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1 ISSN 1679-0189 Ano CXIV Edição 16 Domingo, 20.04.2014 R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Partindo do pressuposto de que “muitas igrejas estão abolindo a Escola Bíblica Dominical”, a Bíblia nos propõe interessantes reflexões sobre os mais ricos ensinamentos para um “programa eficiente e eficaz”. Não existindo qualquer pro- grama para substituí-lo, não abandonemos essa Escola que nos ensina toda matéria de uma vida comprometida com Deus. (Editorial) Desafios e conquistas alcançados pelos seus missionários nos campos de Missões Nacionais e Mundiais cumprem o mandado do nosso Deus: “Ide e pregai o evangelho a toda criatura” (Pá- ginas 7 e 11). EBD é um programa e não uma organização da igreja JMN e JMM avançam com o evangelho no Brasil e no mundo Família compreende um grupo mais abrangente. Porém, não importa o formato da família na qual cada um se encontra, ela simboliza (e para muitos é) um lugar de convivência, de conforto, de benção e de aprendizado. É onde comemos, rimos, choramos, descansamos (Página 14).

Jornal Batista - 16 -2014

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Abril é o mês da Escola Bíblica Dominical E a família precisa estar unida no estudo da Bíblia. Veja também como foi o Teen Brasil o congresso de Adolescentes Batistas Brasileiros.

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Page 1: Jornal Batista - 16 -2014

1o jornal batista – domingo, 20/04/14?????ISSN 1679-0189

Ano CXIVEdição 16 Domingo, 20.04.2014R$ 3,20

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

Partindo do pressuposto de que “muitas igrejas estão abolindo a Escola Bíblica Dominical”, a Bíblia nos propõe interessantes reflexões sobre os mais ricos ensinamentos para um “programa eficiente e eficaz”. Não existindo qualquer pro-grama para substituí-lo, não abandonemos essa Escola que nos ensina toda matéria de uma vida comprometida com Deus. (Editorial)

Desafios e conquistas alcançados pelos seus missionários nos campos de Missões Nacionais e Mundiais cumprem o mandado do nosso Deus: “Ide e pregai o evangelho a toda criatura” (Pá-ginas 7 e 11).

EBD é um programa e não uma organização da igreja

JMN e JMM avançam com o evangelho no Brasil e no mundo

Família compreende um grupo mais abrangente. Porém, não importa o formato da família na qual cada um se encontra, ela simboliza (e para muitos é) um lugar de convivência, de conforto,

de benção e de aprendizado. É onde comemos, rimos, choramos, descansamos (Página 14).

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2 o jornal batista – domingo, 20/04/14 reflexão

E D I T O R I A L

Cartas dos [email protected]

Parabéns

• Com a greve dos Cor-reios só recebemos os jor-nais de fevereiro na primeira semana de abril, por isto nos atrasamos nas leituras e co-mentários. No entanto, não quero perder a oportunidade de parabenizar O Jornal Ba-tista pelos seus 113 anos de atuação, e relatar uma experi-ência vivida nestes dias.

Na semana passada recebi um telefonema de Posto da Mata, um lugarejo no sertão da Bahia. Uma amiga nossa, viúva de pastor, lamentava a morte da missionária Edith Vaughn. Ela só soube através da leitura de O Jornal Batis-ta de 23.2.14. Lá onde ela mora, nem chega o Correio, mas OJB chegou e trouxe a notícia, que foi recebida com um misto de tristeza e de alegria. O esposo dela foi ganho para Cristo através do trabalho da missionária, que

também custeou seus estudos teológicos, e ele pode traba-lhar muitos anos desbravan-do com o evangelho o sertão da Bahia.

A viúva lembrou-se da ale-gria do reencontro dos dois lá no céu! Que bom ser salvo

por Jesus Cristo! Que bom pertencer à família batista! Louvado seja Deus pelo Jor-nal Batista, órgão de divul-gação que chega aos lugares mais distantes. Obrigada pela equipe que trabalha com amor e fidelidade.

Deus continue a abençoar todos vocês.

Com amizade,Ycléa Cervino

Igreja Batista do Feitosa – Recife, PE

Exemplo a ser seguido

• O artigo do meu queri-do amigo e pastor Francis-co Barros, intitulado “Amor à Vida”, do dia 16/3/14, relacionado à Igreja Batista em Cel Antonino, Campo Grande, MS, representa a vida de uma igreja que vive aos pés da cruz. Tive o privilegio de conhecer àquela igreja pastoreada pelo pastor Alessandro e atesto o quanto aqueles irmãos têm vivido o evan-gelho da simplicidade e da comunhão cristã. Que mui-tas igrejas sigam o exem-plo daquela comunidade de fé e prática.

Pr Levir Perea Merlo

Sei que nem todos con-cordam com a minha afirmação de que a Escola Bíblica Domi-

nical é um programa e não uma organização da igreja. A importância deste programa na igreja é realmente imen-surável. Mesmo os registros mais eficientes são incapazes de retratar o alcance deste eficientíssimo programa. Mi-nha reflexão sobre a Escola Bíblica me leva a fazer esta afirmação: a Escola Bíblica Dominical é um programa. E neste espaço e neste tem-po, mais do que discutir a definição da Escola Bíblica, quero na realidade destacar a importância deste programa.

Não faz muito tempo que a Escola Bíblica Dominical reunia em nossos templos um número impressionante de alunos estudando, que muitas vezes era superior ao número de membros da igreja. Muitos crentes tive-ram um encontro com Jesus

Cristo quando participavam de uma classe de estudos. Tenho constatado em minhas caminhadas pelas igrejas ba-tistas que cooperam com a Convenção Batista Brasileira que muitas abandonaram este programa, sem contudo encontrar qualquer outro programa para substitui-lo e, como consequência, têm perdido a potencialidade de alcançar muitas outras pesso-as com a Palavra de Deus e de promover o crescimento dos crentes através de um programa sistemático de es-tudo da Bíblia.

Assim como tem sido aban-donado este programa, tam-bém pouco a pouco a memó-ria da Escola Bíblica Dominical vai se perdendo. Por exemplo, poucos sabem que no ano de 1932, quando o Brasil vivia uma crise política interna por conta da revolução paulista, em pleno Teatro Municipal no Rio de Janeiro, no dias 25 a 31 de julho, reuniram-se

1850 participantes na XI Con-venção Mundial das Escolas Dominicais, oriundos de diver-sos países, para discutirem os rumos da educação religiosa no mundo e principalmente a importância da Escola Bíblica Dominical.

Naquele tempo, os evan-gélicos no Brasil somavam aproximadamente 400 mil membros. Destes, cerca de cinquenta por cento, ou seja, a metade, eram crianças na idade escolar e muitas destas crianças tiveram contato com as primeiras letras através da Escola Bíblica Dominical. Era um tempo em que nem todos tinha acesso ao ensino público e particular e prin-cipalmente os crentes eram

muitas vezes impedidos de estudar nas escolas públicas. A Escola Bíblica Dominical foi fundamental na expansão da obra de evangelização que os batistas brasileiros vem desenvolvendo ao lon-gos dos anos no Brasil.

Não vai neste texto nenhu-ma celebração saudosista ao passado, mas a constatação da eficiência e eficácia de um programa que funciona in-dependente do tempo e que com os recursos tecnológicos que temos atualmente - que ampliam significativamente nossa capacidade de alcance das pessoas - pode trazer resultados cada vez mais expressivos para o Reino de Deus(SOS).

As mensagens enviadas devem ser concisas e identificadas (nome com-pleto, endereço e telefone). OJB se reserva o direito de publicar trechos. As colaborações para a seção de Cartas dos Leitores podem ser en-caminhadas por e-mail ([email protected]), fax (0.21.2157-5557) ou correio (Caixa Postal 13334, CEP 20270-972 - Rio de Janeiro - RJ).

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTELuiz Roberto SilvadoDIRETOR GERALSócrates Oliveira de Souza

CONSELHO EDITORIALCelso Aloisio Santos BarbosaFrancisco Bonato PereiraGuilherme GimenezOthon AvilaSandra Natividade

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REDAÇÃO ECORRESPONDÊNCIACaixa Postal 13334CEP 20270-972Rio de Janeiro - RJTel/Fax: (21) 2157-5557Fax: (21) 2157-5560Site: www.ojornalbatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOSW.E. Entzminger,fundador (1901 a 1919);A.B. Detter (1904 e 1907);S.L. Watson (1920 a 1925);Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);Moisés Silveira (1940 a 1946);Almir Gonçalves (1946 a 1964);José dos Reis Pereira (1964 a 1988);Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

ErrataO Jornal Batista se desculpa pela equívoco na edição

14, página 14, do dia 6 de abril, onde publicou o texto “Srª Edla Luis de Oliveira completa 105 anos consagrados a Deus”, texto da irmã Maria Nery. O nome correto da homenageada é Edla Lins de Oliveira.

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3o jornal batista – domingo, 20/04/14reflexão

Pr. Levir Perea MelloPIB em São Caetano - PE

“Conjuro-te diante de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos, pela sua vinda e pelo seu reino; prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta, com toda a longanimidade e ensino” (2Tm 4.1-2).

Abril é o mês que a nossa denomina-ção designa de Mês da Escola Bíblica

Dominical, dando ênfase à necessidade de dinamizar esse importante ministério

na igreja do Senhor. A famí-lia como ideal de Deus não pode de maneira alguma di-minuir ou negligenciar o de-sejo de aprender os ensinos do Senhor Jesus, sob pena de sofrer graves consequências espirituais.

O povo de Deus do Antigo Testamento, por exemplo, recebeu ordens do Senhor de levar muito a sério o apren-dizado da Palavra de Deus: “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás senta-do em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te. Também as

atarás por sinal na tua mão e te serão por frontais entre os teus olhos; e as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas” (Dt 6-9). O crente do AT levava muito a sério os ensinos bíblicos, e quando deixava de ler e praticar sofria às consequên-cias. A EBD de uma igreja é moldada pela família nucle-ar, ou seja, a família de seus membros. Se positivo, é sinal de dedicação e gratidão; se negativo é sinal de desleixo e falta de compromisso.

Tive o desprazer e a tris-teza de ser informado sobre uma igreja batista que em assembleia votou e decidiu

encerrar suas atividades aos domingos pela manhã - ou seja, a EBD acabou! A família cristã verdadeira e compro-metida com o Reino de Deus precisa perseverar na prática saudável do ensino bíblico.

O nosso texto é uma exor-tação do servo Paulo para o seu filho na fé Timóteo, com forte conotação escatológica, que por sua vez passaria os ensinos para a igreja: “Prega a palavra a tempo e a fora de tempo, admoesta, repre-ende, exorta, com toda a longanimidade (paciência) e ensino.” O contexto escatoló-gico diz: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã

doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agra-dáveis, ajuntarão para si mes-tres segundo os seus próprios desejos”. Será que já estamos vivendo esses tempos?

Para que a família da fé, a igreja do Senhor, seja forta-lecida e avivada, se faz ne-cessário que a família nuclear seja achada fiel, santificada e consagrada, não descuidan-do um só momento da comu-nhão vertical e horizontal, o que implica em mais oração, mais estudos e pesquisas. Lembremo-nos de que o Se-nhor está no comando e que sempre precisamos do ensino bíblico.

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4 o jornal batista – domingo, 20/04/14

GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

Lugar Garantido

reflexão

Depois da sua últi-ma páscoa com os discípulos, Jesus fala de sua vol-

ta para o Pai e conforta os doze: “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar” (João 14.2).

É evidente, na narrativa dos Evangelhos, o íntimo relacionamento de Jesus com seus discípulos. Querendo consolá-los, por causa de sua ausência física após a volta aos céus, Jesus garantiu o reencontro de todos: “vou preparar-vos lugar”.

Quando nos separamos de Cristo, não importando a causa da separação, nós nos entristecemos. E, às vezes, até mesmo por culpa nossa, em função de relaxarmos

nossas práticas de comu-nhão, juntamos à tristeza da distância ocorrida a tristeza da nossa culpa.

O Senhor conhece muito bem a realidade do nosso sofrimento, nas ocasiões quando estamos longe dele. A garantia da nossa vida eterna com Cristo, por isso, não se baseia na intensida-de de nossas forças. Nossa segurança reside em Cristo. Primeiro, porque ao aceitá--lo como nosso Salvador e Senhor, cumprimos o requi-sito essencial da eternidade com Deus. Em seguida, mes-mo tendo altos e baixos em nosso viver aqui na Terra, a presença do Senhor em nossa vida constitui o nosso passaporte para a vida eter-na. Com ele, temos lugar garantido.

Rogério Araújo (Rofa)Diácono, jornalista e escritorIB Neves, São Gonçalo, RJ.

Qualquer cr ian-ça sabe a famosa musiquinha que embala a propa-

ganda da Páscoa: “Coelhinho da Páscoa, Que trazes pra mim? Um ovo, dois ovos, Três ovos assim!”

Mas coelho coloca ovo, ainda mais de chocolate? Isso para ver onde vai a imaginação do homem que “reinventou” as figuras da Páscoa, substituindo seus reais sentidos.

Nada contra a figura do coelhinho tão bonitinho e

dos deliciosos chocolates que todos adoram. A questão aqui é que uma coisa nada tem a ver com a outra.

Foi na Festa da Páscoa, num domingo, que Jesus Cristo ressuscitou como Cor-deiro de Deus que tira o pe-cado do mundo, para nos sal-var. Ele morreu pelos nossos erros e sofreu por isso. Pagou com seu sangue inocente a culpa de todos nós.

“Ora, havendo Jesus ressus-citado cedo no primeiro dia da semana, apareceu primei-ramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios” (Mc 16.9). Ele voltou da morte para a vida unicamente pelos homens.

Será que você crê e tem

consciência da importância da vinda de Cristo ao mun-do? “Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eter-na” (Jo 3.16).

Creia em Jesus, a nossa Páscoa, a nossa salvação e a solução para um mundo que está mais que perdido e entregue as armadilhas do diabo, que promove brigas, desamor e muito ódio uns para com os outros.

Cristo, o Cordeiro que mor-reu por todos nós. Basta que o aceitemos como Senhor e Salvador de nossas vidas e o fazer uma verdade em nosso dia a dia.

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5o jornal batista – domingo, 20/04/14reflexão

A cruz de Jesus é o refúgio mais alto em que podemos nos abrigar. É na

cruz, ao nos sentirmos cru-cificados com Cristo pela fé, que somos despojados de toda a arrogância e auto-confiança para podermos ser amparados pela justiça, pelo poder, pela santidade e pela misericórdia de Deus. Nem no Sinai, o monte da lei, nem em Sião, o monte da adora-ção, podemos ter sequer um vislumbre da segurança que temos no monte do Calvário. Não há arrogância farisaica nem vaidade humana que possam resistir ao significado da cruz.

A cruz denuncia a comple-ta falência do poder huma-no, do fracasso da religião institucionalizada, do vazio existencial e da morte, ao mesmo tempo em que pro-clama a grandeza do poder e do amor de Deus. Quando nos refugiamos no Cristo da cruz, estamos seguros no poder soberano de Deus, pois é na cruz, mais do que em qualquer outro lugar da história do universo desde a eternidade, que Deus mos-tra a sua soberania absoluta sobre todos os valores, quer na relação cósmica, quer na relação espiritual.

Na cruz somos amparados pela eterna justiça de Deus, pois é no Calvário, ao ofere-cer seu Filho unigênito para apagar a culpa dos nossos pecados, que Deus mostra de um modo que a mente humana não pode alcançar, a perfeição eterna da sua justiça. É na cruz e somente através da cruz que podemos ser purificados pela eficácia do sangue ali vertido por Jesus. É na cruz que somos fascinados pelo amor inson-dável e pela inexaurível graça de Deus. Daí Paulo ter excla-mado: “Mas longe de mim esteja gloriar-me a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo”.

Jesus declarou: “E eu, quan-do for levantado da terra, todos atrairei a mim”. Qual é a atração que Jesus exerce so-

bre sua alma? Que poder tem em sua vida o chamado de Jesus? A cruz de Cristo exerce uma profunda atração sobre os pecadores para a salvação e tem também um tremendo fascínio sobre os salvos, para a santificação. Deus quer que todos os pecadores sejam sal-vos (I Tm 2.4) e que todos os salvos sejam santos (1 Ts 4.3). O sangue vertido por Jesus na cruz tem poder para lavar os pecados dos ímpios a fim de que eles sejam remidos, mas também tem poder para purificar a alma dos salvos para que sejam santos.

“O sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado”. João usa o termo kathartizei, limpa, purifica, no presente ativo do indicativo, que dá ao verbo purificar um sentido de con-tinuidade: purifica continua-mente de todo pecado. Não é um ato instantâneo e único como o batismo, mas uma ação contínua. Somente dei-xaremos de ter necessidade de ser purificados dos nossos pecados quando deixarmos de pecar e isso só se dará na glória. Aqui nesta vida, por-que já fomos salvos por Jesus, o atrativo da cruz é para a nossa santificação.

Para que a cruz de Jesus seja nosso mais alto e mais seguro refúgio, precisamos deixar morrer nossa natureza adâmica, o homem-pecado que há em nós e precisamos, em consequência, identifi-car-nos com a santidade, o amor, a justiça de Deus que Cristo revela na cruz. Não se trata de um ritual como persignar-se, nem de uma adesão mental nem de uma impressão sentimental, mas de uma realidade vivida, ex-perimentada, sofrida e exal-tada em nosso viver: “Já es-tou crucificado com Cristo e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20), essa é a expressão de que estamos livres, protegidos, abençoa-dos por Deus por estarmos identificados com o Cristo da cruz. “Mas um dia senti meus pecados e vi sobre mim o castigo da lei. Em Jesus me escondi, seu perdão recebi e refúgio seguro nele achei”.

Pr Carlos Alberto Pereira – PIB em Três Marias – MG

“As minhas ovelhas ouvem a minha voz., Eu conheço-as, e elas me seguem; e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arreba-tará das minhas mãos(João 10.27,28).

Há uma doutrina teológica apócrifa, espúria e nefasta, no meio cristão,

que afirma que uma pessoa salva, por mediação de Nosso Senhor Jesus Cristo, pode per-der tal salvação. O texto aci-ma, do Evangelho de João, é bem cristalino! Jesus proferiu tais informações aos seus con-temporâneos que atingiram os que viveram antes e a nós que distamos daquele tempo. Mas o que é essa salvação? Preci-samos dela para entrarmos em comunhão com o eterno? Podemos ter a vida eterna e a salvação de nossas almas sem a mediação de Jesus? Indubi-tavelmente que não!

Em Lucas 19.10, Jesus diz: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”. O Filho do Homem é um dos títulos de Jesus! Ele teve e ainda tem como missão salvar a todo homem que crê! O exer-cício do “crer” não é algo ritualístico-religioso, não é uma postura mental e nem uma força do “pensamento positivo”, mas é o crer com o coração. Quando nos referi-mos com o coração, estamos nos posicionando com aquilo que a Palavra de Deus nos afiança, isto é, estamos nos comprometendo com nosso espírito, alma e corpo.

Salvação em Cristo Jesus implica: 1º) Ouvir a voz de Jesus! Você a ouve quan-do pratica tudo aquilo que ele ordenou. 2º) Quando você crê nele! Em João 3:16, lemos: “PORQUE DEUS AMOU O MUNDO DE TAL MANEIRA QUE DEU SEU FILHO UNIGÊNITO; PARA QUE TODO AQUELE QUE NELE CRÊ NÃO PEREÇA,

MAS TENHA A VIDA ETER-NA.” 3º) É preciso fé para sermos salvos! Você pode argumentar: - “Eu não consi-go ter fé!”. O apóstolo Paulo esclarece: “DE SORTE QUE A FÉ VÉM PELO OUVIR, E O OUVIR PELA PALAVRA DE DEUS”(Romanos 10.17). Meu prezado leitor, não dei-xe passar tal oportunidade! Comece a ler a Bíblia, que é a Palavra de Deus! Jesus nos exorta, dizendo: “EXA-MINAIS AS ESCRITURAS, PORQUE VÓS CUIDAIS TER NELAS A VIDA ETERNA, E SÃO ELAS QUE DE MIM TESTIFICAM” (João 5.39).

O caro leitor pode questio-nar-me, dizendo: “ E por que é que se diz então que se perde a salvação?” A respos-ta é simples! Muitas pessoas “foram salvas” tão somen-te em seus intelectos, em suas presunções religiosas ou ostentativas, ou ainda, estavam convencidas e não verdadeiramente conver-tidas. Você percebe? Leia o que Jesus nos apresenta a respeito quando conta a Parábola do Semeador ( Ma-teus 13.1-23). Uma coisa importante: A salvação é uma dádiva de Deus! É algo que nos é oferecido hoje! A salvação não é um projeto para o futuro! Observe o que Jesus nos afiança: - “DOU--LHES A VIDA ETERNA.” O verbo está no Presente do Indicativo (algo que se desenrola no agora)! Se você quer ter essa certeza de sal-vação em sua vida, ore comi-go agora, dizendo: Eu(diga seu nome), COM A MINHA BOCA, CONFESSO QUE JESUS CRISTO É O MEU SALVADOR E SENHOR! AMÉM! Se você de todo co-ração fez tal confissão, como nos orienta o Apóstolo Paulo em Romanos 10.9,10, você é um salvo em Jesus Cristo! Amém!

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6 o jornal batista – domingo, 20/04/14 reflexão

vida em famíliaGilson Bifano

A história de missões está repleta de ho-mens e mulheres que deixaram seus

países e familiares para obe-decerem à chamada de Deus e pregarem o evangelho nos mais diversos lugares. Ado-niran Judson e sua jovem esposa, Nancy, por exemplo, deixaram os Estados Unidos e se dedicaram integralmente à tarefa de pregação do evan-gelho na Birmânia. Só depois de dois anos receberam a primeira carta com notícias de seu país e familiares.

Judson foi preso e quase executado. Sua esposa mor-reu e deixou uma filha, cha-mada Maria, em precárias condições de saúde. Adoni-ran Judson, pelo amor à obra missionária, se tornou um herói da cruz.

Outro símbolo de missões é David Livingstone, que deixou a Escócia atenden-do a convocação de Deus para levar as boas novas aos africanos. Na atividade mis-sionária foi atacado por um leão e liderou um grande trabalho contra o comércio de escravos, além de registrar importantes descobertas no continente africano. Morreu após ter contraído doenças tropicais. O corpo dele foi le-vado para a Europa, mas seu coração ficou eternamente no solo africano.

Em Lucas 8.39 há o registro de uma ordenação de um missionário para um campo extremamente difícil - a fa-mília. O texto narra a liberta-ção espiritual de um homem gadareno. Após sua completa libertação, ele demonstrou ardente desejo de seguir Je-sus. Para sua surpresa, ouviu de Jesus a ordem de voltar para casa e contar aos seus o

quanto Deus lhe tinha feito.Seu campo não foi distante,

como aconteceu com Jud-son, Livingstone e outros. Não foi preciso pegar um navio, um trem ou um avião. Jesus disse que o seu campo missionário seria a sua fa-mília. O gadareno queria ir com Jesus, mas sua missão era levar Jesus para os seus queridos.

Todo crente recebe, no ato da conversão, este comis-sionamento. A família é o primeiro campo missionário do crente em Cristo Jesus.Não se trata, com certeza, de um campo fácil, mas ex-tremamente árido, difícil e perigoso, especialmente em países onde não há tolerân-cia religiosa. Para ser mis-sionário entre os familiares muitas vezes não é possível simplesmente tirar do bolso um folheto do tipo “as quatro leis espirituais” (embora, em algumas circunstâncias, isso seja indicado) e explicar. Re-quererá, antes de tudo, teste-munho de transformação de vida, novas atitudes e novas palavras.

Ser missionário na família, antes de folheto evangelísti-co, um abraço, uma demons-tração clara de perdão e amor terão mais efeitos positivos para alcançar nossos familia-res com o evangelho. Tudo isto aliado a oração e pa-ciência. A tarefa de ser mis-sionário entre os familiares começa no ato da conversão e segue i até nosso encontro com Cristo.

O mesmo Deus que cha-mou Adoniran Judson, David Livingstone e tantos outros para o campo missionário chama cada crente para ser missionário em sua casa, jun-tos aos seus familiares.

Caminhos da Mulher de DeusZENILDA REGGIANI CINTRA,

pastora e jornalista, Taguatinga, DF.

Isto foi antes, antes da cruz vazia,Antes do túmulo e da ressurreição.Tudo era sem sentido, sem esperança,A cruz era o castigo e o túmulo o fim.Mas agora é Jesus, o nosso Redentor.O que era e o que há de vir.Quem preenche os vazios,E dá sentido para o viver.

A cruz está vazia, mas cheia de promessas, De vida e salvação. Em Cristo somos livres, da morte e da condenação. Ele se fez pecado e a si mesmo se deu,O véu se rompeu e a luz se fez trevas, E tudo o que conquistamos,Foi por causa da sua cruz.

O túmulo está vazio, mas cheio de promessas, Porque tudo recomeçaNo encontro com o Pai.Aleluia, ressurgiu! E não é vã a nossa fé.Ao Cordeiro que foi morto,Ao Rei que agora reinaAo Nome sobre todo o nome,Toda a honra e toda a glória.

Jesus esvaziou-se, mas ele é a Promessa, Do amor do Pai que nos alcançaCom seu amor e a sua graça,A esperança e o seu perdão.Vazios de nós mesmos, do pecado e humilhados,Com ele também morremos, E seremos ressuscitados.

A Igreja Batista do Jardim Botânico, RJ, com sede à Rua Professor Sal-danha, 110, Jardim Botânico, em Assembleia Ordinária, deliberou por unanimidade convidar os pastores e igrejas batistas para o concílio que examinará o irmão professor Elton Soares Mendes com vistas ao ministé-rio pastoral na Congregação Batista Rio das Pedras-RJ, administrada pela Igreja Batista do Catete, RJ. O Concílio Examinatório está convocado para o dia 9 de maio, sexta-feira, às 20 horas. Sendo aprovado o candi-dato, sua ordenação ao ministério pastoral ocorrerá no dia 10 de maio, sábado, às 19 horas, no mesmo endereço. Na expectativa da presença dos pastores e representantes de igrejas, agradecemos antecipadamente, confiantes de que “em Deus faremos proezas” (Salmo 103.13).

Em CristoPr. Euclydes Schwartz Lima

Igreja Batista do Jardim Botânico

IGREJA BATISTA

JARDIM BOTÂNICOConvite

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7o jornal batista – domingo, 20/04/14missões nacionais

Pr. Fabrício Freitas Gerência executiva de evangelismo da JMN

Com o objetivo de alcançarmos a nos-sa grande meta da Visão Brasil 2020,

chegando em 2020 com 21 mil igrejas e 4 milhões de batistas em todo o Brasil, o Projeto Água Viva avança multiplicando o evangelho ao sertão do Brasil.

Missões Nacionais, Con-venção Batista Baiana, Igreja Batista da Praia da Costa no Espírito Santo e Associações e Igrejas Parceiras estão unin-do forças para alcançarmos o maior número de sertanejos no Brasil. O Projeto Água Viva tem levado o evange-lho a diversas comunidades rurais no sertão. Em parceria com a Em Contato (In Touch), estamos juntos distribuindo o “Mensageiro”, um aparelho MP3 movido a luz solar que contém todo o Novo Testa-mento, Salmos e Provérbios e ainda 60 mensagens bíblicas focando a evangelização dis-

Redação de Missões Nacionais

A Igreja Batista da Aliança, plantada em Resende (RJ), pelo missionário

Roosevelt Silva, tem esta-do bastante envolvida com a obra de multiplicação. Recentemente, os mem-bros participaram de um acampamento, em Queluz

cipuladora ministradas pelo Dr. Charles Stanley da PIB de Atlanta, Estados Unidos. Esses “Mensageiros” estão sendo distribuídos e vidas estão sen-do alcançados, podendo ou-vir o evangelho e conhecerem a verdade que liberta.

O Projeto Água Viva con-templa um resgate dos evan-gelistas e envolvimento das igrejas locais adotando as comunidades rurais. Esta tem sido uma grande porta que Deus está abrindo e nos per-mitindo alcançar com um esforço conjunto no sertão do Brasil! Um Centro de For-

(SP), que teve como prin-cipal objetivo promover c resc imento espi r i tua l , t ransmi t indo também a visão do discipulado mul-tiplicador. Os participan-tes também vivenciaram a prática do discipulado, tendo mui tos assumido o compromisso de serem discipulados para que que depois se tornem discipu-ladores.

mação de Evangelistas será criado no sertão onde os vo-cacionados poderão receber o treinamento missionário na Visão de Igreja Multipli-cadora e viverem a prática de plantarem uma igreja em uma comunidade rural.

Convidamos você a parti-cipar deste projeto sendo um parceiro de oração. Centenas de sertanejos estão entre-gando suas vidas a Jesus. Os sertanejos estão sendo alcançados com o evangelho e carecem de nossas orações para que possam ser firmados na fé.

Ainda no acampamento, eles participaram de um im-pacto evangelístico com a Primeira Igreja Batista de Que-luz. “Houve decisões, aconse-lhamentos, e algumas pessoas foram encaminhadas à igreja local”, relatou o missionário.

Outro momento abenço-ado ocorreu após o grupo retornar para Resende. A igreja conseguiu patrocinado-res para a aquisição de uma

Participe como parceiro de uma comunidade sertaneja em oração e abençoando o evangelista que está ali mi-nistrando a Palavra de Deus.

tenda evangelística especial, que apresenta em suas co-lunas os quatro pontos da evangelização.

Se você deseja participar deste projeto escreva para [email protected] e abençoe a obra mis-sionária!

Louve ao Senhor conosco pelo avanço da obra missio-nária em Resende e interceda por este ministério.

Culto em uma comunidade sertaneja Entrega do mensageiro a sertanejos

Local de cultos

Projeto Água Viva - O evangelho avança no sertão brasileiro

Vidas comprometidas com o avanço do evangelho em Resende

Tenda evangelística é mais uma estratégia da igreja para o alcance de vidas

Evangelismo durante visita a cidade paulista

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8 o jornal batista – domingo, 20/04/14 notícias do brasil batista

Teen Brasil 2014

“E quando juntos... dá sempre certo”. Essa é a proposta do Teen Brasil 2014. O Teen Brasil é um congresso que reúne ado-lescentes de 12 a 18 anos. É uma mistura que agrega criatividade, amizade, mui-ta adrenalina, brincadeiras divertidas, esporte, men-sagens contextualizadas, celebrações, arte e relacio-namento total com Deus.

Nosso maior objetivo é favorecer o adolescente a viver uma experiência com Deus e contribuir em seu processo de crescimento e amadurecimento para a vida. Inicialmente, o Teen Brasil era realizado uma vez por ano, A partir de 2010, depois de algum tem-po de oração, entendemos a direção de Deus em as-sumirmos o desafio de rea-lizar o congresso em todas as regiões do Brasil.

Começamos pela Região Norte (onde vamos para 4ª edição) e já estamos em processo de construção e organização para que possamos alcançar todas as regiões do território na-cional. Em Janeiro, o Teen Brasil Sudeste aconteceu em Sorocaba-SP, atraindo adolescentes de todos os cantos do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo. Foi um tempo precioso no qual Deus nos mostrou seu carinho, cuidado, e preo-

cupação de que estejamos sempre próximos dele e uns dos outros.

Raíssa Machado, do Rio de Janeiro, completa 19 anos em 2014 e participou neste ano de seu último Teen: “Voltei a dar valor ao meu relacionamento com Deus no meu primeiro Teen Brasil. A sensação é indescritível! Compartilhar com pessoas da mesma idade que a minha as ma-ravilhas que Deus faz nas nossas vidas em pequenos grupos, nas sociais, nos cultos é incrível! Acho que vou sentir saudades”, con-ta ela.

Este ano, teremos mais duas edições: o Teen Brasil Norte, em Belém, e o Teen Brasil Nordeste no Recife. Estamos com altas expec-tativas de que lá também teremos 48 horas intensas de muita adrenalina, diver-são, novas amizades, muita música e o mais legal de tudo: refletir sobre como ir mais fundo na amizade com Jesus, entender que quando estamos juntos, grudadinhos com ele, dá tudo certo.

As inscrições para o Teen Brasil Nordeste já estão abertas! Nosso site está no-vinho em folha, acesse e fi-que por dentro de tudo que está rolando na Juventude Batista Brasileira: www.juventudebatista.com.br.

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9o jornal batista – domingo, 20/04/14reflexão

Jacqueline RodriguesIB Cidade Jardim, BH - MG

“ E os soldados o levaram dentro à sala, que é a da audiência, e convocaram toda a corte. E vestiram-no de púrpura, e tecendo uma coroa de espinhos, lha puse-ram na cabeça. E começaram a saudá-lo, dizendo: Salve, Rei dos Judeus! E feriram-no na cabeça com uma cana, e cuspiram nele e, postos de joelhos, o adoraram. E, havendo-o escarnecido, des-piram-lhe a púrpura, e o ves-tiram com as suas próprias vestes; e o levaram para fora a fim de o crucificarem (Mar-cos 15.16-20)”.

Na terra, mulheres e homens da corte de Herodes, com olhos altivos, gar-

galhavam e humilhavam um homem que diziam ser o Rei dos Judeus.

Seu nome: Jesus. Ele tinha sua fronte cravada pela co-roa de espinhos e sangrava, suas costas feridas de açoites eram cobertas por um manto púrpura; seu rosto abatido, recebia afrontas em forma de cuspe; sua cabeça ferida, recebia pancadas.

Aparentemente frágil e in-defeso diante dos poderosos, sem direito e sem defesa, ru-mava à morte. A cruz era seu destino certo, ela o esperava de braços abertos.

No inferno, retumbavam os escárnios como som agra-dável , pois ali havia grande expectativa em vê-lo expirar, carregar o pecado da huma-nidade, ser derrotado pela morte!

No céu pairava grande silêncio. Querubins, se-rafins e o arcanjo Miguel assistiam o cumprimento das Escrituras. E sob o olhar

(*) Paulo Francis. JrVice-Presidente da PIB de Presidente Venceslau, SP

Ela estava com 90 anos e havia se tor-nado protestante na velhice. O colunista

da Folha de São Paulo, es-critor, médico e psicanalista Francisco Daudt ficou in-trigado com essa senhora e quis saber como e porque ela mudou quase no fim de sua jornada terrena? A mulher respondeu: “É que você acha que pode aceitar umas coisas ditas por Roma e rejeitar outras. Ora, meu filho, ninguém fica criança para sempre, e se a velhice tem alguma vantagem, é que a gente perde o medo.” Independente da religião a qual pertençamos, tudo que o homem faz é no sentido de troca. O que eu vou ganhar com isso? Nem a igreja foge a essa verdade.

Infelizmente, parte consi-derável dos “cristãos” ainda não sabe por que precisa frequentar as igrejas. Lembro que nos fins de tarde da vida moderna, do capitalismo, as pessoas “necessitam diaria-mente” comparecer aos su-permercados. No entanto, no começo da noite, dispensam a presença na igreja. Será que os sermões já não atendem mais às necessidades espiri-tuais? Ouvi esta semana que em determinadas igrejas o sujeito só fica, só permane-ce, se lavar os banheiros dos templos. Não é mais coerente exigir que se lave a alma? O que tem causado estas coisas? Perda de fé, cegueira interior, tristeza ou apenas falta de tempo?

Aqui entra uma tentativa de explicação. Na minha infân-cia, o jovem tinha funções. Hoje, nem tanto! Com oito anos, recordo-me de que ti-

de Deus todos os desígnios eternos do Senhor aconte-ciam: Jesus, seu Filho uni-gênito revestido de carne humana, e cheio do Espírito do Senhor, do Espírito de sa-bedoria e de entendimento, do Espírito de conselho e de fortaleza, do Espírito de conhecimento e de temor do Senhor; sendo ferido e esmagado pelos homens, dando sua vida por pecado-res ao ser morto na cruz do Calvário.

Houve trevas.Houve terremoto.Houve medo.Houve derramamento de

sangue.Houve remissão.Por três dias se calou o Fi-

lho de Deus, mas ao terceiro dia brilhou o sol da justiça, pois Cristo ressuscitou!

O Pai o recebeu em seu reino, trocou-lhe a coroa de espinhos por uma coroa de glória e honra, trocou-lhe o manto púrpura por vestes de linho puro resplandescente, trocou-lhe o nome de reis dos judeus para Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.

E, depois destas coisas, no céu se ouvia : “Aleluia! Salvação, e glória, e honra, e poder pertencem ao Senhor nosso Deus, porque a loucu-ra de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.”

No inferno se ouvia: “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?”

Na terra se ouvia: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pere-ça, mas tenha a vida eterna “

Cristo ressuscitou vencen-do o pecado, Satanás e a morte!

nha que “tirar água” do poço para o pessoal de casa beber e tomar banho. Às vezes, tinha que ajudar minha mãe a torrar o café que seria con-sumido na semana ou ajudá--la fazer sabão num tacho fervente no fundo do quintal. Vovó lavava as roupas num pranchão chamado “batedor” onde, ao lado, havia uma tina com água.

Nós, ainda crianças, tínha-mos que ajudá-la a estender a roupa numa cerca de ara-me ou espalhar para quarar numa grama em frente de casa. Outras vezes, eu bus-cava lenha numa serraria para acender o fogão, lá perto do campo da Maria-na, próximo à garagem da Prefeitura de Venceslau, onde agora há uma creche bem bonita. À tarde tinha que debulhar espigas de milho para as galinhas do terreiro. Para passar roupas, usávamos ainda o ferro com brasas dentro.

Mamãe nos pedia para passar cera vermelha no as-soalho de madeira da casa. Depois, um pesado escovão para dar brilho. O leite fresco para ser tomado de manhã era buscado num litro de vidro numa chácara do outro lado da vila. Para fazer “o pão-de-casa” (só tinha o de casa mesmo!), acendíamos e aquecíamos o forno de barro com madeira velha. Para fa-zer isso respirávamos fuligem e fumaça de montão.

Naquela época, ainda havia espaço para a solidarieda-de. A vizinhança era unida! Quando alguém matava um porco, distribuía graciosamen-te um quilo de carne aqui e outro ali. A gente cortava em bifes, temperava, e colocava na chapa quente do fogão à lenha. Ficava uma delícia! Perto de casa morava um carroceiro. Várias vezes eu

ia “buscar o petiço no pasto para armar a carroça para ele ir trabalhar”. Se alguém, um vizinho ou parente adoecesse, nós tínhamos que cuidar.

Assim era a vida. Tudo exi-gia tempo! As coisas precisa-vam ser preparadas. Hoje, a hora ganha com a rapidez do computador e do celular é, em grande parte, desperdiça-da com vadiagem, desculpe a franqueza. Sobrou espaço para se “alimentar” com o que não presta e abandonar os templos e a Palavra de Deus. Sei que não é fácil aceitar essas colocações. En-tendo que não é agradável ler aqui que, assim, as igrejas se tornaram apenas uma rodo-viária ou aeroporto, onde as pessoas passam, mas não per-manecem. Se ali vão, estão constantemente apreensivas como se fossem cumprir um ritual. Uma hipocrisia!

Alguns, quando compare-cem a estes locais, ficam o tempo todo olhando para o relógio e fazendo cara feia. Isso é uma vergonha! Ou, simplesmente, querem uma solução rápida para os seus problemas. Pouco se interes-sam pelo Criador.

Há uma mul t idão nas igrejas de hoje se emocio-nando com shows, músicas, teatros e com a teologia da prosperidade, pouco se im-portando em abandonar os pecados. As pessoas estão felizes com as bênçãos que recebem e não com quem as deu. Não demonstram interesse e plena submissão à Bíblia e a sua verdade. Lembro que nela está a nar-rativa de que uma multidão prendeu o Mestre e optou pela liberdade de Barrabás. Naquela multidão de pes-soas estavam algumas que o Mestre curou, libertou e alimentou. Pessoas como nós...

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10 o jornal batista – domingo, 20/04/14 notícias do brasil batista

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11o jornal batista – domingo, 20/04/14missões mundiais

Said – Missionário da JMM no Oriente Médio

A cada dia que pas-s a n o s d a m o s conta de como a nossa nova terra

é diferente do Brasil. Os princípios que regem a so-ciedade, os costumes, a expressão da religiosidade e muitas outras realidades e circunstâncias. Como você sabe, o povo com o qual trabalhamos tem o costume de fazer suas orações cinco vezes ao dia.

É impressionante a força da religião local na socie-dade. Em uma das ocasi-ões em que eu estava no mercado central, em uma sexta-feira, dia principal

Marcia Pinheiro – Redação de Missões Mundiais

Mais de quat ro mil pessoas es-tenderam suas mãos para aju-

dar crianças de várias partes do mundo. Elas participaram da edição 2013 da campanha Doe Esperança com men-sagens de amor e ofertas fi-nanceiras. Foram alvos desse amor meninos e meninas atendidos pelo PEPE (progra-ma socioeducativo) e pelo POPE (Programa de Odon-tologia Preventiva e Educati-va) em El Salvador (unidade Paraja Galán), África do Sul (unidade do Soweto), Senegal (unidade Mbour), Cabo Verde (unidade da Praia), Moçambi-que (unidades de Inçais, Mes-sano e Chamba) e, ainda, para as meninas do projeto Jeevan Sach (Sul da Ásia).

O valor arrecadado mais que dobrou em relação à campanha anterior. Segun-do o gerente de Missões da JMM, pastor Alexandre Peixoto, o montante será distribuído em partes iguais entre os programas:“No caso do Jeevan Sach, que atende a meninas no Sul da Ásia, no fim de 2013, antes mes-mo de saber o resultado da campanha, liberei, pela fé, a compra de ar condicionado para o quarto delas. Outra verba foi para a compra de

de ajuntamento para as rezas do povo, pude me dar conta dessa força. Um dos locais de reunião mais conhecidos da cidade fica em frente a uma avenida muito movimentada. E no momento em que a pessoa responsável começa a cha-mar o povo para a reunião através de alto-falantes, as pessoas vão se aproximan-do, trazendo consigo seus tapetes.

Nesse momento, a polícia mais uma vez fechou o trân-sito porque o “culto” estava começando. As pessoas que estavam de passagem e não traziam consigo seus tapetes podiam comprar pedaços de papelão de um rapazinho que aproveitava a oportu-

presentes de Natal dessas crianças”, disse o pastor.

Agora ele pretende investir parte do recurso destinado ao Jeevan Sach na compra de um veículo que levará as garotas para a escola, igreja, médico e lazer: “No caso

nidade para ganhar algum dinheiro.

Um a um, os homens iam tomando seu lugar no meio da rua, em cima do asfalto quente do meio-dia e co-meçavam a expressar sua fé. E eu, ali, observando tudo. Mais uma sexta-feira se passou e o povo continua cumprindo seus rituais, na esperança de que o Onipo-tente lhes conceda salvação.

Quando olhamos para os desafios, as diferenças culturais, a dificuldade do idioma, a dureza do coração do povo, a convicção que eles têm de que o mundo deveria seguir seu padrão moral e nós é que preci-samos da salvação – e não eles –, alguém poderia pen-

do PEPE, investiremos em ações pontuais de melhorias dos espaços utilizados pelas crianças e de educação para a saúde através do POPE. Isso significa curso para adultos e crianças e distribuição de kits odontológicos para as

sar que esses são gigantes impossíveis de se derrubar, não havendo condições de se levar a cabo a tarefa de conduzi-los a Cristo.

Esse é um pensamento natural, mas não correspon-de à realidade que temos visto e ouvido nos últimos dias. Temos ouvido de fa-mílias inteiras que estão tendo sonhos com o nosso Mestre Jesus e o reconhe-cendo como seu Salvador, reuniões com mais de 100 mulheres, todas sentadas no chão, atentas às palavras da Bíblia e batismo de mais de 30 homens em uma mesma ocasião!

O nosso Mestre tem ope-rado milagres aqui em nos-sa nova terra, e isso tem

crianças e suas famílias”, acrescenta.

Para a coordenadora do PEPE Internacional, missio-nária Terezinha Candieiro, o envolvimento das pessoas nesta ação missionária é de grande importância, pois

nos animado a seguir com animo total, para ver sua mão se movendo e ver essas pessoas, com as quais temos trabalhado, tendo o mesmo encontro com aquele que nos chamou.

Ao longo dos anos, temos visto o mover de Deus atra-vés dos trabalhos com o futebol. Aqui não tem sido diferente. Temos grandes expectativas sobre o que o Pai fará nessa terra através desta estratégia. A cada dia que passa, temos conquis-tado mais espaço e também amizades, tanto dos alunos como dos pais. Ore junto conosco para que Deus abra os olhos dessas pessoas e nos dê sabedoria para apro-veitar cada oportunidade.

favorece também a oportu-nidade das crianças terem acesso a serviços básicos como um local seguro para desenvolver as atividades pré-escolares, um banheiro adequado, materiais esco-lares necessários para suas tarefas diárias e uma refeição digna, pelo menos uma vez ao dia.

Se você, por algum motivo alheio à sua vontade, não participou do Doe Esperan-ça, conheça mais sobre os projetos de Missões Mundiais que atendem crianças de vá-rias partes do mundo. Acesse o site www.missoesmun-diais.com.br, confira nossa página no Facebook: www.facebook.com/MissoesMun-diais ou ligue para o nosso Call Center: 2122-1901 e 2730-6800 (cidades com DDD 21) ou 0800-709-1900 (demais localidades).

Além de estender suas mãos para ofertar, você tam-bém pode mobilizar outras pessoas a se envolver nesta missão; orar e até mesmo co-nhecer de perto estes proje-tos, visitando nossos campos missionários.

É com o coração grato a Deus que Missões Mundiais tem a honra de ter parceiros comprometidos em alcançar vidas para Cristo. Vamos en-trar em campo com Cristo, também, pela salvação de crianças.

A missão de anunciar Cristo em meio à religiosidade

Doe Esperança – sua participação ajuda a transformar vidas

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12 o jornal batista – domingo, 20/04/14 notícias do brasil batista

Dr Reynaldo Corrales FilhoPresidente

Os valorosos ho-mens batistas da P IB de Morr i -nhos, localizada

na cidade do Guarujá, a Pérola do Atlântico do litoral paulista, realizaram o Culto de Gratidão e Louvor a Deus

Dayane Soares do Nascimento Silva

A Igreja Batista de Quatá está comple-tando este ano 80 anos bem vividos

em nossa comunidade Fun-dada em 1934, permanece no mesmo lugar, na mesma luta e em seu modesto traba-lho através de sua gente e da atuação de seus abnegados pastores.

Tudo começou na década de 1930 com a chegada das famílias batistas em nossa região, tendo um grupo fi-xado residência na Água das Polainas, outros no Campi-nho e também na Graminha, formando já um bom grupo de crentes batistas. Com esse movimento, foi criada então a Igreja Batista Unida do Rio do Peixe.

Os membros brasileiros da Igreja Batista de Varpa reuniram-se com a direto-ria da mesma no dia 10 de fevereiro de 1934, organi-zando assim a Igreja Batista de Quatá, com 83 membros arrolados, estando à frente da direção da igreja o Pastor

pelo seu 5º Aniversário. Estes valorosos homens, in-cansáveis, que servem ao Senhor com alegria, reali-zaram este evento no lindo salão social da PIB de Mor-rinhos, construído por todos os homens daquela SMHB. Estavam presentes as SMHBs coirmãs da Congregação Ba-tista da Praia do Perequê, PIB

João Lukas e sua esposa, irmã Alma Lukas.

Por aqui passaram muitas famílias, como Mapelli, Pe-tcow, Popov, Mincoff, Fo-min, Gimenes e muitas ou-tras. Foram também muitos os obreiros que pastorearam esta igreja, quando registra--se em seus anais a eterna gratidão a todos. São eles: João Lukas, João Falcão So-brinho (vive ainda hoje no Rio de Janeiro), Josias Antu-nes, Francisco R. de Mello, Arold Bertrand, Angelo S. de Andrade, André Petcov, Ma-riano da Silva, José Evaristo, Manuel P. da Silva, Ulisses F. Borges e Elias R. Santana. Foram pastores que não só se notabilizaram no seu pas-toreio como também presta-ram sua contribuição na vida política, sendo alguns eleitos vereadores de nossa Câmara Municipal, com atuação des-tacada na comunidade.

Na década de 1950, a igre-ja chegou a ter mais de 300 membros e de onde saíram grande pastores, como Val-demar Fomin, Messias Lopes, Manoel de Jesus Thé, Rob-son da Silva (hoje Pastor em

de Santos, PIB Itapema-Gua-rujá, IB Getsêmani, IB Vila Aurea, IB Jardim Primavera e IB do Guarujá.

O Presidente da SMHB da PIB de Morrinhos, irmão Clóvis de Souza, trouxe-nos a mensagem, baseada em Filemom 1.4-10. Cada mem-bro da SMHB aniversariante foi homenageado pela UMH-

Monte Azul Paulista), Ismael A. Claro (atualmente Pastor de Dois Córregos).

A Igreja Batista de Quatá ainda organizou as Igrejas Ba-tistas de Paraguaçú Paulista, Rancharia e João Ramalho.

Ainda na década de 1950, a Igreja Batista de Quatá or-ganizou, administrou e man-teve o O.B.R.A.S. – Orfanato Batista da Alta Sorocabana - cuja diretora era Da. Ma-ria R. de Mello. Essa insti-tuição, por muito tempo, e em sede própria, acolheu jovens, adolescentes, órfãos, ministrando-lhes ensinamen-tos dirigidos às mais diversas profissões no comércio e indústria.

Tinha ainda uma bem mon-tada tipografia, onde os pró-prios abrigados aprendiam a arte da linotipagem, impres-são gráfica e funcionamento das máquinas.

Nos dias 8 e 9 de fevereiro a Igreja Batista de Quatá ce-lebrou seus 80 anos de orga-nização com uma festa muito bonita. Marcaram presença as Igrejas Batistas de Tupã, Varpa, Rancharia, Paraguaçu Paulista, Assis, Ourinhos e

BALP (União Missionária de Homens Batistas da Associa-ção do Litoral Paulista) com a medalha do Jubileu de Coral da mesma.

Louvamos a Deus pela vida destes homens que toda sexta-feira à noite realizam a Caminhada de Evangelização da PIB de Morrinhos até à Praia das Astúrias, levando a

tantas outras. Também esta-vam conosco familiares do saudoso Pastor Severino An-gelo de Andrade, como tam-bém as irmãs Ceci e Delli, filhas do saudoso Pastor Fran-cisco R. de Mello, vindas de Maringá – PR. Também veio de Nova Esperança – PR, a irmã Jandyra Mincoff (filha desta igreja), participar co-nosco deste momento espe-cial na vida de nossas igreja.

A igreja cantou vários hi-nos de gratidão ao Senhor, e tivemos a alegria de receber no dia 8 o quarteto da Igreja Batista Boas Novas de Var-pa, que nos abençoou com hinos de louvores a Deus. O templo ficou pequeno com a presença de tantos irmãos e amigos. Registramos tam-bém a presença da Prefeita Municipal, Luciana Casaca, saudando assim a igreja pelos seus 80 anos no município e foi uma benção receber como mensageiro o Pastor José Viei-ra Rocha, juntamente com o Pastor João Augusto Barbosa. Após o culto tivemos uma confraternização social.

No domingo pela manhã tivemos o culto e logo após

Palavra de Deus a todos que encontram pelo caminho e todo 1º domingo de cada mês fazem culto ao ar livre na principal praça do bairro. Ao final do culto, a SMHB da PIB de Morrinhos ofereceu saboroso lanche a todos os presentes. Deus seja louvado pela vida destes valorosos homens batistas.

foi oferecido um delicioso almoço com toda igreja. No culto da noite tivemos a par-ticipação do conjunto misto de nossa igreja e do irmão Severino fazendo um belo solo do hino Obra Santa. O Pastor José Vieira Rocha trouxe novamente uma pre-ciosa mensagem desafiando a igreja a prosseguir firme nas promessas de Jesus. A igreja vive um novo tempo desde fevereiro de 2011, com a chegada do Pastor Josias Nu-nes Barros, vindo da Primeira Igreja Batista de Conchas.

O Pastor está completando três anos à frente de nossa igreja. Hoje somos 120 mem-bros e estamos felizes com a vinda e o trabalho que o Pastor Josias vem realizando aqui, não só em nossa igreja, como também na cidade de Quatá, como disse a prefeita na ocasião do culto de ani-versário:” O Pastor Josias já é um cidadão quataense. Que o Senhor da igreja continue abençoando o ministério de nosso Pastor aqui em Quatá, que Deus permita isso por muitos e muitos anos.” A Deus toda honra e glória.

Igreja Batista de Quatá completa 80 anos

5o Aniversário SMHB PIB Morrinhos

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13o jornal batista – domingo, 20/04/14notícias do brasil batista

O mês de fevereiro foi recheado por grandes come-morações de ani-

versários de igrejas batistas em Campo Grande. Quatro igrejas – Segunda, Quarta, Memorial e Vila Célia – reali-zaram cultos comemorativos, louvando e agradecendo a Deus pelas bençãos alcança-das até a presente data.

A CBSM esteve represen-tada em todos os cultos. O presidente, professor Ivan Araujo Brandão, esteve pre-sente nos cultos da Segunda IB, da Quarta IB e da IB em Vila Célia. Pastor Adonias Moreira de Sousa Junior, pre-sidente da Associação Centro das IB de MS (Acibams) se fez presente no culto da IB Memorial.

Segunda IBA SIB louvou a Deus pelos

65 anos de sua organização, em comemoração realizada nos dias 8 e 9.

Na oportunidade o pastor Jonas Xavier de Pina, presi-dente da igreja, apresentou um mapa com a localização das igrejas e missões filhas, netas e bisnetas da SIB e a seguir a foto da fachada de cada uma dessas igrejas e missões, ressaltando a ex-pansão do evangelho a partir do trabalho realizado pelos membros da SIB, duranteos seus 65 anos de existência.

O coral da igreja, sob a re-gência de Elosande Camondá Pereira, louvou a Deus, e o preletor, pastor Roberto San-tos, da IB Central de Taqua-tinga-DF, apresentou a men-sagem com base em Filipen-ses 3:7-14, destacando dois tipos de esquecimentos:o negativo e o positivo. Dentre as áreas que precisam ser es-quecidas ressaltou: pecados, rancores e dissabores vividos e orgulho. Finalizou sua pala-vra enfatizando que o nosso passado precisa da misericór-dia de Deus, o nosso presen-te carece da graça de Deus e o nosso futuro necessita da providência de Deus.

Professor Ivan Araujo Bran-dão expressou em nome dos batistas sul-mato-grossenses

a gratidão a Deus pela cele-bração dos 65 anos da SIB e pelo trabalho de expansão do evangelho que a igre-ja realizou nesse período de sua existência. Agrade-ceu ainda a colaboração da igreja para com o Projeto Pantanal,entregando na sede da Convenção um significati-vo número de cestas básicas e de roupas e calçados para serem doados aos ribeiri-nhos.

Por fim,expressou a grati-dão ao pastor Marcos Batista da Costa pela sua atuação na área de Educação Teológica, dando informações sobre a nova instituição de ensino teológico, criada pela CBSM.

Quarta IBTambém nos dias 8 e 9

houve comemoração de 58 anos de atuação da Quarta IB em Campo Grande.

Pastor Valnison O. da Silva, pastor auxiliar, dirigiu o culto ressaltando que muitos são os motivos de louvor a Deus.

Coube ao pastor Marcelo Moura da Silva, presidente da igreja, fazer a apresentação do pregador, pastor Carlito Paes, presidente da PIB de São José dos Campos e res-ponsável pela Rede Inspire.

Com base em Números 9:15-23,o pastor Carlito Paes expôs a mensagem do Se-nhor, sob o tema: Siga os Sinais de Deus. Inicialmente relacionou os diversos cami-nhos pelos quais podemos andar: caminhar em jardim, em campinas, por estradas, montes, vales ou permane-cer no deserto. O caminho mais difícil é o caminho do deserto. No deserto desfruta-mos de proteção, recebemos orientação, aprendemos a nos adaptar aos sinais de Deus, encontramos descan-so, cumprimos o nosso cha-mado.

O presidente da CBSM, professor Ivan Araujo Bran-dão, expressou gratidão a Deus pela celebração dos 58 anos da igreja, pelo trabalho de expansão do evangelho e pela sua ousadia na cons-trução do prédio de quatro pavimentos na área adjacente

ao templo. Registrou ainda a gratidão da CBSM pela par-ticipação denominacional e fidelidade na contribuição do Plano Cooperativo e ofer-tas missionárias. Expressou ainda a gratidão aos pastores Marcelo Moura e Vanilson da Silva pela atuação na área de Educação Teológica.

IB Vila CéliaA IB Vila Célia realizou

culto de louvor a Deus dia 16, comemorando 34 anos de organização.

O prelúdio foi feito pelo conjunto masculino “Vozes do Pai”, sob a regência da irmã Cristina Leite. No de-correr do culto, esse conjunto louvou a Deus com inspirati-vos hinos.

O pastor Edil Gumercino da Silva Queiróz, presidente da igreja, fez a leitura do Sal-mo 148, expressando a ale-gria em receber os visitantes para juntos agradecer a Deus pelos 34 anos de existência da igreja.

A mensagem foi proferida pelo pastor Alessandro Soa-lheiro Barbosa, pastor da IB em Coronel Antonino, uma das filhas da IB Vila Célia.

Com base no texto de Ma-teus 18:23-27, pastor Ales-sandro destacou que temos uma dívida - que boas obras, religiosidade ou atitudes mo-rais não são capazes de pagar - mas que Jesus Cristo ao dar a sua vida, proporcionou o pagamento dessa dívida, cabendo-nos aceitá-lo como nosso Senhor e Salvador. Como gratidão pela salvação, devemos nos empenhar com muita dedicação na expansão do Reino de Deus, nos com-prometendo com as ativida-des que a igreja desenvolve.

Fa lando em nome da CBSM, o professor Ivan Arau-jo Brandão expressou grati-dão a Deus por todos esses anos de atuação profícua da IB Vila Célia, no trabalho de expansão do evangelho.

Agradeceu ainda a colabo-ração da igreja para com o Plano Cooperativo, ofertas missionárias e parceriascom a Capelania Hospitalar, com a participação do pastor Ed-

milson Jair da Silva Queiroz, no Hospital Rosa Pedrossian, e também com a parceria com a Missão Reconciliação, sob a coordenação do pastor Anésio Lopes de Oliveira.

Por fim, expressou a gra-tidão ao irmão Elenildo dos Santos Morais pela sua atu-ação na área de Educação Teológica e prestou informa-ções sobre a nova instituição de ensino teológico, criada pela CBSM.

IB MemorialA comemoração dos 52

anos de existência da IB Me-morial, a sexta IB da capital, foi realizada nos dias 15 e 16, mas o programa mais significativo foi na noite de sábado, dia 15.

Com presença marcante de membros da sede e das três Extensões da igreja – Nova Lima, Vida Nova e Núcleo Sul – um abençoado culto de louvor foi realizado no Espaço Alternativo Memorial, sob o tema “Uma só igreja em diferentes lugares”.

O grupo de louvor da Me-morial, liderado pelo mi-nistro de adoração, pastor Christian Anderson Doerz-bacher, foi abençoado com a participação dos ministros de louvor das Extensões, o mesmo acontecendo com o momento da Ceia do Senhor, que foi ministrada pelos pas-tores Franscemar da Silva (Nova Lima), Gideoni Beni-tes de Miguel (Vida Nova) e Aparecido Thomaz da Silva (Núcleo Sul). Participaram também os pastores

Richard Julles Benitez Shil-dt, ministro da Família e do Cuidado; Dihego Flores Spín-dola, ministro Educação; e pastora Suene Souza.

Pastor Adonias Moreira de Sousa Junior, presidente da Associação Centro das IB de MS (Acibams), saudou a igreja em nome dos batistas de MS.

Tomando como base o texto de Atos 9:31 – “Assim, pois, a igreja em toda a Judéia, Galiléia e Samária, tinha paz, sendo edificada, e andando no temor do Senhor; e, pelo auxílio do Espírito Santo, se

multiplicava”, pastor Eli Sou-za Júnior, ministro titular da Memorial, destacou que um organismo saudável cresce. Essa verdade aplica-se tam-bém à vida da igreja.

“Crescer é diferente de in-char. O crescimento saudável de uma igreja tem quatro direções”, explica pastor Eli, mostrando que:

1. a Igreja cresce para DENtrO

“Tinham paz” diz o texto. Esse primeiro crescimento é em direção à unidade. Jesus disse que o mundo veria Sua imagem em nós quando nos tornássemos UM.

2. a Igreja cresce para BaIXO

“Eram edificadas” diz o texto. Este é o crescimento do alicerce, da fundamentação. Esta é a raiz de profundidade que dará sustentação para a igreja. Crescer para baixo é crescer no conhecimento e comprometimento com a Palavra.

3. a Igreja cresce para CIMa

“Andando no temor do Senhor” diz o texto. Não podemos achar que nosso Deus é lugar comum. O li-vre acesso conquistado por Cristo não muda o caráter de santidade de Deus, mas nos torna santos como Ele é. Aproximar-se de Deus sem a perspectiva do seu poder é um ato lamentável. Devemos estar tremendo diante dEle.

A igreja que perde a pers-pectiva do temor ao Senhor já está em declínio.

Precisamos crescer para cima: «Conheçamos e prossi-gamos em conhecer a Deus» (Oséias 6:3).

4. a Igreja cresce para FrENtE (FOra)

“Se multiplicavam” diz o texto. Esse crescimento é o reflexo direto dos outros três. O texto não fala de um esfor-ço em aumentar os números e as estatísticas, mas indica claramente um crescimento impulsionado, orientado e sustentado pelo poder do Espírito Santo.

Igrejas saudáveis multipli-cam discípulos.

Quatro igrejas de CG comemoram aniversário

Os cultos comemorativos foram marcados por louvor, adoração e agradecimentos

a Deus pelas bençãos recebidas

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14 o jornal batista – domingo, 20/04/14 ponto de vista

Mark GreenwoodDepartamento de Ação Social da CBB

O pastor e a sua filha

No último ano de facul-dade, não estava claro para mim o que eu devia fazer com a vida depois da forma-tura. Deus já me havia cha-mado para ser missionário, mas a agência missionária recomendou que eu primeiro ganhasse experiência missio-nária na minha própria terra. Na faculdade, um grupo da ABU (Aliança Bíblica Uni-versitária) ministrava, de ma-neira informal, a moradores de rua.

Um dia, uma amiga, Hea-ther, que fazia parte do grupo comigo, disse: “Você devia trabalhar com meu pai!”. Eu não o conhecia. Ele li-derava um ministério bem estruturado entre moradores de rua, em uma cidade ao norte da nossa e, de fato, a amiga tinha razão. Se entre irmãos crentes pudéssemos ter heróis, seres humanos que consideramos um pou-co “maiores” que os anjos, então este pastor, Don, seria o meu herói. No ano e meio que passei sob a sua tutela, presenciei o que é servir com humildade e amor, e sempre com um sorriso nos lábios.

Há muitos anos que este herói vive com os anjos, mas a sua herança deixada à minha amiga foi o grande exemplo, que ela via desde criancinha, de como viver para Deus e para os outros, cuidando do próximo nas suas necessidades. Há vinte anos Heather é missionária no Japão. Aquilo que Don lhe ensinou continua reve-lando o amor de Deus à vida de outros.

Deuteronômio 26.12-15 (revista e atualizada)

O tema da CBB em 2014O tema da Convenção Ba-

tista Brasileira (CBB) para o ano de 2014 é “Família: o ideal de Deus para o ser humano”. Como os sermões e palestras na Assembleia da CBB em janeiro ilustraram bem, “a família” não signi-fica somente “pai, mãe e os filhinhos”. Às vezes, ela

restringe-se a menos que isso, enquanto outras vezes (como nos templos bíblicos) a família compreende um grupo mais abrangente. Po-rém, não importa o formato da família na qual cada um se encontra, ela simboliza (e para muitos é) um lugar de convivência, de conforto, de benção e de aprendizado. É onde comemos, rimos, cho-ramos, descansamos.

Junto a essa lista, a Bíblia traz o conceito da família como responsável por cuidar dos que sofrem necessidades materiais na comunidade. Este cuidado conta-se en-tre as coisas que devem ser aprendidas no seio da famí-lia, através da meditação na lei de Deus (Deuteronômio 6). Nesta lei meditaremos um pouco agora.

a família e o necessitado na lei de Deus

Ao longo dos primeiros cinco livros do Velho Testa-mento (a Torá – a lei), os que passavam necessidade ge-ralmente se encaixavam em uma de quatro categorias: os órfãos, as viúvas, os que caí-am em pobreza por falha da colheita ou problemas finan-ceiros, e os estrangeiros, con-siderados necessitados por muitas vezes chegarem à ter-ra como refugiados de guerra ou fome, e naturalmente em desvantagem por serem “de fora”. Junto com o órfão e a viúva, encontramos também o levita, não por ser pobre em si, mas por não poder providenciar para si mesmo através do cultivo, visto que era dedicado integralmente ao culto do Senhor.

Algumas das passagens da Torá destacam claramente a responsabilidade da famí-lia para com estas pessoas. Levítico 25.25-54 trata de situações de penúria, quan-do uma pessoa perdia seus bens, ou até a liberdade, por cair em pobreza. Neste caso, resgatar a pessoa desta des-graça era a responsabilidade direta da família. De dentro da família deveria surgir um goel – um parente próximo – para comprar de volta os bens ou pagar um resgate ou redenção, cobrindo as dívidas ou alforria da pessoa empobrecida.

O fato de que a escravidão seja aceita nesta passagem faz o trecho um pouco am-bíguo para nós, que hoje não aceitamos a escravidão em hipótese nenhuma. Não obstante, o ideal era que a pessoa não fosse escrava, e que os parentes próximos de cada um exercessem res-ponsabilidade por zelar pela liberdade e bons tratos do outro, até pagando a liberda-de, caso tivessem condições para tal.

Em Deuteronômio 26.12-13 encontramos uma cone-xão forte entre o lar, o cuida-do para com os que passam necessidades e a fidelidade a Deus. Depois de entregar os dízimos do terceiro ano, que deviam ser separados exatamente para fartar o le-vita, o estrangeiro, o órfão e a viúva, o ofertante devia declarar: “perante o Senhor: “Tirei de minha casa o que é consagrado e dei também ao levita, e ao estrangeiro, e ao órfão e à viúva, segundo todos os teus mandamentos que me tens ordenado; nada transgredi dos teus manda-mentos que me tens ordena-do; nada transgredi dos teus mandamentos, nem deles me esqueci”.

Obedecer aos mandamen-tos de Deus implicava em reconhecer que da própria casa, dos recursos da própria família, devia sair o neces-sário para que outros não passassem necessidade.

a família e o necessitado no Novo testamento

Para o povo de Deus no Novo Testamento a responsa-bilidade de cuidar dos outros nas suas necessidades conti-nuou clara, como também a conexão forte entre este cui-dado e a fidelidade a Deus. Aquilo que é implícito em Mateus 6.2-4 e Efésios 2.10, é explícito em Tiago 1.27:“A religião pura e verdadeira para com o nosso Deus é esta: visitar as viúvas e órfãos nas suas tribulações, e a si mesmo guardar-se incontami-nado do mundo”. Em relação à importância do cuidar do estrangeiro, a parábola do samaritano solidário é bas-tante vívida (Lc 10.25-37).

A responsabilidade da famí-lia neste cuidado é expressa

de maneira surpreendente nas palavras de Paulo em 1 Timóteo 5.3-4, escrevendo em relação a viúvas, especial-mente no versículo8: “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, têm negado a fé, e é pior do que o descrente.”

aprendendo em famíliaA família não deve ser ape-

nas o lugar onde praticamos o cuidado para com os ou-tros, devendo ser também onde aprendemos a impor-tância da busca da qualidade de vida para todos. A mãe do rei Lemuel entendia este prin-cípio importante, e por isso instruiu ao seu filho: “Abre a boca a favor do mudo, pelo direito de todos os que se acham desamparados. Abre a boca, julga retamente e faze justiça aos pobres e aos necessitados” (Pv 31.8-9).Cuidando dos necessitados

no século 21Hoje, não é difícil encon-

trar pessoas que caíram na pobreza por causa de eventos fora do seu controle, ou por causa de empreendimentos não produtivos; pessoas que vendem ou penhoram seus bens. Existem, também, pes-soas submetidas a situações análogas à escravidão. Elas entram por engano, acredi-tando que estão em viagem para um emprego melhor: homens que são presos a subempregos nos interio-res, mulheres forçadas a se prostituir, sem conseguirem ganhar o suficiente para co-brir as “taxas” que lhes são cobradas ao entrar no esque-ma enganoso. Onde estão os parentes ricos destas pes-soas? Onde estão os servos de Deus clamando para um jubileu, que as libertaria das suas dívidas e correntes?

Nenhum de nós é rei, e poucos têm uma posição de estar julgando a causa dos pobres, porém todos podemos procurar espaços públicos para abrir a boca. Todos podemos passar estas instruções para as nossas famílias. Existem igrejas com assessoria jurídica, buscan-do os direitos dos que não podem pagar um advogado. Porque não encorajar os nos-sos familiares, que têm dons e profissões relevantes, a

atuarem em ministérios como estes?

Talvez os exemplos bí-blicos possam nos parecer alheios. A complexidade da vida humana no século 21 faz com que tenhamos outras formas de pobreza e explo-ração. Porém, isso não nos exime, junto com as nossas famílias, da responsabilidade de cuidar dos que passam por necessidade. Ao cumprir esta responsabilidade, testemu-nhamos do grande amor de Deus, que nos encontrou na nossa necessidade.

O flanelinha e a corridaEm uma igreja batista no

Ceará conheci o Henrique. Anos atrás, ele trabalhava como flanelinha perto de uma repartição pública, mas também era atleta, corria ma-ratonas. Na sua vizinhança humilde, vendo os meninos sem nada a fazer, decidiu começar a treiná-los em atle-tismo. Ninguém tinha tênis, mas corriam assim mesmo. Isso o levou a organizar uma corrida no dia do Natal, pois ele queria dar um presente para eles e, sem dinheiro, era o jeito que ele encontrou.

Deu certo: a corrida tornou--se um evento anual, mas não dava mais para organizá-la sozinho, então a esposa, os filhos e irmãos começaram a se envolver. A corrida ga-nhou fama, e vieram atletas de outros bairros e cidades, até chamando a atenção de redes de televisão. Nos jogos Pan-americanos de 2011, um dos meninos da vizinhança ganhou bronze para o Brasil. Nasceu também um projeto permanente, no qual há cur-sos de informática e cidada-nia, e estudos bíblicos.

O mais bonito de tudo isso é que, passados vinte e tantos anos, continua essencialmen-te algo do bairro, da rua, da família. Passe lá qualquer dia da semana e você encon-tra Henrique e a sua esposa, Cláudia, com seus filhos, so-brinhos e sobrinhas, irmãos e irmãs, cunhados e cunhadas. Chega outubro, e lá estão, organizando a propaganda, patrocínio, inscrições e a lo-gística para a corrida - toda a família engajada em trazer alegria e o amor de Deus para as crianças da vizinhança.

Departamento de Ação Social da CBB

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15o jornal batista – domingo, 20/04/14ponto de vista

Francisco Mancebo ReisColaborador de OJB

Por ocasião da Páscoa, um repórter entrevis-tou algumas pessoas na rua: “Que é Páscoa

para você”?“A Páscoa é chocolate”,

disse um. “A Páscoa é dia santo”, respondeu outro. Um terceiro acertou pela metade: “A Páscoa é ressurreição”.

Deus ofertou seu amado Filho para nascer, viver, mor-rer e ressuscitar em favor dos pecadores. É fácil perceber nas Escrituras que Jesus viveu e morreu ensinando. Convém aprender com ele a viver e morrer.

Refletindo um pouco acerca de sua crucificação, edifica--nos sobremaneira sua pos-

tura. O calvário passou de crueldade imperdoável a ins-trumento de aprendizagem. O varão de dores transformou seus sofrimentos em bálsamo para nossas feridas. Ainda mais: ele usou a cruz como púlpito portador de mensa-gens inesquecíveis, conforme registradas nos Evangelhos.

1. Intercedendo pelos car-rascos e por quantos ignora-vam suas virtudes, abre a boca e distribui compaixão: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem”(Lc 13.34). Temos aprendido a perdoar com esse divino e incomparável modelo?

2. A um malfeitor sensível aos próprios erros, que su-plica um lugar no seu reino, prontamente atende: “Hoje estarás comigo no paraíso”(Lc 23.43). Ao pregarmos, acre-

ditamos na possível recupe-ração dos mais desumanos pecadores?

3. Apesar do indescritível desconforto que experimenta, tem os olhos voltados para sua querida mãe, entregando-a ao discípulo amado, a quem pede cuidados filiais para com ela: “Mulher, eis o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis a tua mãe” (Jo 19.26-27). Tra-tamos nossos familiares com desvelo e carinho?

4. Num momento de ex-trema dor e humilhação, pa-rece sentir-se abandonado pelo Pai, e solta um brado de aparente queixa: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”(Mc 15.34). Como lidamos com a sensa-ção de abandono? Buscamos com reverência a instrução?

5. Transparecendo e con-firmando a realidade de sua condição humana, pleiteia uma forma de alívio: “Tenho sede”(Jo 19.28). Reconhece-mos, humildemente, nossas carências? Somos capazes de confessá-las?

6. Consciente da missão cumprida, já satisfeitas todas as exigências de sua árdua missão messiânica, inclusive o martírio, declara vitorioso: “Está consumado”(Jo 19.30). Esforçamo-nos para levar ao fim as tarefas diárias?

7. Finalmente, após pere-grinação acidentada e inten-so labor, atitudes e lições incompreendidas por muitos, mas por outros aceitas de boa vontade, clama com grande voz: “Pai, nas tuas mãos entre-go o meu espírito”(Lc 23.46).

Mesmo experimentando a dor intensa, chamamos Deus de Pai, imitando seu amado Filho?

Proveitoso é recordar o ape-lo de Jesus em Mateus 11.29: “Aprendei de mim”.

Com o Cristo crucificado aprendemos o relacionamen-to nas duas direções: vertical e horizontal - com Deus e o próximo. Aprendemos a conviver na adversidade, a sofrer afrontas, a perdoar, a reconhecer nossas limitações e carências, a buscar socorro, a cumprir tarefas e a descan-sar no Pai.

Com acerto, ajuíza Stanley Jones, em seu excelente livro Cristo e o Sofrimento Hu-mano: “Jesus não suportou a cruz, usou-a”. É a dinâmica da Páscoa.

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