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Na ressaca do Portugal-Espanha no Mundial de Futebol, a segunda etapa da Médis Copa Ibérica realiza-se num novo e fabuloso clube madrileno intitulado “Cidade da Raqueta”. Em destaque a tradicional rivalidade ibérica entre tenistas portugueses e espanhóis na luta pelos diversos títulos em compita. Etapa da MédisCopa Ibérica joga-se em terra do “inimigo” A 124.ª edição do mais prestigiado torneio do Planeta teve a participação de dois portu- gueses nos quadros principais individuais. Mi- chelle Brito jogou no Central diante de Sere- na Williams e foi “dissecada” pelo guru Nick Bollettieri; Frederico Gil, laureado com um tí- tulo em terra batida, não se ambientou à relva. Este número do Jornal do Ténis/Record faz parte integrante do n.º 11.404 de 1 de julho de 2010 e não pode ser vendido separadamente CARLOS RODRIGUES PRÓXIMA EDIÇÃO 16 de Julho GIANNI CIACCIA Curta duração lusitana na Catedral do Ténis PUBLICIDADE ARQUIVO JT

Jornal do Ténis - 2/07/2010

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Jornal do Ténis - 2/07/2010

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Page 1: Jornal do Ténis - 2/07/2010

Naressacado Portugal-Espanhano Mundialde Futebol, asegundaetapadaMédis CopaIbérica realiza-se num novo e fabuloso clubemadrileno intitulado “Cidade daRaqueta”.Em destaque a tradicional rivalidade ibéricaentre tenistas portugueses e espanhóis nalutapelos diversos títulos em compita.

EtapadaMédisCopaIbéricajoga-seemterrado“inimigo”

A124.ªedição do mais prestigiado torneiodo Planeta teve aparticipação de dois portu-gueses nos quadros principais individuais. Mi-chelle Brito jogou no Central diante de Sere-naWilliams e foi “dissecada” pelo guru NickBollettieri; Frederico Gil, laureado com um tí-tulo em terrabatida, não se ambientou àrelva.

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02 Quinta-feira, 1 de julhode2010

TÉNISNATV

Pragmatismoimpõe-se

Match-point JOÃO LAGOS

RENDER.A cerca de 10 qui-lómetros do famoso renderda guarda do Palácio deBuckhingham, Wimbledontambém assistiu ontem aum render da guarda que sequase se adivinhava: apóssete finais consecutivas (umrecorde) com um saldo deseis vitórias, Roger Federerquedou-se pelos quartos-de-final do seu torneio preferi-do. O ténis clássico-moder-

no do suíço voltou a claudi-car perante o protótipo dojogador do século XXI pre-conizado por Marat Safinquando ganhou o US Openem 2000 e atualmente per-sonificado pelos seus algo-zes nos últimos torneios doGrand Slam, Tomas Ber-dych (Wimbledon), RobinSoderling (Roland Garros)e Juan Martin del Potro (USOpen) – todos eles jogado-

res bem acima do 1m90 ecapazes de desequilibrarcom um possante estilo ver-tical e profundo assente emgrandes serviços e podero-sas pancadas chapadas. Ha-verá sempre que contarcom Roger Federer emqualquer torneio, mas a es-trondosa ovação que se ou-viu há sua saída pareciamesmo celebrar a passagempara uma nova era.

LIVREARBÍTRIO

MIGUELSEABRA

Director: João Lagos. Director adjunto: Rui Oliveira. Editores: Miguel Seabra (JT) e Norberto Santos (Record). Redacção: Manuel Perez, Pedro Carvalho e Carlos Figueiredo.Fotografia: Fernando Correia (editor JT), José Lorvão (editor Record) e Gianni Ciaccia. Departamento Gráfico Record: Eduardo de Sousa (director de arte), João Henrique,José Fonseca e Pedro Almeida (coordenadores gráficos), Cristiano Aguilar (editor Infografia) e Nuno Ferreira (coordenador digitalização).Redacção e Publicidade: Rua da Barruncheira, 6, 2790-034 Carnaxide Telefone: +351 21 303 49 00. Fax: +351 21 303 49 30. E-mail: [email protected]

À medidaquesoudiariamentecon-frontado com a força do futebol,refletida em imponentes estádiosconstruídos de raiz para acolher

o Campeonato do Mundo da África doSul, não posso deixarde refletir e reforçara minha determinação em pugnar poruma solução apropriada à dimensão doEstoril Open e ao potencial do ténis por-tuguês. A FIFA utiliza com mestria umtrunfo de peso, a notoriedade do futebole das suas grandes competições, a forçada sua indústria, para impora construçãode novas infraestruturas por esse Mundofora e assim consolidar ainda mais a pro-moção, crescimento e afirmação planetá-ria da modalidade.

No caso do Estoril Open os pressupos-tos são bem distintos dado que, despro-vidos de tais trunfos e cansados de tantoesperar, assumimos o risco de propor uminvestimento de proximidade sem recur-so a fundos do Estado, que terá o méritode contribuir para dinamizar a economiae a criação de emprego, especialmentequando algumas grandes obras públicas

têm de ser adiadas por razões de conso-lidação orçamental até 2013. Quanto aosobjetivos visados com a infraestruturapretendida, para além da resolução doproblema “existencial” da prova, são mui-to semelhantes (maior crescimento e afir-mação do ténis) mas ainda assim bemmais abrangentes (benefício simultâneode muitas outras modalidades com umpalco multidisciplinar).

Temos advogado uma solução no es-paço do complexo desportivo do Jamorque seja estruturante e potencie as estru-turas já existentes (essencialmente cor-tes de ténis e estacionamentos), que per-mita simultaneamente a realização bemconseguida do Estoril Open e muitos ou-tros eventos. Tem sido, no entanto, im-possível encontrar uma solução que reú-na consenso, não necessariamente porfalta de boa vontade política, mas quiçápor razões de ordem técnica e/ou de tra-dição no ordenamento arquitetónico da-quele espaço desportivo, já que as de or-dem financeira já não se colocam.

Profundamente convictos das soluções

que advogamos, temo que tenhamos con-centradodemasiadoanossaenergianumadeterminada direção, esquecendo que oótimo… pode ser inimigo do bom. À se-melhança de Roland Garros, onde é opi-nião quase unânime que deve manter-seno local onde o evento decorre há longasdécadas, parecem evidentes as vantagensdo Estoril Open em encontrarno Jamorasua solução de futuro, potenciando a tra-dição e élan de 21 edições, tanto em seupróprio benefício como do espaço ondese insere, que tem no Open o seu maiorveículo de promoção e qualificação.

Contudo, o “espaço Jamor” pode serolhado numa perspetiva mais abrangente,incluindoterrenos limítrofeseventualmen-tedisponíveis,cuja inclusãopermiteenqua-drar novas soluções alternativas, sem pre-juízodeumatradiçãogeográficaqueseen-tende por bem privilegiar. É com estaabrangência que procuramos agora estru-turar tais soluções, para rápida implemen-tação, caso se venha a confirmar nas pró-ximas semanas o NÃO estatal à propostainicialmente apresentada. ��

EUROSPORT9/07 10.15h-11.45h BestofBelgium –J. Hénin v. Kim Clijsters

17.00h-18.00h BestofBelgium –J. Hénin v. Kim Clijsters31/07 13.00h-14.00h WTA Tour Stanford – Quartos-de-final

21.30h-23.00h WTA Tour Stanford – Meias-finais1/08 22.30h-0.15h WTA Tour Stanford – Final

1/07 23.00h-1.00h Wimbledon1.00h-2.00h Wimbledon – Resumo do 10.º Dia

4/07 13.00h-14.00h Wimbledon – Resumo do 12.º Dia14.00h-18.00h Wimbledon

5/07 11.00h-14.00h WTA Tour Bastad6/07 10.00h-14.00h WTA Tour Bastad7/07 10.00h-14.00h WTA Tour Bastad8/07 10.00h-14.00h WTA Tour Bastad10/07 14.30h-15.00h ATP World Tour Uncovered

1/07 12.00h-13.00h Wimbledon – Resumo do 9.º Dia13.00h-18.00h Wimbledon

2/07 12.00h-13.00h Wimbledon – Resumo do 10.º Dia13.00h-18.00h Wimbledon18.00h-18.30h ATP World Tour Uncovered21.30h-23.30h Wimbledon23.30h-0.30h Wimbledon – Resumo do 11.º Dia

3/07 13.00h-14.00h Wimbledon – Resumo do 11.º Dia14.00h-18.00h Wimbledon23.00h-1.00h Wimbledon1.00h-2.00h Wimbledon – Resumo do 12.º Dia

4/07 23.10h-2.00h Wimbledon – Final Masculina5/07 18.40h-20.40h Wimbledon – Final Masculina6/07 20.30h-22.30h Wimbledon – Final Feminina7/07 22.40h-23.10h ATP World Tour Uncovered8/07 13.30h-14.00h ATP World Tour Uncovered

14.00h-16.00h WTA Tour Bastad21.00h-23.00h Wimbledon – Final de Pares Mistos

9/07 12.00h-16.00h Taça Davis 1/4 Final: França v. Espanha16.00h-19.20h WTA Tour Bastad22.00h-0.00h Taça Davis – Melhor Encontro do Dia

10/07 13.00h-15.00h Taça Davis 1/4 Final: França v. Espanha15.00h-17.00h WTA Tour Bastad

11/07 19.00h-21.10h Taça Davis – Encontro Decisivo

2/07 18.30h-19.00h Portimão Internacional Sub-1411/07 12.00h-15.30h Taça Davis 1/4 Final: França v. Espanha

22.30h-0.00h WTA Tour Bastad

FERN

ANDO

CORR

EIA

CATEDRAL. Finais de Wimbledon em destaque

Nota: a programação é fornecida pelos respetivos canais, pelo que quaisquer alte-rações de última hora são da inteira responsabilidade dos emissores.

EPA

Page 3: Jornal do Ténis - 2/07/2010

03Quinta-feira, 1 de julhode2010 TorneiodeWimbledon

EX-TREINADORFEZREVELAÇÃO

«MichelleBritoquiscontinuarcomopai»� Nick Bollettieri patrocinou a“emigração” de Michelle Larcherde Brito atribuindo à portugue-sa, então com 9 anos, uma bolsana sua Academia de Bradenton –mas a número um nacional jánão está vinculada à fábrica decampeões. Porquê? “Simples-mente porque ela quis que o paicontinuasse a ser o seu treina-dor”, respondeu, sem quereradiantar muito mais relativamen-te à situação; “mas gosto muitoda sua família, damo-nos todosbem e às vezes ela vem treinar-senas nossas instalações.”

Quem continua vinculado éGastão Elias, que o técnico nor-te-americano elogiou e... criti-cou: “O Gastão não tem fraque-zas técnicas no seu jogo, masnão acredita suficientementenele e desanima facilmente.Quando as coisas correm mal,bate mais forte na bola em vezde usar mais variedade. É men-talmente frágil e precisa semprede ter alguém ao seu lado quelhe esteja constantemente a di-zer que é o melhor.” �

“Guru” falou dos portugueses

�Valeu a experiência – Michelle Bri-to, tal como todos os restantes portu-gueses (no qualifying ou no quadroprincipal), não ganhou qualquer en-contro na 124.ª edição de Wimbledon

mas pelo menos per-deu com uma dasmelhores jogadorasde todos os tempos eteve a oportunidadede jogar no mais fa-moso palco tenísticodo planeta.

E Serena Williams,que acabaria por setornar na única dasprincipais favoritas a

conseguir marcar presença nasmeias-finais de singulares senhorasagendadas para hoje, não deixou osseus créditos de número um mun-dial em raquetas alheias: asfixiou ajovem opositora imediatamente apartir do serviço e da resposta, mes-

mo que nas trocas de bola no fundodo corte tenha existido algum equi-líbrio e a portuguesa até tenha rubri-cado alguns brilharetes.

Crítica.O “Jornal do Ténis” assistiuao encontro na companhia de al-guém muito especial: o guru NickBollettieri, para cuja academia Mi-chelle se transferiu aos 9 anos, coma sua família, e que muitas vezes aco-lhe a família Williams para estágiossazonais. “A Michelle não se desgra-çou”, comentou o lendário treinadorapós o desaire por 6-0 e 6-4. “Jogabem e revela muita potência para al-guém do seu tamanho, mas chegoua um ponto na carreira em que o seupadrão de jogo se esgotou e precisade variedade técnica e talento paracriar; carece de imaginação e preci-sa de ganhar variedade para podersurpreender a adversária”.

A própria Serena Williams foi elo-giosa para com a potência da portu-guesa no fundo do corte, dizendo que“olhando-se para ela, não parece, mastem um sério poder de fogo”, só queo principal problema não foram astrocas de bola – foi o vertiginoso ser-viço da americana (15 ases, ganhouo ponto nas 27 vezes que meteu o pri-meiro saque) e a poderosa resposta(ganhou mais de metade dos pontos).Porque dentro da jogada Michellesoube dar boa conta de si e até dei-xou o público entusiasmado com asacelerações de esquerda e de direita.

Central.O curioso é que já em 2009Serena tinha defrontado e elogiadouma adversária portuguesa – no casoNeuza Silva, que utilizou muito o sli-ce de ressalto mínimo e o serviço àfigura para sair derrotada por “acei-

LESÃO. Ombro direitoimpediu Michelle Britode servir durante trêsdias consecutivos

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NickBolletieriseguiuactuaçãoefoiclaro:“Padrãodejogode

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táveis” 6-1, 7-5. Tal como a setuba-lense, Michelle apreciou o momentode atuar na Catedral do Ténis: “Ter17 anos e já ter atuado no CentreCourt é muito positivo. Gosto de jo-gar nos melhores campos e contra asmelhores, adorei ouvir as pessoas gri-tarem o meu nome; podia ter feitomelhor, mas fiz o meu melhor”, ani-mou-se. “Em Wimbledon e na relva,a Serena é sempre excelente e serviumuito bem, enquanto eu tive um pro-blema no ombro que me impediu deservir nos últimos três dias. É umapena, porque em Birmingham esta-va a servir muito bem”.

O certo é que, não podendo defen-der os pontos da segunda ronda de2009, Michelle vai ver o seu ranking(148.º) baixar. E espera-se que, embo-ra sem acesso a vários quadros princi-pais, tire o máximo partido da tempo-rada em hardcourts que se avizinha –sendo forçoso servir melhor num cir-cuito feminino em que todas as tenis-tas respondem muito bem. �

� O que dizer das hipóteses de al-guém que acaba de ganhar um tor-neio em terra batida e entra logo ajogar na relva? Frederico Gil atépode ter uma boa base para jogarem pisos relvados (é rápido, equi-librado), mas a transição do pó-de-tijolo do Challenger de Milão paraa relva londrina foi demasiado bru-tal – pode dizer-se que não houvefotossíntese, já que o sintrense che-gou cansado física e mentalmente,até porque a chuva fez com que afinal milanesa se jogasse tarde nodomingo e a viagem fosse efetua-da apenas na segunda de manhã.Só houve tempo para ver os 7-0 dePortugal à Coreia do Norte e paraalguns minutos de treino.

É pena, porque Gil havia ganho

osúltimoscincoencontrosdiantedeMarcel Granollers e podia quebrara malapata nos maiores torneios damodalidade – mas, como esperado,o serviço do catalão fez a diferençae tornou-se inevitável um oitavo de-saire em oito presenças em quadrosprincipais do Grand Slam por 6-3,6-0 e 6-4. “Quando assentei, no ter-ceiro set, já era tarde de mais”, refe-riu. Granollers fez 15 ases e ganhou92% dos pontos discutidos no pri-meiro serviço,paraalémdeapresen-tar uma nuance muito especial: uti-lizou muito uma direita cortada,manteve a bola baixa e impediu“Fred” de construir os pontos comonoutras superfícies. Valeram os cer-cade 13.500 euros correspondentesao desaire na primeira ronda… �

TRANSIÇÃODEMASIADOBRUTALIMPEDESINTRENSEDETERHIPÓTESES

Umaquestãodefotossíntese

Gil voltou a perder na 1.ª ronda

ENVIADOS

MIGUEL SEABRAE GIANNI CIACCIA.

LONDRES.INGLATERRA

Page 4: Jornal do Ténis - 2/07/2010

04 Quinta-feTaçaDavis

MANUEL PEREZ

� Antever aquilo que será a elimi-natória Portugal-Chipre, relativa àsegunda ronda do Grupo 2 (ZonaEuro-Africana) da Taça Davis, nospróximos dias 9, 10 e 11, no Com-plexo de Ténis do Jamor, deixa no ara seguinte questão: quais os núme-ros que irão selar a mais do que pro-vável vitória da Seleção Nacional?Não se pretende, com isto, menos-prezar os visitantes. Só que a durarealidade revelada pela ausência davedeta Marcos Baghdatis, aliada àdo número dois Photos Kallias (am-bos são os únicos cipriotas comranking ATP World Tour), transpor-ta um ultrafavoritismo para cima dascores lusitanas.

Para o selecionador nacional, cau-tela é, para já, a palavra de ordem.“Lembro-me que há alguns anos,

numa deslocação à Áustria, em queeu, o João (Cunha e Silva) e o Nuno(Marques) fazíamos parte da equi-pa, não estava previsto que o Tho-

mas Muster jogasse, mas no dia dosorteio, véspera do início da elimi-natória, lá apareceu ele pronto paraatuar”.

Favoritismo. Pedro Cordeiro reco-nhece, no entanto, que sem MarcosBaghdatis, o Chipre fica claramenteenfraquecido, mas isso não quer di-zer que a Seleção Nacional encare a

eliminatória como antecipadamenteganha. “Nós vamos apresentar os me-lhores jogadores e é com esses quequeremos vencer, num ano em que oprincipal objetivo é a subida de divi-são”, sustenta o capitão, reforçandoa ideia de que “será titular quem es-tiver em melhores condições”.

Relativamente à eliminatória ante-rior, em Março, na Maia, selada pelotriunfo (4-1) sobre a Dinamarca, Pe-dro Cordeiro mantém na equipa Fre-derico Gil, Rui Machado e Leonar-do Tavares, efetuando uma troca deSousas. João foi chamado para o lu-gar de Pedro, com a seguinte expli-cação do selecionador nacional: “Aconvocatória é feita com um mês deantecedência e nessa altura valorizoos resultados e o momento de formade cada potencial convocado. Nesseaspeto, o João está em vantagem. Sebem que qualquer um tenha lugar na

equipa, só posso escolher quatro.”Nos dois últimos meses, João Sousaconquistou três torneios Future ITFconsecutivos, em Espanha, e atingiuo seu melhor ranking de sempre na282.ª posição.

Invencibilidade. Fora das convoca-tórias desde Setembro de 2008, Gas-tão Elias (720.º ATP) continua a re-cuperar o tempo perdido, fruto dosproblemas físicos que o impediram decompetir, entre Julho do ano passadoe Fevereiro deste ano. O mais novo(19 anos) do núcleo de oito jogado-res que Pedro Cordeiro já utilizou em13 eliminatórias desde que, em 2005,passou a comandar a Seleção é, parajá, uma opção para mais tarde: “Infe-lizmente, o Gastão Elias ainda estánuma fase de recuperação, depois deter estado muito tempo parado. De-sejo que volte rapidamente a jogar ao

seu melhor nível e se mostre capaz deregressar à equipa”. “Precisa de ga-nhar encontros e também confiançaque, naturalmente, só surgirá com asvitórias”, acrescentou o capitão, a pro-pósito de “Pepê” que, desde a sema-na passada, está a ser acompanhado,a título experimental, pelo treinadormadeirense Piti Borges.

No mandato de Pedro Cordeiro, oesquadrão masculino português ja-mais perdeu uma eliminatória emcasa. Venceu os cinco compromissos– Argélia e Eslovénia (2005), Tunísiae Chipre (2008) e Dinamarca (2010)–e se essa tradição continuar a ser res-peitada, a subida de divisão ao GrupoI será uma realidade, já no próximomês de Setembro. Atendendo a queChipre estará no papo, segue-se a re-ceção à Bósnia ou à Estónia, equipasobre a qual os portugueses confirma-ram a vitória por 4-1 em 2005. �

PARAASEMANA,NOJAMOR,PORTUGALCOMVIDAFACILITADAPERANTECHIPRE

SEMAESTRELAMAIOR

MarcosBaghdatiséausênciaconfirmadaepodecolocarPortugalmaispertodoGrupoI

�O anúncio foi feito ontem na con-ferência de imprensa de apresenta-ção da eliminatória, no Complexo deTénis do Jamor, mas a inclusão deLuís Miguel Nascimento e IsraelMonteiro na equipa técnica da Sele-ção já estava assegurada há quase ummês. Ambos fazem carreira nos Es-tados Unidos da América. Luís Mi-guel Nascimento, de 50 anos, antigotreinador, entre outros, de Pedro Cor-deiro, Nuno Marques e Gastão Elias,é coordenador técnico de uma aca-demia na Florida, enquanto IsraelMonteiro, de 33 anos, fez numa Uni-versidade do Texas o mestrado emCiências Desportivas com ênfase no

rendimento do tenista.Estes reforços são uma mais-valia

e assinaram um protocolo com a Fe-deração Portuguesa de Ténis que in-clui esta e a próxima eliminatória.Luís Miguel Nascimento exercerá asfunções de treinador de campo, áreaque pode também ser aproveitadapela polivalência de Israel Monteiro,se bem que a sua especificidade secentre na no desenvolvimento das ca-pacidades visuais dos atletas.

Cordeiro, o timoneiro das seleçõesseniores, destaca os reforços para o tra-balho das equipas, mostrando-se con-fiante num projeto que pretende opti-mizar o talento dos jogadores. �

LUÍSMIGUELNASCIMENTOEISRAELMONTEIROVÊMDOSEUA

Equipatécnicareforçada

EXPERIÊNCIA. Nascimento foi o último treinador luso de Gastão Elias

ESTRELA.Baghdatisdeixa orfãequipacipriotaFE

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Page 5: Jornal do Ténis - 2/07/2010

05eira, 1 de julhode2010 TaçaDavis

� Não é a primeira, nem será aúltima vez, que Marcos Baghda-tis deixa a seleção cipriota tre-mendamente desfalcada. Talcomo se verificou em 2008, de-pois de ter ajudado o seu país agarantir a permanência no Gru-po 2 da Zona Euro-Africana,Baghdatis não jogou frente a Por-tugal, na Foz do Douro, a segun-da eliminatória. E, também talcomo há dois anos, o melhor te-nista cipriota de todos os temposevita um enorme desgaste naTaça Davis, antes de uma bastan-te preenchida campanha de tor-

neios na América do Norte.Se Baghdatis defrontasse este

ano Portugal, teria de suportarum terrível desgaste, durante trêsdias, num corte de terra batida,em dois encontros de singularese um de pares, à melhor de cincosets. Cenário que o levou à renún-cia, optando por não competir de-pois da eliminação em Wimble-don, na semana passada, até aopróximo dia 19 Julho, data emque se inicia, em Atlanta (EUA),o primeiro dos seis torneios con-secutivos que o actual 27º joga-dor mundial vai jogar até ao

Open dos Estados Unidos (inícioa 30 de Agosto).

Desfalque.Bemdiferenteéa razãodaausênciadePhotosKallias, oou-tro jogadorcipriotaque juntamentecom Marcos Baghdatis possui cota-ção no actual mercado ATP WorldTour. O modesto 750.º mundial,mas com larga experiência na secu-larcompetiçãoporequipas,estásemcompetir desde Fevereiro, devido auma lesãonumjoelho, eosmédicosdesaconselharam um regresso jánesta eliminatória da Taça Davis.

Perante tãocomprometedorasau-

sências,osresponsáveisdaFederaçãode Ténis de Chipre reuniram-se emsessãoextraordinária,nasemanapas-sada, e, na presença do selecionadorYiannos Hadjigeorgiou, escolheramosquatro jogadoresque,napróximasegunda-feira, viajam para Lisboa.Entre eles, dois teenagers: PhilipposTsangaridis, que completa 18 anosesta sexta-feira, e o estreante SergisKyradjis, de 15 anos, que mesmosendoutilizadonãobateráorecordede precocidade de Marcos Baghda-tis, cuja estreia ocorreu em 2000frente à seleção do Uganda, na altu-ra contando apenas 14 anos! ��

PROTAGONISTAS

Solidezportuguesa

[ ]

FREDERICOGIL25 anos (24/03/85)Ranking ATP: 89.ºMelhor ranking ATP:66.ºEstreia na Taça Davis: 2004Eliminatórias disputadas: 14Singulares: 12 vitórias/8 derrotasPares: 8 vitórias/5 derrotas

RUIMACHADO26 anos (10/04/84)Ranking ATP: 123.ºMelhor ranking ATP:102.ºEstreia na Taça Davis: 2003Eliminatórias disputadas: 15Singulares: 7 vitórias/11 derrotasPares: 0 vitórias/1 derrota

LEONARDOTAVARES26 anos (20/02/84)Ranking ATP: 258.ºMelhor ranking ATP: 224.ºEstreia na Taça Davis: 2002Eliminatórias disputadas: 16Singulares: 5 vitórias/8 derrotasPares: 8 vitórias/5 derrotas

JOÃOSOUSA21 anos (30/03/89)Ranking ATP: 282.ºMelhor ranking ATP:282.ºEstreia na Taça Davis: 2008Eliminatórias disputadas: 4Singulares: 3 vitórias/1 derrotaPares: nunca jogou

InexperiênciacipriotaELEFTERIOSCHRISTOU25 anos (20/01/85)Ranking ATP: não temMelhor ranking ATP: 1670ºEstreia na Taça Davis: 2002Eliminatórias disputadas: 4Singulares: 0 vitórias/2 derrotasPares: 2 vitórias/1 derrota

PHILIPPOSTSANGARIDIS18 anos (02/07/92)Ranking ATP: não temMelhor ranking ATP: 1.081.ºEstreia na Taça Davis: 2009Eliminatórias disputadas: 1Singulares: 0 vitórias/1 derrota

RARESCUZDRIOREAN23 anos (31/07/86)Ranking ATP: não temMelhor ranking ATP: 1.502.ºEstreia na Taça Davis: 2010Eliminatórias disputadas: 1Singulares: 0 vitórias/1 derrota

SERGISKYRADJIS15 anos (12/05/95)Ranking ATP: nunca teveEstreia na Taça Davis: nuncajogou

PORTUGAL-CHIPREGRUPO 2 – EUROPA/ÁFRICAData: 9, 10, 11 de Julho de 2010Local: Complexo de Ténis do JamorPalco: Corte Central (2.000 lugares)Superfície: Terra batidaBolas: Head ATP World TourPROGRAMADia 9: Singulares, a partirdas 12.00hDia 10: Par, a partirdas 15.00hDia 11: Singulares, a partirdas 12.00hINGRESSOS

Diário -Federados: 8€; Federadosmenoresde18anos e maiores de 65 anos: 4€; Não federados:12€; Não federados menores de 18 anos e maio-res de 65 anos: 8€.Pack: Federados: 15€; Federadosmenoresde 18anosemaioresde65anos:7.50€;Nãofederados:20€; Não federados menores de 18 anos e maio-res de 65 anos: 15€.Grátis: Para alunos de clubes e escolas de ténis(vercondições em www.tenis.pt)

JOÃOSOUSAATRAVESSAPERÍODOÁUREOEFOI OQUARTOESCOLHIDO

MANUEL PEREZ

� Há dois anos, João Sousa fezpela primeira vez parte da SeleçãoNacional. Nessa altura, o vimara-nense, que está a viver e a treinarem Barcelona, ainda vivia a “res-saca” de uma surpreendente cam-panha num Estoril Open em quefoi eleito Jogador Revelação, apósvencer três rondas na fase de qua-lificação e ser afastado nos oitavos-de-final do quadro principal. Apartir daí, não foi capaz de justifi-car esse bom desempenho. A am-bicionada subida no ranking foisendo adiada e passou por um je-jum de quase um ano.

Em Maio do ano passado, atin-giu a primeira final de um torneio

Future ITF e no mês seguinte con-quistou o primeiro título, sendopor mais duas vezes finalista emeventos desse nível. Antes do en-cerramento da temporada, ence-tou uma parceria técnica com Pe-dro Cordeiro, mantendo-se, con-tudo, ligado à Barcelona Total Té-nis. Do “part-time” com o selecio-nador nacional foi recolhendo im-portantes ensinamentos e nos pas-sados meses de Maio/Junho deu osalto.

Hat-trick. Numa sensacional sé-rie, João Sousa ganhou três tor-neios Future consecutivos e só foitravado nas meias-finais do quar-to. Esteve, por isso, muito pertodo chamado Future Slam, algoque só Rui Machado conseguiu sa-borear, em Fevereiro/Março de2008, quando venceu quatro Fu-tures seguidos, imitando NunoMarques, autor do então denomi-nado Satélite Slam: a vitória nasquatro etapas dos entretanto ex-tintos circuitos satélite.

João Sousa regressa à Taça Da-vis, onde regista um saldo de três

encontros ganhos e um desaire. Temsido o típico jogador dos singularespara cumprir calendário – pois aindanão jogou encontros “a doer” à me-lhor de cinco sets, ajudando a confir-mar os triunfos sobre Chipre (2008)

e Argélia (2009), tendo ainda ganhoo respetivo encontro com a elimina-tória de 2009 já perdida em Chipre.O desaire aconteceu na Ucrânia(2008), com o triunfo dos anfitriõestambém já definido. �

VERÃODOEX-TOP8MUNDIALINCLUI PARTICIPAÇÃOEMSEISCOMPETIÇÕESSEGUIDASEMSOLONORTE-AMERICANO

CalendárioafastaBaghdatis

EM ALTA. Três títulos Futureconsecutivos garantiramchamada à Seleçãodo vimaranense Sousa

PILARES.Frederico Gil e

Rui Machadosão aposta nos

singulares

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06 Quinta-feira, 1 de julhode2010MédisCopa Ibérica

PEDRO CARVALHO

�Depois do arranque no Clube deTénis do Estoril, a Médis Copa Ibéri-ca de 2010 faz este fim-de-semana asua tradicional paragem em territóriovizinho – numa jornada que certa-mente servirá de “vingança” a portu-gueses, após o duelo futebolístico daúltima terça-feira que colocou a Es-panha nos quartos-de-final do Cam-peonato do Mundo da África do Sul.

Num palco batizado com o suges-tivo nome de “Ciudad de La Raque-ta”, em plena capital espanhola, e di-gno de ser considerado uma das me-lhores infraestruturas europeias paraa prática do ténis, mais de uma cen-tena de praticantes lutarão pelos di-versos títulos em disputa e a granderivalidade ibérica entre portugueses eespanhóis (que desde sempre tem ca-

racterizado a competição e que até es-teve por trás do advento da iniciati-va) deverá centrar todas as atençõesda segunda etapa da prova.

Aferver.Para lá das anunciadas tem-peraturas escaldantes em Madrid nes-ta altura do ano, poderá ser no esca-lão feminino que se irão viver as emo-

ções mais quentes. Contrariando atradição de apenas atuar nas etapasportuguesas nos últimos anos, LuísaGouveia – finalista no Estoril da ca-tegoria +40 anos – viajará até Espa-

nha no sentido de adicionar mais umtítulo ao seu recheado currículo.

Todavia, a concorrência à atualnona classificada do rankingmundialITF (+45) promete ser de peso e comsotaque castelhano, destacando-se apresença da campeã “estorilense” Le-tícia Almirall Garbayo (24.ª ITF+40).De saudar também o regresso à Mé-dis Copa Ibérica 2010, após o triun-fo isolado em Vilamoura na últimatemporada, de Luz Rodriguez Gon-zalez (18ª ITF +40) – confirmando-se assim novo obstáculo para “Nini”.

Forçalusitana.Mesmo a jogar “forade casa”, para além das expectativasem torno de Luísa Gouveia, outrorepresentantes nacionais deverão teruma palavra a dizer nos respetivosescalões. Embalado pelo triunfo noClube de Ténis do Estoril na varian-

te de +40 anos (frente a Paulo Brás),Vasco Graça procurará manter-se in-victo em Madrid, embora tenha deter em atenção a participação deGiovanni Medori, atual 30.º classifi-cado ITF (+40 anos) e recente cam-peão nos Campeonatos Internacio-nais da República Checa.

António Pedro Figueiredo – esteano a competir num novo escalão –tentará, no mínimo, substituir o espa-nhol Fernando Pablo-Benavides ou ouruguaio Gabriel Aguillar na final doescalão +45 anos. O campeoníssimoAntónio Trindade – o mais laureadojogadorda Médis Copa Ibérica –mar-cará igualmente o seu lugar em Ma-drid, esperando encontrar adversáriosna nova categoria +75 anos, evitandoassim ter de “intrometer-se” na riva-lidade entre Felix Candela e ManfredWormuth (+70 anos). �

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DESTINOSCRUZADOS

Campeãorecebeorganizador� Emílio Sanchez foi o primeirocampeão do Estoril Open, arreca-dando os títulos de singulares e pa-res na edição inaugural de 1990 –num total de 65 títulos ATP WorldTour. Curiosamente, o antigo ca-pitão espanhol da Taça Davis, en-quanto responsável da “Ciudad deLa Raqueta”, servirá agora de an-fitrião a uma outra organização daJoão Lagos Sports… �

�Situada bem no centro de Madrid,a “Ciudad de La Raqueta” abriu assuas portas em Setembro de 2009, napresença do “alcaide” local AlbertoRuiz Gallardon, e desde a primeirahora assumiu o estatuto de melhor in-fraestrutura para a prática do ténis epadel em toda a Europa – com argu-mentos de peso.

Acomeçarpelo diretorEmílio San-chez, nome grado do ténis espanhol,a “Cidade do Ténis” oferece um totalde 20 cortes – 10 de terra batida co-bertos e iluminados, 9 de “green set”(superfície idêntica à do Open da

Austrália, Open dos Estados Unidose ATP World Tour Championships)e um central de pó-de-tijolo com ban-cadas que podem albergar entre2.000 a 5.000 espectadores. Paraalém disso, dispõe ainda de 18 pistasde Padel (10 cobertas), bem como deduas piscinas, restaurante e restantesserviços de apoio. Sem dúvida, umclube de luxo para receber a segundaetapa da Médis Copa Ibérica, cujosparticipantes ficarão alojados num detrês hotéis (um de 5 estrelas e dois de4) da cadeia NH Hoteles, todos situa-dos no coração de Madrid. �

INFRA-ESTRUTURASDEEXCEÇÃONOVELHO CONTINENTE

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DE LUXO. Ténis e Padel têm em Madrid estrutura para receber grandes competições internacionais

ARMADA. Luísa Gouveia procura título do ano (+40 anos), acompanhada por Vasco Graça (campeão no CTEstoril), com forte concorrência de Luz Rodriguez Gonzalez (Espanha)

Emílio Sanchez em 1990

MadridemtrajedegalaAPÓSDUELO IBÉRICONOMUNDIAL,FORTEPRESENÇALUSAEMCOMPLEXOMADRILENODESONHO

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