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Escola Inclusiva Escolíadas 2014 Encontro de Jornais Escolares Brotero na X Mostra de Teatro Escolar ESCOLA SECUNDÁRIA DE AVELAR BROTERO :: Nº 14 :: JUNHO 2014

Jornal da Brotero Nº 14 - junho 2014

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Escola Inclusiva

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Escola InclusivaEscolíadas 2014

Encontro de Jornais EscolaresBrotero na X Mostra

de Teatro Escolar

ESCOLA SECUNDÁRIA DE AVELAR BROTERO :: Nº 14 :: JUNHO 2014

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Escola Inclusiva

Editorial ::

Índice ::14

Breves3 I Encontro de Nacional de Jornais Escolares4 Olímpiadas Nacionais de Matemática Concurso “7 Dias, 7 Dicas sobre os Media”5 Notícias da Língua Gestual Portuguesa Visita de Estudo Inclusiva6 CNC- Campeonatos Nacionais de Ciência7 Visita de estudo a Mafra Roteiro Pedagógico 8 Toluca Encantos10 (En)Cantos da nossa escola III Tema de capa12 “Isto já não é o que nunca foi”14 Escola Inclusiva e outras sinuosidades15 O que penso da minha escola16 A importância das TIC na promoção de uma escola inclusiva17 Escola Inclusiva Antigos Professores18 Maria Júlia Vieira Monteiro Jaleco Biblioteca19 Projecto Ler+Jovem - À sombra das palavras Grupo Disciplinar de Filosofia20 O pensamento que “com vida” a pensar Grupo Disciplinar de Educação Física22 Torneio Regional de Badminton23 Torneio Nacional de Badminton Atividades24 Escolíadas 201426 Teatro da ESAB & ESJF, História “Viva” Grupo Disciplinar de Pt/Fr/Es27 Oficina de Escrita Criativa28 Oficina de Escrita “Uma flor de Primavera” Cultura e Lazer29 A mais pura evasão Pensamentos filosóficos Projetos30 European Manifesto32 My Comenius Assistantship33 Programa Leonardo da Vinci Grupo Discipliar de Artes35 Desenho A, Unidade Cor - 10º Ano

Junho de [email protected]

«Cadahomemtemumaidentidadediferentedaquepertenceaosoutros,eodireitodevereconhecê-laeprotegê-la»(Curry,2005).

AchamadaEscoladeInclusãoteveinícionosE.U.,em1975. Por educação inclusiva entende-se o processo de inclusão dosportadoresdenecessidadesespeciaisoudedificuldadesdeaprendizagememtodososgrausdeensino.Oseuobjetivoéfazercomqueaescolaatueparapossibilitara integraçãodestesalunoscomnecessidadesespeciais.Naescolainclusiva,oprocessoeducativoéentendido,sobretudo,comoumprocessosocial,ondetodososalunosportadoresdenecessidadeses-peciaisecomdificuldadesdeaprendizagemtêmdireitoaumaescolariza-çãoomaispróximopossíveldadita“normal”.Pretende-se,destaforma,aintegraçãonacomunidadedojovemportadordedeficiência. Ainclusãoprocura:propiciaroacessodestesalunosàsclassesco-muns;perceberqueascriançaspodemaprender juntas,embora tendoobjetivoseprocessosdiferentes; levarosprofessoresaplanificarestra-tégiascriativasparaessesjovens;proporcionaraosprofessoresdaturmaumsuportetécnico;nãoignorarasnecessidadesdojovem,fazendooseudevidoacompanhamento. Educarnaeparaadiversidadepassouaserumdesafiodaescolaquequerserinclusiva:umaescolacapazdegarantirnãosóoacessoàedu-caçãoatodososjovensemidadeescolar,mas,sobretudo,tornarefetivaaeducaçãodetodososjovens,independentementedassuascaraterísticaspessoaisesociais.Énecessárioviveradiferençacomoalgodepositivoepassardasideiasàprática,diversificandoeadequandoestratégias,mate-riaiseespaçoseducativos,demodoagarantiroensinoatodososjovens,facilitandooseudesenvolvimentoenquantopessoasecidadãoscapazesdeintervirnasociedadedequefazemparte. Assumiraimportânciadoexercícioplenodacidadania,emsocie-dadesmarcadaspeladiversidade,implica,dopontodevistaeducacional,um investimentomaioremescolasmais inclusivase fazerdaheteroge-neidade, diversidade e pluralidade, elementos do processo educativo,afirmando-secomoescoladetodoseparatodos. Oprincipaldesafiodaescola inclusivaconsisteempassar-sedeumaconceçãodeescolaelitistaesegregadora,queexclui,paraumaesco-lainclusivaquerespeitaadiversidade. Aquestãoinclusivaé,sobretudo,socialeextravasaosmurosdaprópriaescola.Éprecisoacreditarnummundomaisinclusivoe,comonosensina Paulo Freire, «reconhecer que a tarefa essencial da educação écriarumcaminhoquehádelevarahumanidadealutarcontraasestrutu-rasopressorasdasociedade». A nossa Escola pratica a inclusão quer para alunos comdificul-dadesdeaprendizagem,querparaalunosdetodasasclassessocioeco-nómicas.Orgulhamo-nosdeterestatradiçãocom130anos,sendoquedesdehátrintaanospromovemosainclusãodealunoscomnecessidadeseducativasespeciais,emespecialdealunossurdos. Sejamos,todos,participantesnestamissãodaEscola. Paraterminar,desejoboasorteaosalunosquevãorealizarexa-mesnacionais e omaior sucessopessoal paraos alunosque, este anoletivo,concluemoensinosecundário.

ManuelCarlosEstevesdaFonseca DiretordaEscolaSecundária deAvelarBrotero

António Marques (Coordenador)Emília MeloFernanda MadeiraHélia Marques

Equipa de Redação

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Nota da Redação: As fotografias que acom-panham os artigos são da responsabilidade dos respetivos autores

Capa: Daniela Oliveira, Tomás Matos,Tiago Jesus, Raquel Fernandes, Jorge Maleiro, João Sá, Ana Abrantes e Ivo Vieira. Desenhos elaborados na disciplina ATELIER DE ARTES para comemoração dos Direitos Humanos (alunos de CEI - Currículos Específicos Individuais)

Isabel SáJosé VieiraPedro Falcão

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:: Breves

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I Encontro Nacionalde Jornais Escolares

Divulgarprojetosjornalísticosqueestãoaserdinamizadosnasescolasportuguesas,trocarexperi-ênciaseaprofundar conhecimentosquepermitam melhorar os jornais e as revistas escolares foram algunsdosobjetivosdoIEncontroNacionaldeJornais Escolares, promovido pela Direcção-Geral da Educação (DGE) e pelo PÚBLICO na Escola, que se realizou no dia 3 de Maio, entre as 9h30 eas17h00,naEscolaSecundáriaDr.ManuelLaran-jeira,emEspinho. OJornaldaBroterofez-serepresentar(através do seu Coordenador) nesta iniciativa que contoucom a presença, entre outros, do Secretário de EstadodoEnsinoBásicoeSecundário,JoãoGrancho,doDiretor-GeraldeEducação,FernandoEgídioReis,dadiretoradojornal“Público”,BárbaraReis,deumaresponsávelpelaplataformadigitaldeacolhimentodejornaisescolaresdaDGEdoMinistériodaEduca-çãoeCiência (http://jornaisescolares.dge.mec.pt/),TeresaPombo,paraalémdaanfitriã,aDiretoradoAgrupamentodeEscolasDr.ManuelLaranjeira,AnaGabrielaMoreira. Com o anfiteatro cheio, as cerca de 100pessoas presentes tiveram a oportunidade departilhar experiências e de ouvir especia- listas nas várias áreas que envolvem a ela-boração e a publicação de um jornal escolar. Neste sentido, a Educação para os Media pretende não só apoiar a dinamização de jor-nais escolares, enquanto instrumentos de Cidadania,comofazeradivulgaçãodeboaspráticaspedagógicas, revelando o trabalho realizado pelosdocentes,nasescolas,comosseusalunos.

António Marques

Fotoondesãovisíveis,entreoutros,oSecretáriodeEstadodeEducação,oDiretorGeraldaEducação,aDiretoradoAgrupamentodeEscolasDr.ManuelLaranjeiraeaDiretoradoJornalPúblico

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OlimpíadasNacionais de Informática Na sequência de anteriores participaçõesem concursos de programação informática, onze alunosdaESABparticiparamnaProvadeQualificação na Internet das Olimpíadas Nacionais de Informá-tica(ONI),quedecorreuentreas12:00hdodia23deabrileas18:00hdodia25deabril. EstaProvaconsistiunaapresentaçãode3problemas,simulta-neamente,atodososconcorrentes,atravésdeumaplataforma Web vocacionada para concursos de programação. De um total de 177 participantes anívelnacional,foramselecionadososprimeiros29,doisdosquaisalunosdaBrotero:oGonçaloParedes,do10.º1B,eoPedroMiguelDiasdaSilva,do11.ºPSI.Estes estudantes realizaram, no dia 5 demaio, noDepartamentodeCiênciadeComputadoresdaFa-culdadedeCiênciasdaUniversidadedoPorto,apro-vafinaldasONI’2014,compostapor3problemasecomaduraçãode4horas.

Breves ::

Concurso “7 Dias, 7 Dicas sobre os Media”

TrêsalunosdaBroteroforampremiadosnasegundaediçãodoconcurso“7Dias,7DicassobreosMedia”,umainiciativadaRededeBibliotecasEs-colaresedoGabineteparaosMeiosdeComunica-çãoSocial,emparceriacomaDireçãoGeraldaEdu-caçãoeaFundaçãoparaaCiênciaeTecnologia. Acerimóniadeentregadeprémiostevelu-garnodia8demaiode2014,noPalácioFoz–PraçadosRestauradores,emLisboa. Na companhia do professor João Sá, coordenador do projeto, estiveram presentes na cerimóniaosalunospremiados:AndréDias,do12ºPSI,

4 Jornal da Brotero Junho 2014

OGonçaloobteveo4.ºlugarefarápartedogrupo dos 4 primeiros classificados na prova final,que irá representar Portugal nasOlimpíadas Inter-nacionaisde Informática,ateremlugarde13a20dejulhode2014,emTaiwan.Assim,aequipaseráformadapor: •JoãoRocha,12.ºano,doColégioPauloVI(Gondomar); •PedroAmaro,12.ºano,daEscolaSecun-dáriadeMonserrate(VianadoCastelo); •PedroSilva,12.ºano,doAgrupamentodeEscolasPadreBenjamimSalgado (VilaNovade Fa-malicão); •GonçaloParedes,10.ºano,daEscolaSe-cundáriadeAvelarBrotero(Coimbra).

Parabéns a todos os alunos participantesdaESABemmaisumaediçãodasONI,comespecialdestaqueparaoGonçaloParedes!

Pascoal Albuquerque

Gonçalo Paredes (adaptaçãoaoambientedetrabalho)

Pedro Silva (adaptaçãoaoambientedetrabalho)

DavidFerreiraeRuteFerreira,ambosdo12ºPM. Osalunosforampremiadosindividualmentecomumtablete,principalmente,comnovasexperi-ências,vendo,assim,reconhecidooméritodoseutrabalho.

Trabalho vencedor (vídeo): https://vimeo.com/94596682.

Mais informações sobre o concurso e tra-balhos premiados: http://www.rbe.min-edu.pt/np4/1237.html.

Salientamosaindaaparceriadestetrabalho com o projeto E.N.T.R.Y. (European Network of Trainers for Nonviolence and Resilience of Young People).

João Sá

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:: Breves

Notícias da Língua Gestual Portuguesa Enquadrado nos objetivos do Projeto Edu-cativoePlanodeAtividadesdaEscola,apesardejánãosermosEscoladeReferênciaparaaEducaçãoeEnsinoBilinguedeAlunosSurdos,foirealizadomaisumCursodeFormação,denominado:“LínguaGes-tual Portuguesa: diversidade cultural e linguística(Nível1)”.Estedecorreuentreosdias27dejaneiroe27de fevereirode2014, sob a tuteladoCentrode FormaçãoMinerva e financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, com um total de 25 horas eatribuiçãode1crédito. Teveporbaseasorientaçõesconstantesnoart.º74, alínea h) da Constituição Portuguesa (LeiConstitucionalnº1/97,de20/09),ondesereconhece o dever de proteger e valorizar a Língua GestualPortuguesa, enquanto expressão cultural einstrumentodeacessoàeducaçãoedeigualdadedeoportunidadesdossujeitossurdos. Foram objetivos desta formação a difusão dos valores e a cultura da comunidade surda, contribuindo para facilitar a integração social dosujeito surdo, pela aquisição de competências comunicacionais específicas da Língua Gestual Portuguesa,atravésdoconhecimentodasregrasdecomunicaçãocomumapessoa surda, identificação dos parâmetros envolvidos na produção de um gesto,utilizaçãodevocabuláriobásicoquepermitaainteraçãocomunicacional,compreensãoeutiliza-çãodeexpressõesdoquotidiano(deacordocomo estabelecidos no Quadro Europeu de Línguas adaptadoàLGP). Estáemfasedeconclusão(5demaioa5dejunhode2014)oprimeiroCursodeFormaçãonãofinanciado,comumtotalde25horaseatribuiçãode1crédito,denominado:“IniciaçãoàLínguaGestualPortuguesa(Nível2)”. ForamrealizadosatéaomomentoumtotaldequatroCursosdeFormaçãocomestatemáticaenãoestãoprevistosmaisparaospróximostempos,aguardando-se desenvolvimentos sobe a políticaeducativanoâmbitodaeducaçãodesurdos.

Paula Constantino(Professora de Educação Especial e Formadora)

Nodia8demaio,osalunossurdoseoutrosalunoscomNecessidadesEducativasEspeciais,comacooperaçãodoscolegasdasturmasqueosincluem, realizaramumavisitadeestudoaLisboa,ondevisita-ramaFundaçãoJoséSaramagoefizeramoPercurso Pessoano. A informaçãofoi todatraduzidaemLínguaGestual Portuguesa, pelas intérpretes da escola,possibilitando, desta forma,o acesso aumconhe-cimentoqueosalunosdificilmenteteriamanãosernumaaprendizagememsituação,peloqueanossaescola realiza todos os anos uma visita de estudocomestesalunos. Étambémdesalientaroambientenaturalesaudávelentretodososalunos,independentemente dassuasdiferenças.

Dina Almeida

Visita de Estudo Inclusiva

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Breves ::

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Nodia28deabril,umgrupodealunosdanossaEscolaparticipounosCampeonatosNacionaisdeCiência,realizadosnaUniversidadedeAveiro. Destaca-se a participação da equipa dos alunosGustavoAraújoeGonçaloParedes,do10º1B,e da equipa dos alunos Sofia Rodrigues e Elvis Borges,do12º1C,queobtiveram,respetivamente,o7ºlugarem307equipaseo14ºlugarem276equipas, nacompetiçãoMAT12.Nestaprova,aEscolaclassifi-cou-seem8ºlugarnumtotalde61escolas. Na prova de Física de 12º ano (Fis12), a Escola ficou em 2º lugar num total de 14 escolas,tendo a equipa dos alunos Joana Parker e João Ferreira,do12º1E,eadasalunasBeatrizMendonçaeÂngelaSimões,do12º1Ee12º1C,obtidoo10ºeo12ºlugares,respetivamente,em57equipasparticipantes.

Emília Paredes

CNC - CampeonatosNacionais de Ciência

FONLADFestival on line de Artes Digitais

Aturma2Bdo12ºanoparticipounadécimaediçãodoFestivalFonlad–FestivalOnLinedeArtesDigitais. Quinze alunos desta turma participaramnuma performance orientada pela artista italianaFrancesca Leoni, que esteve em Coimbra entre osdias22deAbrile3deMaio,equevisitouanossaescolaa2deMaio,apresentandoalgunsdos seustrabalhosdevídeo performance. Desteencontroviriaasurgirodesafioàturmaparaparticiparemcomaartistanaperformance“Jeu-ne-Fille”queserealizounodia3deMaionoPavilhãoCentro de Portugal, integrada no referido Festival.

José Vieira

Performance“Jeune-Fille”,poralunosdaturma12-2B,sobaorientaçãoda

artistaitalianaFrancescaLeoni

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:: Breves

Visita de Estudo a Mafra

NoâmbitodoestudodaobraMemorialdoConvento,deJoséSaramago,nadisciplinadePortu-guês,realizou-seumavisitadeestudoaoConvento/PalácioNacionaldeMafra,nodia12demarço,naqualparticiparamalunosdasturmasdo12.ºanodaescola.

As professoras : Fernanda Madeira, Hélia Marques, Isabel Sá e Mª do Carmo Sousa

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Roteiro Pedagógico ::

8 Jornal da Brotero Junho 2014

Toluca MaisumavezpartosemtertidotempoparareverahistóriadoMéxico.Limitei-mearecordarostemposfelizesdeS.LuísdePotosiemJulhode2011eaverolivroderesumosàprocuradeamigosecole-gasjáconhecidose,ainda,afazerobreveestudodosdocumentos emitidos pelo Congresso: programa econselhosaoviajante.Foioqueli,semcomplicações,poisestavatudobemexplícitoeatétraziaummapaGoogle do local do CIHELA (Congresso Ibero-ame-ricanodeHistória da Educação LatinoAmericana). ViajeideCoimbraatéaoaeroportodeLisboa de autocarro. Aí esperei umas horas com uns colegas,quetambémiamparaomesmocongresso, até que, finalmente, partimos para Madrid, ondeesperámos além das horas previstas mais hora etal para que se fizessem pequenas reparações nosistema informático do avião. E lá fomos. Foramlongas horas até à cidade do México, onde feliz-mente o sistema alfandegário e de controlo de estrangeirosfuncionoubeme,porisso,rapidamente saí para o hall de saída do aeroporto. Aí, pelo método das tentativas, descobri de onde saía o autocarro para Toluca. Deparei-me, então, com medidasde segurançadebagagensepessoasqueconstavamdefotosdosviajantes,mastudofoifeitocomserenidadecomoalgoestranhamentenecessário e numa hora e pouco cheguei ao destino: Toluca.

Uma das primeiras coisas que aprendi foi que o nome da cidade vem de Tolo, um Deusíndio, mais o locativo can que indica “lugar de Tolo”, dando Tolocan, diz-me a Wikipédia.1 Numa primeira incursão no seu bonitocentro histórico, fui direto ao Cosmovitral, uma belíssimaconstruçãodeengenharia,ondesecasam perfeitamenteabelezanaturaleosvitraisdaautoria do artista mexicano Leopoldo Flores, ganhando assimmaisbelezaabotânicaeaartedovitral,quesurgemcomcoresinesperadasnumaharmoniadifícil depreverenumasimbioseperfeitaentrearteenatu-reza.Notei,nolocal,apresençadefamíliascompletas emquepaisefilhosseeducavameaindaapresença de um guia, que ia mostrando com voz sonora algunspormenores.Eraumadasformasdeconcre-tizaraapostadeTolucacomoMunicípioEducador. Pareceu-me que era o dia da Mãe, poisas ruas estavam cheias de crianças, de dife-rente condição social, que conviviam, ouviamuma peça de teatro e numas bancas pintavamas suas carinhas, transformando o nosso dia daMãe em mais um dia da Criança. O Dia da Mãeem Toluca era de facto no sábado10 de Maio. Vivi depois o congresso, onde se mistu-ravam os vários povos da América Latina desde a Argentina até ao México. Predominavam os bra-sileiros e logo a seguir osmexicanos. Portugueses eramosuns10eespanhóisoutros tantos.Notava--se na presença a diferente condição económica

1-Verhttp://en.wikipedia.org/wiki/Toluca,acessoem4deMaiode2014.

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:: Roteiro Pedagógico

paraapurarapesquisaemhistórialocaldestaregiãodomundo,mas tambémaqui surge comoameaçaa conceção economicista da Educação da Europa.De facto, se no Velho Continente se poupa avara-mente na Escola, aqui aposta-se no ensino comovantagem competitiva. É o que os fará continua-remaserpaísesemergenteseprogressivosque jádãooutrocarácteraestenossomundoglobalizado. Foiumcongressovariadoecheiodeinteresse, incluindoumligeirotremordeterra,quenosjuntouàportadoHotelondeserealizouoCongresso.Maistarde,depoisde teremfalhado todasas tentativasdefazerumgrupo,decidiirsozinhoverasPirâmidesdeTenangodelValle,pertodeToluca,quesãoAzte-cas.Decisãofácil,pois,porali,ostáxissãobaratos. Fui lá com um motorista simpático eamigo, que acabou por resolver as minhas fra-gilidades físicas causadas por uma altitude dequase três mil metros, ensinando-me a subir e adescerescadasíngremesearespiraroarrarefeito.Vi um Museu Arqueológico bem organizadoe mais uma vez a pilha da máquina fotográfi-ca acabou. Na verdade, ao almoço tinha fei-to uma frenética reportagem de um Flash Moboferecido pela organização do Congresso, reali-zada por uma orquestra, muito bem ensaiada,de mariachis: os músicos populares mexicanos. Aofim-da-tarde,tivemosaexibiçãodeumfilmeespanhol“AsMaestrasdaRepública”,ondeaemoçãonosdominou,poisexplicaeretrataosdra-mas dos vencidos naGuerra Civil provocadapelosfranquistas.Tambémpressentiquealgunsdosmeuscolegaseramfilhosdosqueseexilaramparafugiràmorteeà repressão, sendooMéxicoum lugarderefúgio. Todo o filme nos mostravamais uma vezuma História cheia de desumanidades, mas quetodos desejamos tornar História de Paz Perpétua.

Aires Antunes Diniz

decadapovo.Defacto,acrisefinanceiraeasrazõeshistóricasexplicamesta faltadepresençadeespa-nhóiseportugueses.Haviatambémalgunsamerica-nos,inglesesealemães,poisestamostodospresen-tes na organização global da História da EducaçãoqueéoISCHE(InternationalStandingConferenceforHistoryofEducation).Estecongressoserviaporisso

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Encantos ::

(En)Cantos da nossa escola III

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O nosso patrono Avelar Brotero.

FoiprofessordeBotânicaeAgriculturanaUni-versidadedeCoimbraedirigiuoJardimBotânico.Entreoutrasobras,escreveuFlora Lusitânica,ondeidentificoucercade1800espécies,muitasdelasdesconhecidasatéentão.

porMariaEmíliaMelo

Quebom,passearnospátios!...

Continuando a nossa viagem de ‘(re)descoberta’ dos (en)cantos da nossa escola...

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:: Encantos

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Belíssimospátios.

AmajestosaEucalyptus Citriodora!

Vistapanorâmicadobardosalunos! Umquadro“vivo”!

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Tema de capa ::

12 Jornal da Brotero Junho 2014

“Isto já não é o que nunca foi”1

Aescolaestavadivididaemduas:noedifíciodaesquerdaandavamasraparigas,nodadireitaosrapa-zes.Nadademisturas,queorecatoeosbonscostumestinhamdeserpreservados.Assalasdeaulatinhamochãodesobradoeasparedesbrancascomumquadrodelousapreta,sempreesbranquiçado,aoladodema-pasdePortugaledas“ProvínciasUltramarinas”,cheiosdecorescomosrioseasserraseaslinhasdecaminhodeferro.Ascarteiraseramdemadeirapegadasaochãoeumasàsoutras,comosbancostambémpegadosecomunsburacosondeemtempossetinhamencaixadotinteirosemlouçabranca.Atrásdasecretáriadaprofes-sora,empoleiradaemcimadeumestrado,aladearumcrucifixo, as fotografias emolduradas do Américo To-másedoSalazar,cadaumviradoparaseulado,forma-vamumatroikaavantlalettre,distante,masvigilante.Emcimadasecretáriaoudentrodagaveta,conformeanecessidadeeadisposiçãodaprofessora, láestava,ameaçadora,apalmatória,disponívelemdoismodelos:

retangular para as reguadas correntes, redonda comburaquinhosparaoscastigosexemplares. Rezava-se,cantava-seohinoepedia-selicença“parairláfora”nashorasdeaperto.Láfora“asnecessi-dades”eramsatisfeitasemnúmerosrocambolescosdaartedeacocorarnassanitasturcas,exemplopráticoepedagógicodainfâmiadosinfiéis. Aprendia-sealer“Lusitos,Lusitas,VivaSalazar!VivaSalazar!”,acontar“2x1=2,2x2=4,2x3=6,2x4=8…”,HistóriadePortugal,“GraçasaoEstadoNovocomeçouemPortugalumperíododeprogressomoralematerialcomsatisfaçãodosportugueseseaadmiraçãodoses-trangeiros”,Geografia,“Portugalnãoéumpaíspeque-no…”,eCiências,“Otrabalhoregulareativoéumbommeiodeevitarasdoençasdoespíritoedocorpo.Otra-balhoéumafontedefelicidadeedeconsolaçãonades-graça.Aprincipalcondiçãoparasegozarboasaúde[sic]éterumavidadetrabalhohonesto,praticarobemeprocurarasalegriaspuras”.E,noinverno,punham-nos

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:: Tema de capa

Junho 2014 Jornal da Brotero 13

emlinhaeenfiavam-nosumacolherdeóleodefígadodebacalhaupelagoelaabaixo,paraenrijecereassimcontribuirparaanossafelicidadeebem-estar. Aprendia-se, também, a cantar cantigas e adançardançasderoda“Opreto,minhasenhora,nãogostadebacalhau.Sógostadearrozdoce.Mexidocomacolherdepau.Pretoparaaqui,pretoparaacolá.Éopreto,ah,ah,ah”,“Olhaanoiva,olhaanoiva,oqueestáafazerládentro?Estáapentear-se,estáapentear-sep’ródiadocasamento”. Aprendia-se,ainda,acomoobedecereaserbemcomportada,quenãoeraamesmacoisaqueserbemcomportado.Viam-sechegarepartirmiúdosenfe-zadoserotosquealguémsussurravaseremciganosousaltimbancos.Usavam-sebatas,fardas,equipamentosdeginásticaqueuniformizavamporforamasnãodis-farçavamoóbvio:asmeninaseosmeninosnãoeramtodosiguais. Feita a quarta classe, umas poucas de nós,3,8%,iamparaoLiceu,outrasparaaEscolaComercialeIndustrialeamaioriaàssuasvidas.Muitopoucasse-guiamparaaUniversidade.NoLiceu,asmeninasapren-diamobrigatoriamenteLavores,todostinhamReligiãoeMoraleOrganizaçãoPolíticaeAdministrativadaNa-çãoeensinavam-secoisascomoaquelaliçãodomanualdeInglêsdo7ºAno2quediziaqueocontinenteame-ricanoeradespovoadoquandofoi“descoberto”peloseuropeus. Estafoiaminhaescola:uma“sagradaoficinadasalmas”3,umaescolapobre,numpaíspobre,paraumaminoriaprivilegiada,ondequemerapobrenuncaestudariamaisdoquequatroanoseondeformatareramuitomaisimportantedoqueeducar. Umadécadaantesdeeunascer,apenas33%dascrianças,entreos7eos10anosdeidade,frequen-tavamaescolapública.Quandochegouaminhavez,

aindaoanalfabetismoatingia30%dapopulação.Dezanosdepois,em1970,25,7%dapopulaçãoeraanalfa-beta:31%dasmulherese19,7%doshomens4. Emabrilúltimo,40anosapóso“diainicialin-teiroelimpo”,quando,segundodadoscredíveis,72,3%dosalunosealunasemcondiçõesparafrequentaremoensinosecundárioofazem,umdirigentepolítico,co-nhecidoporterumtrajetoeumpetitnomdosmaisbizarrosdapolíticaportuguesa,afirmavaperantealu-nosealunasdeumaescolasecundáriaque“noPortu-galnãodemocrático,noPortugalpré-UniãoEuropeiaepré-ComunidadeEuropeiahaviaensinodeexcelênciaapesardoregimepolíticoemquesevivia”. Temtodoodireitoaestaopinião,claro,edeal-gumaboagenteouvi,então,tímidospigarreiosdeanu-ência.Mas,parece-mesererradoconfundirexcelentesprofessoraseprofessoresque,felizmente,encontrámosnonossopercursoescolar,comumasupostaexcelênciadosistemadeensinoqueajudouamanterdepéumaditadurade48anos. Umacoisaérecordarcomafetocolegas,pro-fessores,professorasemomentosparasempregrava-dosnamemória,outracoisaéanostalgiabacocaporumtempotristedeumpaístriste,habitadoportristegentecomumtristefado. Aescolapúblicadehojenãoéperfeita,masédetodoseparatodas.Eassimcontinuará:équenoscustoumuitoacáchegar. 1 Texto de um graffiti, entretanto retirado de uma parede daFLUC.2Correspondiaaoatual11º/12ºAno.3Salazar,Discursos,(1928-34),Coimbra,1939,p302.4 In http://www.esquerda.net/artigo/cultura-de-excelencia-de--durao-barroso-e-ter-257-da-populacao-analfabeta/32207, dis-ponívelem20/5/2014.

Maria Helena Dias Loureiro

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Escola inclusiva e outras sinuosidades

Data de junho de 1994 a Declaração de Salamanca1 que consagra, “preto no branco”, os direitosdascriançase jovenscomnecessidadesedu-cativasespeciaisnosentidodecriarcondiçõesdentro da comunidade escolar que respondam positivae efetivamente à educação dos mesmos, o que é denominado idealmentedeuma“escolaparatodos”. Desdeentão,aspráticaspedagógicase legis-laçãosubjacentetêmvariado,emudado,aosabordosventos dos responsáveis do pelouro educativo e da alternânciapolíticadosgovernos.Nãoquerendorecorrer aochavãode“naqueletempoéqueera…”,tenhode reconhecerqueasmudançasaolongodostemposnoquerespeitaàeducaçãoespecialtêm-sepautadoporavançoserecuos,e tendencialmenteparapior.Bastapensarmosnamedidaestratégicadedeslocaroestatuto de “Escola de Referência para Educação Bilingue deAlunosSurdos”paraoutraescolasemexperiêncianocampo,emdetrimentodaEscolaSecundáriadeAvelarBrotero,estacomanosdetradiçãoetrabalhopedagó-giconaárea.OpróprioCentrodeFormaçãodeAsso-ciaçãodeEscolasMinerva,doqualaBroterofazparte, continua a investir na formação de professores no âmbitodaeducaçãoespecial,nomeadamenteasaçõesdeformação“PerturbaçõesdaComunicação,Lingua-gemeFala–Comoreduziroseuimpactonaeducação?”e“IniciaçãoàLínguaGestualPortuguesa–nível2”.Neste momento,encontro-meafrequentarestaúltima,poispara alémda valorizaçãopessoal, acreditoque,maiscedo ou mais tarde, aqui ou ali, terei de lidar com alunossurdos.Aeducaçãoinclusivanãopoderesumir-seaoqueestánopapel,numDecreto-Leiounumtratado dasNaçõesUnidas.Faz-senasaladeaula,nacomuni-dadeescolar.Por isso,acreditotambémqueaescola inclusivatemdeterpessoaldocenteminimamentepre-paradoparatrabalharcomalunoscomespecificidadesfísicas,psicológicasesociais,sendoquenemsempreas

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condiçõesparaensinarestesalunossãoasmelhores. Recordo-me ainda das turmas reduzidas porteremalunoscomnecessidadeseducativasespeciais…Onde isso já vai! Neste momento, vejo por todo oladoturmasde30emaisalunos,aulasadecorrerem auditórios e a impossibilidade de realizar uma prá-tica pedagógica séria, mesmo para alunos sem necessidades.Masoqueestoueuadizer?!Alunossem necessidades? Todos as têm. Puxando “a brasa à minha sardinha”, recordo também as mudanças aolongo dos tempos no que toca o ensino das línguas estrangeiras.Noiníciodaminhacarreiradeprofessora deInglês,chegueiaterturmasdesdobradascomcerca de 10 alunos. “Paradise!” Conheciam-se melhoros alunos, todos tinham mais oportunidades - de evolução, de participação, de esclarecimento de dúvidas,deespaçoàcriatividadeeaoespíritocrítico. Felizmente, neste ano letivotive a felicidade(tautologiaàparte)depodertrabalharcompequenosgruposdealunos.Porumlado,apoiei,desdeoinício, na biblioteca, alunos de cursos profissionais com módulos em atraso. Namaioria dos casos, os resul-tados também foram felizes, com a recuperação de muitosmódulos,porqueoensinoindividualizadoper-mitediagnosticarcommaiorexatidãoasdificuldades decadaalun@erevelarassuaspotencialidades,quese encontravam escondidas no grupo-turma. Por outro lado, trabalhei comalunosdoProjetoFénixnadisciplinadeInglês,lecionandoosmódulosdomesmomodoquequalqueroutraturma,comavantagemdepoderindividualizaroensinoedecriarasoportunidades que tanta falta fazem em turmas numerosas. Todos os alunos têm necessidades, as suas necessidades. Bemaviseiqueestecaminhoiasersinuoso…

Mónica Sebastião

1- Cf.“Declaração de Salamanca - Sobre Princípios, Polí-tica e Práticas na Área das Necessidades Educativas Es-peciais”, in http://redeinclusao.web.ua.pt/files/fl_9.pdf.

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O que penso da minha escolaCurrículos Específicos Individuais (CEI) no Ensino Secundário Aochegarmosaofimdemaisumanoletivo,qui-semossaberoquepensavamosnossosalunossobreaescola,aqualseregeporprincípiosinclusivos,tendoemcontaassuasexperiênciasanterioresetodososaconteci-mentoseatividadesquetiveramoportunidadedeviver. A nossa prática começou a ser desenvolvidahácincoanos,comjovensemCurrículoEspecíficoIn-dividual,noâmbitodaEducaçãoEspecial,bemantesda escolaridade obrigatória ter entrado em vigor atéaoEnsinoSecundário.Aceitámosodesafiodepormosemprática o princípio do “direito de todos à educa-ção”, consignado na lei do sistema educativo portu-guês,eospressupostosdaDeclaraçãodeSalamanca:

“As escolas terão de encontrar formas de educar com sucesso estas crianças, incluindo aquelas que apre-sentam incapacidades graves. Existe o consenso crescente de que as crianças e jovens com necessidades educativas especiais devem ser incluídos nas estruturas educativas destinadas à maioria das crianças, o que conduziu ao conceito da escola inclusiva. O desafio com que se confronta esta escola inclusiva é o de ser capaz de desenvolver uma pedagogia centrada nas crianças, suscetível de as educar a todas com sucesso, incluindo as que apresentam graves incapacidades”(DeclaraçãodeSalamanca,1984,p.6).

Constamdocurrículodestesalunosáreasdis-ciplinaresfuncionais,ouseja,conteúdosquefacilitamoacessoàvidapós-escolarequeauxiliamoalunoaresolver problemas do quotidiano, tais como: portu-guês funcional; matemática funcional; conhecimentodomundo;inglêsfuncional;expressãodramática;edu-caçãofísica;etecnologiadainformaçãoedacomuni-cação(TIC).Estaúltima,inicialmente,começouporserlecionadanoâmbitodaturmadereferência,talcomoaeducaçãofísica,mas,comoonúmerodealunosporturmaficoumaioreonúmerodecomputadoresnãoestáequacionadoparatantosalunos,tornou-seimpos-sívelatendê-losindividualmente,estratégiafundamen-taleindispensável,peloquepassouaserlecionadaempequenogrupo,talcomoasrestantes.Destemodo,osalunosjuntam-seàturmaapenasaeducaçãofísica.Paraalémdestasdisciplinas,têmformaçãoemcontextodetrabalhoqueocorreeminstituições,empresas,ounoCentrodeRecursoparaaInclusão(CRI),ondeexecutamtarefassimilaresaotrabalho,oufazemorientaçãovoca-cional,parapoderemtransitarparaavidapós-escolaremcondiçõesdeigualdade.Estaatividadeestáintegra-danoProgramaIndividualdeTransição(PIT),oqualéfeitotrêsanosantesdofimdaescolaridadeobrigatória. O ideal seria que estes alunos frequentas-semmaisdisciplinasnoâmbitodaturma,masograudecomplexidadeeofactodeestarmosnumníveldeensinoque antecede a entradano ensinouniversitá-riodificulta-nosaconcretizaçãodomesmo.Contudo,temos vindo a proporcionar-lhes um espaço de par-tilha, aprendizagem e crescimento pessoal num am-bientedefraternidadeeigualdadedeoportunidades.

Parapercebermososentirdosnossosalunos,pedimosquenos dissessemoquepensavamda suaescola e, deste exercício, surgiram as suas opiniões: -Gostodeteraulascomos/ascolegas(JS) -Gostodepodertermuitosamigos(JM) -Gostodesertratadodemaneiraigual(IV) -Gostomaisdestasaulas/horárioemcomparação comasquetinhanaoutraescola(AO) -Gostavadepoderterfeitomaisamizades(DA) -Gostavadepodertermaisaulascomaturma(TJ) -Gostavaqueomeuhoráriodahoradealmoço coincidissecomodaturma(RO) -Sinto-mecontentequandovenhoparaaescolae estoucomosmeusamigos(TM)

AequipadeprofessoresdeEducaçãoEspecialcon-gratula-secomasopiniõesdosseusalunos,mastemconsciência de quemuita coisa podemelhorar e dequeaexistênciadecursosmaispráticoseviradosparaatividades como a jardinagem, a hotelaria, o acom-panhamento de crianças e outros serviços poderiamajudar a escola a incluir estes e outros alunos, commais dificuldades emacompanhardisciplinas de fun-do académico demaior exigência, proporcionando aparticipaçãoplenadetodosdeacordocomassuasca-pacidades,comumaperspetivadefuturoesaídaspro-fissionaisconducentescomascapacidadesindividuais.

…todos diferentes todos iguais…

A equipa: Alexandra Ilharco, José António Rêgo, Margarida Melo e Paula Constantino

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A importância das TICna promoção de uma escola inclusiva

Adesignada“escolainclusiva”ou“escolaparatodos”tem,nosúltimosanos,merecidoaatençãodemuitosorganismos,entidadesepersonalidadesnacio-nais e internacionais que, à luz de crescentes “movi-mentos”socioeducativos,teceraminúmeras(eimpor-tantes)reflexõeserecomendaçõesquevisam,porumlado, adequar o processo de ensino e aprendizagemàs características e singularidade de cada criança ou jovem,e,poroutrolado,criarcondiçõeshumanas,físi-casemateriaisquepermitamumaparticipaçãoefetivaeplenadetodososindivíduosnaescolaenasociedade.Destemodo,etendoemconsideração,entreoutras,asrecomendaçõesdaComissãodasComunidadesEuro-peiasnoquedizrespeitoàinfo-inclusão,oenfoqueétantomaiorquantomaisacentuadassãoasdificulda-des e/ou deficiências de que o indivíduo é portador. Sendo certo que é hoje perfeitamente con-sensualqueasTecnologiasda InformaçãoeComuni-cação(TIC)seconstituemcomouma“mais-valia”,nosmais variados níveis de todooprocessode ensino eaprendizagem, não podemos deixar de parafrasear Radabaugh(1993)quandorefereque“paraaspessoas sem deficiência, a tecnologia torna as coisas mais fáceis; para as pessoas com deficiência, a tecnologiatornaascoisaspossíveis”.Porconseguinte,eperantealunos com necessidades educativas especiais, comlimitações em variados domínios, uma das questõesfundamentaisateremconta,consisteemperspetivarovalordastecnologiasnoseuprocessoeducativo,comoferramentasquefacilitamacomunicaçãoeoacessoàinformação,equepermitem,igualmente,odesenvol-vimento de capacidades e competências funcionais. Tornando nosso um “velho” sonho deTom Stonier (1988), um dos precursores das TICna educação, que “gostaria de assegurar que todas as crianças do mundo tivessem direito a umsistema computacional em rede... e a uma avó”, desenvolvemosumainvestigaçãosobreaimportância das TIC na promoção de uma escola inclusiva. O estudo realizado baseou-se no desenvol-vimento e aplicação de umquestionário, respondidopor cento e treze docentes de educação especial a lecionaremescolas/agrupamentosdeescolasdodis-tritodeCoimbranoanoletivode2008/2009,ondesepretendeuaveriguarasopiniõesdosdocentesfaceaosprincípiosdaeducaçãoinclusiva;conhecerautilizaçãopessoalqueosdocentesfazemdasTICeidentificarafrequência,otipodeequipamentosetipodesoftwarequeosdocentesutilizamcomalunos;percecionarasopiniõesdosdocentesfaceàsvantagensedificuldadesnautilizaçãodasTICemcontextoseducativos; identi-ficarotipo, formaeduraçãodaformaçãoobtidaemTIC e em contexto da educação especial; e auscultarosdocentesdeeducaçãoespecialsobremedidasque visemmelhorarautilizaçãodasTICnaescolainclusiva.

Aanálisedosdadosobtidospermitiu-nosobterresultadosfavoráveisaosprincípiosdaescolainclusivaeàutilizaçãodasTICemcontextoseducativos.Entreou-trosaspetospudemosconstatarqueosdocentes,deumamaneirageral,“utilizamocomputadorcommuitafre- quência, para realizar múltiplas tarefas “da sua vida pessoal e profissional (93,8%) e que a sua utilizaçãocomalunoséfeita“algumasvezes”e“quasesempre”, por 45,0% e por 38,7%, respetivamente, dos docentesdaamostra.Noentanto,pudemosverificarqueautilizaçãodeequipamentosperiféricosaocomputador(hardwareadaptadoeespecífico)ede“softwaredeedu-caçãoespecial“éaindamuitobaixa,aspetoquepoderá estarrelacionadocomofactodealargamaioriadosdo-centespossuir“nenhuma”(49,6%)ou“pouca”(28,3%)formaçãoemTICaplicadasàeducaçãoespecial. Porúltimo,éimportantereferirqueosresul-tados alcançados nos permitiram validar as nossas hipóteses de investigação, contribuindo deste modopara determinar a importância das TIC na promoçãodeumaescolainclusiva.Assim,eentreoutrosaspetos,paraalémdesubscrevermosasprincipaisconclusõeserecomendaçõesdeorganismosnacionaiseinternacio-naisnoâmbitodaeducaçãoinclusivaedautilizaçãodasTICnaescolainclusiva,anossainvestigaçãopermitiu--nosconcluirque,osdocentesdeeducaçãoespecialdodistritodeCoimbracommelhoropiniãofaceàeduca-çãoinclusiva,queatribuemmaiorimportânciaàsTICnapromoçãodeumaescolainclusiva,maisnovosecommenostempodeserviçotendemaevidenciarmelhoropiniãoperanteautilizaçãodasTICemcontextosedu-cativos.Paralelamenteaestasconclusões,foramteci-das algumas recomendações que se traduziram em sugestões/respostas dadas pelos docentes, as quais,pela suapertinência, consideramos importantedivul-gar:•MaisformaçãoemTIC,sobretudoemTICaplicadaàeducaçãoespecial;•MaisemelhoresequipamentosinformáticosemaismaterialadaptadoeadequadoàscriançasejovenscomNEE;•MaissoftwareespecíficoparaotrabalhocomalunoscomNEEdecarácterpermanente;•MelhorianoacessoàInternet;•Melhorescondiçõesdefuncionalidade;•ExistênciadeplanosdeaçãodasTICnaeducaçãoespecial;•Maisequipasdeapoio/centrosderecursosnoâmbitodasTICnaeducaçãoespecialouexistênciadecentrosderecursosnaprópriaescola;•Melhoraramotivaçãodosdocentes;•Melhoraraatualização/manutençãodomaterialinformático;•Maiorproduçãodeconteúdosdidáticos.

Por último, e numa perspetiva de assun-ção das responsabilidades, foi ainda sugerido quehouvesse uma “maior aceitação da responsabilida-de do professor pela sua própria aprendizagem e desenvolvimentoemTIC”equeseverificasse“maiorsensibilidade por parte das estruturas organizacio-nais e de liderança do nosso sistema educativo”.

José António Rêgo

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Escola Inclusiva Escolainclusivaéaquedáoportunidadesparaquetodososalunossepossamdesenvolvererespeitan-doasparticularidadesespecíficasdecadaindivíduo,aomesmotempoquesepromovemaçõesparaosucessopedagógicodosalunos.Aescolainclusivanãoincluiape-nasalunosdeficientes,comovulgarmenteseentende,mas inclui todos, independentementeda raça,credo,sexoounacionalidade.Oconceitodeinclusãopressu-põeumaaprendizagememconjuntoenãoapenasumaeducaçãoespecialparaalunoscomNEE.Énecessário,porisso,distinguirintegraçãodeinclusão.Aintegraçãodizrespeitoàinserçãodealunosdeficientesnumatur-ma regular.A inclusãoé,pelocontrário,umapeloàsdiferenças individuais específicas de todos os alunos. Comaescola inclusiva,expande-se,nasocie-dade contemporânea, uma reestruturaçãoda culturademodoaqueaescolapossaresponderàdiversida-dedosalunos,estabelecendoa inserçãosocialdeto-dos,numasociedadequedevesertambéminclusiva.A escola inclusiva tem uma dimensão humanística edemocrática que percebe as peculiaridades de cadaum.Cadaumé“suigeneris”eumaescoladestetipoatende a todas as diferenças no sentido de criar aunião através de práticas pedagógicas diferenciadas. Relativamente à intervenção pedagógica, aosaber fazer,é importantequeosprofessores tenhamcapacidadede responderadequadamenteaodesafioqueadiferençarepresentanaescola.Torna-senecessá-riaaformaçãodeprofessoresparaqueelesrespondamcomeficáciaaosdesafioseexigênciasdaescolainclusi-va.Énecessárioacreditarqueépossívelconstruirumaescolaetambémumasociedadeondetodostêmlugar. Aescoladeveproporcionaraosalunosopor-tunidades para que façam aprendizagens significa-

tivas: isto é possível se aceitarmos que a diferen-ça não é impeditiva de aprendizagem e que todosaprendemos com os outros, numa interação sócio--pedagógica que se desenvolve numespaço comum. AConstituiçãoportuguesa,noartigo74º,esta-beleceque“oensinodevecontribuirparaasuperaçãodedesigualdadeseconómicas,sociaiseculturais”.Mas,promovera igualdadedeoportunidadesnãoédaromesmoatodos,masatenderàdiferença,dandoacadaumsegundoassuascapacidadesenecessidades.Estadimensãoequitativadaescola fomenta igualmenteacapacidadesolidáriaentreaspessoas.Nãodevehaverespaçoparaaexclusão,naescolaenasociedade,por-queainclusãoéumdosprincípiosfundamentaisparaatransformaçãohumanizadoradaescolaedasociedade. Emsuma,aeducação inclusivaestácentradanacooperação,nacriatividade,nareflexãocríticaenasolidariedade:éumaeducaçãoemancipadora.Aescolainclusivadeveproporcionaraosalunosumaeducaçãoapropriadademodoamaximizaroseupotencial.Aes-coladeveterporfunçãoproporcionarprogramaseduca-tivosecurrículosadequadosàsingularidadedosalunos.Oprocessodeensino-aprendizagemdeveiraoencontrodaheterogeneidadesocial,cognitivaeculturaldosalu-nos,tentandosuperarassuasdificuldadesespecíficas.Osmétodosdeensinoeasestratégiasnasaladeaulanãodevemseralheiosàdiferenciaçãocurricularvisandoainclusãodetodose,emespecial,dosalunoscomNEE.Ainclusãocelebra,então,anossadiversidadeediferen-ças,dandoapoioesuporteunsaosoutros,noseiodaco-munidadeeducativa.Participardainclusãoéestardispo-nívelparaconsiderarerespeitarasdiferençasindividuais.

Pedro Falcão

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Antigos Professores ::

Maria Júlia Vieira Monteiro Jaleco UmadasprimeirascoisasquefizemCoimbra foiescrevercomumamigoalemão,meucoleganaFa-culdadedeEconomia, FriedrichOttoWolf, umartigo sobre as eleições sindicais do nascente sindicato dosprofessores,textoquefoiemprimeirolugardestinadoàrevistaO Professor.Estatinhanessaalturaumbomgrupodetrabalho.Oartigoacabouporserpublicado na Vértice, uma revista também de grande prestí-gio, o que foi bom para mim e para o meu colega. Foi a partir deste episódio que conheci um grupo extraordinário de colegas que pen-savam e praticavam uma boa pedagogia. Todos tinham uma experiência muito enriquecedora comque tinham pensado e construído a Escola de Abrile também a tinham concretizado no dia-a-dia das Escolas e com eles acabei por me sintonizar, sendodurantemuitotempoomembromaisnovodogrupo. TodostinhamvividoaexperiênciadosGruposdeEstudo,quesetinhamespalhadocomocorrentedereflexão pedagógica e de problemáticas profissionaisportodoopaís,comumcentronaEscolaAvelarBrotero,quemaisumavezsetornoufocodeirradiaçãodaino-vaçãopedagógicaaocongregarosesforçosdemuitos outrosprofessores.NãoadmiraqueaJúliaJaleco,nascida emAngola, comestudos secundáriosno LiceuDiogoCãonoLubangoeestudosuniversitáriosnoPortoeemLisboa,ummembromuitoactivodestegrupo,sejarefe-renciadacomoautora,narevistaO Professor,deartigossobreensinodaCiênciacomtítuloselucidativoscomo“Pode-se brincar com a ciência?”, “Coisas fáceis de fazer”,“Eraumavezumprofessor[umhomem]quenãomordianosalunos”,“Ociclobiológicodohomem”,“Ainda ociclobiológicodohomem”,“Issodesefalaremcoisasquenãosevêem”,“CobraselagartosnumaescoladeAngola”,“Asistemáticaeaigualdade“emuitosoutros.Tambémporissolheéatribuídaaprimeirautilizaçãodotermosupervisãopedagógicaem1974,queusounumartigopublicadonon.º3deO Professor,emFevereirode1974,sobre“FormaçãodeProfessoresEstagiários”(p.27),comooreconhecemMaryRangel,ElmaCorreadeLima,IsabelAlarcão,NauraSyriaCarapetoFerreira, em “Supervisão Pedagógica: Princípios e Práticas”,8ª edição de 2008, Campinas, Papyrus, 2001, p. 131. NaAvelarBrotero,descobricomoaJúliaJalecotinhaumaenormecapacidadedelidarcomosalunose até de transformar alunos problemáticos em alu-nosbem-sucedidos.Éoquerecordaumalunoquefui encontrarnumapesquisadoGooglequesintetizabemacapacidadepedagógicadestanossacolega,poisesteseualunoauto-retrata-seassim:«Misturavaumaenorme capacidade cognitiva em conjunto comuma enorme capacidadedestrutiva.Enfimoquesechamavaentão“umcasoperdido”.MasaDr.JúliaJalecosoubecomodesenvolveroladopositivosobrepondoesteaoladonegativista. Domesticou uma bestialidade latente.

conseguindono limitefazerdestesexcelentesalunos.Chegar onde cheguei foi fruto dessa sua tenacidadeparticularedesinteressadaemlidarcomsituações-limi-te.Continuarenuncadesistirfoisementequedeixouedeufrutos»2. Fui colega dela na Brotero enquanto conti-nuámos a participar os dois activamente na redac-ção deO Professor. para onde ela traziamuitas dassuas experiências pedagógicas. Também as reuniõesda revistaeoutras conversasnaEscolaeramocasiãoparanosfalardasuapátriaAngolana,comquenunca deixou de se preocupar, e, claro, de se informar, recordandosempreaChibia,asuaterranatal.Eracomestasmemóriasquesesintonizavasemprecomespíritocrítico.Infelizmente,tinhamuitaspreocupaçõescomaGuerraFratricidapoisnãoseesquecianuncadassuasorigensafricanase,inclusive,dasuabisavó,particular-mentedasuabisavómaterna,negra. Eu,queaacompanheicomocolegadurantemaisdetrintaecincoanos,orgulho-medeotersido,poissem-prelutou,comocidadãempenhada,porumaEducaçãocomoformadoradecidadãosparaummundomelhor. É pena que, agora, uns “ministros da edu-cação” e seus mentores se apressem a atribuir asculpas dos males da Educação aos professores eprofessoras da geração da professora Júlia Jaleco. Mas são docentes como a Júlia Jaleco quefazem a diferença, educando e ensinando, mes-moquandoos ventos não estão a favor. Felizmente!

Aires Antunes Diniz

NR:JúliaJalecomanifestouexpressamenteodesejodequeesteartigofosseescritocomaantigagrafia

Assunto para o qual o defi-cit de conhecimento por parte da classe era então quase de zero.Os professores não aprendiam (ounão aprendem) a lidar com alunosproblemáticos.Omundoaindaéde-masiado “cor-de-rosa”.Daí quehoje,ao deparar com o empolamento demaisumcasode indisciplinaescolar,estemetenhafeitorecordaroexem-plo da Dr.ª Júlia Jaleco. Se alguéma conhecer, se alguém dela souberdigam-lhequeoCarlos Freitas ainda serecorda.Comoprofessoraecomoumserhumanoque sabia lidar comosdenominadosalunos-problemadeforma construtiva e não autoritária,

1-Modesta,a Júlia Jalecocomentouquantoaotextooriginal:”Não sei o que é que isto quer dizer, Aires, não acredito quetenhasidoeuaprimeiraautilizarestetermo!...”,logoacrescen-tandocoloquialmente:“Ehpá,quemsão?”.2- In http://prosasvadias.blogs.sapo.pt/tag/avelar+brotero,acessoem17deMaiode2014.

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:: Biblioteca

OProjeto “Ler+ Jovem”continuaa serde-senvolvido, segundo as atividades programadas.Nestafase,realizámosasseguintessessões:“Oarcoealira”(otextopoético)e“Quemcontaumconto”(otextonarrativo).NoEstabelecimentoPrisional,osreclusos continuam a participar, com entusiasmo,nasatividadespropostas.Nesteâmbito,foramrea-lizadasoficinasdeescrita,apresentaçãoeleituradeobras,projeçãodefilmes,declamaçãodepoesiaeexpressão plástica.Contámos com a preciosa cola-boraçãodosprofessores:OrlandaMoreira,Antoni-noNeves,AugustoFrança,CarlaMendonçaeHer-míniaAlmeida.NoCentroSocial S. José,os idosospuderamconhecerpoetasportugueses,ouvirtextosdeclamadospelasalunase,nasegundasessão,par-tilharashistóriasdasuainfância.Pretendemos,comtudoisto,realizarapromoçãodaleiturajuntodaco-munidadeadulta,procurandodiversificarasformasdeleredeestaremtornodoobjetolido,envolven-doamaiornúmeroderecursoshumanos,comvistaagarantiroentusiasmodosnossospúblicos(jovens,idososereclusos).

Projecto Ler+Jovem - À Sombra das PalavrasNodia5demaio,algunsalunosdoprojetoestive-ramnoIPOdeCoimbraalermensagenseadissertarpoesiaemlouvoràmulher,numaatividadearticula-dacomoGabinetedoAluno,sobotítulo“Espelhomeu,Espelhoteu”.Foimuitogratificantelevaralei-turaaestesespaços (consultasexternas,enferma-rias,hoteldedia…),quenosajudamsempreacres-cercomopessoas. PorocasiãodaFeiraCulturaldeCoimbra,a28demaio,umgrupodealunasdoprojetodesen-volveu a atividade “Soltar Palavras”, no recinto doParqueManuelBraga.Comodefinirapoesia,Sr.Bre-ton?-disseramelas.«SeisperguntasaoSr.Breton-sobreoprazerdapoesia»,deGonçaloM.Tavares,nabocadasalunasdoprojeto.Entreas1000formasdeentenderaleituraeosversosdeautoresdeex-pressãoportuguesa,surpreendemososvisitanteseosparticipantesdosdiversosstandscomaentregadetextosalusivos.

ConsulteobloguedabibliotecadaBroterobbb, em http://bbrotero.blogspot.pt/, para conhe-cercommaisdetalheasatividades.

As professoras: Carla Fernandes e Isabel Monteiro

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Grupo Disciplinar de Filosofia ::

O pensamento que “com-vida” a pensar…

Ofilósofoqueconvidoapensaréumafiguraincontornável da filosofia política, pensador italiano,que tornou o pensamento político mais próximo dohomem comum, tornando-se referência do pensa-mentosobreosdireitoshumanosnoséculoXX.Paraalémdestepapeldedivulgador, encontramosna suaobraumareflexãosobreasgrandeslinhasideológicasquemarcaramprofundamenteoséc.XX,asaber,ona-zismo,o fascismo,o comunismoeademocraciaqueaparecemnumvivodebate.Nocentrodaspolémicasmaisacesasecomumcunhohistórico,Bobbio refle-tiumuitasvezes“emcimadoacontecimento”,oqueconstituisempreumriscoparaofilósofo, jáqueestepensaaexperiênciaimediatamenteapósavivênciaso-cialhistórica.EncontramosemBobbioo“elogio”dosDireitos humanos, independentemente das “modas”queexistem, tambémnopensamentomais abstrato. Assim apresenta-se neste pequeno artigoumacurtaanálise,emesboço,deBobbionoseulivroA era dos direitos.

***** Háqueteremlinhadecontaqueosdireitosdohomemsãodiversoseheterogéneos,porisso,nãopossuemasmesmascaraterísticasepossibilidadesdeconcretização.Sendoassim,odireitodeliberdadereli-giosa,constituídopelodireitodenãoserforçadoaterumacrença religiosa,édistintododireitode liberda-dede investigaçãocientíficaqueconsisteemnãoterentraves políticos ou outras à atividade de pesquisa.

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Odireitode liberdadedeexpressãotemumestatutodiferente do direito à privacidade e, frequentemen-te,colidemeconflituamentresi.Nestecontexto,en-tende-se como o direito à resistência que constituiuum dos primeiros direitos na História, precisamentequando não existiam normas jurídicas que proteges-semos cidadãos, ou seja, não existiamdireitos posi-tivos.AcentuaBobbioqueestedireito,que foiopri-meiroaserreivindicado,étambémoúltimonocasolimitedeumestadooupoderpolíticonãoreconheceros direitos (quando umestado não reconhece os di-reitos do homem só existe o direito de resistência). Este factopermitereforçaratesedeBobbio,paraquemaconceçãohistóricadosdireitoshumanoséessencialparaaprópriacompreensãodosmesmos,en-carandoaquestãodafundamentação(nãocomosecun-dária)comoumfalsoproblema,umapseudoquestão,istoé,nãofundada.Assim,anoçãodefundamentoúlti-mo,irrefutável,comoasverdadesmatemáticas,nalinhadoracionalismoclássico,conferindoumavalidadeabso-luta,incondicionadacomoolugardosteoremasmate-máticas1,nãoé,naperspetivadeBobbio,importante.Adeduçãodosdireitoshumanos,apartirdanaturezaouessênciahumana,nãoérelevante.Daí,afirmarque“odogmadoracionalismoético,queé,deresto,asegundailusãodojusnaturalismo:ode“queosvaloresúltimosnãosópodemserdemonstradoscomoteoremas,masdequebastademonstrá-los(ouseja,torná-losemcer-tosentidoinquestionáveiseirresistíveis)paraqueseja

Este espaço destina-se a apresentar breves notas de ideias alimentadas por obras, filósofos, correntes teóricas, pensa-dores, textos, extratos de textos que esti-mulam o pensamento. Não pretende ser uma abordagem exaustiva das temáticas apresentadas, mas deseja apenas incenti-var, levar a pensar, pôr em demanda (no sentido de K. Jaspers, “estar a caminho…”). São pequenos reflexos de reflexões mais desenvolvidas, de outros filósofos. Desta vez com Norberto Bobbio e a obra A era dos Direitos

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:: Grupo Disciplinar de Filosofia

1Idem,pág.152 Idem,ibidem.3Idem,ibidem. 4Idem,p.345Idem,ibidem.6Idem,p.197Idem,ibidem.

asseguradaasuarealização.”2Destemodo,estacorren-tedefensoradoprimadodafundamentaçãoconfereàrazãoopoder efetivode concretizaçãodosmesmos. Sobreesteaspeto,Bobbioexpõeasdiferentesformas de direito demonstrando que não é possívelatribuirocaráterformal,a priori,apodíticoquetêmosaxiomasouteoremas,matemáticos.Asua“evidência”écontestadapelarealidadesociopolítica.Eistoécrucialumavezqueosdefensoresdafundamentaçãosãoosmesmosquerejeitamosdireitosconhecidospordirei-tosdesegundageração:“aoposiçãoquasesecularcon-traaintroduçãodosdireitossociaisfoifeitaemnomedofundamentoabsolutodosdireitosde liberdade.Ofundamentoabsolutonãoéapenasilusão,étambémo pretexto para defender posições conservadoras.”3 AhistoricidadedosDireitosdoHomemtemse-guidoumalinhaquepodemos,genericamente,traçarapartirdaconceçãodohomemabstratoparaohomemconcretoequeestáclaramenteapresentadanoseguin-tetrecho:“apassagemocorreudohomemgenérico-dohomemenquantohomem-paraohomemespecífico,outomadonadiversidadedeseusdiversosstatus so-ciais,combaseemdiferentescritériosdediferenciação(osexo,aidade,ascondiçõesfísicas),cadaumdosquaisreveladiferençasespecíficas,quenãopermitemigualproteção.Amulherédiferentedohomem;acriança,doadulto,dovelho;osadio,dodoente;odoentetem-porário,dodoentecrónico;odoentemental,dosoutrosdoentes;osfisicamentenormais,dosdeficientes,etc.”4

AssimsejustificaaexistênciadediferentesCar-tasdosDireitosqueforamescritasparasalvaguardarsitu-açõesdemaiorvulnerabilidade,asaberadacriança,adamulher,adodoentemental,adodeficiente,adoancião.5 DeformasintéticaoautordaEradosDireitosapresentaumalinhaevolutiva:“Somostentadosades-creveroprocessodedesenvolvimentoqueculminadaDeclaraçãoUniversaltambémdeoutromodo,servin-

do-nosdascategoriastradicionaisdodireitonaturaledodireitopositivo:osdireitosdohomemnascemcomodireitosnaturais universais, desenvolvem-se comodi-reitos positivos particulares, para finalmente encon-trarem sua plena realização como direitos positivosuniversais.ADeclaraçãoUniversalcontémemgérmenasíntesedeummovimentodialético,quecomeçapelauniversalidade abstrata nãomais abstrata, mas tam-bém ela concreta, dos direitos positivos universais.”6 Bobbioprossegueasuaabordagemtraçandoaideiadequeosdireitosrelacionadoscomaliberda-de negativa (os que estão relacionados com a vida,sobrevivência,propriedade, liberdade) sãoosdireitosconsagradosereferentesàconceçãodohomemabs-trato. Estes caracterizam-se por ser possível afirmarigualeuniversalmenteessesdireitos,diremosmesmoafirmarcategoricamente:todososhomenssãolivreseiguaisegozamdosmesmosdireitosdeliberdade(sobinspiraçãodaconceçãodeestadonaturaldeJohnLo-cke).Porém,talenunciaçãojánãoépossívelformularfaceaosdireitossociaiseaosdireitospolíticos(dandocomo exemplo: uma criança não tem capacidade devoto).Estadiferenciaçãodosdireitosestábemexpres-sa:“Sódemodogenéricoeretóricosepodeafirmarquetodossãoiguaiscomrelaçãoaostrêsdireitosso-ciais fundamentais (ao trabalho, à instrução e à saú-de);aocontrário,épossíveldizer,realisticamente,quetodos são iguais no gozo das liberdades negativas.”7

Helena Gonçalves e Gonçalves

© Ekaterina Panikanova

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Grupo Disciplinar de Educação Física ::

Decorreu no PavilhãoMunicipal deAlbergaria-a--Velha,nosdias2e3demaio,oTorneioRegionaldeBadmintondeDesportoEscolarparaosescalõesdeini-ciados e juvenis.Foramdoisdiasdeintenso calor, onde sejogoubadmintonquasecontinuamente. AselecçãodeCoimbraestevepresentecom28alunosincluindojogadoreseárbitros,vindosdasescolasE.B.2,3EugéniodeCastro,SecundáriadeArganil,Bá-sicaeSecundáriaJoséFalcão,SecundáriadeD.Duarte eSecundáriadeAvelarBrotero.ODistritodeCoimbraconseguiu subir 7 vezes ao pódio, destacando-se no escalãode iniciados,principalmentenosparesfemini-nos,masculinosemistos(todosalunosdaescolaE.B.2,3EugéniodeCastro–produtodeumtrabalhodelou-vardaresponsabilidadedoprofessorNunoLima).Noescalãodejuvenis,odistritodeAveiroconseguiuquasetodososapuramentosparaoTorneioNacional(sójuve-nis),arealizaresteanoemLisboa,nosdias16,17e18demaio. Os alunos do Grupo-Equipa da ESAB – SaraAssunção, Mariana Godinho e Eduardo Andrade – corresponderammuitobemàsresponsabilidadesquetraziam:aSara,comojogadora,aMarianaeoEduardocomoárbitros.Nopapeldeárbitro,tãoexigentecomoodejogador,estesalunosdemonstraramdomíniodasre-grasdejogo,capacidadedeconcentração,boapostura em campo, responsabilidade e, ainda, capacidadedegerirsituaçõesdedúvidaoudeconflitoinerenteaestafase da competição.Nos intervalos das suas funções foi-lhespermitido“fazerogostoaodedo”,jogandoami-gavelmentecomdiferentesalunos.

JáaSaraAssunção,tudofezparatentaralcan-çaromelhorresultadoe…conseguiu:umbrilhante4ºlugar,“quase,quase”conseguindooapuramentoparaoTorneioNacional(ondeapenasseapuramosprimei-ros3alunos). A competição de Desporto Escolar continuaparaosescalõesdeinfantisA,Bejuniores–TorneioDis-tritalarealizarnasescolasE.B.2,3EugéniodeCastro(juniores)eE.B.2,3AliceGouveia(infantis)-nodia29demaio.OGEdaESABtambémvaiestarpresentenesta competição,com5 junioresapuradosdos3rankings:EduardoAndrade,JoãoFerreira,MarianaMatos,YuliyaPalischuckeJoanaCoimbra,queirãoparticiparnosjo-gosdesingulares,paresmistosefemininos. Antesdotérminodoanolectivo,estáaestu-dar-seapossibilidadedarealizaçãodeumtorneioami-gável,previstoparaatardedodia4dejunho,noPoli-desportivodaESAB,jácomasescolasSecundáriasde D.DuarteedeArganilinteressadasemparticipar.

Teresa Silvano

Torneio Regional de BadmintonAlbergaria-a-Velha 2 e 3 Maio 2014

A Comitiva dos alunos e árbitros de Coimbra

22 Jornal da Brotero Junho 2014

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:: Grupo Disciplinar de Educação Física

Junho 2014 Jornal da Brotero 23

Torneio Nacional de BadmintonLisboa, 16, 17 e 18 Maio 2014

Pela 5º vez consecutiva, alunos do GrupoEquipadaEscolaSecundáriadeAvelarBroteroestive-ram presentes no “Nacional” de Badminton, inseridonoprojetodeDesportoEscolar.ASaraAssunção,quenoTorneioRegionaltinhaconseguidoumbrilhante4ºlugar,porpoucoque falhavaoapuramentoparaestafase.ComadesistênciadeumaalunaapuradadeCas-teloBranco,acabouporserconvocadapelaDRE–Cen-troparacolmatartalfalta,namodalidadedeBadmin-ton.Comestaconvocatória,aDRE–Centroconvocoutambémum/aaluno/aárbitro/aparapreencherasua“quota” de representatividade. A Inês Pereira foi a selecionadaparaesteevento,pelaexperiênciaque játemdoanoanteriorcomo jogadora,pelos resultadosemtorneiosepelaassiduidadeaostreinosnesteanoletivo. Osorteiodoseuquadrocompetitivonãoaju-douaSara,cabendo-lheterderealizaros3primeirosjogosdeapuramentocomjogadorascomgrandeexpe-riênciaenívelcompetitivo. ASaradebateu-sedeigualparaigual,utilizandotodososseusargumentostécnicos,táticosefísicos,em-boranãotenhamsidosuficientesparaatingirqualquervitória.Nosegundodia,com2jogosemquesedisputa-vamasposiçõesdo9ºao16ºlugares,aSaraconseguiu

vencerumjogo,entregandoooutroporpoucamargemdiferencialdepontos,tendoterminadoaprovaem14ºlugar, entre 16 participantes. A Inês Pereira, semprepontualeprestável,arbitrouduranteos3diasváriosjogosdeformacompetenteeséria.Nofinal,todososárbitrosforampremiadoscomumaplausodetodososprofessores,jogadoreseorganizadoreseumamedalhadereconhecimento. Para além dos jogos, houve tempo tambémparamomentosdedescontração,deconvívioededi-versão.Noprimeirodiaànoite,assistiu-seàcerimóniadeabertura,noMeoArena,ParquedasNações,ondeseassistiuàatuaçãodeváriosgruposdacompetiçãodeAtividadesRítmicaseExpressivas,comespecialrelevoparaaequipadaescoladeÁguasSantas.Nesteevento,esteveaindapresenteoselecionadornacionaldefute-bol,paraalémdeoutraspersonalidadesrepresentati-vasdasváriasescolas.Nosegundodia,todososalunostiveramummomentodeconvívionumasala,tambémdoMeoArena.Noúltimodia,todasascomitivasforampresenteadascomumalmoçosobapaladoPavilhãodePortugal.

Teresa Silvano

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Atividades ::

24 Jornal da Brotero Junho 2014

Escolíadas 2014 A Brotero já nos habituou a que a palavra “Escolíadas”signifiqueespetáculodequalidade,diver-sãoeunidade.Esteconcurso,emparceriacomoprojetoENTRY(“EuropeanNetworkofTrainersforNonviolence and Resilience of Young people” financiado pelo Projeto europeu Grundtvig - Lifelong LearningProgramme),écompostopordiversasprovas de âmbito cultural, leva-nos à escola e a cada esco-la,pelamãodos seusalunos,oferece-noso seume-lhor, num espetáculo de partilha e cumplicidade. Assistimos a provas de teatro, de música e dança edeartesplásticasquenosproporcionamumcaloroso espetáculo ao longo do qual a claque está sempre presente,atuandocomvivacidadeealegria. Otemaescolhido,Reflexos,épertinente,atual e significativo.Uma escolhamuito adequada que foitrabalhada de forma excelente. Paramim, foi-o, semdúvida.Paramim,assumiutambém,inesperadamente,amissãoderepresentantedeumaescolasecular.SenticadaprovacomoumespelhodaBrotero,umreflexodaessênciadestaescolaeguardonamemóriaaviagemquefiz,transportadapelasemoçõessucessivasqueasprovasmeproporcionaram. Aprovadeteatro,naqualapreciámosotexto,aatuação,oespaçocénicoeailuminação,remeteu-me

paraaqualidadeerigordaformaçãoacadémicanaBro-tero.Vioreflexodoempenhodosprofessoresnosucesso dos alunos e do gosto pelo bem fazer. O excelente desempenhodosalunos-atores foio frutodadedica-çãoeentregaaumobjetivocomum,aumsonhoquesequertãoreal,comoasoutrasrealidadesquejánão dispensamosnanossaescola,taiscomo:olançamentodeumnovoromance,aspalestrasdeautoresliteráriosderenome,asconferênciasdeinvestigadorescientíficos,as exposições temporárias imperdíveis na biblioteca. Naprovademúsica edança, vi o reflexodajuventudeirreverente,cheiadegarraedesonhosqueencontramosnosnossosalunos. Porsuavez,aprovadeartesplásticasfoi-sede-senrolandonumatelierimprovisado,aoladodopalco.Esta,sendootestemunhodoconhecimentoadquirido,dacriatividadeeconvicçõesdaalunaqueaprestou,étam-bémoreflexodopercursoformativoqueaBroterodese-japaraosseusalunos.Éoreflexodotrabalhorealizado edaperspetivaçãodasmetasaatingirnaescola.Naclaque,sentiobaterdocoraçãodaBrotero.Aalegriacontagiantefez-mesaltarnacadeiraaoritmodabatidamusicaledorefrãoqueentoavam.Mas,paramim,foimuitomaisdoqueisso.FoioreflexodaalmadaBrotero.

Reflexos

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Junho 2014 Jornal da Brotero 25

:: Atividades

De facto, porque é na Brotero que temos a poesiaparanosalimentaraalmaeelevaroespírito,quantosdiasdetrabalhonãocomeçamcomumsorriso nos lábios por termos sido presenteados com uma poesiaditapelocolegaAugustoFrança?PorqueénaBroteroquetemosoJantardeNataleoalmoçodaPás-coaeodossantospopulares.Sãomomentosespeciais,estesquenostrazemantigoscolegasecomelesrelatosemocionadosdostemposvividosnestaescola.Sãoosolhosbrilhantesquenosfalam,comsaudadeemuitocarinho,dosanosemquetrabalharamnestacasaquenunca deixou de ser deles.Olhos brilhantes que nos enternecemenosexaltamoorgulhodefazerpartedesta família.PorqueénaBroteroquesomossurpreendidosporantigosalunosque,nodiaquevoltamàsuaescola,nosabordam,movidosporemoçõesirreprimíveis,paracontarqueestudaramcá,queaprenderammuitoaquiequeaescolaestánoseucoração.Naverdade,episódiosdestetiposão,semdúvida,aalmadaBrotero. Mas porque é que os terei encontrado nanossa jovem e irrequieta claque? A claque é alegria,cor,energia, juventudeeé tambémespíritodeequi-pa, cumplicidade, união, pertença, família, amizade.

Estavatudolá,aolongodetodooespetáculo,masomelhorfoireveladonofim:aamizade,orespeitoeore-conhecimentoaoDiretordaBrotero,portodooapoioededicaçãocomquetemacarinhadoosseusalunos.Estegrupodealunossoube,deumaformasimpleseespon-tânea,revelarasemoçõesqueosdominavam:aoex-pressaraalegriadeparticipareoreconhecimentopú-blicodoapoioquerecebemdosprofessores-mentoresAnaAmaral,AlbertoCorreia,GraçaClaroeMariaJoãoGurito;aoexpressaraamizadeeorespeitoquesentemporestesprofessoresqueosacompanhameorientam,semprocurarprotagonismos;aoexpressaraamizadeeorespeitoquesentempeloDiretordasuaescola,Eng.ºEstevesFonseca,eoorgulhodepertenceremàfamíliaBrotero. Ahistóriadeumaescolafaz-secommomentosassim. Parabénsatodos.

Isabel Pereira

Reflexos

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26 Jornal da Brotero Junho 2014

Atividades ::

Teatro da ESAB & ESJFHistória “Viva” AsEscolasSecundáriadeAvelarBroteroeJoséFalcão,deCoimbraapresentaram(numprojetoconjunto quejáexistedesde2008/2009),naXMostradeTeatrodaOficinaMunicipaldeTeatrodeCoimbra(5a9demaiode2014),oquintocapítulodas“HistóriasnãotãoReais”. A“HistórianãotãoRealdaBatalhadeAljubar-rota”,umtextodramático(comosempre)original(umacolaboraçãodetodooGrupo)“ensina”,deumaformavivacomoéaartededramatizar,oquesepassouemPortugalduranteacrisede1383-85. No entanto, esta faceta didático-pedagógicadasdramatizaçõesdestegruponãoé,quantoanós,aúnica. De facto, há uma outra, emboramais subtil: o paralelismoentre aquelaprofundaépocade crisee aatualeoperigodaperdadeindependência,quernumcaso,quernooutro(agorajánãoporpartedeCastela,masdetodaaUniãoEuropeia). Ora, é precisamente através de inúmeros anacronismos (o iPod, as entrevistas de Judite com Marcelo….)que,nãorarasvezes,odiscursoficcionalnospodeajudaratermosconsciência,amelhorconhecer-mosoquesepassouepassa,maisdoqueodiscursohistórico/oficial, pois o discurso ficcional vai, de certaforma, preencher os “vazios” deixados pelo discursohistórico.Estamos,portanto,napresençadaficçãonasuaformamaisfantástica—uma[h]Históriainventada—,emboraasreferênciasàHistóriarealtambémsejammuitas.

De facto, a visão positivista da História, aoapontar para um conhecimento estático, fechado eobjetivo,assentanaassunçãodequeopassadoéum“depósito”defactos.ÉesteosentidoqueoGrupose-gue,semprequenecessário,pararestauraropassadohistórico,recuperando-odaescuridãoedosilêncioemqueseencontraealertando-nosparaumpresentequenosatormenta. Osquinzeelementosdeambasasescolas,paraalémdoméritodeconseguiremconciliarassuashorasdeestudo(nasaulaseforadelas)comashorasparaosensaios(jáparanãofalarnaconstruçãodotexto),pro-porcionam-nos,atravésdassuasrepresentações,umahorade“divertimentosério”.Estãotodosdeparabéns. Quantoàsencenadoras,asprofessorasSusanaPereira,daESAB,eIsabelFerreira,daESJF,eaoapoiotécnicodeJoséVieira(tambémprofessornaBrotero),édesalientaroseuexcelente(eárduo!)trabalho,poissócomdedicaçãoe“amoràarte”(atributosque,nostemposquecorrem,vãosendocadavezmaisraros…)seconsegueoqueelesconseguem:escrever,ensaiarforadashorasdassuasprofissões(comtodoostraba-lhoquetalimplica),produzirumaoriginalanimaçãodeimagemdaBatalhadeAljubarrota(porJoséVieira)edar-nosoprazerdeveroquevimos.

António Marques

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Junho 2014 Jornal da Brotero 27

:: Grupo Disciplinar de Pt/Fr/Es

Porqueéprecisoeéurgentequeosnossosalunosmelhoremasuaexpressão,asoficinasdees-critasãoumaconstanteematividadesdeportuguês,tantodentrocomoforadasaladeaula. Eporque sóseaprendeverdadeiramentefazendo, só se aprende verdadeiramente se houverempenhoeenvolvimento… Eporqueaaprendizagemdaescritaenvolveumtrabalhoárduo… É preciso cativar os alunos recorrendo a estratégiasdecriaçãoescritadiversificadas,diverti-das…ecriativas! Éprecisorecorreraestratégiasdeaperfeiço-amentodaescrita,quetornemesteprocessomenospenoso,adicionando-lhesumavertentemaisdiver-tidaeirreverente. Énesteâmbitoquesurgemosexemplosqueseseguem(umpoemaedoistextosnarrativos,estesdoisúltimosresultantesdoprocessode“desfamilia-rização,daautoriadealunosdo10ºanodecursosprofissionais)”.

Aosseusautores,osnossosparabéns.Con-gratulamostambémosautoresdosoutrostrabalhosquenãopublicamos,porresponderempositivamente aos desafios de escrita que temos colocado. Para-bénspeloesforço,empenhoeentusiasmodetodos.

Parabéns!

Maria Emília Melo

LiberdadeFoiparatiquecrieiomundo,Foiparatiquecoloriasflores.PorticorriosribeirosEdeiaosolacordolume.FoiparatiquepusnocéuumaestrelaEoverdemaisverdenojardim.

Humberto Duarte, João Vilão, 10ºPSI

A loucura de um outro mundo No regresso de uma expedição amarte, anossanaveteveumaavaria.Então,fomosforçadosaaterrardeemergêncianumpedaçode terraqueflutuavanouniverso. Depoisde repararmososdanos, sobrevoá-mosoplanetaparaoconhecermosmelhor. Umgigantescocírculodeareiaatraiuanossa atenção. Aquele estava repleto de pessoas que batiamasmãosumanaoutae faziamumbarulhoinfernal.Mesmono centro, estavaum serdequa-tropatas,preto,comdoisgrandeschifreseemseu redor andava um humano montado num animalbranco,degrandeporte. Estehumanoestavasacrificando,torturando o estranho animal preto, espetando-lhe grandespausnocachaço. Ficámosaindamaisperplexosaoverqueaspessoassorriam,gritavameufóricasaoveroanimalsertorturado. Ficámos tão chocados e incomodados quedecidimosabandonardeimediatoohorrívelplaneta.

António Xavier, Diogo Mendes Diogo Figueiredo, Hugo Almeida

10º PFCMA

Oficinas de EscritaCriativa

Vivência estranha O meu nome é Xamome e venho de Arrobalão,umlugarmuitodistantedesteondeme encontro.Entronumaestruturaalgoestranha.Exis-tem vários objetos cheios de luz e que iluminamtudoànossavolta. Numa plataforma mais alta, encontra-seumindividuonumamesa,quevaicolocandodiscosagirar.Quando issoacontece,ouve-seumbarulhoensurdecedordeváriosobjetoscomaformadeumparalelepípedoeespelhospelasala. Osjovensquealiseencontrampulamaoritmo daquelesom.Euresolvofazeromesmoeentrarnadança. Umaraparigadeolhosclarosecabeloloiro aborda-me e convida-me a beber algo. Dirijo-mopara uma zonamais calma, ondeme servemumabebidatransparentesemelhanteaágua.Mas,passa-dosalgunsminutos,ficoforademimedepoisdisto sómelembrodeacordarcheiodeluzesàminhavolta eapensar:Estareieunocéu? Mascomoéóbvioquenão.Encontro-menohospital. Sópossodizerqueosjovensdesteplanetasãorealmentemuitoestranhos!

Alexandre Vilela, Gonçalo FerreiraHumberto Duarte, João Miguel

10ºPSI

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28 Jornal da Brotero Junho 2014

Grupo Disciplinar de Pt/Fr/Es ::

Texto 1“Umaflor de Primavera” remete-nos ao amor. Assim,surgiu“AAlquimiadosAmantes”(inspiradan’”AAlqui-miadosPoetas”): O ORGULHO

PorvezesnodiaadiaDesperdiçamostudoEficaapenasOolharfrio,Oolharorvalhado,OolharexpectanteParavoltaratrás.

A IRA

Opeitoaescaldar,Otremor,Avozcomoarma,Palavrascomobalas.

A PREGUIÇA

EstalentaEpachorrentaVontadeDelutar…Dearriscar…

O PERDÃO

AaceitaçãodoarrependimentoIndependentementedetudo.OesquecimentodoserrosOutalveznão,SimplesmenteogestoDemascararosofrimento.

O RECONHECIMENTO

Normalmentenãoohá.Éoquenomundofazmaisfalta:VeraimportânciadosoutrosDeumaformatãonítidaComonosvemosaoespelho.Pois,umdia,Jánãovaleapenareconhecer.

A PAZ

ÉcomoumaflordeprimaveraNascidaantesdotempo.Aoobservá-la,Ficamosespantados,MaravilhadosComaformacomoelatornabrandooolhar.

Oficina de Escrita“Uma flor de Primavera”

O AMOR

Ofinaltriunfante!UmaconquistaQuenãoexigeposse,Guerraoudisputa.Afelicidadeincessante,Estúpida,Ridícula,Cegaeinexplicável.OculminardeduasalmasQueolharamnamesmadirecção…

Rita Henriques, nº 23, 12º 1A

Texto 2 Dantes,erastuquemnecessitavadeapoio,decuidados, deproteção,umpobrerapazqueviviafeliz,todaviacommeiosescassos. Com7anosestavasnaescola,paraaprenderaartedebemescrevermas,também,aartedesabercortaraervaqueporaquelescamposcrescia,paradardealimentoaoscoelhosdaD.Adelaide,aquemchamavas“professora”. Aos12anos,deviastermudadodeescola,emudaste,masnãoparaseresmédicoouengenheiro,massimparaseresumprofissionalde“baldesdemassa”. Cresceste,tornaste-tehomeme,com18anos,estavastua viajarpara conseguiresum futuromelhor. Lutastepelosteusobjetivos,nuncabaixasteosbraços. Diariamente, em vez de saíres com os teus amigos, ficavasemcasaaestudareaaperfeiçoaralínguaqueerades-conhecidaparati. Todosestesesforços,eaquelesdequenãofalei,fize-ramdetiohomembem-sucedidoqueéshoje. Eagora,éstuquemprestaajuda,dáapoioeproteção. És a minha flor de Primavera.

Daniela Simões, 12º 1A

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Junho 2014 Jornal da Brotero 29

:: Cultura e Lazer

A mais pura evasão

NumaLagoaesquecidaNegrasRosasinvisíveisFluemnestainconcebidaFontedesonhosconsumíveis.

Sintoumaproximidade,SouarrastadonumadireçãoPorquem,nocoração,Tivedesejo,nãocapacidade.

Umaproximidadequeatormenta,Umdesejonoqualnãopenso,Umsentimentoquenãoaguenta,Enoqualficosuspenso.

Àsvezesperco-medomundoEsintovontadederegressar,Escondo-mee,nofundo,Tenhomedodevoltar.

Oquereravançar,Acontínuamudança,AvontadedemeguiarFazdestedesertoesperança.

Esinto-meperdidoNumafelicidadesonhada,ComosetivessedesistidoDarealinfinidadedesordenada.

EnaextremaescuridãoImaginoonovorumo,EmãoapósmãoPuxoofiodeprumoEexilo-medestasolidão.

João Oliveira, 12º 1C

Pensamentos filosóficos:

1.-“Aquelequesabefalarsabetambémquandofazê-lo”. Arquimedes

2.-“Omaiorerroquesepodecometernavidaéodeficarotempotodocommedodesecometer algum”. E. Hubbard

3.-“Sonharcomoimpossíveléoprimeiropassoparatorna-lopossível”. Confúcio

4.-“Avidaéainfânciadaimortalidade”. Johann Goethe

5.- “Quando os ventos de mudança sopramumaspessoas levantambarreiras,outrascons-troemmoinhosdevento”. EricoVeríssimo

6.- “As fronteiras da minha linguagem são asfronteirasdomeuuniverso”. L.Wittgenstein

7.- “Triste época! É mais fácil desintegrar umátomodoqueumpreconceito”. Einstein

8.-“Averdadeécomoosol.Elapermite-nosvertudo,masnãodeixaqueaolhemos”. VictorHugo

9.-“Somostãoresponsáveispelanossacondutacomopelacordosnossosolhos”. JeanRostand

10.- “Não tenhasplanosparaavidaparanãoestragaresosplanosqueavidatemparati”. AgostinhodaSilva

Seleção de Pedro Falcão

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30 Jornal da Brotero Junho 2014

Projetos ::

The following Manifesto was drafted by thepartnersofTheENTRYProject (EuropeanNetwork forNon-ViolenceandResilienceamongYoungPeople)andrevisedbyEdwardCallus. The School Board:EstevesdaFonseca.Teachers: MargaridaArruda,Maria JoãoVasconcelosandTeresaLoureiro.

EUROPEAN MANIFESTO FOR THE PREVENTION OF VIOLENCE AMONG YOUNG PEOPLE Edited by the Partners of the ENTRY program: “European Network of Trainers for Nonviolence and Resilience of Young people” coordinated by RiccardoZerbettoofCentroStudidiTerapiadellaGestalt. FORWARD: from the text of the ENTRY pro-gram LIFELONG LEARNING PROGRAMME (Project: Grundtvig Learning Partnership 2012-2014) on EURO-PEAN ADDED VALUE “The European Union pushes for the direct intervention of the civil society regarding the involvement of the citizens in the acquisition of good life--skills. According to this, E.N.T.R.Y. aims to work out a new educational intervention to provide young people with nonviolent and democratic tools. Nonviolence and resi-lience are intended to be fundamental elements of Euro-pean cultural and civic evolution process. They represent an effective opportunity for the improvement in the qua-lity of life. E.N.T.R.Y. strongly believes that only through the diffusion of educational training practices for nonvio-lence will it be possible to build inclusive societies based on a shared culture of solidarity”. ThefollowingManifestosatesprinciples,ideo-logicallinesandmaincontents,withthegoalofcreatinga European shared model regarding an education ofnonviolenceforyoungpeople.

ENTRY MANIFESTO

1. The future of the planet depends on the abilityofindividualsandcommunitiestopromoteacul-tureofco-existence,abalanceddistributionofwealthand the ability to overcome the inevitable difficulties associatedwiththecompetitionintheprotectionofthecommongood.

2.Aftergivingupthenaiveexpectationofa“natu-ral”peacefulcoexistence,itisnecessarytoacknowledge thehumanbeings’tendencytocompeteandtobead--gressive (intheetymologicalsenseof“goingtowards”thedesiredgoalsor theoneswhicharenecessary forsurvival).Thisisunavoidableanduniversallypresentinallhealthyorganisms,soitmustbechanneledthroughsharedpatternsofbehaviorthatallowtheexpressionofhealthycompetition.Atthesametimeextremeformsmustbepreventedastheyleadtoanexcessivepenalty

European Manifesto

andhumiliationofthoseindividualswhoarelesscom-petitive.Manyformsofostentatioussupremacyaswellastheviolentresponsestothisinequalityareinevitably felt as injustice and humiliation. Furthermore, the potentialoutburstofregressiveandprimordialdisrupti-venessalwaysneedstobetakenintoaccountinordertopreventdramaticoutburstsofviolenceamonghumans.

3.Aneducationalprojectthatinvolvesalltheinhabitantsof theplanet startingwithEurope is thusfundamental.ThereistheintentionofEuropemovingwithstrongmotivationandresponsibilityonthispro-jectinordertocontinueinthepursuitofsocio-culturalmodelsthatfosterapeacefulco-existenceofpeople,inaconscientiousparticipationtotheconstructionofthecommongoodinaccordancewiththeUniversalDecla-rationofHumanRights.

4. Particular attention should be paid to theyoungergenerationinordertosupportaneducationtobeactive“constructorsofpeace”andtobeabletosup-porttheoftendifficultconditionsrelatedtotheprocessofevolution.Itisimportanttofosterthedevelopmentofanadequatecapacityforresilienceandconfidenceinthetoleranceoftheinevitablefrustrationsinvolvedintheprocessofhumangrowth.

5.Theattentionofparents,teachers,governorsandstakeholdersshouldbeorientedtotacklethemani-festexpressionsofdistresswhicharegenerallyexpres-sedinformsofviolencepresent intheindividualandthecollective levels. Studiesshouldbecarriedout inthework,culture,sportsandjusticeenvironmentsthatallowamorethoroughunderstandingofthisphenome-nonaswellasspecificactionsforprevention,treatmentandrehabilitation.Theseformsofdeepunease,whichcanleadtoexpressionsofviolentbehaviorsneedtobehandledatdifferentlevels:

a. In the family

Theimportanceofthevariousformsoftraumaandabuseinchildhoodhavebeenclearlyhighlightedin international psychology literature, starting with S.Freud. There are also situations of abandonment, neglectandmanipulationofchildrenwhicharemadetooccurinordertomeettheambitionsofnarcissistic parents. Besides,minors are often submitted to reli-

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Junho 2014 Jornal da Brotero 31

:: Projetos

gious and cultural conditioning that leaves no roomforfreedomofexpressionandchoice.Thislackofpro-tectionmustbeconsidered,irrespectivelyfromwhich situationitoriginatesfrom,inalldifferenttypesoffami-lies–whethertheparentsarestilltogetherortheyareseparatedandalsoincasesofadoptionorfostercaresituations.Therefore, theprovisionofpreventiveandcurative interventionprograms in infancyandadoles-cencewillbefundamental.Itwillalsobevitaltoraise-theparents’awarenessenablingthemtoadoptpositive educationalmethods in order to avoidmistakes thattheparents’awarenessenablingthemtoadoptpositive educationalmethods in order to avoidmistakes thatcan have dramatic consequences on their children’spsycho-emotionaldevelopment;

b. In the school system

Thecreationofeducationalprogramswhichac-commodateforthelearningabilityofyoungpeopleshouldbeencouraged.Therefore,schoolsshouldpreventyoungpeoplefromdroppingout,byencouragingsport,cultural and associative extracurricular activities in general.Schoolsshouldalsopromoteciviceducationaswellasacultureofnon-violenceandaculturaldimensionthatvalues,ontheonehand,theprimarycultureofbelon-ging,butremainsopentoamulticulturalattitudebasedondialogue,discussionandapossibleexchangeofthe-oreticalmodelsandbehavior.Alinkbetweeneducatio-nalcurriculaandthepossibilityofgenuinejobopportu-nitiesshouldalsobesupported;

c. In the working environment

Itisimportanttodevelopcompensationformsforthelackorfailureofpolicies,concerningthepromo-tionandprotectionofworkactivitiesavailabletoyoungpeople by implementing forms of re-training, better accesstofirstjobs,formsofenablingprofessionalprac-ticeswhichmayhelpcontainworkprecariousnessandmaysupportthemobilitywithinthemembercountries oftheEUmakingtherecognitionofeducationalprograms moreeffective;

d. In society

Society should supportpolicies thatpromoteyouthgatheringswhich leadtothegrowthofacons-ciousparticipationintheconstructionofthecommongoodwhich goes beyond the logic of petty personal interests,openingup toamulti-ethnic andpluralisticculture respecting for thecultureof thehostcountry whenitcomestoforeignminorities.Thereshouldbeoffered a wide range of learning opportunities, jobplacements,socialandculturaldevelopmentinwhicheveryyoungpersoncanseekandfindthemostsuitableandproductiveexistentialdimensionaccordingtotheirinclinationsandcapabilities;

e. Deviance

Thesocialdimensionisinevitablyconnectedtothedifficultorunsuccessfulintegrationintothesocialfa-bricofsomeindividualswithdramaticcorollariesofjuve-nilecrime,drugandalcoholabuse,progressivelyaddic-tiveInternetgamblingandbothreligiousandpolitical“ closedsocialgroups“.Ahugeamountofworkinthecrea- tionofgradual synergies isexpected from lawmakerswith the aim of building a “corpus” of legislation forintervention and rehabilitation procedures shared ataEuropeanlevel inordertofindthedelicatebalancepointbetweentheneedtolimitindividualfreedomandatthesametimenotpreventingaprocessofpersonalgrowthandsocialization.Strongeffortsshouldbemadeurgentlyanddecisivelysothattheperiodsofimprison-mentdonotresultinmerepunishmentorprotectionofpublicsafety,butarestructuredinaneffectivewaytoencouragetheprocessofanactivere-socialization;

f. Religion

Fundamentalismandreligiousintolerancearesomeof themost dangerous threats to thepeacefulcoexistenceamongpeople. It isthereforeessentialtoadopt a pluralist and multi-ethnic cultural educationandtocarryoutconcreteandbindingmeasurestopro-moteformsofreligiouseducationopentopluralityandcompatibilityofdifferentreligioustraditionsinthespiritofmutualrespectandenrichment.Educationalpracti-cesinthereligiousspherethatleadtoadogmatismandinwhichthevaluesofothersarenotacceptedandthatareintendedtoconveyaninaccessible“creed”shouldbediscouragedbyallowingcomparison,exchangeandconstructivecriticismthatonlyallowthegrowthofaci-vil,democraticandpluralisticsociety;

g. Politics

Outbreaksofpoliticaloppositiononthebasisofterritorialboundariesthatarenotsharedand/oriden-tificationofareasforwhichthemembershipofindivi-dualethnicgroupsareclaimedarestillpresentinEuro-pe.Whereastheyshouldbeconsideredundeniable,the valueslinkedtonationalorregionalidentityshouldbepla-cedinadialecticalrelationshipwiththecommonsense of belonging to Europe where there is a process of mutualpoliticalaffiliationinperspective.Amongyoungpeople, in particular, initiatives for education and socializationdesignedtopromotecontactandexchange andnotintoleranceandoppositionshouldthereforebepromoted.

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Projetos ::

Concluding notes

Even though it is considered to have been afundamentalpartofEuropeanculture,thecalendar inGreek culturewas initiatedwith the establishment ofthefirstOlympics:theexpressionofcompetitionamongindividuals,socialgroupsandpeoplewhowereabletoreplacedestructiveness,at least inpart, in thefratrici-dalwar“competitivegames”withahealthyaggression.Onlythroughahealthychannelingofad-gressiveener-gies together with the evangelical commandment of‘”loveour neighbor as ourselves,” another foundationofEuropeanculture, therecanbe theenablingof theconditionsofpreservationoftheEuropeanCommunity from the ever-looming threat of the various forms ofinjusticeanddestructiveness,inordertoguaranteethenewgenerationswith a future inwhich theUniversal

DeclarationofHumanRightsisupheld. Themaster-examplesofGandhi,MartinLutherKing,NelsonMandelaclearlysupporttheevidencethatthroughpositivead-gressivity(initsetymologicalsense)difficult and ambitious accomplishments can be rea-chedevenwithoutadoptingviolentmeans. Recentstudiesshowthatviolenceisdecreasingproportionallywiththeevolutionofmoreculturalisedformofliving.Differentlyfromotheranimalspecies,theevolutionofhumankindseemstobestillintheprocessofsearchingforitselfintheperspectiveofdevelopingmoreawareness,reciprocalrespect,saferconditionsofliving,sharedpossibilitiesforenjoyingwhatourplanetcanofferandgrowthtowardhigherlevelsofconscious-ness,knowledgeand“human”relationships.

Text revision - Edward Callus

A Direção

Helloeverybody! MynameisTerezaSedlackova,andIamtheComeniusAssistant.I´vespentthirtyfiveweeks(ninemonths) here in Brotero teaching Arts, English andCzech.Itwasagreattimethatissadlycomingtoanendnow. One year ago, when I received the e-mailsaying that Iwould teach inanother country, Iwasso excited! I knew it would be a great chance to learnanewlanguage,improvemyEnglishandmainly become more experienced in all those teaching methodsandtricksyouneedtoknowasateacher.Iwasalsolookingforwardtotastinglocalfood,drinks,visitingmuseums,making new friends and so on...but I could not imagine that I would live so manyadventures and discover so many little differencesbetween our countries – Portugal and the Czech Republic.Iamnotgoingtotalkaboutthemhere,butif you have never thought about going to study orworkabroad,youshouldreallyconsiderthispossibi-lity,because itwillcompletelychangeyourviewonyourcountryandmaybeonyourlifetoo. SomeofyoumayremembermypresentationontheCzechRepublicatthebeginningofmyAssistantship–togetherwefoundsomenicesimilaritiesbetween our two countries: for example, the fact that webothliketoeatwell,traveltheworldandthatweareproudofourcountriesandtraditions.

Wehaveasimilarhistorytoo–rememberyour Revolução dos CravosandourVelvet Revolution,which ImentionedinmypresentationwhenIshowedyouthe BBC documentary film about it. All countrieshavesomethingincommonandtheCzechRepublicandPortugalarenoexception.Itwasgreattodisco-veritwithyou! BesidesintroducingtheCzechculture,Ipar-ticipated in Art classes. I observed some teachingmethods of your experienced teachers and laterI couldgivesomeclasses too. Itwas thetimethatIenjoyedthemost. Ihelpedyouwiththe Portrait, Anatomy of the Human Body and Drawing a Live Model. Intheendthereweresomereallyniceclasseswithmyfavouritestudentsfrom11thgradeontopic Desenhos de Desenhos.AnditwouldnotbemeifIdidn’taddsomethingextra–sowestudiedhistoryof drawingandtogetherwecreatedveryoriginaldra-wingsinspiredbyfamousartists;someofthemevenCzech.Wedisplayedalltheseworksinaniceexhibi-tioninthehallofyourschool. As you know, your school is very active in Europeanprojects.BesidesComenius,thereisalso Leonardo da Vinciproject.Thisyeareightstudentshad the opportunity to work abroad and four ofthem coincidentally went to Prague in the Czech Republic! Itwasachanceformetohelpthemnotonly with English but also to teach them some

My Comenius Assistantship

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:: Projetos

basics of Czech language. ItwasnoteasyforthembecauseCzechisaverydifficultandcomplicatedlan-guagebuttogetherwemanagedtodoitandIknowthattheywillnotget lost inPrague(andtheotherfour studentswhowent toUtrecht inHollandwillnotgetlostthereeither)! Youhavealsometmycolleagueandflatmate, Comenius Assistant Alina Vabals from Lithuania. TogetherwepreparedtheEaster Workshop foryou.Itwassomuchfun!Everybodywhowasinterestedcouldjoinustopaintsomeeggseitherinamodernwayor traditionallywith leavesandonionskinsortasteCzechandLithuaniantraditionalEastercakes. I also participated in Eco Moda project, becauseFashionDesignismyfieldtoo.So,besidestheotheractivities, Ispentsometimesewing.YouwillseetheresultinthefashionshowattheendofMayandIhopeyouwilllikeit:). NowwhenIamrevisingitinmyhead,IamsadthatImustleave.IwishIcouldstaylongerbe-cause I like this school, the students and teachersverymuch.Ofcoursethereweresomedifficultmo-mentstoo–Ihavemissedmyfamily,myfriendsand

mycountry.ButwheneverIenteredthisshoolandIsawtheteachers´andyoursmilingfaces,Iwasha-ppy again. I became stronger, amore experiencedandhappierperson.Iappreciatethehelpofalltea-chersandIamthankfulfortheknowledgetheyhavegivenme. A special thank you to Clara Rei,my tutorand supporting friend,who has helpedme to feelwellinPortugalandhasdoneherbestsothatIcouldenjoymyworkandusemytimeheretothesatisfac-tionofall.

P.S.-MyadventureinPortugalhasnotfini-shedyet,becauseIfoundajobhereinCoimbra. IlovePortugalandIamnotgoingtoleave!

Your Comenius assistant, Tereza Sedlackova. Beijinhos.

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Projetos ::

ContinuamemestágioemAlbertville(França), Utrecht (Holanda) e Praga (República Checa) novealunosdo12.ºano–CursosProfissionais,queregres-sarãonofinaldomêsdemaio. Visita de professores franceses (12 a 16 demaio). Deslocaram-seaCoimbra,noâmbitodoPro-gramaLeonardodaVinci,trêsprofessoresfrancesesdoLycéeRenéPerrin,Ugine,numavisitapreparatóriaparafuturasparcerias. AEquipadoGabinetedeProjetosorganizou visitas às empresas Fucoli-Somepal (Pampilhosa), Sirmaf (Taveiro) e Epedal (Sangalhos), que cor-responderam totalmente às expetativas dos visitantes e que poderão, no futuro, acolher alu-nos da instituição francesa para períodos de estágio. Foram igualmente realizadas visitas a pon-tos de interesse turístico-cultural, destacando--se o entusiasmo demonstrado pela “descoberta”da Biblioteca Joanina e da Sala dos Capelos. Nos arredores da cidade, foi particularmente apreciado opasseiopelamatadoBuçaco,comvisitasaoMuseuePalácioReal.

ManuelaAreias

Programa Leonardo Da VinciNotícias do Gabinete de Projetos Internacionais

Visita às instalações da ESAB

Visita à empresa FUCOLI-SOMEPAL, na Pampilhosa

Visita à empresa SIRMAF, em Taveiro

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:: Grupo Disciplinar Artes

Desenho A Unidade Cor - 10º Ano

Alguns trabalhos de Desenho, A da turma do 10º 2B, baseados em pinturas de HenryMatisse.

João Pais, Nº 16

José Pereira, Nº 20 Beatriz Marques, Nº 21

Ana Dinis, Nº 4

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE AVELAR BROTERORUA D. Manuel I, 3030-320 Coimbra, Portugalhttp://www.brotero.pt | http://issuu.com/esab125

O Jornal da Brotero também já está disponível na plataforma “Jornais Escolares”, do Ministério da Educação e Ciência, em: http://jornaisescolares.dge.mec.pt/2013/06/19/jornal-da-brotero