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Fascículo 12 Unidades 27 e 28 Ensino Fundamental II Leila Moura Vieira, Luziane Patricio Siqueira Rodrigues e Lygia Maria Andrade Figueira LÍNGUA PORTUGUESA

LÍNGUA PORTUGUESA · íngua Portuguesa Fascículo 12 Unidade 27 9 Quadro 27.1: Tipos textuais x gêneros textuais TIPOS TEXTUAIS – São sequências de base, que organizam a parte

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Fascículo 12Unidades 27 e 28

Ensino Fundamental II

Leila Moura Vieira, Luziane Patricio Siqueira Rodrigues e Lygia Maria Andrade Figueira

LÍNGUA PORTUGUESA

GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

GovernadorWilson Witzel

Vice-GovernadorClaudio Castro

Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e InovaçãoLeonardo Rodrigues

Secretário de Estado de EducaçãoPedro Fernandes

FUNDAÇÃO CECIERJ

PresidenteCarlos Eduardo Bielschowsky

PRODUÇÃO DO MATERIAL CEJA (CECIERJ)

Elaboração de ConteúdoLeila Moura Vieira

Luziane Patricio Siqueira RodriguesLygia Maria Andrade Figueira

Diretoria de Material DidáticoBruno José Peixoto

Coordenação de Design Instrucional

Flávia BusnardoPaulo Vasques de Miranda

Design InstrucionalRenata Vittoretti

Revisão de Língua PortuguesaEquipe CEDERJ

Diretoria de Material ImpressoUlisses Schnaider

Projeto GráficoNúbia Roma

IlustraçãoAndré Amaral

Programação VisualAlexandre d’Oliveira

CapaAndré Amaral

Produção GráficaFábio Rapello Alencar

C391CEJA : Centro de educação de jovens e adultos. Ensino fundamental II. Língua portuguesa / Leila Moura Vieira, Luziane Patricio Siqueira Rodrigues, Lygia Maria Andrade Figueira. Rio de Janeiro : Fundação Cecierj, 2019. Fasc. 12 – unid. 27 - 28 42p.; 21 x 28 cm.

ISBN: 978-85-458-0198-6

1. Português. 2. texto. I. Vieira, Leila Moura. II. Rodrigues, Luziane Patricio Siqueira. III. Figueira, Ligya Maria Andrade . 1. Título.

CDD: 469.07

Copyright © 2019 Fundação Cecierj / Consórcio Cederj

Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e/ou gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Fundação.

Referências bibliográficas e catalogação na fonte, de acordo com as normas da ABNT.Texto revisado segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

SumárioUnidade 27 5Uma reflexão sobre diferentes textos

Unidade 28 27Você sabe dissertar?

Prezado(a) Aluno(a),

Seja bem-vindo a uma nova etapa da sua formação. Estamos aqui para auxiliá-lo numa jornada rumo ao aprendizado e conhecimento.

Você está recebendo o material didático impresso para acompa-nhamento de seus estudos, contendo as informações necessárias para seu aprendizado e avaliação, exercício de desenvolvimento e fixação dos conteúdos.

Além dele, disponibilizamos também, na sala de disciplina do CEJA Virtual, outros materiais que podem auxiliar na sua aprendizagem.

O CEJA Virtual é o Ambiente virtual de aprendizagem (AVA) do CEJA. É um espaço disponibilizado em um site da internet onde é possível encon-trar diversos tipos de materiais como vídeos, animações, textos, listas de exercício, exercícios interativos, simuladores, etc. Além disso, também existem algumas ferramentas de comunicação como chats, fóruns.

Você também pode postar as suas dúvidas nos fóruns de dúvida. Lembre-se que o fórum não é uma ferramenta síncrona, ou seja, seu professor pode não estar online no momento em que você postar seu questionamento, mas assim que possível irá retornar com uma respos-ta para você.

Para acessar o CEJA Virtual da sua unidade, basta digitar no seu na-vegador de internet o seguinte endereço: http://cejarj.cecierj.edu.br/ava

Utilize o seu número de matrícula da carteirinha do sistema de con-trole acadêmico para entrar no ambiente. Basta digitá-lo nos campos “nome de usuário” e “senha”.

Feito isso, clique no botão “Acesso”. Então, escolha a sala da discipli-na que você está estudando. Atenção! Para algumas disciplinas, você precisará verificar o número do fascículo que tem em mãos e acessar a sala correspondente a ele.

Bons estudos!

Uma reflexão sobre diferentes textos

Objetivos de aprendizagem

1. Identifi car as diferentes formas de texto;

2. Reconhecer a necessidade da coesão e da coerência para o enten-dimento do texto;

3. Analisar as relações entre as orações na composição de textos;

4. Identifi car as relações de lógica e de sentido nos períodos compostos;

5. Reconhecer o valor semântico de orações subordinadas adverbiais na organização textual.

Ensino Fundamental II

Língua Portuguesa - Fascículo 12 - Unidade 27

6 Ensino Fundamental II

Para início de conversa... Nesta unidade, vamos estudar as diferentes formas de textos usa-

dos nos vários contextos de atividades humanas com finalidade comu-nicativa. Observaremos que a comunicação verbal ocorre por algum gênero textual, isto é, por algum texto.

Verificaremos a relevância da coerência e da coesão na compreen-são das composições. Além disso, analisaremos cuidadosamente o em-prego das orações na elaboração dos textos, já que elas estabelecem relações de sentido entre si, nos períodos compostos. Por último, des-tacaremos a importância das orações subordinadas adverbiais na or-ganização dos textos.

1. Diferentes formas textuaisAs diferentes formas de textos podem ser identificadas a partir do

tema, do objetivo da situação de comunicação e da organização es-trutural do texto. A tipologia textual (ou tipos de textos) são sequências básicas que caracterizam os vários formatos de textos, sendo suporte para a estrutura dos gêneros textuais.

Elas trabalham com a composição teórica da linguagem: o léxico (conjunto de palavras de uma língua), a sintaxe (responsável pela po-sição das palavras nas frases e pelo posicionamento das orações no texto), os tempos verbais, as relações lógicas (disposição das frases para ter sentido entre elas). Os chamados tipos textuais desempenham funções no interior dos gêneros textuais e são classificados como: nar-rativo, descritivo, dissertativo, argumentativo, informativo, injuntivo.

Já os gêneros textuais têm ação prática, funcionalidades, trabalham com tema/assunto específico, estilo e são textos concretizados no diá-logo entre as pessoas, na vida social. Eles sempre estão envolvidos em práticas comunicativas realizadas em vários contextos da sociedade, como: na praia, no bar, na feira livre, em parques, igrejas, escolas, ba-ladas, escritórios, hospitais, cartórios, reuniões de família, zaps, redes sociais, chats, jornais, revistas, dentre muitos outros ambientes de ativi-dades humanas. Desse modo, não há condições de contar o número de gêneros textuais existentes. Observe o exemplo abaixo:

7Língua Portuguesa - Fascículo 12 - Unidade 27

Texto I

Eduardo e Mônica

(Renato Russo – Legião Urbana)

Quem um dia irá dizer

Que existe razão nas coisas feitas pelo coração

E quem irá dizer

Que não existe razão? [...]

Eduardo e Mônica um dia se encontraram

E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer. [...]

Eduardo e Mônica trocaram telefone

Depois telefonaram e decidiram se encontrar. [...]

Eduardo e Mônica eram nada parecidos. [...]

Ela fazia medicina e falava alemão.

E ele ainda nas aulinhas de inglês. [...]

Ela se formou no mesmo mês

Em que ele passou no vestibular.

E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa,

Que nem feijão com arroz.

Construíram uma casa uns dois anos atrás

Mais ou menos quando os gêmeos vieram [...]

Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília

E a nossa amizade dá saudade no verão. [...]

Estrutura do texto “Eduardo e Mônica” (Gênero textual MÚSICA)

No Texto 1, o gênero textual música materializa-se linguisticamen-te para exercer a prática comunicativa social: cantar a canção. Mas a narração constrói a base desse gênero a partir do conjunto de palavras selecionadas, da estrutura sintática das frases, dos tempos verbais e da disposição das frases usadas na letra da música para dar sentido aos versos e para facilitar a composição da melodia.

Na composição “Eduardo e Mônica”, apesar de o autor escrever usando o formato do gênero textual poema (em versos), continua prevalecendo, aqui, o gênero textual música. Na verdade, os gêneros se mesclam para

8 Ensino Fundamental II

dar suporte um ao outro, como acontece a exemplo da narração, que pre-cisa aderir à descrição para detalhar a história narrada.

Atenção

Diferenças entre o gênero POEMA e o gênero MÚSICA. O primeiro é a arte elaborada para demonstrar sentimentos por meio de versos, muitas vezes usando palavras rimadas, sempre para leitura. Já o segundo, a música, combina letra com melodia e não é para ser lida, e sim cantada.

Anote as respostas em seu caderno.

Atividade 1

Responda em seu caderno:

a) Quem relata a história?

b) Qual é a complicação da história?

c) Como pode ser classificada a forma estrutural do texto “Eduardo e Mônica”?

Anote as respostas em seu caderno.

Agora, leia atentamente o quadro a seguir. Observe como gêneros e tipos textuais se entrelaçam, isto é, existe uma interdependência entre os diferentes formatos de textos.

9Língua Portuguesa - Fascículo 12 - Unidade 27

Quadro 27.1: Tipos textuais x gêneros textuais

TIPOS TEXTUAIS – São sequências de base, que organizam a parte lin-guística dos gêneros textuais..

GÊNEROS TEXTUAIS – Língua como atividade social, privilegiando a/o interação/diálogo entre as pessoas nos diversos setores de atividades humanas.

NARRAÇÃO – Qualquer modalidade narrativa [...] é possível utilizar muitos modos de narrar, ou seja, maneiras de compor a narrativa, que se rela-cionam com o conteúdo que se quer desenvolver (FERREIRA; PELLEGRINI, 1999).

Romance, novela, crônica, fábula, poe-sia de cordel, poema, conto, fábula, notícia, reportagem, charge, dentre outros.

ARGUMENTAÇÃO – Tem como objeti-vo convencer o interlocutor, a pessoa com quem eu falo, sobre alguma situação.

Na forma oral: palestras, defesa ou acusação de um réu, debates.

Na forma digital: blogs, zap, fóruns virtuais, dentre outros.

Na forma escrita: artigo de opinião, editorial de revista, carta de leitor, dentre outros.

DISSERTAÇÃO – Desenvolvida a partir de um tema que será discutido, por isso o escritor precisa conhecer o assunto.

Resumo, textos científicos, editorial, reportagem.

DESCRIÇÃO – Geralmente, aparece nos textos narrativos. Representa uma “foto” por escrito das situações reais ou do pensamento.

Laudo, relatório, ata, guia de viagem.

INJUNTIVO/INSTRUCIONAL – eles orientam o leitor por meio de uma ordem, por isso usa o verbo no impe-rativo.

Propaganda, receita culinária, bula de remédio, manual de instruções, regulamentos.

TEXTO INFORMATIVO – transmite informações. Faz uso da linguagem denotativa para não permitir interpre-tações diversas.

Informações transmitidas em jornais, revistas, por meio de entrevistas ou textos em prosa, livros didáticos, artigos científicos.

Anote as respostas em seu caderno.

Atividade 2

Classifique os textos a seguir, de acordo com a tabela anterior. Veja em qual tipo textual e gênero textual eles podem ser enquadrados. Explique.

a) Pudim de leite que não precisa ir ao fogo  

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Ingredientes:

1 lata de leite condensado

1 lata de creme de leite

1 pacote de gelatina sem sabor

1 copo de leite morno para desmanchar a gelatina

Açúcar para caramelizar a forma

Modo de Preparo:

Coloque o açúcar na forma e leve ao fogo para caramelizar

b) O cortiço, de Aluísio Azevedo (fragmento/trecho)

Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrin-do, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. [...]

Entretanto, das portas surgiam cabeças congestionadas de sono; ouviam-se amplos bocejos, fortes como o maru-lhar das ondas; pigarreava-se grosso por toda parte; [...]

Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescen-te; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas (AZEVEDO, 1979, p. 28-29).

Anote as respostas em seu caderno.

2. Coesão e coerência Texto II

Subi a porta e fechei a escada.

Tirei minhas orações e recitei meus sapatos.

Desliguei a cama e deitei-me na luz.

Tudo porque

Ele me deu um beijo de boa noite... (apud ANTUNES, 2005).

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No Texto II, há problemas relacionados à COERÊNCIA. Ela é essencial para que um conjunto de palavras for-me um texto, e não apenas um aglomerado de palavras. “Diz-se que um texto é coerente se fizer sentido. Sentido para quem fala/escreve e para quem ouve/lê” (FERREIRA; PELLEGRINI, 1999).

Atenção

A COERÊNCIA tem a ver com a “boa formação” do texto. Portanto, a coerência é algo que se estabelece na interação, na interlocução (conversa/diálogo), numa situação comuni-cativa entre dois usuários. Ela é o que faz com que o texto tenha sentido para os usuários, devendo ser vista, pois, como importante para a interpretação do texto (Adaptado de KOCH; TRAVAGLIA, 2002).

Anote as respostas em seu caderno.

Atividade 3

No Texto II, há presença da coerência ou não? Justifique.

Anote as respostas em seu caderno.

2.2. Trabalhando a coesão

A COESÃO diz respeito aos modos como as palavras, frases, ora-ções e períodos se relacionam, ou seja, se conectam por meio dos elos coesivos. Ela também é responsável pela retomada de algum termo da oração e contribui para a coerência do texto. Veja, no boxe a seguir, co-nectores (ou conectivos) que atuam como elos coesivos:

12 Ensino Fundamental II

Saiba mais

Alguns conectores ou conectivos

Pois, mas, embora, porque, nem, ora, que, aliás, além de tudo, ainda que, ainda, mesmo que, afinal, Isto é, ou seja, desse modo, dessa forma, porém, contudo, como também, todavia, etc.

Embora nem todos os textos tenham os elementos coesi-vos, podemos reparar que a maioria dos textos os tem.

Mas nem sempre a coesão de vale do uso de conectores/conectivos, como os do boxe. Ela pode se dar pela substituição de palavras ou ele-mentos da oração, como nos exemplos a seguir:

Exemplos:

(1) Perto da rodoviária, havia um pequeno restaurante. Lá, costumavam reunir-se os trabalhadores da educação.

O local de reunião foi retomado na oração seguinte pelo advérbio “lá”. Este recurso permite um texto bem elaborado, sem a repetição de palavras na mesma frase.

(2) Pedro e Carlos são ótimos advogados. Eles se formaram em uma faculdade pública.

Aqui, o sujeito é retomado pelo pronome ELES, na segunda oração.

Anote as respostas em seu caderno.

Atividade 4

Observe os termos destacados (conectores) no período abaixo, de-pois faça um comentário pertinente sobre suas funções na frase:

Às seis horas estou em pé, porque entro no colégio às sete horas. É um horror acordar cedo, pois adoro dormir pela manhã. Mas, enfim, o que fazer?

Anote as respostas em seu caderno.

13Língua Portuguesa - Fascículo 12 - Unidade 27

3. Relações entre as orações na composição de textos

Texto III

O naufrágio

Quando tudo ficou pronto para a longa viagem, embar-quei no naviozinho. Fazia justamente oito anos que tinha deixado a casa de meus pais. Qualquer coisa me dizia que não fizesse tal viagem, mas eu me havia comprome-tido e não podia voltar atrás. [...] Por muitos dias só tive-mos bom tempo. O navio navegava firme, tudo parecendo indicar que a viagem seria das mais felizes. Mas não foi assim. [...] (DEFOE, 1995).

O trecho que você acaba de ler foi extraído do famoso romance Ro-binson Cruzoé, escritor inglês Daniel Defoe, publicado pela primeira vez em 1719. Com base no Texto III, agora vamos fazer uma atividade.

Anote as respostas em seu caderno.

Atividade 5

Responda em seu caderno:

I. Interprete a fala do narrador: “Qualquer coisa me dizia que não fizesse tal viagem”.

II. Indique a única oração do fragmento do texto “Naufrágio”, que se compreende estar relacionada com o título da narrativa.

a) O navio navegava firme.

b) Mas não foi assim.

c) Quando tudo ficou pronto para a longa viagem.

d) Por muitos dias só tivemos bom tempo.

Um enunciado pode ser formado por uma ou mais orações. Observe os exemplos a seguir:

14 Ensino Fundamental II

Exemplos:

■ Por muitos dias só tivemos bom tempo.

O enunciado acima possui uma oração. Logo, temos um PERÍODO SIMPLES.

Quando tudo ficou pronto para a longa viagem, embarquei no navio-zinho.

O enunciado em questão é formado por duas orações: 1ª oração: Quando tudo ficou pronto para a longa viagem; 2ª oração: embarquei no naviozinho. Trata-se, portanto, de um PERÍODO COMPOSTO.

Atenção

PERÍODO – É a frase organizada em oração ou orações, podendo ser:

simples – quando formado por uma só oração ou

composto – quando formado por duas ou mais orações, que se relacionam por meio dos processos de subordina-ção e/ou coordenação.

PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO: As orações não apre-sentam dependência sintática entre si e são classificadas como ora-ções coordenadas. Elas possuem todos os elementos sintáticos neces-sários para sua composição. Ex.: sujeito, verbo, objeto, dentre outros.

PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO: A oração subordinada funciona como elemento sintático (sujeito, predicado, objeto, adjunto adverbial, complemento nominal, dentre outros) da oração principal. Por isso, há uma dependência sintática entre as orações do período subordinado.

OBSERVAÇÃO: Tanto as orações coordenadas como as subordina-das são dependentes entre si, no que diz respeito ao sentido (coerência) entre as orações dos períodos, parágrafos e frases que formam o texto.

Exemplo: “Qualquer coisa me dizia que não fizesse tal viagem, mas eu me havia comprometido e não podia voltar atrás.”

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O exemplo acima é um PERÍODO COMPOSTO. Ele possui dois ver-bos e duas locuções verbais, portanto, quatro orações. Observe que as quatro orações precisam umas das outras para que o texto tenha sen-tido completo, isto é, apresente uma informação coerente. O período é misto, formado por orações coordenadas e orações subordinadas.

1ª e 2ª orações são subordinadas, uma oração depende da outra sintaticamente.

3ª e 4ª orações são coordenadas, porque não dependem uma da outra sintaticamente.

Anote as respostas em seu caderno.

Atividade 6

Observe a frase seguinte e responda em seu caderno:

“Fazia justamente oito anos que tinha deixado a casa de meus pais.”

Trata-se de um período coordenado ou subordinado? Justifique a re-lação entre as orações.

Anote as respostas em seu caderno.

4. Relações de lógica e de sentido nos períodos compostos

Dizem respeito às relações entre as orações de um mesmo período. Observe o poema a seguir:

Eu sei que vou te amar

(Vinicius de Moraes)

Eu sei que vou te amar

Por toda a minha vida, eu vou te amar [...]

Eu sei que vou te amar

Por toda a minha vida, eu vou te amar [...]

Eu sei que vou chorar

16 Ensino Fundamental II

A cada ausência tua, eu vou chorar. [...]

Eu sei que vou sofrer

A eterna desventura de viver [...]

À espera de viver ao lado teu

Por toda a minha vida

No poema de Vinícius de Moraes (musicado por Tom Jobim), três períodos (frases) são iniciados com a oração EU SEI (sujeito + ver-bo). O modo de escrever (estrutura do texto) escolhido pelo autor – a repetição de frases – tem o propósito de enfatizar a ideia do amor fiel e permanente do eu-lírico (narrador), e ainda, unir as orações, ou seja, dar unidade ao texto.

Veja: as orações subordinadas substantivas (em itálico) comple-tam os verbos das orações principais. Trata-se de três períodos su-bordinados, compostos por duas orações em cada um deles:

Eu sei que vou te amar.

Eu sei que vou chorar.

Eu sei que vou sofrer.

Atenção

A SINTAXE é o estudo das relações que as palavras estabelecem entre si nas orações e das relações que as orações estabelecem entre si nos períodos. Ao relacionar palavras e orações, estamos criando nos-sos discursos – o que significa dizer que estamos utilizando efetivamente a língua portuguesa para satisfazer as nossas necessidades comunicativas. Portanto, a SINTAXE representa a possibilidade de combinação de palavras e orações. (Ulisses Infante. Curso de gramática Aplicada aos textos. 3. ed. São Paulo: Sci-pione, 1996. Adaptação.)

Agora, vejamos como a articulação, de sentido e lógica, ocorre nas frases, orações, períodos e textos:

17Língua Portuguesa - Fascículo 12 - Unidade 27

Os conceitos básicos de frase, oração e períodos são importantíssi-mos na elaboração e compreensão de textos. Já que a composição de um texto diz respeito à articulação das frases entre si. Isto demonstra existir entre as frases um constante jogo de referências mútuas que as tornam coesas e coerentes. Escrever um texto não se trata apenas de uma simples sequência de frases.

Uma boa redação depende da qualidade de cada frase, que unidas constroem o texto. Veja: No período temos quatro frases. Podemos per-ceber que a construção das frases no que se refere às escolhas – das palavras, da articulação entre elas, da sequência das frases e da forma-ção dos períodos – foi feita pelo escritor a fim de alcançar um objetivo. O escritor queria dar um estilo cômico ao texto, levar o leitor ao riso. Ele o conseguiu articulando com coerência a elaboração do texto:

Eu não roubei, senhor juiz. || O carro estava parado na porta do ce-mitério, || e eu, naturalmente, pensei || que o dono tivesse morrido. (BU-CHWEITZ, 2001, p. 101).

O PERÍODO exemplificado ACIMA foi organizado como COMPOS-TO. A 1ª e a 2ª orações são coordenadas. Já a 3ª e 4ª orações são subordinadas. Em alguns períodos, podemos combinar dois pro-cessos de organização sintática ao mesmo tempo (coordenação e subordinação).

Anote as respostas em seu caderno.

Atividade 7

Responda em seu caderno:

I. Qual é a importância da boa articulação das palavras e orações na composição das/dos frases/períodos?

II. O que é sintaxe?

Anote as respostas em seu caderno.

18 Ensino Fundamental II

5. O sentido (a semântica) das orações subordinadas adverbiais na organização de frases, períodos e textos

Atenção

O estudo das orações subordinadas adverbiais é um poderoso instrumento para a interpretação e a construção de textos narrativos e dissertativos. A expressão apropriada das diversas circunstâncias relacionadas com essas orações permite o desen-volvimento mais coerente de sequências de fatos (das quais participam indicações de tempo, de cau-sa e consequência, principalmente) e de procedi-mentos argumentativos (os quais envolvem muitas circunstâncias). As conjunções subordinativas ad-verbiais são importantes nos processos de interpre-tação e construção de textos, por isso esteja atento para empregá-las de acordo com as circunstâncias expressas nos textos (Adaptado de INFANTE, 1996).

Na abertura do Texto III, “O naufrágio”, a narrativa é iniciada com uma ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL TEMPORAL: “Quando tudo ficou pronto para a longa viagem, embarquei no naviozinho”. Ela expressa o fato ocorrido simultaneamente, após a situação apresen-tada na oração principal, localizando-o no tempo. O narrador (Robin-son Crusoé) inicia o texto afirmando que só embarcou para a longa viagem, no momento (ao mesmo tempo) em que tudo ficou pronto.

Observe:

Oração principal: “embarquei num naviozinho”.

Oração subordinada adverbial temporal: “Quando tudo ficou pronto para a longa viagem”.

QUANDO – Conjunção subordinativa adverbial temporal, que expri-me circunstância de tempo. Ela introduz a oração subordinada. As ora-ções subordinadas adverbiais atuam como adjuntos adverbiais do verbo da oração principal, expressando CIRCUNSTÂNCIAS.

19Língua Portuguesa - Fascículo 12 - Unidade 27

Adjuntos adverbiais são classificados de acordo com a circunstância que apresentam. Assim também ocorre com as orações subordinadas adverbiais. Elas são essenciais na conexão de ideias e fatos narrados nos textos, e ainda, contribuem muitas vezes para expor relações como causa e consequência.

Saiba mais

Estude as circunstâncias expressas pelas orações subordi-nadas adverbiais, muito importantes na elaboração de tex-tos. Para tanto, indicamos os seguintes livros:

Nova gramática do português contemporâneo. Autores: Celso Cunha & Lindley Cintra. São Paulo: Nova Fronteira.

Português linguagens, 9º ano. Autores: William Cereja & The-reza Cochar. São Paulo: Saraiva.

Veja a ORAÇÃO ADVERBIAL CONCESSIVA – embora apresente con-dições de afetar a realização de outro fato, não o faz. As conjunções usadas nessas relações semânticas são: embora, conquanto e as lo-cuções: ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que.

Observe o trecho do poema “Fico cheio de tremeliques”, de Sergio Capparelli:

Se você demora suas mãos nas minhas, fico cheio de tremeliques.

Se o telefone toca durante a noite,

fico cheio de tremeliques.

Se o telefone não toca durante a noite,

fico cheio de tremeliques.

Se você esquece o seu olhar no meu,

fico cheio de tremeliques. [...]

20 Ensino Fundamental II

Anote as respostas em seu caderno.

Atividade 8

Responda em seu caderno:

I. a) Quantos períodos subordinados há no texto acima?

b) Por que o narrador fica cheio de tremeliques? Explique.

II. No poema de Sérgio Capparelli, todas as orações subordinadas ad-verbiais são: ( ) de causa. ( ) de modo ( ) condicionais

III. Retomando o texto “Fico cheio de tremeliques”, explique a circuns-tância apresentada pela conjunção que introduz a oração subordinada do período a seguir: “Se você demora suas mãos nas minhas, fico cheio de tremeliques”.

Referências

AZEVEDO, Aluísio de. O cortiço. São Paulo: Ática, 1979.

ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras – Coesão e coerência. São Paulo: Parábola, 2005.

BEZERRA, Maria Auxiliadora; DIONISIO, Angela Paiva; MACHADO, Anna Rachel. Gêneros textuais & ensino. Rio de janeiro: Lucerna, 2002.

BUCHWEITZ, Donald (org.). Piadas para você morrer de rir. Belo Horizon-te: Leitura, 2001.

CAPARELLI, Sérgio. Fico cheio de tremiliques. Brainly, 2018. Disponí-vel em: <https://brainly.com.br/tarefa/10438096>. Acesso em: 06 dez. 2018.

DEFOE, Daniel. Robinson Crusoé. Trad. de Monteiro Lobato. 30. ed. São Paulo: Brasiliense, 1995.

FERREIRA, Marina. PELLEGRINI, Tânia. Redação palavra e arte. Ensino Médio. São Paulo: Atual, 1999.

INFANTE, Ulisses. Curso de gramática aplicada aos textos. 3. ed. São Pau-lo: Scipione, 1996.

21Língua Portuguesa - Fascículo 12 - Unidade 27

JOBIM, Antônio Carlos; MORAES, Vinicius. Eu sei que vou te amar. Le-tras, 2018. Disponível em: <https://www.letras.mus.br/vinicius-de-mo-raes/49269/>. Acesso em: 06 dez. 2018.

KOCH, Ingedore Villaça. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 1997.

KOCH, Ingedore Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Texto e coerência. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2002.

MATTA, Sozângela Schemim. Português linguagem e interação. Curitiba: Bolsa Nacional do Livro Ltda., 2009.

RUSSO, Renato. Eduardo e Mônica. LEGIÃO URBANA. Mais do Mesmo [CD], 1998.

Respostas comentadas das atividades

Atividade 1

a) O narrador-personagem, que só é revelado no final da história por meio do termo “nossa amizade”. A história, na sua quase totalidade, é narrada na 3ª pessoa do plural, porque o narrador só é revelado como personagem no final. Comentário: Caso o narrador-personagem partici-passe ativamente da história desde o início, a narração seria apresenta-da na 1ª pessoa do plural ou do singular.

b) Eduardo e Mônica são muito diferentes. Comentário: O texto levanta a discussão sobre pessoas tão diferentes se completarem.

c) Trata-se de um texto narrativo. Introduzido por uma polêmica ou refle-xão sobre as coisas do coração. A seguir, a história do casal Eduardo e Mônica é narrada. Comentário: O texto tem estrutura de narração, mas formato e intenção comunicativa do gênero textual música.

Atividade 2

a) O gênero textual receita de bolo é um texto instrucional, porque o lei-tor é orientado como proceder para preparar o bolo. Poderia ser uma bula de remédio, indicando horários e dosagem do medicamento, por exemplo. Comentário: Neste tipo de texto, usa-se o verbo no imperativo, indicando ordem, para não ocorrerem erros na execução da tarefa.

b) O texto O cortiço é uma narração, que faz uso da descrição para mos-trar em detalhes a vida das pessoas que lá vivem. Isto porque o texto descritivo consegue fazer uma fotografia do lugar, das pessoas e/ou da situação por meio da linguagem escrita. O cortiço é classificado como gênero textual romance. Comentário: Este exercício reforça a necessida-de da união das formas textuais, n’O cortiço, da narração, descrição e do gênero romance.

Atividade 3

O Texto II é incoerente. As palavras foram trocadas nas frases, mas fa-cilmente podem ser recolocadas corretamente pelo leitor. Comentário: Facilmente, o leitor que domina a língua portuguesa consegue estabele-cer o sentido do texto.

Atividade 4

PORQUE e POIS são conjunções coordenadas explicativas, MAS é uma conjunção coordenada adversativa. Elas introduzem orações coorde-nadas e trabalham como elo de coesão entre as orações. Comentário: Conectores ou conectivos têm a função de ligar as orações do período (frase).

Atividade 5

I. Robinson Crusoé não estava confortável com aquela viagem. Lá no fundo, o seu sentimento era de que não deveria viajar. Ele sentia que al-guma coisa ruim poderia acontecer. Comentário: Muitas vezes devemos ouvir aquela voz que vem lá do fundo de nosso coração.

II. (b) Mas não foi assim. Justificativa: No segundo parágrafo, o narra-dor-personagem (Robinson Crusoé) declara que aquela viagem seria das mais felizes. Para tal afirmação, ele usa uma frase introduzida pela conjunção coordenativa adversativa (MAS). Comentário: Este conectivo introduz orações com ideias opostas ao que estava sendo falado ante-riormente. Isso indica que algo deu errado naquela viagem.

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Atividade 6

Trata-se de um período subordinado porque as orações são dependen-tes entre si. Comentário: Temos duas orações no período. Caso eliminás-semos a primeira ou a segunda oração, a informação ficaria incompleta.

Atividade 7

I. A boa articulação das palavras e orações na formação do período é importante para colaborar na composição de um texto coerente e bem escrito. Comentário: A boa articulação das palavras e orações também está relacionada com a coerência e a coesão.

II. Trata-se da combinação de palavras nas frases/orações, da com-binação de orações nos períodos. Comentário: Assim, o texto será escri-to em uma sequência lógica e terá coesão e coerência.

Atividade 8

I. a) Há quatro períodos subordinados. Comentário: Quatro períodos compostos por duas orações cada um deles (uma oração subordinada e uma oração principal).

b) Na paixão, tudo o que diz respeito à pessoa amada é motivo de “uma viagem à lua”, por isso o toque nas mãos, a incerteza de um tele-fonema, um olhar especial causam tantos tremeliques. Comentário: A paixão tira a razão.

II. (X) condicionais. Comentário: Este tipo de oração permite deixar o leitor na expectativa do desenrolar dos acontecimentos, por isso a repetição da mesma estrutura – “SE você..., SE o telefone...” – pode contribuir na coordenação dos pensamentos do eu-lírico (o narrador).

III. Conjunção subordinativa SE – introduz uma condição para a re-alização de uma situação ou fato. Se acontecer de a amada ficar se-gurando muito tempo as mãos do poeta/narrador, ele fica nervoso, trêmulo. Comentário: A oração subordinada apresenta os fatos reias ou hipotéticos.

24 Ensino Fundamental II

Exercício de fixação1. Observe a frase abaixo e verifique se o período é COERENTE. Expli-

que.

O povo carioca gosta muito de festa. Os brasileiros têm fama de que não possuem o hábito de trabalhar.

2. Identifique os elos de coesão do período seguinte:

Os cariocas gostam muito de festa, por isso diz-se que eles não trabalham com satisfação.

3. Como são identificadas as diferentes formas de textos?

4. Quantas orações há no parágrafo a seguir? Identifique-as. Predo-mina a coordenação ou a subordinação nesse período?

“Por muitos dias só tivemos bom tempo. O navio navegava firme, tudo parecendo indicar que a viagem seria das mais felizes. Mas não foi assim” (DEFOE, 1995, p. 101).

5. Classifique a oração adverbial destacada e diga qual a circunstân-cia indicada pela conjunção QUANDO:

“Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver.”

Respostas dos exercícios de fixação

1. Incoerente. Parece tratar de duas ideias totalmente separadas. Assim, podemos dizer que o período/frase foi mal organizado/a. Comentário: Mesmo em um período coordenado, as orações pre-cisam apresentar mensagem única, ou seja, ter sentido (coerên-cia) entre elas.

2. Por isso, eles. Comentário: O conectivo por isso introduz uma ora-ção coordenada explicativa e liga as duas orações do período; eles retoma o termo os cariocas.

3. São identificadas a partir do tema, objetivo da comunicação e da organização estrutural do texto. Comentário: Assim, identifica-se o gênero textual.

25Língua Portuguesa - Fascículo 12 - Unidade 27

4. Há cinco orações: 1ª “Por muitos dias só tivemos bom tempo.” – um verbo, uma oração; 2ª “O navio navegava firme,” – um verbo, uma oração; 3ª “tudo parecendo indicar” – uma locução verbal, que equivale a um verbo, então uma oração; 4ª “que a viagem seria das mais felizes.” – um verbo, uma oração; 5ª “Mas não foi assim.” – um verbo, uma oração. Predomina a coordenação. Comentário: A 1ª, 2ª e 5ª são orações coordenadas. A 3ª e a 4ª orações se completam sintaticamente, porque são orações su-bordinadas. Atenção: Quanto ao sentido (coerência) do texto, as cinco orações são dependentes entre si.

5. Oração subordinada adverbial de tempo. A conjunção quando indica circunstância de tempo. Comentário: Essa oração indica a época, momento em que o fato ocorrido na oração principal aconteceu.

Você sabe dissertar?

Objetivos de aprendizagem

1. reconhecer a dissertação em textos do cotidiano;

2. analisar textos dissertativos, observando seus modos de organiza-ção e estrutura;

3. elaborar parágrafos dissertativos.

4. reconhecer as relações de subordinação entre verbos e seus complementos;

5. identifi car os mecanismos pelos quais os verbos comandam seus complementos;

6. reconhecer a relação sintática de dependência que se estabalece entre o verbo – termo regente – e o seu complemento – termo regido – com a presença ou não de preposição;

7. aplicar a transitividade verbal.

Ensino Fundamental II

Língua Portuguesa - Fascículo 12 - Unidade 28

28 Ensino Fundamental II

Para início de conversa...Na vida em sociedade, o tempo todo nos envolvemos em situações

que nos fazem refletir. Analisar fatos, chegar a conclusões e formar uma opinião sobre determinado assunto são ações que fazemos com frequência e, às vezes, até sem perceber. Apesar da naturalidade com que esses processos ocorrem, precisamos também saber organizar es-sas reflexões e apresentá-las, oralmente ou por escrito, a um interlocu-tor. Quando fazemos isso, estamos dissertando. Nesta unidade, vamos estudar mais a fundo o que é o texto dissertativo. Podemos começar?

1. Texto dissertativoQuando um professor nos pede uma redação, muitas vezes, ele está

nos pedindo um texto dissertativo. Vamos relembrar o que você estu-dou na Unidade 9 (Fascículo 4) sobre esse tipo de texto para nos apro-fundarmos um pouco mais neste assunto:

Dissertação: texto que aborda um determinado tema, falan-do sobre seus principais aspectos, podendo o autor se po-sicionar a respeito, defendendo seu ponto de vista ou não.

Vejamos alguns exemplos. Os dois trechos a seguir foram extra-ídos da matéria entitulada “Uma breve história da ansiedade”, publi-cado em 11 de outubro de 2017, na revista Superinteressante:

Trecho 1

Dentre os transtornos mentais, os de ansiedade são os mais frequentes segundo a Organização Mundial de Saúde. Na região metropolitana de São Paulo, 19,9% das pessoas já tiveram ao menos um quadro clínico de ansiedade, segundo um levantamento do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP (HORTA; MACHADO; BARRETO, 2017).

Trecho 2

Em níveis normais, a ansiedade pode ser uma mão na roda. É ela que nos faz traçar planos alternativos e nos cercar de cuidados para que tudo saia bem, mesmo diante de impre-

29Língua Portuguesa - Fascículo 12 - Unidade 28

vistos. Em situações estressantes – como aqueles dias no trabalho em que mil coisas acontecem ao mesmo tempo -, ela nos faz reagir com mais rapidez e foco (HORTA; MACHA-DO; BARRETO, 2017).

Os trechos que você acabou de ler são dissertativos, pois apresentam ideias sobre um determinado assunto (ansiedade). Perceba também um aspecto interessante: no Trecho 1, o autor não emite sua opinião, ele apresenta informações sobre o assunto com base em pesquisas de algumas instituições. Já no Trecho 2, percebemos claramente o seu posicionamento. Ao dizer que “a ansiedade pode ser uma mão na roda”, o autor está dizendo o que pensa sobre o tema. Por isso, dizemos que a dissertação pode ou não expressar o ponto de vista do autor.

Anote as respostas em seu caderno.

Atividade 1

Na vida de um adolescente, a ansiedade ajuda ou atrapalha? Produ-za um parágrafo dissertativo, posicionando-se sobre este tema.

Anote as respostas em seu caderno.

A estrutura do texto dissertativo

Conforme já dito, os Trechos 1 e 2 são pequenos trechos de uma matéria maior, produzida pela revista Superinteressante e, portanto, não estão divididos em parágrafos. Tiveram como objetivo, aqui, fazê-lo compreender o que é dissertar. No entanto, de forma geral, ao fazermos um texto dissertativo, devemos nos atentar para uma estrutura espe-cífica, em parágrafos, com introdução, desenvolvimento e conclusão.

Introdução – deve apresentar de maneira clara o assunto que será trata-do e delimitar as questões, referentes ao assunto, que serão abordadas. 

Desenvolvimento – é a parte do texto em que as ideias, os pontos de vista, os conceitos e as informações de que dispomos sobre o tema serão desenvolvidas e avaliadas progressivamente. 

30 Ensino Fundamental II

Conclusão – é o momento final do texto e deverá apresentar um resu-mo forte de tudo o que já foi dito. A conclusão deve expor uma avalia-ção final do assunto discutido.

Cada uma dessas partes se relaciona com as outras, seja preparan-do o parágrafo seguinte, seja retomando alguma ideia desenvolvida no parágrafo anterior para apresentar novos argumentos. Sendo assim, as partes da dissertação não são isoladas, mas estabelecem um encade-amento lógico de ideias. Vejamos na prática essa estrutura em pará-grafos.

Anote as respostas em seu caderno.

Atividade 2

Leia o texto a seguir:

Introdução

Ao analisar as diferentes instituições de ensino públicas, chega-se a um consenso sobre o perfil do aluno e os seus reflexos sociais. A estrutura do aluno nada mais é que um espelho da responsabilidade e dedicação da família, da escola e do profissional de ensino. Tripé este, básico para a formação de personalidades qualificadas para assumir o seu papel social. [...].

Desenvolvimento (em 2 parágrafos)

A maioria das escolas se preocupa em ter uma sala de informática – mas não uma biblioteca – e em que a escola tenha o mérito de ser atu-alizada tecnologicamente, mas não estimulam aos alunos o interesse e o prazer da leitura e da pesquisa. Produzem, então, bons copiadores (Ctrl+C e Ctrl+V), e não pessoas com curiosidade para buscar e refletir sobre os temas sociais.

Qual é o perfil do aluno que precisamos desenvolver? Alunos ques-tionadores, que busquem o orgulho de se sentirem capazes de alcançar melhor qualidade de vida, por seus méritos, e não por ajuda de pontos gratuitos, dados por professores [...].

31Língua Portuguesa - Fascículo 12 - Unidade 28

Conclusão

Então é evidente: o que falta para auxiliar nossos alunos é a funda-mental união do quarteto Família, Professor, Escola e Aluno, cada um cumprindo verdadeiramente a sua função com um único objetivo: pro-duzir estudantes capazes de terem orgulho de si mesmos, sem o empur-rãozinho forçado pela escola, apenas preocupada com o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) (Adaptado de FONSECA, 2011).

Analisando-se o texto que você leu acima, responda:

a) Ao ler a introdução do texto, já conseguimos identificar o assunto que será abordado no decorrer da dissertação e também o ponto de vista da autora. Que assunto e que ponto de vista são esses?

b) Em poucas palavras, que aspectos são tratados nos parágrafos de desenvolvimento da dissertação?

c) A conclusão da dissertação apresenta ideia oposta ao que foi apre-sentado pela autora no restante do texto? Explique.

Anote as respostas em seu caderno.

2. Regência verbalVeja o uso do verbo precisar na tirinha a seguir:

Figura 28.1: Sobre o que é preciso, de fato.Fonte: https://bichinhosdejardim.com/wp-content/uploads/2013/01/bdj-130111-web.jpg

Perceba que, no primeiro quadrinho, o verbo precisar tem como com-plemento “de nada”. No último quadrinho, o complemento do verbo pre-cisar é “de tênis antiderrapantes”. O verbo precisar, nesta tirinha, não

32 Ensino Fundamental II

consegue, sozinho, transmitir a mensagem. Ele precisa desses comple-mentos para passar informações. Importante perceber, também, que, nas duas ocorrências, o complemento do verbo começa com a preposi-ção “de”. Em geral, o verbo precisar, no sentido de necessitar, exige esta preposição. Quem precisa precisa de alguma coisa.

Quando estudamos essa relação entre o verbo e o seu complemen-to, estamos estudando regência verbal. Neste estudo, chamamos o ver-bo de termo regente e o complemento do verbo, de termo regido. Desta forma, na tirinha, o verbo precisar é o termo regente e os dois comple-mentos (de nada /de tênis antiderrapantes) são os termos regidos.

Saiba mais

Relembrando a lista de preposições: a – ante – até – após – com – contra – de – desde – em – entre – para – per – perante – por – sem – sob – sobre – trás.

Anote as respostas em seu caderno.

Atividade 3

Analise os verbos em destaque no trecho da música Senhas, de Adriana Calcanhoto, a seguir e responda às questões.

Eu suporto aparências

Eu não gosto de maus tratos

Mas o que eu não gosto é do bom gosto

Eu não gosto do bom senso

Eu não gosto dos modos

Não gosto.

Qual é o complemento do verbo suportar? Este complemento pede preposição?

Qual é o complemento do verbo gostar? Este complemento pede preposição?

33Língua Portuguesa - Fascículo 12 - Unidade 28

Em “Eu suporto aparências”, qual é o termo regente e qual é o termo regido?

Em “Eu não gosto de maus tratos”, qual é o termo regente e qual é o termo regido?

Anote as respostas em seu caderno.

Transitividade verbal

Quando um verbo exige um complemento, dizemos que se trata de um verbo transitivo. Quando não exige complemento, temos um verbo intransitivo. Enquanto na tirinha que analisamos há um verbo que exi-ge complemento (transitivo), nos versos a seguir, da música Carolina, de Chico Buarque, podemos perceber que os verbos se comportam de forma diferente: eles não precisam de complemento para que a mensa-gem seja transmitida.

Lá fora, amor

Uma rosa morreu

Uma festa acabou

Nosso barco partiu.

Os verbos morrer, acabar e partir são intransitivos porque não preci-sam de nenhum complemento, eles expressam uma ideia completa.

Dentre os verbos transitivos, que são os que precisam de comple-mento, temos três tipos:

1. Verbos transitivos diretos – não exigem complemento com prepo-sição.Ex: Eu comprei um caderno.

O verbo comprar é transitivo direto porque seu complemento, em destaque, não se inicia por preposição. O complemento do verbo transi-tivo direto é chamado objetivo direto.

2. Verbos transitivos indiretos – exigem complementos com preposi-ção. Ex: Eu preciso de um caderno.

34 Ensino Fundamental II

O verbo precisar é transitivo indireto porque seu complemento, em destaque, inicia-se por preposição (de). O complemento do verbo tran-sitivo indireto é chamado objeto indireto.

3. Verbos transitivos diretos e indiretos – exigem dois complementos, um com preposição e outro sem preposição. Ex: Entreguei [ meu cader-no ] [para a professora].

O verbo entregar é transitivo direto e indireto porque possui dois com-plementos, um sem preposição (”meu caderno”) e um iniciado com a preposição para (”para a professora”). O complemento sem preposição é o objeto direto e o complemento com preposição é o objeto indireto.

Anote as respostas em seu caderno.

Atividade 4

Analise os verbos em destaque nas sentenças a seguir e diga se são intransitivos ou transitivos:

a)

Sei que canto. E a canção é tudo.

Tem sangue eterno a asa ritmada.

E um dia sei que estarei mudo. Mais nada.

(Motivo – Cecília Meireles)

b)

Como, se na desordem do armário embutido

Meu paletó enlaça o teu vestido

E meu sapato ainda pisa no teu.

(Eu te amo – Chico Buarque)

c) Comunicamos as novas regras a todos os funcionários.

Anote as respostas em seu caderno.

35Língua Portuguesa - Fascículo 12 - Unidade 28

Sobre a regência de alguns verbos

Geralmente, cada falante domina a regência dos verbos e dos no-mes que fazem parte do seu cotidiano. Entretanto, há, muitas vezes, de-sencontros entre o uso popular e o uso culto. É muito comum ouvirmos construções como:

a) Vamos para a casa de Joana hoje?

b) Vou chegar em casa e dormir!

c) Você já sabe que Joana está namorando com Pedro?

Pois é! Mas essas construções fazem parte da linguagem informal, aquela que não se preocupa com as regras gramaticais vigentes, é um uso popular. E como, então, devemos usar essas construções na lin-guagem culta, de acordo com as regras gramaticais?

a) Vamos à casa de Joana hoje?

b) Vou chegar a casa e dormir!

c) Você já sabe que Joana está namorando Pedro?

Então, quando usamos os verbos IR com a preposição para (em (a), “vamos para a casa”), CHEGAR, com a preposição em (em (b), “chegar em casa”) e NAMORAR com a preposição com (em (c), “namorando com Pedro”), cometemos um desvio de norma culta. Por quê?

De acordo com a norma culta:

1. O verbo IR é intransitivo e pede a preposição ”a”, quando vem acom-panhado de um adjunto adverbial de lugar.

2. O verbo CHEGAR também é intransitivo e pede a preposição “em”, quando acompanhado de um adjunto adverbial de lugar.

3. o verbo NAMORAR é transitivo direto e, portanto, não deve ter seu complemento precedido de preposição.

Passemos, então, a observar a regência de outros verbos que costu-mam causar dúvidas. Vamos lá?

Já vimos que os verbos nas frases podem ser classificados como In-transitivos, Transitivos Diretos, Transitivos Indiretos, Transitivos Diretos e Indiretos. Dessa forma, é possível observar a relação entre os verbos

36 Ensino Fundamental II

e seus complementos. Há verbos que, de acordo com a mudança de transitividade, apresentam mudança de significado.

O conhecimento das diferentes regências desses verbos é um recurso muito importante, pois além de permitir a correta interpre-tação de passagens de textos, oferece possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, estão:

1. AGRADAR

■ é transitivo direto no sentido de fazer carinhos, acariciar.

Ex.: Sempre agrada o filho quando o revê.

■ é transitivo indireto no sentido de  causar agrado a, satisfazer, ser agradável a e exige a preposição ”a”.

Ex.: O cantor não agradou aos presentes.

2. ASPIRAR

■ é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar (o ar), inalar.

Ex.: Aspirava o suave aroma.

■ é transitivo indireto no sentido de desejar, ter como ambição.

Ex.: Aspirávamos a melhores condições de vida.

3. ASSISTIR

■ é transitivo direto no sentido de ajudar,  prestar assistência a, auxiliar.

Ex.: Muitos filhos não assistem seus pais.

■ é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar, estar presente, ca-ber, pertencer.

Ex.: Assistimos ao filme do ano.

■ é intransitivo no sentido de morar, residir,  sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar introduzido pela preposição “em”.

Ex.: Assistimos numa cidade do interior.

4. IMPLICAR

■ como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:

4.1. dar a entender, fazer supor, pressupor:

37Língua Portuguesa - Fascículo 12 - Unidade 28

Ex.: Suas atitudes implicavam um firme propósito.

4.2. ter como consequência, trazer como consequência, acarretar, provocar:

Ex.: Liberdade implica amadurecimento.

■ como transitivo direto e indireto, significa comprometer, envolver:

Ex.: Implicaram aquele jornalista em questões econômicas.

Nota: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo indireto e rege com preposição “com”.

Ex.: Implicava com quem não trabalhasse arduamente.

5. QUERER

■ é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobiçar.

Ex.: Queremos um país melhor.

■ é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar e exige a preposição ”a”.

Ex.: Quero muito aos meus amigos.

6. VISAR

■ como transititvo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer ponta-ria e de pôr visto, rubricar.

Exs.: O homem visou o alvo. / O gerente não quis visar o cheque.

■ no sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, é tran-sitivo indireto e rege a preposição “a”.

Ex.: Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.

38 Ensino Fundamental II

Anote as respostas em seu caderno.

Atividade 5

Figura 28.2: Uma questão de equilíbrio.Fonte: www.bichinhosdejardim.com.br

a) No primeiro quadrinho, qual é o significado do verbo assistir?

b) O verbo assistir no texto é transitivo ou intransitivo? Explique.

c) O verbo assistir no texto foi usado de acordo com a norma culta? Explique.

Anote as respostas em seu caderno.

Resumo

■ Texto dissertativo é aquele em que se aborda determinado assunto, falando sobre seus principais aspectos, podendo o autor se posicio-nar sobre o tema ou não.

■ O texto dissertativo deve ser dividido em introdução, desenvolvimen-to e conclusão.

39Língua Portuguesa - Fascículo 12 - Unidade 28

■ A regência verbal é o estudo da relação entre o verbo e os seus com-plementos.

■ No estudo da regência verbal, o verbo é o termo regente, e o seu complemento é o termo regido.

■ Quando estudamos regência verbal, estamos estudando a transitivi-dade de um verbo. Os verbos podem ser intransitivos ou transitivos.

■ O verbo transitivo pode ser: transitivo direto, transitivo indireto, tran-sitivo direto e indireto.

■ Em alguns verbos, a regência exigida pela norma culta é diferente da que usamos nas situações informais. É preciso estar atento a esses casos.

Respostas comentadas das atividades

Atividade 1

Resposta pessoal. Exemplo de parágrafo dissertativo sobre o tema proposto:

Na vida de um adolescente, a ansiedade pode ser muito perigosa. A adolescência é uma fase da vida em que o indivíduo sofre muitas co-branças, tanto por parte da família quanto por parte da sociedade. A depressão tem sido noticiada como um problema frequente entre os jo-vens e, como defendem alguns especialistas, a ansiedade em excesso está bastante ligada a esse quadro. Os pais devem ficar sempre atentos aos comportamentos de seus filhos nessa fase da vida.

Atividade 2

a) Assunto tratado: O desenvolvimento dos alunos na escola. Ponto de vista da autora: O desenvolvimento dos alunos está diretamente relacio-nado ao envolvimento da família e da escola.

b) Primeiro parágrafo do desenvolvimento: a escola, muitas vezes, não estimula a análise crítica por meio de leitura e pesquisa bem direciona-das. Segundo parágrafo do desenvolvimento: a escola precisa formar alunos questionadores e orgulhosos de suas capacidades.

40 Ensino Fundamental II

c) Não. A conclusão reafirma o que foi tratado no texto: a importân-cia da família e da escola no desenvolvimento do aluno e a importân-cia de este aluno se sentir capaz e orgulhoso de si durante o processo de aprendizagem.

Atividade 3

a) aparências. Não pede preposição.

b) de maus tratos. Pede preposição (de).

c) Termo regente: suporto / Termo regido: aparências.

d) Termo regente: Gosto / Termo regido: de maus tratos.

Atividade 4

a) Canto – Verbo intransitivo.

b) Enlaça – Verbo transitivo direto.

c) Comunicamos – Verbo transitivo direto e indireto.

Atividade 5

a) Ver, presenciar.

b) Verbo transitivo indireto. É transitivo porque possui um complemento (“ao desenvolvimento da tecnologia”). É transitivo direto porque o com-plemento se inicia com a preposição “a” (“ao desenvolvimento”).

c) O verbo assistir, no sentido de ver, é transitivo indireto, portanto, na tira, o uso está de acordo com a norma culta da língua portuguesa.

Bibliografia

ABAURRE, Maria Bernadete M.; ABAURRE, Maria Luiza M. Produção de texto: interlocução e gêneros. São Paulo: Moderna, 2007.

CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova Gramática do português contemporâneo. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

FONSECA, Suely Teixeira Nunes. Por que meu aluno não sabe ler? WebArtigos, 30 jan. 2011. Disponível em: <https://www.webartigos.

41Língua Portuguesa - Fascículo 12 - Unidade 28

com/artigos/por-que-meu-aluno-nao-sabe-ler/58107>. Acesso em: 10 dez. 2018.

HORTA, Maurício; MACHADO, Wagner; BARRETO, Clarissa. Uma breve história da ansiedade. Superinteressante, 11 out. 2017. Disponível: <>. Acesso em: 10 dez. 2018.

Exercício de fixação 1. Analise o texto dissertativo a seguir e diga se há ou não posiciona-

mento do autor sobre o assunto tratado:

[...] não existe racismo no Brasil [...]? Claro que existe. E muito. Mesmo assim, as últimas décadas foram palco de um fenômeno positivo, que é a revalorização da nossa matriz africana e a afirmação da beleza negra e mestiça: cabelos cacheados, turbantes, pele escura. Essa beleza nunca deixou de ser notada, por exemplo, na música po-pular, mas era inferiorizada em grande parte da cultura e das relações humanas [...].

FONSECA, Joel Pinheiro da. A receita brasileira para um futuro livre de racismo. Superinteressante, ed. 373, abr. 2017.

Resposta comentada do exercício

1. Há posicionamento claro do autor no texto dissertativo em ques-tão. Ele acha que ainda há racismo no Brasil, mas que, nas últimas décadas, tem ocorrido, também, um movimento de revalorização da cultura negra.