilhantado com as lindas par- ticipações dos coros Capela do STBNB e dos Diáconos Batistas de Pernambuco. Houve tam- bém um momento especial do ministério “Por Amor a Missões”, quando foram apresentados os seminaristas integrantes, os quais têm viagem missionária marcada para o mês de maio, para a cidade de Tacaratu, um campo adotado pelo Seminário em Pernambuco. Foi também uma oportunidade para o Diretor Geral do STBNB, Dr Lyncoln Araújo, empossar novos coordena- dores do Seminário: Profa. Maria Betânia Araújo (Coordenadora do Curso de Teologia), Profa. Valdiene Carneiro Pereira (Coordenadora do Curso de Música), Prof.Gerônimo Vieira Brito (Regente do Coro Sinfônico) e Pr.Gilberto Araújo da Paz (Coordenador Administrativo Financeiro). O pregador da noite foi o pastor Luiz Rober- to Silvado, Presidente da Convenção Batista Brasileira, o qual se baseou em 2 Reis 6.8-23, texto em que o Senhor livra poderosamente o profeta Eliseu das tropas assírias através de um exército de anjos invisível aos olhos naturais. Com base nessa perícope, o pastor Silvado convocou os presentes a abrirem os olhos para as realidades espirituais, a verem mais que o senso comum, o senso da razão pura. Diante das dificuldades enfrentadas pelo profeta Eliseu e do temor de seu jovem discípulo anônimo, o profeta clamou: “Não temas(…)mais são os que estão conosco”. Concluiu o pregador que depois do novo nascimento, o cristão passa a estar assentado nas regiões celestes e, portanto, passa a ver as coisas não mais naturalmente, mas a partir de um assento no sobrenatural. Mas é preciso dedicar-se às disciplinas espirituais, tais como o jejum e a oração, não aquela em que falamos para Deus, mas aquela na qual conversamos com Deus, podendo inclusive, no silencio, ouvir a sua voz em nossos corações. A oração que o pastor Silvado propõe para os presentes é “Senhor, abre os meus olhos”! No final, o pastor fez um apelo para consagração de vidas e muitos foram à frente para orarem de joelhos perante o Senhor. Seminário do Norte completa 112 anos

O Jornal Batista nº 15-2014

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Leia nesta Edição de nº 15 do OJB: * Seminário do Norte completa 112 anos; * Professores preparados. (pág. 02); * Autonomia x Liturgia (pág. 03); * Parábolas Vivas (pág.05).

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1o jornal batista – domingo, 13/04/14?????ISSN 1679-0189

Ano CXIVEdição 15 Domingo, 13.04.2014R$ 3,20

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

Na última terça-feira, 1 de abril de 2014, a co-munidade seminarial santificou uma noite para agradecer ao Senhor pelos 112 anos de fundação do Seminário Teológico Batista do Norte do Bra-sil, lembrando as milhares de vidas que por aqui passaram e que estão espalhadas em todas as partes do mundo, pregando o evangelho, dirigin-do louvor e adoração e cuidando da educação cristã nas igrejas e instituições denominacionais. A capela do Seminário estava repleta, não só dos representantes da comunidade, mas também de pastores e irmãos das mais diversas igrejas batistas do grande Recife. Tivemos a alegria de rever alunos de diversas épocas da instituição, alguns deles vindos de longe, como é o caso da cantora Abinoã, que reside atualmente em San Diego, Califórnia, EUA.

O culto foi abrilhantado com as lindas par-ticipações dos coros Capela do STBNB e dos Diáconos Batistas de Pernambuco. Houve tam-bém um momento especial do ministério “Por

Amor a Missões”, quando foram apresentados os seminaristas integrantes, os quais têm viagem missionária marcada para o mês de maio, para a cidade de Tacaratu, um campo adotado pelo Seminário em Pernambuco. Foi também uma oportunidade para o Diretor Geral do STBNB, Dr Lyncoln Araújo, empossar novos coordena-dores do Seminário: Profa. Maria Betânia Araújo (Coordenadora do Curso de Teologia), Profa.Valdiene Carneiro Pereira (Coordenadora do Curso de Música), Prof.Gerônimo Vieira Brito (Regente do Coro Sinfônico) e Pr.Gilberto Araújo da Paz (Coordenador Administrativo Financeiro).

O pregador da noite foi o pastor Luiz Rober-to Silvado, Presidente da Convenção Batista Brasileira, o qual se baseou em 2 Reis 6.8-23, texto em que o Senhor livra poderosamente o profeta Eliseu das tropas assírias através de um exército de anjos invisível aos olhos naturais. Com base nessa perícope, o pastor Silvado convocou os presentes a abrirem os olhos para

as realidades espirituais, a verem mais que o senso comum, o senso da razão pura. Diante das dificuldades enfrentadas pelo profeta Eliseu e do temor de seu jovem discípulo anônimo, o profeta clamou: “Não temas(…)mais são os que estão conosco”.

Concluiu o pregador que depois do novo nascimento, o cristão passa a estar assentado nas regiões celestes e, portanto, passa a ver as coisas não mais naturalmente, mas a partir de um assento no sobrenatural. Mas é preciso dedicar-se às disciplinas espirituais, tais como o jejum e a oração, não aquela em que falamos para Deus, mas aquela na qual conversamos com Deus, podendo inclusive, no silencio, ouvir a sua voz em nossos corações. A oração que o pastor Silvado propõe para os presentes é “Senhor, abre os meus olhos”! No final, o pastor fez um apelo para consagração de vidas e muitos foram à frente para orarem de joelhos perante o Senhor.

Seminário do Norte completa 112 anos

2 o jornal batista – domingo, 13/04/14 reflexão

E D I T O R I A L

Quando se fa la em educação n o B r a s i l , o s analistas mais

lúcidos nunca deixam de deplorar a forma aviltante com que as políticas públi-cas implementadas no país tratam o professor, essa figura-chave no processo educacional em qualquer parte do mundo. Isso ex-plica em grande medida o atraso brasileiro nas várias áreas do conhecimento, atraso este verificado sa-zonalmente nos exames internacionais de que nos-sos estudantes participam. Enquanto não houver uma revolução no setor, con-tinuaremos a ser a nação onde os professores fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem.

Estreitando o foco para o campo da educação bíblica, não é preciso nem ser assim tão perspicaz para perce-ber que também nas igrejas as maiores dificuldades na questão da aprendizagem se devem ao despreparo dos professores, o que, de resto, não é necessariamente culpa dos próprios. Trata-se de um problema crônico para o qual não se vê solução imediata. De saída, pode--se dizer que a Bíblia ape-nas parece um livro de fácil compreensão. Na realidade, é um conjunto de livros que cobrem vários séculos, es-critos em idiomas derivados de troncos linguísticos com os quais o idioma português tem muito pouco a ver e utilizando-se de variados gêneros literários.

A não ser naquilo que é essencial para a aquisição da salvação, nem tudo na Bíblia é claro o suficiente para dar, mesmo aos maiores biblistas, certeza definitiva ou exatidão absoluta sobre o que é dito neste ou naquele ponto. Se tudo na Bíblia fosse tão crista-linamente claro como alguns pretendem – a título de uma fidelidade à verdade que tan-gencia de modo perigoso com a ingenuidade e mesmo com a estupidez – não haveria tan-ta polêmica e tantas divisões a propósito de questões dou-trinárias no contexto cristão.

O despreparo dos profes-sores é a causa maior do enfraquecimto progressivo da escola bíblica. A leitura superficial das Escrituras é um entrave à conscientização e ao crescimento dos alunos.

O pastor e os demais líderes da igreja precisam estar aten-tos a isso, inclusive como proteção contra os ventos de doutrina que sopram por toda parte e com um ensino bíblico ainda mais deficiente. Não é qualquer membro da igreja, por mais piedoso e constante que seja, que está qualificado a ensinar a Bíblia na profundidade requerida. É preciso que haja vocação au-têntica, preparação adequada e aperfeiçoamento contínuo.

Do contrário, mesmo quem gosta de usar a arrogante ima-gem de que “somos cabeça e não cauda” acabará tendo que admitir que, no quesito educação bíblica, uma gran-de parcela dos fiéis esta mais para a segunda do que para a primeira dessas estruturas anatômicas.

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

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INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

3o jornal batista – domingo, 13/04/14reflexão

bilhete de sorocabaJULIO OLIVEIRA SANCHES

O sistema “demo-crático” adotado pela denomina-ção batista para

administrar suas ações seria perfeito, caso não ocorresse a imposição da liberdade indi-vidual. Somos democráticos por vocação e individualistas por opção de sobrevivên-cia. A democracia funciona quando se administra o outro. Mas, não se aplica ao meu território, no caso a igreja local. Tenho compromisso assumido com a Denomina-ção. Zelar por suas doutrinas. Cooperar com o sustento da causa. Apoiar todos os pro-jetos denominacionais e es-pecialmente não maldizer a liderança. Liderança, que, se-gundo crença batista, é esco-lhida por Deus. Cremos, pois na teocracia ou no governo divino sobre as decisões to-madas nas assembleias. Mas, no íntimo todos sabemos que Deus não participa, não apro-va e não aceita os conchavos firmados nos corredores. Tal descrença enfraquece o go-verno democrático e o coloca sob suspeita. Passamos a des-confiar que Deus nada tem a

ver com algumas propostas aprovadas. Ao que parece, o Espirito Santo esteve ausente na elaboração do projeto. A conclusão origina-se na confusão que certas decisões produzem.

O diabo não perde tempo. Usa tais decisões e mal estar para acirrar as desavenças e ânimos entre os que votaram a favor e os que votaram contra. No final, a democracia sai pela tangente e o povo de Deus ferido. Caso crêssemos que a maioria expressou o querer di-vino, não haveria gente usando as redes sociais para criticar. Prevalece o individualismo. Claro que para todas as posi-ções e decisões são invocados textos bíblicos, para dar suporte ao autor da proposta.

O ser batista não é passível de definição. É preciso acei-tar pela fé. É inexplicável. Batista é vidrado em estatuto e planejamento estratégico. Uma assembleia de batistas sem reforma de estatuo e re-gimento não é assembleia. Não há razão justificável para realizá-la.

Planejamento estratégico é a seiva que alimenta os

sonhos e utopias batistas. Miragens que jamais se trans-formarão em ações práticas. Tempo, dinheiro, papel, são gastos para terminar na ga-veta de um executivo. Hoje felizmente temos computa-dor que projeta os intricados gráficos, visando convencer o grupo de que ali está o pote de ouro, a mina de diamantes até então desconhecidos. Há peritos em planejamentos es-tratégicos. Os que elaboram programas, fora da realidade das igrejas, para que alguém os executem. Você lembra-se da frase “um mais um igual a mil?” Como também há “pas-tores-preletores” que ensinam como pastorear, sem nunca terem pastoreado. Faltam-lhes o cheiro das ovelhas, o mau odor dos bodes e saber como desempacar jumentos.

Estão, porém, em todos os congressos. Jesus usaria a mesma acusação que fez aos escribas e fariseus, Mt 23.1-7. Mas como bom batista, transformado pela graça de Cristo, sou obrigado a amar os estrategistas e os preleto-res de congressos de como fazer. Embora roubem o meu

precioso tempo para ouvi-los, sem resultados práticos.

Há coisas difíceis de enten-der. Que só batista é capaz de aceitar. Envia-se um vocacio-nado a uma instituição teoló-gica. Claro, sustentada pela Denominação. Terminado o curso, ou antes mesmo do término, sete pastores formam um concílio, a pedido da igre-ja, e aprovam o candidato como apto para o ministério pastoral. A igreja o convida para ser o pastor do reba-nho. O concilio o consagra, a pedido da igreja. Em belo e suntuoso culto ele assume a liderança do rebanho. Assina documento de que será fiel às doutrinas bíblicas. Zelará pelo bem estar do rebanho, enfim, cooperará com a Denomina-ção que o instruiu.

Terminados os sermões pre-parados nas aulas de homiléti-ca, passa a baixar da internet mensagens sem cunho dou-trinário. Muda o estatuto da igreja. Altera os horários de cultos. Suspende a literatura usada pela igreja. É muito cara! Adota outra sem cor doutrinária. É mais barato! Corta o Plano Cooperativo e

as ofertas missionárias. Pro-clama alto e bom som que a igreja é autônoma. Isto é, ago-ra quem manda é ele. Muda a liturgia dos cultos e introduz práticas contrárias às em que os batistas creem. Caso seja questionado por alguém res-ponde em tom autoritário: “liturgia nada tem a ver com doutrina.” Onde ele aprendeu isso? Na Instituição que o preparou para o ministério? Ninguém sabe explicar. Nem ele mesmo.

O pobre infeliz não entende que a verdadeira liturgia do culto está eivada de doutri-nas. Cantamos o que cremos. Pregamos o que cremos e vivemos o que cremos como verdade. Como batista ele está protegido pela inoperância denominacional. Sabe que ninguém debaixo do céu irá contestá-lo. A Ordem dos Pas-tores jamais anulará o concílio que o examinou. A Denomi-nação jamais excluirá a igreja do seu rol “cooperativo.” Isto é ser batista. Alguém consegue explicar? Aos que amamos a Denominação só nos resta o consolo das lágrimas. www.pastorjuliosanches.org

4 o jornal batista – domingo, 13/04/14

GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

A falsidade da “maquiagem

verde”

reflexão

No início, só os “esquisitos” e “vi-sionários” usavam a tal palavra. Ser

ecológico chegou a ser quase igual ao sujeito marchando no passo errado, no desfi-le do desenvolvimento. Aí, pouco a pouco, a campanha dos cientistas começou a sugerir que os limites de sus-tento proporcionados pela Terra não são infinitos. O passo seguinte foi a expres-são “sustentável”, que nos levou a satanizar as fontes fósseis de energia. Foi neste ponto que o marketing do ca-pitalismo inventou o adjetivo “verde”, aplicado aos bens de consumo.

Hoje em dia, nos super-mercados e nos shoppings, somos visualmente assal-tados. Os produtores, sem qualquer tipo de escrúpulo, querem nos ludibriar, tentan-do nos convencer que suas “commodities” não podiam ser mais “verdes” do que são. Assim os rótulos dos produtos nos “encantam”, dizendo-se “amigos da terra”,

“orgânicos” e, até, não se sabe bem porque, “amigos das crianças”.

A frase antiga, porém, de-nuncia que “não se pode enganar todo mundo durante todo o tempo”. Assim, após acumular algumas evidên-cias, instituições privadas de pesquisa vieram à televisão e às redes sociais, rasgando o verbo: a maioria dos auto-proclamados “verdes” está meramente maquiando a publicidade. Em linguagem moderna, os denunciadores atuais repetem o puxão de orelha de Jesus, no Sermão do Monte: “Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores” (Ma-teus 7:15). Na vida religiosa, como na vida comercial, não há o que suplante a ética de Jesus, cuja verdade não nos encoraja a fechar os olhos para a falsificação: “seja o seu sim, sim; e o seu não, não. O que passar disso vem do Maligno.”

Ronie di Paula Gonçalves DiasBacharel em Teologia – Membro da PIB em Nova América - ES

Falo e penso sobre as questões da igreja pelo simples fato de que faço parte dela,

porque a amo e porque mui-to tem sido dito e feito em nome de “visões” e “mode-los” eclesiásticos, que às ve-zes não passam de tentativas desesperadas de se chegar ao “sucesso ministerial”. As tentativas mais legítimas nes-sa direção têm sido aquelas que buscam reproduzir o modelo da “igreja primitiva”. Mas afinal, como funcionava a igreja primitiva? A dificul-dade em responder a essa pergunta tem trazido muita confusão. Ainda assim, qual seria a maneira de chegar a esse “ideal”?

Observamos, com triste-za, que nessa busca, muitas vezes os fins têm justificado os meios. Assim, temos ouvi-do expressões como “igreja com duas asas” e “segunda reforma”, conceitos interes-santes, mas que às vezes nos afastam da questão central que deve ser a validade deles para a igreja e não o apelo romântico ou revolucionário que possam ter. A “igreja com duas asas” seria aquela que busca o ideal da igre-ja primitiva e conclui que a “igreja-instituição”, com toda sua parafernália, seria uma das asas da igreja, que com o seu desenvolvimento histórico passou a ter um papel desproporcional e pre-ponderante na vida cristã, em detrimento de uma “segunda asa”, que representaria uma presença predominante da igreja nas casas (ver At.8:3, Cl. 4:15, Fm.2).

A respeito disso, precisa-mos entender que as refe-rências à “igreja” no Novo Testamento relacionam-se mais ao “grupo” de crentes que a um “local” onde os crentes se reuniam. O local é secundário e é mencionado sempre por mera circunstân-cia geográfica: Jerusalém, Antioquia, ou “a igreja que estava na casa de Arquipo” (Fl.2). Apesar disso, o fato é que a igreja tem perdido de foco essa “segunda asa”, a sua presença efetiva nas ca-sas, como igreja de fato, não como extensão da instituição.

Concordando com isso, os defensores da “Segunda Reforma” declaram que a “Reforma Protestante”, mo-vimento político-religioso europeu do século XVI, con-seguiu fazer com que a igreja fosse restaurada do ponto de vista da doutrina e da fé, mas falhou ao não fazer com que a igreja voltasse às casas. O fato é que nunca foi propos-ta do movimento “desinsti-tucionalizar” a igreja, mas “reformar” uma instituição já existente, o que deu ori-gem às denominações pro-testantes, institucionalizadas, centralizadas no templo, na hierarquia eclesiástica, mas que, apesar disso, sem dúvi-da estavam mais próximas do “ideal” primitivo.

A s s i m , a “ S e g u n d a Reforma”, tal como a “igreja com duas asas”, busca jus-tamente a «volta da igreja às casas». A igreja em casa seria a base da igreja local por meio de um grupo chamado «célula». Essa seria a base para a restauração.

Desprezando as particulari-dades dos modelos celulares, o único fato que se pode afirmar é que a célula é um instrumento evangelístico poderoso e que apresenta resultados incontestavelmen-te rápidos, tão rápidos que a igreja-instituição tem di-ficuldade em saber o que fazer para absorver os que se achegam.

Essa dificuldade prática tem criado na «igreja com duas asas» ou de «segunda refor-ma» uma dicotomia igreja--templo e igreja-casa, que contribui para a criação de uma igreja mutuamente ex-cludente, com crentes que só participam das atividades do templo e com outros que só participam das atividades da célula. Dessa dificuldade decorre que:

1 - Sendo a centralidade do templo real e efetiva na maioria das igrejas, as células acabam sendo um apêndice da igreja-templo. O esforço todo acaba sendo “integrar” os que frequentam a célula na vida da igreja-templo e dos que frequentam o templo na vida da célula.

2 - Há uma dificuldade em se administrar nas células questões que a instituição tomou para si como prerroga-tivas, tais como a realização

de cultos, batismos, ofertas, disciplina, estabelecimento e ação das lideranças.

3 - Aqueles que não se en-quadram no modelo, cos-tumam ficar de fora do pro-cesso de desenvolvimento da igreja. Assim, além da dificuldade de integrar os que chegam das células, é difícil manter a integração daqueles que não têm interesse ou condição de entrar no «mo-ver», de modo que as células acabam não sendo igrejas nem de direito nem de fato, com atuação e autoridade limitadas, não incentivadas a se autogovernar e tendo tolhida sistematicamente a sua livre consciência de seus membros em prol do «mode-lo» ou «visão». Os que estão fora do modelo parecem sim-ples e literalmente estar fora da “comunhão” da igreja.

4 - Há ainda, nessas igrejas, por conta de sua organização hierárquica piramidal, uma forte tendência na formação de «oligarquias eclesiáticas», que para se sustentar no po-der, acabam lançando mão de ferramentas extra-bíblicas, em um esforço deliberado em se esquecer, por exem-plo, o que nos é ensinado em Lucas 9:48b: «Porque aquele que entre vós todos for o me-nor, esse mesmo é grande”

Nada disso parece ser a forma primitiva da igreja. Ao contrário, representa tudo contra o que ela lutou con-tra desde a sua origem (ver Atos15 e a Epístola aos Gála-tas). Precisamos reconhe-cer os problemas da “igreja--instituição” e questionar o que ela tem gerado em sua colheita vasta e variada e o que fazer com ela. Há bons frutos? Sem dúvida. Mas tam-bém existem divisionismos, conluios, domínios, princi-pados e potestades. E quanto aos modelos?

Os modelos em si mesmos nunca foram o problema. O problema está no fato de que as relações e a cooperação que deveriam ter por base o amor e a paz nem sempre se estabelecem nessa base. A solução para esse dilema é conhecida e passa por uma igreja biblicamente unida, composta por gente livre, que chora, que ri, que peca, que se arrepende, que ora, que adora, que prega, que

suporta, que tolera, que não sofre de ansiedade de status, que semeia sem se preocupar com frutos, na certeza de que irá frutificar em Jesus.

Nessa igreja ninguém é dei-xado para trás. Ela comporta João, Pedro, Tomé, Paulo, a mulher adúltera, Lázaro,

Zaqueu, o centurião, Maria Madalena e Marta. A igreja de Cristo avança e é irre-sistível. Mais proclamação, mais unção, mais oração, mais responsabilidade!! Por favor, deixem livre a igreja de Cristo. Ela sabe muito bem se virar sozinha!

5o jornal batista – domingo, 13/04/14reflexão

Adail era um jovem trabalhador que se esforçava para fazer mais e melhor do

que o que dele era esperado. Conseguiu um emprego no almoxarifado de uma grande empresa em São Paulo. Sua tarefa era simples: empacotar mercadorias vendidas. Ele, porém, não se conformava em apenas fazer os pacotes. Queria que as embalagens ficassem bonitas para enri-quecer a imagem da empresa e fortes para suportarem os maus tratos das entregas. O patrão gostou tanto do trabalho dele que o nomeou para a chefia da seção. Nessa função, ele se interessava por tudo do seu setor: Qualidade do material, facilidade de manipulação das mercado-rias, empilhamento, coloca-ção nos caminhões de forma adequada e ainda se preo-cupava com o faturamento, o controle de estoque, a se-leção de fornecedores, indo sempre além do que dele a empresa esperava. Foi cres-cendo, subindo de postos e chegou à posição de gerente geral, com um salário inve-jável. Ia tudo bem, quando uma mudança brusca no mercado atingiu a empresa, que começou a ter seu fatura-mento reduzido. As medidas que o dono do negócio podia tomar, foram tomadas, mas não houve jeito. Funcioná-rios foram dispensados, parte do patrimônio foi liquidada, mas os negócios continua-vam indo mal.

Aconteceu, um dia, o que Adail mais temia. Ele foi cha-mado pelo dono da empresa e recebeu a notícia de que teria que ser dispensado. Seu salário estava pesando nas fi-nanças da firma. No primeiro momento, ele ficou arrasado. Saiu da sala do diretor para arrumar a sua mesa, pegar suas coisas e ir embora. No corredor, porém, sentiu que não era aquele o melhor ca-minho. Voltou à sala do dono da firma, sentou-se à sua frente e disse: “Olha, eu não quero deixar a empresa. Cor-te meu salário e me ponha novamente lá em baixo, no lugar onde eu comecei aqui, no almoxarifado. Quero vol-tar a empacotar mercadorias. Aprendi a gerenciar, mas ainda sei fazer pacotes. Sei estar por cima e sei ficar por baixo”. Firmado o acordo,

Adail voltou ao almoxarifa-do. Teve que trocar de carro, mudar-se para um imóvel menor, colocar os filhos na escola pública, mas estava fe-liz. Era um crente fiel e dizia em oração a cada momento: “Posso todas as coisas naque-le que me fortalece”. Não perdeu sua alegria no traba-lho e ficou orando, pedindo que Deus desse sabedoria ao dono da firma para sair da situação. Foi um processo longo e penoso, mas aos poucos, a empresa começou a crescer e Adail foi subindo de degrau em degrau até que, sem surpresa, foi guindado à gerência geral, com todas as responsabilidades e salário que tinha antes. Sua ajuda para que a casa saísse do buraco foi reconhecida pelo dono, que não se cansava de agradecer a Adail. E ele con-tinuava a recitar Filipenses 4.13: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece”. De fato, ele podia ser um bom gerente, mas era tam-bém um bom empacotador.

Já dirigi empresas e ob-servei que há três tipos de empregados: Aquele que faz menos do que dele se espe-ra, seu nível de produção é sempre abaixo do desejado. A segunda categoria é a do funcionário que faz exata-mente o que dele se espera. Nem mais nem menos. É pontual, não falta ao traba-lho, mas nada acrescenta à sua própria rotina. Conheci também empregados que sempre procuraram ir além do esperado.

Nas igrejas, igualmente, temos os três tipos de obrei-ros: Os que produzem menos do que deles se aguarda, os que fazem tudo certinho, mas não vão além do que se pode desejar deles e aqueles que sempre estão olhando mais além, que se esforçam para fazer mais do que deles se espera, ainda que nem sempre tenham o devido reconhecimento. São os que podem dizer: “Posso todas as coisas naquele que me forta-lece”. É dele que dependo, é ele que me dirige e a ele terei de prestar contas. Se você um dia tiver que voltar a “fazer pacotes”, faça os melhores, mais bonitos e úteis pacotes que puder. Seu esforço para superar seus próprios limites não ficará sem a divina re-compensa.

Manoel de Jesus The

O alcance da oração modelo ensina-da por Jesus aos discípulos parece

uma pedra jogada num lago. Os arcos provocados pela pedra, cada vez mais, vão alcançando plenitude maior.

Vamos ilustrar essas ampli-tudes com algumas perguntas. Sou perdoado por que per-doo, ou perdoo porque sou perdoado? Se peço que venha a nós o vosso reino, porque em nossas reuniões de oração só aparecem pedidos para dificuldades aqui da terra? Se pedimos que seja feita a vontade de Deus, porque reclamamos tanto da vida, daquilo que nos acontece? Se pedimos para Deus não nos induzir à tentação, porque surfamos tão à vontade por esse mar cercado de oportu-nidades para pecar? Muitas outras perguntas poderiam ser feitas, mas vamos nos concen-trar apenas em uma.

O que Cristo quis dizer quando nos ensinou a pedir que o nome de Deus seja santificado? Como o nome de Deus pode ser santificado? De que forma? De início lem-bremos que nada penetra tão profundamente nos que nos cercam como o nosso cará-ter. Uma pessoa com um ca-ráter semelhante ao de Cristo jamais passará despercebida. Lembremos que nas bem--aventuranças Cristo afirma que os pacificadores serão chamados filhos de Deus. Ve-jam que impressionante! Não é o pacificador que diz ser filho de Deus, são os outros que dizem isso dele!

Os membros das igrejas costumam medir-se uns aos outros, e vez por outra surge a afirmação: “Fulano não é crente! Beltrano não é convertido”! Essa pergunta não existe com relação ao pacificador. A única forma do nome de Deus ser santifi-cado é quando o cristão tem um agir semelhante ao de

Cristo. Quando peço que o nome de Deus seja santifica-do, estou pedindo que Deus invista em meu caráter. Um caráter semelhante ao de Jesus se revela quando sen-tirmos alegria por sofrer por Cristo, pois foi esse o ponto alto do caráter de Jesus, quando, no Calvário, pediu que Deus perdoasse os que lhe traspassaram, referindo-se á maldade úl-tima de certificarem-se de sua morte.

Apocalipse afirma que, na sua segunda vinda, esses que o transpassaram o ve-rão. Já imaginaram o alcan-ce de não termos um cará-ter semelhante ao de Jesus? Contemplaremos as vezes que falhamos em cumprir esse rogo “santificado seja o teu nome”. É bem conhe-cida a história de um mis-sionário que viveu breve tempo numa tribo e depois, por dificuldades físicas, voltou ao seu país de ori-gem. Muitos anos depois, um novo missionário reco-meçou a evangelização. Ao abordar um idoso a respeito de Cristo, o idoso afirmou: “Nós o conhecemos. Ele já esteve entre nós”. Só mais tarde o segundo mis-sionário entendeu que os nativos referiam-se ao seu antecessor.

Quem poderia desejar maior glória do que essa? Isso é que é ter resposta ao pedido “santificado seja o teu nome”. Irmão! Ore, “san-tificado seja o teu nome”, e prepare-se! Muita coisa assus-tadora irá acontecer! Lembre--se! Cristo revolucionou os seus dias! Está claro, numa dimensão bem menor, mas muita coisa surpreendente vai acontecer ao seu redor. Louvado seja Deus por vir a nós, de glória em glória, como dizia Paulo.

6 o jornal batista – domingo, 13/04/14 reflexão

Pr. Dinelcir de Souza Lima

Sempre encontramos na Bíblia uma estrei-ta relação entre famí-lias e povo de Deus

e é relativamente fácil com-preendermos a razão disso: Deus instituiu a família como primeira célula da sociedade humana; a igreja é composta de seres humanos (regenera-dos, porém humanos) logo a igreja é composta, em sua grande parte, de famílias.

Neste estudo não vamos nos prender a exemplos de laços familiares com a forma-ção do povo de Deus no An-tigo Testamento, porquanto alguém poderia argumentar que naquele tempo ainda não existia a igreja de Cristo. Por isso vamos nos deter em exemplos e ensinamentos contidos somente no Novo Testamento.

Jesus Cristo prestigiou a família

Jesus é o Senhor da igreja. Ele prestigiou a família duran-te o seu ministério no mundo através de atos e ensinamen-tos que são irrefutáveis. Enu-meramos alguns.

1. Jesus nasceu no seio de uma família.

Às vezes fico a pensar em como Deus poderia ter en-viado Jesus fazendo com que ele nascesse de uma jovem solteira, já que não nasceu através da fecundação natural entre a semente do homem e a da mulher. Não houve a participação de José na gera-ção de Jesus em Maria. Ele foi gerado pelo Espírito Santo. No entanto, Deus o colocou em uma família e ele era per-feitamente identificado com a sua família (Mr 3.32; Lc 4.22; Jo 1.45; 6.42). Se Jesus nascesse de uma jovem sol-teira nunca seria benquisto na sociedade judia. Seria olhado como alguém que teria nas-cido em situação irregular, perante Deus e a sociedade. No entanto, Deus valorizou a família ao fazer Jesus nascer e crescer no seio de uma família. Valorizou o que ele próprio instituiu. Se Jesus nasceu e cresceu dentro de uma família, fica difícil compreender uma pessoa que se diga cristã, que seja membro de uma igreja de Cristo, que não valorize essa instituição divina, primordial para o crescimento espiritual

e social, e é fácil compreender que precisamos valorizá-la, envidando todos os esforços para preservá-la.

2. Jesus praticou atos que valorizaram as famílias.

Os quatro Evangelhos regis-tram seus atos, sendo que o primeiro registro que temos é o de quando ficou em Jerusa-lém, ainda menino, discutindo no templo com os doutores da Lei. Convocado pelos pais para retornar para casa com eles, após argumentar que era necessário cuidar dos negó-cios do Pai celestial, poderia ter dito que continuaria ali. Porém, deixou de lado o que estava fazendo e os obede-ceu, seguindo-os de volta (Lc 2.40-51). Outros exemplos são a sua participação nas festividades de um casamento, onde realizou o seu primeiro milagre (Jo 2.1-12); a frequên-cia à casa de uma família que era sua amiga, a de Lázaro (Lc 10.38; Jo 11.5); a frequência à casa de Pedro, em uma das ocasiões curando a sogra dele (Lc 4.38); o da ressurreição do único filho da viúva de Naim, restituindo àquela mulher o bem mais precioso que pos-suía; e, estando à morte na cruz, se preocupou em deixar sua mãe com um filho que cuidasse dela, passando sua filiação a João (Jo 19.26,27).

3. Jesus deixou ensinamentos preciosos a respeito de laços familiares.

No seu discurso que fi-cou conhecido como “O Sermão da Montanha”, pro-ferido logo no início do seu ministério, Jesus deixou ensinamentos claros a res-peito da convivência dos cônjuges (Mt 5.31,32). Em outra ocasião, criticou os fariseus porque não hon-ravam a seus pais através do sustento, encontrando desculpas religiosas (Mr 7.9-13); e proferiu, novamente, ensinamentos a respeito do relacionamento conjugal (Mt 19.3-12).

É fáci l ass imilarmos a verdade de que se aquele que é a cabeça da igreja prestigiou tanto a família, é lógico que seu corpo, a igreja, também prestigie.

A igreja nasceu e cresceu em ambientes familiaresOs Evangelhos e o livro de

Atos dos Apóstolos registram

alguns acontecimentos que mostram como a igreja de Cristo nasceu e cresceu em ambientes familiares, dos quais destaco alguns.

1. Lucas 22.7-14 (e textos sinóticos), onde está registra-da a instituição da Ceia pelo Senhor Jesus Cristo, como um memorial do Novo Tes-tamento , em um cenáculo (que era o terraço superior de uma casa) emprestado por um chefe de família.

2. Atos 1.13,14. Mostra os discípulos de Jesus, logo após a sua subida aos céus, reuni-dos também em um cenáculo, onde perseveravam congre-gados, unânimes, em oração. Provavelmente tenha sido naquele lugar que aconteceu a manifestação do Espírito Santo, registrada em Atos 2.1-4, anunciada por Jesus como sendo o batismo do Espírito Santo para a sua igreja.

3. Atos 16.13-15. Narra a conversão, na cidade de Filipos, de uma mulher com toda a sua casa e o convite insistente em hospedar o apóstolo Paulo e sua comiti-va missionária.

4. Atos 16.23-34. Ainda na cidade de Filipos, preso, o apóstolo Paulo anuncia o evangelho ao carcereiro, que se converte com toda a sua família e recebe o apóstolo em sua casa, onda a famíl ia toda se alegra com a presença do servo de Cristo.

5. Atos 18.1-8. O texto registra o apóstolo Paulo conhecendo uma família temente a Jesus, em Co-r in to , e indo morar em seu lar. Encontramos, tam-bém, o registro do apóstolo pregando na casa de um homem que morava ao lado de uma sinagoga e da conversão do chefe da sinagoga e de toda a sua família.

6. Atos 20.6-12 registra a estada do apóstolo Paulo em Filipos, reunido com a igreja daquela cidade, em uma casa de família, pregando e participando de uma come-moração da Ceia.

E poderíamos citar tantos outros textos, como, por exemplo, o da conversão do centurião Cornélio e toda a sua família ou, ainda, os que registram a ajuda do casal Áquila e Priscila no ministé-rio do apóstolo Paulo. Sem dúvida alguma o surgimento e o crescimento da igreja de Cristo estão intimamente ligados a laços e situações familiares.

Os apóstolos de jesus, fundamentos da igreja, deixaram ensinamentos

sobre a famíliaPelo menos dois desses

apóstolos deixaram ensi-namentos preciosos sobre comportamentos familiares. Os do apóstolo Paulo es-tão registrados em Efésios 5.22-33; 6.1-4 e Colossenses 3.18-21; e os do apóstolo Pe-

dro em 1Pedro 3.1-7. Neles vamos encontrar ensinamen-tos preciosos a respeito do relacionamento dos maridos com as esposas, das esposas com os maridos, dos pais com os filhos e dos filhos com os pais. Ensinamentos de grande importância para a boa convivência familiar e que envolvem, também, a vida cristã.

ConcluindoEstudando o Novo Tes-

tamento percebemos que não há como separar a im-portância da família e da igreja de Cristo. Há uma interação constante e natu-ral. A igreja começou em lares convertidos ao Senhor Jesus e continuou crescendo sob os cuidados de pessoas com suas famílias e com a conversão de famílias intei-ras através da pregação do evangelho de Jesus Cristo. Essa interação constante e natural fez com que os apóstolos deixassem ensina-mentos que, se observados, trazem o equilíbrio da famí-lia e, consequentemente, da igreja. Famílias equilibra-das, tementes a Deus, obe-dientes aos princípios divi-nos, formam igrejas também equilibradas e tementes a Deus. Cabe a nós, servos de Cristo, sermos obedientes aos ensinamentos de Cristo e seus apóstolos e perseve-rarmos nesses ensinamen-tos, a fim de que as igrejas de Cristo cresçam fortes e atuantes na sociedade em que vivemos.

7o jornal batista – domingo, 13/04/14missões nacionais

Redação de Missões Nacionais

Os missionários Marcos e Gra-ciely Chaves têm desenvolvido o

projeto de fortalecimento e aplicação da visão de Igreja Multiplicadora na cidade de Santana (AP). Por isso, realizaram treinamento para formação de líderes na 3ª IB de Santana, onde estão à frente do trabalho, e em outras duas, IB Manancial e IB Memorial.

No trabalho que dirigem já existem nove pessoas treinadas de acordo com a visão de Igreja Multipli-cadora. E os frutos já têm surgido. As cinco pesso-as batizadas recentemente estão sendo discipuladas pelos líderes multiplica-dores que foram formados no treinamento ministrado pelos missionários.

Redação de Missões Nacionais

Missões Nacio-nais desenvol-veu uma trilha discipular para

levar as crianças a uma expe-riência pessoal com Jesus. A trilha é dividida em: Chamar Discípulos (anunciando Jesus e aprofundando o conheci-mento bíblico sobre quem ele é e como ter um encontro pessoal com ele), Agregar Discípulos (integrar as crian-ças decididas ao Corpo de Cristo) e Aperfeiçoar Discí-pulos (caminhada contínua de todo aquele que entregou a vida para Jesus).

Na primeira etapa, ‘Cha-mar’, entendemos que preci-samos apresentar a pessoa de Jesus para as crianças. Para tanto, o primeiro material in-dicado é o kit de evangeliza-ção O Melhor Amigo. Você também pode usar nesta fase folhetos evangelísticos e di-versos outros recursos que falem sobre quem é Jesus.

O segundo material indica-do é o livro para pequenos grupos, Encontros com Jesus. São 17 lições que apresentam personagens bíblicos que tiveram suas vidas transfor-madas a partir de um encon-tro com o Mestre. O livro traz atividades para crianças alfabetizadas e não alfabe-tizadas e sugere um roteiro

Com líderes formados, a obra em Santana tem cres-cido e se multiplicado. “A igreja conta com oito peque-nos grupos multiplicadores e uma congregação”, relatou o obreiro. A irmã Socorro, líder do grupo Crescendo com Jesus, tem o desejo de ver sua família inteira salva por Cristo. Ela tem trabalha-do em prol deste objetivo

para que cada encontro seja uma oportunidade para uma decisão pessoal da criança ao lado de Jesus.

O objetivo principal é pro-porcionar em cada lição uma oportunidade para que crian-ças tomem uma decisão ao lado de Jesus e passem a caminhar lado a lado com ele. Que ao receberem Jesus estejam imediatamente com-prometidas em levar outros a também o conhecerem,

e louva ao Senhor por sua irmã que já foi alcançada e batizada.

Com pouco mais de seis meses de trabalho, a igreja passou de 29 para 129 mem-bros. “Louvo a Deus pela vida dos missionários, que deram ânimo novo a esta igreja. Vemos surgir uma igreja edificada em Cristo e com muito potencial”, teste-

produzindo assim a multi-plicação. Muito mais que informação, os estudos têm como alvo a transformação.

“Os estudos foram idealiza-dos para grupos de crianças que podem estar reunidos semanalmente nos lares, templos, grupos familiares, pequenos grupos, pediatrias, projetos sociais, centros co-munitários ou mesmo classes de Escola Bíblica Dominical, cujo propósito seja apresen-

munha a irmã Dorcas, líder do pequeno grupo Pérolas Encontradas. Além dos gru-pos para adultos, também foi formado o grupo que re-úne crianças interessadas em estudar a Palavra de Deus. As reuniões dos pequeninos ocorrem todas as quintas--feiras, às 19h.

Missões Nacionais lou-va ao Senhor pela v ida

tar Jesus às crianças”, explica Jaqueline da Hora Santos, missionária coordenadora do programa de evangelização de crianças.

Se seu desejo é alcançar, com a mensagem da salva-ção, as crianças da vizinhan-ça de uma comunidade local, que não seriam normalmente alcançadas nas atividades re-gulares da igreja, fornecendo ensino da Bíblia e oportuni-dade para uma decisão pes-

dos missionários Marcos e Graciely, que têm sido grandemente usados por Deus. Em Oiapoque, an-t igo campo de a tuação deles, um dos frutos é um l íder que, após ter s ido preparado por eles, tem fe i to a obra de Deus à frente de três congrega-ções, sendo duas delas em área indígena.

soal ao lado de Cristo, estes materiais são ideais. Para ad-quirir o kit de evangelização de folhetos infantis, e outros materiais para evangelização de crianças, escreva para [email protected] ou faça contato com a Central de Atendimento: Do Rio de Janeiro - (21) 2107-1818 / Outras capitais e re-giões metropolitanas - 4007-1075 / Demais localidades - 0800-707-1818.

Avanço do evangelho no Amapá

A líder Dorcas e seu filho na fé Pequeno grupo para crianças

Crianças Para JesusAdquira o material de evangelização e discipulado infantil

Ferramentas que ajudarão a alcançar a nova geração para Cristo

8 o jornal batista – domingo, 13/04/14 notícias do brasil batista

Aildes PereiraDivisão de Promoção da UFMBBVice-Presidente da UFBAL - Brasil

1 - Quem é Sara Mendoza de Barrios?

Uma mulher cr is tã de 55 anos de idade, serva de Deus, venezuelana. Filha de Domingos Mendoza Ji-ménez (falecido) e Trinidad Canales de Mendoza (86 anos). Esposa de José Da-niel Gonzalez Barrios, há 33 anos. Mãe de quatro filhos Angela Esther (casada), Car-men Amélia, Daniel David e Daniela, membros ativos da Igreja Batista “Reconciliados com Deus”. Avó de Sofia Esther Alvarado Barrios, de 3 anos de idade. Sara, é pro-fessora de Língua espanhola e Literatura. Formou-se pela Universidade Pedagógica de Barquisimeto. Trabalhou como professora durante 30 anos e hoje já está desfrutan-do da aposentadoria.

2 - Você frequentou a Escola Dominical e as organizações missionárias. Que outras atividades realizou?

Cresci em um lar cristão e frequentei as classes da Escola Bíblica Dominical na igreja onde meus pais eram membros. Aos 15 anos tomei a minha decisão de rece-ber Jesus Cristo como meu Salvador e Senhor e a partir daquele momento, comecei a frequentar a Primeira Igreja Batista de Barquisimeto. Logo me batizei e passei a integrar a organização missionária para jovens. Simultaneamen-te, ingressei ao coro da igreja onde atuei como pianista. Aos 21 anos, no Primeiro Congresso Evangélico em Caracas, conheci um rapaz que tornou-se meu esposo. Aos 22 anos eu me casei.

3 - Relate uma experiência significativa vivida através das organizações missionárias e que fez a diferença em sua vida.

O meu primeiro cargo na União Feminina Missionária em nível Nacional, foi o de Promotora da organização Raios de Sol (crianças). Além de preparar as ênfases, os programas anuais, pude en-tender e aprender mais sobre o trabalho realizado pelas promotoras regionais, as con-selheiras locais e também conhecer as necessidades das crianças de cada região que visitava para capacitar e divulgar a organização.

4 - Como iniciou o seu trabalho com a UFBAL e que realizou nesses cinco anos?

Comecei a participar da UFBAL em outubro de 2008, no congresso realizado em Guayaquil, Equador. Durante cinco anos foram muitas as oportunidades de trabalho tais como: a realização do pro-grama para o ano de 2010 de acordo com o projeto para os próximos cinco anos, uma so-licitação da irmã Marlene Nó-brega, presidente, na época; organização das delegações da Venezuela para o Primeiro Congresso de Países Boliva-rianos, que foi realizado em Chosica, Peru, em 2010; para a conferência de Liderança realizada no Panamá, em 2011 e para o Congresso da UFBAL realizado em Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil em novembro de 2013. Também coordenei os preparativos para a realização do Segundo Congresso dos Países Boli-varianos e a celebração os 60 anos da União Nacional Feminina Missionária Batista da Venezuela e escrevi alguns estudos bíblicos para a revista da UFM do Equador.

5 - Como se sentiu ao tomar posse do cargo de Presidente da UFBAL para o período 2013-2018 no Congresso da UFBAL realizado no Brasil?

Confesso que, embora eu tenha orado muito para que DEUS tomasse o controle e dirigisse tudo, todo o meu corpo tremia e quase não podia controlá-lo. Eram mui-tos sentimentos ao mesmo tempo! Mas o que mais me emocionou e quebrantou--me foi quando as irmãs começaram a se levantar e me abraçar fortemente, felicitando-me e desejando muitas bênçãos através de palavras de estímulo e enco-rajamento. Fiquei feliz, mas sabia que estava começando a viver uma fase nova em minha vida, a do ministério que Deus havia me dado ha 25 anos atrás, quando come-

cei a trabalhar com a União Feminina Missionária.

Estava feliz com a presença do meu marido, uma pessoa fundamental para o meu cres-cimento espiritual e no servi-ço da Obra do Senhor. Estava segura por poder contar no congresso, com a presen-ça de familiares e de irmãs queridas da União Nacional Feminina da Venezuela que me apoiaram em tudo.

06 - Como você vê o desempenho da mulher cristã batista brasileira nas atividades e projetos realizados por UFBAL?

O desempenho da mulher cristã Batista brasileira nas atividades e projetos realiza-dos pela UFBAL tem sido de excelência e espero continuar com essa marca. Admiro a organização, o trabalho, a de-dicação, o cuidado, o carinho que a mulher brasileira tem dado ao trabalho da UFBAL. Estou animada por ter a irmã Daisy Santos Correia de Oli-veira, como parte do Comitê Executivo no cargo de Direto-ra do Noticiário. Para mim, foi um privilégio ver e conhecer as colaboradoras de Deus no Brasil. Que Deus continue dando a cada uma de vocês a graça de servi-Lo todos os dias com essa dedicação e o amor que as caracteriza.

07- Como presidente da UFBAL o que diria para as mulheres sobre a participação no programa do Dia Batista de Oração Mundial e no levantamento da Oferta?

O levantamento da Oferta do Dia Mundial de Oração é um ponto muito importante para UFBAL porque é a nossa única fonte de renda. É impor-tante destacar que ao receber esta oferta, 50% dela será en-tregue para o Departamento Feminino da Aliança Batista Mundial e o outro 50%, vai para a UFBAL. A participação das mulheres é fundamental.

Será interessante se os al-vos forem apresentados na moeda do seu país e em dó-

lar, uma vez, que ao entregar a oferta em nível continental, a mesma será convertida em dólar. Espero poder contar com a participação e o apoio da Vice-Presidente Continen-tal de cada país, pois vejo nesse ponto, o segredo do sucesso para a realização do programa e do levantamento desta Oferta no Dia Batista de Oração Mundial.

08 . O que mudou em sua vida desde o dia 17 novembro de 2013 até o dia de hoje?

Confesso que ainda estou em choque e processando esta nova condição! Iniciei o ano viajando e com os meus filhos perguntando, ...”e este mês para onde você vai ma-mãe?” Eu estou tentando en-contrar tempo extra para o trabalho que desenvolvo na igreja e em casa. Sempre me lembro das palavras da irmã Raquel Contreras, Presidente Mundial das Mulheres, no dia em que tomei posse com minhas companheiras. Ela dis-se: “Sara, a partir de hoje sua vida vai mudar!” Agora estou entendendo o significado des-sas palavras com o passar dos dias. Estou diariamente vi-vendo uma nova experiência, uma oportunidade de apren-der, servir e isso faz parte do meu crescimento espiritual e do meu amadurecimento cristão para a minha vida e a vida da minha família. Para os membros da família as mudanças foram notórias mas estamos unidos, um apoian-do o outro para que Deus

possa cumprir o seu plano e realizar a sua vontade através do trabalho que ELE colocou em minhas mãos para fazer nestes próximos cinco anos como Presidente da União Feminina Batista da América Latina - UFBAL.

Obrigada por esta oportu-nidade. Espero contar sempre com o apoio em oração e informações para realizar o trabalho do Senhor nesta área do globo terrestre.

Sara Mendoza Barrios - Presidente UFBAL .

A diretoria eleita para a UFBAL, Sara Mendonza de Barrios (Venezuela) – Pre-sidente da UFBAL; Nelly Hoyos Hoyos (Colômbia) – Secretária; Ofélia Redón de Tapuy (Equador) – Tesou-reira e Daisy Santos Correia de Oliveira (Brasil) – Dire-tora do Noticiário e ainda Patsy Davis (USA) – Diretora Executiva do Departamento Feminino da Aliança Batis-ta Mundial, estarão no Rio de Janeiro, RJ, na sede da UFMBB para as reuniões de planejamento para os próxi-mos cinco anos da UFBAL. As reuniões vão acontecer no Brasil devido às reuni-ões da UBLA (União Batista Latino-América) que terá sua reunião anual no Brasil, nos dias 21 a 26 de abril. Colo-que sempre o nome dessas mulheres no altar de Deus para que possam prosseguir no cumprindo a missão a elas confiada por Deus.

Sara Mendonza de Barrios A Nova Presidente da UFBAL – 2013 a 2018

9o jornal batista – domingo, 13/04/14notícias do brasil batista

Aildes PereiraDivisão de Promoção

Com o objetivo de preparar a liderança para desenvolver com firmeza e se-

gurança o planejamento es-tratégico e as atividades das organizações missionárias nos Estados e Associações, a UFMBB abre as suas portas anualmente ou quando se faz necessário para capacitar suas líderes.

Nos dias 17 a 21 de março recebemos em nossa sede a irmã Cleide Maria Kalil, nova diretora executiva da UFMB do Maranhão e Eleonildes Tavares, presidente UFMB Maranhanse. Participaram deste treinamento a irmã Ana Kátia, que vai ocupar o cargo de diretora executiva da UFMB Carioca as líderes dos Amigos de Missões e Mensageiras do Rei da UFMB Carioca.

O treinamento foi prati-camente intensivo, e as li-deradas visitaram todos os setores competentes da UFM-BB onde as coordenadoras nacionais passaram as orien-tações e também esclarece-ram dúvidas. A programação consistiu no seguinte roteiro: Encontro com Lucia Marga-rida – Diretora Executiva da UFMBB; Divisão de Promo-ção – Aildes Pereira; Divisão de cursos – Marli González; Divisão de Distribuição –

Ilmar Neves; Divisão Finan-ceiro e Pessoal – Valdete de Souza; Mulher Cristã em Ação – Elza Sant’Anna; Divi-são Jovens Cristãs em Ação – Denise Araujo; Divisão de Mensageiras do Rei – Celina Veronese; Divisão Amigos de Missões – Lidia Pierott.

Além de receber as orien-tações, cada líder recebeu todos os arquivos apresenta-dos para futuramente serem consultados ou reproduzidos quando for preciso passar as informações corretas para suas lideradas no Campo.

“Participar desta capacita-ção que foi organizada pela Diretora Executiva, irmã Lu-cia Margarida e sua equipe foi de suma importância para nós e viabilizou um conhe-cimento mais profundo da estrutura da UFMBB.

O nosso objetivo é aplicar todo esse conhecimento na preparação de novas lide-

ranças das organizações do campo maranhense. Somos gratas pela oportunidade que nos foi concedida por todas as mulheres que for-mam a equipe da UFMBB no Rio de Janeiro. Mulheres capacitadas para desempe-nhar seu trabalho com muito esmero, cada uma em sua função específica. Foi isso que percebemos durante o nosso treinamento. Nosso muito obrigada! Eleonildes Tavares, Presidente e Cleide Kalil, Diretora Executiva da UFMBMA.”

Trabalhar dessa forma tem ajudado muito a dinâmica de trabalho desenvolvida pela UFMBB e assim vamos encurtando os laços e ao mesmo tempo consolidando o trabalho. Ao criar essa oportunidade da liderança sair do seu Campo e vir até a sede da UFMBB no Rio de Janeiro com o objetivo de

conhecer de perto as etapas do trabalho, humaniza, apro-xima, fortalece e aumenta a confiança e a credibilidade na proposta educacional da UFMBB aplicada nas organi-zações missionárias.

O nosso desejo é que o conteúdo entregue para essas novas líderes possam edificar suas vidas e o trabalho que

já estão realizando através do cargo que ocupam na UFMB do seu Campo. Que Deus abençoe e fortaleça a vida e de cada uma de vocês que reservaram esse tempo e investiram na capacitação. Que a visão de ampliação da obra missionária seja uma realidade em suas vidas no campo onde trabalham.

Nós & Nossos Filhos

Capacitar liderança uma das estratégias da UFMBB

10 o jornal batista – domingo, 13/04/14 notícias do brasil batista

Zaqueu Moreira de OliveiraProfessor do STBNB desde 1961

A histó r i a não s e baseia em menti-ras, mas parte de acontec imentos

memoráveis que podem ser comprovados. Pois em um primeiro de abril aconteceu a fundação do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, que tem sido um monumento valioso na pre-paração de vocacionados para proclamar o evangelho. Conforme ata em O Jornal Baptista (25/4/1902), “a um de abril de 1902, em casa de residência de Salomão Gins-burg,” foi criado o Seminário Baptista de Pernambuco. Na cerimônia de fundação,

Moisés AguiarPastor da PIB Emanuel

A missionária Edna chega ao seu ju-bileu de carvalho fazendo jus a esta

grande árvore: raízes profun-das e excelência para a boa obra. Em tempos de profunda crise em nossa sociedade, celebramos os 80 anos de nossa querida irmã com gra-tidão, pois sua velhice é o resultado de um árduo tra-balho, uma vida inteira que inspira fé.

Nascida em 21/3/34, é fi-lha do Pastor Marcelino José Lima e Dona Ricardina Car-valho Lima. Seu pai lhe ser-viu sempre como exemplo, pois gastou a sua vida e os seus bens na propagação do evangelho, tendo a oportu-nidade de plantar inúmeras igrejas no sul da Bahia.

Seguindo a educação rece-bida, a irmã Edna caminhou

o seu primeiro diretor, Jefté Hamilton, assim falou: “O Seminário não faz ministros, pois é Deus quem chama o vocacionado.”

Os primeiros anos foram problemáticos para a con-tinuidade do STBNB, que prosseguiu com dificuldades após sua vinculação com a CBB, a partir de 1918. Crises financeiras, estremecimento no relacionamento de líde-res, capacitação deficiente de professores, existência de poucos livros em língua por-tuguesa, incompreensão da participação das igrejas e crise vocacional são apenas alguns dos problemas enfrentados pela instituição no decor-rer de seus 112 anos de sua existência. Deve-se frisar que nosso Seminário, o primeiro

no evangelho, foi batizada em Ipíau na PIB de Rio Novo pelo Pastor Paulo Júnior, igreja na qual exerceu vários cargos. “Ipíau deve a Edna os melhores anos da sua vida”, estas foram as palavras do Pastor Paulo Júnior quan-do ela se despedia daquela cidade, que após 30 anos em sala de aula e na igreja, partia para uma nova e árdua missão. Dentre todas as ale-grias que a PIB de Rio Novo lhe trouxe, uma se destaca: Edna foi a professora da EBD do atual pastor desta igreja, Carlos César Januário.

Edna recebeu de Deus mais um desafio, pregar o evangelho na caatinga. En-frentando todas as dificulda-des da zona rural, hoje, mais de 30 pessoas de sua famí-lia se renderam ao Senhor. Sendo este o resultado da obediência à voz do Senhor que dizia: “Desce a caatinga e prega o evangelho”. Neste

do Brasil, conforme expresso em documentos, foi criado pela necessidade de prepa-rar vocacionados de forma eficiente, com fundamento bíblico e teológico, para que, firmados em nossos princí-pios, anunciassem as boas novas no Brasil e no mundo. E agora, onde estamos nesse emaranhado de mais de 50 seminários batistas no Brasil?

Entendemos que um curso de direito, por si só, não faz um advogado, como curso de medicina não faz médico. Muito menos, não é o curso de teologia que faz o minis-tro ou pastor. A proficuidade no serviço prestado a Deus não provém do curso em si, embora este tenha a sua importância, assim como in-depende do óleo derramado

período teve a oportunidade de influenciar não apenas a sua família, mas também outras, como a do Pastor Moisés Aguiar, que ouviu a pregação do evangelho pela primeira vez através da instrumentalidade de Edna. Todo este trabalho na caa-tinga teve o incondicional apoio do casal pastoral Jo-selito e Neide Aragão, que receberam e apoiaram Edna na então Igreja Batista Cida-de Nova.

Edna também passou um curta temporada de cinco anos na Igreja Batista Betânia, do Pastor Carlos Macedo. Hoje, ao lado do seu esposo Francisco Pires, sua filha Sue-li, seu genro Edvaldo, e suas netas Tâmara e Taline, seu filho Franklin, sua nora Acá-cia e seus netos João Victor e Beatriz e seu filho Candido, Edna sente-se feliz com mui-tas histórias para contar, por-que “grandes coisas o Senhor

ou das mãos impostas, mas só ocorre mediante a ação do Espírito Santo na vida e no ministério do cristão. Disciplinas como filosofia, sociologia, psicologia, ética, administração eclesiástica ou mesmo teologia só terão resultados positivos se não forem usadas segundo “a tradição dos homens,” ou “os rudimentos do mundo,” mas “conforme Cristo” (Cl 2.8).

O estudo sério da Bíblia, a partir das línguas originais, é imprescindível para o mi-nistro do evangelho, cujo conhecimento e vivência devem continuar sendo de-senvolvidos, sabendo que a Palavra deve ser ensinada, pregada ou anunciada sem-pre sob a unção do Espírito de Deus. Mas esse preparo

tem feito e por isso estamos alegres” ( Sl 126.3).

A Igreja Batista Emanuel de Jequié sente-se honra-

se estende para disciplinas teóricas e práticas, que são também necessárias, a fim de que o estudante cumpra a missão que Deus lhe confiou.

Onde estamos nós hoje ao assumirmos a incumbência de preparar e treinar pessoas para alcançar o mundo em trevas? Como ocorreu em 1902, ou mais ainda, cum-pre ao STBNB prosseguir sem restrições na sua tarefa de equipar os chamados por Deus para levar adiante a ver-dade que liberta. Enquanto isso, cabe aos vocacionados buscar direção divina, para que fielmente e como “povo de propriedade exclusiva de Deus, proclamem as grande-zas daquele que os chamou das trevas para sua maravi-lhosa luz” (1Pe 2.9).

da por ter a missionária Edna Lima Pires no rol de membros da família aco-lhedora.

Edna Lima PiresUma vida que inspira fé

11o jornal batista – domingo, 13/04/14missões mundiais

Willy Rangel – Redação de Missões Mundiais

O Chile é um dos países com maior força missionária da Junta de Mis-

sões Mundiais na América do Sul. Este é um campo especial para os batistas bra-sileiros, pois o grande desafio é produzir frutos que per-maneçam, e o Senhor tem honrado o compromisso de seus servos naquele país. É como tem acontecido com o casal Aléksei e Ana Paula Faria, que está em campo na cidade de Antofagasta.

“Como missionários, sa-bemos que nosso tempo em determinado local pode ser longo ou não; depende so-mente do cumprimento da missão. Além disso, a plan-tação de uma igreja do zero requer ajuda de crentes lo-cais. Assim, sempre estamos em busca de obreiros locais, comprometidos, que amem a obra do Senhor, dispostos a se doar para o Reino, com humildade para aprender a cada dia”, diz o missionário. E é isto que tem acontecido.

Segundo o Pr. Aléksei, de-pois de quase três anos atu-ando na plantação de uma igreja através do projeto da Casa Batista da Amizade (CA-BAMI), senhoras, jovens, adolescentes e crianças têm frequentado as atividades, situação que fez a família

missionária trabalhar com a capacidade máxima.

“Então começamos a cla-mar ao Senhor da seara para enviar obreiros para nos aju-dar. E Deus começou a en-viar algumas pessoas para nos ajudar nas diversas áreas que trabalhamos. Nossa ora-ção está sendo respondida, pois irmãos comprometidos começaram a se interessar e a participar desse lindo tra-balho”, conta o missionário.

Segundo o Pr. Aléksei, em praticamente todas as frentes de atuação é possível contar com a ajuda de alguém. E isso é fundamental.

“No ministério de esportes, o irmão Hugo e seu filho Alan começaram a a se en-volver somente para conhe-cer o trabalho, e hoje toda a família ajuda na CABAMI, tanto no futebol quanto no

clube das crianças”, diz o Pr. Aléksei. “Este mesmo irmão trabalha com construção e está nos apoiando na coloca-ção de cerâmica no piso, que é de cimento”, acrescenta.

O ministério de senhoras também conta com reforços. Além da irmã Margarida, com aulas de crochê e tricô, os missionários também re-cebem suporte da irmã Ana Cristina.

“E hoje já temos duas pro-fessoras a mais, Juana e Le-ontina, que ensinam pintura e trabalhos com fitas. Uma delas é inclusive uma das primeiras alunas da CABAMI, onde conheceu ao Senhor”, diz o Pr. Aléksei.

“Outra vitória é que nes-se grupo de senhoras não temos somente o curso de artesanato e estudo bíblico, como era antes, mas também

começamos a realizar cultos com cânticos, oração e estu-do da Bíblia, além de aulas de informática”, completa o missionário.

As crianças e adolescentes também participam da CA-BAMI, e Deus enviou obrei-ros.

“As irmãs Rosario e Clau-dia são alunas do Instituto de Preparação Missionária, onde ministramos aulas e coordenamos os cursos. Após nos visitarem para conhecer o trabalho na CABAMI, foram conquistadas pelas crianças e adolescentes. Elas passaram a nos apoiar semanalmente”, relata o missionário.

No ministério com ado-lescentes, uma outra irmã da CABAMI, Alessandra, passou a colaborar. Ela faz parte de um grupo de jovens universitários pastoreado

pelos missionários da JMM e que aceitou com alegria a tarefa de guiar adolescentes ao Senhor. Segundo o mis-sionário, são adolescentes frutos de lares destruídos, com baixa autoestima, de-pressão, histórico de abusos e violência doméstica, e que precisam ser amados e orientados.

O Pr. Aléksei conclui desta-cando que assim como Deus envia novos obreiros, as di-ficuldades aparecem, mas nada que impeça o avanço do evangelho.

“Por isso, clamamos que você nos ajude em oração para que Deus sustente essas vidas para que se fortaleçam física, emocional e espiritual-mente, com todas as bênçãos de nosso Senhor Jesus Cristo, que é o dono da obra missio-nária”, finaliza.

Trabalho missionário no Chile avança com obreiros locais

Larissa Borges – Missionária da JMM na Guiné

Quando pequena, eu sonhava em ser a maior mis-sionária do mun-

do! Sonhava em viajar, falar de Jesus em diversos lugares, ter a minha biografia missio-nária. Um dia esse sonho tomou o sentido que Deus queria. Ele foi moldado pelo Senhor, e através das orações ele se encontrou com aquilo que Deus queria para mim.

A oração não move a mão de Deus, mas nos move em direção a Deus. Nos move em direção à vontade de Deus para nossas vidas.

Uma das minhas alunas no PEPE (programa socioeduca-tivo) não compareceu mais às aulas. Fomos até sua casa, e sua família havia se mudado de residência não deixando nenhum contato.

O tempo passou, e recebi um telefonema em minha casa. A coordenadora de um abrigo próximo me telefonou para avisar que a menina es-tava lá. Nada poderia ser dito por segredo de justiça.

Começamos a conversar, e logo ela revelou que a me-nina de quatro anos tinha sofrido abusos sexuais e era explorada para o transporte de drogas.

Naquele dia, o mundo de-sabou pra mim. As coisas pareciam girar ao meu redor, e sem forças para pensar em nada, entrei no meu quarto e fechei as portas para falar com o Pai.

Os dias se passaram e re-cebi mais um telefonema. A coordenadora do abrigo dis-se: “Larissa, não sei por que estou ligando, mas preciso dizer algo: essa menina é diferente das outras crianças aqui. Quando estamos em

alguma refeição, às vezes ele sobe na mesa e diz: ‘Parem, vamos falar com o Papai do céu antes de comer’. Quan-do algumas crianças estão brigando, ela logo diz: “Não façam isso, Papai do céu não gosta disso”.

Foi naquele momento que entendi: Deus me fez impor-tante nessa história, não por minha causa, mas porque o seu poder transforma vidas.

Aquela menina me mostrou que sementes plantadas no caminho brotam, e eu tive o privilégio dado por Deus de fazer parte disso! Infelizmen-te ela sofreu pelo abuso de adultos, mas ela não permitiu que isso roubasse sua fé e seu caminho com Deus.

Elias foi humano como nós, mas nas mãos do Grande Deus coisas incríveis acon-teceram!

O meu desejo não é mais ser uma grande missioná-

ria, mas aquela que está nas mãos de Deus e com certeza

grandes coisas vão acontecer porque ele é grande!

A menina que mudou meu sonho

Aleksei e Ana Paula Faria, missionários da JMM em Antofagasta, norte do Chile

Larissa Borges, missionária na Guiné

Missionários da JMM têm recebido ajuda de obreiros locais na Casa Batista da Amizade, no Chile

12 o jornal batista – domingo, 13/04/14 ponto de vista

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

Solução

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DOLOSOMUR

MIACRARU

SJOAQUIM

3/mur. 4/acra — água — boaz — javé. 5/gômer — simei. 6/erasto.

Maria (Mt 1:18)

O inglês,em rela-ção a Eli-zabeth II

O Evange-lho, por seupapel entreos homens

Setor doprédio

hospitalar

AutranDourado,escritormineiro

Cantora de"Impossí-

vel deEsquecer"

Autódromodo aciden-te de Sen-

na (F1)Um dosfilhos

de Jafé (Gn 10:2)

Formatodo palito

de fósforoFurtar;roubar

Ficou escu-ro, com o fumo (Ap 9:2)

Pai deRaquel

(Gn 29:16) Número(abrev.)

Primeiraesposa de Jacó

Serpenteque mata

porconstrição

Oxidação da gorduraocasiona-da pelo ar

SalvadorDalí,

pintor sur-realista

Um dossímbolosdo Espíri-to Santo

SpencerTracy, an-tigo atordos EUA

Parede,em

francês

O crime premedi-

tado

Antero deQuental,

poetaaçoriano

Capital emaior

cidade deGana

Rutênio(símbolo)

A terceiranota daescala

musical

"E conhecereis averdade, e a verdade

vos libertará"Amigo de Hananias

Permitiuque Rutecolhesseem seuscampos(Rt 2:8-

15)

"Tropa de (?)", filmecom Wagner MouraAltar-(?), mesa dosantuário da igreja

Carimbo;sinete

Apêndiceda xícara

Uma dasdesignações de Deus

Pedaço demadeira

Bolsa

Auxiliar de Paulo que ficou na cidadegrega de Corinto

(II Tm 4:20)

Com elaOnã nãoquis ter

filhos (Gn38:6-9)

Filho de Ge-ra, amaldi-çoou Davi

(I Rs 2:1-8)

Rei deJudá quefoi levado

cativopara

Babilônia(II Rs24:15)

Presente de romano

Macéias NunesColaborador de OJB

É de todo provável – ou absolutamente certo – que eu seja apenas mais um dos muitos

não católicos brasileiros a re-ceber um inusitado presente de aniversário oriundo, por uma certa ironia cadastral, da direção da “Campanha de di-fusão da devoção mariana” no país. O objeto em questão é um rosário, enviado pelo cor-reio, descrito na carta anexa como “a chave para alcançar-mos todas as graças e favores que(sic) mais precisamos”.

O signatário, Sr João Sér-gio Guimarães, afirma ainda que “para que você possa se beneficiar ao máximo desse sacramental e receber as indul-gências da Igreja, já o mandei benzer por um sacerdote”. A carta diz também que “re-centemente um deputado não católico apresentou na Câmara em Brasília um projeto de lei para retirar o título de Padroei-ra do Brasil de Nossa Senhora Aparecida”. Esta seria a razão para a existência da campa-nha, segundo o Sr Guimarães.

Destaco, em princípio, o fato de tratar-se não propria-mente de um presente, já que vem acompanhado do boleto bancário com o apelo à con-tribuição para a campanha, na ordem de 15, 20, 25 reais, ou outra quantia à escolha do participante. Não pretendendo usar o rosário, nem participar da campanha, ainda menos financeiramente, resolvi de-volvê-lo ao remetente, junto com o boleto, embora isso implique em despesas postais não previstas por mim para o dia de meu aniversário. As opções que me restam não me agradam: deixá-lo em casa como peça de decoração, jogá-lo no lixo – o que seria uma afronta à fé alheia, mes-mo no anonimato - ou passá-lo a um terceiro, o que seria uma traição à minha fé pessoal.

Outro ponto a considerar é que, sendo um Estado laico, o Brasil não deveria ter uma padroeira, o que quer que isso signifique para os católicos. Não conheço o projeto do

referido parlamentar, mas tudo indica que seus argumentos devam ter nesse ponto sua ênfase maior. Espero sincera-mente que a proposta tramite com a devida rapidez e seja devidamente aprovada, mas não creio que qualquer dessas coisas vá ocorrer de fato. Entre, de um lado, a paixão religiosa e o interesse político e, do ou-tro, o princípio constitucional, já se sabe sem muito esforço o que acaba prevalecendo, inclusive por ser o Brasil o país com a mais numerosa popula-ção católica do planeta.

Faz pelo menos uns 500 anos que a palavra “indulgências” não é usada, sem trocadilho, com tanta indulgência, mesmo pelos católicos. Graças a ela – ao que significa, representa e implica – o cristianismo expe-rimentou sua segunda grande divisão histórica. Graças à an-ticristã crença em sua legitimi-dade e eficácia, com a reação reformadora que provocou, a doutrina bíblica da salvação pela graça mediante a fé recu-perou afinal seu merecido e necessário lugar de destaque na teologia cristã. E, de resto, a mim pelo menos as indulgên-cias não se aplicam. Sou peca-dor demais para que elas façam efeito em mim. Meu caso é de vida e morte, de sangue e corte. Ir além ou ficar aquém da fé no Cristo crucificado me tornaria, tenho certeza, ainda menos digno de recebê-las, caso elas de fato pudessem ser alcança-das pelo mérito humano.

Persiste, porém, uma dúvi-da: porque o Sr Guimarães, ao fechar o texto, preparando-se para assiná-lo, usa “em Jesus e Maria” em vez de só “em Maria”? O que Jesus tem a ver com devoção a Maria, rosário bento e indulgências eclesiás-ticas? E, principalmente, o que tem ele a ver com a crença de que o “rosário é o meio mais eficaz de salvação”, como dito na carta? O que fica parecen-do é que a expressão “como Pilatos no credo” pode ser substituída, no caso, com enor-me vantagem, pela expressão “como Jesus na carta”.

Ou seja: de modo fortuito, inadequado e totalmente dis-pensável.

OBITUÁRIO

13o jornal batista – domingo, 13/04/14

Edgar Silva SantosPastor, advogado, escritorPIB de Jardim Mauá – Manaus/AM

Co nh e c i - o a i n da nos meus tempos de seminarista, na década de seten-

ta. Precisamente em 1975, chegando ao STBSB, fui con-vidado para ser seminarista da Igreja Batista Betel de Niterói. E lá o encontrei. Lá também estavam alguns de seus familiares, todos unidos no propósito inarredável de servir a Deus, nosso Pai.

Esta foi, em particular, a marca de David Baeta: servir a Deus de maneira simples, como era simples e boa a sua alma e cheia dessas canções que inspiram e eternizam a vida.

Por cerca de dois anos, eu e minha esposa, ele e sua amada consorte, estivemos próximos no ministério pas-toral em Minas Gerais. Em-preendemos naquela época viagem inesquecível para participarmos da assembleia histórica do centenário, em Salvador. Em Manaus nos encontramos, anos depois, quando aqui esteve para falar aos pastores, em preleção admirável.

Na Assembleia da CBB em Niterói, em 2011, falava-nos de sua luta titânica contra a enfermidade, mas fazia--o sempre de forma serena. Difícil, muito difícil, seria perceber qualquer laivo de amargura, decepção ou tris-teza, na expressão de seu rosto ou na entonação de suas palavras.

Seus vários títulos acadêmi-cos, a capacidade que tinha para dominar a linguagem, o hábil manejo da análise escri-turística, a oratória inspirada, os altos cargos de represen-tação denominacional - tudo ele colocou aos pés da cruz, onde ele mesmo se achava, na compleição firme de servo fiel.

Andou em lugares altos (Hc 3.19), mesmo quando teve de descer aos abismos da doença ingrata, estando sempre debaixo da compassiva mão de Deus.

No dia 4 de março foi con-vocado para tomar posse de sua morada celestial e rece-ber preciosa coroa, ornada pelo Onipotente. Agora, pelo periscópio divino, pode ver infinitamente mais e pode ver com qualidade superior, relanceando os olhos na di-mensão da eternidade.

notícias do brasil batista

Simplesmente David

Pr. Dorgival Lima PereiraCoordenador da BGC – Batistas da Grande Curitiba

Curitiba e região me-tropolitana tiveram o privilégio de re-ceber entre os dias

14 a 16 de março, 270 Pro-motores de Missões, Líderes, Pastores e Cooperadores em Missão, do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, os quais participaram do 7º. Acampamento de Promo-tores de Missões no Sul do Brasil.

Testemunhos impactan-tes de missionários que se encontram nos campos, como Narr iman e Juan (Chile), Larissa (África do Sul ) , Ione Pasi (Milão--Itália), Ludmila (Norte da África), Noêmia (Moçambi-que), Renato Reis (Coord. Oriente Médio, Norte da África e Ásia) e Pr. Calixto Patrício (Orientador Pasto-ral da Europa), estimularam ainda mais o ardor missio-nário dos part icipantes, deixando-os motivados e desafiados a se envolverem e se comprometerem com a promoção da obra mis-sionária.

Foram realizadas ainda durante os dias diversas of ic inas e t reinamentos com o objetivo de capa-citar os promotores a de-senvolverem a Campanha de 2014, onde o tema e a divisa ficaram bem in-ternal izados por todos. Realmente foi um final de

semana muito abençoado e inspirador, pois os partici-pantes tiveram suas forças renovadas, com informa-ções relevantes sobre o campo missionário.

Certamente retornaram para suas igrejas com o co-ração pulsando mais forte por Missões, desafiados e

comprometidos a levarem suas igrejas ao maior envol-vimento e compromisso com a obra missionária.

Nossa oração é que as igrejas batistas do Sul do Brasil sejam efetivamente impactadas pelos desafios que seus promotores de Missões apresentarão. Du-

rante todo o acampamento, o tema de nossa campanha - “Entre em campo com Cristo, pelas nações” - teve como resposta dos promo-tores o grito: EU JÁ ESTOU EM CAMPO!

Que assim o Senhor de Missões nos abençoe e nos mobilize!

7o Acampamento de Promotores de Missões do Sul do Brasil

Motivados para Missões !

14 o jornal batista – domingo, 13/04/14 ponto de vista

Senhor, como é difícil no meio do sofrimen-to atroz podermos ouvir que a tua graça

nos basta e que o teu poder se aperfeiçoa na fraqueza! Senhor Jesus, na verdade, nós queremos ser aliviados, e que cesse todo o sofrimento imediatamente. Sabemos, porém, que tu não trabalhas com base em nossa vontade, mas na vontade do Pai. A tua vontade é fazer a vontade do Pai. Tu mesmo disseste: “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha von-tade, mas a vontade daquele que me enviou. E a vontade do Pai que me enviou é esta: que nenhum de todos aque-les que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia” (Jo 6.38,39). A tua glória está na centralidade da von-tade soberana do Pai. Esta era uma das razões pelas quais tu

ouviste do Pai: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo ou tenho todo o prazer” (Mt 3.17).

A tua Palavra nos ensi-na que o Pai trabalha para aqueles que nele esperam (Is 64.4). No meio do nos-so sofrimento tu não estás alienado, mas perfeitamente presente e atuante. Tu és sempre presente na vida dos que te amam. O nos-so coração descansa ple-namente em ti, Senhor! O profeta Isaías testemunhou de Deus Pai, dizendo: Tu conservarás em perfeita paz aquele cuja mente está firme em ti porque confia em ti (Is 26.3). O Senhor nos prometeu a tua paz nas circunstâncias mais difíceis! ( Jo 14.27). Esta paz que vem de ti deve ser sempre o árbitro em nossos corações (Ef 3.15). Não é a paz como

ausência de guerra, mas paz em meio à guerra.

Não deve soar estranho para nós que a tua graça nos basta! Pelo contrário, a tua Palavra é verdadeira em nos afirmar o que tu disseste a Paulo. A dor é muito grande, mas a tua graça é real e é remédio eficiente. Ela nos ajuda a suportar. Tu atuas de forma perfeita para cumprir todo o propósito do Pai! En-tão, a tua graça nos basta, é suficiente, plena, em nosso sofrimento, em nossa dor e em nossas decepções na vida. Tu enfrentaste a dor do nosso pecado quando morreste na cruz. Tu nos substituíste naquele sacrifício cuja dor não tem paralelo. Tu sabes, Senhor Jesus, o que é sofrer! Nossas enfermidades com as nossas dores tu as levaste em teu corpo no ma-deiro (Is 53). Que sofrimento

por causa do teu grande e incomparável amor! Tu és a personificação da graça do Pai!

Ao dizer a Paulo que a “mi-nha graça te basta, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Co 12.9), tu estás fazendo a lindíssima promessa de que seremos amadurecidos no sofrimento e de que os nossos ministé-rios só serão bem sucedidos se confiarmos plenamente em ti. O teu poder não opera em nosso poder e nem na nossa suficiência. Ele atua efi-cazmente em nossa fraqueza, fragilidade e dependência. O que querias dizer a Paulo era que ele podia confiar no teu poder e que este poder se aperfeiçoaria na sua fra-queza.

Esta palavra é a mesma e para sempre. Tu não permites que soframos além do que

podemos suportar em nossa natureza humana. Aliás, tu nos dás sempre o escape quando confiamos plena-mente em ti(1 Co 10.13). Quanto mais graça, mais desenvolvemos a nossa insu-ficiência e, ao mesmo tempo, crescemos em tua suficiên-cia. A tua suficiência deve submeter totalmente a nossa pretensa eficiência ministe-rial. O ministério não depen-de de nós primariamente, mas de ti mesmo! O Senhor afirmou aos teus discípulos que nada eles fariam se não permanecessem em ti (Jo 15.5). Mui bendita graça e mui preciosa dependência que operam em nós visando o nosso crescimento e ama-durecimento para o testemu-nho do evangelho e, acima de tudo, para a Glória do nosso Pai, o autor da nossa salvação!

15o jornal batista – domingo, 13/04/14ponto de vista

Em minhas viagens pelo Brasil afora e ou-vindo a descrição dos cenários educacionais

de muitas igrejas, tenho ob-servado a reduzida preocu-pação com o fomento desta área. Em geral, o que tenho notado é a permanência de atendimento à educação in-fantil e ao “cultinho” para as crianças no momento do “cultão” dos adultos. Tenho também notado a transforma-ção das ênfases nos púlpitos com enfoques em mensa-gens de autoajuda distantes do núcleo bíblico. Percebo também alterações profundas nos cultos, que muitos vezes acabam se transformando mais em “entretenimento espiritual” ou num tipo de aeróbica gospel. Vejam que o tema é vasto, mas vou me dedicar hoje apenas à educa-ção em seu mês.

Num bom número de igre-jas já não se pode mais falar em Escola Bíblica Domini-cal. Já vi muitos discursos e artigos saudosistas tentando ressuscitar esta estrutura que tem sido esquecida e que muito contribuiu para a for-mação doutrinária e espiritu-al de nossa gente. Dizer que algo deve ser desprezado somente por dizer ou mes-mo dizer que algo deve ser valorizado por dizer pode não ajudar.

Nos últimos tempos tenho notado também que edu-cadores acreditavam que a mudança do nome de educa-ção religiosa para educação cristã resolveria o assunto, mas parece-me que nenhum efeito isso causou, a não ser discussão abstrata e acadêmi-ca que até poderemos um dia voltar ao tema.

Por isso, prefiro abordar o tema por outra faceta - a da necessidade da formação doutrinária, espiritual, devo-cional e piedosa do crente.

Já temos discutido aqui nes-ta coluna a redução do cris-tianismo a atividades, even-tos e programas eclesiásticos ou até mesmo colocando a salvação como o centro da mensagem bíblica de modo a se tornar a chave hermenêuti-ca e seletiva das priorizações da agenda denominacional e eclesiástica. Em futuro próxi-mo vamos discutir como isso também acaba por empobre-cer a compreensão da missão da igreja, isto é, a pergunta “para que existe a igreja?”.

Creio que é aqui que re-side grande parte da causa da desconsideração da ação educativa da igreja. Se for para focalizar a salvação de uma pessoa, para dar-lhe condições de estar preparada para a eternidade, por que e para que se preocupar com o desenvolvimento de sua

vida como “sujeito histórico” participante da construção da vida e da história, sendo influente no dia a dia como sal e luz neste mundo?

Se a Grande Comissão é ir e pregar o evangelho, então temos de focalizar as ativi-dades da igreja para cumprir esse mandado - e, veja, é GRANDE Comissão. Uma análise mais acurada na cons-trução de Mateus 28.19,20 (o texto da Grande Comissão) logo desnuda que o verbo no original traduzido por IDE não está no imperativo, mas numa forma verbal que poderia ser traduzido como “ao irem”, “tendo ido”. O imperativo não está no verbo “ir”, mas na expressão verbal “façam discípulos”.

Em palavras mais simples para entender o texto, vamos imaginar a seguinte cena que estava ocorrendo. Jesus estava conversando com seus discípulos, dando-lhes ins-truções importantes. Ao final da conversa ele queria dizer mais ou menos assim “ao terminarmos nossa conversa aqui e vocês forem partir (tendo ido) o imperativo para todos vocês é que façam dis-cípulos ”.

Na oração sacerdotal (João 17) Jesus pediu ao Pai: “Rogo não que os tires do mundo, mas que os livre do Malig-no.”. Ao nos convertermos,

seguimos a nossa jornada de vida (ao irmos viver a vida no sentido de Mateus 28.19,20) como novas criaturas (2 Co 5.17) e o grande desafio (a Grande Comissão) é tornar a nossa vida copiável, de modo a termos seguidores, como Paulo ensinou - “sejam meus imitadores, como eu o sou de Cristo” (1 Co 11.1) e, o próprio Jesus disse, “eu deixo a vocês o exemplo, para que como eu fiz, façam também vocês” (Jo 13.15).

A Grande Comissão então envolve fazer discípulos e isso é muito mais do que apenas evangelizar, mais do que apenas ter encontros de estudos bíblicos. É levar pessoas que se convertem a serem nossas imitadoras. Em outras palavras, discipu-lar tem como precedente o amadurecimento de vida, o desenvolvimento do co-nhecimento das Escrituras, das doutrinas, da vida cristã. Significa ter exemplo de vida, ter comunhão com Deus, ter atitudes moldadas pelos ideais do evangelho.

Como conquistar este es-tilo de vida sem o concurso da educação? Educação não apenas que ocorre formal-mente dentro da igreja, a qual chamamos de religiosa, mas também e, muito mais, educação para a vida a partir dos princípios bíblicos que

ocorre dentro do lar cristão. Assim, temos não apenas a educação formal numa sala de aula, mas também atitu-dinal pelo exemplo de vida, de perdoar, pedir perdão reconhecendo as faltas e ser perdoado, de amar apesar de e assim por diante. A educa-ção ocorrendo desde o lar e prosseguindo na esfera da ação da igreja se completa formando vidas copiáveis, vidas discipuladoras que estarão em condições para cumprir a Grande Comissão.

Que recurso ou estrutura utilizar para que esse proces-so educacional ocorra: EBD, Escola da Bíblia, células, pe-quenos grupos? Seja qual for a escolha, deve ser algo que seja eficaz instrumento para a formação de vidas piedosas, mas também exemplares e, também, vidas conhecedo-ras da Bíblia, das doutrinas bíblicas, da cultura contem-porânea e dos cenários cul-turais em formação para que possam agir de modo criativo como vidas copiáveis neste mundo sem Deus.

Como está a sua igreja em termos de formação de vidas? Qual é o processo educacional desenvolvido para que as pessoas possam viver o cristianismo em toda sua intensidade sem data de vencimento, isto é, além dos encontros dominicais?

OBSErvATórIO BATISTALOURENÇO STELIO REGA

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