Upload
hoangkhuong
View
215
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Lília Farret Refosco [email protected]
Unidade de Internação Neonatal
20 Leitos de UTINEO 20 Leitos de UCINCO 10 Leitos de UCINCA
A avaliação nutricional do recém-nascido é uma tarefa necessária e imprescindível,
principalmente quando se trata de prematuros. A utilização dos parâmetros antropométricos
nesta avaliação é relativamente simples, disponível e de baixo custo.
A antropometria ao nascimento tem uma relação direta com a qualidade do
crescimento fetal e avalia as relações entre o crescimento, estado nutricional, fornecendo
previsão do crescimento pós-natal.
Report of a WHO Expert Committee.Physical Status. The use and
interpretation of anthropometry. Geneva: WHO;1995
PARA MONITORAR O ESTADO NUTRICIONAL
O ganho de PESO é influenciado pelas calorias, enquanto que o COMPRIMENTO e PERÍMETRO CEFÁLICO pelas proteínas
TRIAGEM NUTRICIONAL DO RECÉM-NASCIDO PREMATURO
É um instrumento para identificar os riscos de complicações decorrentes da inadequada taxa de crescimento intra-uterino e definir a conduta nutricional visando prevenir sequelas.
OBJETIVOS:
• Identificar RN desnutridos e/ou em risco nutricional
• Realizar intervenção precoce
• Sistematizar e otimizar a assistência nutricional
FORAM PADRONIZADOS:
• A avaliação antropométrica e a classificação do estado nutricional
• Definidos os fatores de risco nutricional nos RN internados na UIN
DETERMINAÇÃO DOS FATORES DE RISCO PARA DESNUTRIÇÃO
Vômitos ou resíduo gástrico nas 24h 1
Nutrição enteral e ou parenteral 2 3
Febre ≥ 37,5°C nas últimas 24h 1
Peso estacionado ou perda de peso 1 2
Prematuro ou PIG 1
RN com peso de nascimento <1000g 1
Risco relacionado ao diagnóstico* 2 3
RISCO RELACIONADO AO DIAGNÓSTICO
Hipóxia, asfixia perinatal 2 Pneumonia 2 Mal formação congênita 2 Hipoplasia pulmonar 2 Enterocolite necrosante 3 Cardiopatia congênita 3 Sepse 3 Exposição vertical ao HIV 3 Erros inatos do metabolismo 3 Ventilação Mecânica 3 Cirurgia e/ou pós – operatório imediato 3 Internação pós parada cardiorrespiratória 3
FORAM PADRONIZADOS:
• Estabelecidas três categorias de níveis assistenciais, que determinaram o tipo de atendimento e frequência do acompanhamento nutricional
0 - 2 pontos
Moderado risco
NA 4
NA 3 NA 4
≥ 4 pontos
PIG ou GANHO DE
PESO ABAIXO DO ESPERADO
REAVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Peso, comprimento, Idade gestacional
FLUXOGRAMA ASSISTENCIAL DA NEONATOLOGIA PREMATUROS NASCIDOS > 30 SEMANAS OU A TERMO
Alto risco
3 pontos
Baixo risco
NA 2
Acompanhamento ≥ 1 X/semana
Reavaliação – 14 dias
Acompanhamento ≥ 2 X/semana
Reavaliação – 14 dias
Acompanhamento no ≥ 3 X/semana
Reavaliação – 10 dias
Acompanhamento no ≥ 3 X/semana
Reavaliação – 10 dias
AIG / GIG
FLUXOGRAMA ASSISTENCIAL DA NEONATOLOGIA PREMATUROS NASCIDOS ≤ 30 SEMANAS
NA 4
PIG ou
GANHO DE PESO ABAIXO DO ESPERADO
Acompanhamento ≥ 3 X/semana
Reavaliação – 10 dias
NA 3 NA 4
Até 3 pontos
Moderado risco
≥ 4 pontos
Acompanhamento ≥ 2 X/semana
Reavaliação – 14 dias
REAVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Peso, comprimento, Idade gestacional
AIG / GIG
Alto risco
Acompanhamento ≥ 3 X/semana
Reavaliação – 10 dias
Pacientes com sonda reavaliados em 10 dias
Protocolo de Atendimento e Acompanhamento Nutricional Pediátrico por Níveis Assistenciais
Cristina Toscani Leal Dornelles, Carla Rosane de Moraes Silveira, Luciane Beitler da Cruz, Lilia Farret
Refosco, Miriam Isabel dos Santos Simon, Tatiana Maraschin, 2009
A utilização de um protocolo de atendimento por níveis assistenciais em neonatologia
proporcionou a padronização de procedimentos de avaliação nutricional e a otimização do acompanhamento de recém-
nascidos permitindo uma intervenção nutricional mais efetiva.
Com o desafio de melhorar a qualidade da nutrição
dos RNPMBP
Aumentar as taxas de aleitamento materno
COLOSTRO
É a secreção produzida pela glândula mamária, nos primeiros dias após o parto, sua composição é diferente do leite maduro, é rico em citocinas com propriedades anti-inflamatórias e pró-inflamatórias, incluindo interleucinas e interferon gama. Estes compostos imunes apresentam ações bacteriostáticas, antivirais, anti-inflamatórias e imunomodulatórias protegendo contra infecções. A lactoferrina é capaz de proteger contra infecções através da inibição da adesão das bactéria patogênicas às células da mucosa orofaríngea. Quando deglutida pode determinar uma barreira protetora semelhante no trato gastro intestinal.
COLOSTRO
Quando o RN é alimentado por sonda os benefícios imunológicos do leite não são utilizados já que o mesmo não atuará diretamente no tecido linfóide da mucosa orofaríngea. Na colostroterapia, as citocinas do colostro materno, interagem com as células linfóides no tecido linfóide na boca.
COLOSTROTERAPIA
• É a terapia oral com colostro materno cru com o fim diferente do que o nutricional, sobretudo para os RNMBP.
• Com o objetivo proporcionar aos RN proteção imunológica precoce.
COLOSTROTERAPIA
Em 2014, Gephart e col., estudaram sobre o efeito da imunoterapia oral com colostro, encontraram poucas referências, concluíram que são necessários mais estudos para demonstrar correlação entre a terapia oral com leite materno e o efeito protetor contra infecções.
Não existem fortes evidências do seu impacto clínico mas não oferece risco para as crianças.
Estímulo para as mães iniciarem precocemente a expressão do seu leite e manterem a lactação
por todo período de permanência do RN na UTIN.
Houve um impacto significativo sobre as taxas de ECN quando a terapia imune oral com
colostro e protocolos padronizados de alimentação foram implementados juntos.
Métodos
• ECR duplo-cego
• Janeiro/2012 - Dezembro/2013
• Seoul, Korea
• Pacientes = RN < 28 semanas
• Intervenção = 0,2 ml de colostro ou água destilada
– Início = 48 – 96 horas pós-parto
– Frequência = 3/3 horas
– Duração = 72 horas
• Desfechos clínicos = sepse, ECN, displasia broncopulmonar, pneumonia, retinopatia, hemorragia intraventricular, tempo para alcançar dieta plena (100 mL/kg/dia), tempo de hospitalização e mortalidade
Métodos • Mães foram estimuladas a realizar ordenha a cada 2-3 horas
• Colostro coletado de maneira estéril, separado em seringas (0,1 ml) e refrigerado (4⁰C)
• Infusão de 0,1 ml de colostro ou água estéril de cada lado da mucosa oral, durante 10 segundos (de cada lado)
Métodos
Resultados – Desfechos Clínicos
Conclusões do Estudo
1º ECR duplo-cego, placebo-controlado que mostra
evidências na melhora de fatores imunológicos e desfechos clínicos com o uso da colostroterapia
Colostroterapia • Reduz a ocorrência de sepse • Inibe a secreção de citocinas pró-inflamatórias • Aumenta os níveis de fatores imuno-protetores na
circulação de RNPMT Extremos
• Local de execução
– Banco de leite humano (BLH)
– Unidade de Internação Neonatal (UIN)
• Resultados esperados
– Atender às necessidades dos RN com IG ≤ 30 semanas, reduzindo as taxas de infecção neonatal e enterocolite necrosante
• Executor
– Médico
– Nutricionista, Técnico em Nutrição e Dietética, Atendente de alimentação do BLH
– Enfermeiro, Técnico de Enfermagem
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO COLOSTROTERAPIA
• Padronização do método
– O volume a ser oferecido de colostro materno cru em cada horário é de 0,2 ml, envasado em seringa de 1 ml
– A duração da colostroterapia consiste em 5 dias, de acordo com a prescrição médica
– A frequência será a cada 3 horas, independente da dieta do RN
– Horários de administração: 2 – 5 – 8 – 11 – 14 – 17 – 20 e 23h
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO COLOSTROTERAPIA
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO COLOSTROTERAPIA
• Médico
– Identifica os RNs para colostroterapia e prescreve na primeira prescrição do RN
– Avalia o paciente clinicamente quanto a aceitação e continuidade da terapia, juntamente com o nutricionista
• Equipe assistente envolvida no atendimento do RN comunica e orienta a mãe sobre a terapia, encaminhando a mesma ao BLH
• Nutricionista
– A partir da prescrição médica de colostroterapia, cadastra a prescrição dietética
• Técnico em Nutrição e Dietética do BLH
– Imprime o mapa de dietas e as etiquetas
– Orienta à mãe a técnica de ordenha manual e mecânica
– Envasa o colostro materno em seringa na sala de processamento do BLH
– Identifica a seringa com o nome do RN, número do prontuário, leito, volume de colostro e horários
• Atendente de Alimentação
– Distribui a seringa com colostro, conforme o horário padrão de 3/3h, acondicionando na caixa isotérmica da enfermaria e comunicando o técnico de enfermagem
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO COLOSTROTERAPIA
• Equipe de enfermagem
– Administra o colostro materno imediatamente na cavidade oral, introduzindo 0,1 ml de colostro na lateral direita da boca do RN, direcionando para a orofaringe
– A seguir, repetir na lateral esquerda
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO COLOSTROTERAPIA
• Nosso maior desafio é iniciar a terapia o mais precocemente possível
• Estimular às mães para retirada do colostro o mais cedo possível e incentivar o fornecimento do leite materno à longo prazo
• Aumentar as taxas de aleitamento materno exclusivo na alta hospitalar
DESAFIOS
Rodriguez NA, Meier PP, Groer MW, et al. A pilot study to determine the safety and feasibility of oropharyngeal administration of own mother’s colostrum to extremely low birth weight infants. Adv Neonatal Care. 2010;10(4):206-12.
Montgomery DP, Baer VL, Lambert DK, et al. Oropharyngeal administration of colostrum to very low birth weight infants: results of a feasibility trial. Neonatal Intensive Care. 2010;23(1):27-9.
Rodriguez NA, Groer MW, Zeller JM, et al. A randomized controlled trial of the oropharyngeal administration of mother’s colostrum to extremely low birth weight infants in the first days of life. Neonatal Intensive Care. 2011;24(4):31-5.
Seigel JK, Smith PB, Ashley PL, et al. Early administration of oropharyngeal colostrum to extremely low birth weight infants. Breastfeed Med. 2013;8(6):491-5.
Thibeau S, Boudreaux C. Exploring the use of mother’s own milk as oral care for mechanically ventilated very low-birth-weight preterm infants. Adv Neonatal Care. 2013;13(3):190-97.
Lee J, Kim HS, Jung YH, et al. Oropharyngeal colostrum administration in extremely premature infants: an RCT. Pediatrics. 2015;135(2):e357-66.
Referências