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7 INTRODUÇÃO O tema central deste trabalho é o sistema de produção just in time ou JIT. Ao falarmos de just in time surge de imediato a idéia de produção sem estoque, inventários ao nível de zero, produção “magra” e sistema de produção japonês. É que esta técnica, se assim a podemos chamar, é uma das características mais visíveis de muitas das empresas do Japão, cada vez mais disseminada pelo tecido empresarial mundial. O presente trabalho tem como principal objetivo encontrar o ponto de equilíbrio da empresa atendendo a demanda com o mínimo de matéria-prima e mão-de-obra agregada e respeitando os prazos estabelecidos. Porem como ser competitivo no mercado, se uma das principais limitações do Just in Time está ligada a própria flexibilidade de faixa do sistema produtivo, no que tange a variedade de produtos oferecidos e as variações de demanda de curto prazo. Isso de certa forma provoca limitações no mix. No seio de um ambiente competitivo de algo modo turbulento, as empresas mais do que nunca precisam definir uma estratégia que especifique o tipo de vantagem competitiva que devem seguir no seu setor, e como a pretendem alcançar. O sistema just in time foi um tema bastante abordado nos anos setenta/oitenta, altura em que todo o mundo se voltava com curiosidade para a forma produtiva das empresas japonesas. Muitos se interrogavam se tal adviria da cultura própria deste país, mas a aplicação desta técnica em outros países, provou que a base se encontra na organização em si. Muitos artigos e livros foram escritos acerca do JIT e dos seus vários elementos. Atualmente é dada mais atenção não ao sistema em si, mas às suas condições de aplicabilidade e às suas reais vantagens/proveitos. Existem vários motivos que levam a que a aprendizagem e compreensão deste tema seja de grande importância. Com vista ao desenvolvimento de alguns processos e

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INTRODUÇÃO

O tema central deste trabalho é o sistema de produção just in time ou JIT. Ao

falarmos de just in time surge de imediato a idéia de produção sem estoque, inventários

ao nível de zero, produção “magra” e sistema de produção japonês. É que esta técnica,

se assim a podemos chamar, é uma das características mais visíveis de muitas das

empresas do Japão, cada vez mais disseminada pelo tecido empresarial mundial.

O presente trabalho tem como principal objetivo encontrar o ponto de equilíbrio

da empresa atendendo a demanda com o mínimo de matéria-prima e mão-de-obra

agregada e respeitando os prazos estabelecidos.

Porem como ser competitivo no mercado, se uma das principais limitações do

Just in Time está ligada a própria flexibilidade de faixa do sistema produtivo, no que

tange a variedade de produtos oferecidos e as variações de demanda de curto prazo.

Isso de certa forma provoca limitações no mix.

No seio de um ambiente competitivo de algo modo turbulento, as empresas mais

do que nunca precisam definir uma estratégia que especifique o tipo de vantagem

competitiva que devem seguir no seu setor, e como a pretendem alcançar.

O sistema just in time foi um tema bastante abordado nos anos setenta/oitenta,

altura em que todo o mundo se voltava com curiosidade para a forma produtiva das

empresas japonesas. Muitos se interrogavam se tal adviria da cultura própria deste

país, mas a aplicação desta técnica em outros países, provou que a base se encontra

na organização em si. Muitos artigos e livros foram escritos acerca do JIT e dos seus

vários elementos. Atualmente é dada mais atenção não ao sistema em si, mas às suas

condições de aplicabilidade e às suas reais vantagens/proveitos.

Existem vários motivos que levam a que a aprendizagem e compreensão deste

tema seja de grande importância. Com vista ao desenvolvimento de alguns processos e

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conceitos inerentes a este sistema, subdividiu-se o trabalho em três partes, uma

primeira parte teórica e uma segunda parte de índole prática.

Na primeira parte apresenta-se uma breve resenha histórica do just in time, após

o que são desenvolvidos alguns princípios gerais sobre os quais o sistema assenta:

conceitos gerais, seus elementos críticos.

Na segunda parte apresenta-se os objetivos e vantagens que o just in time traz

para as empresas, como: Eliminação de estoques, redução de tempos envolvidos nos

processos, redução de custos e das bases de fornecedores e melhoria continua.

Na terceira parte apresenta-se como implantar o just in time na empresa,

mostrando a importância da mudança de cultura tanto da própria empresa como dos

funcionários, de modo que o sistema funcione.

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CAPITULO I

1. JUST IN TIME

A utilização de Just in Time visa atender a real demanda instantaneamente, com

qualidade e sem desperdícios. Ela possibilita a produção eficaz em termo de custo,

assim como o fornecimento da quantidade necessária do produto, no momento e em

locais corretos, utilizando o mínimo de recursos.

Just in Time é uma derivação do sistema japonês “Kanban”. Os cartões Kanban

de processo de produção especificam quanto será feito (a quantidade de

reabastecimento) e quando será necessário (o momento da necessidade do

reabastecimento). Os cartões Kanban de requisição especificam quanto será

retirado do estoque do fornecedor

1.1 CONCEITO JUST IN TIME

O sistema Just in Time (JIT) foca na coordenação de produção com demanda

especifica, produzindo em cada estagio somente os itens necessários, nas quantidades

necessárias e no momento necessário.

Contudo, o JIT é muito mais do que uma técnica ou um conjunto de técnicas de

administração da produção, sendo considerado com uma completa filosofia, a qual

inclui aspectos de administração de materiais, gestão da qualidade, arranjo físico,

projeto do produto, organização do trabalho e gestão de recursos humanos.

O sistema JIT apresenta diversas diferenças de abordagem em relação aos

sistemas tradicionais de produção. Talvez a principal seja, sua característica de "puxar"

a produção ao longo do processo, de acordo com a demanda. Neste sistema, o material

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somente é processado em uma operação se ele é requerido pela operação

subseqüente do processo. Os sistemas tradicionais são sistemas que "empurram" a

produção, desde a compra de matérias primas e componentes até os estoques de

produtos acabados. Neste caso, as operações são disparadas pela disponibilidade de

material a processar. Uma vez completada a primeira operação, o lote é "empurrado"

para a operação seguinte, esperando sua vez de encabeçar a fila de lotes a serem

processadas, de acordo com seu nível de prioridade.

Outra característica importante do sistema JIT é a de ser um sistema ativo,

enquanto os sistemas tradicionais são sistemas passivos. Na abordagem tradicional, os

sistemas de administração da produção assumem como dada uma serie de

características do processo produtivo como, por exemplo, níveis de refugo, tempos de

preparação de equipamentos, freqüência de quebra de maquinas, entre outros. Dadas

estas características, os Sistemas da Administração de Produção tradicionais procuram

minimizar os custos envolvidos no processo. Consequentemente surgem ordem de

produção maiores, em função do índice esperado de peças defeituosas, sugerem a

produção de lotes capazes de "ratear" os custos de preparação por uma quantidade

maior de itens processados e sugerem excesso de capacidade para dar conta das

paradas de maquinas por problema de manutenção. O sistema JIT, por outro lado,

incentiva o questionamento e a melhoria daquela característica do processo que os

sistemas tradicionais assumiam como dadas. Desse modo, os problemas do processo

não são aceitas passivamente. Ao contrario, a eliminação destes problemas, que são

encobertos pelos estoques gerados, constitui um beneficio e um pressuposto para a

utilização do sistema JIT. O objetivo da redução dos estoques presentes na filosofia JIT,

é atingido pela eliminação das causas geradoras das necessidades de se manterem os

estoques.

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1.1.2 Controle de estoques

Pode-se dizer que os estoques são mantidos por duas causas principais. A

primeira refere-se á eventual dificuldade de coordenação entre a demanda de um item

e o seu processo de obtenção, ou seja, ainda que se possa determinar o momento em

que a certa quantidade deste item será necessária, pode-se difícil determinar com

precisão o momento e quantidade de sua produção. Esta dificuldade pode ser causada

pelo grande numero de produtos diferentes as serem produzidos ou mesmo da

quantidade de componentes e submontagens destes produtos. A segunda razão para a

manutenção de estoques é a presença de incertezas. Estas incertezas podem ser

associadas a demanda dos itens a serem fabricados, em termos de quantidade e datas,

ao processo de obtenção, compra ou produção, destes itens. As incertezas em relação

a obtenção podem referir-se a qualidade dos itens produzidos ou comprados,

resultando numa quantidade incerta de itens aproveitáveis, e também, a momento em

que os itens estarão disponíveis, em função das incertezas com a disponibilidade dos

equipamentos, com os tempos de espera em filas e com as datas de entrega dos

suprimentos.

A visão tradicional é de que os produtos devem ser mantidos em estoque por

diversas razões. Seja para acomodar variação nas demandas, seja para produzir lotes

econômicos em valores substancialmente superiores aos necessários, seja pára não

perder vendas. No entanto, essa visão acarreta para as empresas:

• Custos mais altos de manutenção de estoques

• Falta de tempo na resposta ao mercado

• Risco do inventario tornar-se obsoleto

O controle de estoque exerce influencia muito grande na rentabilidade. Os

estoques absorvem capital que poderia estar sendo investido de outras maneiras,

desviam fundos de outros usos potenciais e tem o mesmo custo de capital de qualquer

outro projeto de investimento da empresa. Aumentar a rotatividade do estoque libera o

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ativo e economiza o custo de manutenção do inventario.

Os custos associados aos estoques podem ser divididos em três categorias:

• Custo de pedir. Incluem os custos fixos administrativos associados aos

processos de aquisição de quantidades requeridas para reposição do estoque

– custo de preencher pedido de compra, processar os serviços burocrático,

na contabilidade e no almoxarifado, e de receber o pedido e verificação

contra a nota e a quantidade física. Os custos de pedir são definidos em

termos monetários por pedido.

• Custo de manter estoque. Estão associados a todos os custos necessário

para manter certa quantidade de mercadorias por um período. São

geralmente definidos em termos monetários por unidade, por período. Os

custos de manter incluem componentes como custo de armazenagem, custo

de seguro, custo deterioração e obsolescência e custo de oportunidade de

empregar dinheiro em estoque (que poderia ser empregado em outros

investimentos de igual risco fora da empresa).

• Custo total. É definido como a soma dos custos de pedir e de manter

estoques. Os custos totais são importantes no modelo do lote econômico,

pois o objetivo deste é determinar a quantidade do pedido que os minimiza.

O objetivo de custo é estabelecer os níveis de estoque e sua localização, é

apenas uma parte do problema de controle de estoque. Considerando este objetivo

mais amplo, uma questão critica é balancear os custos de manter e de pedir, por que

estes custos têm comportamentos conflitantes. Quanto maiores as quantidades

estocadas, maiores serão os custos de manutenção. Quanto maior for a quantidade do

pedido, maior será o estoque médio e mais alto será o custo de mantê-lo. No entanto,

se maiores quantidades forem solicitadas, menos pedidos serão feitos e, por

conseqüência, menores custos de pedir serão incorridos. A função do custo total mostra

o formato da letra U, o que significa que existe um valor mínimo para esta curva, que ao

ponto em que os somatórios dos custos de manter de pedir é mais baixos. O objetivo é

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encontrar um plano de suprimento que minimize o custo total.

Já os objetivos de nível de serviço, encontram a dificuldade em estimar custo de

faltas levam aos estabelecimentos de um objetivo ligeiramente diferente para o controle

de estoque. Ao fixar a disponibilidade conforme a política de que, por exemplo, “98%

dos pedidos de um item qualquer devem ser atendidos em 48 horas”, devem ajustar-se

os custos de manter e de pedir de modo que sua soma seja minimizada. Repare que,

ao fixar-se a disponibilidade-alvo, os custos de falta de estoque são considerados

indiretamente. Deve-se ter grande cutela para fixar o nível de serviço de estoque desta

forma. Aumentar a disponibilidade em apenas alguns pontos percentuais, por causa de

pressões da aérea de vendas, tem o efeito dramático do capital investido em estoque.

Uma vez que o nível de estoque cresce explosivamente com disponibilidades elevadas,

o nível de serviços utilizado, na maioria das vezes é menor que 100%. Deve-se obter o

maior equilíbrio possível entre a produção e o custo total de estoque, de um lado, e o

nível de serviços prestados aos clientes, de outro lado.

Um dos sistemas de “empurrar” estoques mais simples e comum é o método de

estoque por demanda. A idéia básica é manter os níveis de estoques proporcionais a

sua demanda e baseia-se nos seguintes pontos:

• Verificação da duração do tempo de ressuprimento para o item considerado

• Previsão da demanda do item em determinado período

• Determinação do período de segurança a considerar pela incerteza na

previsão da demanda e o tempo de ressuprimento, necessário para compor o

estoque de segurança.

Imaginemos que a duração do tempo de ressuprimento para um item seja de

duas semanas. A seguir, deve-se fazer uma previsão da demanda desse item para

cada quatro semanas. Como as previsões de demanda e do tempo de ressuprimento

tem incerteza, uma semana extra de demanda é adicionada para servir como estoque

de segurança.

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Como se pode perceber os estoques estarão em proporção direta a um nível de

demanda. Isto pode não ser conveniente com demandas sazonais. Além disso, a forma

com que o tempo de ressuprimento e a incerteza de previsão foram estimados não é

precisa.

1.1.3 Controle de qualidade

O controle de qualidade total é um novo modelo gerencial centrado no controle do

processo, tendo como meta a satisfação das necessidades das pessoas. O controle da

qualidade, no contexto do Controle da Qualidade Total (TQC) é exercer o “controle”

sobre as dimensões da qualidade. O objetivo mais importante deste “controle” é garantir

a qualidade do “seu produto” (seja ela qual for) para seu cliente externo ou interno. É

deste objetivo que provem o famoso conceito “O próximo processo é o seu cliente”

A pratica consciente do “controle de qualidade” por todas as pessoas da

empresa, assumindo a responsabilidade (fins) sobre os resultados do “seu processo” e

a autoridade (meios) sobre seu processo (conhecido quando da definição de sua

função), é a base do gerenciamento participativo e o pilar de sustentação do Controle

de Qualidade Total. Não se pode conceber e nem se pode imaginar Garantia da

Qualidade (GQ) no estilo japonês sem que haja a participação dedicada e metódica de

todos os setores e pessoas da empresa praticando o controle da qualidade. A

participação das pessoas não é conseguida por exortação, mas por educação e

treinamento na prática do controle da qualidade.

O controle da qualidade é abordado com três objetivos:

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a. Planejar a qualidade desejada pelos clientes; isto implica num esforço de

localizar o cliente, saber de suas necessidades (muitas vezes eles não as

conhece e você deve colocar-se em seu lugar), traduzir estas necessidades

em características mensuráveis, de tal forma que seja possível gerenciar o

processo de atingi-las;

b. Manter a qualidade desejada pelo cliente, cumprindo padrões e atuando na

causa dos desvios. O processo para manter a qualidade desejada pelo

cliente. Neste caso o “controle” (PDCA) é exercido para manter os resultados.

c. Melhorar a qualidade desejado pelo cliente, neste caso é preciso localizar os

“resultados indesejáveis” (problemas) e utilizar o “método de solução de

problemas”

A forma ideal do Controle de Qualidade Total será atingida quando a Rotina for

gerenciada a nível individual por todas as pessoas da empresa. Do presidente ao

operador, todos devem gerenciar a Rotina de seu próprio processo. O “processo” de

cada um é definido pela “ definição da função”. Esta “definição a função” deve delimitar

a área de autoridade (meios, causas, processo) e a área de responsabilidade (fins,

resultados).

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1.2 CONTEXTO HISTÓRICO DO JUST IN TIME

O JIT nasceu no Japão no inicio da década de 50 e muitos fatores que

contribuíram para a criação deste método. estão as adversidades enfeitadas por este

país na época. O país recentemente, havia saído de uma guerra, além de possuir

poucos recursos por sua geografia acidentada e montanhosa. Ainda possuía o

agravante de ser um arquipélago, dificultando muito a logística e o transporte dos

recursos a serem transportados.

JIT (livre tradução: "em cima da hora") é o principio, re-introduzido na gestão

empresarial pelos japoneses (já havia sido utilizado no principio do século XX por Henry

Ford), que se caracteriza pela a administração eficiente dos recursos, com a

manutenção apenas de quantidades suficientes, sem nenhum excesso, tanto das

matérias primas ou insumos, quanto dos produtos acabados.

Este é o tipo e gestão da produção diminui os gastos com armazenagem, espaço

e pessoal. Exige, toda via, dinamismo na relação com fornecedores e clientes, além de

sistemas confiáveis de controle.

Mas foi na década de 70 que a Toyota Motor Company criou a idéia básica do

JIT e seu desenvolvimento, a qual buscava um sistema de administração que pudesse

coordenar a produção de veículos com o mínimo de atraso.

1.2.1 O desenvolvimento do Sistema Toyota de Produção

A Toyota Motor Corporation lutou na década de 1930, primeiramente produzindo

caminhões simples. Nos primeiros anos, a empresa produziu veículos de baixa

qualidade com tecnologia primitiva (por exemplo, moldar placas de carroceria sobre

toras de madeira) e não teve muito sucesso. Nos anos 30, os líderes da Toyota

visitaram a Ford e a GM para estudar suas linhas de montagem e leram atentamente o

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livro de Henry Ford, Today and Tomorrow(1926). Testaram o sistema te transporte, os

ferramentais de máquinas de precisão e a idéia da economia de escala na fabricação

de teares. Mesmo antes da segunda guerra mundial, a Toyota percebera que o

mercado japonês era muito reduzido e que a demanda era muito fragmentada para

suportar os grandes volumes de produção nos Estados Unidos (uma linha de

montagem de automóveis neste país poderia produzir 9 mil unidades por mês,

enquanto a Toyota produziria somente cerca de 900 unidades mensais; a Ford era

aproximadamente dez vezes mais produtiva). Os administradores da Toyota sabiam

que, para sobreviver a longo prazo, teriam que adaptar a abordagem em produção em

massa ao mercado japonês. Mas como?

Agora vejamos a situação da Toyota após a segunda guerra mundial, 1950. Era

uma industria automotiva que começava a florescer. O país havia sido dizimado por

duas bombas atômicas, a maioria das fabricas havia sido destruídas a plataforma de

abastecimento era nula e os consumidores tinham pouco dinheiro. A tarefa consistia em

aperfeiçoar o professo de produção da Toyota de modo que se igualasse a produção

da Ford. Com base no paradigma da produção em massa da época, as economias de

escala devem ter imaginado que isso seria impossível para a pequena Toyota.

O sistema de produção em massa da Ford fora criado para produzir grandes

quantidades de um numero limitado de modelo. Essa é a razão pela qual todos os

modelos T originalmente eram pretos. Por outro lado, a Toyota precisava fabricar

pequenos volumes de modelos diferentes usando a mesma linha de montagem, pois a

demanda do consumidores de seu mercado de automóveis era muito baixo, para

sustentar linhas de montagem dedicadas a um so veículos. A Ford possuía tonelada de

dinheiro e um grande mercado domestico e internacional. A Toyota não tinha dinheiro e

operava em um país pequeno. Com poucos recursos e pouco capital, a Toyota

precisava girar rapidamente o dinheiro (desde o recebimento do pedido até o

pagamento do produto). A Ford tinha um sistema completo de fornecimento. A Toyota

não podia se dar ao luxo de proteger-se sobre o grande volume e as economias de

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escala proporcionado pelo sistema de produção de massa da Ford. Precisava adaptar-

se ao processo de produção da Ford para atingir simultaneamente alta qualidade, baixo

custo, menor lead time e flexibilidade.

1.2.2 A criação do sistema de produção que mudou o mundo

Na década de 1950, deu inicio a suas varias jornadas pelas poucas fabricas da

Toyota aplicando os princípios de autonomação e de fluxo unitário de peças. A pos

anos de década de pratica, propôs o sistema Toyota de produção.

Juntamente com as lições de Henry Ford, Sistema Total de Produção buscou

varias idéias nos Estados Unidos. Uma idéia muito importante foi o conceito do

“sistema de puxar”, inspirado nos supermercados americanos. Em qualquer

supermercado bem administrado, itens individuais são recolocados assim que cada um

deles começa a descascar na prateleira. Isto é, a recolocação do material é provocado

pelo consumo, aplicando a uma fabrica, o conceito significa que o passo um e um

processo não deve produzir (reabastecer) peças antes que o próximo processo (passo

2) utilize todo o suprimento de peças do passo 1 (até chegar a um pequeno “estoque de

segurança”). No Sistema Total de Produção quando o passo 2 chega a esse estoque

de segurança, aciona-se um sinal para requisição de mais peças no passo.

Na produção em massa. Na Toyota, cada passo do processo de produção tem o

equivalente a um “medidor “(chamado Kanban) para indicar a volta ao processo anterior

quando o reabastecimento de peças é necessário. Isto cria o “puxar”, que continua a

acontecer para trás, no sentido do inicio do ciclo de produção. Por outro lado, a maioria

das empresas utilizam processos com muitas perdas, pois o trabalho no passo 1 é

desempenhado em grandes lotes antes de se tornar necessário no passo 2. O

resultado desse “estoque em processo” deve então ser armazenado, registrado e

mantido até que seja requisitado pelo passo 2 – uma perda de muitos recursos. Sem

esse sistema de puxar, o just in time (JIT), uns dos pilares do Sistema Total de

Produção (o outro é autonomação, a qualidade intrínseca) jamais teria evoluído.

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O JIT é um conjunto de princípios, ferramentas e técnicas que permitem que a

empresa produza e entregue produtos em pequenas quantidades, com lead time

curtos, para atender as necessidades especificas do cliente. Dito na forma mais simples

o JIT entrega os itens corretos na hora certa e na quantia exata. O poder do JIT é

permitir que você responda as mudanças diárias da mudanças, o que era precisamente

o que a Toyota precisava.

A Toyota também levou a serio os ensinamentos do pioneiro americano em

qualidade, W. Edwards Deming. Ele ensinou sobre a qualidade e a produtividade

americana em seminário no Japão e apontou que, em um sistema empresarial típico,

atender e exercer as exigências do cliente é a tarefa de cada individuo em uma

organização. Ele ampliou drasticamente a definição de “cliente”, incluindo os clientes

internos e externos.

Deming também incentivou os japoneses a adotarem uma abordagem

sistemática para solução de problemas, o que mais tarde ficou conhecido como ciclo

Deming ou ciclo PDCA, uma base para a melhoria contínua e tendo como objetivo

exercer o controle dos processos, podendo ser usados de forma continua para seu

gerenciamento em uma organização, por meio do estabelecimento de uma diretriz de

controle (planejamento de qualidade), do monitoramento do nível de controle a partir de

padrões da manutenção da diretriz atualizada, resguardando as necessidades do

público alvo.

20

Figura 1.1 Ciclos PDCA e circuito de controles

“A produtividade é aumentada pela melhoria da qualidade. Este fato é bem

conhecido por uma seleta minoria” W. E. DEMING”

O caminho do sucesso para obter melhorias continuas nos processos é o de

conjugar os dois tipos de gerenciamento: manutenção e melhorias.

Melhorar continuamente um processo significa melhorar continuamente seus

padrões (padrões de equipamento, padrões de materiais, padrões técnicos, padrões de

procedimento, padrões de produtos, etc). Cada melhoria corresponde ao

estabelecimento de um novo “nível de controle” (novo valor-meta para um item de

controle). Em outras palavras cada melhoria corresponde ao estabelecimento de uma

nova “diretriz de controle”.

A utilização do ciclo PDCA para melhorar as “diretrizes de controle” é a grande

responsabilidade de todas as chefias, desde o presidente até o nível de supervisor. Os

operadores utilizam o PDCA para melhorias quando das atividades dos Círculos de

Contorle da Qualidade (CCQ).

21

O termo japonês para melhoria continua é Kaizen, o processo de realizar

melhorias, mesmo pequenas, e atingir a meta enxuta de eliminar todo o desperdício

que adiciona custo sem agregar valor. Kaizen ensina aos indivíduos as habilidades

para trabalhar de modo eficiente em pequenos grupos, resolver problemas, documentar

e melhorar processos, coletar e analisar dados e auto administrar-se num grupo de

colegas. Leva a tomada de decisões (o propostas) até os trabalhadores exigem uma

discussão aberta e o consenso do grupo antes implementação de qualquer decisão.

Kaizen é uma filosofia total que luta pela perfeição e sustenta o STP no dia a dia.

No segundo capitulo o Just in Time tem como objetivo a redução do desperdício

e com isso a vantagem do tempo, custo, qualidade e flexibilidade do processo assim

tendo a confiabilidade do cliente no processo como um todo.

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CAPITULO II

2. OBJETIVOS E VANTAGENS DO JUST IN TIME

2.1 OBJETIVOS DO JUST IN TIME

A filosofia Just in Time é fundamentada em um objetivo principal, a eliminação de

desperdícios e com isso redução dos estoques, de modo que os problemas fiquem

visíveis e possam ser eliminados

O objetivo do Just in Time também consiste em entrega de produtos e serviços, na

hora certa para o uso imediato, tendo como objetivo principal a busca contínua pela

melhoria do processo produtivo, que é obtida e desenvolvida através da redução dos

estoques. Este sistema permite a continuidade do processo, mesmo quando há

problemas nos estágios anteriores a sua produção final. Mas ao reduzir o estoque, os

problemas que antes não afetavam a produção, torna-se agora visíveis, podendo,

assim serem eliminados, permitindo um fluxo mais suave da produção.

Segundo Heizer e Render (2001, p. 349) “Quando falamos de desperdícios na

produção de bens e serviços, estamos descrevendo algo que não agrega valor” .

Porem é exigido do administrador o abastecimento ou desabastecimento da

produção no tempo certo, no lugar certo e na quantidade certa, visando capacitar à

empresa a produzir somente o necessário ao atendimento da demanda, com qualidade

assegurada.

O objetivo do JIT é promover a otimização de todo o sistema de manufatura,

desenvolvendo políticas, procedimentos e atitudes requeridos para ser um fabricante

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responsável e competitivo. Para que isso ocorra da melhor forma possível, é necessário

atingir algumas metas, tais como: projetar a otimização dos processos, interagirem bem

com o cliente, obter relações de confiabilidade com fornecedores e clientes, adotar

compromisso de melhoria contínua. Estas metas que juntas resultarão no objetivo final.

2.2 ELIMINAÇÃO DE PERDAS

Para que o Just in Time funcione deve-se diminuir o nível de estoque, embora

ele seja utilizado para evitar a descontinuidade do processo produtivo. O problema do

processo é causado pela tolerância de desperdícios e mau gerenciamento e tendo

como causa raiz atrasos de produção, padrão de qualidade impróprio, demanda

desconhecida e entre outras.

“Reduzir estoques de modo que os problemas fiquem visíveis e possam ser eliminados através de esforços concentrados e priorizados”. E também, segundo Heizer e Render (2001, p. 350) “O just in time reduz o material em toda a rede de fornecimento e nos permite focalizar naquilo que agrega valor em cada etapa...” (CORRÊA E GIANESI, 2009, p. 57).

Com isso o JIT também passou a significar a eliminação do desperdício pela

redução do investimento em estoques. Com o principio de produzir bons produtos em

pequenos lotes. A redução do tamanho dos lotes pode ser uma grande ajuda na

redução dos estoques e dos custos dos estoques.

Como os layouts JIT reduzem a distancias a serem percorridas, também

reduzem o estoque, eliminado o espaço reservado para essa finalidade. Quando existe

pouco espaço, o estoque deve ser movimentado em lotes pequenos, ou mesmo em

unidades isoladas. As unidades estão sempre se movimentando porque não existe

armazenamento.

Com os estoques em sistema de produção e distribuição muitas vezes existem

somente em caso (“just in case”) de alguma coisa saia errada. Istoé são usadas

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somente no caso de ocorrer alguma variação proveniente do plano de produção. O

estoque “extra” é então para cobrir variações ou problemas. As táticas eficazes de

estoque exigem “just in time”, e não “just in case”.

O just in time é o estoque mínimo necessário para manter em funcionamento um

sistema perfeito. Com o estoque just in time, a quantidade exata de produtos chega no

momento em que é necessária, e nem um minuto antes nem depois.

Segundo Correa e Gianesi (2009, p. 57) “estoque tende a camuflar problemas”.

Inadmissível no ambiente do JIT aceitar determinado nível de produção

defeituosa e muito menos a idéia de amostragem ou controle estatístico por um

departamento de controle de qualidade, pois isso pressupõe a existência de um

percentual mínimo de produtos defeituosos. Toda perda com tempo de set-up e de

espera, produção em excesso, refugos, retrabalhos etc e com atividades que não

agregam valor, como inspeção, controle de qualidade, movimentação de material

precisam ser eliminados.

Segundo Heizer e Render (2001, p. 358) “ Enquanto o estoque oculta a ma

qualidade, o just in time a expõem imediatamente”.

O estoque e o custo de sua armazenagem diminuem à proporção que a

quantidade de reposição do que o estoque e o nível Maximo do estoque caem.

Entretanto, como o estoque exige que se incorram em custos de emissão ou de setup

que devem ser aplicados às unidades reduzidas, os responsáveis tendem a comprar

(ou produzir) pedidos grandes. Com pedidos grandes cada unidade comprada ou

produzida absorve somente uma pequena parte do custo do setup (ou de preparação).

Em conseqüência o meio para diminuir os tamanhos dos lotes e reduzir o estoque

médio é reduzir o custo do setup, que por usa vez diminui o tamanho ótimo do pedido

(lote econômico).

25

Em muitos ambientes, os custos de preparação está altamente correlacionado

com o tempo de preparação.

2.2.3 Redução de tempos envolvidos no processo

A redução dos tempos envolvidos no processo de produção JIT tem um efeito

muito importante: o aumento de flexibilidade de resposta. Esta flexibilidade resulta do

fato de a produção não esta comprometida com determinado programa de produção

por um prazo muito longo, podendo adaptar-se de forma mais ágil às flutuações

moderadas e de curto prazo na demanda.

A importância da meta de reduzir a zero o lead time de produção não pode ser

subestimada , considerando-se a pressão exercida pelo mercado junto ás empresas de

manufatura nos sentido de responder rápido a pedidos

A idéia de reduzir o lead time é reforçada pela constatação de que apenas numa

pequena parcela de lead time total estão sendo realizadas atividades que agregam

valores aos produtos. Para que se analisem estratégias de redução dos lead times é

convenientes que se entenda sua composição. Em geral, o lead time de produção,

tempo que decorre desde o momento em que uma ordem de produção é colocada até

que o material esteja disponível para uso, é composto pelos seguintes elementos:

• Tempo de tramitação da ordem de produção; O tempo burocrático da ordem de

produção geralmente não é muito relevante, mas pode chegar a 1 ou 2 dia, depende da

empresa. Já com JIT o sistema de liberação de ordens está no nível da fabrica, sendo

extremamente ágil, podem assim utilizar os cartões (Kaban) ou outro meio de fácil

comunicação. Dessa forma, este tempo e praticamente reduzido a zero.

26

• Tempo de espera em fila; Esta parcela do lead time responde por mais de 80%

Do tempo total, O tempo que uma ordem de produção deve esperar em file é resultante

da soma dos tempos de preparação de maquina e processamento de cada uma das

ordens que serão executadas anteriormente a esta. Uma forma de reduzir o tempo da

file é reduzir os lotes de produção de todas as ordens na fábrica, assim como reduzir os

tempos de preparação das máquinas. Estas duas providencias já fazem parte do

sistema JIT.

• Tempo de preparação da maquina; Pode ser obtida com a ajuda das seguintes

prescrições práticas:

1. Enfocar a redução de tempo de preparação. Isto significa documentar

como o setup é feito atualmente (o uso de videotape é recomendado) e

procurar eliminar passos e reduzir os tempos dos passos remanescentes.

2. Separar criteriosamente o setup interno do externo. Atende para o fato de

que apenas o primeiro se refere a atividades que requeriam que a

maquina esteja totalmente parada para que sejam realizados.

3. Saber para que a maquina será preparada. Não dar a maquina usos mais

cariados do que o necessário. Isto significa que deve ter preparação de de

um produto e outro

27

4. Pratica o processo de preparação da maquina. A pratica é tão i,portante

para a redução do tempo de setup quanto a é para a redução do tempo

de execução das tarefas de operação.

• Tempo de processamento; O tempo de processamento é o único que vale a sua

duração, segundo a filosofia do JIT, pis agrega valor ao produto. O foco é utilizar

o tempo da melhor forma para que a produção seja com qualidade e sem erros.

• Tempo de movimentação; O tempo de movimentação é reduzido pela utilização

do layout celular, reduzindo-se assim as distâncias de transporte. Outro foco é

reduzir este tempo com lotes pequenos que podem ser movimentados

rapidamente.

28

Segundo Corrêa e Gianesi (2009, p.82) “Para redução do lead time de produção, os

produtos, o sistema de manufatura e o processo de produção devem ser projetos de

forma a facilitar o rápido fluxo das ordens de produção”

2.2.4 Redução da base de fornecedores

Há duas razões para tentar reduzir o número de fornecedores, uma delas é

estabelecer com o fornecedores compromissos de longo prazo; e a outra razão e limitar

esforços no desenvolvimento de fornecedores.

Segundo Corrêa e Gianesi (2009, p. 85) “ O coração do fornecimento de materiais no

sistema JIT é o estabelecimento de compromissos de longo prazo com os

fornecedores, embora este aspecto não seja exclusivo da filosofia JIT”

Porém é essencial que a empresa seja um cliente valorizado pelo fornecedor e

que o compromisso seja demonstrado pelos dois lados. Os contratos de longo prazo

com um único ou poucos fornecedores oferecem, em retorno, altos níveis de qualidade

e entregas confiáveis.

Alguns fornecedores podem não ser, inicialmente, capazes de atingir os níveis

de qualidade desejada ou, ainda, de garantir entregas confiáveis. Nesses casos, o

auxilio da empresa cliente na forma da cessão temporária de seus especialistas em

qualidade ou administração da produção pode ser de grande valia. Este processo é

conhecido por desenvolvimento de fornecedores. Esta situação costuma ocorrer em

29

relação em relação a uma série de empresas pequenas fornecendo para um grande

cliente (isso acontece nas redes de suprimento de indústria automobilística).

2.2.5 Redução dos custos de aquisição

Como os fornecedores não mudam com freqüência, há uma redução imediata

nos custos de negociação de pedidos. A confiabilidade nas entregas praticamente

elimina a necessidade de acompanhamento dos pedidos dos fornecedores. A garantia

da qualidade pode eliminar, também, os custos de inspeção e contagem do material

recebido. Custos de movimentação de materiais podem ser reduzidos, da mesma forma

se o material for entregue no local de uso.

A redução dos custos de aquisição tem, sobre o dimensionamento dos lotes de

compra, o mesmo efeito que a redução dos custos de setup tem sobre o

dimensionamento dos lotes de produção, ou seja, permite que as compras sejam mais

freqüentes e em lotes menores. Dessa forma, o fluxo continuo e suave de matérias que

se busca conseguir na logística interna da fabrica pode ser estendido, também, aos

fornecedores, que passam a fazer parte da mesma linha de fluxo continuo.

2.3 PROBLEMAS DE QUALIDADE

Quando alguns estágios do processo apresentam problemas de qualidade,

gerando sucata de forma incerta; o estoque colocado entre as fases do processos

permite trabalhar continuamente nos mantendo focando na produção e não na solução

do problema. Desta forma. Segundo Correa e Gianesi (2009, p. 57) “ O estoque gera

independência entre os estágios de processo produtivo”. Por isso o Just in Time é

importante, pois expõem as fraquezas do processo antecipadamente e não nos permite

a continuar a produzir erroneamente.

30

2.3.1 Problemas de quebra de maquina

Quando uma maquina para por problemas de manutenção, as fases anteriores do

processo que são “alimentados” por esta maquina teriam que parar, caso não houvesse

estoque suficiente para que o fluxo de produção continuasse, até maquina fosse

reparada e entrasse em produção normal novamente; nesta situação. Segundo Corrêa

e Gianesi (2009, p. 57) “O estoque gera independência entre o estagio do processo

produtivo”; atrapalhando o funcionamento macro, proporcionando saldo em todas as

áreas do processo.

2.3.2 Problemas de preparação de maquinas

Quando uma maquina processa operações e mais de um componente ou item,

existe a necessidades de prepara-la para cada mudança do processo.

Segundo Corrêa e Gianesi (2009, p. 57) “Esta preparação representa custos ao

período inoperante do equipamento, a mão de obra requerida na operação de

preparação, a perda de matéria no inicio da operação, entre outros”.

Quanto maiores estes custos, maior tendera a ser lote executado, para que os

custos sejam rateados por uma quantidade maior de peças reduzindo por

conseqüência o custo por unidade produzida. Lotes grandes de produção geram

estoques, pois a produção é executada antecipadamente a demanda, sendo consumida

por esta em período subseqüente.

Como se vê o estoque funciona como fôlego para que possamos eliminar os

problemas do processo produtivo, embora diversas empresas o utiliza para outros fins.;

o objetivo da filosofia just in time. S

31

Segundo Corrêa e Gianesi (2009, p. 57) “Reduzir estoques de modo que os

problemas fiquem visíveis e possam ser eliminados através de esforços concentrados

e priorizados”. E também, segundo Heizer e Render (2001, p. 350) “O just in time

reduz o material em toda a rede de fornecimento e nos permite focalizar naquilo que

agrega valor em cada etapa”.

Com esta pratica, o just in time visa o alcance de melhores índices de qualidade,

maior confiabilidade de seus equipamentos e fornecedores e maior flexibilidade de

resposta; principalmente através da redução do tempos de preparação de maquinas,

permitindo a produção de lotes menores e mais adequado a demanda de mercado;

com isso eliminado qualquer tipo de desperdício.

Segundo Corrêa e Geanesi (2009, p. 67) “Eliminar desperdícios significa analisar

todas atividades realizadas na fabrica e eliminar aquelas que não agregam valor a

produção”

2.4 FIM AOS DESPERDÍCIOS E MELHORIA CONTINUA

Alguns autores defendem o JIT como uma ferramenta que nos permite detectar

pontos que agregam valor dentro do processo e outros pontos que alem de não

agregarem valor ainda geram diversos desperdícios, como:

Desperdício de super produção: O JIT considera um desperdício o habito de produzir

antecipadamente a demanda, para o caso que os produtos serem requisitados no

futuro. A produção antecipada, isto é, maior do que o necessário no momento, provém,

em geral, de problemas e restrições do processo produtivo, tais como: altos tempos de

preparação de equipamento, induzindo a produção de grandes lotes; incerteza da

ocorrência de problemas de qualidade e confiabilidade dos equipamentos, levando a

produzir mais do que o necessário; falta de coordenação entre as necessariedades e a

produção.

32

Desperdício de espera: Este desperdício refere-se ao material que esta esperando para

ser processado, formado filas que visam garantir altas taxas de utilização dos

equipamentos. A filosofia JIT coloca a ênfase no fluxo de matérias e não nas taxas de

utilização dos equipamentos, os quais somente devem trabalhar se houver

necessidade.

Desperdício de produtos defeituosos: Produzir produtos defeituosos significa

desperdiçar matérias, disponibilidade de mão-de-obra, disponibilidade de

equipamentos, movimentação de matérias defeituosas, armazenagem de matérias

defeituosos, inspeção de produtos, entre outros. Os defeitos não devem ser aceitos e

não devem ser gerados.

Desperdício de estoques: Os estoques, além de ocultarem outros tipos de desperdícios,

significam desperdícios de investimento espaço. A redução dos desperdícios de

estoques deve-se feita através da eliminação das causas geradoras da necessidade de

manter estoques. Eliminando-se todos outros desperdícios, reduzem-se, por

conseqüência, os desperdícios de estoque. Isto pode ser feito reduzindo-se os tempos

de preparação de maquinas e os lead time de produção sincronizando-se os fluxos de

trabalho, reduzindo-se as flutuações de demanda, tornando as maquinas confiáveis e

garantido a qualidade dos processos.

2.5 AS VANTAGENS DO JUST IN TIME

As vantagens do sistema de gestão Just in Time podem ser mostradas através

da análise da sua contribuição nos principais critérios competitivos. Esta filosofia

também esta fundamentada na administração do tempo, custo, qualidade, flexibilidade

e confiabilidade.

33

Atualmente as empresas devem reduzir o tempo de resposta (lead time) a fim de

conquistarem a lealdade dos clientes.

“As vantagens que os tempos de resposta mais curtos trazem para os

clientes são claras: eles passam a necessitar planejar suas compras com

antecedência menor e, por tanto, decidir com maior grau de certeza...”

(CORRÊA E GIANESI, 2009:46)

O custo do produto tem uma grande importância, pois podem existir fases do

processo que não agregam valor ao produto, e estas devem ser eliminadas a fim de

diminuir o custo de produção e agilizar o processo.

Dados os custos dos equipamentos, materiais e mão-de-obra, o Just in Time

procura que eles sejam reduzidos ao essencialmente necessário. As características do

sistema Just in Time, o planejamento e a responsabilidade dos encarregados da

produção pela melhoria do processo produtivo favorecem a redução dos desperdícios.

Existe também uma redução significativa dos tempos de preparação (setup), além da

redução dos tempos de movimentação.

A produção JIT busca reduzir os custos através da minimização de estoques,

não pode haver informação desnecessária de estoque em processo. Matérias-primas e

componentes comprados são mantidos em volumes baixos, através de entregas

freqüentes de pequenas quantidades. O estoque de produtos acabados representa

apenas a quantidade planejada na programação mensal e diária.

Lotes pequenos e tempos curtos de preparação de maquinas resultam em

menores ciclos de produção (lead time). A rápida adaptação às variações da demanda

não só deixa os clientes satisfeitos, mas também previne contra produção de estoques

excessivos.

34

Lead times curtos também minimizam a ocorrência de produção insuficiente e

faltas, permitindo previsões de demanda com prazos mais curtos. Quanto menor o

horizonte das previsões, mais acuradas estas serão, reduzindo a possibilidade de

excessos ou falta de produtos.

Segundo Corrêa e Gianesi (2009, p. 98) “Não pode haver formação

desnecessária de estoque em processo”.

O sistema promove a qualidade que os defeitos fluam ao longo do processo

produtivo. O único nível aceitável de defeitos é zero, motivando a procura das causas

dos problemas e das soluções que eliminem essas mesmas causas. Os colaboradores

são treinados em todas as tarefas que executem, incluindo a verificação da qualidade

(sabem, portanto, o que é um produto com qualidade e como produzi-lo). Também, se

um lote inteiro for produzido com peças defeituosas, o tamanho reduzido dos lotes

minimizará os produtos afetados.

Segundo Corrêa e Gianesi (2009, p. 99) “O aprimoramento da qualidade faz

parte da responsabilidade dos trabalhadores da produção, estando incluída na

descrição de seus cargos”.

Outra vantagem do just in time é sua flexibilidade, com relação ao tempo de

respostas a demanda. Devido a manutenção de baixos estoques e eliminação de fases

que não agregam valor ao produto; torna o processo mais “leve e dinâmico”.

Segundo Corrêa e Gianesi (2009, p. 99) “ O sistema JIT aumenta a flexibilidade

de resposta do sistema pela redução dos tempos envolvidos em processos.”

A velocidade também é outra vantagem do JIT; e esta trabalha em conjunto com

a flexibilidade, e juntos promovem cada vez mais a diminuição do tempo de resposta

criando um processo curto e veloz.

35

Segundo Corrêa e Gianesi (2009 p. 99) “A partir de componentes padronizados,

de acordo com as técnicas de “projeto adequado a manufatura” e “projeto adequado a

montagem” permite entregar os produtos em prazos mais curtos”.

A confiabilidade das entregas também é aumentada através da ênfase na

manutenção preventiva e da flexibilidade dos trabalhadores, o que torna o processo

mais robusto. As regras do Kanban e o principio da visibilidade permitem identificar

rapidamente os problemas que poderiam comprometer a confiabilidade, permitindo sua

imediata resolução.

No terceiro capitulo apresenta-se como implantar o just in time na empresa,

mostrando a importância da mudança de cultura tanto da própria empresa como dos

funcionários, de modo que o sistema funcione.

36

CAPITULO III

3 IMPLEMENTAÇÃO DO JUST IN TIME

A implementação e manutenção de um sistema JIT envolve pelo menos quatro

elementos fundamentais para seu sucesso:

a) E empresa deve aprender a trabalhar com poucos fornecedores, de confiança e que

assegure a qualidade e prazos de entrega de matérias;

b) Os fornecedores devem ter condições de entregar os materiais em lotespequenos,

de forma rápida, contínua e integrada com o fluxo de produção de empresa

compradora, em intervalos de tempo pequenos, diários ou até horários;

c) A empresa deve implementar a filosofia da “qualidade total” de forma que a qualidade

durante todo o processo de fabricação seja assegurada e que nenhum defeito seja

permitido durante o processamento fabril;

d) A empresa deverá ter operários multiespecializados, atendendo a produção de forma

flexível, e provavelmente deverá reestruturar a fábrica dentro do conceito de ilhas ou

células de produção. A implantação do JIT também requer mudanças em vários

campos da empresa, onde vários aspectos devem ser estudados e analisados

anteriormente.

A implementação do sistema Just in Time requer um enfoque sistêmico no qual

uma serie de aspectos da empresa tem que ser modificada. Não é apenas uma

questão de aplicação de uma técnica especifica, mas, antes de mais nada, mudanças

em vários campos, alguns dos quais são pré-requisito para a implantação da filosofia.

Entre estas aspectos pode-se citar:

37

• Comprometimento da alta administração: O sucesso da implantação do

just in time não pode ser obtidos sem um implantação clara da crença da alta

administração do sistema JIT. Mudanças de atitudes em toda a empresa são

necessárias para a integração das diversas áreas, desenvolvendo uma

mentalidade global para a resolução de problemas. Programas de

treinamento neste sentido devem ser suportados pela administração. Os

procedimentos para autorização de investimento de capital para

aprimoramento dos processos devem ser claramente estabelecidos e

simplificados.

• Medidas de avaliação de desempenho: A forma de avaliar o desempenho

dos diversos setores deve ser modificada para ser clara, objetiva e voltada a

incentivar o comportamento de todos os funcionários de forma coerente com

os critérios competitivos da empresa e com os princípios da filosofia JIT. Em

particular, medidas de desempenho exclusivamente relacionadas a taxas de

utilização de equipamentos e volume de produção são contra-recomendadas.

• Estrutura organizacional: A estrutura organizacional deve-ser modificada

para reduzir a quantidade de departamentos especialistas de apoio os quais

costumam ser responsáveis por aspectos que, segundo a filosofia JIT

passam a ser de responsabilidade da própria produção. Entre eles, a

qualidade, a manutenção (ao menos parte da manutenção preventiva), o

balanceamento das linhas e o aprimoramento dos processos. Os

especialistas devem atuar no sentido de capacitar os funcionários da

produção para que possam assumir tais responsabilidades, executando

auditorias periódicas.

• Organização do trabalho: A organização do trabalho deve favorecer e

enfatizar a flexibilidade dos trabalhadores, a comunicação fácil entre os

setores produtivos e o trabalho em equipe

38

• Conhecimento dos processos: A compilação de fluxogramas de matérias e

de informação para todas as atividades, seja na área de manufatura, seja de

projeto, seja de escritório, seguida da eliminação metódica das atividades que

geram desperdícios ou apenas não agregam valor, é pré-requisito importante.

Em particular a aplicação desses procedimentos nos processos de

preparação de equipamentos é um pré-requisito fundamental.

• Ênfase nos fluxos: Tanto na administração de escritórios como manufatura,

devem ser criadas estruturas celulares, baseadas nos fluxos naturais de

materiais e/ou informações. Essas estruturas devem facilitar os seguintes

aspectos:

a) estabelecimento de sistema simples de controle da produção, baseados

no relacionamento cliente-fornecedor entre as células; alocação de

responsabilidade pela célula a uma equipe;

b) implementação passo a passo dos sistema Kanban, célula a célula com

estoque de segurança temporários, eliminados os gradativamente, assim

como sistema tradicional do controle.

c) definição clara da responsabilidade pela qualidade de cada célula,

fornecendo técnicas de medida e avaliação da qualidade;

d) criação de uma estrutura organizacional leve, com a passagem de

funções da mão-de-obra indireta para mão-de-obra direta;

e) adequação dos controles financeiros e fiscais a nova realidade;.

f) estabelecimento de medidas de avaliação de desempenho das células

coerentes com a filosofia JIT como: Taxas diárias de rotação de

estoques, lead time representativo da célula, percentual diário do

atingimento do programa de produção, atingimento das metas diárias de

qualidade em peças defeituosas por milhão entre outras.

39

Há duas áreas de operação do sistema JIT, que devem ser desenvolvidas

sequencialmente o paralelo: dentro da fabrica, onde matérias e informação devem fluir

de célula a célula, maquina a maquina, e, entre a fabrica e seu ambiente esterno, seja

no relacionamento com fornecedores ou com os consumidores. O fato de determinada

empresa considerar a aplicação da filosofai JIT junto a seus fornecedores um processo

difícil e de longo prazo não pode ser utilizado como desculpa para a não

implementação do JIT internamente, onde os benefícios são justamente maiores.

3.1 GERÊNCIA DA LINHA PARA JUST IN TIME

A gerência de uma linha de produção geralmente enfatizar o balanceamento da

linha, ou seja, a alocação de diversas tarefas necessárias a execução completa da

montagem ou fabricação, aos postos de trabalho que compõem a linha, de modo a

garantir que todos os postos tenham cargas de trabalho equivalentes. Deste modo, o

tempo de ciclo da linha (intervalo de tempo entre a finalização de dois itens

consecutivos) é dado pelo tempo de ciclo das estações de trabalho, que devem ser

iguais. Quando a linha esta desbalanceada, determinada estação de trabalho tem um

tempo de ciclo maior do que das outras, fazendo com que este seja o tempo de ciclo da

linha. As estações que levam menos tempo para executar suas tarefas permanecem

ociosas, pois somente recebem outro produto para processar a intervalos iguais ao

tempo de ciclo da linha como um todo. Como conseqüência, grande ênfase é dada ao

balanceamento das linhas, visando aumentar a produtividade. É comum que sejam

utilizados sofisticados programas de computador para este balanceamento que, uma

vez executado, é mantido por um longo período, produzindo-se uma grande quantidade

de produto para os quais a linha foi balanceada.

A ênfase prioritária do sistema JIT para linhas de é a flexibilidade, ou seja, espera-

se que as linhas de produção JIT sejam balanceadas muitas vezes, para que a

produção esteja a justada as variações da demanda. Para conseguir esta flexibilidade a

gerencia de linha do sistema JIT apresenta algumas características especiais.

40

Um dos requisitos mais importantes para a flexibilidade na linha de produção é a

utilização de mão-de-obra flexível. Este aspecto se contrapõem a abordagem

tradicional, na qual as atribuições dos trabalhadores de uma linha são fixas visando

reduzir os tempos via especialização e alta repetitividade das tarefas. Utilizando

trabalhadores flexíveis, alinha de produção pode ser rebalanceada com mais facilidade

pois os trabalhadores podem deslocados para postos de maior carga de trabalho, sem

que seja necessário um período de aprendizagem para que a linha esteja trabalhando

de forma produtiva novamente. Para isso, as fabricas que trabalham sobre o regime JIT

incentivam seus trabalhadores, através da remuneração, a que conheçam e dominem

varias funções.

“Os funcionários, sendo flexíveis e participantes, são deslocados

para onde os problemas estão ocorrendo, até estes sejam

sanados, para que a linha acelerar-se quando a qualidade voltar

a ser satisfatória...” (CORRÊA E GIANESI, 2009:77).

Outra característica importante é a autonomia dada aos encarregados pela linha

para modificarem o balanceamento, assim que percebam a ocorrência de gargalos,

devidos a mudanças nas características da demanda. Obviamente isto requer

habilidade dos encarregados para que possam rebalancear a linha rapidamente,

eliminando os gargalos.

O principio da não aceitação de erros e, de forma geral, da situação vigente, assim

como o principio de aprimoramento continuo, estão incorporadas na gerencia das linhas

do sistema JIT. Ao contrario da abordagem tradicional, na qual as linhas são

concebidas para trabalhar em um ritmo constante, no JIT as linhas estão preparadas

para trabalhar mais lentamente, podendo até ser paralisadas, caso problema de

qualidade estejam ocorrendo.

41

3.2 A IMPORTÂNCIA DO ELEMENTO HUMANO NO JIT

Vários aspectos citados na filosofia JIT requerem grandes doses de participação e

envolvimento da mão-de-obra, além de ênfase no trabalho de equipe. O processo de

aprimoramento continuo não pode ser realizado a menos que a mão-de-obra esteja

atuante, tanto no sentido de identificar problemas e torna-los visíveis, como no sentido

de colocar esforços para resolve-los. A própria responsabilidade pela qualidade que

retirada dos especialistas e colocada sobre o pessoal de produção só pode ser

imaginada com o envolvimento dos trabalhadores.

A coordenação exigida entre os diversos estágios da produção, em virtude da

redução de estoques intermediários, requer espírito de trabalho em equipe. Neste

sentido, a forma de células de manufatura contribui para a comunicação entre os

trabalhadores, possibilitando maior envolvimento de todos na solução de eventuais

problemas que possam ocorrer, sejam eles problemas de qualidade ou quebra de

maquinas, que tendem a prejudicar o trabalho de todo o grupo.

O oferece a participação dos trabalhadores na geração de sugestões para os

problemas de programação da produção, principalmente no que se refere ao

balanceamento das linhas que ficam a cargo do próprio pessoal de produção.

3.3 LAYOUT PARA O SISTEMA JIT

Os objetivos de redução de estoques, redução dos lotes de fabricação,

envolvimento de mão-de-obra, fluxos continuo de produção e aprimoramento continuo,

presentes na filosofia JIT, impõem algumas mudanças na forma de arranjar os recursos

produtivos no espaço disponível da fabrica.

O arranjo físico geralmente arranjado nas empresas que adotam o sistema JIT é o

arranjo físico celular. O layout celular é uma tentativa de linearização do layout

funcional o por processo. O layout linear, no qual os equipamentos estão dispostos

42

segundo o roteiro de produção dos produtos, é o arranjo mais eficiente, pois favorece o

fluxo, redução ao mínimo a movimentação de matérias, assim como as filas e os

tempos gastos com preparação, já que os equipamentos são dedicados a um ou

poucos produtos similares. O espaço é ocupado eficientemente e o estoque em

processo é bastante reduzido, limitando-se, no caso ideal ao material que esta sendo

processado em determinado momento.

Já com o layout celular a redução na movimentação de materiais é evidente.

Consequentemente, a necessidade de espaço devido a movimentação também é

bastante reduzida.

Em geral, a forma das células é a conhecida forma em U. o layout apresenta

algumas vantagens, conforme tabela abaixo:

Segundo Corrêa e Gianesi (2009, p. 74) “ o maior conhecimento do trabalho por parte

dos operadores da célula tem por conseqüência redução dos custos operacionais e

melhoria da qualidade”.

É importante notar, também, que o layout trás algumas desvantagens, impondo

restrições ao processo. Tais desvantagens incluem a redução da flexibilidade do

sistema de manufatura e a maior concorrência de maquinas paradas, dando que o

equipamento são dedicados ás células, não podendo ser compartilhadas por produtos

43

ou componentes fabricados em outras células, caso o mix de produtos varie

substancialmente geralmente presente é a maior necessidade de capacidade

(quantidade de equipamentos) em relação ao layout funcional.

Para que as células sejam viáveis econômica e operacionalmente ao longo do

prazo, é necessário que as maquinas sejam agrupadas de maneira bem próximas, que

as células sejam flexíveis em relação ao mix de capacidade, que sejam suficientemente

grandes para que a ausência de um funcionário não interrompa sua operação e

suficientemente pequenas para que os operadores se identifiquem com a célula na qual

trabalham e conheçam bem seus produtos e equipamentos : além disso, é fundamental

que os funcionários sejam flexíveis e polivalentes, para operar várias maquinas e

substituir operadores ausentes.

3.4 PROJETO DE MANAFATURA JIT

Grande parte das empresas deseja aceitar qualquer pedido dos clientes, ou ao

menos oferecer larga faixa de opções de produtos para que os clientes possam

escolher. Contudo esta pratica oferece confusão na missão da manufatura, aumenta a

probabilidade de ocorrência de erros e aumenta os custos. Nas empresas que adotam

o JIT, o mercado alvo é limitado e as opções de produtos igualmente limitados.

Como o JIT da ênfase ao fluxo de materiais, incentivando a velocidade de

passagens de matérias pela fábrica, o ideal é que os produtos sejam relativamente

padronizados em grande quantidade. Nessas condições, os princípios da filosofia JIT

são mais aplicáveis e geram melhores resultados. Contudo, numa era de constante

mudanças nas demandas do mercado, como as que estamos vivendo, é importante

que as empresas ofereçam ao mercado uma diversidade de produtos, dentro da

determinadas faixas. A competitividade envolve, entre outros aspectos, projetar

produtos que antecipem as necessidades do mercado e incluam uma variedade

44

suficiente para atender as expectativas dos diferentes consumidores, ao mesmo

tempo,a um preço que o mercado esteja disposto a pagar.

Isto pode ser conseguido de diversas formas e uma delas é aumentar a variedade

de produtos oferecidos sem aumentar a variedade do processo, a qual sempre vem

acompanhada de complexidade e elevação de custos. O enfoque dado pela filosofia

JIT, não se restringindo o aprimoramento de caráter tecnológico, tem buscado, através

de técnicas como projeto adequado á manufatura e projeto adequado à montagem,

equipamentos flexíveis, mão de obra flexível, além de uso de dispositivos que

diminuam o tempo de preparação de maquinas, reduzir a variedade e complexidade do

processo, mantendo alta variedade de produtos oferecidos ao mercado.

A abordagem dada pelo JIT consiste no projeto inteligente de produto,

contemplando considerações sobre o processo durante o estagio de projeto do produto.

Desse modo, consegue-se aumentar a variedade de produtos reduzidos em

determinada fábrica, mantendo a variedade e complexidade do processo. Embora estes

conceitos não sejam exclusivos da filosofia JIT, são característicos: o JIT dá ênfase a

esses tópicos e ao projeto do produto do processo tem igual e trabalham efetivamente

juntos no processo de desenvolvimento.

Algumas técnicas associadas ao projeto adequado à manufatura e à montagem,

adotadas pela filosofia JIT, são:

Projeto modular – um dos resultados de um bom projeto é a redução do numero

de componentes necessário a produção de determinado produto e a conseqüente

redução do lead time de produção. Da mesma forma, os produtos podem ser

projetados segundo um enfoque modular, de tal modo que vários componentes e

submontagens sejam comuns dentro da faixa de variedade de determinado produto. É

possível também, ampliar a variedade de produtos oferecidos ao mercado, através da

comunicação múltipla de um numero restrito de componentes e submontagens

alternativos. Uma fábrica de motocicletas, num exmplo simplificado pode, com três

45

modelos de quadro, quatro modelos de motores e três modelos de tanque, oferecer ao

mercado até 36 modelos de motocicletas diferentes, a o mesmo tempo em que cada

etapa do processo de fabricação está trabalhando com uma pequena variedade de

componentes. Isto se traduz por manter as diferenças entre os produtos nos níveis

mais altos da estrutura de produtos.

Projeto visando simplificação – o projeto à simplificação procura projetar

produtos que sejam simples de fabricar e montar. Os projetos de novos produtos

devem, na medida do possível, incluir itens “de prateleira” , padronizados, ou

componentes que possam ser fabricados com um mínimo de testes de ferramentas e

moldes no inicio da produção. As características dos produtos, com o tolerância e

acabamento superficial, entre outras, deve, ser determinadas considerando as

conseqüências da sofisticação desnecessária, no processo produtivo e nos custos de

produtos, esta abordagem pode resultar em grandes simplificações nos processos de

manufatura e montagem

Projeto adequado à automação – o projeto adequado à automação consiste em

conceitos gerais e idéias que irão, no caso de componentes montados, por exemplo,

ajudar a simplificar os processos de alimentação, posicionamento e montagem das

pelas. Neste contexto, sugere-se que a montagem seja feita trabalhando-se em um

numero mínimo de faces ou lados do produto, preferencialmente com movimentos de

cima para baixo, evitando montagens laterais ou de baixo para cima. Desse modo, os

processos de montagem podem mais facilmente ser automatizados, eventualmente

com uso de robôs.

3.5 FORNECIMENTO DE MATÉRIAIS JIT

Os elementos mais importantes do fornecimento de materiais no sistema JIT são

extensões lógicas dos princípios da produção JIT e, são também pré-requisitos

necessários para uma implementação de sucesso. Estes elementos são:

46

A estes elementos deve-se acrescentar um relacionamento cooperativo com

fornecedores. Em vez de um relacionamento entre adversários, além de ênfase na

redução do numero de fornecedores, objetiva-se uma única ou poucas fontes de

fornecimento para cada material comprado. Na prática,a condição de fornecedor único

é impraticável, podendo ser bastante arriscada. Contudo, é um objetivo a ser

perseguido.

Ao final, a filosofia JIT prega a gestão de toda a rede de suprimentos, do

fornecedor de matéria-prima ao consumidor final, enfatizando a cooperação e a

crescente integração entre os atores da rede.

3.5.1 Informação comerciais compartilhadas

A eficiência da produção é influenciada pelo processo de seu planejamento , o

qual, em geral, depende da confiabilidade da previsão de demanda realizada. Não há

melhor maneira de se prever a demanda do que conhecer o programa de produção dos

clientes. Por isso, é importante dar conhecimento, aos fornecedores, dos programas de

produção da empresa, tanto no que se refere ao período já planejado e “congelado”

como relação ás previsões de médio prazo. Isto permite que os fornecedores possam

planejar com a antecedência necessária, principalmente em relação à capacidade

requerida.

47

3.5.2 Informações de projetos compartilhadas

O relacionamento cooperativo de longo prazo também permite que os

fornecedores sejam trazidos ao processo de desenvolvimento de produtos ou

componentes, nos primeiros estágios de projeto. Com isso, a utilização da técnica

de engenharia e análise de valor, associada ao conhecimento que os fornecedores

tem de seus processos produtivos, tende a gerar produtos que podem ser

produzidos de forma mais eficaz. As especificações de projeto transmitidas aos

fornecedores devem ser referentes a especificações detalhadas e tolerância

rígidas (ao contrário do que é o hábito tradicional). Dessa forma, o fornecedor

poderá estudar qual a forma mais econômica de produzir um produto que atenda a

estas características de desempenho.

3.5.3 Localização dos fornecedores

Com certeza, a distancia que separa os fornecedores dos clientes pode ser um

obstáculo para o fornecimento de matérias segundo a filosofia JIT. Grandes distancias

exigem lotes de transporte mais volumosos para não tornar elevados os custos de frete.

Assim, da mesma forma que o JIT trata das distancias internas, transformando o layout

em celular, a localização dos fornecedores devem ser um aspecto a ser concentrado

em sua escolha. No Brasil, apesar de suas dimensões continentais, a concentração do

parque industrial no Sudeste, principalmente no Estado São Paulo, faz com que, na

maioria dos casos, as distancias entre fornecedores e clientes não sejam muito maiores

do eu no Japão.

De qualquer forma, o estudo racional da logística de fornecimento pode fazer

grandes economias de transporte, possibilitando entregas freqüentes de pequenos

lotes. Nesse sentido é importante que o controle de transporte fique sobre a

responsabilidade da empresa cliente, a qual deverá coordenar as entregas de

diferentes empresas, possam ser agregados em determinado ponto geográfico, de

48

modo a utilizar um mesmo meio de transporte até a empresa cliente. Esta estratégia

somente se torna possível para clientes acima de determinado porte.

3.6 O SISTEMA KANBAN

Uma forma de conseguir tamanhos pequenos de lotes é movimentar o estoque pela

instalação somente quando necessário, em vez de empurra-lo para estação de trabalho

seguinte, esteja ou não o pessoal de lá pronto para isso. Como já foi dito, quando o

estoque é movimentado somente quando necessário, diz-se que se trata de um sistema

de puxar, e o tamanho ideal do lote é um. Os japoneses chamam esse sistema de

Kanban.

Kanban é uma palavra japonesa que significa cartão. Nos seus esforços para

reduzir estoques, os japoneses utilizam o sistema que “puxam” o estoque pelo centro

de trabalho. Eles muitas vezes utilizam um “cartão” para sinalizar a necessidade de

outro contêiner de material – daí o nome Kanban. O cartão é a autorização para o

próximo contêiner de material a ser produzido. Normalmente, existe um sinal kanban

para cada contêiner de itens a serem recebidos. Um pedido para contêiner é acionado

por meio de cada kanban e “puxado” do departamento de produção ou fornecedor.

Uma seqüência de kanbans “puxa” o material através da instalação.

O sistema tem sido modificado em muitas instalações, de modo que, embora seja

chamado kanban, o cartão propriamente dito não existe. Em alguns casos, um espaço

vazio no chão é indicação suficiente do que o contêiner seguinte se faz necessário. Em

outros casos, alguns tipos de sinal, como uma bandeira ou um pedaço de pano,

significa que é hora para o próximo contêiner.

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Figura 1.2 Kanban de produção

Figura 1.3 Kanban de transporte

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CONCLUSÃO

Ao final deste trabalho, concluímos que o Just in Time é uma filosofia japonesa

que tem por objetivo aplicar métodos que visa o melhoramento de como o trabalho

deve ser feito para não gerar desperdícios com ênfase na qualidade no produto final

sem estocagem.

Com o sistema JIT os processos são produtivos, partindo do principio de que

todo o esforço deve ser associado a real necessidade do produto desejado, a qual

deve-se produzir a quantidade exata no momento certo e com a qualidade assegurada..

Esta técnica de gerenciamento é de grande importância no mundo atual, onde a

demanda é exigente em relação a qualidade nos produtos oferecidos.

Assim o JIT – Just In Time é muito mais do que um programa de redução de

estoque. É uma ampliação estratégica de produção com o objetivo de reduzir os custos

totais e melhorar a qualidade dos produtos nas operações de fabricação. Se aplicado

de forma correta oferece oportunidades de aumento de flexibilidade, diminuição dos

custos de manufatura, redução dos lotes de operação de produção e eliminação de

desperdícios.

O Just in Time não é apenas uma espécie de sistema a ser instalado. É uma

mudança no modo de vida. Apesar de ser a primeira vista, uma metodologia complexa,

ele é, na realidade, uma campanha para induzir a simplicidade.

Produzindo cada vez mais com qualidade focando a excelência e satisfazendo

as necessidades dos clientes. Tornando a empresa mais compactas e a prova de erros.

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ANEXO A: VISÃO TRADICIONAL VERSUS JUST IN TIME

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ANEXO B: PONTOS E TECNICAS JIT

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ANEXO C: FLUXOGRAMA JIT

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BIBLIOGRAFIA CAMPOS, Vicente Falconi. TQC – Controle da Qualidade Total (no estilo japonês). 7. ed. Minas Gerais: QFCO, 1992 CHING, Hong Yuh . Gestão de Estoque na Cadeia de Logística Integrada. São Paulo: St. James, 2009 IMAI , Massaaki, Kaizen: A Chave para o Sucesso Competitivo do Japão, Mc Graw- Hill/ Irwin, 2006. LIKER , Jeffrey K. Modelo Toyota, Bookman, 2005. MAIA , Paulo Leandro. O ABC da Metodologia: métodos e técnicas para elaborar trabalhos científicos (ABNT). 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Leud, 2008 HEIZER , Jay; RENDER, Barry. Administração de Produção: Bens e Serviços. 5. ed. São Paulo: LTC, 2001 CORRÊA, Henrique L; GIANESI , Irineu G. N. Just in Time, MRP II e OPT. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009 JUNIOR , Antonio Macedo Figueiredo. Logístca de Suprimentos; Just In Time: Centro Universitário Luterano de Manaus. Disponível em: < http://www.administradores.com.br/ /artigos/just_in_time/21936/>