Legislacao Penal Extravagante Aula 08

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    A Lei n 11.340/2006 tem por finalidade coibir a violncia

    domstica e familiar contra a mulher. Esse diploma normativo

    amplamente conhecido como Lei Maria da Penha, uma referncia a Maria

    da Penha Maria Fernandes.Esta senhora sofreu agresses por parte de seu marido por

    anos, sem buscar a tutela dos rgos estatais. No dia 29 de maio de

    1983, em Fortaleza (CE), foi atingida enquanto dormia por um tiro de

    espingarda disparado por seu marido. Como consequncia desse tiro,

    Maria ficou paraplgica.

    No satisfeito com o resultado dessa violncia, que tinha

    como finalidade a morte da mesma, depois de alguns dias o maridotentou outra investida: eletrocut-la durante o banho. Seis meses antes

    da prescrio, o marido foi condenado, em razo dos crimes, a cumprir

    pena de dez anos em regime aberto.

    A histria de Maria da Penha foi objeto de tamanha

    repercusso internacional que o Comit Latino-Americano e Caribe para

    Defesa da Mulher (CLADEM) formalizou denncia Comisso

    Interamericana de Direitos Humanos da Organizao dos Estados

    Americanos (OEA).

    Em 2001, o Brasil foi condenado por meio de um relatrio da

    OEA, que imps um pagamento de indenizao de 20 mil dlares em

    favor de Maria da Penha, responsabilizando o Estado Brasileiro pela

    negligncia e omisso em relao violncia domstica, e recomendando

    a adoo de vrias medidas, entre elas a de simplificar procedimentos

    judiciais, diminuindo os prazos processuais de julgados.

    Diante da presso sofrida pela OEA, o Brasil viu-se forado a

    cumprir as convenes e tratados internacionais dos quais signatrio.

    Est a razo da referncia que o art. 1 da Lei Maria da Penha faz

    Conveno sobre Eliminao de Todas as Formas de Discriminao Contra

    as Mulheres e Conveno Interamericana para Prevenir, Punir e

    Erradicar a Violncia Contra a Mulher.

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    Art. 2o Toda mulher, independentemente de classe, raa, etnia,

    orientao sexual, renda, cultura, nvel educacional, idade e religio, goza

    dos direitos fundamentais inerentes pessoa humana, sendo-lhe

    asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violncia,preservar sua sade fsica e mental e seu aperfeioamento moral,

    intelectual e social.

    Art. 3o Sero asseguradas s mulheres as condies para o

    exerccio efetivo dos direitos vida, segurana, sade,

    alimentao, educao, cultura, moradia, ao acesso justia, ao

    esporte, ao lazer, ao trabalho, cidadania, liberdade, dignidade, ao

    respeito e convivncia familiar e comunitria.

    A Lei Maria da Penha no apenas uma norma protetiva. Ela

    tambm tem carter programtico, determinando ao Estado que

    desenvolva polticascapazes de assegurar s mulheres o exerccio

    de direitos fundamentais, estendendo tambm famlia e sociedade

    em geral o dever de criar as condies necessrias ao efetivo exerccio

    desses direitos.

    A lei determina que a poltica pblica relacionada preveno

    da violncia familiar e domstica contra a mulher seja desenvolvida por

    meio de um conjunto articulado de aes da Unio, dos Estados, do

    Distrito Federal e dos Municpios, alm de aes no governamentais,

    com as seguintes diretrizes:

    a) integrao operacional do Poder Judicirio, do Ministrio

    Pblico e da Defensoria Pblica com as reas de segurana pblica,

    assistncia social, sade, educao, trabalho e habitao;

    b) promoo de estudos e pesquisas, estatsticas e outras

    informaes relevantes, com a perspectiva de gnero e de raa ou etnia,

    concernentes s causas, s consequncias e frequncia da violncia

    domstica e familiar contra a mulher, para a sistematizao de dados, a

    serem unificados nacionalmente, e a avaliao peridica dos resultados

    das medidas adotadas;

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    I - no mbito da unidade domstica, compreendida como o

    espao de convvio permanente de pessoas, com ou sem vnculo familiar,

    inclusive as esporadicamente agregadas;

    II - no mbito da famlia, compreendida como a comunidadeformada por indivduos que so ou se consideram aparentados, unidos

    por laos naturais, por afinidade ou por vontade expressa;

    III - em qualquer relao ntima de afeto, na qual o agressor

    conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de

    coabitao.

    Para fins de prova, importante compreender bem as

    definies trazidas pela lei no que se refere violncia domstica e

    familiar contra a mulher. Essa violncia consiste numa ao ou omisso

    baseada no gnero.

    O conceito de gnero surgiu a partir de 1980, na tentativa de

    aumentar o entendimento a respeito das diferenas e desigualdades com

    relao aos sexos, que eram entendidas como expresses de

    comportamentos sociais rigorosos, ligados por meio das diferenas

    biolgicas entre homem e mulher, com foco nos aspectos sociais dessa

    relao desigual.

    A mulher a maior vitima da violncia de gnero. Estudos

    confirmam que em cerca de 95% dos casos de violncia praticada contra

    a mulher, o homem o agressor.

    As expresses violncia de gnero e violncia contra amulher geralmente so utilizadas como sinnimos, mas a violncia degnero mais abrangente, alcanando tambm relaes motivadas pela

    raa, etnia, classe, etc.

    Preste bastante ateno s definies trazidas pelos incisos do

    art. 5, pois elas j foram cobradas em provas anteriores.

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    Pargrafo nico. As relaes pessoais enunciadas neste artigo

    independem de orientao sexual.

    A orientao sexual da mulher no pode servir de parmetro

    para determinar se ela sofreu ou no violncia domstica e familiar.A Lei, no intento de asseverar o carter desprezvel dos

    crimes por ela tratados, qualifica a violncia domstica e familiar contra a

    mulher como uma violao dos direitos humanos.

    Art. 7o So formas de violncia domstica e familiar contra a

    mulher, entre outras:

    I - a violncia fsica, entendida como qualquer conduta que ofenda

    sua integridade ou sade corporal;

    II - a violncia psicolgica, entendida como qualquer conduta que

    lhe cause dano emocional e diminuio da auto-estima ou que lhe

    prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou

    controlar suas aes, comportamentos, crenas e decises, mediante

    ameaa, constrangimento, humilhao, manipulao, isolamento,

    vigilncia constante, perseguio contumaz, insulto, chantagem,

    ridicularizao, explorao e limitao do direito de ir e vir ou qualquer

    outro meio que lhe cause prejuzo sade psicolgica e

    autodeterminao;

    III - a violncia sexual, entendida como qualquer conduta que a

    constranja a presenciar, a manter ou a participar de relao sexual no

    desejada, mediante intimidao, ameaa, coao ou uso da fora; que ainduza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade,

    que a impea de usar qualquer mtodo contraceptivo ou que a force ao

    matrimnio, gravidez, ao aborto ou prostituio, mediante coao,

    chantagem, suborno ou manipulao; ou que limite ou anule o exerccio

    de seus direitos sexuais e reprodutivos;

    IV - a violncia patrimonial, entendida como qualquer conduta

    que configure reteno, subtrao, destruio parcial ou total de seusobjetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e

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    sexualidade, que a impea de usar qualquer mtodo

    contraceptivo ou que a force ao matrimnio, gravidez, ao

    aborto ou prostituio, mediante coao, chantagem,

    suborno ou manipulao; ou que limite ou anule o exerccio deseus direitos sexuais e reprodutivos A identificao da

    violncia sexual no meio conjugal representa inovao, pois o

    sexo sempre foi tradicionalmente considerado como uma

    obrigao decorrente do matrimnio.

    VIOLNCIA

    PATRIMONIAL

    Reteno, subtrao, destruio parcial ou total de seus

    objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens,

    valores e direitos ou recursos econmicos, incluindo osdestinados a satisfazer suas necessidades O furto crime

    contra o patrimnio, e, se a vtima for a mulher com quem se

    mantm relao afetiva, o ato considerado violncia

    patrimonial.

    VIOLNCIA MORAL

    Calnia, difamao ou injria O crime de calnia pode

    ser descrito como imputar vtima a prtica de determinado

    fato criminoso sabidamente falso. A difamao define-se como

    imputar vtima a prtica de determinado fato desonroso. J

    a injria pode ser definida como atribuir vtima qualidades

    negativas.

    Existem alguns posicionamentos doutrinrios no sentido da

    exigncia de habitualidade para caracterizar os delitos previstos na Lei

    Maria da Penha. Essa doutrina, entretanto, minoritria, e no merece

    prosperar.

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    Art. 9o A assistncia mulher em situao de violncia domstica

    e familiar ser prestada de forma articulada e conforme os princpios e as

    diretrizes previstos na Lei Orgnica da Assistncia Social, no Sistema

    nico de Sade, no Sistema nico de Segurana Pblica, entre outrasnormas e polticas pblicas de proteo, e emergencialmente quando for o

    caso.

    A incluso da mulher em programas assistenciais do governo

    federal, estadual e municipal ser determinada pelo magistrado, por

    prazo certo.

    Veremos agora disposies legais muito importantes para a

    sua prova.

    2o O juiz assegurar mulher em situao de violncia domstica

    e familiar, para preservar sua integridade fsica e psicolgica:

    I - acesso prioritrio remoo quando servidora pblica,

    integrante da administrao direta ou indireta;

    II - manuteno do vnculo trabalhista, quando necessrio o

    afastamento do local de trabalho, por at seis meses.

    A mulher vtima de violncia domstica muitas vezes precisa

    ser retirada rapidamente do convvio do agressor. Esse afastamento,

    entretanto, pode implicar em prejuzos vtima, e as medidas previstas

    no 2 tm o condo de diminuir essas consequncias danosas, pelo

    menos no que tange aos vnculos de trabalho.

    Caso a mulher seja servidora pblica, o juiz deve determinaracesso prioritrio remoo, que nada mais do que a mudana do

    local de trabalho da servidora.

    Caso se trata de empregada, a lei autoriza o juiz a determinar

    a manuteno do vnculo trabalhista pelo perodo de at 6 meses.

    Esse afastamento deve contemplar tambm a remunerao, pois de nada

    adiantaria a vtima manter seu vnculo empregatcio se no tiver como se

    sustentar.

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    3o A assistncia mulher em situao de violncia domstica e

    familiar compreender o acesso aos benefcios decorrentes do

    desenvolvimento cientfico e tecnolgico, incluindo os servios de

    contracepo de emergncia, a profilaxia das DoenasSexualmente Transmissveis (DST) e da Sndrome da Imunodeficincia

    Adquirida (AIDS) e outros procedimentos mdicos necessrios e cabveis

    nos casos de violncia sexual.

    A Lei Maria da Penha protege a mulher com relao sua

    liberdade no uso de sua capacidade reprodutiva. So considerados

    sexualmente violentos os atos que impedirem o acesso da mulher a

    mtodos contraceptivos.

    A proteo conferida pelo 3 mulher vtima de violncia

    exige a coordenao de diversos nveis no mbito governamental e no

    governamental, possibilitando a garantia de direitos fundamentais.

    A Lei Maria da Penha assegura mulher em situao de

    violncia domstica e familiar o acesso a servios de contracepo de

    emergncia, a profilaxia das Doenas Sexualmente Transmissveis

    (DST) e da Sndrome da Imunodeficincia Adquirida (AIDS) e outros

    procedimentos mdicos necessrios e cabveis nos casos de violnciasexual.

    Art. 10. Na hiptese da iminncia ou da prtica de violncia

    domstica e familiar contra a mulher, a autoridade policial que tomar

    conhecimento da ocorrncia adotar, de imediato, as providncias legais

    cabveis.

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    Pargrafo nico. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao

    descumprimento de medida protetiva de urgncia deferida.

    A partir de agora estudaremos os dispositivos da Lei Maria da

    Penha que se destinam aos policiais. A mulher que seja vtima deviolncia domstica tem direito a tratamento diferenciado e especfico por

    parte da autoridade policial.

    As providncias que devem ser adotadas imediatamente

    pela autoridade policial diante de situaes de violncia familiar contra a

    mulher incluem a garantia de proteo policial, comunicao imediata ao

    Poder Judicirio e ao Ministrio Pblico, o encaminhamento da ofendida a

    estabelecimentos de tratamento mdico, o fornecimento de transporte

    ofendida que corra risco de vida e seus dependentes para local seguro, a

    informao ofendida dos direitos a ela assegurados e dos servios

    disponveis.

    Art. 12. Em todos os casos de violncia domstica e familiar contra

    a mulher, feito o registro da ocorrncia, dever a autoridade policial

    adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuzo

    daqueles previstos no Cdigo de Processo Penal:

    I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrncia e tomar a

    representao a termo, se apresentada;

    II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do

    fato e de suas circunstncias;

    III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expedienteapartado ao juiz com o pedido da ofendida, para a concesso de medidas

    protetivas de urgncia;

    IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da

    ofendida e requisitar outros exames periciais necessrios;

    V - ouvir o agressor e as testemunhas;

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    VI - ordenar a identificao do agressor e fazer juntar aos autos sua

    folha de antecedentes criminais, indicando a existncia de mandado de

    priso ou registro de outras ocorrncias policiais contra ele;

    VII - remeter, no prazo legal, os autos do inqurito policial ao juiz eao Ministrio Pblico.

    Por favor d uma ateno especial a esse dispositivo, pois as

    medidas que devem ser adotadas imediatamente pela autoridade policial

    j foram cobradas em provas anteriores.

    O pedido da ofendida poder ser feito oralmente, e caber

    ao policial redigi-lo. O pedido deve conter a qualificao da ofendida e do

    agressor, o nome e a idade dos dependentes, e a descrio sucinta do

    fato e das medidas protetivas solicitadas.

    Art. 14. Os Juizados de Violncia Domstica e Familiar contra

    a Mulher, rgos da Justia Ordinria com competncia cvel e criminal,

    podero ser criados pela Unio, no Distrito Federal e nos Territrios, e

    pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execuo das causas

    decorrentes da prtica de violncia domstica e familiar contra a mulher.

    Pargrafo nico. Os atos processuais podero realizar-se em

    horrio noturno, conforme dispuserem as normas de organizao

    judiciria.

    Os Juizados Especiais so rgos do Poder Judicirio que se

    dedicam ao julgamento de processos de menor complexidade. Os

    Juizados de Violncia Domstica e Familiar contra a Mulheracumulam competncia cvel e criminal, e fazem parte da Justia comum

    estadual. A meno que o dispositivo faz Unio diz respeito aos Juizados

    instalados no Distrito Federal, onde a Unio exerce a competncia que em

    outros locais conferida aos Estados.

    Enquanto os Juizados no forem estruturados, as varas

    criminais acumularo a competncia criminal e a cvel para conhecer e

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    julgar causas decorrentes da prtica de violncia contra a mulher. Alm

    disso, esses processos tero preferncia no julgamento.

    Apesar de esses Juizados terem competncia criminal, o STF

    j se manifestou no sentido de que eles no so rgos competentes parajulgar os crimes cometidos no mbito da Lei Maria da Penha. Alm disso,

    a prpria lei estabelece expressamente que no se aplica a esses juizados

    o rito previsto na Lei n 9.099/1995.

    Os Juizados de Violncia Domstica e Familiar contra a

    Mulher acumulam competncia cvel e criminal, e fazem parte da Justia

    comum estadual, mas o STF j decidiu que esses rgos no tm

    competncia para julgar os crimes cometidos no mbito da Lei Maria da

    Penha.

    Art. 15. competente, por opo da ofendida, para os

    processos cveis regidos por esta Lei, o Juizado:

    I - do seu domiclio ou de sua residncia;

    II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;

    III - do domiclio do agressor.

    Neste dispositivo quero chamar sua ateno para um aspecto

    muito importante: para facilitar o acesso ao Poder Judicirio, a mulher

    vtima de violncia tem a opo de buscar o Juizado que seja mais

    prximo de sua residncia, do local em que ocorreu o ato de violncia, ou

    ainda do domiclio do agressor.

    Essa opo, entretanto, diz respeito apenas no que se refere

    aos processos cveis, ou seja, s medidas protetivas, aes indenizatrias,

    etc.

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    Art. 29. Os Juizados de Violncia Domstica e Familiar contra a

    Mulher que vierem a ser criados podero contar com uma equipe de

    atendimento multidisciplinar, a ser integrada por profissionais

    especializados nas reas psicossocial, jurdica e de sade.Maria Berenice Dias diz que um dos maiores avanos trazidos

    pela Lei n 11.340/2006 foi a criao dos Juizados de Violncia Domstica

    e Familiar contra a Mulher, que devem contar com profissionais

    capacitados e uma equipe multidisciplinar.

    Essa equipe tem a finalidade de prestar mulher atendimento

    especializado e auxlio no reestabelecimento de sua sade fsica e mental,

    bem como a orientao jurdica adequada para fazer valer seus direitos.

    por essa razo que a lei tambm estabelece a

    obrigatoriedade de, em todos os atos processuais cveis ou

    criminais, a mulher em situao de violncia ser acompanhada por

    advogado. Essa regra comporta uma exceo, relacionada situao em

    que a mulher pede diretamente ao magistrado a adoo de medidas

    protetivas de urgncia.

    Se for necessrio, o magistrado tambm pode determinar a

    atuao de profissional especializado para realizar avaliao mais

    profunda, mas esse profissional deve ser indicado pela equipe

    multidisciplinar.

    A competncia da equipe multidisciplinar detalhada pelo art.

    30.

    Art. 30. Compete equipe de atendimento multidisciplinar,

    entre outras atribuies que lhe forem reservadas pela legislao local,

    fornecer subsdios por escrito ao juiz, ao Ministrio Pblico e Defensoria

    Pblica, mediante laudos ou verbalmente em audincia, e desenvolver

    trabalhos de orientao, encaminhamento, preveno e outras medidas,

    voltados para a ofendida, o agressor e os familiares, com especial ateno

    s crianas e aos adolescentes.

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    Uma das principais funes da equipe multidisciplinar

    fornecer subsdios ao juiz, ao Ministrio Pblico e Defensoria Pblica,

    mas, alm disso, cabe equipe orientar a ofendida, o agressor e os

    familiares, especialmente as crianas e adolescentes envolvidos nasituao de violncia contra a mulher.

    Art. 16. Nas aes penais pblicas condicionadas

    representao da ofendida de que trata esta Lei, s ser admitida a

    renncia representao perante o juiz, em audincia especialmente

    designada com tal finalidade, antes do recebimento da denncia e ouvido

    o Ministrio Pblico.

    Este dispositivo foi considerado inconstitucional pelo

    STF no julgamento da ADI n 4.424. Para a Suprema Corte, a

    necessidade de representao da ofendida acaba por esvaziar a proteo

    constitucional assegurada s mulheres.

    Art. 17. vedada a aplicao, nos casos de violncia domstica e

    familiar contra a mulher, de penas de cesta bsica ou outras de prestao

    pecuniria, bem como a substituio de pena que implique o pagamento

    isolado de multa.

    As vedaes do art. 17 endurecem o tratamento dado aos

    crimes relacionados violncia domstica contra a mulher. No podem

    ser aplicadas penas que consistam exclusivamente em prestao

    material, ou seja, no pode haver penas cujo cumprimento consista

    simplesmente no pagamento de valores ou doao de bens.

    Art. 20. Em qualquer fase do inqurito policial ou da instruo

    criminal, caber a priso preventiva do agressor, decretada pelo juiz,

    de ofcio, a requerimento do Ministrio Pblico ou mediante representao

    da autoridade policial.

    Perceba que o juiz pode decretar a priso preventiva do

    agressor a requerimento do Ministrio Pblico, por representao da

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    comunicao;

    c) frequentao de determinados

    lugares a fim de preservar a integridade

    fsica e psicolgica da ofendida;

    IV - restrio ou suspenso de visitas

    aos dependentes menores, ouvida a equipe

    de atendimento multidisciplinar ou servio

    similar;

    V - prestao de alimentos provisionais

    ou provisrios.

    VI - proibio temporria para a

    celebrao de atos e contratos de

    compra, venda e locao de propriedade

    em comum, salvo expressa autorizao

    judicial;

    VII - suspenso das procuraes

    conferidas pela ofendida ao agressor;

    VIII - prestao de cauo provisria,

    mediante depsito judicial, por perdas e

    danos materiais decorrentes da prtica de

    violncia domstica e familiar contra a

    ofendida.

    Art. 25. O Ministrio Pblico intervir, quando no for parte, nas

    causas cveis e criminais decorrentes da violncia domstica e familiar

    contra a mulher.

    A Lei n 11.340/2006 destinou captulo especial atuao do

    Ministrio Pblico, conferindo a esse rgo a competncia para intervir

    em todas as causas que tratem de violncia domstica contra a

    mulher. importante que voc fixe bem esse aspecto: o Ministrio

    Pblico no intervir apenas nos processos criminais, mas tambm nas

    causas cveis.

    Quando no for parte, o Ministrio Pblico ser competente

    para intervir em todas as causas cveis e criminais que tratem da

    violncia domstica e familiar contra a mulher.

    Para cumprir esse mister, o representante do Ministrio

    Pblico poder requisitar o auxlio de fora policial e servios pblicos de

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    sade, de educao, de assistncia social e de segurana, entre outros,

    alm de fiscalizar os estabelecimentos pblicos e particulares de

    atendimento mulher em situao de violncia domstica e familiar e

    adotar imediatamente as medidas administrativas ou judiciais cabveis notocando s irregularidades encontradas.

    competncia do Ministrio Pblico tambm cadastrar os

    casos de violncia domstica e familiar contra a mulher. Tal atribuio

    necessria para a criao de estatsticas, que devero ser registradas no

    nas bases de dados dos rgos do Sistema de Justia e Segurana a fim

    de subsidiar o sistema nacional de dados e informaes relativo s

    mulheres.Para concluir nossa explanao terica, veremos o teor das

    disposies finais da Lei n 11.340/2006. Esses ltimos dispositivos

    tratam de assuntos variados relacionados implementao das

    disposies legais que estudamos at agora.

    Art. 35. A Unio, o Distrito Federal, os Estados e os Municpios

    podero criar e promover, no limite das respectivas competncias:

    I - centros de atendimento integral e multidisciplinar para

    mulheres e respectivos dependentes em situao de violncia domstica e

    familiar;

    II - casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes

    menores em situao de violncia domstica e familiar;

    III - delegacias, ncleos de defensoria pblica, servios de

    sade e centros de percia mdico-legal especializados no

    atendimento mulher em situao de violncia domstica e familiar;

    IV - programas e campanhas de enfrentamento da violncia

    domstica e familiar;

    V - centros de educao e de reabilitao para os agressores.

    Alm de autorizar os entes federados a criar esses rgos, a

    Lei determina que a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios

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    promovam adaptaes nos rgos e programas j existentes no que se

    refere s situaes de violncia domstica e familiar contra a mulher.

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    modalidade a mais frequente e provavelmente a menos

    denunciada. Muitas vezes a vtima nem se d conta de que

    est sendo agredida por meio de palavras e aes.

    VIOLNCIA

    SEXUAL

    Qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou aparticipar de relao sexual no desejada, mediante

    intimidao, ameaa, coao ou uso da fora; que a induza a

    comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua

    sexualidade, que a impea de usar qualquer mtodo

    contraceptivo ou que a force ao matrimnio, gravidez, ao

    aborto ou prostituio, mediante coao, chantagem,

    suborno ou manipulao; ou que limite ou anule o exerccio deseus direitos sexuais e reprodutivos A identificao da

    violncia sexual no meio conjugal representa inovao, pois o

    sexo sempre foi tradicionalmente considerado como uma

    obrigao decorrente do matrimnio.

    VIOLNCIA

    PATRIMONIAL

    Reteno, subtrao, destruio parcial ou total de seus

    objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens,

    valores e direitos ou recursos econmicos, incluindo os

    destinados a satisfazer suas necessidades O furto crime

    contra o patrimnio, e, se a vtima for a mulher com quem se

    mantm relao afetiva, o ato considerado violncia

    patrimonial.

    VIOLNCIA MORAL

    Calnia, difamao ou injria O crime de calnia pode

    ser descrito como imputar vtima a prtica de determinado

    fato criminoso sabidamente falso. A difamao define-se como

    imputar vtima a prtica de determinado fato desonroso. J

    a injria pode ser definida como atribuir vtima qualidades

    negativas.

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    de atendimento multidisciplinar ou servio

    similar;

    V - prestao de alimentos provisionais

    ou provisrios.

    conferidas pela ofendida ao agressor;

    VIII - prestao de cauo provisria,

    mediante depsito judicial, por perdas e

    danos materiais decorrentes da prtica de

    violncia domstica e familiar contra a

    ofendida.

    Quando no for parte, o Ministrio Pblico ser competente

    para intervir em todas as causas cveis e criminais que tratem da

    violncia domstica e familiar contra a mulher.

    A seguir esto as questes de concursos anteriores, como de

    costume. Se ficar alguma dvida, utilize nosso frum. Estou disposiotambm no e-mail.

    Grande abrao!

    Paulo Guimares

    [email protected]

    www.facebook.com/pauloguimaraesfilho

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    4. QUESTES COMENTADAS

    1. PM-DF Soldado Combatente 2009 Cespe. Uma mulher

    solicitou apoio policial sob alegao de que seu esposo lhe agrediraminutos antes, provocando-lhe leses corporais de natureza leve. Aps

    breves diligncias, o autor foi localizado e apresentado, sem qualquer

    resistncia, autoridade policial, perante a qual assumiu ter agredido

    fisicamente a esposa com o cabo de um faco. Nessa situao, pode a

    autoridade policial agir de ofcio e adotar as providncias legais cabveis,

    independentemente de representao da vtima.

    COMENTRIOS: Apesar de o art. 16 da Lei n 11.343/2006 mencionar a

    necessidade de representao da vtima, o STF j decidiu que os crimes

    processados no mbito da Lei Maria da Penha devem ser considerados de

    ao penal pblica incondicionada.

    GABARITO: C

    2. TJ-DF Oficial de Justia 2013 Cespe. Consoante o que dispe

    a Lei Maria da Penha, a ao penal para apurar qualquer crime perpetrado

    nas circunstncias descritas nessa lei ser pblica incondicionada,

    devendo o feito tramitar obrigatoriamente em segredo de justia.

    COMENTRIOS: Agora nos aparece uma questo traioeira. Preste

    bastante ateno forma como a assertiva foi escrita. A expresso

    consoante o que dispe a lei... torna necessrio que voc conhea no

    s a posio dos tribunais superiores sobre o assunto, mas tambm o que

    est efetivamente escrito na lei. Embora a posio do STF seja no sentido

    de que os crimes que envolvam violncia domstica e familiar contra a

    mulher so de ao penal pblica incondicionada, o texto do art. 16 nos

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    d o entendimento de que h crimes cuja ao penal depende de

    representao da ofendida.

    GABARITO: E

    3. PC-AL Escrivo de Polcia 2012 Cespe. Conforme a referida

    lei, consideram-se violncia sexual as aes ou omisses que impeam a

    mulher de usar qualquer mtodo contraceptivo ou que a forcem

    gravidez, ao aborto ou prostituio, mediante coao, chantagem,

    suborno ou manipulao.

    COMENTRIOS: Vamos relembrar a definio de violncia sexual trazida

    pela Lei Maria da Penha.

    VIOLNCIA

    SEXUAL

    Qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a

    participar de relao sexual no desejada, mediante

    intimidao, ameaa, coao ou uso da fora; que a induza a

    comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua

    sexualidade, que a impea de usar qualquer mtodo

    contraceptivo ou que a force ao matrimnio, gravidez, ao

    aborto ou prostituio, mediante coao, chantagem,

    suborno ou manipulao; ou que limite ou anule o exerccio de

    seus direitos sexuais e reprodutivos A identificao da

    violncia sexual no meio conjugal representa inovao, pois o

    sexo sempre foi tradicionalmente considerado como uma

    obrigao decorrente do matrimnio.

    GABARITO: C

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    COMENTRIOS: A Lei n 11.343/2006 autoriza expressamente a

    decretao da priso preventiva do agressor. Para responder

    corretamente a questo, tambm necessrio ter em mente que a Lei

    Maria da Penha tambm determina a punio da agresso psicolgica.

    GABARITO: C

    8. TJDFT Analista Judicirio 2008 Cespe. Nos casos de violncia

    domstica contra a mulher, o juiz pode determinar o comparecimento

    obrigatrio do agressor a programas de recuperao e reeducao.

    COMENTRIOS: A Lei Maria da Penha operou uma modificao na Lei de

    Execues Penais, de forma a autorizar expressamente o magistrado a

    determinar o comparecimento obrigatrio do agressor a programas de

    recuperao e reeducao.

    GABARITO: C

    9. TJDFT Analista Judicirio 2008 Cespe. No atendimento a

    vtimas de violncia, deve-se adotar o que preconiza a Lei Maria da

    Penha: para agilizar o processo de denncia, cabe vtima entregar

    pessoalmente a intimao ao agressor.

    COMENTRIOS: A Lei Maria da Penha probe expressamente que a

    vtima entregue intimao ao agressor. Esse tipo de determinao por

    parte do Poder Judicirio ofenderia toda a sistemtica protetiva

    estabelecida pela lei.

    GABARITO: E

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    10. STF Analista Judicirio 2008 Cespe. Em caso de violncia

    domstica e familiar contra a mulher, cabero medidas protetivas de

    urgncia, que podero ser concedidas pelo juiz, a requerimento do MP ou

    a pedido da ofendida, devendo necessariamente o juiz ouvir as partes e oMP antes da deciso sobre as medidas.

    COMENTRIOS: As medidas protetivas de urgncia podero ser

    concedidas de imediato, independente de audincia das partes e de

    manifestao do Ministrio Pblico, devendo este ser prontamente

    comunicado.

    GABARITO: E

    11. TJDFT Analista Judicirio 2008 Cespe. Aos crimes

    praticados com violncia domstica e familiar contra a mulher, previstos

    na Lei Maria da Penha, independentemente da pena prevista, no se

    aplica a Lei dos Juizados Especiais Criminais.

    COMENTRIOS: A Lei Maria da Penha contm dispositivo expresso

    proibindo a aplicao da Lei n 9.099/1995. A constitucionalidade desse

    dispositivo, inclusive, j foi confirmada pelo STF.

    GABARITO: C

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    5. QUESTES SEM COMENTRIOS

    1. PM-DF Soldado Combatente 2009 Cespe. Uma mulher

    solicitou apoio policial sob alegao de que seu esposo lhe agrediraminutos antes, provocando-lhe leses corporais de natureza leve. Aps

    breves diligncias, o autor foi localizado e apresentado, sem qualquer

    resistncia, autoridade policial, perante a qual assumiu ter agredido

    fisicamente a esposa com o cabo de um faco. Nessa situao, pode a

    autoridade policial agir de ofcio e adotar as providncias legais cabveis,

    independentemente de representao da vtima.

    2. TJ-DF Oficial de Justia 2013 Cespe. Consoante o que dispe

    a Lei Maria da Penha, a ao penal para apurar qualquer crime perpetrado

    nas circunstncias descritas nessa lei ser pblica incondicionada,

    devendo o feito tramitar obrigatoriamente em segredo de justia.

    3. PC-AL Escrivo de Polcia 2012 Cespe. Conforme a referida

    lei, consideram-se violncia sexual as aes ou omisses que impeam a

    mulher de usar qualquer mtodo contraceptivo ou que a forcem

    gravidez, ao aborto ou prostituio, mediante coao, chantagem,

    suborno ou manipulao.

    4. PC-AL Escrivo de Polcia 2012 Cespe. expressamente

    previsto na lei o dever de a autoridade policial acompanhar a ofendida, de

    forma a assegurar-lhe, se houver necessidade, o direito de retirar seus

    pertences do local da ocorrncia ou do domiclio familiar.

    5. PC-AL Escrivo de Polcia 2012 Cespe. A Lei Maria da Penha

    incide apenas nos casos em que a violncia domstica e familiar contra a

    mulher, que consiste em ao ou omisso, baseada no gnero, que

    resulte em morte, leso, sofrimento fsico, sexual ou psicolgico e danomoral ou patrimonial, praticada no mbito da unidade domstica.

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    6. TJ-AC Tcnico Judicirio 2012 Cespe. Para a caracterizao

    de violncia domstica e familiar contra a mulher, conceitua-se como

    unidade domstica o local onde haja o convvio permanente de pessoas,

    inclusive as esporadicamente agregadas, em tpico ambiente familiar, semnecessidade de vnculo natural ou civil.

    7. STJ Analista Judicirio 2008 Cespe. A possibilidade real de o

    acusado de prtica de crime contra a mulher no mbito domstico e

    familiar cumprir ameaas de morte dirigidas a sua ex-esposa basta como

    fundamento para a sua segregao, sobretudo ante a disciplina protetiva

    da Lei Maria da Penha, que visa a proteo da sade mental e fsica damulher.

    8. TJDFT Analista Judicirio 2008 Cespe. Nos casos de violncia

    domstica contra a mulher, o juiz pode determinar o comparecimento

    obrigatrio do agressor a programas de recuperao e reeducao.

    9. TJDFT Analista Judicirio 2008 Cespe. No atendimento a

    vtimas de violncia, deve-se adotar o que preconiza a Lei Maria da

    Penha: para agilizar o processo de denncia, cabe vtima entregar

    pessoalmente a intimao ao agressor.

    10. STF Analista Judicirio 2008 Cespe. Em caso de violncia

    domstica e familiar contra a mulher, cabero medidas protetivas de

    urgncia, que podero ser concedidas pelo juiz, a requerimento do MP ou

    a pedido da ofendida, devendo necessariamente o juiz ouvir as partes e o

    MP antes da deciso sobre as medidas.

    11. TJDFT Analista Judicirio 2008 Cespe. Aos crimes

    praticados com violncia domstica e familiar contra a mulher, previstos

    na Lei Maria da Penha, independentemente da pena prevista, no seaplica a Lei dos Juizados Especiais Criminais.

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    GABARITO

    1. C 7. C2. E 8. C

    3. C 9. E

    4. C 10. E

    5. E 11. C

    6. C