Linguagens, Códigos e suas Tecnologias - Português Ensino Fundamental, 6° Ano Identificação e emprego dos recursos gráficos usados para marcar o diálogo:

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias - Português

Ensino Fundamental, 6° AnoIdentificação e emprego dos recursos gráficos usados

para marcar o diálogo: travessão, dois pontos, interrogação, exclamação, aspas

Língua Portuguesa, 6º Ano do Ensino FundamentalIdentificação e emprego dos recursos gráficos usados para marcar o diálogo: travessão, dois pontos, interrogação, exclamação, aspas.

O diálogo

Diálogo é a sequência de falas entre duas ou mais pessoas ou personagens.

Cada uma das pessoas ou personagens que participa do diálogo chama-se interlocutor.Imagem: Richard Melo da Silva/Creative Commons Attribution-

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O uso do travessão

Em geral, em um diálogo, as falas das personagens são introduzidas e separadas da fala do narrador por um travessão (−).

Veja um exemplo:


“ – O que houve? – perguntou o conde. − É que... É que... O senhor vai se arriscar muito.

Não posso deixar de me preocupar... − Ah, sim? – animou-se Guiche. – É a primeira vez

que a vejo preocupada comigo. Só sinto que tenha sido justamente no dia em que devo partir...

− Só o disse porque é terrível ver uma pessoa da qual a gente gosta partir para a guerra – emendou Roxana, triste.”

Edmond Rostand.Cyrano de Bergerac. Tradução e adaptação de Rubem Braga.

São Paulo: Scipione, 1987.In: Projeto Araribá: português / obra coletiva, concebida, desenvolvida e

Produzida pela Editora moderna; 1. ed. – São Paulo: Moderna, 2006. p. 118.


Iniciar um novo parágrafo com travessão

indica mudança de interlocutor. Se não fizermos isso, o diálogo ficará difícil de entender.

Observe o seguinte exemplo:


Manhê! Que é, meu filho? Olha só como o céu tá estrelado, né? É, tá bonito. Manhê! Quantas estrelas tem no céu? Sei lá, menino, milhares. Puxa! Manhê! Quanto é que são milhares? Ora essa, são muitas, que a gente nem consegue contar. Pausa. Manhê! Que é, menino, que é? Por que de dia não tem estrelas? Tem sim. Você sabia que o Sol é uma estrela? Puxa!

Alexandre Azevedo.Que azar, Golgofredo! São Paulo: Atual, 2000. p. 19-20.

In: Projeto Araribá: português / obra coletiva, concebida, desenvolvida e produzida pela Editora moderna; 1. ed. – São Paulo: Moderna, 2006. 5ª Série. p. 122.


Note que o diálogo está todo junto, não há travessões marcando as falas das personagens. Isso dificulta a compreensão do texto .

Observe, porém, como o uso do travessão facilita a leitura e a compreensão do texto:


− Manhê! − Que é, meu filho? − Olha só como o céu tá estrelado, né? − É, tá bonito. − Manhê! Quantas estrelas tem no céu? − Sei lá, menino, milhares. − Puxa! Manhê! Quanto é que são milhares? − Ora essa, são muitas que a gente nem

consegue contar.


Pausa. − Manhê! − Que é, menino, que é? − Por que de dia não tem estrelas? − Tem sim. Você sabia que o Sol é uma estrela? − Puxa!

Alexandre Azevedo.Que azar, Golgofredo! São Paulo: Atual, 2000. p. 19-20.

In: Projeto Araribá: português / obra coletiva, concebida, desenvolvida e produzida pela Editora moderna; 1. ed. – São Paulo: Moderna, 2006. 5ª Série. p. 122. Livro do professor.


O uso das aspas

Além do travessão, é possível indicar o diálogo e a mudança de interlocutores com o uso de aspas (“ ”), abrindo e fechando cada fala.


“ Você vai viajar?”, perguntou-me a senhora que cuidava do banheiro, olhando minha pequena sacola sobre a pia.

“ Não. Estou chegando.” “Ah.” “ De São Luís, ouviu falar?” “ Ouvi. Veio passear na casa de parentes?” “Não. Vim trabalhar. Sou atriz.”

Ana Miranda.Sem pecado. São Paulo:

Cia. Das Letras, 1993. p. 11.


O uso dos dois pontos

No diálogo os dois pontos são usados, sobretudo, para introduzir uma fala.

Observe o exemplo:


“Logo depois, Roxana chegou ao jardim: − Ah, meu primo, como ele é lindo! Como é talentoso!

E como eu o amo! [...] A aia chegou correndo e interrompeu o diálogo: − O conde de Guiche vem vindo. Depressa, senhor, é

melhor entrar... Não é bom que ele o encontre aqui.

Edmond Rostand.Cyrano de Bergerac. Tradução e adaptação de Rubem Braga.

São Paulo: Scipione, 1987.In: Projeto Araribá: português / obra coletiva, concebida, desenvolvida e

Produzida pela Editora moderna; 1. ed. – São Paulo: Moderna, 2006. p. 116-17.

Língua Portuguesa, 6º Ano do Ensino FundamentalIdentificação e emprego dos recursos gráficos usados para marcar o diálogo: travessão, dois pontos, interrogação, exclamação, aspas

O diálogo na literatura

Na literatura, o diálogo desempenha várias funções:

• tornar as personagens mais reais para o leitor;• dar às personagens expressão própria para

que pareçam falar diretamente com o leitor;


• dar informações diretamente ao leitor, sem a necessidade do narrador;

• sugerir ao leitor características das personagens.


O confuso mundo dos eus

Jantaram em silêncio. Alice trazia os pratos, levava os pratos, e Lília acompanhava com os olhos. Já estavam na sobremesa, quando a mãe resolveu abrir a boca.

− Marcos César telefonou há meia hora – disse em tom de acaso.

− Prefiro não falar desse assunto, mamãe − respondeu Lília, afastando o prato.


− Não sei por que essas brigas! – insistiu dona

Flávia. – É um rapaz tão educado! E tem mais: é de boa família. Ele vive dizendo que há de ser um famoso engenheiro nuclear, e eu não duvido que consiga!

− Que bom pra ele! − Você, quando quer, sabe ser cínica! − observou a

mãe com um olhar reprovador.Ganymédes José.

A ladeira da saudade. São Paulo: Moderna, 1983. p. 16.


O texto “ O confuso mundo dos eus” é

fragmento de um romance que conta a história de uma adolescente de classe alta, Lília, que se apaixona por um artista, porém a sua mãe não aprova o namoro e já escolheu Marcos César para namorar com a filha.


Observe que é através do diálogo que percebemos as personalidades das personagens, bem como a difícil relação entre elas.

E, para isso, a pontuação desempenha um papel fundamental. Note:


− Não sei por que essas brigas! –

insistiu dona Flávia. – É um rapaz tão educado! E tem mais: é de boa família. Ele vive dizendo que há de ser um famoso engenheiro nuclear, e eu não duvido que consiga!

− Que bom pra ele! − Você, quando quer, sabe ser

cínica! − observou a mãe com um olhar reprovador.

O uso do ponto de exclamação deixa claro para os leitores que não se trata de uma conversa amigável. Mãe e filha vivem uma relação conturbada.


O uso da interrogação

O ponto de interrogação (?) é usado no final das frases para indicar que uma pergunta está sendo feita.

No diálogo a pontuação no final da frase é muito importante para entendermos as intenções das personagens.

(1)


A interrogação indica que Mônica está fazendo uma pergunta.

http://www.monica.com.br/comics/tirinhas/tira1.htm

Acesse o Link da Tirinha:

Língua Portuguesa, 6º Ano do Ensino FundamentalIdentificação e emprego dos recursos gráficos usados para marcar o diálogo: travessão, dois pontos, interrogação, exclamação, aspas

Outros exemplos do uso da interrogação

http://frod.wordpress.com/2007/11/05/surpresa/



http://frod.wordpress.com/2007/09/17/dia-ruim/



O uso da exclamação

O ponto de exclamação (!) expressa uma emoção ou sentimento: surpresa, alegria, medo, irritação, etc.

Observe o uso da exclamação em alguns diálogos:


Exclamações indicando a alegria do pai. (primeiro quadrinho)

Exclamações indicando a irritação da filha. (segundo quadrinho)


http://www.monica.com.br/comics/tirinhas/tira28.htm


Sugestões de atividades

1ª Atividade: 1) Exibir o filme “Os fantásticos livros

voadores do Senhor Lessmore”, disponível no You Tube.(2)

2) Dividir a turma em quatro grupos. Cada grupo ficará encarregado de criar uma diálogo para determinada cena do filme.


• Grupo 1: Diálogo entre a moça, o Sr. Lessmore e o livro;

• Grupo 2: A chegada à biblioteca (diálogo com os livros);

• Grupo 3: A parada cardíaca do livro (diálogo com os demais livros que observam a ressuscitação);


• Grupo 4: Empréstimo dos livros (diálogos com os leitores);

• Grupo 5: A despedida do Sr. Lessmore dos livros.

3) Após a produção textual, cada grupo apresentará o seu diálogo.


• 4) Promover um debate sobre os resultados obtidos, dando ênfase à pontuação utilizada.

Obs.: Essa atividade pode ser desenvolvida no laboratório de informática e as produções apresentadas no datashow, facilitando o debate sobre a pontuação empregada por cada grupo.


* 2ª Atividade: 1) Reescreva o diálogo pontuando-o

adequadamente, marcando a fala de cada personagem e a entonação que imagina para cada fala.

Alô Quem fala Ninguém Quem fala é você que está

perguntando


Mas eu preciso saber com quem estou falando

E eu preciso saber antes a quem estou respondendo

Assim não dá Me faz o obséquio de dizer quem fala

Todo mundo fala meu amigo desde que não seja mudo [...]

Carlos Drummond de Andrade.Diálogo de todo dia. In: Histórias para o rei.

Rio de Janeiro: Record, 2002.


Resposta − Alô? Quem fala? − Ninguém. Quem fala é você, que está perguntando. − Mas eu preciso saber com quem estou falando. − E eu preciso saber antes a quem estou respondendo. − Assim não dá. Me faz o obséquio de dizer quem fala. − Todo mundo fala, meu amigo, desde que não seja mudo.

[...]


* 3ª Atividade: Usando o programa Hagáquê, peça aos

alunos que montem uma história em quadrinhos, criando diálogos divertidos entre as personagens.(3)

Tabela de Imagens

n° do slide

direito da imagem como está ao lado da foto

link do site onde se consegiu a informação Data do Acesso

2 Richard Melo da Silva/Creative

Commons Attribution-Share Alike 2.5 Generic

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Discuss%C3%A3o.png.jpg

17/09/2012

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