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1 ISSN 1679-0189 Ano CXIV Edição 27 Domingo, 05.07.2015 R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 “Esforcem-se para viver em paz com todos” Hebreus 12.14a

Jornal Batista nº 27-2015

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Nesta publicação você lerá, na íntegra, a exposição feita pelo presidente da CBB em audiência no STF, pastor Vanderlei Batista Marins, no que diz respeito a legalidade ou não do ensino religioso nas escolas públicas. Também publicamos artigos produzidos por diversos colaboradores que manifestam seus posicionamentos sobre temas relevantes, tais como as ofensas ao cristianismo através de ações que trilham uma linha tênue entre o desrespeito e a liberdade de expressão, como vistas na 19ª Parada do Orgulho LGBT, em São Paulo. Trazemos também uma matéria sobre intolerância religiosa e liberdade de crença, onde narra-se a manifestação que reuniu centenas de pessoas no Rio de Janeiro junto à menina Kailane, que levou uma pedrada ao usar roupas que expressavam sua fé.

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1o jornal batista – domingo, 05/07/15?????ISSN 1679-0189

Ano CXIVEdição 27Domingo, 05.07.2015R$ 3,20

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

“Esforcem-se para viver em paz

com todos”Hebreus 12.14a

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2 o jornal batista – domingo, 05/07/15 reflexão

E D I T O R I A L

Posicionamento da Convenção Batista Brasileira nos dias atuais

A Convenção apare-ce, na experiência Batista, como ins-trumento para cana-

lizar e dar expressão concreta ao desejo das Igrejas Batistas e do povo Batista de, juntos, pelejarem “Pela Fé que uma vez foi dada aos santos”. Diante dos diversos fatos que vêm ocorrendo nos últimos tempos em nosso país e no mundo, a Convenção Batista Brasileira vai a público para manifestar-se, considerando que é uma de suas atribui-ções se posicionar perante a sociedade e os poderes cons-tituídos, expor e defender os valores e princípios legiti-mados pelas Igrejas Batistas que, livremente, se associam para sua formação.

A Convenção é uma asso-ciação religiosa que tem por finalidade promover o Reino de Deus em todos os seus aspectos, por todos os meios eticamente lícitos. Assim, nes-ta edição e em algumas pró-ximas, divulgaremos algumas

ações e iniciativas da nossa liderança, bem como pensa-mento e posicionamento dos Batistas a respeito de assuntos, como as manifestações dos defensores do homossexualis-mo, da intolerância religiosa, da separação da Igreja e Esta-do, entre outros.

Nesta publicação você lerá, na íntegra, a exposição feita pelo presidente da CBB em audiência no Supremo Tribu-nal Federal, pastor Vanderlei Batista Marins, no que diz respeito a legalidade ou não do ensino religioso nas esco-las públicas e a forma como o mesmo será ministrado. Também publicaremos arti-gos produzidos por diversos colaboradores deste cente-nário Jornal, que manifestam seus posicionamentos sobre temas relevantes, tais como a guerra de poder declarada por cristãos e diversos outros setores da sociedade, assim como as ofensas ao cristia-nismo através de ações que trilham uma linha tênue entre

o desrespeito e a liberdade de expressão, como vistas na 19ª Parada do Orgulho LGBT, em São Paulo. Assim como, o posicionamento de alguns cristãos que expres-saram repúdio pela classe LGBT através do boicote a uma determinada campanha publicitária.

Trataremos também do tema preconceito e racismo, através da Coluna Vida e m Família, do pastor Gilson Bi-fano. E trazemos também uma matéria sobre intolerância re-ligiosa e liberdade de crença, onde narra-se a manifestação que reuniu centenas de pes-soas no Rio de Janeiro junto à menina Kaillane, que levou uma pedrada ao usar roupas que expressavam sua fé.

Dentro de todas essas abor-dagens, expomos que nos-sa posição consiste em agir tal como Jesus Cristo, com amor. Sentimento e decisão essa que não nos permite ser pessoas omissos ante às mazelas da nossa sociedade

como um todo, porém, nos faz demonstrar, na prática, o que é viver o Evangelho da Cruz, ensinado por Jesus e deixado como instrução em Sua Palavra, a Bíblia. Repudiamos qualquer dis-criminação e temos consci-ência de que nossa missão é transformar o cenário atual em que vivemos através da renovação, em primeiro lu-gar, da nossa mente, como Cristo nos ensina. Seguir Je-sus é negar-se a si mesmo por amor ao próximo. Se não amamos a quem vemos, como amaremos a Deus, a quem não vemos? Preci-samos olhar para fora das quatro paredes e demonstrar o amor que Cristo concede a nós todos os dias, ao ponto de enviar o Seu único filho para morrer por nós, peca-dores. Ele não desiste de nós e, como Batistas, firmados na Palavra, não desistiremos dos valores ensinados por Jesus e da sociedade que o Senhor nos deu o privilégio de amar.

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTEVanderlei Batista MarinsDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIA DE REDAÇÃOPaloma Silva Furtado(Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ)

CONSELHO EDITORIALCelso Aloisio Santos BarbosaFrancisco Bonato PereiraGuilherme GimenezOthon AvilaSandra Natividade

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REDAÇÃO ECORRESPONDÊNCIACaixa Postal 13334CEP 20270-972Rio de Janeiro - RJTel/Fax: (21) 2157-5557Fax: (21) 2157-5560Site: www.ojornalbatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOSW.E. Entzminger,fundador (1901 a 1919);A.B. Detter (1904 e 1907);S.L. Watson (1920 a 1925);Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);Moisés Silveira (1940 a 1946);Almir Gonçalves (1946 a 1964);José dos Reis Pereira (1964 a 1988);Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

Cartas dos [email protected]

Vence pelo amor!

Amados irmãos, alguns religiosos dizendo-se cris-tãos católicos, espíritas e evangélicos estiveram na Câmara Federal para pro-testarem contra, segundo eles, um ato praticado por uma transexual na “Parada Gay”, que ocorreu em São Paulo. Na ocasião, ela se amarrou a uma cruz, pa-

recendo imitar Jesus. Será que o Mestre agiria como eles? Certamente, não.

Irmãos, há um hino em nosso Cantor Cristão, onde, em um dos trechos, lemos o seguinte: “Não te dê por insultado, mas responde com agrado. Vence pelo amor!”. Graça e Paz!

Eber Soares de Souza,Primeira Igreja

Batista de Niterói – RJ

As mensagens enviadas devem ser concisas e identificadas (nome com-pleto, endereço e telefone). OJB se reserva o direito de publicar trechos. As colaborações para a seção de Cartas dos Leitores podem ser en-caminhadas por e-mail ([email protected]), fax (0.21.2157-5557) ou correio (Caixa Postal 13334, CEP 20270-972 - Rio de Janeiro - RJ).

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3o jornal batista – domingo, 05/07/15reflexão

(Dedicado à jovem leito-ra Ângela Christina Corrêa S.P.Néris, de Brasília)

Estivemos, em 1966, na linha de frente contra a “Contemporary Chris-tian Music” - música

cristã contemporânea - (ver: OJB, 19 jun e 25 set 1966).

Na época, como ainda hoje, percebemos que um estilo que aproveita instru-mentos e ritmos da música profana não é adequado ao culto de uma Igreja Cristã.

Quais são as características da chamada música contem-porânea que se diz cristã?

1. Contemporaneidade – é um argumento frágil: vale somente para uma determi-nada geração; estará sempre se referindo à moda musical; as canções de 1970, passa-dos 25 anos (uma geração), atualmente são considera-das “antiquadas”; os jovens de 2015 não gostam, pelo menos nos EUA e na Comu-nidade Britânica, dos cân-ticos de 1990, mesmo que tenham entrado nos hinários oficiais das denominações.

Em 1959, o escritor Paul Wohlegemuth, que acredita-va no poder da propaganda, teve uma excepcional per-cepção ao escrever: “A dé-cada de 60 verá a aceitação da música influenciada pelo ‘rock’, em todos os níveis da ‘música-de-igreja’. O estilo de ‘rock’ será mais aceitável pelas pessoas; seus excessos

rítmicos tornar-se-ão ameni-zados e suas primitivas asso-ciações profanas serão menos lembradas” (ver: “Rethinking Church Music”).

Em meados da década de 60, Larry Norman (1947-2008), quando trabalhava nos grupos de “rock” (“The Doors” e “The Who”) e com Janis Joplin e Jimi Hendrix, tinha uma visão muito mun-dana a respeito da música. Isso não impediu que fosse o pioneiro do chamado “Rock Gospel” (roque santeiro) e lançasse, em 1969, o álbum “Upon This Rock”.

Também, em 1969, o ro-queiro John Lennon (1940-1980) firmou-se na música de “rock” ao lançar o dis-co “Plastic Ono Band”, e o compositor batista Mylon Le Fevre (1944), na tentativa de misturar letra cristã e música profana, ao produzir o álbum “We Believe”.

O historiador John Thomp-son (ver: “Raised by Wolves: The Story of Christian Rock--and-Roll”, 2000) observou que “Larry Norman está para a música cristã o que John Lennon está para o rock”, no uso de seus instrumen-tos característicos (guitarra, bateria, teclados, piano e sintetizador).

O crítico Gerald Clarke, nessa época, constatou que as letras cristãs não atenua-vam o caráter profano das músicas (ver: “New Lyrics for the Devil’s Music”, TIME, 24 junho 2001). Evidentemente, na década de 60, os jovens

estavam mais atraídos pelo tipo de música que mais se executava em sua geração: o “rock”;

2. Origens da prática mu-sical - Os comentaristas da CCM não se lembram, ou omitem o fato de que esse estilo de música teve origem nas passeatas e nos comícios promovidos pelo “Jesus Mo-vement”; em seguida, nas reuniões de jovens de Igrejas Pentecostais ou Carismáti-cas. Não era executado nos cultos de Igrejas Protestantes ou Evangélicas. Era música de entretenimento para os jovens que enfrentavam as manifestações do “Peace Movement”;

3. Recursos musicais - Os músicos de ambos os mo-vimentos de opinião (paci-fistas e religiosos) recorriam aos instrumentos da música popular (violão, guitarra, te-clados, percussão, atabaque, agogô) que deveriam tocar nos mais altos níveis de som, pois o objetivo era chamar a atenção e sensibilizar as massas de jovens;

4. Perfil cultural - Os jo-vens que participavam das passeatas, comícios, manifes-tações, reuniões, festivais e cultos tinham uma formação musical e literária profana, que pouco ajudava na pro-paganda religiosa;

5. Postura dos participan-tes - A postura dos cantores,

oradores, instrumentistas e ouvintes era a menos formal possível; não estavam em salas de concerto ou templos, mas no desconforto das ruas e praças das cidades;

6. Simplicidade das letras - As canções eram simples, sem rima, de fácil memoriza-ção, por serem muito repeti-das, de conteúdo doxológico e carismático, superficial;

7. Ritmo das músicas - As melodias regionais tinham ritmo sincopado e dançante;

8. Natureza dos “shows” - Ainda mais reforçada nos dias a tuais, devido ao cres-cimento pentecostalista, as apresentações tinham clara natureza carismática;

9. Produto importado - Quando, na década de 60, começaram a chegar ao Brasil, alegava-se que os cânticos eram para suple-mentar os hinos das denomi-nações. Recebiam traduções cheias de erros gramaticais. Para evitá-los, estimulou-se a imitação local das letras estrangeiras, mas os erros continuaram;

10. Ubiquidade - A bateria, timidamente, foi admitida na sala dos jovens. Algum tempo depois, penetrou no santuário da Igreja.

Se for colocada dentro de uma redoma de vidro, talvez continue a fazer barulho. O baterista quer entrar no “Nir-

vana”, com a rapidez de Mi-chael Mangini e a energia de Neil Peart? Seu malabarismo é sinal de que quer ser visto. Sua contumácia é porque não se importa, se perturba o ambiente. Seu martelo vibra, mesmo quando é cantado o hino “Descansando nos eternos braços”. Não sabe que dominar o andamento lento é mostrar maturidade, e que é o regente quem dita a velocidade e a intensidade do volume sonoro;

11. Mesmice - Os hinários contêm várias dezenas de boas peças literárias, produ-zidas nos últimos 400 anos, sobre muitos assuntos, mas no atual repertório de cânti-cos (com 120 “corinhos”) os temas são poucos, o que re-sulta termos a mesmice musi-cal para ser usada nos cultos de nossas igrejas. Em apenas meio século (1965-2015) os cânticos contemporâneos estão chegando à exaustão.

Não esqueçamos que a CCM tem suas raízes no mo-vimento “hippie” da década de 60; não surpreende que tenha avançado para o “hip hop” e o “punk”.

Em 20 anos, contradizen-do o seu “voto de pobreza”, logo se tornou uma lucrativa indústria cultural, baseada em Nashville, Tennessee, USA.

Atualmente, em muitos ca-sos, aos cânticos contempo-râneos faltam originalidade e profundidade; são meras imitações da música popular profana.

MÚSICARolando de nassau

Cânticos contemporâneos – II

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4 o jornal batista – domingo, 05/07/15

GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

Respeitando as diferenças

reflexão

“E tal contenda houve entre eles, que se apartaram um do outro. Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre” (At 15.39).

Não existem dois seres idênticos. Quando muito, encontramos al-

gumas semelhanças entre pessoas. Só que, na prática, a pessoa só é semelhante, porque possui algumas dife-renças. Nos relacionamentos humanos, o grande problema não reside nas possíveis coi-sas iguais, mas nas diferenças existentes. E é neste ponto que se torna importante a virtude da tolerância. Isto é, como conviver com diferen-ças, de modo a não permitir que elas nos separem?

Com relação a João Mar-

cos, Paulo foi tão intolerante com relação à sua imaturida-de, que chegou a brigar com Barnabé. “Houve tal desa-vença entre eles, que vieram a separar-se” (At 15.39).

Nos relacionamentos hu-manos espera-se que os mais maduros tolerem as fraquezas dos imaturos. Não no sentido de pactuar com os erros, mas no sentido de compreendê--los e ajudar o inexperiente a evoluir. Não há relaciona-mento humano que resista à intolerância. Casais que adotam a filosofia do “bateu, levou” não conseguem viver em harmonia, não conse-guem crescer juntos.

Ser tolerante não é ser fra-co. Mas, o resultado de pes-soas que aprendem a cultivar o amor bíblico e a viver com cooperação.

Carlos Henrique, colaborador de OJB

O time forte é aquele que consegue ga-nhar os jogos. Até algumas semanas,

Marcelo era o treinador vitorio-so do Cruzeiro, time da capital mineira. Conquistou vários títu-los nos últimos anos e bateu o recorde de permanência como técnico na história recente do futebol brasileiro. Marcelo foi dispensado porque o Cruzeiro começou a perder. Ficou fraco.

Vivemos em uma guerra de-clarada pelo poder, e não é de hoje. Os discípulos de Jesus, seguindo o padrão do mundo, buscaram poder no futuro mi-nistério do possível governador de Jerusalém. Criam que Jesus restauraria o governo a Israel, mas o Israel da terra. Jesus cha-mou os seus discípulos ao lado e disse: “Vocês estão certos! No mundo os governantes domi-nam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas” (Mt 20.25). Seguindo este pa-drão mundano vemos muitos crentes em busca do poder, apenas para demonstrar a sua força. Há algumas semanas “O Boticário”, desejando aumentar as vendas no “Dia dos Namo-rados”, incluiu na propaganda casais homossexuais. Logo sur-giram “crentes”, “evangélicos”,

“cristãos” (não sei como cha-má-los), que levantaram uma campanha para boicotarem a marca deixando de comprar seus produtos. Um dos textos incentivando o boicote dizia para se “descurtir” a campanha e assim mostrar a força “do povo de Deus”. Na sexta, dia 05 de junho, havia mais que o dobro de “força” curtindo a campanha no Youtube, contra menos da metade de “força” “descurtindo” a campanha. Ao medir força com o mundo, no seu terreno, do jeito que eles sabem fazer, não é preciso esperar para saber quem vai sair vitorioso e quem será en-vergonhado.

Lembra que Jesus falava so-bre a força com os seus dis-cípulos? Jesus disse que eles pertenciam ao Reino de Deus e que a atitude deles não seria igual às pessoas do mundo. No Reino de Deus, tem força aquele que serve (diácono). Se alguém quiser ser grande no Reino de Deus, seja o escravo (doulos). Jesus completa dizen-do que ele mesmo veio servir e dar a Sua vida para resgatar as pessoas, segundo Mateus 20.26-28. Como poderemos servir esta geração adúltera e pecadora? Buscando uma resposta na Palavra que Deus organizou e deixou para orien-tação dos salvos, escolhi dois

itens para meditar.Paulo orienta os crentes a

viverem intensamente a sal-vação, de tal forma que Deus tenha a liberdade de operar nos corações, tanto o querer, como o fazer, para que os servos do Reino possam brilhar como verdadeiros astros, vivendo de forma pura, irrepreensível, sem culpa, bem no meio desta ge-ração corrompida e depravada, como está escrito em Filipenses 2.12b-15. Não é para medir for-ça com o mundo. é para viver o Evangelho no mundo.

Outra intervenção no mundo foi orientação de Jesus antes de subir aos céus. Ele disse para os seus discípulos irem ao mundo e pregarem o Evangelho a todas as pessoas, de acordo com Marcos 16.15. Este Evangelho é o poder de Deus para a sal-vação de todo aquele que crê e a manifestação da justiça de Deus, como relata Romanos 1.16-17. Aliás, para viver e pre-gar, Jesus não procurou pessoas com grande força. Procurou os fracos para o mundo, mas que se fortalecem obedecendo e vivendo o Seu Evangelho, segundo I Coríntios 1.27-28. Desta forma, se precisarmos expressar alguma glória, que seja por vivermos em Cristo, e não de alguma demonstração de força, como a Bíblia diz em I Coríntios 1.31.

Mateus Oliveira Mello, pastor auxiliar da Igreja Batista Boas Novas - Presidente Prudente - SP

Seu nome é Viviany Beleboni. Ela é tran-sexual e causou polê-mica com o protesto

da crucificação na Parada do Orgulho LGBT no dia 07 de junho de 2015. Ela disse ao site G1: “Nunca tive a intenção de atacar a Igreja. A ideia era protestar contra a homofobia”. Dentre tantas formas de protesto, ela se utilizou do episódio da cruci-ficação de Cristo para passar sua mensagem, e completou: “Usei as marcas de Jesus, que foi humilhado, agredido e morto. Justamente o que tem acontecido com muita gente no meio GLS, mas com isso ninguém se choca”.

Se ela tinha ou não tinha a intenção de atacar a Igreja, a fé cristã, os cristãos, isso eu não sei, mas ficou claro que muitos cristãos se sentiram atacados e, desde então, as

mais diversas opiniões vie-ram à tona; discussões inter-mináveis, cristãos revoltados nas redes sociais e pessoas de todos os lados expressando seu ódio e ameaças uns con-tra os outros.

A imagem mais antiga da crucificação data do início do século II. é uma sátira romana em que Jesus é representado por um homem com cabeça de burro e crucificado, en-quanto outro homem aparece ajoelhado diante dele. O ra-bisco foi encontrado nas pare-des de um quartel do exército no monte Palatino, em Roma, com a legenda: “Alexamenos adora seu deus”.

Protestos satíricos ou sátiras que protestam, zombarias representadas, desenhadas ou faladas fazem parte da história cristã desde que Jesus se manifestou como Senhor e Mestre de alguém. Portanto, o que se viu na chamada Pa-rada do Orgulho LGBT não foi novo e não foi único, nem lá, muito menos na história da Igreja.

Aí eu vejo e escuto: “Então fazemos o que, pastor? Ofen-deram minha fé! ‘Tiraram’ uma com o meu Jesus. Isso é blasfêmia! Vamos ‘entrar’ na política, vamos colocar fogo na próxima Parada Gay. Vamos detonar esse povo!”. E eu respondo a todos os ofen-didos de fé com uma pergun-ta: O que Jesus mandou você fazer diante de ofensas?

A resposta está na oração do Senhor: “Pai nosso [...] perdoe as nossas ofensas como perdoamos aqueles que nos têm ofendido...” (Mt 6.12). Ela ainda se comple-menta com: “Amem os seus inimigos, façam o bem aos que os odeiam, abençoem os que os amaldiçoam, orem por aqueles que os maltra-tam” (Mt 5.44).

Aí você acaba de ler essas palavras de Jesus e, talvez, pense: “Mas isso não resolve nada; o que resolve é espada neles. O que resolve mesmo é colocar fogo na próxima Para-da Gay”. Mas essa filosofia re-volucionária baseada na força

era o fundamento do partido dos zelotes nos tempos de Jesus, não o ensino do próprio Jesus. Cristo disse: “Guarde a espada. Pois todos os que empunham a espada, pela es-pada morrerão” (Mt 26.52). A reação violenta foi a proposta de João quando Jesus e seus discípulos foram impedidos de se hospedar em um povoado samaritano e Jesus o reprovou dizendo: “Vocês não sabem de que espécie de espírito vocês são, pois o Filho do homem não veio para destruir a vida dos homens, mas para salvá--los” (Lc 9.55).

“Então, vamos ‘entrar’ na política com o deputado Marco Feliciano, o senador Magno Malta e o pastor Silas Malafaia e ‘meter a boca’ nesse pessoal. Vamos mudar a política no Brasil votando em crentes. Vamos processá--los por essa blasfêmia!”. Po-rém, a esperança na política era uma das características do partido dos saduceus nos tempos de Jesus, não o ensi-no do próprio Jesus. Nosso

Mestre disse: “Estejam aten-tos e tenham cuidado com o fermento dos fariseus e dos saduceus” (Mt 16.6).

“Tá, então vamos sair apon-tando o dedo na cara desse povo da Parada Gay dizendo a eles o quanto não são de Deus!”. No entanto, essa atitude era tomada por mui-tos fariseus nos tempos de Jesus, não pelo Cristo. “O fariseu, em pé, orava no ín-timo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os ou-tros homens...’ (Lc 18.11a)”.

Então, meu querido irmão ou irmã em Cristo, quer saber o que fazer? Perdoe, ore e ame! Desprezar o perdão, a oração e o amor, enquanto se abraça as atitudes e filosofias expostas acima é ofender sua própria fé. A fé em Jesus nos faz perdoar, amar e orar pelo próximo.

Quanto a Jesus, nada dimi-nui a imensidão de Sua gló-ria. Ele permanece o mesmo: perdoando, intercedendo e amando todos os pecadores, incluindo eu.

“Demonstração de força”

Sobre fé ofendida

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e a Bíblia através da novela Babilônia, onde personagens de “referência” argumentam que é incoerente alguém que segue a Bíblia não concordar com o homossexualismo. En-volveram na trama até uma atriz mirim para transmitir essa mensagem. Na novela também foi encenado um debate sobre o homossexualismo entre um prefeito mau caráter e um advo-gado boa gente. Estranhamente o argumento bíblico-teológico foi defendido pelo político mau caráter. Isso é um absurdo. Re-pudiar e afrontar o cristianismo para atender as conveniências de movimento homossexual não trará bênçãos para o país.

A Bíblia diz: “Feliz é a na-ção cujo Deus é o Senhor, e o povo ao qual escolheu para sua herança” (Salmo 33.12). é inegável a contribuição que as Igrejas Cristãs têm dado ao longo dos tempos. Os batis-tas brasileiros, por exemplo, criaram as “Cristolandias”, um trabalho social que visa recu-perar pessoas jogadas no “lixo” das grandes cidades, por causa do crack e outras drogas que causam dependência e destro-em o ser humano. Sem falar dos milhares de instituições evangélicas que atendem crian-ças abandonadas ou vítimas de abuso. E como esquecer a importância do trabalho social da Igreja Católica, que alcança presidiários, drogados, crianças desnutridas e outros em uma dimensão, talvez, muito maior. Até mesmo um homossexual, quando se cansa da vida que leva, procura abrigo em uma Igreja Cristã, por ser um am-

Quando olhamos para tex-tos da Palavra de Deus, como em Gálatas: “Não vos en-ganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque quem semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas quem se-meia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” (Gl 6.7-8); bem como Romanos: “Pois do céu é revelada a ira de Deus contra toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça. Porquanto, o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porquanto, tendo conhecido a Deus, contu-do não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes nas suas especulações se desvaneceram, e o seu

biente seguro que propicia a sua restauração espiritual. é o único lugar onde eles realmen-te encontram amparo quando necessitam, pois muitas vezes nem as próprias famílias os recebem de volta.

De certa forma tudo o que está acontecendo não é novi-dade para os cristãos. Há dois mil anos o apóstolo Paulo já escrevia ao jovem Timóteo: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mes-mos (…) Soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, calu-niadores, incontinentes, cruéis (…) Obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Resis-tem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé. Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu des-vario. Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, e que desde a tua meninice sabes as Sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (II Tm 3.1-5; 8-9; 14-17).

coração insensato se obscu-receu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. Por isso Deus os entregou, nas concu-piscências de seus corações, à imundícia, para serem os seus corpos desonrados entre si” (Rm 1.18 -19; 21-22; 24), quando somos lembrados que esta depravação já faz parte do castigo divino, uma vez que ultrapassaram aquela linha divisória da tolerância divina; então, mais ainda te-mos razões para orar por este povo, amar, ter compaixão e evangelizar.

Uma coisa muito importan-te a ser lembrada, é que Jesus sempre reagiu com rigor para com os “ímpios religiosos”, da sua época; mas com muito amor, compaixão e misericór-dia para com os “ímpios igno-rantes da Palavra de Deus”.

Antonio Luiz Rocha Pirola, colaborador de OJB

No dia 07 de junho de 2015 aconteceu na cidade de São Paulo a 19ª Parada

do Orgulho LGBT, popular-mente chamada de “Parada Gay”. Segundo a notícia do Correio Braziliense, o presi-dente da Associação LGBT, responsável pelo evento, teria dito que recebeu recursos da Prefeitura de São Paulo, Go-verno do estado de São Paulo, Caixa Econômica Federal e, até, da Petrobrás. O total apli-cado chegou a dois milhões de reais, dos quais 1,3 milhão teria sido repassado só pela Prefei-tura de São Paulo. As imagens do evento mostram que houve uma verdadeira afronta aos cris-tãos. Há quem diga que ficou clara a prática de crime contra o sentimento religioso (artigo 208 CP), não somente por escarnecer publicamente dos cristãos, como também por vili-pendiar publicamente os atos e objetos de culto religioso.

Entretanto, políticos e re-ligiosos de várias partes do Brasil estão se manifestando, demonstrando repúdio ao que consideram crime contra a fé religiosa, e também por causa do mau uso do dinheiro pú-blico. Eles têm razão. Como podem empresas estatais e órgãos da administração públi-ca bancarem ou patrocinarem atos públicos de escárnio e ultraje ao sentimento religio-so, que discriminam cristãos e promovem a intolerância religiosa, em um país regido

Genevaldo Bertune, Igreja Batista da Família em Higienópolis - SP

Vi algumas imagens do movimento LGBT como resultado da última “Parada Gay”.

São realmente chocantes e, se não reagirmos como verdadei-ros cristãos, mais uma vez aca-bamos naquelas intermináveis discussões e acusações que nada produzem para o “Reino de Deus”, a não ser mais ódio e afastamento daqueles que tanto queremos ganhar para Jesus.

Com certeza esse é um país de hipócritas, inclusive a mí-dia, que fala tanto em direitos humanos, justiça social, repú-dio à violência e a qualquer tipo de discriminação. Quan-do acontecem cenas como as

por uma Constituição que, no título “Dos Direitos e Garantias Fundamentais”, afirma que é inviolável a liberdade de cons-ciência e de crença, assegura o livre exercício dos cultos reli-giosos e garante proteção aos locais de culto e suas liturgias (Art. 5º VI)? Como podem des-perdiçar milhões de reais, em um tempo difícil como este, com o desemprego batendo na porta de milhares de brasileiros, as nossas crianças estudando em escolas precárias, os jovens impossibilitados de consegui-rem financiamento para os seus estudos, e os hospitais colocan-do os pacientes em corredores imundos porque faltam recur-sos para aplicar na educação e na saúde? é simplesmente lamentável!

Durante a “Parada Gay”, enquanto uma transexual se-minua desfila “crucificada”, profanando o ato da crucifica-ção de Cristo, outros faziam gestos obscenos com uma cruz afrontando os cristãos. A bai-xaria foi total. Até a eucaristia católica foi desrespeitada pe-los manifestantes. Um deles representou a hóstia sagrada com uma “camisinha”. Os atos praticados foram vergonhosos e as explicações dadas pouco convincentes. Fato é que a coi-sa foi tão feia e pegou tão mal que até alguns homossexuais repudiaram a manifestação. Sa-bemos que a nossa sociedade sofre com a violência.

Homens e mulheres de todas as raças, idades e religião têm sido vítimas de preconceitos e agressões. Dentre essas ví-timas, logicamente, existem

ocorridas e que todos viram - inclusive esta mídia, que vive falando em direitos e respeito às diferenças -, onde estavam e estão tais vozes de apelo aos direitos humanos? Vocês já imaginaram algum movimento ou líder evangéli-co produzindo tais agressões aos “injustiçados” LGBT? Esta-ríamos todos sendo execrados por toda a mídia e pelo movi-mento LGBT.

No entanto, nossa reação deve ser outra. Deve ser a de Cristo. Ele mandou “Andar a segunda milha”; “Não resis-tam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça--lhe também a outra”; “Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem”. Quando o crucificavam e pra-ticavam todas as atrocidades e injustiças contra ele, ele não

homossexuais. Mas qual a razão para transformar o de-bate sobre a causa gay, se o consideram tão relevante, em um carnaval de obscenidade e imoralidade? Se as pessoas que participam desse movi-mento lutam tanto para serem respeitados, por que não agem de forma respeitosa? Por que não apresentam seus argu-mentos de forma ordeira e responsável? Por que afrontar as famílias e pessoas de bem, com obscenidades em praça pública? Seria uma espécie de vingança pelo fato dos cristãos pensarem diferente (segundo a Bíblia) a respeito da homos-sexualidade? Então a filosofia gay ensina que os diferentes, quando são cristãos, devem ser condenados ao escárnio público, e seus objetos de culto vilipendiados no meio da rua?

Tempos atrás, durante um Seminário LGBT no Congres-so Nacional, um ativista gay defendeu a desconstrução da cultura judaico-cristã e a construção de estratégias para implantação do kit gay nas es-colas. Referiu-se ao termo casa-mento como uma “desgraça de palavra eivada de sentimento cristão”. Também mostrou a Bíblia e insinuou que o que ela diz não é a verdade. Ao final, ameaçou até pegar em armas para defender seus ideais. La-mentável. Penso que esse não é o caminho mais adequado para se defender uma causa.

Agora, mais recentemen-te, a “Rede Globo de Televi-são”, depois das críticas ao gay “crucificado”, voltou-se com mais fúria contra os cristãos

devolveu impropérios, acu-sações, mas orou pelos seus algozes. Não queremos nós ser “bem-aventurados”? Está aí uma excelente oportuni-dade para “Nos alegrarmos e nos regozijarmos” por sermos “perseguidos e insultados” por causa do nome de Cristo.

Não precisamos que nin-guém nos defenda. Muito pelo contrário, são mais ra-zões para amar, orar e evange-lizar este povo; pois somente o amor e o poder de Deus farão diferença na vida deles. Muitos se converterão. Paulo diz que “Nossa luta não é contra seres humanos, mas contra os poderes e autorida-des, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais” (Ef 6.12 – NVI).

A “Parada Gay” e os crimes contra o sentimento religioso

Razões ainda maiores para amar este povo - comunidade LGBT

Page 6: Jornal Batista nº 27-2015

vida em famíliaGilson e Elizabete Bifano

6 o jornal batista – domingo, 05/07/15 reflexão

A família, como prin-cipal instituição so-cial, pode e deve desempenhar um

importantíssimo papel no processo de erradicação des-se mal que tantas mortes e desigualdades tem causado.

O Dicionário Aurélio defi-ne “preconceito” como sen-do uma “Opinião formada antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimen-to dos fatos; ideia precon-cebida; intolerância; ódio irracional ou aversão a outras raças, credos e religiões”. Atitudes práticas devem ser vivenciadas no cotidiano familiar para que estes males diminuam consideravelmen-te em nossa sociedade.

1 – Mostre que Deus não faz acepção de pessoas e que Jesus jamais foi preconceitu-oso e racista

Na Bíblia existem, pelo me-nos, nove passagens que falam diretamente sobre o erro que se comete ao fazer acepção de pessoas. Leia para os seus filhos textos bíblicos que tra-tam diretamente do assunto, como por exemplo: Deutero-nômio 10.17; 16.19; Jó 32.21; Malaquias 2.9; Atos 10.34; Romanos 2.11; Efésios 6.9; Colossenses 3.25 e Tiago 2.9. Mostre para os seus filhos que Jesus, nosso Mestre e Salva-dor, como judeu, diante de uma oportunidade de cultivar o racismo e o preconceito, assim não procedeu, como exemplificado em João 4.1-9. Ao ir para Galileia, passou por Samaria e, na cidade de Sicar, conversou com uma mulher e mostrou que Deus ama a todos, não importando a raça, o credo e o sexo;

2 – Procure dar o exemplo“Um bom exemplo vale

mais do que mil palavras”. Procure não fazer comentá-rios depreciativos a respeito de pessoas de outra raça, de religião diferente da sua famí-lia, de pessoas do outro sexo, de idosos. Procure transmi-tir para os seus filhos que embora não concordamos com doutrinas dos amigos e conhecidos, devemos amar e respeitá-los;

3 – Mostre-lhes as contri-buições que as diversas raças

e pessoas de diferentes cre-dos, sexo, idade e portadoras de deficiência física deram para a humanidade

Existem muitos exemplos nesse sentido, tanto para a realidade brasileira, como para a humanidade em geral. Esses exemplos podem ser extraídos dos esportes, da po-lítica, das ciências, das artes e das religiões. Fale acerca de grandes desportistas como, por exemplo, de Pelé, que tantas alegrias trouxe ao povo brasileiro e como o seu nome tem projetado o Brasil no ex-terior. Fale de Gandhi, o líder indiano que pregou e morreu pela paz entre as pessoas. Fale de Nelson Mandela, o líder sul-africano que ficou preso injustamente por vários anos, mas jamais incentivou a violência entre seus patrí-cios. Fale de Madre Tereza, que sempre se preocupou em dar uma vida melhor para as pessoas marginalizadas da sociedade. Fale do missioná-rio David Livingstone, que ajudou a combater o tráfico de escravos, entre outros;

4 – Combata os estereóti-pos em relação às pessoas e povos

Mostre para os seus filhos o quanto é errado cunhar frases do tipo “Os judeus são pão--duros”, “Os cariocas são pre-guiçosos”, “Todo flamenguista e corintiano são violentos”, “Os nordestinos são grossei-ros”, “Os sulistas são insensí-veis”, “As pessoas que moram em favela são desordeiras”, “Os ‘velhos’ não prestam para mais nada”, “As mulheres são péssimas motoristas”, “Os deficientes físicos não sabem fazer nada”, “Os americanos só pensam em dinheiro”, etc;

5 – Incentive os seus filhos a se relacionarem com crian-ças de outras raças, credos e classes sociais

Isto é muito saudável. Atra-vés destas atitudes, seus fi-lhos construirão amizades que poderão durar toda uma vida com pessoas de outras raças, religiões e classes so-ciais. Convide crianças de diferentes raças e condições sociais para passearem com sua família. Demonstre a sua tristeza e converse com seus filhos que conflitos como do

Jeferson Rodolfo Cristianini, colaborador de OJB

Os livros de colorir estão na moda. S u m i r a m d a s prateleiras das

livrarias, onde os mais pro-curados são os livros para colorir voltados para os adul-tos. Com a imensa procura e enorme venda desses livros, muitas reações surgiram. Muitos editores não acham que tais livros para colorir devam estar na lista dos mais vendidos, uma vez que os livros só possuem traços. Alguns esbravejam e dizem que livro é livro e os tais para colorir não deveriam ser considerados livros. Essa dis-cussão vai longe, assim como vai longe a lista das opções destes, que estão chegando ao mercado. Em poucos dias, os tais se tornaram uma “fe-bre”, e os esquecidos lápis de cor voltaram a vender bem.

A proposta, por mais que o comércio esteja lucran-do muito com isso, é boa. Os livros de colorir emergi-ram no nosso contexto para combater o estresse, que é um dos maiores transtor-nos de nossos dias. Estamos todos estressados. Diante de tantas coisas para fazer, das propostas a atender, das expectativas sobre nós, das metas a serem batidas, da agenda lotada e pouco tem-po, o estresse vai aumen-tando. Tudo ao nosso redor provoca estresse nesse caos urbano em que vivemos. Es-tamos correndo e correndo e quem pensa em parar parece que vai ser atropelado por tantas coisas que são lança-das diante de nossos olhos para fazer. A pressão para vivermos na correria é imen-sa e desumana. Vivemos sobre intenso estresse, que tem sido a porta de entrada para doenças e desencadeia várias dificuldades no nos-so cotidiano. Os livros de colorir suprem a demanda de uma sociedade estressa-da. Diante de pessoas tão informadas, os livros mais vendidos são os que não têm conteúdos, têm apenas traços, e o conteúdo é pro-duzido pela pessoa que pin-ta. é uma pintura carregada

de cor, de estética e beleza. Esse é o conteúdo.

A grande quantidade nas vendas dos livros para colorir demonstra que há um grande contingente de pessoas can-sadas e sobrecarregadas com suas rotinas alucinantes, e que desejam ter um momen-to de calmaria. Para uma so-ciedade estressada, ansiosa e depressiva, os livros para co-lorir e os lápis de cor “caíram como uma luva”. As vendas a todo vapor mostram que as pessoas querem e precisam de um tempo para relaxar, um tempo para desconectar da agenda cotidiana, preci-sam parar e sentar. Os livros de colorir trazem à tona a época da infância. Para nós, cristãos, o alvo é nos tor-narmos crianças. Jesus disse que devemos nos converter como criança. As crianças gostam de lápis de cor e de desenhar, gostam de pintar. Pintar é coisa de criança, e ser criança é coisa de cristão. Os seguidores/discípulos de Jesus devem se tornar como crianças; assim os livros de colorir podem ser uma tera-pia diante de tanta correria e ser um momento de fé e devoção. Com o lápis de cor nas mãos você se concentra-rá nas cores, nos tons e nos traços, ao mesmo tempo em que orará ao Senhor pedindo que ele use sua vida para colorir o contexto onde você estuda e trabalha. Com o lápis de cor nas mãos você poderá ficar em um estado de quietude e oração.

Se você está com seu livro de colorir em mãos, pare a correria do cotidiano, apon-te os seus lápis, aquieta-se em volta da mesa, comece a colorir seu livro e ore. A oração é o melhor remédio para o estresse de cada dia, e os livros de colorir podem ser boas companhias. Volte a ser criança orando de forma singela e transparente e use as cores para embelezar o seu livro. Para uma socieda-de triste e em trevas devemos mostrar que o brilho da luz de Jesus nos dá vida e ale-gria, e para uma sociedade agitada devemos mostrar que temos em quem confiar em oração. Pinte e ore. Volte a ser criança!

Livros de colorir e espiritualidade

Racismo e preconceitosMales a serem atacados a partir da família

Oriente Médio, entre judeus e árabes; na Irlanda do Norte, entre católicos e protestantes, jamais têm aprovação de Deus e só prejudicam a har-monia entre povos e pessoas;

6 – Promova ocasiões de encontro com pessoas de várias faixas etárias

Através desses encontros, mostraremos, principalmente para os mais novos, que os idosos podem nos ajudar em muitas coisas com as experi-ências acumuladas ao longo dos anos. Convide uma pes-soa idosa para passar um dia com sua família e diga para os seus filhos o quanto é importante amar, valorizar e respeitar essas pessoas;

7 – Fale para os seus filhos sobre o que foi o holocausto, o horror das guerras étnicas e religiosas

Por mais que seja doloroso, não podemos, como humani-dade, esquecer os exemplos tristes do que foi o holocaus-to e das guerras étnicas e religiosas que aconteceram e ainda acontecem no mundo. Dê de presente para o seu filho adolescente o “Diário de Anne Frank”. Assista em família, e depois converse com seus filhos, filmes que tratam do holocausto.

Através de atitudes como es-sas, praticadas no interior do nosso lar, nos capacita, como famílias, a dar uma grande contribuição às gerações fu-turas, onde brancos e negros tenham as mesmas chances no mercado de trabalho e nas nossas universidades; onde protestantes, católicos, a despeito de suas crenças, po-derão, como cristãos, ajudar a construir um mundo melhor, onde jovens e idosos unirão a força e a experiência para a construção de uma sociedade mais ordeira; onde homens e mulheres serão parceiros para o bem comum. Então, poderemos sonhar com um mundo onde os nossos netos não assistirão cenas, como por exemplo, de crianças sendo apedrejadas, de cristãos sendo perseguidos. A tarefa é árdua e os seus resultados são de longo prazo, mas também é urgente. A semente deve ser semeada agora, sem mais demora.

Page 7: Jornal Batista nº 27-2015

7o jornal batista – domingo, 05/07/15missões nacionais

Fabrício Freitas, pastor, gerente executivo de Evangelismo de Missões Nacionais

O que é o Multiplique?Multiplique é um movi-

mento intencional de mul-tiplicação de discípulos e igrejas, baseado na visão de Igreja Multiplicadora.

O Multiplique tem avança-do a cada dia entre os Batistas brasileiros! Como Convenção Batista Brasileira, somos gra-tos a Deus pelas Convenções, Associações, Igrejas e pas-tores, cuja cooperação tem permitido que o movimento se espalhe pelo país por meio de Congressos e Seminários da visão de Igreja Multiplica-dora. Desde março de 2014, o Multiplique realizou 136 encontros com 11.680 par-ticipações, sendo 2.713 de pastores (até 8/5/15). Muitas igrejas nas cinco regiões do Brasil estão implementando a visão de Igreja Multiplicadora. Para a glória de Deus, já avis-tamos grandes resultados em toda a nação. é hora de mais um grande ajuntamento do povo Batista brasileiro para celebrarmos a multiplicação que, pela ação graciosa de Deus, já está acontecendo em todo o país. Faça parte do Multiplique 2015!

Como foi ano passado? Em 2014, fomos acolhidos

pelos batistas paranaenses na Igreja Batista do Bacacheri, em Curitiba, e outras Igrejas cooperantes da Convenção Batista Paranaense. Mais de 500 líderes das cinco regiões

do Brasil foram grandemente abençoados.

Qual será a temática do Multiplique 2015?

Este ano, o tema será o Relacionamento Discipula-dor. Abordaremos o valor do discipulado relacional e como podemos desenvolver esta caminhada um a um. Na visão de Igreja Multiplicado-ra, o Relacionamento Disci-pulador é o relacionamento intencional entre um discí-pulo multiplicador com outra pessoa visando torná-la outro discípulo multiplicador. Ele compreende o convívio, o acolhimento, a intercessão, o zelo pela pessoa, o ensino e a solicitação de contas.

O Relacionamento Disci-pulador não é um conceito novo, mas um resgate do que nós, como Batistas brasileiros, vivenciamos nas décadas de 70 e 80, influenciados pelas literaturas e capacitações rea-lizadas pela Junta Publicadora de Educação Religiosa da Convenção Batista Brasileira, a JUERP. Dois livros do doutor Waylon Moore, “Integração Segundo o Novo Testamento” e “Multiplicando Discípulos”, influenciaram uma geração, pois são verdadeiros manuais sobre como cuidar bem dos novos discípulos.

Essa ênfase de cuidado de pessoas uma a uma, de se relacionar intencionalmen-te com alguém objetivan-do levá-lo a conhecer mais de Cristo e a se multiplicar tem suas origens na própria caminhada de Jesus com seus discípulos. Em todas as

épocas da história da Igreja temos notado isso acontecer, quando homens e mulheres colocaram a Grande Comis-são como prioridade em suas vidas e realizaram grandes obras para a glória de Deus.

Ultimamente, grande parte deste movimento é fruto da influência dos Navegadores (The Navigators - www.na-vigators.org), que teve início na década de 30 por Daw-son Trotman. O objetivo dos Navegadores era espalhar as Boas Novas de Cristo por meio de relacionamentos in-tencionais com vista ao cres-cimento espiritual dos novos discípulos através da Palavra de Deus e à sua multiplica-ção. O fundamento desse movimento é II Timóteo: “O que ouviste de mim, diante de muitas testemunhas, trans-mite a homens fiéis e aptos para também ensinarem a outros” (II Tm 2.2).

Os Navegadores tinham como base o cuidado indivi-dual modelado por Barnabé para com Paulo e por este para com Timóteo, Tito e tan-tos outros. Dawson Trotman destacava a importância de passarmos horas com novos crentes, individualmente e em pequenos grupos em bus-ca de ensiná-los a obedecer a Bíblia e a orar e encorajá-los a se multiplicar.

Esse movimento influen-ciou os batistas americanos e inúmeras outras denomi-nações e instituições, inclu-sive a Cruzada Estudantil Profissional para Cristo, com Bill Bright. Essa influência chegou até nós, batistas bra-

sileiros, através dos livros do doutor Waylon Moore, que é um dos homens treinados pelos Navegadores e que tem vivido vive estes princípios em sua história de vida.

Segundo mencionado na história dos Navegadores, Billy Graham convidou Dawson Trotman para ajudá-lo a capa-citar discipuladores para aten-der aos milhares de pessoas alcançadas pelas suas cruzadas evangelísticas. Durante esse tempo, tornaram-se amigos próximos, a ponto de Billy Graham ser o pregador em seu funeral, em 1956, quan-do testemunhou: “Creio que ele tocou mais vidas do que qualquer outra pessoa que já conheci. Nós hoje representa-mos milhares de pessoas toca-das por esse grande homem”.

No Multiplique 2015, te-remos a oportunidade de ver como um dos preletores, o doutor Waylon Moore, muito conhecido como mestre de discipulado na igreja local. Treinado por Dawson, Trot-man tornou-se um grande praticante do discipulado um a um, dedicando-se ao rela-cionamento intencional com novos cristãos para levá-los à maturidade e à multiplicação.

Veja o que o doutor Moore já nos ensinava aos Batistas Brasileiros na década de 80 através do seu livro “Multipli-cando Discípulos”, lançado pela JUERP:

“Os líderes eclesiásticos, por toda parte, estão come-çando a perceber o vasto po-tencial que existe na aborda-gem feita a pequenos grupos, e especialmente no discipula-

do um a um, para conseguir a multiplicação efetiva” p. 5.

“Se o pastor, ou missioná-rio, começar um ministério individual, um a um, com um ou dois discípulos, todavia todo o processo de multipli-cação poderá ter lugar bem rapidamente” p. 6.

“A medida que o discípulo recebe treinamento individual (por um discípulo mais ma-duro), ele se torna capaz de multiplicar-se. Um multiplica-dor tem treinado um ou mais discípulos, que alcançaram outras pessoas. Um edifica-dor de multiplicadores treina outros multiplicadores” p. 32.

“A formação de liderança deve ser a prioridade no mi-nistério do pastor. Ele deve começar a discipular os seus oficiais e seus diáconos e deve reunir-se também re-gularmente com um ou dois leigos” p. 119.

“Qualquer discípulo pode multiplicar sua vida em Cris-to, aplicando os princípios bíblicos a sua Igreja local. De sua igreja, Deus envia-rá homens e mulheres que farão discípulos de todas as nações” p. 129 e 130.

“O discipulado no nível pessoal, um a um, é a manei-ra mais rápida que conheço para se desenvolver líderes espirituais que podem mul-tiplicar outros discípulos” p. 134.

“Tanto o relacionamento quanto os resultados pare-cem mais duradouros no dis-cipulado individual” p. 134.

*Na página 16, você en-contrará mais informações

Congresso Multiplique 2015

Page 8: Jornal Batista nº 27-2015

8 o jornal batista – domingo, 05/07/15 notícias do brasil batista

Tiago Monteiro, jornalista da Convenção Batista Carioca

Uma manifestação contra a intolerância religiosa e o precon-ceito, realizada no

dia 21 de Junho, marcou a ci-dade do Rio de Janeiro. A ação, que contou com a presença de representantes de várias religi-ões, teve início com uma con-centração no Largo do Bicão, na Vila da Penha, seguida de uma passeata em direção ao local onde a menina Kaillane Cam-pos foi apedrejada na cabeça.

Cerca de mil pessoas partici-param do ato de repúdio à vio-lência que chocou o Rio. Entre os representantes religiosos, era expressiva a presença dos evangélicos, que empunhavam cartazes em favor da paz.

Um dos primeiros a chegar foi o irmão Sinval Viana, da Segun-da Igreja Batista de Petrópolis- RJ. Ao ouvir o comunicado de que haveria a manifestação, decidiu apoiar essa causa em fazer da liberdade de fé e da paz. Enquanto aguardava o início da manifestação, con-versava e tirava foto ao lado de representantes do candomblé, mostrando que ser cristão é ser representante do amor.

“Hoje temos um fundamen-talismo que praticamente exala uma violência que não coaduna com o povo batista e com ne-nhum cristão. Principalmente não coaduna com os ensina-mentos de Jesus Cristo. Então eu acho muito válida essa ma-nifestação, esse ato público. Vi que teria esse ato não em defesa de Deus porque Deus não precisa de defesa, mas que nos reuníssemos para colocar nossa indignação frente a essas questões”, afirmou Sinval.

A menina Kaillane chegou ao local da concentração por volta das 11h. Caminhava entre sua mãe, que é evangélica, e sua avó, também do candomblé. O turbante em sua cabeça escondia parte do curativo colocado para tratar da ferida em sua cabeça. Ferida esta que continua aberta na mente de todos que defen-dem a liberdade de culto. “A pedrada da Kaillane foi em todo mundo, foi no Brasil, foi em toda pessoa do bem. Essa pedrada não foi só na Kaillane. Ela foi o veículo para que a gente possa gritar e exigir que achem esses culpados, e eles sejam condena-dos como bandidos. Eles não são religiosos”, disse Katia Marinho, avó de Kaillane Campos.

O pastor da Primeira Igreja Batista de Vila da Penha, João Luiz Sá Melo, teve a oportunida-de de falar ao público presente. Sua Igreja tem sido fundamental nesse momento. Após ter sido procurado pela mãe de Kailla-ne, Karina Marinho, pastor João tem aconselhado a família e aproveitou a oportunidade para pedir desculpas em nome dos evangélicos. “A mãe da menina

é evangélica e nos procurou. Estivemos inclusive com a me-nina, pedindo perdão por conta da agressão dessas pessoas que não são evangélicas, são agres-sores. E nós, como igreja batista, sempre lutamos pela liberdade religiosa para que entendam que nós respeitamos a religião dos outros. Repudiamos qualquer ato de intolerância e anuncia-mos um Deus que é paz e amor. Nossa presença aqui é para pas-sar a mensagem de que somos de Cristo, somos da paz, contra a violência e contra a intolerân-cia porque Jesus jamais ficaria dentro das quatro paredes… ele estaria perto das pessoas que falam de paz. é ali que ele estaria e é por isso que estamos aqui”, afirmou pastor João.

Para o babalaô Ivanir dos Santos, interlocutor da Comis-são de Combate à Intolerância Religiosa, intolerância é um fato que acontece todos os dias no país. Ele ressalta que o apedre-jamento sofrido por Kaillane foi expressão facista, condenável por uma sociedade que prega a liberdade de culto. “Isso não é uma atitude bem-vinda para ninguém em uma sociedade democrática como a nossa. Primeiro vão nos perseguir, mas depois virão os outros. Não quero acreditar que isso é uma postura da maioria dos cristãos porque não é, mas o silêncio da maioria faz com que esses grupos se coloquem da forma como tem se coloca-do”, explicou Ivanir. Segundo o representante do candom-blé, tão fundamental quanto a identificação dos criminosos que apedrejaram a menina, é a identificação de doutrinas que pregam o ódio e o preconceito aos fiéis. “Do ponto de vista religioso isso é uma blasfêmia porque existe o livre-arbítrio. Essa pedra foi muito mais longe do que a gente possa pensar. Ela não foi só na menina, foi na sociedade brasileira, na demo-cracia”.

Outros representantes da Con-venção Batista Carioca (CBC) marcaram presença na mani-festação, entre eles Ronan Lima, executivo da Juventude Batista Carioca, e o presidente da CBC, pastor Dejalmir da Cunha Wal-dhelm. Para eles, esta é uma oportunidade que não pode ser perdida, como explica o presidente: “Entendemos como CBC que não poderíamos ficar de fora para manifestar nosso posicionamento com respeito a essa intolerância, essa atitu-de que foi tomada contra essa menina. Nós, Batistas, sempre levantamos essa bandeira, no sentido de que cada um possa ter a sua liberdade. Colocamos aqui nosso posicionamento de que não aceitamos essa violên-cia e que propagamos a paz de Cristo. Pra mim é importante participarmos desse momento histórico aqui na cidade do Rio de Janeiro.

Pela liberdade de crençaFotos: Tiago Monteiro

Page 9: Jornal Batista nº 27-2015

9o jornal batista – domingo, 05/07/15notícias do brasil batista

No dia 15 de junho deste ano, pastor Vanderlei Batista Marins, presidente

da Convenção Batista Brasi-leira (CBB), pastor Sócrates Oliveira de Souza, diretor executivo da CBB e pastor José Mello Salgado, segundo vice-presidente, participaram no Supremo Tribunal Federal, em Brasília, de uma audiência pública convocada pelo mi-nistro Luís Roberto Barroso a fim de discutir a inserção do ensino religioso nas escolas públicas e a forma como o mesmo será ministrado. Para completar a mesa de debates, outros 31 representantes de entidades religiosas ou ligadas à Educação também estiveram presentes. Confira abaixo, na íntegra, o pronunciamento dos Batistas, através das pa-lavras do presidente da de-nominação, pastor Vanderlei Marins:

“Excelentíssimo Senhor Mi-nistro do STF, Dr. Luis Rober-to Barroso,

Para melhor comunicação sobre o assunto, objeto de mi-nha presença nesta honrosa e mais destacada instituição de Justiça no País, representando a Convenção Batista Brasi-leira, como seu presidente, dividi a minha palavra em quatro pontos básicos, a sa-ber: I - Apresentar os Batistas; II - Destacar dois princípios indispensáveis à liberdade religiosa; III - Compartilhar a nossa posição sobre o assunto em tela; IV - Reconhecimento e agradecimentos.

I – Quanto à apresentaçãoOs Batistas constituem em

grupo de servos de Jesus Cris-to ao longo da história do Cristianismo. São ardorosos defensores da liberdade re-ligiosa, por entenderem a competência do indivíduo, vendo-o como um ser livre e capaz de relacionar-se com Deus, consigo mesmo e com os seus semelhantes.

Esse povo chamado Batista, desenvolve suas ações cristãs, extremamente voltado para o conteúdo da Palavra de Deus, a Bíblia, sua única regra de fé, conduta e prática; bem como, para os princípios basilares de sua fé: Autoridade das Escrituras; a competência do indivíduo; o livre exame e a li-vre interpretação da Bíblia; O Espírito Santo em cada crente no ato da conversão; salvação pela graça e não pelas obras; liberdade religiosa; separação entre Igreja e Estado; A Igreja: Uma associação voluntária de crentes; autonomia da Igreja Local; o ministério: Os servos

dos servos de Deus; As orde-nanças: símbolos da salvação e não atos conferidores de graça e a cooperação entre Igrejas Batistas. Estamos no Brasil há cerca de 155 anos da seguinte forma:

1 – No dia 21/05/1860, che-ga em nossa Pátria o primeiro missionário Batista, Thomas Jefferson Bowen, egresso dos Estados Unidos da América do Norte Aqui permaneceu até 09/02/1861. Este fato foi noti-ciado pelo jornal do Império, o Diário do Rio de Janeiro, conquanto tenha sido uma notícia veiculada mais pelo viés denunciatório de sua presença;

2 – No início do ano de 1866, “começaram a chegar os emigrados na região de Santa Bárbara, São Paulo. As famílias foram se fixando na terra, pela aquisição ou ar-rendamento de propriedades destinadas à lavoura”. Preciso dizer, também, que entre as duas datas (1860 e 1866) ou-tros chegaram ao Brasil;

3 – Em 10/09/1871, é or-ganizada em Santa Bárbara, São Paulo, a Primeira Igreja Batista em solo brasileiro, há 144 anos, com 29 membros; todos colonos norte-america-nos, tendo como seu primeiro Pastor, Richard Raticliff;

4 – Mas, em língua portu-guesa, uma Igreja que a partir dela, avançasse para alcançar os brasileiros, com um projeto de expansão em evangelismo, missões, educação e na área social, ocorreu com a organi-zação da Igreja Batista em Sal-vador, Bahia, em 15/10/1882. Daí, a obra de Deus realizada pelos Batistas expandiu-se por todo o Brasil.

Hoje somos cerca de 3 mi-lhões e 100 mil Batistas; em 8 mil e 400 Igrejas e 4 mil e 700 missões, num total de 13.100 templos em todos os Estados da Federação. Temos 130 Colégios Batistas, mais de mil missionários no exterior, em todos os continentes e 750 missionários em nossa Pátria, atuando em lares para crianças, para anciãos, e em 34 Cristolândias (Reabilitação em dependência química), dentre outras ações. Sendo tudo isto, com esforço, amor e dedicação deste nobre povo, chamado Batista. Sem inves-timento financeiro do Estado, ou seja, de nenhum dos Entes Federativos.

II – Quanto aos princípios indispensáveis à Liberdade Religiosa.

1 – Separação entre Igreja e Estado

Jesus edificou a sua Igreja

para que ela fosse um referen-cial de vida, expressão do seu Reino, promotora da graça divina e coluna da verdade (l Tm 3.15). Sua essência é divina e não humana, sua natureza é espiritual e não política, e o seu campo de atuação é o gênero humano e não a militância político – partidária. Não me refiro aqui às prerrogativas do cidadão e suas liberdades individuais.

O Estado, que é de natureza social e política, não deve ter religião e nem promover nenhum dogma, credo ou doutrina.

Quando me refiro à igreja não ter militância político--partidária ou face de Estado, trago a lume, a diferença entre as suas finalidades e a distin-ção de suas naturezas.

O Estado deve zelar pelos direitos e liberdade do ci-dadão em escolher e profe-rir a sua confissão religiosa como bem lhe convier, para tanto, deve se utilizar dos mecanismos constitucionais para impedir a intolerância, a intransigência e qualquer for-ma de desrespeito ou abuso. Ao passo que a Igreja deve preparar o ser humano para cumprir seu papel em qual-quer segmento da sociedade com dignidade, decência e honradez. Vale ressaltar, que Jesus não aprovou a união da igreja com o Estado, pelo fato de criticar o culto oficial e nunca ter manifestado interes-se em estabelecer uma nova religião estatal.

2 – LaicidadeO princípio do Estado Laico

ou Secular, indica que o País não é Teocrático, não tem religião oficial e não deve cui-dar de Educação Religiosa ou Ensino Religioso em nenhum dos modelos: confessional, interconfessional e não-con-fessional. A sua posição deve ser de neutralidade e impar-cialidade no âmbito religioso.

O Estado deve concentrar os esforços para melhorar a qua-lidade do ensino como um todo, erradicar o analfabetis-mo e investir na qualificação dos profissionais da Educação e, deixar que as igrejas e as famílias cuidem do ensino religioso dos seus filhos ou integrantes.

Para nós Batistas, religião é religar a Deus. E muito mais do que uma releitura para entender o fenômeno religio-so e o papel das religiões na formação ou estruturação da sociedade. Mas, o governo através do seu setor compe-tente, para justificar a inclusão do ensino religioso na matriz curricular nacional, muda a expressão religar para reler,

uma ingerência que altera a concepção histórica da re-ligião. Atitude que além de agredir a Constituição Fede-rativa do Brasil é incompatível com a realidade de um Estado Laico. E preciso parar de dar ou encontrar jeitinhos!

III – Quanto à nossa posiçãoEntendemos que o ensino

religioso nas escolas públicas é uma herança da Coloniza-ção e da Monarquia. Onde o Poder Público financiava as escolas e a religião administra-tiva como se fosse sua. Nota--se aqui, uma inadequação na postura de tratar e respeitar as distinções entre público e privado.

Com advento da República, essa prática não foi substituída por uma ação inovadora de política educacional. Sendo assim, o assunto continuou la-tente, sendo debatido, ocasio-nando reflexões apaixonadas, com espaço para pressões; estando o tema presente nas constituições. Em especial na de 1988, que admitiu o ensino religioso de matrícula facultativa, com disciplina nos horários normais das escolas públicas de ensino fundamen-tal (Art. 210 § 1°).

Senhor Ministro, Dr Luiz Roberto Barroso, nossa es-perança é que o Estado se posicione, deixando o ensino religioso na esfera da religião. E que não continue adotando uma posição acanhada, como quem se dobra aos interesses de terceiros, ou segmentos religiosos.

A adoção do modelo não--confessional, salvo melhor ju-ízo, é continuar dando JEITO para “compatibilizar caráter laico com ensino religioso nas escolas públicas”. Porque essa função não é de competência do Estado! Iniciar ou aperfei-çoar alguém numa determina-da religião é tarefa da família e da igreja. Mas, se a família quer transferir ou reafirmar o credo que confessa ou tem simpatia para uma instituição de ensino, então deve procu-rar uma escola confessional para matricular os filhos.

Há uma gama enorme de credos religiosos em nossa sociedade. Como atender e satisfazer a toda essa clientela? Unificar-se-á o discurso de to-dos os credos religiosos? Caso isso venha a acontecer, todos seremos ou nos sentiremos violentados nas questões mais íntimas da alma - a nossa fé. A medida que unificamos o discurso religioso, falsificamos os dogmas ou as doutrinas que confessamos.

Se o ensino religioso for para a competência do Estado,

como o mesmo inspecionará aquilo que está sendo feito em cada escola? Haverá pessoal capacitado para ministrar as aulas? Para supervisionar es-sas escolas?

Dessa forma o Estado não subvencionaria os credos reli-giosos? Isso agride a Constitui-ção Federal em seu artigo 19. Ademais, o ecumenismo vio-lenta a fé e fere o princípio das liberdades individuais, com suas identidades próprias.

Diante do exposto, com base na Declaração Doutriná-ria da Convenção Batista Bra-sileira, nos Princípios Batistas que lecionam a separação en-tre Igreja e Estado e na Cons-tituição Federal que preceitua o Estado é laico, secular, não religioso e nem teocrático. Nós, os Batistas, filiados à CBB, somos contrários ao Ensino Religioso nas Escolas Públicas, em quaisquer dos modelos. Entendendo, que esta medida corrige distorções históricas, coloca o Estado no seu lugar e deixa com os segmentos religiosos o cuida-do da educação religiosa ou do ensino religioso dos seus integrantes.

IV – Quanto ao reconheci-mento e agradecimentos

Como Batistas Brasileiros, reconhecemos a atitude no-bre do STF, na pessoa de seu ilustre integrante, sua exce-lência, o ministro Dr Luís Roberto Barroso, em ouvir os segmentos da sociedade sobre questões tão significativas, de entendimentos dispares, con-figurando-se como polêmicas e que envolvem sentimentos, crenças ou preferências.

Reconhecemos que vive-mos num Estado Democrático de Direito, que somos livres para nos expressarmos, para exerceremos a nossa fé, as nossas opções, com respon-sabilidades e respeito.

Reconhecemos que todos somos iguais perante Deus, que cada um dará conta de si mesmo a Ele, que a Lei deve ser igual para todos, que o Estado deve ser imparcial no trato da coisa pública e que o exercício de prestação juris-dicional deve ser com justiça, independência e coerência, motivando esperança e forta-lecimento a democracia.

Agradecemos ao STF, ao Ministro Dr. Luís Roberto Bar-roso pelo convite à CBB para participar deste momento”.

Muito obrigado!Vanderlei Batista MarinsPastor da Primeira Igreja Batista em Alcântara-RJ

Presidente da Convenção Batista Brasileira

Presidente da CBB representa denominação em audiência pública no STF

Page 10: Jornal Batista nº 27-2015

10 o jornal batista – domingo, 05/07/15 notícias do brasil batista

Coordenadoria de Comunicação da JBC

“Glórias a Deus, por mais esse Congresso!”, com certeza

essas foram as últimas pala-vras do diretor executivo da JBC, Ronan Lima, e de toda a equipe no fim do Congresso Atitude 2015, realizado entre os dias 04 e 06 de junho. Fo-ram três dias de grande apren-dizado e tremenda motivação, muito bem vividos ali na Pri-meira Igreja Batista da Penha, zona Leopoldinense do Rio de Janeiro, onde os jovens foram convidados a tomarem uma atitude diferente já no início, entregando um quilo de alimento não perecível ou um litro de leite na entrada do evento.

O primeiro dia foi iniciado com um fórum sobre “Maio-ridade Penal”, realizado em parceria com a Juventude Ba-tista Brasileira, com a partici-pação de mais de 100 jovens e as contribuições de Thaiz Nascimento, nossa repre-sentante do COJUERJ; Pedro Gabrois, filósofo pela UERJ; e pastor Everton Willian, da Junta de Ação Social Carioca (JASC), representando a Rede Evangélica Nacional de Ação Social (RENAS). Não tinha como não imaginar que ele traria, além de conhecimento espiritual, um despertamento de uma atitude perante à so-ciedade. Louvores inexprimí-veis foram entoados por cada ministério musical que ali es-teve. O Ministério de Louvor da Juventude Batista Leopol-dinense (JBL), a banda Musi-cAviva e o Louvor JBC foram responsáveis por momentos

Marcelo Jaccoud da Costa, assistente social da Primeira Igreja Batista Campo Grande - RJ

Tente imaginar o que precisaria acontecer em sua vida para que você fosse morar na

rua. Já fiz esse exercício e per-cebi o quanto pode ser assus-tadora essa situação. Teria que brigar com minha esposa, pais, irmãos, tios, primos, amigos. E precisaria perder meus dois

marcantes e dignos de muita recordação no coração de cada pessoa que ali esteve. Tinham que desempenhar o papel dos homens de frente de um exército, dando início a um culto desafiador - afinal essa era a proposta do tema -, além de desempenhar um papel transitório, em que saímos do momento de re-flexão e fomos ao momento de desafio.

Neste ano tivemos uma novidade: cada celebração noturna tinha dois momentos para a palavra, chamados “Reflexão” e “Desafio”. Os preletores da primeira parte, “Reflexão”, trouxeram pa-lavras de despertamento e motivação, através de atitu-des que eles já têm tomado para transformar o cenário social carioca. Foi notório o movimento de Deus. Gente de qualidade, como pastor Everton Willian, da JASC, missionário Pablo, do Pro-jeto IDE Missões e Arte, e Fabinho Fernandes levaram cerca de 400 jovens à refle-xão sobre “Mazelas sociais da juventude”, “Mundo de Oportunidades” e “Juventude Inspiradora”, respectivamen-

empregos. Depois de romper com tudo e todos ao meu re-dor, só sobraria a rua para mim.

O Evangelho é a Boa Nova da reconciliação do homem com Deus. E reconciliação é o que as pessoas que moram na rua mais precisam. Por isso, só pode entender o que é re-conciliação com Deus, quem experimenta o que é reconci-liação com quem está próxi-mo dele. Para quem mora na rua, o Evangelho pregado por alguém que não se torna seu

te. Cada mensagem foi espe-cial e transitória para o mo-mento do “Desafio”. Muito além dos jovens, cada pessoa ali presente sentiu-se desafia-da a fazer algo para mudar a realidade em que vivemos. Você já pensou em “Os desa-fios da pós-modernidade”, ou em “Quem te inspira hoje?”, ou sobre como “Inspiração gera ação”? Temas altamen-te desafiadores que foram abordados e tratados com maestria, dignidade e base bíblica pelo pastor Henrique Araujo, da CB Vida, André Myshilin, do SKATEologia, e Pedro do Borel.

No sábado à tarde, último dia do Congresso, foi reali-zada a eleição do novo con-selho e diretoria 2015-2016. Foi também a despedida da diretoria 2014-2015 e de alguns conselheiros. Nosso conselho recebeu 14 novos membros eleitos pela Assem-bleia, que também elegeu Matheus Machado, da Pri-meira Igreja Batista Cosmos, como presidente; pastor Ciro Vinícius, da Primeira Igreja Batista Sulacap, como 1º vi-ce-presidente; Thiago André, da Igreja Batista Liberdade,

próximo, que não cuida de suas feridas, que não cami-nha junto com ele o caminho inverso da sua trajetória de perdas que o levaram para a rua, não fará sentido. é como um pregador explicando o Evangelho em português para quem não entende a língua.

A Casa de Lázaro é um al-bergue noturno - funciona entre 20h e 07h - que acolhe homens entre 18 e 59 anos para auxiliá-los a seguir seus caminhos para a saída das

como 2º vice-presidente; Stella Leão, da Primeira Igre-ja Batista de Irajá, como 1ª secretária; élida Aquino, da Primeira Igreja Batista Parque Anchieta, como 2ª secretária; e Gustavo Barreto, da Igreja Batista Tauá, como 3º secre-tário. Que o Pai conduza a caminhada de cada um e haja um lindo movimento nesta juventude.

Sem dúvidas, o Atitude 2015 nos inspirou, nos despertou e nos gerou o desejo de vi-ver em ação. Agradecemos a equipe Primeira Igreja Batista da Penha, que abraçou esta iniciativa, e também ao pastor Vitor Hugo, que nos deixou à vontade em sua “casa”. Fica um gosto de quero mais, de desejo mais, uma vontade maior de querer ser jovem batista carioca relevante. E que venha o Teu Reino, que o Soberano cumpra seus pro-pósitos através desta geração.

Depoimentos de jovens que participaram do

Atitude 2015:

“Deus falou muito comigo e falou exatamente o que eu precisava ouvir, sobre ter

ruas. Mantido pela Primei-ra Igreja Batista de Campo Grande - RJ, com apoio da Associação de Igrejas Batistas do Oeste Carioca, a Casa tem espaço para receber até 30 homens. Os hóspedes têm uma cama e um armário, um endereço de referência, jantar, café da manhã, atendi-mento social e, principalmen-te, um ambiente acolhedor, que lhe dá perspectiva de que é possível sair dessa situação. Assim, garantindo meios para

mais compaixão com aqueles que não conhecem a Deus, e fazer mais para que a Sua Palavra e o Seu amor che-guem a essas vidas. Foi muito bom ver como Deus trabalha através da vida de algumas pessoas, fazendo coisas in-críveis. Agora é ter atitude e colocar em prática tudo aquilo pelo qual Deus nos chamou”. Rebeca Vieira, 18 anos, estudante.

“Desde o primeiro dia de Congresso, Deus martelou a minha cabeça, me mostrando que eu preciso ser mais luz para quem ainda não viu a Luz, mais relevante em todos os lugares. Refletir tudo que Deus quer mostrar através de mim”. Estevão Sampaio, 26 anos, professor de educação física.

“Foi uma aventura eu che-gar até a Igreja, mas foi meu sábado foi mega edificante. Foi algo que me trouxe o real sentido da palavra atitu-de = A Ti tudo, conforme o homem de Deus, Pedro do Borel, revelou. Espero ter a oportunidade de participar mais e mais. Deus os aben-çoe!”. Pamela Messias, 27 anos, designer gráfica.

que quem mora na rua se re-concilie consigo mesmo, com sua família e a sociedade, a Casa de Lázaro é uma ferra-menta importante para que o Evangelho seja entendido por essa parcela da população. Funcionando desde novem-bro de 2013, 38% das 95 pessoas que já passaram pela Casa de Lázaro conseguiram sair das ruas, o que tem nos encorajado a seguir em frente. Colabore com essa iniciativa e faça-nos uma visita.

Atitude com inspiração: uma breve passada pelo “Atitude 2015”

Departamento de Ação Social da CBB

Casa de Lázaro: traduzindo o Evangelho para quem mora na rua

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11o jornal batista – domingo, 05/07/15missões mundiais

Willy Rangel – Redação de Missões Mundiais

Quatro décadas sendo voz de Deus às nações. A s s i m , o c a -

sal Elton e Mirian Rangel tem levado a mensagem do Evangelho de Cristo a países como Paraguai, Portugal e Espanha. E para agradecer ao Senhor por essas vidas, Missões Mundiais realizará um culto de gratidão pelo mi-nistério desses missionários no dia 29 de julho, às 19h30, na Igreja Batista Itacuruçá, no Rio de Janeiro. A cerimônia marcará a despedida do casal dos campos missionários.

Nomeados para a JMM em novembro de 1975, os missionários Elton e Mirian Rangel contribuíram com o crescimento do Reino de Deus no Paraguai a partir do ano seguinte. Casados e com quatro filhos – o mais novo na época com apenas sete meses –, seguiram para o campo com confiança, alegria

Willy Rangel – Redação de Missões Mundiais

Missionários são pessoas a quem Deus vocaciona para a missão

especial de testemunhar de Cristo. São homens e mulhe-res qualificados espiritual, física, intelectual e emocio-nalmente. Se este é o seu chamado, Missões Mundiais tem um lugar reservado para você. Estão abertas as inscri-ções para as novas turmas de missionários de longo termo e para os projetos Radical Latino-Americano e Radical Luso-Africano.

Missionários de longo termo

Se você tem o desejo de servir o Reino de Deus como missionário no campo por tempo indeterminado ou co-nhece alguém com esse cha-mado, a única forma possível de inscrição no processo se-letivo de Missões Mundiais é através do e-mail [email protected], da Coordenadoria de Recursos Humanos da JMM.

Para se candidatar a essa categoria missionária, o inte-ressado deve se preparar para

e conscientes de que estavam cumprindo o ide de Jesus.

Quando chegaram ao Pa-raguai, pastor Elton e Mirian foram atuar na cidade de Concepción, no centro do país, para somar forças com a equipe da JMM que já es-tava por lá. Foi na região de Concepción que o casal viveu suas experiências mais marcantes, que ainda dão saudades a nossos missioná-rios, deixando igrejas plan-tadas, realizando batismos e alcançando famílias inteiras com o Evangelho de Cristo.

No final dos anos 1970, o casal Elton e Mirian seguiu para os Açores, um arquipé-lago português no Oceano

atuar por 12 anos sucessivos (quatro períodos trienais) ou mais, de acordo com os pro-jetos da JMM.

O primeiro período de qua-tro anos é de experiência, e somente a partir do segundo quadriênio é que o vocacio-nado passa a ser considerado missionário de longo termo. Os campos de atuação são definidos de acordo com o

Atlântico. Em 1978, pastor Elton e Mirian foram para a cidade de Ponta Delgada, e ali desenvolveram vários trabalhos, dentre os quais, cultos na praça pública. Os cultos semanais realizados ali atraíam mais pessoas do que cabia na igreja. Diante disso, os missionários levantaram uma oferta para a compra de um novo templo para a Igreja de Ponta Delgada.

Ainda em Portugal, o casal foi para um novo desafio: Bra-ga, norte de Portugal, ficando ali de 1984 a 1991. Foi nessa época que a missionária Mi-rian atuou como presidente da União Feminina Portugue-sa e o pastor Elton foi presi-

planejamento estratégico de Missões Mundiais.

Uma categoria similar e para a qual também estão abertas as inscrições é a de missionário de tempo de-terminado, na qual o voca-cionado segue ao campo por um período de três anos para apoiar o missionário de longo termo. Ele também é sustentado pelo Programa de

dente da Junta de Missões Nacionais portuguesa.

Após um ministério aben-çoado nos Açores e em Por-tugal continental, o casal voltou ao Brasil e assumiu o ministério na Primeira Igreja Batista de Moça Bonita, no Rio de Janeiro, permane-cendo ali até 1997, quando retornou ao campo, desta vez para a Espanha.

Em solo espanhol, pastor Elton e Mirian estão à frente da Igreja Evangélica Batista de Sevilha há quase 20 anos, e muitos frutos desse ministé-rio têm sido produzidos.

A irmã Mirian tem acon-selhado os adolescentes da Igreja sobre o batismo, congregações, congressos missionários com crianças, música, classes da Escola Bíblica Dominical, envolvi-mento com a denominação, entre outras atividades. A Igreja cresce a cada ano, e os batismos são prova disso.

Durante todo esse tempo como missionários da Junta de Missões Mundiais, o pastor El-

Adoção Missionária (PAM), e somente após o término do período de três anos é que o vocacionado pode solicitar a efetivação.

Um missionário enviado ao campo pode atuar em vários projetos e frentes, con-centradas principalmente nas modalidades pastoral--ministerial, profissional e empresarial.

ton e Mirian demonstraram sua gratidão a Deus por servi-Lo na extensão do Seu Reino aqui na Terra. A mesma gratidão tam-bém se estende aos crentes e igrejas do Brasil que apoiaram desde o primeiro momento esse abençoado ministério, com orações e sustento.

“Outra grande bênção que recebemos do Senhor foram nossos filhos, Rawlinson, Ra-wlianne, Rawderson e Elton Jr. Sempre estiveram conosco. Nunca nos deram nenhuma preocupação porque eles sa-biam que missões era a tarefa que o Senhor tinha dado à nossa família”, afirma o pas-tor Elton. Hoje, Rawderson é missionário da JMM no Chile, e Elton Jr., em Cabo Verde.

O casal faz parte da história de Missões Mundiais, que convida você para o culto de gratidão a Deus pela vida e ministério destes missioná-rios Elton e Mirian Rangel, no dia 29 de julho, às 19h30, na IB Itacuruçá (Praça Barão de Corumbá, 49, Tijuca – Rio de Janeiro).

Novas turmas do RadicalEstão abertas também as

inscrições para a décima pri-meira turma do Radical Latino--Americano e para a quinta do Radical Luso-Africano. Se você quer sinalizar o Reino de Deus de uma forma diferente em países da América Latina ou nações de língua portuguesa na África, esta é a sua chance. Escreva para [email protected].

Para participar do processo seletivo do Radical Latino--Americano e do Radical Luso-Africano, é necessário ser solteiro e membro atuante de uma mesma Igreja Batista por, no mínimo, dois anos.

Quanto à escolaridade, En-sino Médio completo é requi-sito mínimo para candidatos de ambos os Projetos.

O tempo de duração varia de acordo com cada Proje-to, desde 11 meses para o Radical Latino-Americano até 17 meses para o Radical Luso-Africano; incluindo o treinamento no Brasil.

Mesmo que este não seja o seu chamado, pode ser o de alguém do seu relacionamento. Com-partilhe estas informações com amigos, familiares e igreja. Para mais informações, acesse www.missoesmundiais.com.br/va.

Elton e Mirian Rangel: culto marca 40 anos dedicados a missões

Novas turmas missionárias com inscrições abertas

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12 o jornal batista – domingo, 05/07/15 notícias do brasil batista

“Ele salva o orpimido da espada […]”. (Jó 5.15a).

Norte da África, junho de 2015.! (Paz seja convosco!)

As proezas militares do Estado Islâmico (ISIS) seguem sendo um mistério para observadores ocidentais. Jornais internacionais afirmam que nações com suas tropas de elite militares falham em entender como seus exércitos fortemente treinados e equipados perdem terreno tão rapidamente para o que eles consideram ser um “time” tão pequeno, desorganizado, pobremente equipado e com seus soldados incultos e iletrados.

O ISIS se tornou enormemente rico, segue conquistando refinarias de petróleo e com isso tem privado tanto a Síria quanto o Iraque não só do uso de suas fontes de riqueza, mas também da permanência de seus antigos regimes no poder regional. Eles têm poupado dinheiro em armamento e equipamento, pois aproveitam aqueles deixados para trás pelos exércitos em fuga.

Fontes do sucesso do ISIS

A primeira fonte de sucesso é sua forte ideologia e um sistema de comunicação eficiente, profissional e habilmente executado. A segunda tem a ver com a motivação de seus soldados, suas convicções e seu desejo por morrer em nome de uma paixão, aspectos esses que levaram à criação de uma base de poder de proporções incalculáveis. Em terceiro lugar, seus homens operam em um território familiar e entre pessoas que eles consideram como seus amigos e vizinhos. A quarta fonte diz respeito ao fato de que os comandantes do ISIS foram treinados pelos exércitos de potências ocidentais, as quais ajudaram a desestabilizar regimes autoritários na região; e também contam com antigos membros das polícias secretas de alguns países da região, os quais foram fortemente treinados em técnicas de inteligência, luta de rua, tortura e resistência. Em quinto lugar, ao contrário do que pensa a maioria dos ocidentais, o ISIS não opera em um ambiente hostil; muitas pessoas estão apoiando e dando garantias para que o grupo terrorista seja capaz de importar e exportar bens, petróleo, armas, soldados, e inclusive esposas para os soldados. A sexta fonte diz que o ISIS tem se aproveitado dos benefícios monetários de uma poderosa rede de apoio financeiro. E, em último lugar, é possível afirmar que a omissão de uma comunidade internacional dividida, apática, medrosa, hesitante, e parcialmente cúmplice só faz colaborar diariamente para o avanço do ISIS.

Sua Força Motriz

Cerca de um milhão de soldados em toda a Síria e Iraque apoiados pelos exércitos mais poderosos do mundo têm recuado sistematicamente sob a pressão de alguns outros milhares que lutam do lado do ISIS e estão espalhados em cinco países. Qual seria essa força motriz que os impulsionam? Eles afirmam que é Allah. E tendo o “todo-poderoso” ao seu lado, eles não precisam temer nada e a ninguém.

Os perigos desse avanço

Está claro que vencer uma batalha não é o mesmo que vencer a guerra. Porém, as batalhas vencidas pelo ISIS seguem trazendo terror de maneira cruel e brutal (decapitação de prisioneiros, apedrejamento de mulheres até a morte, meninas oferecidas como troféus a seus guerreiros, queima de bibliotecas e destruição de autênticos monumentos do patrimônio mundial). Por isso, cada vitória, não importando o quão pequena e breve ela seja, para eles já significa muito.

Um erro fatal seria pensar que o ISIS não veio para ficar, ou que só espera que forças aliadas formem um forte exército para derrotá-los. A cada dia que passa e essa força revolucionária sobrevive, se tornando mais forte, com cada vez mais recursos e ganhando mais terreno, será cada vez mais difícil acreditar que de fato os povos que hoje vivem aterrorizados poderão ser um dia livres de tanta opressão! Ainda bem que a Bíblia, nosso Livro Sagrado assegura que Ele salva o oprimido da espada.

Ore conosco!

Pelos milhares de cristãos e outras minorias étnicas e religiosas que já sofreram e ou seguem sofrendo horrores nas mãos do Estado Islâmico (ISIS);Pelos milhões de refugiados que tiveram que deixar suas casas e países, e hoje vivem em condições precárias em campos de refugiados ou escon-

didos em alguns países da região;Pelo despertar da Igreja Ocidental, que de fato ela entenda que o Senhor salva o oprimido utilizando Seus Filhos.

Entendendo os avanços do Estado Islâmico (ISIS)!

Carta Missionária - Pastor Caleb & Rebeca Mubarak

EDITAL DE CONVOCAÇÃOA Sociedade Batista Patrimonial, CNPJ 28.892.735/0001-96, por seu presidente e nos termos que dispõe o art. 4º e 18 do

Estatuto Social vem pela presente CONVOCAR a todos os associados para ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA a ser realizada no dia 31/07/2015 às 17h30 na Igreja Batista em Leandro, localizada na

Estrada do Mazomba, 43 – Leandro – Itaguaí – RJ, tendo como assuntos da pauta:

1. REFORMA DO ESTATUTO2. ELEIÇÃO DA DIRETORIA

3. MUDANÇA DA SEDE4. RATIFICAÇÃO DE DOAÇÕES

Pr. Júlio Cláudio Corrêa.Presidente da SOCIEDADE PATRIMONIAL

Page 13: Jornal Batista nº 27-2015

OBITUÁRIO

Noé Ramos Pinheiro: o virtuoso

13o jornal batista – domingo, 05/07/15notícias do brasil batista

Rolando de Nassau, colaborador de OJB

Nascida em 11 de abril de 1955, na cidade de Bauru - SP, era a filha

primogênita do pastor éber Vasconcelos (falecido) e de Otaídia (Ida) Couto Vascon-celos; irmã de Denise Maria Vasconcelos Camargo, que é viúva do pastor Gérson Mon-teiro Camargo (falecido); so-brinha do pastor Íber Vascon-celos; prima do pastor Fausto Aguiar de Vasconcelos.

Chegou a Brasília, na com-panhia dos seus pais, em 27 de fevereiro de 1963. Em 30 de maio de 1968 deu profis-são de fé, sendo batizada em 09 de junho desse ano.

Em novembro de 1968, o pastor éber anunciou que es-tava estudando a organização da atividade musical na Igreja Memorial Batista. Começou

Celso Aloisio Santos Barbosa, membro do Conselho Editorial de OJB

Após longo e doloroso período de interna-ção hospitalar, no dia 19 de maio passado,

Deus levou para si o virtuoso irmão na fé Noé Ramos Pinhei-ro, membro da Igreja Batista do Méier - RJ. Esse doloroso período de enfermidade foi intensamente acompanhado por muitos membros da Igreja Batista do Méier, que o visita-ram diariamente e lhe deram conforto e ajuda para vencer os difíceis e doloridos dias da internação. Noé não tinha fami-liares no Rio de Janeiro, cidade de sua residência. Seus mais íntimos residem em Pernam-buco, ultimamente na cidade do Recife.

Noé Ramos nasceu em Ca-ruaru - PE, em 29 de janeiro de 1943 e era filho de Antonio Pi-nheiro da Silva e Nila R. Ramos Magalhães. Foi batizado pelo pastor José de Oliveira Filho, na Segunda Igreja Batista de Caruaru - PE. Chegou na Igreja Batista do Méier, de onde ainda era membro, em 07 de setem-bro de 1969 e veio para essa Igreja por carta de transferência da Igreja Batista da Pavuna - RJ.

Noé era vocacionado como exímio organista/pianista da Igreja Batista do Méier e aju-dava no culto de outras Igre-

dando trabalho à sua filha Dionina Mara: seria pianista acompanhadora do canto congregacional e do coro. Em 1972, Mara ingressou como pianista da Memorial.

Para melhor servir à Igreja, Mara iniciou o curso técnico na filial do Conservatório Brasileiro de Música, em Brasília. Sua primeira missão importante foi a de pianista, ao lado da organista Betty Antunes de Oliveira e sob a regência do maestro Albano Sílvio de Freitas, na execução da cantata “Maior Amor”, de John Peterson, em 18 de abril de 1976 (ver: OJB, 30 maio 1976). Nos primeiros 16 anos em Brasília, foi uma das me-lhores “performances” musi-cais a que tive o privilégio de assistir e comentar, dentro ou fora do ambiente evangélico.

No repertório erudito, Dio-nina Mara, sob a direção do primeiro ministro de música

jas quando não escalado para atuar em sua Igreja. Dominava as teclas dos órgãos e pianos como quem brincava com brinquedos infantis. Dedilhava as teclas com simplicidade e sabedoria. Todos se enlevavam e enchiam os olhos de lágrimas advindas das emoções que enchiam a alma dos ouvintes participantes dos cânticos que subiam aos céus, amparados pela música que Noé Pinheiro sempre nos trazia.

Meu irmão e amigo particu-lar; considero-me privilegiado por ter tido, no dedilhar de Noé Pinheiro, o acompanhamento em fundo musical durante toda a cerimônia do meu casamento na Igreja Batista do Meier em 02 de junho de 2001. Seus re-cursos musicais sabiam enlevar seus ouvintes da ocasião, inclu-sive os pastores do cerimonial do meu casamento – Rev. Wa-shington Rodrigues e Rev. Julio Oliveira Sanches.

Vocacionado, voltado para a Música Sacra, Noé Pinheiro amava intensamente o musical do Cantor Cristão - Hinário das Igrejas Batistas do Brasil -, conforme registro de 1963, da Casa Publicadora Batista. Seu amor por suas músicas era tan-to, que se dedicou a produzir discos (tamanho CD - peque-no) com somente músicas do Cantor Cristão, sob o som dos seus dedos, especialmente. Em particular possuo toda a

da Igreja Memorial Batista, Jabus Dolph Bateson, foi con-vocada para tocar trechos do oratório “Messias”, de Georg Friedrich Haendel, em 25 de dezembro de 1977 (ver: OJB, 29 jan 1978).

Nas comemorações nata-linas de 1978, dirigidas pro-visoriamente por Elias Couti-

coleção desses discos, produ-zidos por Noé Pinheiro, que me invadem periodicamente a alma, enchendo-a de alegria e saudade, como batista que sou desde 1949.

Foi Noé Pinheiro quem or-ganizou e produziu discos e gravações da cantora evangé-lica Mariuza Míccolis, do Rio de Janeiro, hoje viúva do seu grande amigo Aldo Míccolis. Noé também a acompanhou musicalmente, tendo ficado assim registrada sua perma-nente e global participação na produção musical de Mariuza Míccolis.

Ultimamente, Noé Pinheiro me havia convidado para eu dar texto para publicação em capa e discos em que gravaria, com seu órgão, a música des-conhecida de hinos de peque-níssima letra, do Cantor Cristão, de que nosso hinário é pleno, apesar de letras e músicas des-conhecidas do nosso público. Seria algo diferente e muito útil para divulgação e aprendizado

nho do Nascimento, Dionina Mara, de maneira eficiente, acompanhou o Coro da Me-morial na apresentação da cantata “Pastores, venham celebrar!”, de John Floyd Wilson, em 25 de dezembro (ver: OJB, 21 jan 79).

Nas décadas de 80 e 90, bem preparada por seu pai para as tarefas rotineiras nos cultos dominicais, Mara foi pianista acompanhadora de cantores solistas, do Coro Memorial (regentes Tasso Brasileiro do Vale, Paulo Roberto Mandarino, Paulo Souza da Silva e Anderson Silveira Motta) e do Coro “Mensageiros da Paz” (criado por Albano Sílvio de Freitas, em sua ausência substituído por Kenneth James Litton, Eduardo Carvalho e Ronnie Monroe Parker).

Durante 42 anos (1972-2014) prestou serviço rele-vante nos cultos da Igreja;

do nosso povo. Mas não lhe restou tempo para seu sonho e Deus o levou de todos nós.

Hoje, tristemente, o órgão, instrumento musical ocupado por Noé Pinheiro, na Igreja Ba-tista do Méier, encontra-se sem a sua pessoa. Olhando para ele, nosso coração pulsa de sauda-des e nossos olhos se enchem de lágrimas. Certamente que os Gideões no Brasil estarão também sentindo saudades de Noé Pinheiro, pois deles era organista oficial e se compra-zia também em acompanhar a voz do famoso cantor batista Feliciano Amaral.

Certa vez, participei com Aldo Míccolis, amigo particu-lar de Noé Pinheiro, de um acampadentro - um retiro de Carnaval realizado internamen-te no templo da Igreja Batista do Méier – Rio. Durante os três dias de Carnaval havia estudos, palestras e toda a parte musical era dirigida e produzida por Noé Pinheiro - uma inspiração.

Durante certo período, Noé Pinheiro dirigiu, na Igreja Ba-tista do Méier - RJ, o coral femi-nino de nome Nila Amos - que era o nome da progenitora de Noé Pinheiro. Era uma alegria e uma satisfação para ele.

Durante o culto funerário, que se realizou no dia 20 de maio na sua Igreja – Batista do Méier – ouviu-se inspiradora e bela mensagem do seu pastor Purin Junior. Entre as flores e

sua última participação foi em 08 de fevereiro do cor-rente ano. Distinguiu-se pelo alto senso de responsabilida-de, pontualidade e eficiência; por isso, a Igreja, em 1994, resolveu que o seu curso livre de música seria denomina-do em homenagem à Mara Vasconcelos. Desde 1986, era sócia da Associação dos Músicos Batistas do Brasil.

Por quase três meses, a Família Memorial esteve em angustiante sofrimento, soli-dária com a enfermidade de Dionina Mara Vasconcelos, que veio a falecer em 04 de junho deste ano.

Junto à sepultura, na tarde do dia seguinte, o pastor Íber Vasconcelos, a propósito do canto do hino “Terra feliz” (CC 508), um dos favoritos de Mara, adiantou que ela adentraria ao Céu afirmando: “Tocarei nesse lindo país be-los hinos ao meu Salvador!”.

mensagens expostas no salão de cultos da Igreja, postava-se uma especial, vinda do longe Recife - PE, com bela despedida do virtuoso Noé Pinheiro.

Vale o registro de que o mu-sicista Noé Pinheiro vinha ofe-recendo ultimamente apoio à Associação de Diáconos Ba-tistas Cariocas, dando aulas de música a seus componentes, além de tocar na ajuda das apresentações do Coral da re-ferida Associação. Nessa am-biência carioca, vale o registro de que Noé Pinheiro possuía o título de Cidadão Carioca com que foi agraciado publicamente em época especial de sua vida.

Por sua inteligência e capa-cidade, Noé Pinheiro frequen-tava o lar de muitos crentes afinando órgãos e pianos e os consertando também, sempre que necessário.

Ultimamente Noé Pinheiro me desafiou a escrever e pu-blicar livro agora sob o título “João, o Apóstolo do Amor”, completando meu trabalho sobre Pedro de Betsaida e Pau-lo de Tarso que já publiquei. Prometi a ele escrever, mas até agora me faltou tempo. E se o fizer, dedicarei o livro a sua memória, como meu desafiante e motivador.

Para a Igreja Batista o Méier resta agora a saudade de Noé Ramos Pinheiro, com sua mar-cante e permanente ausência nos cultos de nossa Igreja.

NecrológioDionina Mara Vasconcelos (1955-2015)

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Carlos Alberto dos Santos, pastor da Segunda Igreja em Pilar - Duque de Caxias - RJ

Cuidado com as palavras!

“Meus irmãos, somente poucos de vocês deveriam se tornar mestres na igreja, pois vocês sabem que nós, os que ensinamos, seremos julgados com mais rigor do que os outros” (Tg 3.1).

Em um contexto ju-daico, os mestres se-riam os rabinos, mas, o contexto de Tiago

faz referência à Igreja Cristã, quando os mestres seriam pessoas que se destacavam no conhecimento e ensi-no das Escrituras, que assu-miam autoridade sobre os demais. Como os rabinos na sinagoga, esses mestres eram os líderes em suas igrejas,

onde muitos eram apóstolos e evangelistas.

O caráter dos mestres é uma preocupação para Tia-go, pois esses lidavam com a personalidade humana, tinham a tarefa de cuidar e zelar pelo ensino e prática das Escrituras.

“Todos nós sempre comete-mos erros...” (Tiago 3.2). Como seres humanos, algo que todos nós fazemos é errar, pois somos limitados e não acertamos sem-pre. E uma das maneiras mais comuns de errar é através das nossas palavras. Constantemen-te erramos ao falar de maneira apressada, usando palavras duras e impensadas. Por isso, o seguidor de Cristo deve pro-curar cuidar para não tropeçar em suas palavras.

O cuidado com o que se dizia era algo muito sério dentro das comunidades cris-tãs primitivas. A “Didaquê”,

uma espécie de manual de conduta das Igrejas Primitivas dos primeiros séculos da era cristã, diz o seguinte: “Corri-jam-se mutuamente, não com ódio, mas com paz, como vocês tem no evangelho. E ninguém fale com nenhuma pessoa que tenha ofendido o próximo; que essa pessoa não escute nenhuma palavra de vocês, até que se tenha arrependido”. Esse texto da “Didaquê” demonstra que a comunhão era algo básico para a sobrevivência da co-munidade naquela época, a tal ponto que se existisse alguém que ferisse essa base tinha de ser isolado do conta-to até o arrependimento.

Com certeza a comunhão entre os irmãos deve ser man-tida e devemos trabalhar para que isso aconteça, e tomar o devido cuidado com as nos-sas palavras, a fim de que não

sejamos pedra de tropeço para ninguém.

No versículo 4, Tiago usa algumas ilustrações: O freio, que controla os cavalos, e o leme, que controla os navios.

Nossas palavras devem ser bem aplicadas a fim de que possam colaborar para a edi-ficação de todos, ao nosso re-dor. A maledicência, a fofoca só serve para destruição das pessoas, e isso não deve fazer parte de nosso estilo de vida. Algo que eu e você devemos ter em mente é que tudo o que dizemos e fazemos deve ter como ponto principal a edificação do outro.

Quando Tiago fala sobre o “timoneiro”, ele ilustra o fato de que o próprio individuo é quem pode usar a língua cor-retamente ou abusar de seu uso. O timoneiro representa cada um de nós, representa o impulso íntimo que se baseia

no grau de responsabilidade que cada um tem que ter com o bem-estar de cada um.

A palavra é uma ferramenta poderosa e por isso devemos tomar cuidado com o que dizemos e a maneira como o dizemos. Pois podemos usar nossas palavras tanto para edi-ficar como para destruir a vida das pessoas ao nosso redor. Nossas palavras nascem em nosso coração e mente. Sendo assim, tenhamos uma mente e um coração que amem a Deus e favoreçam o próximo.

Para finalizar, faço das pala-vras do pastor Martin Luther King, em seu discurso memo-rável, as minhas: “Sonho que os homens levantar-se-ão, um dia, e compreenderão enfim que foram feitos para viver juntos em comunhão”. (Orar com Martin Luther King, p.60).

Atenção irmãos, “Juntos somos mais e melhores”.

Tudo o que dizemos e fazemos deve ter como ponto principal a edificação do outro

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