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LUIZ CARLOS DOS SANTOS PRÁTICAS CONTÁBEIS NO MERCOSUL: principais diferenças entre os países integrantes SALVADOR 2002

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LUIZ CARLOS DOS SANTOS

PRÁTICAS CONTÁBEIS NO MERCOSUL: principais diferenças entre os países integrantes

SALVADOR

2002

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LUIZ CARLOS DOS SANTOS

PRÁTICAS CONTÁBEIS NO MERCOSUL: principais

diferenças entre os países integrantes

Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Humanas - DCH, campus I, da Universidade do Estado da Bahia - UNEB, para fins de progressão funcional (de professor adjunto para professor titular)

SALVADOR

2002

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À minha pequenina Paula Barreiros Gavazza Santos,

minha filha, à Ângela, minha esposa e a dona Célia,

minha mãe, dedicamos este trabalho monográfico.

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AGRADECIMENTOS

À minha amiga Mariá Barreto Sampaio, professora de Geografia, também excelente

“mestra ad doc” de Português, pela correção vernacular deste trabalho. Ao colega - Prof. Almeciano Maia, pelo material cedido, de importância capital para elaboração do capítulo 1. Ao Prof. Roque Pereira da Silva, colega, amigo e futuro compadre, pelas ponderações acerca da temática. Ao Subgerente da Editora UNEB - Djalma Fiuza, pelo design da capa. À Telma Farias, secretária da Assessoria Especial - ASSESP/UNEB, pelo excelente trabalho de digitação. Finalmente, à Profª Ivete Alves do Sacramento, pela lembrança quanto ao prazo de requerimento do processo de progressão funcional.

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Um balanço precisa ser entendido tanto na França como em Portugal, tanto na Argentina quanto no Brasil. Ainda existem

profundas diferenças a acertar.

A. Lopes de Sá

A compatibilização das normas ou recomendações vigentes nos países é tarefa premente, devendo haver a intensificação

das negociações já em curso.

Olívio Koliver

A idéia central da dialética é que tudo tem relação com um todo, que encerra em si próprio contradições. Nada é finito, mesmo que assim pareça: o que se apresenta como finito é algo que se irá transformar, apresentando-se aos nossos olhos sob outro aspecto. Os contraditórios são verso e anverso de uma mesma realidade; portanto, ao mesmo tempo que se antagonizam, também se identificam. A dialética é a lógica do conflito, do

movimento, da vida.

Eva Maria Lakatos

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APRESENTAÇÃO

O presente trabalho refere-se às práticas contábeis no MERCOSUL, apresentando algumas diferenças de procedimentos entre os países integrantes do bloco. Inicialmente, urge ressaltar, que a intenção do autor não foi a de esgotar toda a matéria, aliás, ampla que é, poderá servir para futuras pesquisas, como vem ocorrendo no cone sul americano, em especial no Rio Grande do Sul, Brasil e nos demais países do referido bloco econômico, notadamente, na Argentina. Com a crescente globalização da economia, torna-se necessário a adoção de medidas visando a harmonização das práticas contábeis em nível mundial. Nesse sentido, constata-se o trabalho realizado pelo Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade, o IASC e pela Federação Internacional de Contadores – IFAC, dois grandes pilares representativos da profissão Contábil. A necessidade de os usuários terem apenas uma norma para preparar seus informes financeiros, analisá-los e tomar decisões obrigou os organismos profissionais a trabalharem permanentemente na busca da harmonização capaz de suprir tais exigências. É uma tarefa árdua, pois envolve discussão até mesmo quanto à soberania de uma nação. O cenário mundial da Contabilidade era, até então, a realidade de cada país, e o processo de harmonização das práticas contábeis ficava restrito às empresas transnacionais, pela necessidade de balanços consolidados. De acordo com NASI (1998, p. 40):

... as tendências do mercado financeiro mundial, o lançamento de ações de empresas em várias bolsas de valores e a ampliação dos negócios decorrentes do processo de globalização, foram determinantes para uma ampla pressão dos usuários da informação contábil para que os organismos como ISAC e a FIAC agilizassem a emitir normas de contabilidade e de auditoria em volume expressivo.

Apesar disso, há caminhos a percorrer. O principal mercado de capitais do mundo, o dos EUA, é pouco receptivo quanto a adesão às Normas Internacionais de Contabilidade, preferindo adotar as norma contábeis americanas. Acredita-se que um trabalho intensivo junto aos organismos que regulam o mercado de capitais (ISOSCO), uma pressão sobre o DASB, organismo que tem assento no IASC, e as próprias pressões políticas que o IASC e a FFAC podem fazer, resultarão numa harmonização a médio prazo.

Segundo os estudiosos sobre a matéria, pode-se depreender que são muitas as vantagens decorrentes da harmonização. Finalizando esta apresentação, citam-se algumas delas: Para as empresas - Menor custo na preparação dos informes financeiros individuais de cada empresa; menor custo para consolidação dos balanços; facilitação do

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processo de comunicação com seus acionistas; acesso aos diversos mercados de capitais com uma única demonstração contábil, além de outras de menor importância; Para os usuários - Confiabilidade nas informações contábeis; possibilidade de comparação entre empresas do mesmo ramo de atividades, mas de países diferentes; menor custo para a proceder análises e comparações; Para os profissionais da contabilidade – Facilitação do trabalho de execução e informação; credibilidade da informação preparada, examinada, analisada ou auditada; melhoria da qualidade da informação, visto que ela pode servir de análise comparativa em diversos cenários de mercados para uma mesma atividade, além de outros fatores e facilidade de treinamento dos recursos humanos.

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO 9

1 - A PROFISSÃO CONTÁBIL NO MERCOSUL 14

2 - AS PRÁTICAS CONTÁBEIS NO MERCOSUL 17

2.1 Noções Iniciais 17

2.1 Brasil 17

2.2 Argentina 21

2.3 Paraguai 23

2.4 Uruguai 25

3 - CONSIDERAÇÕES SOBRE AS NORMAS E PRÁTICAS CONTÁBEIS NO MERCOSUL 28

4 - CONCEITOS RELATIVOS ÀS DEMONSTRAÇÕES PATRIMONIAIS 30

4.1 Preâmbulo 30

4.2 Princípios Contábeis dos países do MERCOSUL 31

4.2.1 Brasil 31

4.2.1.1 - O Princípio da Entidade 31

4.2.1.2 - O Princípio da Continuidade 31

4.2.1.3 - O Princípio da Oportunidade 31

4.2.1.4 - O Princípio do Registro pelo Valor Original 32

4.2.1.5 - O Princípio da Atualização Monetária 32

4.2.1.6 - O Princípio da Competência 33

4.2.1.7 - O Princípio da Prudência 33

4.2.1 Argentina 34

4.2.2.1. A informação fornecida deve ser verdadeira 34

4.2.2.2. Deve ser considerado o resultado da informação 35

4.2.2.3. A informação deve ser a que cumpre demonstrar 35

4.2.2.4. A informação deve ser viável 36

4.2.2.5. A informação deve ser organizada 37 4.2.3 Paraguai e Uruguai 37

4.2.3.1 Pressupostos Básicos 37

4.2.3.1.1 - Regime de Competência 37

4.2.3.1.2 - Continuidade 38

4.2.3.2 Características Qualitativas das Demonstrações Contábeis 38

4.2.3.2.1 Compreensibilidade 38

4.2.3.2.2 Relevância 38

4.2.3.2.3 Confiabilidade 39

4.2.3.2.3.1 Representação adequada 40

4.2.3.2.3.2 Primazia da essência sobre a forma 40

4.2.3.2.3.3 Neutralidade 41

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4.2.3.2.3.4 Prudência 41

4.2.3.2.3.5 Integridade 41

4.2.3.2.4. Comparabilidade 41

4.2.3.3 Limitações sobre a Relevância e Confiabilidade das Informações 42

4.2.3.3.1 Oportunidade das informações 42

4.2.3.3.2 Equilíbrio entre benefício e custo 43

4.2.3.3.3 Equilíbrio entre características qualitativas 43

4.2.3.3.4 Apresentação adequada 43

4.3 Normas de divulgação das demonstrações contábeis 44

4.3.1 Brasil 44

4.3.2 Argentina 44

4.3.3 Paraguai 44

4.3.4 Uruguai 45

4.4 Diferenças na apresentação das demonstrações contábeis 45 4.5 Principais diferenças na avaliação de ativos e passivos 46

4.5.1 Estoques 46

4.5.1.1 Brasil 46

4.5.1.2.Argentina 46

4.5.1.3 Paraguai 47

4.5.1.4 Uruguai 47

4.5.2 Investimentos Permanentes 47

4.5.3 Ativo Imobilizado 47

4.5.4 Ativo Diferido 49

CONCLUSÃO 50 BIBLIOGRAFIA 51

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INTRODUÇÃO

O estudo sobre PRÁTICAS CONTÁBEIS NO MERCOSUL: principais diferenças

entre os países integrantes, teve por objetivo levantar as dificuldades na avaliação,

comparação e mensuração das demonstrações financeiras de empresas congêneres

localizadas no Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, nações signatárias do bloco em

análise.

Tendo em vista a internacionalização da economia, blocos econômicos continentais

ou regionais têm sido formados, com vistas à prática de livre comércio entre os

países que formam esses diversos blocos. Evidentemente que outros esforços são

necessários para essa integração, principalmente no que tange ao desenvolvimento

socioeconômico dessas nações, a fim de proporcionar bases para a competitividade

a nível mundial.

Em 26 de março de 1991, através do Tratado de Assunção, foi formalizado o

Mercado Comum do Sul - MERCOSUL, composto por Brasil, Argentina Uruguai e

Paraguai. Adicionalmente, o Chile, em outubro de 1996, a Bolívia, em janeiro de

1997 e a CAN - Comunidade Andina, formada por Bolívia, Colômbia, Equador, Peru

e Venezuela, se associaram ao MERCOSUL. Ressalte-se que esse processo de

integração depende de várias outras mudanças nos estilos de cada país,

principalmente quanto às reformas tributárias, alinhamento dos processos

educacionais, comerciais e tecnológicos.

O Tratado de Assunção prevê, além do livre comércio, o transito livre de pessoas,

coordenação das políticas macroeconômicas e setoriais de comércio exterior,

agrícola, industrial, fiscal, monetária, alfandegária, transportes, tecnologia, educação

e de comunicações, incluindo, também, o intercâmbio cultural e alinhamento das

legislações.

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Nesse sentido, as empresas precisam redefinir suas estratégias competitivas e de

controles internos, necessitando de sistemas gerenciais de informação eficientes e

eficazes. Assim, o sistema de informações contábeis é uma ferramenta

extremamente útil na tomada de decisões.

A importância social e econômica da informação contábil exige que exista clareza e

precisão nas exposições de situações e de fenômenos da riqueza patrimonial.

Parafraseando LOPÉS de SÁ (1998, p.80) “ Um balanço precisa, por exemplo, ser

entendido tanto na França como em Portugal, tanto na Argentina quanto no Brasil”.

Portanto, os países integrantes do MERCOSUL necessitam de normatizações para

o exercício da profissão contábil, assim como de práticas contábeis unificadas, para

permitir ao mercado a correta avaliação das demonstrações contábeis, independente

da localização geográfica da empresa. Justifica-se, desse modo, a importância,

oportunidade e relevância da temática em foco.

O final dos anos 90 representou para a Contabilidade o início de um novo desafio. A

quebra das economias japonesa, asiáticas e russa chamou a atenção dos principais

organismos internacionais para o fato de que a Contabilidade praticada em cada

país diferia em aspectos relevantes, tornando as demonstrações contábeis emitidas

por empresas em diferentes países, peças incomparáveis e, portanto, não servindo

ao seu propósito básico nesse ambiente de economia globalizada.

Conforme ANDRADE (2001, p. 6) “quando órgãos de fomento internacional

pretendem colocar recursos em diferentes países, o mínimo que se espera é que os

relatórios emitidos (demonstrações contábeis) sejam inteligíveis” Para tanto,

entende-se que esses relatórios devam ser preparados segundo regras conhecidas,

aceitas e uniformes.

A globalização da economia afeta diretamente as empresas, haja vista que para

continuar a ser competitiva, necessita visualizar seus mercado de atuação, suas

necessidades tecnológicas e suas oportunidades de negócios não mais centradas

em seu país de origem. Algumas empresas, em seu planejamento estratégico,

buscam a entrada no mercado internacional, através de mecanismos de

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investimentos, associações, e outros, que exigem do sistema de informações

contábeis confiabilidade e rapidez na geração e apresentação das informações.

Para Nasi (1996:p.45)

O importante na visão do Profissional da Contabilidade, é que ele deve participar ativamente desse processo, integrar-se às necessidades da empresa, quer como profissional vinculado, quer como prestador de serviços de assessoria, consultoria e auditoria.

Buscando esse objetivo, órgãos internacionais, como ONU - Organização das

Nações Unidas, OMC - Organização Mundial do Comércio, IOSCO - International

Organization of Securities Commissions ( Organização Internacional das Comissões

de Valores), IFAC - International Federation of Accountants (Federação Internacional

de Contadores), IASC - International Accounting Standards Committee (Comitê

Internacional de Normas de Contabilidade), AIC - Associação Interamericana de

Contabilidade e outros, vêm incentivando e apresentando vários trabalhos

desenvolvidos por profissionais de vários países, a real necessidade do alinhamento

das práticas contábeis a nível mundial, com o objetivo de universalizar a linguagem

contábil.

É importante salientar que as empresas sediadas nos países integrantes do bloco

europeu, a partir de 2005, deverão obrigatoriamente apresentar suas

demonstrações contábeis de acordo com as Normas Internacionais de

Contabilidade, publicadas pelo IASC - International Accounting Standards Committee

(Comitê Internacional de Normas de Contabilidade). Saliente-se que o Conselho

Federal de Contabilidade - CFC e o IBRACON - Instituto dos Auditores

Independentes do Brasil são as entidades que representam o Brasil nesse comitê.

A AIC - Associação Interamericana de Contabilidade, em novembro de 1993,

constituiu um grupo de trabalho denominado GIMCEA - Grupo de Integração do

Mercosul em Contabilidade, Economia e Administração, que tem por objetivo a

preparação de um plano de trabalho para resolver as seguintes questões:

a) livre exercício da profissão contábil no MERCOSUL;

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b) estudo dos principais aspectos da formação e habilitação profissional;

c) possíveis alternativas para a harmonização de normas contábeis e de

auditoria.

De acordo com Buarque de Holanda (1999, s. n.) “harmonização é a ação ou efeito

de harmonizar, pôr em harmonia, conciliar”. Os quatro países integrantes do

Mercosul ostentam posições diferenciadas, no tangente à normalização contábil,

refletindo aspectos histórico-sociológicos, culturais e econômicos. Assim, por

exemplo, a Argentina e o Brasil desenvolveram sistemas próprios de normas,

enquanto o Paraguai e o Uruguai adotaram as Normas Internacionais de

Contabilidade, embora este último o tenha feito de forma seletiva e formalizada, via

decretos governamentais.

Não obstante aos grupos de estudos, organismos interamericanos e internacionais,

órgãos brasileiros e outros, estarem desenvolvendo estudos no sentido da

unificação das práticas contábeis a nível mundial e especificamente ao países

integrantes do MERCOSUL, o arcabouço literário existente ainda é pequeno, não

permitindo um estudo aprofundado sobre o assunto.

O método adotado para o presente estudo é do tipo descritivo, ancorado na

literatura sobre a temática, através de livros, revistas, anais e outros periódicos

disponíveis, conforme relação bibliográfica no final deste relatório investigatório.

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O trabalho, nesta Introdução, esclarece o objetivo do estudo, aborda o tema de

forma panorâmica, enfoca o problema, delimita a temática, expõe a justificativa e

apresenta os procedimentos metodológicos.

Quanto aos capítulos, o assunto teve o seguinte desdobramento:

O capítulo 1 traz um breve relatório da profissão contábil no Mercosul, no tocante

aos requisitos para o exercício profissional.

Em relação ao capítulo 2, procurou-se expor as práticas contábeis desenvolvidas

nos países do bloco em análise - Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

O capítulo 3 apresenta algumas considerações sobre as normas e práticas contábeis

no Mercosul, fazendo uma síntese do estudo, para melhor compreensão do leitor.

Os conceitos pertinentes às demonstrações patrimoniais constituem o capítulo 4,

detalhando os princípios e normas da Contabilidade, culminando com a

apresentação das diferenças da prática nos países do bloco em referência.

Finalmente, a conclusão sintetiza o estudo, enfatiza a contribuição do trabalho, além

de apontar questões para futuras pesquisas e da recomendação para que sejam

adotadas normas internacionais de Contabilidade.

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1 - A PROFISSÃO CONTÁBIL NO MERCOSUL

Por tratar-se de assuntos específicos da profissão do contador, buscou-se delinear

as exigências para o pleno exercício da profissão em cada um dos países

integrantes do MERCOSUL.

No Brasil, a profissão de contador é regulamentada por Decreto-lei, e fiscalizada

pelo Conselho Federal de Contabilidade e pelos Conselhos Regionais de

Contabilidade. É o que prevê o Decreto-lei n. 9.295, de 27 de maio de 1946.

Somente os Contabilistas devidamente registrados no CRC podem exercer a

profissão, e estão divididos em duas categorias profissionais:

a) Técnico em Contabilidade:

Contabilista que se formou em nível médio, ou seja, nos cursos de nível

secundário (Curso Técnico de Contabilidade) .

b) Contador:

Contabilista que se formou em nível superior, como bacharel em ciências

Contábeis.

Estão regulamentadas no art. 25 do mesmo Decreto-lei as atribuições profissionais

consideradas como trabalhos técnicos de Contabilidade:

a) organização e execução de serviços contábeis em geral;

b) escrituração dos livros de contabilidade, obrigatórios, bem como de todos os

necessários ao conjunto da organização contábil e levantamento dos respectivos

balanços e demonstrações;

c) perícias judiciais ou extrajudiciais, revisão de balanços e de contas em geral,

verificação de haveres, revisão permanente ou periódica de escritas, regulações

judiciais ou extrajudiciais de avarias grossas ou comuns, assistência aos

Conselhos Fiscais das sociedades anônimas e quaisquer outras atribuições de

natureza técnica conferidas por lei aos profissionais da contabilidade. As

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atribuições definidas nesta alínea são privativas dos contadores diplomados e

daqueles que lhes são equiparados legalmente.

Na Argentina, há a regulamentação profissional no sentido legal, isto é, o exercício

profissional é reservado àqueles que dispõem de diploma de curso superior e de

registro obrigatório em órgão profissional. Nesse modelo, as prerrogativas tendem a

ser genéricas e os deveres específicos de acordo com os códigos de ética.

No Paraguai e no Uruguai, há total ausência da ingerência do Estado no exercício

profissional, ou seja, não há regulamentação profissional, mas apenas organizações

de natureza privada e voluntária, sem obrigatoriedade do registro para o exercício da

profissão.

No campo de atividade das profissões inseridas no universo das chamadas Ciências

Econômicas, encontram-se pelo menos quatro profissões distintas: Contador ou

Contador Público, Economista, Administrador e Atuário. No Brasil, existem

profissões distintas para Contador ou Contador Público, Economista, Administrador

e Atuário, todas completamente autônomas, com regulamentação profissional

distinta e conselhos próprios para a Contabilidade, Economia e Administração.

Apenas os Atuários, devido a seu pequeno número, são controlados pelo próprio

Ministério do Trabalho.

Na Argentina, a diferenciação existe somente no campo universitário, com a

concessão de títulos de Contador Público, Licenciado em Economia e Licenciado em

Administração, mas todas estão congregadas nas mesmas entidades, seja no

Conselho Profissional de Ciências Econômicas ou no Colégio de Graduados em

Ciências Econômicas.

No Paraguai, apesar de a profissão não estar regulamentada, e da não-

obrigatoriedade de registro em órgão de classe, as profissões existem no conceito

acadêmico e em termos reais do exercício, com tendência clara à regulamentação e

autonomia distinta.

No Uruguai, ainda que a situação profissional se encontre de forma semelhante à do

Paraguai, no tocante à regulamentação, segue-se a tendência de congregar todas

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em uma mesma entidade, ou seja, no Colégio de Contadores e Economistas do

Uruguai.

Resumindo, nos países do Mercosul a profissão contábil está assim organizada:

No Brasil, a profissão contábil está regulamentada por força de lei e somente os

profissionais devidamente registrados no Conselho Regional de Contabilidade - CRC

podem exercer a profissão. São duas as categorias profissionais, o Técnico em

Contabilidade, profissional que se formou em nível médio, e o Contador, profissional

que se formou em nível superior como bacharel em Ciências Contábeis. Em todos

os Estados da Federação, existe um CRC, cujas finalidades são registrar e fiscalizar

o exercício da pro fissão contábil.

Na Argentina, o profissional da Contabilidade denomina-se Contador Público, e a

profissão está regulamentada por lei que abrange as Ciências Econômicas em geral.

O exercício da atividade profissional é permitido somente às pessoas titulares de

diploma universitário na área, devidamente matriculadas no conselho profissional. O

controle do exercício profissional é exercido pelos Conselhos Profissionais de

Ciências Econômicas, entidades criadas por lei, mas de natureza jurídica privada,

com atuação e influência restrita a suas respectivas jurisdições.

No Paraguai, a profissão contábil não está regulamentada; não há obrigatoriedade

de matrícula em entidade de classe para o exercício profissional. A entidade que

congrega os Contadores Públicos, nesse país, denomina-se Colégio de Contadores

do Paraguai, e a matrícula é de caráter voluntário. O requisito para o exercício da

profissão é tão-somente a formação superior em Contabilidade. Todavia, existem

projetos em estudos que visam regulamentar a profissão.

No Uruguai,a profissão contábil também não está regulamentada. A entidade que

congrega os Contadores Públicos é o Colégio de Contadores e Economistas do

Uruguai, o qual acolhe também os Administradores. Não é obrigatória a matrícula na

entidade para fins do exercício da profissão; para tanto, basta a formação superior

em Contabilidade. Todavia, existem projetos em estudos que visam regulamentar a

profissão.

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2 - AS PRÁTICAS CONTÁBEIS NO MERCOSUL

2.1 Noções Iniciais

Face às integrações regionais, como a UE, Nafta, Mercosul e outros, existe,

claramente, a necessidade de estudos para a adoção de normas e práticas

contábeis unificadas, que facilitem a elaboração e, principalmente, a apresentação

das demonstrações contábeis para qualquer entidade econômica.

A adoção das Normas Internacionais de Contabilidade poderia ser uma forma de se

unificar procedimentos contábeis no mundo. Entretanto, a unificação das práticas

contábeis, mesmo em termos de bloco regional, face às peculiaridades existentes

em cada país, torna-se um processo lento e de conclusão difícil.

O Brasil e a Argentina, países melhor estruturados no MERCOSUL, detém uma

estrutura de regulamentação e implementação das normas e práticas contábeis,

mais avançadas. Entretanto, o Paraguai e o Uruguai, necessitam implementar

estruturas organizacionais para formular suas normas contábeis.

2.2 Brasil

No Brasil, o órgão máximo de controle do exercício profissional é o Conselho

Federal de Contabilidade - CFC, que tem, entre em seus atributos, editar princípios e

normas contábeis e exigir seu cumprimento. Ademais, existem outras entidades que

regulamentam normas contábeis, entre as quais citamos: o Instituto Brasileiro de

Contadores - IBRACON, a Comissão de Valores Mobiliários - CVM, o Banco Central

do Brasil - BCB a Secretaria da Receita Federal - SRF, entre outros.

O CFC, responsável pela edição e atualização das Normas Brasileiras de

Contabilidade, as estabelece em duas classificações: Profissionais e Técnicas. As

Normas Profissionais ditam regras para o exercício da profissão, classificadas como

NBC-P. As Normas Técnicas que ditam os conceitos doutrinários, regras e

procedimentos aplicados de Contabilidade, são classificadas como NBC-T .

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Adicionalmente, as NBC podem ser detalhadas por meio de Interpretações Técnicas

que, se necessário, incluirão exemplos e são identificadas pelo código da NBC a que

se referem, seguido da referência IT.

O CFC pode, e deve, emitir Comunicados Técnicos quando ocorrerem situações

decorrentes de atos governamentais que afetem as Normas Brasileiras de

Contabilidade. Tais comunicados identificam-se pela sigla CT. Até a presente data,

o Conselho Federal de Contabilidade emitiu e aprovou as normas profissionais e

técnicas a seguir apresentadas:

Normas Brasileiras de Contabilidade - Profissionais:

NBC-P 1 - Normas Profissionais de Auditor Independente

NBC-P 2 - Normas Profissionais de Perito Contábil

NBC-P 3 - Normas Profissionais de Auditor Interno

Normas Brasileiras de Contabilidade - Técnicas:

NBC-T 1 - Das Características da Informação Contábil;

NBC-T 2 - Da Escrituração Contábil;

NBC-T 3 - Conceito, Conteúdo, Estrutura e Nomenclatura das Demonstrações

Contábeis;

NBC-T 4 - Da Avaliação Patrimonial

NBC-T 5 - Da Correção Monetária

NBC-T 6 - Da divulgação das Demonstrações Contábeis

NBC-T 7 - Da Conversão da Moeda Estrangeira nas Demonstrações Contábeis

NBC-T 8 - Das Demonstrações Contábeis Consolidadas

NBC-T 9 - Da Fusão, Incorporação, Cisão, Transformação e Liquidação de

Entidades

NBC-T 10 - Dos Aspectos Contábeis Específicos em Entidades Diversas

NBC-T 11 - Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis

NBC-T 12 - Da Auditoria Interna

NBC-T 13 - Da Perícia Contábil

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Instituto dos Auditores Independentes do Brasil - IBRACON

Entidade que congrega os profissionais contadores e tem como atividade precípua a

função de discutir, desenvolver e divulgar as posições técnicas e éticas da atividade

contábil no Brasil, contribuindo com o intercâmbio de informações. Face a sua

organização ser composta por associados, o IBRACON tem a atribuição de

recomendar ou sugerir procedimentos e posturas.

O IBRACON tem elaborado e publicado vários pronunciamentos técnicos sobre

Normas e Procedimentos de Auditoria - NPA e Normas e Procedimentos de

Contabilidade - NPC, tendo sido algumas posteriormente oficializadas pela

Comissão de Valores Mobiliários - CVM, Banco Central do Brasil e Conselho Federal

de Contabilidade, tornando-se de observância obrigatória.

O IBRACON é o representante oficial do Brasil junto às seguintes entidades

internacionais :

Associación lnteramericana de Contabilidad - AIC (Associação Interamericana de

Contabilidade);

International Federation of Accountants - IFAC (Federação Internacional de

Contadores);

International Accounting Standard Committee - IASC (Comitê Internacional de

Normas Contábeis).

A emissão de normas contábeis legais no Brasil é efetuada pela Comissão de

Valores Mobiliários - CVM, pelo Banco Central do Brasil - BCB e pela Secretaria da

Receita Federal - SRF .

Comissão de Valores Mobiliários - CVM

Criada pela Lei nº 6.385 de 7 de dezembro de 1976, tem por finalidade disciplinar,

fiscalizar e promover o desenvolvimento do mercado de valores mobiliários no Brasil.

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Sua esfera de competência abrange as empresas, instituições financeiras,

investidores e demais segmentos que operam no mercado de valores mobiliários,

que compreendem ações, debêntures, certificados de depósitos, bônus de

subscrição, quotas de fundo de investimentos etc. A Lei nº 6.404/76 (Lei das

Sociedades por Ações) estabeleceu as premissas sob as quais a CVM deve atuar,

dando proteção às minorias acionárias e credibilidade aos investidores no mercado

de risco.

Prerrogativas da CVM:

a) registrar as companhias abertas;

b) registrar as emissões de valores mobiliários;

c) credenciar auditores independentes e administradores de carteira de valores

mobiliários;

d) autorizar a constituição de bolsa de valores, sociedades corretoras e

distribuidoras;

e) suspender ou cancelar registros, credenciamentos ou autorizações;

f) suspender a emissão, distribuição ou negociação de determinado valor

mobiliário ou decretar recesso da bolsa de valores;

g) exigir a republicação de demonstrações financeiras.

Banco Central do Brasil -BCB

Entidade criada pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, tem como objetivo

zelar pela estabilidade e promover o aperfeiçoamento do Sistema Financeiro

Nacional. Suas principais funções, são: formulação, execução e acompanhamento

da política monetária, cambial e controle das operações de créditos. Emite normas

contábeis legais por meio de Resoluções impositivas às instituições financeiras .

Secretaria da Receita Federal -SRF

Órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, tem como objetivo principal fiscalizar e

arrecadar os tributos federais. Tem emitido normas contábeis no tocante à

Legislação do Imposto sobre a Renda.

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2.3 Argentina

A Federação Argentina de Graduados em Ciências Econômicas - FAGCE, por meio

de seu Instituto Técnico de Contadores Públicos - ITCP, produziu e publicou

inúmeros pronunciamentos e recomendações que contribuíram para o

desenvolvimento da prática contábil, e a partir de 1983 passou a emitir sua opinião

por meio de informes.

Com a criação, em 1973, da Federação Argentina de Conselhos Profissionais de

Ciências Econômicas - FACPCE, por meio da Lei nº 20.488/73, a esta foi concebida

a atribuição de emitir as normas contábeis, que passaram a ser obrigatórias, com

base na adoção dos Conselhos. Existem, entretanto, outros órgãos que emitem

normas contábeis de caráter legal.

Entidades que lidam com normas contábeis:

a) Federação Argentina de Conselhos Profissionais de Ciências Econômicas -

FACPCE;

b) Federação Argentina de Graduados em Ciências Econômicas - FAGCE;

c) Comissão Nacional de Valores - CNV;

d) Bolsa de Comércio de Buenos Aires - BCBA e outras;

e) Banco Central da República Argentina - BCRA;

f) Inspeção Geral da Justiça - IGJ ;

g) Superintendência de Seguro da Nação - SSN ;

h) Instituto Nacional de Ação Cooperativa - INAC;

i) Instituto Nacional de Obras Sociais - INOS.

Federação Argentina de Conselhos Profissionais de Ciências Econômicas -

FACPCE

A legitimidade para emissão de normas contábeis profissionais (NCPs), na

Argentina, pertence à FACPCE, entidade de segundo grau, à qual estão filiados os

Conselhos Profissionais. A vigência, porém, de tais normas, em cada jurisdição,

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depende de decisão do respectivo Conselho; somente, então, se tornam obrigatórias

aos profissionais matriculados.

O processo de estudo, discussão, preparação e apresentação das normas contábeis

no âmbito da FACPCE é conduzido pelo Centro de Estudos Científicos e Técnicos,

que é um órgão pertencente à Federação, cujo trabalho resulta basicamente na

emissão de informes e projetos de NCPs, sobre as mais diversas questões

relacionadas às ciências econômicas .

Quando um trabalho do Centro de Estudos alcança a categoria de informe, com

possibilidades de a Federação transformá-lo posteriormente em Resolução Técnica,

o mesmo deve ser submetido a prévia análise e opinião da Federação Argentina de

Graduados em Ciências Econômicas - FAGCE. Essa obrigatoriedade nasceu de um

compromisso firmado em 6/4/85 entre as duas Federações.

De acordo com o Acto Compromiso, dentro do prazo de 30 dias a FAGCE deverá

emitir sua opinião sobre o informe submetido a sua consideração, podendo a

FAGCE aceitar ou não as sugestões apresentadas. Vencida a fase de análise pela

FAGCE, o informe do Centro de Estudo é submetido a um período de consulta, no

mínimo de seis meses, quando poderá receber sugestões de profissionais,

organismos empresariais, conclusões de congressos nacionais, jornadas regionais e

de outras entidades .

Após período de consulta, a junta de governo da FACPCE, por maioria simples,

aprova o informe correspondente, denominando-o Resolución Técnica - RT. A

Federação Argentina de Conselhos Profissionais de Ciências Econômicas -

FACPCE sancionou e publicou as seguintes Resoluções Técnicas:

RT nº 1 - Modelo de presentación de estados contables (subs. pelas RT nQ;: 8 e 9)

RT nº 2 - lndexación de estados contables (substituída pela RT n Q 6)

RT nº 3 - Normas de Auditoria (substituída pela RT n Q 7)

RT nº 4 - Consolidación de estados contables

RT nº 5 - Valuación de inversiones en sociedades controladas y vinculadas

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RT nº 6 - Estados contables en moneda constante (modif. pelas RT nQ;: 8 e 10)

RT nº 7 - Normas de Auditoria

RT nº 8 - Normas generales de exposición contable

RT nº 9 - Normas particulares de exposición contable p/ entes comerciales

Industriales y servicios

RT nº 10 - Normas contables profesionales

RT nº 11 - Normas particulares de exposición contables para entes sin fines de lucro

RT nº 12 - Modificación parcial de Ias normas contables profesionales

RT nº 13 - Conversión de Estados Contables

RT nº 14 - lnformación Contable de Participaciones en Negocios Conjuntos

Federação Argentina de Graduados em Ciências Econômicas - FAGCE

Essa Federação não tem poderes para emissão de normas técnicas; porém, por

força do Acto Compromiso, pode solicitar à FACPCE que um pronunciamento do

Instituto Técnico de Contadores Públicos - ITCP, órgão vinculado à entidade, seja

sancionado como norma técnica, por meio de seu encaminhamento ao Centro de

Estudos para análise e elaboração de projeto, seguindo após os trâmites regulares,

para se transformar em Resolução Técnica.

A emissão de normas contábeis legais na Argentina é reservada, por lei, às

seguintes entidades: Comissão Nacional de Valores - CNV, Bolsa de Comércio - BC,

de Buenos Aires, Córdoba, Rosário, e outras bolsas do país, Banco Central da

República Argentina - BCRA, Inspeção Geral da Justicia - IGJ, Superintendência de

Seguros da Nação - SSN, Instituto Nacional de Ação Cooperativa - INAC, Instituto

Nacional de Obras Sociais - INOS

2.4 Paraguai

Entidades que lidam com normas contábeis

a) Colégio de Contadores do Paraguai;

b) Comissão Nacional de Valores - CNV;

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c) Banco Central do Paraguai.

Colégio de Contadores do Paraguai

Esse é o órgão que conduz o processo de estabelecimento de normas contábeis no

Paraguai. Não obstante a obrigatoriedade imposta pelo colégio aos profissionais

matriculados no mesmo, na prática a entidade não dispõe de poder necessário para

fazer cumprir tal obrigação .

A partir de 1983, o Colégio de Contadores do Paraguai emitiu e aprovou as

seguintes Normas Contábeis:

NC - l Definición y contenidos de los estados contables

NC - 2 Revelaciones especificas en el balanço general

NC -3 Valuación y presentación de Ias existencias en el contexto deI sistema de

costo histórico

NC - 4 Contabilidad de depreciación

NC - 5 Contingencias y sucesos que ocorren después de Ia fecha deI balance

NC -6 Partidas no usuales y de períodos anteriores y cambios en políticas de

contabilidad

NC - 7 Contabilización do contrato de construcción

Em 22/11/1989, tendo em vista a necessidade de um corpo mais completo de

normas, o Conselho Diretivo do Colégio de Contadores do Paraguai emitiu uma

resolução adotando, como normas a serem utilizadas no país, as Normas

Internacionais de Contabilidade - NIC, do Internacional Accounting Standards

Committee - lASC.

Comissão Nacional de Valores - CNV

Entidade criada pela Lei nº 94/91, para regulamentar e fiscalizar o mercado de

capitais, estabelecendo rigorosos requisitos que devem ser cumpridos pelas

empresas que desejam operar na bolsa de valores. Emitiu a Resolução nQ 15/92

que trata do Registro de Auditores Externos e estabelece Normas Básicas para a

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Auditoria de Demonstrações Contábeis. A partir daí, a auditoria independente

passou a assumir importante papel.

Banco Central do Paraguai - BCP

Entidade que regula e fiscaliza as instituições financeiras e, basicamente, segue as

mesmas normas da Resolução nº 15/92, da CNV.

Principais normas contábeis legais do Paraguai

Lei do Comerciante, Lei nº 1.034/83, revogou o Código de Comércio;

Lei Geral de Bancos e de outras Entidades Financeiras, Lei nº 417/73 ;

Legislação para Seguradoras, Decreto-lei nº 17.840/47;

Legislação do Mercado de Capitais, Lei nº 94/91;

Lei do Imposto de Renda, Lei nº 125/91.

2.5 Uruguai

Entidades que lidam com normas contábeis

a) Colégio de Contadores e Economistas do Uruguai;

b) Banco Central do Uruguai - BCU;

c) Instituto Nacional de Carnes - INC;

d) Ministério de Economia e Finanças do Uruguai;

e) Comissão Permanente de Normas Contábeis Adequadas .

Colégio de Contadores e Economistas do Uruguai

Esse processo de estabelecimento de normas é conduzido por esse órgão,

basicamente por meio de duas importantes comissões de estudos: a Comissão de

Investigação Contábil e a Comissão de Auditoria.

Essas comissões são compostas por profissionais matriculados no Colégio, e

reúnem-se periodicamente para discutir os mais variados assuntos contábeis,

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sempre com vistas em futuras emissões de pronunciamentos. As reuniões realizam-

se a portas abertas e, antes de serem definitivamente aprovadas pelo Conselho

Diretivo com um pronunciamento, são submetidas a um período de consultas,

normalmente por três meses, quando as mesmas são amplamente divulgadas à

classe. A partir de 1964, o Colégio de Contadores e Economistas do Uruguai

elaborou os seguintes pronunciamentos contábeis:

N - 1 Alcance y contenido dei dictamen profesional

N - 2 Normas y procedimientos de auditoria

N - 3 Alcance y contenido dei dictamen profesional

N -4 Fuentes de Ias normas contables para Ia presentación adecuada de los estados

contables

N - 5 Revisión limitada de estados contables

N - 6 Mantenimiento de registros contables

N - 7 Informe de compilación de estados contables

N - 8 Normas de auditoria generalmente aceptada en el Uruguay

N - 9 Normas de auditoria -aprovación de Ias guias de Ifac nQ 01 a 16

N -10 Fuentes de normas contables para presentación adecuada de los estados

contables

N - 11 Normas contables internacionales obligatorias y optativas

Banco Central do Uruguai - BCU

Fixou determinadas normas para o exercício da auditoria no âmbito das instituições

financeiras e modificou as normas de controle do sistema financeiro .

Instituto Nacional de Carnes - INC

Estabelece normas contábeis para as sociedades submetidas a sua fiscalização .

Ministério de Economia e Finanças

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Órgão responsável pela emissão de normas que tratam do Imposto de Renda da

Indústria e do Comércio. Contém diversos dispositivos de natureza contábil,

freqüentemente regulados pela legislação fiscal.

Comissão Permanente de Normas Contábeis Adequadas

Criada pela Resolução 90/91 do Poder Executivo, com o objetivo de buscar o

consenso entre os distintos setores interessados nos relatórios contábeis:

emissores, receptores, profissionais e meios acadêmicos. Com essa finalidade

integram a comissão representante dos seguintes órgãos:

a) Ministério da Economia e Finanças;

b) Inspeção Geral de Fazenda;

c) Câmara da Indústria do Uruguai;

d) Câmara Nacional do Comércio;

e) Bolsa de Valores;

f) Associação de Bancos do Uruguai;

g) Colégio de Contadores e Economistas do Uruguai;

h) Faculdade de Ciências Econômicas e de Administração;

i) Colégio de Advogados.

O trabalho dessa comissão destina-se a propor ao Poder Executivo normas

contábeis para serem aplicadas pelas sociedades comerciais na preparação das

demonstrações contábeis. O guia básico de orientação do trabalho da comissão

está, em princípio, constituído pelas Normas Internacionais de Contabilidade -NICs-

,elaboradas pelo Internacional Accounting Standards Commitee -IASC.

Principais normas contábeis legais do Uruguai

Código Comercial de 1866;

Lei das Sociedades Comerciais, nº 16.060/89;

Legislação do Imposto sobre a Renda, de 1991 ;

Circular nº 1.070/81, do BCU .

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3 - CONSIDERAÇÕES SOBRE AS NORMAS E PRÁTICAS CONTÁBEIS NO MERCOSUL

Em síntese, nos países do Mercosul os sistemas contábeis estão assim

organizados:

No Brasil, em todos os Estados da Federação existe um CRC, cujas finalidades são

registrar e fiscalizar o exercício da profissão de contabilista. Os CRC estão

hierarquicamente subordinados ao Conselho Federal de Contabilidade -CFC que,

além de ser o órgão máximo de controle da profissão, é o responsável pela

elaboração das Normas Brasileiras de Contabilidade -profissionais e Técnicas. Além

do CFC, existem outros órgãos que lidam com normas e pronunciamentos

contábeis, tais como: Instituto Brasileiro de Contadores, Comissão de Valores

Mobiliários, Banco Central do Brasil e Secretaria da Receita Federal.

Na Argentina, os Conselhos Profissionais de Ciências Econômicas, entidades

criadas por lei, mas de natureza jurídica privada, com atuação e influência restrita

em suas respectivas jurisdições, estão voluntariamente associados à Federação

Argentina de Conselhos Profissionais de Ciências Econômicas.

A Federação é um organismo de segundo grau criado com a finalidade de congregar

todos os conselhos e de elaborar as normas contábeis profissionais e técnicas.

Essas entidades também congregam, além do Contador Público, outras profissões,

como as de Administrador e Economista. Além da Federação, outras entidades,

como Comissão Nacional de Valores, Banco Central da República Argentina,

Inspeção Geral de Justiça, Instituto Nacional de Ação Cooperativa e outras, lidam

com normas e pronunciamentos contábeis.

No Uruguai, o Colégio de Contadores e Economistas conduz o processo de

elaboração de normas contábeis no país. Embora tenha elaborado vários

pronunciamentos contábeis, na prática não tem poder suficiente para impor sua

obrigatoriedade. Nesse país, além do Colégio de Contadores, outros órgãos

elaboram normas contábeis. São eles: Banco Central do Uruguai, Instituto Nacional

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de Carnes, Ministério de Economia e Finanças do Uruguai e Comissão Permanente

de Normas Contábeis Adequadas.

A tendência aponta para a harmonização das normas e práticas contábeis em nível

mundial, e conseqüentemente para a liberalização dos serviços de Contabilidade. O

desenvolvimento da profissão contábil começou a tomar corpo com a instalação do

lASC - Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade, com seus esforços para

harmonizar as práticas contábeis em nível mundial. Posteriormente, foi criada a

IFAC - Federação Internacional de Contadores, culminando, na década de 70, com

dois pilares representativos da profissão contábil em plena atividade (Nasi, 1998:64).

Assim, cabe aos países do Mercosul buscar urgentemente a unificação do processo

de elaboração de normas e procedimentos contábeis.

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4 - CONCEITOS RELATIVOS ÀS DEMONSTRAÇÕES PATRIMONIAIS

4.1 Preâmbulo

A Contabilidade tem como objeto o Patrimônio da Entidade, que pode ser definido

como um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencente a uma pessoa física, a

uma sociedade ou a uma instituição de qualquer natureza, independentemente de

sua finalidade. Portanto, o objetivo principal da Contabilidade é fornecer informação

relevante para que cada usuário possa tomar suas decisões com segurança. As

regras básicas para que os profissionais da Contabilidade executem de maneira

uniforme a escrituração, a apuração dos resultados e a apresentação dos

demonstrativos contábeis, são os Princípios Contábeis Geralmente Aceitos.

As informações geradas pela contabilidade de uma entidade devem possibilitar

ao usuário:

• avaliar sua situação, comportamento e tendências;

• comparar seus resultados com os de outros períodos ou entidades;

• projetar seu futuro nos marcos políticos, sociais e econômicos em que está

inserida.

Assim, diante da abertura do mercado e da competitividade empresarial que se

atravessa, torna-se imprescindível a existência de informações corretas e oportunas

sobre o patrimônio das entidades e suas mutações, com vistas à adequada

avaliação de riscos e oportunidades por parte dos investidores, financiadores e

fornecedores. A qualidade dessas informações deve ser assegurada pelo sistema de

normas alicerçado nos Princípios Fundamentais da Contabilidade .

Neste sentido, passa-se a analisar de forma comparativa os Princípios Contábeis e

os Conceitos relacionados com as Demonstrações Patrimoniais utilizados nos

países do Mercosul.

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4.2 Princípios Contábeis dos Países do Mercosul 4.2.1 Brasil

No Brasil, o Conselho Federal de Contabilidade, através da Resolução nº 750, de 20

de dezembro de 1993, definiu sete princípios, quais sejam:

4.2.1.1 - O Princípio da Entidade que reconhece o Patrimônio como objeto da

Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de

um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente

de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição

de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos.

Por conseqüência, nessa acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles de

seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. O patrimônio

pertence à Entidade, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação

contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova Entidade, mas numa

unidade de natureza econômico-contábil.

4.2.1.2 - O Princípio da Continuidade define que a continuidade ou não da

Entidade, bem como sua vida definida ou provável, deve ser considerada quando da

classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas.

A continuidade influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor

ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da Entidade tem

prazo determinado, previsto ou previsível. A observância do Princípio da

Continuidade é indispensável à correta aplicação do Princípio da Competência, por

se relacionar diretamente à quantificação dos componentes patrimoniais e à

formação do resultado, além de constituir dado importante para aferir a capacidade

futura da geração de resultados.

4.2.1.3 - O Princípio da Oportunidade refere-se, simultaneamente, à

tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e de suas mutações,

determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta,

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independentemente das causas que as originaram. Dessa forma, desde que

tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito mesmo

na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência.

O registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os

aspectos físicos e monetários, e o registro deve ensejar o reconhecimento universal

das variações ocorridas no patrimônio da Entidade, em um período de tempo

determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da

gestão.

4.2.1.4 - O Princípio do Registro pelo Valor Original requer que os componentes

do patrimônio sejam registrados pelos valores originais das transações, expressos

no valor presente da moeda do país, que serão mantidos na avaliação das variações

patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou

decomposições no interior da Entidade.

Da aplicação desse princípio, resulta que a avaliação dos componentes patrimoniais

deve ser feita com base nos valores de entrada, que uma vez integrado ao

patrimônio, não poderão ter alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão-

somente, sua decomposição em elementos, e/ou sua agregação, parcial ou integral,

a outros elementos patrimoniais.

O valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do

patrimônio, inclusive quando de sua saída. Salientamos que os Princípios da

Atualização Monetária e do Registro pelo Valor Original são compatíveis e

complementares entre si.

4.2.1.5 - O Princípio da Atualização Monetária requer que os efeitos da alteração

do poder aquisitivo da moeda nacional devam ser reconhecidos nos registros

contábeis por meio de ajuste da expressão formal dos valores dos componentes

patrimoniais. Essa atualização monetária não representa nova avaliação, mas o

ajustamento dos valores originais para data determinada, mediante a aplicação de

indexadores, ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da

moeda nacional, em um certo período.

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4.2.1.6 - O Princípio da Competência enseja que as receitas e as despesas devem

ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem,

independentemente de recebimento ou pagamento. Esse princípio determina

quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição do

patrimônio líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações

patrimoniais.

As receitas consideram-se realizadas quando nas transações com terceiros, estes

efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela

investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à Entidade, quer

pela fruição de serviços por esta prestados, quando da extinção, parcial ou total, de

um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de

um ativo de valor igual ou maior, pela geração natural de novos ativos,

independentemente da intervenção de terceiros, e no recebimento efetivo de

doações e subvenções.

Também consideram-se incorridas as despesas quando deixar de existir o

correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiros; pela

diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo; ou pelo surgimento de um

passivo, sem o correspondente ativo.

4.2.1.7 - O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os

componentes do Ativo e do maior para os do Passivo, sempre que se apresentem

alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que

alterem o patrimônio líquido. Esse princípio da Prudência impõe a escolha da

hipótese de que resulte menor patrimônio líquido quando se apresentarem opções

igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.

Observado o disposto no Princípio do Registro pelo Valor Original, o Princípio da

Prudência somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento

indispensável à correta aplicação do Princípio da Competência. A aplicação do

Princípio da Prudência ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às

variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvam incertezas de

grau variável.

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A inobservância dos Princípios Fundamentais da Contabilidade constitui infração às

alíneas c, d e e do art. 27 do Decreto-lei nº 9.295 de 27-5-1946 e, quando aplicável,

ao Código de Ética Profissional do Contabilista.

4.2.2 Argentina

Na Argentina, as Normas Contábeis fundamentam-se em cinco requisitos básicos

acompanhados de um elenco de qualidades que necessariamente precisam ser

contempladas pelas demonstrações contábeis.

Citam-se:

4.2.2.1. A informação fornecida deve ser verdadeira

As qualidades a satisfazer, são:

Veracidade - A informação deve expressar conformidade razoável com a realidade .

Objetividade - A informação deve tender a apresentar-se no maior grau possível de

maneira que expresse os acontecimentos tal como são, com o maior realismo, sem

deformações por subordinação a condições particulares do emissor.

Atualidade - A informação deve considerar os elementos e valores que têm efetiva

vigência.

Certeza - A informação deve ser elaborada sobre a base do melhor conhecimento

possível dos acontecimentos que comunica, baseado em um estudo diligente dos

aspectos relevantes de cada um deles .

Essencialidade - A informação sobre um fenômeno dado deve dar prevalência a

sua natureza econômica sobre sua forma instrumental ou jurídica, quando os

aspectos instrumentais ou jurídicos não refletem adequadamente os efeitos

econômicos existentes .

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Verificabilidade - A informação deve permitir sua comprovação mediante

demonstrações que lhe dêem crédito ou confirmem.

Precisão - A informação deve estar compreendida entre os estreitos limites da

aproximação, buscando proximidade à exatidão, na medida do possível.

Confiabilidade - A informação deve ser preparada conforme critérios, normas e

regras que lhe outorguem caráter de credibilidade .

4.2.2.2. Deve ser considerado o resultado da informação

As qualidades a complementar, são:

Utilidade - A informação deve servir efetivamente e propiciar um benefício tanto

para o emissor como para o receptor ou destinatário; não deve ser supérflua,

excessiva ou desnecessária.

Produtividade - A informação deve prestar uma utilidade para os objetivos dos

usuários, que exceda os esforços necessários para sua obtenção, relação

custo/benefícios.

4.2.2.3. A informação deve ser a que cumpre demonstrar

As qualidades a cumprir, são:

Pertinência - A informação deve ser razoavelmente apropriada para o cumprimento

de seus objetivos, podendo chegar a superar esse nível de efetividade e converter-

se em relevante, quando adquirir altos níveis de excelência. Integridade - a

informação deve tender a ser completa, o que significa que incluirá, ao menos, todas

as partes essenciais.

Significação - A informação não deve omitir nenhum elemento importante, porém

pode excluir elementos que não possuam significância.

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Suficiência - A informação deve ser fornecida na medida necessária para satisfazer

aos requerimentos dos usuários.

lnsubstituível - A informação não pode ser substituída por outra, dentro de limites

razoáveis.

Prudência - A informação deve ser expressa com cautela e preocupação O

informante deveria situar-se entre a reflexão e a previsão, tendendo a evitar os

riscos que poderiam emanar da informação que comunica.

4.2.2.4. A informação deve ser viável

As qualidades a satisfazer, são:

Acessibilidade - A informação deve ser obtida sem maiores obstáculos.

Praticabilidade - A informação deve reunir os atributos que permitam sua utilização.

Normalização - A informação deve basear-se em normas ou regras adequadas que

satisfaçam a necessidade de conseqüência e uniformidade que os usuários

poderiam requerer.

Comparabilidade - A informação recente deve permitir a possibilidade de ser

relacionada e confrontada com outras emitidas pela entidade, em datas ou períodos

anteriores, além daquelas provindas de entidades diversas.

Convertibilidade - A informação deve poder ser modificada em sua forma,

transformar-se ou reduzir-se a dados fundamentais, sem mudança em seu conteúdo

ou em sua essência.

Oportunidade - A informação deve ser emitida em tempo e lugar convenientes para

os usuários.

Tempestividade - A informação deve ser fornecida com a maior rapidez possível.

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Clareza - A informação deve ser inteligível, fácil de ser compreendida pelos usuários

que tenham razoável conhecimento da terminologia própria de demonstrações

contábeis.

4.2.2.5. A informação deve ser organizada

Isto significa satisfazer às seguintes qualidades:

Sistematização - A informação deve ser apresentada de maneira ordenada e

orgânica, o que significa dever fundamentar-se em um conjunto de critérios, normas

e regras harmonicamente entrelaçadas.

Racionalidade - A informação deve ser lógica e resultar da aplicação de um

método adequado.

4.2.3 Paraguai e Uruguai

No Paraguai e Uruguai, em razão de as Normas Contábeis próprias não atenderem

adequadamente a todas as necessidades dos usuários, por recomendações dos

Colégios Profissionais, as empresas, aos poucos, estão aderindo às Normas

Internacionais de Contabilidade. E de acordo com a tradução e publicação em

português pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil - IBRACON, as NIC

fundamentam-se em dois Pressupostos Básicos e quatro Características Qualitativas

das Demonstrações Contábeis, que serão enumeradas a seguir:

4.2.3.1 Pressupostos Básicos

4.2.3.1.1 - Regime de Competência

A fim de atingir seus objetivos, as demonstrações contábeis são prestadas conforme

o regime contábil de competência. Assim, os efeitos das transações e outros eventos

são reconhecidos quando ocorrem ( não quando o numerário ou seu equivalente é

recebido ou pago) e são lançados nos registros contábeis e reportados nas

demonstrações contábeis dos períodos a que se referem.

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As demonstrações contábeis preparadas pelo regime de competência informam aos

usuários não somente sobre transações passadas que envolvem o pagamento e

recebimento de caixa, mas também sobre obrigações de pagamento e de recursos

que serão recebidos no futuro. Dessa forma, as informações são úteis aos usuários,

na tomada de decisões econômicas.

4.2.3.1.2 - Continuidade

As demonstrações contábeis são normalmente preparadas no pressuposto de que a

empresa está em marcha e continuará em operação no futuro previsível. Dessa

forma, presume-se que a empresa não tem a intenção nem a necessidade de entrar

em liquidação, nem reduzir materialmente a escala de suas operações; se tal

intenção ou necessidade existir, as demonstrações contábeis terão que ser

preparadas numa base diferente e, nesse caso, tal base é divulgada.

4.2.3.2 Características Qualitativas das Demonstrações Contábeis

4.2.3.2.1 - Compreensibilidade

Uma qualidade essencial das informações apresentadas nas demonstrações

contábeis é que elas sejam prontamente entendidas pelos usuários. Para esse fim,

presume-se que os mesmos tenham conhecimento razoável dos negócios,

atividades econômicas e contabilidade, e disposição de estudar as informações com

razoável diligência.

Todavia, as informações sobre assuntos complexos que devam ser incluídas nas

demonstrações contábeis, por causa de sua relevância para as necessidades da

tomada de decisão pelos usuários, não devem ser excluídas meramente sob o

pretexto de que seriam difíceis para que dentre eles alguns a entendessem.

4.2.3.2.2. Relevância

Para serem úteis, as informações devem ser relevantes às necessidades dos

usuários em suas tomadas de decisões. As informações são relevantes quando

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influenciam as decisões econômicas dos usuários, ajudando-os a avaliar o impacto

de eventos passados, presentes ou futuros, confirmando ou corrigindo suas

avaliações anteriores.

As funções de previsão e confirmação das informações são inter-relacionadas. Por

exemplo, as informações sobre o nível atual e a estrutura dos ativos têm valor para

os usuários em seus esforços para prever a capacidade de a empresa aproveitar as

oportunidades e sua capacidade de reagir a situações adversas. As mesmas

informações confirmam as previsões passadas.

As informações sobre a posição financeira e o desempenho passado são

freqüentemente utilizadas como base para projetar a futura posição financeira e o

desempenho, assim como outros assuntos nos quais os usuários estão diretamente

interessados, tais como pagamento de dividendos e salários, alterações no preço de

títulos e capacidade da empresa em atender a seus compromissos à medida que se

tornem devidos. Para terem valor como previsão, as informações não precisam estar

em forma de projeção explícita. A capacidade de fazer previsões com base nas

demonstrações contábeis amplia-se, dependendo, entretanto, da forma como as

informações sobre transações e eventos anteriores são apresentadas.

4.2.3.2.3 Confiabilidade

Para ser útil, a informação deve ser confiável A informação tem a qualidade de

confiabilidade quando está livre de erros relevantes, e podem os usuários depositar

confiança como representando fielmente aquilo que eIa diz representar, ou poderá

razoavelmente, esperar-se que represente.

A informação pode ser relevante. porém tão inconfiável em sua natureza ou

representação que seu reconhecimento pode ser um erro potencial. Por exemplo, se

há questionamentos sobre a validade e o valor de uma reclamação por danos em

uma ação. Seria inadequado reconhecer o valor total da reclamação no balanço,

embora fosse apropriado divulgar o valor e as circunstâncias da reclamação.

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Em certos casos, o dimensionamento dos efeitos financeiros dos itens poderia ser

tão incerto que as empresas geralmente não os reconheceriam nas demonstrações

contábeis, por exemplo: embora muitas empresas gerem goodwill internamente, com

o decurso do tempo, é usualmente difícil identificar ou medir esse goodwill com

segurança. Em outros casos, entretanto, poderá ser importante reconhecer itens e

divulgar o risco de erro que envolve seu reconhecimento e dimensionamento.

4.2.3.2.3.1 Representação adequada - A Informação deve representar ou vir a

fazê-lo, de modo fiel, não só as transações como outros eventos. Um balanço

deveria representar fielmente as transações e outros eventos que resultam em

ativos, passivos e patrimônio líquido na data do balanço e que atendam aos critérios

de reconhecimento. A maioria das informações financeiras está sujeita a algum risco

de não atingir plenamente a representação fiel daquilo que pretende retratar. Isso

ocorre em virtude de dificuldades inerentes, seja na identificação das transações ou

de eventos a serem dimensionados ou no estabelecimento e aplicação de técnicas

de mensuração e apresentação que possam transmitir informações

correspondentes a tais transações e eventos.

4.2.3.2.3.2 Primazia da essência sobre a forma - Para que a informação

represente fielmente as transações e outros eventos que ela se propõe representar,

é necessário que essas transações e eventos sejam contabilizados e apresentados

de acordo com sua essência ou substância, sua realidade econômica, e não

meramente sua forma legal.

A essência das transações ou outros eventos nem sempre é consistente com o que

aparenta com base em sua forma legal ou documentos formais. Por exemplo, uma

empresa poderia vender um ativo a um terceiro de tal maneira que a documentação

indicasse a transferência legal da propriedade a esse terceiro; entretanto, poderão

existir acordos que assegurem que a empresa continuará a gozar dos futuros

benefícios econômicos gerados pelo ativo.

Em tais circunstâncias, apenas reportar a venda não representará fielmente a

transação efetuada (se nela houve uma transação).

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4.2.3.2.3.3 Neutralidade - Para ser confiável, a informação contida nas

demonstrações contábeis deve ser neutra, isto é, livre de preconceitos. As

demonstrações contábeis não serão neutras se, pela escolha ou apresentação da

informação, elas influenciarem a tomada de decisão ou um julgamento a fim de

atingir um resultado ou desfecho predeterminado.

4.2.3.2.3.4 Prudência - Aqueles que preparam as demonstrações contábeis,

entretanto, têm que se haver com as incertezas que inevitavelmente envolvem

certos eventos e circunstâncias, tais como a possibilidade da cobrança de contas a

receber duvidosas, a vida útil provável da fábrica e equipamentos e o número de

reclamações cobertas por garantias que possam ter sido dadas. Tais incertezas são

reconhecidas pela divulgação de sua natureza e extensão e pelo exercício de

prudência no preparo das demonstrações contábeis.

A prudência consiste na inclusão de certa dose de cautela na formulação dos

julgamentos necessários, na elaboração de estimativas em certas condições de

incertezas, a fim de que ativos ou receitas não sejam superestimados, e passivos ou

despesas não sejam subestimados. Entretanto, o exercício da prudência não

permite, por exemplo, a criação de reservas ocultas ou provisões excessivas, a

subavaliação deliberada de ativos ou receitas, a superestimação deliberada de

passivos ou despesas, pois as demonstrações contábeis deixariam de ser neutras e,

portanto, não teriam a qualidade da confiabilidade.

4.2.3.2.3.5 Integridade - Para ser confiável, a informação constante das

demonstrações contábeis deve ser completa dentro dos limites da relevância e do

custo. Uma omissão pode tornar a informação falsa ou conducente a erro e, assim,

inconfiável e deficiente em termos de relevância.

4.2.3.2.4. Comparabilidade

Os usuários devem poder comparar as demonstrações contábeis de uma empresa

ao longo do tempo a fim de identificar tendências em sua posição financeira e em

seu desempenho. Os usuários devem também ser capazes de comparar as

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demonstrações contábeis de diferentes empresas a fim de avaliar, em termos

relativos, sua posição financeira, os resultados e as mudanças na posição financeira.

Conseqüentemente, a avaliação e a apresentação dos efeitos financeiros de

transações e outros eventos semelhantes devem ser feitas de modo consistente em

todas as empresas e nos diversos períodos, e de maneira consistente para

diferentes empresas.

Uma importante implicação da característica qualitativa da comparabilidade é que os

usuários devem ser informados sobre políticas contábeis seguidas na elaboração

das demonstrações contábeis, sobre quaisquer mudanças nessas políticas e sobre o

efeito de tais mudanças. Os usuários precisam estar em posição de identificar

diferenças entre as políticas contábeis aplicadas a transações e eventos

semelhantes, usadas pela mesma empresa, de um período a outro, e por diferentes

empresas. A observância das NIC, inclusive a divulgação das políticas contábeis

usadas pela empresa, ajudam a atingir a comparabilidade.

A necessidade de comparabilidade não deve ser confundida com a mera

uniformidade e não se deve permitir que se torne um empecilho à introdução de

normas contábeis aperfeiçoadas. Não é apropriado que uma empresa continue

contabilizando da mesma forma uma transação ou evento, se a política adotada não

está em conformidade com as características qualitativas de relevância e

confiabilidade. É também inapropriado manter suas políticas contábeis intocáveis,

quando existem alternativas mais confiáveis e adequadas.

Uma vez que os usuários desejam comparar a posição financeira, os resultados e as

mudanças na posição financeira ao longo do tempo, é importante que as

demonstrações contábeis mostrem as correspondentes informações de períodos

anteriores.

4.2.3.3 Limitações sobre a Relevância e Confiabilidade das Informações

4.2.3.3.1 Oportunidade das informações - Se houver demora indevida em reportar

a informação, ela poderá perder a relevância. A administração poderá ter que

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estabelecer um equilíbrio entre reportar a informação na época oportuna e prover

informações confiáveis. Para fornecer informações em datas oportunas, poderá ser

necessário reportar a informação antes que todos os aspectos de uma transação ou

outro evento sejam conhecidos, prejudicando assim a confiabilidade.

Por outro lado, ao reportar a informação, se houver demora até que todos os

aspectos se tornem conhecidos, a informação poderá ser altamente confiável, porém

de pouca utilidade para os usuários que tenham tido necessidade de tomar

decisões, nesse ínterim. Para atingir um equilíbrio entre a relevância e a

confiabilidade, o princípio prevalecente consiste em usar a melhor forma de atender

às necessidades do processo econômico decisório dos usuários.

4.2.3.3.2 Equilíbrio entre benefício e custo - Esse equilíbrio é uma limitação

abrangente, em vez de uma característica qualitativa. Os benefícios decorrentes da

informação devem exceder o custo de produzi-la. A avaliação dos benefícios e

custos é, entretanto, em sua essência, um exercício de julgamento. Além disso, os

custos não devem, necessariamente, recair sobre aqueles usuários que gozarem do

benefício.

Os benefícios podem dever ser aproveitados por outros usuários, além daqueles

para os quais as informações foram preparadas. Por essa razão, é difícil aplicar o

teste de custo-benefício em determinado caso. Apesar disso, os órgãos normativos

em especial, assim como os elaboradores e usuários das demonstrações contábeis,

devem estar conscientes dessa limitação.

4.2.3.3.3 Equilíbrio entre características qualitativas - Na prática é, às vezes,

necessário fazer um balanceamento ou acomodação entre as características

qualitativas. Geralmente, o objetivo é atingir um equilíbrio apropriado entre as

características, a fim de satisfazer aos objetivos das demonstrações contábeis. O

valor relativo das características, em diferentes casos, é um assunto de julgamento

profissional.

4.2.3.3.4 Apresentação adequada - Freqüentemente, dizem que as demonstrações

contábeis refletem adequadamente, ou com propriedade, a posição financeira, os

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resultados e as mudanças ocorridas em uma empresa. Embora essa estrutura não

trate diretamente de tais conceitos, a aplicação das principais características

qualitativas e das normas de contabilidade apropriadas normalmente resulta em

demonstrações contábeis que retratam aquilo se entende como apresentação

adequada da informação.

Todavia, não se pode negar que a abertura para a circulação de capitais provocou,

no final de século, forte pressão para que se harmonizem as normas contábeis.

Nesse contexto, o Paraguai e o Uruguai apresentam-se, de certa forma, numa

posição confortável, pois não existe o apego à preservação das normas próprias,

como é no caso do Brasil e da Argentina.

4.3 Normas de divulgação das demonstrações contábeis

4.3.1 Brasil

Lei nº 6.404/76, Comissão de Valores Mobiliários de Valores - CVM, através das

Instruções 59/86, 15/87, 64/87 e 247/96, Conselho Federal de Contabilidade, através

das NBC-T-3, NBC-T-6 e NBC-T-8.

4.3.2 Argentina

Comissão Nacional de Valores - CNV, através da Resolução 195, Leis nº 19.550/72

e 22.903/83 e Federação Argentina de Conselhos Profissionais de Ciências

Econômicas - FACPCE, através das RT-08 e RT-09.

4.3.3 Paraguai

Comissão Nacional de Valores - CNV, através da Resolução 05/92, Lei nº 94/91 e

Colégio de Contadores do Paraguai, através da adoção das Normas Internacionais

de Contabilidade - NIC.

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4.3.4 Uruguai

Comissão Nacional de Valores - CNV, através do Regulamento Geral 10/93, Lei nº

10.060/89 e Ministério da Economia e Finanças, Decreto 103/91.

Fica evidenciado que nos quatro países do Mercosul a Contabilidade sofre influência

do Governo, da Área Econômica e do Mercado de Capitais. Essas interferências são

feitas por meio da elaboração de leis, decretos e resoluções que ditam normas de

procedimentos e de apresentação de demonstrativos contábeis, em alguns casos,

até conflitando com as Normas Técnicas elaboradas pelos órgãos profissionais.

Acredita-se que tais interferências ocorrem no momento em que a Contabilidade ora

praticada não consegue atender a todas as necessidades de seus usuários, pela

falta de sintonia dos órgãos profissionais com os interferentes.

4.4 Diferenças na apresentação das demonstrações contábeis

Neste tópico, trataremos exclusivamente das diferenças existentes entre os quatro

países integrantes do MERCOSUL, quanto à apresentação das demonstrações

contábeis.

Ativo

No Brasil, o ativo é classificado entre: Ativo Circulante, Ativo Realizável a Longo

prazo e Ativo Permanente, enquanto que na Argentina, Uruguai e Paraguai, essa

classificação se restringe à: Corrente e Não Corrente.

Basicamente, não há diferenças na atribuição de circulante e longo prazo no Brasil,

em relação à corrente e não corrente nos outros países, pois essa divisão se

relaciona a ativos realizáveis até um ano para o circulante e o corrente, e ativos

realizáveis acima desse prazo para o realizável a longo prazo e não corrente.

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Passivo

No Brasil, o passivo é classificado entre: Passivo Circulante e Exigível a longo prazo,

enquanto que na Argentina, Uruguai e Paraguai, essa classificação se restringe a:

Corrente e Não Corrente.

Igualmente, não há diferenças na atribuição de circulante e longo prazo no Brasil,

em relação a corrente e não corrente nos outros países, pois essa divisão se

relaciona a obrigações exigíveis até um ano para o circulante e o corrente e

obrigações exigíveis acima desse prazo para o exigível a longo prazo e não

corrente.

Nesse sentido, a maior diferença existente entre os países integrantes do

MERCOSUL, no que tange à apresentação das demonstrações contábeis, está em

que no Brasil existe o grupo de Resultados de Exercícios Futuros, grupo este, não

existente nos outros países.

4.5 Principais diferenças na avaliação de ativos e passivos

4.5.1 Estoques

Os critérios de avaliação dos estoques em cada país integrante do MERCOSUL,

pode ser assim resumida:

4.5.1.1 Brasil

Custo histórico ou valor de mercado, quando este for menor

4.5.1.2.Argentina

Custo de reposição, podendo ser avaliado pelo custo de aquisição expresso em

moeda constante, quando não for possível se avaliar o valor de reposição.

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4.5.1.3 Paraguai

Os estoques podem ser avaliados pelo custo histórico, corrigido a valores correntes,

sendo obrigatória a divulgação, em notas explicativas, do critério utilizado.

4.5.1.4 Uruguai

Os estoques devem ser avaliados pelo custo histórico ou pelo valor líquido de

realização, dos dois o menor.

4.5.2 Investimentos Permanentes

Os investimentos permanentes se relacionam pela intenção do administrador na

permanência ou não desses investimentos, ao longo do tempo.

Para a Fipecafi (1995, p. 203):

Essas participações são os tradicionais investimentos em outras empresas, na forma de ações ou cotas. Devem ter a característica de permanente, ou seja, incluem-se aqui somente os investimentos em outras sociedades que tenham a característica de aplicação de capital, não de forma temporária ou especulativa, existindo efetiva intenção de usufruir dos rendimentos proporcionados por esses investimentos.

Basicamente, não há diferenças relevantes quando às práticas contábeis dos países

integrantes do MERCOSUL, no que se refere à forma de avaliação desses ativos.

Entretanto, as regras para a aplicação do método da equivalência patrimonial

diferem nesses países.

4.5.3 Ativo Imobilizado

No que se refere a avaliação do Ativo Imobilizado, com exceção da Argentina, que

tem como prioridade a utilização de valores correntes, os outros países integrantes

de MERCOSUL utilizam-se do critério do custo histórico e/ou custo corrigido.

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Relativamente às reavaliações, somente o Paraguai não menciona sua utilização.

Nos demais países, a prática é comum, porém notam-se posições diferentes no

tocante aos bens que podem ser reavaliados.

Por exemplo, no Brasil a Lei nº 6.404/76 refere-se a todos os elementos do ativo,

enquanto o IBRACON considera a reavaliação apenas para os bens do Ativo

Imobilizado, posição esta aceita pela CVM por meio da Deliberação nº 27/86 e

Instrução CVM 183/96. São contabilizadas como Reservas de Reavaliação as

contrapartidas dos aumentos atribuídos a elementos do Ativo, em virtude de novas

avaliações. Esse procedimento é recomendado pelas Normas Internacionais de

Contabilidade.

Na Argentina a reavaliação é aceita para os bens do Ativo Imobilizado, segundo as

normas contábeis, e a contrapartida da reavaliação é contabilizada diretamente na

conta de resultado. No entanto, a CNV não admite a contabilização de reavaliação

para as companhias de capital aberto.

No Uruguai, segundo as normas contábeis, aceita-se a reavaliação dos ativos. As

diferenças oriundas da reavaliação devem ser apropriadas em contas de resultado.

As divergências acentuadas estão na composição do Ativo Imobilizado (Rosa, p.

127)

1. O Brasil considera Ativo Imobilizado os bens tangíveis e intangíveis, mas não

considera da mesma forma os bens para fins de locação ou arrendamento.

2. A Argentina considera Ativo Imobilizado apenas os bens tangíveis, e utiliza um

grupo específico para os bens intangíveis. Também não considera os bens para fins

de locação ou arrendamento.

3. O Paraguai também considera Ativo Imobilizado somente os bens tangíveis, e

utiliza um grupo específico para os bens intangíveis, porém há divergência entre a

Comissão Nacional de Valores – CNV no tocante aos bens destinados a locação ou

arrendamento: a CNV determina sua contabilização como investimentos.

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4. O Uruguai tornou obrigatório o uso da NIC nº 16 - Norma Internacional de

Contabilidade, que considera como Imobilizado apenas os bens tangíveis, porém,

inclui os bens destinados a locação e arrendamento.

Em relação aos bens intangíveis, o Brasil é o único país do Mercosul que os

considera como imobilizado. Os demais classificam-no em grupo específico

denominado ativos intangíveis, também respaldados pelas Normas Internacionais de

Contabilidade e pelas Normas Norte-americanas, que recomendam esse

procedimento. Nesse caso, julga-se que a prática da segregação dos Bens

Tangíveis e Intangíveis é salutar para os usuários das informações contábeis e

segue a tendência internacional.

4.5.4 Ativo Diferido

Somente as práticas contábeis do Brasil prevêem essa classificação. Os demais

países integrantes do MERCOSUL utilizam o grupo Bens Intangíveis, que na

realidade abrange não só os itens considerados como Ativo Diferido no Brasil

(gastos de organizações, pesquisas etc.), como também alguns itens intangíveis,

considerados como ativo imobilizado (marcas e patentes etc.).

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CONCLUSÃO

Procurou-se neste estudo, abordar as principais diferenças entre as práticas

contábeis aplicáveis a cada país integrante do MERCOSUL. Certamente, outras

diferenças existem, porém não consideradas relevantes para essa análise.

As práticas contábeis e o exercício da profissão, embora bastante diferenciadas em

cada país, regulamentam a profissão, exceto no Uruguai e no Paraguai.

Nesse sentido, entende-se que, para atingir a uniformidade de procedimentos,

práticas e normas no exercício da contabilidade entre os países integrantes do

MERCOSUL, é necessário que os líderes de cada país, no âmbito da contabilidade,

decidam quanto a obrigatoriedade da aplicação das práticas contábeis de forma

generalizada.

Atualmente, a comparabilidade de demonstrações contábeis de empresas alojadas

em países diferentes, dentro do eixo do MERCOSUL, está fortemente prejudicada,

haja vista a diversidade de critérios existentes.

Observa-se, pois que os critérios de registros e de avaliação dos estoques, a

metodologia para o cálculo da equivalência patrimonial nos investimentos relevantes,

os conceitos de classificação do ativo imobilizado e do diferido, são os principais

aspectos a serem considerados na intenção de uniformizar as práticas contábeis.

Acredita-se que a utilização das Normas Internacionais de Contabilidade poderá vir a

ser um caminho trilhado pelas organizações que normatizam as práticas contábeis

aplicáveis aos países integrantes do MERCOSUL, com vistas ao alinhados, não

somente entre os países integrantes do MERCOSUL, como pela tendência européia

no pleno atendimento a essas normas.

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NOTAS SOBRE O AUTOR Graduação

Bacharelado em Ciências Contábeis Bacharelado em Direito Licenciatura em Administração Formação Superior em Administração Hoteleira

Pós-Graduação

Administração Tributária (especialização/lato sensu) Educação – área de concentração: currículo e avaliação (mestrado) Ciências Empresariais – área de concentração: Administração Universitária

(doutorado) Atividades Docentes

Professor Adjunto da UNEB – Graduação e Pós-Graduação. Disciplinas: Estágio Supervisionado e Orientação Monográfica

Professor da Unyahna. Disciplinas: Metodologia da Pesquisa e Monografia Funções e Cargos Exercidos

Na UNEB, Subchefe e Chefe de Departamento, Coordenador de Colegiado de Curso, Diretor e Vice-Diretor de Departamento, Assessor Técnico, Pró-Reitor de Administração, Membro do Conselho Universitário, Membro do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, Membro do Conselho de Administração

Na Secretaria da Fazenda do Estado, Auditor Fiscal (aposentado) No BANEB (atual BRADESCO), Analista de Balanços Na atividade autônoma, Contador

Funções e Cargos em Execução

Assessor Especial da Reitoria Membro do Conselho de Administração da UNEB Membro do Conselho de Educação do Estado da Bahia (suplente) Membro do Conselho Editorial da UNEB

Artigos Publicados

Ontologia da Contabilidade Avaliação do Ensino Técnico de Contabilidade O Papel da Filosofia nos Currículos de Ciências Contábeis Ética nos Negócios O Ensino de Contabilidade A Utilidade da Metodologia na Graduação