LEVANDO A ÁGUA ATÉ O FINAL DA FILEIRA

REPRESENTANTE DO PRESIDENTE DE ROTARY INTERNATIONAL

LEVANDO A ÁGUA ATÉ O FINAL DA FILEIRA

Liz e eu queremos agradecer o Governador Marcos e Adela e cada um de vocês pela hospitalidade que nos proporcionaram durante este tempo que passamos juntos. Viemos como estranhos, mas vamos embora como amigos. Paul Harris tinha um quadro que ficava pendurado na parede atrás de sua escrivaninha em Chicago, que dizia: “quem tem mil amigos, não pode abrir mão de nenhum”. Antes de partir, gostaria de lhes contar duas histórias.

Em janeiro de 2006, minha filha e eu viajamos para o Peru para prover tratamento dentário para as pessoas que vivem ao longo do Rio Amazonas… Estávamos acompanhando um grupo de 25 Rotaractianos dos Estados Unidos, prontos para ter sua primeira experiência na prestação de serviços humanitários.Vocês não podem imaginar aexcitação deles ou a quantidade depessoas que esperava para serexaminada. Foi uma experiênciaextremamente enriquecedora paratodos do grupo. Viajamos ao longodo Rio Amazonas para vilarejosremotos e fomos sempre muito bemrecebidos. O grupo da nossa Igrejatinha doado pequenos presentes eficamos encantados com as crianças,muitas das quais nunca tinham tidosequer um lápis.

E, acreditava eu, o momento mais emocionante, para mim, ocorreria em algum lugar, no meio do calor e do suor da longa fila de pessoas que esperavam para ter seus dentes tratados ou extraídos. Como estava enganado; foi um domingo de manhã tranqüilo, quando nós visitamos um orfanato apoiado pelo Rotary e onde conheci Gabrielle, de 11 anos e seu irmão Pedro, de 6. Eles tinham sido deixados no orfanato dois anos antes porque seus pais não conseguiamalimentá-os. Mas seus pais os amavammuito, porque fui informado de queeles iam visitar os filhos todos osdomingos de manhã, sem falta.Devo dizer que fiquei muitoemocionado porque tenho filhose não posso imaginar o que seriater que abrir mão do contato diáriocom eles.

E então, enquanto estava ali, tive uma visão dos 34.000 Presidentes de Clubes que guiarão seus clubes de Rotary neste próximo ano. Talvez um, como vocês aqui presentes, levará seu clube a fazer um microprojeto de crédito que compraráuma máquina de costura parauma mãe e fornecerá a ela e suafamília uma renda sustentável.Talvez outro se encarregará deum projeto de educação quepermitirá levar livros para casae quebrar o ciclo do analfabetismopara sempre. Talvez seu distritouse suas habilidades na construçãode casas para acomodar famíliasinteiras, para que possam ter umavida mais saudável e feliz.

Meus amigos Rotarianos… em algum lugar de nosso mundo um menininho ou uma menininha espera por aquilo que você e seu Rotary Club podem fazer para ajudar. Espero que vocês tenham a mesma visão que eu…

Quando menino, cresci em umafazenda no Oeste do Canadá.Nossa fazenda não tinha água,então tínhamos que transportarágua regularmente para casa e armazená-la em um

tanque subterrâneo para o uso da família.As palavras favoritas de minhamãe eram “Não desperdice a água”,de forma que aprendemos aconservar esse presente preciosodesde crianças.


Ainda me lembro de entrar na banheira nos sábados à noite na mesma água em que minha mãe e duas irmãs tinham acabado de tomar banho. Meu pai sempre ficava por último e ganhava um pouco mais de água quente – mas, novamente, ele devia ter muita coragem de entrar na banheira, e, portanto, acho que merecia. Uma vez por mês eu acompanhava meu pai até a cidade com um grande tanque de água amarrado na caçamba de nosso caminhão. Trazíamos vários tanques cheios de água para casa, até que o nosso tanque subterrâneo estivesse cheio novamente…


O último tanque de água era reservado para o jardim. Pequenas valas eram cavadas entre as fileiras de verdura. A água que esguichava do tanque era tão pouca que chegava somente até o começo de cada vala. Meu trabalho era aguar o jardim, e, quando meu pai ia embora para se dedicar aos outros trabalhos da fazenda, geralmente virava para mim e dizia: “Monty, tenha certeza que a água chegue até o fim da vala”. Então, eu colocava a mangueira na primeira vala e observava a água penetrar no solo até que ele ficasse saturado; daí, então, a água fluía ao longo da vala até chegar ao final; e lá ia eu repetindo fazer tudo de novo, vala após vala…


Mais tarde, durante o verão, eu observava que as plantas que estavam logo no início das fileiras e tinham recebido mais água cresciam e produziam mais… E isso, apesar de todas as sementes terem sido, inicialmente, sementes comuns plantadas ao acaso no mesmo solo.

Vocês e eu somos como aquelas plantas que tiveram a sorte de ser plantadas no começo das fileiras. Por inúmeras razões, algumas desconhecidas para nós, fomos mais expostos do que outras pessoas ao poderoso rio do Rotary. Mas, quando muito é dado, muito é também esperado.

Precisamos nos assegurar de que o que aprendemos nestes últimos três dias chegue até o final da fileira – quando voltarmos para os nossos clubes de Rotary.

Meus amigos Rotarianos,

“Enquanto houver uma criança com fome,

Um menino ou um menina sob ameaça da Pólio,

Um jovem, homem ou mulher sem esperança,

Enquanto houver um bom amigo que ainda não foi encontrado,

Haverá uma propósito para o Rotary.”

Regue seu jardim até o fim

da sua gestão


Esta foi uma grande conferência e será um prazer fazer esse relatório para o Presidente Ray. Aprendemos muito e sentiremos saudades de todos até a próxima oportunidade de nos encontramos novamente. Desejo-lhes muita felicidade ao voltarem para suas casas e seus Rotary Clubs.

Obrigado novamente por tudo o que vocês fazem pelo Rotary.

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