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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE BRAGANÇA INSTITUTO DE ESTUDOS COSTEIROS LABORATÓRIO DE ECOLOGIA DE MANGUEZAL - LAMA DIEGO NOVAES CARNEIRO DA SILVA EFEITO DA SALINIDADE E COMPACTAÇÃO DO SOLO NA ESTRUTURA DO BOSQUE ANÃO DE AVICENNIA GERMINANS (L.) L. NA PENÍNSULA DE AJURUTEUA, COSTA AMAZÔNICA BRASILEIRA Bragança PA 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE BRAGANÇA

INSTITUTO DE ESTUDOS COSTEIROS

LABORATÓRIO DE ECOLOGIA DE MANGUEZAL - LAMA

DIEGO NOVAES CARNEIRO DA SILVA

EFEITO DA SALINIDADE E COMPACTAÇÃO DO SOLO NA ESTRUTURA DO

BOSQUE ANÃO DE AVICENNIA GERMINANS (L.) L. NA PENÍNSULA DE

AJURUTEUA, COSTA AMAZÔNICA BRASILEIRA

Bragança – PA

2015

i

DIEGO NOVAES CARNEIRO DA SILVA

EFEITO DA SALINIDADE E COMPACTAÇÃO DO SOLO NA ESTRUTURA DO

BOSQUE ANÃO DE AVICENNIA GERMINANS (L.) L. NA PENÍNSULA DE

AJURUTEUA, COSTA AMAZÔNICA BRASILEIRA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Colegiado do Curso de Licenciatura Plena em Ciências

Biológicas, da Universidade Federal do Pará, Campus de

Bragança, como requisito parcial para a obtenção do Grau

de Licenciado em Ciências Biológicas.

Orientador: Prof. Dr. Marcus E.F. Barroncas

Bragança – Pará

2015

ii

DIEGO NOVAES CARNEIRO DA SILVA

EFEITO DA SALINIDADE E COMPACTAÇÃO DO SOLO NA ESTRUTURA DO

BOSQUE ANÃO DE AVICENNIA GERMINANS (L.) L. NA PENÍNSULA DE

AJURUTEUA, COSTA AMAZÔNICA BRASILEIRA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Colegiado do Curso de Licenciatura

Plena em Ciências Biológicas, da Universidade Federal do Pará, Campus de Bragança,

como requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciado em Ciências Biológicas.

Data de aprovação: ___ de ____________________ de 2015.

__________________________________________________– Orientador

Prof. Dr. Marcus Emanuel Barroncas Fernandes

Universidade Federal do Pará, Campus de Bragança- UFPA

__________________________________________________– Titular

Profa. Dra. Moirah Paula Machado de Menezes

Universidade Federal do Pará, Campus de Bragança- UFPA

__________________________________________________– Titular

Prof. Dr. Nils Edvin Asp Neto

Universidade Federal do Pará, Campus de Bragança- UFPA

______________________________________________- Suplente

Msc. Danilo Cesar Gardunho - Suplente

iii

DEDICATÓRIA

Dedico a meus pais Isabel Novaes e Fernando Carneiro, ao meu irmão Rian Carneiro e a minha amada

Lanna, meus grandes incentivadores.

iv

AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal do Pará e ao Curso de Licenciatura Plena em Ciências

Biológicas pela formação acadêmica e oportunidade de desenvolver esta pesquisa.

Ao Laboratório de Ecologia de Manguezal pelo suporte e apoio para realização

deste trabalho.

A Fundação Amazonia – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e

Social (BNDES) e a VALE/FAPESPA (edital 001/2010, ICAAF 068/2011. VALE

S.A./FAPESPA, pelo apoio financeiro fundamental ao desenvolvimento desta pesquisa.

Ao Prof. Dr. Marcus pela orientação e oportunidade de realizar este trabalho.

Ao Danilo, Gustavo, Alex e e todos os meu amigos do Laboratório de Ecologia

de Manguezal (LAMA) por ajudarem nas coletas e nas analises de dados, e pelos varios

momentos de descontração.

Ao Hederson por ter me ajudado nas varias excursões para coleta de dados.

À Sanae pela paciência e pelo auxílio na confecção dos mapas.

À todos meus amigos da turma Biologia 2011, pela companheirismo durante

estes quatro anos de curso, e em especial ao meu grupo de trabalho e grandes amigos

Leilton, Amanda, Yrlano, Wellington, Nayara e Dani, pessoas estas que levarei, em

memoria, para o resto da minha vida.

A minha querida, companheira, amiga, amada, sol dos meus dias e lua cheia das

minhas noites, Lanna Jamile, por acreditar nas minhas vitorias e mais do que qualquer

um que eu citar aqui, por ter me apoido e ajudado desde o início desta minha jornada.

Aos meus pais, Isabel Novaes e Fernando Carneiro, meu irmão Rian Carneiro,

e minhas tias, Bia e Zélia, e a todos os meus parentes por terem me apoido, de todas

as formas, nas mudança que decidi tomar na minha vida.

E à todos que, em momentos não menos importantes dos citados acima, me

ajudaram de forma muito importante, os meus sinceros agradecimentos.

v

EPÍGRAFE

Toda a nossa ciência, comparada com a realidade, é primitiva e Infantil. E, no entanto, é a coisa mais preciosa que temos.

Albert Einstein (1879-1955)

É um erro capital teorizar antes de ter os dados. Insensivelmente, começa-se a distorcer os fatos para adaptá-los às teorias, em vez de

fazer com que as teorias se adaptem aos fatos. Comentário de Sherlock Holmes, em A Scandal in Bohemia, de

Arthur Conan Doyle (1891)

vi

SUMÁRIO

RESUMO.................................................................................................... vii

ABSTRACT................................................................................................ viii

Introdução................................................................................................. 1

Material e Métodos................................................................................... 3

Área de Trabalho................................................................................... 3

Atributos Estruturais da vegetação........................................................ 4

Compactação do Solo............................................................................ 4

Salinidade da Água Intersticial............................................................... 4

Análise dos dados.................................................................................. 5

Resultados................................................................................................ 7

Atributos Estruturais.............................................................................. 7

Salinidade, Compactação e Profundidade............................................. 9

Atributos Estruturais X Salinidade e Compactação................................ 10

Discussão................................................................................................. 12

Referências............................................................................................... 16

ANEXO....................................................................................................... 20

vii

Resumo As condições hidroedáficas contribuem para o nanismo das árvores de mangue.

Assim, o presente estudo objetiva verificar como a variação na salinidade e compactação

do solo afetam a altura dos bosques anões de Avicennia germinans. Para caracterizar a

estrutura do bosque foram abertas 90 parcelas de 5x5 m, totalizando 0,25 hectare,

mensurando altura total e circunferência do fuste. Foram medidas a salinidade da água

intersticial (SAL) e campactação do solo (PMC), durante a estação seca. Foram

mensuradas 3982 indivíduos, sendo 99,02% de A. germinans. A análise de cluster

mostrou a presença de três grupos com alturas médias significativamente diferentes:

1,17±0,37; 2,43±0,30 e 3,85±0,70 (KruskalWallis=79,04; gl=2; p<0,001). A análise da

regressão logística mostrou que a relação entre a altura e as variáveis ambientais foi

significativa (χ2=37,55; g.l.=3; p<0,0001). Contudo, somente as variáveis SAL e PMC

apresentaram chances menores do que 10 vezes (odds ratio=0,10 e 0,12, respectivamente)

das árvores mais altas relacionarem-se com a maior salinidades e compactação. De fato,

o bosque anão de A. germinans apresentou grande variabilidade estrutural, com as árvores

adultas que assumiram hábito arbustivo fortemente relacionadas à alta salinidade e

compactação do solo, sendo ambas as variáveis a expressão do déficit hídrico e das

condições edáficas do ambiente.

Palavras-chave Avicennia germinans . Condições hidroedáficas . Costa amazônica

brasileira . Manguezal anão

viii

Abstract The hydroedaphic conditions contribute to dwarfing of mangrove trees. Thus,

this study aims to verify how the variations in salinity and soil compaction affect the

height of the dwarf Avicennia germinans mangrove. To characterize the structure of forest

were open 90 plots of 5x5 m, totaling 0.25 hectare, measuring total height and stem

circumference. We measured the pore water salinity (SAL) and soil compaction (SC),

during the dry season. A total of 3982 individuals were measured, with 99.02% of A.

germinans. The cluster analysis showed the presence of three groups with significantly

different mean heights: 1.17 ± 0.37; 2.43 ± 0.30 and 3.85 ± 0.70 (Kruskal Wallis = 79.04,

df = 2, p <0.001). The logistic regression analysis showed that the relation between the

height and environmental variables was significant (χ2 = 37.55, df = 3, p <0.0001).

However, only the variables SAL and SC had lower chances than 10 times (odds ratio =

0.10 and 0.12, respectively) of the tallest trees they relate to the highest salinity and

compaction. In fact, the dwarf A. germinans forest showed great structural variability,

with the adult trees that assumed a shrub-like habit strongly related to high salinity and

soil compaction, with both variables the expression of drought and soil conditions of the

environment.

Keywords Avicennia germinans . Brazilian Amazon coast . Dwarf mangrove .

Hydroedaphic conditions

1

Efeito da Salinidade e Compactação do Solo na Estrutura do Bosque Anão de

Avicennia germinans (l.) L. na Península de Ajuruteua, Costa Amazônica Brasileira

Introdução

Os manguezais são formados por espécies herbáceas e arbóreas adaptadas

morfologicamente e fisiologicamente para sobreviver em águas salobras ou salinas, bem

como em solos inconsolidados com baixa concentração de oxigênio (Hogarth 2007).

Essas florestas também apresentam grande variabilidade espacial em resposta a diferentes

fatores ambientais locais, como, por exemplo, a inundação e a salinidade (Naidoo et al.

2002).

A salinidade é um dos principais fatores a influenciar a dinâmica estrutural das

florestas de mangue, como já foi demonstrado em vários estudos prévios (Bunt 1996;

1999; Duke et al. 1998; Matthijs et al. 1999; Joshi e Ghose, 2003). Tal fator pode,

inclusive, conduzir a uma série de disfunções fisiológicas que limitam ou impedem, por

exemplo, o crescimento vegetativo e reprodutivo das árvores (Kozlowski 1997; Sobrado

e Ball 1999). Contudo, embora as espécies arbóreas de mangue apesentem alta adaptação

aos ambientes salinos, a sua capacidade de assimilação de carbono e crescimento é

reduzida de acordo com o aumento da salinidade (Ball e Farquhar 1984; Naidoo e

Chirkoot 2004).

De acordo com Naidoo (2006), as condições hidroedáficas contribuem para aumentar

a salinidade do solo, assim como o estresse hídrico e o desequilíbrio iônico nos tecidos,

incluindo a deficiência de elementos essenciais como o fósforo, o que de forma

sinergética, contribuem para a formação de bosques anões nos manguezais. Essas

condições extremas no manguezal despertaram o interesse sobre a adaptabilidade das

árvores de mangue. A partir desse interesse vários estudos foram realizados na tentativa

2

de explicar as causas do nanismo em bosques de mangue. As discussões envolveram

principalmente os fatores químicos, como salinidade (Ball 1996; Naidoo et al. 2002) e

nutriente (Davis et al. 2001; McKee et al. 2002; Lovelock et al. 2004), bem como aqueles

de origem física, como os ciclos de inundação (Egler 1952) e a compactação do substrato

(Craighead 1971). Segundo Soane e Ouwerkerk (1994), a compactação é o resultado da

expulsão de ar dos poros do substrato, mudando a porosidade, além de aumentar a

densidade e a resistência para penetração, dificultando a permeabilidade e a

disponibilidade de água e nutriente.

Na península de Ajuruteua, localizada na costa amazônica brasileira, os manguezais

ocorrem sob diferentes condições de salinidade e inundação (Medina et al. 2001). As

florestas de mangue ao longo dessa península são formadas principalmente por três

espécies vegetais arbóreas: Rhizophora mangle L. (Rhizophoraceae), Avicennia

germinans (L.) L. (Acanthaceae) e Laguncularia racemosa (L.) Gaertn. f.

(Combretaceae). Dentre as quais A. germinans pode tolerar as maiores taxas de salinidade

e dessecação do solo (Cohen et al. 2004). De acordo com esses autores, ao longo da

península, essas áreas hipersalinas apresentam salinidade da água intersticial de 90 – 100

ppm e são inundadas menos de 28 dias ao ano, sendo os locais onde A. germinans

apresenta tendência para a formação de bosques anões monoespecíficos.

De acordo com Medina et al. (2001), a área de bosque anão existente na península de

Ajuruteua apresenta alta concentração de sódio no sedimento e déficit hídrico no período

seco, aumentando sobremaneira a salinidade da água intersticial. Contudo, ainda são

escassos trabalhos sobre uma abordagem de como as condições edáficas contribuem para

o nanismo das árvores e influenciam a arquitetura dos bosques. Assim, o presente estudo

tem o objetivo de verificar como a variação na salinidade e o déficit hídrico no solo afetam

3

a altura dos bosques anões, bem como determinar as limitações impostas por esses fatores

ao crescimento de A. germinans.

Material e Métodos

Área de estudo

A área de estudo é um bosque de mangue anão com predominância de A. germinans,

com indivíduos de até 5 metros de altura. Essa área está localizada na península de

Ajuruteua, margeada pelo estuário do rio Caeté e do rio Taperaçú, no município de

Bragança-Pará, a 10 km do Furo do Taici (00°53’45,6” S e 046°39’52,1” W), na direção

leste a partir da rodovia PA-458 (Bragança Ajuruteua) (Fig 1).

O clima da região é quente e úmido, com média de precipitação anual de 2508,4 mm,

temperatura média do ar de 25,6 °C (dados da série de 24 anos da estação meteorológica

de Tracuateua-PA, 30 km a sudoeste da área de estudo – INMET, 2014).

Fig. 1 Mapa da península de Ajuruteu, Bragança – Pará. A área hachurada

representa o bosque anão.

4

Atributos estruturais da vegetação

Para caracterizar a estrutura do bosque anão foram demarcadas 90 parcelas de 5x5 m,

totalizando 0,25 hectare (= 2.250 m2; Fig 1). Em cada parcela, todos os indivíduos foram

mensurados quanto à altura total (ALT) e circunferência do fuste. A circunferência das

árvores foi medida com uma fita métrica à altura do peito (CAP; cm) e dos arbustos à 30

cm do nível do chão, próximo à porção basal da planta (CAB; cm). Este último

procedimento foi adotado mesmo quando a primeira bifurcação ou rebrota ocorreu abaixo

de 30 cm (Felfili e Fagg 2007). A partir das medidas de circunferência (CAP e CAB)

foram estimados o diâmetro do fuste (D; cm) e estimados os seguintes atributos

estruturais: Frequência (F), Densidade (De; ind.m-2), Dominância (área basal – Do; m2.ha-

1) e Valor de Importância (VI) para as espécies identificadas (Cintrón e Schaeffer-Novelli

1974).

Compactação do solo

A textura do solo foi medida com um analisador de compactação penetroLOG da

FALKER Automação Agrícola Ltda. Foram mensuradas i) a Pressão Máxima de

Compactação (PMC; kgf.cm-2) e ii) a profundidade (PROF; cm) em que essa pressão

ocorreu. Os dados foram acessados com o auxílio do programa para visualização e análise

de dados de compactação do solo FALKER v.1.41.

Salinidade da água intersticial

A salinidade (SAL) da água intersticial foi obtida com auxílio de um trado de 50 cm de

diâmetro a um metro de profundidade. As amostras de água foram retiradas com o auxílio

de uma seringa de 50 ml e uma mangueira flexível de um metro fixada na seringa. Para

5

aferição da salinidade foi utilizado um refratômetro graduado de 0 a 100, com precisão

de 01 ups (American Optical modelo A366ATC).

As coletas, de salinidade e compactação do solo, foram realizadas pontualmente entre

os meses de setembro e outubro de 2014, na estação seca.

Análise dos dados

Os dados fitossociológicos e ambientais (salinidade, compactação e profundidade da

compactação do solo) foram testados quanto aos pressupostos da normalidade (Teste de

Shapiro-Wilk) e homocedasticidade das variâncias (Teste de Levene). A análise de

variância de Kruskal-Wallis e o teste a posteriori de Dunn foram utilizados quando esses

pressupostos foram violados ao nível de significância de p<0,05. Essas análises foram

realizadas no programa BioEstat 5.0 (Ayres et al. 2007) e foram utilizadas para comparar

os atributos estruturais apenas dos espécimes de A. germinans das 90 parcelas e dos

grupos formados após a análise de Cluster. Essa análise foi utilizada para identificar a

formação de grupos (clusters), com base na altura das árvores e arbustos mensurados

através do índice de Bray-Curtis, no pacote estatístico Primer v.6 (Clarke e Gorley 2006).

O efeito hidroedáfico sobre o bosque de mangue foi investigado através de modelos

de regressão logística (Logit) (Hosmer e Lemeshow 2000). A altura é a variável

dependente (resposta), onde plantas menores e maiores do que o valor estimado da

mediana da altura vão ser associadas às variáveis independentes (preditoras) i) SAL

(baixa e alta), ii) PMC (baixa e alta) e iii) PROF (baixa e alta) (Tabela 1).

Os valores médios das variáveis quantitativas, dependente e independente, foram

transformados em variáveis binárias tomando como base a mediana; salinidade Baixa=0

(0,49-0,67 ppm) e Alta=1 (0,68-0,99 ppm), PMC Baixa=0 (kgf.cm2) e Alta=1 (kgf.cm2) e

profundidade da PMC Baixa=0 (cm) e Alta=1 (cm).

6

Tabela 1: Valores da mediana e o código binário de

sucesso e insucesso da variável resposta Altura (ALT)

e das variáveis preditoras Salinidade (SAL), Pressão

Máxima de Compactação (PMC; kgf.cm-2) e

Profundidade (PROF; cm).

Variável Mediana Insucesso

baixo (0)

Sucesso

alto (1)

ALT 2,55 0,39 – 2,54 2,56 – 5,66

SAL 0,68 0,49 – 0,67 0,68 – 0,99

PMC 5,99 3,47 – 5,83 5,99 – 14,35

PROF 50,0 40,0 – 49,0 50,0 – 60,0

A associação entre essas variáveis é feita a partir do modelo logístico que é o odds

ratio (OR = eβ1), ou seja, é a chance da variável resposta (𝑌) acontecer em relação à

variável preditora (𝑥).

O modelo calcula a probabilidade da associação acontecer, com base nos dados

amostrais obtidos pelo método da máxima verossimilhança (maximiza a probabilidade de

obter o grupo observado de dados), através da seguinte fórmula:

𝑃(𝑌) =1

1 + 𝑒−(𝛼+𝛽1𝑥1+…+𝛽𝑘𝑥𝑘)

Onde: α e β representam parâmetros desconhecidos que serão estimados. Os cálculos

foram realizados no programa BioEstat 5.0 (Ayres et al. 2007).

O método utilizado para a análise da distribuição das variável resposta (ALT) e

preditoras (SAL e PCM) foi através da ferramenta Interpolate to Raster do módulo

Spatial Analyst (opção Inverse Distance Weighted - IDW) no programa ArcGIS 10

(2013). Posteriormente, mapas foram gerados com a representação gráfica dos diferentes

níveis percentuais das variáveis medidas.

7

Resultados

Atributos estruturais

A área do bosque anão de mangue analisado foram mensuradas 3982 indivíduos, dos

quais 3943 (99,02%) pertenciam a A. germinans. As demais espécies R. mangle e L.

racemosa corresponderam a menos de 1% da amostragem geral. Indivíduos esparsos de

espécies típicas do estrato herbáceo também foram registrados, como: Spartina

alterniflora Loisel, Salicornia gaudichaudiana Moq., Batis marítima L., Sesuvium

portulacastrum (L.) L. e Blutaparon verniculare (L.) Mears., porém somente as espécies

do estrato arbustivo e arbóreo foram considerados para a análise dos atributos estruturais

do bosque anão.

Foi registrada a ocorrência de indivíduos de R. mangle e L. racemosa, em apenas 7

(FR=6,5%) e 11 (FR=10,2%), respectivamente, das 90 parcelas mensuradas (Tabela 1).

Ao contrário, A. germinans ocorreu em todas as parcelas, apresentando o maior diâmetro

do fuste (D=6,36±3,87 cm) e altura das árvores (ALT=2,51±1,19 m). A. germinans foi a

espécie que apresentou os maiores percentuais em todos os atributos [FR (83,3%), DeR

(99,02%), DoR (94,2%)], portanto a mais importante (VI=276,6) no bosque anão (Tabela

2).

A análise de variância entre as espécies de mangue mostrou que há diferença

significativa para todos os atributos estruturais (ALT - H=16,42; gl=2; p<0,001; D - H=

8,82; gl= 2; p<0,001; DeA - H= 177,46; gl= 2; p<0,001 e DoA - H= 18,14; gl= 2;

p<0,001) (Tabela 2).

8

Tabela 2: Atributo estrutural com valores médios (±Desvio Padrão) para a área de estudo na

península de Ajuruteua, Bragança-PA. Avg=Avicennia germinans; Rhm=Rhizophora

mangle; Lar=Laguncularia racemosa; D=Diâmetro do fuste, FR= Frequência Relativa,

DeA=Densidade Absoluta, DeR=Densidade Relativa, DoA=Dominância Absoluta,

DoR=Dominância Relativa e VI=Valor de Importância. Ind.=Indivíduo; n.a.=não aplicável;

p=valor de significância em 0,05.

Através da análise de cluster foi possível obter três grupos distintos, baseados na

altura média dos indivíduos por parcela (n=90). Os grupos foram formados no

dendrogama nos seguintes pontos: GRUPO 01 em 87,6%, GRUPO 02 em 90.8% e o

GRUPO 03 em 93,1% de similaridade (Fig 2).

Fig 2 Análise de cluster, mostrando a formação de três grupos distintos,

baseados na altura média.GR=Grupo.

A análise dos atributos estruturais dos três grupos de altura existentes no bosque anão

mostrou que o Grupo 01 apresentou maior densidade (76,6±42,5 Ind.ha-1) e os menores

indivíduos (Altura=1,17±0,37 m), enquanto o Grupo 02 com os valores intermediários

para todos os atributos, é o grupo de menor importância (VI=91,7). O Grupo 03

Espécies

Altura

(m)

D

(cm)

FR

(%)

DeA

(Ind.ha-1)

DeR

(%)

DoA

(m².ha-1)

DoR

(%) VI

Avg 2,50±1,18 6,36±3,87 83,3 43,8 99,02 0,50 94,2 276,6

Rhm 1,25±0,59 3,14±3,40 6,5 0,2 0,48 0,01 2,1 9,0

Lar 2,31±2,10 3,27±2,67 10,2 0,2 0,50 0,02 3,7 14,4

P <0,001 <0,001 n.a. <0.001 n.a. <0.001 n.a. n.a.

9

apresentou valores mais altos em quase todos os atributos e também é o grupo de

vegetação mais importante (VI=113,8) do bosque anão (Tabela 3).

A análise de variância mostrou que todos os atributos estruturais apresentam diferença

significativa entre os grupos de vegetação (ALT - H=79,04; gl=2; p<0,001; D - H=67,15;

gl= 2; p<0,001; DeA - H=47,8; gl= 2; p<0,001 e DoA - H=32,75; gl= 2; p<0,001) (Tabela

3).

Tabela 3. Valores médios (±Desvio Padrão) dos atributos estruturais dos grupos de

Avicennia germinans gerados através da análise de cluster, para a península de Ajuruteua,

Bragança-PA. D=Diâmetro do fuste, Sal=Salinidade, PMC=Pressão Máxima de

Compactação, FR=Frequência Relativa, DeA=Densidade Absoluta, DeR=Densidade

Relativa, DoA=Dominância Absoluta, DoR=Dominância Relativa e VI=Valor de

Importância. n.a.= não aplicável; p=valor de significância em 0,05.

Salinidade, compactação e profundidade

Os valores médios dos fatores abióticos apresentaram variação significativa entre os três

agrupamentos do bosque anão. Apenas a variável “profundidade da pressão máxima”

(PROF) não é capaz de explicar a composição estrutural do bosque, sendo necessária a

correlação com as variáveis “salinidade” (SAL) e “pressão máxima de compactação”

(PMC) (Tabela 4). O Grupo 03, formado por indivíduos com maior média de estatura

(Tabela 3), apresentou as menores médias de atributos abióticos (SAL=0,61±0,09;

Altura

(m)

D

(cm)

DeA

(Ind.ha-1)

DeR

(%)

DoA

(m².ha-1)

DoR

(%) VI

GRUPO 01 1,17±0,37 2,83±0,76 76,6±42,5 57

0,001±0,000

7 6,1 94,5

GRUPO 02 2,43±0,30 5,99±2,23 39,6±20,4 30 0,004±0,003 26,6 91,7

GRUPO 03 3,85±0,70 10,05±3,71 17,6±6,13 13 0,011±0,010 67,3 113,8

P <0.001 <0.001 <0.001 n.a. <0.001 n.a. n.a.

10

PMC=5,47±1,78; PROF=0,51±0,06), enquanto o Grupo 01 exibiu os maiores valores

médio de SAL, PMC (Tabela 4). PMC (kgf.cm-2)

Tabela 4 Comparação dos valores médios (±Desvio padrão) dos fatores

ambientais entre os grupos de vegetação formados no bosque anão, na

península de Ajuruteua, costa amazônica brasileira. SAL=Salinidade,

PMC=pressão máxima de compactação, PROF=profundidade, p=valor

de significância em 0,05.

SAL PMC (kgf.cm-2) PROF

GRUPO 01 0,85±0,19 8,15±2,95 44,0±15,0

GRUPO 02 0,72±0,14 6,25±1,72 43,0±11,0

GRUPO 03 0,61±0,09 5,47±1,78 51,0±6,0

p <0,001 <0,001 <0,05

Atributos estruturais x salinidade e compactação

As variáveis preditoras salinidade (SAL), pressão máxima de compactação do solo

(PMC) e profundidade (PROF) foram correlacionados, através da Regressão Logística

(Logit), com a variável resposta altura (ALT). A relação entre a variável resposta e as

variáveis preditoras, através do Teste da Razão da Verossimilhança (TRV=43,60), foi

bastante significativa (χ2=37,55; g.l.=3; p<0,0001). Contudo, de acordo com os valores

do teste de Wald, somente a variável PROF não apresentou diferença significativa em

relação à altura (z=-0,5832; p=0,5595) (Tabela 5). O modelo também calcula a razão de

chances (odds ratio) para cada variável preditora em relação à variável resposta (ALT),

ou seja, as relações de sucesso de uma com a outra (Tabela 5). As variáveis SAL e PMC

apresentaram chances muito baixas, menor cerca de 10 vezes (OR=0,10 e 0,12,

respectivamente) dos bosques mais altos estarem relacionados com as mais altas

salinidades e maiores valores de compactação (Tabela 5; Fig 3).

11

Tabela 5 – Regressão Logística Múltipla (Logit) entre a altura do

bosque anão e a salinidade (SAL), pressão máxima de compactação

do solo (PRES; kgf.cm-²) e profundidade da pressão máxima (PROF;

cm) na península de Ajuruteua, Bragança, Pará. p=nível de

significância; β=coeficiente do modelo; EP=erro padrão de β;

z=teste de Wald; odds ratio=razão de chances.

Variáveis Β EP z P odds ratio

SAL -2.3028 0.5984 -3.8479 0.0001 0.10

PMC -2.1239 0.6072 -3.4976 0.0005 0.12

PROF -0.3568 0.6117 -0.5832 0.5597 0.70

Fig 3 Mapa da distribuição das 90 parcelas no bosque anão na

península de Ajuruteua, costa amazônica brasileira. Valores

percentuais da distribuição da A = altura (m), B = salinidade e C

= pressão máxima de compactação (PMC; kgf.cm-²) dos

indivíduos no bosque anão.

12

Paralelamente, valores probabilísticos (Logot Pi) percentuais mais exatos dessas

relações foram calculados, onde estimou-se que existe alta probabilidade (92,9 e 90,1%)

da porção do bosque anão mais alta ocorrer tanto nas manchas com baixos níveis de SAL,

de PMC e baixa PROF quanto com baixos níveis de SAL, de PMC e alta PROF,

respectivamente (Tabela 6; Fig 3).

Tabela 6 – Probabilidade de variação na altura do bosque

anão em função do estresse salino e hídrico na península de

Ajuruteua, Bragança, Pará. SAL=salinidade;

PRES=pressão máxima de compactação do solo (kgf.cm-²);

PROF=profundidade da pressão máxima (cm); ALT=altura

(m); p=probabilidade de ocorrência.

Interações Logit Pi p (ALT; %)

SAL= 0; PMC= 0; PROF= 0 2,5697 92,9

SAL= 0; PMC= 0; PROF= 1 2,2129 90,1

SAL= 0; PMC= 1; PROF= 0 0,4458 61,0

SAL= 0; PMC= 1; PROF= 1 0,0890 52,2

SAL= 1; PMC= 0; PROF= 0 0,0890 56,6

SAL= 1; PMC= 0; PROF= 1 -0,0899 47,8

SAL= 1; PMC= 1; PROF= 0 -1,8570 13,5

SAL= 1; PMC= 1; PROF= 1 -2,2138 09,9

Discussão

Apesar da ocorrência das espécies R. mangle e L. racemosa na área do bosque anão, suas

contribuições percentuais, no que se refere aos atributos estruturais, não foram

expressivas (Tabela 1). A presença dessas espécies foi registrada em função de algumas

parcelas cobrirem a parte limítrofe do bosque anão, próximo aos canais-de-maré, onde há

maior disponibilidade de água e o terreno é menos salino. De fato a região do bosque

anão é dominada por A. germinans com quase a totalidade (99,02%) de seus indivíduos

distribuídos ao longo da área amostral, reiterando o fato de que essa espécie é mais

13

tolerante às altas taxas de salinidade que caracteriza o ambiente. De acordo com Krauss

e Ball (2013), em geral, espécies de mangue são halófitas facultativas verdadeiras com

necessidade obrigatória à salinidade, ou seja, são capazes de crescer em água doce, mas

respondem com o aumento da salinidade até um crescimento ótimo acima do qual

decresce.

A alta salinidade registrada no bosque anão promove o estresse salino, que por sua

vez, reflete-se na arquitetura do bosque anão. Mesmo em campo, é notória a variação no

porte dos indivíduos considerados anões. Essa observação foi confirmada com a análise

de cluster, gerada a partir da altura média dos indivíduos de cada parcela, formando três

grupos distintos (Fig 2). Esse mesmo bosque anão caracterizado por Medina et al. (2001),

cuja descrição foi de uma floresta monoespecífica de A. germinans com características

arbustivas (shrub-like), composta de indivíduos de até 3 m de altura e diâmetro do fuste

médio de 4,1 cm.

Adicionalmente, a comparação dos valores médios dos atributos estruturais, mostrou

variabilidade significativa entre os grupos, sendo a altura, diâmetro do fuste, densidade e

dominância todos significativamente diferentes (Tabela 3). O GRUPO 03 se destaca, por

ter os maiores valores médios dos atributos altura e diâmetro do fuste (Alt=3,85 m;

D=10,06 cm), sendo também o grupo mais dominância (0,33 m².ha-1) (Tabela 2). Quando

comparamos as medias da salinidade (Sal=0,61 ppm) e da pressão máxima de

compactação (PMC=5,47 kgf.cm2) (Tabela 5), com os dados estruturais do GRUPO 03 e

do GRUPO 01, é possível observar uma relação inversamente proporcional do

desenvolvimento dos atributos bióticos em função dos dados abióticos.

A diferença encontrada na arquitetura do bosque anão, inclusive fazendo com que A.

germinans apresente um porte arbustivo e não arbóreo, é certamente uma resposta aos

14

diferentes fatores ambientais que promovem os distintos níveis de estresse registrados na

área amostral (Tabela 4).

Através da regressão logística foi possível relacionar os três grupos, definidos pela

altura dos indivíduos, com os fatores ambientais de salinidade, compactação do solo e

profundidade da compactação. Os indivíduos do Grupo 01 apresentaram porte mais

arbustivo e estão altamente relacionados com as manchas com maior salinidade da água

intersticial e maior compactação do solo. A profundidade de compactação do solo aparece

como uma variável com pouca correlação com a altura do bosque anão, pois tanto os

valores altos e baixos dessa variável não interferem nas altas probabilidades das outras

variáveis preditoras (salinidade e compactação) se correlacionarem com os indivíduos de

menor altura no bosque (Tabela 5 e 6).

O fato de que a alta salinidade afeta negativamente o porte de indivíduos de A.

germinans, desde há muito tempo já tem sido relatado na literatura científica (Tomlinson

1986; Jiménez e Lugo 2000). Da mesma forma outros efeitos, além da alta salinidade,

agem sobre a estruturação de espécies vegetais. A densidade do solo é enfatizada como

uma das influência que atuam diretamente nas relações bioquímicas e nos aspectos

morfológicos das raízes das plantas (Whalley et al. 2006). De fato, a textura do solo pode

modificar, de forma drástica, a disponibilidade de água no sistema radicular por

resistência mecânica do solo, sendo suficiente para interromper o crescimento radicular,

afetando diretamente a produtividade do bosque. (Bengough et al. 2011).

É importante salientar que a análise de fatores abióticos tem sido usada para avaliar o

crescimento das plantas (Beutler et al. 2006a,b; Beutler et al. 2008; Kaiser et al. 2009).

No caso dos bosques anões, as discussões envolveram principalmente os fatores

químicos, como salinidade (Ball 1996; Naidoo et al. 2002) e nutriente (Davis et al. 2001;

15

McKee et al. 2002; Lovelock et al. 2004), bem como aqueles de origem física, como os

ciclos de inundação (Egler 1952) e a compactação do substrato (Craighead 1971).

De acordo com Naidoo (2006), tanto a hipersalinidade como a alta evapotranspiração

dos bosques com pouca cobertura foliar e maior exposição do solo (como é o caso do

bosque anão do presente estudo) é capaz de promover a maior concentração de íons

inorgânicos, contribuindo para o baixo potencial hídrico do solo. Este, por sua vez, produz

uma série de efeitos semelhantes ao estresse hídrico, sendo então um fator determinante

da produção de biomassa, afetando o porte dos indivíduos. Segundo Krauss e Ball (2013),

o crescimento e o ótimo fisiológico se cruzam em concentrações moderadas de salinidade

nos manguezais. Mas é importante ficar atento para o fato de que as evidências aqui

apresentadas mostram que a grande variação na altura dos indivíduos do bosque anão de

0,14 à 7,80 m, não é dependente apenas da variação da salinidade e da necessidade que a

planta tem de sal no seu organismo, mas também do déficit hídrico distribuído entre as

manchas do bosque anão (Fig 3).

Por fim, o presente estudo mostrou que bosques anões apresentam maior variabilidade

estrutural do que o esperado, mostrando uma significante associação com à variação do

déficit hídrico, expresso pela salinidade e compactação do solo. No entanto, como

sugerido anteriormente por alguns autores (McKee et al. 2002; Lovelock et al. 2004;

Naidoo 2006), a formação de manguezais anões é um fenômeno complexo e influenciado

por uma gama de condições hidroedáficas, cujos estudos sobre o balanço de nutrientes

disponíveis no solo e a topografia local são essenciais para explicar as características

singulares desta região.

16

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ANEXO

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potentially very important or timely, but do not require a full-size article. Short communications should not be used for reporting preliminary data.

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author of each work. All journal names must be written out in full. • Journal article Gamelin FX, Baquet G, Berthoin S, Thevenet D, Nourry C, Nottin S, Bosquet

L (2009) Effect of high intensity intermittent training on heart rate variability in prepubescent children. European Journal of Applied

Physiology 105:731-738. doi: 10.1007/s00421-008-0955-8 Ideally, the names of all authors should be provided, but the usage of “et al” in

long author lists will also be accepted: Smith J, Jones M Jr, Houghton L et al (1999) Future of health insurance. New

England Journal of Medicine 965:325–329 • Article by DOI Slifka MK, Whitton JL (2000) Clinical implications of dysregulated cytokine

production. Journal of Molecular Medicine. Doi:10.1007/s001090000086 • Book South J, Blass B (2001) The future of modern genomics. Blackwell, London • Book chapter

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