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PR`XIS TEOLGICA O lugar da fØ e das obras na experiŒncia cristª. P. 11 ENTRELINHAS Uma anÆ- lise de como Jesus tratava as pessoas. P. 7 EDUCA˙ˆO A funªo da esco- la de educar para a solidarieda- de. P. 10 Como vencer o cigarro em 5 dias O dom da solidariedade D!"#$!%&!’() *$+#&!#+ Entrevista Cerca de 360 mil pessoas jÆ se libertaram do cigarro por meio do curso Como deixar de fumar em cinco dias, uma inicia !va desenvolvida hÆ aproximadamente cinco dØcadas no Brasil pela Igreja Adven !sta e que mantØm um ndice de aproveitamento de 85%. Saiba mais sobre esse mØtodo empregado no combate ao tabagismo. P. 4 e 5 Conhea o trabalho de uma das organizaıes nªo-governamentais mais conÆveis do mundo na entrevista com Günther Wallauer, diretor da AgŒn- cia de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) para toda a AmØrica do Sul. O Censo DemogrÆ co 2010 divulgado no nal de novembro pelo IBGE revela que o Brasil jÆ totaliza 23.760 idosos com mais de cem anos. Conciliar idade e saœde, entretanto, con !nua sendo o maior desa o para os brasileiros. Con- ra algumas dicas para manter uma boa perfor- mance nesta fase da vida. O Brasil da melhor idade P. 14 e 15 P. 3 Famlia De+ P. 6 Foto: Felipe Lemos Foto: MÆrcio Tone, Foto: MÆrcio Tone, Dados do IBGE divulgados em 2009 revelam que cerca de 800 mil pessoas passam fome ou estªo em situaªo de desnutriªo no Rio Gran- de do Sul. Mas esta Ø apenas uma pequena fa!a do problema. Programas governamentais estªo em curso na tenta!va de mudar um panorama que, segundo a ONU, afeta um sexto da popula- ªo mundial. Para reverter o cenÆrio de misØria, o Pas conta com esforos vindos de todos os se- tores da sociedade. A meta Ø ousada: erradicar a fome atØ 2015. Este obje!vo desaa nªo apenas os governos, mas tambØm cada cidadªo a fazer mais pelo seu semelhante. Conhea a histria de Eva Silva, 79 anos, que jÆ tem dado a sua parce- la de contribuiªo, abastecendo a comunidade onde mora com cerca de duas toneladas de ali- mentos todos os anos. P. 8 e 9 Doya Oliver

Jornal Comtexto-5a ed

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periódico da sede da Igreja Adventista para a região central do Estado

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Page 1: Jornal Comtexto-5a ed

PRÁXIS TEOLÓGICA O lugar da fé e das obras na experiência cristã. P. 11

ENTRELINHAS Uma aná-lise de como Jesus tratava as pessoas. P. 7

EDUCAÇÃO A função da esco-la de educar para a solidarieda-de. P. 10

Como vencer o cigarro em 5 dias

O dom da solidariedade

D!"#$!%&!'() *$+#&!#+

Entrevista

Cerca de 360 mil pessoas já se libertaram do cigarro por meio do curso �Como deixar de fumar em cinco dias�, uma inicia! va desenvolvida há aproximadamente cinco décadas no Brasil pela Igreja Adven! sta e que mantém um índice de aproveitamento de 85%. Saiba mais sobre esse método empregado no combate ao tabagismo. P. 4 e 5

Conheça o trabalho de uma das organizações não-governamentais mais conÞ áveis do mundo na entrevista com Günther Wallauer, diretor da Agên-cia de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) para toda a América do Sul.

O Censo DemográÞ co 2010 divulgado no Þ nal de novembro pelo IBGE revela que o Brasil já totaliza 23.760 idosos com mais de cem anos. Conciliar idade e saúde, entretanto, con! nua sendo o maior desaÞ o para os brasileiros. Con-Þ ra algumas dicas para manter uma boa perfor-mance nesta fase da vida.

O Brasil da �melhor idade�

P. 14 e 15P. 3

Família De+ P. 6

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Dados do IBGE divulgados em 2009 revelam que cerca de 800 mil pessoas passam fome ou estão em situação de desnutrição no Rio Gran-de do Sul. Mas esta é apenas uma pequena fa! a do problema. Programas governamentais estão em curso na tenta! va de mudar um panorama que, segundo a ONU, afeta um sexto da popula-ção mundial. Para reverter o cenário de miséria, o País conta com esforços vindos de todos os se-tores da sociedade. A meta é ousada: erradicar a fome até 2015. Este obje! vo desaÞ a não apenas os governos, mas também cada cidadão a fazer mais pelo seu semelhante. Conheça a história de Eva Silva, 79 anos, que já tem dado a sua parce-la de contribuição, abastecendo a comunidade onde mora com cerca de duas toneladas de ali-mentos todos os anos. P. 8 e 9

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Page 2: Jornal Comtexto-5a ed

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C!"#$%#!, dezembro de 2010

OPINIÌO02

Direção Geral: Moisés Ma& osDireção Execu+ va: Herbert GruberDiretor de Jornalismo: Laerte Lanza

Formado em Teologia e Jorna-lismo. Secretário

Formado em Jornalismo. Assessor de Comunicação da Associação

Central Sul-Riograndense

Periódico da Associação Central Sul-Rio-grandense da Igreja Adven' sta

H"#,"#$ G#-,"#Diretor-Þ nanceiro da Igreja Ad-ven' sta para a região central

do Rio Grande do Sul

Editor-chefe: Márcio Tone( Diagramação: Andréia MouraInfograÞ a: Andréia MouraArte: Rosângela Barragan Quadrinista: Doya OliverImpressão: Mídia GráÞ ca � Grupo RBS

Tiragem: 10 mil exemplaresPeriodicidade: bimestralContato: (51)3375-1600e-mail: jornalcomtexto@adven' stas.org.br

�Fosse a religião bíblica apenas retórica não se teria dito: a fé

sem obras é morta�

A lógica capitalista que impregna o mundo desde o século XVI torna di1icultosa a compreensão da má-xima bíblica de que para ser grande é preciso servir. Somos absorvidos em grande parte pelo sistema so-cialmente injusto, economicamente insaciável, intole-rante com os “fracos” e que não se sensibiliza com o fato de que, para ganhar, alguém, em algum lugar, te-nha que perder.

Boa parte da massa que lota as igrejas na contem-poraneidade e que se esparrama em poltronas con-fortáveis dentro de templos suntuosos sente-se des-confortável diante das palavras de Jesus: “[...] o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.” (Mateus 20:27 e 28). A realidade é que muitos vão à igreja para receber (mais dinheiro, mais saúde), com o pensa-mento de obter vantagem, desconsiderando que “[...] mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (Atos 20:35). É interessante como as reações diante das pressões

externas à fé são caracterizadas por atitudes diversas dentro do cenário cristão. Alguns, sem muita di1icul-

O caminho mais curto para o sucesso

A arte de liderar é fazer com que as pessoas façam aquilo que você quer porque elas desejam fazer. Talvez seja por esse motivo que liderar é uma arte. As pes-soas exercem suas atividades por algum motivo. Por mais insigni1icante que seja a ação, ela foi motivada por algo ou por algum interesse. No âmbito pro1issio-nal é da mesma forma. Os pro1issionais realizam suas atividades por um motivo especí1ico. Na grande maio-ria das vezes o motivo é a necessidade de recursos para sobreviver. No entanto, este é um motivo muito comum que por sua vez induz as pessoas a fazerem coisas comuns. Mas o que fazer para que as pessoas fa-çam além do que é comum e tenham um desempenho acima da normalidade? É um questionamento interes-sante uma vez que você não tem poder para mudar as pessoas e que cada indivíduo é responsável por suas próprias mudanças.

O ser humano é movido por fatores motivacionais internos e externos. Assim podemos diferenciar pes-

Con!lito de valores

dade, deixam-se levar pelo sincretismo, amalgamando a fé aos novos valores. Criam uma fé híbrida. Outros, diante do confronto, batem em retirada e vivem uma fé reclusa, na tentativa de evitar ceder à pressão. Par-tem para uma vida enclausurada, distante das pesso-as, num mundo à parte.

A premissa básica do cristianismo é a rejeição do mundo. Mas nenhuma das duas atitudes elen-cadas anteriormente traduz esse conceito. Antes, contradizem-no. Rejeitar o mundo signi1ica des-vencilhar-se de sua máxima moral. Não tem ne-nhuma relação com comportamento anti-social. O exemplo de Jesus Cristo é muito claro nesse senti-do. Quebrou preconceitos, se aproximou do povo e, nesse intercurso com os marginalizados, exer-ceu in1luência por palavras e ações. Preencheu as necessidades primeiramente com ações e depois com discurso.

Fala-se muito em cristianismo prático e isso soa quase como um pleonasmo. Fosse a religião bíblica apenas retórica não se teria dito: “[...] a fé sem obras é morta” (Tiago 2:26).

Carta ao leitorEm época de 1im de ano

sempre ouvimos falar de cam-panhas e projetos que ajudam a milhares de pessoas a terem um Natal melhor. Sempre que posso ajudo com minhas doa-ções, também. Mas, outro dia um amigo me disse: você acha que sua ajuda fará diferença? Honestamente, não, respondi. Mas pre1iro cultivar uma mente solidária sabendo que na soma das doações muitos terão o que comer neste Natal.

Mas, aquela pergunta me perturbou um pouco e me fez pensar como é di1ícil cultivar um espírito solidário e quão fácil é ignorar aqueles que pre-cisam. Saber que do outro lado tem um ser humano como eu e que precisa de ajuda deve me mover a ajudar sempre.

Alguns ajudam sem pensar, sem sentir, sem amar. Motiva-dos por um impulso do mo-mento, contribuem apenas para serem notados. Um ato egoísta e nada mais!

O teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer, morto pelo nazis-mo, considerava que somente pelo fato de saber que Deus se tornou humano é possível compreender e não desprezar a ninguém. Essa é a motivação correta para a formulação do conceito de solidariedade. A be-nevolência ganha agora alguma profundidade teológica. Não é simplesmente um gesto nobre de uma pessoa responsável, nem um serviço paternalista oferecido por alguém que faz o bem para aqueles que estão desprovidos de algo. É uma ver-dadeira imitação de Cristo que amou a cada ser humano e se dispôs a dar tudo o que tinha – a própria vida.

Nesta edição do Comtexto queremos reforçar este princí-pio – ajudar por amor a quem Deus amou primeiro – e, em retribuição, que você tenha um Feliz Natal e um 2011 repleto das bênçãos de Deus.

soas auto-motivadas das pessoas motiváveis. Auto-motivação é a capacidade de motivar a si mesmo para encontrar uma razão e a força necessária para fazer algo, sem a necessidade de ser in1luenciado a fazê-lo por outra pessoa, trabalhando de uma forma consis-tente, sem desistir. O auto-motivado não precisa de fatores motivacionais externos para exercer suas ati-vidades com mais dedicação. Ele, em sua natureza, já possui uma animação su1iciente para exercer suas ha-bilidades e atingir os objetivos a que ele mesmo já se propôs. Os que não são auto-motivados precisam ser in1luenciados por outras pessoas para encontrar uma razão para fazer algo. É possível uma pessoa se tornar auto-motivada?

Sim, qualquer pessoa pode exercer suas atividades sem depender que outros a motivem a fazê-las. Bas-ta estabelecer objetivos pessoais em sua vida e lutar por eles; estabelecer metas e planos a serem conquis-tados, independente do que aconteça ao seu redor, e trabalhar para alcançar suas metas pessoais.

O caminho mais curto para o sucesso é através da auto-motivação.

da Associação Central Sul-

Riograndense

�Qualquer pessoa pode exercer suas atividades sem depender

que outros a motivem a fazê-las�

Page 3: Jornal Comtexto-5a ed

perguntas à...Diretor da ADRA (Agência de Desen-volvimento e Recursos Assistenciais)

na América do Sul.

Günther Wallauer

�Mesmo num mundo onde o

egoísmo aparen-temente reina,

encontramos ainda muitas pessoas que

se sensibilizam pela necessidade do seu próximo�

dezembro de 2010, C!"#$%#! 03

7 ENTREVISTA

Como prestar ajuda huma-nitária sem cair no assisten-cialismo?

Wallauer� Talvez a melhor maneira de evitarmos cair no assistencialismo é rever-mos nossos motivos. O que está por detrás de nossa atuação? Desejamos ser ins-trumentos apenas para uma transformação momentâ-nea, passageira na vida das pessoas, ou nossa atuação motivará o desenvolvimen-to? A atuação no desenvol-vimento requer mais inves-timento de uma pessoa, de uma organização, de um do-ador, de um governo. Alcan-çar o crescimento de uma pessoa, de uma família ou de uma comunidade exige mais de nosso tempo, de nossos talentos e de nossos recur-sos /inanceiros.

Em 1997 a ADRA recebeu o Status Consul! vo Geral das Nações Unidas. A par! r de então, que contribuições esse reconhecimento trouxe para a en! dade?

Wallauer � Isto veio a con/ir-mar que o trabalho da ADRA

no mundo é sentido, aprecia-do e respeitado não só pelos doadores, mas, acima de tudo, pelos bene/iciários cujas vi-das foram salvas ou transfor-madas. Esse reconhecimento dá mais força ao trabalho da ADRA. Aumenta ainda mais a responsabilidade de im-plementar programas com transparência, honestidade, imparcialidade, buscando a excelência. Também ajuda a potenciais doadores a ver a ADRA como uma agência con/iável e nos escolher para ser seus parceiros.

Qual é a imagem da ADRA hoje perante a comunidade internacional? Quando acon-tecem catástrofes, como o terremoto no Hai! , ou as en-chentes que assolaram neste ano Alagoas e Pernambuco, a ADRA costuma ser acionada para ajudar a prestar socorro às ví! mas, ou seja, os gover-nos já sabem que podem con-tar com a ajuda da agência?

Wallauer � O “r”de ADRA é a palavra em inglês “relief”, que quer dizer “alívio” e que traduzimos como “recur-

sos” em português. As ações da ADRA nas emergências envolvem vários tipos de recursos. A ADRA tem uma boa imagem no cenário in-ternacional, pois, onde está presente, quando acontecem emergências procura atuar na resposta a estas emer-

gências. E isto é con/irmado quando entidades doadoras con/iam seus recursos para a ADRA. No Brasil, a ADRA é bem conhecida pela Defesa Civil em muitos estados por-que já atuamos em conjunto com os governos municipais e estaduais. Participamos de

treinamentos para a respos-ta de emergência oferecidos pela Defesa Civil.

Como a ADRA se mantém Þ -nanceiramente?

Wallauer � A ADRA é man-tida através de duas fontes: a primeira é a própria Igre-ja Adventista, que mantém os líderes da ADRA, ou seja, seus diretores nos países. Entretanto, como a natureza do trabalho da ADRA é de-senvolver projetos, podemos dizer que ela é mantida pelos projetos aprovados e que são /inanciados pelos doadores destes projetos, sejam eles o poder público, a iniciativa privada e as pessoas /ísicas.

Escândalos e casos de cor-rupção no Brasil, observados nos úl! mos anos, envolveram até mesmo en! dades não-governamentais, acusadas de par! ciparem de esquemas fraudulentos. Que ações de transparência a ADRA costu-ma pra! car e a que você atri-bui o fato de ela ser conside-rada uma das en! dades mais conÞ áveis do mundo?

Wallauer � Como uma agên-cia cristã, a ADRA procura seguir os padrões de hones-tidade e transparência em todas as suas ações. Nos pre-ocupamos não somente em gastar os recursos dos pro-jetos de forma correta, mas procurando que todas as metas de cada projeto sejam cumpridas. A ADRA e seus projetos passam por audito-rias internas e externas. Em-presas especializadas como a Price Waterhouse & Coopers auditam projetos da ADRA. No Brasil, o poder público também audita os projetos /inanciados pelo governo e temos recebido elogios pela maneira pro/issional e séria

como tratamos os recursos con/iados à ADRA.

Num cenário social tão indivi-dualista no qual estamos inse-ridos, é di" cil encontrar pes-soas dispostas a abrir mão de muitos sonhos para viver uma vida de abnegação em prol de outros seres humanos?

Wallauer � Creio que exis-tem pessoas dispostas a con-tribuir com o bem do próxi-mo, mas que desconhecem oportunidades para fazê-lo. Devemos desenvolver me-canismos e projetos onde as pessoas /ísicas possam contribuir. À medida que captarmos estes recursos e prestarmos relatórios de como eles são utilizados e do impacto na vida de crianças, jovens e adultos, creio que podemos crescer no núme-ro de doadores particulares para nossos projetos. Mesmo num mundo onde o egoísmo aparentemente reina, encon-tramos ainda muitas pessoas com amor no coração e que se sensibilizam pela necessi-dade do seu próximo.

Para quem deseja servir como um voluntário da ADRA, qual o caminho a seguir?

Wallauer � O trabalho da ADRA é cada vez mais técni-co. Portanto, um voluntário também tem que estar pre-parado para servir na ADRA. Ter alguma quali/icação, al-gum talento especial como, por exemplo, na área de comunicação, computação, etc.. Outro aspecto muito im-portante é a questão de falar uma língua estrangeira, de preferência o inglês, depois o espanhol e o francês. E o passo prático é enviar o seu currículo para o escritório da ADRA do país onde reside para que seja conhecido.

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Escritório da ADRA em Brasília (DF) coordena ações humanitárias em oito países sul-americanos

Page 4: Jornal Comtexto-5a ed

C!"#$%#!, dezembro de 2010 dezembro de 2010, C!"#$%#! 04 05

SAòDE

M!"#$% T%&'(($

O !im !im dodo vício vício

A fé é capaz de preencher os trau-mas e o vazio dei-xados pela droga.

Nos últimos 20 anos o número de fumantes no Brasil caiu 45%, segun-do a Pesquisa Especial de Tabagismo divulgada em agosto de 2010 pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca). Mesmo assim, o País amarga a preo-cupação com as cerca de 25 milhões de pessoas que ainda estão presas ao vício. A despeito da luta travada ao longo dos anos contra a indústria do cigarro e das conquistas decorrentes dessa queda de braço, a exemplo das restrições em propagandas, algumas condições ainda favorecem esse ce-nário. Não poderia 0icar de fora da lis-ta o fato de que o cigarro vendido no Brasil é o 6º mais barato do mundo.

O tabagismo tem custado caro para a nação. De acordo com dados do Inca, ele acarreta cerca de 200 mil mortes anualmente no Brasil. Como se não bastasse, onera ainda os cofres públicos e sobrecarrega o sistema público de saúde. Cerca de 8% dos gastos com internação e qui-mioterapia no SUS (Sistema Único de Saúde) são atribuídos a doenças rela-cionadas ao consumo do tabaco.

Seu Donário Lacerda lutou du-rante 49 anos contra o vício. Fuma-va uma carteira por dia. “Nos dias

em que estava nervoso fumava até mais”, conta. Um raio-x, gerado re-centemente, mostrou os efeitos des-se hábito alimentado durante todos esses anos. “Meu pulmão não apare-cia mais no meio da fumaça. Era tudo uma coisa só. Sofria muito com falta de ar. Queria parar, mas não conse-guia”, conta o morador de Esteio, de 60 anos, que se aposentou em função de um en0isema pulmonar.

Há alguns meses, entretanto, seu Donário ouviu falar de um curso an-titabagismo que seria realizado na ci-dade onde reside e decidiu fazer mais uma tentativa. Resultado: desde então não colocou mais cigarro na boca. Não fuma há dois meses. “Me sinto outro homem. Melhorou a respiração, não preciso mais tomar remédios caros que eu tomava todo dia”, resume.

O programa do qual participou o morador de Esteio é realizado pela Igreja Adventista há décadas no Bra-sil. “Cerca de 360 mil pessoas já dei-xaram de fumar por meio do curso”, estima João Batista Duarte, que re-aliza palestras no programa “Como deixar de fumar em cinco dias” há 50 anos e é também assessor do Minis-tério da Saúde para controle do taba-

gismo no Brasil. A iniciativa pioneira empreendida pela Igreja Adventista em território nacional consistiu, in-clusive, numa in0luência importante para a criação de políticas públicas de combate ao tabagismo, além de inspirar tratamentos oferecidos no sistema público de saúde.

Segundo Duarte, a partir da me-todologia empregada (veja o info-grá0ico na página seguinte) – que contempla etapas de conscientização e aplicação prática do programa de desintoxicação sugerido - 85% dos participantes abandonam o cigarro.

Mas um dos principais fatores que o distingue de outros programas tera-pêuticos é o entendimento de que a espiritualidade é uma dimensão im-prescindível a ser trabalhada na luta contra o vício. A fé é capaz de preen-cher os traumas e o vazio deixados pela droga, restabelecendo funções no cérebro (veja, no infográ0ico, como a fé age nesse processo), conforme destaca Roman Oresko, palestrante no curso há 29 anos e responsável pela comunidade terapêutica Revive, em Gravataí (RS). O que antes era uma questão de fé, hoje pode ser explicado pela própria ciência.

Metodologia do curso�Como deixar de fumar em cinco dias�

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O passo inicial é a conscien& zação. Geralmente, a reação que os par& cipantes do curso têm diante das informações apresentadas é de que pouco sabiam a respeito dos prejuízos do fumo para a saúde. Esse �susto� é importante enquanto es' mulo para despertar o desejo de sair do vício. Mostra-se também de forma lógica e obje& va como a nico& na age no organismo humano. Essa etapa parte do seguinte princípio: só depois de entender o porquê das coisas o fumante agirá corretamente.

Investe-se no sujeito, no sen& do de mostrar que ele não pode se auto-limitar, que precisa acreditar em si mesmo para conseguir abandonar o vício. O fumante precisa saber que é possível deixar o cigarro.

Paralelamente aos encontros cole& vos, o fumante leva pra casa também um programa de desintoxicação orgânica, es-& mulando-o, assim, a ser um sujeito a& vo no processo. Isto inclui exercícios como: tomar dois banhos por dia (para evitar que a nico& na expelida durante a transpiração seja reabsor-vida pelo organismo); ingerir, no mínimo, dois copos de água por dia; ter um desjejum rico em frutas e aveia (a aveia, por exemplo, rica em Þ bras, funciona como uma vassoura, lim-pando o organismo); tomar sucos cítricos (substâncias quí-micas con& das no cigarro consomem rapidamente algumas vitaminas do corpo, entre elas a vitamina C; nesse caso, sucos cítricos ajudam a repô-la).

A nico& na é uma das drogas que exigem maior frequên-cia, repe& ção. Como o viciado sente a necessidade de estar sempre com cigarro na boca, uma das maneiras de aplacar a ansiedade que ele sen& rá ao deixar de fumar nos primeiros dias é subs& tuir o cigarro por outro elemento. Par& ndo desse raciocínio, o curso sugere prá& cas como: tomar água ou suco sempre com um canudinho; mascar cravo da índia ou alguma bala; colocar gelo na boca. O gelo, por exemplo, ao entrar em contato com as papilas gusta& vas na língua possibilita que se-jam enviados es' mulos para o cérebro, reduzindo o desejo de fumar.

Estudos cien' Þ cos apontam para a existência de um lu-gar no cérebro que a pessoa u& liza para conversar com Deus. Toda vez que essa região especíÞ ca (chamada também de �módulo divino�) entra em ação, es& mula a produção de do-pamina, substância responsável pela sensação de bem-estar. Descobriu-se que algumas substâncias, principalmente as drogas, interferem nesta região induzindo a injeção forçada de dopamina no sangue. Com o tempo, aqueles es' mulos que antes levavam naturalmente à produção de bem-estar (a fé, o bom relacionamento familiar, o sexo, a sa& sfação no trabalho) não têm mais efeito. O es' mulo Þ ca condicionado apenas ao

uso de drogas. Portanto, quando ele pára de usar droga, entra, por vezes, em depressão. O

apego à fé, portanto, pode preencher esse vazio e res-gatar a estabilidade na pro-dução de dopamina, levando novamente a uma sensação de relaxamento e sa& sfação produzidos naturalmente.

Fonte:

Roman Oresko

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João Ba) sta Duarte

Depois que a pessoa deixa de fumar:

Após 20 minutos, a pressão sanguínea e a pulsação voltam

ao normal;

Após 8 horas, o nível de oxi-gênio no sangue se normaliza;

Após 12 a 24 horas, os pulmões já fun-

cionam melhor;

Após 2 dias, o olfato já percebe melhor os chei-ros e o paladar já degusta

melhor a comida;

Após 5 a 10 anos, o ris-co de sofrer infarto será igual ao das pessoas que

nunca fumaram.

Após 2 horas, não há mais nico& na

circulando no sangue do ex-

fumante;

Após 3 semanas, a respiração se torna mais fácil e a circulação

melhora;

Após 1 ano, o risco de mor-te por infarto do miocárdio

já foi redu-zido à me-

tade;

em 5 diasem 5 dias

Fonte: Ins& tuto Nacional de Câncer.

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QUADRINHOS06

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ENTRELINHAS

Pastor da Igreja Adven& sta em Vacaria/RS

A!"#$%&! R'(&%

O tema “Jesus e seu ministério” já foi objeto de estudo e composição para milhares de obras ao redor do mundo e no decorrer da história. A maioria delas está detida mais em aspectos teológicos como: a divin-dade de Cristo, sua concepção vir-ginal, seus milagres e sinais, dentre outros. Todavia, poucas foram des-tinadas a avaliar o aspecto compor-tamental de Jesus, ou mesmo a for-ma como Ele tratava as pessoas.

A obra “Como Jesus tratava as pessoas”, de Morris Venden, nos leva a re.letir seriamente sobre a forma com que tratamos as pessoas hoje. Venden explora o comportamento de Jesus de uma forma singular e consegue chamar a atenção do leitor para a essência do ministério de Cris-to: o amor. O autor destaca com consistência episódios onde Jesus

esmiuçou os grilhões do preconceito e da discriminação. Histórias como a de Zaqueu (um publicano corrupto que roubava seus compatriotas), da mulher adúltera, dos dez leprosos, dos endemoninhados, nos fazem pensar sobre o carinho do mestre em receber as pessoas, não importando quem sejam ou o que façam.

Por que Jesus fez isso? Por que Ele curava as pessoas? Porque Ele queria que todos soubessem que Ele tem poder na Terra para perdoar pe-cados. Jesus fez dos pecadores Seus melhores amigos na Terra.

Sobre isso, não podemos discor-dar de Venden, pois Ele quebrou os paradigmas perversos de uma socie-dade dominada pelos maus-tratos e indiferença ao próximo. Buscou alcançar os marginalizados. De.ini-tivamente, Ele andou na contramão

do mundo, impressionando milhares de pessoas com suas palavras, des-truindo assim os ensinos dogmáticos preconceituosos dos “mestres da lei” de sua época. Venden a.irma que: “A boa-nova, porém, é que Jesus não odiou os ladrões. Ele amava os mer-cadores e amava os cambistas. Ele amava os líderes religiosos”.

A tônica da obra é que Cristo está de braços abertos para receber aqueles que se achegarem à Ele. “O que vem a Mim, de modo nenhum o lançarei fora” (João 6:37). O amor é a força motriz, ou seja, é o impul-so que nos move a tratar os outros como gostaríamos de ser tratados. Todo o processo que levou à grande vitória de Cristo na cruz foi permea-do por amor. Então, surge a pergunta que deveríamos fazer a nós mesmos: Como eu tenho tratado a Jesus?

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20042005

20062007

20082009

1.162 1.709 2.306 2.943 4.014 5.387,6 toneladas

toneladas toneladas toneladas toneladas toneladasEvolução nas arrecadações do projeto Mu" rão de Natal na América do Sul

�Entre Aspas�

Diretor da ADRA na região central do Rio Grande do

Sul

Harry Streithorst

Há três motivos pelos quais alguém trabalha:

1. Porque é escravo. Foi assim no início da história da nação brasileira. O trabalho era

feito por escravos que eram trazidos dos países africanos. A vida deles era dura. Eram tratados com crueldade. Hoje ainda há milhares que tra-balham como escravos em nosso País, subjugados por pessoas cruéis que mentem, enganam e induzem a con-traírem dívidas impagáveis.

2. Pelo salário. A grandiosa maioria é assim. Trabalha e recebe o salário de acordo com a capacitação, a dedica-ção, o esforço e a disciplina. Alguns só querem o empre-go, fazem só o necessário, não põem o coração naquilo que fazem. Quando há uma crise

são os primeiros da lista a se-rem demitidos. Quem empre-ga vê a dedicação de cada um. A Bíblia ensina: “O preguiço-so deseja e nada tem, mas a alma dos diligentes se farta.” (Provérbios 13:4).

3. Por amor. Esta classe de pessoas faz a diferença no mundo. Esquecem de si mesmos e vivem para aju-dar, para abençoar. São as mais felizes, as mais com-prometidas. Você sempre pode contar com elas. Não são escravos, não são em-pregados, são voluntários do amor. “Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua cooperação; pois, com tais sacri-ícios, Deus se compraz.” (Hebreus 13:16).

Pouca coisa comove mais a sociedade do que pessoas trabalhando sem esperar nada em troca para ajudar seres desam-parados que não podem retribuir. Foi esta forma apaixonada e desinteres-sada de servir que revolu-cionou o mundo e dividiu a história em antes e depois de Cristo. Jesus primeiro fazia o bem, curava, ali-mentava, animava e de-pois ensinava.

Além disso, será esta forma amorosa e voluntá-ria de trabalhar que de-i-nirá quem será salvo por ocasião da Volta de Jesus. “Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele,

então, se assentará no trono da sua glória; en-tão, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está pre-parado desde a funda-ção do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; en-fermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. Em verdade vos a-ir-mo que, sempre que o -izestes a um destes meus pequeninos ir-mãos, a mim o -izestes.” (Mateus 25:31-40).

Quem chega à casa de Eva Silva, ou simplesmente “vó Eva”, como é conhecida a se-nhora de 79 anos, moradora de Alvorada (RS), encontra um ambiente simples e es-paço exíguo. A casa não tem forro e as cortinas são im-provisadas. “Não me importo com isso, não vou levar nada desse mundo”, a-irma a apo-sentada. Dona Eva não tem pretensões materialistas. Prefere exercitar seu dom: a solidariedade. Compartilha tudo o que tem, até o pouco que recebe de aposentado-ria – e garante que não sente falta de nada. Há alguns anos ela repete a proeza de arreca-dar cerca de duas toneladas de alimentos para distribui-ção junto a famílias pobres da cidade. Em época de Natal, o espaço já reduzido ocupado pela sala, quarto e cozinha, -ica lotado de cestas básicas, devidamente decoradas com acessórios natalinos.

Dona Eva é uma das co-laboradoras do projeto Mu-tirão de Natal, coordenado pela ADRA (Agência de De-senvolvimento e Recursos Assistenciais) e realizado em oito países sul-americanos. Em 2009, com o apoio de empresas, do poder público e de instituições adventis-tas como as igrejas, escolas e hospitais, o projeto arre-cadou 5.387,6 toneladas de alimentos que bene-iciaram milhares de pessoas nos paí-ses participantes.

Vó Eva conhece bem a realidade de pessoas que não têm o que comer por-que já esteve nesta condi-ção. “Passei muita neces-sidade. Sei o que é. Então procuro ajudar quem pas-sa fome”, a-irma. E não são poucos os que ainda conti-nuam de barriga vazia em várias regiões brasileiras. Dados do IBGE divulgados em 2009 revelam que cerca de 800 mil pessoas passam fome ou estão em situa-ção de desnutrição no Rio Grande do Sul. Mas esta é apenas uma pequena fatia do problema. Pela estima-tiva da ONU (Organização das nações Unidas) um sexto da população mun-dial sofre com a fome. Só na América Latina e Caribe, o número de famintos supera a casa dos 71 milhões.

Desde 1990 o Brasil está comprometido com uma meta ambiciosa cujo objetivo é erradicar a fome até 2015. O prazo está se esgotando e ainda há muito por ser feito. Este alvo desa-ia sim os go-vernantes, mas convoca tam-bém, por outro lado, todos os cidadãos a fazerem mais pelo seu semelhante.

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O Brasil está comprometido

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EDUCA�ÌOC!"#$%#!, dezembro de 201010

Em 1998 o Ministério da Educação apresentou os PCNs – Parâmetros Curricu-lares Nacionais que seriam os norteadores dos progra-mas curriculares de todas as instituições de ensino, tanto públicas quanto privadas. Juntamente com este docu-mento, foram apresentados os Temas Transversais, uma proposta de incluir não no-vas disciplinas, mas temas importantes de relevância social, que, atrelados às di-ferentes disciplinas do currí-culo, dariam oportunidades aos alunos de se apropriar dos conteúdos como instru-mentos para re/letir e mudar sua própria vida. A contri-buição da escola, portanto, é a de desenvolver um projeto de educação comprometido com o desenvolvimento de capacidades que permitam intervir na realidade para transformá-la.

Outro documento impor-tante, a LDBEN 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional -, junta-mente com os PCNs, reforça que o objetivo principal da educação é a cidadania, ou seja, a educação tem a /ina-lidade de promover a forma-ção do cidadão.

Dentro deste contexto, vai se con/igurando que as instituições educacionais precisam ir necessariamen-te além dos conteúdos tra-dicionais incluindo temas vinculados ao cotidiano, que possibilitariam a for-mação de um ser humano completo, articulado com as necessidades do seu entor-no e apto para promover e efetivar mudanças necessá-rias na sua vida e na da sua comunidade. Ellen White, cujas ideias estabelecem a base da educação adventista, também enfatiza e defende que a educação deve ultra-passar o mero aprendizado

dos conteúdos e preparar os alunos para que possam ser cidadãos conscientes e atu-antes na comunidade onde vivem, pois “a verdadeira educação prepara o estu-dante para a satisfação do serviço neste mundo”.

Em função disto, no ano de 2010, todas as unidades escolares da região sul do Brasil trabalharam com o projeto Educação Solidária e, a partir dele, desenvol-veram ações voltadas para a arrecadação de roupas e alimentos, projetos de

conscientização ambiental e ações pelo /im da violência infanto-juvenil. Tal vivência, permeada por lições de soli-dariedade, de compromisso com o outro e amor pelo se-melhante, di/icilmente seria igualada com o mero estudo dos livros.

Não se trata de uma nova linha de trabalho. Há mais de um século, a educação adventista entende a escola como um espaço para a for-mação holística do ser, ou seja, para o desenvolvimento de todas as suas faculdades.

A promoção de atividades solidárias é um desdobra-mento dessa concepção pe-dagógica, cuja importância foi muito bem pontuada e resumida pela escritora norte-americana na obra “Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes” (p. 149): “Os pais e os professores que, por meio de sábias ins-truções, dadas com calma e decisão, habituam as crian-ças a pensarem nos outros, e a deles cuidar, ajudá-las-ão a vencer o egoísmo, e cerrarão a porta a muitas tentações.”

Pedagogia da solidariedade

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dezembro de 2010, C"#$%&$" 11

PRçXIS TEOLîGICA

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Um dos mais incompreendidos autores bíblicos sem dúvida é Tiago. Com seu pequeno livro incrustado entre Hebreus e Apocalipse seu texto tem sido objeto de vários estudos.

Só como exemplo, Lutero foi particularmente duro com a epístola de Tiago. Chamou-a de “epístola de palha”, por cau-sa de seu entendimento equivocado de 2:14-26, onde presu-miu haver o ensino de justi-icação pelas obras. Embora mais tarde o mesmo reformador maturou suas idéias e modi-icou sua posição, o problema continua na cabeça de muita gente.

Mas, Tiago não é a favor da salvação pelas obras (quan-do as pessoas pensam que por praticarem bons atos isto resulta na sua salvação) nem da salvação pela fé sem obras. Na verdade, ele apenas coloca as coisas no seu devido lugar. Para ele, o ser humano é salvo pela graça de Deus por meio da fé e as boas obras são o resultado desta salvação. Como fogo sempre produz calor, o bom cristão que tem fé sempre produz boas obras. Fé sem obras não existe. Provamos a nossa fé pelas nossas ações.

Este pequeno e inspirado livro fala contra a espirituali-dade hipócrita, enfatizando a necessidade de fé evidenciada por obras (Tiago 2:14-26). Este é um dos grandes males do cristianismo contemporâneo. Vida cristã passou a ser algo que acontece num determinado dia, num determinado lugar, sob o comando de determinadas pessoas. Vida cristã é o que fazemos num momento chamado de “culto”. Achamos que participar de um culto fazendo um ar de santidade é o maior sinal de sermos cristãos. A fé se mostra nas obras. “Pelos fru-tos os conhecereis”, disse Jesus (Mateus 7:20). Não foi “pelo seu louvor ou sua pregação os conhecereis”, mas “pelos seus frutos”. Uma Igreja sem obras, com uma fé intimizada, sem objetividade no mundo, é no mínimo uma incoerência.

Alguém já disse que um cristão é como um bom relógio: ouro puro, trabalho silencioso, e cheio de boas obras.

�Como fogo sempre produz calor, o bom cristão que tem fé sempre pro-

duz boas obras�.

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CENTRAL NEWSMutirão de Natal reduz impacto da fome no estado

O projeto bene.icente Mutirão de Natal, articulado pela Igreja Adventista, arrecadou 120 toneladas de ali-mentos só na região central do Rio Grande do Sul em 2010, superando em 20% o resultado do ano anterior.

Na região da Serra Gaúcha, a iniciativa contou com o apoio de parceiros importantes. Em Caxias do Sul, em-presas e agências bancárias abraçaram a causa social e auxiliaram na captação de mantimentos e brinque-dos. O exército também ofereceu ajuda na logística de transporte dos donativos. Nas cidades de Garibaldi e Carlos Barbosa mais de 100 famílias receberam a cesta básica de natal.

Além dos esforços coordenados pelas comunidades adventistas, o engajamento da rede educacional adven-tista potencializou a campanha. Só no Colégio Adven-tista Marechal Rondon, em Porto Alegre, os estudantes reuniram 11 toneladas de alimentos não-perecíveis

que serão repassados para entidades assistenciais da capital (entre as quais está a ADRA – Agência de Desen-volvimento e Recursos Assistenciais).

O Mutirão de Natal é um programa social desen-volvido pela Igreja Adventista em toda a América do Sul. Só no ano passado o projeto atingiu mais de 5 mil toneladas de alimentos. Além da ênfase na coleta de produtos alimentícios, a iniciativa visa também a arre-cadação de brinquedos.

O coordenador regional da iniciativa, Harry Strei-thorst, observa que o grande mérito da campanha é estimular nas pessoas a constância na solidariedade e não apenas manifestações pontuais. “A distribuição pontual de alimentos não resolve o problema dos necessitados, por isso o grande objetivo é despertar nas pessoas o desejo de ajudar durante todo o ano”, esclarece.

Alunos representam colégio adventista em mostra internacional

O projeto “Monitoria e Simulação Computacional Como Proposta Pedagógi-ca no Ensino de Ciências no Nível Fundamental” foi apresentado por alunos do Colégio Adventista de Novo Hamburgo na 25ª edição da Mostra Internacional de Ciências e Tecnologia, rea-lizada em Novo Hamburgo (RS) entre 17 e 22 de outu-bro. Já é o segundo ano de participação de alunos da instituição na Mostratec.

O orientador do projeto neste ano foi o professor Cláu-dio Ricardo da Silva Carvalho, doutorando em Química pela Universidad Evangélica del Paraguay. Ele reforça que a participação em eventos do gênero “incentiva a produção cientí.ica inédita de qualida-de” e permite que os discen-tes “compartilhem experiên-cias no circuito investigativo nacional e internacional”.“Além de toda a experiên-

cia cientí.ica e da interação

com projetos de alto nível criados por jovens como nós, tivemos um forte contato cul-tural com pessoas de vários países. Com certeza uma das melhores experiências da

minha vida”, considera o estu-dante Paulo Henrique Duarte.

A educação adventista também foi representada no evento por estudantes do Co-légio Adventista do Equador.

A 25ª Mostratec exibiu, em 14 mil metros quadra-dos de feira, 300 projetos apresentados por estudan-tes de 14 a 21 anos do Bra-sil e de outros 21 países.

Um programa apoiado pela rádio Novo Tempo FM 99,9 trouxe para o Rio Grande do Sul o Coral de Libras do Centro Universitário Adventista de São Paulo, campus Hortolândia. O grupo, que tem aproximado surdos da fé por todo o Brasil, fez apresenta-ções em Taquara e Porto Alegre.

O Coral de Libras nasceu em 2006 e é composto, em grande parte, por estudantes universitários. Integram o repertório encenações sobre o sa-cri.ício de Jesus pela humanidade e interpretações em Libras (Língua Brasileira de Sinais) de músicas con-sagradas no meio cristão.

Coral de Libras faz turnê pelo Rio Grande do Sul

Voluntários adventistas transmitem esperança no Dia de Finados

Milhares de pessoas que visitaram o Cemitério Parque Jardim da Paz, em Porto Alegre, no Dia de Finados, se depararam com um grupo disposto a transmitir esperança. Jovens adventis-tas de Novo Hamburgo e cidades adja-centes aproveitaram a data para levar uma mensagem de alento e praticar gestos de valorização à vida. Neste ano, o grupo Galera da Medula foi convida-do para desenvolver uma campanha de cadastramento de doadores em po-tencial de medula óssea neste que foi

um dos pontos mais visitados da capi-tal durante o feriado. A ação solidária resultou no cadastro de 1.029 novos possíveis doadores. Com os números obtidos na ocasião, a Galera da Medula já se aproxima de 12 mil cadastros em 2010, segundo informa o coordenador do projeto, Moisés Silva.

Autoridades políticas que visita-vam sepulturas de entes queridos pararam para incentivar o projeto. Foi o caso do deputado federal Beto Albuquerque, que há cerca de um

ano passou pela trágica experiência de perder um .ilho, de 19 anos, viti-mado pela Leucemia.

A campanha no Jardim da Paz ganhou destaque nos principais ve-ículos de comunicação do Rio Gran-de do Sul, a exemplo de Zero Hora, Correio do Povo, Jornal do Comércio, RBS TV, TVE, Ulbra TV, TV Bandei-rantes, Record, TV Pampa e rádio Gaúcha AM/FM.

A ação solidária abriu portas para outras iniciativas no local.

Uma delas foi a entrega gratuita de 4 mil livros “Ainda Existe Esperan-ça”. “Não há um momento em que as pessoas estão mais fragilizadas e abertas à mensagem do evangelho do que quando se está sofrendo a perda de um ente querido. E não há nenhum local onde elas estão com o coração mais aberto do que em um cemitério em um Dia de Finados”, destaca o líder de Jovens da Igreja Adventista para região central do Estado, pastor Elton Bravo.

Mil e duzentos jovens do Rio Grande do Sul, Santa Cata-rina e Paraná se encontraram em um campori na cidade de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, entre os dias 05 e 07 de setembro. Em eventos do gênero, realizados periodica-mente pela Igreja Adventista, a juventude recebe orienta-ção sobre assuntos variados. Na oportunidade, o evento promovido pela direção da Igreja Adventista para todo o

sul do Brasil colocou os parti-cipantes em contato com jor-nalistas, arqueólogos e líde-res eclesiásticos da América do Sul. Entre eles, Michelson Borges, editor da Casa Publi-cadora Brasileira e respon-sável pelo blog Criacionismo.com.br, Ivan Saraiva, apre-sentador da TV Novo Tempo, Rodrigo Silva, professor do Seminário Latino-Americano de Teologia e doutorando em Arqueologia Clássica pela

USP, Areli Barbosa, diretor de Jovens na sede sul-americana da Igreja Adventista, e o evan-gelista Luís Gonçalves.

Foi uma oportunidade também para o exercício da solidariedade. Na ocasião, o grupo distribuiu literatura gratuita para a população de Bento Gonçalves e ajudou na organização de uma campa-nha de cadastramento de do-adores de medula óssea em potencial.

Congresso orienta 1.200 jovens do Sul do Brasil

Um .inal de semana repleto de apresentações musicais e venda de produtos a preços promocionais. Esta foi a 17ª edição da Casa Aberta, uma das maiores feiras de literatu-ra cristã do Rio Grande do Sul, que aconteceu de 15 a 17 de outubro. O evento ocorreu nas dependências da Federação Adventista da Mocidade Gaúcha (FAMG), em Porto Alegre.

Foram expostos mais de treze mil itens na feira, entre eles CDs e DVDs das gravadoras Novo Tempo e Mu-sicasa, publicações da Sociedade Bí-blica do Brasil e da Casa Publicadora Brasileira (CPB), além de produtos naturais da Superbom.

Em comparação com o ano an-terior, a Casa Aberta 2010 registrou crescimento da ordem de 10%.

Casa Aberta em Porto Alegre atrai mais de quatro mil visitantes

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Harry Streithorst (esq.) e Ci-rano Cisilo' o (prefeito de Ga-ribaldi e parceiro do projeto)

Professores e alunos da educação adven& sta abraçaram campanha

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SAòDE SEMPRE

C!"#$%#!, dezembro de 2010 dezembro de 2010, C!"#$%#! 14 15

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O Brasil da �melhor idade�O Censo Demográ0ico

2010 divulgado no 0inal de novembro pelo IBGE revela que o Brasil já totaliza 23.760 idosos com mais de cem anos de idade. O número re0lete, em parte, a tendência de en-velhecimento da população brasileira, cujo processo tem se mostrado acelerado em comparação com outros paí-ses, a exemplo do Japão.

As pesquisas coordena-das pelo IBGE apontam que a expectativa de vida no País aumentou cerca de três anos entre 1999 e 2009. Com base nesses dados, é esperado que um brasileiro viva pelo menos 73,1 anos. “Numa população onde a parcela de nascimen-tos está sendo reduzida - em-bora o crescimento continue, mas numa velocidade menor -, e o envelhecimento está au-mentando rapidamente co-meça-se a ter uma mudança na estrutura etária”, analisou o presidente do IBGE, Eduar-do Pereira Nunes, em entre-vista ao programa Roda Viva, na TV Cultura.

O acréscimo na perspec-tiva de vida certamente soa como uma boa notícia para os brasileiros - a0inal, há 70 anos a esperança de vida no Brasil era de apenas 40 anos em média. Mas o grande de-sa0io está em equilibrar dois fatores: idade e saúde. Quan-do mal equacionadas, estas variáveis podem decidir ser a vida, nesta fase, apenas o pro-longamento da morte.

Envelhecer com saúde é bem mais complexo do que se imagina, no entender da geriatra Elizabeth Luz, atu-ante na Clínica Adventista e na Policlínica Militar, am-bas em Porto Alegre. “A ‘se-nescência’ (envelhecimento 0isiológico) difere da ‘seni-lidade’ (envelhecimento pa-tológico). Segundo o concei-to da Organização Mundial de Saúde, saúde é um estado

dinâmico de completo bem-estar 0ísico, mental, espiri-tual e social e não apenas a ausência de doença ou en-fermidade”, explica.

Dona Julia Feix Pereira, moradora de Porto Alegre, chegou aos 107 anos com uma boa performance. Ainda está lúcida, consegue cami-nhar sozinha e diariamente tem o seu momento para a leitura, principalmente de um livro que acompanhou toda a sua trajetória: a Bíblia.

Poucos conseguem ser tão longevos. Mas se, ao me-nos, a maioria da população conseguisse chegar aos 70, 80, esbanjando saúde, já se-ria uma grande proeza. O fato é que a ciência ainda não en-controu um elixir que garan-ta 100% a longevidade sob tais condições. Mas estudos realizados junto a comunida-des com expectativa de vida bem acima da média, a exem-plo dos adventistas de Loma Linda, Califórnia, nos Estados Unidos, reforçam que o estilo de vida é um processo decisi-vo no prolongamento da vida.

No entender de especia-listas, um estilo de vida sau-dável engloba não somente boa alimentação e atividade 0ísica regular, mas manter-se ativo intelectual e socialmen-te, dedicando tempo para o convívio com amigos e fa-miliares. Para a maioria das pessoas, o envelhecimento saudável é um re0lexo mais dessas atitudes tomadas ao longo da vida do que de he-rança genética. “Sabe-se que o peso dos chamados fatores ambientais para a maioria da população tem maior im-pacto na saúde que os fatores genéticos (herdados)”, res-salta. Assim, os bons hábitos cultivados ao longo da vida formam uma poupança para a idade mais avançada.

Mas, para quem chegou em desvantagem à terceira idade e só agora despertou para a importância desses

�Entre Aspas�Helevom Rosa

clínico geral e médico do trabalho

Um ditado popular reza que envelhecimento é igual à doença. Mas isso não é bíblico. Em Êxodo 15:26 está escrito: “Se ouvirdes atento a voz do Senhor, teu Deus, e 0izeres o que é reto diante de seus olhos, e deres ouvido aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma enfermidade virá sobre ti [...]”. A obediência às leis da saúde e aos mandamentos de Deus não só liberta o ser humano, espiritualmente falando, mas também sara totalmente o ser, inclusive o 0ísico, proporcionando longevidade.

A própria ciência está con0irmando o que a Bíblia já falava sobre o papel fundamental da fé na existência humana. Em re-portagem de capa da revista Época (edição de 21/03/2009), Jordan Grafman, chefe do departamento de neurociência cog-nitiva do Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e Der-rame e autor de uma das pesquisas mais recentes sobre o tema - publicada no mesmo mês na revista cientí0ica Proceedings of the National Academy of Sciences -, a0irma que “não só a fé pare-ce estar programada em nosso cérebro, como teria bene0ícios para a saúde” e ainda que “somos predispostos biologicamente a ter crenças, entre elas a religiosa”.

Mas, para ser bené0ica, a fé precisa ser associada à prática re-ligiosa? Quanto a esse questionamento, a reportagem de Época segue pontuando que “várias pesquisas mostram que participar de um grupo religioso estruturado traz bene0ícios por aumentar o suporte social à pessoa. ‘Esse apoio social é algo extremamen-te valioso para a saúde 0ísica, inclusive para a sobrevivência e a longevidade’, diz o psicólogo americano Michael McCullough, professor da Universidade de Miami que estuda a maneira como a religião molda a personalidade e in0luencia hábitos saudáveis e relacionamentos sociais. Ao realizar um ‘metaestudo’ de 42 pesquisas diferentes, o psicólogo descobriu que as pessoas alta-mente religiosas tinham 29% a mais de chance de estar vivas, em determinado momento do futuro, que as demais. A religiosidade tornaria mais fácil resistir a tentações nocivas à saúde, como o álcool e o fumo”.

Os princípios de saúde contidos na Bíblia, de fato, levam a um afastamento daquilo que destrói o corpo. Em Tito 2:2 e 3 há, por exemplo, uma recomendação nesse sentido: “Quanto aos homens idosos, que sejam temperantes, respeitáveis, sensatos, sadios na fé, no amor e na constância. Quanto às mulheres ido-sas, semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder, não caluniadoras, não escravizadas a muito vinho [álcool], sejam mestras do bem”.

Além de recomendações, a Escritura Sagrada não deixa de conter também promessas para aqueles que estão avançados em dias. Em Isaías 46:4 encontramos uma delas: “Mesmo na velhice, quando tiverem os cabelos brancos, sou eu aquele que os susterá. Eu os 0iz e eu os levarei; eu os sustentarei e eu os sal-varei” . Um lenitivo para aqueles que temem a solidão e o futuro quando chegam a essa fase da vida.

�Uma das qualidades que mais favorece o envelhecer feliz é a resiliência. Este é um conceito emprestado da Física u& li-zado atualmente na Psicologia. Refere-se à capacidade de um corpo de retomar sua forma original após subme& do a grande

pressão ou estresse. Interligada à resiliência, quase que como um alicerce, encontra-se a

Dicas para uma dieta saudável na

terceira idade:

A palavra-chave é moderação. Dietas muito restri& vas não são man& das a lon-go prazo. O principal é buscar a reeduca-ção alimentar, o que pode ser feito tam-bém buscando-se a orientação de um nutricionista. Acom-panhe as dicas gerais ao lado:

Comer 6 refeições ao dia (evi-tar períodos de jejum prolon-gado que predispõem aos ex-

cessos alimentares)

Comer pelo menos 3 porções de frutas e 3 porções de verduras ao dia (quanto maior a variação de cores,

mais diversidade de nutrientes)

Evitar doces e frituras

Para aqueles que consomem produtos de origem animal,

dar preferência às carnesbrancas/magras e aos queijos

magros e leite desnatado

Preferir pães, massas, cereais e ar-roz integrais aos farináceos brancos (estes elevam rapidamente a glicose e são mais facilmente armazenados

sob forma de gordura corporal)

Evitar alimentos industrializa-dos e habituar-se a olhar os ró-tulos dos alimentos (procurar os com teor de sal - cloreto de sódio - reduzido e evitar as gor-duras saturadas e as gorduras �trans� - sinônimo de gordura

vegetal hidrogenada)

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�A obediência às leis da saúde e aos mandamentos de Deus não só liberta o

ser humano, mas também proporciona a longevidade�

cuidados, ainda é tempo de se empenhar na busca por uma melhor qualidade de vida e incorporação de há-bitos saudáveis. Por esta ra-zão, este número do Comtex-

to traz algumas orientações práticas que podem ajudar a reduzir os efeitos da idade e, porque não, torná-la, de fato, a “melhor idade”, sem que a expressão denote ironia.

Aos 107 anos, Julia Feix lê sem diÞ culdade e consegue caminhar sozinha.

Fonte: Elizabeth Luz, médica geriatra Elizabeth Luz - geriatra

dimensão espiritual. A fé, sob as suas mais diversas formas, é um preservador e promo-

tor da saúde e bem-estar ' sico e mental, proporcionando conforto e força para se

lidar com as adversidades�.

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