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LIÇÕES DE URBANISMO Aula 3 por LUIZ CARLOS TOLEDO UERJ – DISCIPLINA DE URBANISMO

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LIÇÕES DE URBANISMOAula 3

por LUIZ CARLOS TOLEDO

UERJ – DISCIPLINA DE URBANISMO

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A CIDADE GREGANo Período Clássico

O estudo das cidades da Grécia Clássica traz a tona temas que nos ajudam à compreender questões e práticas urbanísticas atuais.

LIÇÕES DE URBANISMOpor LUIZ CARLOS TOLEDO A CIDADE GREGA

LIÇÃO 3

Os gregos saiam de suas cidades raramente, tanto por razões políticas e culturais, como pelo mal estado das poucas estradas e do horror que tinham das viagens marítimas. Só saiam em poucas ocasiões, como para assistir os jogos em Olímpia ou para tratar da saúde em Kós.

Cidade de Olímpia na Grécia

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LIÇÕES DE URBANISMOpor LUIZ CARLOS TOLEDO A CIDADE GREGA

LIÇÃO 3

Estruturas urbanas de padrão radiocêntrico:

A segurança foi determinante para a adoção do padrão radiocêntrico em cidades cercadas por muralhas.

AS ESTRUTURAS URBANAS TÍPICAS No Período Clássico

As duas principais morfologias que caracterizam as cidades gregas decorreram diretamente do padrão adotado para o sistema viário.

Estrutura de padrão radiocêntrico Estrutura de padrão ortogonal

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Nas cidades radiocêntricas, geralmente construídas em elevações para melhor se defender contra ataques de inimigos, as ruas acomodavam-se à topografia, formando desenhos intrincados que, entre outras vantagens, dificultavam a penetração de invasores.

LIÇÕES DE URBANISMOpor LUIZ CARLOS TOLEDO A CIDADE GREGA

LIÇÃO 3

O crescimento dessas cidades dava-se por sucessivas ampliações do perímetro murado, sempre que o número de edificações construídas fora do perímetro original o exigia.

AS ESTRUTURAS URBANAS TÍPICASNo Período Clássico

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Estruturas urbanas de padrão ortogonal:

Na Grécia Clássica esse tipo de estrutura, mais adequado para as planícies, obedecia às normas urbanísticas criadas por Hipódamos de Mileto (Séc.VI AC.), filósofo sofista e urbanista, responsável pelo traçado do porto do Pireu.

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LIÇÃO 3

AS ESTRUTURAS URBANAS TÍPICASNo Período Clássico

Planta esquemática do Porto de Pireu na Grécia

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LIÇÃO 3

As normas Hipodâmicas deram forma ao Plano Milésio que pretendia criar, como observou Aristóteles, a cidade ideal, dotada de quarteirões padronizados, ruas hierarquizadas segundo sua função e onde o Ágora (centro cívico), e a Acrópole (centro religioso) ocupavam quarteirões diferenciados. A regularidade da malha viária facilitava a divisão dos lotes, fator importante no planejamento das neópolis.

AS ESTRUTURAS URBANAS TÍPICASNo Período Clássico

Planta de Priene

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LIÇÃO 3

O padrão ortogonal era considerado mais adequadas ao comércio, já que inspiravam maior confiança aos mercadores estrangeiros que, em caso de necessidade, podiam se retirar rapidamente da cidade.Lewis Munford relaciona a genese do padrão radiocêntrico aos povos que viviam do pastoreio e defendiam seus rebanhos contra animais selvagens e assaltantes. Sua forma lembraria a dos rebanhos reunidos pelos pastores e, a genese do padrão ortogonal aos sulcos produzidos pelo arado por povos com tradição agrícola.

AS ESTRUTURAS URBANAS TÍPICASNo Período Clássico

Planta de Palma NovaPlanta de Barcelona

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LIÇÃO 3

A Acrópole:

Função: ReligiosaEscala: DivinaRelações espaciais: TridimensionaisElemento valorizado: Templos

ESPAÇOS URBANOS ESPECIALIZADOSNo Período Clássico

Desenho esquemático da Acrópole de Atenas Planta da Acrópole de Atenas

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LIÇÃO 3

O Ágora:

Função: PolíticaEscala: HumanaRelações espaciais: BidimensionaisElemento valorizado: Espaço

ESPAÇOS URBANOS ESPECIALIZADOSNo Período Clássico

Planta do Ágora de Atenas Ruínas do Ágora de Atenas

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LIÇÃO 3

Escala urbana:

Com exceção de Atenas e de umas poucas cidades que ultrapassaram o tamanho considerado ideal pelos gregos, as cidades tinham as seguintes características:

- População entre 10.000 a 20.000 habitantes

- Intima relação com o campo (Khôra), de onde recebiam suprimentos e produtos necessários à vida urbana

- Pertenciam a verdadeiros sistemas de cidades, funcionalmente especializadas como Delfos, onde ficava o oráculo de Apolo, Kos, com suas águas curativas e Olímpia, a sede dos jogos olímpicos.

CARACTERÍSTICAS DA CIDADE GREGANo Período Clássico

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LIÇÃO 3

Crescimento por colonização:

CRESCIMENTONo Período Clássico

Esse modelo de crescimento foi responsável pela criação de verdadeiros sistemas de cidades ligadas entre si por fortes laços familiares, comerciais e institucionais

O crescimento por colonização permitia controlar o tamanho das cidades, através da criação de novas cidades construídas para abrigar a população que excedia o número de habitantes considerado ideal (em torno de 10.000).

As questões e os problemas urbanos eram discutidos não só pelos governantes e pela população em geral, mas também foram tratados por filósofos como Platão, Aristóteles e Hipódamos de Mileto, entre outros.

Planta de Priene, Turquia

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O período helenístico se estendeu por mais de 700 anos (IV a.C. até 400 d.C, aproximadamente), nele a cultura helênica predominou e se expandiu, apesar da Grécia estar sob o domínio da Macedônia e, posteriormente, sob o jugo de Roma.

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LIÇÃO 3

A CIDADE GREGANo Período Helenístico

Mapa Império da Macedônia Mapa Império Romano

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A influência do pensamento, da estética e dos costumes da Grécia se estenderá ao oriente, projetada pelas conquistas de Alexandre e, a partir de 50 a.C., pelo sua anexação ao império romano.

LIÇÕES DE URBANISMOpor LUIZ CARLOS TOLEDO A CIDADE GREGA

LIÇÃO 3

Nesse período a escassez, a frugalidade com que os gregos viviam e sua nostalgia pelos costumes da “aldeia”, deram lugar a uma sociedade impactada por um notável aumento de bens materiais

A CIDADE GREGANo Período Helenístico

As ordens clássicas: Dórica, Jônica e Coríntia

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As transformações na estrutura urbana da cidade helenísticas decorriam da necessidade de adequar seu espaço urbano à mudanças funcionais de maior ou menor envergadura.

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LIÇÃO 3

TRANSFORMAÇÕES NA ESTRUTURA URBANANo Período Helenístico

Essas transformações podiam incidir sobre toda área urbana, como nas cidades cujo crescimento foi impulsionado pelo aumento da população e expansão das atividades econômicas. Outras transformações eram parciais, como no caso do sistema viário principal, alargado para permitir a realização de desfiles de tropas.

Avenida principal de Gerasa, Jordânia Cidade na era Helenística

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LIÇÃO 3

As mudanças sofridas pelas ruas das cidades gregas, helenísticas e romanas, decorrem das mudanças políticas, econômicas e sociais ocorridas nesse longo período histórico, cujo término marca o fim da Antiguidade.

Na Grécia clássica poucas ruas tinham mais de 4,0 m de largura, permitindo a conversa entre vizinhos sentados à porta de suas casas.

TRANSFORMAÇÕES NA ESTRUTURA URBANANo Período Helenístico

Exemplos de ruas estreitas na Grécia

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LIÇÃO 3

Com a expansão territorial que ocorreu no período helenístico, muitas cidades romperam os limites populacionais, considerados ideais por Platão e Aristóteles.

O aumento da circulação de mercadorias e de pedestres exigiu que boa parte das ruas fossem alargadas para 6,00 a 7,00 metros e algumas atingissem até 30,00m de largura para servir de palco ao desfile das tropas que retornavam ou partiam para novas conquistas.

CRESCIMENTONo Período Helenístico

Alexandria, Egito Mapa de Seleucia. Síria

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LIÇÃO 3

É dessa época o eixo viário longo que, com suas dimensões monumentais, criou novas perspectivas, numa paisagem urbana que adquiria uma maior ordem formal e funcional. Nela o Ágora e a Acrópole ocupavam quarteirões que se diferenciavam apenas funcionalmente.

Sob a dominação romana as dimensões da rua foram ainda mais ampliadas para atender ao crescimento da população e do comércio e das demonstrações de força dos conquistadores através dos desfiles de seus exércitos.

ESTRUTURA URBANANo Período Helenístico

Àgora de Atenas, Grécia Acrópole de Atenas, Grécia

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LIÇÃO 3

A prevalência do Plano Milésio, com sua rigidez, permitia estabelecer um melhor controle da população, notadamente a constituída por estrangeiros, constrangidos a se estabelecer em determinados quarteirões.

O Plano Milésio quando aplicado equivocadamente, em sítios de topografia muito movimentada, trazia graves problemas pelo fato de ser impossível acomodar sua estrutura ortogonal, de grande rigidez formal, a terrenos que não fossem predominantemente planos.

O PLANO MILÉSIO

Planta de Mileto

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LIÇÃO 3

Um dos elementos arquitetônicos mais característicos das cidades helenísticas foram as “stoas” que eram colunatas ou pórticos cobertos, criados para abrigar os comerciantes que expunham suas mercadorias e proteger os pedestres do sol e da chuva.

O crescimento da cidade helenística acabou por afastar o campo da cidade, motivando o plantio de árvores assim como a utilização de grandes vasos e jardineiras para o embelezamento das ruas.

ELEMENTOS ARQUITETÔNICOSNo Período Helenístico

Stoa de Atalus na Grécia Ilustração