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jornal do nikkey SÃO PAULO, 18 DE FEVEREIRO DE 2006 Assunto de bastante interesse e que gera conflitos na relação locador/locatário, é o re- ferente às benfeitorias em imóvel locado. Em primeiro lugar, é necessário que faça- mos um estudo sobre as benfeitorias. Benfeitorias são obras e despesas que se fazem em um bem móvel ou imóvel para conservá-lo, melhorá-lo ou embelezá-lo. As benfeitorias podem ser: a) Voluptuárias: são as de mero deleite ou recreio, cuja finalidade é apenas dar mais co- modidade a quem as faz; são obras para embelezar a coisa. Por exemplo: a constru- ção de uma piscina, decoração luxuosa de um aposento. b) Úteis: são as que objetivam aumentar ou facilitar o uso da coisa, apesar de não serem necessárias. Por exemplo: instalação de divi- sórias. c) Necessárias: são obras necessárias in- dispensáveis à conservação do bem, para im- pedir a sua deterioração. Por exemplo: recons- trução de um assoalho que apodreceu. Esclareça-se que as benfeitorias são obras e despesas feitas pelo homem em um bem. As benfeitorias não abrangem os melhoramentos sobrevindos sem a intervenção do homem, de- corrente de um fato natural. Por exemplo: au- mento de área em razão de desvio natural de um rio. Feitas tais considerações, mormente as re- ferentes às espécies de benfeitorias, passare- mos em um segundo momento a determinar a sua implicância indenizatória na locação de um imóvel. Dispõe o art. 35 da Lei de Inquilinato: “Art.35. Salvo expressa disposição contratual em contrário, as benfeitorias neces- sárias introduzidas pelo locatário, ainda que não autorizadas pelo locador, bem como as úteis, desde que autorizadas, serão indenizáveis, e permitem o exercício de direito de retenção.” Da leitura deste dispositivo concluímos que: as benfeitorias são indenizáveis, se não houver estipulação em contrário no contrato de locação; as benfeitorias necessárias são indenizá- veis independente de autorização; as benfeitorias úteis são indenizáveis, des- de que autorizadas. Na prática, findo o contrato de locação, até como pretexto para reter o imóvel, o locatário (inquilino) alega que efetuou no imóvel benfeitorias úteis das quais pretende uma inde- nização. A dificuldade reside no fato de não terem sido avençadas por escrito, com a devi- da autorização. Portanto, para segurança do locador e lo- catário, para evitar conflitos na retomada do imóvel, as benfeitorias úteis devem ser devida- mente autorizadas, descritas, individualizadas e acompanhadas dos respectivos comprovantes de despesas. Não basta o locatário somente apresentar uma planta de reforma sem especi- ficar quais as benfeitorias, quanto vai gastar, para pretender futura indenização. Dispõe, ainda, o art. 36 da Lei de Inquilinato: “Art. 36. As benfeitorias voluptuárias não serão indenizáveis, podendo ser levantadas pelo locatário, finda a locação, desde que sua retirada não afete a estrutura e substância da coisa.” Não pode o inquilino pretender, por exem- plo, seja indenizada a construção de uma pis- cina. E, ainda, a sua retirada não pode com- prometer a estrutura do imóvel. Portanto, em imóvel alugado, para o loca- tário, é sempre de bom senso, verificar a real necessidade, antes de efetuar benfeitorias, e, para o locador se autorizar, fazê-lo mediante documento por escrito. É sempre de bom al- vitre fazer constar no contrato a exigência de autorização para qualquer tipo de benfeitoria para evitar futuros problemas. Felicia Ayako Harada Advogada em São Paulo Integrante do Harada Advogados Associados [email protected] Locação e benfeitorias A pós horas intermináveis nas filas de supermer- cados, um intervalo, para agora enfrentar dias do lado de fora do estádio do Morumbi. Desde a quarta-fei- ra, alguns grupos já se ajeita- vam com suas barracas mon- tadas do lado do portão de en- trada para garantir um lugar privilegiado na pista para o show da segunda-feira. “Vi na TV uma reportagem que mos- trava já ter gente acampada ontem [quarta], então acordei pensando se iríamos ou não, mas como temos aula de ma- nhã na faculdade, resolvemos por telefone vir à tarde”, disse a estudante e designer gráfico Mariana Sakaki, 27, que des- de às 15h da quinta-feira afi- xou-se na calçada da Avenida Jules Rimet com três amigas. Integrantes do fã-clube Ultraviolet, elas planejam re- vezar entre 50 amigos, que de- vem se juntar finalmente no do- mingo. “Por enquanto cada duas pessoas fica seis horas. Agora só montamos uma, mas trouxemos três barracas – que eu já tinha – e uma tenda de praia, que compramos por va- quinha a R$ 100,00.” Dentro da pequena acomodação, ela, Simone Goldenberg, Patrícia Furquim e Silmara Ferreira guardam bolachas, livros para estudar, roupas e saco de dor- mir. Todas moram em São Pau- lo, então vão e voltam para to- mar banho em casa e fazer outras coisas. Ao lado, o antes solitário Guilherme Baida, 18, que ini- ciou a pequena fila – até en- tão. Morador de São Caetano, a mãe foi quem o trouxe de carro.“Vou dormir aqui quinta, sexta, sábado, domingo. Nin- guém é doente ainda como eu, mas depois procuro uma psi- cóloga”, brinca o estudante, justificando: “Quando temos um sonho, não medimos sacri- fício para tentar”. Mesmo sem companhia para o show, com- prou um ingresso de pista. “Mas somos solidárias a ele, e já viramos todos amigos”, diz Mariana. Ela é quem coorde- na os horários dos amigos. “Todo mundo tem de cumprir”, decreta. Até o marido, que nem é tão fã assim. “Paguei dois ingressos para ele, pois disse que só acei- taria dessa forma. Mas como eu queria que ele viesse...” No entanto, Mariana, que é freelancer, pôde ganhar um dinheiro extra. Fez 200 cami- setas amarelas personalizadas, vendendo cada uma por R$ 20,00. Aceitou encomendas até por e-mail. Animadas, as VERTIGO TOUR Fãs nikkeis aguardam ansiosos shows do U2 em São Paulo amigas não vêem a hora de entrar no estádio e ouvir su- cessos principalmente dos dis- cos mais antigos, como “Achtung Baby”, “Boy” ou “The Joshua Tree”. “Vai ser uma loucura. Mas aí é chorar e ser feliz. Ah, e se segurar, para a galera não levar”, diz a nikkei. “Queremos pegar um lugar bom, o melhor possível. Se der, até subir no palco”, imagina Patrícia. E já estão, inclusive, planejando o esque- ma de terça-feira. “Pretende- mos sair do show, ir para casa tomar um banho e voltar logo ou deixar alguém que vai só no dia 21 na fila, para garantir lu- gar”, explica Simone. No aeroporto e no hotel - Daniela Yamamoto, publicitária de 26 anos, por enquanto está no aquecimento e tem uma agenda para cumprir junto a outros cadastrados também no Ultraviolet. “Estamos vendo aeroporto e esperando confir- mar quando eles chegam – hoje. Vamos ficar na porta do hotel – que deve ser o Grand Hyatt –, como qualquer fã. Esse é nosso lema.” Qualquer fã não. Ela é uma das diretoras do grupo e moderadora do site www .ultraviolet-u2.com. “Hoje à noite vou tocar como DJ convidada no Dynamite Pub [Rua Cardeal Arcoverde, 1.857]. Será um especial de músicas do U2 com outras dos anos 80. Vai ser uma espécie de aqueci- mento para reunir os fãs. Ama- nhã assistiremos a um show do U2 Brasil [banda cover] na Livraria Saraiva do Shopping Morumbi, e então todos devem ir para a fila”, anuncia. Logicamente, não é a pri- meira vez que Daniela verá Bono Vox, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen no pal- co. Em novembro de 2000, par- ticipou do showcase que o gru- po fez nos estúdios cariocas do Projac, da Rede Globo, para divulgação do CD “All that you can’t leave behind”. Teve a sorte de estar bem à frente do palco, e ainda entregar um bu- quê de flores em mãos ao vo- calista Bono. Daquela data tão especial, a fã guarda dezenas de fotos e até mesmo um au- tógrafo do baixista Adam. Em março do ano seguinte, viajou para Miami ao lado de uma amiga para conferir dois dos primeiros shows da Elevation Tour. “Gastei todo o dinheiro que não tinha. Fomos por pacote, com ingressos comprados. Éramos as primei- ras a chegar, às 4h30 da ma- nhã do mesmo dia, isso porque os americanos não têm costu- me de fazer fila. Eles chegam no horário marcado. O show começava às 19h30.” Dessa vez, leva a irmã mais nova, Letícia. “Queria ter ido em 1998, mas tinha 13 anos e não podia. Então esperei des- de aquela época, e agora vou nos dois dias”, anima-se a ca- çula, que não faz parte do fã- clube, já que sua preferência é a nacional Capital Inicial, “mas gosto bastante”. Como para a maioria dos interessados, conseguir os in- gressos não foi fácil. Também enfrentou horas de fila no Pão de Açúcar de Moema, mas garantiu as entradas com os amigos. Para o segundo dia, “eu e minha irmã ficamos com três celulares e um telefone fixo. Comprei dois e vendi os outros dois pelo mesmo valor. Nós coibimos essa ação de cambistas, pelo ideal de um fã com o outro; é como se fosse uma irmandade”, ensina Daniela. O grupo, que congre- ga mais de 3 mil membros, foi criado em 1998, após os shows que a banda irlandesa fez no Brasil. Em sua casa, no bairro da Saúde, ela guarda CDs raros, livros e revistas, lembranças dos shows, desde quando to- mou gosto pela coisa. “Foi em 1991, com o ‘Achtung Baby’ e a turnê ZooTV, que conside- ro uma grande mudança. Cla- ro que os últimos dois CDs estão muito bons, mas aquela fase criativa foi o que me cha- mou mais atenção”. Se não podem ter Bono, Daniela e Letícia têm Bonnie, a cadela da raça boxer. “Como é fê- mea, não podia ser Bono.” Seu encanto pelo líder do U2 é o mesmo de milhares de outros que o idolatram pelo mundo. “Ele usa todo o poder da mídia que tem para levan- tar causas humanitárias. E essa é uma das razões pelas quais gosto da banda, em mais de 15 anos – metade de sua trajetória.” Não é apenas música, mas as críticas sociais que faz cati- va a outras pessoas também. Tanto que Bono e companhia podem se dar ao luxo de repre- sentar um dos poucos grupos musicais no auge hoje que agra- da a mais de uma geração. “É uma mensagem, de uma banda ética de quatro amigos de in- fância que estão juntos até ago- ra, e é muito legal gostar de uma banda assim.” Para quem não conseguiu garantir entradas, já esgotadas, a Rede Globo transmite a apresentação da segunda-fei- ra ao vivo, após o Big Brother Brasil. (Cíntia Yamashiro) Grupo de amigos já guardam lugar na fila ao lado do portão 2, do estádio do Morumbi Daniela deve ir ao aeroporto e hotel para ver os ídolos de perto O vice-prefeito de São Ber- nardo do Campo, José Roberto de Melo, e os secretários Hiroyuki Minami (Planejamento e Tecnologia da Informação) e Wilson Narita (Saúde) embar- cam na próxima segunda-feira (20) para uma missão oficial de cerca de 15 dias ao Japão. Es- calados pelo prefeito William Dib, os três levarão várias in- cumbências na bagagem, mas a principal delas será protoco- lar a intenção para obtenção de financiamento junto ao JBIC, banco do governo nipônico com forte atuação em projetos de re- cuperação ambiental em vári- as partes do mundo. O objetivo final do encon- tro é conseguir a verba para as obras do Estudo de Recu- peração da Bacia da Represa Billings, megaprojeto que está sendo elaborado por uma coo- peração técnica entre a pre- feitura de São Bernardo e a Agência Internacional de Co- operação do Japão (Jica). No encontro com represen- tantes do governo japonês, Wil- son Narita pretende mostrar que a despoluição da represa e de seu entorno, sobretudo com a coleta e tratamento de esgo- to, é essencial para garantir o fornecimento de água de quali- dade para milhões de pessoas. “Mas o projeto de recuperação é fundamental também para a sobrevivência da própria repre- sa, que vive sob constante ame- aça por conta da ocupação ir- regular e do despejo de esgoto sem tratamento em suas águas. E todos sabemos que muitas doenças são transmitidas pela água contaminada ou por falta de saneamento básico” O vice-prefeito José Rober- to de Melo avalia que a melho- ria da qualidade de vida da po- pulação é o eixo central do pro- jeto. “Não podemos apenas pen- sar em recuperar, mas também em fazer um amplo trabalho de conscientização sobre a impor- tância de preservar e proteger o meio ambiente. Isso já vem sendo feito, mas precisamos ampliar esse trabalho na própria cidade e envolver agentes pú- blicos das outras cidades banha- das pela Billings. Isso é funda- mental”. Minami acredita que a pro- posta de São Bernardo vai ga- nhar um reforço durante en- contro com cerca de 60 depu- tados que integram a Comis- são Japão-Brasil, grupo que constantemente troca informa- ções com colegas brasileiros. Intercâmbio – A comitiva de São Bernardo também vai aproveitar a viagem para uma visita de cortesia ao prefeito de Shunan, Kazuto Kawamura, cidade-irmã de São Bernardo. Minami antecipa que a inten- ção é também tentar ampliar o intercâmbio entre as duas ci- dades nas áreas cultural, es- portiva, educacional e tecnológica. O secretário cita, por exemplo, que poderia ha- ver um intercâmbio de profes- sores capacitados para o ensi- no da língua. SÃO BERNARDO/BILLINGS Missão embarca para o Japão para mostrar plano de recuperação JORNAL DO NIKKEY

jornal do nikkey · 2018. 3. 18. · jornal do nikkey SÃO PAULO, 18 DE FEVEREIRO DE 2006 Assunto de bastante interesse e que gera conflitos na relação locador/locatário, é o

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Page 1: jornal do nikkey · 2018. 3. 18. · jornal do nikkey SÃO PAULO, 18 DE FEVEREIRO DE 2006 Assunto de bastante interesse e que gera conflitos na relação locador/locatário, é o

jornal do nikkeySÃO PAULO, 18 DE FEVEREIRO DE 2006

Assunto de bastante interesse e que geraconflitos na relação locador/locatário, é o re-ferente às benfeitorias em imóvel locado.

Em primeiro lugar, é necessário que faça-mos um estudo sobre as benfeitorias.

Benfeitorias são obras e despesas que sefazem em um bem móvel ou imóvel paraconservá-lo, melhorá-lo ou embelezá-lo.

As benfeitorias podem ser:

a) Voluptuárias: são as de mero deleite ourecreio, cuja finalidade é apenas dar mais co-modidade a quem as faz; são obras paraembelezar a coisa. Por exemplo: a constru-ção de uma piscina, decoração luxuosa de um

aposento.b) Úteis: são as que objetivam aumentar ou

facilitar o uso da coisa, apesar de não seremnecessárias. Por exemplo: instalação de divi-sórias.

c) Necessárias: são obras necessárias in-dispensáveis à conservação do bem, para im-pedir a sua deterioração. Por exemplo: recons-trução de um assoalho que apodreceu.

Esclareça-se que as benfeitorias são obrase despesas feitas pelo homem em um bem. Asbenfeitorias não abrangem os melhoramentossobrevindos sem a intervenção do homem, de-corrente de um fato natural. Por exemplo: au-mento de área em razão de desvio natural deum rio.

Feitas tais considerações, mormente as re-ferentes às espécies de benfeitorias, passare-mos em um segundo momento a determinar asua implicância indenizatória na locação de umimóvel.

Dispõe o art. 35 da Lei de Inquilinato:

“Art.35. Salvo expressa disposiçãocontratual em contrário, as benfeitorias neces-sárias introduzidas pelo locatário, ainda que não

autorizadas pelo locador, bem como as úteis,desde que autorizadas, serão indenizáveis, epermitem o exercício de direito de retenção.”

Da leitura deste dispositivoconcluímos que:

– as benfeitorias são indenizáveis, se nãohouver estipulação em contrário no contrato delocação;

– as benfeitorias necessárias são indenizá-veis independente de autorização;

– as benfeitorias úteis são indenizáveis, des-de que autorizadas.

Na prática, findo o contrato de locação, atécomo pretexto para reter o imóvel, o locatário(inquilino) alega que efetuou no imóvelbenfeitorias úteis das quais pretende uma inde-nização. A dificuldade reside no fato de nãoterem sido avençadas por escrito, com a devi-da autorização.

Portanto, para segurança do locador e lo-catário, para evitar conflitos na retomada doimóvel, as benfeitorias úteis devem ser devida-mente autorizadas, descritas, individualizadas eacompanhadas dos respectivos comprovantesde despesas. Não basta o locatário somenteapresentar uma planta de reforma sem especi-

ficar quais as benfeitorias, quanto vai gastar,para pretender futura indenização.

Dispõe, ainda, o art. 36 da Lei deInquilinato:

“Art. 36. As benfeitorias voluptuárias nãoserão indenizáveis, podendo ser levantadaspelo locatário, finda a locação, desde que suaretirada não afete a estrutura e substância dacoisa.”

Não pode o inquilino pretender, por exem-plo, seja indenizada a construção de uma pis-cina. E, ainda, a sua retirada não pode com-prometer a estrutura do imóvel.

Portanto, em imóvel alugado, para o loca-tário, é sempre de bom senso, verificar a realnecessidade, antes de efetuar benfeitorias, e,para o locador se autorizar, fazê-lo mediantedocumento por escrito. É sempre de bom al-vitre fazer constar no contrato a exigência deautorização para qualquer tipo de benfeitoriapara evitar futuros problemas.

Felicia Ayako HaradaAdvogada em São Paulo

Integrante do Harada Advogados [email protected]

Locação e benfeitorias

Após horas intermináveisnas filas de supermer-cados, um intervalo,

para agora enfrentar dias dolado de fora do estádio doMorumbi. Desde a quarta-fei-ra, alguns grupos já se ajeita-vam com suas barracas mon-tadas do lado do portão de en-trada para garantir um lugarprivilegiado na pista para oshow da segunda-feira. “Vi naTV uma reportagem que mos-trava já ter gente acampadaontem [quarta], então acordeipensando se iríamos ou não,mas como temos aula de ma-nhã na faculdade, resolvemospor telefone vir à tarde”, dissea estudante e designer gráficoMariana Sakaki, 27, que des-de às 15h da quinta-feira afi-xou-se na calçada da AvenidaJules Rimet com três amigas.

Integrantes do fã-clubeUltraviolet, elas planejam re-vezar entre 50 amigos, que de-vem se juntar finalmente no do-mingo. “Por enquanto cadaduas pessoas fica seis horas.Agora só montamos uma, mastrouxemos três barracas – queeu já tinha – e uma tenda depraia, que compramos por va-quinha a R$ 100,00.” Dentroda pequena acomodação, ela,Simone Goldenberg, PatríciaFurquim e Silmara Ferreiraguardam bolachas, livros paraestudar, roupas e saco de dor-mir. Todas moram em São Pau-lo, então vão e voltam para to-mar banho em casa e fazeroutras coisas.

Ao lado, o antes solitárioGuilherme Baida, 18, que ini-ciou a pequena fila – até en-tão. Morador de São Caetano,a mãe foi quem o trouxe decarro.“Vou dormir aqui quinta,sexta, sábado, domingo. Nin-guém é doente ainda como eu,mas depois procuro uma psi-cóloga”, brinca o estudante,justificando: “Quando temosum sonho, não medimos sacri-fício para tentar”. Mesmo semcompanhia para o show, com-prou um ingresso de pista.“Mas somos solidárias a ele, ejá viramos todos amigos”, dizMariana. Ela é quem coorde-na os horários dos amigos.“Todo mundo tem de cumprir”,decreta. Até o marido, quenem é tão fã assim.

“Paguei dois ingressospara ele, pois disse que só acei-taria dessa forma. Mas comoeu queria que ele viesse...” Noentanto, Mariana, que éfreelancer, pôde ganhar umdinheiro extra. Fez 200 cami-setas amarelas personalizadas,vendendo cada uma por R$20,00. Aceitou encomendasaté por e-mail. Animadas, as

VERTIGO TOUR

Fãs nikkeis aguardam ansiosos shows do U2 em São Paulo

amigas não vêem a hora deentrar no estádio e ouvir su-cessos principalmente dos dis-cos mais antigos, como“Achtung Baby”, “Boy” ou“The Joshua Tree”. “Vai seruma loucura. Mas aí é chorare ser feliz. Ah, e se segurar,para a galera não levar”, diz anikkei. “Queremos pegar umlugar bom, o melhor possível.Se der, até subir no palco”,imagina Patrícia. E já estão,inclusive, planejando o esque-ma de terça-feira. “Pretende-mos sair do show, ir para casatomar um banho e voltar logoou deixar alguém que vai só nodia 21 na fila, para garantir lu-gar”, explica Simone.

No aeroporto e no hotel -Daniela Yamamoto, publicitáriade 26 anos, por enquanto estáno aquecimento e tem umaagenda para cumprir junto aoutros cadastrados também noUltraviolet. “Estamos vendoaeroporto e esperando confir-mar quando eles chegam –

hoje. Vamos ficar na porta dohotel – que deve ser o GrandHyatt –, como qualquer fã. Esseé nosso lema.” Qualquer fãnão. Ela é uma das diretoras dogrupo e moderadora do sitewww.ultraviolet-u2.com.

“Hoje à noite vou tocarcomo DJ convidada noDynamite Pub [Rua CardealArcoverde, 1.857]. Será umespecial de músicas do U2com outras dos anos 80. Vaiser uma espécie de aqueci-mento para reunir os fãs. Ama-nhã assistiremos a um show doU2 Brasil [banda cover] naLivraria Saraiva do ShoppingMorumbi, e então todos devemir para a fila”, anuncia.

Logicamente, não é a pri-meira vez que Daniela veráBono Vox, The Edge, AdamClayton e Larry Mullen no pal-co. Em novembro de 2000, par-ticipou do showcase que o gru-po fez nos estúdios cariocas doProjac, da Rede Globo, paradivulgação do CD “All that youcan’t leave behind”. Teve a

sorte de estar bem à frente dopalco, e ainda entregar um bu-quê de flores em mãos ao vo-calista Bono. Daquela data tãoespecial, a fã guarda dezenasde fotos e até mesmo um au-tógrafo do baixista Adam.

Em março do ano seguinte,viajou para Miami ao lado deuma amiga para conferir doisdos primeiros shows daElevation Tour. “Gastei todo odinheiro que não tinha. Fomospor pacote, com ingressoscomprados. Éramos as primei-ras a chegar, às 4h30 da ma-nhã do mesmo dia, isso porqueos americanos não têm costu-me de fazer fila. Eles chegamno horário marcado. O showcomeçava às 19h30.”

Dessa vez, leva a irmãmais nova, Letícia. “Queria terido em 1998, mas tinha 13 anose não podia. Então esperei des-de aquela época, e agora vounos dois dias”, anima-se a ca-çula, que não faz parte do fã-clube, já que sua preferênciaé a nacional Capital Inicial,“mas gosto bastante”.

Como para a maioria dosinteressados, conseguir os in-gressos não foi fácil. Tambémenfrentou horas de fila no Pãode Açúcar de Moema, masgarantiu as entradas com osamigos. Para o segundo dia,“eu e minha irmã ficamos comtrês celulares e um telefonefixo. Comprei dois e vendi osoutros dois pelo mesmo valor.Nós coibimos essa ação decambistas, pelo ideal de um fãcom o outro; é como se fosseuma irmandade”, ensinaDaniela. O grupo, que congre-ga mais de 3 mil membros, foicriado em 1998, após os shows

que a banda irlandesa fez noBrasil.

Em sua casa, no bairro daSaúde, ela guarda CDs raros,livros e revistas, lembrançasdos shows, desde quando to-mou gosto pela coisa. “Foi em1991, com o ‘Achtung Baby’e a turnê ZooTV, que conside-ro uma grande mudança. Cla-ro que os últimos dois CDsestão muito bons, mas aquelafase criativa foi o que me cha-mou mais atenção”. Se nãopodem ter Bono, Daniela eLetícia têm Bonnie, a cadelada raça boxer. “Como é fê-mea, não podia ser Bono.”

Seu encanto pelo líder doU2 é o mesmo de milhares deoutros que o idolatram pelomundo. “Ele usa todo o poderda mídia que tem para levan-tar causas humanitárias. E

essa é uma das razões pelasquais gosto da banda, em maisde 15 anos – metade de suatrajetória.”

Não é apenas música, masas críticas sociais que faz cati-va a outras pessoas também.Tanto que Bono e companhiapodem se dar ao luxo de repre-sentar um dos poucos gruposmusicais no auge hoje que agra-da a mais de uma geração. “Éuma mensagem, de uma bandaética de quatro amigos de in-fância que estão juntos até ago-ra, e é muito legal gostar de umabanda assim.”

Para quem não conseguiugarantir entradas, já esgotadas,a Rede Globo transmite aapresentação da segunda-fei-ra ao vivo, após o Big BrotherBrasil.

(Cíntia Yamashiro)

Grupo de amigos já guardam lugar na fila ao lado do portão 2, do estádio do Morumbi

Daniela deve ir ao aeroporto e hotel para ver os ídolos de perto

O vice-prefeito de São Ber-nardo do Campo, José Robertode Melo, e os secretáriosHiroyuki Minami (Planejamentoe Tecnologia da Informação) eWilson Narita (Saúde) embar-cam na próxima segunda-feira(20) para uma missão oficial decerca de 15 dias ao Japão. Es-calados pelo prefeito WilliamDib, os três levarão várias in-cumbências na bagagem, masa principal delas será protoco-lar a intenção para obtenção definanciamento junto ao JBIC,banco do governo nipônico comforte atuação em projetos de re-cuperação ambiental em vári-as partes do mundo.

O objetivo final do encon-tro é conseguir a verba paraas obras do Estudo de Recu-peração da Bacia da RepresaBillings, megaprojeto que estásendo elaborado por uma coo-peração técnica entre a pre-feitura de São Bernardo e aAgência Internacional de Co-operação do Japão (Jica).

No encontro com represen-tantes do governo japonês, Wil-son Narita pretende mostrarque a despoluição da represa ede seu entorno, sobretudo coma coleta e tratamento de esgo-to, é essencial para garantir ofornecimento de água de quali-dade para milhões de pessoas.“Mas o projeto de recuperaçãoé fundamental também para asobrevivência da própria repre-sa, que vive sob constante ame-aça por conta da ocupação ir-regular e do despejo de esgotosem tratamento em suas águas.

E todos sabemos que muitasdoenças são transmitidas pelaágua contaminada ou por faltade saneamento básico”

O vice-prefeito José Rober-to de Melo avalia que a melho-ria da qualidade de vida da po-pulação é o eixo central do pro-jeto. “Não podemos apenas pen-sar em recuperar, mas tambémem fazer um amplo trabalho deconscientização sobre a impor-tância de preservar e protegero meio ambiente. Isso já vemsendo feito, mas precisamosampliar esse trabalho na própriacidade e envolver agentes pú-blicos das outras cidades banha-das pela Billings. Isso é funda-mental”.

Minami acredita que a pro-posta de São Bernardo vai ga-nhar um reforço durante en-contro com cerca de 60 depu-tados que integram a Comis-são Japão-Brasil, grupo queconstantemente troca informa-ções com colegas brasileiros.

Intercâmbio – A comitiva deSão Bernardo também vaiaproveitar a viagem para umavisita de cortesia ao prefeito deShunan, Kazuto Kawamura,cidade-irmã de São Bernardo.Minami antecipa que a inten-ção é também tentar ampliaro intercâmbio entre as duas ci-dades nas áreas cultural, es-portiva, educacional etecnológica. O secretário cita,por exemplo, que poderia ha-ver um intercâmbio de profes-sores capacitados para o ensi-no da língua.

SÃO BERNARDO/BILLINGS

Missão embarca para o Japão paramostrar plano de recuperação

JORNAL DO NIKKEY

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2 jornal do nikkey 18 de fevereiro de 2006

1956 ~ 200650 anos – Prêmio Paulista de Esporte

Tomou posse na segunda-feira passada (13), como novosecretário de Esporte, Cultura eLazer de Lins, Akio Matsuura.Formado em Educação Físicapela Faculdade de Guarulhosem 1972, Matsuura é recém-graduado e prestou serviços àprefeitura daquela cidade reve-lando atletas de nível olímpico.Pelo bom desempenho, foi con-vocado para ser técnico da Se-

CIDADES/LINS

Nikkei é o novo secretário deEsporte, Cultura e Lazer

leção Brasileira de Atletismo. Éformado em outros diversos cur-sos ligados à área, inclusive naAlemanha. É também professordo complexo educacional Sale-siano. Akira é o segundo nikkeia ocupar cargo na prefeitura lo-cal. O outro é o engenheiroagrônomo Kazuhiro Nagumo,que trata da Política Agrícola eMeio Ambiente.

(Shigueyuki Yoshikuni)

Akio Matsuura tomou posse como secretário no último dia 13

SHIGUEYUKI YOSHIKUNI

Oprefeito de Registro,Clóvis Vieira Mendesliderou uma comitiva

de autoridades municipais quese reuniram com o secretárioda Casa Civil do Governo doEstado, deputado Arnaldo Ma-deira, no último dia 8, em SãoPaulo, para solicitar empenhojunto ao governador GeraldoAlckmin, no sentido de outor-gar ao município o título de“Berço da Colonização Japo-nesa”. O objetivo é que a ci-dade já possua o título oficial-mente em 2008, quando serácomemorado o centenário daimigração japonesa no Brasil.

A iniciativa faz parte deuma série de ações que incluiainda a Rota do Chá e o Ro-teiro da Imigração Japonesa noVale do Ribeira. “Com o títulooficializando nossa condição de‘Berço da Colonização Japo-nesa’ a idéia é alavancar o tu-rismo na região e pleitear maisinvestimentos no município”,disse o prefeito em entrevistaao Jornal do Nikkey.

Participaram também daaudiência o diretor do Depar-tamento Municipal de Desen-volvimento Econômico e Em-prego, Manoel Chikaoka; opresidente da Associação Cul-tural Nipo-Brasileira de Regis-tro, Kunihiko Takahashi; o pre-sidente do Convênio Cidades-Irmãs Registro/Nakatsugawa,Toshiaki Yamamura; o presi-dente da ACIAR, João DelBianco; os vereadores MariaSebastiana de Oliveira Paivae Zózimo Henrique Genovêz,além de mais duas integrantesda comissão da Rota do Chá,a arquiteta Tânia ReginaParma e a pedagoga HelenaMuraoka.

Segundo o prefeito, o mu-nicípio pleiteia o título em ra-zão de ter sido a primeira lo-calidade do País a implantarcolônias de imigrantes. “A in-fluência japonesa no municípioé muito clara e a preservaçãodesta história e do acervo cul-tural deixado pelos primeirosimigrantes é muito importantepara o município”, explica,acrescentando que “Registro éo único município no Brasilcuja colonização foi feita atra-vés de assentamento, organi-zada, com título e decreto”.

Colonização - De acordocom o dossiê elaborado pelavice-prefeita, Inês Kawamoto,e cuja cópia foi entregue ao se-cretário, existem vários docu-mentos históricos que compro-vam ser Registro o primeiromunicípio a receber colonosjaponeses. Um deles foi o acor-do formal firmado entre o go-verno do Estado de São Pau-lo, durante a gestão deAlbuquerque Lins, e o Sindi-cato de Tóquio, em 1912. Aconcessão do contrato, em1913, foi para a empresa Bra-sil Takuschoko Kaisha que, noano seguinte, já possuía escri-turas de uma gleba de 87 hec-tares no lugar denominado“Posto de Registro”, além de

ter recebido doação de terrasdevolutas pela Câmara deIguape.

Somente em 1918 iniciou-se efetivamente a colonização,conforme o acordo inicial,quando foi autorizada a ope-ração da Kaigai KogyoKabushiki Kaisha, sucessoradas empresas anteriores e queficou conhecida pelas iniciaisKKKK (Decreto nº 13.325, de11 de dezembro de 1918). Fili-al da Companhia Imperial Ja-ponesa de Imigração, em 1919/20, a KKKK introduziu na co-lônia de Registro mais de 450famílias japonesas.

“Foi a colonização japone-sa que trouxe o desenvolvi-mento ao nosso município. Ochá, por exemplo, foi a princi-pal cultura durante vários anose teve sua decadência por con-ta do dólar e pela concorrên-cia com o chá indiano, masestamos tentando retomaressa atividade com mais tec-nologia”, disse o prefeito.

Hoje, conta Clóvis, osnikkeis representam cerca de15% dos aproximadamente 60mil habitantes de Registro eatuam, principalmente, no se-tor de plantas ornamentais.

O prefeito lembra que apresença japonesa em Regis-tro pode ser constatada em vá-rios pontos turísticos espalha-dos pela cidade, entre eles, ocomplexo KKKK – empresaresponsável pela colonizaçãojaponesa no Vale do Ribeira –o Monumento Guaracuí – umatulipa de aço com 40 tonela-das e 9 metros de altura (aobra, assinada pela artista plás-

tica Tomie Ohtake fica anexaao KKKK) –, a Praça do Mo-numento Japonês, o torii, otemplo budista, a Praça Nakat-sugawa – construída em arqui-tetura japonesa em homena-gem à cidade-irmã Nakatsuga-wa, além da sede da Associa-ção Cultural Nipo-Brasileira deRegistro (Bunkyo).

Esculturas - Em breve, Re-gistro deve ganhar outra refe-rência japonesa. Ou melhor,“outras”. Já está em anda-mento o projeto assinado peloartista plástico Yutaka Toyota,que prevê o aproveitamentodas peças e engrenagens damáquina de beneficiamento dearroz que estava encostada noKKKK e foi retirada do localpor conta da restauração docomplexo.

“Serão sete esculturas queficarão expostas permanente-mente em praças públicas erotatórias do município. Aidéia é fazer com que essasesculturas sejam uma exten-são do Memorial da Imigra-ção Japonesa no Vale do Ri-beira”, antecipou Chikaoka,acrescentando que o projetojá foi aprovado pelo prefeitoe o próximo passo será bus-car patrocínio para colocá-lo

em prática.

Atrações - “Temos tambémeventos anuais organizadospela comunidade local e queajudam a preservar e a divul-gar a cultura nipônica na região,como a Expovale, o Tooru Na-gashi, o Bom Odori e a Festado Sushi”, argumenta.

Durante a audiência, tam-bém foi solicitado a ArnaldoMadeira apoio para a implan-tação do Roteiro do Chá que,segundo um dos membros desua comissão organizadora, oarquiteto urbanista NewtonMassafumi Yamato, ajudariafinanceiramente na preserva-ção da cultura oriental no mu-nicípio.

Segundo a assessoria decomunicação da Prefeitura deRegistro, o secretário da CasaCivil, Arnaldo Madeira, reco-nheceu que, do ponto de vistahistórico, não existe como ne-gar a influência oriental na ci-dade e que por isso encami-nhará toda a documentaçãopara os setores técnicos doConselho Histórico e Culturaldo Governo do Estado paraavaliação e conversará com ogovernador Geraldo Alckiminpara que seja criado um decre-to outorgando o título de “Ber-ço da Colonização Japonesa”para Registro. Com relação aoRoteiro do Chá, Madeira pro-pôs que seja solicitado apoio dainiciativa privada através daLei Rouanet, viabilizando maisfacilmente sua implantação.

Presente na audiência, oex-prefeito Samuel Moreira daSilva Júnior sugeriu que a co-missão se reunisse com o Se-cretário Estadual de Turismo,Fernando Longo, para que oassunto fosse discutido.

(Aldo Shiguti, com asses-soria de comunicação daPrefeitura de Registro)

CIDADES/REGISTRO

Comitiva solicita ao Governo do Estadotítulo de “Berço da Colonização Japonesa”

DIVULGAÇÃO

Comitiva de autoridades de Registro liderada pelo prefeito durante encontro com Arnaldo Madeira

DEKASSEGUIS

Confira a programação dos próximoscursos preparatórios do CiateRealizados pelo Centro de Informação e Apoio ao Trabalha-dor no Exterior (Ciate), os cursos preparatórios são promovi-dos com o objetivo de orientar as pessoas que pretendem irtrabalhar no Japão. Gratuitos, eles são ministrados das 14h às16h30, na Rua São Joaquim, 381, 1º andar, Liberdade. Maisinformações podem ser obtidas pelo telefone 11/3207-9014.

21/02 – terça-feira - “Regras básicas para estrangeiros eleis trabalhistas do Japão”

24/02 – sexta-feira - “Planejamento para alcançar objeti-vos”

O Festival do Yakissoba daAssociação Cultural e Esporti-va Tucuruvi, realizado no últimodia 12, na sede da entidade, reu-niu mais de 500 pessoas. Comapoio da diretoria e dos diversosdepartamentos, o seinenkai foidestaque por sua atuação naestruturação do evento, o primei-ro externo deste ano.

Estiveram presentes váriaspersonalidades, como o vice-presidente da Associação Co-mercial, Walter Ihoshi; os ve-readores Ushitaro Kamia(PFL) e Willian Woo (PSDB);o vice-presidente do Bunkyo(Sociedade Brasileira de Cul-tura Japonesa) e coordenadorgeral da Associação para Co-memoração do Centenário daImigração Japonesa no Brasil,

Reimei Yoshioka; o presidenteda UPK (União Paulista deKaraokê), Elzo Shigueta e o

ENTIDADES

Festival do Yakissoba de Tucuruvi reúne mais de 500 pessoasDIVULGAÇÃO

O presidente da associação com o vereador Wiliam Woo

presidente do Centro CulturalOkinawa, Shinji Yonamine, alémde representantes de associa-

ções e entidades.Segundo o presidente da

associação, Yoshio Imaizumi,destaque também para a par-ticipação especial da empresá-ria Chieko Aoki, que comandaa rede de hotéis Blue Tree, quedeu um show à parte cantan-do no karaokê dansu, atraçãodo evento do yakissoba. Emdiscurso, Chieko Aoki ressal-tou a importância da manuten-ção das tradições nipo-brasi-leiras como as realizadas pelaAssociação Tucuruvi.

O próximo yakissoba daAssociação de Tucuruvi estáprevisto para o dia 26 de março,em sua sede (Rua Dr ValentinBouças, 338, Jd Tremembé).Informações pelo tel.: 11/9553-5753 ou 6994-1191.

Um ano após a entrada emvigor da Lei Seca em Mogi dasCruzes, as estatísticas polici-ais apontam para uma reduçãode crimes, como homicídiodoloso, seqüestro e cárcereprivado, tráfico de drogas eembriaguez ao volante.

“O prefeito Junji Abe to-mou uma decisão corajosa aoimplantar a Lei Seca. Muitagente era ou ainda é contra amedida. Mas os números nãomentem e podemos afirmar,categoricamente, que a legis-lação, que está em vigor des-de 14 de fevereiro de 2005, emconjunto com outras iniciativas,como o sistema de monitora-mento por câmeras, está aju-dando a reduzir a criminalida-de”, afirmou o coordenadormunicipal de Segurança Públi-ca, Joaquim Perez.

Quem desrespeita a legis-lação – de vender bebida al-coólica depois da meia-noite –

recebe multa de R$ 1.617,00.Em caso de reincidência, ovalor será dobrado. Uma ter-ceira ocorrência leva ao fecha-mento do comércio. Denúnci-as podem ser feitas pelo tele-fone 0800-7701566. A ligaçãoé gratuita.

Estatísticas - O número dehomicídios dolosos, aqueles emque há intenção de matar, caiu42%, passando de 33 para 19,durante a vigência da Lei Seca.Lesões corporais dolosas emboates passaram de 27 para 21,queda de 22%. No mesmo pe-ríodo o número de seqüestroapresentou redução de 100%,passando de quatro para zero.

Outras ocorrências tambémcaíram, como embriaguez aovolante, com queda de quase50%; tráfico de entorpecente,diminuição de 50%; e porte deentorpecente, com redução dequase 76%.

CIDADES/MOGIDAS CRUZES

Depois de um ano, Lei Seca diminuicriminalidade no município

Lei está em vigor em Mogi desde 14 de fevereiro de 2005

DIVULGAÇÃO

Restaurado, complexo KKKK é uma das atrações turísticas

Page 3: jornal do nikkey · 2018. 3. 18. · jornal do nikkey SÃO PAULO, 18 DE FEVEREIRO DE 2006 Assunto de bastante interesse e que gera conflitos na relação locador/locatário, é o

18 de fevereiro de 2006 jornal do nikkey 3

Acontece hoje, das 12h30às 14h30, no RestauranteShintori, a palestra “Etiqueta àmesa japonesa”. A professoraLumi Toyoda ensina as regrasde comportamento à mesa naprática, durante um almoço,como uma aula prática.

Os temas abordados são:modos elegantes, respeitocom o anfitrião e convivas, oque apreciar, como degustarcom consciência, histórico depratos como sashimi, sushi,tempurá, como utilizar corre-tamente o hashi e outros uten-sílios, além de curiosidades.

A palestra-treinamentotambém prepara executivos eprofissionais que se preocu-pam em melhorar suas habi-lidades sociais, já que “o sa-ber se comportar à mesa tor-na-se uma ferramenta im-prescindível para garantirseu status social e sucessoprofissional”, como destaca aprofessora.

Para participar, o interes-sado deve entrar em contatopelo telefone 11/ 3422-5122ou 4221-1071. O Restauran-te Shintori fica na Al. Cam-pinas, 600, São Paulo.

HOJE

Aula prática de etiqueta à mesatem almoço no Shintori

Amanhã, das 9h às 16h,cerca de 500 cabeleireiros, as-sistentes e manicures do SohoCabeleireiros estarão presen-tes no Parque da Juventude,para promover mais uma cam-panha beneficente com cortesde cabelo a R$ 7,00 e esmal-tação a R$ 3,00 com o apoioda Secretaria do Estado daJuventude, Esporte e Lazer.

Toda a renda será reverti-da para o Lar Escola SãoFrancisco (www.lesf.org.br) –entidade fundada em 1943, queoferece tratamento a pessoascom deficiência física e emparceria com a UniversidadeFederal de São Paulo e Esco-la Paulista de Medicina, aten-de 1.600 pessoas por dia.

O Parque da Juventude

possui 240 mil metros quadra-dos e está localizado na áreado Carandiru, onde funciona-va a antiga Casa de Detenção.Lá são oferecidas diversasatrações de esporte e lazerpara toda a comunidade.

O melhor acesso para oParque da Juventude é pelaentrada principal, localizada naAv. Zaki Narchi, 1309. A es-tação Carandiru do Metrô estálocalizada a poucos metros dedistância da entrada principal.

CAMPANHA BENEFICENTESOHO SOLIDÁRIO NA ZONANORTEQUANDO: AMANHÃ (19), DAS 9H ÀS 16H

ONDE: PARQUE DA JUVENTUDE (AV.ZAKI NARCHI, 1309)INFORMAÇÕES: 11/3287-4199

DOMINGO

Soho Solidário promove CampanhaBeneficente na Zona Norte

Oartista plástico japonêsYasushi Taniguchirealiza, a partir da pró-

xima terça-feira (21), sua pri-meira mostra individual cha-mada “Simbiose”, na GaleriaDeco, em São Paulo. Apresen-tando 20 trabalhos inéditos, re-alizados em lâminas de serrascomo suporte para pinturas deminúsculas mulheres seminu-as, o artista de 25 anos, explo-ra associação e tensão entreos gêneros masculino (serras)e o feminino (corpos curvilí-neos). A exposição segue atéo dia 15 de março.

Ao artista interessa asobreposição de elementos dis-tintos e complementares, pro-porcionado pelos utensílios prin-cipalmente usados por homense a silhueta de delicadas mu-lheres nuas em fúria, solitáriasou em grupo. Mesmo com aassociação da nudez com ero-tismo e sensualidade, ele não vêseu trabalho desta forma. Ta-niguchi começou pintando ros-tos femininos em telas em seusestudos antes de transferi-laspara outro suporte.

Taniguchi usa tinta acrílicae oxidação para pintar seuspersonagens nas serras, quevariam de 10 cm diâmetro até1.65 cm x 15 cm. Ele acreditaque seria difícil produzir o con-teúdo desta mostra no Japão,devido ao conservadorismo dasociedade nipônica. “No Bra-sil, existe um ambiente favo-

EXPOSIÇÃO

Contraste entre gêneros é a base dasobras de Yasushi Taniguchi na Deco

rável a novas idéias. Aqui te-mos grandes diferenças soci-ais, raciais, culturais ecomportamentais”.

Nascido na província deGifu (oeste de Tóquio), no Ja-pão, Taniguchi conheceu oBrasil pela primeira vez em2001, quando trabalhou comoassistente do artista japonês

Nobuo Mitsunashi (principalnome da Galeria Deco), querealizou mostra na Pinacotecado Estado de São Paulo.

Nagoya e Sesc – Em 2002,entra na Faculdade de ArtesPlásticas de Nagoya, mas semuda em definitivo para o País,trancando o curso. Em 2005,participa da mostra “Os trêsartistas Nikkeis”, parte integran-te do evento Japan Experience,realizado na Sesc-Vila Maria-na e que reuniu obras dos artis-tas Futoshi Yoshizawa e JamesKudo; da coletiva “Konsei”,realizada com artistas japone-ses, nikkeis e brasileiros con-temporâneos, além da exposi-ção coletiva “Mix”, em 2003.

EXPOSIÇÃO: “SIMBIOSE”, DEYASUSHI TANIGUCHIQUANDO: DE 22 DE FEVEREIRO A A 15DE MARÇO. DE SEGUNDA A DOMINGO, DAS

10 ÀS 19H. ABERTURA: DIA 21 DE

FEVEREIRO (TERÇA-FEIRA) DAS 19 ÀS 22H

ONDE: GALERIA DECO

RUA DOS FRANCESES, 153, BELA VISTA)ENTRADA FRANCA

INFORMAÇÕES PELO TEL.: 11/3289-7067

Em cartaz até o dia 15 de março, mostra reúne 20 trabalhos inéditos

DIVULGAÇÃO

O Instituto Tomie Ohtakeapresenta a partir da próximasegunda-feira – e até o dia 2de abril – mostra de NunoRamos (São Paulo, 1960), quefaz parte da quarta edição de“Criatividade: Ação e Pensa-mento”. O programa inovador,realizado ao longo de um se-mestre, coloca um grupo dealunos e professores em con-tato com o processo de cria-ção do artista e já contou coma participação de Ana MariaTavares, Amelia Toledo eRochelle Costi. Concebido peloInstituto Tomie Ohtake, comapoio da Fundação CarlosChagas, o programa reuniu seisescolas – três públicas e trêsprivadas –, da região de Pinhei-ros, nas quais os seis respecti-vos professores de artes esco-lheram os 30 alunos que comeles participaram da experiên-cia. “Este trabalho tem como

propósito a investigação peda-gógica da criação artística paratrazer algo novo no processo daarte”, declara Ricardo Ohtake,diretor do Instituto.

Os trabalhos realizados pe-los alunos e professores nocurso – orientado por StelaBarbieri, diretora de AçãoEducativa do Instituto TomieOhtake, com aulas baseadasna formulação de Nuno Ra-mos – serão também exibidosno ateliê, paralelamente à mos-tra da artista.

EXPOSIÇÃO: NUNO RAMOSQUANDO: DE 21 DE FEVEREIRO A 2 DE

ABRIL. DE TERÇA A DOMINGO, DAS 11H

ÀS 20H. ABERTURA: DIA 20 DE

FEVEREIRO (SEGUNDA-FEIRA), ÀS 20H

ONDE: INSTITUTO TOMIE OHTAKE (AV.FARIA LIMA, 201 – ENTRADA PELA

RUA COROPÉS – PINHEIROS)ENTRADA FRANCA

INFORMAÇÕES PELO TEL.: 11/2245-1900

EXPOSIÇÃO 2

Instituto Tomie Ohtake apresentatrabalhos de Nuno Ramos

Mostra fica em cartaz no ITO até o dia 2 de abril

DIVULGAÇÃO

A Sociedade Brasileira deTai Chi Chuan (SBTCC) abrenovas turmas para as aulas docurso de formação que se ini-ciam esta semana. Outrasmodalidades também podemser conferidas este mês.

O curso com duração de 15meses, no estilo Yang tradicio-nal, é dirigido a profissionais deeducação física, fisioterapeu-tas, enfermeiros, médicos emgeral, psicólogos e terapeutas.Em 360 horas, a formação érealizada através de aulas prá-ticas e teóricas, incluindo astécnicas do estilo tradicional dafamília Yang representada noBrasil. As aulas acontecem desábado e domingo, das 9h às17h (uma vez por mês) comcomplementação de duas au-las mínimas semanais duranteo mês. O valor da mensalida-de é R$ 300,00.

Para as crianças, haveráuma aula inaugural gratuita nodia 21 (terça-feira), às 14h30,com a professora Ana Cristi-na Miyamoto. Os pais pode-

CURSOS

Escola abre novas turmas paracursos de tai chi chuan

rão participar. O curso – queinicia em 7 de março –, volta-do a idade entre 6 e 10 anos,acontece às terças e quintas,com uma hora/aula. A matrí-cula é R$ 30,00 e a mensali-dade, R$ 110,00.

Carnaval - A escola preparatambém, de 25 a 28 de feverei-ro (feriadão de Carnaval), aprática do tai chi chuan no Jar-dim do Dharma. São quatro diasde programação voltada paraaprofundar nas técnicas formalonga, forma curta, espada,sabre, tue shou tradicional eaplicações. Válida para instru-tores, alunos e alunos dos ins-trutores, a taxa de participaçãoé R$ 50,00 por dia, e haverásaída de São Paulo no sábado(25) às 7h30 em sistema de ca-ronas. É necessário confirmarinscrição até o dia 23 pelo tele-fone 11/3884-8943 ou [email protected].

A SBTCC fica na Rua JoséMaria Lisboa, 612, sala 7, Jar-dim Paulista, São Paulo.

A Federação Paulista deJudô (FPJ), em parceria coma Secretaria da Juventude,Esporte e Lazer do Estado deSão Paulo e com a NossaCaixa, realiza hoje, a 3ª Se-letiva Paulista do Projeto“Nosso Esporte”. Trata-se deuma competição entre atle-tas das categorias juvenil(nascidos em 1990 e 1991) ejúnior (nascidos em 1987,1988 e 1989), masculino efeminino, que vai premiar osmelhores de cada categoriacom uma bolsa oferecida pelaNossa Caixa para que osjudocas tenham condições detreinar, seguir carreira na mo-dalidade e futuramente re-presentar o Estado e o Bra-sil, já que nestas categoriaseles não possuem patrocínioindividual. A seletiva aconte-ce a partir das 10h, no Giná-sio de Judô Constâncio VazGuimarães (Ibirapuera).

A FPJ espera a participa-ção de cerca 170 judocas dediversas academias. Os atle-

JUDÔ

Ibirapuera recebe hoje últimafase da seletiva do Nosso Esporte

tas que vencerem nas suasrespectivas categorias serãopontuados e concorrerão comos vencedores das outrasduas seletivas realizadas an-teriormente para definir quemficará com a bolsa. Se hou-ver empate técnico, ou seja,dois atletas equivalentes emuma determinada categoria,é possível que a Nossa Cai-xa oferte mais algumas bol-sas.

Aos contemplados seráoferecida uma ajuda de cus-to no valor de R$ 500,00, sen-do que R$ 400,00 ficam parao judoca e R$ 100,00 para aacademia. No entanto, parater direito ao benefício, ojudoca terá de atender a umasérie de obrigações impostaspela FPJ para manter o bompreparo. Além de manter opeso oficial, os judocas secomprometerão a participarde todas as convocações parafases de treinamentos visan-do às competições estaduaise também nacionais.

NOVIDADES

Fujifilm lança no mercado brasileiro câmeradigital com monitor de 3.0 polegadas

Com monitor de3.0 polegadas, quefacilita a composi-ção e visualizaçãoda imagem, aFujifilm traz para omercado brasileiro,a partir de março, acâmera digitalFinePix V10, de5.1MP. Com pre-ço estimado em R$1.799,00, o equipa-mento compacto, com apenas23,3 mm de espessura, traz no-vidades, como o monitor quepermite a verificação adequa-

da do foco, exibição de até 30imagens em índice de uma sóvez, exibição de slides, entreoutras funções.

Máquina estará à venda a partir de março

DIVULGAÇÃO

A câmera também permiteao fotógrafo fazer duas fotosao mesmo tempo (uma comflash e outra com luz natural)pressionando o disparador umaúnica vez.

FinePix A400 e A500 - AFujifilm também está lançandoas câmeras digitais da famíliaFinePix, A400 e A500. Os mo-delos, que têm, respectivamen-te, 4.1 e 5.1MP, destacam-sepela presença do Super CCDHR de quinta geração, que atéentão só equipavam as câmerashi-end e profissionais.

SUMÔ

Salto sediaamanhã seletivapara o MundialJúnior

A cidade de Salto (SP)sedia amanhã o 28º Campe-onato Paulista de Sumô e aSeletiva para o Campeona-to Mundial de Juniores, mar-cado para a Estônia. A com-petição terá início às 8 ho-ras no dohyo do Centro Es-portivo “João Luis Guarda”(Buracão) e deve reunircerca de 200 atletas de oitoRegionais.

Page 4: jornal do nikkey · 2018. 3. 18. · jornal do nikkey SÃO PAULO, 18 DE FEVEREIRO DE 2006 Assunto de bastante interesse e que gera conflitos na relação locador/locatário, é o

4 jornal do nikkey 18 de fevereiro de 2006

P A N O R A M AFotos: Marcus Kiyohide Iizuka

O Largo do Arouche parece um pedaço de uma ilha, rodeado de asfalto e arranha-céus...e os convidados assistem emocionados a um filmesobre a vida dos noivos

Os noivos Diná Mie Hatanaka e Paulo Martin Nowakcasaram-se no dia 11 no bairro de Pinheiros. A noivaDiná é sobrinha da cineasta Tizuka Yamasaki...

Vista parcial da Baixada do Glicério em direção a Radial Leste

Dia 4, a equipe da Nippon TV entrevista a empresáriaChieko Aoki, após uma reunião da Comissão deEventos do Centenário no Nippon Country Club aconvite do presidente Sadao Kayano

Uma curiosidade: na Av. Paulista, onde fica a Casadas Rosas, tem uma pequena estufa a ser utilizada

A Rua da Glória clicadaem 16 de fevereiro de2006...

... e ao lado, a Rua daGlória fotografada em

1860 (arquivo doMuseu Histórico da

Imigração Japonesa noBrasil), vista do Largo

7 de Setembro emdireção a Rua dos

Estudantes