LIVRO BASE Redacao Oficial

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  • REDAO OFICIAL

    2009

    Eric Duarte FerreiraMorgana Fabiola Cambrussi

    Ministrio da Educao MEC

    Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior CAPES

    Diretoria de Educao a Distncia DED

    Universidade Aberta do Brasil UAB

    Programa Nacional de Formao em Administrao Pblica PNAP

    Bacharelado em Administrao Pblica

  • F383r Ferreira, Eric DuarteRedao oficial / Eric Duarte Ferreira, Morgana Fabiola Cambrussi. Florianpolis :

    Departamento de Cincias da Administrao / UFSC; [Braslia] : CAPES : UAB, 2009.148p. : il.

    Inclui bibliografiaBacharelado em Administrao PblicaISBN: 978-85-61608-92-7

    1. Redao oficial. 2. Correspondncia comercial. 3. Produo de textos. 4. Lnguaportuguesa - Gramtica. 5. Reforma ortogrfica. 6. Educao a distncia. I. Cambrussi, MorganaFabiola. II. Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (Brasil).III. Universidade Aberta do Brasil. IV. Ttulo.

    CDU: 806.90-085.2

    Catalogao na publicao por: Onlia Silva Guimares CRB-14/071

    2009. Universidade Federal de Santa Catarina UFSC. Todos os direitos reservados.

    A responsabilidade pelo contedo e imagens desta obra do(s) respectivos autor(es). O contedo desta obra foi licenciado temporria e

    gratuitamente para utilizao no mbito do Sistema Universidade Aberta do Brasil, atravs da UFSC. O leitor se compromete a utilizar o

    contedo desta obra para aprendizado pessoal, sendo que a reproduo e distribuio ficaro limitadas ao mbito interno dos cursos.

    A citao desta obra em trabalhos acadmicos e/ou profissionais poder ser feita com indicao da fonte. A cpia desta obra sem autorizao

    expressa ou com intuito de lucro constitui crime contra a propriedade intelectual, com sanes previstas no Cdigo Penal, artigo 184, Pargrafos

    1 ao 3, sem prejuzo das sanes cveis cabveis espcie.

  • PRESIDENTE DA REPFLICA

    Luiz Incio Lula da Silva

    MINISTRO DA EDUCAO

    Fernando Haddad

    PRESIDENTE DA CAPES

    Jorge Almeida Guimares

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

    REITORlvaro Toubes Prata

    VICE-REITORCarlos Alberto Justo da Silva

    CENTRO SCIO-ECONMICO

    DIRETORRicardo Jos de Arajo Oliveira

    VICE-DIRETORAlexandre Marino Costa

    DEPARTAMENTO DE CINCIAS DA ADMINISTRAO

    CHEFE DO DEPARTAMENTOJoo Nilo Linhares

    SUBCHEFE DO DEPARTAMENTOGilberto de Oliveira Moritz

    SECRETARIA DE EDUCAO A DISTNCIA

    SECRETRIO DE EDUCAO A DISTNCIACarlos Eduardo Bielschowsky

    DIRETORIA DE EDUCAO A DISTNCIA

    DIRETOR DE EDUCAO A DISTNCIACelso Jos da Costa

    COORDENAO GERAL DE ARTICULAO ACADMICANara Maria Pimentel

    COORDENAO GERAL DE SUPERVISO E FOMENTOGrace Tavares Vieira

    COORDENAO GERAL DE INFRAESTRUTURA DE POLOSFrancisco das Chagas Miranda Silva

    COORDENAO GERAL DE POLTICAS DE INFORMAOAdi Balbinot Junior

  • Crditos da imagem da capa: extrada do banco de imagens Stock.xchng sob direitos livres para uso de imagem.

    COMISSO DE AVALIAO E ACOMPANHAMENTO PNAP

    Alexandre Marino CostaClaudin Jordo de CarvalhoEliane Moreira S de Souza

    Marcos Tanure SanabioMaria Aparecida da SilvaMarina Isabel de Almeida

    Oreste PretiTatiane Michelon

    Teresa Cristina Janes Carneiro

    METODOLOGIA PARA EDUCAO A DISTNCIA

    Universidade Federal de Mato Grosso

    COORDENAO TCNICA DED

    Soraya Matos de VasconcelosTatiane Michelon

    Tatiane Pacanaro Trinca

    AUTORES DO CONTEDO

    Eric Duarte FerreiraMorgana Fabiola Cambrussi

    EQUIPE DE DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS DIDTICOS CAD/UFSC

    Coordenador do ProjetoAlexandre Marino Costa

    Coordenao de Produo de Recursos DidticosDenise Aparecida Bunn

    Superviso de Produo de Recursos DidticosFlavia Maria de Oliveira

    Designer InstrucionalDenise Aparecida Bunn

    Andreza Regina Lopes da Silva

    Superviso AdministrativaErika Alessandra Salmeron Silva

    CapaAlexandre Noronha

    IlustraoIgor Baranenko

    Projeto Grfico e FinalizaoAnnye Cristiny Tessaro

    EditoraoRita Castelan

  • PREFCIO

    Os dois principais desafios da atual idade na reaeducacional do pas so a qualificao dos professores que atuamnas escolas de educao bsica e a qualificao do quadrofuncional atuante na gesto do Estado Brasileiro, nas vriasinstncias administrativas. O Ministrio da Educao estenfrentando o primeiro desafio atravs do Plano Nacional deFormao de Professores, que tem como objetivo qualificar maisde 300.000 professores em exerccio nas escolas de ensinofundamental e mdio, sendo metade desse esforo realizado peloSistema Universidade Aberta do Brasil (UAB). Em relao aosegundo desafio, o MEC, por meio da UAB/CAPES, lana oPrograma Nacional de Formao em Administrao Pblica(PNAP). Esse Programa engloba um curso de bacharelado e trsespecializaes (Gesto Pblica, Gesto Pblica Municipal eGesto em Sade) e visa colaborar com o esforo de qualificaodos gestores pblicos brasileiros, com especial ateno noatendimento ao interior do pas, atravs dos Polos da UAB.

    O PNAP um Programa com caractersticas especiais. Emprimeiro lugar, tal Programa surgiu do esforo e da reflexo de umarede composta pela Escola Nacional de Administrao Pblica(ENAP), do Ministrio do Planejamento, pelo Ministrio da Sade,pelo Conselho Federal de Administrao, pela Secretaria deEducao a Distncia (SEED) e por mais de 20 instituies pblicasde ensino superior, vinculadas UAB, que colaboraram naelaborao do Projeto Poltico Pedaggico dos cursos. Em segundolugar, esse Projeto ser aplicado por todas as instituies e pretendemanter um padro de qualidade em todo o pas, mas abrindo

  • margem para que cada Instituio, que ofertar os cursos, possaincluir assuntos em atendimento s diversidades econmicas eculturais de sua regio.

    Outro elemento importante a construo coletiva domaterial didtico. A UAB colocar disposio das instituiesum material didtico mnimo de referncia para todas as disciplinasobrigatrias e para algumas optativas. Esse material est sendoelaborado por profissionais experientes da rea da administraopblica de mais de 30 diferentes instituies, com apoio de equipemultidisciplinar. Por ltimo, a produo coletiva antecipada dosmateriais didticos libera o corpo docente das instituies para umadedicao maior ao processo de gesto acadmica dos cursos;uniformiza um elevado patamar de qualidade para o materialdidtico e garante o desenvolvimento ininterrupto dos cursos, semparalisaes que sempre comprometem o entusiasmo dos alunos.

    Por tudo isso, estamos seguros de que mais um importantepasso em direo democratizao do ensino superior pblico ede qualidade est sendo dado, desta vez contribuindo tambm paraa melhoria da gesto pblica brasileira, compromisso deste governo.

    Celso Jos da Costa

    Diretor de Educao a Distncia

    Coordenador Nacional da UAB

    CAPES-MEC

  • SUMRIO

    Apresentao.................................................................................................... 9

    Unidade 1 Redao Oficial

    Redao Oficial................................................................................................ 13

    Caractersticas da Redao Oficial.......................................................... 15

    Pronomes de Tratamento................................................................ 19

    Unidade 2 Comunicaes e Documentos Oficiais

    Comunicaoes e Documentos Oficiais................................................................ 33

    Ofcio.......................................................................................................... 34

    Memorando Oficial...................................................................................... 43

    Carta.............................................................................................................. 45

    Mensagem eletrnica...................................................................................... 54

    Ata.............................................................................................................. 59

    Atestado.......................................................................................................... 59

    Edital de Convocao................................................................................... 65

    Requerimento................................................................................................ 66

    Comunicado ou aviso................................................................................... 70

    Portaria......................................................................................................... 71

    Certido........................................................................................................ 79

    Telegrama....................................................................................................... 82

    Fax................................................................................................................. 83

  • 8Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

    Unidade 3 Produo Textual e Reviso Gramatical

    A Atividade de Produo Textual.......................................................................... 97

    Tcnicas de comunicao verbal: a produo de sentidos pela escrita......... 98

    Pontos de Reviso Gramatical...................................................................... 102

    Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa..................................................... 124

    Consideraes finais................................................................................. 136

    Referncias.................................................................................................... 137

    Minicurrculo.................................................................................................... 140

  • 9Mdulo 1

    Apresentao

    APRESENTAO

    Ol, futuro Administrador Pblico!

    Seja bem-vindo Disciplina Redao Oficial.

    Com os estudos propostos nesta disciplina, nossa inteno contribuir para o seu aperfeioamento pessoal e profissional, afim de auxili-lo na construo de textos oficiais e empresariaiseficientes, modernos e adequados aos padres de escrita vigentes.Em funo dessas preocupaes, e atendendo aos objetivos dadisciplina dentro do curso, organizamos os temas tratados nestelivro em trs unidades.

    Na Unidade 1, apresentaremos a definio e ascaractersticas da redao denominada Oficial. Alm disso, vocconhecer as formas de tratamento utilizadas nesse tipo de redaoe os cuidados a serem tomados ao empreg-las em situaesformais.

    Na Unidade 2, voc aprender a elaborar algumas dasprincipais correspondncias e documentos oficiais, tais como: ofcio,memorando, carta, mensagem eletrnica, ata, atestado, edital deconvocao, requerimento, comunicado, aviso, portaria, certido,telegrama e fax. Apresentaremos exemplos ilustrativos para cadamodalidade de texto abordada, o que facilitar a elaborao dessascomunicaes dentro dos padres requeridos e servir para consultasempre que voc sentir necessidade de faz-la.

    Por fim, na Unidade 3, abordaremos alguns tpicos deproduo textual e reviso gramatical e, tambm, uma sntese donovo Acordo Ortogrfico, em vigor desde janeiro de 2009.

    Em todas as unidades, voc ir perceber que, para aproduo de textos eficientes, necessrio estar atento no s

  • 10Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

    configurao de cada modalidade, mas tambm s tcnicas decomunicao escrita e aos aspectos gramaticais normativos. Porisso, em cada unidade deste livro, voc contar com atividades deaprendizagem que foram elaboradas para que voc aproveite aomximo esta disciplina.

    Esperamos que seus estudos nesta disciplina auxiliem natarefa de elaborar textos oficiais e empresariais que transmitamsuas idias de maneira objetiva e clara, e que satisfaam suasnecessidades comunicacionais e as de quem recebe seus textos noambiente de trabalho e fora dele.

    Bons estudos!

    Professores Eric Duarte Ferreira eMorgana Fabiola Cambrussi

  • Mdulo 1

    Apresentao

    11Mdulo 1

    Unidade 1 A Redao Oficial

    UNIDADE 1

    OBJETIVOS ESPECFICOS DE APRENDIZAGEM

    Ao finalizar esta Unidade, voc dever ser capaz de:

    f Compreender a funcionalidade da redao oficial, seu espaode circulao e seus objetivos;

    f Reconhecer as caractersticas e as particularidades da escritaoficial; e

    f Utilizar adequadamente as formas de tratamento oficiais.

    A REDAO OFICIAL

  • 12Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

  • 13Mdulo 1

    Unidade 1 A Redao Oficial

    REDAO OFICIAL

    Caro estudante,Antes de comear a escrever textos oficiais, necessrioque voc conhea o conceito e as caractersticas da RedaoOficial, bem como o emprego adequado das formas detratamento que conferem formalidade a esse tipo deredao.Por isso, leia as informaes constantes desta Unidade 1 ereflita sobre elas para, ento, realizar as atividadespropostas ao final desta Unidade.Seja bem-vindo aos trabalhos e bons estudos!

    A redao oficial trata da maneira pela qual o Poder Pblicoredige atos normativos e comunicaes oficiais. Por meio dela,estabelece-se a interao entre os diversos rgos pblicos, entre oPoder Pblico e os cidados, ou entre o Poder Pblico e as empresas.

    De acordo com Flres (2002, p.11), os textos produzidos nombito da Redao Oficial podem ser agrupados em duascategorias: correspondncias e documentos. Entretanto, apesardessa segmentao, as correspondncias e os documentos oficiaisesto intimamente relacionados: primeiro, porque esses textospossuem caractersticas em comum, como voc estudar na prximaseo deste livro; segundo, porque de praxe que o encaminhamentode documentos seja acompanhado de correspondncia.

    Veja os tipos mais comuns de cada categoria:

    X Correspondncias: ofcio, memorando, requerimento,carta, fax, mensagem eletrnica, telegrama, entre outros.

    vPodemos citar comoexemplos de atonormativo: a LeiOrdinria e a Lei

    Complementar; a Medida

    Provisria; o Decreto; a

    Portaria, entre outros.

  • 14Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

    X Documentos: ata, certido, portaria, procurao,relatrio, instruo normativa, decreto etc.

    Esses textos so oficiais no apenas pelo seu carter formal,mas tambm porque existem normas estabelecidas por decretos,portarias e instrues normativas federais que regulamentam suafeitura. Alm disso, como ressalta Flres (2007, p. 26),

    O que eleva um documento categoria de texto oficial a finalidade para a qual foi gerado: tratar de assunto(s)do interesse do(s) signatrio(s)* ou do que ele(s)

    representa(m) junto ao(s) rgo(s) pblico(s).

    Desde a publicao da InstruoNormativa n. 4, de 6 de maro de 1992, pelaextinta Secretaria da Administrao Federal,que torna obrigatria a observncia dasregras constantes no Manual de Redao daPresidncia da Repblica, busca-seuniformizar e padronizar a redao dos textosoficiais por meio da atual izao dal inguagem neles empregada e damodernizao das diversas modalidades deexpedientes.

    A Redao Oficial utilizada pela AdministraoDireta, composta pelos servios integrados na estru-tura administrativa da Presidncia da Repblica edos Ministrios, e pela Administrao Indireta, com-posta por entidades dotadas de personalidade jur-dica prpria, como autarquias, empresas pblicas,sociedades de economia mista e rgos que com-pem os poderes Legislativo e Judicirio (FLRES,2007, p. 27).

    *Signatrio aquele que

    assina ou subscreve um

    documento. Fonte:

    Ferreira (1999).

    uniformizar e padronizar

    A uniformidade e a padronizao de cor-

    respondncias relacionadas aos atos ad-

    ministrativos oficiais no eram caracters-

    t icas amplamente praticadas at pouco

    tempo atrs. Data de 11 de janeiro de 1991

    o Decreto n. 100.000, em que o Presidente

    da Repblica autorizou a criao de uma

    comisso para rever, atualizar, uniformizar

    e simplificar as normas de redao de atos

    e comunicaes oficiais. Em outubro do

    mesmo ano, essa comisso apresentou a

    primeira edio do Manual de Redao da

    Presidncia da Repblica, que tinha o ob-

    jetivo de racionalizar e padronizar os tex-

    tos oficiais. Dez anos depois, fez-se neces-

    srio revisar e atualizar o texto do Manual,

    principalmente para adapt-lo evoluo

    legislativa brasi leira e para adequ-lo s

    formas de comunicao oficial e aos avan-

    os da informtica. Essa segunda edio

    revisada e atual do Manual est dispon-

    vel, desde 2002, no stio da Casa Civil. Dis-

    ponvel em: .

    Saiba mais

  • 15Mdulo 1

    Unidade 1 A Redao Oficial

    CARACTERSTICAS DA REDAO OFICIAL

    Em nosso dia a dia, cada situao comunicativa especficapossui sua linguagem caracterstica, apropriada, que determinadaem funo dos interlocutores envolvidos e do grau de formalidadeexigido. Por exemplo, temos uma linguagem possvel para bate-papos informais na internet, popularmente chamada de internets,outra para bilhetinhos familiares ou cartas que expressam nossossentimentos, e assim por diante. Em situaes comunicativasinformais, espontneas, costumamos fazer uso de uma fala/escritadescontrada, natural: usamos a linguagem popular ou coloquialque no necessariamente segue as regras gramaticais da norma-padro da linguagem, mas sua prpria norma, caracterizada pelosconhecidos vcios de linguagem, por desvios da gramticatradicional, pelo uso de expresses idiomticas, expresses grupais(grias) ou expresses de baixo prestgio social.

    No caso da Redao Oficial, a modalidadede linguagem escrita que deve ser utilizada naconstruo dos textos elaborados pelo serviopblico a formal. Essa modalidade de linguagemfaz parte de um padro lingustico bastantevalorizado na esfera profissional, alm de ser amodalidade de linguagem recomendada peloManual de Redao da Presidncia da Repblicapara atos e comunicaes oficiais.

    Mas, afinal, o que caracteriza a linguagem formal

    e por que ela necessria?

    O primeiro aspecto da linguagem formal estrelacionado norma padro do portugusbrasileiro. A variedade formal da linguagem regida pela adequao s regras da gramticanormativa, pois, desse modo, garante-se rigor

    Gramtica normativa

    Em casos de dvidas gramaticais, im-

    portante consultar uma gramtica

    normativa atualizada. Dentre outras

    obras, indicamos as seguintes: Nova

    Gramtica do Portugus Contemporneo,

    de Celso Cunha e Luis F. Lindley Cintra

    Editora Lexikon; Aprender e Praticar

    Gramtica, de Mauro Ferreira Editora

    Ftd. O autor expe os conceitos gra-

    maticais e os exemplifica amplamen-

    te. Cada captulo seguido de um es-

    quema-sntese do contedo estuda-

    do e de uma bateria de exerccios; e

    Moderna Gramtica Portuguesa , de

    Evanildo Bechara (2003). O autor apre-

    senta uma sequncia de estudo, di-

    dtica e bem exemplificada, em que a

    anlise lingustica abordada de

    maneira crtica.

    Saiba mais

  • 16Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

    quanto forma. Em contrapartida, evitam-se textos obscuros,ambguos, incompreensveis por questes estruturais. Dentre asinadequaes mais habituais nos textos, costumam ser frequentesas relacionadas a questes de concordncia e regncia (nominal everbal), de colocao de termos na orao (colocao pronominal),de acentuao, de pontuao e de uso equivocado de palavras comproximidades grficas, mas com grandes distncias semnticas*(a exemplo do caso de iminente/eminente, ratificar/retificar, entreoutras).

    O segundo aspecto, relacionado ao emprego da linguagemformal, diz respeito interdio quanto ao emprego de grias ede expresses regionais, idiomticas ou populares nostextos oficiais. Alm de serem prprias de situaes informais decomunicao, essas expresses podem dificultar ou mesmoinviabilizar a compreenso de uma mensagem. So marcascaractersticas da comunicao em ambientes familiares e formadorasde um discurso estritamente grupal ou pessoal, no oficial.

    A Redao Oficial exige que o usurio contemple o critrioda uniformidade de sentido. Imagine como seria de difcil utilizaopara um rgo pblico um Regulamento que possibilitasse, paracada leitor, uma interpretao distinta das normas nele contidas.Alm disso, se esse Regulamento apresentasse em seu texto griasou expresses regionais, poderia impossibilitar a compreenso parapessoas que as desconhecessem, enquanto estaria dando privilgiode compreenso aos integrantes do grupo usurio de tais expresses.Isso no estaria de acordo com o critrio da uniformidade, queprev condies de igualdade de leitura e compreenso do texto,sem distines grupais.

    Observe o que diz o Manual de Redao da Presidncia daRepblica sobre como proceder para produzir textos compreensveispor todos:

    Para atingir esse objetivo, h que evitar o uso de uma lin-guagem restrita a determinados grupos. No h dvida deque um texto marcado por expresses de circulao restri-

    *Semntica o significa-

    do das palavras, por

    oposio sua forma.

    Fonte: Houaiss (2007)

  • 17Mdulo 1

    Unidade 1 A Redao Oficial

    ta, como a gria, os regionalismos vocabulares ou o jargo tcni-co, tem sua compreenso dificultada (BRASIL, 2002, p. 5).

    Vale lembrar outra questo vocabular que pode prejudicar acompreenso do texto, j que compromete a clareza das informaese restringe a compreenso a determinados grupos: o uso dearcasmos. Assim como as grias e as expresses regionais, palavrasem desuso so obstculos para o entendimento das ideiasveiculadas. Como so palavras ou expresses obsoletas, seusignificado pode ser to enigmtico quanto o de uma griadesconhecida.

    A impessoalidade o terceiro aspecto que caracteriza alinguagem formal. A preferncia pela impessoalizao de textosformais (tcnicos, empresariais, oficiais) decorre, primeiramente,da necessidade de a nfase dos documentos recair sobre asinformaes que eles contm e no sobre quem os elabora; depois,de no se desejar marcar o autor dos textos como dono das ideiasque esto sendo comunicadas por ele, o que poderia dar a elaspouco crdito, j que seriam avaliadas de uma posio pessoal eindividualizada, e no institucional e coletiva, como deve ser.

    Isso quer dizer que os documentos e as comunicaesoficiais sempre so feitos em nome do Servio Pblico,apesar de serem assinados, por exemplo, pelo Chefe dedeterminada Seo; a lm disso, o assunto t ratado ,invariavelmente, de interesse pblico.

    Proceder impessoalizao no tarefa complexa. Hformas simples e usuais que servem para minimizar as marcas depessoa do texto sem, contudo, apagar as marcas de autoria. Dentreas formas de se atingir a impessoalidade, esto:

    A preferncia s estruturas passivas, com apagamento de agente:

    O Edital de Abertura n. 47/2007 foi publicado na ltima semana.

    Os gabaritos de provas foram divulgados.

  • 18Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

    O uso da primeira pessoa do plural com referenciao genrica

    Publicamos o Edital de Abertura n. 47/2007 na ltima semana.

    Divulgamos os gabaritos de provas.

    O uso de construes com verbo + se

    Publicou-se o Edital de Abertura n. 47/2007 na ltima semana.

    Divulgaram-se os gabaritos de provas.

    O quarto e ltimo aspecto da linguagem formal est relacionadoao conjunto: clareza, conciso e objetividade. Imagine um Ofcioda Presidncia ou um Decreto escrito de forma obscura e ambgua,dificultando, assim, sua compreenso. algo inaceitvel, no mesmo?A transparncia do sentido e a inteligibilidade* dos documentos ecorrespondncias oficiais so requisitos do prprio Estado deDireito*, por isso inadmissvel que um texto legal no seja entendidode forma clara pelos cidados. A publicidade do texto implica, portanto,necessariamente, a clareza e a conciso.

    O uso da linguagem formal no mbito do servio pblico uma exigncia que advm da finalidade dos textosoficiais: sempre esto relacionados, em ltimainstncia, ao governo dos cidados. Dito de outromodo, esses textos estabelecem regras para a condutados cidados ou regulam o funcionamento de rgospblicos que atendem a sociedade, direta ouindiretamente. Logo, o carter pblico dos textosoficiais e sua finalidade determinam o emprego donvel culto da linguagem.

    importante ressaltar, entretanto, que o uso dos elementosque conferem formalidade escrita oficial no deve ser confundidocom a utilizao de uma suposta forma especfica de linguagemdenominada vulgarmente de burocrats. Deve-se evitar este tipo de

    *Estado de Direito Es-

    tado regulado por uma

    constituio que prev

    uma pluralidade de r-

    gos dotados de compe-

    tncia distinta explicita-

    mente determinada.

    Fonte: Ferreira (1999).

    *Inteligibilidade quali-

    dade do que pode ser

    compreendido. Font:

    Houaiss (2007).

  • 19Mdulo 1

    Unidade 1 A Redao Oficial

    linguagem, caracterizada pelo uso de expresses feitas, clichs do jargoburocrtico e de formas arcaicas ou complexas de construo de frases.

    Pronomes de Tratamento

    Conforme apontam Ferreira e Cambrussi (2008), alm dasexigncias de impessoalidade, clareza, conciso, objetividade e usodo nvel culto da linguagem, a padronizao da escrita oficialse constitui tambm atravs de certa formalidade detratamento. A adequao do pronome de tratamento e do vocativoao receptor da correspondncia oficial est relacionada uniformidade, polidez e civilidade necessrias para tratar osassuntos dos quais cuidam as comunicaes.

    Para essa adequao, deve-se considerar que o cargo ou afuno ocupada pelo destinatrio da correspondncia ir determinardois elementos: o pronome de tratamento e o vocativo a serempregado. Este ltimo cumpre funo apelativa de segunda pessoa,pois, por seu intermdio, chamamos ou pomos em evidncia apessoa a quem nos dirigimos.

    Veja o uso do vocativo Senhor e do pronome de tratamentoadequado para o cargo de Deputado:

    X Senhor Deputado, Vossa Excelncia est determinadoa cumprir o que disse?

    X Senhor Deputado, o que Vossa Excelncia ir fazerpara eliminar a corrupo presente na AssembleiaLegislativa?

    Apresentamos, no Quadro 1, as formasde tratamento e de endereamento prescritas peloManual de Redao da Cmara dos Deputados(BRASIL, 2004):

    Manual de Redao

    O Manual de Redao da Cmara dos De-

    putados pode ser acessado no endereo

    eletrnico:

    Saiba mais

  • 20Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

    Vossa Excelncia

    Vossa Excelncia

    Quadro 1: Formas de tratamentoFonte: adaptado de Brasil (2004, p. 229-230)

    Presidente da Repblica

    Presidente da Cmara dosDeputados

    Presidente do Senado

    Presidente do SupremoTribunal Federal

    Vice-Presidente da Repblica

    Advogado Geral da Unio

    Chefe de Estado-Maior

    Chefe do Gabinete Civil daPresidncia da Repblica

    Chefe do Gabinete Militar daPresidncia da Repblica

    Secretrio-Geral da Presidn-cia da Repblica

    Senador

    Deputado Distrital

    Deputado Estadual

    Deputado Federal

    Desembargador

    Embaixador

    Governador de Estado

    Governador do Distrito Federal

    Ministro de Estado

    Ministro de Tribunal Superior

    Oficial-General das ForasArmadas

    Presidente da Cmara Distrital(Distrito Federal)

    Presidente de AssembleiaLegislativa

    Presidente de Tribunal

    Procurador-Geral da Repblica

    Procurador-Geral de Estado

    Procurador-Geral do DistritoFederal

    Secretrio de Estado (Gover-nos estaduais e do DF)

    FORMAS DE TRATMENTO

    Destinatrio Tratamento Endereamento

    Ao()Excelentssimo(a)Senhor(a)

    Nome

    Cargo

    Endereo

    A Sua Excelnciao(a) Senhor(a)

    Nome

    Cargo

    Endereo

    VocativoAbreviatura

    No se usa

    V.Exa.

    Excelentssimo(a)Senhor(a) + cargo

    Senhor(a) + cargo

  • 21Mdulo 1

    Unidade 1 A Redao Oficial

    Quadro 1: Formas de tratamentoFonte: adaptado de Brasil (2004, p. 229-230)

    Prefeito Municipal

    Vice-Prefeito Municipal

    Presidente de Cmara de Vere-adores

    Vereador

    Auditor da Justia

    Juiz

    Autoridades em Geral

    Funcionrios Graduados

    Oficiais das Foras Armadas(Coronel, inclusive)

    Particulares

    Reitor de Universidade

    Imperador

    Re i

    Arquiduque

    Duque

    Prncipe

    Papa

    Cardeal

    FORMAS DE TRATMENTO

    Destinatrio Tratamento Endereamento

    Vossa Excelncia

    Vossa Excelncia

    Vossa Senhoria

    VossaMagnificncia

    ouVossa Excelncia

    Vossa Majestade

    Vossa Alteza

    Vossa Santidade

    Vossa EminnciaReverendssima

    ouVossa Eminncia

    A Sua Excelnciao(a) Senhor(a)

    Nome

    Cargo

    Endereo

    Ao() Meritssimo(a)Senhor(a)NomeJuiz(a) d...Endereo

    Ao() Senhor(a)NomeCargoEndereo

    A Sua Magnificnciao(a) Senhor(a)NomeMagnfico(a)Reitor(a) daUniversidade...Endereo

    A Sua Majestadeo(a) Rei (Rainha)NomeEndereo

    A Sua Alteza o(a)Prncipe(Princesa)NomeEndereo

    A Sua Santidade oPapaNomeEndereo

    A Sua EminnciaReverendssimaDom NomeTtuloEndereo

    VocativoAbreviatura

    V.Exa.

    V.Exa.

    V.Sa.

    V.Maga.ou

    V.Exa.

    No se usa

    No se usa

    V.S.

    V.Ema. Revma.ou

    V.Ema.

    Senhor(a) + cargo

    Meritssimo(a)Senhor(a) + cargoMeritssimo(a) +cargoSenhor + cargo

    Senhor(a) + cargo

    Magnfico(a)Reitor(a)ouExcelentssimo(a)Senhor(a)Reitor(a)

    Sua Majestade

    Sua Alteza

    Santssimo Padre

    Reverendssimoou Eminents-simo eReverendssimoSenhor Cardeal

  • 22Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

    O emprego dos pronomes de tratamento requer algunscuidados (FLRES, 2002, p. 16-17):

    X Usamos o possessivo Vossa para compor o pronomede tratamento quando se fala diretamente com a pessoaou se escreve diretamente a ela: Vossa Excelncia estno fim do mandato.

    X Empregamos o possessivo Sua para se referir a umapessoa ausente do contexto de fala, ou quando semenciona uma autoridade no texto oral ou escrito,dirigido a outrem: Informo Vossa Excelncia de queas medidas mencionadas em sua carta n. 6708, dirigidaa Sua Excelncia o Senhor Vice-Presidente daRepblica, esto amparadas por lei.

    X Os verbos so flexionados na terceira pessoa (dosingular ou plural): Vossa Senhoria abriu o processo?(e no abriste)

    Quadro 1: Formas de tratamentoFonte: adaptado de Brasil (2004, p. 229-230)

    Arcebispo

    Bispo

    Monsenhor

    Cnego

    Superior Religioso

    Religiosos em geral

    FORMAS DE TRATMENTO

    Destinatrio Tratamento Endereamento

    Vossa ExcelnciaReverendssima

    VossaReverendssima

    ouVossa SenhoriaReverendssima

    Vossa Reverncia

    A Sua ExcelnciaReverendssimaDom NomeTtuloEndereo

    A SuaReverendssimaouA Sua EminnciaReverendssimaDom NomeEndereo

    A Sua RevernciaTtulo NomeEndereo

    VocativoAbreviatura

    V.Exa.Revma.

    V.Revma.ou

    V.Sa. Revma.

    V. Reva.

    Excelentssimo ouReverendssimoSenhor (Ttulo)

    ReverendssimoSenhor (Ttulo)

    Reverendo (Ttulo)

  • 23Mdulo 1

    Unidade 1 A Redao Oficial

    X Os pronomes possessivos so de terceira pessoa (seu,sua, seus, suas): Vossa Excelncia conversou com seusassessores? (e no vossos)

    X Os pronomes oblquos so de terceira pessoa (o, a, os,as, lhe, lhes, se, si): Magnfico Reitor, a ocupao daReitoria no lhe preocupa demasiadamente? (e no vos)

    X O pronome oblquo consigo s usado quando se fazreferncia a um sujeito da terceira pessoa :O Ministro trouxe consigo o projeto de restauraodas rodovias. (e no convosco)

    X Quando se fala diretamente com a pessoa, dizemoscom o Senhor: Vossa Excelncia trouxe com oSenhor o projeto? (e no consigo)

    X Fazemos a concordncia de gnero com base no sexoda pessoa a quem dirigido o texto: Vossa Senhoria serrecepcionada no aeroporto (para mulher). Vossa Senhoriaser recepcionado no aeroporto (para homem).

    X Quem escreve pode se posicionar de duas maneiras:f utilizando a 1 pessoa do singular, para entidade

    individual: Informo a Vossa Senhoria que suacorrespondncia foi recebida.

    f utilizando a 1 pessoa do plural, para entidade coletiva:Informamos a Vossa Senhoria que sua correspondnciafoi recebida.

    Conforme o Manual de Redao da Cmara dos Deputados(BRASIL, 2004, p. 229), para os casos em que permitido o usodas abreviaturas para as formas de tratamento, no h necessidadede formatao com o sobrescrito (em fonte menor, com ponto oubarra embaixo). O motivo dessa mudana proveniente dadificuldade que existe, na maioria dos atuais processadores de texto(como o Word), de formatar fontes sobrescritas. Portanto, em lugarde V.Exa. e V.Sa., por exemplo, podem ser utilizadas as formasV.Exa. e V.Sa., mostradas no Quadro 1.

    vO Manual de Redao da

    Presidncia da Repblica

    omisso com relao ao

    uso de abreviaturas para

    as formas de

    tratamento. Mesmo nas

    comunicaes e nos

    documentos que so

    utilizados como modelos

    pelo Manual, nota-se

    que o pronome de

    tratamento no

    abreviado.

  • 24Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

    A Instruo Normativa n. 4, de 6/3/92, determina que, paraas autoridades apresentadas no Quadro 1, no devem ser utilizadosos tratamentos:

    X Dignssimo (abreviatura: DD.), porque a dignidade pressuposto para que se ocupe qualquer cargopblico, sendo desnecessria sua repetida evocao;

    X Ilustrssimo (abreviatura: Ilmo. ), porque ostratamentos Senhor e Vossa Senhoria so suficientespara conferir a formailidade adequada; e

    X Doutor (abreviatura: Dr.), porque esta no umaforma de tratamento. Trata-se de ttulo acadmico, eno deve ser usado indiscriminadamente, mas apenaspara as pessoas que tenham concludo cursouniversitrio de ps-graduao em nvel de doutorado.

    O pronome de tratamento Vossa Senhoria (V.Sa.) e o vocativoSenhor so muito utilizados nas correspondncias e nos documentosoficiais e empresariais, por serem dirigidos tambm a particulares(pessoa fsica).

  • 25Mdulo 1

    Unidade 1 A Redao Oficial

    ResumindoNesta Unidade conhecemos o conceito de Redao

    Oficial e as principais caractersticas desse tipo de redao.

    Tambm vimos que o uso da linguagem formal impli-

    ca: adequar-se norma padro do portugus; no utilizar

    grias, expresses regionais, idiomticas ou populares; pre-

    ferir a impessoalidade; e observar as caractersticas da cla-

    reza, da conciso e da objetividade.

    Por fim, estudamos como so empregados os prono-

    mes de tratamento para conferir formalidade e polidez aos

    textos oficiais.

    Aps desenvolver as atividades de aprendizagem desta

    Unidade, convidamos voc a conhecer, na Unidade 2, as prin-

    cipais modalidades de texto que compem a Redao Ofici-

    al. Venha conosco!

  • 26Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

    Atividades de Aprendizagem

    Chegamos ao final da primeira Unidade. Nela abordamos oconceito e as caractersticas da Redao Oficial, bem comoo uso adequado dos pronomes de tratamento e dosvocativos. Agora vamos exercitar um pouco? Cada propostade exerccio em nossa Disciplina um desafio, umaoportunidade de aplicar os conhecimentos adquiridos. Casovoc no encontre respostas para eventuais dvidas narealizao das atividades ou no estudo dos contedosapresentados nesta Unidade, no hesite em solicitar ajudaao seu tutor.

    1. Localize as expresses coloquiais (grias, regionalismos, expres-

    ses populares e as impropriedades gramaticais) utilizadas nos

    textos abaixo; depois, reescreva-os em linguagem formal.

    a) Tendo em vista que demais o que t acontecendo aqui

    no setor, de uns dias pra c, agora quem matar trabalho

    vai ter que se virar e providenciar atestado mdico.

    Quem no danar conforme essa msica pode ter o dia

    de labuta descontado no salrio. E isso t na Lei.

    Reescrita:

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

  • 27Mdulo 1

    Unidade 1 A Redao Oficial

    b) Essa convocao aqui t chamando todos os delegados

    do sindicato pra se juntarem aos operrios na

    Assembleia Geral, na prxima sexta-feira, pra a gente

    discutir como dar fim nos abusos que esto acontecen-

    do com os camaradas que trampam no cho da fbrica.

    Reescrita:

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    2. O texto seguinte um comunicado-relato de fatos e decises a

    ser remetido a um grupo de trabalho. Contudo, as informaes

    esto apresentadas de forma excessivamente pessoal, de ma-

    neira que imprimem mensagem carter subjetivo e pouca

    credibilidade. Reescreva-o procedendo impessoalizao.

    Como os senhores podem conferir comigo em registros dispon-

    veis, no h concordncia entre os nmeros apresentados nos re-

    latrios passados e os atuais saldos. Quando percebi essa discre-

    pncia, convoquei uma reunio com dirigentes, na qual expus toda

    a situao. Prontamente atenderam s minhas reivindicaes e

    analisaram os documentos que estavam comigo. Assim, delibera-

    mos o seguinte: at eu apurar e esclarecer os fatos, ficam

    suspensas as atividades dos setores envolvidos.

    Reescrita:

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

  • 28Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

    3. Reescreva os textos a seguir, uti l izando a estratgia de

    impessoalizao predefinida.

    a) Impessoalize o texto, aplicando estruturas passivas com

    apagamento de agente.

    Estou convocando os Senhores Acionistas a participa-

    rem da Assembleia Geral Extraordinria, em que expli-

    carei as novas normas em vigor para seus planos. Agra-

    deo a todos.

    Reescrita:

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    b) Impessoalize com o uso da primeira pessoa do plural (ns).

    Minha empresa responsvel por desenvolver estudos

    sobre as condies de permanncia de estrangeiros no Bra-

    sil. Tambm presto esclarecimentos sobre legislao e pu-

    blico informes peridicos.

    Reescrita:

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

  • 29Mdulo 1

    Unidade 1 A Redao Oficial

    c) Impessoalize com o uso de construes verbo + se

    Sei da necessidade de eu buscar novas parcerias. Dese-

    jo que, no prximo semestre, haja mais sucesso. Agra-

    deo a orientao dispensada.

    Reescrita:

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    4. Reescreva os excertos abaixo a fim de adequ-los s recomenda-

    es apresentadas anteriormente, identificando o pronome de

    tratamento adequado em cada caso:

    a) Informamos ao Ilmo. Sr. que vosso pedido de afasta-

    mento para realizar curso de aperfeioamento profissi-

    onal foi aprovado pela Direo do Centro.

    Reescrita:

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    b) Alertamos ao Dignssimo Senhor que vossa correspon-

    dncia foi entregue sem atraso.

    Reescrita:

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

  • 30Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

    c) Em vossa comunicao, o Senhor ressalva a necessidade

    de que fossem levadas em considerao as caractersticas

    socioeconmicas regionais para a aprovao do projeto.

    Reescrita:

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    d) Ilustrssimo Senhor Roberto,

    Convido o Senhor para participar da sesso de abertura

    do Primeiro Seminrio Estadual sobre o Uso Eficiente

    de Energia, a ser realizado...

    Reescrita:

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

  • Mdulo 1

    Unidade 1 A Redao Oficial

    31Mdulo 1

    Apresentao

    UNIDADE 2

    OBJETIVOS ESPECFICOS DE APRENDIZAGEM

    Ao finalizar esta Unidade, voc dever ser capaz de:

    f Reconhecer os aspectos formais de diagramao e formataode comunicaes e documentos oficiais;

    f Identificar e resolver problemas comunicacionais no mbito daredao oficial; e

    f Mostrar competncias para a elaborao adequada e eficientedos diversos tipos de textos oficiais.

    COMUNICAES EDOCUMENTOS OFICIAIS

  • 32Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

  • 33Mdulo 1

    Unidade 2 Comunicaes e Documentos Oficiais

    COMUNICAO E DOCUMENTOS OFICIAIS

    Prezado estudante,Acompanhe atentamente todas as explicaes sobre amaneira de diagramar e de elaborar as comunicaes e osdocumentos, estudados nesta Unidade: ofcio, memorandooficial, carta, mensagem eletrnica, ata, atestado, editalde convocao, requerimento, comunicado ou aviso,portaria, certido, telegrama e fax.No se esquea de realizar as atividades propostas ao finalda Unidade, pois elas o ajudaro a desenvolver suaspotencialidades e a fixar o padro utilizado nas comunicaese nos documentos oficiais que voc certamente empregarno exerccio da Administrao Pblica.Em caso de dvidas, conte sempre conosco para auxili-lo.Bons estudos!

    Na redao oficial , ascomunicaes e os documentosdevem sempre ser escritos demaneira uniforme e padronizada,ou seja, os textos expedidos peloPoder Pblico no devemapresentar modif icaes emrelao s caracterst icas jestudadas na Unidade 1, ou emrelao aos aspectos formais decada tipo de texto que estudaremosao longo desta Unidade.

    Padronizada

    Alm da Instruo Normativa n. 4, de 6 de maro de

    1992, que consolidou as regras constantes no Manual

    de Redao da Presidncia da Repblica, tornando obriga-

    tria sua observncia para a elaborao das comuni-

    caes oficiais, outras normas federais esto relacio-

    nadas ao Manual: O Decreto n. 468, da Presidncia da

    Repblica, de 6 de maro de 1992, estabelece regras

    para a redao de atos normativos do Poder Executivo,

    tambm expressas no Manual [...], e o Decreto n. 2.954,

    da Presidncia da Repblica, de 2 de janeiro de 1999,

    prescreve normas e diretrizes que, acrescidas s do Manu-

    al, devem nortear textos [...] redigidos pelos rgos da Ad-

    ministrao Federal. Fonte: Flres (2002, p. 11-12).

    Saiba mais

  • 34Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

    OFCIO

    O ofcio uma correspondncia interna e externa trocadaentre autoridades de hierarquia equivalente ou enviada a algumde hierarquia superior daquele que assina. Seu uso est restritoao tratamento de assuntos oficiais (conforme ordens legais) pelosrgos da Administrao Pbica entre si e tambm com particulares.

    O ofcio elaborado somente por rgo (pessoajurdica), inclusive como meio de comunicao formalendereada a particulares (pessoa fsica). Por isso,particulares no se utilizam do ofcio. Devem utilizaroutros tipos de correspondncias, como a carta e orequerimento.

    Para o estudo deste tipo de texto oficial, passaremos aapresentar as partes que compem a estrutura do ofcio, os cuidadoscom sua diagramao e um modelo dessa correspondncia, combase no que prescreve o Manual de Redao da Presidncia daRepblica (BRASIL, 2002). Para uma leitura efetiva, recorra aomodelo de ofcio (Quadro 2) aps ler cada item a seguir.

    Timbre

    Deve estar impresso no alto da folha e conter, alm dosmbolo (escudo e armas ou logomarca), o nome do rgo, do setor,o endereo para correspondncia, o telefone para contato e oendereo do correio eletrnico (e-mail). A pessoa encarregada doexpediente, ou seja, de elaborar o ofcio, no deve alterar o timbre.Veja um exemplo:

  • 35Mdulo 1

    Unidade 2 Comunicaes e Documentos Oficiais

    vA numerao das

    correspondncias

    oficiais deve iniciar a

    cada ano.

    Figura 1: Exemplo de timbreFonte: Flres (2007)

    Tipo e nmero do expediente, seguidos da sigla do rgoque o expede

    Os dados deste item devem ser alinhados esquerda.

    Exemplo:

    Ofcio n. 123/MME (ou de forma abreviada: Of. n.123/MME)

    Se for um ofcio do interesse de vrias pessoas, ou de vriossetores, e forem distribudas cpias, o ofcio passa a se chamarofcio circular*. Alm disso, em decorrncia da multiplicidadede cpias, nem sempre indicado o nome e o endereo dodestinatrio.

    Exemplo:

    Ofcio Circular n. 123/MME (ou de forma abreviada: Of. Circ.n. 123/MME).

    *Ofcio circular empre-

    gado na transmisso de

    rotinas, orientaes ou

    procedimentos que no

    inovem nem alterem pro-

    cedimentos vigentes.

    Fonte: Flres (2002).

  • 36Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

    Local e data em que foi assinado, por extenso, com alinha-mento direita e ponto final

    Exemplo:

    Braslia, 15 de maro de 2008.

    Destinatrio

    Contempla o nome, o cargo da pessoa a quem dirigida acomunicao e, no caso do ofcio, tambm o endereo. Oalinhamento esquerda, conforme o exemplo:

    A Sua Excelncia o Senhor

    Deputado [Nome]

    Cmara dos Deputados

    70.160-900 Braslia DF

    Assunto

    Apresenta um resumo do teor do documento. Deve trazer,em pouqussimas palavras, uma prvia satisfatria do contedo dacorrespondncia. alinhado esquerda.

    Exemplos:

    Assunto: Produtividade do rgo em 2002.

    Assunto: Necessidade de aquisio de novos computadores.

    Vocativo

    Deve ser empregado de acordo com o cargo que odestinatrio ocupa. No final do vocativo coloca-se sempre vrgula.Alm disso, o vocativo possui adentramento de 2,5 cm.

    v

    Ateno: no abrevie os

    nomes das cidades e

    escreva os nomes dos

    meses com iniciais

    minsculas, a no ser

    quando eles estiverem

    iniciando frases.

    vDistncia da margem

    esquerda ao incio do

    vocativo.

  • 37Mdulo 1

    Unidade 2 Comunicaes e Documentos Oficiais

    Exemplos:

    Excelentssimo Senhor Presidente da Repblica,

    Senhor Deputado,

    Senhor Roberto,

    Os vocativos Estimado, Prezado e Caro no soadequados para o grau de formalidade requerida no ofcio, motivopelo qual no devem ser utilizados. Eles podem, entretanto, serusados nas cartas, modalidade textual que voc estudar adiante.

    Texto

    Deve iniciar duas linhas abaixo do vocativo. Os pargrafosso numerados e possuem adentramento de 2,5 cm. Na redaodo pargrafo inicial do ofcio, importante que voc observe asseguintes recomendaes:

    X Evite as frases feitas (clichs) para iniciar o texto.Ao invs de inici-lo com:

    f Tenho a honra de convid-lo...

    f Tenho o prazer de inform-lo...

    f Cumpre-me encaminhar o projeto...,

    Inicie-o de forma direta:

    f Convido Vossa Senhoria para...

    f Informo Vossa Excelncia de que...

    f Encaminho a Vossa Senhoria o projeto...

    X Quando se tratar de encaminhamento dedocumentos, h duas recomendaes:

    f Se o documento tiver sido solicitado, inicie-o comreferncia ao expediente que sol ic i tou oencaminhamento:

  • 38Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

    Exemplo:

    Em resposta ao Memorando n. 12, de 1 defevereiro de 2007, encaminho, anexa, cpia doOfcio n. 34, de 3 de abril de 2006, do DepartamentoGeral de Administrao, que trata da requisio doservidor Fulano de Tal.

    f Se o documento no tiver sido solicitado, deve iniciarcom o motivo da comunicao, que encaminhar,indicando a seguir os dados completos do documentoencaminhado (tipo, data, origem ou signatrio e assuntode que trata) e a razo pela qual est sendoencaminhado:.

    Exemplo:

    Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cpiado telegrama n. 12, de 1 de fevereiro de 1991, do Presidente daConfederao Nacional de Agricultura, a respeito de projeto demodernizao de tcnicas agrcolas na regio Nordeste.

    Fecho

    Possui adentramento de pargrafo (2,5 cm da margemesquerda), mas no numerado. No final do fecho sempre se usavrgula. Numa forma mais atual, deve ser simplificado da seguinte forma:

    X Para autoridades superiores, entre elas o Presidenteda Repblica:

    Respeitosamente,

    X Para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquiainferior:

    Atenciosamente,

    v

    A Instruo Normativa n.

    4/92 da Presidncia da

    Repblica regulamenta

    os fechos para

    correspondncias.

    importante ressaltar que

    os chaves em fechos,

    como os apresentados a

    seguir, devem ser

    evitados: Reiterando os

    protestos de elevada

    estima e considerao

    (evitar); Sem mais para

    o momento (evitar).

    Anexa

    O adjetivo anexo concorda em g-

    nero e nmero com o substantivo ao

    qual se refere: Encaminho as minutas

    anexas. Dirigimos os anexos projetos

    Chefia. Pode ser usado tambm jun-

    to, apenso. A locuo adverbial em

    anexo, como prprio aos advrbi-

    os, invarivel: Encaminho as minutas

    em anexo. Em anexo, dirigimos os proje-

    tos Chefia. Pode ser usado tambm

    conjuntamente, juntamente com.

    Fonte: Brasil (2002, p. 72)

    Saiba mais

  • 39Mdulo 1

    Unidade 2 Comunicaes e Documentos Oficiais

    O fecho no mera polidez. a sinalizao de que otexto da correspondncia acabou e de que no podehaver acrscimos, na forma de P.S. (Post Scriptum),por exemplo, ou de adulterao do contedo dacorrespondncia.

    Identificao de quem assina o ofcio

    o espao para a assinatura, seguido do nome digitado emmaisculas e do cargo s com as iniciais maisculas. No deve sercolocado o trao para a assinatura. Todo o conjunto centralizado.Veja a Figura 2:

    Figura 2: Exemplo de assinatura e identificaoFonte: Elaborada pelos autores

    Mas ateno: o conjunto assinatura e identificao designatrio nunca deve ficar em pginas isoladas, caso o ofcio tenhamais de uma pgina. Por uma medida de segurana, a pgina emque constar esse conjunto sempre deve apresentar ao menos a ltimafrase anterior ao fecho.

    Outro cuidado com relao a ofcios de mais de uma pgina fazer constar, nas pginas posteriores primeira, e nas dos anexos,o nmero da folha, o nome da correspondncia, o nmero de ordeme a data abreviada, alinhados esquerda, como no exemplo:

    Fl. 2 do Ofcio n. 15/GR, de 31/9/07.

    Fl. 2 do Anexo ao Of. n. 15/GR, de 31/9/07.

  • 40Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

    Cuidados com a diagramao

    De acordo com o Manual de Redao daPresidncia da Repblica (BRASIL, 2002, p. 13), osdocumentos elaborados com base no Padro Ofciodevem obedecer seguinte forma de apresentao:

    X deve ser utilizada a fonte Times New Roman,tamanho 12; para smbolos no existentes na fontemencionada, podero ser utilizadas as fontes Symbole Wingdings;

    X os ofcios, assim como os memorandos e os anexosdestes, podero ser impressos em ambas as faces dopapel. Neste caso, as margens esquerda e direita teroas distncias invertidas nas pginas pares (margemespelho);

    X a margem lateral esquerda possui 3 cm de largura,e a margem lateral direita 1,5 cm;

    X deve ser utilizado espaamento simples entre as linhas;X o espaamento entre pargrafos de uma linha em

    branco;

    X preciso evitar o uso abusivo de negrito, itlico,sublinhado, letras maisculas, sombreado, relevo,bordas ou qualquer outra forma de formatao queafete a elegncia e a sobriedade do documento;

    X a impresso dos textos e do timbre deve ser feita nacor preta em papel branco. A impresso colorida deveser usada apenas para grficos e ilustraes;

    X todos os tipos de documentos do Padro Ofcio devemser impressos em papel A4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;

    X dentro do possvel, todos os documentos elaboradosdevem ser arquivados para consulta posterior ouaproveitamento de trechos para casos semelhantes;

    Padro Ofcio

    As semelhanas na diagramao

    do ofcio, do aviso e do memo-

    rando compem o que pode ser

    chamado de Padro Ofcio. No

    abordaremos o aviso, comunica-

    o oficial quase idntica ao of-

    cio. A nica diferena entre es-

    sas comunicaes que o aviso

    expedido exclusivamente por

    Ministros de Estado, para autori-

    dades de mesma hierarquia, ao

    passo que o ofcio expedido

    para e pelas demais autorida-

    des. Fonte: Brasil (2002, p. 14)

    Saiba mais

  • 41Mdulo 1

    Unidade 2 Comunicaes e Documentos Oficiais

    X para facilitar a localizao, os nomes dos arquivos nocomputador devem ser formados da seguinte maneira:tipo do documento + nmero do documento +palavras-chaves do contedo. Exemplo: Of. 123 relatrio produtividade ano 2002; e

    X o espaamento entre as partes que compem o ofciopode ser alterado em funo da maior ou menorextenso do texto, devendo prevalecer, como apontaFlres (2002), o senso esttico.

    Modelo de ofcio

    Veja agora um modelo de ofcio, no Quadro 2, adaptado doManual de Redao da Presidncia da Repblica. Observeatentamente a aplicao do que voc viu em relao s partes quecompem o ofcio e, especialmente, o que diz respeito ao uso dovocativo, do pronome de tratamento e da linguagem formal.

    Atente para o fato de que cada ideia apresentada em umnico pargrafo, o que contribui para maior clareza e compreensodo texto.

  • 42Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

    Quadro 2: Modelo de ofcioFonte: Adaptado de Brasil (2002, p. 15-16)

  • 43Mdulo 1

    Unidade 2 Comunicaes e Documentos Oficiais

    MEMORANDO OFICIAL

    O memorando oficial uma modalidade de comunicaoentre unidades administrativas de um mesmo rgo, que estohierarquicamente em mesmo nvel ou em nveis diferentes. Logo,trata-se de uma forma de comunicao interna.

    Pode ser utilizado em uma srie de situaes para tratar de:assuntos administrativos, exposio de projetos, ideias, diretrizes einovaes de servio, entre outras. Sua principal caracterstica aagilidade: a tramitao do memorando em qualquer rgo devepautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentosburocrticos (BRASIL, 2002, p. 18). Nesse sentido, ressalta-se queos despachos ao memorando podem ser dados no prpriodocumento, o que evita o desnecessrio aumento do nmero decomunicaes e de papel.

    Quanto forma, o memorando oficial segue o modelo doPadro Ofcio, ou seja, elaborado de acordo com os dez itensestudados anteriormente. H somente trs diferenas:

    X O destinatrio deve ser mencionado pelo cargo queocupa, ou pelo nome, quando o memorando se destinaa servidor pblico sem cargo administrativo. Utiliza-se Ao() ou Para;

    X O vocativo no utilizado; eX No necessrio mencionar o nome da cidade antes

    de se escrever a data, que deve vir grafada uma linhaabaixo do nmero do memorando e da sigla do setor/rgo.

    Importante!

    Na correspondncia empresarial , se for o caso dememorandos trocados entre uma empresa matriz e suas filiaissituadas em cidades diferentes, coloca-se o nome da localidade junto data, como na carta.

    v

    Apesar de o memorando

    ser feito em papel A4, de

    acordo com o Padro

    Ofcio, h rgos

    pblicos que utilizam

    formulrio prprio,

    impresso ou no

    computador, para esse

    tipo de comunicao.

  • 44Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

    O dia no deve ser seguido de zero esquerda, tanto nomemorando quanto no ofcio. Por exemplo, 7 de abril de 2007. Datasno "meio do texto" tambm no devem ter o zero esquerda para odia e o ms: [...] o pedido foi aprovado em 6/7/04.

    Veja no Quadro 3, mostrado a seguir, alguns procedimentosimportantes que podem ajud-lo a elaborar corretamente omemorando.

    SITUAO

    O memorando apre-senta mais de umafolha

    O assunto precisa sercomunicado a vriosdestinatrios.

    O memorando sigiloso

    PROCEDIMENTO

    Escreve-se, ao p da primeira folha, a palavra con-tinua, e, no alto da subsequente, continuao,seguida do nmero do memorando.

    O memorando se transforma em circular. Nessecaso, escreve-se, no rodap, CC que significacom cpia , seguido de para ou p/ e da abre-viatura dos setores que recebero as cpias.

    Dever conter, abaixo do cabealho, a palavra RE-SERVADO (em maisculas e negrito), ser enviadoem envelope fechado e rubricado pelo emitentena aba do fecho, visando a preservar ainviolabilidade do envelope, que tambm deve terescrita ou carimbada a palavra RESERVADO, segui-da do nmero do memorando, da indicao do emis-sor e do nome da autoridade a quem dirigido.

    v

    Vale ressaltar que em

    muitas instituies o

    correio eletrnico

    substitui amplamente o

    memorando impresso.

    Voc ver como redigir

    adequadamente uma

    mensagem eletrnica

    ainda nesta Unidade.

    Quadro 3: Procedimentos para elaborao de memorandoFonte: Flres (2007, p. 51)

    Modelo de memorando

    Compare o modelo de ofcio no Quadro 2, apresentadoanteriormente, com o modelo de memorando mostrado a seguir(Quadro 4), observando as diferenas, mas principalmente assemelhanas entre essas correspondncias oficiais.

  • 45Mdulo 1

    Unidade 2 Comunicaes e Documentos Oficiais

    Quadro 4: Modelo de memorandoFonte: Adaptado de Brasil (2002, p. 19)

    CARTA

    Na Redao Oficial a carta o instrumento usual dacorrespondncia social do administrador e altas chefias, vale dizer,sendo empregada nas comunicaes de carter social decorrentesdo cargo ou funo pblicos. (BELTRO, 1981, p. 45).

  • 46Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

    Como ressalta Flres (2007, p. 53), essa comunicaoequivale carta social na correspondncia de carter social, sendoutilizada no servio pblico para: fazer pedidos e convites;manifestar agradecimentos; ou transmitir informaes.

    Esta autora sublinha ainda que os cidados comuns(particulares, pessoa fsica) faro uso da carta social para secomunicarem com autoridades pblicas, pois eles no podemexpedir ofcios ou memorandos.

    Estrutura da carta

    H duas possibilidades de organizao do texto da carta: omodelo denteado e o modelo em bloco. O primeiro visto poralgumas instituies como um modelo em desuso. Na verdade, oque se verifica uma forte influncia dos modelos norte-americanosde cartas, elaborados em blocos, cabendo a cada instituio determinaraquele modelo que melhor traduza sua cultura e valores. Note asdiferenas entre os dois modelos, por meio da anlise do Quadro 5:

    Quadro 5: Esquema de carta denteada e de carta em blocoFonte: Adaptado de Gold (2005, p.102)

  • 47Mdulo 1

    Unidade 2 Comunicaes e Documentos Oficiais

    A principal diferena entre os dois modelos diz respeito aoadentramento de pargrafos. Na carta escrita conforme apadronizao blocada, todos os elementos so alinhados esquerda, desde o nmero da carta at a assinatura. Acarta denteada elaborada de acordo com o Padro Ofcio, coma diferena de que pode no ter numerao de pargrafos eendereamento do destinatrio.

    Componentes da carta

    Veja a seguir os principais elementos que compem a carta.

    Timbre

    Por causa do uso social da carta, o timbre pode serapresentado de maneira completa ou no. O que vaideterminar o uso de um modo ou de outro so elementos como: omotivo da carta, o destinatrio, o contedo.

    Para as empresas se comunicarem com os rgos pblicospor meio de carta, esta necessariamente deve conter o timbrecompleto e seguir o Padro Ofcio, que ns j estudamos. O timbrecompleto deve apresentar: logomarca institucional, razo social daempresa, endereo para correspondncia, telefone para contato, eendereo do correio eletrnico.

    Ressalta-se que, nas cartas de cunho social modernas, huma tendncia de suavizao do timbre, ou seja, de utilizaodo timbre incompleto, geralmente conhecido por cabealho. Otimbre incompleto aquele que apresenta somente a logomarcado rgo e a indicao do setor, como no exemplo a seguir:

    v

    Voc esqueceu as

    caractersticas do

    Padro Ofcio? Volte

    Unidade I e observe

    quais elementos so

    necessrios para

    escrever uma

    correspondncia oficial.

    vSe o padro adotado for

    o blocado, tambm o

    timbre impresso

    alinhado esquerda.

  • 48Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

    Figura 3: Exemplo de cabealhoFonte: Universidade Federal de Santa Catarina (2008)

    Mesmo para o uso do cabealho, o que deve ser observado um preceito constante nas normas de elaborao dacorrespondncia oficial: a uniformidade. Se forem enviadas cartascom timbres/cabealhos diferentes, sinal de que falta uniformidade.

    O responsvel pela elaborao da carta no devealterar o timbre ou o cabealho que j utilizado norgo pblico. uma prtica comum as instituiespblicas contratarem profissionais especializados naelaborao de timbres (completos ou no) e de outrostipos de identificaes visuais, para serem utilizadasem diversas situaes, tais como: o tamanho do papel,o veculo de comunicao e os recursos disponveispara a impresso. As consideraes sobre o timbreem cartas valem tambm para os documentos e outrostipos de correspondncias, com exceo de e-mail,quando este no possui textos anexos. importanteestar atento padronizao adotada pelo local em quevoc atuar.

    Nmero

    Obedece ordem de feitura dentro do ano, podendo ou noser precedido pela espcie da correspondncia, como nos exemplos:

    Carta 26/PGI ou Ct. 26 PGI

    PGI 26 ou PGI/26

  • 49Mdulo 1

    Unidade 2 Comunicaes e Documentos Oficiais

    Local e data em que foi assinado

    Deve ser escrito por extenso e:

    X sem o zero esquerda do nmero do dia;X com o nome do ms em letra minscula;X sem ponto nem espao no nmero do ano (2.008); eX terminar com ponto final.

    Exemplo:

    Florianpolis, 9 de maio de 2008.

    Destinatrio

    A inscrio do destinatrio pode ou no ser seguida de seuendereo. Coloca-se o endereo na carta preferencialmente se forutilizado o envelope janelado. Veja os exemplos de preenchimentode destinatrio no Quadro 6:

    Quadro 6: Exemplos de destinatrios de cartaFonte: Elaborado pelos autores

    Note que:

    X um dos exemplos no tem o ou Ao, pois sofacultativos;

    X para destinar a carta a uma pessoa especfica, usa-seAt. (abreviatura de ateno). As formas Att.

    Infotec Comercial LTDA.

    Setor de Vendas

    At.: Sr. Marcus Aurlio

    Ao

    Banco do Brasil S.A.

    Agncia Trindade

    Infotec Comercial LTDA.

    Setor de Compras e Importaes

    At.: Sr. Marcus Aurlio

    Universidade Federal de Santa Catarina UFSC

    Departamento de Administrao

  • 50Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

    (abreviao da palavra inglesa attention) e A/C noso utilizadas.

    Assunto e referncia

    O assunto, como voc viu no estudo do ofcio, o resumo,que deve trazer em pouqussimas palavras uma prvia satisfatriado contedo da correspondncia.

    A referncia, por sua vez, a indicao do nmero dodocumento mencionado na carta. Veja um exemplo de assunto ede referncia:

    Assunto: Aquisio de impressoras.

    Referncia: Sua Carta-Proposta n. 2.

    Vocativo

    Diferentemente do vocativo em ofcios, na carta podem serutilizados os vocativos Prezado(s), Estimado(s), Caro(s),seguidos do tratamento Senhor, Senhora, do nome do receptorou do cargo. Aps o vocativo, usa-se vrgula. Um cuidado a sertomado aplicar a concordncia em gnero e nmero, como nosexemplos do Quadro 7.

    Quadro 7: Exemplo de vocativo em cartasFonte: Elaborado pelos autores

    vA/C um cdigo utilizadogeralmente no envelope,antes do nome da pessoa

    que ir entregar a carta

    ao destinatrio. Significa

    aos cuidados de.

    Universidade Federal de Santa Catarina UFSC

    Departamento de Administrao

    At.: Sra. Sofia Campos

    Prezada Senhora,

    Infotec Comercial LTDA.

    Setor de Compras e Importaes

    Prezados Senhores,

  • 51Mdulo 1

    Unidade 2 Comunicaes e Documentos Oficiais

    Texto

    Se o padro adotado o blocado, todas as partes da cartaso alinhadas esquerda e a separao dos pargrafos feita por,no mnimo, uma linha em branco.

    A redao do texto da carta deve ser simples, clara, objetivae concisa. Alm disso, em ambos os padres, todo o texto devereceber alinhamento justificado no processador de textos.

    Nome e cargo/funo do signatrio

    O cargo ou a funo so mencionados na linha abaixo daque traz grafado o nome.

    No se coloca o trao ou a linha para a assinatura; nemttulo ou profisso esquerda do nome de quem assina a carta.

    Anexos

    Se a carta for acompanhada de anexos, feita a indicaoda quantidade destes complementos ou dos nomes dos papisanexos na parte inferior da carta, aps o nome e o cargo de quemassina.

    Modelo de carta

    Analise o exemplo de carta a seguir (Quadro 8), observandocada uma das partes estudadas:

    vNo se esquea: pormotivos de segurana,toda assinatura deve ser

    seguida do nome

    impresso, por extenso,

    da pessoa que assinou.

    Anexos: Relatrio de Inspeo n. 15.

    Pedido de Oramento n. 137.

    Anexos: 2

  • 52Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

    Quadro 8: Exemplo de carta em blocoFonte: Elaborado pelos autores

  • 53Mdulo 1

    Unidade 2 Comunicaes e Documentos Oficiais

    Carta circular

    Note que a carta do Quadro 8 poderia ser transformadafacilmente em uma carta circular, uma comunicao reproduzidaem muitos exemplares e dirigida a vrias pessoas ou aos diversossetores de uma empresa, uma vez que o assunto dessa carta geral:a modernizao dos servios prestados pelos Correios.

    Para a transformarmos em circular, basta retirarmos doexemplo mostrado as informaes especficas de endereamento,como mostra o exemplo a seguir:

    [...]

    Florianpolis, 9 de maio de 2008.

    INFOTEC COMERCIAL LTDA.

    Assunto: Modernizao dos servios prestados.

    Prezado(a) Senhor(a),

    A Companhia de Transportes Floripana modernizou [...]

    Voc observou como o ofcio e o memorando so elaborados

    na redao oficial, de acordo com as normas estabelecidas

    pelo Manual de Redao da Presidncia da Repblica.

    Tambm pde constatar as pequenas diferenas e as grandes

    semelhanas entre essas correspondncias oficiais, por meio

    da anlise de modelos que o auxiliam na escrita do ofcio e do

    memorando.

    Agora procure o item Atividades de Aprendizagem, na parte

    final desta Unidade, e empenhe-se em desenvolver as

    atividades 1, 2 e 3, esta ltima, sobre carta. No esquea: se

    surgirem dvidas e voc no encontrar as solues, no hesite

    em pedir ajuda ao tutor. Bons estudos!

    vEvidentemente, noscasos em que o contedoou o assunto da carta for

    especfico, no

    possvel transform-la

    em carta circular.

  • 54Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

    MENSAGEM ELETRNICA

    Por causa de sua flexibilidade e rapidez, o correio eletrnico o meio de comunicao mais usual para a transmisso deinformaes no servio pblico, tanto entre os setores de umainstituio quanto entre esta e seus fornecedores, parceiros,prestadores de servios e outros.

    O e-mail foi institudo como texto oficial por meio da Portarian. 91, de 4 de dezembro de 2002. Por isso, as caractersticas daRedao Oficial, estudadas na Unidade 1, devem ser observadastambm para este tipo de comunicao. Em relao a essascaractersticas, Matarazzo (1999) acrescenta que a mensagemeletrnica requer o domnio da etiqueta virtual (chamada denetiqueta), uma forma mnima de cerimonial, respaldado na etiquetasocial tradicional, no bom senso e na cordialidade.

    Cuidados com a utilizao do e-mail

    De fato, a mensagem eletrnica uma ferramenta muitoverstil, mas que requer alguns cuidados conforme seu uso, parauma melhor otimizao e aproveitamento das comunicaes oficiaisinternas ou externas. Acompanhe algumas dicas sobre comomelhorar suas comunicaes enviadas por correio eletrnico:

    X a linguagem formal deve ser mantida e aproximar-se da carta, principalmente se a correspondncia forenviada para fora do setor;

    X no deve haver exagero no uso da linguagem informalem mensagens enviadas internamente, mesmo quandoestas substituem memorandos;

    X as regras gramaticais devem ser observadas e o assuntoexposto com clareza e boa organizao das ideias,mesmo que seja para um companheiro de trabalhoprximo;

  • 55Mdulo 1

    Unidade 2 Comunicaes e Documentos Oficiais

    X para e-mails que contiverem carta anexa, interessantemanter nesta a padronizao esttica estudadaanteriormente;

    X a mensagem que encaminha algum arquivo deve trazerinformaes mnimas sobre seu contedo;

    X para os arquivos anexados mensagem deve serutilizado, preferencialmente, o formato Rich Text(arquivos com extenso *.rtf ); e

    X se estiver disponvel, deve-se utilizar sempre o recursode confirmao de leitura. Caso no seja possvel,deve constar na mensagem o pedido de confirmaode recebimento (BRASIL, 2002).

    Flres (2007, p. 61) adverte que, para o uso da mensagemeletrnica como documento oficial, devem ser observados, ainda,os seguintes princpios:

    X os e-mails oficiais devem ter tratamento diferenciadodos pessoais e respeitar a hierarquia do receptor, peloemprego das formas de tratamento adequadas;

    X as mensagens eletrnicas s devem ser enviadasquando forem realmente necessrias;

    X se os e-mails merecem ser repassados, devem serantecedidos de uma introduo personalizada quejustifique o repasse; e

    X quando se tratar de e-mails circulares, a verso original enviada ao superior e as cpias para as pessoas donvel hierrquico do emissor e subalternos.

    Apesar de a mensagem eletrnica ser uma comunicaosimilar a do bilhete ou a do contato telefnico, seu texto torna-seum documento que pode ser utilizado, posteriormente, para diversosfins, do mesmo modo que os documentos impressos e arquivadosso utilizados em relatrios que comprovam rendimentos, custos etc.

  • 56Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

    Nos termos da legislao em vigor, para que a mensagem decorreio eletrnico tenha valor documental, isto , para que possaser aceita como documento original, necessrio existir certificaodigital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecidaem lei (BRASIL, 2002, p. 28).

    A Medida Provisria n. 2.200-2, de 2 de agosto de 2001,determina que, para ter validade legal, um documento eletrnicoprecisa ter um certificado digital emitido por alguma AutoridadeCertificadora (AC) autorizada pela Infraestrutura de Chaves PblicasBrasileira (ICP-Brasil).

    Esse tipo de certificao utiliza um recurso de criptografia(codificao numrica) dos documentos eletrnicos, para garantir-lhes a autenticidade, a integridade e a validade jurdica.

    A cert i f icao criptogrfica uti l izada tambm nasassinaturas digitais, o que permite comprovar que uma mensagemveio mesmo de determinado emissor, pois cada assinatura eletrnica acompanhada de um cdigo numrico de uso exclusivo de seuportador.

    Vale lembrar que a assinatura digital certificada pelas ACsautorizadas pela ICP-Brasil a nica forma de fazer com que aassinatura de um documento eletrnico tenha a mesma validadeque a assinatura manuscrita registrada em cartrio.

    Anlise de uma mensagem eletrnica

    Analise a mensagem eletrnica do Quadro 9, criada para aseguinte situao: Luiza enviou a mensagem para os seuscompanheiros de equipe do Ministrio da Cincia e Tecnologia(MCT). A empresa Transportadora Floripana atrasou a entrega demercadorias para o MCT, e a Luiza precisa obter de sua equipeuma informao e tentar resolver um problema.

  • 57Mdulo 1

    Unidade 2 Comunicaes e Documentos Oficiais

    Quadro 9: Mensagem de e-mail inadequadaFonte: Elaborado pelos autores

    Antes de prosseguir a leitura, reflita um pouco: quais so os

    problemas encontrados nessa mensagem eletrnica, com

    relao necessidade de serem enviadas comunicaes claras

    e eficazes?

    Um item importante diz respeito ao preenchimento do campoAssunto. Como vemos, no h informaes especficas. Colocarsomente a palavra atraso nesse campo pode dificultar alocalizao do e-mail em uma lista de e-mails extensa, fato muitocomum nas instituies que utilizam diariamente essa ferramentade comunicao. A soluo seria acrescentar, no mnimo, o nomeda transportadora em questo

    No tocante ao texto da mensagem, percebemos que h umaaproximao excessiva entre a linguagem escrita e a linguagemfalada. Entretanto, esse no um problema to significativo quantoo que percebemos na ltima sentena: Vou entrar em contatonovamente para tentar resolver o problema, ok?.

  • 58Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

    A partir do que Luiza escreveu, voc saberia dizer ao certocom quem ela entrar em contato novamente? Com a sua equipeou com a Transportadora Floripana? E mais: voc saberia dizercom segurana qual o problema que Luiza ir resolver? a questodo cancelamento do contrato da transportadora ou a do atraso naentrega da mercadoria? Se existem dvidas com relao a quemLuiza contatar novamente ou qual problema ela ir tentar resolver, porque o texto provoca respostas ambguas, no-claras,ou seja, permite que surjam interpretaes indesejadas,situao que, em muitos casos, pode gerar equvoco e at prejuzos.

    Alm disso, observe a maneira pela qual Luiza solicitainformao: O contrato dela vai ser cancelado, n?. Ela supe jsaber a resposta para sua pergunta e induz os interlocutores ameramente confirmarem seu palpite de que o contrato vai sercancelado. Isso pode provocar indisposio na equipe quanto aresponder satisfatoriamente pergunta ou a responder da maneirapela qual Luiza espera ser respondida.

    No Quadro 10, Luza refaz o e-mail com as alteraes quevisam tornar comum o seu pensamento e incentivar ou persuadir ointerlocutor a dar a resposta que ela espera:

    Quadro 10: Mensagem de e-mail adequadaFonte: Elaborado pelos autores

  • 59Mdulo 1

    Unidade 2 Comunicaes e Documentos Oficiais

    Em suma, no pensamento de Luiza tudoestava bastante claro: ela entraria em contatomais uma vez com a transportadora para tentarresolver o problema do atraso na entrega dasmercadorias compradas no ms anterior.Entretanto, seu primeiro e-mail (Quadro 9) notornava esse pensamento comum aos membrosda equipe e nem contribua para a obtenodas respostas desejadas. Por isso, no segundoe-mail (Quadro 10), a fim de corrigir essasfalhas, Luiza reescreve o texto com exatido,no omitindo dados relevantes para acorreta compreenso de suas ideias.

    ATA

    Podemos definir ata como o registro claro e preciso dasocorrncias de uma reunio, assembleia ou conveno. O que atorna um texto oficial o fato de que, aps aprovada, para efeitoslegais, assume a condio de documento.

    O local mais comum de registros de atas o livro de atas,que deve conter um termo de abertura e um termo de encerramento,assinados pela autoridade mxima da entidade ou por quem recebedaquela autoridade delegao de poderes para tanto; esta tambmpoder numerar e rubricar todas as folhas do livro (MARTINS;ZILBERKNOP, 1984, p. 130 apud FLRES, 2007, p. 95).

    O termo de abertura indica a finalidade do livro e escritona primeira pgina; o termo de encerramento escrito na ltimafolha do livro, depois de preenchido pelas atas. Veja os exemplos determo de abertura (Quadro 11) e termo de encerramento (Quadro 12):

    Gold (2005, p. 102) aponta que os maio-

    res problemas observados hoje em dia

    com relao s mensagens do correio

    eletrnico so a informalidade extrema-

    da e a pressa ao escrever, como se essa

    comunicao fosse uma fala despreo-

    cupada. Em muitos casos, isso acaba

    tornando a mensagem confusa e de dif-

    cil entendimento.

    Saiba mais

  • 60Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

    Quadro 11: Exemplo de termo de aberturaFonte: Flres (2007, p. 96)

    Termo de abertura

    Este livro contm 100 (cem) folhas numeradas e rubricadas por

    mim e se destina ao registro das Atas das Reunies da Comisso de

    ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , com sede nesta Capital, na

    Rua ................................................................................ n ...............

    Minha rubrica a seguinte: ....................................................................

    Florianpolis, 2 de janeiro de 2007.

    (assinatura)

    Termo de encerramento

    Eu, Fulano de Tal, Secretrio da Sade do Municpio de

    .........................................., declaro encerrado este livro de atas.

    Florianpolis, 18 de dezembro de 2007.

    (assinatura)

    Quadro 12: Exemplo de termo de encerramentoFonte: Flres (2007, p. 96)

    Componentes da ata

    Os componentes bsicos de uma ata so: cabealho,abertura, legalidade, referncia aos presentes, aprovao da ataanterior, desenvolvimento e fecho. Cada um desses componentesse apresenta com suas especificidades e se compe de elementosprprios, como:

    X Cabealho: nmero da ata ou da reunio e adenominao do grupo reunido.

    X Abertura: dia, ms, ano, hora, local da reunio, nomede seu presidente, ordem do dia ou pauta.

  • 61Mdulo 1

    Unidade 2 Comunicaes e Documentos Oficiais

    X Legalidade: segundo Flores (2007) a legalidade refere-se declarao do presidente de que existe qurum*,seguida da declarao de abertura da sesso. Oqurum da reunio varivel segundo o estatuto daentidade ou o regimento do rgo reunido:normalmente h qurum com a presena de dois terosdos convocados. Quando no se tem qurum, oestatuto ou regimento prev as condies para a 2convocao ou o 2 horrio da reunio e o nmeronecessrio de participantes para que a reunio ocorra.A inexistncia de qurum requer registro em ata e, nocaso da reunio ter ocorrido por este motivo, em 2convocao, isso deve ser informado na abertura.

    X Referncia aos presentes: identificao das pessoaspresentes, pelo nome ou por outra referncia; possvelainda, depois de conferida a lista de presena, fazer areferncia aos presentes pelo nmero de pessoas,quando a reunio tiver um nmero expressivo departicipantes.

    X Aprovao da ata anterior: a ata da reunio podeser aprovada logo aps a reunio ou no incio dareunio posterior. Neste segundo caso, registra-se o fato(leitura, discusso e aprovao da ata), as emendas eretificaes sugeridas (se houver) (FLRES, 2007).

    X Desenvolvimento: narrao sucinta e clara dos temasque foram tratados na reunio, organizada na sequnciaem que estes foram debatidos, sejam eles decisestomadas pelo grupo, propostas debatidas e votadas(com registro de votos a favor, contra e abstenes*),ou deliberaes dos membros da reunio.

    X Fecho: finalizao que pode ser realizada por meio deexpresso de praxe, como Nada mais havendo atratar ou Esgotada a pauta, seguida da declaraodo encerramento da reunio feita pelo presidente, onome da localidade, a data e a(s) assinatura(s).

    *Qurum O nmero m-

    nimo de pessoas pre-

    sentes exigido por lei ou

    estatuto para que um

    rgo coletivo funcione.

    Fonte: Ferreira (1999).

    *Absteno recusa vo-

    luntria de membro de

    assembleia de intervir,

    como participante, em

    discusso, deliberao,

    deciso etc. Fonte:

    Houaiss (2007).

  • 62Bacharelado em Administrao Pblica

    Redao Oficial

    Analise a ata do Quadro 13, elaborada com a finalidade deilustrar a redao dos componentes bsicos desse tipo dedocumento, em que o Conselho Municipal de Sade (CMS) deFlorianpolis se reuniu para deliberar sobre o adiantamentofinanceiro ao Hospital Municipal desta cidade.

    ATA N. 15 DA REUNIO DO CONSELHO MUNICIPAL

    DE SADE DE FLORIANPOLIS

    Aos nove dias do ms de junho de dois mil e cinco, s dez horas, na sala dereunies da Prefeitura Municipal de Florianpolis, o Conselho Municipal deSade (CMS) reuniu-se sob a presidncia do Secretrio Municipal de Sade,Senhor Fulano de Tal, para deliberar sobre o adiantamento financeiro ao HospitalMunicipal Santa Catarina. Constatada a existncia de qurum, o Presidenteabriu a reunio solicitando que o Representante do Hospital, Senhor Fulano deTal, justificasse aos conselheiros o pedido do adiantamento feito SecretariaMunicipal da Sade, lembrando-os da deliberao tomada na reunio do diatrinta de maro de dois mil e cinco, de no autorizar o gestor a efetuaradiantamento ao Hospital. Considerou, ainda, que a produo do ms j foientregue na contabilidade e que a Secretaria dever efetuar o pagamento at odia quinze de junho de dois mil e cinco. O Conselheiro Fulano de Tal esclareceuque o motivo do adiantamento o cumprimento de um mandado de execuode causa trabalhista. Repassou tambm questes sobre a defesa do Hospital e afalta de recursos imediatos para cumprimento do mandado. Dando continuidade,o Assistente Fulano de Tal questionou a Administrao de Pessoal sobre a situaodo Sindicato Patronal em relao aos encargos sociais. importante, segundo oAssistente, que o CMS saiba como est a verdadeira situao de empregador doHospital. Os conselheiros discutiram, ainda, a origem, a legalidade e o uso domicronibus pelos idosos, e lembraram o Secretrio Municipal dos compromissosassumidos pela atual administrao, com relao mobilidade dos usurios doHospital. Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente encerrou a reunios onze horas. Eu, Fulana de Tal, Secretria Substituta, lavrei a presente ata que,aps lida e aprovada, ser assinada por todos os presentes. Florianpolis, novede junho de dois mil e cinco.

    Fulano de Tal Fulano de Tal Fulano de TalPresidente Representante do HMSC Assessor do HMSC

    Fulana de Tal Fulano