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JUDICIALIZAÇÃO DO ATENDIMENTO GABRIELA GUZ [email protected] VIII CONGRESSO BRASILEIRO DE BIOÉTICA

JUDICIALIZAÇÃO DO ATENDIMENTO

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VIII CONGRESSO BRASILEIRO DE BIOÉTICA. JUDICIALIZAÇÃO DO ATENDIMENTO. GABRIELA GUZ [email protected]. A RESPONSABILIDADE MÉDICA NOS TRIBUNAIS BRASILEIROS. 1970 - 1979: 44 1980 - 1989: 82 2000 - 2004: 376 (TJ-SP, STJ e STF). DESPERSONALIZAÇÃO. CRISE DA RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE. - PowerPoint PPT Presentation

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JUDICIALIZAÇÃO

DO

ATENDIMENTO

GABRIELA [email protected]

r

VIII CONGRESSO BRASILEIRO DE BIOÉTICA

A RESPONSABILIDADE MÉDICA NOS

TRIBUNAIS BRASILEIROS

1970 - 1979: 44

1980 - 1989: 82

2000 - 2004: 376 (TJ-SP, STJ e STF)

DESPERSONALIZAÇÃO

CRISE DA RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE

“(...) Ali, anônimo, o médico não apenas deixa de

ser ‘o indicado’, aquele médico especial e da

confiança do cliente, senão o seu oposto: o

médico do qual se desconfia... Médico-

mercadoria, algo a ser consumido como qualquer

produto à venda em mercado.” (SCHRAIBER,

1997)

A APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO

CONSUMIDOR

“O recorrente [médico] se enquadra no conceito de

fornecedor de serviço nos termos do artigo 3º do CDC,

bem como, a recorrida ao contratar e remunerar a

prestação de serviço médico para fim de realização de

cirurgia plástica, configura-se consumidora.” (TA-MG,

Apelação Cível nº 2.0000.00.337311-1/000, Relatora Juíza

Maria Elza, 4ª Câmara Cível, j. 13.03.2002, grifamos)

ESTADOS UNIDOS

década de 1970: ¼ dos médicos

respondiam a ações de responsabilidade

(AGUIAR JR, 2000)

Nascimento do ‘termo de consentimento

informado’ como instrumento probatório

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NOVO ‘MODELO’ DE TOMADA DE DECISÃO

Representa o rompimento com o tradicional poder

decisório do médico sobre a saúde do paciente.

Respeito à autonomia do paciente: crenças,

prioridades, necessidades e valores individuais

CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

ESTADOS UNIDOS

TERMO DE

CONSENTIMENTO

INFORMADO

DEVER DE OBTER

O CONSENTIMENTO

DO PACIENTE

DEVER DE INFORMAR

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CLE NOS TRIBUNAIS (EUA)

“Aquilo que era para ser um processo de diálogo e discussão

transformou-se em um evento no qual papéis são assinados

e requisitos legais mínimos são satisfeitos.” (APPELBAUM E

COL., 1987)

“Os tribunais estadunidenses permitiram que a idéia do

consentimento informado morresse gradualmente, de modo

que uma obrigação judicialmente imposta deve ser

distinguida da idéia do consentimento informado, ou seja, da

idéia de que os pacientes têm um papel decisivo a

desempenhar no processo da decisão médica.” (KATZ, 1984)

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CLE NOS TRIBUNAIS (BRASIL)

“Aliás, atualmente, encontra-se em voga a discussão sobre a

inobservância do dever de informação como modalidade de

responsabilização médica. Modernamente, além dos deveres de

cuidado e sigilo, vem se exigindo da classe médica que oriente e

informe objetivamente os pacientes a respeito de toda a terapêutica

ou cirurgia indicada, bem como, sobre os riscos e prováveis

resultados. Ainda, o médico também precisa obter

indispensavelmente o consentimento do próprio paciente ou de seu

responsável na hipótese de procedimento arriscado.” (TJ-RS,

Apelação Cível nº 70009997982, Relator Desa. Íris Helena Medeiros

Nogueira, 9ª Câmara Cível, j. 30.05.2005)

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CLE NOS TRIBUNAIS (BRASIL)

“A relação médico/paciente, por caracterizar uma

prestação de serviço, está subordinada às normas do

Código de Defesa do Consumidor, estando o

profissional obrigado a informar ao paciente os riscos

e conseqüências possíveis (...).” (TA-MG, Apelação Cível

nº 2.0000.00.400722-9/000, Relator Juiz Guilherme Luciano

Baeta Nunes, 7ª Câmara Cível, j. 11.03.2004)

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CRITÉRIO OBJETIVO DE REVELAÇÃO

DAS INFORMAÇÕES

“(...) Deve-se demonstrar que a pessoa comum teria recusado

o tratamento, caso fosse convenientemente informada. Nega-

se a indenização se, com as mesmas informações e nas

mesmas circunstâncias, outra pessoa, razoavelmente,

aceitasse se submeter a terapia’.

Como não há nos autos demonstração clara no sentido de que o

autor ou uma pessoa média em seu lugar deixaria de aceitar ou se

submeter ao tratamento indicado, incluída a cirurgia, é razoável

entender que não tinha ele outra alternativa.” (TJ-RS, Apelação Cível

nº 70006796700, Relatora Des. Ana Lúcia Carvalho Pinto Vieira, 10ª

Câmara Cível, j. 27.11.2003, grifos nossos)

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O TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE

E ESCLARECIDO

“Seria prudente, em especial, após o advento do Código

de Defesa do Consumidor, como forma de preservação de

responsabilidade, a prova escrita das informações,

relativos ao procedimento e risco de ineficácia, o que poderia

retirar a responsabilidade por ausência de informação a

respeito do tratamento ministrado.” (TJ-RS, Apelação Cível nº

70008789323, Relator Des. Artur Arnildo Ludwig, 6ª Câmara

Cível, j. 24.11.2004, grifos nossos)

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“(...) A simples afirmativa de sua secretária, de que ele nunca

pediu para qualquer paciente firmar termo de

responsabilidade (fls. 216), insere-se na perspectiva de que a

informação sobre a cirurgia e os riscos inerentes não foi

providenciada e nem consentida.

Competiria, que o réu o comunicasse, por escrito, dos

riscos da cirurgia e o fizesse assinar esse documento,

cientificando-o, assim de que o resultado pretendido poderia não

ser alcançado.” (TJ-SP, Apelação Cível nº 136.164.4/0-00, Rel.

Des. Marcus Andrade, 5ª Câmara de Direito Privado, 28.08.2003,

grifamos)

O TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE

E ESCLARECIDO

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

PAPEL FUNDAMENTAL DOS TRIBUNAIS

Delinear, no caso concreto, o CLE enquanto questão

existencial da tomada de decisão.

Ressaltar menos a mera transmissão de informações e a

assinatura de papéis;

Focar mais a participação do paciente na tomada de

decisão, a troca de informações e a qualidade da relação

médico-paciente.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

NECESSIDADE DE UMA MAIOR INTERAÇÃO ENTRE

BIOÉTICA E DIREITO

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OBRIGADA!

[email protected]