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 EXECUÇÃO PENAL 1  EXECUÇÃO PENAL LE I 72 10 / 84 PONTO 1: Natureza jurídica da LEP PONTO 2: Objeto da execução penal PONTO 3 : Aplic a çã o daLE PONTO 4: Fina lida desdaPen PONTO 5: Princípios da LEP PONTO 6: Competência do juiz da execução penal PONTO 7: Espécies de pena PONTO 8: Regimes de c um primento da pen PONTO 9: Do condenado e do internado PONTO 10 : Ass is nc i PONTO 11: Do trabalho 1 . Natur eza jurídica da LEP:  Administrativa – Primeira corre nte: E ntende-se que a e xecução pena l é uma estrutura qu e sa tisf a z i nteresse própri o do Est a do dotado d e jurisdicio narie da de episódica nã o formando uma n ova re laçã o jurídi ca processual. Trata-se, na verdade, de apenas um novo aspecto procedimental, incumbindo ao E stado apena s executa r o di reito de punir j á declara do. O j uiz, ass im, apenas desem penha função fiscalizatória. A sua atividade seria apenas jurisdicional quando surgissem os chamados in cidentes da e xecuçã o penal.  Mista – Seg unda corren te E ssa corrente é adot a p o r Mirabete. A execuçã o penal encerra a a ti vi dade jurisdici onal e a dmini strati va, uma vez que co mpete ao juiz da execuçã o p ena l ati vidades de cunho administrativo como, por exemplo, fiscalização de presídios, bem como atividades  j u r i sdic io na is , t a i s co m o dec i sões sobre li v r a men t o condic i ona l , sus p ensão cond i ciona l da execuçã o da pena, remissão , i ndulto, sa ídas temporárias, etc.  Jurisdici onal – T erceira c orre nte – Majoritár ia:  A e x e c ução penal poss u i na t u r e z a ju r íd i ca ju r i s d i c i onal , e mbo r a p o ss u a p a r c e l a de atividade, muito menor, administrativa.  A a p l icaçã o d a p ena faz p a r te do chama d o d o d i r e i t o p e ni t e n c i á r i o, o q u a l s e v i ncu l a on to logicam ente a o d irei to a dmini strativ o, em bo ra sua s reg ras faça m pa rte e se encont rem no s Cód igos de Processo pena l e pe nal.

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EXECUÇÃO PENALLEI 7210/ 84

PONTO 1: Natureza jurídica da LEPPONTO 2: Objeto da execução penalPONTO 3: Aplicação da LEPONTO 4: Finalidades da PenPONTO 5: Princípios da LEP

PONTO 6: Competência do juiz da execução penalPONTO 7: Espécies de penaPONTO 8: Regimes de cumprimento da penPONTO 9: Do condenado e do internadoPONTO 10: AssistênciPONTO 11: Do trabalho

1. Natureza jurídica da LEP:

► Administrativa – Primeira corrente:

Entende-se que a execução penal é uma estrutura que satisfaz interesse próprio do

Estado dotado de jurisdicionariedade episódica não formando uma nova relação jurídica

processual.

Trata-se, na verdade, de apenas um novo aspecto procedimental, incumbindo ao

Estado apenas executar o direito de punir já declarado. O juiz, assim, apenas desempenha

função fiscalizatória. A sua atividade seria apenas jurisdicional quando surgissem os chamados

incidentes da execução penal.

► Mista – Segunda corrente

Essa corrente é adota por Mirabete. A execução penal encerra a atividade jurisdicional

e administrativa, uma vez que compete ao juiz da execução penal atividades de cunho

administrativo como, por exemplo, fiscalização de presídios, bem como atividades

 jurisdicionais, tais como decisões sobre livramento condicional, suspensão condicional da

execução da pena, remissão, indulto, saídas temporárias, etc.

► Jurisdicional – Terceira corrente – Majoritária:

 A execução penal possui natureza jurídica jurisdicional, embora possua parcela de

atividade, muito menor, administrativa.

 A aplicação da pena faz parte do chamado do direito penitenciário, o qual se vincula

ontologicamente ao direito administrativo, embora suas regras façam parte e se encontrem nos

Códigos de Processo penal e penal.

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 A efetivação da tutela desse direito é o próprio objeto da execução penal, que guarda

da natureza jurisdicional e faz parte do direito processual. A própria exposição de motivos n°

10 da LEP afirma que a sua natureza jurídica é jurisdicional. Essa é a posição que deve ser

adotada em concursos públicos.

Disso decorrem conseqüências importantes que são a irrestrita observância aos

princípios do devido processo legal, cujos corolários são, ampla defesa e contraditório e,

principalmente, da necessidade de fundamentação das decisões judiciais, conforme art. 93, IX1,

CF.

2. Objeto da execução penal:

O objetivo da execução penal é efetivar os comandos da sentença penal condenatória

ou da decisão criminal.

3. Aplicação da LEP:

 Ao preso condenado definitivamente, e também ao preso provisório.

Observação:

Por analogia aplica-se a LEP também ao preso provisório da justiça militar e eleitoral,

quando recolhidos a estabelecimento sujeito a jurisdição ordinária. Art. 2°2 e parágrafo único

da LEP.

1 Art. 93. Lei complementar, deiniciativa doSupremoTribunal Federal, disporá sobreoEstatutoda Magistratura, observados osseguintes princípios:

 IX todos os julgamentos dos órgãos doPoder Judiciárioserãopúblicos, efundamentadas todas as decisões, sob pena denulidade,podendoa lei limitar a presença, emdeterminados atos, às próprias partes ea seus advogados, ou somentea estes, emcasos nos quais apreservação dodireitoà intimidadedointeressadonosigilonãoprejudiqueointeressepúblicoà informação; (Redaçãodada pela Emenda Constitucional nº 45, de2004)

 2 Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, emtodooTerritórioNacional, será exercida, no processodeexecução, na conformidadedesta Lei edo CódigodeProcessoPenal.

 Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmenteao presoprovisórioeaocondenadopela Justiça Eleitoral ou Militar, quandorecolhidoa estabelecimentosujeitoà jurisdiçãoordinária.

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4. Finalidades da Pena

► Prevenção:

Proteção ao bem jurídico tutelado. Evitarem-se novos ataques ao bem jurídico.

- Geral – Se destina a toda a sociedade.

- Positiva - Fazer

Teoricamente, o direito penal representa um alerta, uma força, coercitiva para que as

pessoas fiquem com medo. Uma vez violada a norma penal haverá uma sanção.

- Negativa – Não fazer

- Especial – Se destina a pessoa do réu especificamente.- Positiva

Cabe ao Estado fazer com a pena a ressocialização do apenado, ou seja, prepará-lo para

o retorno ao convívio em sociedade.

- Negativa

Enquanto ao réu estiver cumprindo a pena o réu não poderá cometer novas infrações.

 Retribuição: A pena não pode passar do limite da culpabilidade.

5. Princípios da LEP:

► Legalidade:

Não haverá faltas sem que estejam previamente cominadas na lei. O mesmo ocorrerá

com as sanções disciplinares, conforme dispõe o art. 453 da LEP. Deve ser observado ainda, o

art. 3°4 da LEP, em relação ao processo de execução penal.

Observação:

3 Art. 45. Nãohaverá falta nemsançãodisciplinar semexpressa eanterior previsãolegal ou regulamentar.

4 Art. 3º Aocondenadoeaointernadoserãoassegurados todos os direitos nãoatingidos pela sentença ou pela lei.

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  Em relação ao indulto e crime hediondo, deve-se observar que o instituto não é

previsto em lei em sentido formal, mas decorre de ato administrativo, portanto regido pela

oportunidade e conveniência.

 Assim, se o réu praticou o crime a época em que não era hediondo, mas que vem a setornar no momento da execução penal (momento da concessão do indulto), não tem direito ao

benefício. Comparativamente, na mesma situação se fosse primário e de bons antecedentes, e

se trata-se da obtenção de livramento condicional, deveria cumprir apenas 1/3 da pena

privativa de liberdade.

► Igualdade:

Não basta ir a constituição da República, é preciso que se adote o art. 3°, parágrafo

único5 da LEP, podendo haver distinção entre sexo e idade.

► Princípio da individualização da pena – art. 5°6, LEP:

Todos os apenados deverão ser classificados segundo as suas características pessoais.

► Jurisdicionalidade – art. 2°7 LEP:

 As decisões mais importantes sobre os incidentes da execução cabem ao juiz, ao passo

que “as decisões secundárias”, tais como horários de visitas, banho de sol, ficaram a cargo da

autoridade administrativa. Se não houver concordância do preso, poderá se socorrer do poder judiciário.

► Devido processo legal:

 A autoridade judiciária deverá garantir a ampla defesa e o contraditório.

► Reeducativo:

O Estado deve garantir o preparo do réu para o retorno a sociedade. Artigos 108, 119 e

2310 da LEP.

5 Art. 3º. Parágrafo único. Nãohaverá qualquer distinçãodenatureza racial, social, religiosa ou política.

6 Art. 5º Os condenados serãoclassificados, segundo os seus antecedentes epersonalidade, para orientar a individualização daexecuçãopenal.

7 Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, emtodooTerritórioNacional, será exercida, no processodeexecução, na conformidadedesta Lei edoCódigodeProcessoPenal.

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► Duplo grau de jurisdição:

Todas as decisões proferidas pelo juiz da execução penal estão sujeitas ao agravo da

LEP. Art. 19711 LEP. Não tem efeito suspensivo.

► Direitos políticos preservados:

O art. 15, III12, da CF veda o exercício dos direitos políticos ao preso condenado

enquanto durar a condenação ou até que se extinga a punibilidade. O preso provisório não

sofre essa previsão.

6. Competência do juiz da execução penal:

 A competência do juízo da execução penal não é ditada pelo juízo do local dacondenação.

 A) A execução da pena privativa de liberdade é do juízo das execuções criminais, ou seja, do

local onde ele cumpre a pena de prisão, daquele local aonde existe a casa prisional respectiva,

que pode ser diversa do local da condenação. (Aonde o preso vai, a execução vai atrás);

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 Art. 10. A assistência ao presoeaointernadoédever doEstado, objetivandoprevenir ocrimeeorientar oretorno à convivência emsociedade.

9 Art. 11. A assistência será: I - material; II - à saúde; III -jurídica; IV - educacional;V - social;VI - religiosa.

10 Art. 23. Incumbeaoserviçodeassistência social: I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames; II - relatar, por escrito, aoDiretor doestabelecimento, os problemas eas dificuldades enfrentadas peloassistido; III - acompanhar oresultadodas permissões desaídas edas saídas temporárias;

 IV - promover, noestabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação;V - promover a orientaçãodoassistido, na fasefinal documprimentoda pena, edo liberando, demodoa facilitar oseu retornoàliberdade;VI - providenciar a obtençãodedocumentos, dos benefícios da Previdência Social edoseguropor acidentenotrabalho;VII - orientar eamparar, quandonecessário, a família dopreso, dointernado eda vítima.

11 Art. 197. Das decisões proferidas peloJuiz caberá recursodeagravo, semefeitosuspensivo.

12 Art. 15. É vedada a cassaçãodedireitos políticos, cuja perda oususpensãosósedará nos casos de: III - condenaçãocriminal transitada emjulgado, enquantoduraremseus efeitos.

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B) O preso da justiça federal que esta cumprindo pena em estabelecimento estadual, será da

competência da justiça estadual. (Súmula 19213 STJ);

C) Se o condenado estiver em presídio federal, a competência será da VEC Federal;

D) A execução da suspensão condicional da execução da pena e da pena restritiva de direitos é

de competência do juiz do domicílio do condenado;

E) A competência para execução da pena de multa é do juiz do local da condenação. (STJ e

STF entendem que a competência é da Vara da Fazenda Pública, pois a pena de multa é divida

de valor).

F) Para condenados que detenham foro privilegiado por prerrogativa de função, enquanto nãoperderem o foro privilegiado, a competência será do próprio tribunal que processou e julgou o

feito.

Não confundir a competência para a execução da pena, o que se da com o transito em

 julgado da sentença penal condenatória, momento em que se inicia a execução da pena, com a

prisão e expedição da guia de recolhimento e o início da prisão, o que pode ocorrer por meio

de uma prisão cautelar decretada pelo juiz do processo de conhecimento.

Súmula 716 STF: “Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação

imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença

condenatória”.

Súmula 717 STF: “Não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada em

sentença não transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial”.

Preso condenado em primeiro grau aguardando recurso:  É possível a “execuçãoprovisória” da pena, antecipando-se benefícios da execução penal. Ex: Progressão de regime

carcerário.

13 Súmula 192 STJ: CompeteaoJuízodas Execuções Penais doEstadoa execuçãodas penas impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quandorecolhidos a estabelecimentos sujeitos à administraçãoestadual.

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  Condenado em primeiro grau aguardando solto o recurso: Não é possível a execução

provisória, pois a apelação tem efeito suspensivo, respeitando-se o princípio constitucional de

presunção de inocência. 

Observação:É imprescindível que, no caso da possibilidade de execução provisória, o juiz do

processo de conhecimento expeça guia de recolhimento provisório, sob pena de ilegalidade.

7. Esp cies de pen :

► Privativas de liberdade

- Reclusão – Crime.

- Detenção – Crime.

- Prisão Simples – Contravenção.

- Diferenças entre Reclusão e Detenção:

- Art. 3314, caput, CP – Na fixação do regime inicial de cumprimento da pena: jamais

começa no regime fechado.

- Art. 6915, caput, CP: em caso de concurso material entre crimes punidos com reclusão

e detenção, executa-se primeiro aquela.

Na possibilidade de perda do poder familiar quando o crime tiver sido cometido

contra, filho, tutelado, ou curatelado, desde que punido com reclusão. Art. 92, II16, CP.

14 Art. 33 - A pena dereclusãodeveser cumprida emregimefechado, semi-abertoou aberto. A dedetenção, emregimesemi-aberto,ou aberto, salvonecessidadedetransferência a regimefechado.

15 Art. 69 - Quandooagente, mediantemais deuma açãoou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-secumulativamenteas penas privativas deliberdadeemquehaja incorrido. No caso deaplicaçãocumulativa depenas dereclusãoededetenção, executa-seprimeiroaquela.

16 Art. 92 - Sãotambémefeitos da condenação:(Redaçãodada pela Lei nº7.209, de11.7.1984) II - a incapacidadepara oexercíciodopátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena dereclusão, cometidoscontra filho, tuteladoou curatelado;

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  Na possibilidade de cumprimento da medida de segurança em regime de tratamento

ambulatorial quando o crime for punido com detenção. Art. 9717, CP.

- Prisão simples – Contravenções.

► Restritivas de direitos:

Requisitos – art. 4418 CP:

- Crimes dolosos:

Não pode haver violência ou grave ameaça contra a pessoa.

Pena de até 4 anos.

- Crime culposo – “céu é o limite”.

- Reincidência – art. 44, II, CP:

 Art. 44, § 3°19, CP – Se não for reincidente específico poderá obter PRD.

- Formas de substituição – art. 44, § 2°20, CP:

Pena de até 01 ano – 1 multa ou 1 PRD

Pena > 1 ano – 1 multa + 1 PRD ou 2 PRDs.

- Art. 44, § 4°21, CP – revogação e do saldo de pena a cumprir – 30 dias.

17 Art. 97 - Seoagentefor inimputável, ojuiz determinará sua internação(art. 26). Se, todavia, ofato previsto comocrimeforpunível comdetenção, poderá ojuiz submetê-loa tratamentoambulatorial.18 Art. 44. As penas restritivas dedireitos sãoautônomas esubstituemas privativas deliberdade, quando: I – aplicada pena privativa deliberdadenãosuperior a quatroanos eocrimenão for cometidocomviolência ou graveameaça à pessoaou, qualquer queseja a pena aplicada, seocrimefor culposo;

 II – oréu nãofor reincidenteemcrimedoloso; III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social ea personalidadedocondenado, bemcomoos motivos eas circunstânciasindicaremqueessa substituiçãoseja suficiente.

19 Art. 44, § 3o Seocondenadofor reincidente, ojuiz poderá aplicar a substituição, desdeque, emfacedecondenaçãoanterior, amedida seja socialmenterecomendável ea reincidência nãosetenha operadoemvirtudeda prática domesmocrime.

 20 Art. 44, § 2o Na condenaçãoigual ou inferior a umano, a substituiçãopodeser feita por multa ou por uma pena restritiva dedireitos; sesuperior a umano, a pena privativa deliberdadepodeser substituída por uma pena restritiva dedireitos emulta ou porduas restritivas dedireitos.

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- Art. 44, § 5°22, CP  – compatibilidade entre uma nova condenação a pena privativa de

liberdade e uma PRD que está sendo cumprida, desde que ambas sejam compatíveis.

► Prestação de Serviços a Comunidade – art. 4623 CP:Somente se aplica para condenação superiores a 6 meses. A proporção é de uma hora

para cada dia de condenação.

 Art. 46, § 4°24, CP.

► Interdição Temporária de Direitos – art. 4725 CP:

Não confundir o art. 47, I do CP, que trata da suspensão de cargo público, mandato

eletivo ou função pública, com o art. 92, I26, CP que trata da perda da função pública, mandato

eletivo ou cargo público, efeito extrapenal não automático da sentença penal condenatória.

O art. 47, I, CP, por representar ao servidor público verdadeira exoneração, acaba não

sendo aplicado na prática. Das duas uma, ou o réu tem determinada a perda do cargo,

conforme art. 92, I, CP, ou deve ser aplicada outra restritiva de direitos.

► Limitação de Final de Semana (LFS) – art. 4827 CP.

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 Art. 44, § 4o

  A pena restritiva dedireitos converte-seemprivativa deliberdadequandoocorrer odescumprimentoinjustificadodarestriçãoimposta. Nocálculoda pena privativa deliberdadea executar será deduzidootempocumpridoda pena restritiva dedireitos,respeitadoosaldomínimodetrinta dias dedetençãoou reclusão.

 22 Art. 44, § 5o Sobrevindocondenaçãoa pena privativa deliberdade, por outrocrime, ojuiz da execuçãopenal decidirá sobreaconversão, podendodeixar deaplicá-la sefor possível aocondenadocumprir a pena substitutiva anterior.

 23 Art. 46. A prestaçãodeserviços à comunidadeou a entidades públicas éaplicável às condenações superiores a seis meses deprivaçãoda liberdade.

 24 Art. 46, § 4o Sea pena substituída for superior a umano, éfacultadoaocondenadocumprir a pena substitutiva emmenor tempo(art. 55), nunca inferior à metadeda pena privativa deliberdadefixada.

 25 Art. 47 - As penas deinterdiçãotemporária dedireitos são: I - proibição doexercíciodecargo, funçãoouatividadepública, bemcomodemandato eletivo;

 II - proibiçãodoexercíciodeprofissão, atividadeou ofícioquedependamdehabilitaçãoespecial, delicença ou autorizaçãodopoderpúblico; III - suspensãodeautorizaçãoou dehabilitaçãopara dirigir veículo. IV – proibiçãodefreqüentar determinados lugares

 26 Art. 92 - Sãotambémefeitos da condenação: I - a perda decargo, funçãopública ou mandatoeletivo:a) quandoaplicada pena privativa deliberdadepor tempoigual ou superior a umano, nos crimes praticados comabusodepoder ouviolaçãodedever para coma AdministraçãoPública;b) quandofor aplicada pena privativa deliberdadepor tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos.

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► Prestação Pecuniária – art. 45, § 1° e 2°28, CP:

É calcula de acordo com o prejuízo sofrido pela vítima, o grau de reprovabilidade da

conduta praticada pelo réu, e, pela situação econômica do condenado. O seu limite varia de um

a 360 salários mínimos e, caso não seja paga, a pena restritiva de direitos será convertida emPPL. Ela não possui o mesmo tratamento da multa reparatória prevista no art. 297 do Código

de Trânsito, nesse caso calcula-se de acordo com a pena de multa e, caso não cumprida, será,

no máximo, executada. Além disso, em ambos os casos, o montante pago será descontado de

eventual ação civil de reparação do dano.

► Perda de Bens e Valores – art. 45, § 3°29, CP:

Essa pena restritiva de direitos se aplica aos bens lícitos do condenado, uma vez que os

bens ilícitos serão automaticamente declarados perdidos, conforme art. 9130 do CP. A formade calcular o valor é o que for maior: Ou o prejuízo ou o lucro.

Observações:

 As penas restritivas de direitos terão início assim que o condenado se apresentar ao

 juízo da execução para iniciar o cumprimento, conforme art. 14731 da LEP.

 27 Art. 48 - A limitaçãodefimdesemana consistena obrigaçãodepermanecer, aos sábados edomingos, por 5 (cinco) horas diárias,emcasa dealbergadoou outroestabelecimentoadequado.

 28 Art. 45, § 1o A prestaçãopecuniária consistenopagamentoemdinheiroà vítima, a seus dependentes ou a entidadepública ouprivada comdestinaçãosocial, deimportância fixada pelojuiz, nãoinferior a 1 (um) saláriomínimonemsuperior a 360 (trezentos esessenta) salários mínimos. O valor pagoserá deduzidodomontantedeeventual condenaçãoemaçãodereparaçãocivil, secoincidentesos beneficiários.

 Art. 45, § 2o Nocasodoparágrafoanterior, sehouver aceitação dobeneficiário, a prestaçãopecuniária podeconsistir emprestaçãodeoutra natureza.

 29 Art. 45, § 3o  A perda debens evalores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislaçãoespecial, emfavor do Fundo PenitenciárioNacional, eseu valor terá como teto– oquefor maior – omontantedoprejuízo causadoou doproventoobtidopeloagenteou por terceiro, emconseqüência da prática docrime.

30 Art. 91- Sãoefeitos da condenação: I - tornar certa a obrigaçãodeindenizar odanocausadopelocrime; II - a perda emfavor da União, ressalvadoodireitodolesadoou deterceirodeboa-fé:a) dos instrumentos docrime, desdequeconsistamemcoisas cujofabrico, alienação, uso, porteou detençãoconstitua fatoilícito;b) do produtodocrimeou dequalquer bemou valor queconstitua proveitoauferido peloagentecoma prática dofatocriminoso.

31 Art. 147. Transitada emjulgado a sentença que aplicou a pena restritiva dedireitos, o Juiz da execução, deofício ou arequerimentodoMinistérioPúblico, promoverá a execução, podendo, para tanto, requisitar, quandonecessário, a colaboraçãodeentidades públicas ou solicitá-la a particulares.

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EXECUÇÃO PENAL

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  O momento propício para a concessão da PRD é na sentença penal condenatória.

Poderá haver, no entanto, na execução da pena, a chamada conversão imprópria, ou seja, a

concessão de PRD em momento posterior, conforme art. 18032  da LEP, desde que,

preenchidos os seguintes requisitos:

- cumprimento da pena em regime aberto, ter o réu cumprido ¼ da pena e que “o art.

5933” do CP seja recomendável. Quanto ao requisito objetivo a pena não pode ser maior de 2

anos.

► Pena pecuniária– Multa. 

8. Regimes de cumprimento da pena:

► Exceções: - Lei 8.072/ 90; 9.034/ 95 e 9.455/ 97:

Fixação do regime inicial de cumprimento da pena

O que se leva em conta? Art. 33 CP:

- Quantidade da pena.

- Qualidade da pena.

- Reincidência.- art. 59 CP.

►Reclusão não-reincidente:

- Até 4 anos – Regime Aberto.

- Maior de 4 e até 8 anos – Semi-aberto.

32 Art. 180. A pena privativa deliberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser convertida emrestritiva dedireitos, desdeque: I - ocondenadoa esteja cumprindoemregimeaberto;

 II - tenha sidocumpridopelomenos 1/4 (umquarto) da pena; III - os antecedentes ea personalidadedocondenadoindiquemser a conversãorecomendável.

33 Art. 59 - O juiz, atendendoà culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidadedoagente, aos motivos, àscircunstâncias econseqüências docrime, bemcomoaocomportamentoda vítima, estabelecerá, conformeseja necessárioesuficienteparareprovaçãoeprevençãodocrime: I - as penas aplicáveis dentreas cominadas; II - a quantidadedepena aplicável, dentrodos limites previstos; III - oregimeinicial decumprimento da pena privativa deliberdade; IV - a substituiçãoda pena privativa da liberdadeaplicada, por outra espéciedepena, secabível.

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- Maior de 8 anos - Fechado.

► Reclusão reincidente:

- Até 4 anos – Semi-aberto.

- Maior de 4 e até 8 anos – Fechado.- Maior de 8 anos - Fechado.

► Súmula 269 STJ: A reincidência por si só não implica na fixação do regime inicialmente

fechado, mas na fixação do regime imediatamente mais gravoso do que a quantidade de pena

iria permitir.

►Detenção não reincidente:

- Até 4 anos – Aberto.- Maior de 4 e até 8 anos – Semi-aberto.

- Maior de 8 anos - Semi-aberto.

►Detenção reincidente:

- Até 4 anos – Semi-aberto.

- Maior de 4 e até 8 anos – Semi-aberto.

- Maior de 8 anos - Semi-aberto.

. Do condenado e do internado:

► Art. 5°34 - Comissão técnica de Classificação:

 A CTC é responsável para pessoalizar/ individualizar a execução da pena de modo a

orientar a execução da pena. A ausência da realização desse exame quando do ingresso do

apenado no sistema não impede seja ele feito para a progressão de regime carcerário.

 A partir da reforma operada pela lei 10.792/ 03 excluiu-se de suas atribuições a deacompanhar a pena restritiva de direitos e a progressão, regressão de regime e conversão da

pena.

34 Art. 5º Os condenados serão classificados, segundoos seus antecedentes epersonalidade, para orientar a individualizaçãodaexecuçãopenal.

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  Isso não significa que nos casos de crimes graves praticados por violência ou grave

ameaça contra pessoa, não possa ser ele exigido, a fim de que se possa aferir sobre o elemento

subjetivo do apenado. A função desse exame é a de trazer meios para que se possa classificar

adequadamente a personalidade do réu.

► Art. 8°35 - Exame criminológico:

Será efetuado obrigatoriamente para a individualização do cumprimento da pena

privativa de liberdade nos condenados que ingressam no regime fechado e, facultativamente,

naqueles que ingressam no regime semi-aberto.

Pelo princípio de presunção de inocência não é realizado nos presos provisórios. Em

2003 ambos os exames foram abolidos para a obtenção dos benefícios de progressão de

regime, livramento condicional, indulto, etc. como houve um temerário e precoce de presos dosistema, os tribunais superiores, especialmente o STJ, passou a entender que a realização dos

exames era uma faculdade do juiz, a ser exigida em casos mais graves, pelo menos. Tudo isso

para que se possa aferir o requisito subjetivo para a obtenção dos benefícios previstos na LEP.

Súmula 439 STJ: “Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso,

desde que em decisão motivada”.

 Ao juiz, principalmente a requerimento do MP é facultada a determinação da realizaçãoda perícia, sem que haja qualquer constrangimento ilegal, sendo meio de prova legítimo a

servir de convencimento ao juiz.

. Assistência:

 Art. 10 e seguintes da LEP.

11. Do trabalho:

► Interno – art. 3136:

É obrigado a trabalhar.

35 Art. 8º O condenadoaocumprimentodepena privativa deliberdade, emregimefechado, será submetidoa examecriminológicopara a obtençãodos elementos necessários a uma adequada classificaçãoecomvistas à individualizaçãoda execução.

36 Art. 31. O condenadoà pena privativa deliberdadeestá obrigadoaotrabalhona medida desuas aptidões ecapacidade.

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- Requisitos do trabalho interno:

Não há disposição expressa na LEP sobre quem autoriza o trabalho interno. Em assim

sendo, se entende que, quem o autoriza é o Diretor do estabelecimento prisional.

 A jornada de trabalho de 6 a 8 horas diária conforme art. 33, caput LEP, com

descansos aos domingos e feriados.

► Externo:

É admissível aos presos em regime fechado somente em obras públicas ou realizadas

por órgãos da administração direta e indireta ou em entidades privadas, desde que, tomadas as

cautelas contra fuga em favor da disciplina. O número é limitado em 10% ao total da obra. O

trabalho externo depende do consentimento do preso.

- Requisitos para concessão do trabalho externo – art. 3737 LEP:

- aptidão, disciplina e responsabilidade.

- cumprimento de 1/ 6 da pena no respectivo regime, fechado ou semi-aberto, já que no

regime aberto o trabalho é um requisito para tanto, conforme art. 11438 LEP – Súmula 4039 

STJ.

Para a obtenção dos benefícios de trabalho externo ou saída temporária, conta-se o

tempo cumprido de pena no regime fechado.

Quem concede o trabalho externo é o juiz da execução penal.

37 Art. 37. A prestaçãodetrabalhoexterno, a ser autorizada pela direçãodoestabelecimento, dependerá deaptidão, disciplina eresponsabilidade, alémdocumprimentomínimode1/6 (umsexto) da pena.

38 Art. 114. Somentepoderá ingressar noregimeabertoocondenadoque: I - estiver trabalhandoou comprovar a possibilidadedefazê-loimediatamente; II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a quefoi submetido, fundados indícios dequeirá ajustar-se, comautodisciplina esensoderesponsabilidade, aonovoregime.

39 Súmula 40 STJ: Para obtenção dos benefícios desaída temporária etrabalhoexterno, considera-seotempodecumprimentodapena noregimefechado.

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  O trabalho do preso será remunerado, havendo discussão a respeito do trabalho

gratuito é ou não contado para fins de remissão da pena. Alguém que preste serviço, mas que

não seja remunerado fará jus a remição da pena.

► Vai ser revogado quando - art. 37, parágrafo único40, LEP:- praticar fato crime doloso;

- for punido com falta grave;

- tiver comportamento contrário ao previsto em lei.

40 Art. 37. Parágrafo único. Revogar-se-á a autorizaçãodetrabalhoexternoaopresoquevier a praticar fatodefinidocomocrime, for punidopor falta grave, ou tiver comportamentocontrárioaos requisitos estabelecidos nesteartigo.