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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS LEASING - ASPECTOS FUNDAMENTAIS E SUA IMPORTÂNCIA NA AQUISIÇÃO DE ATIVOS GLAUCIO DE ALMEIDA AMADOR ORIENTADOR: Prof.: Marco Larosa RIO DE JANEIRO JUNHO/2002

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

LEASING - ASPECTOS FUNDAMENTAIS E SUA

IMPORTÂNCIA NA AQUISIÇÃO DE ATIVOS

GLAUCIO DE ALMEIDA AMADOR

ORIENTADOR:

Prof.: Marco Larosa

RIO DE JANEIRO

JUNHO/2002

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

LEASING - ASPECTOS FUNDAMENTAIS E SUA

IMPORTÂNCIA NA AQUISIÇÃO DE ATIVOS

GLAUCIO DE ALMEIDA AMADOR

Trabalho monográfico apresentado como

Requisito parcial para obtenção do Grau de

Especialista em Finanças e Gestão Corporativa

RIO DE JANEIRO

JUNHO/2002

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Agradeço a todos que diretamente

contribuíram para a evolução deste trabalho,

e aqueles que, mesmo sem contribuir

diretamente, sempre acreditaram

no sucesso desta pesquisa.

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Dedico este trabalho de pesquisa

aos meus familiares, especialmente a minha

mãe e a minha avó materna, que apesar de

todas as dificuldades sempre estiveram ao

meu lado.

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Resumo

O trabalho visa mostrar o leasing, como uma alternativa muito

importante para as empresas no mercado para o financiamento de itens

contratados, classificados como ativo imobilizado, além de softwares básicos e

aplicativos, e hardwares quando se tratar de computadores por uma empresa

ou pessoa física, tratando-se de leasing.

Apresentar o leasing e toda a sua complexidade, de forma simples e

dinâmica, torna-se preocupação constante ao longo do trabalho. Saber utilizar

o leasing, como uma importante forma de financiamento, dentre as várias

existentes, destacando as características desta técnica, assim como,

considerar as vantagens e desvantagens ao se optar pelo leasing, torna-se

fundamental para que a empresa tenha um custo mais baixo no financiamento,

com isso obtenha vantagem na negociação unto ao mercado, hoje competitivo

e globalizado.

Distribuímos o trabalho em quatro capítulos: começaremos

descrevendo a história do leasing. Em seguida tratamos da sua caracterização

diferenciando de outros tipos de compra ou aluguel. No capítulo III, entraremos

em definições de leasing, mostraremos suas características, como o tipo de

bem contratado, as prestações, e finalizando o capítulo, envolveremos a

importância dos aspectos fiscais desta operação. Em seguida falaremos sobre

as principais fases de uma operação de leasing, envolveremos contratos,

garantias, rescisão de contratos entre outros temas importantes para tópico

abordado. Entraremos ainda, na questão do mercado de leasing no Brasil, sua

evolução e as empresas de leasing que operam no país, a decisão de compra-

versus-leasing e as vantagens e desvantagens em se optar por esta técnica.

Enfim, o trabalho conceitua, caracteriza e mostra as complexidades

em se utilizar a técnica do leasing, sua importância para empresas no mercado,

hoje competitivo e globalizado.

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Metodologia

As idéias deste trabalho vêm de incontáveis discussões,

experiências profissionais, visitas a empresas do segmento, apresentações e

idéias que outras pessoas compartilharam com a finalidade de transformar o

trabalho numa fonte de pesquisa e orientação profissional, já que a

minimização do custo, ao se optar por um financiamento, é uma preocupação

constante entre as empresas.

Enfim, trata-se de uma fonte de pesquisas para estudantes e

profissionais, pois nele alia-se a experiência profissional com dados empíricos

e opiniões de profissionais conceituados, na área da administração financeira,

para ser mais exato, no que tange ao leasing.

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SUMÁRIO

Introdução....................................................................................................8

1. Histórico do Leasing...............................................................................9

2. Caracterização do Leasing.....................................................................12

3. Características e Aspectos Fiscais do Leasing....................................21

4. Leasing - Fases de uma Operação e a Evolução do Mercado no

Brasi............................................................................................................. 36

Conclusão....................................................................................................58

Referência Bibliográfica............................................................................. 59

Anexos..........................................................................................................64

Figuras e Tabelas........................................................................................68

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Introdução

O sucesso do financiamento das companhias, agora e no futuro,

exige uma vasta compreensão de todas as partes da estrutura de capital. O

conhecimento de leasing, é crucial para um executivo-financeiro bem

preparado, se for atuar em um banco comercial, banco de investimento ou no

departamento financeiro de uma corporação.

Existem alternativas básicas para a aquisição de ativos

permanentes, como o leasing de ativos, tomar emprestado a fim de comprar

ativos ou comprar ativos com recursos próprios. A administração financeira tem

a liberdade de escolher, a partir de uma destas alternativas, aquela que seja

menos dispendiosa para a empresa. Precisa-se portanto, utilizar técnicas

específicas que comparem as diferentes formas de financiamento.

O aspecto tributário do leasing, deve ser conhecido, pois trata-se de

uma ferramenta importante de decisão no financiamento, já que, por terem

características diferentes, encontra-se variação na incidência de impostos.

Como todo financiamento, encontramos vantagens e desvantagens

na técnica do leasing. A decisão em se optar por um leasing, deve ser baseada

em análises profundas das tendências do mercado ao qual se está fazendo o

arrendamento.

Faça a pergunta: qual a importância do leasing no financiamento de

ativos? Ressaltar que existem inúmeras vantagens e desvantagens em se

optar pela técnica do leasing, torna-se questão fundamental, devendo o

tomador de decisões estar preparado para fazer a melhor a escolha entre os

vários tipos de financiamentos, sempre focado com a alternativa que for mais

vantajosa, ou seja, aquela que apresentar o custo mais baixo.

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Capítulo I

Histórico do Leasing

Operações com características de leasing podem ser encontradas

na antiguidade, praticadas por centenas de anos. Apesar de vaga e escassa

literatura acerca de seu histórico, uma forma de leasing já era utilizada pelo

governo ateniense sobre as minas de propriedade do Estado: determinada

quantia de dinheiro era paga ao Estado como garantia de exploração e uma

renda anual estabelecida como percentagem dos lucros; o arrendatário podia

vender o minério ou subarrendar o direito de exploração.

As Minas de ouro e de prata em Thaoss e Laurium, cidades gregas

antigas, eram exploradas dessa forma. Leasings perpétuos em terras aráveis

na península de Ática eram mencionadas em listas de propriedades por

oradores gregos, aproximadamente 500 anos antes de cristo.

Na Inglaterra, os primeiros barões eliminaram de suas terras uma

forma de leasing, a fim de manterem o direito de posse sobre elas. Atualmente,

muitas famílias nobres ainda possuem grande número de propriedades nos

centros de negócios das grandes cidades. Como exemplo, o Duque de

Westmister é possuidor de áreas industriais e comerciais em Londres,

praticando o sistema de arrendamento.

Nos Estados Unidos, o leasing foi implementado de forma intensa

nos idos de 1700, em Baltimore e Filadélfia, consolidado pelos colonos

ingleses, daí derivando sua forma atual, criação creditada a D. Bothe Jr., já em

meados deste século. Na década de 1950, a experiência consolidou-se junto

ao setor empresarial, quando boothe Jr, proprietário de uma fábrica de

alimentos na Califórnia, necessitando atender a um importante contrato de

fornecimento firmado com o exército, e não possuindo equipamentos e

disponibilidades suficientes para adquiri-los, resolveu aluga-los. Tempos mais

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tarde, esse mesmo material constituiu a US Leasing, empresa americana

destinada ao aluguel de equipamentos, movimentando cerca de 3,5 milhões de

dólares em 1954.

Em seu trabalho, (Oviedo, Derecho Financiero, 1971) menciona

que, após os idos de 1900, surgiram os manufactorens-lessors (fabricantes

arrendadores). Como: Xerox, United Shoe Machinery, Bell Telephone System,

IBM e International Cigar. Essas empresas conseguiram crescer alavancadas

pela conjugação de fatores manufatureiros e de serviços, entre outros, e

especificamente o leasing.

Por outro lado, (Bey, Paris, 1970) demonstra que a origem do

leasing está ligada ao Império Babilônico no século XVIII a.C., com Hamurabi,

considerado o primeiro legislador do mundo, regulamentando as relações

comerciais e de propriedade, ainda na época dos faraós.

A evolução do leasing variou de país para país, dependendo

basicamente da legislação local vigente. No Brasil, na década de 60, empresas

locadoras realizaram operações assemelhadas ao Leasing. Os primeiros

contratos foram efetivados pela RENT-A-MAQ, uma pequena empresa

independente, localizada em São Paulo. Todavia, pela inexistência de

regulamentação específica, notadamente quanto aos aspectos fiscais, houve

dificuldade de expansão do setor. Outros fatores inibidores à implantação da

nova idéia foram os altos custos financeiros e a aplicação de técnicas

rudimentares. A partir da Revolução de 1964, em função da crescente

expansão industrial e comercial, aliada a uma apurada técnica financeira, foi

possível obter-se uma maior participação do Leasing no mercado nacional. Em

12/09/74, com a promulgação da Lei 6.099, este tipo de operação foi

regulamentada e denominada "Arrendamento Mercantil", obedecendo as

normas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, com controle e

fiscalização exercidos pelo Banco Central do Brasil. A partir deste momento

passou a ser praticado oficialmente no mercado financeiro, tornando-se uma

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excelente alternativa para financiamentos de longo prazo e de alta flexibilidade,

adequando-se ao fluxo de caixa e de investimentos, inclusive com carência.

Atualmente, existem no Brasil mais de 70 sociedades de

arrendamento mercantil e alguns bancos múltiplos com carteira de

arrendamento mercantil. Estas empresas são supervisionadas pelo Banco

Central do Brasil, mas o tratamento tributário e fiscal das operações é definido

pela Receita Federal.

As empresas de leasing podem captar recursos através da emissão

de notas promissórias, empréstimos internos, financiamentos, repasses

externos. Por serem de capital aberto, elas também estão autorizadas a emitir

debêntures - uma das principais fontes de captação de recursos do setor no

mercado nacional. Não se confundem com as financeiras, que têm legislação

própria.

O leasing no Brasil, comparado com outros países como os Estados

Unidos, Alemanha, França, etc., ainda tem muito espaço para desenvolver.

Nesses países, tanto o leasing financeiro como o operacional atendem

inúmeras demandas de mercado, adaptando-se ao perfil e objetivos de

empresários.

Este cenário não podia deixar de interferir no leasing que, por

envolver a aquisição de máquinas e equipamentos, é um produto compatível

com contextos de crescimento e desenvolvimento econômico. Isto, por outro

lado, nos faz acreditar em um processo rápido de aperfeiçoamento e expansão

do leasing, dado o sucesso do Plano de Estabilização Econômico, com a

drástica redução da inflação, dos custos de financiamento, da competitividade

e concorrência.

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Capítulo II

Caracterização do Leasing

Leasing é uma palavra de origem inglesa, derivada do verbo "to

lease", que significa aluguel. A idéia do Leasing é fundamentada na concepção

econômica de que o fato propulsor de rendimentos para uma empresa é a

utilização e não a propriedade de um bem. Portanto, genericamente, o Leasing

pode ser explicado como um contrato cuja finalidade é a cessão do uso de

bens de capital.

A legislação brasileira, através da Lei no. 6.099, de 12/09/74,

alterada pela Lei no. 7.132, de 26/10/83, define o arrendamento mercantil da

seguinte forma:

"Considera-se arrendamento mercantil, para os efeitos desta Lei, o

negócio jurídico realizado entre pessoa jurídica, na qualidade de arrendadora, e

pessoa física ou jurídica, na qualidade de arrendatária , e que tenha por objeto

o arrendamento de bens adquiridos pela arrendadora, segundo especificações

da arrendatária e para uso desta"

Arrendamento Mercantil é a cessão do uso de um bem, por um

determinado prazo, mediante contrato e demais condições pactuadas. Os

intervenientes envolvidos na operação são assim denominados:

Arrendadora aplica recursos na aquisição de bens escolhidos pela

Arrendatária e que serão objetos do contrato de arrendamento;

Arrendatária escolhe o bem junto ao Fornecedor, que será pago pela

Arrendadora. Passa a fazer uso do bem, mediante o pagamento de

contraprestações por um período determinado em contrato, o fornecedor

entrega o bem à Arrendatária e o fatura à Arrendadora.

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O processo segundo o qual a empresa pode obter a utilização de

certos ativos permanentes pelos quais deve efetuar uma série de

pagamentos contratuais periódicos, dedutíveis do Imposto de

renda. Lawrence G. Gitman, Princípios de Administração Financeira

(7º edição, p. 547)

O leasing, tal qual o empréstimo a longo prazo, possibilita a empresa

a utilização de certos ativos permanentes, mediante os quais ela deve efetuar

uma série de pagamentos contratuais, periódicos, dedutíveis do imposto de

renda. O arrendatário é aquele que se beneficia com os ativos arrendados,

constantes do contrato de leasing. O arrendador é o proprietário dos ativos.

Antes de caracterizar uma operação de leasing, é interessante

familiarizar-se com algumas formas de compra e utilização de bens de

consumo duráveis (ativo permanente).

2.1 - Compra a vista

Na compra a vista, as relações restringem-se ao fornecedor e à

empresa adquirente (compradora). Contabilmente, o pagamento diminui o ativo

circulante e o bem aumenta o ativo permanente no mesmo valor. A

depreciação do ativo permanente é apropriada ao resultado como despesa

dedutível do Imposto de Renda.

2.2 - Compra Financiada

A compra financiada envolve relações entre três agentes: a empresa

adquirente (comprador), o fornecedor e o financiador (banco, financeira ou

fornecedor). A empresa adquirente tem a propriedade e o direito de uso do

bem pela compra, e firma contrato de financiamento com agente financiador.

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Geralmente, durante o prazo do financiamento o bem permanece indisponível

para negociação em função do tipo de garantia constituída hipoteca, penhor,

alienação fiduciária etc.).

2.3 - Locação

A locação, ou aluguel, envolve relação entre dois agentes: o

locatário e o locador. O locador concede ao locatário o direito de usar o bem

por determinado tempo, sob condições específicas, a um preço combinado

entre as partes. Em se tratando de pessoa jurídica, o valor da locação pago

pelo locatário é uma despesa dedutível para fins de Imposto de Renda.

A locação gera benefícios à empresa por meio do lançamento do

valor pago com despesa, que é dedutível da base de cálculo do Imposto de

Renda a pagar.

2.4 - Modalidades de Leasing

Leasing é uma modalidade de financiamento recente no Brasil.

Regulamentada inicialmente em 1974 (Lei nº 6.099), sua última alteração

significativa ocorreu por meio da Resolução do Banco Central, nº 2.309, de

agosto de 1996. existem basicamente duas modalidades de Leasing no Brasil:

financeira e operacional.

2.4.1 - Leasing financeiro

A propriedade do ativo é da empresa de leasing, que concede à

empresa arrendatária o direito de usar o bem por prazo determinado e sob

condições contratuais específicas, mediante o pagamento de contraprestações,

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que são (na pessoa jurídica) custo ou despesa dedutível do Imposto de Renda.

Ao término do contrato, a empresa arrendatária tem a garantia de compra do

bem pelo valor residual (combinado na contratação da operação). O bem é

imobilizado pela empresa de leasing, que o deprecia mais rápido em relação à

compra pela empresa arrendatária, e essa aceleração de depreciação é

repassada a esta por meio das contraprestações.

É a modalidade em que os pagamentos realizados pelo arrendatário

(pessoa física ou jurídica) são suficientes para que a empresa de leasing

recupere o custo do bem arrendado durante o contrato e obtenha um retorno

sobre os recursos investidos. As despesas de manutenção e demais serviços

associados são de responsabilidade do arrendatário, e o preço de exercício da

opção de compra do bem é livremente combinado entre as partes.

2.4.2 - Leasing como alternativa de financiamento na aquisição de ativo

permanente

Tomemos como exemplo de leasing financeiro, para uma empresa:

- Que precisa adquirir um ativo permanente no valor de R$ 100 mil,

depreciável em cinco anos

- Prazo: 24 meses

- Contraprestação mensal: R$ 3.392 (ISS incluso)

- Valor residual: 42 % (a ser pago no final do contrato)

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Fluxos de caixa da operação para a empresa arrendatária Figura 2.1

R$ 13.432.32 = BCT R$ 4.620.00 = BFD

1 2 3 5 ano

R$40.704.00 = CPT

R$ 42.000.00 = CVR

CPT = Contraprestação do leasing: R$ 40.704,00 = R$ 3.392,00 x 12

CVR = Compra do bem da empresa de leasing pelo valor residual:

R$ 42.000,00 = 100.000 x 42% x 100

BCT = Benefício fiscal pelo pagamento da CPT (dedutível da base

de cálculo da contribuição social e do imposto de renda): R$ 13.432,32 =

(R$ 40.704 x 25% x 100) + (R$ 40.704 x 8% x 100)

BFD = Benefício fiscal pela depreciação (compra do bem pelo CVR,

dedutível da base de cálculo da contribuição social e do imposto de renda):

R$ 4.620 = (R$ 42.000 x 3 x 25% x 100) + (R$ 42.000 x 3 x 8% x 100)

Planilha de amortização

Amortização (R$)

Ano Saldo devedor

Juros Principal Prestação

0 R$ 80.000,00 R$ - R$ - R$ -

1 R$ 56.292,08 R$ 9.600,00 R$ 23.707,92 R$ 33.307,92

2 R$ 29.739,21 R$ 6.755,05 R$ 26.552,87 R$ 33.307,92

3 R$ - R$ 3.568,71 R$ 29.739,21 R$ 33.307,92

Tabela 2.1

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Fluxo de caixa para a empresa contratante Figura 2.2

R$ 3.168,00 BJD R$ 2.229,17 = BJP1 R$ 1.177,50 = BJP2

R$6.000,00 = BDP R$6.000,00 = BDP R$6.000,00 = BDP R$6.000,00 = BDP R$6.000,00 = BDP

0 1 2 3 4 5 ano

R$33.307,92 = PET R$33.307,92 = PET R$33.307,92 = PET

R$ 20.000,00 = PCP

R$ 1.200,00 = IOF

PCP = Parcela de capital próprio que a empresa paga pelo ativo

(parte não financiada)

BDP = Benefício fiscal pela depreciação (contribuição social e

imposto de renda): R$ 6.600,00 = (R$ 100.000 x 5 x 25% x 100) + (R$

100.000 x 5 x 8% x 100)

PET = Valor da prestação pelo financiamento, tabela price, 12% ao

ano

BJP = benefício fiscal (contribuição social e imposto de renda) pelo

pagamento de juros da 1a. parcela do financiamento: R$ 3.168.00 = (R$

9.600 x 25% x 100) + (R$ 9.600 x 8% x 100)

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BJP1 = benefício fiscal (contribuição social e imposto de renda) pelo

pagamento de juros da 2a. parcela do financiamento: R$ 2.229.17 = (R$

6.755,05 x 25% x 100) + (R$ 6.755,05 x 8% x 100)

BJP2 = benefício fiscal (contribuição social e imposto de renda) pelo

pagamento de juros da 3a. parcela do financiamento: R$ 1.177.50 = (R$

3.568.18 x 25% x 100) + (R$ 568.18 x 8% x 100)

2.4.3 - Leasing operacional

É a modalidade em que são privilegiadas as condições de locação

do bem. Nesse caso, os pagamentos realizados pelo arrendatário

(contraprestações) remuneram o custo de arrendamento do bem e os serviços

inerentes a sua colocação à disposição do arrendatário, não podendo o valor

presente dos pagamentos ultrapassar a 90% (noventa por cento) do custo do

bem.

O prazo contratual do leasing operacional precisa ser inferior a 75 %

(setenta e cinco por cento) do prazo de vida útil econômica do bem. As

despesas de manutenção, assistência técnica e demais serviços podem ser de

responsabilidade da empresa de leasing ou do arrendatário. O arrendatário

também pode optar pela compra do bem por seu valor de mercado.

Como geralmente os leasings operacionais não são completamente

amortizados, a empresa de leasing precisa recuperar o custo integral do ativo

renovando o leasing para outro arrendatário ou vendendo o ativo por seu valor

residual. Isso explica por que a empresa de leasing realiza as despesas com

manutenção e assistência técnica e as inclui no valor do arrendamento.

A resolução nº 2.465/96, do Banco Central do Brasil, regulamenta os

aspectos relativos ao leasing operacional. Analisar sua viabilidade econômica-

financeira para o arrendatário pessoa jurídica exige cuidados, dado que o prazo

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da operação deve ser menor do que a vida útil do bem. O arrendatário deve

analisar as condições tecnológicas e econômicas futuras e procurar manter o

valor presente dos pagamentos inferior ao valor do ativo, contemplando

também todos os aspectos fiscais.

O leasing operacional ainda não está plenamente desenvolvido no

Brasil, mas é uma opção bastante interessante e promissora. Os fabricantes de

bens de consumo duráveis ainda não acordaram para essa modalidade que

combina aspectos de comercialização com locação. Grandes manufactures-

lessors, como Xerox, IBM, Bell Telephone System e United Shoe Machinery,

cresceram alavancados pela conjugação de fatores manufatureiros e serviços.

O prof. Michael Porter, da Harvard Business School, pesquisou

padrões de sucesso empresarial em vários países desenvolvidos (Dinamarca,

Japão, Coréia, Cingapura, Suécia, Suíça e outros), e destaca o leasing como

um serviço estratégico de competitividade de nações como Estados Unidos e

Reino Unido. A ligação entre manufatura e leasing promove o incremento das

vendas de manufaturados, o que vem ocorrendo em empresas como

Caterpillar, Carirer, GE e Westinghouse nos EUA.

2.5 - Técnicas básicas de leasing

Os arrendadores usam três técnicas básicas para a obtenção de

ativos a serem arrendados: o leasing direto, o leaseback e o leasing

alavancado. Um leasing direto resulta quando um arrendador possui ou adquire

ativos a serem arrendados a um dado arrendatário. Em outras palavras, o

arrendatário não possui previamente os ativos que está arrendando. Uma

segunda técnica que é comumente usada pelos arrendadores para adquirir

ativos é comprar ativos já possuídos pelo arrendatário e arrendá-los novamente

a ele. Um arranjo de leaseback é normalmente iniciado por uma empresa que

necessite de fundos para operações. Ao vender um ativo existente a um

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arrendador e, em seguida, arrendá-lo, o arrendatário recebe dinheiro pelo ativo

imediatamente, ao mesmo tempo em que fica obrigado a fazer pagamentos

fixos periódicos pelos serviços arrendados. Ao contrário do leasing direto e

leaseback, no leasing alavancado o arrendador atua como um participante do

capital próprio, fornecendo apenas 20% do custo do ativo, e outro credor

fornece o restante. Nos últimos anos, os arrendamentos alavancados têm se

tornado muito comuns, especialmente na estruturação de arrendamentos de

ativos muito dispendiosos.

Procurar definir o que é leasing, quais as suas modalidades e as

técnicas básicas para a obtenção de ativos a serem arrendados, foram

preocupações constantes neste capítulo.

É fundamental o conceito de leasing, tal qual um empréstimo a longo

prazo, para que possamos diferenciá-los das outras formas de compra e

utilização de bens de consumo duráveis, fixando seus conceitos e normas que

o regem, para uma correta utilização da técnica.

Procuramos também descrever as duas modalidades de leasing: o

financeiro e o operacional, sempre seguindo o regulamento da Lei nº 6.099,

que rege o mercado de leasing no Brasil.

Esclarecemos e diferenciamos as três técnicas básicas de obtenção

de ativos a serem arrendados que se diferenciam por características

específicas: o leasing direto, o lease-back e o leasing alavancado.

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Capítulo III

Características e Aspectos fiscais do Leasing

Uma empresa ou uma pessoa física (arrendatário) pode contratar

leasings dos seguintes tipos de bens e serviços, de produção nacional ou

estrangeira:

- Todos os itens classificados contabilmente como ativo imobilizado

(máquinas, equipamentos, veículos, instalações, construções e imóveis);

- Softwares básicos e aplicativos, além de hardwares, quando se tratar de

computadores;

- Serviços diretamente associados ao ativo imobilizado, tais como

instalação, adequação, transporte etc.

3.1 - Prazo de operação

O prazo mínimo de uma operação de leasing, segundo a Resolução

nº 2.309 do Banco Central, é:

Para leasing financeiro - Dois anos, compreendidos entre a data de

entrega dos bens a arrendatária, consubstanciada em termo de aceitação e

recebimento dos bens, e a data de vencimento da última contraprestação,

quando se tratar de leasing de bens com vida útil igual ou inferior a cinco anos,

e de três anos, observada a definição do prazo constante no item anterior, para

o leasing de outros bens;

Para leasing operacional: 90 dias - A empresa de leasing geralmente

procurará operar com prazo máximo equivalente a 70% do tempo de vida

depreciável do bem, estabelecido pela legislação do Imposto de Renda porque,

na ocasião da compra, imobilizará e depreciará o bem por um prazo acelerado

em 30%.

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22

3.2 - Valor residual

O valor residual é obrigatório e deve ser estabelecido em contrato

para que, ao término dele, a empresa arrendatária possa exercer a opção de

compra do bem por esse valor. Ele pode ser expresso por uma porcentagem

do valor da aquisição, pago a vista, junto à prestação, ou somente no final do

contrato.

Sob a ótica da empresa arrendatária, a prática do pagamento do

valor residual em conjunto com a prestação acarretará maior complexidade

contábil pelas seguintes razões, pois o leasing confere à empresa arrendatária

o direito de usar um ativo imobilizado pelo tempo determinado em contrato

sem, entretanto, usufruir do direito de posse, evento que impossibilita a

imobilização bem-objeto no momento da contratação, devendo a prestação ser

registrada diretamente como despesa no período e como valor residual, pois é

uma fração do valor do bem, que confere à empresa arrendatária o direito de

optar pela posse do bem ao término do contrato, o mesmo se configura, em

seu aspecto contábil, num direito futuro, devendo ser registrado, em separado

da contraprestação, como um ativo.

O valor residual deve ser estabelecido em contrato, porque será por

esse valor que a empresa arrendatária poderá comprar o bem no final do

contrato. O valor residual geralmente é expresso como uma percentagem no

valor do bem. Dado que o tratamento contábil relativo à depreciação da

empresa de leasing é diferente daquele da empresa arrendatária, em toda

operação de leasing existe um valor residual ótimo adequado, em termos

fiscais para efeito de Imposto de Renda.

Quando o valor residual for diferente do percentual ótimo ou

adequado, haverá impacto fiscal para a empresa de leasing na operação. Um

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valor residual inferior ao percentual ótimo acarretará maior custo do leasing

para a empresa arrendatária.

Dessa forma, é importante que a empresa arrendatária conheça o

valor residual ótimo ou adequado para cada operação, que pode ser obtido

pela seguinte expressão:

Vro = 1 _ ___n____

(0.7 x t)

Vro – valor residual ótimo ou adequado;

n – prazo de leasing;

t – tempo de vida útil do bem de acordo com a legislação do Imposto

de Renda

Um exemplo poderá ilustrar melhor esse aspecto. Supondo que uma

empresa queira adquirir um torno mecânico, cuja vida útil estabelecida pela

legislação do imposto de renda é de 10 anos, por meio de uma operação de

leasing por um prazo de cinco anos. O valor residual ótimo para a operação

será de 29%, obtido pela expressão apresentada:

Vro = 1 _ ___5____

(0.7 x 10)

Vro = 0.2857 ou 29 %

Caso o valor residual contratual seja diferente de 29%, teremos as

seguintes situações:

Vro > 29% - O valor residual a ser amortizado do bem pela empresa

arrendatária (pelo pagamento das contraprestações) será menor e a empresa

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arrendatária deixaria de obter as economias do Imposto de Renda porque se

beneficiaria integralmente do prazo acelerado de depreciação do bem para a

empresa de leasing;

Vro < 29% - Haverá perda contábil para a empresa arrendatária

(caso exerça a opção de compra do bem ao final do contrato) resultante da

diferença a menor entre o Vr e o valor contábil do bem que não será dedutível

de imediato para fins de Imposto de Renda. Essa diferença deve ser

contabilizada com ativo diferido da empresa de leasing e amortizada pelo prazo

restante acelerado da depreciação que, no exemplo, seria de dois anos (prazo

de depreciação acelerada de sete anos menos prazo de leasing de cinco

anos). Como a perda contábil não será reconhecida de imediato, mas ao longo

do tempo, implicará uma perda fiscal para a empresa de leasing que será

imediatamente repassada à empresa arrendatária por meio de uma taxa de

juros maior com conseqüente elevação do valor das contraprestações.

Perda contábil - valor residual < 29%

T 0,7 x t n Vcr (leasing) Vro

5 3,5 2 43% 43%

5 3,5 3 15% 15%

5 3,5 3,5 0 R$ 1,00

5 3,5 4 (*) 0 R$ 1,00

5 3,5 5 (*) 0 R$ 1,00

5 3,5 10 (*) 0 R$ 1,00

10 7 3 58% 58%

10 7 5 29% 29%

10 7 7 0 R$ 1,00

10 7 10 (*) 0 R$ 1,00

10 7 15 (*) 0 R$ 1,00

Tabela 3.1

(*) Nessas condições, a empresa arrendatária poderá não otimizar

suas vantagens fiscais com Imposto de Renda, porque está utilizando um

prazo contratual superior ao prazo acelerado de depreciação da empresa de

leasing.

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t = prazo (em anos) de vida útil do bem estabelecido pela legislação

do Imposto de Renda

0.7 x t = prazo acelerado de depreciação (em anos) para a empresa

de leasing

n = prazo da operação de leasing

Vcr (leasing) = prazo contábil residual para a empresa de leasing

Vro = valor residual ótimo para a empresa arrendatária

Caso as partes interessadas, empresa arrendatária e empresa de

leasing, acordarem um valor residual inferior a 1% do valor do bem, poderá ser

estabelecido um valor residual simbólico, por exemplo, R$ 1,00 (um real).

A resolução nº 2.309 do Banco Central do Brasil estabelece que o

valor residual (preço para o exercício de opção de compra) seja livremente

pactuado, podendo ser, inclusive, o valor de mercado do bem para o leasing

financeiro. Para o leasing operacional, o valor residual deve ser o valor de

mercado do bem arrendado.

3.3 - Prestação do leasing

Entre as maneiras existentes para se amortizar o valor principal de

um empréstimo, o mercado de leasing normalmente utiliza a Tabela Price para

cálculo da prestação. Nesse sistema de amortização, as prestações são iguais

e consecutivas, a partir do momento em que começam a ser amortizadas. As

amortizações são crescentes e o valor dos juros decrescente. Entretanto,

alguns contratos podem também utilizar o Sistema SAC (sistema de

amortização constante), consistindo em fazer com que todas as amortizações

sejam iguais. Assim, o valor da prestação e dos juros é decrescente, pois

incide sobre o saldo devedor.

Sistema Price - O valor das parcelas é constante e pode ser obtido

pela seguinte expressão:

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Vb - __Vr___ n

___(1+i)__ n

( 1+ i) - 1 n

Pe = ( 1+ i ) x I____

1 – ( % ISS + % PIS )

Pe = prestação do leasing

Vb = valor do bem

Vr = valor residual

i = taxa de juros que a empresa de leasing cobrará na operação

n = prazo contratado da operação

% ISS = percentual da alíquota de ISS sobre a operação

% PIS = percentual da alíquota de PIS sobre a operação

Sistema SAC (sistema de amortização constante) - o valor das

parcelas é decrescente e a amortização constante, e pode ser determinado

construindo-se uma planilha analítica, destacando os juros, a amortização do

principal e o saldo devedor. As variáveis podem ser obtidas pelas seguintes

expressões:

Pe (ISS / PIS) = (Am + J) / [1- ( % ISS + % PIS)];

Pe = Am + J

J = I x Sdi

Am = Sdi / n n

Sdi = Vb – [Vr / (1 + I) ]

Pe (ISS / PIS) = valor da prestação com ISS E PIS

Pe = valor da prestação sem incidência do ISS e PIS

J = valor dos juros inclusos na Pe/ Pe (ISS / PIS)

Am = Valor da amortização do Sdi incluso na Pe/ Pe (ISS / PIS)

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Sdi = saldo devedor inicial da empresa arrendatária

Vb = Valor do bem do objeto de leasing

Vr= valor residual

i = taxa de juros cobrados pela empresa de leasing

n = período de leasing

% ISS = alíquota de ISS incidente sobre a Pe

% PIS = alíquota de PIS incidente sobre a Pe

Exemplo:

- Prazo de leasing

- Juros: 10% ao mês

- Valor residual – zero

- Valor do bem R$ 100,00

- Alíquota de ISS: 5% e sem incidência de PIS

Sistema Price – Tabela de Cálculo

Mês Sdi J Am Pe Pe ( ISS / PIS )

0 100,00

1 87,04 10,00 12,96 22,96 24,17

2 72,87 8,70 14,26 22,96 24,17

3 57,10 7,28 15,68 22,96 24,17

4 39,85 5,71 17,25 22,96 24,17

5 20,87 5,98 18,98 22,96 24,17

6 0,00 2,09 20,87 22,96 24,17

Tabela 3.2

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Sistema SAC – Tabela de Cálculo

Mês Sdi J Am Pe Pe ( ISS / PIS )

0 100,00

1 83,33 10,00 16,67 26,67 28,07

2 66,66 8,33 16,67 25,00 26,32

3 49,99 6,67 16,67 23,34 24,57

4 33,32 4,99 16,67 21,66 22,80

5 16,65 3,33 16,67 20,00 21,05

6 0,00 1,67 16,67 18,34 19,31

Tabela 3.3

Os sistemas Price e SAC demonstram o comportamento das

prestações ao longo do tempo, ou seja, seis meses. Se os sistemas

apresentarem juros, amortização e prestações nominais diferentes no tempo, o

juro aplicado sobre os saldos devedores será de 10% ao mês, podendo ser

comprovado pelo Valor Presente Líquido (VPL) de ambos os métodos, usando

uma taxa de redesconto de 0% ao mês:

Sistema Price – fluxos de caixa nos respectivos meses

0 1 2 3 4 5 6

-100,00 22,96 22,96 22,96 22,96 22,96 22,96

Tabela 3.4

VPL dos fluxos de caixa descontados a taxa de 10% ao mês:

VPL = -100 + Σ __22.96__ 6

(1 + 0.1 )

VPL = 0.003

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Sistema SAC – fluxo de caixa nos respectivos meses

0 1 2 3 4 5 6

-100,00 26,67 25,00 23,34 21,66 20,00 18,34

Tabela 3.5

VPL dos fluxos de caixa descontados a taxa de 10% ao mês:

VPL = -100+ _26.67_ + __25__ + _23.34_ + _21.66_ + __20__ + _18.34_ 1 2 3 4 5 6

(1 + 0.1) (1 + 0.1) (1 + 0.1) (1 + 0.1) (1 + 0.1) (1 + 0.1)

VPL = 0.003

A resolução do Banco Central nº 2.309 estabelece que o contrato

formalize a forma de cálculo das contraprestações, bem como o critério para o

seu ajuste, assim como, a forma de pagamento das contraprestações por

períodos determinados, não superiores a um semestre, salvo no caso de

operações que beneficiem atividades rurais, quando o pagamento pode ser

fixado por períodos não superiores a um ano.

3.4 - Endividamento

Uma operação de leasing impacta de forma significativa nos

demonstrativos financeiros de uma empresa arrendatária, principalmente pela

não-geração de ativo e passivo exigível (endividamento).

No Brasil, a legislação permite que o leasing não seja registrado no

balanço patrimonial da empresa arrendatária, ou seja, a empresa financia

determinado ativo por meio de leasing, assina um contrato comprometendo-se

a pagar contraprestações pelo arrendamento (dívida), e não as registra no

passivo da empresa.

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Essa situação, além de apresentar um balanço irreal da empresa

arrendatária, pode distorcer os indicadores de endividamento:

Relação de Capital de Terceiros/Capital Próprio – determina o nível

de dependência (endividamento) de uma empresa em relação ao seu

financiamento por meio de recursos próprios.

RCT/CP = ET/LP

ET = PC + ELP

RCT / CP = Relação de Capital de Terceiros / Capital Próprio

ET = Exigível Total

PL = Patrimônio Líquido

PC = Passivo Circulante

ELP = Exigível a Longo Prazo

Quando RCT/CP for superior a 1, denota excessivo grau de

dependência financeira da empresa em relação aos recursos de terceiros

Relação Capital de Terceiros/Passivo total: mede a porcentagem

dos recursos totais de capitais de terceiros em relação ao passivo total.

RCT/PT = ET/PT

PT=ET + PL

RCT/PT = Relação Capital de Terceiros/Passivo Total

PT = Passivo Total

Sabendo-se que o passivo total incorpora todos os recursos

captados pela empresa e que suas aplicações se encontram identificadas no

ativo, essa medida ilustra também a proporção dos ativos totais (total do

investimento da empresa) financiada mediante capital de terceiros. Ao diminuir-

se 1 do resultado desse índice, obtém-se a porcentagem do ativo total

financiada mediante capital próprio ou patrimônio líquido.

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A lei nº 6.404 de 15-12-76 (Lei das S.A.) não aponta nenhuma forma

específica de tratamento do leasing nos demonstrativos financeiros. Entretanto,

a CVM (Comissão dos Valores Mobiliários) dispõe os seguintes aspectos sobre

o assunto no Ofício Circular CVM/PTE nº 578/85 e nº 309/86:

“A empresa arrendatária deve indicar na nota explicativa, no mínimo,

o seguinte:

- Compromisso sob contrato de arrendamento mercantil

- Forma de pagamento e prazo

- Despesas de exercício com arrendamento mercantil.”

No processo de análise de crédito das demonstrações financeiras de

uma empresa arrendatária, certamente um analista experiente incluirá o leasing

como passivo e recalculará os índices de endividamento.

3.5 - Aspectos fiscais do Leasing

Iremos dedicar esta parte ao tratamento tributário referente ao

leasing. Tratar de imposto e suas aplicações, quando comparamos alternativas

de financiamento, poderá ser fundamental para uma alternativa em relação a

outra, pois diferentes alíquotas do imposto do arrendador e do arrendatário, é

um importante aspecto que torna seu custo mais baixo.

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3.5.1 - Imposto de Renda

O ato declaratório (Normativo) CST nº 34, de 27-04-1987, faculta à

empresa de leasing acelerar a depreciação do bem-objeto em até 30%, desde

que o arrendatário seja pessoa jurídica, conforme disposto na Portaria MF nº

113.

Essa aceleração da depreciação provoca na empresa arrendatária

antecipação de despesas, acarretando maior dedutibilidade do Imposto de

Renda a pagar (pelo valor pago nas prestações).

Assim, a aceleração da depreciação representa um benefício fiscal à

empresa de leasing e, quando repassado à empresa arrendatária, aumenta o

valor da contraprestação paga, com conseqüente antecipação de despesas,

minimizando o Imposto de Renda a pagar na empresa arrendatária. Este é o

grande diferencial fiscal do leasing em relação às demais alternativas, como

compra a vista e compra financiada.

As contraprestações de contratos de leasing poderão ser

consideradas como custo ou despesa operacional dedutível (para arrendatários

pessoa jurídica), desde que observadas as disposições da Lei nº 6.099/74, com

as respectivas alterações introduzidas posteriormente.

A resolução nº 2.309/96 do Banco Central do Brasil aprovou leasing

para arrendatário pessoa física. Todavia, não houve contrapartida das

autoridades fiscais, a fim de propiciar incentivo às pessoas físicas, tal como

dedutibilidade das contraprestações, de parte delas ou dos juros, do Imposto

de Renda a pagar.

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33

3.5.2 - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

As operações de leasing não estão sujeitas a ICMS. Em 3 de

fevereiro de 1997, o Ministério da Fazenda, por meio do Convênio do ICMS nº

4, estabeleceu a concessão de crédito fiscal nas operações de leasing e

autorizou a isenção do ICMS na operação de venda do bem arrendado ao

arrendatário. Para fruição deste benefício, a empresa de leasing deverá

cadastrar-se no Cadastro Geral de Contribuintes do ICMS da unidade

federada de localização do arrendatário, por meio da qual promoverá a

aquisição do respectivo bem.

A apropriação do crédito será de acordo com a legislação da

unidade federada de localização do arrendatário, e o crédito deverá ser

integralmente estornado, atualizado monetariamente, por meio de débito nos

livros fiscais próprios.

3.5.3 – Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (Antigo SISA)

Nas empresas de leasing e nas empresas arrendatárias, o ITBI

(Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) incide na compra do bem, em

se tratando de imóveis.

3.5.4 - Imposto sobre Serviços

O texto constitucional que trata do ISS não cita as operações de

leasing como objeto de incidência; todavia, os municípios ancoram-se no inciso

- “serviços de qualquer natureza, não contemplados no art. 155, I," b “,

definidos em lei complementar.” – para tributar as prestações de leasing com o

ISS.

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O Decreto-lei nº 406/68 fixou os limites máximos de alíquotas

previstos no art. 156 da Constituição, no inciso I de seu parágrafo 4º, em:

- 2% para execução de obras hidráulicas e de construção civil;

- 5% para os demais serviços (entre os quais se enquadra o leasing)

- 10% para jogos e diversões públicas.

O ISS incide sobre as contraprestações de leasing. Há, porém, uma

exceção: é o caso da empresa de leasing e da empresa arrendatária

localizadas na região Suframa – Superintendência da Zona Franca de Manaus.

3.5.5 - Imposto sobre Operações Financeiras

O Decreto nº 2.219, de 02-05-1997, não inclui as operações de

leasing. Essa medida tornou as operações de leasing mais competitivas, até no

âmbito das pessoas físicas.

Tratar das características e as complexidades envolvidas do leasing,

sua operacionalização foi o foco do capítulo. Itens classificados como ativo

imobilizado, além de softwares básicos e aplicativos e hardwares, quando

associados a computadores por uma empresa ou uma pessoa jurídica podem

ser contratados, em se tratando de leasing.

O prazo de uma operação de leasing, dá-se segundo a resolução de

nº 2.309 do Banco Central, que para leasing financeiro estamos falando de dois

anos, e para o leasing operacional, o prazo mínimo é de 90 dias.

O valor residual é obrigatório e deve ser estabelecido em contrato,

no qual ao seu término, a empresa exerce a opção de compra por esse valor.

O valor residual geralmente é expresso com uma porcentagem do valor do

bem. Deve-se ter cuidado com o tratamento contábil a ser dado para o valor

residual, em termos fiscais para o imposto de renda. Dessa forma, é importante

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para a empresa arrendatária conheça o valor residual ótimo, pois quando o

valor residual ótimo ou adequado, haverá impacto fiscal para a empresa de

leasing na operação.

Dentre as maneiras existentes de amortização, cita-se duas: a

Tabela Price, onde o valor das parcelas é constante, e o Sistema SAC, sistema

de amortização constante. Esses sistemas irão demonstrar o comportamento

das prestações ao longo do tempo. A resolução nº 2.309, estabelece que

deverá constar no contrato, a forma de cálculo das contraprestações, bem

como, o critério para seu ajuste, assim como, a forma de pagamento das

contraprestações por períodos determinados.

Uma operação de leasing impacta de forma significativa

os demonstrativos financeiros de uma empresa arrendatária, principalmente

pela não geração de ativo e passivo exigido, ou seja, o endividamento. A lei nº

6.404 de 15/12/76 ( Lei das S.A), não aponta nenhuma forma específica de

tratamento do leasing nos demonstrativos financeiros, mais um analista de

crédito experiente incluiria o leasing no passivo e recalculará os índices de

endividamento.

Acelerar a depreciação do bem objeto em até 30%, provoca na

empresa arrendatária antecipação de despesas, representando um benefício

fiscal a empresa de leasing.

As operações de leasing não estão sujeitas ao Imposto sobre

Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS e a apropriação do crédito será

dado de acordo com a legislação da unidade federada de localização do

arrendatário.

Salientar a questão do imposto é um aspecto importante, já que as

diferentes alíquotas incidentes sobre um financiamento, podem torna-lo mais

baixo, se comparadas as diversas formas de financiamento.

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36

Capítulo IV

Leasing - Fases de uma operação e a evolução do mercado

no Brasil

Explicar as principais fases de uma operação de leasing, mostrar o

comportamento do mercado de leasing no Brasil, decidir entre uma operação

de leasing versus compra e mostrar as vantagens e desvantagens ao se

escolher a alternativa de leasing, será a idéia ao longo do capítulo.

4.1 - Escolha do bem e assinatura do contrato

O contrato de leasing poderá envolver a aquisição de um único bem-

objeto e fornecedor ou vários bens e serviços associados a diferentes

fornecedores. Dessa forma, caso a empresa pretenda adquirir vários itens de

ativos, além de serviços a eles relacionados, tais como instalação, transporte,

etc., poderá assinar um único contrato de leasing ou então subdividir a

operação em vários subitens, firmando vários contratos de acordo com o

cronograma de aquisição.

Definidos ou estimados o valor da operação, os bens, os serviços e

respectivos fornecedores, será assinado um contrato de leasing:

- Primeiramente, as cláusulas contratuais estabelecendo os direitos e as

obrigações de ambas as partes, empresa arrendatária e empresa de

leasing, com as condições da operação, como prazo, valor residual,

valor da prestação, forma de indexação das prestações etc.;

- Em segundo lugar, a ordem de compra ou pedido de compra, com a

descrição dos bens e condições da aquisição, valor, prazo e local de

entrega etc., a ser enviado aos fornecedores para que estes efetuem a

vem da diretamente a empresa de leasing;

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37

- Em terceiro, o termo de recebimento e aceitação dos bens, que será

preenchido, datado e assinado pela empresa arrendatária na ocasião da

entrega dos bens, de acordo com a ordem de compra emitida. Nesse

termo constará a descrição detalhada de todos os bens e seus

respectivos custos de aquisição e a data de assinatura dele será a base

para a cobrança das prestações pela empresa de leasing.

4.2 - Ordem de compra e aceitação do bem

Após a assinatura do contrato, a empresa arrendatária enviará a

ordem de compra ao fornecedor do bem, nas condições acordadas entre este

e a empresa de leasing. O fornecedor deverá processar a venda à empresa de

leasing e entregará o bem no local indicado pela empresa arrendatária.

Na entrega do bem, é responsabilidade da empresa arrendatária

verificar se o mesmo está de acordo com as condições exigidas. Então, a

empresa arrendatária deverá preencher e assinar um Termo de Recebimento e

Aceitação, que passa a ser documento integrante do contrato de leasing.

No termo de recebimento e aceitação deverá constar a descrição

detalhada do bem, seu preço de aquisição e a data de seu recebimento e

aceitação, sendo o termo entregue à empresa de leasing junto com uma

autorização para o pagamento ao fornecedor do bem.

A empresa arrendatária deverá entregar à empresa de leasing o

Termo de Recebimento e Aceitação, cuja data e valor constituem o fato

gerador para a cobrança das prestações do leasing e de outras obrigações

contratuais assumidas pela empresa arrendatária. O pagamento ao fornecedor

do bem será efetuado pela empresa arrendatária, em conformidade com as

condições estabelecidas na ordem de compra. Geralmente, a forma deste

pagamento é a vista.

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4.3 - Seguro do bem

Comumente a empresa de leasing poderá exigir que o bem-objeto

do contrato de leasing seja segurado contra riscos diversos e, tratando-se de

veículo, além do seguro do bem, também terá que ser feito o seguro de

responsabilidade civil contra danos materiais e pessoais.

As despesas com corretagem e prêmios de seguros são de

responsabilidade da empresa arrendatária, devendo ainda o seguro abranger

todo o prazo contratual de leasing, ou seja, o seguro deverá ser renovado

anualmente até o término do contrato.

O seguro do bem-objeto do leasing é um item que raramente a

empresa de leasing dispensa, pois qualquer processo decorrente de danos que

o bem cause a terceiros poderá envolver a empresa de leasing que detém sua

posse, embora no contrato conste que a empresa arrendatária é a única

responsável por sua utilização.

4.4 - Pagamento ao fornecedor

Poderá haver pagamento parcelado ao fornecedor quando se

adquirirem máquinas e equipamentos sob encomenda e de valor relevante.

Também é comum, no caso de imóveis a serem construídos, pois a empresa

de leasing adquire o terreno e, posteriormente, poderá realizar adiantamentos

parciais à empresa de construção civil contratada para obras de edificação.

Ou, então, o contrato poderá envolver o leasing de vários bens, adquiridos de

diferentes fornecedores, que os entregarão nas diversas datas estabelecidas

pelo cronograma do investimento.

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4.5 - Término do contrato

Ao final do prazo acordado de leasing, a empresa arrendatária

deverá exercer uma das opções detalhadas a seguir quanto ao destino do

bem-objeto:

• Prorrogação do contrato por mais um período. A empresa de leasing

estabelecerá novos valores das prestações e novo residual. Também,

novas condições poderão ser introduzidas na ocasião, de modo que a

empresa arrendatária não terá assegurado, a priori, as condições para a

renovação do contrato. Para os contratos de valor residual elevado, a

empresa arrendatária deverá atentar para este aspecto. O contrato

poderá ser prorrogado tantas vezes quantas desejar a empresa

arrendatária, obviamente, até o momento em que terá que decidir-se por

outra opção.

• Devolução do bem-objeto à empresa de leasing. Esta, entretanto,

poderá não se interessar por retomar a posse do bem, caso em que a

arrendatária o venderia ao mercado, quitado o valor residual acordado e

encerrando-se o contrato.

• A compra do bem-objeto, cujo preço será o valor residual estabelecido

no contrato. A empresa de leasing emitirá nota fiscal de venda do bem-

objeto à empresa arrendatária que pagará o respectivo valor residual.

Nessa operação de compra e venda não incidência de ICMS. A partir da

aquisição do bem, a empresa arrendatária incorporará a seu ativo

imobilizado e o depreciará a taxa estabelecida na legislação sobre o

Imposto de Renda. Um aspecto merece atenção, se o valor residual é

muito abaixo do valor de mercado do bem, e caso a empresa

arrendatária o venda em seguida, poderá ocorrer ganho real, sujeito à

tributação do Imposto de Renda.

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40

4.6 - Garantias

O bem-objeto é uma garantia da operação, visto que o mesmo é de

propriedade da empresa de leasing e está devidamente separado da

responsabilidade da empresa arrendatária. Porém a empresa de leasing

poderá exigir garantias adicionais como:

Carta de fiança bancária;

Aval da empresa controladora da arrendatária;

Penhor mercantil de mercadorias do estoque da arrendatária;

Caução de duplicatas, entre outros.

4.7 - Rescisão do Contrato

O contrato de leasing financeiro não pode ser rescindido, por causa

da irretratabilidade. Entretanto, mediante a autorização do Banco Central do

Brasil, poderá ser aceita em alguns casos específicos:

Furto ou roubo do bem – A empresa arrendatária é obrigada a fazer

o seguro que cobrirá a perda do bem, em nome da empresa de leasing,

durante toda a vida do contrato. Com isso, a empresa de leasing não terá

perdas e a empresa arrendatária, poderá optar por um novo contrato;

Sinistro com perda total ou parcial do bem – O seguro também

contempla estes dois casos. Com isso, a empresa de leasing não terá perdas,

e a empresa arrendatária, poderá optar por um novo contrato;

Mudança de objeto social da empresa arrendatária – O Banco

Central abriu esta exceção, com a finalidade de evitar pendências judiciais, já

que a empresa arrendatária estaria com um novo nome. Não quer dizer, com

isto, que a empresa arrendatária não possa fazer um novo contrato para o

mesmo bem, ou de qualquer outro bem, junto a mesma empresa de leasing.

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41

4.8 - Mercado de Leasing no Brasil

A legislação brasileira define bem sua abrangência e o contrato tem

características próprias para o uso de um bem, escolhido pelo arrendatário,

agregando-se opções de compra, devolução ou renovação contratual,

amplamente reconhecidas nas esferas judiciais, devendo ser observado o

seguinte (Lei nº 6.099, art. 1º, § único):

Art. 1º - O tratamento tributário das operações de arrendamento

mercantil reger-se-á pelas disposições desta Lei.

Parágrafo único - Considera-se arrendamento mercantil a operação

realizada entre pessoas jurídicas, que tenha por objeto o arrendamento de

bens adquiridos a terceiros pela arrendadora, para fins de uso próprio da

arrendatária e que atendam às especificações desta.

Para pessoas físicas ou jurídicas, no papel de arrendatários;

Por instituições específicas (empresas de leasing, também

chamadas de sociedades de arrendamento mercantil) no papel de

arrendadoras e bancos múltiplos com carteira de arrendamento mercantil;

A empresa de leasing adquire o bem de um fornecedor (fabricante

ou revendedor), escolhido de acordo com as especificações do cliente

(arrendatário), com a finalidade exclusiva de arrendá-lo a este mesmo cliente.

Art. 3º - Serão escriturados em conta especial do ativo imobilizado

da arrendadora os bens destinados a arrendamento mercantil.

Após a regulamentação, observou-se uma grande expansão da

atividade, conforme demonstrado a seguir:

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42

Expansão do leasing no Brasil

Ano

Valor presente

da carteira

Taxa Real de

Crescimento

1977 396 -

1978 620 56

1979 853 37

1980 1345 57

1981 1973 46

1982 2635 33

1983 1706 (35)

1984 1719 1

1985 2028 18

1986 2697 33

1987 2025 (25)

1988 3130 55

1989 3174 1

1990 2144 (32)

1991 2801 31

1992 4093 46

1993 6672 63

1994 10249 54

1995 13195 29

1996 10389 (21)

1997 13466 30

1998 13294 (1)

(Valores em US milhões) Tabela 4.1

Após a década de 80, as operações de leasing passaram a ser mais

utilizadas pelas empresas, alanvacadas por dois fatores: o primeiro refere-se

ao ajuste recessivo iniciado pelo Sr Delfim Netto no Ministério da Fazenda, com

o objetivo de controlar o equilíbrio externo gerando superávits na balança

comercial e baixar a inflação. O outro, ao maior esforço comercial da empresas

de leasing, principalmente aquelas ligadas aos bancos.

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4.8.1 - As Empresas de Leasing

As empresas de leasing precisam de autorização do Banco Central

do Brasil para funcionar, expressa em carta-patente, e devem ser constituídas

sob a forma de uma sociedade anônima. As empresas de leasing ganharam

maior espaço somente a partir de 1974, vindo a representar uma alternativa de

financiamento a longo prazo.

Posição das empresas de leasing no sistema financeiro

nacional Figura 4.1

Conselho Monetário

Nacional

Instituto de

Resseguros no

Brasil

Banco Central do

Brasil

Comissão de

Valores Mobiliários

Banco do Brasil

Banco Nacional

de

Desenvolvimento

Econômico e

Social

1

2

4

3

6

5

9

7

10

8

11

12

13

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44

1. Companhias de Seguro

2. Bancos Comerciais

3. Bancos Múltiplos

4. Bancos Estaduais e Regionais de Desenvolvimento

5. Financeiras

6. Empresas de Leasing

7. Cooperativas de Crédito

8. Caixas Econômicas Estaduais e Federal

9. Sociedades de Crédito Imobiliário

10. Sociedades Corretoras

11. Sociedades Distribuidoras

12. Sociedades de Investimento

13. Bolsas de Valores

A produção ou volume de negócios no mercado nacional de leasing,

das 7 maiores empresas, em 1998, segundo a ABEL:

Leasing / Empresas - Produção no mercado nacional

Empresa de leasing Produção (US$ 1.000) (% do mercado)

Fiat 1.581.799 11,90%

ABN AMRO 1.249.169 9,40%

Ford 1.017.888 7,66%

Volkswagen 883.141 6,64%

GM Leasing 710.982 5,35%

BCN 606.084 4,56%

Safra 591.111 4,45%

Fonte: ABEL Tabela 4.2

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Leasing / Tipos – Produção no mercado nacional

Produção de leasing em 1998

Tipo de empresa de leasing US$ (1.000) (%)

Ligados a bancos 8.510.476 64

Ligadas a montadoras / fabricantes 4.783.747 36

Total 13.294.223 100

Fonte: ABEL Tabela 4.3

A configuração das empresas de leasing como sociedades

comerciais não permite o carregamento de títulos imobiliários, como as

instituições financeiras. O quadro a seguir demonstra a composição do funding

das empresas de leasing de 1990 a 1996.

Formas de Funding - Anos

Forma de funding 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996

Debêntures 104 490 859 1.092 1.443 3.839 4.676

CDI 0 0 1.291 2.064 5.196 4.098 1.952

Recursos Internos 395 467 640 921 1.619 1.585 3.334

Recursos Externos 544 817 1.063 1.450 2.154 2.079 2.868

Patrimônio Líquido 628 830 1.152 1.522 2.719 3.138 3.309

Outros Recursos* 1.291 1.848 2.906 1.789 3.606 4.785 4.627

Total 2.961 4.452 7.911 8.838 16.738 19.523 20.765

(Valores em US$ milhões) Fonte: ABEL Tabela 4.4 * Antecipação de VRG, obrigações por aquisição de bens e direitos,

provisão para pagamentos e credores diversos.

4.8.2 – Decisão de Compra Versus Leasing

Freqüentemente, as empresas deparam-se com a decisão de

compra versus leasing, ao considerar a aquisição de novos ativos

permanentes. As alternativas básicas disponíveis são: (1) leasing de ativos, (2)

tomar emprestado a fim de comprar os ativos ou (3) comprar ativos usando

recursos disponíveis. As alternativas 2 e 3, embora sejam diferentes, podem

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ser analisadas de forma semelhante. Mesmo que a empresa tenha recursos

disponíveis para comprar ativos, o uso desse dinheiro deve ser visto como uma

forma de empréstimo. Assim sendo, precisamos apenas comparar as

alternativas de leasing e compra.

A decisão de compra versus leasing é feita utilizando-se a técnica do

valor presente. A análise envolve os seguintes passos:

1. Determinar as saídas de caixa após o imposto de renda para cada ano,

na alternativa de leasing. Essa alternativa geralmente envolve um

simples ajuste de imposto do pagamento anula de leasing. Além do

mais, o custo para exercer a opção de compra ao final do prazo de

leasing freqüentemente deve ser incluído.

2. Determinar as saídas de caixa após o imposto de renda para cada ano,

associadas à alternativa de compra. Esse passo envolve o ajuste da

soma dos pagamentos programados do leasing e do custo de

manutenção em termos da proteção de imposto proveniente de

deduções no imposto atribuíveis à manutenção, depreciação e juros.

3. Calcular o valor presente líquido das saídas de caixa associadas com a

alternativa de leasing (descritas no passo 1) e compra (descritas no

passo 2), usando o custo do empréstimo depois do imposto como taxa

de desconto. Embora haja algumas controvérsias em torno da taxa de

desconto apropriada, o custo do empréstimo depois do imposto é usado

para avaliar a decisão leasing-versus-compra porque a decisão por si só

envolve a escolha entre duas alternativas de financiamento que

apresentam um risco muito baixo. Se nós avaliássemos se uma dada

máquina deve ser adquirida, uma taxa ou custo de capital,

apropriadamente ajustada ao risco, deveria ser usada; porém, tenta-se

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47

fazer esse tipo de análise somente para determinar a melhor técnica de

financiamento-leasing ou empréstimo.

4. Escolher a alternativa com o menor valor presente das saídas de caixa

do passo 3. Esse será o último custo da alternativa de financiamento.

A aplicação será dada no exemplo a seguir:

A C. Mendes, uma pequena oficina de máquinas, está pensando em

adquirir uma nova máquina que custa $ 24.000. Providências podem ser

tomadas para arrendar ou comprar a máquina. A empresa encontra-se na

faixa de 40% na alíquota do imposto.

Leasing – A empresa poderia obter um leasing de cinco anos,

requerendo contraprestações anuais pagas ao final do ano, de $6.000.

Todos os custos de manutenção serão pagos pelo arrendador, enquanto o

seguro e outros custos serão arcados pelo arrendatário. O arrendatário vai

exercer uma opção de compra de equipamento por $ 4.000, no término do

leasing.

Compra – A firma poderia financiar a compra da máquina com 9%,

empréstimo de cinco anos, exigindo o pagamento de uma prestação no final

de cada ano de $ 6.170. A máquina poderia ser depreciada sob o método

do SMRAC, usando um período de recuperação de cinco anos. A empresa

pagará $1.500 por ano, por um contrato de prestação de serviço que cobre

todos os custos de manutenção; a empresa arcará com os outros custos e

com o seguro. A empresa planeja manter o equipamento e usa-lo além do

seu período de recuperação de cinco anos.

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Determinação dos componentes de juros e principal dos

pagamentos do empréstimo da C. Mendes

Pagamentos Principal em fim de ano

Ano Pagamento parcelado

Principal do início do ano

Juros ( 0,09 x 2) Principal [(1) - (3)] [(2) - (4)]

(1) (2) (3) (4) (5)

1 $ 6.170 $ 24.900 $ 2.160 $ 4.010 $ 19.900 2 $ 6.170 $ 19.990 $ 1.799 $ 4.371 $ 15.619 3 $ 6.170 $ 15.619 $ 1.406 $ 4.764 $ 10.855 4 $ 6.170 $ 10.855 $ 977 $ 5.193 $ 5.622 5 $ 6.170 $ 5.662 $ 510 $ 5.660 ª

Tabela 4.5

ª Os valores deste quadro foram arredondados ao valor mais próximo, em

moeda monetária, o que resulta uma ligeira diferença ($2) entre o principal do

começo do ano, na coluna 2, e o pagamento do principal no ano 5, da coluna 4.

Usando esses dados, podemos aplicar os passos apresentados

anteriormente:

Passo 1 - A saída de caixa após o imposto resultante dos pagamento do

leasing pode ser determinada multiplicando-se o pagamento antes do imposto,

$ 6.000, por 1 menos a taxa do imposto, T, de 40%.

Saída de caixa do leasing depois do imposto:

$ 6.000 x (1 – t)

$ 6.000 x (1 – 0.4) = $ 3.600

Assim sendo, a alternativa de leasing resultará em saída de caixa

anual durante os cinco anos do leasing, de $ 3.600. No último ano, os $ 4.000

da opção de compra seriam acrescidos aos $ 3.600 da saída de caixa do

leasing para se obter a saída de caixa total em cinco anos de $ 7.600 ( $ 3.600

+ $ 4.000).

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Passo 2 – A saída de caixa depois do imposto, associada à alternativa de

compra da máquina, é um pouco mais difícil de ser determinada. Primeiro, o

componente de juros para cada ano de pagamento do empréstimo deve ser

determinado, já que o imposto de renda permite somente a dedução dos juros

– e não do principal – da renda para efeito do imposto de renda. A tabela 4.5,

apresenta os cálculos necessários para dividir os pagamentos do empréstimo

em seus componentes de juro e principal. A coluna 3 e 4 mostra os juros

anuais e o principal pago em cada um dos cinco anos. O pagamento do

empréstimo anual está exposto na coluna 1, e o custo de manutenção anual,

que é uma despesa dedutível do imposto, está exposto na coluna 2 da tabela

4.6. Em seguida, determina-se a depreciação anual, resultante da máquina de

$ 24.000. Usando-se o SMRAC (sistema modificado de recuperação acelerada

de custo) para um período de recuperação de cinco anos , sendo aplicadas as

porcentagens de 20% no ano 1, 32 % no ano 2, 19 % no ano 3 e 12% no ano 4

e 5, dadas na tabela A.2, resulta na depreciação anual para os anos 1 a 5

indicada na coluna 3 na tabela 4.6. A tabela 4.6 apresenta os cálculos

necessários para determinar as saídas de caixa associadas com o empréstimo

para a compra da nova máquina. A coluna 7 da tabela apresenta a saída de

caixa depois do imposto, associada como alternativa de compra. Alguns pontos

devem ser estabelecidos no que diz respeito a tabela 4.6. As maiores saídas

de caixa são o pagamento total do empréstimo para cada ano, dados na coluna

1, e o custo de manutenção anual na coluna 2. A soma dessas duas saídas é

reduzida pela economia nos impostos, procedente da baixa das despesas de

manutenção, depreciação e juros associados com a nova máquina e seus

financiamentos, respectivamente. As saídas de caixa resultantes são as saídas

de caixa depois do imposto associadas à alternativa de compra.

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Saídas de Caixa depois do Imposto Associadas à Compra para a C.

Mendes

Ano findo Prestação Custo de

manutenção Depreciação Juros ª Total das

deduções [(2) + (3) + (4)]

Economia fiscal [ 0,4 (imposto) x

(5)]

Saída de caixa após o imposto [(1) + (2) - (6)]

(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7)

1 $ 6.170 $ 1.500 $ 4.800 $ 2.160 $ 8.460 $ 3.384 $ 4.286

2 $ 6.170 $ 1.500 $ 7.680 $ 1.799 $ 10.979 $ 4.392 $ 3.278

3 $ 6.170 $ 1.500 $ 4.560 $ 1.406 $ 7.466 $ 2.986 $ 4.684

4 $ 6.170 $ 1.500 $ 2.880 $ 977 $ 5.357 $ 2.143 $ 5.527

5 $ 6.170 $ 1.500 $ 2.880 $ 510 $ 4.890 $ 1.956 $ 5.714 Tabela 4.6

ª Da tabela 4.5, coluna 3.

Passo 3 - Os valores presentes das saídas de caixa associadas com a

alternativa de leasing, descrita no passo 1, e compra, descrita no passo 2,

estão calculadas na tabela 4.7, usando-se o custo do empréstimo depois do

imposto da empresa, de 6%. Aplicando-se adequadamente os fatores do

valores presentes dos juros dados nas colunas 2 e 5 às saídas de caixa depois

do imposto nas colunas 1 e 4 encontram-se os valores presentes das saídas de

caixa do leasing e compra, dados nas colunas 3 e 6, respectivamente. A soma

dos valores presentes das saídas de caixa para a alternativa de leasing é dada

na coluna 3 do 4.7, e o montante para a alternativa de compra é dado na

coluna 6 do 4.7.

Passo 4 – Já que o valor presente de saída de caixa para o leasing ($ 18.151)

é mais baixo que para a compra ($ 19.539), a alternativa do leasing é

preferível. O leasing resulta em um incremento na economia de $ 1.388 ( $

19.539 - $ 18.151 ); assim sendo, é a alternativa menos dispendiosa.

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Uma Comparação entre as Saídas de Caixa Associadas com Compra-

Versus-Leasing para a C. Mendes

Ano findo Saída de

caixa depois do imposto

Fator do valor presente

(Tabela A-1, para 6% do ano

correspondente)

Valor presente da saída [(1) x

(2)]

Saída de caixa depois do imposto

Fator do valor presente

(Coluna 7 da tabela 4.6 )

Valor presente da saída [(4) x

(5)]

(1) (2) (3) (4) (5) (6)

1 $ 3.600 0,9430 $ 3.395 $ 4.286 0,943 $ 4.042 2 $ 3.600 0,8900 $ 3.204 $ 3.278 0,89 $ 2.917 3 $ 3.600 0,8400 $ 3.024 $ 4.684 0,84 $ 3.935 4 $ 3.600 0,7920 $ 2.851 $ 5.527 0,792 $ 4.377 5 $ 7.600 ª 0,7470 $ 5.677 $ 5.714 0,747 $ 4.268

Valor presente da saída de caixa $ 18.151 Valor presente da saída de caixa $ 18.151

Tabela 4.7

ª $4.000 da opção de compra mais $3.600 da saída de caixa do leasing

4.8.3 - Vantagens e Desvantagens do leasing

O leasing apresenta inúmeras vantagens e desvantagens,

comumente citadas, que devem ser consideradas ao tomar uma decisão entre

leasing e compra. Embora nem todas essas vantagens e desvantagens

possam ser consideradas em todos os casos, não é raro várias delas se

aplicarem a uma dada situação.

Vantagens:

- O leasing permite ao arrendatário depreciar efetivamente terrenos, o que

é proibido no caso de compra de terrenos. Já que o arrendatário que

arrenda terrenos pode reduzir o total das prestações como despesas

para fins fiscais, o efeito é idêntico ao que seria se comprasse o terreno

e então o depreciasse.

- Já que o leasing resulta no recebimento de ativos sem necessariamente

aumentar os ativos ou passivos no balanço patrimonial da empresa,

tende a resultar em índices financeiros distorcidos. Com a aprovação do

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Normativo nº 13 do FASB, essa vantagem não se aplica mais aos

arrendamentos financeiros, apesar de permanecer uma vantagem

potencial, no caso de leasing operacional.

- O uso de acordos de leaseback pode permitir que a empresa aumente a

sua liquidez, convertendo um ativo existente em dinheiro, que pode ser

usado para capital de giro. Uma empresa com falta de capital de giro ou

liquidez pode vender um ativo seu a uma arrendadora e arrenda-lo de

volta, durante um determinado número de anos.

- Dedutibilidade de todos os pagamentos com o leasing para fins de

Imposto de Renda.

- Pode ser feito Leasing de qualquer tipo de bem: nacional, importado,

novo, usado etc. Algumas outras formas de financiamento podem

especificar restrições, tais como: índice de nacionalização, procedência

do bem etc.

- Financiamento de até 100% do valor do bem. A maioria dos contratos

de empréstimo para a compra de ativos permanentes requer do

tomador o pagamento de uma parte de compra como entrada.

Conseqüentemente, o tomador recebe de 90 a 95% do preço de

compra do ativo.

- Quando uma empresa pede falência ou é reorganizada, o direito

máximo das arrendadoras contra a empresa é três anos de prestações,

e o arrendador, evidentemente, recebe o ativo de volta. Se o

empréstimo for usado na compra de um ativo, os credores têm uma

reivindicação igual ao saldo do financiamento total.

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53

- Num contrato de leasing, a empresa pode enviar o custo de

obsolescência se a arrendadora, ao determinar as prestações, deixar de

antecipar exatamente a obsolescência de ativos e fixa-las muito baixas.

Isso é especialmente verdadeiro no caso de arrendamentos

operacionais, os quais geralmente possuem vida relativamente curtas.

- Um arrendatário evita cláusulas restritivas, que são normalmente

incluídas como parte de um empréstimo a longo prazo. Requisitos

referentes a financiamento subseqüente, capital circulante mínimo,

alterações na administração e assim por diante não são normalmente

encontrados num contrato de leasing.

- No caso de ativos de baixo custo adquiridos não freqüentemente, o

leasing – principalmente operacional – pode oferecer à empresa a

necessária flexibilidade financeira. Isto é, a empresa não precisa

arranjar outro financiamento para esses ativos e, de algum modo, pode

obtê-lo convenientemente através de um leasing.

- A empresa arrendatária pode usufruir do benefício fiscal da empresa do

leasing (aceleração da depreciação, utilizando apenas 70% do prazo de

sua vida útil estabelecido pela legislação do Imposto de Renda).

- Minimiza despesas de administração e controle na empresa

arrendatária, tais como depreciação, correção e reavaliação de ativos.

- Financiamento de longo prazo por definição legal, atualmente

dificilmente encontrado no mercado.

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- Flexibilidade de prazos: variando de 2 a 10 anos, prestações mensais,

trimestrais ou semestrais e valor residual pago no início, parcelado (em

conjunto com a prestação) ou no final. O leasing pode ser utilizado com

mais eficiência no profit planning da empresa, porque, por meio dele,

despesas poderão ser antecipadas, pré-dimensionando os lucros.

- Além do bem, poderão ser incluídos no contrato de leasing serviços

correlatos, como despesas de transporte, instalação etc.

- O valor residual pode ser estabelecido de forma que maximize os

aspectos fiscais e contábeis da operação, ou seja, variando de R$ 1,00

até 100% do valor do bem.

- Para empresas multinacionais, evita a posse de bens, e

conseqüentemente, não incorrem no risco de expropriações e

nacionalizações, durante períodos politicamente instáveis.

- Possibilita à empresa arrendatária melhores condições de preço na

aquisição do bem, porque a empresa de leasing realizará o pagamento

a vista ao fornecedor.

- Minimiza o fator risco de obsolescência do bem, permitindo a utilização

de bens com tecnologia mais atualizada.

- Libera recursos próprios não investidos na aquisição do bem para sua

atividade principal: capital de giro, aquisição de outros ativos etc.

- Agilidade na contratação: atualmente algumas empresas de leasing

possuem alto nível de informatização e pulverização de pontos de

contratação, principalmente aquelas ligadas a bancos com muitas

agências. Outras formas de financiamento, geralmente, são mais

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demoradas e burocratizadas. Esta agilidade pode concretizar uma

compra em tempo hábil para usufruir de descontos especiais ou

solucionar casos de emergência.

- Não incidência de IOF – Imposto sobre Operações Financeiras

Desvantagens:

- O contrato de leasing não é rescindível, com exceção de algumas

situações previstas pelo Banco Central.

- Por não ser de propriedade da empresa arrendatária, o bem não poderá

ser alienado ou oferecido em garantia colateral para outras operações.

- Incidência de ISS sobre as contraprestações. A maioria das empresas

de leasing deslocou suas sedes para municípios onde a tributação

desse imposto é menor. Portanto, no processo de cotação de uma

operação de leasing, é importante saber em qual município está lotada

a sede da empresa de leasing porque o diferencial de ISS pode alterar

o custo do financiamento.

- O leasing não tem um custo de juros determinado. Assim, em muitos

arrendamentos, o retorno implícito para arrendadora é bastante

elevado, de modo que seria melhor para a empresa fazer um

empréstimo para a compra do ativo.

- Ao final da vida do contrato de leasing, o valor residual de um ativo, se

houver, é calculado pela arrendadora. Se a empresa tivesse comprado

os ativos, ela poderia ter obtido do seu valor residual. Naturalmente, um

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56

valor residual esperado, quando reconhecido pelo arrendador, resulta

numa prestação de leasing mais baixa.

- Sob um contrato de leasing, geralmente o arrendatário fica proibido de

fazer melhoria na propriedade ou ativo arrendado, sem a aprovação do

arrendador. Se ele tivesse a propriedade, não haveria essa dificuldade.

Naturalmente, os arrendadores geralmente encorajam as melhorias nas

propriedades arrendadas que possam aumentar o valor residual do

ativo.

- Se um arrendatário arrendar um ativo que subseqüentemente torna-se

obsoleto, ainda precisa pagar as prestações do leasing durante o prazo

restante de seu contrato. O pagamento deve ser feito mesmo que o ativo

não esteja mais em condições de uso.

O contrato de leasing poderá envolver a aquisição de um único bem-

objeto a um fornecedor, ou vários bens e serviços associados a diferentes

fornecedores. Enviar a ordem de compra ao fornecedor do bem, nas condições

acordadas entre este e a empresa de leasing, será de responsabilidade da

empresa arrendatária. A empresa de leasing será também, a responsável pela

utilização do bem-objeto e ao final do prazo acordado do leasing, a empresa

arrendatária deverá prorrogar o contrato por mais um período, devolver o bem-

objeto à empresa de leasing ou comprar o bem-objeto.

A ligação entre manufatura e leasing promove o incremento das

vendas de manufaturados. (Michael Porter, A vantagem competitiva das

nações, 1993)

No Brasil, as operações de leasing a ser mais utilizadas somente

após a década de 80, existindo ainda espaço para seu crescimento.

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57

O professor Michael Porter, da Harward Business School, pesquisou

padrões de sucesso empresarial e destacou o leasing como um serviço

estratégico de competitividade de nações como o Estados Unidos e Reino

Unido.

Decidir entre opções de financiamento, exige que seja utilizada a

técnica do valor presente.

Será economicamente mais atraente aquela opção que apresentar o menor

custo líquido, considerado como custo líquido o custo menos os benefícios

fiscais. Uma vantagem não econômica do Leasing é que, não sendo

formalmente um empréstimo, não entra no cálculo do coeficiente de

endividamento da empresa. (Roberto Miranda, WWW.vitrine.com.br/dinheiro)

Para a tomada de decisão entre o leasing e compra deveremos

considerar fatores subjetivos. Ressaltar que uma decisão financeira, quando se

tratar da escolha entre duas opções, exige análises e uma certa dose de

intuição, já que prever com exatidão o que vai ocorrer ao longo do tempo no

mercado seria impossível.

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Conclusão

O leasing, como empréstimo a longo prazo, permite à empresa obter

o uso de ativos permanentes por meio de prestações contratuais, dedutíveis do

imposto de renda. Os arrendamentos operacionais têm, geralmente, um prazo

de cinco anos ou menos, são canceláveis e renováveis e a manutenção é feita

pelo arrendador. Os arrendamentos financeiros têm o prazo mais longo, não

são canceláveis, e não podem ser renovados, exigindo que o arrendatário faça

a manutenção do ativo. O arrendador pode obter ativos para serem arrendados

por meio de um leasing direto, um acordo de leaseback ou um leasing

alavancado. Normalmente, o contrato de leasing inclui o prazo (duração) do

leasing, cláusulas para o seu cancelamento, valor das prestações e datas de

pagamento, manutenção e provisões e custos associados, opções de

renovação, opções de compra e outras cláusulas específicas no processo de

negociação. A decisão leasing-compra pode ser avaliada calculando-se os

fluxos de caixa depois do imposto, associados com o leasing e alternativas de

compra. A alternativa mais viável será aquela que tem o valor presente de

caixa depois do imposto de renda mais baixo.

Percebemos que freqüentemente nos deparamos com a escolha da

compra versus o leasing, ao considerar a aquisição de novos ativos

permanentes. É importante reconhecer que o custo mais baixo de uma

alternativa em relação a outra, resulta de fatores tais como as diferentes

alíquotas de imposto do arrendador e do arrendatário, diferentes tratamentos

quanto ao imposto dos arrendamentos versus compras, e diferentes riscos e

custos de empréstimos para o arrendatário e o arrendador. Assim sendo, ao se

decidir entre o leasing ou uma compra, a empresa descobrirá que as

oportunidades de empréstimo barato, o alto retorno exigido pelo arrendador, e

um baixo risco de obsolescência aumentam os atrativos de compra. Fatores

subjetivos devem ser considerados no processo de decisão. Assim como a

maioria das decisões financeiras, a decisão do leasing exige uma certa dose de

análise e intuição.

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Referências Bibliográficas

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Balanço Anual, Gazeta Mercantil, 30 de junho de 1999.

Banco Central do Brasil. Resolução nº 2.309, Brasília, 28 de agosto

de 1996

Banco Central do Brasil. Resolução nº 2.2.142, Brasília, 22 de

fevereiro de 1996

Brealy, Richard A.; Myers, Stewart C. Princípios de Finanças

Empresariais, McGraw – Hill, 5º edição

Gitman Lawrence J. Princípios de Administração Financeira, Harbra,

7º edição

McNair, C. J.. Maximizando o Lucro Final, Makron Books, 2000.

Porter, Michael E. A Vantagem Competitiva das Nações, Campus,

1993

Ross, Stephen A.; Jaffe, Jeffrey F.; Westerfield, Randolph W.

Administração Financeira – Corporate Finance, Atlas

Ross, Stephen A.; Jaffe, Jeffrey F.; Westerfield, Randolph W.

Princípios da Administração Financeira – Essencials of Corporate

Finance, Atlas

Weston, J. Fred; Brighan. Fundamentos da Administração

Financeira, Makron Books, 10º edição

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60

www.rfleasing.com.br

www.vitrine.com.br/dinheiro

www.abel.com.br

www.bcb.gov.br

www.exame.com.br

www.bndes.com.br

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Anexos

Tabelas Financeiras

Tabela A1 - Fatores de juros do valor presente para uma anuidade

de $1 descontada a uma taxa % para n períodos

Tabela A2 - Porcentagem por ano de recuperação

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Tab. A1 - Fatores de juros do valor presente para uma anuidade de $1 descontada a uma taxa % para n períodos n

FJPAkn = Σ 1 . T = 0 t (1 + k)

Período 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10% 1 -990 -980 -971 -962 -952 -943 -935 -926 -917 -909 2 1970 1942 1913 1886 1859 1833 1808 1783 1759 1736 3 2941 2884 2829 2775 2723 2673 2624 2577 2531 2487 4 3902 3808 3717 3630 3546 3465 3387 3312 3240 3170 5 4853 4713 4580 4452 4329 4212 4100 3903 3890 3791 6 5795 5601 5417 5242 5076 4917 4767 4623 4486 4335 7 6728 6472 6230 6002 5786 5582 5389 5206 5033 4868 8 7652 7326 7020 6733 6463 6210 5971 5747 5535 5335 9 8566 8162 7786 7435 7108 6802 6515 6247 5995 5759 10 9471 8983 8530 8111 7722 7360 7024 6710 6418 6145 11 10368 9787 9253 8760 8306 7887 7499 7139 6805 6495 12 11255 10575 9954 9385 8863 8384 7943 7536 7161 6814 13 12134 11348 10635 9986 9394 8853 8358 7904 7487 7013 14 13004 12106 11296 10563 9899 9295 8745 8244 7786 7367 15 13865 12849 11938 11118 10380 9712 9108 8560 8061 7606

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Tabela A-2 Porcentagem por ano de recuperação ª

Ano de recuperação 3 anos 5 anos 7 anos 10 anos

1 33% 20% 14% 10%2 45% 32% 25% 18%3 15% 19% 18% 14%4 7% 12% 12% 12%5 12% 9% 9%6 5% 9% 8%7 9% 7%8 4% 6%9 6%

10 6%11 4%

Totais 100% 100% 100% 100%

ª Essas porcentagens foram arredondadas para o valor inteiro da

porcentagem mais próxima, para simplificar os cálculos, embora mantenham o

realismo.

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Declaração

Declaramos para os devidos fins, que Glaucio de Almeida

Amador, estagiou nesta empresa no período de 01 de Março de

2002 à 26 de Abril de 2002, no Departamento de Gestão Comercial,

com carga horária total de 92 horas.

Fernanda Chagas Borelli Gerente da Gestão Comercial

Mat. 55174-7

Rua General Polidoro, 99 – 3º andar – Botafogo Rio de Janeiro – RJ

CEP.: 22280-001 Tel.: 3131-4458

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Lista de Figuras e Tabelas

Figuras

Figura 2.1..................................................................................................... 16

Figura 2.2......................................................................................................17

Figura 4.1..................................................................................................... 43

Tabelas

Tabela 2.1.....................................................................................................16

Tabela 3.1.....................................................................................................24

Tabela 3.2.....................................................................................................27

Tabela 3.3.....................................................................................................28

Tabela 3.4.....................................................................................................28

Tabela 3.5.....................................................................................................29

Tabela 4.1.....................................................................................................42

Tabela 4.2.....................................................................................................44

Tabela 4.3.....................................................................................................45

Tabela 4.4.....................................................................................................45

Tabela 4.5.....................................................................................................48

Tabela 4.6.....................................................................................................50

Tabela 4.7.....................................................................................................51

Tabela A.1.................................................................................................... 62

Tabela A.2.................................................................................................... 63

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Índice

Resumo........................................................................................................5

Metodologia................................................................................................. 6

Sumário........................................................................................................7

Introdução....................................................................................................8

1. Histórico do Leasing...............................................................................9

2. Caracterização do Leasing.....................................................................12

2.1 Compra a Vista...................................................................................... 13

2.2 Compra Financiada............................................................................... 13

2.3 Locação..................................................................................................14

2.4 Modalidades de Leasing.......................................................................14

2.4.1 Leasing Financeiro............................................................................ 14

2.4.2 Leasing como Alternativa de Financiamento na Aquisição de Ativo

Permanente..................................................................................................15

2.4.1 Leasing Operacional...........................................................................18

2.1.3 Técnicas Básicas de Leasing........................................................... 19

3. Características e Aspectos Fiscais do Leasing................................... 21

3.1 Prazo da Operação................................................................................21

3.2 Valor Residual....................................................................................... 22

3.3 Prestação do Leasing........................................................................... 25

3.4 Endividamento...................................................................................... 29

3.5. Aspectos Fiscais do Leasing.............................................................. 31

3.5.1 Imposto de Renda.............................................................................. 32

3.5.2 Imposto sobre Circulação de Mercadorias...................................... 33

3.5.3 Imposto sobre transmissão de Bens Imóveis................................. 33

3.5.4 Imposto sobre Serviços.................................................................... 33

3.5.5 Imposto sobre Operações Financeiras........................... ................ 34

4. Leasing - Fases de uma Operação e a Evolução do Mercado no

Brasil............................................................................................................ 36

4.1 Escolha do Bem e Assinatura do Contrato........................................ 36

4.2 Ordem de Compra e Aceitação do Bem.............................................. 37

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4.3 Seguro do Bem .................................................................................... 38

4.4 Pagamento ao Fornecedor................................................................... 38

4.5 Término do Contrato.............................................................................39

4.6 Garantias................................................................................................40

4.7 Rescisão do Contrato......................................... ................................. 40

4.8. Mercado de Leasing no Brasil............................................................ 41

4.8.1 As Empresas de Leasing...................................................................43

4.8.2 Decisão de Compra Versus Leasing................................................ 45

4.8.3. Vantagens e Desvantagens do Leasing.......................................... 51

Conclusão....................................................................................................58

Referência Bibliográfica............................................................................. 59

Anexos......................................................................................................... 61

Figuras e Tabelas........................................................................................69