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Didáxis - Escola Cooperativa V.S. Cosme Abril 2010

Jornal O Vale - Edição Nº 78 (Vale das Oportunidades)

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Jornal O Vale - Edição Nº 78 (Vale das Oportunidades)

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Page 1: Jornal O Vale - Edição Nº 78 (Vale das Oportunidades)

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Mais de 530 adultos dos 1600, que se inscreveram no Centro Novas Oportunidades da Didáxis, desde 2008, obtiveram a certificação equivalente ao ensino básico e secundário através do Processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC).

No contexto nacional esta mobilização de cidadãos, empresas e instituições traduz o

sucesso da Iniciativa Novas Oportunidades, que representa um impulso no caminho da Formação de Adultos.

Portugal tem feito um esforço significativo na qualificação da população adulta em todos níveis de ensino, no sentido de recuperar o atraso que nos distancia dos países mais desenvolvidos da União Europeia e da OCDE.

Os défices de qualificação dos adultos resultaram da falta de oportunidade de estudar que se traduziu numa entrada precoce no mercado de trabalho, com baixos níveis de escolaridade, levando a um aumento de activos sem qualificações profissionais para o exercício das suas profissões.

Este cenário conduziu à degradação e precariedade do emprego, constituindo um entrave ao desenvolvimento económico, reduzindo as possibilidades de progressão profissional, qualidade de vida e participação social da população portuguesa.

Na conjuntura actual a crise financeira e económica internacional afectou inevitavelmente a economia portuguesa, o que repercutiu na quebra do funcionamento dos estabilizadores económicos por parte do estado, no estímulo à economia, apoio às empresas, aos desempregados e às famílias.

A capacidade que Portugal terá de ser bem sucedido numa economia aberta, competitiva e globalizada, em que assenta cada vez mais nos elevados padrões de inovação e do conhecimento, dependerá do potencial humano e da qualificação dos recursos humanos.

Este factor é essencial para que o país inverta a actual trajectória e recupere o crescimento económico, através de um aumento significativo e sustentado da produtividade, de forma a convergir para os países mais desenvolvidos e assim se tornar mais competitivo.

O caminho a percorrer e as medidas estruturantes necessárias serão a aceleração da qualificação dos portugueses através da Formação de Adultos, valorizando a Aprendizagem ao Longo da Vida, para que os desníveis sejam menos acentuados face aos parceiros europeus.

A Iniciativa Novas Oportunidades procurou enquadrar as políticas europeias de Aprendizagem ao Longo da Vida, com um forte investimento político e económico na educação de adultos, como alavanca económica de promoção da empregabilidade e coesão social.

Pretende-se desta forma oferecer à população adulta dois itinerários de intervenção, um baseado no reconhecimento das competências adquiridas ao longo da vida (RVCC) e uma outra ancorada em percursos formativos, nomeadamente, os Cursos de Educação e Formação de Adultos (Cursos EFA) e as Formações Modulares Certificadas (FMC).

O Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) valoriza o que aprendeu, em diferentes contextos (formais, não formais e informais), ao longo da vida, e reconhece as competências que foi adquirindo, atribuindo-lhe uma certificação escolar e/ou profissional.

Os Cursos EFA conciliam uma formação de base (escolar) com uma componente tecnológica (profissional) que integra um estágio, o que confere uma dupla certificação (escolar e profissional). Estes cursos são indicados para quem necessita de completar o 9º ou o 12º ano de escolaridade e não dispõe de uma experiência profissional relevante. Podem ainda ser indicados para quem pretende uma reconversão profissional.

As Formações Modulares Certificadas permitem concluir ou efectuar um percurso formativo integrado no Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ), de uma forma gradual e flexível. Estas formações podem variar entre 25 e 600 horas, contribuindo para a obtenção de uma qualificação ou para completar processos de RVCC.

A Didáxis institui estes percursos de formação no seu projecto educativo como instrumento basilar para a prossecução dos objectivos para as políticas de educação e formação de adultos, que visam a redução dos défices de qualificação e desta forma estimular uma cidadania mais activa, melhorando os níveis de empregabilidade e de inclusão social e profissional.

Ao longo desta edição pode visualizar-se aprendizagens, testemunhos e actividades desenvolvidas pelos adultos da Didáxis e perceber todas as dinâmicas que constituem as diferentes vertentes de formação. Dá-se especial destaque à Cerimónia Solene de Entrega de Diplomas que traduz o sucesso da Iniciativa Novas Oportunidades.

Prof. Carlos BrandãoCoordenador do CNO da DIDÁXIS

Nota de Abertura DESTAQUE

Toxicodependências: álcool e drogas

Página 05

Deslocou-se à nossa Escola Silva Marques, médico especialista em Psiquiatria e Saúde Mental, para debater a temática “Toxicodependências”.

02 O Vale das Oportunidades Abril 2010 entre nós

Propriedade: Didáxis - Escola Cooperativa de Vale S. Cosme, Avenida de Tibães, nº 1199, Vale de S. Cosme – 4770 568 - V.N. de Famalicão, Telf. 252910100 / Fax 252910109Coordenador: Carlos BrandãoEditores de Redacção: Andreia Oliveira e João Paulo CarvalhoPaginação e arranjo gráfico: Ana Carneiro, José Azevedo e Marco BrandãoFotografia: Joana Sampaio, Pedro Reis Sá e Rui EspinheiraAssessor de imprensa para o exterior: Pedro Reis SáImpressão: Empresa do Diário do MinhoColaboração:Professores: Andreia Oliveira, António Pires, Durval PinheiroAlunos: Ana Magalhães, Ana Maria Gomes, Ana Maria Marques, Ângela Marinho, António Ribeiro, Clara Rodrigues, Conceição Pereira, Fernando Lamego, Isabel Costa, Isilda Alves, Leonor Ribeiro, Luísa Barroso, Pedro Caldas, Sofia Martins

Cerimónia Solene de Entrega de Diplomas

Página 08 e 09

“Esta é a cerimónia mais bonita em que estive até agora”. Foram as palavras proferidas pelo Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional, Valter Lemos, na Cerimónia Solene de Entrega de Diplomas que decorreu no passado dia 22 de Janeiro, na Casa das Artes, sublinhando que “a Didáxis é uma escola de excelência em Portugal ou em qualquer parte do mundo”.

A Saúde e o Desporto

Página 11

“A Saúde e o Desporto” foi o tema da palestra que teve lugar, no passado dia 24 de Março, pelas 20.00 horas, no Espaço Novas Oportunidades da Escola Cooperativa Vale S. Cosme.

Apresentação do Livro “Pedras e rochas”Augusto Canetas

Página 14

As memórias estão a meio do caminho entre a autobiografia e a crónica, variando, de caso para caso, o peso relativo do eu no conjunto narrado.

A Leitura nos EFA

Página 15

Decorreu, o dia 4 de Março, uma sessão de leitura destinada aos formandos dos cursos EFA. Esta iniciativa enquadrou-se na segunda edição da Semana da Leitura, que decorreu na escola entre 1 e 5 de Março, subordinada ao tema “Da Palavra ao Mito”.

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Recebemos no presente ano es-colar 75 adultos que ingressaram nos Cursos EFA – NS: Técnico de Acção Educativa, Técnico de Apoio à Ges-tão, Técnico de Informática e Técnico de Instalações Eléctricas, contribuindo desta forma para a efectiva igualdade de oportunidades educativas e profis-sionais dos que não frequentaram o sistema regular do ensino ou o aban-donaram precoce-mente.

Com o arranque dos cursos EFA - NS abriu-se mais uma “porta” para todos os adultos que pretendam au-mentar os seus níveis de qualificação, escolar e profissional, alargar conheci-mentos e potencialidades, desenvolver aptidões tecnológicas que permitam

adaptar-se à vida contempo-rânea, através de um sistema de ensino em que os cida-dãos são considerados como pessoas, com as suas auto-nomias, vontades, individua-lidade, enfim, portadores de um projecto de vida que não é organizado para eles mas com eles e para apoio deles. Os Cursos EFA assumem, desta forma, um papel impor-tante na elevação dos níveis de qualificação da população

adulta, dando resposta aos múltiplos desafios da sociedade, apostando numa perspectiva de enriquecimen-to contínuo dos saberes e visando a globalidade e a continuidade da acção educativa.

Durante a cerimónia de boas-vin-das, o Director Pedagógico da Didáxis - Escola Cooperativa de Vale S. Cos-

me, Dr. José Fer-nandes, vinculou a importância da for-mação ao longo da vida, referindo que só apostando na va-lorização e enrique-cimento contínuo

dos saberes será possível responder aos múltiplos desafios da sociedade e enfrentar o futuro com criatividade, seriedade e competência, reafirmando que os Cursos EFA visam sobretudo estimular na população adulta a ape-tência por modalidades de educação permanente que visem a satisfação de necessidades de enriquecimento pessoal, profissional e de participação social.

Apresentou ainda os seus mais sinceros reconhecimentos e a sua profunda admiração pelo esforço de todos os adultos que aproveitam “AS NOVAS OPORTUNIDADES” que es-tão ao seu dispor para desenvolverem e demonstrarem todo o seu potencial.

Aprender...

Testemunho

Quando aqui chegueiJá não sei, já não me lembroSó sei que vim caminhando,Mas, caminhando com incertezas sei…

No meio de aventuras e desventurasAlgures no passado me perdiMas, o prazer de ir mais alémO voltei a sentir…

Ainda pensei.Longe de tudo e de todosNão sei se vou aguentarMas com o sonho a perseguir-meLá voltou a vontade de mudar…

Por outros lugares andeiMas pouco adiantouPois foi através desta escolaQue o meu sonho se concretizou.

Sonho?! Qual Sonho?!Sim. Aquele sonho de ir mais além!Ser Técnica da Acção Educativa.

Clara Rodrigues, Curso EFA - NSTécnico(a) de Acção Educativa (2º Ano)

“só apostando na valorização e enriquecimento contínuo dos saberes será possível responder aos múltiplos desafios da sociedade e enfrentar o futuro com criatividade e competência”

José Fernandes, Director Pedagógico da Escola Cooperativa Vale S.Cosme

Didáxis - Escola Cooperativa de Vale S. Cosme arranca o ano lectivo 2009/2010 com quatro cursos de Educação e Formação de Adultos: Técnico(a) de Acção Educativa, Apoio à Gestão, Informática-Sistemas e Instalações Eléctricas.

530 Adultos frequentaram Formações Modulares CertificadasUma Escola completa deve estar aberta e próxima

da comunidade, orientada para valorizar as pessoas e preocupada com a qualificação das aprendizagens, fazendo prevalecer elementos base do processo de aprendizagem ao longo da vida.

Desta forma, foi uma experiência gratificante apoiar os 530 adultos que frequentara as Formações Modulares Certificadas, notando-se uma procura significativa nas áreas das Ciências Informáticas, Hotelaria e Restauração, Língua Estrangeira, Enquadramento na Organização/ Empresa, Segurança e Higiene no Trabalho.

Estes adultos, com o seu dinamismo, empenho e dedicação, pretenderam e pretendem adaptar-se a uma sociedade em constante e profunda mutação, apostando na sua qualificação escolar e/ou profissional, tornando-se mais e melhores para fazerem um país mais sólido, mais futurante para todos, como muito bem exemplifica o testemunho de Emília Gramaxo aqui transcrito:“É muito interessante. Sinto que a escola constrói programas assentes no princípio de que todos podem aprender mais do que sabem. Por isso, aproveito cada momento para aprender mais. E assim, fica muito mais fácil conseguir um emprego no caso de precisar. Temos que estar preparados para

contornar a crise e assim gerir os poucos empregos que irão haver de futuro, devido às altas taxas de desemprego.”

Para finalizar e correndo o risco de resumir o que já foi dito nas entrelinhas, acrescente-se que foi com profunda satisfação que a Didáxis recebeu as várias demonstrações públicas de gratidão e agradecimento dos adultos que compreendem tão bem a importância da educação e formação ao longo

da vida como uma resposta necessária à imprevisibilidade e às exigências da sociedade.

“Sinto que a escola constrói programas assentes no princípio de que todos podem aprender mais do que sabem” Adultos, em contexto de formação

Formandos do 1º Ano

03 Abril 2010 O Vale das Oportunidades entre nós

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04 O Vale das Oportunidades Abril 2010 entre nós

Tive a oportunidade de assistir a uma palestra, uma breve apresentação do que é o ADN e obter conhecimento acerca do sistema nervoso hormonal.

Foi uma palestra bastante proveitosa na medida em que me permitiu adquirir novos conhecimentos, bem como, aprofundar outros já obtidos em outras circunstâncias.

A oradora, Prof. Ivone Rodrigues, foi bastante esclarecedora e minuciosa em todos os campos que abordou.

Relativamente ao ADN, já tinha sido elucidada numa área correspondente ao curso. Contudo, esta breve palestra foi bem mais abrangente e informativa

permitindo-me assim ficar mais esclarecida, pois desconhecia que existiam mutações de cromossomas, que é o mesmo que dizer que dentro de nós existem elementos constituintes do ADN em constante transformação. Achei o máximo ter conhecimento disso pois eu acreditava que o nosso ADN não era alvo de tais mutações. Para além de que, o que me deixou mais perplexa foi saber que o que provoca tais mutações são: raio-x, raios ultravioleta, nicotina, entre outros.

As mesmas podem ser indiferentes, ou seja, não causam obrigatoriamente nenhum benefício ou malefício para o mutante, nomeadamente o ser humano. Contudo há que ter atenção e evitar determinados factores, designadamente os referidos anteriormente. Evitando um raio-x evita-se uma mutação.

Ao referir anteriormente a expressão “achei o máximo” quero com isto dizer que, na altura em que a oradora referiu esse facto, lembrei-me imediatamente dos desenhos animados “X-MAN”. Como tal achei engraçado a possibilidade de qualquer ser humano

ter a possibilidade de se identificar com algum daqueles desenhos animados, sendo que eles são considerados mutantes, ou seja, houve uma alteração no seu ADN que

originou naqueles “seres”. Como é óbvio foi apenas uma fantasia da minha cabeça, pois tal feito não seria viável num qualquer ser vivo normal.

Relativamente ao sistema nervoso hormonal foi a primeira vez que obtive de forma tão vasta

informação/conhecimento sobre o mesmo. Aprendi que é este que controla o ser humano, dado que um dos seus constituintes é o sistema nervoso central. Este último é formado pelo nosso cérebro, pelo bolbo raquiano, entre outros. Como tal, estes são os que controlam os nossos actos, sendo eles de dois tipos, os voluntários e os involuntários.

Posto isto, creio que sem o sistema nervoso hormonal o ADN não tinha qualquer importância.

O ADN é o que me identifica, e o sistema nervoso hormonal é o que me move e controla. Assim sendo os dois juntos complementam-se.

Em suma, esta palestra foi sem dúvida bastante proveitosa pois possibilitou-me obter conhecimento sobre variadíssimas áreas que diariamente não nos damos conta da sua real importância.

Sofia Martins, Curso EFA – NS de Técnico(a) de Acção Educativa

“Foi uma palestra bastante proveitosa, na medida em que me permitiu adquirir novos conhecimentos, bem como, apro-fundar outros”

Formandas do Curso EFA - NS Técnico(a) de Acção Educativa

ADN

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05 Abril 2010 O Vale das Oportunidades entre nós

Toxicodependências: álcool e drogasDeslocou-se à nossa Escola Silva Marques, médico especialista em Psiquiatria e Saúde Mental, para debater a temática “Toxicodependências”.

Pediram-me para dissertar acerca do ano escolar que atravessei, que começou em Setembro de 2007 e terminou há alguns dias…

Podia referir-me ao estabelecimento de ensino em termos das suas boas instalações e fazendo referência ao modelo eficaz do seu funcionamento; ou ao cansaço que provoca, ao fim de um dia de mais ou de menos trabalho, estar numa sala de aulas tentando assimilar e articular novas informações; ou, até, mencionar as várias noites com o sono encurtado pelo estímulo para desenvolver os assuntos dos domínios de referência, sentada em frente a um monitor… Podia, ainda, referir-me aos eventos excelentes de apresentação das Actividades Integradoras e toda a envolvente que os caracterizou, bem como ao notável empenho e bom nível de desempenho daqueles que neles participaram, mas já noutras ocasiões tive oportunidade de me pronunciar sobre eles e desagrada-me ser repetitiva.

Vou referir-me a sentimentos, emoções. Afinal, é disto que somos feitos, é isto que nos diz que estamos vivos, e tão melhor é a vida quanto maior for o número de emoções positivas que tivermos, pois todas as emoções

positivas são benéficas.Ansiedade, curiosidade e expectativa terão sido

inicialmente os sintomas que me acompanharam nas primeiras semanas no regresso às aulas em que me senti como uma “absolute beginer”. A distância temporal que me separava da minha fase de jovem estudante, por ser demasiada, gerava-me incerteza, alguma insegurança, fazendo-me sentir pouco à-vontade… Nesse aspecto tenho de agradecer à Dr.ª Beatriz Magalhães o apoio e a sensibilidade com que me recebeu e acompanhou (não só a mim, mas a todos os formandos), mostrando-se permanentemente acessível e atenciosa.

O sentimento da inibição, sob a égide do receio, comum quer a adultos, quer a adolescentes, instala-se quando se enfrentam pela primeira vez os colegas de turma e os formadores: Como serão eles? Como reagirão?

Bem, constatei que o sentimento era geral, ainda que a intensidade pudesse variar e, ao fim de algum tempo, o Curso de Técnico de Contabilidade revelava-se uma turma que, de uma forma geral, mostrava abertura mental, urbanidade e coesão (alvo raras excepções), factores contribuintes para o ambiente desejável fundamental para o alcance dos objectivos a que nos tínhamos proposto quando decidimos agarrar as “novas oportunidades”.

Os formadores têm um papel-chave na educação e

formação dos adultos. A atitude e postura destes podem contribuir para o sucesso ou frustração das expectativas do adulto estudante/formando. Todos os formadores, sem excepção, cada um com características particulares e formas de actuar distintas, contribuíram para me manter desperto o interesse pelas actividades e o estímulo para ultrapassar o cansaço psicológico que algumas vezes se abateu sobre mim.

O trajecto entre Sinçães e a Didáxis revelou-se um gosto percorrê-lo, jamais uma obrigação.

Excluindo o sistema de avaliação em vigor, que foi alvo de manifesto de desagrado por parte do meu curso, o ano lectivo foi, indubitavelmente, positivo. Fundamentalmente contribuiu para elevar a minha auto-estima. Os conhecimentos que adquiri aumentaram o meu nível cultural e, se havia assuntos que anteriormente me passavam ao lado, actualmente eles despertam-me interesse pelo importante relevo no mundo actual e porque sobre eles incidiram os meus trabalhos e, não raras vezes, descubro as minhas falhas na sua elaboração quando os releio. De alguma forma, tornei-me mais exigente comigo própria, mais auto-crítica.

A memória é um somatório de episódios de vida, imagens e sentimentos, e há momentos inesquecíveis porque se destacam dos restantes pelas sensações ocasionadas e intensidade das emoções que nos despertaram. Nesta etapa, entre vários, terão sempre um gosto especial na minha reminiscência os momentos de boa disposição que me arrancaram gargalhadas, um rir que em dada altura julgava já não saber dar. Friday, happy Friday!

ISILDA MALHEIRO ALVES

Curso EFA- NSTécnico de Contabilidade 2007

O pulsar desta etapa

TestemunhoAPRENDER JÁ COMPENSOU

Quiseram os Cursos de Educação e Formação de Adultos – Nível Secundário de Técnico(a) de Contabilidade e Técnico(a) de Informática - Sistemas comemorar o final do curso, com a apresentação pública das respectivas Actividades Integradoras: organização de uma exposição, intitulada “Os Mass Media e a Inclusão/Exclusão Social – Toxicodependência”; preparação de uma palestra cujo tema de debate foi “Toxicodependências:

álcool e drogas”.Com estas iniciativas, pretenderam substituir falsas crenças e mitos por uma

informação correcta relativamente à toxicodependência e, assim, minimizar e atenuar esta problemática.

Para falar acerca desta temática, nada melhor do que Silva Marques, orador convidado para esta palestra, que amavelmente se deslocou à nossa escola

para partilhar o seu “saber” connosco.Silva Marques, orador eloquente, com

especialidade médica, desde 1984, em Psiquiatria e Saúde Mental, na Faculdade de Medicina do Porto, pela Ordem dos Médicos, responsável, entre 1986 e 2003, pela consulta de alcoolismo e toxicodependência no Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do Hospital de S. João, criador da Associação de Doentes Alcoólicos Recuperados que tem assumido um papel importante, tanto no que diz respeito à recuperação das pessoas dependentes do álcool, ao apoio e entreajuda às famílias, como no cabal esclarecimento dos malefícios que o álcool pode provocar e Director

Clínico do Centro Médico do Calendário, criou um ambiente de pura tertúlia, de reflexão e partilha.

Segundo os formandos, que se mostraram bastante interessados e satisfeitos pelo que viam e ouviam, esta palestra foi “muito enriquecedora, essencialmente no que diz respeito à nossa vida social, pois passamos a compreender melhor e a olhar para a problemática da toxicodependência com outros olhos”.

Num momento em que os formandos apresentaram a sua última Actividade Integradora, foi com satisfação que os mediadores, Beatriz Magalhães e Francisco Carvalho, registaram que “aprender compensou”, constatando que todos os formandos, depois de dois anos de formação, sentiam-se orgulhosos do seu empenho e esforço.

Enalteceram, por isso mesmo, não só, o trabalho por eles desenvolvido, como também, o envolvimento e profissionalismo de toda a Equipa Formativa que desde o primeiro ao último momento motivaram os formandos para que estes nunca desistissem de concretizar um sonho: valorizarem-se sempre mais.

Finalistas dos Cursos EFA - NS Técnico(a) de Contabilidade e Informática - SistemasSilva Marques, no momento do debate

Sessão de Abertura com os Formandos Manuel Cruz e Isilda Alves

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Desenvolvimento Sexual InfantilLouvo este género de iniciativas pois é necessário a todos nós sentirmos a necessidade de não estagnar, isto é, partir em busca do conhecimento.A pessoa convidada é um excelente exemplo de como as vivências são a principal fonte dos valores e das certezas necessárias a um bom desempenho em

qualquer área sobre a qual nos debrucemos. Penso que também é de salientar a vertente pedagógica, já que neste tipo de dialécticas, o emissor e ouvinte desempenharam não só a sua função como

também a do outro, ou seja, enquanto ouvinte desempenhei também o papel de emissor. Como? Participando, indagando, buscando o saber… A pedagogia está implícita, e o assunto é de extrema importância no contexto social em que vivemos e adequado à actualidade. Todos deveriam ter uma

posição pertinente em assuntos como estes, pois fazem parte do quotidiano de qualquer pessoa enquanto ser social, o que prova que ninguém consegue viver isoladamente e é desta inter-ajuda que nasce a máxima de que “o homem é o eterno peregrino na busca do saber” e não deve cair na inércia de não ser um ser social.

As respostas obtidas por parte da Dr.ª Virgínia foram muito importantes para a minha “construção” profissional, enquanto futura Técnica de Acção Educativa, bem como, para a minha “construção” pessoal que se irá repercutir para com as crianças da família e não só.

Sofia Martins

Para a preparação da palestra com a Dra. Virgínia Rocha fiz uma pesquisa sobre o Complexo de Édipo porque foi uma matéria que demos quando estudamos a teoria de Freud, assunto que já há muito tempo me fascinava sem nunca ter percebido muito bem este conceito.

O papel dos pais nesta fase deve ser o de mera ponderação na conciliação desta fase porque se não devemos reprimir excessivamente, também não devemos estimular comportamentos mais expressivos por parte da criança para que este estágio seja ultrapassado harmoniosamente. Caso isso não aconteça, pode ocorrer uma neurose infantil.

Após a pesquisa e a conversa com a Dra. fiquei muito mais elucidada e sobretudo muito mais calma para lidar com o meu filho, que começa pé ante pé a entrar nesta fase. Penso que a informação e a formação são sempre uma mais-valia para sabermos agir de uma forma coerente e quando se aplica isto à educação do meu filho, só posso ficar muito feliz por ter estas oportunidades de “crescer” e “aprender de uma forma tão agradável”.

Conceição Ferreira

Falar sobre a sexualidade foi sempre considerado, não só pelos pais mas por toda a sociedade, um problema/preconceito muito complicado, principalmente quando as crianças fazem perguntas desconcertantes, como por exemplo sobre as suas origens, sobre programas/imagens que observam nos meios de comunicação sobre sexo, ou de situações que vão surgindo, bem como de conversas que ouvem ou observam.

A educação é o primeiro passo para que a criança compreenda toda e qualquer situação, aliás a Dr.ª Virgínia chamou bastante a atenção que temos de saber dizer não no momento certo e não facilitar para agradar e ser simpático com a criança, pois não é desta forma que estamos a ser amigos dela.

Termino a dizer que gostei muito desta palestra e como esta podem vir mais, pois realmente assuntos como este são muito interessantes, e pessoas com grande experiência e conhecimentos é que nos dão o seu saber e experiência.

Ana Maria Marques

Estes são alguns testemunhos das formandas do Curso EFA - NS de Técnico(a) de Acção Educativa que, no passado dia 25 de Novembro, receberam a Virgínia Rocha, Médica Pedopsiquiatra Infantil do Hospital de S. Marcos, no Espaço Novas Oportunidades.

Foi com a maior satisfação que estiveram presentes na palestra dedicada ao tema “Desenvolvimento Sexual Infantil”, num momento em que se reflectiu algumas questões relacionadas com a sexualidade/ desenvolvimento sexual infantil, se esclareceu dúvidas, se aprofundou saberes e competências, e se apontou aspectos a ter em conta para favorecer o desenvolvimento integral das crianças e jovens.

Saliente-se, ainda, a excelente e pertinente exposição de Virgínia Rocha que trabalha directamente com crianças e jovens, tendo especial interesse por problemas ligados com o Autismo, a quem renovamos o nosso agradecimento por aceder ao nosso convite para ser oradora da palestra.

Curso EFA - NS de Técnico de Acção EducativaAs formandas do Curso EFA - NS de Técnico(a) de Acção

Educativa, na palestraVirgínia Rocha,

Médica Pedopsiquiatra

Dúvidas e esclarecimentos

06 O Vale das Oportunidades Abril 2010 entre nós

Page 7: Jornal O Vale - Edição Nº 78 (Vale das Oportunidades)

Ao longo do ano, a Didáxis promove vários convívios entre a comunidade educativa.

Recordar é viver...

07 Abril 2010 O Vale das Oportunidades entre nós

Fotografia: Rui Espinheira

Page 8: Jornal O Vale - Edição Nº 78 (Vale das Oportunidades)

“Esta é a cerimónia mais bonita em que estive até agora”. Foram as palavras proferidas pelo Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional, Valter Lemos, na Cerimónia Solene de Entrega de Diplomas que decorreu no passado dia 22 de Janeiro, na Casa das Artes, sublinhando que “a Didáxis é uma escola de excelência em Portugal ou em qualquer parte do mundo”.

Este momento revestiu-se de particular importância na história de vida dos 357 adultos que receberam os diplomas. Iniciaram um novo ciclo de vida vendo reconhecido o seu empenho e atitude empreendedora, “abdicando de muito tempo que podia ser passado em família, em

prol de um objectivo maior: o da valorização pessoal, tornando-se mais e melhores para fazerem um país mais sólido.”

Neste primeiro ano e meio de vida, o Centro Novas Oportunidades - Didáxis foi procurado por 1600 adultos, dos quais 320 obtiveram a certificação de nível básico; 200, certificação de nível secundário; 500 adultos foram encaminhados para Cursos de Educação e Formação de Adultos; 530 participaram em 44 Acções de Formação Modular Certificada, “sendo esta adesão motivo de regozijo e a prova de que o Centro Novas Oportunidades era a peça que faltava no puzzle da Oferta Educativa e Formativa para a Didáxis ser uma escola total”, referiu o director do CNO da Didáxis, José Fernandes.

Estes números comprovam que o Centro Novas Oportunidades - Didáxis tem contribuído para a efectiva igualdade de oportunidades educativas e profissionais dos famalicenses, bem como para a sua realização pessoal, profissional e social. Segundo Carlos Alberto, que frequentou o processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC), “foi muito gratificante para descobrir, admirado, as competências que desconhecia estarem presentes em mim… para onde vou falo das virtualidades do processo e quanto é importante as pessoas virem a um processo deste tipo, (…) nós temos esta obrigação perante os outros, perante os nossos filhos, para com os nossos companheiros, porque quanto mais soubermos mais podemos transmitir aos outros. Este é dever de todos, vou cumprir o meu, valorizando-me sempre mais… Estou cheio de saudades do centro pela partilha de saberes, de experiências, o contacto com os professores, e por

isso sou o mais acérrimo embaixador da Didáxis.”

Segundo o Secretário de Estado, este Programa Novas Oportunidades não é mais do que uma tentativa de alargar a todos a ideia de que ninguém pode ficar para trás, mesmo aqueles que deixaram a sua aprendizagem, já há largos anos. É um instrumento para promover a formação ao longo da vida, para aumentar os níveis de competitividade das empresas.

O Governador Civil de Braga, Fernando Moniz, também presente na cerimónia solene, salientou que “com esta e outras iniciativas e com a qualidade do seu ensino, a Didáxis

confirma-se como uma verdadeira escola pública, pelo ensino de verdadeiro interesse público que substantivamente a qualifica no quadro das melhores escolas do país”.

Na opinião do Director Regional Adjunto, Manuel Oliveira, “é neste trabalho de colaboração activa que nós podemos almejar um futuro melhor”.

Associou-se também a este evento o Vereador da Cultura e Educação da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Leonel Rocha, referindo que com este programa os famalicenses possuem uma nova oportunidade para adquirir mais competências, tornando-se mais capazes de ajudar o concelho. Solicitou aos diplomados que “sejam embaixadores da importância das Novas Oportunidades para que outros façam esta caminhada para que tenhamos aqui, em Vila Nova de Famalicão, uma população cada vez mais qualificada, uma população com maior capacidade para desenvolver este nosso concelho”.

José Cerqueira, Presidente da Didáxis - Cooperativa de Ensino, recordou que fora Valter Lemos, enquanto Secretário de Estado da Educação, quem inaugurou as instalações do CNO da Didáxis no dia 28 de Outubro de 2008 e considerou que “esta foi uma aposta ganha a favor de todos quantos acreditaram no nosso trabalho para atingirem Novos patamares de Formação”. Agradeceu aos adultos que confiaram “no nosso trabalho e no nosso projecto, sujeitando-se a esforços acrescidos, quer a nível profissional quer familiar, na mira de um Futuro mais promissor e melhor, que, estamos

certos, será alcançado”. Acrescentou que “esta foi uma aposta ganha, não só por causa dos números apresentados, mas também no dia-a-dia constatamos o entusiasmo na participação quer nas acções formativas quer em processos de reconhecimento e certificação de competências, (...) o espírito que se imana é de satisfação. E esta sessão solene foi a prova viva pela presença de tantos diplomas demonstrando uma clara ligação com a escola e com o conhecimento”.

Esta cerimónia que ficará nos corações de todos os presentes contou com alguns momentos culturais. O primeiro esteve a cargo do Coro da Didáxis, que sob a direcção da maestrina e cantora lírica Mónica Pais e do pianista

e compositor Paulo Freitas, interpretou três temas e contou com a presença de 12 formandos que estão a frequentar o curso de Educação e Formação de Adultos. O segundo momento foi de música e poesia dedicado a Sophia de Mello Breyner. Os alunos no Núcleo de Dança da Didáxis de Riba de Ave, dinamizado pela professora Ana Isabel Vigário desde 1985, coreografou “Rasga o passado”.

No final, foi servido um Verde de Honra pelos alunos do Curso Profissional de Técnico de Restauração, Cozinha, Pastelaria e Mesa/Bar.

“a Didáxis é uma escola de excelência em Portugal ou em qualquer parte do mundo”

Valter Lemos, Secretário e Estado do Emprego e Formação Profissional

Carlos Alberto recebe do Secretário de Estado o

diploma de equivalência ao Nível Secundário

Cerimónia Solene de Entrega de Diplomas

Momentos Culturais

08 O Vale das Oportunidades Abril 2010 entre nós

Page 9: Jornal O Vale - Edição Nº 78 (Vale das Oportunidades)

Quais os motivos que o levaram a inscrever-se no Centro Novas Oportunidades?Os motivos que me levaram a procurar as Novas Oportunidades, basica-

mente, tem a ver com o meu desejo de me aperfeiçoar, de me valorizar, de trocar conhecimentos e de me abrir uma porta para continuar a estudar, como sempre quis.

Como foi frequentar o processo RVCC (Reconhecimento, Validação e Certificação)?

Foi muito gratificante para mim participar em todo o processo. Eu também era uma daquelas pessoas cépticas. Quando vim para o Cen-

tro, também vinha a pensar que iria ser uma coisa mais ou menos feita para trabalhar para as estatísticas e foi muito gratificante descobrir que não era assim, que de facto isto acrescenta valor às pessoas.

O que mais o marcou ao longo do processo?O que mais me marcou em toda a vivência, em todo o processo, foi o con-

tacto com o grupo, que era excelente. Nós falávamos de coisas como a econo-mia, a sustentabilidade do planeta, a reciclagem, a religião… Cada um de nós tinha uma história, uma história de vida muito rica, e a troca de experiências foi muito gratificante. Além de outra coisa, fiquei agradavelmente surpreendido com o nível dos professores que nos tocaram, ou eu tive muita sorte, ou eram professores de excelência.

Ao desenvolver o meu portefólio, ia descobrindo admirado as competências que desconhecia estarem presentes em mim.

Todo o processo foi muito gratificante, eu tornei-me um quase embaixador do CNO. Pode ter certeza para onde vou falo das virtualidades do processo e quanto é importante as pessoas virem a um processo deste tipo.

Qual a importância da formação ao longo da vida?Nós temos esta obrigação perante os outros, perante os nossos filhos, para

com os nossos companheiros, porque quanto mais nos valorizarmos, quanto mais soubermos mais podemos transmitir aos outros. Portugal tem um défice de qualificação muito grande e não por acaso que se ouve cada vez mais dizer essa palavra, por isso cada um de nós tem que cumprir a sua, eu vou cumprir a minha valorizando-me sempre mais. Não é por acaso que estou cheio de saudades do centro pela partilha de saberes, de experiências, o contacto com os professores, e por isso sou o mais acérrimo embaixador da Didáxis.

APRENDER JÁ COMPENSOU“...sou o mais acérrimo

embaixador da Didáxis...”

Entrevista

CARLOS ALBERTO SILVA

49 anosRVCC - Nível Secundário

Momentos da Cerimónia Solene de Entrega de Diplomas

09 Abril 2010 O Vale das Oportunidades entre nós

Page 10: Jornal O Vale - Edição Nº 78 (Vale das Oportunidades)

Recursos em Linha EFAO blogue Recursos em Linha EFA, http://efarecursosemlinha.blogspot.

com/, foi criado com a intenção de arquivar hiperligações, sítios de interesse para os cursos EFA, páginas de reflexões sobre diversos temas e um espaço de troca de ideias e confronto de perspectivas.

Este blogue pretende servir formadores e formandos no seu trabalho diário, pois permite-lhes investigações rápidas e seleccionadas para os trabalhos que terão de desenvolver.

O blogue funcionará como um portefólio do trabalho desenvolvido dentro dos cursos EFA, porque nele serão arquivados os trabalhos, as actividades e todo o processo resultante da actividade ensino-aprendizagem.

Neste blogue encontramos uma ferramenta alicerçada no delicious que arquiva hiperligações por Áreas de Competências-Chave e Formação Tecnológica, o que, naturalmente, facilitará a pesquisa/investigação de formadores e formandos.

Este blogue espera a participação activa de todos aqueles que trabalham dentro dos cursos EFA e será, essa participação, que tornará este recurso educativo uma mais-valia para o sucesso educativo dos nossos formandos.

Fica o desafio lançado: partilhem os vossos trabalhos, as vossas reflexões, as vossas opiniões no blogue Recursos em Linha EFA, e lembrem-se que o caminho faz-se caminhando.

António Pires

Blogue

Didáxis sempre na vanguarda da tecnologiaA nossa escola tem um novo espaço de convívio e partilha de informação http://

formacaoadultosdidaxis.ning.com/ .Esse espaço pertence à rede social NING que é mais uma rede da família Hi5

ou Facebook mas com particularidades que nos interessam como comunidade escolar.

A maior delas prende-se com o facto de, ao contrário das restantes redes generalistas que condicionam a rede social à interacção pessoal, o NING permitir a partilha de interesses específicos. Ou seja todos os seguidores do espaço virtual podem adicionar informações, fotos, vídeos, que, sendo administrado por uma pessoa, é construído por todos os membros.

Esta ferramenta vai ser utilizada especialmente para a Formação de Adultos, nas suas vertentes RVCC (Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências), EFA (Educação e Formação de Adultos), FMC (Formações Modulares Certificadas), promovendo a entrada dos nossos adultos numa nova era onde as aprendizagens não se fazem apenas lá fora mas também no meio virtual. Novos saberes, novas competências, diferentes interesses, tudo num espaço nosso aberto ao mundo.

Agora NINGuém vai ficar de fora! Durval Pinheiro

10 O Vale das Oportunidades Abril 2010 entre nós

Page 11: Jornal O Vale - Edição Nº 78 (Vale das Oportunidades)

A Saúde e o Desporto“A Saúde e o Desporto” foi o tema da palestra

que teve lugar, no passado dia 24 de Março, pelas 20.00 horas, no Espaço Novas Oportunidades da Escola Cooperativa Vale S. Cosme.

Esta iniciativa, que representou um exercício de cidadania e um acto de cultura cívica, foi abrilhantada com a presença de ilustres convidados.

Acederam pois participar nesta reflexão e partilha de experiências Vítor Paneira, ex-jogador do Benfica e do Vitória Sport Club e actual treinador do Boavista Futebol Clube; Neno, ex-guarda-redes do Benfica, assumindo actualmente o cargo de Relações Públicas e Treinador dos Guarda-redes do Vitória Sport Clube; Tiago Machado, ciclista da Equipa RadioShack, Pinto Sousa, Assistente graduado da carreira Médica de Clínica Geral e especialista em Medicina Desportiva pela Ordem dos médicos, integrando o Departamento Médico de Futebol Profissional do Boavista Futebol Clube; Filipe Carneiro, Preparador físico do Boavista Futebol Clube; Paulo Silva, Fisioterapeuta e pós-graduado em Ortopedia e Traumatologia em Fisioterapia; Leonel Moinhos, professor de Educação Física na Escola Cooperativa Vale S. Cosme e Jogador Federado de Futsal.

A organização desta iniciativa foi da responsabilidade da turma do 2.ºano do Curso de Educação e Formação de Adultos de Técnico de Informática - Sistemas que propôs para Actividade Integradora uma iniciativa útil e necessária, se atendermos aos dados apresentados pelo Instituto Desporto de Portugal: apenas 4,63% dos portugueses praticam formalmente desporto.

Segundo os formandos, “este tema é controverso e levanta questões ético-morais, relativamente à postura do Homem face à prática do Desporto, a ligação que este tem com a saúde e os aspectos negativos que normalmente se associam a ele, seja o Dopping, a Violência, a Corrupção”.

Num ambiente descontraído, mas dignificado pela solenidade que lhe era merecida, os convidados debateram o tema “A Saúde e o Desporto”.

Na opinião do Dr. Pinto Sousa, fazer exercício físico é saudável desde que seja um exercício aeróbico regular, geral, dinâmico e rítmico como a marcha, a corrida aeróbica, o ciclismo e similares. Os exercícios que implicam esforços em que se desenvolve muita força isométrica como a musculação, luta, halterofilia, lançamentos, etc. podem não ser promotores de saúde, advertindo

ainda para desportos aparentemente inofensivos com uma componente isométrica muito grande: squash, equitação são alguns dos exemplos.

Tiago Machado referiu que falar de alta competição não significa falar de promoção de saúde, visto que os atletas trabalham sempre no limite do esforço.

Paulo Silva acrescentou que o desporto, sendo uma actividade humana, obrigatoriamente terá funções naquilo que é o seu papel perante todos.De entre as funções destacam-se as económicas, sociais, educativas e culturais. O desporto permite promover e garantir a integração e igualdade de oportunidades; a aceitação das regras e códigos desportivos vigentes; a conduta cívica, o respeito por si bem como pelos outros, a moderação e prudência, a atitude de nunca desistir, a determinação, a disciplina e a responsabilidade, o gosto pelo esforço.

Leonel Moinhos terminou por salientar que o desporto em Portugal é monocultural e depende da escola a alteração de mentalidades, reforçando a necessidade de os estabelecimentos de ensino apostarem no desporto escolar numa diversidade de actividades desportivas, citando R. Carneiro: “Uma escola que não proporcione aos alunos Educação Física e Desporto Escolar, não pode considerar-se uma escola completa”, concluindo que o Desporto pode ainda contribuir para o entusiasmo, dinamismo, palmas, alegria da escola, favorecendo a integração dos alunos na escola. A prática desportiva é, pois, imprescindível para uma educação sadia e completa, um instrumento pedagógico e educativo fundamental na formação das nossas crianças e jovens.

Encerrou-se este momento de reflexão, realçando o contributo de todos os oradores da palestra e reforçando os valores desportivos, com destaque para a sua função educativa e para a consciencialização da especial importância do desporto no desenvolvimento pessoal, na formação com vista ao pleno exercício das suas capacidades sociais e no bem-estar físico e psíquico.

De salientar que o sucesso desta actividade é resultado do trabalho conjunto e concertado entre os vários elementos da equipa técnico-pedagógica e os formandos, por terem interiorizado a dimensão social e formativa do Curso EFA.

Curso EFA – NS Técnico de Informática de Sistemas (2.º ano)

Dr. Pinto Sousa, Tiago Machado e Professor Leonel Moinhos

Dr. Paulo Silva, Neno, Professor Filipe Carneiro e Vítor Paneira

Formandos dos Cursos de Educação e Formação de Adultos, no momento de debate

Momentos de confraternização...

11 Abril 2010 O Vale das Oportunidades entre nós

Page 12: Jornal O Vale - Edição Nº 78 (Vale das Oportunidades)

BAIRROS SOCIAIS

Muito se tem falado sobre bairros sociais, e já tarde se deu conta da sua problemática, a falta de estudos e de conhecimentos que o país tinha nessa área, na altura, contribuíram para que assim fosse.

O realojamento de várias etnias fez despertar uma nova realidade social: a marginalidade, o tráfico de droga, prostituição e grupos organizados.

A criação de bairros sociais contribuiu para a eliminação das barracas, mas acabou por trazer novos problemas. As pessoas foram ali depositadas como objectos e entregues a elas próprias.

A criação dos bairros criou uma marginalização escondida, enquanto uns obtinham habitações sociais, outros trabalhavam arduamente para pagar as suas habitações e contribuíam com os seus impostos, para que o estado de uma forma descuidada e irresponsável patrocinasse habitações gratuitas ou a custos reduzidos a milhares de pessoas.

O aspecto da reinserção não foi tido em conta e em muitos bairros não foram construídos os serviços de apoio sociais.

A aglomeração de centenas de famílias sem grande formação cívica e sem escolaridade contribuiu para o isolamento e esquecimento. Estas famílias não tinham nenhum modelo social que pudessem seguir como exemplo.

Grave é que todo este fenómeno teve o apoio das autoridades, quer locais quer nacionais, e ainda hoje continuam a agir com sentido de irresponsabilidade como que escondendo os insucessos dessas políticas.

O facilitismo com que a maioria das pessoas acedeu às habitações sociais criou nelas um sentimento de irresponsabilidade, como que pensando: os outros farão por nós e para nós.

É portanto urgente e preciso requalificar o bairros sociais dando-lhes uma nova imagem arquitectónica, criar estruturas de apoio e boas acessibilidades, criar programas específicos de apoio e ocupação de tempos livres, apostar na formação dos adultos incutindo-lhes o espírito de cidadania educacional.

O FUTURO DAS BIBLIOTECAS

As bibliotecas têm um papel importante na nossa sociedade, visto que são uma fonte inesgotável de informação e sabedoria. No entanto, nos dias de hoje, com a crescente utilização da internet, por parte das pessoas e aquela ideia de que as bibliotecas são um sítio escuro e aborrecido, tem vindo afastar as pessoas. Desse modo, as bibliotecas têm de tomar medidas para poderem cativar mais pessoas. Medidas essas, que as tornem em bibliotecas do século XXI. Tais como, disponibilizar em formato digital os livros que dispõem; criar actividades que integrem toda a população, de forma a poder que elas ganhem o gosto pela leitura; criar um plano que abranja todas as faixas etárias, de modo a que haja livros que se adeqúem a cada uma dela, para que promova a leitura e acima de tudo mudar a imagem das bibliotecas perante os mais jovens, para que estes comecem a frequentá-las.

Existem várias vantagens em irmos à biblioteca pesquisar informação, visto que lá podemos encontrar informação útil e fidedigna. Por seu lado, já não podemos dizer o mesmo quanto à informação que retiramos da internet. Existem outros suportes de informação, tais como, Cd’s de música, Cd’s de jogos educativos, filmes, documentários, revistas, etc. Enfim, temos várias formas de pesquisar a informação que precisamos. E sempre que tivermos alguma dúvida acerca do livro ou de outro suporte de informação temos sempre a possibilidade que pedir ajuda às pessoas que lá trabalham, que elas nos ajudaram solucionar o nosso problema.

Por tudo isto, é que posso afirmar que as bibliotecas têm um papel importante na nossa sociedade.

Ana Magalhães

Curso EFA- NSTécnico(a) de Acção Educativa (1.º ano)

Pedro Caldas

Curso EFA- NSTécnico(a) de Informática (1.º ano)

A importância da Língua Inglesa

A língua de sua majestade é cada vez mais considerada pelos povos como a língua universal.

O facto de o inglês ser uma língua universal, torna a sua aprendizagem de extrema importância. É essencial dominar esta língua pois até, nas situações de dia a dia, surge a necessidade de a entender. Os rótulos, o telemóvel, o computador ou até mesmo as simbologias (por exemplo o sinal STOP) são compostas por palavras em inglês.

Também, nas nossas profissões, umas em mais do que em outras, é exigido o domínio do inglês. Como exemplo, refiro as ofertas de emprego que, na sua esmagadora maioria, têm como requisito saber Inglês quer falado ou escrito.

Chego mesmo à conclusão que, se não dominarmos minimamente a língua inglesa, não corresponderemos positivamente ao mundo global, em que vivemos, porque são cada vez mais situações de estrangeiros que nos abordam a pedir informações, livros traduzidos só em inglês e a linguagem informática com definições nesta mesma língua.

Isabel Costa

Curso EFA- NSTécnico de Acção Educativa (2.º ano)

12 O Vale das Oportunidades Abril 2010 pontos de vista

Page 13: Jornal O Vale - Edição Nº 78 (Vale das Oportunidades)

Notícias “Contabiles”Contabilidade - Ciência Empresarial

Um pouco de história…A Contabilidade existe desde os primórdios da civilização e,

durante um longo período, foi tida como a arte da escrituração mercantil. Utilizava técnicas específicas, que se foram aperfeiçoando e especializando, algumas delas aplicando-se ainda nos dias de hoje.

A contabilidade surgiu como uma técnica por consequência do enriquecimento do Homem e necessidade de este controlar o seu património.

O ensino da Contabilidade associado à administração em Portugal, como ramo do conhecimento humano, remonta a meados do séc. XVIII, por ocasião do reinado de D. José, tendo sido instituído pelo Marquês de Pombal.

Por necessidade de harmonizar diferentes critérios e formas de contabilidade foram criadas normas contabilísticas que, em Portugal se alicerçam, em especial, no POC – Plano Oficial de Contabilidade, para além de Directrizes Contabilísticas e Interpretações Técnicas.

A Contabilidade torna-se, assim, uma ciência que tem como objecto de estudo o Património das organizações, quanto aos seus fenómenos e variações, tanto no aspecto quantitativo quanto qualitativo e realiza os registos dos factos e actos de natureza económico-financeira que afectam esse mesmo património, estudando as suas consequências na dinâmica financeira.

Contabilidade Geral versus Contabilidade Analítica

As diferenças fundamentais entre a Contabilidade Geral e a Contabilidade Analítica encontram-se no quadro abaixo:

A Contabilidade Externa ou Geral ou Financeira - regista as operações externas da empresa, isto é, aquelas que respeitam à empresa no seu todo (regista factos patrimoniais que fazem prova perante terceiros (clientes, fornecedores, sócios, estado e instituições financeiras, etc.); permite conhecer em qualquer altura a situação patrimonial na empresa; dá a conhecer o resultado obtido com a exploração da empresa; possibilita a elaboração de análises económicas e financeiras);

A Contabilidade Interna, Analítica ou de Gestão - regista as operações internas e visa o apuramento de resultados não globais, isto é, por produto, por departamento, etc. (fornece o custo de cada produto ou serviço produzido pela empresa; permite a criação de centros de custos dentro da própria empresa; possibilita estudos de rentabilidade interna; auxilia a gestão no controlo e tomada de decisões).

Em sinopse, a Contabilidade agrega dados, regista os factos ocorridos na empresa os quais, por sua vez, originaram resultados, permitindo a sua leitura e interpretação gerando, com isso e portanto, informações indispensáveis aos gestores para a tomada da decisão.

13 Abril 2010 O Vale das Oportunidades pontos de vista

Ângela Marinho, António Ribeiro, Isilda Alves, Luísa Barroso, Leonor Ribeiro

Curso EFA- NS - Técnico(a) de Contabilidade (3.º ano)

São Tiago de AntasSão Tiago de Antas é hoje uma das maiores freguesias do Concelho de

Vila Nova de Famalicão, em termos demográficos, e uma daquelas que tem mais história. Da antiguidade da povoação e do povoamento da Freguesia, temos testemunhos seguros: diversas inscrições latinas e um marco miliário do Imperador romano Adriano.

Esse marco, que auxiliava os viajantes nas suas caminhadas, com informações relativas às distâncias entre povoações, que foi encontrado no lugar da Devesa, sendo seu proprietário o Sr. Fernando Mesquita. É um marco em granito, com grão grosso, já bastante erodido. Tem vestígios de tentativas para o abrir através da utilização de cunhos.

O próprio topónimo Antas assegura a remota origem da freguesia. Uma anta, como se sabe, é um monumento funerário pré-histórico, que consiste na colocação de pedras verticais rudimentares, sobre as quais repousa horizontalmente uma como laje. Assim os nossos antepassados enterravam os seus mortos, prestando-lhes singelo culto.

A verdade é que Antas terá tido povoamento castrejo, embora nenhum Castro tenha sido encontrado na área da Freguesia. A passagem dos Romanos, por seu lado, está comprovada pelo referido marco miliário, o que significa que por aqui passaria a estrada Cale-Brácara.

O Orago da freguesia é o São Tiago. Da história de São Tiago de Antas, faz parte integrante a sua Igreja

românica, que foi de um antigo Mosteiro dos Templários, do qual nada resta hoje em dia.

Classificada como imóvel de interesse público em Dezembro de 1958, é uma das mais importantes Igrejas do Concelho, tanto em termos históricos como arquitectónicos. Apesar da erosão dos séculos, a Igreja de Antas manteve toda a sua estrutura.

A sua fundação deverá remontar ao segundo quartel do século XIII, já que os elementos românicos e as suas particularidades conjugam-se com outros elementos que já pertencem ao estilo gótico.

É o caso do arco ogival da porta principal, o arco de volta inteira no portal sul, a rosácea da frontaria e a decoração dos cantos dos pilares das bases das colunas, que são elementos característicos da transição do românico para o gótico.

A sua datação filia-se em documentos que, em muitos casos, se

existiram, hoje não são conhecidos. Depois da análise das características da construção e da decoração, conjugadas com paralelismos obtidos noutras fontes, é possível estabelecer com razoável critério a época mais provável da sua fundação.

A Igreja de Antas apresenta elementos que, além de serem góticos, são ainda da época posterior aos característicos do gótico.

São porém, totalmente românicos, no exterior, o portal sul e a cachorrada dos muros laterais, a cruz na empena da abside e no interior o arco triunfal.

Deste arco triunfal, sem dúvida, o elemento mais românico que existe nesta Igreja, o Eng.º Ribeiro dos Santos, especialista na matéria, fez uma descrição: “Desde a sua execução com colunas monolíticas, muito pouco esbeltas, especialmente a do arco principal, até este mesmo arco principal, baixo, largo e muito robusto, até a decoração com relevo acentuado e rica de simbolismo, tudo é bem característico da arte românica, onde as formas são severas e pesadas, a decoração rude e forte e a sobriedade e a hieratismo são superfícies lisas dos silhares de granito majora a expressão plástica”.

Segundo o Padre Carvalho, “ Santiago de Antas foy Mosteiro de templários, he sagrado, passou a Abbadia secular de Padroeiros leigos da família de Mayas; hoje he dos Condes de Penaguião, Marquezes de Fontes, rende com a annexa seguinte hum conto de reis: tem dous Benefícios simples de quarenta mil reis cada hum.”

Situada num alto, a igreja de Antas é um esplêndido cartão de visita da Freguesia, que oferece uma agradável e ampla vista para noroeste, abrangendo-se daí a cidade de Vila Nova de Famalicão. No velho edifício monástico estão actualmente instalados os Missionários Combonianos.

Fernando Lamego

Técnico de Apoio à Gestão (1.º ano)Curso EFA- NS

Page 14: Jornal O Vale - Edição Nº 78 (Vale das Oportunidades)

Foi o tema da Feira do Livro que decorreu, entre os dias 28 de Setembro e dois de Outubro, na Sala de Eventos, na Didáxis - Escola Cooperativa Vale S. Cosme.

Augusto Canetas, pseudónimo de José Augusto Faria da Costa, “ex-empresário, autodidacta, músico compositor e intérprete cantautor, actor de poesia a tempo inteiro, saltimbanco, escola da vida, utópico, sonhador com muita estrada no coração”, foi um dos nossos convidados, congratulando-nos com a sua presença no passado dia 30 de Setembro, pelas 20.00h.

Publicou a sua primeira obra literária aos 51 anos, Flashes, seguindo-se Choque, Na Cronologia o sonho, Compromissos, estando previsto a publicação de mais quatro obras.

Este encontro iniciou com a declamação de poemas, de Sophia de Melo Breyner, pelos formandos António, João, Paulo e Olinda dos Cursos EFA – NS, tendo o poeta Augusto Canetas encerrado este momento com a declamação de um poema de Miguel Torga.

Aceitou o desafio de partilhar connosco o seu “saber”. Segundo Augusto Canetas, “Ler é a sublime leveza no peso de cada coisa”, acrescentando que “a vida é feita de pequenos nadas e são as palavras que nos encantam, porque de facto são mais do que aquilo que achamos ser. Enfim, ganhamos personalidade, carácter, descobrimos como somos.”

Para percebermos a profundidade da importância da leitura, citou Miguel Torga: “Entre parêntesis, ao contrário do que se julga, não são os economistas, os tecnocratas, os homens de negócios ou sequer certos políticos que conhecem a essência de um país, são os escritores, os homens de cultura e pensamento, porque têm memória e não se envergonham de a ter. Aqueles que a têm pelo menos!”, excerto do texto “Um português à antiga”.

Acrescentou que “Escrever é um acto de coragem, um acto de coragem para comunicar com os outros, porque tudo é efémero. Escrever é a aventura para partir e voltar. […] É parte da minha alma, porque os outros são como eu e gosto de partilhar com os outros.”

Assistimos, também, a um momento único, vermos um escritor a ler um excerto de uma obra sua. A leitura, orientada por uma voz calma, demonstrou uma sonoridade invulgar retratando momentos de sublime beleza acompanhados por sentimentos interiores, vindos sabe se lá de onde.

Para terminar, agradecemos a presença de Augusto Canetas que, com a sua disponibilidade, criatividade e imaginação, promoveu um ambiente de pura tertúlia, de reflexão e partilha dos desafios intelectuais neste mundo de Novas Oportunidades.

“Palavras que encantam”“Ler é a sublime leveza no peso de cada coisa”, Augusto Canetas

“Nunca diga não,Porque a tardenunca demora!Mesmo que a tarde,tarde…Há sempreuma gota de água,Que fecundaquem chora!...”

(in choque)Sessão de Autógrafos

Declamação de Poemas pelos Formandos

Visita à Feira do Livro

As memórias estão a meio do caminho entre a autobiografia e a crónica, variando, de caso para caso, o peso relativo do eu no conjunto narrado. Marguerite Yourcenar chama-lhes “retratos duma voz”, uma vez que além de revelarem uma escrita egocêntrica, apresentam-nos também o testemunho dum tempo e dum meio com um fundo histórico-cultural sujeito, embora, ao filtro individual de quem a produz.

Uma característica fundamental do género memorialístico é, sem dúvida, o papel que nele desempenha a memória. Os acontecimentos são passados pelo crivo da lembrança, caprichosa, subjectiva, pessoal… mas que são apresentados ao leitor de forma a fazê-lo aderir, a admirar, a vivenciar as mesmas emoções, os mesmos cheiros, as mesmas sensações.

O autor memorialista é, ao mesmo tempo, o autor e o actor que procura prestar aos vindouros, o testemunho

de um tempo, de uma época, de um ambiente que passou, mas que encontra nos seus escritos um testemunho, se bem que pessoal, evidentemente documental.

Depois de, mais uma vez me ter sido dado o privilégio de observar em primeira mão (?) o novo trabalho de Augusto Canetas, não pude deixar de pensar nas várias alusões memorialísticas, nos documentários e observações pessoais, porém colectivas, de um Portugal autêntico, tristemente pobre, e que, ao contrário do que seria de esperar, ainda observamos nos bancos de jardim, das tardes mornas de um qualquer lugar deste país e que a lupa do poeta tão bem soube captar. Para que fique. Para que não seja esquecido. Para que sirva de referência às gerações do computador, do telemóvel da Playstation. Para que viva.

Ana Maria Costa

Evento

Apresentação do Livro “Pedras e rochas”, Augusto Canetas, na nossa Escola, no mês de Junho

14 O Vale das Oportunidades Abril 2010 testemunhos

Page 15: Jornal O Vale - Edição Nº 78 (Vale das Oportunidades)

A Leitura nos EFADecorreu, o dia 4 de Março, uma sessão de leitura destinada aos formandos

dos cursos EFA. Esta iniciativa enquadrou-se na segunda edição da Semana da Leitura, que decorreu na escola entre 1 e 5 de Março, subordinada ao tema “Da Palavra ao Mito”.

Esta sessão contou com a participação activa de formadores e formandos que leram textos para plateia sedenta de ouvir ler. Foi fantástica a forma como se deixaram envolver, formandos e formadores, nos textos que foram lidos.

O objectivo principal desta sessão foi cativar para a leitura estes alunos, que são pais e avós, e que podem ter um papel decisivo na forma como os seus filhos olham para os livros e para a leitura.

Tal como diz o escritor peruano Mário Vargas Llosa “um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por ideias”.

Ler é essencial. É através da leitura que testamos os nossos próprios valores e experiências, novas ideias e novas pessoas.

Ler é estimulante, pois tal como as pessoas, os livros podem ser desafiadores, motivadores, integrantes e, por vezes, complicados. Os livros levam-nos a sonhar, fazem-nos pensar.

Em suma, a leitura traz os seguintes benefícios: amplia e integra conhecimentos, enriquece o nosso vocabulário e facilita a comunicação.

António Pires

Poemas

Ana Maria Gomes, Curso EFA - NSTécnico/a de Acção Educativa (2º Ano)

Dizem que o mundo é imperfeito,Mas Deus fê-lo na perfeiçãoÉ só olhar nos teus olhosE ver a ternura do teu coraçãoCorre uma lágrima no teu rostoNão chores meu querido irmãoPorque o exterior do teu corpo Nada tem a ver com o teu coraçãoQuero enxugar essa lágrima Com a palma da minha mão E recordar um sorriso teuE não me digas que nãoO de mais belo que Deus te deu Para aquecer meu coração.

Crianças:De braços abertos vos receboDe coração florejando de amor vos acalentoTenho muitas histórias para vos contar E muitos jogos para vos ensinarQue aos poucos vocês terão de assimilar Para um dia mais tarde poderem recordar Como as flores do campo vão ter que desabrochar Para no futuro poderem brilhar E quando o arco-íris no céu espelharFelizes sorrindo irão brincar e caminhar

15 Abril 2010 O Vale das Oportunidades cultura

Page 16: Jornal O Vale - Edição Nº 78 (Vale das Oportunidades)

16 O Vale das Oportunidades Abril 2010 catálogo