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Seleçãoda Taça Davis joga playoffdesubida dedivisão O Estádio Na- cional acolhe, a partir de hoje e até do- mingo, um playoff da Taça Davis que poderá colocar Portu- gal no Grupo 1 da maior competição por equipas do ténis mundial. A Seleção lusa apresenta o melhor ranking de sempre e parte favorita no compromisso com a Bósnia-Herzegovina. CARLOS RODRIGUES FERNANDO CORREIA PRÓXIMA EDIÇÃO 1 de outubro Este número do Jornal do Ténis/Record faz parte integrante do n.º 11.482 de 17 de setembro de 2010 e não pode ser vendido separadamente CAMPEONATONACIONAL Em maisumaediçãodesfalcada daprincipal provainterna doténisportuguês, MariaJoão Koehler e Martim Trueva sagraram-se campeõesnacionais Francisco Franco Dias e, sobretudo, Maria João Koehler confirmaram o seu favoritismo e repetiram anteriores êxitos no Campeona- to Nacional de Juniores. Mas o trajeto dos campeões não foi fácil e a motivação pare- ceu estar mais centrada noutras paragens. Nacional deSub-18 sagrou campeõespreanunciados FERNANDO CORREIA E CARLOS RODRIGUES

Jornal do Ténis - 17/09/2010

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Page 1: Jornal do Ténis - 17/09/2010

SeleçãodaTaçaDavisjogaplayoffdesubidadedivisãoO Estádio Na-cional acolhe,apartirdehojeeatédo-mingo, umplayoffdaTaçaDavisquepoderácolocarPortu-gal no Grupo1 damaiorcompetiçãoporequipasdo ténismundial. ASeleção lusaapresentaomelhorranking desempreeparte favoritanocompromisso com aBósnia-Herzegovina.

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CAMPEONATONACIONAL

Emmaisumaediçãodesfalcadadaprincipalprovainternadoténisportuguês, MariaJoãoKoehlereMartimTruevasagraram-secampeõesnacionais

Francisco Franco Dias e, sobretudo, MariaJoão Koehlerconfirmaram o seu favoritismoe repetiram anteriores êxitos no Campeona-to Nacional de Juniores. Mas o trajeto doscampeões não foi fácil e amotivação pare-ceu estarmais centradanoutras paragens.

NacionaldeSub-18sagroucampeõespreanunciados

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02 Sexta-feira, 17 de setembrode2010

TÉNISNATV

Dignidadeperdida

Match-point JOÃO LAGOS

MAIORAL.O triunfo de Ra-fael Nadal no US Open e ocompletar da sua lacunacurricular para passar a os-tentar, aos 24 anos, o cha-mado Grand Slam de carrei-ra juntamente com um títu-lo olímpico, três Taças Da-vis e um recorde de 18 Mas-ters 1000 relançou o debateacerca do melhor tenista detodos os tempos. Mesmo an-tes de o torneio acabar, John

McEnroe já afirmava que oespanhol estava à frente deBjorn Borge somente atrás deRoger Federer, Rod Laver ePete Sampras – e a insaciávelcadência vitoriosa de tão “Fe-nomenadal” promete guindá-lo a píncaros bem mais eleva-dos. Na minha perspetiva so-bre tão polémico tema quecompara eras diferentes, des-taco dois aspetos: a inverosí-mil sucessão de “melhores de

sempre” em gerações conse-cutivas (Sampras » Federer »Nadal?) e a evolução ofensi-va de um campeão que come-çou com “tração atrás” (nes-se aspeto, Nadal só tem com-paração com Borg; todos osoutros Grandes eram intrin-secamente atacantes). E vol-to a reafirmar: se a minha vidaestivesse dependente de umencontro de ténis, escolheriaRafa para o jogar por mim.

LIVREARBÍTRIO

MIGUELSEABRA

Director: João Lagos. Director adjunto: Rui Oliveira. Editores: Miguel Seabra (JT) e Norberto Santos (Record). Redacção: Manuel Perez, Pedro Carvalho e Carlos Figueiredo.Fotografia: Fernando Correia (editor JT), Paulo César (editor Record) e Gianni Ciaccia. Departamento Gráfico Record: Eduardo de Sousa (director de arte), João Henrique,José Fonseca e Pedro Almeida (coordenadores gráficos), Cristiano Aguilar (editor Infografia) e Nuno Ferreira (coordenador digitalização).Redacção e Publicidade: Rua da Barruncheira, 6, 2790-034 Carnaxide Telefone: +351 21 303 49 00. Fax: +351 21 303 49 30. E-mail: [email protected]

Nos últimos anos temos convividocom um Campeonato Nacionalque, de “Absoluto”, nada tem.Agrilhoado pela falta de recursos

que lhe permitam dotar-se com um prize-moneyminimamente digno (longe vão ostempos em que a “Herança Mantero” erao garante do prémio em disputa) e refémde uma data que “exclui” a participaçãode quem estiver no US Open, a “provarainha” do ténis nacional agoniza a olhosvistos, com a ausência repetida dos/asprincipais tenistas nacionais. É como se oCampeonato Nacional de Futebol se dis-putasse sem Sporting, Benfica, Porto, Bra-ga... Como seria? Teria a Liga o patrocí-nio da Zon ou da Sagres? A televisãotransmitiria os jogos? Qual seria a afluên-cia de público aos estádios? O que seriada Seleção e do futebol nacional?

Embora o ténis seja diferente, até por-que é um desporto individual, oprocesso de erosão a que se encon-tra sujeito por tais vicissitudes é

também intenso. Para além da competi-ção em si própria que se desvaloriza, oprestígio do título de campeão nacionaldesvanece-se. Já não é o mesmo alcançartal feito. As coroações de hoje não têm omesmo significado de outrora e acabampor serquase injuriosas para quem as con-

quistou no passado – onde constam no-mes grados do ténis nacional como Alfre-do Vaz Pinto, José Vilela, Miguel Soares,Pedro Cordeiro, Nuno Marques, João Cu-nha e Silva, Bernardo Mota ou EmanuelCouto, uma galeria de campeões que te-nho o maior orgulho em integrar.

Presentemente não temos em solonacional uma competição que con-siga reunir as primeiras linhas doténis português e as coloque em

confronto direto, sempre tão apetecidodos adeptos e tão salutar para a modali-dade. O saudoso Masters TMN, que jun-tava a elite nacional em final de época, nãopassa de uma memória. Os torneios doCircuito School Eventos /FPT, apesar dosprémios em disputa, não conseguematrair Frederico Gil, Rui Machado & Cª.Não temos torneios Challenger de 75 ou100 mil dólares onde possam jogar. Res-ta assim, unicamente, o Estoril Open, su-ficientemente forte para atrair a presençade todos… mas em cujo quadro principalsó um ou dois conseguem entrar.

Épouco. Não chega para saciar a sededos adeptos em Portugal, que osquer ver em campo enquanto ad-versários, com os mais novos ou

menos ranqueados a confrontar a hege-monia dos mais consagrados. Gostaría-

mos de ver Michelle a medir forças comMaria João ou Magali; de ver Gil e Ma-chado num cenário de duelo que não o doEstoril Open; de aquilatar das verdadei-ras capacidades do “regressado” Leonar-do; de ver quão competitivos se apresen-tarão Pedro e João Sousa, Gastão ou osmais recentes campeões nacionais Mar-tim Trueva e Gonçalo Pereira; ou mesmodas jovens promessas Frederico Silva,Francisco Franco Dias ou Vasco Mensu-rado. Eles próprios são os que mais per-dem com a ausência de tais confrontos,tanto desportiva como comercialmente!

Otempo em que tomávamos emmãos a responsabilidade por todasessas competições que faltam ago-ra naturalmente passou. Avançá-

mos com inúmeras soluções em prol daqualidade competitiva em solo nacional,desde a tomada em concessão do Cam-peonato Nacional e principais provas docalendário federativo à “colagem” do Na-cional ao Estoril Open… mas infelizmen-te ao longo dos anos o sabor amargo dascríticas sobrepôs-se à reconfortante sen-sação do reconhecimento. Continuare-mos, porém, a procurar dar o nosso con-tributo e encontrar soluções que, mesmoque gerem polémica, sirvam aos nossosolhos o interesse do ténis nacional. �

EUROSPORT INTERNATIONAL27/09 7:30h-12:45h WTA Tour Tóquio – 1º Dia28/09 7:35h-12:45h WTA Tour Tóquio – 2º Dia29/09 7:30h-12:45h WTA Tour Tóquio – 3º Dia30/09 7:30h-14:00h WTA Tour Tóquio – ¼ Final1/10 9:00h-12:00h WTA Tour Tóquio – ½ Finais2/10 9:00h-10:35h WTA Tour Tóquio – Final

13:45h-15:00h WTA Tour Tóquio – Final4/10 8:00h-14:15h WTA Tour Pequim – 1º Dia5/10 8:00h-14:15h WTA Tour Pequim – 2º DiaEUROSPORT 227/09 13:00h-14:0h WTA Tour Tóquio –1º Dia28/09 13:00h-14:00h WTA Tour Tóquio – 2º Dia

22:15h-23:00h WTA Tour Tóquio – 2º Dia29/09 13:00h-14:00h WTA Tour Tóquio – 3º Dia

17:45h-18:30h WTA Tour Tóquio – 3º Dia22:15h-23:00h WTA Tour Tóquio – 3º Dia

30/09 13:00h-14:00h WTA Tour Tóquio – ¼ Final16:00h-17:00h WTA Tour Tóquio – ¼ Final

1/10 13:00h-14:00h WTA Tour Tóquio – ½ Finais16:00h-17:00h WTA Tour Tóquio – ½ Finais22:15h-23:00h WTA Tour Tóquio – ½ Finais

2/10 5:00h-6:45h WTA Tour Tóquio – Final12:00h-13:00h WTA Tour Tóquio – Final15:45h-17:00h WTA Tour Tóquio – Final20:00h-21:00h WTA Tour Tóquio – Final

3/10 10:00h-11:30h WTA Tour Tóquio – Final21:30h-22:45h WTA Tour Tóquio – Final

4/10 16:00h-17:00h WTA Tour Pequim – 1º Dia21:00h-22:45h WTA Tour Pequim – 1º Dia

5/10 16:00h-17:00h WTA Tour Pequim – 2º Dia20:30h-22:45h WTA Tour Pequim – 2º Dia

17/09 12:30h-16:30h Taça Davis: França v. Argentina– ½ Final

16:30h-17:00h ATP World Tour Uncovered23:00h-1:00h Taça Davis: França v. Argentina

– Melhor Encontro18/09 14:00h-14:30h Vale do Lobo Grand Champions

– Resumo23:10h-1:10h Taça Davis: França v. Argentina

– ½ Final19/09 16:00h-18:00h Taça Davis: França v. Argentina

– Encontro Decisivo22:00h-0:00h Taça Davis: França v. Argentina

– Encontro Decisivo20/09 17:00h-19:00h Taça Davis: França v. Argentina

– Encontro Decisivo21/09 13:30h-15:30h Taça Davis: França v. Argentina

– Encontro Decisivo15:30h-16:00h Vale do Lobo Grand Champions

– Resumo21:40h-22:40h Taça Davis: Sérvia v. República Checa

– Resumo22:40h-23:40h Taça Davis: França v. Argentina

– Resumo22/09 13:00h-14:00h Taça Davis: França v. Argentina

– Resumo14:00h-15:00h Taça Davis: Sérvia v. República Checa

– Resumo0:00h-0:30h ATP World Tour Uncovered

23/09 14:00h-14:30h ATP World Tour Uncovered14:30h-15:30h Taça Davis: França v. Argentina – Resumo15:30h-16:30h Taça Davis: Sérvia v. República Checa

– Resumo24/09 15:00h-15:30h ATP World Tour Uncovered27/09 19:30h-20:00h World of Tennis28/09 17:30h-18:00h World of Tennis29/09 13:00h-13:30h World of Tennis

23:50h-0:20h ATP World Tour Uncovered30/09 13:00h-13:30h ATP World Tour Uncovered

15:30h-16:00h World of Tennis1/10 15:30h-16:00h ATP World Tour Uncovered2/10 14:30h-15:00h World of Tennis3/10 9:00h-9:30h World of Tennis

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Nota: a programação é fornecida pelos respectivos canais, pelo que quaisquer altera-ções de última hora são da inteira responsabilidade dos emissores.

PERDIDO. Campeonato Nacional vai agonizando e não há em Portugal competição que reúna as primeiras figuras

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03Sexta-feira, 17 de setembrode2010

MANUEL PEREZ

�O regresso, quatro anos depois, dePortugal ao Grupo 1 da Taça Davispassa pelo triunfo no Jamor sobre aBósnia-Herzegovina. Favorita, a Se-leção Nacional pode conseguirum re-corde de quatro eliminatórias segui-das sem perder – e, para tal, contacom quatro jogadores cujo somató-rio dos rankings é o melhor de sem-pre. Como se pode verificar, quatro éo número mágico na 91.ª eliminató-ria da campanha portuguesa na maiorcompetição mundial por nações.

O quarteto da última convocatóriamantém-se: Frederico Gil (83.º ATP),Rui Machado (124.º), Leonardo Ta-

vares (236º) e João Sousa (259.º) vol-tam a fazer parte dos planos de PedroCordeiro –que pode tornar-se no pri-meiro selecionador português a ultra-passar quatro rondas sucessivas.

Séries.“A nossa maior preocupaçãoé vencer todas as eliminatórias emque participamos; se forem quatroou cinco é bom, significa que conti-nuamos a ganhar, mas como nãoolho a recordes, já agora há que me-lhorar os registos”, assumiu PedroCordeiro, consciente do favoritismodiante dos bósnios, mas, como sem-pre, mostrando-se também cautelo-so. “Eles não têm nada a perder, vãojogar soltos e nós teremos de mostrardeterminação desde o início para evi-tar qualquer surpresa.”

Para já, no currículo de um capitãoem funções desde 2005, são duas asséries de três eliminatórias seguidassempre a vencer. No ano da estreia,Pedro Cordeiro comandou os triun-fos sobre a Estónia (fora), Argélia(casa) e Eslovénia (casa. A série atualcomeçou em 2009, com a vitória so-bre a Argélia (fora) e prosseguiu, já

este ano, com os triunfos sobre Dina-marca (casa) e Chipre (casa).

História. Idêntica campanha de trêsvitórias consecutivas só havia sido ob-tida no mandato de José Vilela, em1998, com sucessos diante daGeórgia (casa), Jugoslávia (fora) eHungria (casa). Na ultrapassagemdesse(s) registo(s), a receção à Bós-nia-Herzegovina pode também tor-

nar-se histórica por outro motivo,caso se confirme o respetivo êxito:Portugal passaria a equilibrar as con-tas relativas aos encontros disputadosem casa. Seria a 23.ª vitória, contra omesmo número de derrotas e com acuriosa particularidade de apenas umdos triunfos não ter sido alcançadoem terra batida –frente à Hungria, há12 anos, num hardcorte de uma uni-dade hoteleira algarvia. �

TaçaDavis

ADVERSÁRIOS. Bósnios apresentarão os seus trunfos no Jamor

TRIUNVIRATO.Rui Machado (à esquerda),Frederico Gil e LeonardoTavares (no par) são a espinhadorsal da Seleção

SELEÇÃONACIONALTENTANOJAMORINÉDITASÉRIEDEQUATROVITÓRIASCOMQUARTETODELUXO

Número4mágico

Somatóriodorankingdosquatrotenistaslusosconvocadoséomelhordesempre

OMAIORTORNEIOATPDOSBÓSNIOSJOGA-SE…PRECISAMENTENASEMANAEMCURSO!

Frustração comesperança� De um lado, o espírito de grupo eo favoritismo dos portugueses. Dooutro, uma aparente frustração: nes-ta mesma semana está a decorrer otorneio internacional mais importan-te da Bósnia-Herzegovina: umChallenger ATP de 75 mil dólares,com hospitalidade, em Banja Luka –a segunda maior cidade do país, logoatrás da capital Sarajevo.

À primeira vista ressalta o facto deos melhores tenistas bósnios não po-derem aproveitar tamanha oportu-nidade perante o seu público, masnão se pode deixar de considerar a

eventualidade de não estarem à es-pera de chegar tão longe na Taça Da-vis, tendo em conta que a data des-ta terceira eliminatória é fixa.

Força.Seja como for, a Bósnia-Her-zegovina apresenta-se na máximaforça e, ao contrário de outras selec-ções, chegou apenas anteontem aPortugal. A motivação está em altanuma das mais recentes nações par-ticipantes na Taça Davis, fruto dasvitórias, na Macedónia e na Estónia,sempre pela margem mínima (3-2) eresolvidas no singular decisivo.

O novo herói dá pelo nome de Da-mir Dzumhur, autor do triunfo no talsingular decisivo sobre a Estónia, na-quela que foi a sua primeira presençana Taça Davis. A seguir sagrou-secampeão europeu de juniores, reco-lheu a medalha de bronze nos JogosOlímpicos da Juventude e é terceironorankingmundialdeSub-18.Econ-vém estar atento a Amer Delic, afas-tado durante um ano devido a lesãonum joelho: radicado nos EUA, já foiTop 100 em singulares e pares, sur-gindocomotrunfona suaprimeira in-tegração na selecção do seu país. �

PORTUGAL-CHIPREGrupo 2 – Europa/ÁfricaRondade acesso ao Grupo 1Data: 18, 19, 20 de setembroLocal: Complexo de Ténis do JamorPalco: Campo Central (2000 lugares)Superfície: terrabatidaEQUIPASPORTUGAL (45.º no Davis CupRanking):Frederico Gil (25 anos/83.º ATPemsingulares/107.º em pares); Rui Ma-chado (26 anos/124.º/234.º), Leonar-do Tavares (26 anos/236.º/95.º); JoãoSousa(21 anos/259.º/293.º). Capi-tão: Pedro Cordeiro (desde 2005).BÓSNIA-HERZEGOVINA (53.º noDavis Cup Ranking):Aldin Setkic (22 anos/330.º ATPemsingulares/727.º em pares); IsmarGorcic (27 anos/587º/412.º); DamirDzumhur (18 anos/1.112.º em singu-lares); AmerDelic (28 anos/semranking). Capitão: DaverVranic (des-de 2010).PROGRAMAHoje – singulares, apartirdas 11h00:Frederico Gil vs AmerDelic; Rui Ma-chado vs Aldin SetkicAmanhã– par, apartirdas 14h00:Frederico Gil/Leonardo Tavares vsAmerDelic/IsmarGorcicDomingo – singulares, apartirdas11h00: Frederico Gil vs Aldin Setkic;Rui Machado vs AmerDelicINGRESSOSDIÁRIO: 8€: federados; 4€: federa-dos menores de 18 anos e maioresde 65 anos; 12€: não federados; 8€:não federados menores de 18 anos emaiores de 65 anos. PACK: 15€: fe-derados; 7.50€: federados menoresde 18 anos e maiores de 65 anos;20€: não federados; 15€: não fede-rados menores de 18 anos e maioresde 65 anos. Grátis: paraalunos declubes e escolas de ténis [vercondi-ções no site daFPT]

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04 Sexta-feiCampeonatoNacionalAbsolutoMIGUEL SEABRA

�O título “Portugal dos Pequeninos”pode ser interpretado de maneira ne-gativa – mas como titular mais umaedição do Campeonato Nacional Ab-soluto que não teve a participação dosgrandes tenistas portugueses da atua-lidade nem qualquer bolsa pecuniáriacondizente com os padrões profissio-nais? Como é que a joia da coroa daFederação Portuguesa de Ténis nãoconsegue ter valor facial quando osoutros eventos do circuito federativo

em que até está inserida apresentamprémios monetários?

O certo é que quem jogou não temculpa disso e dos ausentes não rezaráa história: foram Martim Trueva, ain-da longe da primeira linha nacional, eMaria João Koehler, a quarta portu-guesa na hierarquia mundial, a grava-rem o nome no palmarés da maiorprova portuguesa de índole caseira.

Triunvirato.Os atuais três grandes(Frederico Gil, Rui Machado e Leo-nardo Tavares) do ténis luso masculi-no já contam com o título no respeti-vo palmarés, mas jogadores de estatu-ra média como João Sousa, Pedro Sou-sa e Gastão Elias poderiam investirnessa mais-valia curricular por umaquestão de orgulho.

Até se pode entender a falta de ade-são atendendo às circunstâncias; afi-nal de contas, também noutros países,e sobretudo naqueles tenisticamentemais desenvolvidos, o CampeonatoNacional fica para as segundas figuras–mas sempre com a devida recompen-sa monetária. A ausência do sextetoatualmente mais bem classificado noranking ATP teve, no entanto, o con-dão de dar mais a conhecer outros va-lores do ténis português e de reabilitardois jogadores com títulos nacionaisjuvenis que até eram velhos rivais:Martim Trueva e Miguel Almeida.

Pérola.O madeirense Martim True-va perdeu desconsoladamente a finaldo Nacional Absoluto em 2009 e oqueijense Miguel Almeida teve umaprolongada lesão no pulso que travoua sua projeção internacional logoapós o brilharete de ter atingido osquartos-de-final do Open da Austrá-lia de 2009. Com uma média de 18anos, formaram a mais jovem pare-lha de finalistas de sempre.

Miguel foi encarado como grandeoutsider logo depois de ganharo Opende Corroios no fim-de-semana ante-

rior e, após passar o qualifying, bateuo campeão Gonçalo Pereira e penoupara bater Vasco Mensurado com um7-6 no terceiro set, para depois impres-sionar diante de um cada vez melhorJoão Domingues. Martim começoupor precisar de três partidas para ba-ter o recém-sagrado vice-campeão dejuniores Diogo Rocha e deu boas in-dicações na meia-final face a GonçaloFalcão. Na final, Almeida começou pordominar até que a maré foi virando…e Trueva acabou por se tornar no pri-meiro campeão da Madeira desde Car-los Madeira, que venceu o seu tercei-ro e último título nacional em 1960.

Viragem.Miguel Almeida mostrou-se tão sólido e desenvolto que impres-sionou os credenciados Frederico Gil,

Leonardo Tavares (que chegaram parao estágio da Taça Davis no dia da fi-nal) e mesmo Nuno Marques). Metó-dico, concentrado e esclarecido, che-gou aos 6-2 e 4-3 até que teve umaquebra de intensidade; cometeu duasduplas-faltas a 4-4 e, a perder por 5-4,desperdiçou cinco break-points… e oset. Acumulando duplas-faltas, cedose viu a perder por 4-0 na terceira par-tida e já não conseguiu recuperar.

Quanto aMartim Trueva, conseguiuum ponto sensacional por trás das cos-tas a meio da segunda partida que ogalvanizou para a reviravolta. Agarroua oportunidade e tremeu na hora de fe-char a 5-2, mas concluiu a 5-4. O títu-lo é dele para sempre e pode orgulhar-se de contaraos seus descendentes quejá foi campeão nacional – e não have-rá nenhum asterisco à frente do seunome no palmarés da competição. �

ComoéqueaJóiadaCoroadaFederaçãoPortuguesadeTénisnãotemvalorfacial?

Em progressão: João Domingues

PALMARÉSRESULTADOS DAS FINAIS:Singulares masculinos: Martim Trueva v. Miguel Almeida, 2-6, 6-4, 6-4Singulares femininos: Maria João Koehlerv. Margarida Moura, 6-1 e 6-3Pares masculinos: Vasco Mensurado/Frederico Silva v. Francisco Ramos/Diogo Rocha, 7-5, 6-3Pares senhoras: Diana Batista/Patrícia Martins v. Maria Palhoto/Joana Valle Costa, 6-4, 6-4Pares mistos: Ana Claro/José Ricardo Nunes vCatarina e João Ferreira, 4-6, 6-1 10-8

JUVENTUDE. Os campeões Martim Trueva e Maria João Koehler

RODA-LIVRE.. Nem Nadal,nem Federer, nem Serena: aholandesa Esther Vergeer é amelhor praticante dasraquetas do planeta... aopermanecer invicta há quase400 encontros que jogou – navertente de cadeira de rodas.No Jamor também se realizouo Campeonato Nacional davariante e Carlos Leitãoimpôs-se no sistema de todoscontra todos, à frente do“eterno” Paulo Espírito Santo.

AUSÊNCIASDEPRIMEIRAGRANDEZAPROPORCIONARAMTRIUNFOMADEIRENSE

QUASE. Miguel Almeidamostrou “pinta” de

campeão... mas esmoreceu

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DISPONÍVEL.No primeiro

ano comoprofissional,

Martim Truevachegou ao

título nacional

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05ra, 17 de setembrode2010

� No mesmo corte onde dispôs dequatro match-points para concretizara maior proeza da sua ainda jovemcarreira e não aproveitou a oportuni-dade de se qualificar para a segundaronda do Estoril Open, Maria JoãoKoehler ganhou o seu segundo títulonacional consecutivo – confirmandofavoritismo enquanto a primeira ca-beça-de-série Magali de Lattre perdiana ronda inicial com Diana Batista.

Mas o segundo título, selado sem acedência de qualquer set, acabou porse tornar uma mera formalidade eaceite quase com indiferente inevita-bilidade. E, a terminar, a esquerdinaportuense quase parecia o seu esquer-dino treinador a falar no final dosanos 80: “Eu não treino para ser a me-

lhor jogadora a nível interno – treinopara jogar no circuito profissional.”

Imune.Depois de ter mostrado algu-ma irritabilidade ao longo do Nacio-nal de Juniores na semana anterior,Maria João teve uma primeira rondamenos fácil diante de Sofia Araújo eacabou a prova diante de uma Mar-garida Moura que jogou o jogo pelojogo. Motivação? “A partir do mo-mento em que sei que tenho de jogartento dedicar-me a 100 por cento ecumpri o objetivo, que era ganhar”,referiu; “joguei melhor do que na se-mana passada, também porque tive omeu treinador comigo para acertarcoisas que estavam menos bem: nãoestava com intensidade e tive peque-nos problemas técnicos – maior pre-paração na direita, mais lenta a reagir– que o Nuno me ajudou a resolver”.

Marques valorizou o título da suapupila: “Estes torneios têm outro tipode desafios –gerir a pressão diante deadversárias sem nada a perder e quejogam um ténis a que ela já não está

habituada, apresentando um ritmo di-ferente e apostando no erro e no des-controlo da Maria João. Ela está cadavez mais imune a isso.” E acrescen-tou: “A pressão de ela era ser critica-da se não vencesse facilmente todosos encontros a bater forte na bola epor parciais fáceis. A Maria João de-testa o tipo de jogo de algumas adver-sárias que defrontou porque acha que

é antijogo e deu uma prova de humil-dade e profissionalismo que a fez cres-cer; é bom que ela ganhe encontros ajogar mal e a gerir a frustração.”

Mentalidade.E Marques acrescen-tou: “A presença nas meias-finais doEuropeu de Juniores teria sido umbom resultado em 2009; a MariaJoão já está com mentalidade de

WTA Tour e considero que tudo oque seja juniores este ano é uma es-pécie de despromoção para ela – es-tamos a falar de alguém que preten-de chegar ao top 50 do ranking mun-dial e acho que ela tem capacidadepara isso. O que se pretende é queela cresça e crescer é pensar em gran-de. E foi por isso que não jogou oOrange Bowl nem os juniores noseventos do Grand Slam.”

Num Nacional Absoluto encara-do como um Portugal dos Pequeni-nos, espera-se que Koehler confir-me as previsões do técnico e atinjaos seus objetivos – com Neuza Silvaa deixar o circuito, Frederica Pieda-de travada por lesões e Michelle Bri-to a estagnar, Portugal precisa deuma embaixadora com garra no cir-cuito profissional. M.S. �

CampeonatoNacionalAbsoluto

Norberto SantosOpinião

Aausênciade prize-moneypelasegundavez consecuti-vano Campeonato de Portu-

gal Absoluto obriganecessaria-mente aumaprofundareflexão. Aquestão de fundo pode seranali-sadasob vários prismas, mas an-tes háque fazeruma interroga-ção: é um mal necessário ou ébom não haverprémios paraou-tros atletas terem apossibilidadede serem campeões? O que inte-ressaaprofundaré a função daFederação Portuguesade Ténisparacom aaltacompetição: pro-moveros Nacionais e amodalida-de, contribuirparaavalorizaçãodos jogadores e do ensino e con-gregaras boas vontades. Etica-mente, aentidade máximaquerege o ténis em Portugal deve tersupostamente um rumo, umadi-reção, umadefinição parao quequere esperados nossos jovens.As responsabilidades são imen-sas paraquem tem em mãos umCentro de Alto Rendimento, asu-pervisão das seleções nacionaise o enquadramento de todos osagentes. Fazerumaapostasérianas seleções jovens e não sus-tentaro quadro competitivo nopasso seguinte pode serumaop-

ção estratégica incongruente; co-locaro Nacional Absoluto nase-gundasemanado US Open éum convite amuito do trabalho fe-derativo ficaranónimo; autorizarum torneio internacional de Sub-16 namesmasemanaé desviarocentro das atenções; e o facto denão haverprémios é umatenta-ção paranão haverdúvidas deque é, realmente, difícil vingaroufazercarreiraem Portugal. Acriseeconómicaabriu caminho ano-vos desafios e todos os agentesdo ténis devem saberantecipar-se aeste figurino e equacionar,afinal, se o que se investe (e gran-de parte da fatiavem do Estado)tem umacorrespondênciapositi-va. Meteracabeçanaareiae nãodiscutiro essencial aumentaasdificuldades de relacionamento eisso não é sinónimo de se poderfalarem evolução. AFPT, comtantas responsabilidades em vá-rias áreas, precisa de criar condi-ções para ter um diretor técniconacional a tempo inteiro, em vezde uma trilogia cimentada no se-cretário-geral, que se desdobraem mil e uma funções. A visãoque tenho de outras federaçõesé que a evolução de qualquermodalidade assenta na valoriza-ção do seu quadro competitivointerno. Ou nós no ténis não que-remos ter atletas profissionais?

Overedito

FPTprecisadecriarcondiçõesparaterumdiretortécnicoatempointeiro

MARIAJOÃOKOEHLERSOMOUSEGUNDOTÍTULOEFOI APRINCIPALVEDETADACOMPETIÇÃO

DizNunoMarques:“AMariaJoãojáestácommentalidadedecircuitoWTATour”

� João Cunha e Silva viu recentemen-te sair Rui Machado, Pedro Sousa eFrancisco Franco Dias do seu viveirodo CETO, mas mantém a sua Pérolada Madeira e chegou ao título nacio-nal com ela: “O Martim começoubem abaixo do Miguel Almeida, queentrou logo a jogar um ténis mais só-lido e com maior intensidade – e oMartim não só não é tão poderosocomo também começou mais tenso eteve grandes dificuldades no set inau-gural. Mas teve o mérito de se esmi-frar por ganhar um ponto aqui e alinuma altura em que estava com difi-culdades nas trocas de bola no fundodo campo. Foi aparecendo e, à custade alguns erros do adversário, ganhou

o segundo set – e só depois apareceufinalmente o verdadeiro Martim.”

Foi na segunda metade do encon-tro que o funchalense começou final-mente a bater a direita –pancada quesempre se revelou uma pecha, enro-lando-a de mais e não controlandobem a trajetória da bola. Mas Cunhae Silva tem-lhe aperfeiçoado os apoiosnessa pancada. “Curiosamente, umalesão que ele teve no pulso esquerdoe que o impediu de bater a esquerdaa duas mãos fê-lo assumir mais a di-reita, por vezes até em detrimento daesquerda, que é muito boa. No Na-cional e, principalmente, nos quartos-de-final com o Frederico Silva, teve ocondão de pegar no jogo com a direi-

ta”. Outra característica é a habilida-de – e propensão para exagerar nosamorties: “Ser versátil é ótimo: podeconfundir jogadores mais possantes,mas tem de disciplinar-se e não usaramorties em situações de desespero.”

O futuro de Trueva não parece de-sesperante: congelou a entrada na Fa-culdade de Medicina e já está no top900 do ranking: “Passou a importan-te barreira dos 10 pontos ATP, talcomo Gonçalo Pereira; para um pri-meiro ano de circuito os objetivos fo-ram atingidos. Tem sido duro mas bri-lhante”. E fez questão de elogiar osseus treinadores: “O Gonçalo Nicau,o João Antunes e o Nuno Lencastretêm feito um trabalho fantástico.” �

OCASODADIREITADONOVOCAMPEÃOMARTIMTRUEVAEASUAHABILIDADENATAQUENÃOPODESERRECURSODEPÂNICO

Cunha e Silva com Gonçalo Nicau

Apoios…técnicoseadisciplinadotalento

Pensaremgrande

FINALISTAS.Maria JoãoKoehlerrevalidou otroféu diante deuma destemidaMargaridaMoura quevalorizou onível de jogoproporcionadoCA

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06 Sexta-feira, 17 de setembrode2010CampeonatoNacionaldeJuniores

A esquerda de Claudia Cinci

EXCEÇÕESSÃONOFEMININO!

Bateraesquerdaaumasómão�No rescaldo aos vários campeo-natos nacionais de juvenis, umaconstatação técnica: são muito ra-ros os casos de rapazes e raparigasque executam a esquerda a umamão. Duas honrosas exceções, cu-riosamente no sector feminino:Cláudia Cianci (vice-campeã de in-fantis) e Ana Filipa Santos. �

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Três gerações de Franco Dias

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�Não queria jogar, mas o protocolofederativo vinculou a sua participa-ção – e Maria João Koehler acaboupor ganhar o seu terceiro título con-secutivo de juniores, embora necessi-tando de três sets para ganhar doisdos quatro encontros que a conduzi-ram ao troféu: 7-6, 6-7 e 6-3 face aAna Claro na segunda ronda e 4-6, 6-3 e 6-1 perante Patrícia Martins nasmeias-finais, antes de aplicar um 6-3e 6-0 final a Rita Vilaça.

Diante de adversárias menos co-tadas e rodadas, as dificuldades fo-ram mais do foro motivacional outécnico? Um pouco dos dois, junta-mente com um percalço físico. “Jo-guei muito longe daquilo que deviajogar”, admitiu a portuense no res-

caldo à semana. “Não quero pareceringrata ao dizer que não vinha mo-tivada, porque adoro competir, maspodia estar a jogar torneios que mepermitissem evoluir na minha car-reira e talvez não tenha dado o meumelhor. Para mais, elas apostaramnum jogo alto e eu estava com dificul-dadesembaterabolaemcimaporqueme doía o pé quando me esticava”.

Prestígio?Como é evidente, a parti-cipação de Maria João Koehler deumais prestígio ao Campeonato Nacio-nal de Sub 18 – mas foi notório o de-senquadramento psicológico da joga-dora, que já no Europeu de Junioresse havia sentido algo deslocada mes-mo que, nas meias-finais, tenha esta-

do a dois pontos de ganhar à futuracampeã europeia. “Já antes podia terjogado em juniores no Orange Bowle em Roland Garros com o dinheirodo Estado e não quis, por isso nãofaz sentido a Federação obrigar-mea jogar novamente o CampeonatoNacional de Juniores quando a mi-nha cabeça já está há alguns anosnos torneios profissionais.”

Curiosamente, a também esquerdi-naRitaVilaçahaviabatidoMaria JoãohádoisanosnomesmocampodoCar-cavelos Ténis onde perdeu este ano afinal.Destaveznãohouvesurpresaen-tre duas rivais de infância, mesmoapós Rita derrotar surpreendente-mente a segunda cabeça-de-série, So-fia Araújo, na primeira ronda. �

MARIAJOÃOKOEHLERCOMACABEÇANOUTRASPARAGENSMASRESIGNADAPARAGANHAR

RARO. A final desingulares raparigas foiprotagonizada por duasesquerdinas: Maria JoãoKoehler e Rita Vilaça

Erroprotocolar quedeu...títuloFO

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MIGUEL SEABRA

�Francisco Franco Dias tinha previs-to não competir em mais nenhumaedição do Campeonato Nacional deJuniores – mas não quis desperdiçara oportunidade de somar um tercei-ro título nacional juvenil (após a “do-bradinha” em cadetes e juniores em2008) e esconjurar as más recorda-ções de uma edição transata em queperdeu inesperadamente nas meias-finais para Rodrigo Carvalho.

“A minha cabeça já está no profis-sionalismo e nos Futures porque é láque está o dinheiro com que eu su-postamente vou viver, mas quisacabar bem o meu último anono escalão de juniores e vim para

ganhar”, confessou o lisboeta – que,no entanto, teve de manter a sua sa-nidade para impor à concorrência oseu ténis mais explosivo.

Nervos.Com a sua reconhecidacombinação letal (um serviço po-deroso e uma direita agressiva),Francisco Franco Dias bateu nafinal Diogo Rocha por 6-3 e 6-2,mas esteve muito perto de serderrotado em dois sets no seutriunfo por 4-6, 7-5 e 6-0 so-bre João Domingues nasmeias-finais. “Ele tem feitouma época espetacular e man-teve a tática que todos deveriamutilizar contra mim: passar maisuma bola do que eu, que sou umjogador muito de explosão e que-ro acabar logo os pontos; senti queo jogo estava a sair das minhasmãos e tive de me controlar”. De-pois, foi o voo até ao título.

“A meia-final com o João Do-mingues fez-me ver que, apesar

das dificuldades, tenho de manter aminha sanidade. Com o nervosismoe a pressão senti que não me porteibem no campo ao longo do torneio echeguei a ter um ponto de penalida-de na meia-final que lhe deu o 3-3no segundo set, porque atirei a ra-queta para fora do campo depois deme ter esquecido que já tinha umaadvertência. Por muito que me cus-tasse, tive de me acalmar.”

MudançaAs duas intervenções cirúr-gicas aos joelhos nos últimos doisanos travaram momentaneamente oelã de Francisco Franco Dias, mas em2010 voltou a provar o seu valor comum novo título de juniores no Carca-velos Ténis depois de ter atingido asmeias-finais do Campeonato Euro-peu do escalão. Já fora do grupo de

trabalho de João Cunha e Silva e doCentro de Alto Rendimento, treina-se agora com André Ferreira.

“Houve uns problemas quando via-jámos para os torneios dos EUA nofinal do ano passado, daí optar porsair”, confessou.” O André tem mui-ta experiência e já chegou a acompa-nhar o Frederico Gil em torneios docircuito; trabalha bem tecnicamentee psicologicamente. Fisicamente, te-nho mantido um plano estabelecidopelo André e por um preparador físi-co para o meu tipo de físico e o meuestilo de jogo –desejo jogar mais den-tro do campo e ainda sou um poucolento nas transições para a rede. Que-ro melhorar também a minha esquer-da e tornar o meu jogo mais unifor-me”. Motivação não lhe falta; o pró-ximo ano será determinante. �

PRINCIPAISFAVORITOSÀVITÓRIACONFIRMARAMEXPECTATIVAS...MASSOMENTEAMUITOCUSTO

Explosãoesanidade

Apósoperaçõesaosjoelhos,FranciscoFrancoDiasrepetiuotítulodejuniores

FINALISTAS.A garra deFranciscoFranco Diase a calma deDiogo Rocha

TRADIÇÃOVEMDELONGE

Paixãotenísticaviveemfamília� Inevitável quando atua Francis-co Franco Dias: a presença do paiMiguel (realizador da SIC) e doavô José Manuel (ex-diretor técni-co da RTP) –dois ávidos pratican-tes que são também apaixonadospela modalidade… e pelo orgulhoda família, evidentemente. �

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07Sexta-feira, 17 de setembrode2010

MIGUEL SEABRA

�Após vários meses de indeci-são, Neuza Silva abdicou – aos27 anos, a ex-número um na-cional anunciou a conclusão dasua carreira. Impossibilitada fi-sicamente de ganhar a sua vidaenquanto profissional do circui-to feminino, optou por abando-nar alegando uma combinaçãodesses fatores: “Por razões fi-nanceiras e de saúde.” O anún-

cio, já esperado nos bastidoresda modalidade, foi feito no úl-timo dia do Campeonato Na-cional Absoluto e emocionoumesmo um “duro” como o seutreinador Paulo Lucas – quenão evitou lágrimas nos olhosno momento mais emotivo daconferência de imprensa.

Qual é o legado da setubalen-se? Um total de quatro troféusnacionais absolutos e 29 títulosinternacionais ITF (11 de sin-

gulares, 18 de pares), mas tam-bém dois marcos históricospara o ténis português associa-dos a dois encontros: foi a pri-meira lusa a passar uma rondano Estoril Open (em 2004, ten-do estado muito perto de repe-tir a façanha em 2009) e a jo-gar no mais famoso de todos oscampos de ténis do Mundo(em 2009, no mítico CentreCourt de Wimbledon e logodiante dacampeoníssimaSerenaWilliams, que não poupou elo-gios à sua destemida atitude).

Apesar de não ter conseguidoo almejado acesso ao top 100mundial (chegou ao133.º posto), NeuzaSilva deixou a sua mar-ca na seleção portugue-sa na Fed Cup e forjouum currículo que a co-loca logicamente entreos/as melhores tenistasportugueses/as de sem-pre. Querendo manter-se associada à modali-dade, resta saber comoé que poderá contribuircom a sua experiência– para já, o seu futuropermanece ainda mui-to indefinido. �

TénisFeminino

NA DESPEDIDA. A lembrança do presidente da FPT

NEUZASILVAPÕETERMOÀSUACARREIRA

Menosuma

“Adoreiasuaatitude,mostrounãotermedo”,afirmouSerena

DR

Foi três vezes campeã nacional

TEM-SEDEDICADOAOPADEL...

OdesperdíciodeAnaNogueira�O futuro de Neuza Silva é preo-cupante, porquanto uma outra ex-campeã retirada há pouco tempo,Ana Catarina Nogueira, permane-ce desaproveitada pelo ténis por-tuguês –dedicando-se ultimamen-te mais ao padel e ao Inatel, depoisde trabalhar na Decathlon! Paramais, é licenciada em Educação Fí-sica e apresenta características quefariam dela uma excelente treina-dora ou responsável de seleçõesnacionais. João Cunha e Silva, Nu-no Marques e Bernardo Mota sãoos técnicos dos melhores portu-gueses da atualidade – é tempo deresgatar “Nogui” (e Neuza) paraum papel preponderante. �

FERN

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