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Propriedade: Escola Secundária Martins Sarmento Alameda Prof. Abel Salazar - 4810-247 Guimarães Tel.: 253 513 240 | Fax: 253 511 163 Código da Escola: 402187 Director: José Manuel Teixeira Coordenação Geral: Glória Manuela Machado Grafismo e paginação: José Faria, Jorge Faria Email: [email protected] 07 Um novo Pregão Chegada a primavera, morre em nós, com o in- verno, a nossa natureza morta. E renasce en- tão, todas as manhãs, uma vontade fresca de nos revermos e renovarmos com o desabro- char de cada florir. E alegramo-nos ao comu- nicar aos outros, também em cada novo olhar que trocamos, que valeu a pena cada um de nós ter resistido às inúmeras intempéries do árduo e longo inverno. Valeu a pena, para po- dermos agora abrir o olhar extasiado perante cada uma das cromáticas alcatifas resistentes que tingem os, aparentemente, frágeis jardins e encantos da cidade. E hoje, ao aproximar-me da escola, alegro-me, sinto uma vez mais que vale a pena desviar a atenção dos dias cinzentos, que depressa pas- sam, e saborear o indizível prazer da perce- bida alegria de alguns idosos, rejuvenescidos assim, ao serem recebidos na nossa escola. Aqui, onde voluntária e carinhosamente são “adotados” por esperançados e renascidos jovens alunos e professores. Uma primavera surge dentro deles e dentro de nós. Por pequenas coisas como estas, igualmente pequenas e igualmente grandes, que vamos tendo a oportunidade de ver pela escola fora, fechamos O Pregão deste ano a pensar que va- leu a pena. Não podemos deixar de invocar a assertivida- de dos versos de Pessoa: “A espantosa realida- de das coisas é a minha descoberta de todos os dias. Cada coisa é o que é. E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra, e quanto isso me basta!”. Ficamos, assim, a aguardar uma série de reju- venescidos “Pregões” repletos de espanto e de novas alegrias revitalizantes, porque conquis- tadas. Que venha o verão! Profª Glória Manuela Machado Editorial Jornal da Escola Secundária Martins Sarmento Junho a Agosto de 2012 Destaque: Sarau - Música; Dança; Homenagem p. 02 p. 08 p. 32 p. 36 p. 10 p. 03 Universo ESMS: Dar à língua p. 24 Universo ESMS: Zigue-zagues do acordo ortográfico Opinião: Ensaio sobre a beleza Opinião: Olhar, outro pensamento? p. 27 Universo ESMS: Robótica no México p. 35 Notícias: Concurso Jovem Cozinheiro p. 12 Entrevista: Prof.ª Sílvia Magalhães Identidades: Exposição de artes visuais dos alunos do curso de artes visuais, do 11º e 12º anos Foto Reportagem: A participação da escola no Corta Matos 2012

jornal o pregão 7

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Jornal da Escola Secundária Martins Sarmento. O Pregão. Edição nº 7.

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Propriedade: Escola Secundária Martins SarmentoAlameda Prof. Abel Salazar - 4810-247 Guimarães

Tel.: 253 513 240 | Fax: 253 511 163Código da Escola: 402187

Director: José Manuel TeixeiraCoordenação Geral: Glória Manuela Machado Grafismo e paginação: José Faria, Jorge Faria

Email: [email protected]º 07

Um novo Pregão

Chegada a primavera, morre em nós, com o in-

verno, a nossa natureza morta. E renasce en-

tão, todas as manhãs, uma vontade fresca de

nos revermos e renovarmos com o desabro-

char de cada florir. E alegramo-nos ao comu-

nicar aos outros, também em cada novo olhar

que trocamos, que valeu a pena cada um de

nós ter resistido às inúmeras intempéries do

árduo e longo inverno. Valeu a pena, para po-

dermos agora abrir o olhar extasiado perante

cada uma das cromáticas alcatifas resistentes

que tingem os, aparentemente, frágeis jardins

e encantos da cidade.

E hoje, ao aproximar-me da escola, alegro-me,

sinto uma vez mais que vale a pena desviar a

atenção dos dias cinzentos, que depressa pas-

sam, e saborear o indizível prazer da perce-

bida alegria de alguns idosos, rejuvenescidos

assim, ao serem recebidos na nossa escola.

Aqui, onde voluntária e carinhosamente são

“adotados” por esperançados e renascidos

jovens alunos e professores. Uma primavera

surge dentro deles e dentro de nós.

Por pequenas coisas como estas, igualmente

pequenas e igualmente grandes, que vamos

tendo a oportunidade de ver pela escola fora,

fechamos O Pregão deste ano a pensar que va-

leu a pena.

Não podemos deixar de invocar a assertivida-

de dos versos de Pessoa: “A espantosa realida-

de das coisas é a minha descoberta de todos os

dias. Cada coisa é o que é. E é difícil explicar a

alguém quanto isso me alegra, e quanto isso me

basta!”.

Ficamos, assim, a aguardar uma série de reju-

venescidos “Pregões” repletos de espanto e de

novas alegrias revitalizantes, porque conquis-

tadas.

Que venha o verão!

Profª Glória Manuela Machado

Editorial

Jornal da Escola Secundária Martins Sarmento Junho a Agosto de 2012

Destaque: Sarau - Música; Dança; Homenagem p. 02

p. 08

p. 32

p. 36 p. 10

p. 03

Universo ESMS: Dar à língua

p. 24Universo ESMS: Zigue-zagues do acordo ortográfico

Opinião: Ensaio sobre a beleza

Opinião: Olhar, outro pensamento?

p. 27Universo ESMS: Robótica no México

p. 35

Notícias: Concurso Jovem Cozinheiro

p. 12

Entrevista: Prof.ª Sílvia Magalhães

Identidades: Exposição de artes visuais dos alunos do curso de artes visuais, do 11º e 12º anos

Foto Reportagem: A participação da escola no Corta Matos 2012

Os vencedores, João Pereira, Simão Nunes, Hugo Ganchas e Viriato Figueira erguem o troféu correspon-dente ao 1º lugar. A escola Sec. de Santa Maria tem motivo para festejar!

O professor Óscar também recebeu uma medalha que simbolizou a participação da nossa escola na organização do evento.

Uma das provas disputadas foi o Campeonato de Portugal Absolutos Curto e outra foi a Prova Nacional Universitária – Sénior Masculino – 4.000m

Os voluntários apoiaram as cerimónias de entreda de prémios. Mais vencedores, desta vez...

Os professores da nossa escolaaproveitaram para conviver!

A última prova, já a manhã ia longa. O Campeonato Nacional de Veteranos, Masculino e Feminino, 3.500m

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.... só mais uns metros até à meta....

Tudo Ok!

2Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Destaque

2012Os últimos dias de março encheram

a escola Martins Sarmento (ESMS) de música, alegria e movimento. As portas abriram-se e os preparativos iniciados no princípio do ano letivo e trabalhados no seu decurso deram os seus frutos. To-dos as áreas em vigor na escola tiveram o seu espaço de participação, desde as ciências e tecnologias, as humanidades, as artes visuais, a economia, a restaura-ção, o desporto, a multimédia, a anima-ção, a informática à saúde.

Num diálogo mutuamente enriquece-dor, os jovens da Martins Sarmento fo-ram ao encontro dos mais jovens convi-dados (cerca de 400 alunos do 9º ano), com os quais interagiram em múltiplos espaços (agora alargados e mais bem apetrechados!): laboratórios de ciên-cias, preparados para uma mostra de co-nhecimentos científicos (de matemáti-ca, biologia, química, física), de técnicas de multimédia, de funcionamento de ro-bôs, de preparação de petiscos, de jogos desportivos, de laboratórios de línguas, de mostras de artes visuais e experiên-cias de animação, todas as atividades di-namizadas por alunos da escola, acom-panhados pelos respetivos docentes.

As atividades foram diversificadas, multidisciplinares e repletas de criativi-dade: uma tabela periódica humana en-cheu o espaço exterior de dança e mú-sica e uma exibição de Trial, feita pelo campeão nacional animou a plateia.

A cultura e o lazer estiveram de mãos dadas e fizeram-nos, uma vez mais, acre-ditar que, acreditando num projeto, ele pode levar-nos além do que com ele pre-conizamos.

O projeto aglutinador, parte integrante do plano anual de atividades da escola, que pôs em destaque a cidade, este ano capital europeia da cultura, pôde tam-bém pôr em cena alguns dos seus pas-sos. Assim, a escola desceu à cidade e as mãos sábias de um organista fez vibrar as cordas do órgão de tubos da Igreja de S. Francisco, ao som de uma simples e iluminada lição sobre a arte sacra no

país e, em particular, na cidade.Múltiplos diálogos de saberes se mes-

claram ao longo de quatro dias comple-tos de especial dinamismo na ESMS.

A encerrar mais umas Jornadas Cultu-rais esteve a esperada e inevitável noite de estrelas. Depois de uma seleção pré-via e vários meses de afinação, ex alunos da escola, como o locutor de rádio Jorge Händel, os músicos Marco Miranda, Car-la Gomes e Paulo Rodrigues (todos ex--alunos da escola) subiram ao palco do CAE (Centro de Artes e Espetáculos) de Guimarães a par dos atuais alunos, en-tre os quais também brilharam. Do já clássico Liceu Got Talent saíram vence-dores os alunos André Antunes, cantor e compositor (10º CT 1, 1º prémio) e as

cantoras Cláudia Pinheiro (10 LH3, 2º lu-gar) e Marcela Dias (3º PAS, 3º lugar), de-pois de uma criteriosa seleção feita pelo júri composto por César Machado, Jorge Händel, Joana Antunes, Marco Miranda e Nuno Florêncio.

Desta vez, o ilustre destacado surpre-endido na noite foi o Professor Vasco Carneiro.

A todos os que com extrema dedica-ção se entregaram a esta jornada que en-grandece a escola e os seus alunos, um especial agradecimento.

A equipa das III Jornadas Culturais

Jornadas culturais

O Pregão Junho - Agosto de 2012 3

O Clube de Jornalismo realizou uma breve entrevista a uma das entusiásticas dinamizadoras, para sabermos um pouco mais sobre o que se passa nos bastidores do nosso Sarau:

Entrevista

Fale-nos da complexidade de se organizar um evento como o Sarau.A organização do Sarau não é simples, mas o trabalho mais árduo e mais delicado cabe aos participantes. São quem se predispõe a partilhar con-nosco o talento e o brilho e são, logicamente, os gran-des responsáveis pelo suces-so que as edições do Sarau Martins Sarmento têm vin-do a ser até agora. A organiza-ção do Sarau começa uns me-ses antes do espectáculo em si, com reuniões e reuniões e reuniões. Parece (e muitas ve-zes é) chato, mas é extrema-mente necessário, porque há imensos pormenores que têm de ser discutidos em grupo - e muitas cabeças pensam sem-pre melhor do que uma só.

As estrelas dessa noite sur-gem em palco de que forma?Os alunos inscrevem-se, numa primeira fase, e apresentam os seus talentos sob a forma de números nos quais querem atuar em palco (representa-ção, canto, música…).Depois, há a seleção e o treino até ao momento, que significa trabalho, muito trabalho.

Perante tão e variadas pro-postas, que tipo de alinha-mento é feito para o espetá-culo em si?Depois de sabermos quantos números (e do que constam) vamos criar para o espetácu-lo, é preciso definir um alinha-mento - quem entra primeiro,

quem vem a seguir - e a cons-trução desse alinhamento é um dos pormenores essen-ciais para que tudo corra bem. É fundamental começar logo a pensar no ritmo do espectá-culo: se há um número mais calmo a seguir deve tentar co-locar-se qualquer coisa mais animada, mas também é pre-ciso perceber se há muitos ele-mentos para retirar ou colocar em cena (porque o tempo de organização do palco - montar instrumentos, microfones - é um tempo morto para o públi-co, e é muito importante ten-tar minimizá-lo; por exemplo: se há uma bateria em palco, que demora muito tempo a re-tirar, a seguir não pode entrar um número de dança, que pre-cisa do palco todo livre, mas pode entrar alguém que só vá cantar, porque assim a bateria pode ir saindo devagarinho e discretamente durante essa actuação).

Antes da subida do pano, o que se passa nos bastidores?Durante os dois dias anterio-res ao espectáculo é impres-cindível que todos os partici-pantes ensaiem no palco, para perceberem a sua dimensão, em que lugar se irão posicio-nar, de que lado entram, de que lado saem, onde terão de permanecer durante o tem-po em que não atuam; os téc-nicos da sala têm de ver os nú-meros que irão preencher o espétaculo, para que possam afinar as luzes e o som de ma-neira a servir cada uma das

Nos bastidores do Sarau - Sílvia Magalhães

“... um corre-corre e só há tempo para respirar no fim.”

atuações. É aqui que muitas vezes se percebe que temos de fazer alterações ao alinha-mento, porque o microfone demora mais tempo a montar do que se pensava, ou qual-quer outro pormenor.

E no dia D, como correm as coisas?Durante o dia do espectáculo há sempre milhões de porme-nores para tratar: rever o ali-nhamento com os apresenta-dores, verificar toda a parte vídeo, todo o som e músicas do espectáculo, verificar as luzes, verificar o equipamen-to técnico (micros, cabos,...), verificar o sistema de inter-comunicação (essencial para que quem está na régie possa comunicar com quem está no backstage), organizar a sala - colocar as cadeiras, marcar os lugares dos convidados insti-tucionais, organizar o ‘backs-tage’ retirando tudo o que não faz falta (porque são sem-pre cerca de 80 pessoas em bastidores e todo o espaço é necessário), colocar todos os adereços no lugar, ...

Durante o espetáculo, atrás do palco, tudo está tranquilo?

Nem pensar! Quando o espec-táculo começa no palco, há outro espectáculo a aconte-cer atrás dele. Sempre que al-guém está a atuar, os partici-pantes que vêm a seguir têm de estar prontos, os técnicos têm de saber que luz, que ví-deo, que música vai entrar de-pois, os apresentadores têm de saber se vão ter muito ou pouco tempo para falar, se o júri já decidiu sobre os vence-dores do concurso de talen-tos,... um corre-corre e só há tempo para respirar no fim.

Quando as cortinas cor-rem com a palavra FIM, o que é que sente enquanto encenadora de toda esta organização?No final, para mim, é um alívio grande, confesso, um misto de sensação entre ‘missão cum-prida’ e ‘sãos e salvos’. Acima de tudo, o que prevale-ce é um grande orgulho por saber que se faz parte de uma equipa de gente maravilhosa, que dá 300 por cento para que tudo saia ao máximo - equipa constituída por todos os que participam no espectáculo, fora do palco e em cima dele.Até ao próximo espetáculo.

Prof.ª Sílvia Magalhães, organizadora do Sarau Cultural da Martins Sarmento.

4Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Destaque

Lisboa, 23 de março de 2012,

Boa noite a todos.Com muita pena não posso estar hoje presente no sarau da minha escola.Como não tenho muito jeito para as câmaras optei por escrever esta mensagem.

Foi em 1993, aula de História da Arte. Entrou um senhor com uma imagem diferente, com uma atitude diferente, provo-cando um certo burburinho entre o pessoal. Sem precisar ainda de falar, senti claramente que estava perante alguém com muito carisma.

Quando começou, descreveu um pouco o programa disciplinar e depois, a dada altura, perguntou quem é que gostaria de ir a Paris e a Londres numa viagem de estudo. Obviamente, a pergunta provocou uma rizada total! Ouviam-se comentá-rios, “este senhor deve achar que somos ricos” (na altura não existia a Ryanair! ). Alguém disse: “É claro que gostaría-mos de ir, mas como?” Pronto, o professor Vasco não parou mais de falar, deu tantas ideias de como poderíamos angariar fundos, desde a venda de t-shirts desenhadas por nós, a pequenos patrocínios, etc..Quando saímos daquela aula, ninguém falava noutra coisa; uns falavam do professor louco, outros sentiam-se inspira-dos com a agitação que ele provocou. Não foram precisas muitas mais aulas para que toda agente fosse conquistada pelo carisma do professor Vasco! Para mim, foi como se de repente passasse de uma realidade local para uma realidade uni-versal, e foi mesmo o que aconteceu!

Um ano de aulas absolutamente inspiradoras e se querem saber, fomos todos a Paris e a Londres. Conhecemos o Louvre, o Centro Pompidou, o British Museum, a National Galery, o Palácio de Buckingam, a Tower Bridge, entre muitas ou-tras coisas...

Vasco, foi a primeira vez que andei de avião. Na verdade, foi a primeira vez que saí de Portugal. Acho que só mesmo quem teve a oportunidade de viajar contigo naquela altura poderá ter a noção do quão importante foi para nós. E não, não fo-mos de férias! Claro que fizemos as nossas patifarias mas era impossível resistir ao cansaço de um dia inteiro a acom-panhar a tua energia, simplesmente única; acabávamos o dia a dormir pelos cantos!

Este foi um momento marcante para mim e com certeza também para os meus colegas. Mas há um outro momento marcante que contribuiu para uma mudança sem precedentes na minha vida.

Um dia, para variar, vivia uma grande inquietação, sentia-me perdido, sentia que para seguir o meu sonho, o caminho da minha música, precisava de sair de Portugal. Tinha apenas 16 anos e era necessária alguma coragem! Nessa altura tinha surgido uma oportunidade e eu não sabia o que fazer. Fui ter contigo e desabafei a minha inquietação. Tu disses-te-me, Vai Manel, corre atrás de toda as oportunidades que te proporcionem aprender mais sobre o teu caminho, e, se por acaso as coisas não resultarem, nós estaremos cá para te receber. Eu fui, e felizmente não me arrependi!

Vasco, a importância da existência de pessoas como tu neste mundo é tão grande! Felizmente tive o privilégio de me cruzar contigo e o que mais desejo para os meus filhos é que encontrem pessoas que os ins-pirem e que os cativem; que os ensinem a ser perseverantes; que os ajudem a descobrir-se e a não desistir dos seus sonhos. Tu fazes parte desse grupo de pessoas que passam na nossa vida e nos marcam para sempre. És um grande amigo, um grande artista e és o grande professor Vasco!

Um grande abraço do teu aluno e do teu amigo.Manuel d’Oliveira

PS: Vê lá se pintas mais. Todos adoramos o teu trabalho e queremos ver mais do Vasco que nos inspirou para a vida!

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Destaque

Sentida homenagem ao pintor e professor Vasco Carneiro.

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Destaque

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Destaque

8Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Opinião

Estamos em pleno séc. XXI, auge da tecnologia e da consciência dos erros do pas-sado. Em Portugal, vive-se em democracia e na sua Consti-tuição afirma-se que um dos objetivos do país é rumar ao socialismo. Defende-se a liber-dade, a igualdade, a sobera-nia do país e que os cidadãos é que detêm o poder. Porém, será mesmo isso que está a acontecer? Seremos todos iguais perante a lei? Vivemos realmente num estado sobe-rano? Rumamos realmente ao socialismo? Perguntas e per-guntas pressionam o pensa-mento. Estará o espaço públi-co ameçado com a crise? Será que vale a pena colocar os ca-pitais à frente do povo? Deve o Estado assegurar o bem-estar social dos cidadãos?

Tudo isto me faz lembrar a crise de 1929, em que exis-tiu um surto de ditaduras e a

qual, mais tarde, foi solucio-nada a crise com a 2.ª Guer-ra Mundial... Voltaremos nós ao mesmo? É complicado res-ponder a esta pergunta, mas temos de ter cuidado com o futuro... Para que estes erros não voltem a acontecer foram criadas organizações como o FMI (Fundo Monetário Inter-nacional), para que se ajudem os países em crise aquando do seu pedido, já que com o neo-capitalismo são frequentes os surtos de crises.

Hoje, Portugal está sobre a li-derança desta organização. O FMI foi visto por alguns como o D. Sebastião dos tempos mo-dernos. Contudo, as medidas aplicadas só têm aumentado as desigualdades socias. Será que, para isso, vale a pena ab-dicar do art. 1.º da constitui-ção (soberania do país)? Ulti-mamente as opiniões têm-se dividido. Uns dizem que não

devemos pagar a dívida por-que não foi a população a con-traí-la, mas sim os governos. Outros afirmam o contrário. Apesar de ser um ponto um tanto ou quanto subjetivo, te-mos de ver que todos somos cidadãos de Portugal e temos de tomar conta dele e, se che-gámos a este ponto também temos uma parte da culpa, pois deixámos isto acontecer!

Quando o país saiu da dita-dura havia bastante ouro nos cofres de Estado. Com a entra-da de Portugal na CEE (Comu-nidade Económica Europeia), entraram milhões e milhões de euros no país, mais os cres-centes impostos aplicados aos portugueses. Pergunto, agora, com a entrada do dinheiro do FMI como é possível não con-seguirmos sair da crise? Tem de haver culpados, e não é só o povo português e os juros aplicados. Será que o dinheiro

Olhar, Outro Pensamento:

Alexandra Ribeiro, 11.º LH2

FMI, Verdade, Soberania, Bem-Estar Público e

Desigualdades Sociais

Vivemos num país com uma localização geo-estratégica extraordinária, podemos investir no tráfego marítimo a nível mundial, entre outros. Temos produtos imensos, como o calçado, com uma excelente qualidade. Temos um país lindíssimo para o turismo usufruir. Com tanta riqueza e hipóteses de investimento como é possível não sairmos desta situação?

O Pregão Junho - Agosto de 2012 9

foi bem investido? Será que ele foi investi-do para o país?

Vivemos num país com uma localiza-ção geo-estratégica extraordinária, pode-mos investir no tráfego marítimo a nível mundial, entre outros. Temos produtos imensos, como o calçado, com uma ex-celente qualidade. Temos um país lindís-simo para o turismo usufruir. Com tan-to dinheiro e hipóteses de investimento como é possível não sair desta situação? O FMI diz que não há dinheiro para a edu-cação, para o serviço nacional de saúde, para pensões e salários, para investimen-to público. Só se aposta nos mercados, e mercados e mais mercados. Mas como é que a maioria das pessoas pode consu-mir e investir para que haja crescimento económico, se não tem poder de compra? Vemos o desemprego a crescer e “eles” a aplicarem medidas para facilitar os des-pedimentos, e, por consequência, as de-sigualdades sociais a aumentar. E “eles” a cortarem pensões e salários, e isso é refle-tido no crescimento económico. A classe política, e outros com grande poder, não sofrem com as medidas de austeridade, não lhes é cortado parte do salário ou dos subsídios como ao resto da população. É necessário aplicar medidas de austerida-de, todavia estarão estas a ser bem aplica-das? Estará o FMI e o governo a fazer um bom trabalho com estas medidas?

Vemos o caso da Islândia que após ver o país entrar em crise decidiu chamar o FMI. Começou a ver os cortes, os impos-tos a serem aplicados de forma não iguali-tária (tal como em Portugal) e começou a ficar revoltado. Deitam o governo abaixo e exigem novas eleições. Com o novo go-verno fez um referendo para saber se os cidadãos pretendiam dar continuidade ao FMI: 93% dos cidadãos disse que não e, en-tão, é congelada a ajuda. O povo recusou--se a pagar a má gestão dos bancos e dos governos anteriores e decidiu fazer uma investigação para atribuir as responsabili-dades da crise. Foram detidos vários ban-queiros, altos executivos e políticos. Redi-giram uma nova constituição e apelaram à ajuda do povo, participando, este sim,

diretamente na política do país. Nacio-nalizaram a banca, aumentaram os salá-rios e, acima de tudo, apostaram nas pes-soas e no país. Agora, o país está a pagar a sua dívida e a ter um bom crescimento económico. Não apostaram nos capitais, mas sim nas pessoas. Fazendo o inverso do FMI.

Por que razão Portugal não utiliza este modelo para sair desta terrível crise e não aposta no país e nas pessoas? Os jovens deixam de estudar porque não têm di-nheiro para pagar propinas cada vez mais altas. O desemprego aumenta de dia para dia. A pobreza abrange cada vez mais pes-soas e o fosso entre ricos e pobres é cada vez maior, além de que isto leva a que cada vez mais pessoas cometam o suicí-dio. O futuro dos jovens está assente nas palavras: precariedade, desemprego, po-breza, desigualdade. Entretanto, o estado gasta 1 milhão de euros em carros de luxo só para o Parlamento..., fazem apostas em obras públicas que não resultam em nada, não reduzem os seus salários e subsídios e continuam com os mesmos privilégios de sempre. E a justiça vai-os protegendo.

Obrigam, especialmente os mais po-bres, a pagar uma dívida privada, trans-formada agora em dívida pública. Falam em austeridade, mas esta é só para al-guns. Por que é que não se segue o exem-plo da Islândia, se é o melhor para o país e para as pessoas? As desigualdades au-mentam e o país não cresce... Até quan-do aguentamos isto? O FMI e esta política atual vão agravar ainda mais os proble-mas sociais e económicos do país e bene-ficiar os mesmos de sempre. É necessário mudar as prioridades.

Voltando à crise de 1929, Franklin Ro-osevelt, para sair da mesma, aumentou o controlo sobre bancos e instituições fi-nanceiras e económicas; construiu in-fra-estruturas para gerar empregos e au-mentar o mercado consumidor; definiu subsídios e crédito agrícola a pequenos produtores familiares; estipulou um salá-rio mínimo e garantiu subsídios a idosos, desempregados e inválidos; incentivou a criação de sindicatos, para aumentar o

poder dos trabalhadores e facilitar a de-fesa dos novos direitos. E isto gerou cres-cimento económico. Colocaram as pesso-as em primeiro lugar, e não os mercados e os capitais.

Atualmente, está-se a sentir um re-trocesso brutal em relação a tantas das conquistas importantes da democracia, como a educação gratuita, a saúde públi-ca, os direitos sindicais, a justiça social, melhores condições sociais... Chegámos a um ponto tão absurdo que temos de afir-mar aquilo que deveria ser básico. Sim, isto é o reflexo da crise mundial. Mas será mesmo necessário abdicar de tanto? Não nos parece. É necessário fomentar o espí-rito crítico e mudar as prioridades. Todos nós fazemos política e por isso temos de ser cidadãos conscientes e apelar ao bem comum. O que os políticos atualmente fa-zem com a “teoria do tem de ser” é uma falácia já que existem outras soluções. E é sobre isto que temos de refletir... sobre o bem-comum, sobre a dignidade das pes-soas. Não vale a pena perder a soberania do país, algo tão importante para nós. É preciso apelar à solidariedade e à união.

O futuro não é risonho, mas está nas nossas mãos, e é necessário lutar por ele hoje. Não podemos desistir do bem-estar público. E não é utópico dizer que temos de combater isto, este modo de encarar os problemas. Temos de descobrir a verdade e recuperar a nossa soberania. Ousemos amar a verdade, ao invés do dinheiro. Não se enganem, desde o Estado Novo não de-mos uma volta de 180.º, mas sim de 360.º. Andámos e lutámos por tanto e estamos a voltar ao mesmo! Nós já não rumamos para o socialismo, rumamos para o seu antípoda. Devem ser garantidos pelo Es-tado bens básicos e fundamentais, como a educação, a saúde e a segurança social. “O pessimista vê dificuldade em cada opor-tunidade; o otimista vê oportunidade em cada dificuldade.” Nesta altura, é preciso ser otimista e enfrentar a crise com criati-vidade, honestidade e verdade, porque pa-rar é morrer.

Chega de hipocrisia, “jardim à beira mar plantado”. Tenho dito!

Opinião

10Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Opinião

Na lotaria da vida são-nos conferidos aspetos bons e menos bons, para que to-dos fiquem, no geral, com uma sorte equi-valente. Ora na beleza, no gosto, há uma questão complicada: Como distinguir o que é belo do que não é? Serão os câno-nes os grandes influenciadores desse gos-to? Ou será apenas aquilo que definimos como atitude estética que nos leva a dis-tinguir? Pois bem, aqui temos uma ques-tão a desafiar o seu estudo.

As opiniões, no que diz respeito à bele-za natural de alguém podem ser: de uma resposta positiva, na generalidade, de al-guns admitirem como belo e outros não, ou de, na generalidade, não apreciarem essa beleza.

Quantas vezes já pensámos: ”fulano é tão bonito/feio!”. Mas, mesmo assim, o feio pode sempre ser belo; depende da perspetiva, do gosto, do conceito de be-leza…

Mas então o que nos leva a apreciar, muitas vezes, aqueles que não são belos? O que terá levado a bela a aceitar a fealda-de do monstro? “Quem ama o feio, bonito lhe parece”, já diz o ditado. Há uma perso-nalidade que domina, uma força que ul-trapassa qualquer fealdade material e nos

prende os olhos para um coração e não para um corpo.

Será justo haver um casal onde um dos parceiros é mais dotado fisicamente que o outro? Será a beleza física assim tão re-levante numa relação?

Pois bem, a tese que defendo é a de que o gosto é relativo de pessoa para pessoa, cada um define os seus próprios cânones: há quem tenha um perfil de gosto pró-prio, há quem se adapte naturalmente aos estereótipos definidos socialmente e há quem não tenha ideais de beleza, ape-nas se sirva da atitude estética para gos-tar. As pessoas unem-se e relacionam-se porque, para além de uma “embalagem”, o ser humano possui uma essência que vale muito mais. Vejamos: estão sob o al-cance de um indivíduo a escolha de um presente entre dois, ambos com o mes-mo formato, um paralelepípedo. Porém, um está forrado a papel dourado com uma fita muito bonita e vermelha de seda e o outro é uma simples caixa de cartão amarrotada. À partida o indivíduo esco-lhe aquele que tem melhor aspeto, no en-tanto ele está a ser seduzido falsamente, pois desconhece que no interior da cai-xa amarrotada está um precioso anel de

diamantes, enquanto que na outra, toda brilhante, está um anel feito de arames. Pois bem, isto é o que acontece à socie-dade que se deixa envolver e armadilhar nas aparências. Conseguiremos nós dis-tinguir as pessoas, através do seu caráter e não do agrado ou desagrado que a sua fisionomia demonstra e entender a ilusão das aparências?

Já pensaram o que seria das pessoas menos sortudas fisicamente se estivessem condenadas a ficar com pessoas não tão belas por esse mesmo motivo? Não teriam direito os mais feios de conquistar e con-seguir ter alguém bonito? Eu penso que sim, pois daquilo que não temos à nascen-ça, a vida há-de sempre compensar-nos, tornando a beleza social equivalente.

Neste sentido, vemos a intervenção da justiça na lotaria da vida, no ramo da be-leza, que, num processo natural, permi-te o relacionamento entre os cidadãos de uma forma compreensível.

Assim sendo, saliento as ideias mais im-portantes: na lotaria da vida os aspetos que possuímos vão-se completando ao longo da nossa existência; no campo da beleza, das duas uma, ou nascemos com ela ou iremos possuí-la. Por isso é que

Ensaio sobre a Beleza

Ana Sofia Leite, 10.º AV1

Nascemos, completamo-nos

e o que sobra é corpo!

O Pregão Junho - Agosto de 2012 11

a vida é bela! A maior beleza que o ser humano pode possuir é aque-la que lhe sai do coração e lhe ferve nas veias, pois essa beleza é infinita enquanto que a que serve de mon-tra vai apodrecendo ao longo dos anos; os relacionamentos sociais for-mam-se de um modo mais ou menos equilibrado e é daí que perceciona-mos o caráter humano.

A vida é muito mais que uma “em-balagem”, é um conteúdo repleto de caminhos orientados pela justiça, onde o exterior é apenas um cartão de visita e o interior é um íman que nos prende e seduz e nos faz ficar ca-tivos de alguém que, tendo ou não bom exterior, nos enfeitiça e rouba o bilhete de ida da nossa viagem, isto é, o seu caráter é de tal modo inte-ressante que ficamos apaixonados, como que viciados, e não nos impor-ta o resto do mundo (aquele ao qual íamos retornar, mas que entretanto abandonamos para ficar com a pes-soa que nos havia seduzido). É mes-mo esse o desafio da vida: entregar--nos não ao corpo, mas sim à alma, uma que nos seja gémea.

A tese que defendo é a de que o gosto é relativo de pessoa para pessoa, cada um define os seus próprios cânones: há quem tenha um perfil de gosto próprio, há quem se adapte naturalmente aos estereótipos definidos socialmente e há quem não tenha ideais de beleza, apenas se sirva da atitude estética para gostar. As pessoas unem-se e relacionam-se porque, para além de uma “embalagem”, o ser humano possui uma essência que vale muito mais.

Opinião

12Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

A Escola Secundária Mar-tins Sarmento organizou a pri-meira edição de um concurso destinado aos alunos do 3º PR (Curso Profissional de Restau-ração) subordinado ao tema Novas Tendências da Cozinha Regional Portuguesa.

O objetivo deste projeto é desenvolver e promover a ape-tência dos jovens pela prática culinária, possibilitando que, de forma pró-ativa, exibam as aprendizagens decorrentes dos três anos de formação.

Os concorrentes deveriam confecionar um prato princi-pal e uma sobremesa.

Nas fases eliminatórias fo-ram apurados os alunos que melhor realizaram a confeção da sua receita e a emprata-ram, contando com duas ho-ras como tempo limite para a preparação.

O júri que selecionou o ven-

cedor em cada uma das eta-pas, foi constituído pelos três chefes de cozinha do curso de restauração e por um elemen-to da direção da nossa escola.

A final do concurso, com os candidatos apurados ao lon-go das fases elimatórias, rea-lizou-se durante as Jornadas Culturais da escola que de-correram de 21 a 24 de março. De salientar que, nessa final, à minuciosa análise e apura-mento dos elementos do júri enunciados, juntou-se tam-bém a apreciação de um chefe de renome nacional, o concei-tuado Chefe Alexandre.

Os critérios de avaliação as-sentaram no equilíbrio nutri-cional, na harmonia dos ingre-dientes, na higiene, na correta confeção e na inovação e cria-tividade do produto final.

O Prémio Concurso Jovem Cozinheiro Martins Sarmento,

teve como grande vencedor o aluno Pedro Castro, com o se-guinte menu: Bacalhau com batata violet com molho de vi-tela e lingote de chocolate com taglateli de manga e sabayon de laranja com vinho do porto.

Saudamos este jovem Chefe e esperamos que todos os fi-nalistas tenham um excelente futuro e continuem a surpre-ender com as suas criações saudáveis e apetitosas!

3º PR e Prof.ª Joana Silva

Notícias

Curso Profissional de Restauração

Concurso “Jovem Cozinheiro Martins Sarmento”

O Concurso Jovem Cozinheiro teve como vencedor o aluno Pedro Castro, com o menu: Bacalhau com batata violet com molho de vitela e lingote de chocolate com taglateli de manga e sabayon de laranja com vinho do porto.

Ana Ribeiro, aluna da Escola Secun-dária Martins Sarmento representan-te nas Olimpíadas da Biologia acompa-nhada pelo professor Filipe Freitas.

Posso dizer que aquele foi um fim de semana deveras en-riquecedor e promissor. Des-tino? Lisboa. Motivo? Final Nacional das Olimpíadas da Biologia.

No dia 27 de maio, represen-tei a minha escola, aliás, a nos-sa escola, o Liceu de Guima-rães, a nível nacional, após ter passado nas duas primeiras eliminatórias das Olimpíadas.

Ser um dos 36 selecionados para a Final Nacional, num universo de 6610 alunos par-ticipantes do ensino secun-dário, não só foi uma enorme responsabilidade, mas tam-bém um motivo de orgulho. Agradeço ao meu professor de Biologia, Dr. Filipe Freitas,

pela sua companhia até à capi-tal e por ter contribuído para uma melhor compreensão dos conteúdos programáticos ao longo de três anos que me acompanhou.

A prova, que decorreu no Pavilhão do Conhecimen-to, desdobrou-se numa prova prática e noutra prático-teó-rica. Realizei ambas de for-ma descontraída porque, afi-nal de contas, para mim já foi uma vitória ter chegado a esta situação.

Fiquei em 22º lugar. Estou contente? Sim, satisfeita por-que, afinal, aprender e parti-cipar ativamente neste tipo de iniciativas vale sempre a pena.

Ana Ribeiro, 12º CT3

Curso Ciências e Tecnologias

Final Nacional das Olimpíadas da Biologia 2012

O Pregão Junho - Agosto de 2012 13

O Restaurante Jordão foi um marco importantíssimo na história social, cultural e eco-nómica da sociedade vimara-nense.

Era apanágio das gentes de Guimarães almoçar ou jantar no Restaurante Jordão que, através dos seus reconheci-dos “pratos” desde as “entra-das até às deliciosas sobre-mesas, faziam as delícias de todos os que por lá passavam. Aos domingos, à hora do al-moço, era interessante verifi-car que o Restaurante Jordão se tornara “ local de encontro obrigatório” de algumas das mais ilustres famílias.

Este espaço, durante al-gum tempo, simbolizava o que de melhor havia em ter-mos da gastronomia vimara-nense. Sempre que alguém vi-sitava pela primeira vez esta cidade, ou quando que se rea-lizava algum evento especial, era com certo orgulho que se recorria aos serviços deste lo-cal. Inclusivamente, grandes negócios aqui foram nascen-do e sendo concretizados, no apogeu industrial e comercial deste nosso concelho.

Foi precisamente tendo em consideração todos estes mo-tivos que, em Conselho de Turma e tendo como referên-cia o Curso de Restauração, se pensou homenagear o re-ferido restaurante, entretan-to fechado. Esta ideia foi mui-to bem acolhida por todos os intervenientes neste processo, desde os alunos aos docentes.

A cantina da nossa esco-la transformou-se num local muito aprazível, agradável e acolhedor.

Assim, como menu de pro-

va, foram confecionados os pratos mais típicos e solici-tados daquele restaurante, a saber: uma panóplia de en-tradas, os chamados “frios”, passando pelos filetes de pei-xe com salada russa, pelas su-culentas e tradicionais carnes assadas, até às sempre tão sa-borosas sobremesas. Tudo isto “regado” com um bom vi-nho verde.

Como pano de fundo, os pre-sentes puderam ouvir e sentir as músicas que acompanha-ram as sucessivas gerações que passaram pelo Jordão.

É de referir que o êxito do jantar ultrapassou todas as expectativas previstas, pois contou com muita anima-ção e com o espírito reviva-lista dos vimaranenses, con-tagiando mesmo os convivas que, oriundos de outras pa-ragens, se interessaram viva-mente por mais esta tradição da nossa terra.

Os discentes demonstra-ram grande empenho, inte-resse e alegria pelo traba-lho desenvolvido, mostrando uma atitude muito profissio-nal que foi muito elogiada.

Os convidados mostraram--se agradavelmente surpre-endidos pela realização des-te evento quer no que toca ao menu escolhido, quer pela at-mosfera ali vivenciada.

Profª Paula Faria

Curso Profissional de Restauração

Jantar de homenagem “Reviver o Jordão”

O êxito do jantar ultrapassou todas as expectativas previstas, pois contou com muita animação e com o espírito revivalista dos vimaranenses, contagiando mesmo os convivas que, oriundos de outras paragens, se interessaram vivamente por mais esta tradição da nossa terra.

Notícias

O Pregão Junho - Agosto de 2012 15

Os alunos do 11º ano do cur-so Tecnológico de Desporto, da Escola Secundária Martins Sarmento finalizaram as vi-sitas às instalações desporti-vas no Open Village Sports, no passado dia 15 de maio.

Ao longo do ano foram re-alizadas várias deslocações às instalações desportivas do concelho de Guimarães, no-meadamente ao Complexo Desportivo do Vitória Sport Clube, Estádio D. Afonso Hen-riques e Piscinas do Vitória Sport Clube.

No decorrer do 2º período, os alunos visitaram a Piscina Municipal, a Pista de Atletis-mo Gémeos Castro e o Multiu-sos de Guimarães.

No final do ano letivo, as tur-mas TD1 e TD2, foram conhe-cer as instalações do Ginásio KK e as infraestruturas da FA-DEUP (Faculdade de Desporto da Universidade do Porto), se-guidas de uma passagem pela Fundação de Serralves.

Todos estes percursos fo-

ram programados e acompa-nhadas pelos professores das disciplinas de P.D.R. e O.D.D., Sandra Basílio e António Pe-dro Magalhães, respetivamen-te. Os alunos foram recebidos em todas as instalações pelos técnicos de manutenção e co-ordenadores dos espaços des-portivos, onde foram esclare-cidos, sobre toda a dinâmica das instalações e suas valên-

cias. Em alguns locais os alu-nos passaram, inclusivamen-te, da teoria para a prática e aproveitaram para experi-mentar as várias modalidades específicas de cada espaço.

Todos os alunos, após as vi-sitas, produziram vários do-cumentos didáticos, que ser-viram como complemento à avaliação nas disciplinas de PDR e ODD.

Após o grande sucesso des-tas iniciativas, só nos resta agradecer a todas as pessoas envolvidas nesta tarefa e aos responsáveis pelos vários lo-cais visitados, com a convic-ção de que todos contribuí-ram para alargar horizontes e qualificar o futuro profissio-nal destes alunos.

Prof.ª Sandra Basílio e Prof. Antó-

nio Magalhães

Curso Tecnológico de Desporto

Desporto em Movimento

Notícias

Alunos do curso Tecnológico de Desporto que ao longo do ano visitaram várias instalações desportivas do país.

Foi num ambiente reple-to de desportivismo e entre-ga que, no passado dia 30 de Maio de 2012, no Comple-xo desportivo de Guimarães (piscinas municipais - Scor-pio e parque da Cidade), cer-ca de 150 alunos provenien-tes de sete escolas e colégios de Guimarães entregaram-se de “corpo e alma” à concreti-zação das suas provas num es-forço digno de campeões.

O terceiro triatlo escolar foi organizado pelos professores da ERDAL: Ricardo Lopes, Or-lando Lemos, Pedro Castro Mendes e Natália Castro que,

por sua vez, contaram com o apoio da Federação Portu-guesa de Triatlo (professor

Marco Miranda). A prova de natação decorreu na piscina exterior do Scorpio, seguin-

do-se a fase de ciclismo (no parque da cidade) e, para fi-nalizar, a corrida.

A Escola Secundária Mar-tins Sarmento esteve bem representada, com dez alu-nos do curso profissional de Apoio à Gestão Desportiva a colaborar na organização da prova e dez alunos na prova juvenil masculinos com dois lugares no pódio.

Na opinião dos organizado-res e dos participantes, foi um dia para mais tarde recordar!

Prof. Ricardo Lopes

Iniciativa Erdal

III Triatlo escolar

16Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Notícias

No passado mês de mar-ço, nós, um grupo de alunos da Escola Secundária Martins Sarmento, tivemos o prazer de participar numa experiên-cia única que consistiu num encontro de estudantes pro-venientes de diferentes paises: Turquia, Grécia, Polónia, Ho-landa, Aústria e Portugal.

Esta viagem decorreu no âm-bito do projeto Comenius “In-novative Schools in the 21st century” e possibilitou um in-tercâmbio cultural e educacio-nal promovendo a língua ingle-sa, bem como a apresentação dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos nas suas escolas.

No primeiro dia, participá-mos em diferentes atividades pedagógicas com o objetivo de criar um ambiente de co-operação entre os diferentes grupos. Seguiu-se um almoço onde pudemos experimentar diversos produtos típicos de cada país. Nessa mesma tarde, começaram as apresentações dos respetivos projetos, nome-adamente os da equipa portu-guesa : Learning Through Re-search e Physics with Robots.

No segundo dia, pela ma-nhã, foi organizada uma vi-sita às Minas de Pratas em Schwaz, onde ficámos a co-nhecer os recursos minerais

da zona. Na parte de tarde, concluímos as apresentações e também tivemos a oportuni-dade de assistir às apresenta-ções dos trabalhos elaborados pelas restantes equipas dos outros países envolvidos.

Chegámos, assim, ao tér-mino da nossa visita e o nos-so último destino foi a movi-mentada cidade de Innsbruck. Procedemos à sua descober-ta nos seus principais pontos históricos e culturais, trazen-do “ um pedacinho” de Inns-bruck através de lembranças. Depois do almoço, fizemos uma viagem de teleférico até à montanha Nordkette. No dia seguinte, ainda foi possível fa-zer uma pequena visita à cida-de de Munique.

Esta experiência única só ganhou asas graças à opor-tunidade criada pelos nossos professores João Paulo San-tos e Helena Freitas. Assim, a eles e a todos os professores que, mais do que professo-res, foram nossos amigos, nos acompanharam nesta viagem que endereçamos os nossos sinceros agradecimentos.

Esta viagem “Comenius” ainda não terminou. Para o próximo ano letivo, daremos mais notícias.

Turmas 10º CT5, 11º CT1 e 12º LH3

Innovative european schools in the 21st century

Projeto Comenius: março na Áustria...

Todas as novidades da escola em www.esmsarmento.pt

O Pregão Junho - Agosto de 2012 17

Notícias

E eis que chegou ao fim o primeiro ano do projeto... e o balanço é, sem sombra de dú-vida, muito positivo.

O encontro para avaliação in-termédia do projeto realizou-se na Turquia, na cidade de Ma-navgat, entre os dias 15 e 20 do passado mês de maio, e contou com a participação de catorze professores, responsáveis pela implementação do projeto nas sete escolas participantes.

Neste encontro, foram ava-liadas todas as atividades de-senvolvidas neste primeiro ano, bem como os produtos que delas resultaram. As reu-niões decorreram na escola Basari Koleji, onde fomos rece-bidos de uma forma bastante hospitaleira e entusiástica por todos, desde o seu diretor, pas-sando pelos professores e, cla-ro, pelos alunos. Aliás, o espe-táculo de boas-vindas com que nos presentearam e a forma curiosa e animada com que nos receberam nas suas aulas, foram bem demonstrativos da alegria e do orgulho que sen-tiam por pertencer ao projeto.

Os convidados estrangei-ros (que chegaram a sentir-se “ilustres”!), foram recebidos pelo presidente da cidade, elei-to pelo povo de Manavgat, as-sim como pelo representante do governo aí destacado. Para além de tudo isto, tivemos tam-bém oportunidade de visitar alguns locais de interesse ar-queológico —Side e o Anfiteatro Romano de Aspendos —, a be-líssima região de Antalya e de

saborear algumas especialida-des da cozinha tradicional tur-ca, em especial kofte e gozleme.

Regressamos, agora, ao iní-cio deste texto para redigir a conclusão. Fazendo uma ava-liação, todos os professores das escolas participantes no

projeto terminam este ano com um sentimento de dever cumprido e de satisfação por terem atingido e, em alguns aspetos, excedido as expetati-vas iniciais.

Todos nós (ou quase todos!) sabemos que, cada vez mais, se

exige que os professores tor-nem ensino mais interessan-te, mais atraente, mais agra-dável e, em última instância, mais produtivo. Esta necessi-dade levou professores de (li-teralmente!) todos os cantos da Europa a desenvolver este projeto Innovative European Schools in the 21st Century. O objetivo comum é pensar e desenvolver métodos de ensi-no inovadores que potenciem o que de melhor os nossos alu-nos têm, começando por se-rem eles próprios a detetar os problemas; a procurar, desen-volver e testar soluções; e, fi-nalmente, a avaliarem os re-sultados do seu trabalho.

Os resultados deste traba-lho de cada uma das escolas, apresentado e partilhado no encontro de alunos que de-correu na Áustria, em Março, revelou-se extremamente po-sitivo. Para além dos traba-lhos, a troca de ideias e expe-riências, a partilha e discussão de ideias entre alunos de cul-turas e hábitos distintos, per-mitiu uma aprendizagem mú-tua e desenvolveu amizades capazes de abolir toda e qual-quer distância física, social e cultural.

Como professores “inovado-res” que somos, não podería-mos estar mais satisfeitos.

Até para o ano.Prof.ª Helena Freitas e

Prof. João Paulo Santos.

Innovative european schools in the 21st century

Projeto Comenius: março na Áustria... ... maio na Turquia

Os convidados estrangeiros foram recebidos pelo presidente da cidade, elei-

to pelo povo de Manavgat, assim como pelo representante do governo aí

destacado. Para além de tudo isto, tivemos também oportunidade de vi-

sitar alguns locais de interesse arqueológico —Side e o Anfiteatro Roma-

no de Aspendos —, a belíssima região de Antalya e de saborear algumas es-

pecialidades da cozinha tradicional turca, em especial kofte e gozleme.

jornal ‘o pregão’ online em http://issuu.com/opregao

18Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

cno

http://cno-msarmento.webnode.pt/Centro Novas Oportunidades Martins Sarmento

Atividade “O Chocolate” Decorreu no dia 15 de fevereiro com a apresentação do filme “O Choco-late” baseado na obra de Joane Harris. Tendo por base o livro da escritora Joane Harris procurou-se comparar com o filme “O Chocolate” e desen-volver o espírito crítico sobre os sentimentos e refletir sobre os valores de solidariedade e entreajuda e outros afetos. A atividade decorreu com enorme adesão por parte da comunidade escolar.

Colóquio: “Normas de Segurança: em casa e na rua”Dia 14 março 2012, na Escola Secundária Martins Sarmento Oradores : Chefe Príncipal José Costa e Chefe Maria de Fátima Silva – PSP de GuimarãesParticiparam vinte e oito adultos em processo de RVCC no CNO Martins Sarmento e alunos dos curso EFA. colocaram muitas questões, foi uma ação muito participada e com muito interesse para o dia-a-dia das pessoas.

Palestra: “A Arte uma via enriquecedora”,Realizou-se dia 15 de maio – promovido pelo CNO – Martins Sarmento, participaram dezanove pessoas foi orador o Pintor Vasco Carneiro.

A atividade “O Livro da Minha Vida” Decorreu no dia vinte e um de Março inserida na semana da leitura com a apresentação de vídeos, PowerPoints e o filme “The Jane Austin Book Club” e com a apresentação do livro “Queimada viva” pela formanda Antónia do grupo 05 Bas 11 e com a convidada Sílvia Bragança da Univer-sidade do Minho na declamação de poemas de Florbela Espanca com o objetivo de reforçar os hábitos de leitura e desenvolver o espírito crítico. É de realçar o empenho da aluna do grupo 05 Bas 11 pelo seu à vontade, pela expressividade e comunicação com que apresentou o livro que mais a marcou na vida obtendo uma grande atenção por parte das pessoas presentes.

ATIVIDADES

"E depois do Adeus? E depois de Nós"

Está a chegar ao fim a actividade do CNO da Escola Secundária Martins Sarmento. É, por isso, altura de fazer um balanço dos anos de funcionamento deste Centro Novas Oportunidades.Pensamos que o CNO Martins Sarmento, incompreendido por uns, amaldiçoado por outros, teve o seu papel positivo na Sociedade Vimaranense e na Formação de muitos Adultos.E, pegando no título deste pequeno texto, "E Depois do Adeus? E Depois de Nós?", podemos concluir que os Adultos que passaram por este processo continuam a existir, e reconhecem, certamente, que como diz o Biólogo Jean Rostand, "nunca se envelhece enquanto procuramos.” Assim, pelo que pudemos perceber, os Adultos tomaram consciência de como são poucos os inter-valos entre o tempo em que somos demasiado novos e o tempo em que somos demasiado velhos, e isto permitiu, também, a tomada de consciência da realidade social que lhe pode permitir sentirem-se deveras otimistas ou pessimistas, quanto ao futuro do pessimismo.Só por isso foi positivo, porque se deu uma nova oportunidade a quem, por qualquer motivo, nunca a teve.

O Formador de CLC /LCFernando S antos

O Centro Novas Oportunidades Martins Sarmento foi um dos projetos da nossa escola. Teve a sua ação durante, aproximadamente, quatro anos. Por cá passaram pessoas com percursos de vida muito diversificados, com experiências ricas e muitas vezes complexas.Percebemos, sentimos e consideramos que a iniciativa Novas Oportunidades não teve só qualidades, até corroboramos com algumas das críticas feitas mas como trabalhamos no terreno vivemos muito de perto a “ realidade” e sentimos também as suas vantagens.Foi com bastante desconforto que recebemos a notícia da não aprovação da candidatura financeira relativamente a 2012. Sem esta, o projeto não pode continuar, apesar de a candidatura pedagógica ter sido aprovada. Continuamos a dar resposta aos adultos em processo e no passado mês de maio foram certificados mais vinte e seis formandos, foram os últimos! No total certificamos quatrocen-tos e onze adultos (316 – Nível Básico e 95 do Nível Secundário). Estamos, nesta data, a ultimar procedimentos no sentido de transferir os adultos inscritos e à espera de ofertas formativas/educativas.A todos desejamos muitas felicidades.

A coordenadora Rosa Dinis

O Pregão Junho - Agosto de 2012 19

cno

http://cno-msarmento.webnode.pt/Centro Novas Oportunidades Martins Sarmento

Atividade “O Chocolate” Decorreu no dia 15 de fevereiro com a apresentação do filme “O Choco-late” baseado na obra de Joane Harris. Tendo por base o livro da escritora Joane Harris procurou-se comparar com o filme “O Chocolate” e desen-volver o espírito crítico sobre os sentimentos e refletir sobre os valores de solidariedade e entreajuda e outros afetos. A atividade decorreu com enorme adesão por parte da comunidade escolar.

Colóquio: “Normas de Segurança: em casa e na rua”Dia 14 março 2012, na Escola Secundária Martins Sarmento Oradores : Chefe Príncipal José Costa e Chefe Maria de Fátima Silva – PSP de GuimarãesParticiparam vinte e oito adultos em processo de RVCC no CNO Martins Sarmento e alunos dos curso EFA. colocaram muitas questões, foi uma ação muito participada e com muito interesse para o dia-a-dia das pessoas.

Palestra: “A Arte uma via enriquecedora”,Realizou-se dia 15 de maio – promovido pelo CNO – Martins Sarmento, participaram dezanove pessoas foi orador o Pintor Vasco Carneiro.

A atividade “O Livro da Minha Vida” Decorreu no dia vinte e um de Março inserida na semana da leitura com a apresentação de vídeos, PowerPoints e o filme “The Jane Austin Book Club” e com a apresentação do livro “Queimada viva” pela formanda Antónia do grupo 05 Bas 11 e com a convidada Sílvia Bragança da Univer-sidade do Minho na declamação de poemas de Florbela Espanca com o objetivo de reforçar os hábitos de leitura e desenvolver o espírito crítico. É de realçar o empenho da aluna do grupo 05 Bas 11 pelo seu à vontade, pela expressividade e comunicação com que apresentou o livro que mais a marcou na vida obtendo uma grande atenção por parte das pessoas presentes.

ATIVIDADES

"E depois do Adeus? E depois de Nós"

Está a chegar ao fim a actividade do CNO da Escola Secundária Martins Sarmento. É, por isso, altura de fazer um balanço dos anos de funcionamento deste Centro Novas Oportunidades.Pensamos que o CNO Martins Sarmento, incompreendido por uns, amaldiçoado por outros, teve o seu papel positivo na Sociedade Vimaranense e na Formação de muitos Adultos.E, pegando no título deste pequeno texto, "E Depois do Adeus? E Depois de Nós?", podemos concluir que os Adultos que passaram por este processo continuam a existir, e reconhecem, certamente, que como diz o Biólogo Jean Rostand, "nunca se envelhece enquanto procuramos.” Assim, pelo que pudemos perceber, os Adultos tomaram consciência de como são poucos os inter-valos entre o tempo em que somos demasiado novos e o tempo em que somos demasiado velhos, e isto permitiu, também, a tomada de consciência da realidade social que lhe pode permitir sentirem-se deveras otimistas ou pessimistas, quanto ao futuro do pessimismo.Só por isso foi positivo, porque se deu uma nova oportunidade a quem, por qualquer motivo, nunca a teve.

O Formador de CLC /LCFernando S antos

O Centro Novas Oportunidades Martins Sarmento foi um dos projetos da nossa escola. Teve a sua ação durante, aproximadamente, quatro anos. Por cá passaram pessoas com percursos de vida muito diversificados, com experiências ricas e muitas vezes complexas.Percebemos, sentimos e consideramos que a iniciativa Novas Oportunidades não teve só qualidades, até corroboramos com algumas das críticas feitas mas como trabalhamos no terreno vivemos muito de perto a “ realidade” e sentimos também as suas vantagens.Foi com bastante desconforto que recebemos a notícia da não aprovação da candidatura financeira relativamente a 2012. Sem esta, o projeto não pode continuar, apesar de a candidatura pedagógica ter sido aprovada. Continuamos a dar resposta aos adultos em processo e no passado mês de maio foram certificados mais vinte e seis formandos, foram os últimos! No total certificamos quatrocen-tos e onze adultos (316 – Nível Básico e 95 do Nível Secundário). Estamos, nesta data, a ultimar procedimentos no sentido de transferir os adultos inscritos e à espera de ofertas formativas/educativas.A todos desejamos muitas felicidades.

A coordenadora Rosa Dinis

20Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

A sociedade contemporâ-nea foi e é profundamente marcada pela leitura e pela escrita. As memórias de leitu-ra iluminam e dão sentido aos percursos das pessoas, das co-munidades, da sociedade no seu todo. A atualidade conti-nua a ser atravessada pelo bi-nómio educação e leitura. Ao contrário da escrita, cujos re-gistos permanecem, as mar-cas e as memórias da escri-ta apagam-se com as práticas e morrem com as pessoas. O universo da leitura é tão vas-to quanto o dos leitores sendo impossível encontrar uma re-presentação suficiente.

Há, no entanto, grupos e perfis de leitores que assu-mem uma maior centralidade, ou porque têm a escrita como meio vida e de produção de pensamento, ou porque, pela sua centralidade, iluminam e esclarecem o universo dos lei-tores, ou porque fazem da lei-tura uma forma de dar senti-do à sua vida e à dos outros. Há nestes casos uma profun-da sobreposição entre histó-ria de vida e memórias de lei-tura. Em que medida se torna possível resgatar esta sobre-posição? Em que medida se obtêm fontes com represen-tatividade da problemática e dos sujeitos? São estas ques-tões que conduzem à opção pela história oral.

Neste sentido, tomando a leitura e a memória como su-portes de história e instru-mentos de preservação do pa-trimónio cultural, as escolas,

básicas, secundárias e supe-riores, devem assumir um pa-pel relevante no incentivo dos seus alunos e de toda a comu-nidade envolvente, à prática da leitura e à exercitação da memória.

Só assim o património cul-tural de um povo pode per-manecer imortal. É um dever de cidadania a que também nós, docentes, não podemos ficar indiferentes.

Prof. Fernando Pinto dos Santos *

*Membro integrante da Equi-pa de Investigadores do Pro-jecto “Memórias da Leitu-ra”, apresentado pelo Instituto de Educação da Universida-de de Lisboa e tendo como ins-tituições participantes o Cen-tro de História da Cultura da Universidade Nova de Lis-boa, e o Centro de Pesqui-sa e Documentação em Histó-ria Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas.

As memórias de leitura e o património cultural

Universo ESMS

As escolas, básicas, secundárias e superio-res, devem assumir um papel relevante no in-centivo dos seus alunos e de toda a comunidade envolvente, à prática da leitura e à exercitação da memória.

O Pregão Junho - Agosto de 2012 21

Universo ESMS

Este clássico da literatura fantásti-ca contemporânea é uma obra de cor-tar o fôlego, pois acompanha a Família Mayfair, uma antiga dinastia de bruxas, remontando à Escócia do século XVII, passando pelo Haiti do século XVIII e a Nova Orleães do século XIX, acabando no final do século XXI. A 13ª e atual bru-xa é Rowan Mayfair, uma brilhante neu-rocirurgiã com um poder mortífero que tenta usar para a cura. Conhece Michael Curry, um restaurador de casas antigas, quando este se preparava para se afo-gar no mar da Califórnia, num encontro que parece ter sido premeditado. Micha-el ganha um estranho poder sensorial e os dois acabam por se apaixonarem irre-mediavelmente. Este amor fica em risco quando Lasher, o espírito-servo das bru-xas Mayfair, entra em cena, interpondo-

-se entre ela e Michael, com um objeti-vo muito específico que tudo fará para alcançar. Um romance muito bem es-crito, com a qualidade que a escritora Anne Rice já nos habituou com os seus clássicos “Entrevista com o Vampiro” e “Vampiro Lestat”. A sua escrita sedutora cria poderosas imagens na mente do lei-tor e faz o seu espírito vibrar com inten-sas emoções, ao longo do romance. Obra que combina suspense, terror, erotismo, sobrenatural e ação que irá, certamente, encantar e deliciar qualquer leitor que aprecie literatura fantástica.

André Martins – 11º LH3

Crítica literária fantástica

A Hora das Bruxas, de Anne Rice

Título Original: The Witching Hour; Ano de pu-blicação: 1990; Género: Fantasia/Terror; Edito-ra Portuguesa: Publicações Europa-América.

Em fevereiro, na Biblioteca da Escola Secundária Martins Sarmento, Carlos de Otero realizou uma atuação para home-nagear o 75º aniversário da morte de Fer-nando Pessoa.

Na presença de alunos do 12º ano e pro-fessores, encenou a ilustre figura do po-eta: fato preto, camisa branca, óculos e chapéu, sentado solitário numa mesa com o seu café, cigarro e caneta.

Foi tempo de relembrar a vida e tam-bém a sua morte. O registo foi muito pe-culiar pois tratou-se de uma conversa ide-alizada por Otero e excertos escritos pelo próprio Fernando Pessoa.

“Fala-se de uma maneira clara sobre tudo o que ele sempre escondeu, infeliz-mente... Desta vez, é ele que tem a palavra e emprega-a na primeira pessoa – e não os 72 outros que ele inventou para falar/es-crever em seu nome”.

Durante cerca de quarenta minutos, Carlos Otero falou como Fernando Pes-soa, com a alma em si, sobre como pen-sava, sobre como agia, ou seja, como era Pessoa quando era ele mesmo, quem era

ele afinal, além das outras setenta e duas personagens por ele criadas.

“Se depois de eu morrer, quiserem escre-ver a minha biografia,

Não há nada mais simples.Tem só duas datas - a da minha nascen-

ça e a da minha morte.Entre uma e outra todos os dias são

meus.”Fernando Pessoa

Pessoa pensava muito as emoções e sentia o pudor das mesmas. Por isso, na-turalmente, toda a sua obra gira em torno das emoções e dos sentimentos, o que fre-quentemente, retira e queima a alma do ser e faz com que se aja sem pensar.

O mestre Otero quis ainda alertar os presentes para a mensagem pedagógi-ca patente na obra pessoana “A veloci-dade dos veículos retirou a velocidade à alma”, isto é, o homem passou a deixar de ter tempo para pensar, deixou de ter tem-po para refletir sobre si próprio e os seus sentires: a vida começou a acelerar-se

cada vez mais. Os gestos passaram a roti-nas, os olhares passaram a inexistentes e as atenções morreram. As pessoas deixa-ram de se preocupar consigo mesmas, de saber aproveitar a vida, de a saber com-preender e ouvir.

“Não há saudades mais dolorosas do que das coisas que nunca fui”

A grande mensagem de Pessoa que Ote-ro nos relembrou foi a de que devemos aproveitar ao máximo a vida.

Assim, a curiosidade intelectual é a grande escola que nos ensina a querer sa-ber mais, querer experimentar mais para crescermos. É através dela que aprende-mos a saber “ouvir” a vida.

“Pedras no caminho? Guardo-as todas.Um dia hei-de construir um castelo”

Fernando Pessoa

Cristina Matos, 3º PTM

Literatura

Fernando Pessoa na 1ª pessoa

22Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

A Trilogia Millennium é um dos maio-res fenómenos literários do nosso tempo, tendo já vendido mais de 60 milhões de cópias por todo o mundo. Tragicamente, o autor morreu antes de os livros terem sido publicados, não tendo visto o impac-to que os mesmos causaram em milhões de pessoas.

O primeiro livro, Os Homens que Odeiam as Mulheres, é uma mescla de thriller e policial, e conduz-nos a uma das personagens mais fascinantes dos úl-timos anos: Lisbeth Salander. É ela uma das principais razões para o sucesso des-ta trilogia. Mas o que tem ela de especial? Lisbeth é uma jovem mulher de 24 anos, esquelética, cheia de tatuagens e piercin-gs e um estilo punk. É uma hacker exímia e tem um sentido de justiça muito pró-prio. É um anjo vingador, que não deixa ninguém impune.

A esta história segue paralelamente e em separado a história de Lisbeth Salan-der e Mikael Blomkvist, um jornalista de investigação que foi condenado por difa-mação. Estas duas personagens só muito mais à frente é que se interligam, aquan-do da resolução do mistério principal do livro: o que aconteceu a Harriet Vanger, a sobrinha, de Henrik Vanger, um anti-go industrial sueco, que havia desapare-cido há 40 anos? No entanto, é como se este mistério apenas servisse para nos apresentar aprofundadamente as perso-nagens que, neste livro, são em grande número e muito bem exploradas, princi-palmente os dois protagonistas.

O tema principal do livro versa, como indica o título, a violência exercida pelos homens sobre as mulheres. Pode parecer irónico ou até contraditório situar-se uma história desta natureza num país como a Suécia onde as mulheres têm bastan-tes direitos e uma representação política considerável. No entanto, isto pode levar apenas à conclusão de que, até num país tão desenvolvido, em termos de direitos humanos, se esconde um grave problema social que afeta todo o globo: a violência dos homens sobre as mulheres.

É um livro com uma linguagem bastan-te simples, mas com descrições bastan-

te detalhadas e permite-nos, facilmente, recriar as imagens descritas. O suspense mantem o interesse do leitor até ao fim.

O segundo livro dá um destaque mui-to maior a Lisbeth Salander, pois explora o seu passado e a origem da sua singular personalidade. Neste romance, surge-nos uma personagem enigmática, Zala, cuja identidade apenas saberemos na reta final da narrativa. Segue na linha do primeiro livro e mantém a sua grande qualidade.

O terceiro e último livro continua a saga do segundo, e vai buscar uma per-sonagem pela qual Lisbeth tem particu-lar ódio: Peter Teleborian, o pedopsiquia-tra responsável pelo seu internamento, quando ela tinha 12 anos, e do qual ela pretende vingar-se pelos maus tratos que este lhe causou. O final desta trilogia fica em aberto, mas creio que como sinal de esperança na resolução do conflito entre os dois protagonistas.

A trilogia completa foi já adaptada na

Suécia, cabendo o papel da protagonista a Noomi Rapace, uma grande atriz que cap-tura, ao mesmo tempo, a força e a vulne-rabilidade desta singular personagem. O primeiro filme foi também adaptado nos Estados Unidos por David Fincher, um dos mais importantes realizadores con-temporâneos, e foi um grande sucesso.

Na minha opinião, estes livros e filmes são do mais fascinante dos nossos tem-pos, muito devido a Lisbeth Salander, uma personagem singular da qual não vos vamos esquecer tão cedo. Além dis-so, existem fortes críticas sociais e políti-cas, que continuam atuais, que são muito importantes para alertar as pessoas acer-ca dos perigos que se escondem até num país tão desenvolvido como é a Suécia: ra-cismo, misoginia e machismo, homofo-bia, violência doméstica, corrupção polí-tica, abuso de poder...

André Martins - 11ºLH3

Crítica de um cinéfilo

Trilogia Millennium: O Fenómeno Mundial

Universo ESMS

Lisbeth Salander. É ela uma das principais razões para o sucesso desta trilogia. Mas o que tem ela de es-

pecial? Lisbeth é uma jovem mulher de 24 anos, esquelética, cheia de tatuagens e piercings e um es-

tilo punk. É uma hacker exímia e tem um sentido de justiça muito próprio. É um anjo vingador, que

não deixa ninguém impune. Na versão cinematográfica de 2011 é interpretada por Rooney Mara.

O Pregão Junho - Agosto de 2012 23

Universo ESMS

Dr. qual o seu nome completo?O meu nome é Francisco Martins de Gou-veia Morais Sarmento.Nasceu em Guimarães? Em que dia e em que ano?Sim, nasci em Guimarães, no dia 9 de março de 1833 .

Tem irmãos? Sim, tenho quatro irmãs. Todas meninas: Joana Carolina, Maria do Carmo, Luísa Augusta e Margarida Cândida.

Onde estudou? E quais as suas habili-

tações literárias?Entrei com 8 anos para a escola primária em Guimarães. Terminando a instrução primária, fui estudar latim para o colégio na Lapa, no Porto. Concluí seguidamen-te, aos 15 anos, os restantes estudos em Coimbra e matriculei-me então na uni-versidade. Terminei em 1853 o 5º ano do curso de direito como bacharel formado, isto aos 25 anos.Qual a sua profissão?Aquando contava mais de 40 anos de ida-de investi a minha cultura e a minha for-tuna na investigação, tornando-me no primeiro arqueológo.Casou? Teve filhos?Sim casei, mas não tive filhos.Qual o seu maior defeito?O meu maior defeito foi estudar Direito e acabar por não exercer. Também sou um leitor compulsivo, talvez em demasia...

Qual a sua missão?A minha missão é investigar as origens do

povo português. Etnologia, portanto.Dr. Martins Sarmento, qual a sua re-ligião? É a católica, mas não pratico.A que se devem tantas páginas ma-nuscritas por si (cerca de 4000)?Bom… É no que dá as tecnologias estarem tão pouco desenvolvidas no meu tempo. Se houvesse já Youtube e Facebook, não seiu se a produção teria sido tão profícua…Admiramos o seu sentido de humor! Agora a sério.Na verdade, a busca da cientificidade sempre foi um desejo meu. E tornar as ciências históricas e humanas dotadas deste rigor não é propriamente uma coi-sa leviana. Daí que tenha sido necessária tanta investigação e tanta página!Porquê esta paixão pela história, pe-las pessoas e pelos seus costumes?Na realidade, o que mais me fascina em todo o conhecimento é o Homem. E o Ho-mem é a sua História. É presente e é pas-sado. As suas origens, a forma como foi evoluindo, como se foi adaptando as suas necessidades às dificuldades, definem, em grande medida, o que será no futuro. Por outro lado, o Homem é indissociável do meio em que vive e a forma como or-ganiza o seu espaço revelam imensas ca-raterísticas sociais, pessoais e culturais do ser Humano.Qual a obra mais importante, a de que mais se orgulha?Para mim a obra mais importante foi a in-vestigação na Citânia de Briteiros.

A Citânia de Briteiros?O meu passatempo preferido! (Ri!) Fasci-nante. O modus vivendi de um grupo de seres humanos que por lá passou muito séculos atrás deixou a sua marca indelé-vel no espaço. Conseguimos naquele es-paço identificar um dos primeiros vestí-gios de vida em grupo que nos permitiu classificar uma sociedade, a castreja. Foi com imenso orgulho que a descobri!

Que mensagem gostaria de nos dei-

xar?A mensagem que eu gostaria de deixar era que os jovens se empenhassem nos estudos, na leitura, pois os diversos sabe-res são muito importantes permitindo--nos viver melhor.Sr. Doutor muito obrigada pela sua presença, foi um prazer tê-lo cá!O prazer foi todo meu!(Francisco Martins Sarmento, faleceu no dia 9 de Agosto de 1899).

A Turma EFA B3 T2 aceitou o desafio de “ENTREVISTAR” pessoas que marcaram a cidade de Guimarães ao longo de séculos.

Esta atividade deu vida e voz a estas pes-soas que, pelo seu testemunho nas áreas das letras, da política, da educação, da cul-tura, da arte ou da religião, nos ensinaram a sermos melhores cidadãos.

Falámos com Mumadona Dias, D. Afon-so Henriques, S. Gualter, Gil Vicente, Fran-cisco Martins Gouveia Morais Sarmento, Abel de Lima Salazar e António Joaquim Santos Simões.

Sublinhamos alguns traços dos seus percursos de vida:

António Joaquim Santos Simões, exem-plo de empenho cívico e cultural. Em vida, foi homenageado pelas suas multiplas ini-ciativas a nível cultural. Foi também um excelente professor de Matemática.

Mumadona Dias foi uma mulher de forte caráter, conhecida por governar com pulso firme o condado de Portucale. Foi a dama mais rica e poderosa da Península Ibérica.

S. Gualter, homem de fé, humildade e simplicidade. Ao longo da vida procurou

sempre acolher e escutar os outros. Tor-nou-se o patrono da cidade de Guimarães.

Abel de Lima Salazar, pessoa poliface-tada, foi cientista, médico, músico, pintor, escultor e cidadão.

Gil Vicente, ou o Mestre Gil, introdutor do teatro em Portugal.

D. Afonso Henriques, pela tenacidade, foi aclamado pelas suas tropas primeiro rei de Portugal.

Francisco Martins Morais Sarmento merece que a sua entrevista seja publica-da. Ora leiam:

Entrevista ao Dr. Francisco Martins Sarmento

EFA B3 T2 - Disciplina de Cidadania

Personalidades que marcaram Guimarães

24Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Foi em 1943 (no Brasil) e em 1945 (em Portugal) que a Língua Portuguesa so-freu alterações significativas na sua grafia e que, com algumas mudanças introduzi-das em 1971 e 1975, assim se foi manten-do até 1990.

Foi nesta data que, após longos anos de polémica discussão e oposição acerba de muitos linguistas, literatos, filólogos e políticos, representantes de Portugal, do Brasil e dos cinco países africanos lusófo-nos aprovaram, em Lisboa, o novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa, privi-legiando o critério fonético em detrimen-to do critério etimológico. Para que este acordo entrasse em vigor seria, no en-tanto, necessária a sua ratificação por to-dos os membros da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). Basta-va, por isso, a não ratificação por um dos signatários para que todos os outros paí-ses ficassem impedidos de pôr em práti-ca o acordo ortográfico. Porque o cumpri-mento desta cláusula essencial tardava, e porque as vozes críticas ganhavam mais força, os chefes de Estado e de governo da CPLP, reunidos em São Tomé e Prínci-pe, aprovaram alteração a essa exigência – Segundo Protocolo Modificativo -, esta-belecendo como suficiente a ratificação por três Parlamentos para que esses pa-íses pudessem aplicar o acordo ortográ-fico de 1990.

Repare-se que este “parto” nem por “ce-sariana” foi ou está a ser fácil. Com efei-to, com a aprovação do acordo em 1990, e prevista a sua aplicação para janeiro de 1994, só em 2009 foi ratificado em Portu-gal – dezanove anos depois -, sendo ain-da impossível a sua aplicação em Angola e Moçambique por falta de ratificação do “Protocolo Modificativo” pelos respetivos Parlamentos.

Conclui-se que, numa tentativa de “uni-ficação da escrita da língua”, - assim de-fendem os proponentes do acordo -, Portugal aproximou-se do Brasil, mas afastou-se, pelo menos até agora, de An-gola e Moçambique, dois grandes países de língua oficial portuguesa cercados por países e povos de língua inglesa. Ou rapi-

damente o acordo ortográfico é também aprovado e executado nestes dois países de Língua Portuguesa, o que está difícil, ou poderemos dizer que, com esta tenta-tiva de unificação ortográfica, demos um “tiro no pé” (ou, melhor, muito próximo do coração da nossa Língua!).

Entrando nas transformações que o acordo nos impõe, deparamos com a in-trodução do K, do W e do Y no alfabe-to português, formado agora por vinte e seis letras. Até hoje, que eu saiba, ain-da nenhum dos autores do acordo ou ou-tro especialista referiu se, com a entra-da destas letras, aumentamos o número de consoantes e/ou de vogais. Na verda-de, se o K é sempre consoante (karaté; Franklin; karting), o mesmo não se passa com o W, como podemos ver em Walter (também escrito Valter) Wilson ou win-dsurfe. Se no primeiro nome o W tem va-lor consonântico, nos dois seguintes re-aliza-se como vogal (ou semi-vogal), pois nunca se pronunciou nem se pronuncia-rá Vilson ou vindsurfe. E o Y? Se é uma semi-vogal em Yoga, é seguramente vo-gal em whisky e em (Pedro) Lamy. Afi-nal, quantas são as consoantes e quantas as vogais do alfabeto português aumenta-do?

Não esquecendo que, segundo o acordo ortográfico, prevalece a pronúncia (a fo-nética) sobre o étimo, com a introdução oficial das novas letras – K, W e Y -, fica a Língua Portuguesa com

o C, o Q e o K para traduzir o valor fo-nético [k] – cama; quero; karateca;

o V e o W para o valor [v] - vento; Wal-ter;

o I e o Y para o som i – igreja; yoga; e o U e o W para concretizar o som u

– uva; Wilson.Tendo presentes a primazia dada à fo-

nética, a grande imaginação dos jovens estudantes e a … de tantos outros que até entram nas universidades sem 12.º ano, sem 11.º, sem 10.º, sem …, ou que ob-têm equivalência a estes anos de estudo sem serem submetidos aos exames que os restantes têm de fazer, poderemos adi-vinhar que, embora o acordo ortográfico

seja claro no uso das letras K, W e Y, num futuro não muito distante, enquanto uns continuarão a escrever:

Quando quero quebrar a velha galheta da água da igreja, vejo se tenho outra para a substituir,

outros não terão pejo em fazê-lo da se-guinte forma:

Kwando Kero kebrar a velha galheta da ágwa da ygreyja (igreija), veyjo (veijo) se teynho (teinho) outra para a substitwir

As portas estão abertas para escritas próximas da apresentada, e, como todos sabem, já se encontra alguma desta apli-cação gráfica nas mensagens dos jovens e outros. Daqui para a frente tudo será rá-pido. E se a fonética é a rainha, nada mais haverá a dizer ou a fazer, a não ser um NOVO ACORDO para alterar o acordo que agora entra em vigor.

Se o primeiro objetivo deste acordo or-tográfico era a unificação da Língua Por-tuguesa, não se compreende a dupla gra-fia dentro da mesma norma culta (cf. característica / caraterística; sectorial / setorial), ou entre as normas cultas luso--africana e brasileira (cf. receção / recep-ção; corrupto / corruto). Com a existência da dupla grafia, não só não se consegue a unificação pretendida, como é lançada a confusão em muitas pessoas no ato da escrita (cf. facto e fato). Mais grave ainda é que aquilo que, sem qualquer dúvida, se escrevia de uma só forma na norma culta luso-africana, passa a realizar-se agora, e sem proveito algum, com duas grafias (cf. contacto / contato; infeccioso /infecioso).

Não chamem a isto unificação! Cha-mem-lhe “grande ajuda aos menos ins-truídos”! Chamem-lhe facilitismo! Cha-mem-lhe…

Já repararam que, com estas alterações, estão a fazer com que a nossa Língua, dia-mante puro, se transforme em pedra po-mes ou frágil barro que, sujeito às agru-ras do tempo (entenda-se intromissão acelerada de outra língua), pouco a pou-co se vai autodestruindo?!

Também sobre o emprego do hífen nas locuções, o acordo ortográfico veio lançar confusão na confusão já antes existente.

Língua Portuguesa

Zigue-zagues do acordo ortográfico

Universo ESMS

O Pregão Junho - Agosto de 2012 25

Universo ESMS

Na verdade, quando o texto do acordo diz “Nas locuções de qualquer tipo […] não se emprega em geral o hífen, salvo algumas excepções já consagradas pelo uso (como é o caso de água-de-colónia, arco-da-velha, cor-de-rosa…), está a deixar ao executan-te a responsabilidade, ou seja, a escolha da colocação ou da não colocação do hí-fen. Cabe a este considerar essa locução no grupo das “excepções já consagradas (ou não) pelo uso do hfen”. Ora a grafia da Língua não pode depender da vontade do executante, mas das regras estabelecidas.

E se lhes parece que a liberdade (ou confusão) neste campo não existe, repa-

rem como surgem as seguintes locuções em dois dicionários atualizados: Outros aspetos poderia pôr em destaque, mas se-ria injusto se não reconhecesse também vários pontos positivos neste acordo or-tográfico. Entre eles, destaco:

a) a eliminação do hífen em hei de, hás de, há de e hão de.

Se tens de e tem de não levam hífen, não há razão para o seu uso com os mo-nossílabos de haver. Mesmo que alguns falantes continuem a dizer “Hadem ver o que vai acontecer!”, talvez muitos “letra-dos” deixem de utilizar o incorreto e re-pugnante “Tu hades ver!”;

b) a eliminação do acento circunflexo em leem, creem, veem, entre outras.

Se as palavras graves terminadas em –m não são acentuadas (cf. dizem, fazem, riem, paisagem, deixam), não há razão para existirem estas exceções nas formas verbais graves referidas. Com acento ou sem ele, a leitura não se altera. Não con-fundamos palavras graves com palavras agudas, pois estas, terminadas em –m e com mais de uma sílaba, são acentuadas (cf. detém, desdém, convém, Belém vs tem, bem). Se a eliminação do acento naque-las formas verbais significa confusão, di-rei que essa confusão é sinónimo de igno-rância;

c) a permanência do acento circunflexo em pôr e pôde para as distinguir das ho-mógrafas por e pode.

Se noutras homógrafas, tal como já

acontecia com pregar (um prego) e pre-gar (um sermão)- (cf. para (verbo parar) e para (prep.) ou pelo (verbo pelar), pelo (nome) e pelo (contração prep, com de-terminante artigo) -, a ausência do acento gráfico só casualmente dificultará a sua pronúncia apropriada em contexto espe-cífico, o que deveria ser suficiente para a não alteração, o mesmo pode não aconte-cer com pôr vs por e pôde vs pode.

Se eu escrevesse as duas frases:

Eu vou por ali e tu vais por aqui os mate-riais escolares.

Eu vou por ali e tu vais por aqui para ver quem chega primeiro,

o hipotético leitor só se aperceberia que, no primeiro caso, estamos em pre-sença do verbo pôr, quando lesse a ex-pressão final da frase (“os materiais esco-lares”).

Não me alongando mais na minha re-flexão, as considerações que aqui deixo permitem-me concluir que o acordo or-tográfico de 1990, embora positivo e ne-cessário em alguns pontos, contribui, em muitos casos, para o enfraquecimen-to da Língua Portuguesa e, pelo facilitis-mo que propõe, abre caminhos para uma forte (e provavelmente grave) divergên-cia linguística, quer no plano intrínseco, quer entre os falantes da CPLP (Comuni-dade dos Países de Língua Portuguesa). Na minha humilde opinião, este acordo ortográfico deveria ter sido mais pensado e menos apressado, tal como está a acon-tecer em Angola e Moçambique, devendo entrar em vigor só depois de ratificado por todos os países de Língua Portugue-sa. Esse tempo de espera poderia levar, e levaria seguramente, à alteração ou à eli-minação de algumas alíneas, artigos ou Bases cujo contributo para a unificação da nossa Língua é simplesmente nulo e perturbador.

Professor doutor João R. Ferreira*

* Antigo professor desta escola

Dicionário da Língua Portuguesa

2011 Porto Editora

Novo Dicionário da Língua Portu-

guesa Texto Editores

água de colónia água-de-colónia

amigo da onça amigo-da-onça

arco da velha arco-da-velha

camisa de forças camisa-de-forças

cor-de-rosa cor-de-rosa

cu de judas cu-de-judas

mais-que-perfeito mais-que-perfeito

Maria vai com as outras Maria-vai-com-as-outras

pão de ló pão-de-ló

pé-de-meia pé-de-meia

toucinho do céu toucinho-do-céu

Já repararam que, com as alterações do novo acordo ortográfico, estão a fazer com que a nossa Língua, diamante puro, se transforme em pedra pomes ou frágil barro que, sujeito às agruras do tempo (entenda-se intromissão acelerada de outra língua), pouco a pouco se vai autodestruindo?!

26Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Ao longo deste ano letivo, a equipa de desporto escolar de natação teve uma elevada participação por parte dos alu-nos da nossa escola. Participaram em cinco competições de âmbito escolar, lo-cal, regional e nacional. Nas provas, ao nível de escola e local, es-tiveram em competição cerca de 25 alu-nos e, nas competições regionais e nacio-nais, tivemos a representar a nossa escola seis alunos: João Abreu, André Oliveira, Ana Catarina Sousa, Ana Sofia Alves, Fi-lipa Oliveira e Joana Miranda. Estes seis alunos atingiram uma prestação exce-lente e conquistaram vários troféus, bem como lugares de pódio. Vamos conhecer os nossos representantes um pouco me-lhor e saber a sua opinião acerca da sua participação no desporto escolar.O “grito” de união e apoio durante to-das as competições foi “FORÇA LICEU”!Os maiores destaques nas clas-sificações gerais foram:

Campeonatos Regionais, 5 de

Maio de 2012, Póvoa de Varzim:Os alunos no total conquis-taram 14 medalhas:1º lugar: João Abreu (50m Costas),Ana Alves (50m Livres);2º lugar: André Oliveira (200m Li-vres e 200m Estilos), João Abreu (100m Costas), Ana Alves (200m Livres) Ana Sousa (100m Costas, 50m Maripo-sa), Filipa Oliveira (50m Costas);3º lugar: André Oliveira (100m Li-vres), Ana Sousa (50m Costas),Ana Alves (100m Livres)

Campeonatos Nacionais, 25 e 26 de

Maio de 2012, Póvoa de Varzim:Os alunos, no total, conquis-taram 5 medalhas: Uma de prata, sendo vice-campeãs na-cionais na estafeta de 4x50m Livres; Quatro de bronze, dos alunos An-dré Oliveira, Ana Sofia Alves, João Abreu e estafeta de 4x50m Estilos.

Prof.ª Ana Campos

Desporto Escolar

Campeões da Natação: “Força liceu”

Universo ESMS

João Abreu, André Oliveira, Ana Catarina Sousa, Ana Sofia Alves, Filipa Oliveira e Joana Miran-da foram os representantes da nossa escola nos campeonatos locais, regionais e nacionais.

Nome: João Nuno Abreu

Data Nascimento: 23-07-95Escalão de competição Des-porto Escolar: JuvenilEscola/Ano/Turma: Escola Secun-dária Martins Sarmento, 11º CT5Passatempos favoritos: praticar des-porto e estar com os amigos

Opinião acerca da experiên-

cia vivida no Desporto Es-

colar ao longo do ano: Acho que foi uma experiência mui-to positiva, pois conheci muitas pes-soas novas e vivi bons momentos no desporto escolar quer seja du-rante as competições, quer no tem-po de descanso e lazer. Foi a segunda vez que participei no desporto esco-lar e voltou a ser um experiência es-petacular, só tenho pena de não a po-der repetir para o ano, pois já não pertenço ao escalão de competição.

Nome: André Oliveira

Data Nascimento: 18-04-1996

Escalão de competição Des-

porto Escolar: Juvenil

Escola/Ano/Turma: Escola Secun-dária Martins Sarmento, 10º CT3

Passatempos favoritos: na-dar, jogar computador, estar com os amigos e ir à praia.

Opinião acerca da experiên-

cia vivida no Desporto Es-

colar ao longo do ano: Foi uma grande experiência! A prova de que mais gostei foi, sem dúvida, os Campeonatos Nacionais, pois conhe-ci pessoas novas e diverti-me imenso. É uma experiência que gostava de re-petir para o próximo ano e, se possí-vel, classificar-me para a FISEC (Pro-va Internacional de Desporto Escolar).

O Pregão Junho - Agosto de 2012 27

A instalação patente no Átrio do Teleféri-co para a Penha, da autoria do artista plásti-co Manuel Rodrigues, tem suscitado grande interesse e enorme curiosidade.

“Trata-se de uma alegoria à situação socio-económica em que vivemos”, revelou o autor. Assim, os três porquinhos rosa simbolizam a Troika; a piscina, ou gamela, azul é a pro-jeção do novorriquismo ignorante que pro-lifera; a escada situa-se entre a referência ao varandim do Toural e a ascese… a subida ao céu. Contudo, a atitude é fundamental e, por isso, não é despiciendo o fato dos porquinhos foçarem no estrume… que é como quem diz: onde anda a Troika a “meter o nariz”?

Nunca é demais sublinhar que a arte tem um papel fundamental sobretudo na estimu-lação da inteligência e do sentido crítico. As-sim, a ironia é usada num ambiente de frui-ção estética que alia emoção e razão. É desta contaminação que resulta o objeto artístico, sempre ávido de novas interpretações.

Clube de Jornalismo

Somos os “ESMS”, alunos do Curso Profis-sional de Informática e no dia 30 de Maio, fomos informados pelo Comité Mundial de Robótica de que ficámos apurados para o RoboCup 2012, Campeonato Mundial de Ro-bótica que se vai realizar na Cidade do Méxi-co, durante o mês de Junho.

Este apuramento vem na sequência da conquista do 3º lugar na competição de Dança, no Festival Nacional de Robótica 2012 que decorreu no passado mês de Abril no Multiusos, onde recebemos também Menção Honrosa de melhor Entrevista e de melhor Poster.

Escolhemos o tema “Guimarães - Capital Europeia da Cultura 2012”, no sentido de ho-menagear a Cidade e de sermos intervenien-tes na divulgação da Capital Europeia da Cultura, no País e no Mundo.

Desde o início do ano letivo que temos vin-

Arte contemporânea

Proika Going Heaven

Universo ESMS

do a desenvolver um trabalho muito in-tensivo com o 1º objetivo de participar no Festival Nacional.

Organizámos tarefas, construímos, programámos e decorámos 12 robôs que concorreram sintonizados, arriscando muito e ambicionando bastante. O esfor-ço foi muito grande, assim como a apren-

dizagem e a partilha de saberes, e acima de tudo, concretizámos tudo o que pre-viamente tínhamos planeado. Temos consciência de que o trabalho desempe-nhado teve sucesso e de que representa-mos com muita dignidade a Escola e a Cidade, no Festival Nacional.

Clube de Robótica ESMS

Clube de Robótica ESMS

Robóticos de Nível Internacional

28Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

A proliferação da indústria, visível em Guimarães há sensivelmente cinco dé-cadas, contribuiu para um inquestioná-vel crescimento da cidade. Todavia, este crescimento não foi alheio a um negativo impacto ambiental. Ainda assim, não du-vidamos que as consequências da indus-trialização tenham compensado as des-vantagens ambientais.

Segundo informações obtidas na pági-na on line da Câmara Municipal de Gui-marães “o sector secundário revela-se, em Guimarães, como a atividade econó-mica dominante, em que 70% das em-presas representam a indústria têxtil”. O processo de industrialização contribuiu positivamente para a dinamização eco-nómica e, consequentemente, para uma melhoria significativa do aspeto social e urbano. A fixação das indústrias na nos-sa região promoveu a criação de empre-gos. A população, na sua grande maioria, abandonou o campo e começou a traba-

lhar nas fábricas., desenvolvendo-se as-sim o sector secundário. Com uma situ-ação financeira mais estável que antes, as famílias operárias conseguiram man-ter os seus filhos na escola, pelo que o ní-vel de instrução aumentou. Para além de um dia-a-dia mais confortável financeira-mente, o espaço público foi também me-lhorando, fruto dos lucros da industriali-zação. Uma melhoria das infraestruturas, assim como a criação de novos espaços que, por sua vez, forneciam à população acesso à cultura e ao lazer, foi surgindo.

Por outro lado, a ambiente saiu lesa-do. A vontade incontrolada de produzir fez que os cuidados necessários com este sector fossem negligenciados, provocan-do nele consequências nefastas. A indus-trialização implicava o escoamento dos produtos, pelo que inúmeros camiões e outros meios de transporte circulassem abundantemente pelas ruas libertando gases nocivos e provocando poluição so-

nora e atmosférica. As tinturarias, a títu-lo de exemplo, libertavam os seus tintos escaldantes no pequeno riacho que atra-vessava a cidade. O rio de Couros (assim ficou batizado) era uma visível vítima dos despejos; uma vez corria branco, ou-tra verde, outra negro, mediante a pale-ta que nele pousavam. Sem dúvida que o rio nunca mais voltou a ser o mesmo.

Contudo, ponderando a importân-cia de cada um dos aspetos referidos ao longo desta refexão, parece-me incon-testável que só a integração do desen-volvimento de algo tão profundamente transformador, como foi o caso das in-dústrias em Guimarães (perdoem-me os ambientalistas!) poderia ter estado na origem de tão significativo e generaliza-do desenvolvimento na cidade, permitin-do que este ano nela se viva uma Capital Europeia da Cultura tão merecida e dig-namente.

Inês Almendra, 11º LH1

Cidade de Guimarães

Industrialização e impacto ambiental

Universo ESMS

SOLUÇÕES DAS PALAVRAS CRUZADAS N.º 7CHORAM; MODELO; A; OUVI; AROU; N; TA; AIS; CAI; PE; ELA RE; RS; COR; TARA; RIO; PODA; OPEREI; CARPIR; AIO; C; O; AIA; T; A; SO; MI; A; C; RA; DOR; PAI; CA; IMI; AD; UM; RAM; COTA; I; T; MALA; OLEIRO; APELAR; TARA; S; D; LAMA; ARA; MO; OS; RAD; RA; IAS; ROL; RA..

O Pregão Junho - Agosto de 2012 29

Le conte nous parle de deux person-nages: Colombine et Pierrot. Ensemble a l’école, maintenant séparés par la vie. Elle travaille le jour, lui, la nuit. Il l’aime mais il a peur de lui écrire parce qu’il craint d’être ridicule. Cependant, arri-ve Arlequin. Il est bizarre, mais il con-quière Colombine. Elle et Arlequin par-tent pour un long voyage « de noces ». Un jour, Colombine trouve, par hasard, une lettre d’amour écrite par Pierrot et elle se sensibilise avec ses paroles et décide re-tourne vers lui, abandonnant Arlequin, une fois que leur relation s’était aigrie. Leur rencontre est étrange, mais la fin de l’histoire l’est encore plus.

Carlos Duarte

Tous les jours, notre monde est plein d’amour, de relations humaines, de rêve et d’insouciance de la jeunesse. Mais aujourd’hui, je vais vous parler surtout sur l’amour. L’amour est un sentiment très beau, très profond, cependant c’est un sentiment très compliqué et, parfois, confus. L’amour n’est pas seulement en-tre petits-amis, ça inclut beaucoup plus que cela. Avec ma maman, les autres membres de ma famille, ma chienne et mes amis, je sais que je suis bien-aimée.

Ils me remplissent. Ils sont une partie de moi !

Ils me câlinent avec beaucoup de ten-dresse et de douceur, car ils se préoc-cupent avec moi. Enfin, ils me rendent joyeuse.

L’amour est tellement précieux com-me l’air que nous respirons et l’eau que nous buvons. Sans amour nous ne som-mes personne, nous sommes une chose inanimée.

Je suis contente de connaître l’amour dans ma vie !

Regina Vieira

En termes de relations humaines, ma famille est la plus importante pour moi, particulièrement, ma mère qui est tou-jours présente dans ma vie.

L’amour est très important dans la vie de tout le monde, non seulement l’amour romantique mais surtout l’amour de la famille, celui qui est le plus vrai et le plus durable.

Les amis sont aussi très importants, car ils nous aident à surmonter nos pro-blèmes.

En effet, les relations humaines sont très complexes. La plupart d’entre el-les se rompront à un moment de notre vie, pour une raison ou pour une autre. Mais d’autres se maintiendront pour tou-jours, peut-être même celles dont nous n’attendent rien. Les relations familia-les, dues à la consanguinité, se garderont toujours, même si artificiellement.

André Martins

J’ai déjà beaucoup aimé et j’ai aimé be-aucoup de gens. J’aime des objets et des sentiments. J’ai pleuré pendant l’amour mais j’ai aussi ri. Je peux dire que j’ai ado-ré des sourires, des couleurs, des sons et des poèmes. J’ai fait des choses pour l’amour que j’ai croyais impossible.

J’ai adoré dire « Je t’aime«, j’ai ado-ré appeler un amour et d’être appelée amour. J’ai aimé être près de la mer et écouter le bruit qu’elle m’a transmis. En vérité, j’ai aimé ce qui ne devrait pas être aimé. J’ai aimé des gens que je ne devrais pas aimer parce que, aujourd’hui, je sais qu’elles ne le méritaient pas. Parfois, ai-mer certaines personnes est une erreur, car l’amour peut nous décevoir, mais je sais que cet amour n’est pas faux, parce que l’amour s’est soutenir, s’est confier. J’ai adoré des images, des moments et des conquêtes pourtant je t’aime plus en-core que toutes ces choses ensemble, car tu ne m’as jamais abandonné.

Cátia Milene

Que serions-nous si nous n’avions pas de relations avec les autres ? Personne. L’être humain est, par excellence, un être social. Avec nos parents, avec notre fa-mille, avec nos amis, avec tous ceux qui nous entourent. L’être humain a besoin de communiquer : un message, un sen-timent, une constatation. On a besoin de parler, de rire avec les autres. Sinon nous ne réussissons pas à développer nos capacités et ainsi comment réussi-rons-nous à nous connaître nous-mêmes ? Ces relations sont de nature diverse! D’amitié et, parfois, de haine et, quelques fois, d’amour. Ce sentiment peut être la meilleure chose qui peut nous arriver, mais il peut être le pire. On est gai par-ce que quelqu’un nous aime, mais on de-vient, aussi, triste et désemparé si ce sen-timent n’est pas correspondu. De toutes les manières, une personne, sans ce par-tage, n’a pas de chance de survivre en so-ciété.

Carlos Duarte

Sous la plume de la classe 11ª LH3

Pierrot ou les secrets de la nuit

Universo ESMS

30Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Universo ESMS

Castelo de Guimarães, mandado construir no século X pela Condessa Mumadona Dias.

Largo da Oliveira, constituído por: Igreja N. Sra. Da Oliveira, Padrão do Salado e antigos Paços do Concelho.

Tanques na Rua de Couros. Onde se realizava a lavagem das peles.

Paço dos Duques, majestosa casa senhorial do século XV mandada edificar por D. Afonso Dias.

Convento de Sta. Clara, foi um dos mais ricos conventos de Guimarães, instituído no século XVI.

Largo do Toural, considerado o coração da cidade.

RoteirosEFA B3 T2

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Universo ESMS

Para conhecer e saborear Guimarães

Rojões à moda do Minho

Arroz Pica no Chão

Toucinho do céu

Cozido à Portuguesa

Tortas de Guimarães

Rabanadas com mel

32Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Os alunos do curso de artes vi-suais do 11º e 12º anos, organi-zam uma exposição artística co-letiva onde apresentam os seus projetos finais no âmbito das disciplinas de desenho, oficina de artes e multimédia.

Seguindo o tema “Identidade”, os alunos do 12º ano, e tema li-vre, os de 11º, são vários os su-portes artísticos encontrados: pintura, fotografia, escultu-ra, instalação vídeo e design de moda.

A destacar temos o trabalho coletivo dos alunos André Ro-drigues e Andreia Pereira, do 11º ano, que se baseiam no con-ceito da morte do ambiente por ação do Homem para desenhar a peça de moda Thanatos.

“Empregar esta ideia não foi muito difícil; ambos queríamos fazer algo relacionado com moda e que representasse também a so-ciedade decadente e obcecada com a imagem”, refere um dos autores, André Rodrigues.

O problema encontrado pelos participantes foi a falta de um lo-cal próprio para a exposição dos projectos artísticos, com as con-dições necessárias para alber-gar, instalar e tornar visível, os vários suportes de arte.

João Abreu, 11º AV

Exposição de Artes visuais

Legendas das Fotografias:1 e 2 - ‘Thanatos’, André Rodrigues e Andreia Pereira 3 e 4 ‘O Invisível do Visí-vel’ (A Rainha), João Abreu 5 Marlene Cardoso 6 e 7 Catarina Braga

Identidade1

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Desde o tempo dos gregos e dos roma-nos que se estabeleceu um divisão rígida do dia em vinte e quatro frações e duas partes: o dia e a noite, com doze horas cada. Por sua vez, as horas não eram di-mensões de tempo fixas, variavam de du-ração, segundo o dia e a noite e conforme a estação do ano. As 24 horas do dia dis-tribuíam-se em 4 grupos de 3 horas. Os 4 grupos horários do dia eram prima (en-tre as 6 e as 9 horas da manhã), tertia (en-tre as 9 e as 12 horas), sexta (entre as 12 e as 15h ) e a nona (entre as 15 e as 18h). Cada uma delas era o início de 3 frações, come-çando a série com o romper do dia e aca-bando com o pôr-do-sol.

As horas do período noturno denomi-navam-se vigiliae, igualmente constitu-ído por 3 grupos. Este nome teve a sua origem nos turnos de guiarda ou vigi-lância feitos pelos soldados romanos nos acampamentos militares. A guarda nos acampamentos mudava 4 vezes na noi-te, resultando assim outras tantas vigi-liae de 3 frações cada. Todas elas tinham o seu nome próprio: conticinium eram as primeiras (assim chamadas por serem aquelas em que se devia guardar silêncio e toda a gente ir dormir; conticeo = guar-dar silêncio); intempestum (assim cha-madas as horas da meia noite; de onde deriva a nossa expressão “horas intem-pestivas”); gallicinium (assim chamadas porque eram as horas em que cantava o galo) e, por último, o antelucanum (cor-respondiam às horas antes do amanhe-cer: ante = antes + lucanum= luz).

Outra forma de repartir o tempo diur-no mais simplificada, concebeu-o repar-

tindo as horas do dia nas seguintes fra-ções: mane, primeiras horas da manhã (de onde a língua francesa herdou de-main; a castelhana amanecer); ante me-ridiem, as horas antes do meio dia (ain-da hoje a língua inglesa usa a expressão a.m. ao referir-se ao período da manhã); meridies, o ponto central do dia ou meio dia (da qual originou a palavra meridia-no, indicando o círculo terrestre que, passando pelos pólos, divide a terra em duas metades) e de meridie ou post meri-dien (de onde se mantém o p.m., post me-ridiem, na língua inglesa, para indicar as horas depois do meio dia).

Finalmente, chamamos desde os pri-mórdios da língua lusitana, véspera (ves-per) aos últimos momentos da tarde. Da-

qui o adjetivo vespertino, que se refere ao fim da tarde e véspera, momentos an-teriores ao do dia atual, na sua origem, últimos momentos do dia anterior.

Sabias que, para medirem o tempo, os romanos usavam o solarium (relógio do sol), também chamado pedra horária, e clepsydra (relógio de água).

Entre os povos do sul da Europa, as questões do horário e da pontualida-de não são muito apreciadas. Por isso, te deixamos aqui esta mensagem que escla-rece as origens do nosso horário, espe-rando que te possa ser útil na tua orga-nização diária.

E em setembro sê pontual! Profs. Manuela Machado e José Manuel Teixeira

Dar à Língua

Chegou a hora de falarmos de horários, que mais não é que a organização do dia em horas ou grupos de horas. Como sabes, toda a nossa vida, pessoal e profissional, se estrutura ain-da hoje em função do relógio que trazemos (ou não!) no pulso.

Universo ESMS

O homem mede o tempo e o tempo mede o homem.

2012 Corta matos

Guimarães, 10 de Março de 2012. Parque da Cidade. O dia estava magnífico. Reuniram-se atletas de todo o país. Aguardava-se a cerimónia de abertura dos Corta Matos 2012, A equipa de reportagem estava pronta!

Eis que surge o grupo de percurssão do Externato D. Henrique... E começa o desfile dos participantes.

No alinhamento dos atletas para a apresentação das equipas finalistas foi visível o número elevado de participantes. O corta mato do Desporto Escolar incluiu atletas de todo o país.

Profª Raquel Silva

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As entidades oficiais apreciam o espetáculo. Depois, iniciam-se os discursos. Neste momento, o Diretor Regional de Educação do Norte dá as boas-vindas aos partici-pantes

Na retaguarda estão todos preparados ! A equipa de voluntários da nossa escola incluiu alunos dos cursos de multimédia, desporto, restaura-ção e saúde.

Bombeiros e polícia municipal também deram apoio.

A primeira prova, 2.500 metros, foi a de Juvenil Feminino, atletas nascidas em 1993/1994.

O grupo da frente ainda compacto.

Os vencedores por equipas: 1º Escola Sec. SantaMaria; 2º Escola Sec. Monserrate; 3º EscolaBásica e Sec. Padre António Morais Fonseca.

A chegada à meta dos atletas da prova de Juvenil Masculino, 3.500 m, nascidos em 1993/1994.

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É importantefazer os

alongamentos!

Os vencedores, João Pereira, Simão Nunes, Hugo Ganchas e Viriato Figueira erguem o troféu correspon-dente ao 1º lugar. A escola Sec. de Santa Maria tem motivo para festejar!

O professor Óscar também recebeu uma medalha que simbolizou a participação da nossa escola na organização do evento.

Uma das provas disputadas foi o Campeonato de Portugal Absolutos Curto e outra foi a Prova Nacional Universitária – Sénior Masculino – 4.000m

Os voluntários apoiaram as cerimónias de entreda de prémios. Mais vencedores, desta vez... Os professores da nossa escolaaproveitaram para conviver!

A última prova, já a manhã ia longa. O Campeonato Nacional de Veteranos, Masculino e Feminino, 3.500m

3

.... só mais uns metros até à meta....

Tudo Ok!

Os vencedores, João Pereira, Simão Nunes, Hugo Ganchas e Viriato Figueira erguem o troféu correspon-dente ao 1º lugar. A escola Sec. de Santa Maria tem motivo para festejar!

O professor Óscar também recebeu uma medalha que simbolizou a participação da nossa escola na organização do evento.

Uma das provas disputadas foi o Campeonato de Portugal Absolutos Curto e outra foi a Prova Nacional Universitária – Sénior Masculino – 4.000m

Os voluntários apoiaram as cerimónias de entreda de prémios. Mais vencedores, desta vez...

Os professores da nossa escolaaproveitaram para conviver!

A última prova, já a manhã ia longa. O Campeonato Nacional de Veteranos, Masculino e Feminino, 3.500m

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Tudo Ok!

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07www.esmsarmento.pt

Jornal ‘O Pregão’ online em http://issuu.com/opregao

Se pretendes ver publicado o teu artigo ou trabalho no jornal da escola, envia-o para o email:[email protected]

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Sítios e Blogs

http://www.zygotebody.com/Explore a anatomia do corpo humano através de uma aplicação interativa tridimensional.

http://www.serestudante.com/Blog para estudantes com informações de todo o género, desde úteis para enfrentar o estudo até como passar os tempo livres.

Post it “Grandes realizações

não são feitas por impul-so, mas por uma soma de

pequenas realizações”

Vincent Van Gogh

Prof. António [email protected]

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ÉC L U A

H 1 Pranteiam; pessoa que serve de estudo aos pintores e escultores.

2 Escutei; sulcou.

3 Tântalo (s.q.); instantes; tomba; peça que serve para sustentar certos móveis e utensílios.

4 Namorada; acusada; “Reis”; substância para pintar.

5 Peso de um veículo sem carga; curso de água natural; época própria para se podar.

6 Executei; manifestar de forma ostensiva a dor em relação a uma perda.

7 Escudeiro; dama de companhia.

8 Desacompanhado; nota musical.

9 Rádio (s.q.); sofrimento; progenitor; aqui.

10 “Imposto Municipal sobre Imóveis”; antiga coligação política; o primeiro dos números naturais; memória de computador.

11 Distância de um ponto ao plano horizontal de projeção (Geometria); carteira de mão.

12 Aquele que trabalha em louça de barro; recorrer de uma sentença a juiz ou tribunal superior.

13 Mania; terra ensopada em água.

14 Pedra de altar; dente queixal (regionalismo); aqueles; unidade de irradiação absorvida, de símbolo rd, que corresponde à absorção de 0,01 joules por quilograma (Física).

15 “Região Autónoma”; atravessavas; ementa; Rádio (s.q.).

V 1 Cada um dos lados do ângulo reto de um triân-gulo retângulo (Geometria); executar (tecido em malha) com agulhas próprias, à mão ou à máquina.

2 Esconde; tornara cortante.

3 Sono em linguagem infantil; conjunto de partículas granulosas de natureza mineral, que se encontra no leito dos rios, dos mares, nas praias e nos desertos; repete.

4 Via ladeada de casas ou árvores, dentro de uma povoação; parte da armação dos óculos que circunda a lente; criada de quarto.

5 Pôr de acordo; ecoa; madrasta.

6 Clementes ou compassivos.

8 Computador de grande capacidade concebido para processar grandes quantidades de dados a alta velocidade (Informática).

9 Discursas; passeavam; isolado.

10 Magoa; forma sincopada de para; doçura.

11 Egoísmo; reprodução fiel de uma obra de arte; triturar.

12 Tinha força; nome vulgar, empregado especialmente no Sul de Portugal e no Brasil, para designar alguns moluscos comestíveis, nomeadamente o choco e a lula.

13 Sobrecarregar com tributos; tratamento entre militares e entre filiados de certos partidos políticos.