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10 10 Fui ao Hospital do Senhor para fazer um check-up, e constatei que estava doente. Quando Jesus mediu minha pressão, verificou que estava baixa de ternura. Ao medir a temperatura, o termômetro registrou 40º graus de egoísmo. Fiz um eletrocardiograma e ele diagnos- ticou que eu necessitava de uma ponte de Amor, pois minhas veias estavam bloquea- das e não abasteciam meu coração e este estava vazio. Ortopedicamente, tinha dificuldade de an- dar lado a lado com as pessoas e não conse- guia abraçar os irmãos, por ter fraturado o braço, ao tropeçar na vaidade. Constatou miopia por não enxergar além das aparências. A coriza, que pensei ser uma gripe, foi originada no fato de eu viver colocando o nariz nas ativadades dos outros. O mal estar que sentia no corpo todo, apa- receu em virtude de querer fazer tudo sozi- nho, por não valorizar e confiar no trabalho dos outros. Queixei-me de não poder ouvi-lo e ele dia- gnosticou a situação da seguinte forma: só eu falo, ou só eu tenho razão. A minha dor na boca era decorrência das palavras vazias, que magoava as pessoas no dia-a-dia, das brincadeiras importunas e dos comentários infelizes. Obrigado Senhor por esta consulta não ter custado nada. Obrigado pela sua grande misericórdia. Prometi, após ser medicado e receber al- ta do hospital do Senhor, somente usar ho- meopatia, que são remédios naturais que me indicou e estão no receituário do Evangelho de Jesus Cristo. VOU TOMAR: - Ao levantar - Chá de "Obrigado Senhor" - Ao entrar no trabalho - Uma colher de sopa de "bom dia" - De hora em hora - Um comprimido de pa- ciência, com meio copo de humildade. - Sempre ao chegar em casa, vou tomar uma injeção de amor e ao deitar, duas cápsulas de consciência tranquila Tenho agora a consciência e certeza, que seguindo corretamente esse tratamento, não ficarei mais doente e, prometo prolongá-lo por toda a minha vida, para que, quando for chamado, seja por morte natural. Obrigado Senhor, e perdoa-me por ter to- mado o seu tempo.

Jornal O Dependente Químico - Ano XI, nº 11 - Junho 2013

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Page 1: Jornal O Dependente Químico - Ano XI, nº 11 - Junho 2013

1010Fui ao Hospital do Senhor para fazer um

check-up, e constatei que estava doente.Quando Jesus mediu minha pressão,

verificou que estava baixa de ternura.Ao medir a temperatura, o termômetro

registrou 40º graus de egoísmo.Fiz um eletrocardiograma e ele diagnos-

ticou que eu necessitava de uma ponte de Amor, pois minhas veias estavam bloquea-das e não abasteciam meu coração e este estava vazio.

Ortopedicamente, tinha dificuldade de an-dar lado a lado com as pessoas e não conse-guia abraçar os irmãos, por ter fraturado o braço, ao tropeçar na vaidade.

Constatou miopia por não enxergar além das aparências.

A coriza, que pensei ser uma gripe, foi originada no fato de eu viver colocando o nariz nas ativadades dos outros.

O mal estar que sentia no corpo todo, apa-receu em virtude de querer fazer tudo sozi-nho, por não valorizar e confiar no trabalho dos outros.

Queixei-me de não poder ouvi-lo e ele dia-gnosticou a situação da seguinte forma: só eu falo, ou só eu tenho razão.

A minha dor na boca era decorrência das palavras vazias, que magoava as pessoas no dia-a-dia, das brincadeiras importunas e dos comentários infelizes.

Obrigado Senhor por esta consulta não ter custado nada. Obrigado pela sua grande misericórdia.

Prometi, após ser medicado e receber al-ta do hospital do Senhor, somente usar ho-meopatia, que são remédios naturais que me

indicou e estão no receituário do Evangelho de Jesus Cristo.VOU TOMAR:- Ao levantar - Chá de "Obrigado Senhor"- Ao entrar no trabalho - Uma colher de sopa de "bom dia"- De hora em hora - Um comprimido de pa-ciência, com meio copo de humildade.- Sempre ao chegar em casa, vou tomar uma

injeção de amor e ao deitar, duas cápsulas de consciência tranquila

Tenho agora a consciência e certeza, que seguindo corretamente esse tratamento, não ficarei mais doente e, prometo prolongá-lo por toda a minha vida, para que, quando for chamado, seja por morte natural.

Obrigado Senhor, e perdoa-me por ter to-mado o seu tempo.

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Procurei no teu endereço,no seio da tua família,em vão, não te encontrei.

Procurei pelos becos da vidapelas ruas sujas e escuras.Foi vá a procura.Perguntando por ti ao teus pares,mudos, não me responderam.

Procurando, encontrei-teà margem da vida,no inferno das drogasque te consomem.

Dei-lhe as mãos esperançosasmas teus olhos embargadosnão deixaram ver a minha dor.

Pedi aos céus que retornes,e volte para a vida,limpa para o nosso amor.

O que restou de ti?Trapos como a tua vida.Um farrapo humano és tu.A mim resta tão somenteamar-te com todo meu coração.

O universitário alex Siwek, 22, que atropelou e decepou o braço do ciclista David Santos Souza, 21, na manhã de anteontem na avenida Paulista, região central de São Paulo, pode ter consumido vodca antes do ocorrido. A polícia confirmou ontem que Siwek foi a um bar na zona Oeste e que, em sua comanda, estavam registradas três vodcas e um energético.

Segundo a delegada Priscila de Oliveira Rodrigues, o universitário pagou uma conta de R$96. Policiais militares relataram que Siwek estava "transtornado e aparentava sinais claros de embriaguez".

Ontem, Siwek foi transferido para o Centro de Detenção Provisório Belém 2, na zona Leste da capital. Nos próximos dias, ele ficará em uma cela isolada. Testemunhas afirmaram ter visto o motorista fazendo zigue-zague quando atingiu o ciclista, que segue internado na UTI do Hospital das Clínicas. Souza passou por cirurgia, e seu estado de saúde é estável. Não há previsão de alta.

Minhas amigas e meus amigos,"Tudo tem o seu tempo determinado e há

tempo para todo o propósito debaixo do sol" (livro de Eclesiastes). Quero, em primeiro, agradecer o espaço cedido nesta nobre colu-na deste respeitado jornal, onde, além de muito bem recebido, tive a total liberdade de expor meus pensamentos, sem nenhuma ressalva ou qualquer constrangimento.

Quero agradecer também a você leitor que me acompanhou e interagiu com suas opiniões e críticas, demonstrando seus pon-tos de vista democraticamente e com res-peito. Utilizar deste precioso canal de comu-nicação durante oito anos foi um grande pri-vilégio e, ao mesmo tempo, uma imensa res-ponsabilidade. Procurei abordar temas varia-dos com ênfase àqueles ligados à área de saúde, notadamente os referentes à minha formação acadêmica, como médico, farma-cêutico e químico.

Afirma o dicionário que "agradecer" é o ato de demonstrar reconhecimento àquele ou àqueles que nos prestaram algum tipo de favor. Definição na qual acrescentaria: "opor-tunidade de guardar, para sempre, no cora-ção, atos ou atitudes que simples palavras não são capazes de verbalizar".

Nesse sentido, queridas amigas e amigos - e aqui tal palavra se reveste de significado especial - gostaria de externar minha enorme gratidão pela confiança, apoio incondicional e verdadeiro depositados ao meu trabalho, que não teria nenhuma razão de ser, não fos-sem aqueles que, como vocês, nesses anos todos estiveram do meu lado.

Na extensão mensurável da função públi-ca, procurei sempre trilhar o caminho do co-

ração, buscando a temperança e o bem co-mum, não visando nunca o próprio interesse, mas sim de uma causa maior.

Acredito na palavra ainda quando viril ou injusta, porque acredito na força das ideias e no diálogo que é seu livre embate. Acredito na importância da política, ainda que com suas incompletudes e fraquezas. Por forma-ção e por índole, sou um homem que funda-mentalmente crê e prefere morrer réu do cri-me de boa fé, antes que portador do pecado da desconfiança.

Não fui candidato à reeleição para a Câ-mara Municipal de Belo Horizonte no pleito de 2012 e com esta decisão fechou-se mais um ciclo na minha vida, a meu ver vitorioso, apesar das dificuldades e algumas limita-ções a que fui submetido durante os últimos anos.

Considero que toda mudança é saudável e ocorre no seu curso natural, marcando nos-so tempo de existir; por isso é importante que façamos tudo com amor e dedicação. E as-sim procurei fazer! É também tempo de des-pedida e agradeço a todos que por mim pas-saram e com os quais convivi e aprendi.

De minha parte, resta a gratidão. Impossí-vel nominar aqui todos os que me ajudaram imensamente com suas sugestões, apoio, coragem e força! Foi uma honra e um enorme prazer fazer parte desse time.

Obrigado O TEMPO! E como o apóstolo Paulo, na sua carta a Timóteo (II Timóteo 4:7), posso dizer que na minha trajetória de vida "combati o bom combate, terminei a cor-rida, guardei a fé".

Um grande abraço.

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Minas Gerais está muito perto de atingir a capacidade máxima de atendimento para usuários de drogas. Dados da Subsecretaria de Polícias Antidrogas mostram que 96,34% dos atendimentos médicos oferecidos pelo poder público já foram ocupados no ano pas-sado. Das 12.855 vagas disponibilizadas pe-lo Governo do Estado, 12.385 estão preen-chidas.

Para especialistas, a solução é abrir no-vas vagas. Porém, o Estado nega o déficit e considera a situação "normal".

Apesar disso, quem precisa internar um parente com problemas de dependência quí-mica, diz que a espera tem sido longa. A coordenadora do projeto Mães de Minas Contra o Crack, Dalvineide de Almeida San-tos, conta não ter conseguido vaga em ne-nhum hospital que trata dependentes quími-cos, na capital mineira, nos últimos 15 dias. "É desesperador porque demoramos a conseguir um laudo para a internação e, quando ele sai, não achamos vagas. Aí a família sofre mais", criticou.

Segundo o diretor do Instituto Raul Soa-res, Maurício Leão Rezende, referência no tratamento de usuários de drogas na capital, apenas 10% de todos os pacientes que pro-curam atendimento para tratar o vício em Mi-nas Gerais são atendidos. "A população tem demandado cada vez mais vagas, principal-mente após a epidemia do crack. Hoje, apenas os casos de consultas emergenciais são atendidos plenamente. O restante, inter-nações e atendimento parcial durante o dia, não passam de 10%. É muito pouco", disse.

Mesmo assim, o governo do Estado con-sidera normais os números de atendimentos em Minas. Para o superintendente do Centro de Referência Social em Álcool e Drogas (Cread), Amaury Costa Inácio da Silva, não há déficit de vagas para tratamentos de

dependentes químicos. "Nunca houve um problema de falta de vagas. O que acontece é que o número de vagas oscila com frequên-cia porque é muito grande o índice de de-sistência do tratamento. Assim, sempre te-mos rotatividade de vagas", frisou. Apesar disso, Silva admite trabalhar com uma média mensal de 90% das vagas ocupadas.

A Subsecretaria de Política Antidrogas informou, por meio da assessoria de impren-sa, que pode solicitar a abertura de novas vagas, de acordo com a demanda de pacien-tes. Atualmente, existem 28 entidades con-veniadas - a maioria, comunidades terapêuti-cas - para receber usuários de drogas em tratamento.

Tratamento compulsórioestá longe de acontecer

A internação chamada compulsória para usuários de drogas - aquela feita por meio de determinação judicial - ainda não deverá ser uma prática comum em Minas. Isso porque,

para o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), faltam clínicas públicas capazes de oferecer esse tratamento.

Segundo a juíza Valéria Rodrigues, da Va-ra Infracional da Infância e da Juventude de Belo Horizonte, não existe nenhum local público que realize o tratamento de usuários de drogas contra a vontade deles. "Uma coi-sa é a internação compulsória, quando abri-gamos o usuário a ir até o local e se internar. Outra coisa é quando o usuário quer se manter em tratamento. Essa segunda opção não pode existir porque, em Minas, não te-mos clínicas públicas que são capazes dis-so", afirmou. A Secretaria de Política Antidro-gas diz não ter expectativa de abertura de clínicas públicas.

Enquanto 19 dependentes químicos fo-ram internados compulsoriamente em um mês em São Paulo, e outros 99 no Rio de Janeiro, desde a última terça-feira, Minas realizou apenas três internações compulsó-rias de adolescentes infratores desde o fim do ano passado. "Essa internação deve ser feita só em casos de alto risco", justificou a juíza Valéria.

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Galera do Esporte Clube Vila Reis prestigiando a Copa Integração de Futebol

Norman (e.), Marco Antônio Baianoe o craque de bola Reinaldo

Transmissão esportiva pela Equipe Show de Bola em Juiz de Fora para o sitewww.showdeboladobaiano.com.br

Amigos de Guidoval apoiando o nosso informativo "O Dependente Químico"

Fabrício (e.), Jeferson Chapola e o Vereador Rogério Zequinha de Guidoval,

junto com Marco Antônio Baiano

Que bacana! A charanga está voltando aos campos de futebol da nossa região.

Ex-jogador e craque de bola do Vasco da Gama, Jorge Luis, fala com exclusividade

para o Blog do Baiano

Francisco (e.), Marco Antônio Baiano, Majela e Nilton César no programa

Show de Bola

Repórter Tatu, Marco Antônio Baiano, assessora de impressa da PM Juiz de Fora e o empresário Jean do Iguaria Gourmet.

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A nova Lei Seca - que está em vigor desde a última sexta-feira e prevê uma multa de quase R$ 2.000 para quem for pego dirigindo embriagado - não impe-diu as tragédias no trânsito no feriado prolongado de Natal. Duas crianças morreram atropeladas em Belo Horizon-te por condutores alcoolizados nesse período. O segundo óbito ocorreu na noite de anteontem, quando um moto-ciclista atingiu um menino de 6 anos no bairro Serra Verde, na região Norte. Da última sexta-feira até o dia 25, 44 pes-soas foram flagradas sob efeito de ál-cool ao volante, uma média de oito ca-sos por dia na capital.

Na ocorrência de anteontem, Felipe Júnior Alves Rodrigues havia saído de casa com a tia, por volta das 19h, para tomar açaí e se refrescar do calor. Mas,

Luciene Câmara / José Vítor Camilo

ao deixar o passeio para andar em via pública, a vítima foi atingida pela moto conduzida por Paulo Henrique Tomás da Silva, 24, e arremessada a cerca de 10 metros. À polícia, o motociclista admitiu ter bebido uma caixa de latas de cerveja com amigos em um bar antes do aci-dente.

O menino chegou a ser socorrido com traumatismo craniano e levado pa-ra o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, mas não resistiu. Já Silva, que não tinha a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), se recusou a fazer o teste do ba-fômetro, mas, mesmo assim, foi indicia-do por homicídio com dolo eventual (quando se assume o risco de matar) e ficou preso no Centro de Remaneja-mento de Presos (Ceresp) São Cristó-vão, na região Nordeste.

Silva ainda admitiu que a moto não era dele e que havia pegado de um ami-go sem pedir a autorização. O veículo e a CNH do proprietário foram apreendi-dos.

No domingo anterior a esse caso, uma menina de 2 anos, que passeava com a mãe no bairro Serrano, na região Noroeste da capital, foi prensada contra um muro por um carro conduzido pelo jovem Lucas Alexandre Dias Pelli, 18. Segundo a polícia, ele estava visivel-mente embriagado e teria feito mano-bras arriscadas. O rapaz também está preso no Ceresp São Cristovão. O exa-me de sangue que Dias fez ainda não ficou pronto.Desatenção. O comandante do Bata-lhão de Polícia de Trânsito de Belo Hori-zonte, tenente-coronel Roberto Lemos, acredita que, em virtude das festas de fim de ano, as pessoas ainda não se atentaram para o maior rigor da Lei Seca. "Com a multa de quase R$ 2.000, a tendência é o brasileiro sentir a mu-dança no bolso e se precaver. Além dis-so, aumentou a chance de se comprovar a embriaguez e, com isso, qualquer deslize será suficiente para a pessoa ser presa e condenada por um crime. Ela deixará de ter a ficha primária e passará a ter passagem na polícia", diz.

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O uso de bebida alcoólica no Brasil é proibido para menores de 18 anos. No entanto, a idade média para o início do consumo vem caindo no país. Em 2007, era na faixa dos 13,9 anos que a maioria das pessoas experimentava a primeira dose, de acordo com estudo da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (Uniad), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Atualmente, a esti-mativa caiu para 12 anos. E, quanto mais cedo se bebe, maior o risco de se tornar dependente de álcool e outras drogas, segundo especialistas.

O artesão Matheus Reis (nome fictí-cio), 23, é um dos que nunca enfrenta-ram obstáculos para ingerir bebidas na adolescência. Ele não lembra com que idade tomou o primeiro gole, mas não se esquece da primeira bebedeira. "Foi aos 12 anos, em uma festa com os amigos da escola. Nós fugíamos da aula para beber vinho e vodca com refrigerante",

relata.Reis diz que sempre preferiu a vodca

por ser uma bebida neutra, que se mistu-ra com qualquer outra, como sucos. A consequência do uso desenfreado do produto lhe rendeu um coma alcoólico aos 17 anos. "Bebi muita vodca na praia e fui parar no hospital, inconsciente. Fiquei mais de oito horas internado, recebendo soro", relembra o artesão.Riscos. O psiquiatra e conselheiro da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead) Carlos Salgado diz que o consumo excessivo é comum na juventude. "O cérebro, ainda imaturo, tende a fixar o ato e a tomar decisões infelizes, como o sexo despro-tegido e a condução de veículos. E, quanto mais cedo se bebe, maior a chance de dependência", ressalta. A estimativa, atualmente, é de que entre 10 e 12% da população brasileira tenha o vício.

Outra consequência, diz ele, é que o uso de bebida leva à proximidade com outras drogas. "Depois de beber, é mais fácil dizer ‘sim’ para qualquer coisa", alerta o psiquiatra. Foi o que houve com o artesão Matheus Reis, que trocou o ál-cool pela maconha.

"Descobri que a erva é muito melhor que a bebida. É um produto natural e que não dá ressaca no dia seguinte", comen-ta o jovem, que fuma maconha todo dia, mas diz beber uma ou duas vezes ao mês.

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crack é um problema que se alastra pelo país e, já há algum Otempo, avança sobre todas as

camadas da sociedade. Para trocar experiências sobre as dificuldades no tratamento de depen-dentes da "droga da morte" e a importância de um atendimento multidisciplinar - inde-pendentemente da especialidade médica-, profissionais de saúde e familiares de usuários têm um encontro marcado no pró-ximo sábado, na sede da Associação Médi-ca de Minas Gerais (AMMG), na capital.

O evento "Dependência ao Crack: Ava-liação pelas Diversas Especialidades" vai contar com a presença de oito palestran-tes. Segundo a diretora científica da AMMG, Luciana Costa, o encontro terá dois momentos.

O primeiro será voltado somente para os médicos, e os profissionais irão discutir sobre a necessidade de um atendimento multidisciplinar para os usuários. O segun-do momento envolverá parentes de depen-dentes da droga e interessados em buscar mais informações sobre o tema. Nessa etapa, a palestra será aberta ao público, mas as vagas são limitadas.

"É uma abordagem não só psiquiátrica, mas também neurológica, obstétrica, nutri-cional, de terapia intensiva e de outras es-pecialidades médicas", explicou Luciana. "Quando se tem uma grávida dependente, por exemplo, ela também está desnutrida, com problemas neurológicos ou de fígado. É uma situação relacionada a várias espe-cialidades", completou.

Em um quarto com menos de 10 m², em um motel localizado em um dos principais pontos de prostituição do centro de Belo Horizonte, um major com 25 anos de servi-ço na Polícia Militar (PM) de Minas Gerais foi flagrado por outros militares, fumando crack na companhia de um travesti, ontem à tarde.

Conforme uma funcionária do estabele-cimento, que pediu para não ter o nome re-velado, o militar, de 44 anos e que trabalha-va na Secretaria da Copa - pasta criada pa-ra organizar e planejar o evento futebolís-tico de 2014 -, chegou ao local na compa-nhia de um travesti conhecido na região central. Os dois alugaram um quarto por R$15, para um período de uma hora. Pou-co tempo depois que entraram, os funcio-nários e hóspedes começaram a sentir um cheiro forte, vindo do quarto.

"Nunca passou pela minha cabeça que uma pessoa desse nível social estaria num local como esse, usando uma droga dessa. Foi algo lamentável", disse a testemunha. Uma equipe de policiais do 1º Batalhão da Polícia Militar (BPM) fazia uma patrulha pe-la avenida Santos Dumont, onde fica o mo-tel, e foi chamada ao local.

O major foi detido em flagrante e enca-minhado à Delegacia Adjunta do Juizado Especial Criminal (Deajec). Depois de ou-vidos, o policial e o travesti foram liberados. A PM informou que ainda ontem, a família providenciou a internação do militar em uma clínica de reabilitação, em uma fazen-

da em Juiz de Fora, na Zona da Mata mi-neira.Dependência. O chefe da assessoria de comunicação da PM, major Marcone de Freitas Cabral, não soube dizer há quanto tempo o militar é usuário de crack. No en-tanto, Cabral disse que o caso se tornou de conhecimento dos colegas de trabalho e da corporação há seis meses, quando o major deixou o serviço operacional no 1º Batalhão da Polícia Militar (BPM), no bairro Santa Efigênia, na região Centro-Sul, e passou a atuar na parte burocrática, na Ci-dade Administrativa, onde cuidava de as-suntos estratégicos, logísticos e de pes-soal, para os jogos da Copa de 2014.

"Desde que tomamos conhecimento do envolvimento do militar com o crack, ele buscou tratamento para desintoxicação em três clínicas. Infelizmente, nesta quar-ta-feira, ele teve uma recaída, acontecen-do este fato constrangedor", lamentou Ca-bral.

De acordo com o assessor da PM, a cú-pula da corporação analisa o caso do mili-tar para saber que medida será tomada. A Corregedoria da PM acompanha o caso. Se o major abandonar o vício, poderá reas-sumir suas funções. Do contrário, será reformado por tempo de serviço.

"Ele é um bom oficial e estava lutando para abandonar o vício. Enquanto isso não acontecer, a dependência fica incompa-tível com o exercício da função dele", afir-mou Cabral.

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