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LER + Jovem Moda 2013 Roteiro Pedagógico (En)Cantos da nossa Escola Destaque Ser Solidário Hugo Soares, 2013 ESCOLA SECUNDÁRIA DE AVELAR BROTERO :: Nº 12 DEZEMBRO 2013

Jornal da Brotero Nº 12 - dezembro 2013

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Ser Solidário

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Page 1: Jornal da Brotero Nº 12 - dezembro 2013

LER + JovemModa 2013

Roteiro Pedagógico(En)Cantos da nossa Escola

DestaqueSer Solidário

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE AVELAR BROTERO :: Nº 12 DEZEMBRO 2013

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«“Ser solidário” é mais do que atual, atendendo à grave crise económica,

mas também de valores, que o nosso país atravessa[…]»

BroteroSolidária

Editorial ::

índice ::12

Breves3 Corta-Mato Escolar Colaboração ESAB-FPCEUC-UFPB Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres Exposição de Valdemar Santos

Roteiro Pedagógico 4 Alexandre de Morais: Militar e Professor da Brotero6 Poconé Capital do Pantanal do Norte e das tradições culturais Visitas de estudo8 Uma aventura ao CERN Moda 2013 9 Moda Outono / Inverno Encantos10 En)Cantos da nossa escola

Destaque12 Solidarieade14 A moda de ser solidário15 Hoje estou rouca17 Na consulta de Parkinson com a minha mãe17 Ser solidário é...

Grupos Disciplinares18 O pensamento que “com vida” a pensar21 Comemoração do Dia do Paralímpico 201322 Infância Biblioteca23 LER + Jovem24 Ler Ciência Atividades 26 Programa Leonardo Da Vinci - Mobilidade 201327 Bull Session Avaliação29 Avaliação da Escola Antigos Alunos30 A minha escola, Brotero Olá, olá professores! Cultura & Lazer31 A Portugal Adivinhas Portuguesas Ditos Portugueses Uma mão que se estende

Dezembro de 2013

[email protected]

Permitam que me dirija em primeiro lugar aos alunos que frequentam este ano pela primeira vez a “Escola Brotero”, desejando, em meu nome e de toda a comunidade escolar, que não se arrependam da vossa opção. Podem contar com o nosso apoio. A Escola tem como função formar os alunos científica e tecnicamente mas, também, nos valores da solidariedade e da cidadania. O tema deste Jornal, “Ser solidário”, é mais do que atual, atendendo à grave crise económica, mas também de valores, que o nosso país atravessa. É, no entanto, em situações como esta que se deve manifestar em todos nós o espírito de solidariedade. A Escola colabora com organizações solidárias, das quais destacamos a “Promundo” e o “Centro Social João Paulo II”, pelo que vos faço desde já um desafio para que participem nas atividades que estas organizações desenvolvem. Ser solidário na Escola é, também, manter um espírito de entreajuda. Lembrem-se de que um dos colegas com quem contactam diariamente pode, também ele, precisar do vosso apoio. Não lho recusem! Para terminar, desejo a toda a comunidade educativa um bom ano letivo.

Manuel Carlos Esteves da Fonseca Diretor da Escola Secundária de Avelar Brotero

António Marques (Coordenador)Emília MeloHelena GonçalvesHélia MarquesIsabel SáPedro Falcão

José VieiraAna Rita Castanheira (12-2B)Carolina Félix (12-2B)Francisca Marques (12-2B)Inês Sena (12-2B)

Equipa de Redação

2 Jornal da Brotero Dezembro 2013

Nota da redação:Asfotografiasqueacompanhamosartigossão da responsabilidade dos respetivos autores

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:: Breves

Dezembro 2013 Jornal da Brotero 3

Colaboração ESAB-FPCEUC-UFPB Na sequência da visita realizada à Escola Secundária de Avelar Brotero (ESAB), em 25 de outubro de 2012, o Professor Doutor José Jassuipe Morais, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) – Brasil, esteve, nos dias 16 e 17 de outubro de 2013, na antiga biblioteca da ESAB, para realizar um trabalho de pesquisa, no âmbito de um pós-doutoramento, orientado pelo Professor Doutor António Gomes Ferreira, da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC). O seu estudo centra-se no Ensino Técnico e ProfissionalemPortugalenoBrasil,noperíodode 1945 a 1970. Nofinal,oProfessorJassuipeagradeceu toda a colaboração prestada pela Direção, docentes e funcionários.

Pascoal Albuquerque

O grupo disciplinar de educação física vai organi- zar mais uma edição do Corta- Mato escolar. O evento, no âmbito do Programa do Desporto Escolar, decorrerá na nossa escola no próximo dia 13 de Dezembro, pelas 9h e 30m, e destina-se a todos os alunos da nossa escola. Vais ter a oportunidade de provar o teu valor enquanto praticante de exercício físico e amante do desporto. Temos prémios para osvencedoresecertificadosparatodosospar-ticipantes. Inscreve-te junto do teu professor de EducaçãoFísicaedesafiaastuasprópriasmetas!

Corta-Mato Escolar!

Exposição do professor Valdemar Santos

Está patente, até dia 11 de janeiro, no Círculo de Artes Plásticas (Sereia), uma exposi-ção do professor Valdemar Santos (a lecionar na Escola Secundária de Avelar Brotero). A exposi-ção, subordinada ao tema “Há água em Marte”, pode ser visitada de terça a sábado, das 14h às 20h.

Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres À semelhança de anos anteriores, o Gabi-nete do Aluno assinalou o “Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres” com uma pequena exposição de cartazes, de campa-nhas internacionais e um da nossa escola, bem como com uma palestra no Auditório, tendo participado três turmas, do 10º, 11º e 12º Anos, dinamizada pelo Chefe Manuel Jesus, da PSP de Coimbra.

O Gabinete do Aluno

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Roteiro Pedagógico ::

Alexandre de Morais:Militar e Professor da Brotero

Alexandre de Morais foi um militar de carreira que nasceu nasceu em 20 de Setembro de 1892, em Avô, concelho de Oliveira do Hospi-tal, e faleceu na Freguesia de S. João de Deus em Lisboa, em 24 de Junho de 1971. Assentou praça no Regimento de Infantaria n.º 23, estudando posteriormente na antiga Escola de Guerra. Foi promovido a alferes em Novembro de 1915. Par-ticipou no Corpo Expedicionário Português em França e, em 1919, combateu, integrado na 8.ª Divisão de Campanha, contra a Monarquia do Norte. Foi promovido a tenente em 1918, capi-tão em 1922, major em 1940, a tenente-coronel em 1945 e a brigadeiro em Fevereiro de 1953. Foi professor da Brotero, em 1920, quando estava no Regimento de Infantaria n.º 23, na sequência do concurso aberto no Diário do Governo, nº 28, da 2ª série, de 5 de Fevereiro por ter aberto vaga para a cadeira de Aritmética e Geometria devido ao facto do Professor Alberto Álvaro Dias Pereira, deputa-do da Nação, ter optado pelos seus vencimen-tos civis, cumprindo o § 1º do artigo 58º do Regulamento Geral das Escolas Industriais.Na sequência deste anúncio, o Diretor da Es-cola Comercial, uma vez que esta ainda não ti-nha sido agregada à Brotero, informou o Diretor desta última que, devido a uma redistribuição de serviço de horas na sua escola, esta disciplina podia ser entregue a Frederico Augusto Sanches de Morais e António Fernandes Leitão, que só

tinham respetivamente 6 e 12 horas de serviço. O diretor da Brotero pensou por isso en-tregar a Frederico Augusto Sanches de Morais 12 horas de serviço e 3 horas a António Fer-nandes Leitão em regime de desdobramento. Entretanto, já tinham requerido esta regência, entregando até diversos documentos: Alexan-dre de Morais, Tenente; José Coelho Correia da Cruz, coronel; António Armando Themido, médi-co;eApolinárioJoséLeal,bacharelemFilosofiaNatural. Posta a hipótese de prevalecer o aviso já publicado, propôs a nomeação de um de dois candidatos com habilitações idênticas: Alexan-dre de Morais ou José Coelho Correia da Cruz, pois os julgou com a necessária competência. Dez dias depois, Alexandre de Morais passou a reger esta disciplina conforme a autorização concedida por ordem de serviço nº 93 do dia 19. AlexandreMorais foi um autor prolíficodurante a primeira fase do Estado Novo, pu-blicando em 1935 a primeira edição de Orga-nização do Terreno, seguindo-se uma segunda edição em 1937. Faria ainda Crónicas Militares sobre a Guerra Civil de Espanha em 1937. Seria um doutrinário do Estado Novo com o Manual do Legionário em 1938, colaborando com o Te-nente Coronel do CEM Correia Guedes. Escre-veria ainda como teórico sobre Leis do Estado Novo. Segue-se o livro Portugal e a Missão Mi-litar Inglesa em 1938 e também nesse mesmo ano o Manual da Mocidade Portuguesa.

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:: Roteiro Pedagógico

No ano seguinte, escreveu sobre O Po-der Militar dos Estados. Neste livro mostrou um conhecimento profundo da força das diversas potências militares, que iriam participar no con-flitoqueseadivinhava,evidenciadonaanálisepolítico-militar da Inglaterra, França, Polónia, Rússia, Jugoslávia, Itália, Alemanha, EUA, Bél-gica e Holanda. Analisou também A Rússia na Guerra que terá duas edições em 1941. No ano seguinte, escreveu A Campanha na Polónia e A Campanha da Finlândia com o almirante Alberto Carlos Aprá e o Dr. Macedo Mendes. No mesmo ano, mas sozinho, redigiu O Japão na Guerra.

No ano de 1943, escreveu o Brasil de Hoje em dois volumes, o primeiro sobre a No-tíciageográfica,históricaepolíticadoBrasil eo segundo sobre O Brasil económico, militar e beligerante. Sintonizou-se aí com o ideário do Estado Novo brasileiro e, em particular, com o pedagogo Humberto Grande, ao citar o seu li-vro A Pedagogia no Estado Novo. Este, por sua vez, sintonizou-se em 1956 com Omer Buyse (Pronko,1999),quetinhainfluenciadoaEscolaBrotero, com a sua Universidade do Trabalho. Assim, mostrando simpatia com a Re-volução em Terras de Vera Cruz, Alexandre de Morais (1943, p. 193) escreveu em relação ao Brasil: “A crise económica, que o país atraves-sou em 1929, ergueu a onda de descontentes com a marcha dos negócios públicos, e criou ambiente propício a uma era nova, que todos reclamavam. O assassinato, ocorrido na Paraíba, em 26 de Julho de 1930, do candidato liberal à vice-presidência, João Pessoa, precipitou os acontecimentosquelevaramàchefiadanaçãoo atual Presidente Sr. Getúlio Vargas.” O Brasil encetou, nesse ano de 1930, uma das eras mais brilhantes da sua História” (Morais, 1943, p. 193). Pensava provavelmente que o Estado Novo Brasileiro era semelhante ao Estado Novo Português, mas a história das duas pátrias iria mostrar o contrário. Mas demonstrá-lo neste texto iria alongá-lo demasiado, por isso termino--o aqui.

Aires Antunes Diniz

Referências:Alexandre de Morais – O Brasil de Hoje, 1º volume, Edições Universo, 1943.Marcela Alejandra Pronko - Crônica de um fracasso: Uma história dos projetos de criação de Universida-des do Trabalho no Brasil, Educação & Sociedade, ano XX, nº 66, Abril/99, págs. 84-103.

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Poconé Capital do Pantanal do Norte e das tradições culturais

Estando eu em Cuiabá, capital do Estado Brasileiro do Mato Grosso, mal seria se eu che-gasse a Coimbra e dissesse que não tinha visto o Pantanal. Assim, lá arranjei a minha vida para poder ir ver o, até então, desconhecido mundo, onde a água é rainha da paisagem. Também ti-nha ouvido, à porta do meu Hotel, um amigo brasileiro falar-me da água, em que esta região é rica, como recurso estratégico para a vida humana e para o seu desenvolvimento. Então, lembrei-me das “guerras” por causa dela em que algumas grandes empresas estão envolvi-das. Mas, não era isto que eu queria ver. Queria ver paisagens e os animais que a habitam. E só a elas vi. Nada tinha lido antes sobre o Panta-nal. Só tinha ouvido sobre ele umas escassas referências. E durante a viagem, ouvi alguma discussão entre um companheiro de viagem e a guia sobre os rios que percorrem e drenam as águas da região, que vão desaguar bem longe nosuldaAméricaLatina.Estávamosemfinsdemaiobemnofimdaestaçãodaschuvas,dentrode dias começaria a estação seca. Explicou a guia que esta paisagem era o resultado de alterações geológicas ao longo de milénios, que criaram este clima e ecossistema. Só mais tarde li um livro que me dava conta da variedade de paisagens e da realidade humana e política expressa por vários estados brasilei-ros; e também da gastronomia, das aves exóti-cas que a habitam e dos mamíferos que enchem o pantanal, como a capybara.

Mas só os vi de facto quando fui neste passeio entre Cuiabá e um dos trechos deste rio, que parece vaguear por esta imensa região, parecendo estar sempre connosco, dando sem-pre espaço para mais pescadores que procuram esta região praticarem a pesca como despor-to, enchendo aviões. Disseram-mo também no avião de Brasília para Cuiabá, mas disso pou-co cuidei pois estava mais interessado no “VII Congresso Brasileiro de História da Educação” e na apresentação da minha comunicação. Foi por isso que só me decidi a ir até ao Pantanal após ter feito a comunicação e apresentado o meu livro brasileiro. E lá fui ver o Pantanal Norte (estampa-do nos coloridos sacos de pano que nos tinham dado como pasta do Congresso) com dois ami-gos, um chileno e uma brasileira, e muitos mais congressistas. Levava já como missão fotografar uma onça, mas logo me disse a guia que tal era mais difícil que ganhar a Mega Sena, uma lota-ria brasileira, e por isso desisti, limitando-me a comprar um recuerdo no dia seguinte, em que se vê uma onça dormindo refastelada. Também reparei como as preocupações ambientais fazem da morte e caça de animais selvagens uma rara ocorrência. Agora, até as explorações agrícolas fo-ram transformadas em pousadas turísticas.

Roteiro Pedagógico ::

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No entanto, ainda vi uma manada de va-cas guiada por trabalhadores agrícolas, mas era difícil estar por perto pois havia muitos insetos que pareciam bem mais irritantes que as nossas melgas. Percorremos primeiro uma estrada al-catroada até Poconé, uma cidade turística com uma igreja cor-de-rosa logo à entrada da região pantaneira, para pouco depois entrarmos na Transpantaneira, uma estrada em terra, trans-formada numa entrada solene, feita com tron-cos de árvores. A partir daí percorremos uma estrada em terra, para cumprir as normas da Unesco, que impede a sua construção com a tecnologia atual do alcatrão. Mas, lá fomos bem confortáveis e seguros na estrada e em desvios dela, isto é, em ribeiros agora secos, fazendo uma viagem sem problemas, mas com alguma emoção quando passávamos ao lado de um es-trado de madeira estreito. O caminho era ladeado de árvores e aves exóticas, mas só talvez por não as ter visto antes, assim como víamos jacarés que são aqui espécie protegida. Só me desgostou estar esgotada a bate-riadamáquinafotográficapeloquetivedeusaro telemóvel para fotografar os jacarés.

Guias Brasil – Guia Pantanal, Bonito e Chapada dos Guimarães, BEI, S. Paulo, 2006.

E a esta marcha lenta resumiu-se a nos-sa passeata ecológica, em que ver aves, répteis e mamíferos era o que podíamos e devíamos fazer, mas logo surgiu quem quisesse exercer o seu desejo consumista de levar uns recuerdos. Tiveram que ter calma. Tínhamos ain-da que almoçar e aproveitar umas redes para dormir uma soneca ou simplesmente conversar, enquanto uma parte do nosso grupo ia passear no rio, que no guia que comprei diz ser o Pixaim. Eles regressaram inquietos, mas não percebi logo porquê. E lá fomos nós com coletes salva--vidas bem apertados e tudo correu bem pois vimosmaisunsjacaréseumaflorabelaedifí-cil de ver noutro local. Só quando regressámos eles se queixaram do barco que tinha parado no meio do rio uns longos minutos e que tinha custado a pegar de novo. Ainda estava tensa a colega que tinha estado na minha mesa de almoço. E, ainda, com vontade de bater no capi-tãodonossonaviofluvial.Outalveznão.Estavasó zangada. No regresso, lá fomos fazer umas com-pras num bem iluminado centro comercial, que eram relativamente baratas e com desconto por pagamento em dinheiro. Quem ganhou foi este centro comercial no meio do Pantanal, feito atração turística. Paradoxalmente faltou-me conhecer Po-coné. Será o objetivo principal da minha próxi-ma viagem a este mundo.

Aires Diniz

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:: Roteiro Pedagógico

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Visitas de Estudo ::

Uma Aventura no CERN No passado dia 2 de maio, um grupo de alunos dos 11º 1B, 11º 1E e 12º 1E, juntamente com duas professoras, partiram para o aeropor-to Francisco Sá Carneiro, no Porto, dando início a uma visita de estudo ao CERN , na Suíça, e que tão cedo não irão esquecer. O CERN é o Centro Europeu de Pesquisa Nuclear. É um dos mais respeitados centros de pesquisacientíficadomundo.NoCERNinvesti-ga-se a Química e a Física fundamental, tenta-se descobrir como o Universo é feito e como ele funciona. No CERN estão os mais comple-xos instrumentos científicos do mundo, os quais são util izados para estudar os constituintes básicos da matéria – as par-tículas fundamentais. Ao estudar o que acontece quando essas partículascolidem,osfísicosficamasabermaissobre as leis da natureza. Para além disso, o CERN é um centro de empregabilidade em diversas áreas do domínio científico e tecnológico, bem comoadministra-tivo, comercial e operário, possibilitando aos alunos o conhecimento de uma grande varieda-dedeprofissões,diretaeindiretamenteligadasao funcionamento do CERN, o que poderá vir a constituir uma orientação para o seu futuro pro-fissional. Os quatro dias da visita de estudo fo-ram dedicados a visitar a cidade de Genebra e o CERN. Visitámos jardins, alguns museus, o edifício das Nações Unidas, passeámos pe-las ruas, entrámos nas famosas chocolatarias,

apreciámos a riqueza de uma cidade que a maio-ria não conhecia. Mas o ponto alto da viagem foi sem dúvida a visita às instalações do CERN. Aí, acompanhados por um guia portu-guês, que nos acolheu de uma forma espetacu-lar, vimos protótipos de materiais utilizados no famoso túnel de 27 km de diâmetro, aprende-mos teorias, ouvimos explicações sofre o fun-cionamento do maior laboratório de partículas domundoeficámosaconhecerumpoucomaissobre como é a vida das pessoas que ali tra-balham. Também conhecemos o contributo dos trabalhos que são realizados no CERN e que tan-ta importância têm tido no desenvolvimento de áreas muito diversificados, nomeadamente nada Medicina. O interesse e a motivação demostrados pelos alunos, quer na preparação da visita, quer no decorrer desta, tendo sido sempre colabo-rantes e cumpridores das regras estabelecidas pelas professoras, pelas instituições de acolhi-mento e pelos locais visitados, permitem fazer um balanço muito positivo desta viagem. De facto, aprendeu-se muito em todos os domínios e todos os objetivos desta visita foram total-mente atingidos.

Ivone Amaro e Ana Zulmira Cordeiro

Nota da Redação:Esta colaboração não saiu no nº 11 (o último de 2012/13), como devia ter acontecido. O coordenador da equipa do Jornal da Brotero assume o lapso, que lamenta, acrescen-tando um pedido de desculpas às organizadoras do evento que, agora, se publica.

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Chega o frio, vem o aconchego das rou-pas mais quentinhas, temos as cores de outono nas ruas e nós gostamos de nos envolver naque-las tonalidades tão quentes! Não são apenas as mulheres que gostam do mundo da moda, esta é feita para as mulheres e para os homens, pois eles também gostam de usar a última tendência! Este outono/inverno vão-se ver os bran-cos e pretos, vão sobressair os amarelos, os ver-melhos e a cor de vinho. Nas Mulheres vamos ver bastantes minissaias, sejam elas estampa-das ou lisas, justas ou pregadas; este ano usa-se e abusa-se da saia mais curtinha. Ascarteirasagoraficambeménamão,as alças das carteiras ao ombro, este outono/in-verno,ficamdefora;eaelegânciadeumamãocom as unhas em marron ou vermelhão e uma decoração maravilhosa em artnail; aproveitem e mostrem como as vossas mãos são sempre ma-ravilhosas.

Moda Outono / Inverno 2013

:: Moda 2013

As calças são para todos os gostos, skinny, pantalona, cigarrete e reta, todas elas são tendências deste ano! Os homens devem usar e abusar dos casacos, paletós e jaquetas, mas atenção aos cortes! Os cortes são modernos e com detalhes bem discretos! As calças com fundilho e ao “fun-do do rabo” já passaram, agora as calças volta-ram ao clássico! Usem e abusem das novas tendências para este outono/inverno, inspirem-se man-tenham-se sempre em alta nesta estação que pode ser tão quentinha! Asfotografiasqueseseguemsãodami-nha autoria e fazem parte do meu projeto de PAP (Projeto de Aptidão Profissional) do cursoMultimédia. Os modelos são a Beatriz Lencastre, o Eduardo Farias e a Inês Tomé, que autoriza-ram a publicação das fotos.

Sara Portugal, 12º PM

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Encantos ::

(En)Cantos da nossa escola I

Antiga entrada da nossa tão querida escola

Belíssimas máquinas de escrever

Partindo do princípio de que a Escola é uma comunidade onde os seus intervenientes aprendem vivendo e vivem aprendendo, dentro e fora da sala de aula, conscientes de que a Es-coladeveproteger,dignificar,recordarerenovaro melhor que o nosso povo criou e cria, as ver-dadeiras qualidades do coletivo que somos… Salpiquemos de sonho a nossa Escola! Coloquemos perante os nossos alunos pedaços da nossa cultura, tantas vezes menos-prezada e esquecida. Sensibilizemo-los para a preservação de todos os marcos culturais. Orgulhemo-nos da nossa escola, onde os ´encantos` surgem a cada ´canto`. Encetemos, assim, atitudes de abertu-ra e recetividade a um saber que é apreendido com o olhar e que inaugura as várias instâncias do ser:

SER / despertando SER / sentindo SER / experimentando SER / criando SER / mudando.

Desta forma, não pintaremos ”frutos de sombra sem sabor”, mas frutos amadurecidos ao sol que darão sabor à Escola, à Vida.Descubramos, revelemos, protejamos e orgu-lhemo-nos dos (en)cantos da nossa escola.

Maria Emília Melo

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Painel baseado na obra de Almada Negreiros

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:: Encantos

“Passamos pelas coisas sem as verGastos como animais envelhecidosSe alguém chama por nós respondemosSe alguém nos pede amor, não estremecemosComo frutos de sombra sem saborVamos caindo ao chão, apodrecidos.”

Eugénio de Andrade Árvore ”vestida” de outono

Uma belíssima fonte.Se ainda não se cruzou com este encanto,

desafiamo-loadescobri-lo.

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Relíquias criadas na nossa escola

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Destaque ::

12 Jornal da Brotero Dezembro 2013

Solidariedade É inegável que a solidariedade é hoje – em tempos de crise – um dos valores fundamen-tais cultivados pela humanidade. Ser solidário é não só partilhar com os outros bens e valores materiais mas igualmente amizade, amor, espí-rito de entrega, cooperação, interajuda e empa-tia com o outro. A solidariedade permite, assim, estreitar laços na relação humana nesta «aldeia global» que é o nosso mundo. Ser solidário é não apenas resultado da nossa predisposição genética e da nossa personalidade mas também fruto de aprendizagem em contexto social e cul-tural. Nos tempos em que vivemos nota-se um acréscimo dos atos de solidariedade, sobretudo através de práticas de voluntariado em diversas instituições que apoiam os mais desfavorecidos na sociedade. Muitas instituições de solidarieda-de social, em Portugal e no estrangeiro, ajudam a melhorar em termos económicos, físicos e psí-quicos a vida de muitas pessoas necessitadas. A escola tem também um papel primor-dial a desempenhar, sensibilizando os seus alu-nos para serem solidários, começando essa so-lidariedade no interior da própria escola. Apoiar umcolegaquetemmaisdificuldadenosestu-dos, apoiar economicamente outro colega com necessidades, ajudar psicologicamente um cole-ga que tem problemas emocionais ou psíquicos, apoiar,dediversosmodos,umcolegadeficien-te auditivo, visual ou físico, são gestos simples que fazem diferença e que contribuem, em grande parte, para melhorar a vida de outrem.

Pode-se também estender a escola à so-ciedade com iniciativas que promovam a satisfação e bem-estar das pessoas menos favorecidas e por-tanto mais necessitadas da comunidade. Também a Igreja tem dado um importan-te contributo ao promover o incremento da soli-dariedade com práticas de apoio e com a criação de centros paroquiais que ajudam em termos ali-mentares, de vestuário e economicamente, muitas famílias carenciadas, prestando igualmente esti-máveis cuidados a idosos e à infância. Por isso, a falta de solidariedade não é um dos problemas do nosso tempo notando-se em termos nacionais e internacionais a expansão de movimentos e insti-tuições cujos objetivos são promover a solidarieda-de, minorar as diferenças existentes. Nos nossos dias muitos não têm uma vida organizada e vivem sem casa nas ruas, excluídos socialmente. Para esses torna-se urgente um apoio próximo que lhes conceda uma melhoria de vida em termos físicos e económicos, a nível de alimen-tação, de vestuário e de comodidade, mas também uma maior dignidade enquanto seres humanos. Atualmente, inúmeras instituições contribuem para esse desígnio acompanhando-os proximamente e tornando a sua vida sem sentido menos desespe-rada. A solidariedade, que é o contrário do egoís-mo,intensifica-seemtemposdecriseporquehásempre pessoas prontas a dar o melhor de si no

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Ser solitário

acompanhamento dos outros e determinadas em fazerem deste mundo em que vivemos um mundo melhor onde as desigualdades – sobretudo eco-nómicas – se atenuem. O ato solidário determina, em última ins-tância, a relação eu-outro. É através do outro que eu me revejo nos atos que pratico e que me formo enquanto pessoa. Sem o outro eu não era quem sou pois é ele que me vai ajudando a moldar o meu próprio ser pela inter-relação. O Ego cres-ce, pois, na razão inversa do egoísmo. A felicida-de de cada um constrói-se diariamente na razão

direta do apoio solidário ao próximo, porque a minha felicidade não pode erguer-se sobre a in-felicidade dos outros. Ser solidário é, em suma, ser altruísta prestando o máximo de cuidados e apoios pos-síveis ao maior número possível de pessoas. É disponibilizar-se para ajudar estando atento às necessidades dos outros. Entregar-se aos ou-tros é uma capacidade que muitos possuem enriquecendo, desse modo, a sua própria vida pessoal e relacional.

Pedro Falcão

No primeiro momento em que vi o cartaz afixadonasaladeprofessores,tiveautomatica-mente um “freudian slip”, revelador do meu es-tado de alma: “ser solitário”. Infelizmente, sinto que não estou apenas a escrever por mim mas também por todos os professores “solitários” que se encontram, como eu, nesta situação. So-mos os tais “horários zero”, o que nos aproxima perigosamente da expressão “zero à esquerda”, não abonando em nada a nossa tão delapidada autoestima. Mas recapitulemos. No passado dia 5 de Dezembro, completei 18 anos de serviço, tempo esse que, mesmo levado a brincar, poderia ter dadoparacriarumafilhamaior!Masnão,foram18 anos a sério, a lecionar por esse país fora, pe-los “caminhos de Portugal”, nesse Portugal pro-fundo que muitos meus congéneres desconhe-cem. Passei por várias serras: Malcata, Estrela,

Reboredo, Lousã, o que me permitiu conhecer alguns recantos e encantos do território nacio-nal. Já ensinei Inglês, Português, Técnicas de Tradução, Área de Projeto, Formação Cívica, Speaking Lab, Clube de Inglês, Inglês para 1º Ciclo,noensinodiurno,noensinoprofissional,no ensino recorrente noturno, em cursos de currículo alternativo, em cursos EFA… Assumi vários cargos: fui coordenadora de grupo dis-ciplinar, coordenadora de diretores de turma, diretora de turma vezes sem conta, orientadora de estágio, entre outros. Fiz coisas giras e inol-vidáveis com/para alunos, nomeadamente um Baile de Halloween em Nelas, uma ida a Londres com meninos de 7º ano (!) de Castanheira de Pêra, um Chá Dançante com alunos de 9º ano na Secundária de Mira de Aire, visitas à Embai-xada dos EUA em Portugal, à Rádio Comercial e à SIC com alunos da Brotero…

:: Destaque

Dezembro 2013 Jornal da Brotero 13

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Destaque ::

quando a funcionária da receção me dá um ras-gado “Bom dia”, quando os senhores da repro-grafia gracejam comigo, quando o Sr. Diretorme manda fazer mais uma tarefa, quando as minhas pupilas do coro me dizem que temos de recomeçar os ensaios, quando um ou outro abraço amigo me acolhe depois de mais um fim-de-semana“semescola”,quandoafuncio-nária do bar tem sempre a chávena fria pron-ta para o meu café, quando uma colega per-gunta, com um sorriso rasgado ”Estás cá?” e “queirosianamente” respondo: “Não, sou um holograma!”. Obrigada a todos pela vossa solidariedade.

Mónica Sebastião

A moda de ser solidário

E hoje aqui estou, sentada na sala de professores. Toca a campainha, todos se levan-tam, pegam em pastas, livros, carteiras de tira-colo, vão aos pares a conversar pela rampa de acesso às salas de aula. Menos eu. Só. Ali. A dor é dilacerante. Saber que há turmas, que há salas pejadas de alunos fáceis, difíceis, assim--assim, gordos, magros, simpáticos, carrancu-dos, trabalhadores, preguiçosos, arrogantes, afáveis, mas que nenhuma turma é para mim. E pronto, não consigo impedir que as lágrimas caiam, descontrolada e de-salmadamente, pelo meu rosto… Respiro. Recupero. Ser solidário, diz o cartaz. Fe-lizmente, à solidariedade conheço-a de per-to, tenho contacto com ela todos os dias:

As palavras têm moda. Recebem aten-ção e são usadas com frequência. Outras vezes são esquecidas. Neste início de século, a “solida-riedade” tem sido bem recebida pelas massas. Por isso se (ab)usa dela. E quando se (ab)usa de algo, a deterioração acontece. É inevitável. A “solidariedade” tem estado na moda. Umas vezes isolada, outras aposta. Umas vezes como protagonista, outras como antagonista. À luz desta moda todos teremos muita solidariedade no currículo: seja por fazermos parte de uma “comunidade solidária”, por en-sinar e aprender numa “escola solidária” ou por trabalhar numa “empresa solidária”; por orga-nizar ou participar num “jantar solidário”, numa “aventura solidária” ou tão só numa “iniciativa solidária”; por viver numa “cidade solidária”, por

fazer parte de uma “comunidade solidária” ousimplesmente porque é politicamente correcto “ser solidário”. E com tanta coisa solidária, por esta altu-ra já não sabemos o que é isso de ser solidário. A deterioração [da palavra] aconteceu. Trata-se de um uso meramente estético [da palavra]. Es-tético e superficial. É tão só umamoda, umaferramenta ao serviço do marketing, um proces-sodeinfluênciae,portanto,demanipulação. Mas a solidariedade não é isto. Não tem de ser. Solidariedade é responsabilidade mútua. Na origem da palavra “solidariedade” estão as palavras latinas solidum e solidus, que remetem para aquilo que é total, que é sólido, seguro e inteiro. Ser solidário é ser inteiro. Ricardo Reis (Fernando Pessoa) disse-o com eloquência:

Para ser grande, sê inteiro: nadaTeu exagera ou exclui.Sê todo em cada coisa. Põe quanto ésNo mínimo que fazes.Assim em cada lago a lua todaBrilha, porque alta vive.

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e todos somos, somos todos interdependentes, somos um todo interdependente. Todos dependemos de algo (do que bebemos e comemos, do planeta, do universo…) e de alguém; algo depende de nós. Em muitos casos alguém depende(u) de nós. Por isso somos solidários. Ser Humano é ser solidário. Que solidariedade queremos?

João Sá

NR:JoãoSánãoescrevedeacordocomanovagrafia

Ser solidário é brilhar, é unir em vez de separar. Podemos afirmar com optimismo quetodos brilhamos, todos representamos uma vi-tória, a vitória de quem nasceu e está vivo. To-dos resultamos de união: dos avós, dos pais, das moléculas e dos átomos, dos elementos... A vida que somos e que há em nós é união, é brilho e, por isso, todos somos de al-gum modo solidários e todos somos produto da solidariedade. Ser solidário é ser interdependente,

Hoje estou rouca Fiquei rouca ontem à noite. Depois do jantar, com uma noite muito amena para novembro, saímos para dar uma volta pela Baixa e um café na Brasileira. Porque me tocou o telemóvel, vim para a rua e por lá fiqueiàconversaparatráseparadiante,queasoutras pessoas no café não tinham que me ouvir. Na rua, provavelmente porque ain-da só eram 10 da noite, passeavam al-guns casais, a deitar o olho às poucas mon-tras que ainda não estão forradas a papel. De repente, ouço vozes alteradas. Tapei o ouvido com o dedo mas olhei para ver o que seria. Uma mulher jovem e de uma magreza do-entia, caminhava em desequilíbrio nuns sapatos impossivelmente altos. A saia em canudo queda-va-se uns centímetros abaixo do rabo e, porque elateimavaemapuxar,dificultava-lheaindamaisos passos. O cabelo louro sujo tapava-lhe meia

cara, chupada e de um cinzento triste. À frente dela, um homem mais velho, mais baixo e mais entroncado, vociferava por cima dos “olha lá, ouve--me”, que ela repetia como uma ladainha. Como sempre vivi na Baixa, não me espan-teicomacena:afinaldecontas,naminharua,jáassisti a coisas bem piores do que a gritaria de um homenzinho com a valentia alimentada a vinho. Já amparei no colo, no meio da rua, uma vizinha que o companheiro atirou pela janela, já vim com outras vizinhas para o meio da rua, todas em camisa, insistir com a polícia para, ao menos, identificar o filho de um conhecido comercianteque atirava com a companheira contra as paredes de enxaimel com tal violência que fazia tremer a minha casa e a da vizinha, já vi o meu pai e o meu marido levantarem-se de uma mesa de aniversário, a correr, e saírem para a rua para manietarem um valente que, depois da mulher estendida no chão,

:: Destaque

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lhe dava pontapés com tal dedicação e método que só poderia merecer o perdão da assim tra-tada, horas mais tarde, num beijo público por nós testemunhado de dentro das vidraças, já deidormidaàfilhaadolescentedavizinhaque,enquanto a mãe cumpria pena por ser a curiosa que a troco de uns tostões fazia uns desman-chos às amigas e vizinhas, teve de fugir do pa-drasto que já há uns anos a “desonrara” e não percebiaosignificadodapalavra“não”ejáfuia um enterro, ao enterro da S. que, cansada do padrasto e do resto, se atirou do alto das escadas mais altas que encontrou, dentro de uma casa da Couraça dos Apóstolos onde en-trara, às cegas, a fugir de uma sova prometida. Mas, ontem, então, o dedo no ouvi-do não me impediu de ouvir o primeiro murro. Seco, osso contra osso, com a mulher a cam-balear e a bater contra a parede. O segundo veio logo de seguida. Se possível, ainda com mais raiva e pontaria e a parede não evitou queelaficasseestendida,carteira,bocaeper-nas abertas, um sapato calçado e outro mis-turado com o lixo ainda à espera da recolha.

Foi então que comecei a gritar. Gritei por ela, pe-las minhas vizinhas, pela S. e também por mim que, por fado ou busca, partilho a minha vida com um homem, meu igual, que me mostra o que é ser homem de outros modos que não estes. Os casais que passavam não viram a mulher a ser esmurrada, não viram a mu-lher estatelada no chão, não ouviram os meus gritos. Continuaram a olhar para uma montra aqui, outra montra acoli e, prestan-do bem atenção, apressaram o passo, que a Baixa, francamente, já não é o que era … Um grupo de trolhas (vejo-os diariamen-te, em bando, com o sotaque do norte, cerrado, a anunciá-los muito antes do dobrar da esquina da Portagem) para ao pé de mim: “Ó menina num se apoquente co’ isto. Já vêm nesta vida desd’ó pé da estação. Já houve quem chamasse a polícia e tudo e … nada. Vá mas é pra casa qu’isto aqui num é pra senhoras cum’á menina…” Olho para trás. A mulher já lá não está. Um dos trolhas escorrega num batôn sem tam-pa que começa a rebolar devagarinho em di-reção ao esgoto. Ficamos, em silêncio, a olhar para ele até que, num encaixe perfeito, o ba-tôn desaparece por entre as grades com um breve mas claro som de metal contra metal.

Maria Helena Dias Loureiro

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Destaque ::

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Na consulta de Parkinson com a minha mãe (a pensar na Mª Velho da Costa)

Elas levantam-se ainda com o autocarro em andamento, elas agarram-lhes as bengalas, elas ajudam-nos a sair do autocarro, vê lá se cais, elas apanham com a chuva para os tapar bem com o guarda-chuva, olha que te molhas todo, elas apressam o passo para chegar ao ele-vador e não deixar fechar as portas, elas dizem com licença, com licença, para eles saírem sem encontrões de dentro do elevador, elas vão pro-curar uma cadeira para eles se sentarem que lhes custa muito estar de pé, elas vão em pas-sinhospequeninosacorrerparaa “filaúnica”,elas não encontram o cartão no meio dos lenços e das caixas de remédios, elas pedem descul-paqueoraiodocartãonãoaparece,eafilaaimpacientar-se, elas perguntam três vezes se-guidas se a Dra. Cristina está hoje de serviço, elas vão-se sentar afogueadas e eles perguntam “mas onde raio é que tu te meteste que demo-raste tanto”, elas ainda mal se sentaram e têm de ir com eles à casa de banho, elas saem de dentro da casa de banho ainda a apertar-lhes as braguilhas, elas tiram um leitinho com chocolate do saco e umas bolachinhas, que eles comeram já há um ror de tempo, elas levantam-se e vão perguntar se ainda demora muito que eles estão aficarmuito inquietos,coitadinhos,elas tiramum lenço e assoam-nos e aproveitam para lhes passar com um mais limpinho pela testa que este calor não se aguenta, elas não entendem o que a voz metálica diz e não conseguem perce-ber o que eles lhes perguntam ao mesmo tem-po, elas dizem-lhes “acalma-te, homem que ainda te sentes mal”, elas levantam-se e vão perguntar

se já chamaram por eles, elas debruçam-se to-das e desatam os atacadores dos sapatos que os pés deles, benza-os deus, estão uma miséria de tão inchados, elas levantam-se e vão dizer que a camioneta é às 6, elas vão à casa de ba-nho e perdem-se nos corredores que até foram umas estudantas muito simpáticas que as trou-xeram pra cima, eles chamam-lhes estúpidas. A voz metálica chama a D. Maria da Ascensão ao gabinete 13.

Maria Helena Dias Loureiro

:: Destaque

Ser solidário na dor,No luto, na tristeza, No vazio da partida, No conforto do abraço,No combate à pobreza,Na luta, nas palavras, No grito da revolta, No teimar da verdade,Na busca da liberdade,No construir do amor.

Coimbra, 3 de novembro de 2013Manuela AreiasSe

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João Pais, 10-2B

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Grupos Disciplinares ::

O pensamento que “com-vida” a pensar…

Este espaço destina-se a apresentar bre-ves notas de ideias alimentadas por obras, filósofos, correntes teóricas, pensadores, textos, extratos de textos que estimulam o pensamento. Não pretende ser exaustivo sobre as temáticas apresentadas, mas apenas incentivar, levar a pensar, pôr em demanda (no sentido de K. Jaspers, “estar a caminho…”).São pequenos reflexos de reflexões mais desenvolvidas de outros filósofos. Desta vez com Eugenio Trías.

OfilósofoespanholEugenioTríaséco-nhecidopelasuareflexãosobretemasquees-capam ao domínio da racionalidade lógica, como são: a religião, os mitos, o Carnaval, o pensa-mento mágico, a arte, e, neste último domínio, destacam-se os ensaios sobre arquitetura, cine-ma, pintura e música. É conhecido como sendo o pensador da Filosofia do Limite, em virtudedasuaobraestarmarcadapelareflexãoacercade temáticas que escapam ao domínio do pen-samento analítico. As suas problemáticas são aquelasquedesafiamaracionalidadelógicadaFilosofia.Reflete,portanto,sobreoespaço“mo-vediço”, instável, de interseção da racionalida-de e irracionalidade, onde se joga a razão e a desrazão, a tensão existente entre a ordem do pensamento e do impensado, também traduzido pela relação entre a razão e a loucura.

É por isso que Eugenio Trías se apelidou a si próprio como sendo um «exorcista ilustra-do» ou exorcista esclarecido. Assimsendo,eleéofilósofoqueperse-gue a compreensão da razão em diálogo com as suas fronteiras, os seus limites ou “sombras”, emsuma,a razãofilosóficaemdiálogocomocampo da experiência e do sentir humano, fre-quentemente apelidado de ilógico, contraditório, enfim,odomíniodo“humanodemasiadohuma-no” - fazendo uso de uma expressão de Nietzs-che. Não é por acaso que Eugenio Trías re-cebeu um prémio pela sua análise do pensa-mento de Nietzsche, uma vez que este último éofilósofocríticodoracionalismoclássico,queprocurou a aproximação da razão ao vivido pela via das metáforas e analogias fortes, em vez de uma abordagem analítica e concetual. Nietzs-che, injustamente conotado de niilista, constitui umdosfilósofosdereferênciadeEugénioTrías,assim como Platão, Kant, Hegel, Heidegger, Wit-tgenstein. Temos então a apresentação deste filósofoespanholdoséc.XXinfluentenaculturaespanhola tal como Ortega Y Gasset que o an-tecedeu. Porém, na obra de Eugenio Trías, es-tamos perante uma abordagem sistemática das temáticasmaisdesafiantesaoidealdeinteligibi-lidade racional, a saber, a emoção, o desejo, os sonhos, as paixões, as obsessões e a loucura.

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:: Grupos Disciplinares

Desde já, esclarece-se que não estamos face a um filósofo que professa o irracionalis-mo, nem o niilismo, mas antes a um pensador que propõe o logos simbólico como modelo de inteligibilidade. Deste modo, em lugar da con-ceção redutora do logos discursivo, analítico, da filosofiaclássica,temosumaconceçãoderazão“fronteiriça”, a razão confrontada com o seu in-consciente, com as suas sombras, com os seus limites (um pouco como Kant na crítica à ra-zão teórica, pura). Daí a sua aproximação à arte como forma de propor outra via de compreen-são sobre as categorias de belo, do sublime, do sinistro, do transcendente. Esta razão limite é corolário de uma antropologia do limite, e cara-teriza-se por constituir um pensamento que se confronta com o niilismo, dominante na primeira metade do séc. XX.

A obra de Eugenio Trías que convido a pensar, tem por título o artista e a cidade. Todos nós desenvolvemos uma relação com a cidade que passa por diferentes matizes e as nossas vidas estão polarizadas pela cidade, no senti-do físico, social, político e estético. O que este pensador propõe neste livro é a arte – poeisis – e, nomeadamente, a criatividade artística, enquanto paradigma da relação do “eu” com o mundo. Trata-se de dar o primado a uma rela-ção que é produtiva – mas, não alienante –, e que introduz uma dialética entre a subjetividade e o real, reconciliadora entre o desejo humano e a produção, uma síntese entre os elementos ativos e passivos da nossa experiência – o que convencionalmente se tomou por masculino e feminino –, a conjugação do fazer – aspeto ob-jetivo – e o ato individual da criação (na aceção da antiga Grécia de poiesis, daquele que deixa a sua marca individual na obra, como o artesão da Grécia antiga não fazia dois sapatos iguais ou dois vasos iguais). Esta objetivação criativa da dimensão do trabalho, onde a esfera do sujeito edoobjetoseencontram,semsacrificaradi-mensão vital da experiência humana, é ocupada pela criação artística, sendo esta a mediadora, por excelência, entre o homem – incluindo os seus limites – e o espaço social, citadino.

1 Trías, Eugenio – “O artista e a cidade”, editora Fim de Século, 2010 (tradutor Miguel Serras Pereira), p.52 2 Idem, p.38 3 Idem, p.40 4 Idem, p.40 5 Idem, cf. p.34-35 6 Idem, cf. p. 50

Eugenio Trías esclarece: “Neste ensaio e mais geralmente em todo este livro partimos do princípio de que a arte forma uma unidade sin-tética com a sociedade, com a cidade – unidade que, contudo, com a modernidade se desmoro-na, dando origem a uma arte «ensimesmada» e a uma sociedade governada por princípios an--estético”1. Nesta obra, o filósofo fornece-nos estaproposta de análise histórica. Neste contexto, a suareflexãosobreanoçãogregadeEros–easua adaptação, por Freud, à psicanálise –, como forma de relacionar a produção artística com as dimensões do inconsciente, do desejo e dos aspetos obscuros do sentir humano. Assim, en-contramosumareflexãosobre“eros”2 a partir de Platão, entendido como a energia vital que setranscendenareflexãooucontemplação,ouno conhecimento. O conhecimento teórico era entendido como atividade contemplativa, ideal do homem grego (“ a doutrina segundo a qual a ascensão de Eros alcança o seu ponto culminan-te num estádio – contemplativo – que parece superar o processo“)3. Para Eugenio Trías, a noção de “eros” associada à “poiesis” não é um resultado mas um trabalho, um processo produ-tivo, no duplo sentido de “procriação e produ-ção”4 , conjugando o duplo registo do desejo e do fazer artístico. Nesta linha de ideias, dá-se a transcendência ou intelectualização dos im-pulsos, num trabalho de ascese, sendo que as atividades em que o sujeito se envolve e produz (como dizemos hoje “tenho paixão pela pintura ou pela leitura”), é em sentido alargado o pa-pel do Eros5 – eros, numa atividade cultural, compagina-se com o eros platónico daquele que contempla, que conhece mas não possui o obje-to ( esta superação da energia das pulsões num ato cultural está presente no conceito de subli-mação, em Freud)6.

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Grupos Disciplinares ::

Sendo assim, teríamos a conciliação en-tre o princípio do prazer (Eros) e o princípio da realidade (Thanathos como Freud teorizou) com o trabalho, a exigência técnica, que toda a obra acarreta em conjugação com o ato criativo. Eu-genio Trías propõe a criatividade do artista como elemento mediador entre o homem e a cidade, em vez da conceção de cidadania que os gregos antigos nos deixaram. Deste modo, o filósofoespanhol fornece-nos como modelo de realiza-ção pessoal e social, não a participação política – como ideal de liberdade e felicidade –, mas a arte traduzida numa obra – “poiesis” – trabalho dos artesãos (desempenhado na Grécia antiga pelos artesãos e pelos escravos, dimensão do fazer e do saber-fazer que, para a antiguidade, era desprestigiada e discriminada, em virtude da conceção dualista entre o conhecimento e a prática, entre o trabalho intelectual e o trabalho manual, entre o espírito e a matéria).

7 Idem, p. 48-49 8 Idem p.48, na nota de rodapé

Esta conceção de arte obriga a repensar e a reabilitar o papel do artista, nomeadamente, face a Platão e à antiguidade clássica. Nesta épo-ca, o artista ocupava um lugar secundário visto como aquele que se limita a imitar, um papel mera-mente reprodutor, a arte entendida como “mi-mesis” ou cópia. Daqui decorre a expulsão dos artistas da cidade, na República de Platão, pois detinham o estatuto de fabricadores de ima-gens, de aparências. De forma completamente distinta de Platão, Eugene Trías repensa a arte e encara como trabalho simultaneamente produ-tivoecriativo,sendoafiguradodemiurgo(al-guém que disputa o lugar dos deuses) presente nopensamentodePlatão,afiguraque traduzverdadeiramente o lugar do artista na cidade. Nãoseráofilósofo-reicomomodelodamedia-ção do sujeito na cidade, como é a proposta pla-tónica,umavezquearacionalidadedofilósofono poder conduz necessariamente à tirania.

ProfessoradoGrupodeFilosofia,Helena G. Gonçalves

O domínio do fazer artístico é elevado a paradigma da relação homem-mundo, a arte é o espaço de mediação entre o sujeito e a sua cidade. Assim, Eugenio Trías conjuga a ascese da “alma do sensível para o inteligível”, presen-te no pensamento platónico, introduzindo nesta ascese um duplo movimento7: movimento de ascendência da alma para a Verdade, Bem ou Beleza – em que a alma tem uma experiência de encontro extasiante ou de admiração com o que a ultrapassa –, e o movimento descendente, tra-duzido na materialização da obra (poiesis). Esta é a esfera da ação polarizada em algo exterior ao sujeito, porém, resultado de um ato subjetivo. Deste modo, continuando na es-teira do pensamento platónico, o artista é aque-le que experimenta a inspiração própria do su-jeito que contemplou o mundo das Ideias – que vêm do “alto” – e materializa na obra poiética, traduzindo no ato de “trazer à luz”8 , a passa-gem do não-ser ao ser.

http://issuu.com/esab125

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:: Grupos Disciplinares

Comemoração do “Dia Paralímpico 2013” No dia 15 de novembro de 2013, parti-cipámos nas atividades promovidas pelo Comité Paralímpico de Portugal que se realizaram em sete espaços da cidade de Coimbra. O “Dia Paralímpico” teve como objeti-vos a consciencialização dos mais jovens para ainclusãoatravésdodesportoeaafirmaçãodomovimento paralímpico. Nas aulas dos dias anteriores, fizemosvárias pesquisas e elaborámos um cartaz alusivo a algumas modalidades desportivas praticadas nos jogos paralímpicos. Apósafixaçãodocartaznoátriodaes-cola, seguimos para o Pavilhão Dr. Mário Mexia, onde fomos muito bem recebidos por elementos da organização. Assistimos à sessão de abertu-ra e participámos em todas as modalidades que nos foram oferecidas e que descrevemos a se-guir. Começámos pelo Boccia. De seguida, experimentámos o basque-tebol em cadeira de rodas e terminámos com o voleibol sentado. Foi com muita alegria e satisfação que jogámos com outros alunos de diferentes esco-las e também com atletas paralímpicos. Depois desta experiência, sentimos mais respeito e admiração pelas pessoas que apre-sentam dificuldades. Estes atletas são muitoempenhados e esforçam-se por superar os obs-táculos com que se deparam, para assim pode-rem conseguir alcançar os seus objetivos. Tudo é possível … Basta querer!

Os professores e os alunos:

Ana AbrantesDaniela Oliveira

Ivo VieiraJoão Sá

Jorge MaleiroTiago Jesus

Tomás MatosRaquel Fernandes

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Grupos Disciplinares ::

Infância“A criança que fui está escondida num quarto; por vezes vem à porta e convida-me a entrar.”

SofiaRodrigues, nº 28, 12º 1C

A criança que fui... …era uma aventureira:“quão funda é aquela poça?”“quão doces são as peras daquela árvore?”“qual é o tamanho das mãos do meu pai? Da minha mãe? Do meu irmão?...” Imagem da Web Gosto de pensar que conheci, em criança, o mundo da melhor maneira:Experimentando.

Elvis Borges, nº 12, 12º 1C

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:: Biblioteca

A Avelar Brotero integra o Projeto Ler+Jovem no Plano nacional de Leitura O Projeto “Ler+Jovem”, promovido pelo Plano Nacional de Leitura, em articulação com a Rede de Bibliotecas Escolares do Ministério da EducaçãoeCiência,desafiaasescolasaprocu-rarem estratégias que reaproximem os jovens do ensino secundário da leitura e que ajudem o público adulto a descobrir o prazer de ler, le-vando os alunos a fazerem promoção de leitura junto das comunidades locais. No presente ano letivo, a Escola Secun-dária de Avelar Brotero teve oportunidade de candidatar-se a esta iniciativa com o Projeto À Sombra das Palavras, que foi selecionado e financiado para levar a efeito um conjunto deações de âmbito social e educativo [cf. http://www.planonacionaldeleitura.gov.pt/escolas/uploads/projectos/ler+_jovem___2013_15.pdf] Trata-se de um trabalho a dois anos (2013-2015) que se desenvolve em dois eixos fundamentais: a partilha intergeracional e a abordagem à co-munidade. As docentes Isabel Monteiro e Carla Fer-nandes serão coordenadoras das equipas for-madas pelos alunos de duas turmas do 10º ano (10º 2A e 10º PMDM). Os parceiros envolvidos são o Centro Social São José, o Estabelecimen-to Prisional de Coimbra, a Câmara Municipal de Coimbra, através da Biblioteca Municipal de Coimbra e da Casa da Cultura de Coimbra, e a Cooperativa de Teatro Bonifrates. Com base num plano sistemático de ses-sões de promoção da leitura junto da comunida-de adulta, procurar-se-á diversificar as formasde ler e de estar em torno do objeto lido. Assim, os alunos colaborarão na elaboração de mate-riais, na Biblioteca Escolar, destinados à apre-sentação de leituras a grupos de adultos, uten-tes das instituições parceiras. A leitura individual e partilhada, a inter-pretação e a discussão acerca dos vários tipos

de textos e/ou imagens, em associação com a produção escrita, recorrendo ao uso de ferra-mentas WEB, são as vertentes nodais deste pro-jeto. Estas ações serão complementadas com a realização de sessões de formação, dirigidas aos jovens mediadores de leitura, através da par-ceria com a Cooperativa de Teatro Bonifrates. Os excertos e obras selecionados nas diferentes ações a desenvolver terão como ponto de par-tida a estrutura do Programa de Português do Ensino Secundário. Paralelamente, a colaboração com a Rede de Bibliotecas de Coimbra, no âmbito do Plano de Ação Concelhio, em atividades especí-ficasepontuais,dirigidasàcomunidadeemge-ral, fará aportar ao projeto uma dimensão mais ampla, proporcionando o contacto com espaços e gentes diversos, em prol de uma causa cole-tiva, rentabilizando os recursos da escola e do município. O enquadramento do presente projeto, situado na leitura como pilar de aprendizagens socializadoras e no desenvolvimento de compe-tências pessoais e sociais, merece o nosso incen-tivo, pelos benefícios que apura para a formação integral dos alunos e pelo enriquecimento que potencialmente poderá gerar nos públicos-alvo.As atividades serão monitorizadas pelo PNL e pela Coordenadora Interconcelhia da RBE e se-rão avaliadas com a supervisão de uma investi-gação, realizada pela escola, sob orientação de umainstituiçãodeensinosuperior.Nofinalde2015, está prevista a publicação de uma bro-chura de divulgação das práticas desenvolvidas por todas as escolas.

Carla Fernandes,Professora Bibliotecária e Coordenadora do Projeto

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LER Ciência O mês de novembro foi dedicado à Ciência na nossa Biblioteca. Em várias partes se comemora, neste momento do ano, a cultura científica, muito devido à evocação do nasci-mento de um homem especial, que se notabili-zou no domínio da ciência, mas também da arte. Rómulo Vasco da Gama de Carvalho (Lisboa, 24 de Novembro de 1906 - Lisboa, 19 de Fevereiro de 1997) foi professor de Físico-Química do ensino secundário no Liceu Pedro Nunes e no Liceu Camões, em Lisboa. Foi também pedagogo e autor de manuais escolares, historiador da ciênciaedaeducação,divulgadorcientíficoe…poeta, sob o pseudónimo de António Gedeão.

“Amador sem coisa amada, aprendiz colegial. Sou amador da existência, não chego a profissional.”

A. Gedeão

AssimsedefineGedeão,entreaapren-dizagem e a simples existência, entre o mundo extrínseco e o questionamento interior, num registo de excelência. Rómulo de Carvalho/ António Gedeão comprovadamente mostrou, de forma exacta e coerente, que, sendo um cientista, também se pode ser, por inerência, um poeta de mérito evidente.

A propósito do autor deste mês, inicia-mos uma colaboração com o Centro Ciência Viva Rómulo de Carvalho, que funciona no Departa-mento de Física da Universidade de Coimbra (Pólo I) como centro de recursos para o ensino e aprendizagem das ciências e difusão da cultura científica[cf.http://nautilus.fis.uc.pt/rc/].Incluia Biblioteca Rómulo de Carvalho, com uma forte componente multimédia em todas as áreas da ciência, e o portal na Internet “Mocho” [http://www.mocho.pt].

Biblioteca ::

24 Jornal da Brotero Dezembro 2013

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Dezembro 2013 Jornal da Brotero 25

:: Biblioteca

No dia 25 de novembro, realizou-se uma atividade de literacia da informa-ção, participada pelas turmas de Português do 10º Ano, orientada pela voluntária de leitura Cristina Miranda e pela docente Isabel Monteiro, da Equipa da Biblioteca Escolar. Com recurso à consulta de várias enciclo-pédias, os alunos foram estimulados com questões científicas, às quais tiveramde darresposta, no menor tempo possível. Foram ainda realizadas breves experiências exem-plificativas de fenómenos físicos e químicos, em grupo, e, por fim, foi dado a ler um poema de Gedeão.

A semana de 25 a 29 de novembro foi agraciada com uma divulgação mais ampla em torno do tema - Ciência - e do autor - Rómulo de Carvalho / António Gedeão. Entre a descoberta dos fenómenos e o sonho fica-nos, de Gedeão, a essência humana.

Homem

“Inútildefiniresteanimalaflito.Nem palavras,nem cinzéis,nem acordes,nem pincéissão gargantas deste grito.Universo em expansão.Pincelada de zarcãodesdemaisinfinitoamenosinfinito.”

A. Gedeão, Movimento Perpétuo

Carla Fernandes,Professora Bibliotecária

O Centro dá apoio, como moderno centro de re-cursos e numa base essencialmente virtual, à rede de centros Ciência Viva do país, às esco-las e ao público em geral, com o objectivo de contribuir para o alargamento da cultura cientí-ficaetecnológicanacional,atraindoemanten-do mais jovens para a ciência. Na sequência da parceria estabelecida com a Rede de Bibliotecas Escolares do Ministério da Educação e Ciência, aderimos à atividade “Rómulo Fora de Portas”, que permitiu trazer à Biblioteca da Brotero 30 títulosdeâmbitocientífico,disponíveisparaosutilizadores (alunos, professores, funcionários e encarregados de educação) até ao próximo mês de Dezembro, graças ao empréstimo interbiblio-tecário. Para além disso, alguns dos exemplares depublicaçõescientíficasdaautoriadeRómulode Carvalho, emprestadas pelo CCVRC, foram expostas em local de destaque na biblioteca, a par da produção poética de António Gedeão.

Ao grupo vencedor de cada turma, foram entregues livros, como prémio.

“António é o meu nome”, de André Carrilho (BN,2006)

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Atividades ::

Programa LEONARDO DA VINCIMobilidade 2013 Tal como aconteceu em anos anteriores, a Escola Secundária Avelar Brotero, através da Equipa de Projetos Europeus, está a preparar a MobilidadedePessoasparaFormaçãoProfissional Inicial (FPI – 2013), Programa Leonardo da Vinci, com o intuito de proporcionar aos alunos dos cursosprofissionaisumestágionoestrangeiro, em países da União Europeia, “de forma a facilitar o seu desenvolvimento pessoal, a empre- gabilidade e participação no mercado de trabalho europeu” (um dos objetivos específicos do Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida). Assim, no corrente ano letivo, 11 alunos de diferentes cursos profissionais irão estagiar durante 6 semanas, de 5 de maio a 16 de junho de 2014, em diversas empresas de França, Holanda e República Checa. Em breve, será efetuada a seleção dos alunos candidatos, bem como uma reunião com os selecionados e respetivos encarregados de educação. Nessa reunião estarão presentes antigos alunos que participaram em mobilidades anteriores e que irão testemunhar a experiência vivida nos países de acolhimento. Oportunamente será publicitada informa-ção acerca dos alunos selecionados e respetivos locais de estágio.

P’ Equipa de Projetos EuropeusManuela Areias

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Alemanha

Espanha

França

Holanda

Fotos de alunos e professores acompa-nhantes dos Estágios/ Mobilidade 2011 e apresen-tação pública a 11 de julho de 2012.

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:: Atividades

Bull Session with John Jeremy Hespeler-Boultbee No dia 20 de setembro de 2013, decorreu uma sessão em língua inglesa - Bull Session - na Biblioteca da Escola, organizada pelo grupo disciplinar de Inglês. A sessão iniciou-se às 11h e teve a duração de aproximadamente 1h e 30 min. John Jeremy Hespeler-Boultbee deu a conhecer a sua riquíssima história de vida e a sua obra, enquanto homem do mundo. Nascido em 1935, em Vancouver, tem uma forte ligação a Portugal, onde viveu durante 25 anos, e nos seus olhos lemos a emoção dos fortes laços que o unem a Barrancos, Portugal e Bahir Dar, Etiópia. Reside atualmente em Victoria, British Columbia. Trata-se de um brilhante contador de histórias que cativou o público jovem e adulto, com a divulgação de aspetos pitorescos de diferentes culturas e com a sua magnífica experiência de vida. Ouvimos poesia, atravessámos o Canadá, viajámos pelo vetusto reino de Preste João, fizemos canoagem no Minho e Guadiana e descobrimos a autenticidade de Barrancos, no Alentejo. Envolvemo-nos nas suas histórias! Porque não também seguidores das suas obras? Foi um privilégio ouvir Jeremy, que deixou um conselho aos jovens: “Learn Your Lines!”, aludindoàsuaexperiênciacinematográficacomFrancoZeffirelli. Um mote para o futuro de todos.

Professoras de Inglês: Teresa Loureiro (10º1D)

Adozinda Antunes (11º1B)

Professoras acompanhantes: Maria de La Salete Albuquerque

Margarida Pinheiro

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About Jeremy Hespeler-Boultbee

Born in Vancouver, Canada, started school in Australia, continued in the United States and Canada, and graduated from high school in Britain – this last giving rise to the military service described in his book Mrs. Queen’s Chump, a military memoir. A young and insightfulofficer,whoseviewsoftenrancounterto those expressed by his superiors, he was in a unique position to observe the collapsing British Empire. Later, as a journalist living in Lisbon, Portugal, he was again witness – this time to the revolutionary shake-up and demise of another of Europe’s entrenched old orders. Hespeler-Boult-bee has worked on major assignments in Canada, the United States, Portugal and numerous countries in Africa. In addition to writing, he is an architectural historian specializing in Renaissance Portugal. He considers “home” to be Victoria, British Columbia, Barrancos, Portugal and Bahir Dar, Ethiopia.

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Actividades ::

About the SessionSome excerpts from reviews written by the students

“On the 20th September 2013, we partici-pated in an informal session in the school library to meet Jeremy Hespeler-Boultbee, a Canadian citizen with an amazing life story. He is a brilliant storyteller. We were surprised to hear that he knew so much about Portugal. In the book he wrote, “AStoryinStones-Portugal’sinfluenceonCultu-re and Architecture in the Highlands of Ethiopia (1493-1634)”, we saw that he was right when he told us, “I love rocks.”

10th 1D - Beatriz Gonçalves, Micaela Vaz, Mariana Couceiro, Ricardo Vicente

“He projected a photo of the bird he sa-ved from being killed and we could see his face reflectedinthebird’seyes.Itwasveryimpressi-ve, a cry for help that only few people can hear. We asked him some questions and we were fas-cinated by his stories.”

10th 1D - João Girão, João Pedro Rodrigues, Miguel Letra e Nuno Gomes

“It was a nice experience, because Jere-my was so funny and told us amazing stories. Our class loved all the stories and we would like to meet more native speakers like Jeremy Hespeler-Boultbee. We wished Jeremy a safe journey to Victo-ria and we took a group photo as a souvenir of this incredible morning.”

10th 1D - André Matos, Cláudio Alves e Pedro Melo

“Unfortunately we didn’t have enough time to hear all about his adventures, but from what we heard I can tell everyone was impres-sed and maybe a bit jealous. The canoeing ad-ventures, the dead bodies in the river, who has ever experienced it? It was a great experience for all of us and in the end he gave us an important piece of advice, “Always know your lines, learn your lines!”

10th 1D - Alexandra Silva, Ana Rita Brito, Constança Godinho, Diana Pimentel, Francisco Madeira

“Jeremy started the session with some funny stories and jokes and we felt more rela-xed. Then, we heard him recite poetry brilliantly, Scottish brogue and his own poem “The Editor’s Demon”. We enjoyed the story about him crossing Canada with his Portuguese girlfriend when his car was pulled over by a Portuguese-Canadian Mountie. Jeremy’s amazing spirit of adventure and his great admiration for Pêro da Covilhã drove him to Ethiopia, where he studied the Portuguese influenceoncultureandarchitecture.”

10th 1D - João Pedro Santa, João Bogalho, José Figueiredo, Rui Leandro/ Artur Simões, Sara Lopes,

Maria Rodrigues, Helder Vieira e Diogo Semedo.

“An hour with Jeremy is an hour of real life experiences. His kindness and sense of humour were the things that I appreciated the most. The love stories he shared with us, his Ethiopian wife, whom he calls his “lifeguard”, some good and enjoyable stories that I will always keep with me.”

11th 1B - Inês Parreira

“Adventure! The man inspires adventure. All we saw in his eyes was a great soul. Unfortunately, not enough time to know more about his adventures, so I would like to spend more time with Jeremy and I hope one day I’ll have the opportunity to know more about his life. I guess it was a very positive experience for all of us.”

11th 1B - Mauro Serrano

Don’t you feel so small in front of such an important person? Perhaps if I could have three grandfathers I’d choose him to be my third grandpa. At the beginning I was tired because of the PE class, but as he talked to us I got more and more impressed by his respectful age and I left for the next class with refreshed energies. We heard so many stories, so many adventures and it was such a short period of time to be with him. Did I like the session? I loved it!

11th 1B - Diogo Alves Graça

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:: Avaliação

Avaliação da EscolaSerenidade, densidade e responsabilidade pelo futuro

A palavra avaliar significa na sua raiz,entre outros verbos, “pesar” e “estimar”. Ora, é precisamente o sentido de “pesar” aquele que preferimos, na medida em que consideramos que as boas instituições têm peso, ou seja, deixam marca,nãoselimitamaodeslizarsuperficialelight, tecnocraticamente sem história. Heidegger falava em densidade. Este conceito pode ser aplicado à instituição Escola Secundária de Avelar Brotero, uma vez que é uma escola tradicionalmente com o peso/ densidade de anos de prestígio reconhecido por muitos, e na atualidade intencionalmente ignorado ou subvertido por alguns interesses/forças/ poderes exteriores à escola. “Densidade”significatambém“autentici-dade”. Neste sentido, relacionamos a necessidade de avaliar - tomar o peso - da escola com a sua densidade/autenticidade. Densidade porque é uma instituição que, para além do peso que sempre teve ao longo de sucessivas gerações, deixou nelas marcas profundas de cidadania e de competências ao nível práxico e teórico- científico. Se, como diz Paul Ricoeur, “Só tem futuro quem tem passado”, temos uma escola que pode projetar-se naquele, com base na solidez do seu passado, ao serviço da comunidade e do País. Avaliar, sendo “pesar”, é também fazer o balanço, é aventurar futuro, abalançar-se para ele. Como refere Edgar Morin, “A complexi-dade só pode ser abordada com complexidade”, neste sentido, a tecnocracia abordou, e aborda, o complexo, com uma grelha vulgar, cuja simpli-cidade é sinónimo de inautenticidade. E está aí a origem de muitos dos anticorpos que a palavraavaliação provoca, porque não se soube lidar com a complexidade da instituição escola e a complexidade e unicidade de uma elite de conhecimento que é a classe docente, visto que foi imposta como instrumento de uma orto- docência/ortoescola, num sentido menor. Como mudar esta situação? Com o contributo de todos, com um diferente olhar sobre a complexidade da avaliação… Enquadrando-a como um ato de Solidariedade/Responsabilidade para com as gerações futuras… Não somos proprietários do futuro, como tal cabe-nos a responsabilidade de deixar uma herança escolar depossibilidadesdevida,profissionalecidadã,em ordem à realização dessas gerações. Não somos proprietários do futuro,

como tal cabe-nos a responsabilidade de deixar uma herança escolar de possibilidades de vida, profissional e cidadã, em ordem à realização dessas gerações. Talvez que a primeira estratégia a seguir perante a avaliação seja a do estabe-lecimento da Serenidade, atitude a ter perante o ruído circense mediatizado, em que se faz valer, intencionalmente ou não, uma avaliação de pódios para efeitos de aumentos de audiência e/ou de matrículas nas empresas privadas de ensino. Neste sentido, será honrosa uma assunção responsável da avaliação que, perante as presentes forças subterrâneas de ataque ao que é de todos (entenda-se aqui um ataque à arété – excelência – do que é público, do espaço de aprendizagem de todos – “A Escola Pública”, criadora de oportunidades para todos), esteja muito acima da subserviência a regras procedimentais de mercado planetário. Face ao linguajar ruidoso do mercado, à novilíngua da pseudoeficáciainspiradanomodelocibernéticoredutor, afirmamos uma escola onde ainda sefala humano, e se respeitam os contornos da condição humana. A tecnocracia corta a direito. Um paradigma ecológico respeita os contornos e as margens… as diferenças... Neste âmbito, a Brotero ainda é uma Escola-Lugar, Escola-Tempo, onde ainda há lugar à celebração e ao respeito do ritmo do humano (e da sabedoria-conhecimento), num espaço atual em que pululam os não-lugares, a indiferenciação atópica, e num tempo fabril do “deve” e “haver”, vulgarmente anónimo, criados pela tecnocracia. Tomar o pulso da instituição de forma a otimizar o seu desempenho, tal é o paradigma médico a seguir: prevenir, avaliar e diagnosticar/prognosticar. Apela-se, pois, à colaboração de todos os elementos da comu-nidade educativa, pede-se que se envolvam na avaliação, no pressuposto de melhoria, na medida das possibilidades, honrando esse pas-sado que nos constitui e que constituirá os que se nos seguirem. Em nome do futuro de uma escola pública de igualdade que esteja ao serviço de todos, criadora de igualdade de oportunidades, assumamos uma avaliação responsável e séria namedidaemquefizermosvaleradiferençadacomplexidade da nossa instituição criadora de futuro, a nossa Brotero...

A equipa de Avaliação Interna

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Antigos Alunos

Olá! Olá professores! Imagino que seja estranho para vós reverem o endereço desta turma na vossa caixa de entrada, mas a verdade é que, terminado o ano letivo, não podemos deixar de vos dizer um enorme “OBRIGADO!”. Embora não saibamos ainda o que vamos fazer, a verdade é que foram vocês, professores, que nos acompa- nharam, que nos ajudaram, que nos viram caminhar até aqui, hoje! Não podemos retribuir toda a sabedoria e valores que nos fizeramchegar,maspodemosrelembrartodoocarinho, todo o valor de cada gesto vosso, de cada palavra vossa! Infelizmente, o vosso trabalho é banalizado e maltratado neste país. No entanto, queremos que saibam que somos pessoas

que pensamos de forma diferente! Vocês são as raízes de cada geração que nasce, cresce e avança nesta sociedade e, por isso, e muito mais, vemos o que fazem como um dommagnífico.Avossaentregafoicrucialefoitambém algo que não vamos esquecer! Agora, falando às pessoas que dão vida a esses professores, não nos esqueceremos de vós! A personalidade de cada um é tam-bém construída pelas pessoas que partilham da nossa vida, e assim cada um de vós esta-rá na nossa memória por muito, muito tempo! Um grande abraço, o desejo das maiores felicidades para cada um de vós e não se esque-çam de que são anjos desta sociedade, mesmo que se esqueçam de vos dizer isso mesmo! Até breve e até sempre.

12º1E, Avelar Brotero, 2012/2013

Antigos Alunos ::

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A minha escola, Brotero Nos últimos três anos, fui aluno da Escola Secundária Avelar Brotero. Tive um percurso exigente e trabalhoso, mas muito compensador. Conheci excelentes pessoas, colegas e profes-sores, com quem aprendi e evoluí. A todos os que me acompanharam, ensinaram, orientaram e que me prepararam para os meus desafios futuros, eu agradeço. Irei sempre recordar com muito carinho o meu percurso na Brotero.

Jorge Sousa

Diogo Soares (ex-aluno de Artes da Brotero)

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:: Cultura e Lazer

A Portugal

Por bárbaros e mouros cavalgado A tua voz ainda é de romanosDe condado em reino transformadoFoste a terra dos bravos Lusitanos.

Por reis viste o teu nome memoradoPor nautas teu império longos anosPoetas te gritaram em grande bradoGente chorou navegando oceanos.

Foste Pátria e moribundo és agoraQuem com génio te canta já não esperaQuem mísero parte já não te chora.

No poder, monarcas do capital,Agiotas, destruíram a quimera!Portugal,quemtegoverna,afinal?

Graça Alves

Adivinhas Portuguesas

1.- Quando vai para o mato, Vai encolhida, E, quando volta Vem estendida.

2.- De Roma me veio o nome E já coroada nasci;Demilfilhinhosquetive Todos de encarnado vesti.

3.- Os homens me dão governo E aos homens governo dou, Se eles se esquecem de mim, O meu governo acabou.

4.- Minha mãe era uma preta, Por encanto trabalhou; Para me dar branca e vermelha Assim verde começou.

5.- Qual é a coisa Que é vermelha, avermelhada, E caminha no mato E não na estrada?

1.- A corda do carro 2.- A romã 3.- O relógio 4.- A melancia 5.- O fogo

Soluções

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Ditos populares

- Não há ausentes sem culpas, nem presentes sem desculpas.- Não dês o dedo ao vilão, que te tomará a mão.-Viúvarica,casadafica.- Mal que se ignora, coração que não chora.- Quem canta antes do almoço, chora antes do sol posto.- Tudo falta a quem tudo quer.- Livra-te do homem que não fala e do cão que não ladra.- O amor é como a lua: quando não cresce mingua.- Quem nada promete nada deve.- Perdoa-se o mal que faz pelo bem que sabe.

Uma mão que se estendeUm sorriso de lágrimasUma dor que se escondeUm caminho no nadaE a solidãoQue tu podes desfazer!

09/11/2013Irene Figueiredo

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE AVELAR BROTERORUA D. Manuel I, 3030-320 Coimbra, Portugalhttp://www.brotero.pt | http://issuu.com/esab125

O Jornal da Brotero também já está disponível na plataforma “Jornais Escolares”, do Ministério da Educação e Ciência, em: http://jornaisescolares.dge.mec.pt/2013/06/19/jornal-da-brotero