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1 ISSN 1679-0189 Ano CXIII Edição 27 Domingo, 07.07.2013 R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Diante das últimas manifestações populares que ocorrem por todo o país, a Coordenadora do De- partamento de Ação Social da CBB, Luciene Fraga, apresenta as maneiras como a sociedade civil pode participar de forma direta na construção da socieda- de e de políticas públicas (pág. 10). A importância da participação social A Associação Batista Leta no Brasil, formada por filhos e descendentes de imigrantes da Letônia, agra- deceu a Deus por significativas experiências de suas famílias e das igrejas Letas. Foi um momento histó- rico de muitas recordações para os descendentes e de novos desafios para todos (pág. 13). Com grande alegria, os voluntários da Primeira Igreja Batista em São João de Meriti, no Rio de Janeiro, realizaram um impacto evangelístico nas cidades de Araçás e Pindoretama, no Ceará. Apesar dos voluntários realizarem diversas atividades, como por exemplo, aconselhamentos, aplicação de flúor, visitações e estudos bíblicos, o que mais impactou esses missionários foi a demonstração de amor das crianças e adolescentes com que conviveram (pág. 08). 121 anos dos Batistas Letos no Brasil Pés nas estradas do Ceará

Jornal Batista nº 27

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Leia o Jornal Batista nº 27 desta semana - 07/07/2013.

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Page 1: Jornal Batista nº 27

1o jornal batista – domingo, 07/07/13?????ISSN 1679-0189

Ano CXIIIEdição 27 Domingo, 07.07.2013R$ 3,20

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

Diante das últimas manifestações populares que ocorrem por todo o país, a Coordenadora do De-partamento de Ação Social da CBB, Luciene Fraga, apresenta as maneiras como a sociedade civil pode participar de forma direta na construção da socieda-de e de políticas públicas (pág. 10).

A importância da participação social

A Associação Batista Leta no Brasil, formada por filhos e descendentes de imigrantes da Letônia, agra-deceu a Deus por significativas experiências de suas famílias e das igrejas Letas. Foi um momento histó-rico de muitas recordações para os descendentes e de novos desafios para todos (pág. 13).

Com grande alegria, os voluntários da Primeira Igreja Batista em São João de Meriti, no Rio de Janeiro, realizaram um impacto evangelístico nas cidades de Araçás e Pindoretama, no Ceará. Apesar dos voluntários realizarem diversas atividades, como por exemplo, aconselhamentos, aplicação de flúor, visitações e estudos bíblicos, o que mais impactou esses missionários foi a demonstração de amor das crianças e adolescentes com que conviveram (pág. 08).

121 anos dos Batistas Letos no Brasil

Pés nas estradas do Ceará

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2 o jornal batista – domingo, 07/07/13 reflexão

E D I T O R I A L

Cartas dos [email protected]

Como abençoar um pastor jubilado?

• Considerei muitíssimo bela e animadora a mensa-gem dirigida aos “Pastores Jubilados”, o Editorial do OJB de 16 de junho de 2013: “Como abençoar um pastor jubilado?”

Que editorial feliz, abenço-ador e encorajador dirigido a pastores jubilados. Nunca antes li tão lindo testemunho a respeito destes que dera, a sua vida em prol da mais importante de todas as obras neste mundo: Pregar o santo e imutável Evangelho de Cristo, e cooperar decisivamente na expansão do Reino de Deus. Ganhar almas para Cristo, instruí-las a viver a vida digna de sua vocação e estarem fir-madas na sã doutrina.

Faço parte deste grupo de jubilados, e pela graça de Deus e seu rico amor, estou dentro daquilo que foi escrito no referido Editorial. Além das excelentes sugestões dadas, acrescento mais uma: a da visitação aos idosos, enfermos e solitários. Como se alegram ao receber uma visita, ouvir a leitura da Palavra de Deus e oração. A Palavra de Deus nos estimula a tais atitudes, onde diz: “Na velhice darão ainda frutos” (Salmo 94.14a).

Que a graça e paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus,

esteja com todos os meus ama-dos colegas de Ministério, cuja vida foi gasta em servir a Deus em diversas igrejas e institui-ções e que ainda são úteis no santo ministério de expansão do Reino de Deus, sob a pode-rosa atuação do Espírito Santo.

Gustavo NeumannPastor Emérito da PIB em

Marechal Cândido Rondon, Paraná

Descontentamento

• Srs. Ministros do STF. É o meu desejo que Jesus Cristo o nosso Salvador, Filho do Deus vivo, os acompanhem em seus julgamentos e decisões. Que as suas decisões tenham respaldo e base em nossas leis. Que os Srs. Ministros com a

inteligência e o conhecimento que Deus lhes deu, não dei-xem que a jactância tenha in-fluência em seus julgamentos.

Eu fui criado em um lar cris-tão. Meu pai (o melhor pai, o maior, o mais honesto e edu-cado homem que conheci) foi um pastor evangélico, batista tradicional. Pastor Manoel Lopes Cardoso Filho. Grande admirador e defensor, da pri-meira instituição criada por Deus, a família. Somos um total de cinco irmãos, todos criados com uma educação rígida, e com os princípios morais que a sociedade re-quer. Mas, criados também, nos conhecimentos bíblicos, com amor ao nosso Criador, o nosso Deus. E também pos-teriormente, amor aos nossos

irmãos. “Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?” (I João 4.20). O meu pai dizia que uma sociedade forte é constituída por famílias fortes. O respeito ao próximo, a educação, o cumprimento com os deveres social e cívico se aprende em família.

Nossa constituição foi ela-borada para todos os brasilei-ros, quer seja: rico ou pobre, de cor clara ou escura, gordo ou magro, bonito ou feio, e alto ou baixo. O nosso STF é composto por brasileiros, inseridos nesses exemplos ci-tados. E sendo brasileiros, de-vem respeitar a constituição. A Instituição família começa com um relacionamento en-tre homem e mulher. Deus criou a família, com a família, damos continuidade a nossa prole. Como daremos conti-nuidade a nossa existência, se esses relacionamentos, ho-mem com homem e mulher com mulher, continuarem sendo aprovados pelo nosso Supremo Tribunal Federal?

Fica registrado o meu protes-to: Primeiro como homem de Deus, temente a Deus, e segun-do como brasileiro, pertencente a uma nação que sempre teve como princípio a dignidade, e o auto padrão de prioridade com relação a família.

Orlandino L. CardosoPIB Parque Real, Realengo, RJ

Começa o mês de missões estaduais

Está aberto o mês de missões estaduais. É o momento de agir, orar, servir, se dedicar ao

chamado de Deus. Atravesse a rua, ou a cidade, ou o es-tado e invista na vontade de Deus. Missionário é aquele que pensa em abençoar o próximo, independente de fazer um curso de missiolo-gia, independente de sair de casa. Para o missionário todo o terreno é fértil, em casa, no vizinho, até mesmo na inter-net. O missionário abençoa até no meio virtual, porque o texto de Mateus 28.19-20 não é um mandamento para ele, mas atitude natural do servo de Deus. “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos

tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém”.

Missões não começa com um projeto, mas com o de-sejo de servir o próximo e a sociedade. É assim para orar, é assim para ir ao campo, o desejo no coração de fazer, de tomar um passo diante da sociedade. Tem sido assim também com os cristãos que tem participado das manifes-tações sobre diversos assun-tos em todo o Brasil. Para o cristão não é uma questão de revolta, mas de conscien-tização. O desejo de mudar a sociedade não só para si, mas também para o próximo. É por isso que em muitos projetos missionários existem atividades sociais, como por exemplo, aplicação de flúor, palestras sobre saúde, consul-

ta com médicos, e consultas jurídicas com advogados.

O próprio Jesus realizava ações sociais, curava, mul-tiplicava o alimento, e eram através dessas ações que a Glória de Deus era vista. O missionário não só fala o que consta na Bíblia, mas age con-forme o que está na Bíblia. E existem muitas formas diretas de agir seguindo o exemplo de Jesus dentro da sociedade, não precisando ser um políti-co, nem fazer milagres. Como orientado nesta edição na pá-gina 10, pela Coordenadora de Ação Social da Convenção Batista Brasileira, Luciene Fraga: “A Constituição de 1988 consagrou o princípio da participação social como forma de afirmação da demo-cracia. A participação social é o envolvimento dos cidadãos nos processos decisórios em

uma sociedade e isso implica em entender as variadas ações que diversas forças sociais desenvolvem com o intuito de influenciar a formação, execução, fiscalização e ava-liação de políticas públicas na área social como: saúde, educação, habitação, trans-porte, etc. Uma das formas de participação social é o envolvimento nos conselhos de direitos”.

Deste mês de julho de 2013, até o começo de 2014, estão programadas diversas Conferências Nacionais. Com etapas municipais, estaduais e nacionais as Conferências abrangem assuntos como: as-sistência social, meio ambien-te, educação (ver página 10). É hora dos cristãos marcarem presença nas decisões sociais, afinal de contas, isso também é fazer missões. (AP)

As mensagens enviadas devem ser concisas e identificadas (nome com-pleto, endereço e telefone). OJB se reserva o direito de publicar trechos. As colaborações para a seção de Cartas dos Leitores podem ser en-caminhadas por e-mail ([email protected]), fax (0.21.2157-5557) ou correio (Caixa Postal 13334, CEP 20270-972 - Rio de Janeiro - RJ).

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTELuiz Roberto SilvadoDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIA DE REDAÇÃOArina Paiva(Reg. Profissional - MTB 30756 - RJ)

CONSELHO EDITORIALMacéias NunesDavid Malta NascimentoOthon Ávila AmaralSandra Regina Bellonce do Carmo

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REDAÇÃO ECORRESPONDÊNCIACaixa Postal 13334CEP 20270-972Rio de Janeiro - RJTel/Fax: (21) 2157-5557Fax: (21) 2157-5560Site: www.ojornalbatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOSW.E. Entzminger,fundador (1901 a 1919);A.B. Detter (1904 e 1907);S.L. Watson (1920 a 1925);Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);Moisés Silveira (1940 a 1946);Almir Gonçalves (1946 a 1964);José dos Reis Pereira (1964 a 1988);Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

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(Dedicado ao leitor Samuel Rodrigues de Souza, do Rio de Janeiro, RJ)

“A liberdade não consiste em fazer o que queremos, mas em ter o direito de fazer o que devemos” (João Paulo II).

Numa fase de plena popularidade, sob o comando do jo-vial cardeal Karol

Josef Wojtyla, o Vaticano realizou, em 1984 e 1985, encontros internacionais, em âmbito diocesano, a fim de aproximar jovens católicos de todas as partes do mundo. Esses eventos faziam parte da estratégia papal de renovar a música dedicada à juventude católica.

No Brasil, tiveram como resultados o hinário da Re-novação Carismática Católica (1994) e a coletânea “Lou-vemos o Senhor” (1995), e, como efeito duradouro, a adoção de cânticos ecume-nistas, isto é, de uso comum a católicos e evangélicos (OJB, 21 abr 96 e 19 mai 96). Jovens que foram em 1995 ao Congresso da Aliança Batista Mundial, em Buenos Aires, voltaram cantando al-guns desses cânticos.

Em 1985, João Paulo II tinha instituído a Jornada Mundial da Juventude, que sempre teve crescente parti-cipação de jovens; na 26ª, em Madrí, em 2011, mais de dois milhões. Tendo em vista a influência da música pro-fana popular, durante duas décadas prevaleceu o gosto musical da juventude.

Para os teóricos da Reno-vação Carismática Católica (RCC) eram importantes os textos procedentes de fonte católica ou que exaltavam a doutrina católica; quanto às músicas, aos estilos e aos instrumentos musicais, não faziam restrições.

Ao assumir o papado, o cardeal Joseph Ratzinger (papa Bento XVI), deu sua orientação musical. Para nossa surpresa, em 29 de ju-lho de 2005, na catedral de Köln (Colônia, Alemanha), ao abrir o 20º Dia Mundial da Juventude (XX Weltju-gendtag), mandou executar a “Missa Solene”, de Ludwig van Beethoven. Não sabe-

mos se os jovens católicos gostaram da dieta musical de Colônia ...

Tínhamos aprendido no estudo da música sacra que a adoção da sonata e o pre-domínio do instrumento mu-sical sobre a voz humana prejudicara a música do culto cristão. Além disso, a lingua-gem romântica, a execução orquestral, a inobservância das normas litúrgicas, o estilo concertante, a comunicação emocional, a partitura gran-diosa, a ênfase em certas palavras, a estrutura sinfônica e a supervalorização da ex-pressão, tudo isso encontrá-vamos naquela obra-prima de Beethoven. Concordamos que ele não é compositor completamente mundano ou profano.

Paul Dukas, compositor e crítico, escreveu a respeito: “Obra isolada, fora da liturgia e mesmo de toda a interpre-tação religiosa tradicional, a Missa é uma concepção de dramaturgo e de visionário”. Foi contestado por Warren Kirkendale, para quem “essa Missa saiu do vácuo históri-co: está profundamente an-corada nas tradições antigas”. Até mesmo Beethoven pode desagradar a certos ouvintes.

Ratzinger, erudito na teolo-gia e na música, não analisou os aspectos técnicos da obra;

preferiu apreciá-la como ora-ção: “A ‘Missa Solene’ é mais do que música litúrgica. As palavras da oração tornam--se meios de levantar-se com esforço para chegar a Deus, de sofrer com Deus, e con-sigo mesmo; assim fazen-do, tornam-se degraus de uma escada que o homem sobe, para subir até Deus, aproximar-se dEle, e assim experimentar novamente a alegria com Deus. A ‘Missa Solene’ é um testemunho de uma incessante busca pela crença, que se recusa a dar suas costas a Deus”. Ratzin-ger foi sábio: os jovens foram à Jornada num esforço para encontrar-se com Deus.

Em 24 de agosto de 2011, o papa Bento XVI anunciou a próxima Jornada; logo em se-guida, fez questão de traçar o perfil do repertório musical, numa audiência no Vaticano, com as seguintes palavras: “Quando escutamos uma peça de música sacra que faz vibrar as cordas do nosso co-ração, nossa alma se dilata e se sente impelida a dirigir-se a Deus. Vem-me à memória um concerto de música de Jo-hann Sebastian Bach, em Mu-nique, dirigido por Leonard Bernstein. No final da última peça, uma das cantatas, senti, não racionalizando, mas no profundo do coração, que

o que eu havia escutado ha-via me transmitido verdade, verdade do sumo composi-tor que me conduzia a dar graças a Deus. Ao meu lado estava o bispo luterano de Munique e espontaneamente lhe comentei: “Ouvindo isso se entende: é verdadeira, é verdadeira a fé tão forte e a beleza que expressa irre-sistivelmente a presença da verdade de Deus”.

A 27ª Jornada será realiza-da no Rio de Janeiro, de 23 a 28 de julho de 2013, agora liderada pelo papa Francisco (cardeal Jorge Maria Bergo-glio).

O repertório musical da Jor-nada foi organizado entre no-vembro de 2012 e fevereiro de 2013, quando Bento XVI renunciou ao pontificado. Considerando a antecedência que mereceu sua elaboração, é possível que ainda se faça sentir a orientação papal an-terior.

Pelas informações que ob-tivemos, as músicas obede-cerão a critérios de home-nagens a Jesus, Maria, São Francisco e ao papa, e de celebração dos atos litúrgicos (“Kyrie Eleison”, “Gloria”, “Aleluia”, “Ofertório”, “Sanc-tus”, “Cordeiro de Deus”, “Tantum Ergo”).

Para certas composições, foram convidados os pa-

dres Marcelo Rossi, Fábio de Melo e José Cândido; os padres Jorjão e Sérgio Muniz fizeram a análise teológica dos cânticos, que vale como certificado de sua qualidade. Gostaríamos que as editoras e gravado-ras evangélicas contratas-sem revisores, não somente literários, mas também teo-lógicos.

Da execução musical par-ticiparão instrumentos da música popular (bateria, bai-xo, violão, guitarra, percus-são, cítara), além de pianos, teclados, sopros, cordas, e algumas vozes. Destacamos a presença dos nossos co-nhecidos trompista Philip Doyle, pianista Wagner Tiso e violoncelista Jaques More-lenbaum.

Cremos que os organiza-dores da Jornada, tendo em vista o tamanho e a importân-cia do evento, são dotados de discernimento para oferecer à sua juventude música de boa qualidade.

Como a juventude católica, de várias partes do mundo, receberá a música executada na Jornada?

Sugerimos que os nossos pastores e dirigentes musi-cais ouçam os cânticos da Jornada. Como os jovens evangélicos receberiam esse tipo de música?

MÚSICARolando de nassau

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4 o jornal batista – domingo, 07/07/13

GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

Antes de comer, minha missão

reflexão

Abraão mandou seu mordomo, homem religioso e de con-fiança, até a casa

dos seus parentes, para es-colher uma esposa digna do filho Isaque. Em lá chegando foi bem recebido por Betuel, o patriarca, e por Labão, o filho mais velho. Ao saber da missão do mordomo, re-velou o caráter do servo de Abraão: “Não posso comer, enquanto não disser porque estou aqui”. “Está certo”, respondeu Labão, “conte o motivo da sua viagem” (Gê-nesis 24.3).

As prioridades pessoais revelam muito sobre o ca-ráter de alguém. Porque saibamos ou não, natural-mente colocamos no pri-meiro lugar da nossa lis-

ta das coisas importantes aqueles assuntos que, para nós, têm mais peso, maio-res consequências, exijam mais esforço e cuidado. Para o mordomo de Abraão, cumprir sua missão estava absolutamente no alto de suas prioridades: descansar após uma longa viagem e comer uma boa refeição eram importantes, mas não eram essenciais. Primeiro, as primeiras coisas.

A Bíblia nos conta este epi-sódio porque, até nos dias de hoje, nosso caráter cristão é revelado pela lista das nossas prioridades. Pessoas espiri-tualmente saudáveis dão a maior importância às coisas espiritualmente saudáveis. E, não ao contrário. Antes de comer, nossa missão!

Pastor Manoel de Jesus TheColaborador de OJB

Causou muita curio-sidade quando pu-blicamos no Face-book, que nossa

experiência com um pe-queno abalo sísmico, na madrugada do dia 17 de dezembro, em Montes Cla-ros, tinha sido emocionante. Um dos jovens, de uma de nossas ex-igrejas, perguntou--nos se estávamos à pro-cura de esportes radicais, oferecendo-nos um salto de paraquedas. Aproveitamos para mostrar a importância de estarmos munidos de informações. Antes de nos dirigirmos a Montes Claros nos informamos a respeito, através de pesquisas já fei-tas, e nos certificamos que se trata de pequena falha geológica.

O povo de nossos dias é alvo de constantes infor-mações bombásticas. Tan-to estão atrás de conhecer, como de vinculá-las, mas as emoções sempre carecem de um exagero maior para cha-marmos a atenção. O falar sem ter informações precisas é um hábito (mau hábito por sinal), encontrado no meio evangélico, principalmente.

A experiência que vive-mos com nosso primeiro pastorado é uma prova dos abalos provocados por pro-nunciamentos precipitados. Como o autismo na década de 60 era pouco conhecido,

surgiu, em nosso primeiro ministério os maiores dispa-rates e maus julgamentos. Eis uns exemplos: “Incrível! O pastor e esposa não sabem dar educação e bons modos para o filho!” “Ele não fala por que a mãe trabalha fora (meio período), e não fala com o César”. O pior foi de uma psicóloga: “Ele foi rejei-tado, ainda quando estava no útero”. Isso estava na moda, para a maioria das “doutoras” da época. “Usa fralda ainda aos 5 anos por que a mãe não coloca no troninho”. Mal sabiam que ele já nascera no troninho, pois mandava em nós dois e nos parentes tam-bém. Essa é de doer! “Ele, se doente, não é curado, pois o pastor é contra o avivamento, e, se for curado, fortalecerá a doutrina dos dons, que o pastor, como batista, rejeita”. O filho autista foi o melhor Seminário que estudei na minha vida. Ensinou-me, através de situações humi-lhantes, um pouquinho de humildade. Os julgamentos foram tão ferinos que, não aguentando, pedimos demis-são do pastorado.

Agora é oportuno refletir-mos: O que leva os crentes a opinarem tanto sobre a desgraça alheia? Por que nossas reuniões de oração transformam-se em tribu-nais de juízo do próximo? Por que temos que nos pro-nunciarmos sobre fatos que ainda não estamos bem in-formados? Aí vão algumas

sugestões: Antipatia gratuita. Antagonismo inerente na personalidade, principal-mente contra pessoas que ocupam posições de lide-rança. Mágoas antigas não superadas. Pronunciamentos precipitados em busca de visibilidade. Cobrança de retorno para qualquer coisa que faça na igreja (teria, no caso, sido feita para a glória do Senhor?), e, por último, fracasso espiritual no viver, exigindo uma compensação para anestesiar a consciên-cia.

O fracasso espiritual no viver fora da igreja, cria um vazio na alma, que precisa ser compensado com muito ativismo e visibilidade no seio da igreja. Não haven-do alegria por vitórias no mundo, precisamos tê-las doutra forma. Nada que fi-zermos dentro de um tem-plo, cobrirá a alegria que o ganhar uma alma para Cristo nos traz. No culto promovido pela PIB de São Paulo, numa praça pública, tivemos muitos conjuntos musicais se apresentando. Houve técnica e boa quali-dade por parte de todos os participantes, mas, quando o maestro Roberto Mintzuk regeu o coro dos ex-viciados da Cracolândia, parece que vimos o céu abrir-se e descer sobre nós. Eles provocavam o maestro, manifestando que buscavam uma apoteose maior, e o maestro demons-trava que estava aceitando o

desafio, pareciam-nos que, de repente, veríamos o céu abrir-se e descer sobre nós. Isso sensibilizou outros, ago-ra já libertos e vivendo em sociedade, que estavam fora do coral, a fazer o mesmo.

Pensei: Se isso já acontece aqui na terra, que se dirá de quando Cristo voltar. Foi a contagiante alegria sobre o pecado e a morte. Vitórias no inferno que nos

rodeia, tem tornado nossa comunhão e nossos louvo-res, secos, formais, e artifi-ciais, sem vida. Às vezes, vemos que as facilidades de sermos crentes na igreja, são tão grandes, que até o não crente é um bom crente na igreja. Vamos clamar ao Senhor que nossos abalos espirituais produzam abalos fora da igreja, pois é isso que encherá nossas igrejas.

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5o jornal batista – domingo, 07/07/13reflexão

SâmiaMissionária da JMM

“O c r e n t e é obra ina -c a b a d a ! ” dizia certo

pastor amigo meu! De fato, dependemos da graça de Deus para nosso crescimento e sustentação. Em I Corín-tios 3, Paulo “batendo” nos ditos “cristãos carnais” vai dizer: “... edifício de Deus sois vós” (vers. 9c). Seguindo ele vai tratar da questão do fundamento que é posto na vida de cada um. Finalmente no verso 13, ele vai fazer a seguinte afirmativa: “a obra de cada um se manifestará, o Dia a declarará...”.

É interessante que quando ele fala em colocar os fun-damentos faz menção ao tipo “alicerce” que os “cons-trutores” (os líderes) estão edificando. Ele os conclama a não lançarem outro funda-mento senão Cristo. Somos chamados à atenção para os ensinamentos que os líderes

Carlos Henrique FalcãoPastor da IB da Liberdade, RJ

A história diz que houve outros movi-mentos de iniciativa popular que impac-

taram as autoridades brasi-leiras. Eu, pessoalmente, não me lembro. Os “Caras Pin-tadas” foi diferente. O povo queria, o sistema Globo de Jornalismo queria, os políti-cos aproveitaram para querer também e, principalmente, o sistema financeiro também queria tirar o Presidente do Brasil. Foi fácil! Nos últimos dias temos assistido uma ex-pressão popular legítima em que milhares de pessoas saí-ram às ruas de todo o Brasil para mostrar insatisfação. É claro que diante de tamanha concentração de vozes, os políticos já começaram a ceder, ou pelo menos, a faze-rem o que mais sabem fazer - dizer que vão resolver. Mas

estão trazendo para o meio do povo, contudo, no verso 13 deste mesmo capítulo 3 ele ressalta a responsabilida-de individual de cada crente. O que quero dizer é que ape-sar dos pastores serem servos usados para edificação de nossa fé, isso não exclui nos-sa responsabilidade pessoal para com Deus.

Gostaria de lembrá-los da história de Jenny Geddes. Ela era rude, humilde, não pertencia à aristocracia da sua época, não tinha boa aparência e não era dotada de nenhum brilhantismo in-telectual. Mas quando em 1637, Carlos I tentou forçar Igreja da Escócia, já reforma-da, a retornar ao antigo ritual religioso, essa mulher sim-ples levantou-se no meio da reunião e com muita deter-minação gritou ao arcebispo: “... você ousa a dizer a missa na minha orelha?”. Em outras palavras: “Sou uma pessoa simples, mas conheço bem a Palavra de Deus! Sou uma pessoa pobre, mas não sou

foi preciso milhares de pesso-as se unirem para preocupar os administradores em todas as esferas do poder.

Esta expressão popular de força não se aplica no seu relacionamento com Deus. Você não precisa se unir a muitos outros crentes para Deus ouvir a sua oração. Caso isso fosse verdade, as igrejas maiores, teriam mais poder de reivindicação dian-te de Deus. Se assim fosse, imagine se você estivesse sozinho! Como seria?

O seu relacionamento com Deus é pessoal e individuali-zado. Jesus disse que o crente pode estar sozinho no acon-chego do quarto e falar com Deus que Ele ouve (Mt 6.6). Jesus também diz que Deus já sabe o que você precisa antes mesmo de pedir. Ele já come-çou a trabalhar antes para lhe atender no tempo certo. Deus não toma decisões de última hora como se fosse pego de

ignorante quanto às doutri-nas bíblicas! Sou do ‘povão’, mas não me deixarei enga-nar! Não retrocederei na fé!” Ainda parafraseando eu diria que ela pensou: “Devolvam o meu culto!”. Ela queria uma pregação bíblica.

Bem, vocês conhecem o final da história. Ela jogou o banquinho que levava pra sentar no culto em cima do novo arcebispo e depois os demais fizeram o mesmo com o que tinham em mãos. O tumulto foi geral na con-gregação. A revolta tomou as ruas. Naquele mesmo ano, bispos e arcebispos foram expulsos sendo restaurado o culto nos moldes bíblicos. Vejam que apesar da força do temperamento de Jenny Geddes, ela não admitiu fun-damento alheio. Ela reagiu ao falso ensinamento da Pa-lavra lutando por sua fé. Essa é nossa responsabilidade como cristãos. Agradecemos ao Pai pelos zelosos minis-tros que servem entre nós. Contudo, cabe a cada cristão

surpreso com a sua oração. Ele sabe cuidar de você por-que sabe o que você precisa. Então ore sempre.

No meio da multidão que apertava Jesus, ele parou para atender uma pobre senhora, mesmo sabendo da urgência da viagem, pois a filha do dirigente da sinagoga acabara de morrer. Jesus pergunta: Quem foi que me tocou? (Mc 5.30). Os discípulos ficaram espantados, pois uma grande multidão apertava Jesus. Sem dar resposta, Jesus continuou olhando para a multidão, porque ali estava a pessoa que creu nele e foi curada. Entre todas aquelas pessoas que esperavam alguma coi-sa, Jesus parou e abençoou somente aquela mulher.

Entrando em Jericó, no final do seu ministério, novamente Jesus era acompanhado por uma grande multidão. Um cego de nascença que soube da sua presença começou a

verificar se o fundamento re-cebido é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno ou palha, como Paulo diz no versículo 12.

Perder o foco da cruz e do Cristo ressurreto pode levar a heresias e destruir a Igreja. Assuntos periféricos e ativismos podem conduzir o rebanho à superficialidade e falta de firmeza espiritual. A grande tentação do Dia-bo na Igreja é levá-la a ficar mais afastada possível das doutrinas bíblicas. A ficarem longe de pregações sobre a centralidade do senhorio de Jesus. Não terem paixão pe-las Escrituras tratando teolo-gia bíblica e história da igreja como temas irrelevantes. Nossas comunidades cristãs estão deixando de ouvir so-bre como o Reino de Deus traz transformações aplicá-veis para nossos dias, e de como podemos influenciar e impactar nossa sociedade. A ausência desta mensagem faz com que tenhamos uma geração de cristãos ecléticos,

gritar: “Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim” (Lc 18.38). As pessoas repreen-deram aquele morador de rua para que se calasse. Todos ficaram espantados quando Jesus parou e perguntou ao homem: “O que você quer que eu faça?” Prontamente o homem respondeu: “que eu possa ver!” Jesus é assim. Entre tantas pessoas ao seu redor, com causas “nobres”, parou para socorrer alguém que tinha o coração cheio de fé e também creu em Jesus.

Mais na frente, escondido entre as folhas de uma árvo-re, estava um homem que era rejeitado pela multidão. Não somente Jesus pediu para Zaqueu descer da árvore como também disse que iria entrar em sua casa para uma refeição (Lc 19.1-9). Aquele homem desceu e recebeu Je-sus com muita alegria. Creio que pessoas da multidão in-sistiram para Jesus entrar em

que não se firmam em base alguma. Infelizmente, muitas Igrejas especializaram-se em entretenimento. Pessoas que buscam a autopromoção e autossatisfação, pois estão vazias de Cristo e longe do amor sacrificial.

Não precisamos jogar o banco em ninguém, mas devemos estar atentos ao conteúdo do Evangelho mi-nistrado. Temos que ouvir a advertência de Paulo quanto a nossa responsabilidade pes-soal, sem nos impressionar-mos com as formas, retóricas, sofisticações, em detrimento da essência Escriturística. A irmã Jenny Geddes era uma mulher sem posses e sem nível intelectual abrangente, porém conhecia a fé que professava! Não admitiu que outro Cristo fosse introduzido à sua goela abaixo. Que seja-mos achados aprovados por Deus, e não como os cristãos de Corinto, que vergonhosa-mente foram chamados por Paulo de imaturos e espiritu-almente carnais.

suas casas, mas o convite foi rejeitado. Jesus não atendeu a voz da multidão mas atendeu a voz do coração.

Jesus também contou a história do pastor que voltou para buscar a ovelha perdi-da, e depois de encontrá-la chamou seus amigos para se alegrarem com ele (Lc 15.4-7). Disse Também que no céu há muita alegria por um só pecador que se arre-pende e é salvo. Foi Jesus, que vindo ao mundo, abriu um novo caminho para nos aproximarmos do “trono da graça” (Hb 4.16). Não é pre-ciso do clamor de muitos. O trono da graça já está dispo-nível a todo o que crê. Cada pessoa, crendo em Jesus, que busca o Deus do céu, será atendido em seu clamor. Jesus proporciona a você um relacionamento pessoal com Deus. Aproveite. Ele está pronto para atendê-lo de for-ma personalizada e pessoal.

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vida em famíliaGilson e Elizabete Bifano

6 o jornal batista – domingo, 07/07/13 reflexão

Discipl inar uma criança por algum erro é um tremen-do desafio para os

pais.James Dobson no seu livro

“Como lidar com a teimosia do seu filho” (Editora United Press) afirma que um dos re-quisitos básicos para moldar a vontade de uma criança é deixar que o amor seja seu guia. Afirma Dr. Dobson: “Um relacionamento carac-terizado por amor e afeto verdadeiro tem tudo para ser saudável”.

Dr. Ross Campbell, no seu livro “Filhos felizes”, (Editora Mundo Cristão), também faz uma afirmação interessante. Diz ele: “Vejo muitos filhos de pais cristãos, bem disci-plinados, mas que não se sentem amados”. Disciplinar requer o equilíbrio entre fir-meza e graça.

Disciplinar não significa, necessariamente, usar a vara, embora seja uma faceta da disciplina. Disciplina é mui-to mais do que usar a vara. Significa também educar, admoestar, restringir, limitar, impor sanções (castigo).

Quando, como pais, embu-timos no ato da disciplina, a graça, o amor, estamos tam-bém transmitindo aos nossos filhos como Deus é em rela-ção a nossos, enquanto seus filhos.

Dutch Sheets no seu livro “Oração intercessória” (Edi-tora Atos) conta uma história que pode ilustrar como po-demos aprender com Deus aplicar a dose certa de disci-plina e graça. Diz a história que a despeito de repetidas advertências um garotinho

continuava chegando tarde em casa ao sair da escola. Certa manhã, seus pais lhe disseram que aquilo não ti-nha mais graça e que ele deveria chegar na hora certa naquela tarde. Mas ele che-gou tarde de novo.

No jantar, naquela noi-te, o menino recebeu seu castigo. Em seu prato havia apenas um pedaço de pão. O menino ficou surpreso e abatido. Após esperar alguns momentos até que o impacto fizesse pleno efeito, o pai pe-gou o prato do menino e lhe deu bastante carne e batatas. Quando o menino cresceu e se tornou adulto, ele disse: “por toda a minha vida eu soube como Deus é, por cau-sa do que meu pai fez aquela noite”. Aquele pai, além de ser sábio na disciplina para com seu filho, ensinou silen-ciosamente, como Deus age conosco.

A Bíblia nos mostra que Deus sabe como equilibrar essas duas palavras (firmeza e graça) no relacionamento conosco. Quando buscamos em Deus o modelo para dis-ciplinar nossos filhos, além de contribuir para uma boa formação emocional e espi-ritual estamos também mos-trando como Deus nos trata.

Quando fizermos isso de maneira sábia, estamos pas-sando para nossos filhos, além do valor da disciplina, uma imagem de Deus como Pai justo e gracioso. Um Deus Pai que sabe a medida de ser justo, mas também, na medida e na hora certa, libe-rar a sua graça e sua grande misericórdia para conosco, seus filhos queridos.

Araúna dos SantosVitória, ES

O país vive a expec-tativa do que ain-da virá, depois de três semanas

de mobilização de milhares e milhares de jovens pelas ruas das cidades, e dos adultos que os acompanharam nos protestos e reivindicações. Brasileiros estão em revolta, desencadeada pelos anuncia-dos aumentos de preço nas passagens de ônibus urba-nos. Mas, na esteira do senti-mento revoltoso, outras exi-gências se fazem presentes: mais verbas e ações positivas para saúde, segurança e edu-cação e menos cobrança de impostos e desvios do dinhei-ro público, via corrupção. O povo não aguenta mais a desfaçatez e desmandos de políticos e administradores públicos, que assim fazem sofrer aqueles que lhes garan-tem voz e votos e posições de governo pelo processo eleitoral. A voz do povo nas ruas é: BASTA! Queremos um NOVO BRASIL!

É inadmissível que se gas-tem bilhões de reais nas construções de campos de futebol, segundo critérios da FIFA, para sediar uma com-petição momentânea entre países, e deixar a população sem a devida, e requerida, assistência médica-hospitalar, ensino de boa qualidade, com respeito a professores e pedagogos, além de seguran-

ça social estendida a todos os cidadãos, não só em termos de força policial mas também em políticas públicas que atendam necessidades regio-nais. É inadmissível os gas-tos excessivos do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores, quando a qua-se totalidade da população brasileira vive em condições de apertos financeiros para bancar essas regalias, através de uma carga tributária escor-chante em impostos e taxas e contribuições obrigatórias. É o sacrifício de muitos em favor do lucro de uns poucos privilegiados.

Parece-me que a popula-ção chegou a seu limite para suportar, com resignação e paciência, os descalabros de políticos que, em verdade, só pensam nas urnas, na próxima eleição, no próximo cargo e na posição política de poder e desgoverno. “Nas democracias de massa não há como ser diferente: a urna é a servidão dos polí-ticos, e a racionalidade das planilhas é levada de roldão quando o sentimento popu-lar se exprime com a súbita contundência destes dias de som e fúria”. Foi o que afir-mou o jornal ‘O Estado de S.Paulo’, em editorial deste 21 de junho. Sendo assim, a classe política precisa ser despertada pelo barulho das ruas. Pode-se enganar alguns por algum tempo. Mas não se pode enganar todos por

todo o tempo. E Deus não se deixa enganar por tem-po algum. Não é o Brasil - a população – que precisa acordar. São os políticos corruptos e oportunistas e de mau caráter que precisam reconhecer que seu tempo de vida já terminou. O povo brasileiro – que eles dizem ‘representar’ – já não supor-ta mais tal estado de coisas. BASTA! BASTA! Chega de demagogias!

Se formos cuidadosos em examinar, nas páginas do Antigo Testamento, a histó-ria de Israel dos tempos bí-blicos e das nações vizinhas, será fácil compreender as consequências da injustiça social, da cobrança elevada de impostos, da utilização de cargos políticos para be-nefício próprio, da família e de amigos, em detrimento da atenção ao povo e suas necessidades. Será fácil tam-bém perceber que Deus Jeo-vá – o único Senhor – é Justo e exige justiça e equidade do povo e de seus governantes. Amor – Justiça – e Santidade são as palavras que sinteti-zam o caráter de Deus e que devem caracterizar também aqueles que proferem seu nome e se dizem ‘filhos’ seus. O Brasil precisa de novos políticos, não sim-plesmente “evangélicos”, mas, verdadeiramente, com-prometidos com “o bem de todos e a felicidade geral da nação” – Políticos plenos da ciência e sabedoria de Deus.

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7o jornal batista – domingo, 07/07/13missões nacionais

Redação de Missões Nacionais

Duas áreas de risco da cidade do Rio de Janeiro rece-beram voluntários

da Trans Radical Urbano. O Complexo do Alemão, onde em 2010 houve uma grande operação policial para que fosse implantada a Unidade de Polícia Pacificadora, e o Complexo do Chapadão, apontado como detentor do penúltimo índice de desen-volvimento humano do Rio de Janeiro, foram impactados pelo Evangelho.

Igrejas como Igreja Batista Bom Samaritano, do bairro Bonsucesso, e a Igreja Batista Memorial em Costa Barros

Quando chegaram a Parnamirim (RN), os missionários Pr. Carlos Alberto

e Amanda de França tinham o desafio de expandir o evange-lho e plantar igrejas multipli-cadoras na cidade de 218 mil habitantes que tinha apenas oito igrejas batistas. “Supli-camos ao Senhor que nos enviasse líderes para o minis-tério, contudo o que mais nos surpreendeu foi a resposta negativa de Deus. Ele não ia enviar naquele momento, mas mostrou que os nossos líderes estavam nos bares, nas ruas, nas ‘bocas de fumo’, e que deveríamos resgatar os futuros líderes da igreja. O imperativo do Senhor era e é fazer discípulos e isso exige tempo e treinamento”, conta-ram os obreiros.

O trabalho começou na ga-ragem dos missionários, mas com os evangelismos, visitas, estudos bíblicos e relaciona-mentos desenvolvidos, almas foram alcançadas. Entre as pessoas que iam aos cultos,

serviram como bases para as equipes de voluntários. Com incursões diárias, o grupo que esteve no Complexo do Alemão pregou a Palavra e iniciou uma nova frente missionária no morro Cai-xa d’Água, que pertence ao Complexo. No morro do Chapadão, os voluntários também passaram por becos e viram armas de fogo, em meio a um intenso movi-mento de tráfico de drogas em uma área que ainda não foi pacificada. “Porém, não houve intimidação e os va-lentes missionários voluntá-rios seguiram adiante numa incursão incansável”, relatou o Pr. Celso Godoy, gerente de missões para grupos es-pecíficos.

estava Ademir – que mesmo alcoolizado, ia aos cultos e Deus foi quebrantando seu coração. Certo dia, no meio do culto ele perguntou se po-dia entregar sua vida a Cristo. Os missionários o auxiliaram e Ademir passou então a ser uma nova criatura em Cristo, se envolvendo intensamente na obra de evangelização.

“Hoje, Ademir é também um plantador de igrejas, um servo do Deus vivo, um dis-cípulo do Senhor Jesus. Ele é obreiro em uma congre-gação e outros irmãos estão sendo treinados para novas frentes de trabalho na área de esportes. Deus enviou e continua a enviar líderes; eles estavam nas ruas, longe de Jesus, e agora vivem para a glória de Deus”, contou o casal missionário.

Investir em relacionamen-tos, visando a salvação de vidas que sejam discipuladas e capacitadas para a obra é o que a visão Igreja Multi-plicadora defende para que haja crescimento espiritual e

Segundo ele, até os trafi-cantes foram impactados pelo evangelho da graça de Cris-to, uma vez que receberam bíblias e livros escritos por ele, contando a história de sua própria transformação. “Demonstrou mais uma vez o que Deus quer fazer nas comunidades de nosso país. O chefe do tráfico, de repen-te, entregou seu fuzil para o homem que o acompanhava e pegou a Bíblia que trazia no bolso e acompanhou a leitura de Efésios 2. Minha esperança é que eles possam entender, como eu mesmo entendi atra-vés da leitura desse livro, que Jesus pode mudar suas vidas”, concluiu Pr. Celso.

Quem também teve sua vida transformada por Cristo,

também aumento do número de salvos. No Rio Grande do Sul, campo que também representa um desafio mis-sionário, os obreiros não estão olhando para os gigan-tes, mas sim aproveitando as oportunidades de treinar os líderes já alcançados por Cristo. O Pr. Delton Pereira, missionário em Passo Fundo (RS), tem disseminado a visão IM para outras cidades. Até o momento, 81 líderes já foram capacitados em cidades gaú-chas como Rosário do Sul, Ijuí, Palmeira das Missões, além de Passo Fundo. Outros obreiros do Sul também estão espalhando a visão pelo Esta-do, a fim de que o Evangelho avance.

Pr. Delton louva a Deus pela vida do Pr. Cirino Re-fosco (gerente de estratégias missionárias), que treinou alguns missionários para que se tornassem multiplicadores da visão. “Tenho procurado, aqui em nossa região, in-fluenciar e encorajar vários colegas e igrejas a entrarem

e agora vive para comparti-lhar a palavra que liberta, é o irmão Ivan Regis Barbosa, da Igreja Batista da Capunga, de Recife (PE). “Já fui menino de rua, pois meu pai me deixou aos 12 anos de idade, e já estive preso, mas houve uma transformação na minha vida e por isso faço este trabalho”, contou. Irmão Ivan já partici-pou oito vezes da operação Jesus Transforma e contou que sua participação é uma retribuição pelo que Deus fez em sua vida.

“A Trans no Complexo do Alemão deu bons resultados e frutos. Subimos o mor-ro e passamos por muitos becos onde encontramos pessoas com necessidades, mães tristes por causa dos

na visão. Acredito que esses líderes terão resultados aben-çoadores”, disse ele.

Interceda pelos ministérios que plantam igrejas de nor-te a sul do Brasil, para que

filhos que estão presos, e passamos pelos traficantes sem medo. É preciso mais trabalhos, mais pessoas nos campos. As quatro paredes das igrejas ainda estão muito cheias, pois muita gente com conhecimento não quer ir, então Deus chama leigos. Já vi muitos milagres durante as Trans, com pessoas que nos procuravam sedentas da Palavra. O Espírito Santo usa o semeador que sai a seme-ar”, disse ele, convidando mais voluntários para esta tão urgente obra.

Porque vidas se disponibi-lizaram a pregar o evangelho nessas duas comunidades, cerca de 2 mil pessoas foram alcançadas e 40 vidas se en-tregaram a Cristo.

continuem avançando, pois assim alcançaremos a Pátria para Cristo. Se você deseja apoiar estes ministérios escre-va para [email protected] .

Trans Radical Urbano

Voluntários no morro do Chapadão Equipe que impactou o Complexo do Alemão

Missionários compartilham vitórias com Igreja Multiplicadora

Após transformação, Ademir agora lidera uma congregação

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8 o jornal batista – domingo, 07/07/13 notícias do brasil batista

Conselho MissionárioPIB São João de Meriti, RJ

Com grande alegria, os voluntários da Primeira Igreja Ba-tista em São João

de Meriti – RJ, realizaram um impacto evangelístico nas cidades de Araçás e Pindore-tama, Ceará.

Nos dias 30 e 31 de maio e 1 e 2 de junho a missão

Redação da CBEES

A 97ª Assembleia Ge-ral da Convenção Batista do Estado do Espírito Santo, na

PIB de Vitória, reuniu batistas de todo o estado, principal-mente nas noites inspirativas, com a presença de cerca de 700 pessoas.

A noite missionária com o lançamento da Campanha de Missões Estaduais 2013; a noite da Juventude Batista Ca-pixaba (Jubac) e as mensagens dos pastores Wander Gomes Ferreira, da PIB do Recreio dos Bandeirantes (RJ) e João Luiz, da PIB de Vila da Penha (RJ) atraíram a atenção de todos os presentes causando grande alegria e quebrantamento. O presidente da CBEES, Pr. Luciano Estevam Gomes, pre-gou na primeira noite enfati-zando o caráter de santidade do crente em Cristo Jesus. A Associação de Músicos Batis-tas (Ambees) comandou mo-mentos de louvor e adoração e o Coro de Cetebes enrique-ceu com seus hinos inspirati-vos. O presidente da CBEES, Pr. Luciano Estevam Gomes, avaliou positivamente este encontro denominacional. “Louvo a Deus pelas vitórias desta assembleia: excelen-te participação, celebrações de tirar o fôlego, mensagens impressionantes, equilíbrio e crescimento nas decisões e um fechamento maravilhoso em resposta ao apelo do Pr.

de ser um mensageiro das boas novas de Deus para as pessoas foi cumprida pela equipe composta por 25 mis-sionários voluntários. Foi um tempo desafiador para cada irmão!

As ações iniciaram na cidade de Araçás, onde há uma congregação da PIB de Fortaleza, dirigida pelo pastor Moacyr Muller Lago e sua família. Foram

Oliveira de Araújo convocan-do o povo a reconstruir uma nova denominação. Parabéns a todos”, disse ele.

Um painel especial com um Panorama Batista foi apresentado pelos represen-tantes denominacionais, Pr. Sócrates Oliveira de Souza (Diretor Geral CBB); Pr. João Marcos (Diretor Executivo JMM); Pr. Fernando Brandão (Diretor Executivo JMN) e Gilciane Abreu (Diretora Executiva da JBB).

Paralelamente aconteceu a Convenção Kids coordenada pela Associação de Educado-res Cristãos (Aebees) e Minis-tério de Educação Cristã (Me-cri). As crianças receberam mensagens bíblicas, histórias, participaram de brincadeiras, atividades didáticas, louvor e adoração com a participação especial do grupo de bone-cos “Nova Turma”, da Igreja Batista em Nova Brasília, que alegrou a criançada através de teatro e fantoches. A ban-da Atalaia e G. Hoffmam e banda também abrilhantaram os três dias do evento.

As nove sessões delibera-tivas que aconteceram pela manhã e tarde foram acom-panhadas por um total de 245 inscritos. A mesa diretora liderou as discussões acer-ca de assuntos relativos ao trabalho das organizações, ministérios e associações, além de prestar relatório ao plenário das atividades de-senvolvidas em 2012.

realizadas várias estratégias evangelísticas para alcançar aquela comunidade: traba-lho com crianças, cultos evangelísticos, visitações, evangelismo pessoal, pales-tra, estudos bíblicos, dentre outros.

Também fo i po s s í ve l apoiar a Congregação Batis-ta de Pindoretama, liderada pelo casal de missionários Thiago e Lyndiara Martins,

JuventudeA Juventude Batista Ca-

pixaba (JUBAC) prendeu a atenção dos centenas de ba-tistas que estiveram presentes na primeira noite inspirativa da 97ª Assembleia Anual, na PIB de Vitória. Baseados no tema “Valorizando a Nova Geração”, a JUBAC preparou uma programação especial para mostrar a cara desta geração que tem como base de sua mensagem, “A Cruz”.

Um total de 180 jovens ocu-param a bancada do coro da igreja e conduziram momen-tos edificantes de adoração, intercalados entre louvores, hi-nos, ministrações, encenações sobre as diversas gerações até culminarem na mensagem da cruz. Os próprios jovens tes-temunharam o poder de Deus sobre esta geração disposta a caminhar compromissados com a mensagem do Evan-gelho. O coral cantou sob a regência do M.M. Judson Thompson e impressionou com suas vozes harmoniosas e alegria contagiante.

Noite Missionária“Fortalecer para Frutificar”.

O tema norteou a noite mis-sionária da 97ª Assembleia Anual da CBEES com lança-mento da campanha de Mis-sões Estaduais. Comandada pelo Pr. Fábio Daniel e Ges-syane Hoffmam, o plenário vibrou enquanto cantava o Hino Oficial de Missões “Fortes pra frutificar”.

que recebeu com muito ca-rinho nossa equipe. Duran-te as atividades evangelísti-cas percebemos a carência espiritual daquele povo.

A lém d i s so , a equ ipe teve o privilégio de hos-pedar - se no La r Dav i s , que tem como objet ivo abrigar crianças e adoles-centes em s i tuações de vulnerabilidade social. Foi um privilégio podermos oferecer algo para aqueles pequeninos, que nos ensi-naram muitas coisas, prin-cipalmente a nos conten-tarmos com o que temos. Ali pudemos desenvolver o nosso amor cristão e re-alizar também atividades como: aconselhamento, kids game, aplicação de flúor, distribuição de kits de hig iene bucal e dis -tr ibuição de shampoo e c reme de pentear . Mas

Era visível a emoção de quem participou deste mo-mento onde os batistas res-saltaram o principal papel da igreja neste mundo. Testemu-nhos dos nossos missionários esclareceram o que aconte-ce nos campos capixabas e mostraram a importância das ofertas enviadas e aplicadas em plantação e revitalização de igrejas, e no sustento do trabalho feito por nossos 31 obreiros espalhados no estado.

Momento inédito foram os três batismos de índios da Al-deia Três Palmeiras, em Santa Cruz, liderada pelo missio-nário Pr. Adilson Almeida. Logo após os testemunhos, uma oferta foi levantada du-rante o culto para compra de três máquinas industriais de costura que serão utilizadas pelos índios que precisam de recursos de sobrevivência. A doação feita por um jovem da JUBAC e a oferta arre-cadada em plenário foram

cremos que a maior expe-riência foi a demonstração de amor àquelas crianças e adolescentes, principal-mente apresentando o pla-no de salvação e vendo-os recebendo Jesus como Sal-vador de suas vidas.

No domingo, fechamos com chave de ouro na PIB de For ta leza, quando o nosso quer ido e amado Pr. Cláudio José Farias de Souza foi o mensageiro em 2 cultos consecutivos, havendo várias decisões e reconciliações para o reino de Deus.

A comunhão entre os ir-mãos foi uma das grandes marcas na viagem. Fomos impactados, sobretudo for-talecidos, pelo que vimos e ouvimos. Agradecemos ao Senhor o privilégio de participar da maravilhosa obra missionária.

suficientes para a aquisição dos equipamentos.

Muitos preencheram o PAM (Plano de Adoção Mis-sionária) designando o valor e destino para os projetos que constam no formulário. Cada doação feita foi retri-buída com uma camisa de missões para a promoção da campanha nas igrejas.

A mensagem pregada pelo Pr. Fernando Brandão, Exe-cutivo de Missões Nacionais, desafiando os batistas a se envolverem mais com a obra de evangelização tocou os corações levando muitos a se consagrarem para a obra missionária. Houve um des-pertamento promovido pelo Espírito de Deus.

Caso você também queira contribuir, preencha a ficha do PAM ou se informe com o Pr. Wallace Oliveira Inácio, do Ministério de Evangelismo e Missões (MEVAM) pelo tele-fone (27) 3038-2815 / 2816.

Convenção Batista do Estado do Espírito Santo realiza 97a Assembleia Geral com

“celebrações de tirar o fôlego”

Pés nas estradas do Ceará

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9o jornal batista – domingo, 07/07/13notícias do brasil batista

Fotos: Divulgação CBSM

Assembleia da CBSM: começou um tempo de avivamento

Comunicação da Convenção Batista Sul-Mato-Grossense

Está começando um tempo de grande avi-vamento nas igrejas batistas de Mato Gros-

so do Sul. Um tempo de agir do Espírito Santo através do discipulado um a um e dos crentes que tenham fé ope-rosa, amor abnegado e que tenham uma firme esperança que Cristo vai voltar.

Este foi o sentimento que pairou sobre as reuniões da 67ª Assembleia da Conven-ção Batista Sul-Mato-Gros-sense e 7º Congresso de Despertamento Espiritual, realizados de 29 de maio a 1º de junho em Dourados.

Cerca de 250 mensageiros representando 90 igrejas ba-tistas de todas as regiões do Estado participaram do gran-dioso evento que teve como tema geral “Desafiados a ser padrão na valorização da nova geração”, com presença marcante do orador oficial, pastor Josué Valandro de Oliveira Júnior, titular da IB Central da Barra da Tijuca, RJ.

“Foram quatro dias de mui-to trabalho, debates esclare-cedores e interação entre os mensageiros, mas, sobretudo,

dias de muita unção divina e orientações preciosas do Espírito Santo sobre nossas vidas”, disse o presidente da CBSM, professor Ivan Araújo Brandão.

AberturaA 67ª Assembleia da CBSM

foi aberta na noite de quarta--feira, 29 de maio, no tem-plo da PIB de Dourados, igreja anfitriã que cumpriu fielmente seu importante papel. O culto de abertura foi dividido em duas partes: abertura solene do evento com presença da diretoria da CBSM, do Núcleo Gestor e de autoridades municipais – prefeito Murilo Zauith e vereador Sérgio Nogueira, pastor titular da Igreja Batista Memorial Charles Compton,

representando o presidente da Câmara Municipal.

“Fiz questão de vir porque sei que o ser humano não pode viver longe de Deus”, disse o prefeito Murilo Zauith em sua saudação. E prosse-guiu: “Como prefeito traba-lho diariamente para dar mais qualidade de vida à comuni-dade; sou um instrumento público para manter a cidade em dia. Da mesma forma são os pastores, trabalham todos os dias como instrumentos de Deus para pregar a Palavra às suas ovelhas”, declarou Zaui-th, numa analogia simples so-bre o trabalho dos dirigentes.

A segunda parte do cul-to solene começou com as boas vindas aos mensageiros dadas pelo presidente Ivan Araújo Brandão, que agrade-

ceu à PIB de Dourados pelo apoio incondicional dessa amada igreja ao recepcio-nar os convencionais. Pastor Samuel Auro Monteiro de Souza, titular da PIB, relatou como foi a preparação para receber os participantes da assembleia e o desprendi-mento da igreja que realizou o trabalho com muito amor e dedicação.

Avanço MissionárioApós um período de louvor

com dança e cânticos, o pre-sidente da CBSM anunciou o momento da entrega das ofertas para missões estadu-ais. Em sua fala, professor Ivan anunciou que 100% das cidades de Mato Grosso do Sul estão cobertas por tra-balho batista, sendo que nas

três últimas onde o trabalho foi implantado – Japorã, Ca-racol e Paraíso das Águas – a Convenção está trabalhando para completar o processo de implantação com a coloca-ção de obreiros fixos.

“Esta oferta que estamos levantando será aplicada na colocação de obreiros nessas cidades, para honra e glória do nome de Nosso Senhor Jesus Cristo”, completou pro-fessor Ivan.

O culto da primeira noite da 67ª Assembleia da CBSM teve sequência com a pala-vra pregada pelo pastor Jo-sué Valandro Oliveira Júnior, preletor oficial do evento, que foi considerado também Mensageiro de Honra em homenagem conduzida pelo pastor Orlando Augusto Saab.

Dr. Reynaldo Corrales FilhoPresidente UMHBALP

Em mais uma parceria da UMHBALP (União Missionária de Ho-mens Batistas da As-

sociação do Litoral Paulista), UFMBALP (União Feminina Missionária Batista da Asso-ciação do Litoral Paulista), com incondicional apoio da AIBALP (Associação das Igrejas Batistas do Litoral Paulista) e com a permissão de Deus, foi realizado na Igreja Batista do Guarujá, no

bairro Santa Rosa, no sábado 15 de junho o 5º MMASEL - Mutirão Missionário de Ação Social e Evangelismo do Lito-ral (Antigo MUPAM Litoral) deste ano.

Foi uma grande bênção! Dezenas de voluntários, ho-mens e mulheres, vindos das Igrejas Batistas Cidade Ocian, Vila Áurea, Getsêma-ni, Central de São Vicente, Parque Continental, PIB San-tos e PIB Itapema – Guarujá. Reuniram-se a partir das 9 horas aos irmãos da igreja local para realizar mais este

abençoado mutirão. Após um delicioso café da manhã oferecido pela igreja, foi feita a abertura pelo Coordenador de Evangelismo e MMASEL da UMHBALP, o incansável irmão Moacir do Espírito Santo. Vários homens e mu-lheres com o DNA missio-nário saíram às ruas para propagar as Novas do Evan-gelho. Enquanto isso, outro grupo ficou na igreja para atendimento social: corte de barba e cabelo, manicure e pedicure, aferição de pressão arterial, teste de glicemia

capilar, aulas de bordado e artesanato.

A irmã Cláudia Azevedo da IB Parque Continental, coordenadora regional de Amigos de Missões junta-mente com sua auxiliar e mãe Neusa Azevedo, da PIB Santos e sua equipe fizeram um maravilhoso trabalho com as crianças que incluiu músicas, teatro, e atividades diversas.

Confira os números deste abençoado e desafiador pro-jeto de Deus: 3 mil folhetos entregues, 49 testes de gli-

cemia capilar e 50 aferição de pressão arterial, 20 cortes de cabelo, 20 manicure e pedicure, 5 cortes de barba, 58 crianças atendidas e evan-gelizadas, 18 pessoas apren-deram e realizaram trabalhos de artesanato e bordado, 42 fichas de lares solicitando visita e/ou estudo bíblico foram entregues ao Pr. Jayme Perezin, pastor da Igreja.

Agradecemos a Deus por tudo o que foi realizado ali e a todos os voluntários que participaram deste grande e abençoado evento.

Homens, mulheres e igrejas do Litoral Paulista promoveram um

Mutirão Missionário

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10 o jornal batista – domingo, 07/07/13 notícias do brasil batista

Florentino Gabriel Ferreira

Caparaó foi uma des-coberta fantástica dos desbravadores do Brasil. A fau-

na, a flora e as cachoeiras que desciam do pico mais alto do país, na época, eram exuberantes, deslumbrantes mesmo.

Divulgada a notícia, logo começaram a chegar os primeiros acampantes e os primeiros batistas chega-ram juntos, estabelecendo--se em congregação. E , em 31 de julho de 1913, foi organizada a Primeira Igreja Batista da atual Alto

Luciene FragaCoordenadora do Departamento de Ação Social da CBB

“Algum tempo depois, mui-tas pessoas, tanto homens como mulheres, começaram a reclamar contra os seus patrícios judeus. Quando eu, Neemias, ouvi essas queixas, fiquei zangado e resolvi fazer alguma coisa. Repreendi as autoridades do povo e os oficiais e disse: vocês estão explorando os seus irmãos! Depois de pensar nisso, eu reuni todo o povo a fim de tratar desse problema” (Nee-mias 5.1,6 e 8).

O texto bíblico tra-ta da exploração dos pobres, onde o contexto social

da época era cheio de injusti-ças, exploração entre os pró-prios judeus, desigualdades sociais, miséria, humilhação, dentre outras questões so-ciais que afetavam o povo. Neemias ao saber dessas notícias muito se indignou e “resolveu fazer alguma coi-sa”. Ele foi um governador que ouviu a voz dos cidadãos que se levantaram. Em levan-tar as suas vozes, em solida-riedade com os irmãos da comunidade judaica, e par-ticipar no momento social,

Caparaó. Hoje, com cerca de 600 membros, tem o maior patrimônio urbano da cidade e é mãe de qua-tro igrejas e uma forte con-gregação que já se prepara para ser organizada como Igreja, e está entre as maio-res do estado.

A Primeira Igreja Batista de Alto Caparaó se prepara para as comemorações do seu centenário que ocorrerá du-rante todo o mês de julho de 2013. Sendo que, no dia 31, haverá o culto da vitória, para o qual todos os ex-membros e amigos estão convidados para participarem desse even-to especial.

estes levaram o governador a eliminar as injustiças e lutar pelo direito do povo.

Sem dúvida as manifesta-ções populares recentes refle-tem frustrações e indagações semelhantes àquelas levan-tadas pelos judeus. Elas são uma ferramenta importante de participação na constru-ção de uma sociedade mais justa. Porém, em algum mo-mento, tendo o governo satis-feito ou não as reivindicações da população, a onda de manifestações provavelmente acalmará. Como, então po-demos participar para que as indagações e injustiças não sejam esquecidas?

No Brasil, diferentemente da época de Neemias, goza-mos de processos democráti-cos que visam a participação direta da sociedade civil, não partidária, na construção da sociedade e de políticas pú-blicas. Mas, como funciona esta participação social e de que maneira podemos contri-buir na sociedade?

A Constituição de 1988 consagrou o princípio da par-ticipação social como forma de afirmação da democracia. A participação social é o en-volvimento dos cidadãos nos processos decisórios em uma sociedade e isso implica em entender as variadas ações que diversas forças sociais

desenvolvem com o intuito de influenciar a formação, execução, fiscalização e ava-liação de políticas públicas na área social como: saúde, educação, habitação, trans-porte, etc. Uma das formas de participação social é o envolvimento nos conselhos de direitos. Estes conselhos são órgãos colegiados, per-manentes, paritários e deli-berativos, com objetivo de formular, supervisionar e avaliar as políticas públicas. Os Conselhos tem se consti-tuído como espaços próprios para incorporar pautas e in-teresses dos setores sociais que buscam a melhoria da qualidade e a universalização da prestação de serviços, des-tacando-se como instâncias de construção de direitos, onde a comunidade, através de seus representantes, tem oportunidade de dialogar com o governo.

Outro espaço de participa-ção livre da sociedade são as conferências, que abrangem várias áreas setoriais nas es-feras municipal, regional, estadual e nacional. Segundo dados da Secretaria Geral do Governo, entre 2003 e 2012 mais de sete milhões de pes-soas participaram do debate sobre propostas para as polí-ticas públicas. Ainda este ano e em 2014 estão previstas 19

conferências nacionais, com expectativa de participação de milhões de pessoas, desde as etapas municipais, livres, regionais, estaduais até a etapa nacional. As etapas preparatórias (municipais, territoriais, temáticas) são momentos importantes e ri-cos no processo de uma Con-ferência. É nelas que o debate se intensifica, tanto nos temas nacionais como nos locais, proporcionando ao cidadão oportunidade de propor so-luções para os problemas da sua cidade, estado e do país.

É fundamental que nós es-timulemos os membros de nossas igrejas a participa-rem nestes espaços públicos. Especialmente diante das manifestações que deixam claro que, até então, a voz da sociedade civil não recebeu atenção suficiente na cons-trução das políticas públicas do país. Procure a CAS - Co-ordenadoria de Assistência Social do seu município e se informe com as datas das conferências. Abaixo segue a relação de algumas Confe-rências estaduais e nacionais.

2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural e SustentávelEtapa estadual: 01/06 e 30/07/2013.Etapa nacional : 09/2013.

2ª Conferência Nacional de EducaçãoEtapa estadual: 01/07 a 30/09/13Etapa nacional:14 a 21/02/14

4ª Conferência Nacional Infanto-juvenil pelo Meio AmbienteEtapa municipal:31/11/2013Etapa estadual: até 17/08/13Etapa nacional: 10 a 14/10/13

4ª Conferência Nacional de Meio AmbienteEtapa estadual: de 30/05 a 10/09/13Etapa nacional: 24 a 27/10/13

9ª Conferência Nacional de Assistência SocialEtapa municipal:08/05 a 09/08/2013Etapa estadual: até 08/10/13Etapa nacional: 16 a 19/12/13

Prezado pastor e líder, in-centive os membros da sua igreja a se engajarem em alguma área de participação social, podemos neste tempo ser como Neemias que não ficou estático e lutou em prol de uma sociedade mais justa.

Quer saber mais: www.secretariageral.gov.br .

Oh, que bela e linda história em Caparaó!

Igreja Alto Caparaó

Departamento de Ação Social da CBB

Page 11: Jornal Batista nº 27

11o jornal batista – domingo, 07/07/13missões mundiais

Eliana MouraRedação de Missões Mundiais

“Quando nos disponibi-lizamos a abençoar,

somos abençoados. Quando nos propomos a compartilhar a palavra de Deus, somos transformados. A palavra tem que falar primeiro ao nosso coração” – é assim que o Pr. David Mattheus, da Missão Batista em Grajaú, Rio de Janeiro/RJ, entende a vida em missão na igreja, e é assim que esta comunidade vive: mobilizando, intercedendo, ofertando e indo aos campos. A igreja abraçou a campanha “Testemunhe às Nações pelo Poder do Espírito” e todo o esforço da igreja está volta-do para mover o coração de mais gente para os desafios missionários.

A Missão Batista em Grajaú tem realizado eventos missio-nários com muita frequência. São almoços e cantinas que, além de promoverem um espaço de comunhão, cons-cientizam os irmãos sobre a importância de mobilizar. Durante todo o primeiro se-

Marcia PinheiroRedação de Missões Mundiais

Os missionários de Missões Mun-diais no Timor--Les te contam

com o apoio das igrejas bra-sileiras para comprar um terreno de 400 m², onde futuramente será construído o templo da PIB de Dili, a capital timorense.

Em junho deste ano, o ca-sal missionário Pr. Evaldo e Vanete Teixeira e a mis-sionária Silvânia da Costa encontraram o local ideal para a construção da igre-ja. O terreno tem 400 m². Cada metro quadrado custa o equivalente a R$230,00. A compra deste terreno, que é o pontapé inicial para a reali-zação do sonho de construir uma igreja em Dili, só será possível com a participação de igrejas brasileiras.

Missões Mundiais viabili-za a participação dos irmãos brasileiros neste projeto que permitirá o fortalecimento da população protestante naquele país, que hoje é de apenas 6% (61 mil fiéis). A presença das igrejas evangélicas no Timor só começou a crescer nos anos de 1960, com a chegada de al-

mestre a igreja contou com a presença de missionários de Missões Mundiais e, para o Pr. David, tem sido uma experiência enriquecedora: “Deus tem movido os nossos corações”. Ele diz que “o sentimento é de muita ale-gria, imaginando, também, a alegria de Deus ao ver esse entendimento da igreja sobre o seu papel no mundo”. A oração de David é para que, entre aqueles da sua comuni-dade de fé, pelo menos um se desperte para ser missionário de Missões Mundiais. Vamos orar com ele?!

gumas denominações. Porém, como muitos não possuíam o preparo pessoal e teológico adequado, várias igrejas foram perdendo seus membros.

A ajuda que faltavaA República Democrática

do Timor-Leste se tornou independente em 1975, mas somente foi reconhecida em 2002. Ela está localizada no Sudeste Asiático e faz fron-teira com a Indonésia. Sua posição geográfica a coloca

A igreja vive a realidade de que todos nós somos missionários. Uma vez que experimentamos Jesus em nossas vidas, temos de viver a missão, participar do pro-jeto de Deus para salvação da humanidade. Vidas estão sendo salvas por completo, restauradas para glória de Deus. Há algo que marca a vida de Missões Mundiais quando encontra com comu-nidades como a da Missão Batista em Grajaú. Quando perguntamos sobre o senti-mento que está no coração deles ao se empenharem com

no chamado “Anel de Fogo”, local de terremotos, tsunamis e erupções vulcânicas.

O Timor-Leste possui mais de 1 milhão de habitantes, sendo que a maior parte está concen-trada em Dili. O idioma oficial é o português, mas o tétum, um dialeto comum entre o povo, é muito falado também.

Somente nos anos de 1960 Dili começou a dispor de luz elétrica; na década de 1970 foi a vez da água encanada, esgoto, escolas e hospitais.

todas estas atividades missio-nárias, o que podemos ouvir é: “Deus tem movido os nos-sos corações e nos sentimos participantes do trabalho da Junta de Missões Mundiais. Temos orado para que Deus nos motive cada dia mais”.

Para a igreja, tem sido um momento marcante de sua caminhada a entrega de tudo o que tem, e tudo o que faz é para a glória de Deus, vi-vendo diante de Sua face. A irmã Márcia Mendes conta um pouco sobre o sentimen-to da igreja que, com certe-za, tem um coração ligado na missão:

“Participamos das campa-nhas porque entendemos o ide de Deus e, então, onde houver oportunidade de pregação, nos sentimos mobilizados e desejamos engajar a todos nesse mesmo sentimento. A gente compre-ende a necessidade dos que administram as ofertas como também a daqueles que se disponibilizam e atendem ao chamado. É o máximo ajudar aqueles que dão suas vidas para ir a campos tão longe e difíceis. É um projeto extraordinário de Deus, e

Com baixo rendimento in-terno de sua economia, pois cerca de 75% da população vive da agricultura, o Produto Interno Bruto (PIB) do Timor--Leste é um dos menores do mundo. O país sobrevive atra-vés de ajudas internacionais.

Em 2001, uma nova espe-rança chegou ao Timor. Foi naquele ano que Missões Mundiais iniciou sua história no país, com o envio do casal Pr. Denison e Patrícia Baptis-ta. Por motivos de saúde, o

queremos fazer toda a pro-paganda que pudermos para ajudar! Acredito que preci-samos falar e viver Missões para que o povo de Deus saiba que dízimos e ofertas vão muito mais além do que a finalidade de sustentar a igreja local.

Vejo a JMM como uma agência séria, dedicada e acreditada. São 106 anos cumprindo a missão e, por todo o país, igrejas se mobi-lizam para cooperar com as campanhas.

Desde que me converti (1983), sempre percebo en-tusiasmo, contemporanei-dade e uma visão alinhada com o reino de Deus nessa instituição. Tudo isso encan-ta qualquer um que sabe de suas realizações: PAM, PIM, missionários efetivos, vo-luntários, obreiros da terra, Radicais, uso de habilidades profissionais para servir por inteiro no campo, treinamen-to de líderes, seriedade dos processos administrativos para gerenciar os recursos, enfim, tudo é muito dinâ-mico e animador! Sou feliz por ser parceira de Missões Mundiais nessa caminhada”.

casal acabou retornando ao Brasil e somente após qua-tro anos, em 2005, Missões Mundiais enviou ao Timor a missionária e professora Sil-vânia Maria da Costa. A ideia era aproveitar a oportunidade que surgiu do convênio fir-mado entre os Ministérios da Educação do Timor-Leste e do Brasil, chamado Programa de Qualificação de Docentes e Ensino da Língua Portu-guesa, para difundir a língua portuguesa entre os timoren-ses. E em agosto de 2006, o casal missionário Pr. Evaldo e Vanete Teixeira também seguiu para o Timor-Leste para desenvolver um minis-tério de plantação de igrejas na capital e apoiar o trabalho da missionária Silvânia Costa.

Eles contam com a partici-pação dos crentes brasileiros para avançarem mais um passo na missão de anun-ciar Cristo aos timorenses. Para colaborar com a com-pra do terreno para a PIB de Dili, ligue para a Central de Atendimento da JMM: (21) 2122-1900 (de cidades com DDD 21) ou 0800 709 1900 (demais localidades). Junte os amigos, a família, os irmãos de sua igreja e participe desta empreitada missionária!

Conectados com Missões Mundiais

Jantar missionário na Missão Batista em Grajaú

Um terreno para a igreja de Dili no Timor-Leste

Timorenses se reúnem para adorar a Deus

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12 o jornal batista – domingo, 07/07/13 notícias do brasil batista

Ana Paula Scordamaglio de MoraesPresidente da MCA

O modesto, porém confortabilíssimo e muito aconche-gante templo da

Igreja Batista no Alto da Lapa, na confluência com o Alto de Pinheiros, na capital de São Paulo, esteve repleto para o culto especial de celebração dos 48 anos de vida da Igreja (26/01/65 – 26/01/2013), e também para as celebrações dos 80 anos de nascimento do seu pastor, Dr. Humberto Viegas Fernandes (26/02/33 – 25/02/2013). A Igreja, agra-ciada por Deus com uma pro-priedade valiosíssima, num bairro nobre de classe média alta, puramente residencial, vem lutando bravamente para prosseguir servindo à causa do Senhor Jesus.

Sua luta não tem sido fá-cil, ao longo desses 48 anos, desde sua fundação pelo Dr. Djalma Cunha, seu primeiro pastor. Oito outros pastores por aqui passaram durante este tempo. O pastor Hum-berto é o décimo. Começou seu trabalho em janeiro de 2002, como cooperador vo-luntário, e depois atendeu ao convite da Igreja para assumir o pastorado, o que ocorreu em abril de 2003. Diz ser este o mais difícil pastorado dos dez, por onde passou, e não culpa esta Igreja por absolutamente nada, a quem agradece o grande amor por ele sempre demonstrado, e a grande cooperação que sem-pre tem recebido, bem como a sua família.

“São fatores desconhecidos, porém bem conhecidos”, diz o pastor Humberto, refe-rindo-se as forças espirituais da maldade, distribuídas em principados e potestades. A Igreja não pode se esquecer de que está no mundo, contra as portas do inferno. Entretan-to, o pastor Humberto alegra--se muito por ver uma Igreja que vive o amor fraternal entre os seus membros, “fator preponderante de verdadeira espiritualidade cristã perante Deus”, diz ele. Vale dizer que também ele se alegra por ver a resposta da Igreja nos diversos setores da sua atividade: ação social, distribuindo cestas básicas, contribuições orça-mentárias para o Recanto dos Avós (lar para idosos), e para o Lar Batista de Crianças, com 1.040 crianças abrigadas.

Outro motivo de grande contentamento do pastor Humberto é ver a resposta da Igreja ao seu entusiasmo missionário. A promoção mis-

sionária na igreja é primorosa, envolve toda a Igreja num contágio santo. Dentro das suas reais possibilidades a Igreja contribui, sistematica-mente, para missões locais, estaduais, nacionais e mun-diais, além de contribuir para o Plano Cooperativo da De-nominação. A Campanha de Missões Mundiais deste ano vai de vento em popa, com muito entusiasmo. Pensando no seu amanhã, vale acres-centar aqui que a Igreja já nomeou a Comissão Especial que vai cuidar das comemora-ções do seu Jubileu de Ouro, em janeiro de 2015.

A comemoração do aniver-sário do pastor Humberto en-cheu-lhe o coração de alegria e gratidão. Vários pastores, inclusive dois filhos na fé e no ministério, Jorge Duppong, o pregador da noite; e Nilo Alves dos Santos, que fez a oração de gratidão. Ambos ganhos para Cristo no pasto-rado da IB em Perdizes, nesta capital. A grande alegria do pastor Humberto completou--se com a presença dos filhos, Ana Cristina, a primogênita vinda do Rio de Janeiro com o marido Fábio e os filhos Marcelo e Guilherme Augus-to, e representando Fabiana, casada que reside nos Estados Unidos. Bruno Augusto, vin-do de Brasília, representando sua esposa Cláudia e as três fi-lhas Bruna, Fernanda e Isabela (Bruna e Fernanda também residem no Estados Unidos, onde nasceram). E Christiane, a mais nova, representando as filhas Alessandra e Gabrie-la, residentes em Brasília. A alegria do pastor Humberto

o levou às lágrimas. Gran-demente influenciado pelos pais, pastor e professor Au-gusto Carlos Fernandes e Ce-lecina Viegas Fernandes, uma grande incentivadora, o pastor Humberto dedicou-se aos es-tudos seculares e teológicos, com muito empenho pelo simples prazer de estudar, de adquirir conhecimentos e de honrar seus queridos pais, para servir melhor.

É Bacharel em Ciências Jurídicas, pelas FMU, São Paulo; e em Teologia, pela Faculdade Teológica Batista do Estado. Tem Mestrado em Teologia Sacra, Master of Sacred Thology, pelo New York Internacional Seminary, da Universidade de Nova Iorque, e Doutorado em Mi-nistério, Doctor of Ministry, pela Reformed Faith Theolo-gical College And Seminary, extensão no Brasil da Cohen University and Theoloogical Seminary, da Califórnia nos Estados Unidos. Conforme afirma o pastor Humberto,

cursos feitos para seu ex-clusivo uso, abuso e gasto no ministério pastoral. Ele também foi agraciado com o título de Doutor Honoris Causa, em Teologia, pela União Internacional de Pasto-res e Capelães, por iniciativa da Igreja Batista da Floresta, onde também foi pastor e do profícuo ministério exercido lá, inclusive com a IB Central da cidade. Seus diplomas es-tão expostos em seu gabinete pastoral nesta Igreja.

O pastor Humberto sente--se em plena forma física e mental, aos 80 anos, e brinca dizendo que se Deus lhe con-ceder viver o tempo que viveu seu saudoso pai, ele ainda dispõe de 25 anos pela frente. Após a festiva e inspiradora celebração todos os presentes foram convidados a descerem para o salão social da Igreja, para uma festiva e alegre ce-lebração de amor, quando dois grandes e gostosos bolos foram distribuídos por todos.

Um culto especial: duas celebraçõesIB no Alto da Lapa celebra seu aniversário e do pr. Humberto Viegas

Marcelo Ferreira, neto do Pastor Humberto prestando uma homenagem

Pastor Humberto e família

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13o jornal batista – domingo, 07/07/13ponto de vista

Pr. Benjamim William KeidannPresidente da Associação Batista Leta do Brasil

Um Congresso aben-çoador, inspirador e desafiador nos possibilitou retor-

nar lá onde tudo começou em nossa história aqui no Brasil. A Associação Batista Leta no Brasil, ABLB, agrade-ce e louva a Deus pelos dias de alegria e comunhão que compartilhamos em Santa Ca-tarina, 30, 31 de maio e 01,02 de junho. Nossa gratidão ao trabalho de todas as equipes da Terceira Igreja Batista de Criciúma que nos receberam com tanto carinho. O pe-queno grupo daquela Igreja se desdobrou e preparou o material necessário e os locais para as reuniões com tanta eficiência que até um sucu-lento sopão estava a esperar o povo após os cultos naquelas noites frias. As reuniões reali-zadas no Templo e no Teatro Municipal Elias Angeloni e as refeições num restaurante próximo facilitaram para que

Jefferson AgostinhoCineasta

O cineasta Jeffer-son Agostinho que lançou em 2 0 1 1 o f i l m e

“Que amor é esse?” e hoje já foi visto por mais de dois milhões de pessoas, está pro-duzindo seu primeiro longa--metragem, o filme “A Última Chance”, que será lançado nos cinemas de todo Brasil.

O filme “A Última Chan-ce” será gravado em várias cidades de Santa Catarina e é baseado em uma história real, que visa alcançar todas as pessoas, independente-mente de idade, etnia, reli-gião ou classe social. Uma vez que retrata a história de perdão entre um pai e um

os congressistas ficassem mais tempo juntos. (Acessem o site da Igreja www.tibcriciuma.org.br e vejam muitas fotos).

O 64º Congresso da Asso-ciação Batista Leta do Brasil nos motivou a refletir sobre o tema “A Mão de Deus na nossa história”, conforme a divisa no Salmo 78. 3 e 4, o Hino oficial “As maravilhas divinas”, nº 7 do Cantor Cris-tão, e o antigo e tradicional “Dievs Milestiba”. Cantamos belos Hinos, oramos e nos emocionamos com as lindas apresentações dos diversos

filho, permitindo que muitas pessoas se identifiquem com os personagens, e acima de tudo o filme vai falar do amor e do perdão de Deus.

O projeto do filme “A Últi-ma Chance” foi aprovado na lei audiovisual artigo 1º-A da Lei nº. 8.685/93 da ANCINE - Agencia Nacional de Cine-ma, e toda empresa baseada no lucro real pode patroci-nar, e também pessoas físicas que pagam imposto de renda.

Nossa ação missionária é através do imposto de renda com a Campanha 70X7, onde todas as pessoas que pagam imposto de renda podem pa-trocinar o filme com até 6% do imposto devido, e dedu-zir o valor do patrocínio em seu imposto de renda. Como 70X7 é uma passagem bíblica

Corais. Todos os preletores (Prs. Roberto Weidman, Nil-ton Malves, João Reinaldo Purin, Benjamim Keidann, Williams Balaniuc e Profª Klaudy Garros) filhos e des-cendentes de imigrantes da Letônia, proferiram mensa-gens baseadas em experiên-cias de suas famílias e das igrejas Letas.

No sábado, dia 01 de junho de 2013, um expressivo nú-mero de pessoas se deslocou para a cidade de Orleans. Naquela manhã realizamos um Culto no local onde foi

onde Jesus fala para Pedro que devemos perdoar as pessoas 70X7, o filme fala sobre per-dão. Deus colocou no coração do Jefferson o slogan que está na Bíblia em Mateus 18.22.

A campanha é para conse-guirmos 70X7 pessoas todos os meses que possam patrocinar o filme através do seu imposto de renda e também pessoas oran-do por toda equipe que está

organizada a Primeira Igreja Batista Leta do Brasil e um grupo de pessoas subiu o morro para rever o cemitério dos pioneiros. Foi um dia histórico de muitas recorda-ções para os descendentes e de novos desafios para todos. Um fato interessante a obser-var: naquela mesma data, dia 01 de junho de 1969, a Igreja foi dissolvida, pois os seus membros haviam mudado para outras localidades, e agora a ABLB toma a posição de nomear uma comissão de 7 irmãos da região para res-

envolvida nesta grande missão de alcançar vidas através do ci-nema. Pois “JUNTOS SOMOS MELHORES”.

Links dos vídeos da cam-panha e também do teaser do filme:

http://www.youtube.com/watch?v=BIxxPMF7AW4

h t t p s : / / v i m e o .com/67835425

gatar a história, construindo no local uma Casa Leta e um monumento aos pioneiros.

Para o próximo ano já imagi-namos novas emoções, pois o nosso 65º Congresso será reali-zado na Varpa, Tupã, SP, onde relembraremos a chegada do grande grupo de imigrantes vindos da Letônia em 1922.

Aos batistas brasileiros con-clamamos que permaneçam orando pelas Igrejas e Grupos Letos, pois como sempre re-pete o nosso querido obreiro centenário Pr. Osvaldo Ronis “a Obra Continua!”.

Link do filme Que amor é esse?

http://www.youtube.com/watch?v=YOfMy65uMmk

Mais informações nos sites:www.aultimachance.com

ou www.faceboook.com/aultimachance

Telefone: (48) 8418-3315 ou (48) 3258-4513

121 anos dos Batistas Letos no Brasil

Ação Missionária no cinema com A Última Chance através do

imposto de renda

Preletores congresso leto 2013 reunidos Letos celebrando culto

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14 o jornal batista – domingo, 07/07/13 ponto de vista

Samuel Rodrigues de SouzaGerontólogo pela Sociedade Brasileira de Geriatria e GerontologiaMinistro da 3ª e 4ª Idades da Igreja Batista Carioca, Méier, RJ

Quando vejo um idoso, enxergo um museu vivo, de contos , de

soluções, de sobrevivência, de saúde e do meu próprio futuro. Mas, muitos ficaram indignados com o ministro japonês Taro Aso, de 72 anos, que causou polêmica ao dizer que idosos devem “se apressar e morrer”, pois a população idosa é dreno desnecessário nas finanças do Japão e deveriam “mor-rer” para poupar gastos do governo com a saúde públi-ca. “O problema não será resolvido a não ser que você deixe que eles se apressem e morram”. O ministro dis-se que recusaria qualquer tratamento médico para pro-longar a própria vida. “Eu não preciso desse tipo de tratamento”, afirmou Aso, acrescentando que escreveu uma carta aos seus fami-liares informando-os dessa escolha.

No Japão, quase 25% dos 128 milhões de habitantes

Sillas dos Santos VieiraPastor Batista em Vitória, ESMembro do Conselho Coordenador da Aliança Evangélica Brasileira

Este último mês marcou um momento históri-co para o Brasil. Em todo país milhares de

pessoas se mobilizaram e saíram pacificamente às ruas clamando por uma mudança significativa na política bra-sileira.

Ideais como paz e liberda-de de manifestação se uni-ram a pedidos por serviços acessíveis e de qualidade na saúde, educação e no transporte público. Protestos contra os gastos astronômi-

têm mais de 60 anos. A pro-porção aumenta para 40% ao considerar a população com mais de 50 anos. As de-clarações de Aso foram con-sideradas um problema para o novo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe. Após muitas críticas, Aso tentou se retratar e reconheceu que seus comentários foram “ina-propriados” e que suas de-clarações somente refletiam uma opinião pessoal e não eram uma sugestão para o governo.

Infelizmente essa opinião se alastra pelo mundo, quan-do muitos querem tomar o lugar de Deus, que é o autor da vida e da morte, e somen-te Ele pode determinar a hora que devemos chegar ao fim de nossas existências.

No entanto, tudo está se encaminhando para que as pessoas já deixem por escri-to um documento em poder de seus familiares, para que não permitam que fiquem vegetando sob o controle de aparelhos em tratamentos intermináveis e que deixam as famílias sem ação.

Por outro lado, devemos estar atentos, pois a tercei-ra idade nas igrejas, por exemplo, não deve funcio-nar como gueto, separada dos demais, podendo ter

cos de dinheiro público com estádios bilionários para a Copa de Futebol da FIFA; contra a PEC 37 que pretende tirar do Ministério Público o poder de investigação. Gritos há muito tempo engasgados fizeram das reivindicações um só movimento.

O Brasil acordou – e não pretende dormir mais. O estado de sonolência em que nos encontrávamos já não nos representa mais. O “dei-tado eternamente em berço esplêndido” do Hino Nacio-nal já não faz mais sentido. O povo acordou e se levantou, tomando as ruas. Não vai mais aceitar pacificamente a corrupção, os desmandos dos gestores públicos, as decisões

seus próprios e especiali-zados empreendimentos. E misturando-se também com outras faixas etárias em projetos de apoio espiritual a carentes e problemáticos, intercâmbios, churrascos, jantares, etc.

Destacando a trajetória his-tórica da questão da velhice, Callis (1996) procura demar-car as diferenças culturais nas formas de encarar o envelhe-cimento e de tratar os idosos. Remete-se às civilizações diferenciadas, como os es-quimós, que são incitados aos suicídio, enquanto entre os detentores, na África, só são respeitados os idosos lúcidos e descartam aqueles que perderam a lucidez. Cita, também, o ritual de antigas aldeias japonesas que con-duziam os velhos para as “montanhas da morte“.

Situação inversa vivem os idosos na cultura dos Yah-gans, na Terra do Fogo, que são respeitados como deten-tores do saber e fazem parte do “Conselho dos Velhos“, instância deliberativa máxi-ma da comunidade. Na Chi-na há uma filosofia que va-loriza os idosos, respaldada em Confúcio e em Lao-Tsé, segundo o qual “é aos 60 anos que o homem se torna capaz de se libertar de seu

arbitrárias de gabinete que afetam o povo e oprimem. Sem dúvida este é um dos momentos mais bonitos da História recente do país.

Os movimentos sociais, longe de partidos políticos, numa bela expressão da de-mocracia direta, agora pre-tende continuar na rua, junto com os cidadãos, para cobrar dos governantes cidades mais justas para todas as pessoas, com mobilidade urbana de qualidade para todos. A lição que tiramos dessa onda de protestos em âmbito nacional é que a política também se faz com as nossas próprias mãos. Quando nossos re-presentantes institucionais já não mais representam o povo

corpo e de se tornar santo” (1996:24).

A escritora americana Pearl Buck, que viveu muitos anos na China, afirma em seu livro “Minha Vida”, que uma civi-lização só tem força se tra-tar bem de seus desvalidos. Buck presenciou a mudança que melhorou a situação dos idosos norte-americanos após a II Guerra Mundial e cita Hitler, que começou a cair ao iniciar sua perseguição aos velhos.

A Bíblia assinala que “Os cabelos brancos são uma coroa de honra”. No caso do Brasil verifica-se que a so-ciedade brasileira vem apre-sentando mudanças em sua pirâmide etária, revelando-se nos últimos 30 anos uma participação crescente da população idosa. Mais impor-tante do que acrescentar anos à vida, é ao nosso entender, dar qualidade a esse tempo para que ele realmente valha a pena ser vivido.

A exclusão da quase tota-lidade da população idosa no processo produtivo di-nâmico, tende a acirrar a marginalização dos velhos. As instituições de assistência à população idosa oferecem atividades que possam preen-cher o tempo ocioso de sua clientela.

e seus anseios e perderam a sua credibilidade, o próprio povo sai às ruas para se de-fender e lutar por os anseios.

Um país é feito principal-mente por seu povo e todo seu arcabouço institucional deve estar a serviço da sua gente e não o inverso. O povo é que precisa ser pri-meiro defendido nos seus legítimos interesses e só depois as instituições e o patrimônio, seja público ou privado. Como declarou o Senhor Jesus: “o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado”. As instituições existem para servir ao ser humano, aos cidadãos e não o inverso. Acima do Congresso Nacio-

Tais atividades, com o es-copo de fazê-los participantes e integrados à vida social muitas vezes constituem-se elementos de acirramento da marginalização. É o caso de atividades que infantilizam e/ou ridicularizam os idosos.

Espaços de convivência compartilhados exclusiva-mente por idosos, empobre-cem o convívio social com outras gerações, tornando os grupos, verdadeiros “guetos” de velhos.

A situação da população idosa é duplamente penosa: no aspecto quantitativo, na medida em que o aumen-to desse segmento não foi acompanhado pelo aumento dos serviços. Já no qualitati-vo, o acesso à informação, à informatização e aos avanços tecnológicos tende a ser con-cedido às faixas mais jovens que se inserem na força de trabalho.

Idosos, na sociedade, fa-mília e igreja, não se devem deixar manipular, mas existir primando-se por ser sujeito de sua história e nunca ob-jeto de outros, devem unir suas forças para lutar por seus direitos, pois a cada dia os salários dos aposentados são mais achatados e não acompanham o aumento das demais classes.

nal, do Poder Judiciário e de toda a estrutura de governo está o cidadão. O crescente descrédito das instituições e dos representantes, que já não mais representam o povo é uma das mais fortes marcas dessas manifesta-ções.

Que os governantes acor-dem mesmo, porque o povo brasileiro acordou e não vai mais dormir em berço es-plêndido. A voz das ruas precisa ser ouvida e atendida. O povo quer ser protagonista da sua história e não meros coadjuvantes. É um Brasil novo que nasce e o processo eleitoral de 2014 mostrará claramente este novo mo-mento.

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15o jornal batista – domingo, 07/07/13ponto de vista

Da mesa da Diretoria da ABIBET

Semanalmente a dire-toria da ABIBET tem recebido pedido de informações pelo seu

site e também tomado co-nhecimento de irregularidade graves no meio da educa-ção teológica no Brasil e, infelizmente, envolvendo seminários batistas. O pior é que também temos tomado conhecimento de que esse assunto tem passado ao largo da ação de Convenções Ba-tistas Estaduais e Associações Regionais Batistas e até en-tendemos que seja por falta de esclarecimento.

Como entidade da Con-venção Batista Brasileira encarregada em ocupar-se com a educação teológica batista no Brasil, a ABIBET tem se preocupado com a situação desta área e tem publicado anualmente em O Jornal Batista um documento contendo informações im-portantes sobre os cuidados legais necessários que devem ser tomados pelos seminários teológicos batistas no Brasil, sejam oficializados ou não pelo MEC. O documento deste ano saiu na edição de 13 de janeiro.

A história nos tem mos-trado que a qualidade do atendimento às igrejas e à denominação passa pela qua-lidade da educação teológica oferecida. Não há mais como ficarmos omissos diante do volume de seminários ba-tistas que temos espalhados por todo país (cerca de 80 instituições) sem a garantia do aferimento da qualidade oferecida no ensino. Não há mais condições de serem criados seminários como são criadas frentes missionárias e missões evangelísticas, sem querer desprezar este tipo de trabalho.

Recentemente tomamos conhecimento de duas as-sociações regionais da ca-pital de um forte Estado de nosso país que distribuiu questionário para saber que tipo de educação poderia ser oferecida por mais um novo seminário que desejam criar. Quantas aulas querem os alu-nos ter por semana, quanto desejam pagar, etc. Não é assim que deve ser criado um seminário.

Já foi a época em que se defendia que precisamos for-mar pastores e não teólogos, como se fosse possível formar médicos, sem medicina ou mesmo formar engenheiros, sem matemática. Você iria

se consultar em um médico sabendo que ele apenas é vocacionado para a medici-na, sem a devida formação? Você pode pensar que o mé-dico cuida de nossa saúde e não pode haver riscos. E o pastor cuida do quê? Não é em nutrir, aconselhar, cuidar de vidas? Não é possível for-mar um pastor apenas como obreiro prático, que saiba apenas como dirigir uma sessão da igreja ou como fa-zer uma visita num hospital, preparar e pregar um sermão, como redigir uma ata, como dirigir administrativamen-te uma igreja, dirigir uma nova construção da igreja. Ser pastor é mais do que isso, é cuidar do rebanho, é saber interpretar as mazelas do mundo contemporâneo para poder orientar suas ovelhas. Como um pastor, apenas obreiro prático que não estu-dou profundamente a Bíblia, a Teologia e outras áreas de saberes necessários poderia aconselhar com segurança suas ovelhas em assuntos como abortamento, eutaná-sia, homossexualidade?

A criação de novos semi-nários tem obedecido dois argumentos básicos. Em pri-meiro lugar vem a questão do acesso do estudante ao seminário. Sem dúvida é um assunto importante e concre-to e neste caso as igrejas, as famílias, associações regio-nais e convenções estaduais necessitam buscar recursos para enviar os vocacionados em seminários mais próxi-mos, mas que dão garantia de formação para o ministério.

Outro argumento é o fi-nanceiro. Argumenta-se que os seminários com maior estrutura cobram caro. Neste ponto é necessário conside-rar alguns fatos importantes. Em primeiro lugar, na reali-dade temos notado que os custos dos cursos teológicos são compatíveis e até me-nores que cursos seculares equivalentes. Em segundo lugar, temos de levar em conta que qualidade custa dinheiro. Manter professores e professoras com formação e experiência, biblioteca, condições físicas de oferta, pessoal administrativo e da área de educação para ge-renciar a qualidade, tudo isso custa caro.

Por exemplo, para cada R$ 100,00 de salário, normal-mente há um custo adicional exigido pelas leis trabalhistas, sociais e previdenciárias, da ordem de mais R$ 40,00. Manter tudo legalizado exige custo. Manter softwares para

os computadores da escola e para os alunos, inclusive antivírus legalizado exige custo. Manter todo pessoal registrado em carteira exige custo, etc. Será que muitos seminários criados por causa deste motivo estão legaliza-dos pelo menos nestes itens? E não estamos falando aqui de oficialização no MEC, apenas do registro e manu-tenção da legalidade fiscal e previdenciária da escola. Então, como poderíamos classificar ou entender a ma-nutenção de um curso com custo baixo, mas com ilega-lidade? Biblicamente como você poderia nomear isso? A questão aqui é de custo baixo ou de falta de visão em pagar o necessário custo para que o vocacionado receba a adequada formação para o exercício do ministério com qualidade?

Em termos internacionais, historicamente a educação teológica têm naturalmente um déficit de 50% se con-siderarmos as receitas ope-racionais apenas. No Brasil batista, geralmente, não há subsídios suficientes (sabe-mos de importante instituição batista no Brasil que recebe de sua Convenção Estadual menos de 0,4% de seu or-çamento, enquanto concede cerca de 8% de bolsas de estudos a alunos carentes). Como temos o exemplo do fracasso institucional por im-perícia de gestão financeira demonstrada em diversas situações de nossa história batista no Brasil, para que se administre seminários e faculdades teológicas com sensatez é preciso que o cus-to das mensalidades reflitam o real custo orçamentário da sobrevivência dos semi-nários.

Quando são criados se-minários menores com o objetivo de baixar o custo, mas em manter um estado de ilegalidade, não estaríamos cultivando dúvidas éticas? Não estaríamos criando um ambiente sangrento de con-corrência desleal contra ins-tituições que têm todo custo de legalidade? Instituições es-tas que, por isso, acabam não recebendo mais alunos e, não recebendo mais alunos, acabam tendo de aumentar o custo de suas mensalidades e assim por diante. O pior é que a história ensina que estes seminários criados com estes motivos têm tempo de duração não muito longo, cerca de 4 a 5 anos e depois começam a sofrer impasses de sobrevivência. Se deci-

dem continuar, acabam ge-ralmente fornecendo obreiros de qualidade insegura para a região. Muitos líderes regio-nais, formados em seminários de maior porte acabam teste-munhando a queda na quali-dade da liderança regional.

Mas também já ouvimos também o argumento de que líderes regionais querem for-mar o seminário da região por puro diletantismo, paixão pessoal ou motivo asseme-lhado. Aqui nem dá para fazer qualquer comentário. Em geral muitos destes se-minários mencionam que possuem grade curricular, mas grade é algo que aprisio-na o aluno numa formação massificada e sem a devida formação para que, em vez de obreiros práticos, tenha-mos fortes, competentes e criativos líderes. Neste caso é preciso ter não uma grade, mas matriz curricular.

E ainda há mais que temos notado nesse campo sangren-to que se tornou a educação teológica batista no Brasil. O que dizer que seminários batistas que estão mantendo parcerias ilegais na validação de diplomas de cursos livres a partir do Parecer CNE/CES 63/2004, que até nós batistas, especialmente com a ação da ABIBET, tivemos grande participação junto ao MEC na época para obter.

Mas também temos notado a existência de outra situação em que alguma faculdade reconhecida procura um se-minário não reconhecido para oferecer em sua sede curso de validação. Só que esta faculdade não tem cre-denciamento para a oferta de ensino à distância e não poderia oferecer curso fora de sua sede. Então como um seminário pode “ajudar”? Em geral faz a oferta o curso de validação em sua sede, os alunos assinam lista de pre-sença, apresentam seus do-cumentos e tudo é mandado para a faculdade reconhecida para ser “internalizado” num prontuário local, de modo que fique parecendo que o aluno estudou lá na sede daquela faculdade longe de sua cidade. Corre-se o risco de se alguém denunciar tudo ser anulado e o Ministério Público abrir uma ação civil e criminal contra o seminário e a faculdade em questão. Mas para ninguém ser prejudica-do, todo mundo fica quieto e até arruma mais “clientes” para o seminário. O MEC já se pronunciou sobre isso por intermédio da Nota Técnica nº 546/2010-CGLNES/GAB/

SESu/MEC. Caro leitor, qual nome você daria para uma prática deste tipo? Como legitimar essa prática biblica-mente? Pois é esta a situação em que vivemos e notamos que Convenções Estaduais e Associações Regionais estão se omitindo em relação a isto tudo.

Muito teríamos a apresen-tar, especialmente em relação ao uso de termos para desig-nar cursos e instituições que hoje só podem ser utilizados por instituições credencia-das, tais como curso supe-rior, bacharelado, mestrado, doutorado, especialização, graduação/pós-graduação, faculdade, etc. No site da ABIBET e no documento pu-blicado em janeiro passado neste Jornal tudo isto é expli-cado, mas seminários batistas que não estão credenciados ainda se valem do uso destas expressões correndo o risco de serem processados civil e criminalmente. Parece-nos que não adianta mais avisar. Entendemos que é hora da denominação, em seus di-versos níveis, se pronunciar e reforçar a orientação.

Como batistas falamos mui-to em cooperatividade, em união, em frases lícitas como “juntos somos mais”, mas será que na educação teo-lógica estamos indo de fato neste rumo?

Aqui na ABIBET já recebe-mos a acusação de estarmos estimulando a reserva de mercado apenas para institui-ções credenciadas pelo MEC, isto não é verdade. O que defendemos é que formar pastores requer cuidados que não podem ser desconside-rados. Entendemos que há lugar para diversos níveis de formação teológica em nosso país, há lugar para cursos reconhecidos e até cursos não reconhecidos, desde que todos sejam legalizados em sua esfera de ação, desde também que todos ofereçam adequada qualidade na for-mação dos vocacionados de modo que as igrejas e a denominação recebam com segurança os formados por estes seminários.

Apelamos para a consciên-cia dos líderes da denomina-ção, dos líderes regionais, dos que dirigem os seminários, dos professores, para que façam acurado exame das condições de oferta de suas escolas, para que busquem a sustentação bíblica, ética e legal de sua instituição, para que busquem motivos lícitos e legítimos se desejarem criar novos seminários.

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