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JULHO DE 2013 / Publicação gratuita

JULHO DE 2013 / Publicação gratuita - Café Mateiro · Nova vestimenta – perguntas e respostas .....12 Novo vestuário escoteiro – preços e crônica.....13 NOVO VESTUÁRIO

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Índice

Novo traje deve ser apresentado no Congresso Nacional...............................................4

Ainda sobre o novo traje..............................................................................................................................4

Já é oficial: teremos um novo traje......................................................................................................5

Imagens do novo traje escoteiro...........................................................................................................8

Novo vestuário ganhará “perguntas e respostas”...................................................................12

UEB lança nota de esclarecimento sobre o novo traje.......................................................12

UEB lança página para a nova vestimenta....................................................................................12

Nova vestimenta – perguntas e respostas ...................................................................................12

Novo vestuário escoteiro – preços e crônica.............................................................................13

NOVO VESTUÁRIO ESCOTEIRO Café Mateiro

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07/04/2012 Novo traje deve ser

apresentado no Congresso Nacional.

Alguns participantes das Assembleias Regionais es-tão trazendo a informação de que, para a ocasião do Congresso Nacional, a ser realizado nos dias 27, 28 e 29 de abril em São Luís do Maranhão, será apresenta-do o novo modelo de traje escoteiro, que substituirá o atual.

Segundo se relata, a comissão (?) que trata sobre es-tes assuntos teria desenhado e aprovado uma nova vestimenta, com mudanças no tecido e no corte.

“Traje, nós te amamos”.Não podemos negar que “programa”, “uniforme” e “traje” são temas tratados com certa paixão (por vezes exagerada) pelos escoteiros, e que provocam discussões acaloradas dentro do movimento. É cer-to, também, que são assuntos com íntima ligação às quedas de efetivo e, arrisco a dizer, a um desgaste ins-titucional que, muitas vezes, poderia ser evitado.

Mesmo sob a égide de que “o movimento se movimen-ta, por isso temos que nos atualizar”, talvez esse não fosse o melhor momento para se apresentar um novo traje, ainda mais quando este processo de mudança (caso seja verídica a informação) brilha por sua falta de informação ou participação dos associados.

Até mesmo entre os mais tradicionais, a inclusão do atual traje nas fileiras escoteiras , feito na década de 90, hoje, é, digamos, “assimilado”. Porém, o proces-so de aceitação não foi um caminho de rosas, assim como não o foi a inclusão do novo programa.

Sabendo disso, e pela experiência adquirida pela ins-tituição no quesito “atualizações”, cabe aqui uma reflexão sobre se passamos por nosso melhor mo-mento para que, ainda, nos aventuremos a mudar algo que, a duras penas, foi aceito no movimento

escoteiro, como é o caso do traje.E mesmo que nos puséssemos a elaborar uma lista de prioridades sobre atualizações que a instituição deveria sofrer, imagino que os leitores concorda-riam se colocássemos, nos últimos lugares, a ques-tão “traje”.

Resta-nos esperar o Congresso Nacional e averi-guar se estas informações, que têm circulado de maneira “viral” em redes sociais, sejam certas ou não.

07/05/2012Ainda sobre o novo

traje.Corrigindo-me, já não se fala mais em novo traje ou unifor-me, mas de uma “vestimenta”, que seria uma terceira opção à margem dos atuais caqui e azul mescla.

Transcrevo, abaixo, um e-mail de um dirigente da UEB-PR

que circulou na lista de discussão temática dessa re-gião. É grande, mas vale a pena a leitura.

Especial atenção aos itens marcados em negrito, que serão comentados em um outro artigo.

:::::Prezados,

Acabo de receber notícias sobre o traje, as quais transcrevo integralmente a todos.Particularmente, aguardo com expectativa positiva as novas opções:

Alguns esclarecimentos a respeito da Nova vestimen-ta Escoteira, feitos em Março de 2012, pois em São Luís-MA, não foi possível ter a apresentação do novo Modelo.

Pelo que entendi, será mais uma opção, sendo substi-tuído gradualmente…

Vestuário Escoteiro – Márcio fez explanação sobre como estão as vestimentas escoteiras nas Associa-ções de vários países, ficando em evidência que a vestimenta escoteira pode ser atual, bonita e os par-ticipantes (jovens e adultos) desejarem usá-la. Asso-ciações tradicionais tais como: Canadá, Inglaterra, Estados Unidos, promoveram modernização em suas vestimentas.

Disse que após concluírem que as atuais vestimentas (Traje e Uniforme) podem melhorar e serem vistas como um meio eficiente de comunicação, especial-mente entre os jovens, a Comissão passou a pesquisar Instituições (Escolas, Universidades) especializadas em vestimentas que poderiam contribuir para com os Escoteiros do Brasil.

Após pesquisar quem poderia fazer tal estudo, a Co-missão chegou ao Senai – SP (Faculdade de Modas) que aceitou o desafio após ter assegurado que seria remunerada. Equacionada a questão do financiamen-to do projeto através da FIESP, cujo presidente foi es-coteiro em SP, a Faculdade de Modas Senai passou a estudar cientificamente o assunto.

Fez várias pesquisas de campo sem se identificar, atra-vés de entrevistas e por questionário. Ouviu a opinião de 4.000 dos 10.000 jovens que participaram do Joti através de questões que os mesmos responderam.

Depois de apropriada explanação da Professora Fa-biana Diniz (Senai – SC) a cerca da atual vestimenta escoteira e das belas camisetas que utilizamos em de-terminados eventos, passou a expor a ideia da nova vestimenta que contem detalhes cientificamente es-tudados tais como:

- de uso (calça com zíper permitindo transformar-se em bermuda, bolsos laterais de tamanho e forma mais adequado);- de apresentação (vestimentas especificas masculi-nas e femininas);- de alternância (camiseta, camisa polo, camisa man-ga curta e manga longa, jaleco);- de distinção entre jovens e adultos (jovem: calça/bermuda Kark Khaki e “camisa” azul cobalto; adulto: calça/bermuda Kark Khaki e “camisa”verde flores-ta);- de padronização (manual de confecção, materiais usados com as mesmas características técnicas, eti-queta identificadora em todos os produtos), dentre

outros.

Findada a apresentação houveram algumas pergun-tas. Na vestimenta social feminina não está prevista a saia e no masculino a gravata.Para ambas as questões a resposta foi que isso pode ser incluído.

Findadas as perguntas e as coloca-ções, foi aprovado que o Senai pro-ceda com o projeto ou seja, que crie alguns modelos para se possível, serem apresentados na Assembleia Nacional em São Luís (não aconte-ceu) ou no Jamboree Nacional em julho no RJ.Para São Luís a Professora não ga-

rantiu mas para o RJ não haverá problema.Já nesta próxima etapa deve ter o Manual que muito provavelmente vai sofrer alterações.

Definiu-se também que as atuais vestimentas de Mo-dalidades vão continuar podendo ser usadas.

10/05/2012Já é oficial: teremos

um novo traje.É o que afirma o Conselho Nacional de Administração (CAN) em sua última ata (nr.68), que pode ser lida na íntegra no site da U.E.B. – “Escoteiros do Brasil”.

O estudo para a substituição do traje, realizado pelo SENAI-Modas SP, foi apresentado ao CAN, que apro-vou, por unanimidade, a proposta deste novo vestu-ário.Além da ata do CAN, recomendo a leitura deste arti-go, que é um resumo do que se decidiu para este traje, mesmo sendo publicado dias antes da veiculação da ata.

Algumas das características da nova vestimenta e todo o enredo que envolveu a decisão, vocês podem conferir abaixo. Assembleia x Traje.Ao lerem a ata acima, vocês devem ter notado que a

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reunião do CAN aconteceu nos dias 10 e 11 de março – um mês e meio antes da Assembleia Nacional reali-zada em São Luís do Maranhão, nos dias 27, 28 e 29 de abril.

Sabendo que a Assembleia Nacional é a manifestação democrática de uma instituição, onde os assuntos são colocados em pauta, votados e decididos, não houve qualquer apresentação da proposta deste “novo ves-tuário” para a ocasião, na qual os assistentes pudes-sem colaborar com o assunto ou ao menos conhecer o que os espera.

A apresentação está prevista para o Jamboree Nacio-nal.

Diferenciação.Votou-se e se elogiou a decisão de diferenciar os tra-jes entre adultos e jovens.Recorro ao artifício, digamos, piegas no escotismo, ao evocar uma das frases de B.-P., tratando justamente do uniforme.

“Pessoalmente eu visto o uniforme até mesmo se só ti-ver uma patrulha para inspecionar, porque tenho cer-teza que isto eleva o moral dos jovens. Eleva a estima deles pelo uniforme quando vêem que não é descabido um homem crescido usá-lo; eleva a moral deles quando sentirem que são levados a sério por homens que tam-bém acham importante estar na mesma fraternidade com eles.”B.-P.‘s Outlook – Agosto de 1913.

Resumindo a premissa de Ba-den-Powell, trata-se do exem-plo, tão válido hoje quanto à época, e que tanto é pedido ao adulto escotista, mas que neste quesito, no uniforme, não poderemos dá-lo, já que se apostou pela diferenciação da vestimenta entre jovens e adultos.

Com esta diferenciação, entendo que nossa litera-tura também deverá sofrer revisões – a começar pelos livros de Floriano de Paula, Benjamin Sodré, Roland Philipps e uma que outra obra de Baden-Powell, que dizem, por uma questão de exemplo até, que o “Chefe” deve usar o mesmo uniforme que a tropa.

Justificativa, menos no planejamento estratégico.

Uma das justificativas para a mudança do traje seria a de seguir a tendência de países como Canadá, Inglaterra e Es-tados Unidos (atenção a este último).

Cabe lembrar, contudo, que nestes países, todo o processo de atualização do vestuário foi feito de forma transparente (inclusive com a organização

de um show por parte dos canadenses), contando com a participação dos associados e lhes infor-mando de todas as decisões. A última notícia que se teve neste aspecto foi a inclusão do traje muçul-mano nas fileiras inglesas.

Em nosso país, ao contrário, este novo traje talvez pegue mais de um escoteiro ou escotista de surpre-sa, como podemos ver nas redes sociais onde o as-sunto da vez é “novo traje”.O agravante da situação, ademais, passa pela ausên-cia deste “projeto” no Planejamento Estratégico, ou seja, a inclusão desta nova vestimenta sequer esta-va prevista, como pode ser visto neste link.

Cores e cortes.A ata do CAN apenas faz menção às cores. Porém, o que vem se falando em listas de discussão e cursos de formação é que o novo traje será semelhante ao

da BSA – Boy Scouts of America (imagem ao lado), trocando as cores (no Brasil, teríamos a camisa verde e calça cáqui).Nada contra e, além disso, é mesmo bonito, desde que se deixe a passadeira para os distintivos de pa-trulha e os cordões, e o tecido seja confortável e seguro; e que, finalmente, tenhamos um uniforme com corte feminino (este último já confirmado).

Jogatina!Vocês, assim como eu, devem ter recebido alguns convites para participarem da elaboração do novo P.O.R. Caso não saibam do que se trata, recomendo ler este artigo.

Mesmo não havendo um pronunciamento a respei-to, entende-se que a atualização do P.O.R. já deverá conter os novos padrões de vestimenta. Espera-se que este novo traje possa ser apresentado antes da conclusão do recebimento de opiniões para o P.O.R. (que foi prorrogado até agosto).

Estudos feitos lá, menos aqui.O estudo que o Senai realizou para a inclusão deste novo traje é regido pelos seguintes números:

a) Pesquisa oculta (visita a Grupos Escoteiros de São Paulo, realizada por técnicos do SENAI);b) pesquisa consultando os escoteiros (abran-gência da pesquisa foi de 4.300 entrevistados(as) escoteiros(as) no território nacional); o estudo de benchmarking realizado com as associações nacio-nais de outros países (estudados 22 países).

Imagino que este estudo, por um dever de trans-parência, será postado no site institucional para a ocasião do lançamento ou mesmo antes.Vale lembrar que o Brasil, por sua proporção con-tinental, tem diferentes realidades e climas, o que poderia invalidar o estudo in situ realizado somen-te em São Paulo e a realidade social e climática deste estado como base para a inclusão desta nova vestimenta.

Falou-se que estes 4300 entrevistados teriam res-pondido a um formulário no passado Joti. Esta in-formação não é oficial e se espera que o estudo, como dito acima, seja veiculado aos associados.

Bye bye costureiras ou cooperativas.O novo traje terá uma etiqueta e poderá ser adqui-

rido somente em uma loja escoteira (não se sabe se somente na nacional ou, também, na regional). Inclusive, na ata do CAN se fala sobre os problemas de logística que vem enfrentando a instituição no que se refere à distribuição de uniformes, e que es-tariam “realizando investimentos para melhorar” – não diz quais.

Ainda é cedo para falar em preços, mas espera-se que o novo traje siga a justificativa do anterior, que foi implantado “por ser mais barato que o uniforme cáqui”.

Os tradicionais não precisam se preocupar.O uniforme das modalidades será mantido e, se-gundo se lê, se incentivará seu uso.

Conclusão.Acreditando nas melhores intenções dos conse-lheiros para a inclusão deste novo traje, como se afirma em outro artigo, talvez essa não seja a me-lhor hora para, coloquemos assim, uma “aventura” como essa; ainda mais quando tudo indica que não se considerou o associado nesta decisão como de-veriam considerar.

Caso seja mesmo certo que o uniforme se aproxime ao usado na BSA, é realmente muito bonito. Que o façam verde, amarelo ou cáqui, pouca diferença faz, desde que a informação seja transparente e que os associados possam contribuir na decisão.

O azul mescla, lembremos, foi uma alternativa eco-nômica ao uniforme cáqui. Esperemos que este novo traje seja competitivo quanto ao seu valor, já que poderá ser, levando em consideração a etiqueta (um controle de qualidade), adquirido somente na Loja Escoteira, sem opção para organizar alguma cooperativa ou recorrer às costureiras locais para sua confecção.

Os Guardiões dos Objetivos, um novo encargo cria-do e que pode ser visto na ata do CAN, terão muito trabalho.

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27/07/2012Imagens do novo traje

escoteiro.Esperava-se que a apresentação do novo traje fosse feita no Jamboree 2012, o que não ocorreu.Se você deseja saber mais sobre este assunto, que tem invadido redes sociais, listas de discussão e si-tes não oficiais, clique aqui.As imagens abaixo, que circularam entre alguns es-cotistas, correspondem à coordenação de cores* e cortes para o novo traje feminino. O masculino terá o mesmo padrão, com o corte diferente.Vale lembrar que os adultos usarão um traje di-ferente; que os uniformes das modalidades serão mantidos e que este novo traje substituirá o atu-al azul mescla. Todos estes pontos tratados aqui e aqui.

As imagens:

*Dentre as cores apresentadas, a informação que nos traz um leitor é que a escolhida é a azul para todos os ramos.

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sociados contra associados, poderia ser evitado se o assunto “traje” tivesse sido administrado às claras junto à comunidade escoteira desde 2010 (ano em que a proposta de atualização foi concebida).

Com a divulgação dos preços, espera-se um manual sobre o uso deste novo traje, a exemplo do que se fez com a nova marca.Ainda não foi confirmada ou negada a informação de que novo traje só poderá ser adquirido em uma loja escoteira, o que eliminaria o barateamento praticado por alguns grupos escoteiros quando recorriam às costureiras locais para a confecção do traje.

04/07/2013

A UEB – “Escoteiros do Brasil” veiculou os valores para sua nova proposta de vestuário, que veio para substituir o atual traje azul-mescla. Ao contrário do que afirmou em seu perfil na rede social Facebook, a associação disponibilizou os valores com dois meses de atraso, acompanhados de uma nota explicativa as-sinada pelo diretor-presidente.

Vejam a tabela e confiram as configurações e os valo-res para esta vestimenta:

Onde tudo começou.A inclusão do novo vestuário escoteiro na UEB – “Es-coteiros do Brasil” veio de supetão, numa decisão to-mada em uma reunião do CAN (REU 68) com o apoio da ENIC (Equipe Nacional de Imagem e Comunica-ção) e com a aprovação da DEN (Diretoria Executiva Nacional).

Ciente da iminente mudança desde 2010, a direção se absteve de apresentar o novo traje na assembleia na-cional de 2012, ficando os detalhes restritos aos diri-gentes e às comissões que administravam o assunto.

Nesse meio tempo, as notícias dessa atualização va-zam e a comunidade escoteira é tomada em fúria, for-çando uma nota explicativa por parte da DEN, a qual se utilizou de malabarismos retóricos e acabou por gerar ainda mais dúvidas. O secretismo no assunto continuava a incomodar e tendia a piorar.

O novo traje, por sua vez, só é apresentado (e não vo-tado) na assembleia nacional de 2013 para ao redor de 100 delegados. Os representantes da ENIC, conse-lheiros e dirigentes da associação aproveitam-se do fato e alegam que a “aceitação foi unânime”. Em com-pensação, as redes sociais, blogs, sites e os próprios associados que acompanhavam os efeitos de pirotec-nia na apresentação online mostravam justamente o contrário. A uma parcela que não apoiava o desenho, unia-se uma ainda maior que não acatava a falta de transparência em relação à concepção do novo vestu-ário e, sobretudo, a falta de participação dos associa-dos em um assunto que, além de despertar paixões, mexe no bolso de cada um deles.

Receosa de alguma reação maior, a associação força o discurso e escuda-se no jovem e na necessidade de modernização: “fizemos isso pensando nos jovens; os tempos são outros”, diziam. Foi pega, entretanto, no próprio argumento, já que se viu incapaz de veicular qualquer pesquisa feita em direção aos jovens, tam-pouco aos adultos (menosprezados, nesse caso, como se não tivessem que usar o traje ou comprá-lo para

28/09/2012Novo vestuário

ganhará “perguntas e respostas”.

A ciranda organizada nas redes sociais ao redor do novo traje parece ter surtido efeito.Na última reunião do CAN, nos dias 25 e 26 de agos-to, foi acordado entre os conselheiros a veiculação de uma nota explicativa, na forma de “perguntas e res-postas”, sobre a inclusão desta nova vestimenta.

A ata de número 70 (que pode ser lida neste link) re-ferente a esta reunião, também diz que foi incluído um item no Planejamento Estratégico prevendo a im-plantação do novo vestuário.

23/10/2012UEB lança nota de

esclarecimento sobre o novo traje.

A informação, sob o título “Nota de Esclarecimento sobre Nova Concepção de Vestuário”, pode ser lida nas páginas 10 e 11.

27/04/2013UEB lança página para

a nova vestimenta*.A UEB – “Escoteiros do Brasil” criou uma fanpage na rede social Facebook para tratar de sua mais nova fa-çanha: o novo traje escoteiro.

O lançamento deste, que será o substituto do azul-mescla, ocorre hoje, 27 de abril de 2013, a partir da 14h30, na Assembleia Nacional.

Para acompanhar as informações desta nova vesti-

menta, acesse:http://www.facebook.com/equipandoparaaventura

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Segundo a página deste novo vestuário idealiza-do pela associação, são 21 modelos de vestimentas para jovens e adultos, sendo que os ramos menores e maiores usarão, todos, o traje azul; já os escotistas e dirigentes usarão o verde.Os preços serão veiculados na semana que vem. Os grupos escoteiros terão 2 anos para trocar o atual “azul-mescla” por este novo traje.Mesmo a informação não sendo clara nesse sentido, vale lembrar que esta mudança afeta a vida e o orça-mento das unidades escoteiras locais. A inclusão des-te traje não deve ser encarada somente como um pas-so à modernização, fazendo-nos cegos e mudos em decorrência do trabalho propagandístico realizado até o momento; mas como uma decisão que mexe no bolso dos associados e, principalmente, levanta a ne-cessidade de se atualizar a própria maneira de gerir a associação, quando esta parece construir barreiras para que membros do movimento escoteiro (jovens e adultos) participem em decisões que afetam direta-mente todo um planejamento de um grupo escoteiro e, sobretudo, seus bolsos.

Se a questão girasse somente ao redor do desenho deste novo modelo, não se pode negar que, se com-parado ao azul-mescla, a nova proposta é uma opção interessante. Ainda assim, há outros setores da asso-ciação que deveriam ser modernizados antes mesmo de uma peça de roupa. Muito deste desgaste que te-mos visto em redes sociais, por vezes colocando as-

Nova vestimenta – perguntas e respostas

Novo vestuário escoteiro – preços e

crônica.

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seus filhos). Ainda sobre a necessidade de moderni-zação, recorreu ao relatório de Jean Cassaigneau e aos cases de outros países. Falhou. Jean Cassaigne-au, que redigiu um documento de 70 páginas apon-tando erros e acertos da associação, dedica apenas uma página à mudança de imagem, sendo incisivo em questões de falta de transparência e falta de consulta às bases em decisões diretivas. Os cases em outros países, verídicos e de sucesso, tiveram a participação dos associados nas respectivas associações. No Bra-sil, passamos longe disso.

Dirigentes e comissionados colocaram-se a postos e, como de um último fôlego se tratasse, dispararam: “foram eleitos para tomar decisões e podem fazer o que quiserem” – referindo-se à decisão de incluir um novo vestuário sem uma sondagem entre associados. De fato, podem. No entanto, a atual situação política brasileira nos mostra que, mais dias ou menos dias, o eleitorado se cansa daqueles que não representam a vontade do coletivo; muito mais quando percebem, os associados, que são os que dão vida à associação e não o contrário. No escotismo, onde presumimos de formadores de cidadãos, podemos sofrer do mesmo cansaço e sentir o mesmo afã por atualizações e rei-vindicações.

Entre mudanças de traje, infinitas mudanças no siste-ma de especialidades, inclusão de um novo programa e a sensação de não fazer parte de uma associação, a UEB – “Escoteiros do Brasil” insiste em pisar em um campo minado que pode resultar em uma debandada (como em 1993) ou em um despertar reivindicativo, colocando a entidade em maus lençóis.

Finalmente, a UEB – “Escoteiros do Brasil” veicula os preços do novo vestuário numa alegoria de peças pu-blicitárias. Resoluções sobre vendas e usos do traje são deixadas para mais tarde.

A situação atual.O novo vestuário é, de fato, bonito. Mistura a moder-nidade do corte com requintes vintage que nos reme-tem aos uniformes dos anos 80. O Senai, responsável pelo desenhos das peças, fez um trabalho impecável.

Porém, seria um atentado à inteligência do leitor se este artigo se restringisse a essa missiva para justi-ficar a inclusão desse traje, o qual, à margem de mo-dernidades, foi inserido no movimento por capricho, sem justificativa tragável, tal qual a nova identidade visual.

A produção em escala e a isenção do ICMS concedida à associação não foram suficientes para diminuir o preço do novo vestuário, ficando os valores iguais ou maiores que os praticados no mercado esportivo.

O uniforme da modalidade básica, o cáqui, volta com força como a alternativa mais barata atualmente. Os que, à época, optaram pelo traje azul-mescla, possuem duas saídas: retornam ao cáqui e recorrem às costurei-ras para baratear a seu custo (na casa dos 80 reais) ou migram para o novo vestuário pagando os valores men-cionados na tabela – ainda não se sabe se o novo vestuá-rio poderá ser confeccionado individualmente por cos-tureiras locais, o que seria ao menos um ponto a favor desta modernização.

Também há, admitamos, os que migrarão do cáqui ao novo vestuário. São grupos, entendo, que possuem uma boa base financeira (e se lhes congratula pelo fato) para realizar a tarefa, mas que não representam a realidade do escotismo brasileiro, onde a duras penas se conse-gue participar de todo um calendário de atividades em nível local e nacional.

Os grupos ditos “carentes”, que usam a camisa com mo-tivo escoteiro como opção de uniformidade, permane-cem como estão: e é aqui onde este novo vestuário inco-moda. Sendo um movimento inclusivo, esperava-se que os valores deste traje finalmente pudessem contemplar a todos, inclusive os “carentes”. Não foi assim.

Em se tratando de modernização, acabamos sendo re-trógrados e demos toda uma volta para acabar retor-nando a um panorama similar ao dos anos 90, quando o traje azul-mescla foi incluído no movimento escoteiro “para baratear custos” em relação ao uniforme cáqui. Com a inclusão do novo vestuário (160 reais) e a elimi-nação do traje azul (40 reais), o argumento de “barate-ar” cai por terra. Espera-se que a associação não sofra a mesma sorte de 1993, quando inventou um traje azul-mescla e sofreu a maior queda de efetivo da história do movimento brasileiro, na ordem de 20.000 (ver gráfico na página 14).

Portanto, essa tentativa de dar “cara nova” à associação através de uma roupa foi ofuscada pela falta de trans-parência e, agora, pelo preço. A “cara nova” tornou-se exclusivista e a ânsia de modernidade fez-se inócua. O cáqui, tão criticado e deixado às traças (a própria litera-tura da associação não faz esforço algum para mostrá-lo) acabou por revigorar-se com a ajuda (que ironia) do novo vestuário.

A oportunidade perdida.A oportunidade de ouvir adultos e jovens em relação à inclusão deste novo vestuário foi perdida. Aquém de lamentar-se pelo fato, espera-se que aprendamos com o erro. Escotistas e dirigentes, com o discurso pra lá de decorado, afirmam que perguntarão aos jovens de suas unidades locais se querem ou não a mudança. Muito bem, perguntem. Os ramos “Lobinho”, “Escoteiro”, pas-sando por boa parte dos ramos maiores são sustentados pelos pais dessas crianças. Por isso, não se esqueçam de “perguntar aos pais do jovem”, que são os verdadeiros patrocinadores desta tentativa de modernização. A ta-

refa de encarar os pais com a notícia de um novo traje e seu preço fica, mais uma vez, a cargo do chefe de tropa.

Enxuguemos.A inclusão de uma peça de roupa nunca se mostrou, a longo prazo, como uma alternativa para alavancar o efe-tivo do escotismo brasileiro ou sua representatividade junto à sociedade; e menos ainda quando não é condu-zida às claras. O caso de 1993 é prova disso. A própria WOSM jamais respondeu a uma crise com a proposta de um novo vestuário, mas aplicou, por exemplo, a fórmula das “federações” para aliviar conflitos entre associações e apostou em demissões (o caso Missoni ou “Conspira-ção de Pattaya“) para o interesse da associação.

Talvez o novo vestuário seja o estopim de algo que já deveria ter sido enfrentado de frente: a maneira de gerir a associação. São demasiadas comissões, demasiadas nomeações para um trabalho que tem se mostrado defi-ciente. As comissões e os comissários, longe de trabalha-rem junto aos associados, distanciam-se deles e acabam por distanciar toda a associação – o caso “novo vestuá-rio” nos ilustra isso. Omitem a transparência, invertem o ônus da responsabilidade em prestar informação.

Há uma tímida troca geracional na associação, quando deveria ser completa. Não é difícil nos depararmos com dirigentes que praticam triplicidade de funções há anos ou décadas, revezando-se em cadeiras diretivas.

Passa-se pelos ramos maiores e menores e a equipe de formadores continua a mesma. Isso cria vícios e, num movimento de voluntários, não é salutar.

Entendo que, como passamos as duas últimas décadas atualizando-nos em direção ao jovem, é hora que co-mecemos a flertar com a modernização interna, com um câmbio na política dos adultos. Neste quesito, há a necessidade de se “enxugar a máquina”, eliminan-do maior parte das comissões que, se me permitem, para pouco servem se não prestam contas do que fa-zem e não se aproximam aos associados. Seria hora de se pensar em votação direta, de um orçamento participativo, de uma política para cooptação de vo-luntariado (inexistente desde sempre); de baratear a prática do escotismo, de um portal de transparência e de uma revitalização nos cursos de formação. Em suma, de facilitar a prática do escotismo a jovens e adultos, e não torná-la exclusivista.

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