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NOTICIÁRIO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE OFTALMOLOGIA RECONHECIDA DE UTILIDADE PÚBLICA PELA LEI Nº 936 DE 15/09/1959 JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA Nº 160 - NOV-DEZ - 2013 XVIII CONGRESSO INTERNACIONAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE OFTALMOLOGIA Basta ser sócio da SBO para desfrutar deste cenário N ão há como não se deslumbrar com esta visão da enseada da Praia de Botafogo à noite. Can- tado em prosa e verso pelos maiores poetas e compositores brasileiros, o Rio de Janeiro é único. Uma unanimi- dade nacional e internacional, a pai- sagem carioca por si já é um con- vite à visita. E é neste cenário, que a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, entidade nacional, com sede no Rio de Janeiro, promove de 24 a 26 de julho de 2014, no Windsor Barra Ho- tel, o XVIII Congresso Internacional, para o qual todos estão convidados. Basta ser sócio da SBO, quites com a anuidade de 2014, para participar desse evento. Inscreva-se já e participe. Deba- ta os temais mais atuais da oftalmologia em um am- biente fraternal, junto a colegas e amigos. LEIA MAIS NA PÁGINA 3 Editorial : Oftalmologistas sob a insensate z governamental Página 2 JBO Pergunta : Entrevista com professor Rubens Belfort Jr . Página 14 Se ç ão Brasil : Oftalmologia e a evolu ç ão optométrica Páginas 10 e 12

JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA - … · JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia Elisabeto Ribeiro Gonçalves* Como navegar, resistir é preciso 2 Vivemos, médicos e oftalmologis-tas,

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NOTICIÁRIO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE OFTALMOLOGIARECONHECIDA DE UTILIDADE PÚBLICA PELA LEI Nº 936 DE 15/09/1959

JORNAL BRASILEIRO

DE OFTALMOLOGIANº 160 - NOV-DEZ - 2013

XVIII CONGRESSO INTERNACIONAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE OFTALMOLOGIA

Basta ser sócio da SBOpara desfrutar deste cenárioN

ão há como não se deslumbrarcom esta visão da enseada daPraia de Botafogo à noite. Can-

tado em prosa e verso pelos maiorespoetas e compositores brasileiros, oRio de Janeiro é único. Uma unanimi-dade nacional e internacional, a pai-sagem carioca por si só já é um con-vite à visita.

E é neste cenário, que a Sociedade Brasileira deOftalmologia, entidade nacional, com sede no Rio

de Janeiro, promove de 24 a 26 dejulho de 2014, no Windsor Barra Ho-tel, o XVIII Congresso Internacional,para o qual todos estão convidados.Basta ser sócio da SBO, quites com aanuidade de 2014, para participardesse evento.

Inscreva-se já e participe. Deba-ta os temais mais atuais da oftalmologia em um am-biente fraternal, junto a colegas e amigos.

LEIA MAIS NA PÁGINA 3

Editorial:

Oftalmologistas

sob a insensatez

governamentalPágina 2

JBO Pergunta:

Entrevista

com professor

Rubens Belfort Jr.Página 14

Seção Brasil:

Oftalmologia

e a evolução

optométricaPáginas 10 e 12

JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia

Elisabeto RibeiroGonçalves*

Como navegar,resistir é preciso

2

Vivemos, médicos e oftalmologis-tas, momentos de intranquilidade,agudizados, talvez, com os vetos pre-sidenciais à Lei nº 12.842/2013. Essaintranquilidade vem do fato de quenós, médicos, nos preocupamos nãoexatamente conosco, mas com os re-flexos negativos que a interpretação eprática equivocadas e desvirtuadas dalei possam causar à saúde da socieda-de brasileira.

Curioso como há sempre um equí-voco (ou esperteza?) justificando oexercício ilegal da Medicina. Porexemplo, a Classificação Brasileira deOcupações (CBO) não regulamentanem legaliza profissões, que isso éprerrogativa do Congresso Nacional.Todas as tentativas visando à legali-zação da optometria resultaram emarquivamento nas várias Comissões doCongresso Nacional em que foramapreciadas. A Sociedade Brasileira deOftalmologia já fez uso de recurso ju-rídico para que se defina, de uma vezpor todas, o que é, qual o alcance epara que serve a Classificação Brasi-leira de Ocupações.

Outro motivo de celeuma: a situ-ação jurídica criada com a vigênciada Lei do Ato Médico. Mas isso nãorepresenta, nem de longe, o “flagelo”imaginado por lideranças médicas epolíticas, conforme nos explica JoséAlejandro Bullón, assessor jurídico doCFM e CBO (Jota Zero,2013;152:10-13). Mesmo porque osDecretos 20.931/1932 e 24.492/1934, que limitam o espectro de com-petência da optometria, continuamvigindo, não obstante a superveniênciada Lei 12.842/2013.

O exame oftalmológico, ao fazero diagnóstico e prescrever o tratamen-to, é ato médico, não podendo ser obje-to da atuação de técnicos sem forma-

PÁGINA PÁGINA

Confira ............................................ 2

Editorial .......................................... 2

XVIII Congresso Internacional

da SBO .......................................... 3

Dicas da SBO ................................ 4

Fique Por Dentro da SBO ............... 7 e 9

Conta-Gotas ................................... 8 e 15

Seção Brasil ................................... 10 e 11

JBO Pergunta ................................. 14

Necrológios .................................... 16

Tempo e Memória ........................... 17

Olho Vivo ........................................ 18

Fundo de Olho ................................ 18

Calendário de Eventos ................... 18

SBO promove avaliação da saúde ocularem crianças da Rocinha,no Rio de Janeiro

ção médica específica. Ainda segun-do José Alejandro Bullón, a autori-zação para atuação dos optometristasseria uma excentricidade jurídica, poissobre ele não recai, como ao médico,o ônus da Responsabilidade Civil emcasos comprovados de negligência,imprudência ou imperícia.

Mas não custa nos acautelarmos,pois tudo indica que excentricidade émercadoria corrente no balcão de ini-ciativas do governo, que imaginaresolver, de canetada em canetada, to-dos os graves problemas afetos à saú-de pública. Infelizmente a política degoverno nem sempre coincide com avisão do médico e de suas entidadesmédicas. Pelo menos no modus faciendide sua implementação. Nós, médi-cos, pensamos sempre no binômioqualidade/quantidade; os entes gover-namentais, quando encurralados paracontornar os entraves à aplicação deum e de outro, sempre optam pelosegundo.

Não diríamos como Kafka: espe-ranças há, mas não para nós. Há espe-ranças, sim, de que a insensatez dogoverno seja contida. Talvez não porele mesmo, mas pelo firme empenhode nossas sociedades para que seja re-conhecida uma coisa simples, trans-parente, irrefutável: saúde é assuntosério, devendo ficar exclusivamenteaos cuidados dos médicos e dos pro-fissionais legalmente reconhecidos.As demais profissões da área de saú-de não foram regulamentadas à toa,mas, sim, porque são necessárias.Seus integrantes são nossos parceirosMuito diferente de querer-secredenciar leigos ao exercício de umaatividade já plena e secularmenteexercida, com competência, serieda-de e desvelo, pelo oftalmologista.

*Vice-presidente da SBO

Avaliação da saúde ocular de alunosde creches e do ensino fundamental darede municipal do Rio na Rocinha, rea-lizada pela SBO, em parceria com aEssilor e o Lions Clube, e apoio do Grê-mio Recreativo Escola de Samba Aca-dêmicos da Rocinha, compreendeu a tri-agem de 99 crianças, das quais 37 fo-ram examinadas e 15, que necessitamde óculos, os receberão gratuitamente.

Para o presidente da SBO, MarcusSafady, a iniciativa cumpriu um dosprincipais objetivos de sua gestão: a di-vulgação da importância do exameoftalmológico desde a pré-escola.

PÁGINA 7

À esquerda, Marcus Safady, presidente daSociedade Brasileira de Oftalmologia, com LilianLima e Felipe Pavlidis, da equipe médica daEssilor do Rio de Janeiro, explica como é feito oexame de refração ao primeiro grupo de pais ecrianças examinadas

Tempo e Memória entrevista criador do curso de pós-graduação da SBO

Almiro Pinto de Azeredo, professoremérito da Faculdade de Medicina deRibeirão Preto da Universidade de SãoPaulo (FMRP-USP), presidente da So-ciedade Brasileira de Oftalmologia nobiênio 1983-1985, responsável pela cri-ação do pioneiro Curso de Pós-Gradua-ção em Oftalmologia, em 1954, é o en-trevistado desta edição do JBO na colu-na Tempo e Memória.

Segundo prof. Almiro, desde que fezseu fellowship no Massachusetts Eye andEar Infirmary em 1951, quando podeassistir ao curso oferecido anualmentepela Universidade de Harvard, pensouem trazer a idéia para o Brasil. “Comodiretor de Cursos da SBO, em 1954,pude adotar o modelo da instituiçãonorte-americana, graças ao apoio do en-tão presidente da Sociedade, Jonas de

Almiro Pinto de Azeredo, ao centro, com RaulVianna, Sérgio Meirelles, Yoshifumi Yamane(presidente da SBO), Adalmir Morterá Dantas,Riuitiro Yamane e Giovanni Colombini , em 2006,no I Congresso Nacional de Residentes e Pós-graduandos em Oftalmologia da SBO

Dicas da SBO-Questões tributárias, contábeis e fiscais na área da Saúde

No terceiro número da coluna Dicas da SBO- Questões tributárias, contábeise fiscais da área da Saúde, Vitor Marinho, diretor do Grupo Asse, explica comomédicos oftalmologistas devem proceder para estar devidamente legalizados comoPessoa Física (PF) e Pessoa Jurídica (PJ), evitando assim maiores prejuízos paraexercer suas atividades profissionais. PÁGINA 4

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Arruda, um homem que impressionavapela sua vasta cultura, que ultrapassavao conhecimento médico”. PÁGINA 17

Duas perdas para a oftalmologia brasileira:Leiria de Andrade Júnior e Renato Curi

A oftalmologia brasileira perdeu emoutubro de 2013 e janeiro de 2014, duaspersonalidades que ajudaram a construira história da especialidade: Leiria deAndrade Júnior, pai de Leiria de AndradeNeto (membro do conselho fiscal da SBOno biênio atual) e Renato Curi.

Aluno do 1º Curso de Pós-Graduaçãoda SBO, da qual foi vice-presidente regi-onal no biênio 1972-1973, presidente doCBO (gestão 1973-1975), Leiria de

Andrade Júnior também foi fundador dasSociedades Cearense e Norte-Nordeste deOftalmologia.

Renato Curi exerceu diversos cargosem diretorias da SBO, de cujo Curso dePós-Graduação foi professor até 2013. Foitambém presidente duas vezes do CentroBrasileiro de Estrabismo (CBE). Era pro-fessor titular em Oftalmologia da Univer-sidade Federal Fluminense (UFF).

PÁGINA 16

SBO repudia novo ataque aos médicospor articulista do jornal Folha de S. PauloEm 1º de fevereiro de 2014, mais uma vez o articulista Hélio Schwartsman

do jornal Folha de S. Paulo publicou artigo revelando desinformação sobre asatividades médicas. O artigo foi prontamente respondido pelo vice-presidenteda SBO, Elisabeto Ribeiro Gonçalves. PÁGINA 9

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Praticamentepronto programa

do XVIII Congresso

Praticamentepronto programa

do XVIII Congresso

Confira alguns itens do programa preliminarNo cenário idílico da Barra da Tijuca, entre o mar e a montanha, o melhor da oftalmologia

� No dia 23 de julho, no Pré-Congres-so do XVIII Congresso Internacional, jáestão confirmados os Cursos de RefraçãoBásica e Lente de Contato, além de “Tar-de com Cléber Godinho”, que dispensaapresentações. Os cursos de CléberGodinho ensinam o “verdadeiro cami-nho das pedras” para quem quer fazeruma total imersão em lentes de contato,subespecialidade cada vez mais procura-da e valorizada, agora com cursos ofere-cidos em diversos residências médicas dosServiços de Oftalmologia.

XVIII Congressoem São Paulo,Fortaleza e RioPara divulgar o XVIII Congresso,

a SBO distribuiu flyers no 37ºSimpósio Internacional Moacyr Álva-ro (Simasp), realizado em São Paulo,de 21 a 24 de fevereiro de 2014.

Flyers também serão distribuídosem Fortaleza, durante o XX Congres-so Norte-Nordeste de Oftalmologia,de 27 a 29 de março, assim como du-rante o XII Congresso Internacionalde Catarata e Cirurgia Refrativa e IXCongresso Internacional da SBAO, noRio, de 2 a 5 de abril de 2014.

Com o programa praticamente pronto, o XVIII Congresso Internacio-nal da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, cujo tema oficial é “Oftal-mologia com Foco no Paciente”, vai oferecer uma visão ampla dos

principais temas da especialidade, afirma o presidente Marcus Safady. “Ofoco é o paciente, mas também o oftalmologista”, enfatiza, ao confirmar a“prioridade das atividades interativas, ideais para tirar dúvidas de questõestanto clínicas, quanto cirúrgicas”.

- Vamos oferecer o melhor da oftalmologia, abrangendo praticamentetodas as subespecialidades, e atividades para os alunos de cursos de Me-dicina, como o II Encontro Nacional das Ligas Acadêmicas de Oftalmologia,e, para residentes, Fórum de Residentes.

Confira abaixo alguns itens do programa:

� No dia 24 de julho, primeiro dia doevento propriamente, a cereja do bolo:Simpósio de Facoemulsificação (“Faco-emulsificação de A a Z”), UrgênciasOftalmológicas, Exames Complementa-res e Simpósio Brasil-Europa, com a par-ticipação de palestrantes convidados daFrança, Itália e Portugal. Também Fórumde Residentes e o II Encontro Nacionaldas Ligas Acadêmicas de Medicina. Nofinal do dia, Cerimônia de Abertura doXVIII Congresso Internacional, seguidade coquetel.

No 37º Simpósio Internacional MoacyrÁlvaro, no estande da SBO, PolyanaFachin e Christiane Geribola

� No dia 25 de julho, “Dia a Dia naOftalmologia”, imperdível, um sucessonos eventos da Sociedade, “Diagnósti-co Precoce do Glaucoma”, “TratamentoClínico e Cirúrgico do Glaucoma”,Simpósio de Uveíte, Simpósio de Re-tina I, Olho Seco, Catarata/Casos Es-peciais e Catarata/Vídeo Simpósio en-tre outros, a serem divulgados breve-mente.

� No dia 26 de julho, Sessão Interativade Glaucoma, Sessão Interativa deCórnea, Simpósio de Retina II eSimpósio de Retina III, Neuro-oftal-mologia, Catarata - Vídeo Simpósio/Complicações, Catarata/Controvérsias,Oftalmologia Estética, cada vez maisprocurado, e SBAO (Sociedade Brasi-leira de Administração em Oftalmolo-gia), que tradicionalmente participa doseventos da SBO.

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JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia4

Como vai a saúde da sua empresa?Saiba como evitar que ela vá para a UTI

RECORTE E GUARDE�

NÚMERO 3

Alguém já disse que, depois da invenção dos tipos móveis para im-pressão por Gutenberg no século XV, a internet é a maior contribuiçãopara a disseminação da informação. Ela chegou devagarzinho, mas hojeé um verdadeiro tsunami. Não há como fugir de sua influência, negarsua importância ou prescindir dela.

No entanto, apesar das promessas de que ela diminuiria a quantida-de de papel que o ser humano produz, a realidade mostra o contrário: ohomem moderno, globalizado, está literalmente submerso sob ondas de

papel, das quais não pode fugir. O presente artigo de Vitor Marinhoalerta para os cuidados necessários para a saúde da empresa médica: sãotantas siglas, uma verdadeira sopa de letrinhas, tantos papéis e docu-mentos, que somente com a ajuda de um especialista pode-se garantir asaúde de uma empresa médica.

Confira abaixo as Dicas da SBO para estar devidamente legaliza-do como PF ou PJ (duas letronas sem as quais o médico não podesobreviver):

Os médicos têm encontrado muitosdesafios para exercer a sua profissão. Énecessário um mínimo de conhecimento,aliado a uma gestão eficaz e bom planeja-mento e estar legalizado como PF ou PJ,através de um alvará de funcionamento edemais licenças.

Como PF, poderá deduzir no livro cai-xa todas as despesas necessárias à percep-ção dos seus rendimentos que contenhamas formalidades legais. Sobre o resulta-do, aplicar a tabela progressiva do IR re-colhendo o DARF do carnê leão, código0190, se for superior a R$ 1.787,77.

Como PJ, a sede social pode ser emponto de referência ou comercial, depen-dendo se vai atender paciente a nívelambulatorial.

A tributação de uma PJ pode ser atra-vés do lucro presumido, real ou simplesnacional, esta última somente para labo-ratório e diagnóstico por imagem, levan-do em consideração o fator r = salário.

Lucro presumido, alíquota federal de11,33% sobre a emissão das notas fiscaiseletrônicas.

Se a PJ tiver os elementos necessáriosde uma sociedade empresarial, em termosde instalação, equipamentos, tecnologiae profissionais, de forma a caracterizar aprestação de serviço médico pela empre-sa em si, poderá utilizar a base de cálculodo IRPJ e CSLL de 8% em vez de 32%. Aeconomia tributária é muito expressiva.Reduz de 11.33% para 5,93%, assimcomo o adicional de 10% do IRPJ. Exem-plo: para um faturamento mensal de 200mil reais, a base de 8% não tem adicionalde IRPJ, mas a base de 32% tem um adi-cional de IRPJ de 2,2%. Lucro presumi-do para este faturamento com base de 8%,

recolhe-se 5,93% e com base de 32%, re-colhe-se 13,53%, uma diferença de 7,60%sobre cada NFS-e.

Para o lucro real deverá ser aplicado àalíquota de 15% IRPJ e 9% CSLL sobre olucro líquido +3% COFINS e 0,65% PISsobre o faturamento de serviços. Para basede 8%, o lucro real só será interessante sea sociedade tiver mais de 92% de despe-sas e para a base de 32%, se tiver mais de68% de despesas.

Para obtenção desta base de cálculoreduzida para o lucro presumido, confor-me dispositivos legais, é importante quea consulente impetre solução de consultaa SRRF – DISIT, para que não tenha ne-nhuma insegurança jurídica. Tem sidodeferido para diversas especialidades deacordo com as descrições circunstancia-das de sua estrutura e serviços prestados.

A PJ deve recolher o ISS municipalatravés de um valor fixo mensal por só-cio, conforme leis federais 406/68 e 116/2003 e lei municipal de acordo com cadamunicípio, para as sociedades de profis-são regulamentada ( uniprofissionais ).

As que não forem uniprofissionais,recolherão o ISS percentualmente sobreo movimento econômico de acordo como código municipal de seu município.

A escrituração deve ser feita, obriga-toriamente, na forma das leis comerciaise fiscais, através da escrituração dos livrosdiário e razão, com apuração mensal, paraque o lucro seja distribuído como isentode INSS e IR.

Escriturando o livro caixa, só poderádistribuir como isento, 32% de suas re-ceitas, deduzido dos impostos incidentessobre a receita. Não tendo escrituração,

nada pode ser distribuído como isento.O sócio que receber remuneração, de-

verá atribuir um salário mínimo de pró-labore, para que o lucro seja distribuídocomo isento de INSS – Decreto-Lei 4.729/2003. Deverá constar o pró-labore na con-tabilidade e nos livros comerciais e fiscais.

Quanto aos aspectos legais, o profis-sional de saúde PF e PJ, de acordo comsua necessidade, necessitam possuir emseu estabelecimento alguns documentose renovações:

V.Sanitária, Conselho Regional deMedicina, CNES, NOTIVISA, Corpo deBombeiros, CEPOM, SMA, SMU, CódigoDefesa ao Consumidor, CNEN, Cons. Re-gional de Farmácia, Dispensário de Me-dicamentos, COREN, Limpeza e Desin-fecção Bacteriológica, dedetização,desratização e tratamento água, Letreirose Programas de Informática.

Exigências para PF e PJ, de acordo comsua necessidade, do MTE e INSS:

PPRA, PCMSO, PPP, SESMT, CIPA,Controle de Ponto, livros inspeção traba-lho e registro empregado atualizado,Quadro de Horário, Entrega guia GPS noSindicato Profissional e outras.

Com uma boa assessoria contábil espe-cializada, o profissional médico não temcom que se preocupar. Para exercer a suaprofissão, obter uma carteira decredenciamentos, atender pacientes nasede de terceiros contratantes, abrir seuconsultório para atender a pacientes à ní-vel ambulatorial, se faz necessário estardevidamente legalizado como PF ou PJ.

Vitor MarinhoDiretor do Grupo Asse

[email protected]

Questões tributárias, contábeis e fiscais na área de Saúde

5Maio-Junho - 2013

JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia6

7Novembro - Dezembro - 2013

SBO promove campanha de refração na RocinhaDepois da triagem inicial, 37 crianças são examinadas e foram prescritos óculos para 15

Presidente da SBO examina um aluno dacomunidade, observado pelo residente LucasSafady, do Hospital Universitário Pedro Ernesto

Lucino Odorizzi, Marcus Safady, Darlan Santos,presidente da Escola de Samba Acadêmicos daRocinha e os funcionários da Essilor

Rachel Cavalcanti, R3 do Hospital Federal deBonsucesso, com uma das alunas da redemunicipal que fizeram o exame de refração

Às vésperas do carnaval, com o anoletivo começando, no dia 20 de fevereirode 2014, a Sociedade Brasileira de Oftal-mologia promoveu uma campanha deavaliação da saúde ocular de alunos de cre-ches e do ensino fundamental da redepública municipal na Rocinha, em par-ceria com a Essilor e o Lions Clube, com oapoio do Grêmio Recreativo Escola deSamba Acadêmicos da Rocinha.

Segundo o presidente da SBO, MarcusSafady, o objetivo maior da iniciativa foiconscientizar a população da comunida-de da importância do exameoftalmológico desde o pré-escolar paradetectar problemas de visão, principal-mente de refração, que podem prejudicaro desenvolvimento escolar da criança.

Com o apoio da diretoria da Escola deSamba Acadêmicos da Rocinha, em cujaquadra foram realizados os exames de re-fração, de quatro funcionários da Essilor,e dois residentes, uma do Hospital Fede-ral de Bonsucesso e outro do HospitalUniversitário Pedro Ernesto (Uerj), foramtriadas 99 crianças, examinadas 37, dasquais 15, que necessitam de óculos, osreceberão gratuitamente.

Marcus Safady destacou não só a cola-boração do Lions, através de LucinoOdorizzi, dos residentes e da Essilor, comotambém da escola de samba, cujo presi-

dente, Darlan Santos, não hesitou em ofe-recer a quadra, interrompendo o traba-lho de costureiras e artesãos às voltas coma confecção das fantasias e adereços dosfigurantes da agremiação.

Antes de cada grupo de alunos ser exa-minado, o presidente da Sociedade Bra-sileira de Oftalmologia fez uma explana-ção sobre a importância do exame, mos-trando como ele seria feito para as crian-ças e os acompanhantes. Além dos resi-dentes Raquel Cavalcanti e Lucas Safady,participaram Juliana Castelo Branco,Elaine Mafra, Lilian Lima e FelipePavlidis, da equipe médica da Essilor doRio de Janeiro.

Cartaz distribuído em todos Serviços de Oftalmologia anuncian-

do a nova turma para o Curso de Pós-Graduação em Oftalmologia em con-vênio com a Estácio. As inscriçõesestão abertas até o dia 31 de marçopróximo. O curso tem 3 anos de du-ração e as aulas teóricas são no audi-tório da SBO.

Fotos Lucino Odorizzi

JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia8

No almoço em homenagem aMaria Auxiliadora Paes Mendon-ça (quarta da esquerda para a di-reita), madrinha da Turma Dr.Adriano Edson Kalepeteca daFundação Altino Ventura (cursosde especialização, residência mé-dica e fellow): Marcelo e LianaVentura, João Carlos Paes Men-donça, Jacy Tavares de Melo,Elani e Ronald Cavalcanti, eLucino Reginato.

Renato Ambrósio Jr. premiadocom o Kritzinger Memorial Award

Tribunal de Justiça do Estado do Riohomenageia Octávio Moura Brasil

Octávio Moura Brasil ladeado pelodesembargador Benedicto Abcair e a 3ª vice-presidente do TJ-RJ, Nilza Bittar

Renato Ambrósio Jr., presidente daSociedade Brasileira de Cirurgia Refrativa(SBCR) e vice-presidente do ConselhoBrasileiro de Oftalmologia (CBO,) foi ho-menageado pela International Society ofRefractive Surgery (ISRS) durante o en-contro anual realizado em Nova Orleans(EUA), quando recebeu o KritzingerMemorial Award de 2013. RenatoAmbrósio Jr. é o primeiro brasileiro a re-ceber apremiação.

O prêmio é o reconhecimento da atu-ação de médicos que compartilham asmesmas qualidades clínicas, educacionaise de investigação de Michiel Kritzinger,considerado um dos maiores nomes dacirurgia refrativa mundial, responsávelpor introduzir o Lasik na África do Sul.Michiel Kritzinger foi um dos fundado-res da South African Society of Cataractand Refractive Surgery (SASCRS).

Um dos destaques dos congressos daSASCRS é o Kritzinger Safari Lecture,comemorando a vida de MichielKritzinger, que morreu tragicamente emum acidente de helicóptero em 28 deabril de 2000. Entre suas contribuições,destacam-se diversas técnicas e instru-mentos de Lasik, com patentes registradasnos Estados Unidos, além do “LASIK

Nomogram sofware development”.Fundada em 1977, a ISRS oferece pro-

gramas educacionais, publicações cientí-ficas e organiza eventos, contando atual-mente com 2,3 mil membros, espalhadospor mais de 80 países.

Amar Agarward, da Índia, presidente da ISRS,entrega o Kritzinger Memorial Award de 2013 aRenato Ambrósio Jr.

Octávio Moura Brasil, professor daFaculdade de Medicina da UniversidadeFederal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doCurso de Pós-Graduação da SociedadeBrasileira de Oftalmologia, foi homena-geado durante as comemorações do Diada Justiça, no dia 6 de dezembro, em ce-rimônia no Tribunal de Justiça do Esta-do do Rio de Janeiro (TJ-RJ).

Homenageado pelos “relevantes servi-ços ao Judiciário Fluminense”, como res-saltou o desembargador Benedicto Abcair,Octávio Moura Brasil recebeu o Colar deMérito Judiciário, das mãos do corregedor-geral da Justiça, desembargador Valmir deOliveira Silva. A condecoração, instituídaem 1974, sempre entregue no Dia da Jus-tiça, 8 de dezembro, que em 2013 caiu emum sábado, razão da antecipação das co-memorações para o dia 6.

Na ocasião também foi homenageadoo reitor da Universidade do Estado do Riode Janeiro (Uerj), Ricardo Vieira Alves de

Castro, o secretário de Educação do Esta-do do Rio de Janeiro, Wilson RisoliaRodrigues, além de autoridades do Judi-ciário. Na ocasião, o Tribunal de Justiçado Estado do Rio de Janeiro também co-memorou a conquista do título de maiseficiente do país.

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Rosane Naylor TJRJ

9Novembro - Dezembro - 2013

HÉLIO SCHWARTSMAN

SÃO PAULO - Os cubanos que par-ticipam do Mais Médicos estão num re-gime de trabalho análogo à escravidão?Meu amigo Ives Gandra da Silva Martinsescreveu um interessante artigo tentan-do mostrar que sim. Destrinchou o con-trato que rege a atuação desses profissio-

nais no Brasil e foi apontando as muitasilegalidades em que incorre.

Do ponto de vista jurídico, Ives temrazão. Se o Ministério Público do Traba-lho quiser, não terá dificuldades paraquestionar o Mais Médicos. Penso, porém,que juízos valorativos acerca do progra-ma devem ser feitos com base em consi-derações éticas e não jurídicas. Afinal, sehá algo perto de um consenso acerca dalegislação trabalhista brasileira é o de queela é ruim, amarrando demais as relaçõesentre patrões e empregados.

E, no plano da ética, a discussão é mais

complicada. Sei que o Ives é fã de matri-zes deontológicas, nas quais o certo e oerrado encontram definições naturais oupositivas, mas eu tendo a abraçar mode-los mais consequencialistas, nos quais asações são julgadas primordialmente pe-los resultados que produzem.

Sob essa perspectiva, mais importantedo que perguntar se o cubano está sendotratado com justiça (um conceitoirredutivelmente metafísico) é determinarse aqui ele está melhor ou pior do que emCuba. Se ganha mais aqui e veio de livre eespontânea vontade (tão livre quanto pos-

Mais uma vez Hélio Schwar-tsman, articulista do jornalFolha de S. Paulo, investe con-

tra os médicos, mostrando total desco-nhecimento do que é o Ato Médico. Noartigo “Médicos no pelourinho?”, eletece considerações filosóficas, econômi-cas e jurídicas para tentar desqualificaro trabalho do médico e concluir que elepode ser substituído pelo trabalho de en-fermeiros (sic).

A Sociedade Brasileira de Oftalmo-logia prontamente respondeu ao artigo,repudiando este novo ataque.

Em carta assinada pelo vice-presiden-te Elisabeto Ribeiro Gonçalves, a SBOrefuta as afirmações do articulista, cujacoluna tem o nome de “Novos tempos”.

- Realmente novos tempos, tempos dadesinformação, disseminada sem nenhumcompromisso, lamenta o presidente daSociedade Brasileira de Oftalmologia,Marcus Safady.

Abaixo, a carta do vice-presidente daSBO, Elisabeto Ribeiro Gonçalves envi-ada para Hélio Schwartsman, divulgadapara todos os oftalmologistas brasileirose postada no site da Sociedade:

“Em sua coluna de 28/09/13 na Folhade S.Paulo (Novos tempos), o jornalistaHélio Schwartsman disse que a prescri-ção de óculos para crianças dispensa a re-ceita do oftalmologista, podendo ser fei-ta por optometristas. Essa estapafúrdiaopinião do Sr. Hélio mereceu pronta ebem fundamentada resposta do presidenteda Sociedade Brasileira de Oftalmologia,Dr. Marcus Vinicius Abbud Safady.

Agora, o jornalista e filósofo, em suacoluna, no artigo “Médicos nopelourinho?” (FSP, 01/03/14) tenta, no-vamente, desqualificar o trabalho médi-co. Ao falar do programa Mais Médicos,ele afirma, sem nenhum pudor, que “con-seguiríamos efeito sanitário semelhantecontratando enfermeiros, mas o proble-

SBO responde a novo ataque aos médicos por parte de articulista da Folha de S. Pauloma é que o marketing político exige quetenham o título de médicos”.

O filósofo, não sei se por ignorância oumá fé, ou as duas, mete sua colher em as-sunto do qual ele não tem obrigação deentender e, em contrapartida, nenhum di-reito de opinar. O enfermeiro não tem con-dições de substituir o médico e nem estede desempenhar as tarefas do primeiro. Omédico estudou para oficiar a Medicina eo enfermeiro se preparou para exercer aenfermagem. O trabalho do médico nãodispensa o do enfermeiro, mas jamais essepode substituir o médico. Nunca li nadatão insensato e tão desrespeitoso aos pró-prios cidadãos brasileiros. Não sei de ondeo jornalista tirou essa ideia tão canhestra.

Esperava que um filósofo, exatamentepor ser filósofo, usasse de mais parcimônia,de mais cuidado e menos presunção ao ocu-par o preciso espaço da Folha. Fui ingê-nuo em acreditar que um filósofo, herdei-ro compulsório dos ideais e ensinamentos

Publicado no jornal Folha de SãoPaulo, em 01-03-2014, sob o título:

Médicos no pelourinho?

sível numa ditadura como a cubana), nãocaberiam objeções trabalhistas à emprei-tada. O fato de haver médicos de outrasnacionalidades ganhando mais do que elenão anula o aprimoramento de sua situa-ção. No mais, se nosso cubano estiver pen-sando em desertar, tem mais chances defazê-lo estando no Brasil do que na ilha.

É claro que o programa permanece vul-nerável a outras críticas. Ele é caro, porexemplo. Acho que conseguiríamos efeitosanitário semelhante contratando enfermei-ros. O problema é que o marketing políticoexige que tenham o título de médicos.

Para Hélio Schwartsman, médicos poderiam ser substituídos por enfermeiros

de Sócrates, devesse seguir o sábio lemasocrático de que “só sei que nada sei”. Nãoé exatamente assim. Certamente, o jorna-lista e filósofo deve ser (ou pensa que é)um polímata, portanto com todo o direitoe plenas condições intelectuais de comen-tar qualquer assunto que lhe dê na telha.

Contudo, devo alertá-lo que mais hu-mildade e menos presunção são guias se-guros para que evitemos tropeçar no erroe no ridículo. E não ter de ouvir a sensa-ta recomendação de Apeles: ne sutor su-pra crepidam. Dispenso-me de traduzir.Quem, sem ser médico nem oftalmolo-gista, julga dominar as duas ciências, com muito mais razão está apto a tradu-zir e alcançar o sábio sentido da reco-mendação do pintor da Roma antiga.”

Cordialmente,

Dr. Elisabeto Ribeiro GonçalvesVice-presidente da Sociedade

Brasileira de Oftalmologia

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Oftalmologia e evolução optométriA evolução dos conhecimentos e procedimentos optométricos na Europa n

O tratamento dos erros de refração e da presbiopia, que só podem ser feitos a partir de um exame realizadopor médico oftalmologista, o único capaz de diagnosticar e prescrever óculos, lentes de contato e detectarproblemas oculares, dos mais simples aos mais complexos, percorreu um longo caminho até o dias de hoje.

Professor A. Duarte, com sua reconhecida experiência em refração, destaca abaixo a contribuição de algunsoftalmologistas, predominantemente europeus, para a evolução da especialidade, a partir do século XIX,quando são criados e desenvolvidos aparelhos que até os dias de hoje fazem parte de um consultório oftalmológico.

A contribuição de pioneiros como Donders, Jäger, Badal, Snellen, Cuignet, Ruete, Helmholtz, Goldmann eGullstrand, entre os outros, é bastante conhecida, mas poucos sabem da contribuição de brasileiros, como

A. Duarte*

Para nós oftal-mologistas o trata-mento dos erros derefração e da pres-biopia por meio deóculos de grau estábem estabelecido.Ao fim do examedeterminamos a cor-reção com precisãode 0,25 e mesmo0,12 dioptrias, pro-

porcionando ao paciente a melhor visão possí-vel. Este apresenta o receituário na loja de ópticae lá adquire óculos com lentes nas formas maisadequadas à graduação receitada

Mas nem sempre foi assim. Até fins do sé-culo XIX havia poucos médicos oftalmologis-tas. Muitas vezes o freguês comprava óculosdepois de experimentá-los por tentativas emtendas e lojas de artigos ópticos ou no sorti-mento de vendedores ambulantes. E os óculoseram feitos geralmente com as duas lentes namesma graduação e as duas faces da lente namesma curvatura.

A situação atual resulta do estudo e dedi-cação de médicos oftalmologistas, a quem sedevem os aparelhos, os métodos de exame eprincipalmente o entendimento da relação en-tre doenças sistêmicas, ametropias e presbiopia,bem como o conhecimento da forma das lentese sua colocação na armação dos óculos.

Devido à limitação de espaço, o presenteartigo apresenta nomes e realizações de apenasalguns dentre dezenas destes pioneiros, dos quaisse destaca Donders, médico oftalmologista ho-landês. Após mais de 14 anos de pesquisas,Donders publica em 1864 Anomalias da aco-modação e da refração, estabelecendo as bases dotratamento das ametropias e presbiopia pelosóculos de grau. Aperfeiçoados ao longo do tem-po, os métodos fundamentais de Donders con-tinuam sendo utilizados pelo oftalmologista denossos dias.

No exame oftalmológico atual, logo depoisda anamnese o médico determina a visão dopaciente pela leitura de textos derivados de tra-balhos realizados em 1854 por Jäger, médicooftalmologista vienense, e pelo reconhecimen-to de optotipos oriundos de estudos publica-dos em 1862 por Snellen, médico oftalmolo-gista holandês.

A seguir, o médico oftalmologista procedeà refração objetiva, geralmente com o refratorautomático. Este utilíssimo aparelho,construído por equipes de engenheiros e gene-ralizado a partir da década de 1970, consistenum dispositivo que projeta raios de luz na re-tina do paciente, analisando seu trajeto no in-terior do olho e calculando por computação suarefração objetiva. O refrator automático se ba-seia no optômetro de Badal, médico oftalmo-logista francês que o introduziu em 1876. Alinhagem dos optômetros remonta porém aPorterfield, médico oftalmologista escocês, queem 1759 concebeu e desenhou os projetos do

primeiro dispositivo para determinação da re-fração do olho humano, o qual chamouoptômetro. Daí derivam o conceito e o termooptometria. Em 1801, baseado nos planos dePorterfield, o médico e polímata inglês Youngconstrói um optômetro prático, com o qual re-aliza dezenas de optometrias.

Outro recurso para a refração objetiva éo retinoscópio de faixa, cujo primeiro mode-lo se deve a Wolff, médico oftalmologista ale-mão, que em 1900 constrói o retinoscópio(ou esquiascópio) elétrico, precursor dos atu-ais. O aparelho de Wolff, por sua vez, derivado esquiascópio de espelho plano (1873) deCuignet, médico oftalmologista francês. Jáo esquiascópio de Cuignet é um desenvolvi-mento do oftalmoscópio indireto de Ruete,médico oftalmologista alemão. Ruete criouseu oftalmoscópio indireto em 1852, inspi-rado pelo oftalmoscópio direto de Helmholtz,médico alemão, que o apresentara no anoanterior. Ambos se destinavam primariamen-te à fundoscopia.

A partir dos dados da refração objetiva, omédico oftalmologista passa a determinar a re-fração subjetiva. Em nosso país, esta se faz emgeral com o aparelho coloquialmente chamadoGreens. Para apurar o astigmatismo, o médicoserve-se habitualmente do cilindro cruzado, in-troduzido em 1887 por Jackson, médico oftal-mologista norte-americano.

Para a refração subjetiva alguns médicospreferem as lentes e armação de provas, de usohabitual na Argentina e Uruguai em vez doGreens. Outros, como o autor, servem-se deambos os recursos, que se complementam. Noconhecimento do autor, a referência mais anti-ga a lentes e armação de provas para refraçãosubjetiva é de 1843 por Fronmüller, médicooftalmologista alemão.

Determinada a refração, o médico passa aexaminar o segmento anterior à lâmpada defenda, instrumento criado em 1911 porGullstrand, médico oftalmologista sueco, de-

Em lentes de graduação elevada empre-gam-se com vantagem as lentes asféricas, deri-vadas dos estudos já mencionados deGullstrand.

Para verificar a exatidão das lentes prescri-tas o médico se serve do lensômetro, aparelhoderivado do facômetro de Snellen, que o in-troduziu em 1876.

A evolução do conhecimento e dos pro-cedimentos optométricos descritos acima re-percutiu imediatamente no Brasil, apesar dopequeno número de médicos oftalmologis-tas no país.

Em 1863, para se habilitar a exercer a es-pecialidade no Império do Brasil, CarlosPedraglia, médico oftalmologista alemão aquiradicado, obtém seu doutorado no Rio de Ja-neiro com a tese: Dissertação sobre os phenomenosda refracção e accomodação do olho humano. A tesefoi publicada um ano antes da obra fundamen-tal de Donders (vide acima). Teria Pedragliaestudado com Donders?

Em 1873, Hilario de Gouvea, médico of-talmologista brasileiro, inaugura no Rio de Ja-neiro o Instituto Ophthalmologico Brazileiro, ondereceita óculos pelos modernos métodosoptométricos de Donders.

Em 1898, Manoel F. C. Leal Jr., médicooftalmologista brasileiro, se apresenta ao con-curso de Lente Substituto na Cadeira de Clíni-ca Oftalmológica da Faculdade de Medicina eFarmácia do Rio de Janeiro com a tese: Processos

Até fins doséculo XIX, os

óculos eram feitosgeralmente com

as duas lentes namesma graduaçãoe as duas faces namesma curvatura

Donders, médico oftalmologista holandês,publica em 1864 Anomalias da acomodação eda refração, estabelecendo as bases dotratamento das ametropias e presbiopia

José Antonio de Abreu Fialho, que estudou naÁustria, primeiro presidente da SBO, publica em1926 Tratado de Ophthalmologia com capítulosobre anomalias da refração

Armação de provas mandada construir por JoséAntonio de Abreu Fialho no Rio de Janeiro,apresentada no seu livro, na parte sobre defeitosópticos no olho

Hilario de Gouvea funda em 1873 o InstitutoOphthalmologic Brasileiro, onde receita óculospelos modernos métodos optométricosdesenvolvido por Donders

Fotos Divulgação

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tentor de Prêmio Nobel. As atuais lentesasféricas de Volk derivam das asféricasintroduzidas também por Gullstrand em 1919.A fundoscopia à lâmpada de fenda é um aper-feiçoamento da fundoscopia indireta de Ruete.

O médico toma a pressão ocular com otonômetro de aplanação acoplado à lâmpadade fenda, aparelho introduzido em 1954 porGoldmann, médico oftalmologista nascido noantigo Império Austro-Húngaro e radicado naSuíça. Goldmann aperfeiçoa a lâmpada de fen-da, concebe e faz construir o tonômetro deaplanação, baseado em tonômetro inventadoem 1892 por Maklakoff, médico oftalmolo-gista russo.

A graduação dos óculos é anotada emdioptrias, unidade introduzida em 1872 porMonoyer, médico oftalmologista francês.

As lentes dos óculos são aviadas em curva-turas derivadas dos estudos de Tscherning,médico oftalmologista dinamarquês, publica-dos em 1907. Com elas, em forma de menisco,as inevitáveis aberrações ficam reduzidas a va-lores mínimos. Já em 1803 Wollaston, médicopesquisador inglês, propusera lentes menisco,embora sem o cálculo rigoroso das lentes deTscherning.

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étrica dos primórdios à atualidadeEuropa no século XIX, e a contribuição brasileira para o estudo do tema

Em 1863, para sehabilitar a exercera especialidade,Carlos Pedraglia,

oftalmologistaalemão radicado noBrasil, defende tese

sobre refracção

Atual presidente do CBO, Milton Ruiz Alves juntamente com Mariza Polati e Sidney Julio Faria e Sousa publica em 2009 Refratometria Ocular e a Arteda Prescrição Médica. Professores da USP, Mariza Polati é chefe do Departamento de Estrabismo da Faculdade de Medicina da USP, e Sidney JulioFaria e Sousa docente da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP

Durval Prado, autor do pioneiro Noções deóptica, refração ocular e adaptação de óculos,obra de 1942, ainda hoje reeditadosucessivamente

Osvaldo Travassos Medeiros, professor titularde Oftalmologia da Universidade Federal daParaíba, criador e construtor do Stereo test

Hilario de Gouvea, médico oftalmologista, que em 1873 inaugurou no Rio de Janeiro o Instituto OphthalmologicoBrazileiro , onde receitava óculos pelos modernos métodos optométricos de Donders. Assim como tambémtrabalhos do primeiro presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, José Antonio de Abreu Fialho, queem 1926 publica o Tratado de Ophthalmologia, onde na parte IV- Anomalias da refração ou defeitos ópticos dos olhos,descreve seu tratamento com óculos de grau e apresenta uma armação de provas, por ele mandada construir.

Na última parte do seu artigo, prof. A. Duarte enumera ainda outras contribuições de oftalmologistas brasilei-ros para estabelecer as bases do tratamento das ametropias e presbiopia pelos óculos de grau no país, ressaltando oscursos de introdução e atualização em Refração Clínica promovidos pela SBO, pelo CBO e pela Soblec.

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Aderbal de Albuquerque Alves, presidente daSBO (1966-1967), autor, juntamente com 29coautores, do livro Refração, publicado em 1989,já na 6ª edição

objetivos de optometria – Seu valor clínico.Em 1926, José Antonio de Abreu Fialho,

médico oftalmologista brasileiro, professor ca-tedrático de Clínica Oftalmológica na Facul-dade de Medicina do Rio de Janeiro e pri-meiro presidente da Sociedade Brasileira deOftalmologia, publica no Rio de Janeiro: Tra-tado de Ophthalmologia. A parte IV, intituladaAnomalias da refração ou defeitos ópticos do olhodescreve seu tratamento com óculos de grau.Apresenta uma armação de provas, modelodo autor, por ele mandada construir no Riode Janeiro.

Em 1942, Durval Prado, médico oftalmo-logista brasileiro, publica Noções de óptica, refra-ção ocular e adaptação de óculos. Foi o primeirolivro brasileiro dedicado exclusivamente à re-fração clínica, receituário de óculos e lentes decontato, até hoje sucessivamente reeditado.

Em 1965, G. Queiroga, médico oftalmo-

logista brasileiro e professor de Oftalmologiaem Belo Horizonte cria e faz construir porBausch & Lomb do Brasil uma Lâmpada fendae oftalmoscópio indireto.

Em 1989, Aderbal de Albuquerque Alves,médico oftalmologista brasileiro, presidente daSociedade Brasileira de Oftalmologia (1966-1967), publica Refração com 29 coautores, atu-almente (2014) na 6ª edição.

Em 2000, o Conselho Brasileiro de Oftal-mologia publica Óptica e refração ocular. Coleçãode manuais básicos, (Coordenador) Ricardo Uras,com 18 coautores.

Em 2005, o Conselho Brasileiro de Oftal-mologia publica Refratometria Ocular, sob a co-ordenação Harley Bicas, Aderbal deAlbuquerque Alves e Ricardo Uras, com 48coautores.

Em 2008, o Conselho Brasileiro de Oftal-mologia publica Óptica e refração ocular. Reedição

ampliada. Coleção de manuais básicos.Em 2008, Osvaldo Travassos Medeiros,

médico oftalmologista brasileiro e professor ti-tular de Oftalmologia da Universidade Fede-ral da Paraíba cria e faz construir o Stereo test;Dispositivo para avaliação quantitativa daestereopsia.

Em 2009, Milton Ruiz Alves, MarizaPolati e Sidney Julio de Faria e Sousa, médicosoftalmologistas brasileiros e professores da USP,publicam Refratometria Ocular.

Atualmente SBO, CBO e SOBLECmantém cursos de introdução e atuali-zação em Refração Clinica em numero-sas cidades brasileiras

*A. DuarteProfessor do Curso

de Pós-Graduação da SBO,Professor Associado PUC-RJ

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Ricardo Uras, coordenador de Óptica e refraçãoocular. Coleção de manuais básicos, com 18coautores, publicado pelo Conselho Brasileirode Oftalmologia, no ano de 2000

Harley Bicas, juntamente com Aderbal deAlbuquerque Alves e Ricardo Uras, coordenadorda obra Refratometria Ocular, que contou com acolaboração de 48 coautores

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A valorização do ensino e da pesquisa no Brasil

A aplicação de células-tronco em oftalmo-logia vem gerando uma série dedesinformações, criando falsas expectativas napopulação, o que levou a Academia Brasileirade Oftalmologia a divulgar uma nota oficial,assinada pelo seu presidente, prof. RubensBelfort Jr., que teve grande receptividade nacomunidade acadêmica.

Neste JBO Pergunta, o presidente da Aca-demia e professor titular de Oftalmologia daEPM- Unifesp explica como surgiu a idéia da cri-ação dela, seus objetivos, entre os quais está a de-fesa de aspectos importantes da especialidade nasáreas de ensino e pesquisa. Com reuniões periódi-cas: em 2013 foram realizadas em São Paulo eCuritiba, esta coordenada pelo prof. Carlos MoreiraJr.; em 2014 já estão programadas uma em PortoAlegre e outra no Rio de Janeiro, a cargo dosprofs. Jacó Lavinsky e Haroldo Vieira de MoraesJr., respectivamente, a Academia Brasileira deOftalmologia quer estar presente na vida científi-ca brasileira, ressalta prof. Rubens Belfort Jr.

Jornal Brasileiro de Oftalmologia-Como surgiu a idéia da fundação da Aca-demia Brasileira de Oftalmologia e quaissão seus objetivos?

Prof. Rubens Belfort Jr.- A idéia da fun-dação da Academia Brasileira de Oftalmologia éantiga e durante muitos anos várias liderançasoftalmológicas brasileiras conversaram sobre aoportunidade e necessidade de um grupo de of-talmologistas dedicados ao ensino e à pesquisapoderem se agrupar em um ambiente acadêmi-co que pudesse defender aspectos importantes

da Oftalmologia nestas áreas. Além de váriasconversas em grupos informais, foram realizadastambém reuniões em São Paulo, em Curitiba eoutras cidades verificando-se a grande aceitaçãodessa idéia. Também nessas discussões, desde oinício, foi clara a posição de agrupar oftalmolo-gistas com título de Doutor e principalmente osque têm papel ativo dentro das Universidades eEscolas de Medicina para podermos concentrarnossos esforços e estratégia na valorização da pes-quisa e do ensino. Todos sabemos que a únicamaneira do Brasil se desenvolver é priorizando

O desenvolvimento científico rela-cionado às Células Tronco e suas apli-cações em Medicina, vem trazendoperspectivas de possível aplicação emuma série de doenças oftalmológicasincluindo córnea, glaucoma, retina enervo óptico, no futuro.

Não há ainda resultados efetivosde terapia de célula tronco em oftal-mologia.

Muitas pesquisas estão em anda-mento, mas não existem aplicaçõespráticas ao alcance de pacientes.

Assim, a Academia Brasileira deOftalmologia emite este comunica-do no sentido de informar sobre a

Para prof. Rubens Belfort Jr., só priorizando área científica, o país se desenvolverá plenamente

Posição da Academia Brasileira de Oftalmologia em relaçãoà utilização de Células Tronco em Oftalmologia

real situação.Falsas expectativas com procedi-

mentos ainda não provados podemlevar a maior sofrimento dos pacien-tes, além de desperdício de recursosfinanceiros e possíveis complicaçõesrelacionadas ao uso indevido eantiético de modalidades terapêuti-cas não comprovadas.

Deve-se ter também muito cuida-do para não se fomentar falsas es-peranças através da solicitação deexames desnecessários.

Prof. Dr. Rubens Belfort Jr. Presidente

Academia Brasileira de Oftalmologia

ambientes científicos e a Academia naturalmen-te é esse tipo de ambiente.

JBO- O senhor a fundou sozinho oucontou com a colaboração de outros oftal-mologistas?

RBJ- A Academia foi fundada por um gru-po de muitos professores de Oftalmologia e por-tadores de titulo de doutorado que, por unanimi-dade, optaram em eleger a diretoria atual, tendo amim como presidente. E na vice-presidência, osprofessores doutores Carlos Augusto Moreira Fi-lho, Dr. Haroldo Vieira Moraes Jr., Jacó Lavinsky,

Márcio Bittar Nehemy, Marcos Pereira Ávila,Newton Kara José e. Remo Susanna Jr.

JBO- Atualmente a Academia contacom quantos membros e como é critériopara participar dela?

RBJ-A Academia jamais será uma organi-zação muito numerosa, pois é seleta e determinavários critérios a serem preenchidos antes da in-clusão, mas já conta com muitos professores deOftalmologia e detentores do título de Doutorde muitos estados brasileiros. O estatuto, no linkabaixo, apresenta os critérios para participaçãona Academia, que não tem número máximo deacadêmicos como na Academia Nacional deMedicina ou mesmo na Academia Nacional deCiências, pelo menos com os estatutos atuais.

JBO- Recentemente, a Academia divul-gou uma nota sobre células-tronco em of-talmologia. Foi o primeiro parecer?

RBJ- A Academia se propõe também aemitir pareceres importantes que possam as-sessorar outros órgãos da sociedade brasileirasobre aspectos importantes relacionados à pes-quisa em oftalmologia e o Parecer sobre Célu-la Tronco em Oftalmologia, recentementeemitido é um exemplo da necessidade. O Pa-recer foi endossado e divulgado por muitasdas mais importantes entidades científicas bra-sileiras e teve muitos comentários elogiosostambém de outras especialidades dentro daMedicina.

Os objetivos da Academia, especifi-cados em seus estatutos estão no linkwww.acadbrasiloftalmo.com.br

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Fernando Trindade homenageadoem evento promovido por Robert Osher

Robert Osher entrega a placa “ LifetimeAchievment Award” da homenagem especial aFernando Trindade ao final da aula magna

Fernando Trindade foi o “guest ofhonor” do congresso de catarata promo-vido pelo oftalmologista norte-america-no Robert Osher, na cidade de Sarasota,Flórida, de 16 a 19 de janeiro de 2014.Foi o primeiro oftalmologista latino-americano convidado para o evento-“Cataract Surgery: Telling like it is”, re-alizado anualmente desde 2012, com aparticipação de 500 oftalmologistas,95% dos Estados Unidos.

Robert Osher é considerado um dosmaiores especialistas em catarata nos Es-tados Unidos, pioneiro em vídeos sobre asubespecialidade. Produz o “Video Journalof Cataract Surgery”, além de ser conheci-do por sua preocupação na difusão dos co-nhecimentos e na educação, que o levam apercorrer o mundo participando desimpósios e palestras.

A aula magna de Fernando Trindade,com 45 minutos de duração, foi sobre“Unusual Cases in Cataract Surgery”. Aotérmino, recebeu uma homenagem espe-cial de Robert Osher. E a placa “LifetimeAchievment Award, destacando sua con-tribuição para a inovação tecnológica, seucompromisso com o ensino e sua paixãopela excelência, que permitiram o avan-ço da arte da cirurgia de catarata no mun-do (em inglês: “For the InnovativeTechnology, Commitment to Teachingand your Passion for Excellence that hasAdvanced the Art of Cataract SurgeryAround the world”)

Tito Abreu Fialho recebecomenda de Mérito Cultural

Tito Abreu Fialho ao centro, com com suaesposa Marilza de Abreu Fialho e AntônioPereira, organizador da cerimônia

A Sociedade Brasileira de Médicos Es-critores homenageou em 4 de dezembro de2013, em solenidade no Clube Naval, Titode Abreu Fialho. A homenagem de MéritoCultural foi em reconhecimento à atuaçãode prof. Tito, acadêmico emérito,idealizador, fundador e ex-presidente daAcademia Brasileira de Médicos Escritores.

Um dos associados mais antigos daSBO, Tito de Abreu Fialho,que completou90 anos em 30 de dezembro de 2013, con-tinua clinicando três vezes por semana, eparticipa de várias associações de escrito-res, tendo sido vice-presidente da UniãoBrasileira de Escritores-RJ. Atualmente évice-presidente da Academia Brasileira deTrova, que promove reuniões mensais.

Regional Rio de peritos médicosinaugura nova sede e faz jornada

Marcos Paulo Costa da Silva, presidente daAssociação Brasileira de Medicina Legal ePerícia Médica-Regional Rio

A Associação Brasileira de MedicinaLegal e Perícias Médicas- Regional Riode Janeiro (ABMLPM-RJ) inaugura nodia 28 de março a sua nova sede no cen-tro da cidade e no dia seguinte promoveJornada Científica no auditório do Hos-pital Miguel Couto.

Segundo o presidente, Marcos PauloCosta da Silva, essas serão as primeirasatividades em 2014. Em 12 de novem-bro de 2013 realizou o Congresso Regio-nal de Medicina Legal e Perícias Médi-cas, no Centro de Convenções do ColégioBrasileiro de Cirurgiões. A palestra deabertura foi do deputado federalAlessandro Molon sobre “A importânciada Autonomia Pericial para a Sociedade”.

Fotos Divulgação

O desaparecimento no nosso queridoamigo, Professor Leiria de Andrade Júniordespertou-nos do nosso alheamento parauma realidade brutal, inescapável: Leiriajá não está conosco, deixou-nos recente-mente, depois de longa enfermidade. Par-tiu sereno, certo de que durante toda suavida fora personagem central para osamigos, a família e, sem dúvidas, para aoftalmologia brasileira.

O grande vate pernambucano, Manu-el Bandeira nos ensina que o homem morreduas vezes: primeiro no corpo, depois no nome.O Professor Leiria, estou certo, nega Ban-deira. Se a morte no corpo é inevitável, ado nome, não. É bem certo que a sobrevidado nome não é privilégio para muitos,mas só para aqueles que souberam, comoo Professor Leiria, semear realizações be-néficas, souberam doar-se, souberamamar e fazer-se amados.

O Professor Leiria de Andrade Júniorfoi um Mestre no seu ofício de médico -a Oftalmologia. A nossa especialidadeestá irreversível e definitivamente vinca-da pelo trabalho acadêmico e profissio-nalmente rico, produtivo e ético do Pro-fessor Leiria. Cearense, integrando umalinhagem de homens e médicos ilustres,o Professor Leira pontificou com raro bri-lho e criatividade na disciplina de Oftal-mologia da Faculdade de Medicina daUniversidade Federal do Ceará.

Um dos nossos primeiros contatoscom esse homem lhano e bom foi em1974, quando ele, na qualidade de presi-dente do Conselho Brasileiro de Oftalmo-logia e atendendo convite nosso, esteveem Brasília para vistoriar o Curso deEspecialização em Oftalmologia do Hos-pital das Forças Armadas, recentemente

Leiria de Andrade Júnior ( 14/10/1929-25/10/2013)criado por nós.Com seu aval, onosso Curso foi cre-denciado pelo perí-odo regulamentarde cinco anos.

Voltamos a nosencontrar em vári-as ocasiões, princi-palmente no Hos-pital São Geraldo eno Instituto Hil-ton Rocha, fre-quentado assidua-mente pelo Profes-sor Leiria, que ti-nha no ProfessorHilton Rocha umamigo sincero e umprofundo admira-dor. Foi no IHRque seu filho, o re-verenciado Profes-sor Leiria deAndrade Neto, especializou-se, com dis-tinção, em Oftalmologia.

Guimarães Rosa lembra-nos que a bio-grafia de um grande homem é conhecida em umsó dia de sua existência. Porque os homensrealizadores vivem cada um de seus dias ede seus momentos produzindo para umavida toda. Um dia é uma vida e a vida doProfessor Leiria não bastou para esgotar,exaurir todo seu potencial de realizações.

O Professor Leiria Andrade Júnior for-mou-se no Recife, em 1954. No início dosanos 60 assumiu a cadeira de Oftalmolo-gia da Faculdade de Medicina da Univer-sidade Federal do Ceará, onde já pontifi-cava seu pai, o Prof. Leiria de Andrade, de-fendendo tese sobre Trabeculectomia,

aprovada suma cumlaudae. Em 1955 foialuno do 1º Curso dePós-Graduação darespeitada Socieda-de Brasileira de Of-talmologia. Entre1972-1973 foi vice-presidente regionalda SBO. Ainda em1973 escreve, emparceria com o Pro-fessor FernandoOréfice, o RelatórioOficial do ConselhoBrasileiro de Oftal-mologia sobreUveítes.

Em 1975, àfrente da diretoriado Conselho Brasi-leiro de Oftalmolo-gia (gestão 1973-1975) preside o

XVIII Congresso Brasileiro de Oftalmolo-gia, em Fortaleza, um dos mais belos denossa especialidade. Foi fundador e pri-meiro presidente (1963) da SociedadeCearense de Oftalmologia, e da SociedadeNorte-Nordeste de Oftalmologia (1986).

Em 1974 cria a Fundação Leiria deAndrade (FLA), dedicada ao ensino, pes-quisa e assistência oftalmológica, princi-palmente à população carente. Ainda em1974, o Curso de Especialização em Of-talmologia da FLA foi o primeiro do Nor-deste a ser reconhecido e credenciadopelo Conselho Brasileiro de Oftalmologiae até hoje a FLA mantém-se entre os me-lhores centros formadores de especialis-tas.

O Professor Leiria deixa a viúvaFrancisca Leitão de Andrade, nossa que-rida Fanca (anestesiologista), com quemteve seis filhos: três oftalmologistas(Leiria Andrade Neto, Newton eGermano Andrade), duas administrado-ras (Débora e Verônica Andrade) e umadvogado (Ronaldo Andrade). É uma fa-mília de muitos médicos: Leiria Neto temuma filha (Bárbara) terminando Medici-na, Newton tem dois filhos médicos eGermano uma médica. Nomes importan-tes da oftalmologia brasileira atual, os fi-lhos ajudaram o pai a construir o sucessoe hoje repassam o legado do Professor aosseus filhos, netos do Mestre.

O Professor Leiria de Andrade Júniordeixa muita coisa, realizou muito, e nada,nada mesmo, por realizar. Deixa nome ememória reverenciados, deixa uma mar-ca indelével de realizações oftal-mológicas, deixa a saudade no seu mar ena sua terra de Iracema. E deixa nos ami-gos e na família a sensação de que ele foiapenas ali, a uma esquina qualquer desua Fortaleza jogar conversa fora, ao ven-to, demora-se em retornar, mas já-já es-tará voltando para o abraço e a alegria doreencontro.

Talvez não seja exatamente assimcomo todos desejamos e ansiamos. Talveznunca mais aconteça esse reencontro, esseabraço, essa alegria. Talvez o ProfessorLeiria tenha levado muito a sério outroensinamento de Rosa: a gente morre é paraprovar que viveu. Não, Professor Leiria, nãohavia necessidade dessa prova, dessa afir-mação, pois sua vida, plena de vida, deriqueza, de realizações e generosidade, jábastava por si mesma.

Elisabeto Ribeiro Gonçalves

Conheci o Renato Curi numa das mui-tas reuniões trianuais dos primórdios doCentro Brasileiro de Estrabismo. Logoestabeleceu-se entre nós e nossas esposasuma enorme e fraterna amizade. Fiqueiextremamente honrado quando me infor-mou que desejava defender Tese de Dou-torado(1985) e, posteriormente, Tese paraProfessor Titular(1992)na UniversidadeFederal de Minas Gerais (UFMG), sobminha orientação. A partir daí, tornou-se membro honorário de todos os con-gressos anuais da Associação de Ex-Resi-dentes e Estagiários do Hospital São Ge-raldo. Com suas palestras muito contri-buiu para o ensino dos distúrbios damotilidade ocular aos nossos residentes ea todos nós estrabismologistas.

A mais terrível das doenças, o câncer,interrompeu precocemente a vida de umgrande homem, mas a morte será semprederrotada pelas contribuições do ser hu-mano, quando essas existirem. Renato,você não morreu! A seguir, um resumidocurrículo de meu grande amigo.

Renato Luiz Nahoum Curi nasceu emNiterói, Estado do Rio de Janeiro, em 20de agosto de 1944, filho de Henri WadihCuri (também oftalmologista) eGeorgetteNahoum Curi. Começou o cur-

Renato Curi (20/8/1944-11/1/2014)

Ensino. Em 1973, após concurso públi-co, passou a Professor Assistente. Em1974, foi “fellow” em estrabismo no Ins-tituto Barraquer, Barcelona, Espanha. Em1985 defendeu com brilhantismo Tese deDoutorado na UFMG. Em 1987 defendeu

Tese de Livre Docência na Faculdade deCiências Médicas do Rio de Janeiro(UERJ)e em 1991 na Universidade do Estado doRio de Janeiro (UNIRIO).

Membro da Academia Fluminense deMedicina, na Sociedade Brasileira de Oftal-mologia, onde era professor do Curso de Pós-Graduação, exerceu os seguintes cargos:tesoureiro 1976-77, membro do conselhoconsultivo 1995-97, e secretário em 2003.

Em 1992 participou de concurso pú-blico para Professor titular da UFMG,sendo aprovado e logo depois nomeadopara Professor Titular em Oftalmologia daUFF, cargo que ocupou até a morte em11 de janeiro de 2014.

Em 28 de agosto de 1997 conquistouo Prêmio Joviano de Rezende Filho como trabalho “Ações dos oblíquos sob efei-to da fascia orbital”. O Renato publicou28 artigos em revistas da especialidade,escreveu 12 capítulos de livro e um livro“Manual de Estrabismo” comigo. Foiduas vezes presidente do Centro Brasilei-ro de Estrabismo (CBE).

Renato Curi deixa, além da viúva,Ângela Land Curi, o filho André, tam-bém oftalmologista, e as filhas Paula, psi-cóloga, Flávia, advogada, e cinco netos.

Henderson de Almeida

so médico em 1962, na Universidade Fe-deral Fluminense (UFF), terminando-oem 1968. Completou a residência em Of-talmologia nesta mesma Universidade em1971, entrando, logo depois, para o seucorpo docente como Professor Auxiliar de

Renato Curi com Henderson de Almeida, que foi seu orientador da tese para professor titular daUniversidade Federal de Minas Gerais, duranteo XVII Congresso Internacional da Sociedade Brasileirade Oftalmologia, realizado em 2012

Leiria de Andrade Júnior foi aluno do primeiroCurso de Pós-Graduação da SBO em 1955 evice-presidente regional no biênio 1972-1973

JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia16

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Album de família

Novembro - Dezembro - 2013 17

SBOTempo e Memória

João Diniz

Como surgiu o curso de pós-graduação da SBO

Fontes: Livros de Atas da SBO, Revista Brasileira de Oftalmologia, Jornal Brasileiro de Oftalmologia, arquivos iconográficos da Sociedade Brasileira de Oftalmologia.

Dando continuidade aos depoimentos de oftalmologistas, inicia-da na edição passada, Tempo e Memória publica entrevista com AlmiroPinto de Azeredo, professor emérito da Faculdade de Medicina de Ri-beirão Preto-USP, presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologiano biênio 1983-1985, responsável pela criação do pioneiro curso depós-graduação em Oftalmologia da SBO, quando diretor de Cursos,em 1954.

Na entrevista, prof. Almiro explica como formatou o curso, inspi-rando-se naquele patrocinado anualmente pela Universidade de Harvarda cada início do ano letivo e ao qual teve oportunidade de analisar quan-do fez seu fellowship no Massachusetts Eye and Ear Infirmary em 1951.Um estudioso dos problemas do ensino, prof. Almiro tece também con-siderações sobre as mudanças ocorridas na Oftalmologia a partir daimplantação da Residência Médica no país.

João Diniz - Quais eram as dificul-dades no ensino da Oftalmologia naépoca em que o senhor se formou?

Almiro Pinto de Azeredo - A disci-plina Oftalmologia dos cursos médicosbrasileiros no meu tempo de aluno tinhaensino muito precário. A oftalmoscopiaainda era com espelho plano perfurado elente biconvexa para conseguir a imageminvertida do fundo do olho captada no ar,técnica complicada para a maioria. Demo-rei um mês a conseguir porque não meexplicaram a necessidade de captar a ima-gem no ar. Oftalmoscópio elétrico tipoMay era recurso dos professores para verimagem não invertida da retina, muitofácil. Frequência dos alunos nas aulas eramal controlada, maioria desinteressadapelos olhos ganhava a presença e desapa-recia. Afinal, curso era sem atrativo, ape-sar da importância do fenômeno visual.Os poucos eventuais interessados nosolhos tentavam obter o encargo demonitor, interesse que surgia no 4º ano,começos dos assuntos clínicos. Inexistiaprogramação para as atividades dos mes-mos, mas valia a pena. Além dosmonitores (internos) oficiais havia os vo-luntários, meu caso. Amizades ou paren-tesco eram chaves para obter monitorado.Motivação forte ajudava a vencer dificul-dades e conquistar conhecimentos e ha-bilidades, embora restritos. Quem tinharecursos viajava para a França, Austria ouAlemanha, onde a oftalmologia estava nocume. Na volta, geralmente, escondiamtoda sabedoria adquirida na viagem emseus consultórios.

JD - Quando ocorreu a primeiragrande transformação no ensino da Of-talmologia, na sua opinião?

APA - Foi depois da Segunda Gran-de Guerra Mundial, quando o modeloamericano de formar médicos especialis-tas se espalhou pelo mundo. Denomina-do Residência Médica, coube à AmericanMedical Association a iniciativa de criar,aperfeiçoar e manter o sistema. Além dis-so, inventou o “board”, exame para co-nhecer a competência do especialista econceder diploma. Oftalmologia foi a pri-meira Residência instituída nos EstadosUnidos. A convocação de americanos parao serviço militar havia esvaziado as esco-las médicas, obrigando a criação de cur-sos médicos mais rápidos. Havia a urgên-cia de substituir feridos e mortos em com-bate. O fato facilitou a migração de mé-dicos estrangeiros para os Estados Uni-dos, brasileiros incluídos. Estes, benefi-ciados pela Residência Médica america-na, sutilmente começaram movimento

para adotar esse sistema no Brasil. As pri-meiras Residências brasileiras ocorreramno Hospital dos Servidores do Estado, noRio de Janeiro, em 1948. Aderbal deAlbuquerque Alves foi o primeiro da Of-talmologia. Atualmente a ResidênciaMédica brasileira é pós-graduação paraformar médicos especialistas. O sucessoanimou educadores a criar o mestrado e odoutorado, com o objetivo de formar pro-fessores interessados na investigação ci-entífica, o que fal-tava para progre-dirmos. Os bons re-sultados podem sercomprovados naboa qualidade daspublicações em re-vistas brasileiras.

JD - O senhorintroduziu o cursode pós-graduaçãona SBO. Comofoi?

APA - Tudo co-meçou quando aSociedade Brasilei-ra de Oftalmologialançou novo estatuto em 1952, na presi-dência de Werther Duque Estrada, inclu-indo a obrigação de realizar cursos, massem informar temário e duração. Entre-tanto, só na diretoria seguinte, iniciadaem 1954, na presidência de Jonas deArruda, o curso aconteceu. Interessantelembrar algumas característicasmarcantes do Jonas. Impressionava suacultura geral. Amava a música clássica e

periodicamente reunia amigos em sua casapara deleitar-se com ela. Convidou-mepara diretor de Cursos no seu mandato.Objetivo principal era realizar curso bá-sico de Oftalmologia . Provavelmente in-fluiu na minha escolha referênciaselogiosas que fazia ao curso anual patro-cinado pela Harvard University no co-meço do ano letivo. Analisei-o durantemeu fellowship no Massachusetts Eye andEar Infirmary” em 1951. Os alunos inte-

ressados nesse cur-so eram médicosindecisos na esco-lha da Oftalmologiaou para ganhar cre-denciais facilitado-ras do ingresso nasmelhores Residên-cias. O curso se ini-ciava com ciênciasbásicas referentesao fenômeno visual,com duração de ummês, seguido de ou-tro em tempo igualpara estudar assun-tos clínicos básicos.

Com essa inspiração planejei curso comciências básicas relativas ao fenômeno vi-sual e assuntos clínicos fundamentais de ummês de duração em tempo integral, isto é,manhãs, tardes e duas noites. Para dar con-sistência ao curso as vagas eram limitadas.A preocupação inicial foi com o alojamentode alunos vindos de outros Estados brasi-leiros. Consegui resolver o problema, gra-ças à Dona Amélia Carneiro de Mendonça,

diretora da Casa do Estudante do Brasil,que concordou em alojar alunos do cursonessa instituição situada no centro da cida-de. Decisivas ajudas obtive também no mo-derno Hospital dos Servidores do Estado noRio de Janeiro. Refiro-me a algumas ativi-dades práticas cruciais. Primeiro, aulas decirurgia experimental. Abertura da câmaraanterior, suturas, laminação da escleróticaem olhos de porco montados em rolha. Ou-tra atividade prática ocorria nesse Hospi-tal, nas aulas noturnas. Constava da obser-vação de cortes microscópicos de neoplasias.Observação no “scopicon”, aparelho que per-mitia a observação de vários alunos ao mes-mo tempo. Tivemos a honra da presença deJoviano Resende nessas aulas, interessadopelos assuntos. O sucesso do primeiro cur-so (janeiro-fevereiro de 1955) animou o se-gundo, logo em seguida (fevereiro-marçode 1955).

Foi assim, resumidamente, o começodos cursos da SBO, que reuniam alunosde todo o país. Tive ainda a honra de or-ganizar mais dois cursos nas presidên-cias de Pedro Moacir Aguiar e Ruy daCosta Fernandes. O sucesso dessa ativi-dade animou aumentar a carga horária docurso. Atualmente, o Curso de Pós-Gra-duação Lato Sensu em Oftalmologia, rea-lizado em parceria com a Estácio, tem trêsanos de duração.

JD- Como o senhor vê o futuro daOftalmologia?

APA- Considero ousadia futurar emassuntos ligados à vida humana. A Medi-cina teve avanço enorme a partir da segun-da metade do século passado e continuacélere no atual. Clonagem e uso de célulasembrionárias ou de adultos para gerar te-cidos ou seres são as vedetes científicas domomento. Decifração de genes com pro-messas de curas baseadas em conhecimen-tos moleculares individuais são técnicasnovas promissoras, mas ainda muitodispendiosas e com envolvimento ético.

A importância da Oftalmologia estálembrada no diário ato de ver e nos inú-meros aparelhos de observação usados portodas especialidades médicas , imagenscada vez mais ampliadas e detalhadas.Enfim, valorização dos olhos. Lembrar aosalunos esses fatos para convencê-los deque saber coisas da visão é indispensávelpara a cultura médica geral.

O número de interessados pela Oftal-mologia coincidiu com o aumentou da in-venção de instrumentos, alguns delespotencializados pela computação. Tudomuito diferente de meu começo com aqueleespelhinho perfurado e a lente biconvexapara observar a fabulosa retina.

Prof. Almiro Pinto de Azeredo,criador do curso de pós-graduaçãoda SBO, é autor de inúmeros livros,entre os quais “A Visão e SeusProblemas”, no qual fala dopassado e do futuro daOftalmologia e da sua importâncianum mundo cada vez mais “visual”

Tudo começou

quando a SBO

lançou novo estatuto

em 1952, que incluía

a obrigação

de realizar cursos

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DIRETORIABiênio 2013-2014

PresidenteMarcus Vinicius Abbud Safady (RJ)

Vice-presidentesElisabeto Ribeiro Goncalves (MG)Fabíola Mansur de Carvalho (BA)

João Alberto Holanda de Freitas (SP)Ricardo Lima de Almeida Neves (RJ)

Tania Mara Cunha Schaefer (PR)Secretário Geral

André Luis Freire Portes (RJ)1º Secretário

Sérgio Henrique S. Meirelles (RJ)2º Secretário

Giovanni Colombini (RJ)Tesoureiro

Gilberto dos Passos (RJ)Diretor de Cursos

Arlindo José Freire Portes (RJ)Diretor de PublicaçõesNewton Kara-Junior (SP)

Diretor de BibliotecaArmando Stefano Crema (RJ)

Conselho ConsultivoMembros Eleitos

Jacó Lavinsky (RS)Paulo Augusto de Arruda Mello (SP)

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EfetivosFrancisco Eduardo Lopes Lima (GO)

Leiria de Andrade Neto (CE)Roberto Pedrosa Galvão (PE)

SuplentesEduardo Henrique Morizot Leite (RJ)

Jorge Alberto Soares de Oliveira (RJ)Mizael Augusto Pinto (RJ)

Jornalista Responsável:Eleonora Monteiro - M.T. 12574

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Para divulgar eventos científicos oftalmológicos no Jornal Brasileiro de Oftalmologia (JBO), envie as informaçõespara a SBO, na Rua São Salvador, 107 - Laranjeiras - Rio de Janeiro - RJ - CEP 22231-170 -

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24 a 26 de julho de 2014

Hotel Windsor Barra

Informações:

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XIII Simpósio Internacionalde Atualização em

Oftalmologia de Maringá

De 20 a 22 de março de 2014, XIIISimpósio Internacional de Atualizaçãoem Oftalmologia de Maringá, no Ho-tel Bristol, em Maringá (PR). Informa-ções; (44) 3221-8100metró[email protected]

XX Congresso Norte-Nordestede Oftalmologia

De 27 a 29 de março de 2014, XXCongresso Norte-Nordeste de Oftal-mologia, na Fábrica de Negócios, emFortaleza (Ceará).Informações: (85) [email protected]

XII Congresso Internacional deCatarata e Cirurgia Refrativa

IX Congresso Internacional deAdministração em Oftalmologia

De 2 a 5 de abril de 2014, XII Con-gresso Internacional de Catarata e Ci-rurgia Refrativa e IX Congresso Inter-nacional de Administração em Oftal-mologia, no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro (RJ).www.cataratarefrativa2014.com.br

XXXIV InternationalCongress of Ophthalmology

29th Asia-PacificAcademy of Ophthalmology

118º Encontro Anual da SociedadeJaponesa de Oftalmologia

De 2 a 6 de abril de 2014, XXXIVInternational Congres ofOphthalmology, 29th Asia-PacificAcademy of Ophthalmology e 118ºEncontro Anual da Sociedade Japone-sa de Oftalmologia, no Hotel Imperi-al, em Tóquio (Japão)[email protected]

39º Congresso da SociedadeBrasileira de Retina e Vítreo

De 8 a 12 de abril de 2014, 39ºCongresso da Sociedade Brasileira deRetina e Vítreo, no Royal Palm Plaza,em Campinas (SP)www.retina2014.com.br

5ª Jornada Paulista de Oftalmologia

De 10 a 12 de abril de 2014, 5ª Jorna-da Paulista de Oftalmologia, em Ribei-rão Preto (SP). Informações:www.jornadapaulistadeoftalmo.com.br

Congresso da ASCRS

De 25 a 29 de abril de 2014, Con-gresso da ASCRS, em Boston,Massachusetts (EUA).www.ascrs.org

Encontro da Association forResearch in Vision andOphthalmology- ARVO

De 4 a 8 de maio de 2014, Encon-tro da ARVO, em Orlando, Flórida(EUA). www.arvo.org/am/

120° Congresso da SociedadeFrancesa de Oftalmologia

De 10 a 13 de maio de 2014,120° Congresso da Sociedade Fran-cesa de Oftalmologia, no Palais desCongrès de Paris, em Paris (França).www.sfo.asso.fr - [email protected]

XXII CongressoInternacional de Oculoplástica

De 15 a 17 de maio de 2014, XXIICongresso Internacional de Oculoplás-tica, em Búzios, Estado do Rio (Brasil).www.sbcpo.org.br/

12º Congresso Internacional daSociedade Italiana de Oftalmologia

De 21 a 24 de maio de 2014, 12º Con-gresso Internacional da Sociedade Fran-cesa de Oftalmologia, em Milão (Itália).www.congressisoi.com

10º Simpósio Internacionalde Glaucoma da Unicamp

De 23 a 24 de maio de 2014, 10ºSimpósio Internacional de Glaucomada Unicamp, no Hotel Maksoud Plaza,em São Paulo (SP)[email protected]

39º Congresso da AssociaçãoParanaense de Oftalmologia

De 22 a 25 de maio de 2014, 39ºCongresso Paranaense de Oftalmologiano Centro de Eventos, Londrina (PR)Informações:www.congressoapo.com.br

Oftalmologistas para clínicas oftal-mológicas em Barra Mansa e Volta Redonda,Estado do Rio de Janeiro. Contato: Dra. ErikaBoechat pelo telefone (24) 98825-1722.

Allergan tem nova assessoria de im-prensa- a Ketchum, para as divisões deNeurociências (Botox® para o tratamen-to de distonias, estrabismo, blefaro-espasmo, espasmo hemifacial, espas-ticidade, bexiga hiperativa e migrâneacrônica), Medical Aessthetics (Botox®

para o tratamento de rugas de expressãoe hiperidrose) e Estética de Mama(Natrelle®).

Emergência 24h-A Clínica EyeCenter, no Shopping Downtown, na Bar-ra da Tijuca (RJ) oferece emergência emoftalmologia dia e noite.

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