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LIVRO DE RESUMOS DOS TRABALHOS APRESENTADOS NO EVENTO

LIVRO DE RESUMOS DOS TRABALHOS … · Marisa Fernandes de Castillo . Luiz Henrique Varzinczak - Diversidade beta taxonômica e ... parasito-hospedeiro para testar os pressupostos

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LIVRO DE RESUMOS DOS TRABALHOS APRESENTADOS NO EVENTO

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SUMÁRIO

CRONOGRAMA DO SIMPÓSIO ............................................................................................................. iv

ALUNOS DE MESTRADO

VANESSA M. RIBEIRO ........................................................................................................................ 1

ANA PATRÍCIA MYKITO .................................................................................................................... 2

ANA PAULA LULA COSTA .................................................................................................................. 3

ANDRESSA DURAN .............................................................................................................................. 4

BRUNO KAZUO NAKAGAWA .............................................................................................................. 5

DANIEL DE MIRANDA LINS ................................................................................................................ 7

ELENA FUKASAWA GALVANESE ....................................................................................................... 8

FRANCISCO GROTTA NETO ............................................................................................................... 9

GISELLE EVELISE BONETTI .............................................................................................................. 11

GUILHERME NOGUEIRA .................................................................................................................... 12

GUSTAVO EIDI YAMASSAKI .............................................................................................................. 13

ISABELA PREVIATE ............................................................................................................................ 14

ISRAEL SCHNEIBERG ......................................................................................................................... 15

JAQUELINE EVELYN PERSEGONA ..................................................................................................... 16

JULIANE COIMBRA BCZUSKA ............................................................................................................ 17

LUIZ GUILHERME DOS SANTOS RIBAS ............................................................................................. 18

LUIZ HENRIQUE VARZINCZAK .......................................................................................................... 19

MAIARA MATILDE DA SILVA ............................................................................................................ 20

MAIARA VICENTINI ........................................................................................................................... 21

MARIO ARTHUR FAVRETTO .............................................................................................................. 22

NATHALIA COLOMBO ........................................................................................................................ 23

RAFAELA BOBATO ............................................................................................................................. 24

RENATTHO N. OLIVEIRA ................................................................................................................... 26

THIAGO VINÍCIUS TRENTO OCCHI ................................................................................................... 28

RICARDO AUGUSTO CAMARGO DE OLIVEIRA ................................................................................. 29

RUDÁ PEREIRA ................................................................................................................................... 30

SAMUEL OLIVEIRA LIMAVERDE ....................................................................................................... 31

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ALUNOS DE DOUTORADO

ALLAN MAURÍCIO SANCHES BAPTISTA DE ALVARENGA ................................................................ 32

ANDRE C. BRUINJÉ ............................................................................................................................ 33

BRUNA SAVIATTO FAGUNDES ........................................................................................................... 34

CAMILA SILVEIRA DE LIMA .............................................................................................................. 35

CAROLINA SERENESKI DE LIMA ....................................................................................................... 36

CÍVIL PRISYLA CASADO DEL CASTILLO .......................................................................................... 37

DAIANE MARIA PILATTI .................................................................................................................... 38

DANIELE APARECIDA DE MORAES ................................................................................................... 39

ELIVANE SALETE CAPELLESSO ........................................................................................................ 40

EMANUEL LUIS RAZZOLINI ............................................................................................................... 41

FABRÍCIO DE ANDRADE FREHSE ....................................................................................................... 42

FLÁVIO HENRIQUE TINCANI OSÓRIO ............................................................................................... 43

GUSTAVO SOUZA SANTOS ................................................................................................................. 44

HUGO DE SIQUEIRA PEREIRA ............................................................................................................ 45

ISABELA MONTEIRO NEVES .............................................................................................................. 46

JANAÍNA DE ARAÚJO BUMBEER ........................................................................................................ 47

JÚLIO RICARDO BASTOS ................................................................................................................... 48

LETÍCIA LARCHER DE CARVALHO ................................................................................................... 49

LILIAN DALAGO SALGADO ................................................................................................................ 50

LUCIANA ZAGO S ............................................................................................................................... 51

LUIS ARTUR VALÕES BEZERRA ........................................................................................................ 52

MARCIA LUZIA MALANOTTE ............................................................................................................ 53

PABLO D. B. GUILHERME .................................................................................................................. 54

RAFAEL A. BAGGIO ........................................................................................................................... 55

RAUL RENNÓ BRAGA ......................................................................................................................... 56

SABRINA LOISE DE MORAIS CALADO ............................................................................................... 57

SANDRA CARLA FORNECK ................................................................................................................ 58

SUELEN CRISTINA ALVES DA SILVA PERETO .................................................................................. 59

TIAGO MACHADO-DE-SOUZA ........................................................................................................... 60

TIAGO SIMÕES MALUCELLI .............................................................................................................. 61

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APRESENTAÇÕES ORAIS 19 de Agosto (quarta-feira)

Anfiteatro 10 Anfiteatro 11 Horário Nome Orientador Banca Nome Orientador Banca

8:30-9:00 Elena Fukosawa Galvanese - Análise do efeito do aquecimento da água sobre cepas de mesma espécie de cianobactérias oriundas de regiões com temperaturas diferentes

André Padial Jana Teseroli, Márcia Marques

Daniel de Miranda Lins - Previsão de dispersão de ascídeas introduzidas utilizando modelagem de nicho

Rosana M. Rocha

Jean R. S. Vitule, Marcos Barbeitos

9:00-9:30 Israel Scheinberg - Redes de aves frugívoras em áreas urbanas.

Isabela G. Varassin

Jana Teseroli, Márcia Marques

Ana Paula Lula Costa - Influência da pressão de propágulos na fauna parasitária do predador invasor Micropterus salmoides em reservatórios

Jean R. S. Vitule Rosana M. Rocha, Marcos Barbeitos

9:30-10:00 Guilherme de S. Nogueira - Fenologia e diversidade genética de Ligustrum lucidum (Oleaceae): estratégias de dispersão de uma espécie com alto potencial invasor

Maria Regina Torres Boeger

Christopher Thomas Blum, Vitor Zwiener

Rudá Emanuel Egídio Pereira - Efeito da miniaturização na ecomorfologia do salto em Anura

Mauricio O. Moura

Carlos Eduardo Conte, James Roper

10:00-10:30 Maiara Matilde da Silva - Mecanismos de resposta contra herbivoria em espécies de restinga

Maria Regina Torres Boeger

Christopher Thomas Blum, Vitor Zwiener

Juliane Coimbra Bczuska - A migração do sabiá-una no Paraná: validando o comportamento e identificando seus potenciais determinantes bióticos e climáticos

Andre C. Guaraldo

Carlos Eduardo Conte, James Roper

10:30-11:00 Intervalo para café Intervalo para café

11:00-12:00 Wanessa Ramsdorf (UTFPR) - Monitoramento Ambiental Palestra - Anfiteatro 10

12:00-14:00 Intervalo para almoço Intervalo para almoço

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APRESENTAÇÕES ORAIS 19 de agosto (quarta-feira) (continuação)

Anfiteatro 10 Anfiteatro 11 Horário Nome Orientador Banca Nome Orientador Banca

14:00-14:30 Maiara Vicentini - Cádmio e seu potencial como desregulador endócrino em jundiás (Rhamdia quelen)

Helena C. S. Assis

Viviane Prodocimo, Marisa Fernandes de Castillo

Nathalia Colombo - Aspectos estruturais da assembleia de peixes em uma praia exposta.

Henry L. Spach Tânia Zalewsky, Wanessa do Carmo

14:30-15:00 Gustavo Eidi Yamassaki - Temperatura, pH e profundidade como preditores de diversidade ecofisiológica de espécies

Viviane Prodocimo

Luís F. Fávaro, Marisa Fernandes de Castillo

Isabela Previate - O uso das razões Ca:Sr e Ca:Ba em otólitos como ferramenta para avaliar uso de habitat, padrão de movimento e classificação do ciclo de vida de Centropomus parallelus no litoral do Paraná

Henry L. Spach André Guaraldo, Wanessa do Carmo

15:00-15:30 Ana Patrícia Mykito - Distribuição espacial das assembleias de peixes ao longo da zonação longitudinal no reservatório da UHE Mauá

Luís F. Fávaro Viviane Prodocimo, Marisa Fernandes de Castillo

Luiz Henrique Varzinczak - Diversidade beta taxonômica e filogenética em comunidades de morcegos Neotropicais

Fernando C. Passos

Márcio Pie, Henry L. Spach

15:30-16:00 Intervalo para café Intervalo para café 16:00-16:45 Letícia Larcher de Carvalho -

Estrutura de manguezais Sulbrasileiros e sua relação com o gradiente da planície de inundação

Maria Regina Torres Boeger

Victor Zwiener, Valéria C. Muschner

Raul Rennó Braga - Fusão Invasora: revisão da hipótese e teste experimental entre espécies não nativas invasoras

Jean R. S. Vitule Luís Fávaro, Henry L. Spach

16:45-17:30 Flávio Henrique T. Osório - Validação do gênero Astyanax (Baird e Girard, 1854) como biondicador de testes ecotoxicológicos

Marta M. Cestari

Luis F. Fávaro, Ciro A. O. Ribeiro

Rafael Antunes Baggio - Avaliação do comportamento de homing de grandes bagres do Alto Paraná: uma nova abordagem

Walter A. P. Boeger

Henry L. Spach, Jean R. S. Vitule

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APRESENTAÇÕES ORAIS 20 de agosto (quinta-feira)

Anfiteatro 10 Anfiteatro 11 Horário Nome Orientador Banca Nome Orientador Banca

8:30-9:30 Bruna Saviatto Fagundes - Filogeografia e estrutura genética de populações de Dicksonia sellowiana Hook. (Dicksoniaceae) da Floresta Atlântica

Valéria C. Muschner

Márcio R. Pie, Marta M. Cestari

Lilian Dalago Salgado - Monitoramento ambiental do Complexo Estuarino-Lagunar de Iguape-Cananéia

Helena C. S. Assis

Francisco Filipak, Ciro A. O. Ribeiro

9:30-10:30 Emanuel Luis Razzolini - Monogenoidea (Platyhelminthes) e seus hospedeiros Neotropicais: Um modelo parasito-hospedeiro para testar os pressupostos do Paradigma de Estocolmo

Walter A. P. Boeger

Maurício O. Moura, James Roper

Sabrina Loise de Morais Calado - Avaliação da contaminação e depuração de cianotoxinas em reservatórios do Paraná

Helena C. S. Assis

Tânia Zalesky, Ciro A. O. Ribeiro

10:30-11:00 Intervalo para café Intervalo para café

11:00-12:00 Daniel Brooks (University of Toronto) - The Stockholm Paradigm and Implications for Emerging Disease

Palestra - Anfiteatro 10

12:00-14:00 Intervalo para almoço Intervalo para almoço 14:00-15:00 Julio Ricardo Bastos - Avaliação da

produtividade primária da Floresta Atlântica no Sul do Brasil sob um enfoque funcional, taxonômico e conservacionista

Márcia Marques André A. Padial, Rosana M. Rocha

Civil Prisyla C. Del Castillo - Proposta de modelagem para avaliação da qualidade da água do Alto Iguaçu com base em diferentes estágios do ciclo de vida de Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard, 1824)

Ciro A. O. Ribeiro

Jean R. S. Vitule, Izonete Guiloski

15:00-16:00 Elivane Salete Capellesso - Diversidade e serviços ecossistêmicos em gradiente edáfico-suscessional da Floresta Tropical

Márcia Marques André A. Padial, Vitor Zwiener

Isabela Monteiro Neves - O mexilhão Perna perna (Linnaeus, 1758) em bancos naturais do sul do Brasil: diversidade genética, capacidade de recuperação ao extrativismo e resposta a estresses ambientais

Rosana M. Rocha

Maria Pil, James Roper

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APRESENTAÇÕES ORAIS 21 de Agosto (sexta-feira)

Anfiteatro 10 Anfiteatro 11 Horário Nome Orientador Banca Nome Orientador Banca

8:30-9:30 Sandra Carla Forneck - Pressão de propágulos: cientometria, meta-análise e avaliação dos efeitos da densidade de produção aquícola sobre o processo de invasão

Jean R. S. Vitule André A. Padial, Luís F. Fávaro

Hugo de Siqueira Pereira - Investimento em reprodução atual tem consequências para investimento em reprodução futura?

James Roper Maurício O. Moura, Lilian T. Manica

9:30-10:30 Luiz Artur Bezerra - Comunidade de peixes na bacia hidrográfica do Rio Paraná: teias tróficas, dispersão e bioinvasões

André A. Padial Luís F. Fávaro, Jean R. S. Vitule

Allan M. S. B. Alvarenga - Relações biomecânicas e alométricas em Araceae

Maria Regina Torres Boeger

Márcia Marques, Valéria C. Muschner

10:30-11:00 Intervalo para café Intervalo para café

11:00-12:00 Rodrigo Feitosa (UFPR-Zoo) - Formigas: histórias que este superorganismo conta sobre nós

Palestra - Anfiteatro 10

12:00-14:00 Intervalo para almoço Intervalo para almoço

14:00-15:00 Isabela G. Varassin (Coordenadora PPGECO) - O PPGECO e o sistema de avaliação da CAPES: novidades do Seminário de Acompanhamento 2015

Palestra - Anfiteatro 10

15:00-17:00 Apresentação de Painéis Apresentação de Painéis

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PAINÉIS 21 de agosto (sexta-feira)

14:00-16:00 - Departamento de Patologia # Trabalhos Orientador Banca 1 Andre Carreira Bruinjé - Estratégias reprodutivas e mecanismos de manutenção de características

polimórficas sexualmente selecionadas Mauricio O. Moura James Roper, Rosana Rocha 2 Camila Silveira de Lima - A influência de diferentes processos nas assembléias de pequenos mamíferos

na Mata Atlântica: uma abordagem em diferentes escalas Fernando C. Passos James Roper, Peterson Leivas

3 Carolina Sereneski de Lima - Grau de esclerofilia da comunidade arbórea de manguezais de Guaratuba, Paraná, Brasil Maria Regina T. Boeger Valéria C. Muschner, Márcia

Marques 4 Daiane Maria Pilatti - Ecological fitting em Schinus therebinthifolius Raddi: entendendo o processo de

dispersão e invasão da espécie Maria Regina T. Boeger Victor Zwiener, Jean R. S. Vitule

5 Daniele Aparecida de Moraes - Diversidade funcional e a coexistência de espécies arbóreas da Mata Atlântica do litoral do Paraná Marcia Marques André Padial, Maria Regina T.

Boeger 6 Fabrício de Andrade Frehse - Estruturas artificiais em ambientes aquáticos: revisão, meta-análise e

experimento de colonização por peixes em reservatórios Jean R. S. Vitule Luís F. Fávaro, Henry L. Spach

7 Márcia Luzia Malanotte - Padrões de floração de plantas polinizadas por beija-flores em diferentes escalas espaciais Isabela G. Varassin Victor Zwiener, Valéria C.

Muschner 8 Suelen Cristina da Silva Pereto - Trade-off entre investimento radicular e foliar depende da renovação de

nutrientes para a macrófita aquática Neotrópica Eichornia azurea (SW.) Kunth André A. Padial Márcia Marques, Maria Regina T. Boeger

9 Tiago Machado de Souza - Organização de comunidades de plantas e aves em formações pioneiras de planície de maré no sul do Brasil Isabela G. Varassin Lilian T. Manica, Ricardo

Belmonte-Lopes 10 Tiago Simões Malucelli - Organização das comunidades de beija flores e suas fontes de néctar em

diferentes escalas espaciais Isabela G. Varassin Lilian T. Manica, Ricardo Belmonte-Lopes

11 Gustavo Souza Santos - Plasticidade fenotípica de biomarcadores: uma abordagem comparativa em ecotoxicologia Marta M. Cestari Ciro A. O. Ribeiro, Izonete

Guiloski 12 Luciana Zago da Silva - Padrões espaciais na biodiversidade de morcegos do Novo Mundo Fernando C. Passos Peterson Leivas, Karla Campião 13 Pablo Damian B. Guilherme - A importância das fisiografias praiais e da etologia no monitoramento da

abundância e distribuição do caranguejo Ocypode quadrata em praias do litoral brasileiro. Carlos Alberto Borzone Rodrigo Feitosa, Tânia Zaleski

14 Vanessa Maria Ribeiro - Avaliação experimental da hipótese de Ingenuidade Ecológica (Naïveté hypothesis) utilizando predadores introduzidos Jean R. S. Vitule Márcio R. Pie, Rodrigo Feitosa

15 Andressa Duran - Evolução do nicho climático em primatas Marcio R. Pie Peterson Leivas, James Roper 16 Bruno Kazuo Nakagawa - Parâmetros populacionais e padrão de movimentação do Micropterus

salmoides (Centrarchidae) no Reservatório do Passaúna, Paraná, Brasil. Jean R. S. Vitule Luís F. Fávaro, Henry L. Spach

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PAINÉIS

21 de Agosto (sexta-feira) (continuação...) 14:00-16:00 - Departamento de Patologia

# Trabalhos Orientador Banca 17 Francisco Grotta Neto - Padrão de atividade e uso do espaço de Mazama gouazoubira (Cervidae,

Cetartiodactyla) por colares GPS e armadilhas fotográficas Fernando C. Passos Márcio R. Pie, Carlos Eduardo Conte

18 Giselle Evelise Bonetti - O tamanho de ninhada e as suas consequências para o sucesso reprodutivo em Tachycineta leucorrhoa James J. Roper Peterson Leivas, Fernando C.

Passos 19 Jaqueline Evelyn Persegona - Beija-flores aparentemente monomórficos exibem dimorfismo? James J. Roper Fernando C. Passos, Maria W. Pil 20 Luiz Guilherme dos Santos Ribas - Fatores ecológicos que influenciam na performance vegetativa da

invasora Hydrilla verticillata André A. Padial Márcia Marques, Valéria C. Muschner

21 Mario Arthur Favretto - Restrição a locais de reprodução e sazonalidade de Tachuris rubrigastra (Aves: Tachurididae) e Phleocryptes melanops (Aves: Furnariidae) no litoral sul do Brasil

Marcos Ricardo Bornschein

Ricardo Belmonte-Lopes, Carlos Eduardo Conte

22 Rafaela Bobato - Reprodução e cuidado uniparental em uma espécie com poliginia de lek, Chiroxiphia caudata (Shaw & Nodder, 1793) James J. Roper Maria W. Pil, Lilian T. Manica

23 Renattho Nitz Oliveira - Padrões Globais de Beta Diversidade Filogenética em Anuros Mauricio O. Moura Márcio R. Pie, Karla Campião 24 Ricardo Augusto C. de Camargo - Relação entre diversidade funcionale o processo de decomposição na

Mata Atlântica Marcia Marques André A. Padial, Maria Regina T. Boeger

25 Samuel Oliveira Limaverde - Análise comportamental das esfregações e influência da coloração destas na dinâmica social de Alouatta clamitans em cativeiro Fernando C. Passos Karla Campião, Peterson Leivas

26 Thiago Vinicius Trento Occhi - Ecofisiologia e Potencial invasor de Charybdis hellerii em comparação com espécies nativas da baía de Paranaguá Viviane Prodocimo Maritana M. Prodocimo, Marta

M. Cestari 27 Janaína de Araújo Bumbeer - Biodiversidade, suscetibilidade e estruturação das comunidades bênticas de

substratos consolidados naturais e artificiais no Paraná: implicações para a conservação Rosana Rocha Henry L. Spach, James Roper

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Avaliação experimental da hipótese de Ingenuidade Ecológica (Naïveté hypothesis) utilizando

predadores introduzidos

Vanessa M. Ribeiro e Jean R. S. Vitule

Laboratório de Ecologia e Conservação - LEC - UFPR

Muitas hipóteses já foram propostas na tentativa de entender o sucesso de invasão de espécies não-

nativas, entre elas a hipótese de Ingenuidade Ecológica. Tal hipótese sugere que a falta de história co-

evolutiva entre predadores não-nativos e a comunidade invadida pode resultar na falta de

comportamentos antipredação, facilitando o estabelecimento e aumentando os impactos de predadores

não-nativos. A hipótese foi testada experimentalmente ao expor duas espécies de presas nativas

(Astyanax altiparanae e Moenkhausia forestii) aos estímulos visual e químico de predadores não-nativos

(Cichla sp. e Astronotus ocellatus) e nativo (Hoplias malabaricus). Todo o experimento foi filmado e

as análises baseadas em cinco comportamentos: uso do habitat, segregação de habitat, atividade,

evitação e abordagem. Para uso do habitat (não-nativo, nativo e neutro), A. altiparanae exibiu uma

preferência pelo habitat nativo, ao contrário de M. forestii que mostrou uma preferência por habitats

vegetados (nativo e exótico). Frente aos estímulos visual, químico ou à combinação deles, houve uma

pequena alteração do padrão de ocupação de habitat para A. altiparanae e M. forestii, porém essas

mudanças não diferiram entre os predadores. Em relação à segregação de habitat, A. altiparanae evitou

permanecer no mesmo habitat que os predadores, já que passaram a maior parte do tempo no habitat

totalmente oposto. Já M. forestii não exibiu segregação frente à nenhuma espécie de predador. Os demais

comportamentos ainda estão sendo analisados.

Palavras-chave: invasão biológica, interação predador-presa, comportamentos antipredação, presa

ingênua, Alto Rio Paraná

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Distribuição espacial das assembleias de peixes ao longo da zonação longitudinal no reservatório

da UHE Mauá.

Ana Patrícia Mykito e Luís Fernando Fávaro

Laboratório de Reprodução e Comunidade de Peixes

A implantação de hidrelétricas acarreta um grande stress à comunidade de peixes, especialmente pela

formação do reservatório, modificando o ambiente lótico em lêntico, alterando e desestabilizando os

fatores abióticos do ecossistema. Antes da formação do reservatório, áreas vegetadas são mantidas e em

outras áreas a vegetação é retirada, sendo posteriormente ambas as áreas alagadas durante o enchimento.

Em um reservatório identificam-se três zonas: fluvial, de transição e lacustre, onde as condições

ambientais influenciam a estruturação das assembleias de peixes. Ao longo do tempo as variáveis

abióticas tendem a se estabilizar, permitindo através do processo de sucessão, que a comunidade

aquática se reestabeleça, entretanto, modificada da original. A fim de testar a hipótese de que as áreas

com vegetação submersa, dentro de cada zona do reservatório, apresentam estrutura da assembleia de

peixes diferente das áreas sem vegetação submersa, o presente estudo objetiva analisar e caracterizar as

assembleias de peixes (Riqueza, Diversidade de Shanonn-Wiener, Equitatividade de Pielou) ao longo

do gradiente longitudinal relacionando com os fatores físicos e químicos da água e ainda com a

presença/ausência de vegetação submersa. O reservatório analisado será a UHE Mauá (área ≈ 84 km²),

localizado no rio Tibagi, entre os municípios de Telêmaco Borba e Ortigueira/PR, formado em 2012 e

provavelmente, em fase de estabilização. As coletas dos parâmetros abióticos da água (temperatura,

oxigênio dissolvido, pH e turbidez) e dos peixes serão realizadas em diferentes pontos ao longo do

reservatório, contemplando áreas com e sem vegetação submersa, em um único período do ano. Os

fatores ambientais serão analisados para caracterizar as zonas fluvial, de transição e lacustre e

possibilitar a relação destas com as assembleias de peixes. A coleta dos peixes será realizada com redes

de espera de diferentes malhagens, por um período de 24 horas com revisão a cada 6 horas, em cada

ponto amostral.

Palavras-chave: gradiente ambiental, vegetação submersa, rio Tibagi.

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Influência da pressão de propágulos na fauna parasitária do predador invasor Micropterus

salmoides em reservatórios

Ana Paula Lula Costa e Jean Ricardo Simões Vitule

Laboratório de Ecologia e Conservação

A introdução de espécies é uma das principais causas de mudança global e ameaça a biodiversidade o

funcionamento dos ecossistemas. Espécies não nativas carregam consigo uma comunidade de patógenos

e parasitas que são introduzidos indiretamente, podendo assim causar impactos negativos às espécies

nativas e aos ambientes invadidos. São muitos os fatores bióticos e abióticos que influenciam o sucesso

ou não da sua invasão. Um dos fatores importantes para o estabelecimento de espécies não nativas é a

pressão de propágulo, porém, poucos trabalhos abordam esse tópico no sucesso de estabelecimento e de

invasão. Este trabalho objetiva avaliar a influência da pressão de propágulos no sucesso de invasão dos

parasitos relacionados a um predador de topo não nativo, Micropterus salmoides, conhecido no Brasil

como blackbass. Esta espécie tem como principal vetor a pesca esportiva, sendo que, em locais onde a

pesca é liberada inúmeros eventos de introdução ocorrem anualmente de forma intencional por parte

dos pescadores, aumentando assim a pressão de propágulo da espécie no local. Portanto, comparar locais

onde a pesca é liberada e onde ela é proibida permitira avaliar a influência da pressão de propágulos na

fauna parasitária de M. salmoides. Os peixes serão coletados em quatro reservatórios da região

metropolitana de Curitiba, que possuem como principal característica a ausência ou presença da pesca

esportiva. Os espécimes serão analisados para a presença de ecto e endoparasitos. A fauna encontrada

será comparada entre os reservatórios, diferenças relacionadas às condições ambientais dos diferentes

locais também serão analisadas. A priori é esperado que reservatórios com maior pressão de pesca

esportiva apresentem fauna parasitária mais rica e diversa (alfa e beta), tanto para espécies nativas como

não nativas, e que a pressão diferencial dos propágulos, ou seja, da pesca, sobrepuje outras fontes de

variação quanto aos parasitas como variável resposta, em especial os não nativos.

Palavras-chave: biologia de invasão, Micropterus salmoides, fauna parasitária, pressão de propágulos.

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Evolução do nicho climático em primatas

Andressa Duran e Marcio Roberto Pie

Laboratório de Dinâmica Evolutiva e Sistemas Complexos

Nichos climáticos têm cada vez mais se tornado um tema central em nossa compreensão de uma

variedade de fenômenos ecológicos e evolutivos, como as distribuições geográficas das espécies e

gradientes latitudinais de diversidade. Apesar do aumento da disponibilidade de conjuntos de dados

abrangentes sobre a distribuição das espécies, suas histórias filogenéticas e condições ambientais,

estudos sobre a evolução dos nichos climáticos apenas começaram a compreender como nichos evoluem

ao longo do tempo evolutivo. Neste trabalho, utilizando primatas como um sistema modelo, integramos

métodos filogenéticos comparativos desenvolvidos recentemente, padrões de distribuição de espécies e

dados climáticos para explorar a evolução do nicho climático em primatas, tanto entre clados como ao

longo do tempo. Em geral, verificou-se que os modelos simples, com taxa de evolução constante,

fornecem uma representação pobre de como nichos climáticos evoluem. Por exemplo, ocorreram

mudanças na taxa de evolução de nicho climático em diversos clados, em particular, em resposta à

diminuição da temperatura global, especialmente nos últimos 10 milhões de anos. Curiosamente,

acelerações nas taxas de evolução ocorreram mais frequentemente do que desacelerações das taxas.

Estes resultados destacam a importância de considerar modelos de evolução mais realistas que permitam

a detecção da heterogeneidade no tempo e modo de evolução dos nichos climáticos. Além disso, nossos

resultados mostram uma importante interação entre a variação nas taxas de evolução de nicho climático

ao longo da história evolutiva dos clados com mudanças climáticas globais que ocorreram ao longo do

curso do Mioceno.

Palavras-chave: macroecologia, macroevolução, métodos filogenéticos comparativos, heterogeneidade

de taxas, Catarrhini, Platyrrhini, Strepsirrhini.

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Parâmetros populacionais e padrões de movimentação do Micropterus salmoides (Blackbass) no

reservatório do Passaúna, Paraná, Brasil.

Bruno Kazuo Nakagawa e Jean Ricardo Simões Vitule.

Laboratório de Ecologia e Conservação – LEC.

Nos últimos séculos, o ser humano vem alterando continuamente os ecossistemas, devido a vários

fatores, entre eles, a introdução de espécies não nativas, modificando, assim, a distribuição das espécies

no planeta em taxas crescentes e incomparáveis à eventos naturais. Os peixes são um dos grupos mais

problemáticos para o estudo de invasões, e, no Brasil, isso se amplifica em função da biodiversidade

única e grande pressão por introduções por diferentes vetores relacionados ao crescimento econômico.

O Micropterus salmoides (Black bass), é um peixe predador de grande porte, nativo da América do

Norte, que ocupa o quinto lugar entre as espécies mais introduzidas em águas interiores. No Brasil foi

introduzido por volta de 1922 e tem sido registrado em vários reservatórios da região metropolitana de

Curitiba, porem não existem estudos que avaliem o potencial invasor desta espécie. Com isso, este

trabalho pretende avaliar o sucesso de invasão da espécie M. salmoides através de estimativas

populacionais, já que populações invasoras podem atingir alta taxa de crescimento e densidades maiores

que populações nativas. Isso pode acarretar, no caso de predadores, forte pressão de predação e

competição com espécies residentes. A capacidade de dispersão da espécie também será avaliada,

através de padrões de movimentação. A abundância, densidade e a estrutura da população de M.

salmoides serão estimadas através da técnica de captura-marcação-recaptura. A captura dos indivíduos

está sendo feita através de pesca com iscas artificiais. O esforço de cada fase é padronizado para oito

horas de pesca com seis pescadores, sendo dois pescadores ocupando um trecho do reservatório,

totalizando três trechos. Alem da fase de campo mensal padronizada, também são feitas coletas não

padronizadas com o esforço de campo variado. Os indivíduos capturados são anestesiados em solução

de óleo de cravo e posteriormente medidos (comprimento total e padrão), pesados e marcados com um

tag numerado (T-bar anchor tag). Após a recuperação do anestésico, os exemplares são liberados no

mesmo local da captura, e este local é georeferenciado. Os indivíduos recapturados são novamente

medidos, pesados e o local de recaptura georeferenciado, e, então liberados novamente. A estimativa do

tamanho populacional foi realizada pelo método de Petersen, mas também será feita pelo método de

Shanabel, pois aceita múltiplas recapturas. Ao fim das coletas, os dados serão analisados pelo programa

MARK, específico para análises de parâmetros populacionais. A preferência de M. salmoides por algum

trecho do reservatório e a diferença entre os trechos pela transparência foram calculadas por ANOVA.

O padrão de movimentação dos peixes é representado pelas distancias percorridas por indivíduos de

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diferentes classes de tamanho, dada pela formula de Sturges, e pelo intervalo de dias entre captura e

recaptura. Esta distância é o menor trajeto possível entre o local de captura e recaptura. Até o momento,

doze fases de campo já foram realizadas, marcados 1482 indivíduos e recapturados 82 (5,53%). A

estimativa do tamanho da população é de 19076 indivíduos, segundo o método de Petersen. Os trechos

são diferentes quanto a transparência (F2,24 = 22,083; p = 0,000) , mas não existe uma preferência de

M. salmoides por algum trecho ( F2,33 = 1,091; p = 0,347).

Palavras chaves: bioinvasão; captura-marcação-recaptura; Centrarchidae; ecologia espacial.

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Previsão de dispersão de ascídias introduzidas utilizando modelagem de nicho.

Daniel de Miranda Lins e Rosana Moreira da Rocha

Laboratório de Sistemática e Ecologia de Invertebrados Marinhos

Invasões biológicas causam modificações na ecologia dos ecossistemas marinhos e costeiros,

homogeneizando comunidades e reduzindo a biodiversidade. O fluxo de espécies criado pela atividade

humana se intensifica com o comércio globalizado e traz diversas consequências para os ecossistemas

e para o próprio homem. Um dos principais vetores em ambientes marinhos e costeiros é a navegação.

Ascídias ocorrem em todo o globo, são organismos sésseis quando adultos e com curto período larval

livre-natante. Sua baixa capacidade de dispersão as impossibilita de transpor grandes distâncias

geográficas, o que possibilita a separação da dispersão natural e da introdução carreada pela atividade

humana. A dispersão transoceânica, por exemplo, geralmente depende do transporte humano. O objetivo

desse trabalho será entender as condições ambientais que permitem a sobrevivência de espécies

invasoras e prever o risco de dispersão e invasão na costa brasileira, contribuindo assim com uma

avaliação do risco de espécies-alvo se tornarem invasoras a partir de um sistema de modelagem de

distribuição de espécies (SDM) baseado em nicho climático. Muitos fatores confluem para uma espécie

introduzida se tornar invasora: a frequência que a introdução das espécies ocorre, as características

biológicas das espécies, as condições do meio onde estão sendo introduzidas e a similaridade com o

meio de origem são alguns fatores de destaque. As espécies incluídas no estudo foram escolhidas de

acordo com os seguintes critérios: registro conhecido de invasibilidade em pelo menos um local,

presença em regiões semelhantes à costa brasileira, probabilidade de transporte em função das rotas dos

navios nos principais portos brasileiros, diversidade de organização corporal e filogenética. Serão

reunidas informações sobre localidades de ocorrência e parâmetros ambientais associados a estas

localidades. Como resultado importante deste projeto, se espera obter uma lista de espécies-alvo para

informar programas de monitoramento ambiental, com indicação dos locais de maior risco de invasão

na costa brasileira.

Palavras-chave: tunicata, ascidiacea, bioinvasão, modelagem de nicho.

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Comparação do desempenho de cianobactérias brasileiras e uruguaias em cenários de mudanças

climáticas.

Elena Fukasawa Galvanese e André Andrian Padial

Laboratório de Análise e Síntese de Biodiversidade.

Os efeitos de mudanças climáticas em ambientes aquáticos podem ser intensos, uma vez que as espécies

normalmente respondem rápido às variações em curto espaço de tempo. Entender os mecanismos

ecológicos desses ambientes é ainda mais importante quando consideramos o manejo da água para

consumo. Um dos organismos que mais preocupa em termos sanitários são as Cianobactérias. A

formação de blooms dessas microalgas que pode prejudicar o abastecimento tem sido frequentemente

associada à eutrofização e aumento da temperatura da água. Nesse sentido, sob o contexto de

aquecimento global, compreender os mecanismos ecológicos e inferir possíveis mudanças na dinâmica

de crescimento desse grupo torna ainda mais importante. A fim de avaliar a capacidade adaptativa desses

organismos sob um cenário de aquecimento global, o presente trabalho objetiva a comparação do

desempenho entre duas cepas de cianobactérias de ambientes com temperaturas médias atuais distintas.

A espécie escolhida é a Cylindrospermopsis raciborskii, que é amplamente distribuída e de fácil cultivo.

As cepas (provenientes do Paraná e Uruguai) também serão avaliadas em relação ao efeito que a

aclimatação possa ter sobre o desempenho comparativo delas. Serão escolhidas duas temperaturas e

utilizado espectrofotômetro para a determinação da curva de crescimento. Se não houver tempo de

aclimatação em um cenário de mudanças climáticas, é esperado um melhor desempenho da cepa

brasileira, o que indicaria que cepas de menores latitudes provavelmente irão substituir as das regiões

com maiores latitudes. Porém, a ampla tolerância termal pode eliminar alguma desvantagem da cepa

uruguaia, especialmente se tais cepas foram aclimatadas em temperaturas mais altas.

Palavras-chave: C. raciborskii, aquecimento global, curva de crescimento, aclimatação, tolerância

termal.

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Padrão de atividade e uso do espaço de Mazama gouazoubira (Cervidae, Cetartiodactyla) por

colares GPS e armadilhas fotográficas

Francisco Grotta Neto e Fernando de Camargo Passos

Laboratório de Biodiversidade, Conservação e Ecologia de Animais Silvestres

As características ecológicas do gênero Mazama são as principais causas da escassez de informações

dos cervídeos desse gênero em vida livre. Para contornar tal problema, estudos com ferramentas

alternativas são essenciais para a obtenção de conhecimento. Os objetivos deste trabalho são estimar e

comparar o padrão de atividade e o uso do espaço do veado-catingueiro (Mazama gouazoubira) por

meio de colares GPS e armadilhas fotográficas. Em julho de 2011, sete veados-catingueiro foram

equipados com colares GPS radiotransmissores em uma região central do Pantanal brasileiro. Os colares

tiveram duas programações: uma programação primária para a coleta de pontos geográficos a cada 13

horas de outubro de 2011 à setembro de 2012, utilizados para a determinação do uso do espaço; e uma

programação secundária de coleta de pontos a cada 15 minutos durante 72 horas, duas vezes ao ano, em

outubro de 2011 e fevereiro de 2012, utilizada para determinar o padrão de atividade através da distância

percorrida nos diferentes períodos do dia. Além desta, a atividade também foi medida com base nos

“acelerômetros” dispostos nos colares, os quais coletaram a aceleração média de movimentos em dois

eixos a cada 5 minutos durante o ano de monitoramento. No mesmo período, 20 armadilhas fotográficas

foram programadas para fotografar durante as 24 horas do dia dentro de uma área amostral de 500

hectares que abrangeu o maior número de animais capturados (n=4). De acordo com os registros

fotográficos, é possível determinar o padrão de atividade dos animais de acordo com a proporção de

fotos nos diferentes períodos do dia e determinar a área de vida e uso do espaço de acordo com os

registros nos diferentes pontos e habitats. Quatro períodos do dia foram considerados para a análise de

atividade: alvorada, crepúsculo (respectivamente 1 hora antes à 1 hora depois do nascer e pôr do sol),

dia e noite. Cinco tipos de hábitats foram considerados para a determinação do uso do espaço: baía,

campo, campo cerrado, cerrado e floresta. A área de vida fora calculada ligando os pontos geográficos

mais externos (Mínimo Polígono Convexo – MPC), considerando 100 e 95% das localizações dos

animais por meio das armadilhas fotográficas e colares GPS, respectivamente. A atividade da espécie

medida por meio do deslocamento e aceleração dos dispositivos dos colares diferiram entre os períodos

do dia (ANOVA, F3.3360 = 44,15, r² = 0.037, p < 0.05). O mesmo pôde ser observado de acordo com a

frequência de fotos obtidas. Para ambas ferramentas, a espécie apresentou picos de atividade nos

períodos crepusculares (alvorada e crepúsculo). A análise de regressão mostrou que as variáveis

climáticas não apresentam influência na atividade (deslocamento). As áreas de vida calculadas variam

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de 33,87 à 97,67ha para os colares GPS e de 47,54 à 74,73ha para as armadilhas fotográficas. Não houve

diferença das áreas entre as duas ferramentas (t-Student, t = -0.19, gl = 6.78, p = 0.8). Por fim, a

utilização de hábitats será calculada por meio do teste de qui-quadrado dos registros fotográficos da

espécie nos diferentes hábitats de acordo com suas disponibilidades no ambiente.

Palavras-chave: Veado-catingueiro, área de vida, telemetria, ecologia espacial e Pantanal.

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O tamanho de ninhada e as suas consequências para o sucesso reprodutivo em Tachycineta

leucorrhoa

Giselle Evelise Bonetti e James Joseph Roper

Laboratório de dinâmicas populacionais e conservação de vertebrados terrestres

Nas aves, o tamanho padrão de ninhadas tende ao ótimo, mas segue variações latitudinais que, junto a

fatores fisiológicos e ambientais, influenciam a história de vida. A andorinha-de-sobre-branco

(Tachycineta leucorrhoa, Hirundinidae) é indicada para a comparação de efeitos latitudinais. Apesar de

ser uma espécie subtropical, realiza um sucesso reprodutivo por ano, o que é característico de espécies

temperadas. Com o objetivo de compreender se a dinâmica reprodutiva da espécie maximiza o seu

número de ovos, testamos se o aumento de ninhadas compromete o crescimento e a sobrevivência de

filhotes, assim como o valor reprodutivo residual de fêmeas. Adicionalmente, testamos se a idade das

fêmeas tem um reflexo positivo no seu sucesso reprodutivo. O experimento consistiu no monitoramento

e manipulação de ninhadas em caixas-ninho, localizadas nas margens de duas represas no município de

Piraquara, no Paraná, durante a estação reprodutiva de 2014. Indivíduos adultos foram capturados,

pesados, medidos e anilhados (exceto em recapturas). A manipulação do tamanho das ninhadas, com a

troca aleatória de ovos entre ninhos com postura sincrônica, resultou em ninhadas controle, aumentadas

e reduzidas em comparação ao número modal de ovos. Ovos e ninhegos, estes durante o crescimento e

um pouco da data de independência, foram pesados e medidos. Os filhotes foram anilhados e

monitorados até a data de saída do ninho. Também utilizamos os dados do estudo de Wischoff (2014),

realizado na mesma área durante 2012 e 2013, o que permitiu avaliar a ocorrência de efeitos residuais

das manipulações anteriores, além de fornecer um histórico reprodutivo das fêmeas. Taxas de retorno e

recrutamento, bem como o investimento na postura, do ano de 2015 ainda serão obtidos no início da

estação reprodutiva e incluídos no estudo. Análises preliminares mostraram que as fêmeas tendem a

apresentar posturas mais numerosas ao longo dos anos, independente dos tratamentos, o que indica que

o aumento da experiência reprodutiva permite a criação de uma quantidade maior de filhotes. Entretanto,

ao contrário do esperado, os resultados indicam que aumentos de ninhada não afetam gerações futuras,

com diminuição do valor reprodutivo residual. Além disso, a taxa de crescimento dos filhotes não variou

entre tratamentos, o que indica que o tamanho modal de ninhadas não é ótimo.

Palavras-chave: Manipulação de ninhadas, caixas-ninho, história de vida, custos reprodutivos

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Fenologia e diversidade genética de Ligustrum lucidum (Oleaceae): estratégias de dispersão de

uma espécie com alto potencial invasor

Guilherme Nogueira e Maria Regina Torres Boeger

Laboratório de Morfologia e Ecologia Funcional

Ligustrum lucidum (Oleaceae) é uma árvore nativa da China, invasora no Brasil e em vários outros

países por ser utilizada na ornamentação urbana. Os modelos de invasão que dependem da fenologia

têm relação com o conceito de nicho temporal, no qual as espécies invasoras podem partilhar os recursos,

reduzir a competição interespecífica e, dessa forma, promover a coexistência. Extensões dessa teoria

sugerem que diferentes padrões fenológicos podem resultar em vantagem competitiva para as espécies,

principalmente em relação à dispersão de novos indivíduos. Por proporcionar uma oferta abundante de

recursos para as aves durante o inverno, L. lucidum é uma das fontes de alimento preferida pelos pássaros

da região, aumentando sua probabilidade de dispersão para novos ambientes e, consequentemente,

promovendo o fluxo gênico entre diferentes populações. Assim, os objetivos deste estudo são:

caracterizar as fenofases de L. lucidum ao longo do ano, bem como observar e identificar os possíveis

polinizadores e dispersores, e caracterizar, geneticamente, diferentes populações da espécie na região

de Curitiba. Dezessete indivíduos de L. lucidum serão selecionados aleatoriamente em um fragmento de

floresta ombrófila mista para a observação das fenofases que serão realizadas a cada 15 dias com auxílio

de binóculo bilocular. As fenofases de cada indivíduo serão qualificadas e quantificadas através dos

Índices de Atividade e de Intensidade de Fournier e posteriormente serão correlacionadas às variáveis

ambientais. Para os estudos de variabilidade genética serão coletadas folhas de aproximadamente 30

indivíduos por população, em 21 áreas da cidade de Curitiba. Após a extração do DNA, os indivíduos

serão amplificados via PCR para, pelo menos, cinco marcadores ISSR, e analisados segundo

metodologias usuais de genética de populações. Espera-se caracterizar a ocorrência e a intensidade das

fenofases para a espécie na área de estudo, assim como verificar se ocorre fluxo gênico entre as

populações decorrentes do processo de dispersão.

Palavras-chave: alfeneiro, floresta ombrófila mista, fluxo gênico, índice de intensidade de Fournier,

marcadores ISSR.

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Crescimento do predador invasor Micropterus salmoides: revisão de literatura e experimentos

sobre os efeitos da temperatura e do tipo de presa

Gustavo Eidi Yamassaki; Viviane Prodocimo; Jean Ricardo Simões Vitule

Departamento de Fisiologia

Dentre os principais fatores que influenciam a perda de biodiversidade em ecossistemas continentais de

água doce destaca-se a introdução de espécies exóticas. Uma espécie invasora, uma vez estabelecida,

sendo capaz de sobreviver e se reproduzir, pode causar sérios danos à comunidade de espécies nativas.

O peixe exótico Micropterus salmoides foi introduzido no Brasil em 1922, e apesar de terem se passado

quase um século, apenas recentemente começaram-se os estudos sobre seu processo de invasão em

reservatórios subtropicais. Este trabalho tem dois propósitos: i) revisão de literatura; ii) experimentos

laboratoriais baseados em informações obtidos na revisão. O primeiro objetivo é obter informações

sobre crescimento, reprodução e tamanho populacional de Micropterus salmoides em locais de

ocorrência natural e ecossistemas invadidos, através de busca sistematizada por literatura específica.

Esta revisão servirá de subsídio para um melhor entendimento sobre a invasão da espécie em

ecossistemas do Brasil, além de fornecer parâmetros para os experimentos em laboratório. O segundo

objetivo, será realizado em laboratório visando avaliar o crescimento de Micropterus salmoides em

diferentes temperaturas com duas dietas distintas. O experimento terá duração de 90 dias, sendo

realizado em 3 condições de temperatura: 20°C (controle), 15°C e 25°C (experimentais). Ao todo serão

capturados 90 exemplares do predador Micropterus salmoides no reservatório de abastecimento de água

do Rio Passaúna, situado na região metropolitana de Curitiba. Posteriormente, os animais serão alocados

individualmente em aquários com estruturas e densidades de presas simulando o ecossistema natural do

reservatório, totalizando 30 animais para cada condição experimental. Metade dos animais de cada

tratamento será alimentada com tilápia (espécie invasora) e a outra com cará (espécie nativa). Os animais

serão monitorados, medidos e pesados a cada 10 dias. Através do índice de Eficiência Alimentar (ganho

de massa/consumo médio mensal de alimento) será possível determinar quanto do alimento consumido

foi utilizado para o crescimento, qual dos fatores temperatura vs tipo de presa obteve-se maiores taxas

de crescimento, e quanto foi utilizado como energia para outros processos fisiológicos (“trade-off”).

Palavras-chave: Micropterus salmoides, crescimento, trade-off.

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O uso das razões Sr:Ca e Ba:Ca em otólitos como ferramenta para avaliar uso de habitat,

padrão de movimento e classificação do ciclo de vida de Centropomus parallelus no litoral do

Paraná

Isabela Previate, Henry L. Spach, Alberto T. Correia

Laboratório de Ecologia de Peixes

A composição química dos otólitos é amplamente utilizada para compreender a resolução da estrutura

populacional de peixes caracterizados por um elevado fluxo gênico, em particular de espécies

migratórias, com uma fase larval pelágica de longa duração, sobretudo quando existe uma

heterogeneidade ambiental que se reflete nesta composição. O conhecimento acerca da ecologia das

espécies é fundamental na identificação das unidades populacionais, no estabelecimento de rotas

migratórias e no estudo da conectividade entre as zonas de desova ou berçário, zonas de recrutamento

e crescimento. Esta informação é fundamental para uma gestão integrada e racional dos recursos

pesqueiros, bem como para a preservação de espécies piscícolas. A grande diversidade de espécies na

zona litoral costeira é resultado de um mosaico composto por diversos ecossistemas interligados

(manguezal, bancos de gramas marinhas, substratos consolidados e inconsolidados), que criam

condições para a dispersão e troca de larvas, juvenis ou adultos de diversas espécies entre diferentes

habitats. Historicamente esses ecossistemas sofrem ações antrópicas, o que causa a perda de habitat e

inviabiliza o seu uso por organismos. Essa conexão entre habitats é importante para as comunidades

marinhas, pois promove a ligação das populações locais por meio da dispersão de indivíduos, indicando

auto-recrutamento local e a chegada de indivíduos de outras populações. Existem espécies que, pelo seu

interesse biológico e comercial, e relativa facilidade de captura, podem ser selecionadas como espécies

alvo para este tipo de estudo. Portanto, avaliaremos o uso de habitat e padrão de movimento de

Centropomus parallelus. Para tal, as amostragens serão feitas em 4 pontos com salinidades diferentes

no Complexo Estuarino de Paranaguá e áreas adjacentes. Serão coletados 120 indivíduos, totalizando

30 espécimes de cada local. Os otólitos serão extraídos e preparados para análise de espectrofotometria

de dispersão de comprimento de onda (WDS). Serão utilizados as razões de Ca:Sr e Ca:Ba como

indicadores de gradiente de salinidade.

Palavras-chave: otólito, ciclo de vida, dinâmica populacional, migração

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Redes de aves frugívoras em ambiente urbano.

Israel Schneiberg e Isabela Galarda Varassin.

Laboratório de ecologia vegetal.

A urbanização é uma das principais e mais rápidas mudanças globais com efeitos diretos no ambiente.

A composição vegetal de áreas urbanas incluem espécies nativas e exóticas, alto nível de pertubação e

funcionalidade do ecossistema alterada. Nesse contexto, ambientes urbanos apresentam uma

oportunidade única para expandir o conhecimento relacionado à ecologia devido à presença de uma

nova força de pressão seletiva.A riqueza de espécies varia dentro de cidades conforme a área do

fragmento, grau de fragmentação, heterogeneidade e cobertura da vegetação. Enquanto alguns fatores

locais do fragmento determinam a disponibilidade de habitats, fatores da paisagem da cidade

determinam a permeabilidade, atuando como filtros ambientais no processo de dispersão das espécies.

Redes complexas de aves frugívoras incluem, entre um dos mais relevantes, os processos de dispersão

de sementes que formam uma interação mutualística e um dos principais componentes da

biodiversidade. O estudo de redes de interações permite descrever e quantificar as interações entre as

espécies e suas relações de interdependência na escala da comunidade. Analisando fragmentos de

diferentes formas e tamanhos na cidade de Curitiba, pretendemos analisar a estrutura da rede de

interações de cada fragmento e compreender como as redes de aves frugívoras são estruturadas através

de métricas como a proporção de interações realizadas entre as possíveis (Conectância), a resiliência da

rede devido a interação entre módulos (Modularidade), a robustez da rede pela análise do padrão das

interações (Aninhamento), grau de especialização em nível de espécies (d') e pela análise de interações

exclusivas dentro da rede (H2'). Os parâmetros da paisagem (idade do fragmento, tamanho da área,

heterogeneidade vegetal) e parâmetros locais (riqueza e DAP de espécies arbóreas) serão usados como

preditores da estrutura das redes de interação.

Palavras-chave: ecologia urbana, espécies exóticas, perturbação, redes de interação.

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Espécies monomórficas de beija-flores exibem diferenças comportamentais ou sutilezas na

coloração que nos permite diferenciar o sexo no campo?

Jaqueline Evelyn Persegona e James J. Roper

Laboratório de Biodiversidade, Conservação e Ecologia de Animais Silvestres.

O dimorfismo sexual está presente em todo o reino animal e essa característica geralmente está associada

com a reprodução, onde o cuidado parental é muitas vezes assumido pela fêmea, assim liberando os

machos para investir sua energia nas atividades associadas à competição. Os beija-flores representam

um modelo ideal para o estudo de dimorfismo, onde muitas espécies apresentam tal característica. O

objetivo deste trabalho é identificar diferenças comportamentais que permitem identificar os sexos em

indivíduos de espécies aparentemente monomórficas e também comparar os padrões de coloração entre

indivíduos para descobrir se há diferenças sutis nos padrões de coloração que possam identificar os

sexos. A área de estudo possui bebedouros abastecidos com concentração de 20% de açúcar em água e

disponíveis durante o ano todo, atraindo muitos beija-flores para o local. Como parte de uma pesquisa

a longo prazo sobre dinâmicas populacionais, os beija-flores estão sendo capturados periodicamente,

destes, foram selecionadas seis espécies que são considerados pela literatura como monomórficas para

servirem de modelo. Depois de capturadas, é feita a marcação das aves com anilhas metálicas do

CEMAVE e também com o método “back bag”, que é composto por linhas de nylon e miçangas

coloridas, funciona como uma espécie de mochila onde o nylon é passado entre as asas e as miçangas

ficam posicionadas no centro das costas com uma sequência única de cores, assim sendo possível

reconhecer em voo o indivíduo marcado, dispensando a necessidade de recapturas. Até o momento foi

capturados e marcados um total de 203 beija-flores, dos quais 91 (44%) foram vistos novamente dias

após a marcação. A espécie mais abundante foi disparadamente o Leucochloris albicollis com 124

indivíduos marcados e 66 reavistados, em contrapartida, houve apenas uma captura de Amazilia

fimbriata a qual não retornou mais até o momento. Foi registrada a ocorrência de 15 indivíduos

considerados residentes das espécies L. albicollis, Eupetomena macroura, Colibris serrirostris e A.

versicolor, correspondendo respectivamente a dez, três, dois e um indivíduo avistado mais de cinco

vezes na área de estudo.

Palavras-chave: Dimorfismo sexual, comportamento, beija-flores, marcação, capturas.

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A migração do sabiá-una no Paraná: validando o comportamento e identificando seus potenciais

determinantes bióticos e climáticos

Juliane Coimbra Bczuska, André de Camargo Guaraldo

O movimento migratório das aves pode ocorrer em escala local, regional ou continental, muitas vezes

decorrente do acompanhamento por parte das aves de determinadas condições microclimáticas ou de

variações na disponibilidade dos recursos alimentares. Em uma escala geográfica pequena, migrações

altitudinais podem ocorrer em direção a áreas de baixa altitude durante o inverno, período de escassez

de alimento nas cotas de altitude mais altas, no entanto, a descrição destes padrões e rotas migratórias

altitudinais são escassas e incompletas. Portanto, neste estudo verificaremos a ocorrência de migração

de uma população de T. flavipes existente no topo da Serra do Mar do Paraná, avaliando a influência de

variáveis bióticas e abióticas como fatores determinantes desse comportamento. O estudo será realizado

em Mananciais da Serra, Piraquara/PR por estar situado a 1000m de altitude, inserido em um contínuo

de Floresta Atlântica que se estende até próximo do nível do mar. A sazonalidade de T. flavipes no local

será avaliada por censos mensais pelos métodos de ponto de escuta e amostragem com rede de neblina.

A dieta da espécie será determinada por análise em lupa de amostras fecais e regurgitos coletados

durante o período de confinamento dos indivíduos após a captura nas redes. A disponibilidade mensal

de recursos, respectivamente biomassa de frutos carnosos e de artrópodes, será quantificada pela

contagem direta e coleta de frutos maduros de árvores contidas em 10 parcelas permanentes e pela

captura dos artrópodes em armadilhas de interceptação de voo (n=10) do tipo Malaise suspensa. Dados

de precipitação e temperatura médias mensais serão obtidas no SIMEPAR. Com base em estudos

anteriores envolvendo a interação entre T. flavipes e frutos carnosos, espera-se que a espécie seja

migrante na área de estudo, sendo a variação na disponibilidade de recursos alimentares no ambiente a

principal motriz desse comportamento.

Palavras-chave: Comportamento migratório, Turdus flavipes, disponibilidade de alimentos, condições

climáticas.

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Fatores ecológicos que influenciam na performance vegetativa da invasora Hydrilla verticillata

Luiz Guilherme dos Santos Ribas e André Andrian Padial

Laboratório de Aanálise e Síntese em Biodiversidade.

A importância de macrófitas aquáticas para o funcionamento dos ecossistemas pode ser alterada

com a substituição de espécies nativas por espécies exóticas. A macrófita aquática submersa Hydrilla

verticillata é conhecida por ser uma notória invasora de sistemas aquáticos em todo o mundo e alterar

drasticamente as comunidades aquáticas. Esta macrófita aquática invasora possui a capacidade de em

muitas situações substituir a comunidade de plantas submersas nativas e se tornar dominante. Tais

características levaram a diversos estudos que tiveram como objetivo avaliar a habilidade competitiva

da Hydrilla verticillata para fins de tentar manejo. No ambiente que será realizado este trabalho, a

planície de inundação do Alto Rio Paraná, a Hydrilla verticillata é considerada uma invasora recente e

conseguiu se estabelecer com sucesso em rios, porém não teve a mesma eficácia na invasão de lagos e

lagoas. Neste trabalho, o objetivo é entender as razões pelas quais Hydrilla verticillata não apresenta

sucesso na invasão de ambientes lênticos na planície de inundação do Alto Rio Paraná. O foco é avaliar

por meio de um experimento em mesocosmos como algumas relações ecológicas entre a Hydrilla

verticillata e componentes bióticos presentes em ambientes lênticos da planície de inundação do Alto

Rio Paraná podem afetar a performance vegetativa e consequentemente seu sucesso na invasão. Para

isso, o crescimento dessa macrófita será comparado entre mesocosmos com e sem possíveis agentes

biológicos que podem limitar sua performance. Baseado em estudos prévios, a presença de um caramujo

herbívoro, pequenos peixes onívoros, e um peixe predador altamente agressivo (todos comumente

encontrados primordialmente em ambientes lênticos) podem afetar negativamente a performance de

Hydrilla verticillata. O objetivo desse projeto é investigar o papel individual e conjunto dos agentes

bióticos acima descritos na performance de Hydrilla verticillata.

Palavras-chave: Invasão biológica, espécie exótica, resistência biótica, ecologia animal-planta,

interação de espécies.

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Diversidade Beta Taxonômica e Filogenética em Comunidades de Morcegos Neotropicais

Luiz Henrique Varzinczak e Fernando de Camargo Passos

Laboratório de Biodiversidade, Conservação e Ecologia de Animais Silvestres/LABCEAS

Um dos padrões amplamente reconhecidos na ecologia é influência de fatores espaciais e ambientais

sobre a variação na composição das comunidades (diversidade beta). O ambiente pode limitar a

disponibilidade de locais adequados para ocupação e persistência das espécies, revelando processos

nicho-dependentes. Por outro lado, o espaço pode constituir barreiras para dispersão em direção a novas

regiões. Espaço e ambiente podem interferir também sobre a distribuição de linhagens evolutivas, de

modo que a incorporação de aspectos filogenéticos tende a lançar luz acerca dos mecanismos históricos

e evolutivos associados a formação das comunidades. Entre os mamíferos, os morcegos constituem um

grupo altamente diverso com ampla distribuição geográfica. Embora a capacidade de realização do voo

possa reduzir o efeito da estrutura espacial sobre a distribuição do grupo, estudos têm demonstrado a

influência de fatores ambientais e de características de nicho sobre padrões ecológicos dos morcegos

nas comunidades. Assim, este estudo objetiva testar o efeito dos componentes espaciais e ambientais

sobre a diversidade beta taxonômica e filogenética em comunidades de morcegos distribuídas por toda

região Neotropical. As comunidades serão utilizadas para comparações pareadas acerca de suas

diferenças nas composições taxonômicas e filogenéticas. Além disso, as diversidades beta taxonômica

e filogenética serão decompostas em seus componentes de substituição e aninhamento, tanto de espécies

quanto de linhagens evolutivas. Análises de componentes principais serão conduzidas para reduzir a

multicolinearidade entre variáveis representantes do nicho climático. Os componentes retornados serão

utilizados para obter as diferenças nas condições ambientais entre as comunidades. A estrutura espacial

será obtida através da distância geográfica entre os pontos de amostragem. Partições multivariadas de

variância serão utilizadas para determinar se há influência e quais as importâncias relativas tanto da

estrutura espacial quanto das variações nas condições ambientais sobre a diversidade beta e seus

componentes de substituição e aninhamento taxonômicos e filogenéticos entre as comunidades.

Palavras chave: Chiroptera, estrutura espacial, diversidade filogenética, nicho.

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Mecanismos de resposta contra herbivoria em espécies de restinga

Maiara Matilde da Silva e Maria Regina Torres Boeger

A herbivoria é uma interação biótica que resulta do consumo do material vegetal pelos herbívoros e tem

um impacto negativo no crescimento e sucesso reprodutivo das plantas. A pressão exercida pelos

herbívoros levou as plantas a desenvolver estratégias de defesas que inibem a ação dos herbívoros,

podendo ser defesas químicas e/ou estruturais. As variáveis ambientais que pode influenciar na produção

de defesas das plantas estão relacionadas as seguintes teorias: Hipótese da Disponibilidade da Recursos

(HDR) - prediz que plantas em locais com alta disponibilidade de recursos tendem a ser mais

herbivoradas do que plantas que estão em locais com menor disponibilidade de recursos visto que estas

investem mais em defesas; Hipótese do Estresse Vegetal (HEV) - diz que plantas que sofrem

constantemente com fatores estressantes são mais suscetíveis à herbivoria, pois possuem folhas mais

ricas em nitrogênio. Neste sentido, este estudo tem como principal objetivo avaliar comparativamente a

produção de defesas em plantas de restinga e relacionar tais características de defesas às condições

ambientais, a fim de identificar quais variáveis ambientais são mais determinantes na produção de

defesas antiherbivoria. O estudo será realizado na restinga do Parque Estadual Acaraí (PEA), no

município de São Francisco do Sul, nordeste de Santa Catarina (26 º 30' S e 40º 37' W). Este ambiente

é caracterizado predominantemente pela presença de quatro formações vegetais de restinga (herbácea,

arbustiva, arbustiva-arbórea e floresta de transição) ao longo de um gradiente edáfico, lumínico e

hídrico. A heterogeneidade ambiental será caracterizada por fatores edáficos e lumínicos. As hipóteses

serão testadas utilizando três espécies co-ocorrentes nas formações de restinga. Serão avaliados atributos

morfoanatômicos foliares, histoquímicos e nutricionais. Para todas as espécies a taxa e índice de

herbivoria serão mensuradas comparativamente. As médias das variáveis avaliadas serão comparadas

por Análise de Variância (ANOVA) em ambiente R.

Palavras-chave – defesas químicas, disponibilidade de recurso estresse vegetal, herbivoria, restinga.

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Cádmio e seu potencial como desregulador endócrino em jundiás (Rhamdia quelen)

Maiara Vicentini e Helena Cristina da Silva de Assis

Laboratório de Toxicologia Ambiental

O aumento da população e da industrialização vem causando diversos problemas no ambiente, como a

geração de resíduos tóxicos. Esses compostos podem alcançar os diferentes compartimentos presentes

nos ecossistemas, afetando toda a biota ali presente. Atualmente, muita atenção está sendo direcionada

aos compostos denominados desreguladores endócrinos, que são capazes de afetar parâmetros

reprodutivos das espécies. Metais pesados, como o cádmio, são exemplos de poluentes que têm um

potencial efeito desregulador endócrino. Assim, estudos a respeito de seus efeitos em baixos níveis

biológicos são necessários. Por meio de biomarcadores de contaminação ambiental, ou seja, de respostas

biológicas dos organismos, pode-se avaliar possíveis efeitos que esses poluentes irão causar e alertar

sobre a saúde dos animais. Desse modo, o objetivo deste trabalho será avaliar os potenciais efeitos do

cádmio como desregulador endócrino, por meio da avaliação de parâmetros reprodutivos em fêmeas de

jundiá (Rhamdia quelen) expostas a concentrações de 0,1;1; 10 e 100 µg/L do metal, por via hídrica,

por quinze dias. Estas concentrações foram escolhidas por serem ambientalmente relevantes, visto que

1 e 10 µg/L são os limites máximos permitidos pelo CONAMA e, durante o experimento, análises

químicas da água serão realizadas para quantificar o cádmio total. Após a exposição, serão analisados

os biomarcadores bioquímicos e genéticos nas gônadas das fêmeas, as concentrações de hormônios

sexuais e de neurotransmissores, bem como a expressão gênica das aromatases gonadal e cerebral e da

vitelogenina. Assim, pretende-se, ao fim do trabalho, inferir sobre os possíveis efeitos reprodutivos de

baixas concentrações do cádmio e gerar dados que poderão contribuir com tomadas de decisão por

órgãos governamentais.

Palavras-chave: jundiá, poluição, metais, desregulação endócrina, reprodução.

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Restrição a locais de reprodução e sazonalidade de Tachuris rubrigastra (Aves: Tachurididae) e

Phleocryptes melanops (Aves: Furnariidae) no litoral sul do Brasil

Mario Arthur Favretto e Marcos Ricardo Bornschein

Tachuris rubrigastra (7,5 g) e Phleocryptes melanops (13,5 g) são aves paludícolas que se alimentam

de artrópodes e ocorrem localmente em partes do altiplano andino ao sul da Patagônia e no sul e sudeste

do Brasil. Na faixa costeira brasileira, essas espécies são conhecidas por reduzidas populações, algumas

já extintas. Assim, o objetivo geral deste trabalho é avaliar a restrição a locais de reprodução destas

espécies, bem como suas sazonalidades no litoral do Paraná. Realizamos o trabalho mensalmente na

Baía de Guaratuba (25°51'56"S, 48°43'16"W), litoral sul do estado do Paraná, Brasil, entre outubro de

2011 e março de 2015. Efetuamos buscas por ninhos e caracterizamos esses locais de reprodução e locais

com a mesma fitofisionomia sem reprodução mediante fitossociologia, percentual de solo exposto,

abundância e riqueza de invertebrados sobre as plantas e no solo e altitude (precisão milimétrica, a cada

10 m). Para a avaliação da sazonalidade, capturamos indivíduos e os marcamos com anilhas coloridas.

Desses indivíduos, retiramos amostras de penas e as encaminhamos a laboratório, para sexagem. Em

campo, localizamos estes indivíduos para determinar a sazonalidade das espécies e época da presença

de cada sexo na região. Registramos as espécies reproduzindo em três fitofisionomias, todas sujeitas às

variações diárias das marés (T. rubrigastra em Crinetum, Cladietum e Schoenoplectetum e P. melanops

em Typhetum, Crinetum e Schoenoplectetum). A primeira espécie reproduz em somente 20,7 ha e a

segunda em 14,11 ha. Em Typhetum e Cladietum, as espécies reproduzem em locais com vegetação

tendo densidades intermediárias em comparação aos de mesma fitofisionomia sem reprodução. Em

Schoenoplectetum, reproduzem em locais com altura da vegetação intermediária, enquanto que em

Crinetum reproduzem em locais com maior cobertura de Crinum americanum. Em relação aos

invertebrados e altitude, os resultados não foram significativos. As duas espécies ocorrem ao longo do

ano na região, mas uma parcela dos indivíduos está presente no início da estação reprodutiva e outra no

final da estação, que se estende de maio a fevereiro. A extrema restrição a áreas com uma estrutura

muito particular de vegetação e o uso do hábitat sazonalmente por grupos distintos de indivíduos torna

essas espécies, regionalmente ameaçadas de extinção, suscetíveis à mudança climática.

Palavras-chave: distribuição, migração, fenologia, seleção de hábitat.

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Aspectos estruturais da assembleia de peixes em uma praia exposta

Nathalia Colombo, Henry Louis Spach

Laboratório de Ecologia de Peixes

A zona de arrebentação é caracterizada por elevada diversidade e a abundância de fauna, o que confirma

o seu relevante desempenho como um criadouro natural e área de crescimento de várias espécies de

peixes. O objetivo desse estudo é compreender as variações espaço temporais na composição e estrutura

da assembleia de peixes na zona de arrebentação da praia de Guriri, Espírito Santo. Os peixes foram

coletados mensalmente entre maio de 2013 a abril de 2014 por meio de arrastos, diurnos e noturnos, em

três pontos distantes 300 m entre si, compreendendo mensalmente 450 m² de área varrida, utilizando-se

uma rede de 15 m x 2,8 m e 5 mm de malha. Será utilizada a análise de variância permutacional para

testar as variações e interações da assembleia de peixes, considerando como fatores fixos e ortogonais

entre si o ponto de coleta, estação do ano e o período do dia. Para visualizar simultaneamente os padrões

de respostas das variáveis ambientais será usada a análise de coordenadas principais. Quando a hipótese

nula for rejeitada, a comparação entre as médias dos grupos será feita utilizando-se o teste t

permutacional. Para avaliar a distinção no padrão de ocorrência das espécies entre os pontos de coleta,

estações do ano e períodos do dia em um espaço multivariado, será usada a análise canônica de

coordenadas principais, utilizando-se uma correlação de Spearman. Utilizando-se o critério de seleção

de Akaike e o procedimento step-wise, com os dados bióticos não transformados e os dados ambientais

normalizados, a distância baseada em modelos lineares será aplicada para verificar a existência de

correlação significativa entre as variáveis ambientais e as espécies de peixes nos pontos de coleta,

estações do ano e períodos do dia. A visualização dos modelos será feita através da análise de

redundância baseada na distância.

Palavras chave: Arrasto de praia, pesca artesanal, zona de arrebentação, assembleia de peixes, Guriri

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Reprodução e cuidado uniparental em uma espécie com poliginia de lek, Chiroxiphia caudata

Rafaela Bobato e James J. Roper

Laboratório de dinâmicas reprodutivas e conservação de vertebrados terrestres

A predominância do sistema de acasalamento monogâmico nas Aves as tornam bons modelos para

estudos que tentam explicar como ocorre a divisão das tarefas reprodutivas entre o macho e a fêmea e

também para investigar como e porque esse sistema evoluiu, uma vez que em muitas das outras classes

esse não é o sistema mais comum. No entanto, existem espécies de aves com sistema poligínico, e

decorrente disso várias perguntas podem surgir: Quais são as atividades dos machos e das fêmeas no

que concerne à reprodução? A taxa de atenção ao ninho fornecida apenas por um dos sexos consegue se

equiparar à taxa fornecida por dois progenitores, ou é preciso mais tempo com os filhotes no ninho para

que esses consigam se desenvolver o suficiente? Sugere-se também que em espécies de sistema

poligínico há um desvio na razão sexual, se esse ocorre na prole, nos adultos ou se é apenas na razão

operacional sexual não é bem esclarecido ainda. Com o objetivo de responder a essas perguntas

utilizamos a espécie modelo Chiroxiphia caudata (Pipridae) com dimorfismo sexual e sistema de

poliginia de lek. Para a atividade das fêmeas foram encontrados 22 ninhos ativos, por meio de busca

ativa, durante a estação reprodutiva agosto/2014-março/2015. Desses 18 foram monitorados a cada 3

dias e assim que os ovos eclodiam os filhotes eram pesados e medidos, e o cuidado parental filmado.

Também foram coletadas amostras de tecido dos filhotes (mudas de penas) para realizar a sexagem (n

= 16). O monitoramento das atividades dos machos está sendo realizado semanalmente por busca ativa

tanto por contato visual como por meio de vocalizações, e é observado o tipo de atividade que realizam,

se estão apenas vocalizando individualmente ou coletivamente e se há dança sendo realizada. Durante

o período reprodutivo foram identificadas as arenas de exibição (n ~ 6) onde os machos, e também

fêmeas visitantes das arenas, foram capturados utilizando rede de neblina, em seguida anilhados, tiveram

tecido coletado (pena seca; n = 21) e soltos novamente no habitat. Além dessas, foram feitas capturas

aleatórias em trilhas para marcação e coleta de tecidos da população. Notou-se até o momento que os

machos não realizam a dança fora do período reprodutivo na mesma frequência que realizam durante a

reprodução, mas ocasionalmente foi registrada a dança incompleta em junho (n = 1). Portanto, até o

momento parece haver uma sincronização entre as atividades dos machos e fêmeas para a reprodução.

Durante o período reprodutivo a espécie apresentou 55.6% de ninhos que fracassaram, a maioria (70%)

na fase de ovo. A postura para a espécie é de um ou dois ovos, quando dois há um intervalo de um dia

entre a postura do primeiro e do segundo ovo. O período de incubação é de aproximadamente 18 dias,

e o período de ninhego de 18 dias. Esses intervalos temporais serão comparados com dados de uma

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espécie monogâmica para verificar se os ninhegos ficam mais tempo no ninho devido ao cuidado

uniparental.

Palavras-chave: ciclo reprodutivo, sistema de acasalamento, razão sexual, ninho.

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Padrões globais de beta diversidade filogenética em anuros.

Renattho N. Oliveira e Mauricio O. Moura

Laboratório de Dinâmicas Ecológicas

A biodiversidade não é igualmente distribuída no espaço geográfico. Isso significa que diferentes lugares

tendem a diferir em número e composição de espécies. Quantificar e descrever a dissimilaridade entre

as comunidades biológicas é fundamental para que se possa elucidar os processos e mecanismos que

geram esse padrão espacial. A beta diversidade é a maneira clássica de se estudar a variação na

composição de espécies entre locais. No entanto, até recentemente, os estudos de beta diversidade

ignoravam o fato de que as espécies compartilham uma história evolutiva e que, portanto, duas

comunidades com composições de espécies diferentes podem não ser completamente independentes. De

maneira análoga à beta diversidade taxonômica, a beta diversidade filogenética mede a dissimilaridade

filogenética entre as comunidades biológicas, ou o quanto elas diferem em relação à história evolutiva.

Apesar de existirem inúmeros estudos de beta diversidade taxonômica entre comunidades de anuros,

ainda não foram realizados estudos filogenéticos desse tipo envolvendo esse grupo. Assim, o principal

objetivo desse trabalho é investigar os padrões de beta diversidade filogenética em anuros em escala

global e regional. Para isso foi calculada a beta diversidade filogenética entre regiões biogeográficas e

entre biomas dentro de cada região. Ainda, como a dissimilaridade filogenética pode ser resultado tanto

da substituição de linhagens entre as comunidades quanto por diferenças na diversidade filogenética, foi

aplicado um método de partição da beta diversidade filogenética. Além disso, foi utilizado um modelo

nulo para testar se as comunidades analisadas são filogeneticamente mais ou menos dissimilares do que

seria esperado ao acaso. Em geral, as diferenças na beta diversidade filogenética em escala global, são

melhor explicadas pela substituição de linhagens entre regiões biogeográficas sendo que praticamente

em todos os casos essa substituição de linhagens foi maior do que o esperado ao acaso indicando que

esse padrão é resultado de processos evolutivos. Somente em alguns casos a diferença na diversidade

filogenética entre as comunidades foi o fator mais importante. A maioria desses casos ocorreu entre

comparações envolvendo a região da Oceania que claramente possui uma baixa diversidade filogenética.

A principal exceção ao padrão geral observado foi a comparação entre as regiões neotropical e neártica

para a qual a diferença na diversidade filogenética foi o principal fator na explicação da dissimilaridade

entre essas duas regiões. Entretanto, não houve diferença em relação ao que seria esperado ao acaso.

Isso indica que as diferenças observadas na diversidade filogenética entre essas regiões são atribuídas

principalmente a diferenças na composição de espécies, ou seja, são melhores preditas por processos

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ecológicos do que por efeito de processos evolutivos ao contrário das diferenças em relação as outras

regiões.

Palavras-chave: Biodiversidade, filogenia de comunidades, partição da beta diversidade filogenética,

macroecologia.

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Ecofiosiologia e potencial invasor de Charybdis hellerii (Crustacea, Portunidae) em comparação

com a espécie nativa Mennipe nodifrons (Crustacea, Xanthidae) na baía de Paranaguá

Thiago Vinícius Trento Occhi e Viviane Prodocimo

Laboratório de Fisiologia Comparativa da Osmorregulação, Departamento de Fisiologia, UFPR.

As invasões biológicas vêm promovendo alterações na biodiversidade e na funcionalidade dos

ecossistemas em todo o mundo. O controle sobre a introdução de espécies exóticas é extremamente

complexo e na maioria dos casos ineficiente. A menos de 30 anos surgiram os primeiros indivíduos de

Charybdis hellerii (Milne Edwards, 1987) no Atlântico ocidental, possivelmente através do transporte

de larvas via água de lastro de navios oriundos do indo-pacífico. No Brasil o primeiro registro da espécie

foi na região nordeste, posteriormente indivíduos de C. hellerii foram registrados ao longo de quase toda

a costa, incluindo a Baía de Guaratuba e o Complexo estuarino de Paranaguá no Paraná. Os organismos

apresentam uma faixa ótima de condições ambientais para seu melhor desempenho ecofisiológico.

Entretanto, é comum que organismos invasores consigam se adaptar em ambientes instáveis, fora da sua

faixa ótima, desta forma obtendo sucesso na colonização de novos ambientes. Pretende-se avaliar o

potencial invasor do siri Charybdis helleri através da sua fisiologia osmorregulatória em comparação

com o caranguejo Mennipe nodifrons (Stimpson, 1859), espécie nativa dominante em ambientes onde

C. hellerii ocorre. Para avaliar a capacidade de osmorregulação, ambas espécies foram expostas as

salinidades 0, 5, 10, 20, 30 e 40 ppm durante 24 horas e dez dias. Ao final do período de exposição

foram coletadas amostras de hemolinfa para medida da concentração de íons e osmolidade, e um

fragmento de músculo para medida do teor hídrico. M. nodifrons apresentou mortalidade de 100% em

0 ppm após 24 horas, e em 0 e 5 ppm após dez dias. Todos os indivíduos sobreviveram nas demais

salinidades. C. hellerii apresentou 100% de mortalidade apenas nas salinidades de 0 e 5 ppm após 24

horas. Os experimentos de dez dias ainda estão sendo realizados para essa espécies. Quando expostas

às variações de salinidade as duas espécies demonstraram características osmoconformadoras,

entretanto M. nodifrons apresentou menor variação de cloreto entre os tratamentos de baixa salinidade,

enquanto que as concentrações de cloreto obtidas de C. hellerri reduziram acompanhando a redução da

salinidade.

Palavras-chave: Bioinvasão, Crustacea, osmorregulação, fisiologia comparada

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Relação entre diversidade funcional e o processo de decomposição na Mata Atlântica

Ricardo Augusto Camargo de Oliveira e Márcia Cristina Mendes Marques

Laboratório de Ecologia Vegetal.

Os estudos do efeito direto da diversidade vegetal em diversos processos ecossistêmicos mostram uma

relação positiva entre estes processos e a diversidade. A diversidade funcional tem sido amplamente

utilizada para compreensão das propriedades dos ecossistemas terrestres, pois é tanto uma variável que

responde ao ambiente quanto um fator que influencia o funcionamento ecossistêmico, já que é um fator

capaz de modificar o ambiente biótico e abiótico. A decomposição em ecossistemas terrestres é

controlada tanto por efeitos abióticos quanto bióticos. A estrutura física do solo, a luminosidade e a

microtopografia afetam a umidade do solo e a disponibilidade de nutrientes do solo que, por sua vez,

são positivamente correlacionados com o processo de decomposição. Já a composição física e química

da serapilheira e composição da comunidade de decompositores podem alterar qualitativamente o

processo de decomposição. Todos esses fatores são influenciados direta ou indiretamente pela

composição e estrutura da comunidade vegetal local. Com o objetivo de responder como as

características funcionais das comunidades vegetais interagem com a variação nos fatores abióticos na

determinação do processo de decomposição de serapilheira na Mata Atlântica, foi realizado, no módulo

RAPELD localizado Reserva Natural do Rio Cachoeira, o levantamento taxonômico e funcional da

comunidade de plantas associado a um experimento de decomposição de serapilheira além da

caracterização do gradiente ambiental. Foram coletados 1354 indivíduos (5cm>DAP>1cm) e 371

indivíduos (DAP>5cm), dentre estes foram medidos atributos funcionais foliares (SLA e LDMC) em

788 e Densidade da madeira em 446. O experimento de decomposição foi concluído e contou com 750

litterbags coletados em cinco fazes distribuídas em 240 dias e posteriormente pesados em laboratório.

A relação entre a diversidade (taxonômica e funcional) nas escalas avaliadas (dentro e entre parcelas),

características do gradiente ambiental e a dinâmica do processo ecossistêmico testado está em fase de

análise.

Palavras-chave: Funcionamento ecossistêmico, ciclagem de nutrientes, complementaridade de nicho.

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Miniaturização do tamanho do corpo e a ecomorfologia do salto em Anura.

Rudá Pereira e Mauricio O. Moura

Laboratório de Dinâmicas Ecológicas

Ecomorfologia é o estudo da influência mútua entre morfologia e ecologia. O tamanho do corpo é uma

das características com maior influência sobre os aspectos ecológicos dos animais. Ao processo de

diminuição do tamanho do corpo dentro de uma linhagem damos o nome de miniaturização. O objetivo

do estudo é avaliar se existe relação entre a miniaturização e a performance do salto em Anura. O salto

em Anura evoluiu em dois momentos. Primeiro a propulsão e depois a aterrissagem. Os grupos mais

diferenciados pulam através de uma rápida extensão dos membros posteriores durante a fase de

propulsão seguido de uma rotação dos membros anteriores durante o voo, para aterrissar sobre os

membros anteriores. Já os indivíduos do grupo basal, Leiopelmatidae, apresentam um modo de saltar

em que aterrissam sobre a barriga, com os membros anteriores para trás, e somente após terminada a

aterrissagem é feita a preparação para um novo salto, com as palmas das mãos sendo colocadas sobre o

substrato. Em Leiopelmatidae, existem algumas características ligadas ao impacto da aterrissagem. Uma

dessas características é a limitação do crescimento do corpo. Em Brachycephalidae, um grupo de anuros

que apresenta intensa miniaturização, existe a possibilidade de um escape da pressão seletiva a favor do

comportamento de rotação dos membros anteriores durante o voo. Para coletar e analisar os dados,

indivíduos de espécies com diferentes níveis de miniaturização serão filmados durante o pulo. Em

seguida, será utilizada uma rotina para medições cinemáticas em MATLAB. Serão marcados os pontos

anatômicos relevantes em cada quadro do vídeo. Com as coordenadas dos pontos realizam-se os cálculos

de distâncias e de ângulos. Em seguida, realiza-se uma ANOVA de medidas repetidas para cada uma

das características do salto calculadas, comparando as diferentes espécies e relacionando as mudanças

ao tamanho do corpo e à filogenia.

Palavras-chave: Locomoção, Miniaturização, Brachycephalidae, Lalagobatrachia, Anura.

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Análise comportamental das marcações e influência da coloração destas na dinâmica social de

Alouatta clamitans em cativeiro.

Samuel Oliveira Limaverde e Fernando de Camargo Passos

Laboratório de Biodiversidade, Conservação e Ecologia de Animais Silvestres.

Os primatas são importantes espécies indicadoras de conservação. O gênero Alouatta é aquele de maior

distribuição geográfica nas Américas dentre os primatas, tornando-o um indicador ainda melhor e

aumentando a importância dele ser estudado. No gênero Alouatta clamitans, o dimorfismo sexual está

relacionado entre outras características à coloração avermelhada em machos devido à liberação de

secreção colorida na pele. Tal secreção possui diferentes concentrações de ferro em animais de

diferentes faixas de idade e de sexo, conferindo uma variedade de tons de vermelho a diferentes animais.

Haja vista que primatas são animais sociais e que a comunicação por meio de sinais visuais tem sido

amplamente estudada no grupo, a função de comunicação via marcações realizadas com essa secreção

foi hipotetizada. Para melhor estudar a função dessa secreção na comunicação da espécie, indivíduos de

ambos os sexos de A. clamitans alojados no Centro de Pesquisas Biológicas de Indaial (CEPESBI)

tiveram seu comportamento de marcação registrado para elaboração de um repertório de marcação da

espécie em cativeiro. Afora isso, foi avaliado se as fêmeas reagem de maneira distinta às marcações de

diferentes machos, e se há uma relação entre as respostas aos estímulos de cor por parte das fêmeas com

a intensidade da coloração da secreção dos machos, para corroborar ou refutar a hipótese de que a

coloração dos machos é um sinal da saúde e da qualidade genética dos mesmos. Os resultados

preliminares indicaram que houve uma diferença na resposta de uma das fêmeas perante os estímulos

dos machos, especialmente quanto à atividade total da mesma (X2 = 44,57, df = 18, p < 0,001). Porém,

não houve diferença entre a freqüência ou a intensidade dos comportamentos de marcação da fêmea

entre os diferentes estímulos. A interação entre temperatura, umidade e luminosidade também

apresentou resultado significativo embora isoladamente nenhum desses fatores explique os resultados

encontrados.

Palavras-chave: Alouatta clamitans, marcações, comunicação, seleção sexual.

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A diversidade de hábitos em Araceae sob uma perspectiva biomecânica

Allan Maurício Sanches Baptista de Alvarenga e Maria Regina Torres Boeger

Laboratório de Morfologia e Ecologia Funcional

A família Araceae é predominantemente tropical, e apresenta uma grande diversidade de formas de

crescimento, aliado a um alto endemismo. As espécies possuem porte arborescente ou herbáceo e podem

se apresentar na forma epífita, trepadeira, hemiepífita, terrícola ou aquática. Devido ao fato de se

constituir em um grupo monofilético, Araceae consiste num excelente modelo para o estudo da

diversificação dos hábitos e a sua relação com o ambiente. Cada forma de crescimento e seus atributos

mecânicos possuem preferências ecológicas distintas, onde atuam diferentes pressões seletivas que vão

apresentar variações, em um constante tradeoff entre a forma e a função do indivíduo. Os estudos

filogenéticos comparativos enfocando as formas de crescimento sob o ponto de vista das propriedades

biomecânicas em diferentes habitats contribui no entendimento do significado ecológico das

características estruturais que levam à sua aquisição, e no entendimento do sucesso evolutivo de algumas

formas que se destacam nos diferentes habitats. A biomecânica de plantas enfoca a estrutura e a função

dos sistemas biológicos a partir da utilização de conceitos e métodos em mecânica e pode ser aplicado

ao estudo dos vários órgãos vegetais e a sua interação com fatores ambientais. O estudo da modificação

das propriedades biomecânicas entre os diferentes estágios ontogenéticos dos vários órgãos possibilita

identificar o investimento estrutural que resulta nas arquiteturas distintas dentro de cada forma. Este

projeto tem como objetivo investigar os padrões de diversificação das formas de crescimento em

Araceae, com base na filogenia recente do grupo, através da caracterização das propriedades

biomecânicas de cada forma de crescimento. Utilizando a reconstrução do estado de caráter ancestral e

métodos filogenéticos comparativos, pretende-se relacionar o tamanho, a forma, os tecidos e as

propriedades biomecânicas de espécies selecionadas em cada forma de crescimento, nas várias linhagens

da família, considerando os diversos ambientes onde são encontradas.

Palavras chave: Adaptação; anatomia; diversificação; evolução; módulo de Young; monocotiledônea.

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Estratégias reprodutivas e mecanismos de manutenção de traits polimórficos em seleção sexual

Andre C. Bruinjé, Gabriel C. Costa e Mauricio O. Moura

Laboratório de Dinâmicas Ecológicas – UFPR e Laboratório de Biogeografia, Macroecologia e Biologia

Evolutiva – UFRN.

A teoria de seleção sexual descreve uma variedade de mecanismos explicando a evolução e existência

de fenótipos extremos ou anti-adaptativos. Além disso, a ocorrência de polimorfismos no sexo sob

seleção é algo largamente inesperado porque, se uma característica garante reprodução diferencial, dois

morfos dessa característica não poderiam ser mantidos em uma população. No entanto, esta estabilidade

pode ser possibilitada por diferenças ecológicas entre os morfos. Tropidurus semitaeniatus é uma

espécie de lagarto Neotropical, que apresenta dicromatismo sexual: machos possuem duas morfologias

de coloração mais conspícuas na estação reprodutiva. Através de abordagens experimentais correlativas,

investigamos se os morfos ("B" e "Y") de T. semitaeniatus diferem em suas preferências ecológicas e se

o polimorfismo é inteiro ou parcialmente mantido por seleção sexual. Assim, foi avaliado: i. Se o

resultado da escolha da fêmea por parceiros e/ou a competição de machos entre morfos difere; ii. Se

essa preferência e disputa intrasexual correspondem a um sinal honesto, ou seja, à performance; iii. Se

a manutenção de polimorfismos sexuais é baseada em diferenças ecológicas; Com uma amostra de 240

lagartos, acessamos seleção inter e intrasexual através de experimentos comportamentais durante a

estação reprodutiva de 2014-2015. Os morfos diferem em tamanho (SVL, p=0.0009), e "B" teve a

preferencia das fêmeas em experimentos sensorial-químicos de escolha de parceiros (p=0.046). Porém,

esta não difere em sensorial-visual (p=0.38) e competição intrasexual (p=0.07), corroborando

parcialmente H.i. Para testar H.ii, mensuramos a performance individual como uma função da

velocidade de corrida (sprint) e força de mordida, e testamos a imunocompetência através de

experimentos de PHA. Para H.iii acessamos carga parasitária e coletamos dados de frequência,

distribuição, perfil térmico, morfometria e comportamento reprodutivo. Para ambas as hipóteses as

análises de dados estão em andamento. Esperamos, portanto, compreender melhor o papel e manutenção

de características polimórficas em seleção sexual, integrando abordagens experimentais com dados

fisiológicos e ambientais.

Palavras-chave: ecologia comportamental, seleção sexual, competição intrasexual, polimorfismo de

coloração, sinalização visual, estratégias reprodutivas, Tropidurus semitaeniatus.

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Filogeografia e estrutura genética de populações de Dicksonia sellowiana Hook. (Dicksoniaceae)

da Floresta Atlântica

Bruna Saviatto Fagundes e Valéria Cunha Muschner

As modificações no ambiente que ocorreram ao longo da história de formação da Floresta Atlântica

afetaram a diversidade, a distribuição geográfica e a variabilidade genética no espaço e no tempo das

espécies tropicais. Assim, há um grande interesse em estudos que visem reconstruir a história evolutiva

das espécies tropicais a fim de determinar a origem das linhagens e suas respectivas respostas às

alterações geográficas e climáticas do ambiente. A Dicksonia sellowiana é uma espécie de distribuição

disjunta em países da América Central e do Sul e no Brasil, pode ser encontrada nas regiões Sudeste e

Sul em formações de Floresta Ombrófila Mista (FOM). Esse habitat, atualmente, se encontra reduzido

a manchas florestais, o que diminuiu severamente as populações naturais de D. sellowiana e demais

espécies a ela associadas. Neste contexto, conhecer a distribuição da variabilidade genética entre e

dentro de populações auxilia na compreensão de como os fatores históricos e ambientais influenciam as

condições de sobrevivência de uma espécie ameaçada, como a D. sellowiana. Considerando a história

de formação e a redução de habitat da FA associada às características e importância da D. sellowiana,

esse trabalho tem como objetivo determinar a estruturação populacional e os processos filogeográficos

e envolvidos na distribuição de D. sellowiana na Floresta Atlântica. Para esse projeto, serão utilizadas

populações naturais dos Estados das regiões Sudeste e Sul do Brasil de modo a abranger toda a

distribuição geográfica da espécie no país. As análises moleculares de marcadores SSR e cpDNA serão

utilizadas para o levantamento dos dados e, espera-se caracterizar a distribuição geográfica da

variabilidade genética da espécie e associá-la aos fatores históricos que influenciam na estruturação

populacional. Assim, será possível correlacionar a variabilidade das populações de D. sellowiana de

diferentes regiões do Brasil com o padrão de diversificação da FA e conhecer a filogeografia da espécie.

Essas informações subsidiarão medidas de conservação para aprimorar as chances de adaptação de

espécies ameaçadas às mudanças do habitat.

Palavras chaves: variabilidade genética, fluxo gênico, história evolutiva, SSR, cpDNA.

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A influência de diferentes processos nas assembleias de pequenos mamíferos da Mata Atlântica:

uma abordagem em diferentes escalas.

Camila Silveira de Lima e Fernando Passos

Laboratório de biodiversidade, Conservação e Ecologia de Animais Silvestres.

Um dos maiores desafios em ecologia é elucidar quais processos atuam nas assembleias em diferentes

escalas. Estudos que investigam os padrões e determinantes somente da dimensão taxonômica da

diversidade consideram as espécies unidades filogeneticamente independentes e ecologicamente iguais.

Rodentia e Didelphimorphia formam o grupo de maior número de espécies no Neotrópico.

Compartilham semelhanças ecológicas e apresentam diferentes grupos ecomorfológicos. Visando

compreender quais processos atuam na estruturação das assembleias desses grupos, investigamos aqui

a influência dos processos ambientais, espaciais e da qualidade do hábitat nos padrões de diversidade

beta taxonômica, funcional e filogenética na escala do Bioma Mata Atlântica e em escala intermediária

(< 500 Km). Também estudamos quais processos, se turnover ou aninhamento, estão gerando os padrões

de diversidade beta taxonômica, funcional e filogenética. Em escala local, no Parque Estadual das

Lauráceas, Paraná, investigamos se há segregação de nicho na dimensão vertical, temporal e de

microhábitat. Para realizamos as análises, compilamos 61 trabalhos realizados no Bioma com o grupo

em questão, bem como as informações funcionais. Foram considerados somente estudos com esforço

mínimo de 900 armadilhas-noite e com pelos menos quatro noites de amostragem em cada estação.

Devido à complexidade taxonômica do grupo e de novos estudos taxonômicos realizados recentemente,

todas as espécies foram revisadas quanto à taxonomia e atual distribuição.

Palavras-chave: rodentia, didelphimorphia, Mata Atlântica, diversidade funcional e filogenética,

aninhamento e turnover.

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Grau de esclerofilia da comunidade arbórea de manguezais do sul do Brasil

Carolina Sereneski de Lima e Maria Regina Torres Boeger

Laboratório de Morfologia e Ecologia Funcional

Os manguezais são ecossistemas costeiros compostos por comunidades arbóreo-arbustivas, as quais

estão submetidas a condições ambientais consideradas limitantes e apresentam adaptações para se

desenvolverem-se sob condições de estresse. A esclerofilia é definida como uma resposta não específica

a ambientes com múltiplos estresses ambientais, como os manguezais. Assim, as espécies de mangue

podem apresentar folhas esclerófilas, devido à alta salinidade, solo alagado e baixa oxigenação. O

objetivo do estudo foi estabelecer o grau de esclerofilia das espécies arbóreas de manguezal frente às

condições edáficas e salinidade, expressas nos padrões morfológicos e nutrientes foliares. A hipótese

levantada é que condições ambientais diferenciadas afetam o grau de esclerofilia de cada espécie. O

estudo foi realizado em dois manguezais na Baía de Guaratuba/PR, onde foram amostradas duas zonas

(borda e transição/ecótono). Folhas de 15 indivíduos de Avicennia schaueriana, Laguncularia racemosa

e Rhizophora mangle, por zona, foram coletadas para análises químicas e morfológicas, além das

amostras de solo para análises de fertilidade. A zona de borda apresentou maior concentração de

carbono, matéria orgânica, maior salinidade e predomínio de areia. As três espécies possuem folhas

esclerófilas em diferentes graus, de acordo com a área foliar específica. Avicennia schaueriana

apresentou maior AFE na zona de transição e R. mangle apresentou maior AFE na borda, contudo ambas

são mais esclerófilas na borda. As folhas de A. schaueriana e L. racemosa apresentaram maior

concentração de carbono e fósforo na borda. A zona de borda apresentou condições ambientais distintas,

provavelmente a maior salinidade e teores mais elevados de C, MO e areia, alteram a dinâmica,

morfologia foliar e influenciam na mineralização e disponibilização de outros elementos químicos

fundamentais as plantas, refletindo em folhas mais esclerofilas na borda dos manguezais estudados.

Palavras-chave: área foliar específica, nitrogênio, fósforo, salinidade, solo.

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Modelagem matemática como ferramenta para avaliação da qualidade da água do Alto Iguaçu com

base em diferentes estágios do ciclo de vida de jundiá, Rhamdia quelen (Pisces, Pimelodidade)

Cívil Prisyla Casado del Castillo, Ciro Alberto Oliveira Ribeiro, Sabrina B.L. Araujo

A água doce que cobre a superfície terrestre é destinada a múltiplos usos a nível mundial. A falta de um

adequado sistema de esgoto sanitário e os constantes efluentes jogados nos rios, estão resultando na

diminuição da qualidade da agua e na perda da biodiversidade regional. No caso do rio Iguaçu vem

sofrendo alterações antropogênicas que ultrapassam a capacidade de autodepuração do rio, pelo que

atualmente é considerado o segundo mais poluído do Brasil. Neste contexto, o presente estudo visa

avaliar os efeitos da água poluída do rio Iguaçu no desenvolvimento e saúde de juvenis e adultos de

jundiá, Rhamdia quelen, além de projetar os efeitos da poluição a nível populacional na espécie usando

modelagem matemática. A coleta da água para a fase experimental será realizada perto da confluência

com o rio verde, no município de Araucária-PR. Um total de 120 juvenis e 84 adultos serão expostos a

agua poluída em condições laboratoriais em diferentes fases experimentais. Será usado um delineamento

inteiramente ao acaso, em quatro tratamentos e três réplicas para cada fase. Os parâmetros físico-

químicos de qualidade da água nos tanques serão monitorados diariamente. Serão avaliados o

crescimento e a sobrevivência dos juvenis e adultos, além do desenvolvimento reprodutivo dos adultos.

Será avaliado também a saúde dos indivíduos a traves de biomarcadores histopatológicos, moleculares

e bioquímicos em ambas fases. Os dados serão analisados por ANOVA de uma via e será usado o teste

post-hoc de Dunnett e/ou Tukey para análises se houver diferença significativa. Será usado também o

coeficiente de correlação de Pearson e o teste de Kruskall-Wallis para avaliar dados não paramétricos.

Pretende-se com o presente estudo propor a modelagem matemática como ferramenta para extrapolar

os efeitos da poluição do rio Iguaçu a nível de indivíduo para efeitos a nível de população.

Palavras-chave:

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Ecological fitting em Schinus terebinthifolius Raddi: entendendo o processo de dispersão e

invasão da espécie.

Daiane Maria Pilatti, Maria Regina Torres Boeger e Walter Boeger

Laboratório de Ecologia Molecular e Parasitologia Evolutiva

As populações nativas de Schinus terebinthifolius são altamente adaptadas a diferentes condições

abióticas e ocorrem em cinco dos seis biomas brasileiros. A espécie também é encontrada em diferentes

continentes e apontada como potencial invasora. Esta capacidade em lidar com diferentes condições

ambientais, dentro e fora de seu cenário evolutivo, pode ser explicada através do ecological fitting, um

processo que descreve como organismos colonizam e persistem em novos ambientes. A plasticidade

fenotípica é uma das ferramentas utilizadas neste processo, por isso, foi estudada em três populações

nativas de S. terebinthifolius, localizadas na Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila Mista

e Floresta Ombrófila Densa, a fim de entender as respostas plásticas da espécie sob diferentes condições

ambientais. Para tal, folhas de dez indivíduos de cada população amostrada foram submetidas à análise

morfológica (área foliar, área específica foliar, massa fresca e seca, densidade estomática e conteúdo de

água) e análise anatômica (espessura do parênquima paliçádico, esponjoso, subepidérmico e espessura

total da lâmina). As médias e respectivos desvios padrão foram calculados para todas as variáveis

quantitativas. A Análise de Variância (ANOVA) foi utilizada para comparar as folhas entre as diferentes

populações e o índice de plasticidade fenotípica (IP) foi utilizado para quantificar a plasticidade de cada

atributo foliar mensurado. A análise de componentes principais foi utilizada para ordenar as folhas por

formação florestal e definir os componentes de maior variação. Por fim, a análise discriminante de

Anderson testou a capacidade discriminatória das características morfológicas e anatômicas escolhidas

neste estudo. Dentre os atributos morfológicos, a massa fresca foi a variável que mais diferiu entre as

populações; o mesmo ocorre com a espessura do parênquima subepidérmico, quando os atributos

anatômicos são considerados. O IP de ambos atributos refletiu estes resultado, sendo o maior entre todas

as características mensuradas. Segundo a PCA, o PC1é responsável por 71,9% da variância total, onde

massa fresca, massa seca e área foliar contribuem significativamente para a distribuição de S.

terebinthifolius. A análise discriminante mostrou que as seis características morfológicas são capazes

de discriminar as diferentes populações de S. terebinthifolius de acordo com sua origem, em 76% das

folhas mensuradas. Quanto à análise anatômica, a espessura do parênquima subepidérmico é

fundamental na discriminação das populações: quando este parâmetro não é considerado, o poder de

discriminação entre a origem das mesmas cai de 78% para 54%.

Palavras-chave: atributos foliares; resposta ambiental; plasticidade fenotípica; aroeira

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Diversidade funcional e a coexistência de espécies arbóreas na Mata Atlântica do litoral do

Paraná

Daniele Aparecida de Moraes e Márcia Marques

Laboratório de Ecologia Vegetal

A distribuição de atributos funcionais em comunidades de plantas pode refletir diferenças na ocupação

de nichos espaciais, uso e aquisição de recursos limitantes como água, luz e nutrientes do solo,

representando mecanismos de coexistência que mitigam os efeitos da competição e mantêm a alta

diversidade. O entendimento desses mecanismos é fundamental para a compreensão dos efeitos das

mudanças climáticas globais sobre a diversidade. Com o objetivo de conhecer possíveis mecanismos

que facilitam a coexistência de espécies arbóreas da Mata Atlântica, serão analisados padrões espaciais

de coocorrência de espécies em relação a traços funcionais e o efeito da heterogeneidade ambiental e da

partição de recursos na variação da diversidade funcional. O estudo está sendo conduzido na Reserva

Natural Rio Cachoeira (Antonina, PR), em 10 parcelas de 1 ha cada. Dados fitossociológicos estão sendo

medidos para todas as espécies com DAP ≥ a 5 cm. Serão mensurados 8 atributos funcionais vegetativos

(área foliar específica, área foliar, espessura da folha, conteúdo de massa seca da folha, teor de N e P

foliar, densidade específica do galho e altura da planta) e variáveis ambientais (abertura do dossel,

declividade, granulometria e nutrientes do solo). Foram amostradas três parcelas, totalizando 3.200

indivíduos de 277 morfoespécies e 43 famílias, das quais se destacam em riqueza: Myrtaceae (47),

Rubiaceae (26) e Lauraceae (19). Os gêneros mais ricos foram Marlierea (4 morfoespécies), Matayba,

Casearia e Miconia (3 morfoespécies cada). Algumas espécies se destacam: Psychotria nuda (Cham. &

Schltdl.) Wawra, Sloanea guianensis (Aubl.) Benth., Vochysia bifalcata Warm., Hieronyma

alchorneoides Allemão e Tibouchina pulchra (Cham.) Cogn. A alta riqueza amostrada associada a

grande diversidade de ambientes observada sugere adaptações das espécies a esses locais, e que

eventualmente refletirão na estrutura funcional da comunidade.

Palavras-chave: nicho, padrões espaciais, heterogeneidade ambiental, recursos limitantes, Floresta

Ombrófila Densa.

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Diversidade e serviços ecossistêmicos em gradiente edáfico-sucessional da floresta tropical

Elivane Salete Capellesso e Márcia C. M. Marques

Laboratório de Ecologia Vegetal

Em Florestas tropicais a diversidade funcional é influenciada pelos processos ecossistêmicos, alterando

o fluxo de matéria e energia. Essas alterações alteram os serviços oferecidos em uma comunidade, como

a produtividade e a decomposição foliar. Ao longo da sucessão, as comunidades podem apresentar

diferentes intensidade de processos ecossistêmicos, onde as comunidades mais produtivas podem

apresentar espécies com maior capacidade de utilização dos recursos disponíveis. Entretanto, alguns

trabalhos apontam que o conjunto de espécies interagindo em um local pode ser determinante no

funcionamento do ecossistema. O solo apresenta grande importância para a estruturação dessas

comunidades, moldando e alterando o funcionamento do ecossistema ao longo da sucessão e

consequentemente, alterando os serviços ecossistêmicos. Assim, esse trabalho objetiva avaliar como os

atributos do solo estruturam as comunidades de plantas e influenciam os processos ecossistêmicos

(produtividade e decomposição) ao longo de um gradiente sucessional da Floresta Atlântica. Mais

especificamente, objetiva: (i) avaliar se o acúmulo de biomassa aérea de Florestas Tropicais durante a

sucessão florestal é controlada pelas características do solo, (ii) verificar os efeitos múltiplos das

características edáficas sobre a diversidade funcional e a funcionalidade (acúmulo de biomassa aérea, C

no solo e decomposição foliar) do ecossistema e, (iii) verificar se o aumento na biomassa de áreas

sucessionais se deve a presença de espécies com atributos preponderantes ou espécies dominantes. Para

verificar se o acúmulo de biomassa é alterado ao longo da sucessão em Floresta Tropicais, serão

compilados dados de diferentes bases de dados, utilizando informações sobre a vegetação, o solo e os

fatores abióticos. A fim de verificar se as características edáficas influenciam na diversidade funcional

e na funcionalidade das comunidades e o incremento de biomassa aérea em diferentes estádios

sucessionais, serão instaladas 45 unidades amostrais circulares, onde serão avaliados as características

do solo e da vegetação. Serão coledas informações de riqueza de espécies, densidade de indivíduos, área

basal e altura média em cada unidade amostral. Serão avaliados ainda, o acúmulo de biomassa, as

características do solo e os atributos funcionais: nitrogênio, fósforo, SLA (área foliar específica) e WSG

(densidade específica da madeira), a fim de relacioná-los com as características edáficas e com o estoque

de carbono ao longo da sucessão florestal.

Palavras-chave:

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Monogenoidea (Platyhelminthes) e seus hospedeiros Neotropicais: Um modelo

parasito-hospedeiro para testar os previsões do Paradigma de Estocolmo

Emanuel Luis Razzolini e Walter A. Boeger

Laboratório de Ecologia Molecular e Parasitologia Evolutiva (LEMPE)

Teorias sobre evolução e ecologia de associações interespecíficas oferecem uma forte ligação entre

questões de importância global. Paradigmas tradicionais têm levado a paradoxos sobre elementos do

sistema biológico incluindo a evolução de espécies e suas associações ecológicas. A existência de

paradoxos em evolução exige a avaliação de novas abordagens paradigmáticas que permitam acomodar

dados empíricos acumulados e, dentre outras coisas, permitir uma maior compreensão da evolução das

associações. Com esse objetivo foi proposto o Paradigma de Estocolmo (PE) incorporando uma base

conceitual que acomoda a maioria dos paradoxos em evolução, integrando quatro conceitos ecológicos

e históricos fundamentais: (1) Ecological Fitting, (2) a Hipótese de Oscilação, (3) a Teoria do Mosaico

Geográfico de Coevolução e (4) Pulsos de Táxons. Assim, esse projeto utilizará um modelo composto

por um grupo de Platyhelminthes parasitos, os Monogenoidea, e seus hospedeiros, peixes de água doce,

da América do Sul. O uso de parasitos como modelos para estudos evolutivos de associações ecológicas

tem inúmeras vantagens metodológicas, sendo a principal a capacidade de facilmente estabelecer a

existência da associação. Em geral, Monogenoidea são conhecidos por serem altamente específicos aos

seus hospedeiros. Todavia, a distribuição atual do sistema hospedeiro-parasito não é necessariamente

resultante de eventos de coespeciação, podendo ser resultado de outros processos adaptativos e não

adaptativos. A reconstrução da histórica do sistema e a inferência de processos relacionados representa

uma oportunidade para avaliar mecanismos de diversificação e testar hipóteses do PE. A análise

histórica da rede de hospedeiros e Monogenoidea neotropicais devem permitir testar padrões de

distribuição, expansão, isolamento, troca de hospedeiro e diversificação que moldaram a presente rede

de relacionamento ecológico. Com base nessas análises, esse projeto tem como objetivo testar modelos

de diversificação decorrentes dos elementos do PE e buscar padrões bióticos e abióticos que

influenciam a distribuição da fauna de parasitos na região Neotropical.

Palavras:chave:

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Estruturas artificiais em ambientes aquáticos: revisão, meta-análise e experimento de

colonização por peixes em reservatórios

Fabrício de Andrade Frehse e Jean R. S. Vitule

Laboratório de Ecologia e Conservação

A efetividade do uso de estruturas artificiais proporcionando novos e adequados habitats para peixes

tem sido cada vez mais investigada, entretanto no Brasil tais estudos são relativamente escassos,

especialmente em ambientes de água doce. O presente estudo visa realizar uma revisão global

sistematizada dos trabalhos que avaliam o uso de estruturas artificiais por peixes, e testar o efeito de

estruturas artificiais sobre a riqueza e densidade de peixes em relação a diferentes preditores ecológicos

através de uma meta-análise. Além disso, será testado experimentalmente dois tipos de estruturas

artificiais em reservatórios (galhadas e tubos de cerâmica) em relação à origem (i.e. nativas e não-

nativas) e ao processo de colonização e sucessão de espécies de peixes, a partir de duas metodologias

de amostragem (censo visual e filmagem subaquática). Visando, deste modo, contribuir com

informações relevantes para orientar futuros trabalhos e embasar medidas de manejo e conservação de

ambientes aquáticos através do uso de estruturas submersas.

Palavras-chave: Estruturas artificiais, recifes artificiais, sucessão de espécies, censo visual, espécies

não-nativas.

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Validação do gênero Astyanax (Baird e Girard, 1854) como bioindicador de testes

ecotoxicológicos

Flávio Henrique Tincani Osório e Marta Margarete Cestari

Laboratório de Citogenética Animal e Mutagênese Ambiental

Astyanax é um gênero de peixe de água doce da família Characidae com ampla distribuição neotropical

que possui mais de 100 espécies descritas sendo considerado um grupo incertae sedis. Apesar deste

problema, estes peixes são amplamente utilizados em estudos ecotoxicológicos, seja in vivo ou in situ.

O objetivo deste estudo é investigar a relação entre as respostas ecotoxicológicas de diferentes espécies

do gênero, a fim de compreender como elas respondem à contaminação. Para isso, analisamos uma série

de biomarcadores (genéticos, bioquímicos, fisiológicos, histopatológicos) em três diferentes espécies

(A. altiparanae, A. ribeirae e A. bifasciatus) submetidos a dois xenobióticos distintos (malathion e

sulfato de cobre). Os primeiros resultados obtidos com malathion para A. altiparanae e A. ribeirae

mostrou que nenhuma das concentrações escolhidas (100μg.L-1, 150 μg.L-1 e 225μg.L-1) foi suficiente

para inibir a atividade da acetilcolinesterase cerebral e muscular (AChE). No entanto, verificou-se que

A. altiparanae tem uma atividade basal da AChE significativamente superior em comparação a A.

ribeirae. Em relação ao fator de condição (K), índice hepatossomático (IHS) e índice gonadossomático

(IGS), não encontramos diferenças associadas à contaminação. No entanto, em uma análise agrupada,

A. altiparanae apresentada uma diminuição do K e um aumento do IHS e IGS de machos em

comparação com A. ribeirae. O IGS de fêmeas não diferiu significativamente entre as espécies. A análise

química do malathion mostrou que a bioacumulação deste composto é significativamente diferente para

cada espécie após 48h de exposição, sendo A. altiparanae e A. bifasciatus mais suscetíveis à

bioacumulação. Estes resultados preliminares mostram que, apesar da semelhante aparência e

comportamento ecológico, as espécies deste gênero podem ter respostas diferentes quando submetidas

a um mesmo cenário de contaminação, contudo ainda não possuímos todos os resultados para que

possamos entender melhor as diferentes respostas de cada uma destas espécies e as relações entre elas.

Palavras-chave: Astyanax, bioindicador, biomarcador, xenobiótico, testes ecotoxicológicos.

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Plasticidade fenotípica de biomarcadores: abordagem comparativa em ecotoxicologia

Gustavo Souza Santos, Flávio Henrique Tincani Osório, Mario Junior Nadaline Barbosa e Marta

Margarete Cestari

Laboratório de Citogenética Animal e Mutagênese Ambiental

A plasticidade fenotípica pode ser definida como a capacidade do genótipo dos organismos

apresentarem diferentes fenótipos em resposta a diferentes condições ambientais. Na ecotoxicologia, a

maioria dos estudos se refere à avaliação de um determinado ambiente ou a avaliação do potencial tóxico

de um determinado xenobiótico e estudos comparando entre as respostas de diferentes espécies nativas

e invasoras são escassos. Atualmente, sugere-se que exista interação entre invasões biológicas e outras

perturbações causadas pelo homem. Duas espécies de peixe sendo uma nativa (Geophagus brasiliensis)

e outra invasora (Oreochromis niloticus) serão utilizadas como organismos-teste, devido também as

suas importâncias econômica e ecológica, além de possivelmente apresentarem respostas espécies-

específicas a xenobióticos. O sulfato de cobre, utilizado como contaminante modelo neste trabalho, em

grandes concentrações pode apresentar atividade genotóxica, além de causar danos em macromoléculas.

Tendo em vista este panorama, o objetivo principal deste trabalho será avaliar as respostas de vários

biomarcadores em duas espécies de peixes expostas a um xenobiótico modelo e submetê-las a seis

períodos de depuração a fim de compreender a variabilidade destas respostas. Embora as espécies

tenham sido expostas a mesma concentração (65μg/L) e tempo de exposição (7 dias) ao sulfato de cobre,

as respostas observadas foram distintas. Em relação ao fator de condição não foram observadas

diferenças entre os grupos para as duas espécies, no entanto o índice hepatossomático apresentou valores

significativamente menores para G. brasiliensis após a exposição sendo reestabelecido após 7 dias de

depuração. Não foram observadas diferenças entre os grupos para análise de dano no DNA (sangue e

fígado) e a frequência de alterações morfológicas nucleares para O. niloticus. Resultados preliminares

sugerem atividade genotóxica do sulfato de cobre no período de depuração de 7 dias em G. brasiliensis,

mostrando um efeito tardio ocasionado pela metabolização deste xenobiótico. Outras análises ainda

estão em andamento a fim de elucidar melhor este mecanismo.

Palavras-chave: biomarcadores, Geophagus brasiliensis, Oreochromis niloticus, genotoxicidade.

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Variação nas características de história de vida e efeitos entre decisões de investimento

reprodutivo em uma região subtropical

Hugo de Siqueira Pereira e James Roper

As estratégias reprodutivas das espécies, e a sua variabilidade, são importantes para a manutenção das

populações. Entender os processos, causas e efeitos das várias estratégias, permite entender como

evolução resolveu os problemas de custos e benefícios. Aqui, propomos examinar as variações no

investimento reprodutivo entre aves e as suas consequências futuras para os indivíduos, e

experimentalmente testar a importância da comida no investimento para entender se as populações são

limitadas pela quantidade ou por sucesso reprodutivo. No primeiro capítulo verificaremos uma variação

na sobrevivência entre intra e interespecífica ao longo da temporada reprodutiva. No segundo

verificaremos variações anuais de investimento reprodutivo e se um ano pode trazer consequências para

o segundo. No terceiro capítulo, verificaremos se casais mais experientes chegam ao sucesso reprodutivo

aumentando frequência das tentativas. No quarto capítulo faremos um experimento aumento

disponibilidade de alimento para duas espécies de residentes para testar se a quantidade de alimento é

importante para as características da história de vida. Para isso termos como modelos, espécies

potencialmente reprodutoras em uma reserva de Floresta Atlântica, Na região da Serra do Mar.

Selecionamos Basileus culicivora, Myiothlypis leucoblephara, Myiophobus fasciatus e Thamnophilus

caerulescens.

Palavras-chave:

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O mexilhão Perna perna (Linnaeus, 1758) em bancos naturais do sul do Brasil: dinâmica

populacional, capacidade de recuperação ao extrativismo e seu uso como bioindicador de

poluição.

Isabela Monteiro Neves e Rosana Moreira da Rocha

Perna perna é uma das principais espécies de mexilhões cultivadas no mundo para a

alimentação. O cultivo de mexilhões é considerado semiextrativista, pois as sementes são

retiradas dos bancos naturais e levadas às fazendas para o crescimento dos indivíduos. Desde

2001 vem sendo registrada uma queda considerável na produção de mexilhões devida à

diminuição nas densidades populacionais dos bancos naturais. Por seu hábito filtrador e séssil,

sua abundância na costa brasileira e sua fácil manipulação laboratorial, a espécie vem sendo

utilizada como bioindicadora de poluição ambiental. Considerando estas informações, o

objetivo geral do trabalho é avaliar o estado das populações da espécie nos costões rochosos no

sul do país. Serão avaliados oito costões ao longo do litoral de Santa Catarina e do Paraná, com

diferentes graus de proximidade com locais de atividade humana intensa. O estudo da dinâmica

populacional da espécie será realizado com parâmetros obtidos em experimento em campo,

para seu uso em modelos matemáticos, visando a projeção dos estoques naturais a médio e

longo prazo. Também serão realizados experimentos avaliando a influência da temperatura, da

salinidade, da atividade antrópica e da competição no tempo de recuperação das populações

frente a diferentes níveis de extração antes e após o defeso. Além disso, será realizada uma

avaliação da qualidade ambiental dos costões através de respostas dos mexilhões a estresses

ambientais (causados pela poluição por metais pesados e por grandes variações nas

propriedades físicas da água). Também será testada a capacidade de ingestão do microlixo pelos

indivíduos e avaliada a quantidade de micropartículas de plástico nas águas das localidades.

Desta forma, pretende-se mapear as condições ambientais dos costões rochosos no sul do Brasil,

visando a qualidade das populações do mexilhão P. perna e seu uso como bioindicador para o

uso na conservação da comunidade deste habitat.

Palavras-chave:

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Biodiversidade, suscetibilidade e estruturação das comunidades bênticas de substratos consolidados naturais e artificiais no Paraná: implicações para a conservação

Janaína de Araújo Bumbeer e Rosana Moreira da Rocha

Laboratório de Sistemática e Ecologia de Invertebrados Marinhos - Labimar

O objetivo deste trabalho é o estudo da comunidade bentônica incrustante no sublitoral do Paraná e sua

variabilidade espacial associada às características ambientais locais e tipo de substrato, para testar as

hipóteses de que (1) se os fatores ambientais locais são os mais importantes na estruturação da

comunidade e muito variados entre diferentes setores do litoral, então a composição taxonômica será

diferente entre os setores e (2) se os substratos artificiais facilitam a colonização de espécies exóticas,

então o número dessas espécies deve ser maior em substratos artificiais que em naturais. As coletas

foram realizadas em substratos naturais e artificiais localizados em três setores do litoral, sujeitos a

diferentes condições ambientais: interno (Baía de Paranaguá), mar aberto e transição. Para comparação

da composição das espécies entre os tipos de substratos e entre setores foi feito um MDS, e aplicado o

teste ANOSIM. A análise IndVal foi utilizada para verificar quais táxons são indicadores de cada grupo

e análise de variância bifatorial para analisar a variação da riqueza e número de espécies exóticas entre

os grupos. Os fatores ambientais locais de cada setor, bem como o tipo de substrato, mostraram-se

importantes na estruturação das comunidades bentônicas. As condições hidrográficas mais extremas

dentro da baía realmente parecem restringir o número de espécies neste setor. Ao mesmo tempo, este

ambiente favorece uma maior riqueza de espécies exóticas. Conforme previsto, há mais espécies

exóticas em substratos artificiais, e este padrão é reforçado pela localização dentro da baía. De fato,

entre as espécies indicadoras de cada grupo, o substrato artificial e o setor interno são os únicos que

possuem espécies exóticas. Essas duas condições estão agindo como porta de entrada para a bioinvasão

no litoral do Paraná, uma vez que as espécies exóticas também ocorrem nos substratos naturais e em

mar aberto.

Palavras-chave: espécies exóticas, espécies indicadoras, análise qualitativa, distribuição

espacial.

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Avaliação da Produtividade Primária da Floresta Atlântica no Sul do Brasil sob um Enfoque

Taxonômico, Funcional e Conservacionista

Júlio Ricardo Bastos e Márcia Cristina Mendes Marques Laboratório de Ecologia Vegetal

As florestas tropicais são de extrema importância para sociedade humana, pois proporcionam uma ampla

rede de serviços e funções ecossistêmicas interligadas entre si. Podemos destacar o ciclo global do

carbono, que proporciona um substancial feedback para as concentrações de gases de efeito estufa na

atmosfera. Nesta perspectiva a produtividade primária mensurada pela biomassa acima do solo tem se

mostrado um excelente modelo para inferência dos efeitos da fragmentação e antropização sobre

ambientes naturais, que configuram-se numa das maiores ameaças à biodiversidade global. Desta forma

a perda de espécies é muitas vezes acompanhada por mudanças na composição funcional da vegetação,

que pode ser inferida por meio de métricas de diversidade taxonômica e funcional, que quantificam

coletivamente, a distribuição, a amplitude e a singularidade de características funcionais dentro de uma

comunidade. Entender como os atributos ecológicos e funcionais das comunidades respondem à

fragmentação, bem como, se o funcionamento do ecossistema é conduzido por tais fatores, são passos

importantes para avaliar estes efeitos a longo prazo. Partindo destas considerações os objetivos do

trabalho são: i) Avaliar se as variações ambientais podem conduzir a diferentes estoques de biomassa

ao longo das formações florestais do sul do país; ii) Analisar a relação entre o grau de fragmentação e

antropização florestal com os estoques de biomassa na Mata Atlântica do sul do país; iii) Entender se os

efeitos indiretos mediados pela biodiversidade e diversidade funcional conduzem a comunidades com

maiores estoques de biomassa. Para tal fim, serão utilizados como base os dados do Inventário Florístico

Florestal do Estado de Santa Catarina, bem como a utilização de métricas da paisagem para avaliação

espacial dos dados, e modelos lineares generalizados para análise estatística.

Palavras chave: biomassa, fragmentação florestal, processos ecossistêmicos, diversidade taxonômica

e funcional

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Estrutura de manguezais Sul brasileiros e sua relação com o gradiente da planície de inundação.

Letícia Larcher de Carvalho e Maria Regina Boeger

Laboratório de Morfologia e Ecologia Funcional

Manguezais são ecossistemas costeiros que representam a área de transição entre os ambientes marinhos

e terrestres. Estudos sugerem que as diferenças ecológicas, como tolerância à concentração de nutrientes

no solo e à salinidade, definem a distribuição das espécies arbóreas de manguezal. O primeiro capítulo

da tese tem como objetivo avaliar comparativamente os parâmetros fitossociológicos da vegetação

arbórea em três manguezais: Estuário do Rio Nhundiaquara (Baia de Antonina), Estuário do Rio

Pinheiros (Baía de Guaratuba) e Estuário do Rio Palmital (Baia da Babitonga). A análise dos parâmetros

fitossociológicos evidenciou que Rhizophora mangle L. (Rhyzophoraceae), Avicennia schaueriana

Stapf & Leechm. ex Moldenke (Acanthaceae), e Laguncularia racemosa (L.) Gaertn. (Combretaceae)

ocorreram nas áreas estudadas. As diferenças na estrutura de mangue podem ser atribuídas à diferenças

geográficas em escala local e na sensibilidade das espécies à disponibilidade de nutrientes. A localização

geográfica das áreas influenciou a estrutura das florestas. Rhizophora mangle e L. racemosa diferiram

na tolerância aos teores de Ca e P no solo, resultando distribuição distintas entre baías. Para avaliar os

limites de tolerância das espécies e o gradiente ambiental na planície de inundação, no segundo capítulo,

foram analisados parâmetros de trocas gasosas e a abundância de isótopos estáveis de Carbono (δ13C) e

Nitrogênio (δ15N), em parcelas ao longo gradiente de inundação do estuário do Rio Pinheiros, em que

as espécies apresentam zonação. A eficiência do uso da água (WUEi) foi semelhante para todas as

espécies entre zonas, porém, L. racemosa mostrou WUEi ligeiramente mais baixa do que R. mangle e

A. schaueriana. A assinatura isotópica das espécies demonstrou pouca diferença no estresse hídrico

entre zonas, entretanto, a correlação entre o WUEi e o índice de carboxilação (CE) variou entre as

espécies, o que pode explicar o diferenças no padrão de distribuição.

Palavras-chave: ecofisiologia de manguezal, fitossociologia, salinidade, eficiência do uso da água,

assinatura isotópica, isótopos estáveis.

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Monitoramento ambiental do Complexo Estuarino-Lagunar de Iguape-Cananéia.

Lilian Dalago Salgado e Helena Cristina da Silva de Assis

Laboratório de Toxicologia Ambiental

O Complexo Estuarino-Lagunar de Iguape-Cananéia, apresenta condições ambientais bastante distintas

entre seus setores norte e sul. Em Cananéia observam-se características típicas de ambiente estuarino,

enquanto em Iguape as características são tipicamente fluviais, ocasionadas pelo desague do Rio Ribeira

de Iguape. A bacia deste rio foi bastante afetada pela mineração que contaminou os sedimentos ao longo

de seu curso e em parte do estuário. Investigações anteriores da qualidade ambiental revelaram grande

incorporação de diferentes metais por organismos aquáticos em ambos os setores e observaram diversas

respostas de estresse oxidativo e fisiológico na ictiofauna, que podem estar ligadas a estas

contaminações. Este estudo visa dar continuidade ao monitoramento local, através de uma avaliação

integrada, unindo-se dados relativos à análise da água, dos sedimentos e da biota. A variação espacial e

temporal dos parâmetros físicos e químicos da água e das concentrações dos metais Fe‚ Zn‚ Mn‚ Cu‚

Cd e Pb nos sedimentos e sua biodisponibilidade serão avaliados em 6 pontos do sistema, em duas

coletas entre 2015 à 2016. Os peixes estuarino-residentes Atherinella brasiliensis e Stellifer rastrifer

serão utilizados como bioindicadores por serem importantes itens da dieta humana e da cadeia trófica

local. Exemplares de ambos os setores terão sua saúde avaliada através da quantificação dos teores de

metais nos tecidos e do uso de diferentes biomarcadores bioquímicos e genéticos. A integração das

respostas dos biomarcadores e das análises físico-químicas do ambiente pode suportar a relação entre

alterações encontradas com poluentes e indicar os agentes estressores. Pretende-se colaborar na

avaliação dos níveis de exposição da biota aos elementos metálicos, do potencial de transferência destas

espécies via trófica e os possíveis efeitos adversos ocasionados às mesmas, auxiliando no entendimento

dos reais riscos para o meio ambiente e para a saúde humana.

Palavras-chave: Metais, sedimentos, biomonitoramento; peixe-rei; cangoá.

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Padrões espaciais na biodiversidade de morcegos do Novo Mundo

Luciana Zago S., Mauricio O. Moura e Fernando C. Passos

Laboratório de Biodiversidade, Conservação e Ecologia de Animais Silvestres (LABCEAS).

O conhecimento de padrões espaciais da biodiversidade e dos processos que os modulam é fundamental

para boas políticas de conservação. A maioria dos estudos que analisam esses padrões aborda apenas a

dimensão taxonômica de diversidade e desconsidera que a análise conjunta das dimensões filogenéticas

e funcionais permite a investigação da contribuição relativa de processos ecológicos e evolutivos na

composição da biodiversidade. O presente estudo visa ampliar o conhecimento de padrões e processos

evolutivos e ecológicos na diversidade de morcegos sob duas abordagens: (1) Padrões

multidimensionais na diversidade de morcegos do Novo Mundo, (2) Padrões na beta-diversidade

funcional e filogenética de morcegos do Novo Mundo. Para tanto, plotamos distribuições das espécies

e dados ambientais sobre uma grade com quadrantes a cada 1° e calculamos a riqueza e a diversidade

funcional (DF) e filogenética (DP) para cada quadrante. Selecionamos modelos para cada uma destas

dimensões com variáveis ambientais e a combinação linear de filtros para autocorrelações espaciais.

Fizemos regressões parciais para particionar a variância entre componentes puramente ambientais,

espaciais e derivados da riqueza de espécies. Calculamos beta-diversidades funcionais (BDF) e

filogenéticas (BDP) entre pares de diferentes classes de latitudes. Para a DF o componente puro mais

influente foi o da riqueza, enquanto que para a DP foi o ambiental. A variável ambiental mais importante

para a DF foi AET e para a DP foi a temperatura média anual. Os maiores valores para a BDF foram

encontrados entre classes de latitudes tropicais e entre classes de latitudes tropicais e temperadas, já para

a BDP os maiores valores foram encontrados entre classes de latitudes temperadas. Nossos resultados

mostram-se diferentes dos obtidos para padrões globais nas diversidades de mamíferos, em que o

componente puramente espacial é encontrado como mais importante. Isso indica que tanto a escala do

problema abordado quanto as especificidades do nível taxonômico estudado são importantes para uma

análise mais acurada dos padrões em larga escala.

Palavras-chave: Diversidade Filogenética, Diversidade Funcional, Beta-diversidade Funcional, Beta-

diversidade Filogenética.

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Análise e síntese da biodiversidade de peixes e invertebrados no alto rio Paraná: perspectivas

espaciais e temporais

Luis Artur Valões Bezerra e André Andrian Padial

A planície de inundação do alto rio Paraná (denotada como “planície” adiante) permanece como o único

remanescente não barrado, na bacia hidrográfica. Entretanto, está sob influência indireta dos

reservatórios de abastecimento e/ou potencial hidrelétrico nos seus afluentes, dados os repetidos

barramento, no final do último século. Nossos objetivos são caracterizar, espacialmente e

temporalmente, interações entre comunidades de peixes e invertebrados (grupos-modelo) em

ecossistemas naturais e artificiais da planície. No capítulo I, serão registradas presença, ausência,

distribuição e traços funcionais desses grupos, para medição da conectividade ecossistêmica, entre

quatro tributários (rios Ivaí, Piquiri, Ivinheima e Baía ou complexo Ocidental-Oriental). No capítulo II,

a CPUE de peixes e pulsos de inundação (entre os anos 2000 a 2013), serão modelados em dois

tributários da planície (rios Baía e Ivinheima). Finalmente, no capítulo III, a qualidade de habitats será

acessada nos ecossistemas desses dois tributários, relacionando macrófitas aquáticas, CPUE de peixes

e pulsos de inundação. Os dados são oriundos do Programa Ecológico de Longa Duração (PELD), da

Universidade Estadual de Maringá (UEM), fornecidos em parceria com o Laboratório de Análise e

Síntese em Biodiversidade, da Universidade Federal do Paraná (LASB-UFPR). Será realizada uma

análise de meta-dados nas sub-bacias hidrográficas do complexo Ocidental-Oriental. A conectividade

ecossistêmica será modelada no software CircuitScape, com base na teoria de circuitos. Zonas barradas

para a construção de reservatórios funcionarão como resistências, limitando diferencialmente a

movimentação de espécies, entre ecossistemas. As biomassas relativas, entre os anos de 2000 e 2013 e

CPUE de peixes serão modeladas espacialmente e temporalmente, nos capítulos II e III, no software

Ecopath with Ecosim. No capítulo II, o foco será sobre influência dos pulsos de inundação entre

ecossistemas. No capítulo III, o foco será na qualidade de habitats para comunidade de peixes,

considerando biomassa de macrófitas aquáticas e pulsos de inundação.

Palavras-chave:

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Padrões de floração de plantas polinizadas por beija-flores em diferentes escalas espaciais

Marcia Luzia Malanotte e Isabela Galarda Varassin

Laboratório de Ecologia Vegetal

Os padrões de floração no nível de comunidade podem afetar a dinâmica dos sistemas ecológicos,

influenciando processos tanto competitivos como de facilitação. A distribuição temporal e a qualidade

dos recursos ofertados pelas flores influencia o comportamento de forrageamento dos beija-flores. Neste

estudo estamos testando a relação da extensão do tempo de floração com o comportamento dos beija-

flores, considerando a sobreposição e aninhamento da extensão temporal de floração numa escala local

e continental. O estudo local está sendo realizado na Reserva Natural Rio Cachoeira, pertencente à

SPVS, inserido na APA de Guaraqueçaba no litoral norte do Paraná. As coletas dos dados de floração

estão sendo realizadas mensalmente em um período de 12 meses nas 10 parcelas. A extensão temporal

e intensidade de floração foram relacionadas com a densidade de plantas. O índice de sobreposição

temporal foi calculado por parcela, e foi relacionado com a frequência de visitação dos beija-flores de

diferentes comportamentos. Para analisar se a intensidade de floração não é apenas o efeito da densidade

de plantas, foi realizada uma regressão linear entre os resíduos da análise (densidade plantas*extensão

de tempo), intensidade de floração como variável resposta. O estudo em macroescala abrangerá o

continente americano. A coleta de dados está em andamento, porém ainda não foi possível realizar todas

as análises. A sobreposição e aninhamento da extensão temporal das comunidades serão calculadas e

relacionadas com fatores abióticos e com a filogenia. Os padrões de floração das espécies de plantas

serão relacionados com a sobreposição de interações das comunidades. Nossos resultados indicam que

uma maior densidade de indivíduos afeta as interações entre plantas e polinizadores, favorecendo uma

maior taxa de visitação de polinizadores. Neste estudo, a sobreposição de floração não afetou os

processos de facilitação ou competição, indicando que outros fatores biológicos ou neutros estejam

atuando na guilda de plantas polinizadas por beija-flores.

Palavras-chave: fenologia, densidade plantas, sobreposição de floração, comportamento beija-flores.

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Distribuição espaço-temporal do caranguejo fantasma Ocypode quadrata através dos

subambientes praiais em Ipanema, litoral do Paraná, sul do Brasil.

Pablo D. B. Guilherme e Carlos A Borzone

Laboratório de Ecologia de Praias Arenosas

A praia arenosa é um ecótono complexo que pode ser dividido em subambientes com distintos atributos

físicos. O médiolitoral que possui sedimentos encharcados e é diariamente retrabalhado pela ação das

marés, a zona de drift, formada por um deposito continuo de detrito orgânico, o supralitoral não vegetado

que se apresenta como uma região de sedimento seco e que ocasionalmente é borrifado ou encharcado

pela maré alta, a duna frontal incipiente colonizada por vegetação pioneira (herbáceas e gramíneas) e a

duna frontal estabelecida principalmente habitada por arbustos. O caranguejo fantasma, Ocypode

quadrata, estende a sua distribuição através de todos os subambientes, mas com possíveis flutuações de

abundancia em relação a sazonalidade e a idade do organismo. Para compreender essas flutuações, seis

transecções perpendiculares ao mar foram mensalmente fotografas (1m²) de fevereiro de 2012 a maio

de 2014 na praia de Ipanema no litoral do Paraná. Em cada fotografia as tocas dos caranguejos foram

contadas e mensuradas (ImageJ), e sua posição em relação ao subambiente anotada. As tocas com sinais

de atividade e menores que 12mm foram atribuídas a indivíduos recrutas, de 12 a 20 mm a juvenis e

tocas maiores que 20 mm a adultos, com base na relação proposta por Alberto e Fontoura (1999). Foram

contabilizadas 4185 tocas, sendo 2245 com sinais de atividade, variando o comprimento da carapaça de

3,33 a 48,03 mm. Os recrutas compõem 55% das observações, enquanto os juvenis e adultos

representam 22 e 21 %, respectivamente. O maior registro de tocas foi no médiolitoral (21,16 tocas.m-

1) e supralitoral (18.66 tocas.m-1), já o menor foi na duna frontal estabelecida (1.5 tocas.m-1). Na costa

do paraná, março e abril são marcados pelo intenso recrutamento de O. quadrata, que se concentram na

região entre marés (médiolitoral e supralitoral). Os adultos e juvenis ocupam principalmente o

supralitoral durante os meses quentes e a duna frontal incipiente durante o restante do ano. As flutuações

na abundancia para os juvenis e adultos podem ser causadas pelo comportamento críptico da espécie em

resposta a fatores climáticos (temperatura e ventos). Contudo, nossos resultados mostram que a inclusão

das dunas é indispensável, especialmente quando a distribuição e abundancia desses organismos é usado

no diagnóstico de saúde das praias.

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Palavras-chave: praia arenosa, caranguejo fantasma, distribuição, subambientes, duna frontal

Avaliação do comportamento de homing de grandes bagres do Alto Paraná: uma nova

abordagem

Rafael A. Baggio e Walter A. Boeger

Laboratório de Ecologia Molecular e Parasitologia Evolutiva (LEMPE)

O pintado, Pseudoplatystoma corruscans, tem sofrido extensa redução em seu estoque na bacia do Alto

Rio Paraná. A alta quantidade de barragens, particularmente, possui grandes implicações para peixes

migradores, como bagres, problema potencializado para espécies que realizam homing, comportamento

no qual os espécimes se reproduzem nos mesmos tributários em que foram postos e sugerido para

algumas espécies do grupo. Nesse trabalho, é proposta uma nova abordagem para teste de hipótese de

homing, a qual é implantada para P. corruscans da bacia do Alto Rio Paraná. Para isso, marcadores

moleculares foram aplicados em adultos coletados na calha principal da bacia (área de alimentação) e

em larvas provenientes dos principais tributários do trecho (áreas de reprodução). Ademais, a presença

de híbridos P. corruscans x P. reticulatum vem sendo reportada na bacia e os mesmos marcadores foram

utilizados para avaliar a presença de híbridos na amostra. Um total de 163 larvas tiveram sua

identificação confirmada pelas técnicas de código de barras de DNA e marcadores microssatélites, não

havendo indícios de hibridização e introgressão na amostra. As análises genéticas demonstram que as

populações dos Rios Ivinhema e Ivaí são semelhantes entre si e diferentes do Rio Amambai. Entretanto,

as populações de adultos (75 indivíduos) não foram geneticamente diferentes entre si e representaram

mistura de indivíduos entre os 2 agrupamentos. Diferenciação genética entre as populações de larvas e

mistura entre populações na área de alimentação são esperadas para populações que realizam homing,

mas a ausência de diferenciação genética entre as populações dos Rios Ivinhema e Ivaí sugere que outros

mecanismos podem estar envolvidos, como a influência das UHEs a montante. Nessa hipótese, alguns

indivíduos que se reproduziam em seu tributário de origem (população com homing) a montante dessas

UHEs possivelmente ficaram isolados a jusante a partir de seu fechamento, realizando sua reprodução

nos sistemas lóticos mais próximos (Rios Ivaí e Ivinhema). Modelos matemáticos serão utilizados para

avaliar se represas podem causar homogeneização genética entre populações e quantas gerações seriam

necessárias para observar esse cenário.

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Palavras-chaves: genética de populações, represas, peixes, larvas, microssatélites.

Fusão Invasora: revisão da hipótese e teste experimental entre espécies aquáticas do Alto Rio

Paraná

Raul Rennó Braga e Jean R. S. Vitule

Laboratório de Ecologia e Conservação - LEC - UFPR

Comumente os estudos de invasões biológicas focam apenas no registro destas no ambiente ou no

impacto delas sobre espécies nativas, deixando inexploradas interações positivas entre espécies não-

nativas. A hipótese da fusão invasora remete a um processo pelo qual um grupo de espécies não-nativas

facilita a invasão uma das outras aumentando a sobrevivência e/ou impacto ecológico. Uma revisão

global e hierarquização da hipótese foi conduzida contabilizando 150 artigos com 63,3% desses

suportando a hipótese. Um teste experimental foi conduzido para investigas o impacto individual e

sinérgico de três invasores (Astronotus ocellatus, Hydrilla verticillata, Limnoperna fortunei) do Alto

Rio Paraná. Ao final, a turbidez da água, total de sólidos dissolvidos, oxigênio dissolvido e a integridade

das macrófitas foram afetadas pela presença de espécies não-nativas apesar do efeito não ser sinérgico

entre as espécies. A sobrevivência de uma espécie de presa nativa foi menor na presença das espécies

não nativas. A terceira fase do projeto que inclui um modelo para testes da hipótese de fusão invasora

está em andamento, pois essencialmente depende da finalização das análises dos estudos já realizados

sobre a hipótese (fase da hierarquização da hipótese).

Palavras-chave: ecologia de invasões, interações positivas, facilitação, hierarquização de hipóteses,

revisão sistemática

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Avaliação da contaminação e depuração de cianotoxinas em reservatórios do paraná

Sabrina Loise de Morais Calado e Helena Cristina da Silva de Assis

Laboratório de Toxicologia Ambiental

Os reservatórios são lagos artificias que vem sendo amplamente utilizados para a geração de

energia, abastecimento público de água e recreação. O reservatório Iraí é uma das represas que faz o

abastecimento público da cidade de Curitiba e região Metropolitana e o reservatório Alagados da cidade

de Ponta-grossa, Castro e Carambeí. Em ambos os ecossistemas tem sido evidenciadas persistentes

florações de cionobactérias potencialmente tóxicas, principalmente a Cylindrospermopsis raciborskii e

Microcystis aeruginosa. Estas cianobactérias são potencialmente produtoras de neurotoxinas e

hepatotoxinas, respectivamente. Além das florações de cianobactérias, a ocupação humana e a prática

agrícola no entorno destes corpos hídricos vem causando problemas sociais, ambientais e econômicos.

O objetivo deste estudo é avaliar a qualidade da água do reservatório Iraí e Alagados e o potencial de

depuração de Geophagus brasiliensis. Serão realizadas 4 coletas de água nos reservatórios Iraí e

Alagados no período de 2015 à 2016. Nas amostras de água serão realizadas análises do fitoplâncton e

análises químicas de quantificação de cianotoxinas, agrotóxicos e hidrocarbonetos policíclicos

aromáticos (HPAs). Será realizada uma coleta de Geophagus brasiliensis no reservatório do Iraí e

Alagados. Os peixes coletados serão divididos em dois grupos. O primeiro chamado de “grupo

reservatório” será eutanasiado no mesmo dia da coleta e os órgãos coletados para análises químicas,

bioquímicas, genéticas e histológicas. O segundo grupo chamado “grupo depuração” será submetido ao

experimento de depuração por 90 dias. O experimento será dividido em 7 períodos: 7 dias, 15 dias, 30

dias, 45 dias, 60 dias, 75 dias e 90 dias. Após cada período os peixes serão submetidos aos mesmos

procedimentos do “grupo reservatório”. Visto que estes reservatórios são destinados ao abastecimento

público, a avaliação da qualidade da agua e da saúde da biota é fundamental para determinar a real

situação destes ecossistemas e contribuir para um melhor gerenciamento e conservação ambiental.

Palavras-chave:

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Avaliação dos efeitos da pressão de propágulos sobre o sucesso no estabelecimento e invasões de

espécies não nativas

Sandra Carla Forneck, Jean Ricardo Simões Vitule e Almir Manoel Cunico

Invasões biológicas estão entre as maiores ameaças à biodiversidade e a atividade de aquicultura

destaca-se como importante fonte de novas introduções, elevando a probabilidade de estabelecimento

de espécies não nativas decorrentes da pressão de propágulos estabelecidos pela atividade. Neste

contexto, serão realizadas análises através de revisão sistematizada, metanálise e estudos experimentais

de campo e em mesocosmos para avaliar os efeitos da pressão de propágulos sobre o sucesso no

estabelecimento e invasão de espécies não nativas. Primeiramente, será realizada uma revisão

sistematizada dos estudos sobre pressão de propágulos, permitindo verificar: taxas de publicação/tempo,

periódicos que mais publicam sobre o tema, países, ecorregiões e ambientes dos estudos, tipos de

organismos e propágulos estudados, metodologias e métricas utilizadas e as principais lacunas

existentes. Por meio de metanálise, será investigado o efeito da pressão de propágulos sobre o sucesso

no estabelecimento de populações não nativas em relação aos fatores que afetam esses efeitos, como:

tipo de pressão de propágulos avaliado, táxon estudado, região geográfica, escala espacial e temporal

utilizada, tipo de ambiente e vetor. Por meio do estudo de campo será avaliado o efeito de diferentes

pressões de propágulos via aquicultura de Oreochromis niloticus. Para isso, serão realizadas coletas

com aparelho de pesca elétrica, anzóis, tarrafas e peneiras em nove riachos. Será avaliada a relação entre

a probabilidade de geração de propágulos de cada microbacia e as densidades estimadas de O. niloticus

no ambiente natural, além de diferenças nos parâmetros ecológicos individuais e populacionais dos

indivíduos coletados nos riachos com diferentes pressões de propágulos. Por meio de experimentos em

mesocosmos com tratamentos com diferentes tamanhos e números de propágulos, serão avaliados os

efeitos da pressão de propágulos sobre parâmetros ecológicos individuais e populacionais de O.

niloticus.

Palavras-chave:

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Trade-off entre investimento foliar e radicular depende da renovação de nutrientes para a

macrófita aquática Neotropical Eichhornia azurea (SW.) Kunth

Suelen Cristina Alves da Silva Pereto e André Andrian Padial

Laboratório de Análise e Síntese em Biodiversidade.

Plasticidade fenotípica é a habilidade de um organismo mudar sua morfologia e fisiologia em resposta

às mudanças ambientais. Nesse sentido, o trade-off é o investimento de uma característica em detrimento

de outra em resposta à uma mudança ambiental. Em macrófitas aquáticas, os trade-offs são comumente

observados e estão relacionados com importantes aspectos de desempenho da planta como

estabelecimento da raiz, assimilação de nutrientes e investimento foliar para a fotossíntese. Logo, é

esperado diferenças quanto à forma e tamanho de folhas e raízes em resposta à gradientes ambientais.

Amostramos representantes de Eichhornia azurea em ambientes semilóticos e lênticos em dois

diferentes subsistemas (Rio Baia e Paraná) da Planície de Inundação do alto Rio Paraná (PIARP). A

unidade amostral foi definida como os últimos 5 nós com raízes secundárias maiores do que 5 cm. O

comprimento de todas as raízes e a porção de maior diâmetro de todas as folhas foi mensurado em cada

unidade amostral. A distância da unidade amostral coletada em relação à margem foi mensurada como

sendo uma co-variável devido ao fluxo da água diferir dependendo da distância da margem.

Comparamos o trade-off entre investimento radicular e foliar dentro de um mesmo subsistema

(semilótico x lêntico) e entre subsistemas (lêntico x lêntico). Geramos evidências para a hipótese de que

em ambientes lênticos o investimento em raízes é maior devido à precária renovação de nutrientes na

zona de absorção das raízes. O baixo fluxo da água garante uma fina camada limítrofe de nutrientes ao

redor das raízes, camada essa que prontamente é esgotada devido à demanda de nutrientes e, por isso a

necessidade do investimento radicular para o suprimento de nutrientes. Em contrapartida, o maior fluxo

de água em ambientes semilóticos garante uma camada limítrofe mais espessa de nutrientes ao redor da

raiz. Esse cenário garante a demanda de assimilação de nutrientes por parte da raiz não necessitando

investimento radicular e, portanto permitindo o investimento em folhas. Dessa forma, destacamos a

importância do fluxo de água no trade-off da macrófita aquática mais abundante e estruturadora da

PIARP.

Palavras-chave: Planície de Inundação do Alto Rio Paraná, Gradiente ambiental, Atributos funcionais.

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Organização de comunidades de plantas e aves em formações pioneiras de planície de maré no

sul do Brasil

Tiago Machado-de-Souza, Marcos R. Bornschein & Isabela Galarda Varassin

Laboratório de Ecologia Vegetal – LEV

Planícies de maré são regiões que sofrem influência diária das marés e são caracterizadas por formações

herbáceas (e.g. brejo de maré) e arbóreas (e.g. manguezal). São pouco estudadas, hiperdinâmicas e com

máxima prioridade para a conservação da zona costeira. Assim, os objetivos deste estudo são: (i)

Determinar o efeito da altitude, salinidade e tipo de sedimento na composição, diversidade de espécies,

diversidade funcional e filogenética da comunidade de plantas de fitofisionomias pioneiras da planície

de maré adjacente ao rio São João e à Baía de Guaratuba, litoral sul do Paraná; (ii) Avaliar a influência

da composição de espécies e diversidade funcional de plantas na organização da comunidade de aves da

planície de maré da região. O levantamento florístico foi realizado por intermédio de 60 parcelas de 10

x 10 m, a partir das quais será obtida a composição, diversidade de espécies, diversidade funcional e

filogenética das plantas. A distribuição das parcelas foi realizada de forma a contemplar o gradiente

altitudinal, perpendicularmente à borda do rio, e o gradiente salino ao longo do rio até a Baía de

Guaratuba, onde a salinidade é maior. Em cada parcela ainda serão obtidas informações de fatores

abióticos como altitude, salinidade do sedimento e tipo de sedimento. Desde outubro de 2014 estão

sendo realizados censos mensais de aves em 18 pontos de escuta com o intuito de avaliar a composição

de espécies ao longo do gradiente salino. Até o presente momento foram inventariadas aproximadamente

47 espécies de plantas e 45 espécies de aves. Assim, a partir de análises exploratórias será possível

avaliar o efeito do tipo do sedimento, gradiente salino e altitudinal na composição, distribuição,

diversidade de espécies, funcional e filogenética de plantas, e consequentemente a influência das

diferentes feições da vegetação ao longo destes gradientes na composição, distribuição, diversidade de

espécies e funcional das aves da região.

Palavras-chave: avifauna, ecologia de comunidades, diversidade de espécies, diversidade filogenética,

diversidade funcional, montagem de comunidades, gradientes.

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Organização das comunidades de beija flores e suas fontes de néctar em diferentes escalas

espaciais

Tiago Simões Malucelli e Isabela Galarda Varassin

Laboratório de Ecologia Vegetal

A composição de comunidades pode ser afetada por processos com importância dependente da escala

espacial. O objetivo deste estudo é verificar influência de fatores espaciais, ambientais, bióticos e

filogenéticos na composição das comunidades de beija flores e suas fontes de néctar, em escala local,

regional e continental. Estão sendo feitas amostragens em escala local na Mata Atlântica do litoral do

Paraná, onde são observadas interações entre plantas e beija flores, determinando assim, a abundância

dos mesmos em 10 parcelas, até completar 12 meses. Os dados das escalas regional e continental (64

redes de interação) serão fornecidas pelo pesquisador Bo Dalsgaard (Universidade de Copenhague). A

partir do conjunto de dados completos, serão realizadas análises de redundância para observar a

explicação espacial e ambiental sobre os dados de abundância. Análises no pacote SYNCSA serão feitas

para observar influência de filtro ambiental, filtro biótico e estrutura filogenética nas comunidades. Será

desenvolvida, a partir do pacote SYNCSA, uma metodologia para verificar se a presença/ausência de

parceiros mutualísticos pode facilitar/restringir as espécies. Foram feitas análises com parte dos dados

da escala local (sete meses) para observar como diferenças de altitude, posição geográfica e composição

de parceiros mutualísticos, entre parcelas, influencia a composição de beija flores e plantas. Testes de

Mantel mostraram correlação da altitude e composição de beija flores (Rmantel=0,61; p<0,05) e

correlação da composição de plantas e beija flores (Rmantel= 0,61, p<0,05). As outras correlações não

foram significativas. Foram feitos testes de Mantel parcial entre a composição de beija flores e plantas,

controlado pela altitude (Rmantel=0,33, p<0,05) e entre a composição de beija flores e altitude,

controlado pela composição de plantas (Rmantel=0,19, p>0,05). Essas análises fraca limitação por

dispersão nessa escala local. No entanto, a altitude e principalmente a presença de parceiros

mutualísticos foram importantes para determinar a composição de beija flores.

Palavras-chave: interações mutualísticas, polinização, montagem de comunidades.

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