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N o âmbito do projecto Escola Viva - Escola Comunidade, marcado por actividades lúdicas e pedagógicas, tivemos a oportu- nidade de receber, no dia 24 de Abril, a filha do patrono da nossa escola, Ana Cardoso Pires, a viúva do escritor e o editor Nelson de Matos. Por uma feliz coincidência, também se come- morou a edição mais recente de um dos livros encontrados após a sua morte: Lavagante - encontro desabitado. No intuito de associar as duas celebrações, a professo- ra Guilda Correia desafiou três alunas do 12.ºA a lerem o livro referido e apresentarem uma bio- bibliografia do autor, uma análise da obra e a sua contextualização. Além disso, a escola aproveitou para exibir trabalhos de alunos em homenagem a José Cardoso Pires, o que permitiu uma interacção posi- tiva entre a sua filha e as pessoas presentes (professores e alunos). O encontro finalizou com algumas questões colocadas a Ana Cardoso Pires sobre a obra Lavagante e o seu pai, e ponderações de Nelson de Matos sobre a literatura de José Cardoso Pires, escritor que marcou a cultura portuguesa pelos seus ideais e pela vontade de tornar a pátria lusa num território aberto ao mundo e à sabedoria. Esta visita foi deveras importante para a comu- nidade escolar, pois deu-nos a opor- tunidade de conhecer as pessoas que indirectamente estão envolvi- das na ESJCP. Apenas esperamos vislumbrar mais oportunidades destas. Página 1 Olhares OLHARES Junho de 2008 * Periodicidade: Anual * Realizado pelo Departamento de Estudos Românicos, com os alunos de Língua Portuguesa e Português * Colaboração da Oficina de Escrita DESTAQUES Escola Viva - Escola Comunidade Visita de Ana Cardoso Pires SAÚDE Encontrará, nesta rubrica, artigos sobre TERAPIAS ALTERNATIVAS e DIS- TÚRBIOS ALIMENTARES. Páginas 2 e 3 AMBIENTE Onde pode ler um texto sobre o AQUECIMENTO GLOBAL, suas conse- quências e algumas sugestões para o reduzir. Página 4 LEITURAS Nesta secção terá oportunidade de conhecer ou relembrar o CONTEÚDO DE ALGUNS LIVROS, através da opinião dos leitores. Páginas 10 e 11 ESCRITA CRIATIVA Onde pode ler, entre outros textos, os trabalhos vencedores do CONCURSO LITERÁRIO 2008, que este ano teve como tema «A Magia das Palavras». Páginas 5 a 9 ACONTECEU NA ESJCP Rubrica dedicada à divulgação de algumas actividades, onde poderá encontrar informação sobre VISITAS DE ESTUDO e sobre a participação da escola no CONCURSO «ENTRE PALAVRAS», promovido pelo Jornal de Notícias. Páginas 16 a 20 Escola Secundária/3 José Cardoso Pires Cheila Pinto 12º A Redacção do Jornal: Professora Helena Alcobia Professor João Carlos Costa OLHARES

Jornal da ESJCP 2008 - Olhares

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Jornal da Oficina de Escrita da Escola Secundária/3 José Cardoso Pires - Olhares nº 1 - 2008

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No âmbito do projectoEscola Viva - EscolaComunidade, marcadopor actividades lúdicas

e pedagógicas, tivemos a oportu-nidade de receber, no dia 24 deAbril, a filha do patrono da nossaescola, Ana Cardoso Pires, aviúva do escritor e o editorNelson de Matos. Por uma felizcoincidência, também se come-morou a edição mais recente deum dos livros encontrados após asua morte: Lavagante - encontrodesabitado. No intuito de associaras duas celebrações, a professo-ra Guilda Correia desafiou trêsalunas do 12.ºA a lerem o livroreferido e apresentarem uma bio-bibliografia do autor, uma análiseda obra e a sua contextualização.Além disso, a escola aproveitoupara exibir trabalhos de alunos emhomenagem a José Cardoso Pires,o que permitiu uma interacção posi-tiva entre a sua filha e as pessoaspresentes (professores e alunos). Oencontro finalizou com algumasquestões colocadas a Ana CardosoPires sobre a obra Lavagante e oseu pai, e ponderações de Nelsonde Matos sobre a literatura de JoséCardoso Pires, escritor que marcoua cultura portuguesa pelos seusideais e pela vontade de tornar a

pátria lusa num território aberto aomundo e à sabedoria. Esta visita foideveras importante para a comu-nidade escolar, pois deu-nos a opor-tunidade de conhecer as pessoasque indirectamente estão envolvi-das na ESJCP.Apenas esperamos vislumbrar maisoportunidades destas.

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OOLLHHAARREESSJunho de 2008 * Periodicidade: Anual * Realizado pelo Departamento de Estudos Românicos,

com os alunos de Língua Portuguesa e Português * Colaboração da Oficina de Escrita

DESTAQUES Escola Viva - Escola ComunidadeVisita de Ana Cardoso Pires

SAÚDEEncontrará, nesta rubrica, artigossobre TERAPIAS ALTERNATIVAS e DIS-TÚRBIOS ALIMENTARES.

Páginas 2 e 3

AMBIENTEOnde pode ler um texto sobre oAQUECIMENTO GLOBAL, suas conse-quências e algumas sugestõespara o reduzir.

Página 4

LEITURASNesta secção terá oportunidade deconhecer ou relembrar o CONTEÚDODE ALGUNS LIVROS, através daopinião dos leitores.

Páginas 10 e 11

ESCRITACRIATIVA

Onde pode ler, entre outros textos,os trabalhos vencedores doCONCURSO LITERÁRIO 2008, queeste ano teve como tema «A Magiadas Palavras».

Páginas 5 a 9

ACONTECEUNA ESJCP

Rubrica dedicada à divulgação dealgumas actividades, onde poderáencontrar informação sobre VISITASDE ESTUDO e sobre a participação daescola no CONCURSO «ENTREPALAVRAS», promovido pelo Jornalde Notícias.

Páginas 16 a 20

Esco l a Secundár ia /3 José Cardoso P i res

Cheila Pinto12º A

Redacção do Jornal:Professora Helena Alcobia

Professor João Carlos Costa

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E TerapiasAlternativas

Designam-sepor alternativasas terapiasque nãoseguem as viasda medicinaconvencional.

Há alguns anos, estas práticas eramencaradas com reserva e considera-das obscuras. Hoje, graças à abertu-ra das mentalidades e ao conheci-mento de práticas de outras culturas,a expressão terapias alternativas é jásubstituída por terapias comple-mentares, visto que em instituiçõesde saúde são muitas vezes aplicadassimultaneamente com a medicinaconvencional ocidental.

Terapia com Animais

Há alguma controvérsia sobre deonde provem e a quando remonta aterapia com animais, mas pensa-seque possa ter começado no séc. IX,na Bélgica, onde as pessoas comnecessidades especiais eram incenti-vadas a cuidar de animais domésti-cos.Recentemente, tem sido estudadaesta terapia, que consiste em recor-rer aos animais para auxiliar a recu-peração física ou psicológica de cri-anças e adultos, processo terapêuti-co no qual estão envolvidos o tera-peuta, o animal e o treinador.Os animais usados têm característi-cas comportamentais e morfológicasadequadas e recebem previamenteum treino específico de um especia-lista que acompanha o animal na te-rapia.Animais de terapia como cães, gatos,aves, cavalos, burros, golfinhos e atémacacos, ao interagirem com indiví-duos com deficiência mental, orgâni-ca ou motora, desenvolvem estímulos

como a atenção,a concentração, acapacidade decomunicação e alocomoção.Os cães sãomuito usados co-mo recurso tera-pêutico (cinote-rapia), pela suaconfiança e auto-domínio, e écomum guiarempessoas com difi-culdades de vi-são, auxiliando-as no dia-a-dia.Duas das espécies de animais tam-bém muito comuns nestas terapiassão o cavalo (equoterapia ou hipote-rapia) e o burro (asinoterapia), quesão importantes no acompanhamen-to de crianças com paralisia cerebral,síndrome de Down e hiperactividade.Não só montar o animal, comoescová-lo e alimentá-lo, é benéficopara a coordenação motora e bem-estar emocional.A delfinoterapia, em que o animal deterapia é o golfinho, tem reveladotambém muito bons resultados, prin-cipalmente com crianças autistasque, depois dos tratamentos, têmdemonstrado muito mais capacidadede aprendizagem. A terapia comgolfinhos pode também curardepressões e ajudar pessoas quesofrem de doenças como síndromede Down ou surdez.

A Aromoterapia

A Aromoterapia consiste na aplicaçãoterapêutica de óleos essenciais quesão extraídos de flores, folhas,caules, frutos e raízes, e tambémdestilados de resinas.A Aromoterapia é uma das técnicasde cura mais antigas. Já no tempo doNeolítico, eram utilizadas plantaspara dar sabor à comida, ajudar acurar ferimentos e suavizar a peleseca. No antigo Egipto, usavam-seóleos no processo de mumificação. Hoje, a prática da Aromoterapiaencontra-se bastante difundida pelosquatro cantos do mundo, mas aindaé, na maioria dos países, consideradacomo uma medicina complementar.

Em França, a Aromoterapia faz parteda formação médica. A aplicação dos óleos é feita empequenas quantidades, através deinalação, massagens, banhos, com-pressas, difusores de ambiente, etc.Ocasionalmente, um produto é usadointernamente. Os óleos essenciaisnão podem ser usados no seu estadopuro, têm de ser misturados e diluí-dos em veículos neutros, como óleosvegetais ou álcool de cereais.Estes possuem propriedades anti-sépticas, como as da lavanda e dogerânio, que são eficazes contrainfecções causadas por bactérias,vírus e fungos. São também aprecia-dos pelas propriedades desintoxi-cantes, como o louro, o limão, oeucalipto, e pelos seus efeitos cal-mantes e relaxantes, que provocamuma sensação de bem-estar e har-monia.A Aromoterapia tende a curar ascausas da doença. A principal acçãoterapêutica dos óleos essenciais con-siste em fortalecer os órgãos e assuas funções, e agir sobre os meca-nismos de defesa do corpo. As terapias com animais e a aro-moterapia são duas das muitas tera-pias complementares que existem.Estas tendem a ser cada vez maisprocuradas, não só pela necessidadede novas experiências como pelosóptimos resultados que se têm obti-do.

Ana Sofia Sá CostaInês Margarida Peralta Ferrreira

8º C

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Comer saudavelmente contribui para o bem-estar eajuda a prevenir doenças crónicas e degenerativas.Porém, a alimentação saudável pode tornar-se numdistúrbio alimentar, se for levada muito a sério,denominando-se Ortorexia. Este termo é um neologismo baseado no gregoorthos que significa correcto e orexis que significaapetite. Foi criada por Steven Bratman, um médicoamericano, com o intuito de baptizar um quadro ouuma condição que ele define como um novo distúr-bio alimentar, no qual os indivíduos demonstramuma fixação patológica em comer alimentossaudáveis. O objectivo dos ortorécticos é ingerirem alimentosque contribuam para o bom funcionamento doorganismo e libertem o corpo e a mente deimpurezas, para alcançarem um corpo saudável.Evitam tudo o que consideram patogénico e defen-dem que tudo tem de ser extremamente limpo,porque pensam que a higiene e a pureza originamsaúde. Além disto, a abstenção de ingerir alimentosgordos e com açúcar, a preocupação exageradacom a confecção, composição, origem e comerciali-zação dos alimentos, a leitura detalhada dos rótulosdos mesmos e a falta de confiança nos restau-rantes, levando-os a confeccionar pratos exclusivospara eles próprios, são outros comportamentos dosortorécticos.Os grupos que impõem mais restrições na sua dietaalimentar como, por exemplo, os vegetarianos e osmacrobióticos, podem constituir a população derisco desta doença.As causas principais da ortorexia são a obsessãopelo estado de saúde e o medo de engordar.

A dependência deuma alimentaçãosaudável, o afasta-mento dos familiarese a falta dos nutri-entes existentes nosalimentos que nãoconsomem (dondedecorrem doençascomo a anemia e asavitaminoses) sãoas consequênciasmais graves da ortorexia.O seu tratamento consiste na psicoterapia, paraque haja um processo de reeducação alimentar euma assistência psicológica de modo a controlar oproblema por completo. Envolve uma variadaequipa de especialistas (como nutricionistas, psicó-logos, entre outros), mas também a família e osamigos. Apresentamos a seguir os procedimentos básicos aadoptar quando esta disfunção é diagnosticada: - Reconhecer a existência do problema em simesmo, parar de pensar o tempo todo em alimen-tos saudáveis e encarar a ortorexia como um mal enão como uma virtude; - Identificar as razões que o levaram a tornar-seobsessivo;- Adoptar gradualmente uma alimentação equilibra-da, variada e completa.

Texto adaptado de: http://wikipedia.org/wiki/Ortorexia

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EA anorexiaA anorexia nervosaé uma disfunção alimentar,caracterizada poruma rígida dieta alimentar,que provocaum baixo peso corporal.A anorexia nervosa é uma doença que envolvecomponentes psicológicos, fisiológicos e sociais.Uma pessoa com anorexia nervosa é chamada deanoréctica, sendo que uma pessoa anorécticapode ser também bulímica. A anorexia nervosa afectaprincipalmente adolescentes do sexo feminino e jovensmulheres do hemisfério ocidental, mas também afectaalguns rapazes.No caso dos jovens adolescentes de ambos os sexos,poderá estar ligada a problemas de auto-imagem, dificul-dade em ser aceite pelo grupo. Isto acontece especial-mente se houver algum tipo de obsessão, história de

abuso sexual ou de buling. A taxa de mortalidade daanorexia nervosa é de aproximadamente 10%, uma dasmaiores de entre as mortes causadas por transtorno psi-cológico.Texto adaptado (http://pt.wikipedia.org/wiki/Anorexia_nervosa)

Rui CapelasAndré Santos

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Tukayana QuaresmaVilmar Pindalé

10º B

A ortorexia

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O dióxido de carbono eoutros gases aquecem asuperfície do planetanaturalmente,mantendo o calor solarna atmosfera.

Isso é bom porque mantém o nossoplaneta habitável. Porém, ao queimarcombustíveis fósseis como o carvão,o gás e o petróleo e deitando abaixoflorestas, aumentamos dramatica-mente a quantidade de dióxido decarbono na amosfera da Terra, provo-cando um aumento de temperatura.

A vasta maioria dos cientistas concor-da que o aquecimento global é umarealidade, já está a acontecer e não éuma ocorrência natural, mas sim oresultado das nossas actividades. Asprovas disso são indiscutíveis.

Já estamos a ver mudanças. Osglaciares estão a derreter, as plantase os animais estão a ser forçadospara fora do seu habitat e o númerode tempestades e secas está aaumentar.

O número de furacões da categoria 4e 5 quase duplicou nos últimos 30anos.

A malária espalhou-se para locais demaior altitude, lugares como osAndes Colombianos, 2133 metrosacima do nível médio da água do mar.

O movimento do gelo dos glaciaresduplicou na Gronelândia, na décadapassada.

Pelo menos 279 espécies de plantas eanimais já estão a responder aoaquecimento global, movimentando-se para mais perto dos pólos.

Se o aquecimento continuar, pode-mos esperar consequências catastró-ficas, tais como:

- mortes que, devido ao aquecimentoglobal, duplicarão em apenas 25anos, podendo atingir até 300000pessoas por ano;

- a subida demais de 6 metrosdos níveismédios globaisda água do mar,devido à perdade gelo naGronelândia eAntártida, devas-tando áreas juntoao litoral por todoo mundo;

- as ondas decalor serão maisfrequentes e maisintensas;

- as secas e os fogos irão ocorrer commais frequência;

- o oceano Ártico poderá ficar com-pletamente desprovido de gelo noVerão, por volta de 2050;

- a extinção de mais de um milhão deespécies de todo o mundo, por voltado ano de 2050.

Não há dúvida de que podemosresolver este problema. Na verdade,temos a obrigação moral de o fazer.Pequenas mudanças na nossa rotinadiária podem ajudar a reduzir oaquecimento global. O dia em que começamos a mudar omundo é hoje. Não fiques indiferen-te!

Pequenos gestos que podemfazer uma grande diferença

Às vezes, bastam pequenos gestospara salvar o mundo. Há coisas quepodemos fazer sem muito sacrifício eque podem diminuir a quantidade dedióxido de carbono que lançamospara a atmosfera.Se muita gente abdicar de umguardanapo por dia, ao longo de umano, pode-se poupar mais de um mi-lhão de toneladas de papel.

Mudar para um carro que consumamenos combustível ou mudar paraum carro movido a uma energia reno-vável (energia solar...etc), podereduzir drasticamente a quantidadede dióxido de carbono que enviamos

todos os anos para a atmosfera. Apropósito, algumas marcas desen-volveram motores tão limpos que o arque sai do tubo de escape é maispuro do que o ar de certas cidadesnorte-americanas.

A utilização de lâmpadas de baixoconsumo também pode impedir quemuitas toneladas de CO2 sejam en-viadas para a atmosfera.

Desligar os aparelhos, como porexemplo o computador, a televisão, omicroondas, os telemóveis... etc.,quando não os estamos a utilizar, éigualmente importante.

Comer menos carne de vaca tambémpoderia diminuir consideravelmenteos níveis de poluição. Por estranhoque pareça, a indústria de criação degado bovino para consumo humano édas indústrias que envia mais dióxidode carbono para a atmosfera. Istoacontece porque os gases emitidospelo gado são mais do que todo odióxido de carbono enviado para aatmosfera por todos os automóveisna América do Norte.

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E O aquecimentoglobal

Patrícia Marques8º C

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Em ti me encontreiEm ti me reviPensa o que quiseresNão sei viver sem ti

Sem ti, não sou ninguémTenho medo de me perderPeço imensa desculpa se te fiz sofrer

Por ti, farei o que for precisoPor favor, dá-me o teu sorrisoFica a meu ladoQuero ser o teu namorado

Amo-te mais que tudoQuero ser o teu abrigoO tempo voa quando estou contigo

Eu sou teu amigoSerei teu companheiroPor mim, estava contigo o dia inteiro

Tidus

A propósito do episódio do Consílio dos Deuses noOlimpo d'Os Lusíadas, de Luís de Camões, o JoãoFelizardo, do 9º A criou o seguinte discurso:

- Boas, eu sou o Atmos e sou o deus da atmosferaE acho que o deus Baco está a ser uma verdadeira fera.Eu dou o meu voto à deusa Vénus da beleza,pois os portugueses buscam a glória e não a riquezaSão bons navegadores e aproveitam muitos ventosE nesta viagem já passaram por muitos tormentosBaco, já estás a ver isto a dar para o torto, Mas não te honrarão os portugueses com o famoso vinho do

Porto?E a coragem que todo eles têm nos seus coraçõesÉ comparada à força e agressividade dos próprios leõesOs portugueses a navegar ganham asas de condorE não foi um português que dobrou o Bojador?Eles já navegaram por muitas terras estranhasE a grandeza dos seus feitos é equiparável à maior das

montanhasJúpiter, rei dos deuses, o meu voto já está dadoAgora espero que o teu seja o mais ajuízado.

João Felizardo9º A

Quero tudo o que nunca foi

Um dia... serei.Hoje sou.E todos os dias desejo ser ainda mais.

Procuro. Descanso. Conquisto.

Não me deixo cair em terra, nem quero.Vivo para viver e nunca deixar de ser.Sou eu(s) apenas.

E tudo o que me revolta aqui dentro.Quer sair!Mas eu não deixo.

Vou-me deixando consumir a mim mesmo.Vou bem fundo.Procuro.

Quero que tudo volte a ser o que nunca foi.O presente revolta-me.

Grito ao vento,e ele passa-me ao lado,olha para mim com um ar de desdém.Ele não quer saber... não se importa...Nem ele nem o mundo.E às vezes nem eu...Descanso.

Sento-me.E não sinto nada daquilo que já senti.Quis sentir a vitória, a glória... quis sentir, apenas...Sentir...

Mas nada quis voltar...Afinal, eu mudei...Cresci? Isso não sei.Mudei apenas..E tu também.Conquisto.

Sou rei... de mim mesmo.

Luis Lanção12º F

Tu

Tu és o fogo que minhas veias incendeia,A luz que meus passos ilumina,Seduz e alucinaMeu doce perigo. És como uma canção,Ao vento, imaginária,Dissipando a solidão. Como uma cascata de águas cálidas,Seguindo seu curso lentamente. És o meu fruto proibido,O jardim onde não posso entrar,És o meu sonho escondido,Que a realidade vai mostrar.

És o meu pecado favorito...

Nuno Giro12º E

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Oque é realmente uma palavra? Eu diria que nãoé nada. Apenas um monte de rabiscos(des)ordenados. Mas a verdade é que lhes

devemos algum crédito, são a nossa primeira fonte decomunicação, permitem-nos expressar os nossos senti-mentos, o que nos vai na alma, e é mais que certo queo mundo não funcionaria sem elas, não funcionaria. As

palavras vêm em vários tamanhos e feitios, valor epoder. Temos as mais pequenas, menos valiosas emenos poderosas como olá, adeus... etc. Mas há muitopor detrás de uma palavra, por exemplo, a maneiracomo a dizemos, um até logo pode estar com tanto ódiopor detrás que pode querer dizer: seu sacana, esperoque quando te voltar a ver estejas enfiado num caixão.

CONCURSO LITERÁRIOA MAGIA DASPALAVRAS

Divulgamos aqui os dois textos de alunos premiados no concurso literário de2007/2008, organizado pelo Departamento de Estudos Românicos e a Oficina deEscrita.

Escalão A - Ensino Básico - 1º prémio

Algo *

Houve um dia em que o sol acordou diferente, em que o azul do céu se apresentou de uma outra forma.Nesse dia, tudo deixou de ter aquele vulgar sentido... tudo deixou de, simplesmente, parecer agradável.Nesse dia, não houve um único constrangimento que tomasse conta da (minha) respiração. Nesse dia...um grão de esperança libertou-se e instalou-se, relutantemente, em frente a todo um olhar que ia ficandodesprovido de asas, desprovido de sonhos, desprovido de algo!...A partir desse dia, nenhum desalento deteve a vontade de correr. A partir desse dia, nenhuma gota deágua se mostrou capaz de travar o (meu) esplendoroso sentir. A partir desse dia, toda a história se redi-gia da forma mais inesperada, mais marcante, mais sólida, mais...Hoje, tudo aquilo que se constrói é suportado pelo brilho de uma insólita essência capaz de significar maisque o mundo que, por sua vez, suporta sonhos, desejos, apertos, afrontas, mas, acima de tudo, suportaalgo!Tudo aquilo que retemos, o sol, que outrora havia acordado de forma diferente, fará, alegremente, vingar.

Zk12º D

Ricardo Lima12º E

O que seria do mundo sem as suas nuvens?Do céu sem os mares?Ou das estrelas... exibicionistas, sem milhares de olhos,que contemplam a sua beleza?

E a Lua? Ó doce Lua,tão sombria és, e tanto me fascinas!Pálida, serena, fria e solitária.

Quantas almas, perante tirealizaram belas juras de amor?E tu, apenas te limitaste a ouvi-las.

És tu, Lua, quem desperta nos homens as suas vidas,mas tão distante te encontras,que nem às minhas cartas poderás responder.Tão solitária és, que me rejeitas, me ignoras...

Ó Lua, o que seria de mim sem ti?

Sinto ...

Sinto tudo...Mas... ao mesmo tempo...não sinto nada...Sinto que este vaziose vai apoderando de mim...de dia para dia.Sinto que a tua faltase entranha em mim.Da forma mais dura...insana.Sei tudo,mas não sei nada...

Preciso de ti...

J.P.

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Mas nem todos os até logos são assim, há tambémaqueles que estão carregados de amor: conto todos osnanossegundos até te ver de novo, amo-te! Mas, nova-mente, isto não deve ser tomado literalmente, é só umexemplo e nada disto é científico. Por falar em científi-co, temos as palavras científicas, as mais inteligentes,mais poderosas, demasiado orgulhosas e, sobretudo,são umas palavras muito pedantes, nem se dignam aser escritas na mesma língua que se fala no país ondeestão a ser utilizadas, sempre em latim... pfff. Outro dosproblemas das palavras é que não são iguais em todo olado, o que se torna bastante aborrecido, até perigoso.Quantas pessoas sofreram, ou mesmo foram mortas,por causa de uma simples falha de comunicação?Diriam: não muitas, alias nenhumas, mas estamo-nos aesquecer da guerra no Iraque, o número de mortos éincalculável, civis muitos deles. E tudo por causa deuma falha de comunicação gravíssima entre ameri-canos e iraquianos, uma falha que é mais profunda doque uma simples incompreensão da língua estrangeira,uma falha que não compreendemos e que nãopodemos reparar.

Há outra situação bastante incómoda com aspalavras: é que muitas combinações delas não sepodem dizer, principalmente as mulheres, que se sen-tem cada vez menos encorajadas a dizer o que pen-sam. Diz-se às crianças para não opinarem, algo incon-veniente pode ser suicídio social e algumas provocambrigas apaixonadas. Na minha opinião não devia haverpreconceitos, sussurros atrás das costas (emboradesde pequeno me digam que por trás pode-se dizertudo), discriminação e sobretudo mexericos. Os mexeri-cos são a escumalha das palavras, são os fungos quecrescem na casca podre de uma árvore, aliás são o lixoque se deposita por baixo do fungo. São aquilo quepode destruir uma pessoa, na pior das hipóteses, edeixá-la seriamente humilhada, na melhor. São aquiloque, em noventa e nove por cento das vezes, é comple-tamente mentira e que é apenas inventado e espalhadopara entreter as massas e, diga-se de passagem, estastambém não lhes acham grande piada.

Depois temos as declarações de amor, são aquelaspalavras muito lamechas por si só e que quando estãojuntas formam uma lamechice tão grande que muitaspessoas têm dificuldade em manter o almoço no estô-mago. Temos também as confissões, provavelmente aspalavras mais saudáveis, saudáveis porque, se nãoforem ditas, corroem as entranhas como ácido eacabam por dar uma azia muito grande a uma pessoa,são aquelas palavras que, ao serem ditas e ao dizerem-nos de volta que está tudo bem, parece que, derepente, o sol brilha com mais intensidade e que nosretiraram um enorme elefante cor-de-rosa de cima dopeito. Na minha opinião são as melhores de todas.

Claro que nem todas as palavras são agradáveis etêm uma razão de ser, há sempre as terríveis asneiras,algumas tão grandes que as pessoas consideram umpecado mortal dizê-las, mas, sinceramente, o que éuma asneira? Uma palavra, muitas vezes uma formadesagradável de dizer outra coisa, mas não passa deuma palavra, um aglomerado inerte de letras, que porsua vez são rabiscos e linhas pretas (não obrigatoria-mente, também podem ser azuis, verdes, amarelas...etc). As pessoas apenas as dizem porque não é supos-to dizê-las, se não fossem proibidas socialmente as

pessoas não lhes prestavam atenção nenhuma, ouseja, a melhor maneira de impedir uma pessoa de dizeralguma coisa é dizer-lhe que o pode dizer.

Depois há as verdades e as mentiras. As primeiraspodem ser duras, cruas, macias, surpreendentes,desagradáveis, inconvenientes, convenientes e muitomais, contam aquilo que realmente se passou, contamo que aconteceu, o que foi dito e apenas isso, e não têma culpa de o fazerem. Muitas pessoas não as apreciam,mas a culpa é de quem as decide revelar ao mundo. Asmentiras são usadas normalmente para encobrir as ver-dades menos convenientes ou desagradáveis, emboraexistam casos bastante horríveis, mas não raros, dementiras completamente desnecessárias, apenas uti-lizadas para infligir dor.

Uma das mais bonitas formas de palavras são asletras das canções, que contam tanta coisa como umahistória, mas que, normalmente, estão carregadas coma bagagem emocional de alguém que quer expor a suador, felicidade, fortuna ou miséria ao mundo. Acho quemuitas pessoas não vivem sem música, talvez porquese identificam muito com ela, mas sinceramente nãofaço a mínima ideia porquê. O facto é que ela nos ajudaa passar pelos momentos mais difíceis da nossa vida ealegra os nossos momentos mais felizes. E todas aspessoas têm uma música, ou, como no meu caso, umCD, que lhes faz lembrar alguma coisa, quer seja boaou má, e não passamos um dia sem ouvi-la e sentimosque morreríamos se a perdêssemos. Acho que arelação dos seres humanos com a música é das maispeculiares, uma relação assaz estranha.

E, por último, a utilização final das palavras (embo-ra tenha a certeza de que me esqueci de alguma), e amais útil, as palavras contadoras de histórias! Sãoaquelas que fazem aquilo e, exclusivamente, aquilo quequeremos. Podemos transformar um sapato numbisonte, uma caneta num rato e muito, muito mais! Nãosão só os escritores que produzem estas palavras con-tadoras de histórias, as histórias podem vir de qualquerpessoa: de um velho sentado ao pé da lareira com osseus netos, de uma mãe que tenta adormecer os seusfilhos, de um pai que quer contar como roubava asmaçãs do vizinho, de uma criança a contar como foi oseu dia, de uma adolescente a escrever no seu diário,de um homem adulto que quer contar à família comoera horrível estar no escritório ou de uma família muitounida que discute apaixonadamente algum assunto aojantar.

E pronto, a magia das palavras é poderem transfor-mar algo feio em algo belo, algo belo em algo feio, époderem destruir, construir, humilhar, envergonhar, ale-grar, tornar miserável, omitir, desmascarar, aliviar, cul-par, é poderem transformar um sapato num rato, umcastelo num pântano. É a magia de transformar tudo emnada, e é a magia de pegar no vazio e criar tudo a par-tir dele. As palavras são aquilo que nos faz viver, quenos faz vibrar. Mas volto a repetir: o que é realmenteuma palavra? Só, não é rigorosamente nada. Aspalavras fazem as pessoas, mas as pessoas fazem aspalavras, fazem-nas ser o que realmente são, sem pes-soas as palavras são gatafunhos, esquecidos e entor-pecidos por não os usarem.

Patrícia Marques8º C

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Omeu fiel dragão dorme depois de uma durabatalha que travámos juntos em defesa da luzdo nosso mundo mágico, que tantos querem

destruir. "Aidan" sabe que no mundo das palavras tudoé possível, por isso fica atento e num acto de afectoenvolve-me no seu corpo, num abraço profundo, paraque eu esteja e me sinta sempre protegida.

Assim fico… Lembro-me por efémeros momentosquando o encontrei nesta praia, ainda dentro dogrande ovo, prestes a eclodir.

Assim fico… Neste magnífico areal branco, em queo meu olhar se fixa neste mar, tão meu. Sinto-o. O seucheiro está gravado em mim, assim como o murmúriodas ondas que me afaga. Busco o silêncio, encontro averdade.

Avanço para a folha em branco e arrisco desenharuma letra após outra, como uma dança que nasceinstintivamente do vazio, de forma perpétua, no rumoda vontade, e sempre sem destino final. Assim nascemas minhas palavras, que ainda são apenas um frag-mento de melodia. Toquei as teclas do piano dasmusas e, sucessivamente, vão surgindo tantas e tan-tas palavras, num turbilhão de escolhas aleatórias deimaginação, fantasia e quimera, e algumas memóriasde um passado muito presente, e dum futuro escritopor mim. Reflectem como um espelho de alma, porvezes desnuda até ao tutano, exibindo as tatuagensda vida que escondo dia-a-dia. É sempre assim…

Em conjunto, as palavras formam um enredoesplêndido. São tudo e nada. Podemos pensá-las (queseria do pensamento sem palavras?!), podemossonhá-las, mas o importante é senti-las - mesmo quecada um as sinta de modo diferente, e de maneiradiferente a cada momento, independentemente do sig-nificado que se lhes dá. Cada palavra tem o seu sabor,que depende de pessoa para pessoa.

Abro o meu livro preto, de letras doiradas, como osol que me ilumina. As palavras são o meu sonho, rea-lidade que crio todos os dias, para fugir do verdadeiroreal. É nelas que me envolvo agora ao ler o que outro-ra escrevi, e em momentos viajo…

Caminho no areal, percorrendo-o devagar à beiramar, deixando para trás pedaços de vida marcados emcada pegada. O mar que me salga o coração beija-mesuavemente a pele. As minhas lágrimas salgadas dador caminham para ele, pois fazem parte dele. O meuolhar prende-se ao horizonte, e o pensamento nãoexiste, são palavras perdidas - soltas ao vento, comoos meus longos cabelos.

Ao longe vejo o teu vulto. Reconheço o teu corpo,sinto e reconheço a tua alma. Caminhamos um para ooutro e abraçamo-nos. Há muito que estás ausente.Perdi-te, ou perdeste-me no dia em que partiste paraoutro mundo.

Os teus olhos, rubis resplandecentes, dizem aspalavras que quero ouvir, mas que tu calas. O teusilêncio grita em mim.

Pegas-me suavemente na mão e montamos o teuPégaso, cavalo branco e alado que te acompanha na

vida. Atravessámos o tempo e o espaço, e mostraste-me este mundo, de onde eu fujo tantas e tantas vezes.

Estivemos na selva fresca, e apreciámos ao por-menor a essência da Natureza. Cada árvore é símbo-lo da evolução perpétua.

Mergulhámos no lago formado pela mais bela cas-cata, e fomos álveo fluído de um rio, que percorremontes e vales, até chegar ao tão desejado mar.

Num milhafre sobrevoámos as longas e fortesmuralhas, mas foi numa ave que passámos porsavanas e parámos no deserto quente, de terras ári-das. O deserto é mais velho e sábio, e é tão grandeque os horizontes ficam longe, sentimo-nos pequenose ficamos em silêncio, ouvindo apenas o bater doscorações.

Como gaivotas, rasgámos o imenso e majestosomar, e voltámos à praia do destino - a ilha de onde par-timos. O dia estava a acabar, e o céu tingia-se de umamistura de cores, escorregámos no arco-íris, símbolode caminho e meditação, entre o céu e a terra, portaaberta para outro mundo. Ainda o astro-rei não setinha deitado, já a lua nos espreitava, tímida, mas cúm-plice de mim… e de nós.

Anoiteceu. A noite escura surgiu, já nós estávamosno largo da costa. Mareámos pelo mar calmo - queembalou os nossos corpos, no pulsar das ondas.Bebemos o licor sagrado, o néctar do amor. Demo-nos. Almas unidas, num só corpo. Como num pedaçode dança, o homem completa a mulher. Como o dia,com o sol - masculino -, se completa com a lua - femi-nina.

Sentámo-nos na lua crescente, como o nossoespírito, onde observámos o indescritível céu estrela-do, e acabámos por adormecer. O alvorecer já estavaa surgir quando acordámos na praia. A tua partida eracerta. As palavras que trocámos pelo olhar triste, mascintilante, eram suficientes, para sabermos o que sen-tíamos. Era a despedida final, peremptória, ambossabíamos disso. Abraçaste-me de uma forma comonunca o tinhas feito. A dor da despedida apertava ocoração. Sabíamos que apenas era uma separaçãofísica, mas esse sofrimento era imenso. Partiste emdirecção à luz, no desejo de passares a cortina do fogo- que te tornaria imortal. Assim fico… Eu, essência daságuas, nascida da agitação do mar e das levezas dasua espuma - só, na penumbra da vida.

Apenas no mundo das palavras é possível trazer-tepara mim. Só nas palavras de quem sonha é possívelviajar, e recuar e avançar no tempo, como uma brin-cadeira de criança. É nas palavras que me refugio detudo e todos, do mundo cruel, da inveja, da maldade,da guerra… Onde tudo pode acontecer quando, e sim-plesmente, como eu quero.

Assim fico… No colo de "Aidan", vislumbrando omar, onde me perco para me encontrar.

Fecho o meu livro. Hoje não escrevo.

Luna(pseudónimo)

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"Amigo não é uma palavra, é algo mais que umaunião". […] Amigo é "aquele que nos lê nos olhos oque nos vai no coração". Amizade não se descreveem palavras, sente-se em cada momento, gesto,palavra, tempo e memórias que juntos são vividos,inesquecíveis por mais tempo que passe. Amigossão estrelas no universo a que chamamos "vida", eamizade é a cor que pinta o nosso mundo, que fazo dia mais escuro parecer ensolarado, é ter semprealguém que se assegura de que o nosso sorrisojamais esmorecerá. […] Amizade é transformar umsorriso numa conversa, é olhar um para o outro porhoras e sentir que foi a melhor conversa que algu-ma vez tivemos. Amigo é aquele com quem nos

podemos comportar como verdadeiros "idiotas" e,não importa a razão, é aquele que se rirá connoscoe não de nós […] aquele que está ao nosso lado atéao final dos tempos, mandando todas as lágrimasembora, que sorri quando sorrimos, e sente a dorque estamos a sentir. Um amigo pode não estarapto para nos erguer a cabeça, mas pensará emtodas as maneiras de não nos deixar cair. É aqueleque, apesar de ferido, tem força para nos dar amão. Enfim… Amizade é o início de um começosem fim.

AMIZADE

Inês Andrade10º F

"Quem sou eu?"Mas será que existe mesmo alguém capaz de

responder a esta pergunta aparentemente tão sim-ples, mas no fundo com uma complexidade gigan-tesca?...

Afinal… Quem sou? […] Uma rapariga normal…Amada por uns, odiada por outros e indiferente aosrestantes, porém, apenas mais uma num milhão. Jápensei que era feliz e descobri que ninguém o podeser a cem por cento. Já me senti a mais nesteMundo e cheguei à conclusão de que o Mundo per-tence à harmonia, sendo o ser humano o caos. […]Já sonhei bem alto e cheguei à conclusão de que,quanto mais alto sonhasse, maior era a queda;então, aprendi a pensar primeiro com a cabeça e sódepois agir com o coração. Já descobri que hácoisas "simples" que se tornam tão difíceis… Emagoam, quando podiam ser a melhor coisa doMundo. Já pensei ter construído "sonhos em cimade grandes pessoas", mas cheguei à conclusão deque "grandes eram os sonhos, e as pessoas?Pequenas demais para torná-los reais". Já senti afalta de alguém e já chorei por ela também. […].Hoje tomo a atitude, mostro quem sou e como sou,não o que querem que eu seja, mostro que eu, […],posso ser muito mais do que eu mesma penso queseja. […]. Tenho muitos amigos, […] verdadeiros,

que se preocupam comigo e que, quando rio, masno fundo só me apetece chorar, são eles que lá vãoestar, com o seu ombro amigo, de corpo e alma aquererem ver-me bem, ou até mesmo nas alturasem que chegamos a chorar de tanto rir… E fico tãofeliz com isso …[…] E, depois de tanto pensar,cheguei à conclusão de que, apesar de tudo e detodos os obstáculos que a vida nos possa propor, ede injustiças que possa haver, o Mundo está empermanente movimento, em constante mudança, eque por vezes é preciso perdermos cem para gan-harmos mil, "pedras no meu caminho? Vou apanhá-las e mais tarde construir um castelo", é esse oespírito! Sei que ainda tenho tanto, mas tanto paraaprender… Enfim, eu sou, apenas eu e somente eu,e sempre o serei, e há-de haver sempre alguém quegoste de mim como sou, porque não somos per-feitos, como ninguém o é, mas somos e seremospara sempre… Únicos.

AUTO-RETRATO

Inês Andrade10º F

Texto com supressões da autora

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S Partilha de experiênciasde livros lidos pelos alunos

Título daobra:A Lua deJoanaAutor:MariaTeresaMaiaGonzalezEditora:VerboData deedição:Outubro de1994

Este livro de Maria Teresa Maia Gonzalez é um livro queleva o leitor a penetrar no mundo de Joana, uma rapari-ga de 14 anos, habituada ao mundo moderno, que perdea sua melhor amiga, vítima de uma overdose. Depois dosrituais fúnebres , Joana cai na realidade e perde o chão.Por isso, decide começar a escrever cartas à amiga, paraconservar a sua memória e para tentar perceber e aceitartal tragédia. Joana sempre fora uma menina de exce-lentes resultados escolares, sociável e bem-disposta. Viviacom os pais, que tinham uma vida profissional invejável(o que significava ter dinheiro para todos os luxos), masbastante ausentes, com o irmão mais velho, com quemnão podia contar, e com a avó Ju, a única pessoa quetinha sempre um conselho e uma palavra amiga para dar.Mas depois, a avó Ju faleceu. Triste e sem saber comquem contar, Joana começa a seguir o mesmo caminholento, mas fatal que a sua amiga seguira. Ela sentia-se tãofragilizada com os problemas que a envolviam que nem selembrou do sofrimento que causaria aos outros e a simesma. Logo ela, que tanto condenou a amiga por tudoque fez. A história de Joana acabou como a de muitosjovens toxicodependentes, com a morte. Tudo porque foiprocurar amor, carinho e compreensão onde não devia,

ou seja, na droga.Na minha opinião, esta obra é o espelho de muitasfamílias da nossa sociedade:- Pais que acham que dão tudo o que é preciso.- Filhos que procuram encher o vazio que os seus paisdeixam nos seus corações. Gostei particularmente de um poema que Joana escreveu,que diz tudo, e que deixa qualquer um pensativo:

"Se fosses da minha idadePodia falar contigoSe tu fosses meu colegaPodia estudar contigoSe tu fosses uma bolaPodia jogar contigoSe tu fosses meu irmãoPodia embirrar contigoSe tu fosse meu amigoPodia contar contigo.

És meu pai (em part-time)Que posso fazer contigo?!"

Adorei esta obra,foi um livro que me comoveu. É uma história que fala dotempo, o tempo que falta aos adultos para estarem comos filhos e, quando dão por si, já perderam a pessoa queamavam. Este foi o caso de Joana. Foi tarde para ela epara o pai. Depois de não podermos voltar atrás e estarmos com apessoa que amamos, para quê ter tempo?

"Desapertou a correia do relógio e pousou-a devagarsobre a mesinha. Agora tinha todo o tempo do mundo.Para quê?"

Ana Isabel Almeida de Sousa9º C

Ludmila Silva9º C

Título da obra:Vagabundosde nósAutor:DanielSampaioLi há pouco tempo olivro Vagabundos denós, de Daniel Sam-paio, publicado pelaEditoral Caminho.O livro fala sobreDiogo (o filho) eLuísa (a mãe), quenos revelam o seumundo muitopróprio, através deconfidências.Luísa observa Diogo

a crescer e apercebe-se das suas diferenças, nas ati-tudes, nos gostos, na sensibilidade e nas amizades queprocura. O jovem sente-se perdido, pensa que não per-tence a nenhum lugar, não se identifica.A mãe dá-se conta do seu sofrimento, mas tem medo deadmitir o que sempre soube e o seu instinto protectorleva-a a criar um mundo a dois, isolado do restantenúcleo familiar.Para mim, foi um livro muito interessante. Lê-lo foi apren-der uma experiência duríssima, que me fez perceber queser diferente não é uma questão de escolha. A obra falada capacidade de amar, de paciência e de compreensão.

"Levas contigo os sonhos que tive quando te inventei?""Não gostei de me ver crescer.""... Além de maricas vou ser pedófilo?""Vagabundos da nossa condição, os segundos passa-riam, sem pressa, de um para outro."

Joana Bandeira9º C

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Título da obra:História deumaGaivota edo Gatoquea ensinoua voarAutor:LuisSepúlveda

Esta obra fala sobrea vida de Zorbas,um gato preto quevive no porto de

Hamburgo, a partir do momento em que lhe é confiada asegurança de um ovo de uma gaivota, a pedido damesma que estava a morrer. Essa gaivota pediu a Zorbasque protegesse o ovo, cuidasse da gaivota e que a ensi-nasse a voar. Para cumprir os desejos da gaivota, Zorbaspediu ajuda a vários amigos gatos para cuidar dela eensiná-la a voar. Para esta missão quase impossível etentada sem sucesso, Zorbas pediu ajuda a um humano,dono de uma linda gata e, sem problemas, o humano aju-dou a gaivota a iniciar o seu primeiro grande vôo.Para mim este livro é uma verdadeira prova de amizadeentre dois seres que, à partida, não se davam. Adorei lê-lo.Aqui ficam dois excertos que te convidam à leitura daobra:"Protegemos-te desde que saíste da casca. Demos-tetodo o nosso carinho sem nunca pensarmos em fazer deti um gato. Queremos-te gaivota. Sentimos que também

gostas de nós, que somos teus amigos, a tua família, e ébom que saibas que contigo aprendemos uma coisa quenos enche de orgulho: aprendemos a apreciar, a respeitare a gostar de um ser diferente. É muito fácil aceitar egostar dos que são iguais a nós, mas fazê-lo com alguémdiferente é muito difícil, e tu ajudaste-nos a consegui-lo.És uma gaivota e tens de seguir o teu destino de gaivota.Tens de voar. Quando o conseguires, Ditosa, garanto-teque serás feliz, e então os teus sentimentos paraconnosco e os nossos para contigo serão mais intensose belos, porque será a amizade entre seres totalmentediferentes.- Tenho medo de voar - grasnou Ditosa endireitando-se.- Quando isso acontecer eu estarei contigo - miou Zorbaslambendo-lhe a cabeça. - Prometi isso à tua mãe.A jovem gaivota e o gato grande, preto e gordocomeçaram a andar. Ele lambia-lhe a cabeça com ternu-ra e ela cobriu-lhe o dorso com uma das suas asas esten-dida."

Nota sobre o autor:Luis Sepúlveda nasceu em Ovalle, no Chile, em 1949.Reside actualmente em Gijón, em Espanha, após viverentre Hamburgo e Paris. Membro activo da UnidadePopular chilena nos anos setenta, teve de abandonar opaís após o golpe militar de Pinochet. Viajou e trabalhou no Brasil. Uruguai, Paraguai e Peru.Viveu no Equador entre os índios Shuar, participandonuma missão de estudo da UNESCO. Sepúlveda era, naaltura, amigo de Chico Mendes, herói da defesa daAmazónia. Dedicou a Chico Mendes O Velho que LiaRomances de Amor, o seu maior sucesso. Perspicaz narrador de viagens e aventureiro nos confinsdo mundo, Sepúlveda concilia com sucesso o gosto peladescrição de lugares sugestivos e paisagens irreais como desejo de contar histórias sobre o homem, através dasua experiência, dos seus sonhos, das suas esperanças.

Título da obra:O Triunfo dos PorcosAutor:George OrwellGeorge Orwell é um pseudónimo de Eric Arthur Blair.Nasceu em 1903, em Bengala, foi educado na Inglaterrae tirou Jornalismo. Publicou O Triunfo dos Porcos em1945 e é também autor do famoso livro 1984.Morreu em 1950 de tuberculose.ResumoA história desta fábula decorre numa quinta, onde umhomem governa e faz tudo o que quer com os animais aela pertencentes. Esta não é uma quinta qualquer, poispor entre os animais fomenta-se a revolta, cujo mentor éum porco (considerada a espécie mais inteligente). Esteestá já no final da vida e decide partilhar os ensinamen-tos dos seus avós com todos os outros animais da quin-ta, para que estes possam ser livres da tirania doshumanos.A revolta instala-se, mas o porco morre e ficam assimdois outros porcos como líderes. Estes instauram umhino, «Os Animais de Inglaterra» , uma bandeira, os setemandamentos e tomam algumas medidas, como oDomingo Livre, onde os animais não trabalham e têmapenas que assistir a uma comemoração em honra darevolta. A esta seita chamam Anibalismo. Um dos líderes, descontente, treina, em segredo, nove

grandes cães e um dia manda-os atacar o outro porco,que se vê obrigado a fugir.Sendo o único líder, altera tudo, e todos os mandamentosdo Anibalismo, ao longo do tempo, vão sendo alterados.Por exemplo, um dos mandamentos menciona que todosos animais são iguais e têm os mesmos direitos. Porém,os porcos e os cães são os únicos animais da quinta quenão trabalham.Depois de todos os animais terem lutado contra o regimeditatorial instaurado pelo Homem, o resultado da revoltaacabou por ser uma nova ditadura, mas agora impostapor um dos próprios animais.ComentárioEu gostei muito deste livro porque relata a história de umarevolução entre os animais de uma quinta e o modo comotodas as suas ideias acabaram por sofrer alterações de-vido à corrupção, à mentira e ao poder. Acho também que é de leitura fácil e acessível a todos.Citações"Tudo o que ande com dois pés é inimigo. Tudo o queande com quatro pés, ou tenha asas, é amigo. E lem-brem-se também de que, ao lutarmos contra o Homem,não devemos vir a parecer-nos com ele. Mesmo quandoo vencermos, não devemos adoptar os seus vícios."

Rui Miguel Dias Capelas9º A

Ana Margarida Matias9º A

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IAS Antero de Quental

Antero Tarquínio de Quental nasceuno dia 18 de Abril de 1842, na ilha deSão Miguel - Açores, e faleceu no dia11 de Setembro de 1891. Desdejovem destacou-se pelas suasopiniões revolucionárias e pela formade estar na vida. Lutador e muito con-gruente com os seus ideais socialis-tas, Antero espalhou saber pela poe-sia, filosofia e política. O açorianoestudou direito em Coimbra, ondebrilhou como líder estudantil. Foi oguia espiritual da geração de 70, umagitador político a full-time, que seafirmou pelo desejo de intervenção erenovação da vida política e culturalportuguesa. Tinha uma personali-dade complexa, que oscilava entre a

euforia e a mais profunda depressãoe que acabou por o levar ao suicido.Em 1852, com 13 anos, vem com asua mãe para Lisboa. Em Julho de1858 matricula-se na Faculdade deDireito de Coimbra. O primeiro anodecorre de forma atribulada. Umexcesso cometido durante a praxeaos caloiros custa a Antero deQuental oito dias de prisão. Foi muitopopular no meio académico.Concluiu o curso em Julho de 1864.

Daniel JesusSandra GonçalvesTelma Vieira

CEF Bar II

Convidamos-te a ler alguns dosseus poemas:

O Palácio da Ventura

Sonho que sou um cavaleiro andante.Por desertos, por sóis, por noite escura,Paladino do amor, busca anelanteO palácio encantado da Ventura!

Mas já desmaio, exausto e vacilante,Quebrada a espada já, rota a armadura...E eis que súbito o avisto, fulguranteNa sua pompa e aérea formosura!

Com grandes golpes bato à porta e brado:Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...Abri-vos, portas d'ouro, ante meus ais!

Abrem-se as portas d'ouro, com fragor...Mas dentro encontro só, cheio de dor,Silêncio e escuridão - e nada mais!

Mors-Amor

Esse negro corcel, cujas passadasEscuto em sonhos, quando a sombra desce,E, passando a galope, me apareceDa noite nas fantásticas estradas,

Donde vem ele? Que regiões sagradasE terríveis cruzou, que assim pareceTenebroso e sublime, e lhe estremeceNão sei que horror nas crinas agitadas?

Um cavaleiro de expressão potente,Formidável, mas plácido, no porte,Vestido de armadura reluzente,

Cavalga a fera estranha sem temor:E o corcel negro diz: "Eu sou a Morte!"Responde o cavaleiro: "Eu sou o Amor!"

A um poeta

Tu, que dormes, espírito sereno,Posto à sombra dos cedros seculares,Como um levita à sombra dos altares,Longe da luta e do fragor terreno,

Acorda! É tempo! O sol, já alto e pleno,Afugentou as larvas tumulares...Para surgir do seio desses mares,Um mundo novo espera só um aceno...

Escuta! É a grande voz das multidões!São teus irmãos, que se erguem! são canções...Mas de guerra... e são vozes de rebate!

Ergue-te pois, soldado do Futuro,E dos raios de luz do sonho puro,Sonhador, faz espada de combate!

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IASEugénio de Andrade

Poeta português, nasceu a 19 deJaneiro de 1923 no Fundão, no seiode uma família camponesa. A suainfância foi passada com a mãe, nasua aldeia natal. Mais tarde,prosseguindo os estudos, foi paraCastelo Branco, Lisboa e Coimbra,onde residiu entre 1939 e 1945. Em1950 foi transferido para o Porto,onde fixou residência. Abandonou aideia de um curso de Filosofia parase dedicar à poesia e à escrita, activi-dades pelas quais demonstrou,desde cedo, profundo interesse, apartir da descoberta de trabalhos deGuerra Junqueiro e António Botto.[Camilo Pessanha constituiu outrainfluência do jovem poeta Eugénio deAndrade.]A sua poesia caracteriza-se pelaimportância dada à palavra, quer noseu valor imaginário, quer rítmico,sendo a musicalidade um dos aspec-tos mais marcantes da poética deEugénio de Andrade, aproximando-ado lirismo primitivo da poesia galego--portuguesa ou, mais recentemente,do simbolismo de Camilo Pessanha.O tema central da sua poesia é a fi-guração do Homem, não apenas doeu indivídual, integrado num colecti-vo, com o qual se harmoniza (terra,campo, natureza - lugar de encontro)ou luta (Cidade - lugar de opressão,

de conflito, de morte, contra os quaisse levanta a escrita combativa).A figuração do tempo é, assim, igual-mente essencial na poesia deEugénio de Andrade, em que os doisciclos, o do tempo e o do Homem,são inseparáveis, como o comprova,por exemplo, o paralelismo entre asidades do homem e as estações doano. A evocação da infância, em queé notória a presença da figura mater-na e a ligação com os elementos na-turais, surge ligada a uma visãoeufórica do tempo, sentida sempre,no entanto, retrospectivamente. Aessa euforia contrapõe-se o sentidodoloroso provocado pelo envelheci-mento, pela consciência da aproxi-mação da morte (assumido sobretu-do a partir de Limiar dos Pássaros),contra o qual só o refúgio na reconsti-tuição do passado feliz ou aassunção do envelhecimento, ouseja, a escrita, surge como supera-ção possível. Ligada à adolescênciae à idade madura, a sua poesia ca-racteriza-se pela presença dos temasdo erotismo e da natureza, assumin-do-se o autor como o "poeta docorpo". Os seus poemas, geralmentecurtos, mas de grande densidade, eaparentemente simples, privilegiam aevocação da energia física, material,a plenitude da vida e dos sentidos.

Recebeu várias distinções, entre asquais o prémio da AssociaçãoInternacional de Críticos Literários(1986), premio D. Dinis (1988),Grande Prémio de Poesia daAssociação Portuguesa de Escritores(1989) e o prémio Camões (2001).Em Setembro de 2003 a sua obra Ossulcos da sede foi distinguida com oprémio de poesia do Pen Clube.Faleceu a 13 de Junho de 2005, noPorto.

As amoras

O meu país sabe a amoras bravasno verão.Ninguém ignora que não é grande,nem inteligente, nem elegante o meu país,mas tem esta voz docede quem acorda cedo para cantar nas silvas.Raramente falei do meu país, talveznem goste dele, mas quando um amigome traz amoras bravasos seus muros parecem-me brancos,reparo que também no meu país o céu é azul.

in Eugénio de Andrade,O Outro Nome da Terra

As palavras que te envio são interditasaté, meu amor, pelo halo das searas;se alguma regressasse, nem já reconheciao teu nome nas suas curvas claras.

Dói-me esta água, este ar que se respira,dói-me esta solidão de pedra escura,estas mãos nocturnas onde apertoos meus dias quebrados na cintura.

E a noite cresce apaixonadamente.Nas suas margens nuas, desoladas,cada homem tem apenas para darum horizonte de cidades bombardeadas.

in Eugénio de Andrade,As Palavras Interditas

João Paulo DiasCEF Bar II

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S Horizontais: 1 - Relativo à eleição; 2 - femininode mau; 3 - grito aflitivo; fruto do meloeiro;4 - acumulação ou monte de areia nas regiõesdesérticas e nas regiões litorais; 5 - órgão que fazparte do ouvido médio: 7 - mulher vaidosa;9 - fruto dum arbusto trepador do Brasil; 10 - pronome pessoal reflexo que diz respeito àtua pessoa;

Verticais: 1 - Algo com elasticidade; 3 - pronomepessoal da 1ª pessoa do singular; preposiçãoindicativa de várias relações, como lugar, tempo,modo, causa, fim, etc.; 4 - pequena povoação; 5 - destreza na luta ou no jogo da esgrima; verborir presente do indicativo 3ª pessoa do singular; 6 - divindade secundária feminina da mitologiagrega que presidia aos rios, bosques, fontes, etc.;7 - espécie de mandioca; 8 - conjunção que indicaalternativa; 9 - contracção da preposição emcom o; advérbio que significa neste instante;10 - advérbio que significa naquele lugar; corporedondo em toda a sua superfície.

AbacaxiCocoFigoKiwiLaranjaLimaMaçãMangaMeloaNêsperaPêraRomã

Joana Felizardo8º C

PALAVRAS CRUZADAS

SOPA DE LETRAS

Oração do estudante:Pai nosso que estais no céu,Aumentai as nossas férias,Diminuí as nossas aulas, Perdoai as nossas cábulas,Assim como nós perdoamos a existência dos nossos professores.Não nos deixais cair em recuperação,Mas livrai-nos da reprovação... Amen

SOLUÇÕES

ANEDOTAS

No manicómio, um médico vê um paciente a pescar com uma linhadentro de uma banheira e diz - lhe:- Olhe que essa linha não tem isco na ponta!- Claro, seu estúpido! A banheira também não tem peixes.

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Patrícia MarquesAna Sofia Sá Costa

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Porque é que o livro de Matemá-tica se suicidou?R: Porque tinha problemas amais!

Um motociclista vai contra umamulher gorda, que grita:- Não me podia ter contornado?- Bem tentei… mas tive medo deficar sem gasolina!

Numa festa, o Manel chega - seao pé da Maria e pergunta - lhe:-Queres dançar?- Sim, claro - responde ela, feliz.- Ainda bem! É que eu queriasentar - me na tua cadeira!

Quando está a morrer, o maridodiz à mulher:- Tenho de te confessar que tetraí com uma amiga tua!- Então porque é que achas quete envenenei!?

A mãe pergunta à filha maisnova:- Que queres que o Pai Natal tedê?- Um contraceptivo!- Um contraceptivo?- Sim, é que eu tenho muitasbonecas e não quero ter mais!

O capuchinho ia todo contente acantar pelo bosque fora, quandose cruza com o lobo:- Olá, capuchinho azul!- Adeus, Lobo Daltónico!

A construção da Barragem doAlqueva foi interrompida.Encontraram um fóssil raríssimo:uma pegada de um alentejano acorrer.

Mariana VarelaCatarina Roleta

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MAISANEDOTAS

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P CAMPEONATODISTRITALENTRE | PALAVRASRealizou-se este ano,e pela 4ª vez,a edição doEntre | Palavras,enquadradonas comemoraçõesdos 120 anosdo Jornal de Notícias.

Este fórum, em formato pedagógico,tem sido uma prática que estimula odebate sobre as grandes questõesda actualidade, preparando simul-taneamente os nossos alunos paraos desafios cada vez mais exigentes,

impostos pelo futuro.A nossa escola fez-se representaratravés de um grupo constituído porquatro alunas do 8º ano C, respecti-vamente, Catarina Roleta, InêsFerreira, Joana Felizardo e PatríciaMarques, e pela professora coorde-nadora, Maria de Fátima WillmanMascarenhas, pertencente ao 8ºgrupo.O grupo garantiu a sua participaçãocom a apresentação, de acordo coma mecânica do campeonato, de umtrabalho subordinado ao tema:Ambiente - O Aquecimento Global.Este trabalho constou de uma parteexpositiva e de uma outra em que asalunas expuseram as suas posiçõese argumentos "pró" e "contra".A participação dos vários grupospautou-se pelo desportivismo, pelacamaradagem e, sobretudo, pelacompetição saudável. Foram apre-sentados os vários trabalhos e, deseguida, sujeitos a votação pelasprofessoras coordenadoras.A nossa equipa apresentou um tra-

balho digno de mérito mas que nãoteve concorrentes à altura, uma vezque não houve termo de compara-ção. Contudo, foi reconhecido comoum trabaho de qualidade, o que valeuà nossa escola um 5º lugar, premiadocom medalhas, certificados, umdiploma e um número considerávelde livros para a BE/CRE, Oficina deEscrita e Clube de Línguas.Este encontro reuniu as sete escolasfinalistas do distrito de Lisboa, dondesaíram as duas vencedoras, quemuito aplaudimos e a quem dese-jamos um bom trabalho!Para o ano, contamos poder partici-par no 5º fórum, desenvolvendoactividades que estimulem a leitura, apesquisa e a troca de impressões,garantindo-nos um precioso contribu-to para a consolidação de valoresfundamentais na formação decidadãos com um sentido mais parti-cipativo, crítico e opinativo.

O TEXTO CONCORRENTE,APRESENTADO PELAS ALUNASDA NOSSA ESCOLA

TEMA: AMBIENTE - O AQUECIMENTO GLOBALHoje em dia, para além dos inúmerosproblemas políticos e bélicos,enfrentamos um ainda maior: oAquecimento Global.O Aquecimento Global consiste noaquecimento geral do planeta, provo-cado por um aumento do efeito de

estufa. Este efeito ocorre natural-mente, aliás, sem ele a Terra nãoteria a temperatura amena que temhoje (cerca de 15ºC) mas sim umatemperatura média de 18ºC nega-tivos. No entanto, com o crescentedesenvolvimento industrial, cada vez

mais gases responsáveis pelaretenção de calor na atmosfera sãolibertados todos os anos, como odióxido de carbono, o metano e ovapor de água.O principal responsável por estascrescentes emissões de GEE é o

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Homem. As nossas actividades (prin-cipalmente industriais e domésticas)lançam inúmeras toneladas de dióxi-do de carbono para a atmosferatodos os dias. A electricidade que uti-lizamos no nosso dia-a-dia provemmaioritariamente de centrais térmicasque produzem energia, queimandocombustíveis de origem fóssil como ocarvão e o petróleo. A queima destescombustíveis liberta sempre quanti-dades consideráveis de CO2 (dióxidode carbono), contribuindo para oaquecimento global, por isso é que étão importante reduzir o consumo deelectricidade.Este aquecimento global é extrema-mente perigoso pois se a temperatu-ra aumentar, as calotes polares der-reterão e, por conseguinte, o nívelmédio do mar aumentará, submergin-do zonas costeiras. Catástrofes natu-rais irão ocorrer com mais frequência,o clima sofrerá modificação, váriasespécies extinguir-se-ão e doençascaracterísticas de locais tropicaisavançarão para locais onde antes eraimpossível a sua propagação. Porém, os líderes mundiais compro-meteram-se a apresentar alternativasao petróleo, gás natural e carvão.Cada vez mais países investem emenergias renováveis como a solar,hídrica e eólica. O problema é arran-jar um combustível alternativo paraos veículos motorizados, para alémde não se conseguir adaptar certasenergias renováveis aos automóveispor serem caras, ineficientes e nãomuito rentáveis. Para isso, os gover-nos investiram no biodiesel (obtido apartir de óleos de origem animal evegetal), no etanol (álcool etílico obti-do através da fermentação de açú-cares) e no hidrogénio, embora ne-nhuma seja completamente limpa.Alguns assinaram e ratificaram aindao Protocolo de Quioto, em que secomprometem a diminuir as suasemissões de CO2, embora os EUA,um dos países que mais poluem, nãoo tenha ratificado. Apelamos então para que cuidem donosso planeta, reduzindo a quanti-dade de GEE que enviamos para aatmosfera, pois como disse a grandemédica, diplomata e políticanorueguesa Gro Harlem Brundtland:"Em vez de considerarmos o nossoplaneta como sendo uma herançados nossos antepassados, devemosantes considerá-lo como sendo umempréstimo que os nossos filhos nosestão a conceder." Redução das emissões de GEE:Prós: Se reduzirmos as emissões de GEE(CO2, CH4 e vapor de H2O) basica-

mente, salvamos as geraçõesfuturas; a temperatura global manter-se-á amena, evitando a submersãode zonas costeiras, catástrofes natu-rais, doenças tropicais em zonastemperadas e extinção de diversasespécies. Existirão menos incêndiospor ano, menos mortes, devido aocalor intenso no Verão, ondas decalor menos frequentes e a desertifi-cação de certas áreas parará.Para além disto, as relações interna-cionais melhorariam, deixaria de exi-stir tensão política e confrontos arma-dos. Haveria menos poluição atmos-férica e, por conseguinte, menos"smog" (nevoeiro + fumo) e chuvasácidas. Diminuir estas emissões tam-bém estimularia a capacidade de ino-vação dos governos e também dapopulação. Contras:A redução de emissões de GEE éaparentemente uma vantagem; noentanto, nem sempre é assim, já quepoderá surgir uma tendência para uti-lizar "combustíveis alternativos",como o biodiesel.Se isso acontecer, inúmeros hectaresde floresta vão ser abatidos para darorigem a campos de plantação degirassóis (a sua semente é um consti-tuinte do biodiesel), algodão, amen-doim, canola, maracujá, linhaça,tomate, entre outros. Estas plan-tações ocupam as áreas de cultivo doarroz, trigo, milho e outros cereais,aumentando o preço do pão e de ou-tros alimentos, o que também temvindo a provocar crises económicas esociais em certos países.Poderemos também enfrentar umretrocesso na evolução do homem eproblemas no desenvolvimento daindústria e economia, uma vez que opetróleo é o que "faz o mundo girar".Haverá uma grande redução nonúmero de centrais térmicas, o quenos fará optar pela energia nuclear.Esta energia, embora limpa ao níveldos GEE, pode contaminar nascen-tes, solos e a atmosfera com radioac-tividade, provocando problemas nasaúde das populações.

Catarina RoletaPatrícia MarquesInês Ferreira Joana Felizardo

8º C

Fátima MascarenhasProfª. Coordenadora

Obs.: Texto revisto pela redacção

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P Badoca SafariParkNo dia 18 de Abrilde 2008, os alunos do 8ºC e do 8ºArealizaram umavisita de estudoao Badoca Park,no âmbito dadisciplina deCiências Naturais.

O objectivo da viagem eraobservar a biodiversidade noseu habitat natural e a varie-dade de ecossistemas.Partimos da escola às 9.00hacompanhados pelas profes-soras Maria do Céu Vilan,Fernanda Albuquerque eIsabel Borges, tendo chegadoao nosso destino pelas11.00h.No parque vimos aves de ra-pina, zebras, tigres, gazelas,gnus e muitos outros animais.Contudo, apenas as girafasse mostraram mais esquivas,não tendo sido avistadasdurante o safari.Seguiu-se o almoço, oraacompanhado por um solradioso, ora por chuvateimosa.No geral, foi um dia agradá-vel, com um pequeno inci-dente que poderia ter assu-mido proporções graves:duas alunas do 8º C foramperseguidas por um iaqueque fugira do seu cercado.Felizmente, ninguém semagoou.A viagem de regresso foi ani-mada por cantorias em quealguns alunos não partici-param, a fim de evitar a humilhação.

Inês Peralta FerreiraPatrícia Marques

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O Clube de História promoveu umavisita de estudo a Vila Viçosa, queteve lugar no passado dia 18 de Abril,em que participaram sócios do clubee a turma D do 11º ano.Às 8:30 partimos da nossa escolarumo ao destino. Pelo caminho apa-nhámos mau tempo, mas nada queestragasse a visita. Quando chegá-mos, visitámos o Castelo de VilaViçosa, que alberga os Museus deCaça e Arqueologia. De seguida, visitámos o Santuário deNossa Senhora da Conceição,proclamada padroeira de Portugal,por D. João IV, em 1644. Após a visi-ta ao Santuário, almoçámos nojardim municipal, onde nos diverti-mos.Após o almoço, visitámos o ex-librisdesta localidade: o Paço Ducal deVila Viçosa, propriedade dos Duquesde Bragança. Dentro do Paço Ducalexiste uma extensão do Museu dos

Coches de Lisboa, onde está expos-to o landau onde o rei D. Carlos e opríncipe D. Luís Filipe foram assassi-nados a 1 de Fevereiro de 1908, noTerreiro do Paço em Lisboa - ORegicídio.Ao final da tarde, partimos de VilaViçosa rumo à nossa escola e, comona viagem de ida e em Vila Viçosa,apanhámos chuva, mas nada queafectasse a nossa boa disposição.

Às 19h, chegámos à escola, após umdia cheio de alegria, apesar de S.Pedro não nos ter ajudado.Esperamos que iniciativas do Clubede História como esta continuem,para nos divertirmos e passarmos umdia diferente.

V I S I T A S D E E S T U D O

Rui CapelasSofia Bandeira

9º A

No âmbito da disciplina de Geografiarealizou-se, no passado dia 18 deAbril, uma visita de estudo ao ParqueEcológico do Gameiro, em Mora, e àvila de Avis, na qual participou aturma E do 10º ano, orientada pelasprofessoras Ermita Castro, Margari-da Valente, Deolinda Peralta, SílviaMorais e Ana Paula Vieira.A visita de estudo que ocorreu demanhã realizou-se no Parque Ecoló-gico do Gameiro e no Fluviário deMora. O primeiro local reflecte apolítica de gestão do território deli-neada para a área, que revela a pre-ocupação com os recursos hídricos ecom a criação de espaços de lazer.Por sua vez, o Fluviário de Moraincentiva a educação ambiental, jáque expõe as diferentes espécies deseres vivos que se podem encontrar

ao longo do percurso fluvial (desderaias a cisnes pretos).Quanto à visita de estudo realizada àtarde, na vila histórica de Avis, pode-se afirmar que permitiu uma contex-tualização histórica da época dareconquista cristã, nomeadamenteem Portugal. Foram visitados algunslocais considerados importantes,como a igreja e a torre da rainha -elementos do património históriconacional, que são actualmente valo-rizados com vista ao desenvolvimen-

to turístico da região.Concluindo, em toda a visita de estu-do esteve bem patente o esforço porparte de algumas entidades no senti-do de valorizar o património, quernatural, quer histórico, tornandoassim possível a minimização dasassimetrias regionais existentesentre o litoral e o interior do país.

MoraeAvis

André Pinto10º C

VilaViçosa

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Voltar à escola foi o que aconteceu, no passa-do dia 9 de Abril, com um grupo de utentesdo Centro de Dia do Centro Cultural e Social

de Santo António dos Cavaleiros. Vieram, nãocomo alunos, mas por terem sido convidados a pas-sar um dia na escola a fim de participar em activi-dades promovidas pelo P.I.S.E. (Projecto deIntervenção na Saúde Escolar), no âmbito dascomemorações do Dia Mundial da Saúde. De manhã realizou-se uma palestra sobre Hábitosde Saúde e Longevidade, numa perspectiva daMedicina Tradicional Chinesa, dinamizada pelo Dr.Lourenço Azevedo, especialista nesta área. Alémdos convidados, estiveram presentes as turmas C eF do 10º ano e algumas professoras. A palestradecorreu num ambiente informal, leve e descontraí-do, tendo motivado as intervenções dos partici-pantes, o que foi bastante enriquecedor, quer pelasquestões colocadas quer pela vivacidade queimprimiu à comunicação. No final, cada um dos con-vidados recebeu uma rosa do nosso jardim que,graças aos cuidados da D. Conceição, muitoembeleza o espaço exterior da nossa escola.De tarde, a teoria deu lugar à prática, através deuma aula de chikung, adaptada a condições especí-ficas. Assim, e dadas as características da maioriados participantes, a aula fez-se com as pessoassentadas e não de pé, como aconteceria emcondições normais. Chikung, ou "a ginástica dosilêncio", como lhe chamou, em tom de brincadeira,a D. Rosa, (sempre alegre e animada), é um ramoda Medicina Tradicional Chinesa que, através deexercícios físicos executados devagar e combina-

dos com a respiração e a concentração, produzenormes benefícios na saúde não só ao nível daprevenção das doenças como também da sua recu-peração, em algumas situações. Participaram tam-

bém na aula a Animadora Social do Centro de Dia,dois alunos do Curso de Animação Social que lá seencontram a estagiar e algumas professoras danossa escola. Todos deram o seu melhor para quepotenciar a interacção, tornando a aula também umlugar de partilha e afecto.

Se nos perguntarem se gostámos deste dia,diremos que sim, gostámos muito e acreditamosque os nossos convidados também, a julgar pelopoema que se segue, da autoria de um deles, queprefere manter o anonimato. Para ele e para todosos que nos ajudaram a tornar possível este dia, osnossos agradecimentos sinceros.

VOLTAR À ESCOLA…

Um dia maravilhoso No passado dia noveA gentileza foi tanta Que por vezes nos comove

São sempre tão dedicadasA Doutora ManuelaEstá-lhe a seguir as pisadasA Senhora Dr.ª Helena

Levaram-nos para a escola Pra aprender uma liçãoPara bem da nossa saúde E do nosso coração

Gostamos do que ouvimosE, também, da atitude Do Dr. Lourenço de AzevedoPra bem da nossa saúde

Explicou-nos muito bem O que devemos comerE recomendou, também Muita agua beber

Toda a gente estava atentaE com muita atençãoE todos vamos seguir A sua recomendação

Tudo isto aconteceuSó da parte da manhãDe tarde voltamos lá Para termos uma vida sã

Fomos lá fazer ginásticaCom a professora HelenaSó pela simpatiaDigo-vos que vale a pena

Não é muito castigadoraMas sabe muito de ginásticaQuer que tudo seja perfeitoE tem muita perspicácia

Está sempre com atençãoA quem, não está a fazer bemVai junto dele e explicaE não perdoa a ninguém

Aos funcionários da escolaQueremos agradecerA amizade e o carinhoQue tiveram para nos oferecer

A todos que nos acompanharamO nosso muito obrigadoPelo carinho que nos deramRetribuindo com mesmo carinhoPor tudo o que nos ofereceram.

SEPOL

ProfessorasHelena Alcobia

Ana Fançony

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