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CENTRO EDUCACIONAL DA FUNDAÇÃO SALVADOR ARENA FACULDADE DE TECNOLOGIA TERMOMECÂNICA ANTONIO DOMENICO ALVES MONTEIRO n° 25 BRUNO PAGANI nº 32 TALITHA MELO DOS SANTOS nº 26 VÍTOR TORRES FREIRE nº 01 Radiação na forma de luz - Luminol: Exemplo de quimiluminescência aplicadas à Ciência Forense. Física Aplicada Profª Thais Cortellini Abrahão ESA 1 São Bernardo do Campo 2012

Luminol - Trabalho Escrito

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Descrição sobre a quimica e uso do Luminol

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    CENTRO EDUCACIONAL DA FUNDAO SALVADOR ARENA

    FACULDADE DE TECNOLOGIA TERMOMECNICA

    ANTONIO DOMENICO ALVES MONTEIRO n 25

    BRUNO PAGANI n 32

    TALITHA MELO DOS SANTOS n 26

    VTOR TORRES FREIRE n 01

    Radiao na forma de luz - Luminol:

    Exemplo de quimiluminescncia aplicadas Cincia Forense.

    Fsica Aplicada

    Prof Thais Cortellini Abraho

    ESA 1

    So Bernardo do Campo

    2012

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    SUMRIO

    1 INTRODUO 3

    2 REVISO DA LITERATURA

    2.1 SANGUE 3

    2.2 LUZ, ONDAS E FTONS 4

    2.3 EXCITAO QUMICA 6

    2.4 QUIMILUMINESCNCIA 6

    3 LUMINOL

    3.1 MECANISMO DE REAO 7

    3.2 SENSIBILIDADE E LIMITAES 7

    3.3 REALIDADE versus FICO 10

    4 CONCLUSO 11

    5 REFERNCIAS 12

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    1 INTRODUO

    O luminol um p de frmula qumica C8H7O2N3 descoberto em 1928. Sua aplicao

    mais famosa na resoluo de crimes, como apresentado em seriados famosos como CSI

    (Crime Scene Investigation). Nessas sries ele utilizado com frequncia na identificao

    de sangue em cenas de crimes, mesmo que os locais, peas ou roupas tivessem sido

    lavados posteriormente ao crime. Na televiso tudo parece muito simples e exato: os

    criminalistas aspergem a soluo de luminol num local, s vezes aleatrio e esperam um

    pouco, se houver a presena desses fluidos mesmo que antigos e apagados as

    manchas tornam-se azuis, brilhantes e luminosas, facilitando a identificao exata da cena

    do crime, na extrao de DNA e como prova conclusiva da culpa de algum suspeito.

    Na realidade, todo o mecanismo bem mais complexo: A soluo de luminol

    utilizada na vida real contm tambm uma base forte, como NaOH e gua oxigenada (H2O2).

    Essas 3 substncias juntas reagem, formando o nion de um composto chamado 3-

    aminoftalato que emite luz naturalmente, no entanto a reao s forte o suficiente se for

    catalisada por um metal, no caso, os tomos de ferro encontrados nas protenas do sangue,

    da a identificao de manchas de sangue.

    A luz emitida porque o 3-aminoftalato produzido inicialmente num estado

    excitado, ou seja, por algum motivo estrutural seus eltrons armazenam energia alm do

    natural. A tendncia o composto eliminar a energia sobressalente movimentando seus

    eltrons para camadas mais internas, ocorre que a cada mudana de orbital um fton (uma

    partcula de energia) liberado at que o composto se estabilize. Cada fton de cada

    eltron excitado de cada molcula de 3-aminoftalato, em conjunto, formam uma onda com

    um comprimento aproximado de 430 nm que aos nossos olhos de um brilho azulado.

    2 REVISO DA LITERATURA

    2.1 SANGUE

    O sangue um tecido vivo e no corpo de um adulto circulam em mdia 5 litros

    de sangue, variando de acordo com o peso. O sangue formado por parte lquida

    (plasma), constituda por gua, sais, vitaminas, e fatores de coagulao, na qual

    esto misturadas as partes slidas: hemcias, leuccitos e plaquetas.

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    A hemoglobina um dos mais importantes constituintes do sangue, sendo

    uma protena globular, tendo como funo transportar oxignio das hemcias. Sua

    constituio possui cerca de 150 aminocidos, alm disso, entre eles h um

    heterociclo nitrogenado, chamado heme que possui o on Fe2+. So estes tomos de

    ferro que catalisam de forma essencial a reao do luminol com o sangue.

    Representao esquemtica da hemoglobina, importante protena do sangue que contm em seu

    interior tomos de Fe no grupamento heme, mostrado em destaque. (Fonte: CHEMELLO, 2007).

    2.2 LUZ, ONDAS E FTONS

    Cientistas como Newton, Maxwell, Rutherford, Planck, Bohr e Einstein h muito

    tentaram compreender os mecanismos das cores e das luzes a partir tanto de experimentos

    quanto de clculos e teorias. Bohr, por exemplo, em 1913 unificou e aprimorou as ideias de

    Planck e Rutherford, formulando os seus postulados:

    - Nos tomos os eltrons orbitam em um nmero especfico de camadas ao redor do ncleo.

    - Nessas camadas, chamadas rbitas estacionrias, eles no absorvem ou emitem energia.

    - No entanto, o eltron ao receber ou emitir uma quantidade especfica de energia,

    representada pelo fton, um "pacote" sem massa com uma quantidade definida de energia,

    consegue "saltar" entre as camadas.

    O fenmeno se d quando ao receber energia (seja ela trmica, eltrica ou luminosa)

    o eltron salta de uma rbita mais interna para uma mais externa, com a tendncia de

    retornar camada original, devolvendo a mesma quantidade de energia (ftons). Embora

    esses ftons sejam tradicionalmente associados a luz, alm dela tambm podem se formar

    radiao ultravioleta ou raios X, por exemplo, que nada mais so do que ondas

    eletromagnticas. Essas ondas so formadas pela sucesso de ftons provenientes dos

    milhes de saltos repetidos por segundo. Portanto, como o fton uma partcula fsica, mas

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    possui comportamento ondulatrio, isso confere luz o seu comportamento dual: onda-

    partcula (energia e matria).

    (Fonte: FELTRE, 2004).

    Verifica-se tambm que cada pacote especfico de energia garante uma "passagem"

    especfica entre as camadas, assim, se da camada 1 o eltron vai para a camada 4 a

    energia recebida diferente da quantidade que ele precisaria para ir para a camada 2 ou 3,

    e assim sucessivamente. Como a energia do retorno igual forma-se uma sucesso de

    ftons, ou seja, uma onda tambm especfica (na verdade, uma onda com um comprimento

    de onda especfico).

    (Fonte: FELTRE, 2004).

    Como qualquer onda, a luz emitida possui caractersticas como frequncia,

    velocidade e comprimento, so essas as caractersticas que so enviadas aos nossos olhos,

    captadas pelas clulas, transmitidas por impulsos eltricos e interpretadas no crebro (o que

    por si s j outro processo fotoqumico). A luz emitida pelo luminol, por exemplo, possui

    um comprimento de onda entre 430 e 455 nm, o que, no espectro contnuo, a situa na luz

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    visvel, entre o roxo e o verde, e por isso a enxergamos com uma cor azulada (FELTRE,

    2004).

    2.3 EXCITAO QUMICA

    Sabe-se que cada tomo possui uma eletrosfera com orbitais que s armazenam dois eltrons dentro de si, devendo eles possuir spins (sentidos de rotao) opostos para

    que obtenham maior estabilidade. Quando, por algum motivo, como simetria e proximidade

    com outros eltrons, os spins de alguns dos muitos eltrons de um tomo possuem o

    mesmo sentido de rotao num mesmo orbital, diz-se que os eltrons esto em um "estado

    excitado". A tendncia de qualquer eltron sair do estado excitado e retornar ao estado

    fundamental, que se d justamente com o intercmbio dos estados singleto e tripleto (spins

    emparelhados ou spins paralelos). A mudana de um estado para o outro leva a eliminao

    de um quanta de energia, ou seja, um fton (ATKINS & JONES, 2012).

    Logo, a luz emitida pelo luminol vm de um processo ligeiramente diferente da

    formao de ftons mais comuns, mas segue os mesmos princpios.

    A parte da fsica que estuda esses estados a mecnica quntica avanada, e por

    isso, costuma-se representar a emisso de luz em uma reao simplesmente por h j

    que a energia (E) de uma onda pode ser expressa por:

    E = h

    Onde h um constante chamada constante de Planck e o seu comprimento de

    onda. J os estados excitados so comumente representados por colchetes e um asterisco.

    2.4 QUIMILUMINESCNCIA

    Por uma comparao simples, podemos dizer que a quimiluminescncia o

    resultado oposto a de uma reao fotoqumica: Enquanto nesta a energia de ativao dos

    reagentes fornecida pela luz, na reao quimiluminescente ocorre o contrrio, pois o

    resultado da reao, junto com os produtos, inclui radiao luminosa, ou seja, luz. O motivo

    pelo qual se formam compostos que liberam energia na forma de luz pode ser explicada

    desse modo:

    Em uma reao quimiluminescente, ocorre uma reao qumica, que

    leva produo de uma substncia no estado eletrnico excitado, que,

    pelo decaimento para o estado eletrnico fundamental, emite luz.

    Analisando simplificadamente, este processo ocorre porque o produto

    inicial da reao qumica produzido, preferencialmente, no estado

    eletrnico excitado, devido semelhana energtica e geomtrica

    entre os nveis eletrnicos do reagente e do produto excitado.

    (STEVANI & BAADER, 1999).

    Logo, pode-se dizer que por semelhana estrutural e eletrnica com os reagentes,

    alguns compostos formados aps certas reaes armazenam energia em excesso,

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    tornando-se instveis. Para se estabilizar, estes compostos tendem a liberar a energia

    sobressalente sob a forma de ftons, que como visto anteriormente, formam uma onda

    eletromagntica interpretada como luz.

    3 LUMINOL

    3.1 MECANISMO DE REAO

    Nem todas as etapas da reao de luminescncia do luminol esto totalmente elucidadas at hoje, principalmente no que se refere aos compostos intermedirios, pois

    dependem do modo como a reao efetuada e dos diversos reagentes que podem ser

    utilizados um no lugar do outro. O modelo mecanstico mais usual sugere que a reao se

    d quando o luminol interage com o perxido de hidrognio (H2O2) na presena de uma

    base forte. Ambos perxido e base j se encontram na soluo comercialmente utilizada,

    mas a reao s ocorre da forma esperada quando catalisada por outras substncias

    especficas, no caso das cincias forenses, o principal reativo o grupo heme do sangue

    que contm ferro (ALBERTIN, 1998).

    importante lembrar que a reao bem sensvel, ou seja, so necessrias

    mnimas quantidades de sangue para que ocorra e que vrios catalisadores podem atuar

    alm do sangue (como o Cu2+, Co2+ ou Fe3+), gerando um resultado falso-positivo para este

    fluido. O conjunto, em ambiente escuro o suficiente para ser detectado luminesce azul; o

    que se retrata na reao a seguir:

    NH2

    NH

    NH

    O

    O

    OH-

    NH2

    N-

    N-

    O

    O

    NH2

    N

    N

    O-

    O-

    NH2

    N

    N

    O-

    O-

    H2O2

    NH2 O

    O

    O-

    O-

    *

    + N2-h

    emissode fton

    NH2

    O-

    O-

    O

    O

    Estado tripleto Estado singleto

    (1)(2)

    (3)

    (4)

    Ocorre que em soluo alcalina (1) o luminol tem a tendncia a se equilibrar com

    seus nions tautmeros (2), nas formas cetol (quando as cargas se encontram nos tomos

    de nitrognio) e enol (quando as cargas esto nos tomos de oxignio).

    A forma enol reage facilmente com oxignio molecular (O2) que surge pela

    decomposio natural do H2O2 j presente no meio (3), decomposio esta que catalisada

    pelo ferro do sangue. Desta reao surge o nion 3-aminoftalato, um perxido cclico (ou

    endoperxido) muito instvel, j que possui muita energia, sendo que ao se degradar libera

    uma molcula de N2 e um fton de luz (4), na tentativa de se estabilizar. Essa forma menos

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    energtica do 3-aminoftalato justamente menos energtica porque grande parte da

    energia saiu na forma de radiao luminosa, ou seja, de luz.

    Tambm podem substituir o H2O2, nions como o hipoclorito (ClO-1), o permanganato

    (MnO4-1) ou o dicromato (Cr2O7

    -2) por exemplo, que atuam como agentes oxidantes,

    atacando o luminol da mesma forma. importante lembrar, que como grande parte das

    reaes quimiluminescentes, a reao de oxidao do luminol rpida, mas o tempo de

    emisso da radiao luminosa bastante curto.

    Outro modo, relativamente mais simples, de como a reao pode ocorrer descrito

    pela seguinte reao:

    (Fonte: Adaptado de FERREIRA & ROSSI, 2002).

    Em meio aquoso (1), um metal de transio age como catalisador, convertendo o

    luminol a uma diazoquinona (2). Esta diazoquinona reage com o perxido de hidrognio

    hidrolisado, ou seja, com seu nion HO21-, formando um endoperxido reativo e instvel (3),

    que para se estabilizar se quebra em uma molcula de N2 e em um nion excitado de 3-

    aminoftalato (4). A ocorrncia de luz se d quando o eltron excitado do 3-aminoftalato

    retorna ao seu estado natural, emitindo luz (5).

    A diferena entre os dois compostos (estado energizado e estado fundamental) pode

    ser expressa pelo diagrama a seguir, onde a diferena entre um e outro justamente a

    energia emitida na forma de luz:

    (2) (1)

    (3)

    (4)

    (5)

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    (Fonte: Adaptado de FERREIRA & ROSSI, 2002).

    3.2 SENSIBILIDADE E LIMITAES

    O luminol capaz de indicar a presena de sangue mesmo em concentraes

    extremamente pequenas. Existem estudos que apontam a deteco de sangue em

    superfcies submetidas a at dez lavagens, demonstrando o alto grau de sensibilidade do

    teste, descrito na literatura como 1:5.000.000 em tecidos de algodo e 1:100.000 em

    superfcies no absorventes.

    Uma das limitaes que o reagente deve ser preparado no momento da utilizao

    e mantido sob refrigerao para preservar suas propriedades e a confiabilidade do teste,

    acarretando dificuldade no transporte e aumentando o seu custo.

    O luminol pode induzir a resultados falso-positivos com ons metlicos como ferro,

    cromo ou cobalto, que catalisam a reao e desencadeiam a emisso de luz, alm de certas

    enzimas encontradas naturalmente nos vegetais. O hipoclorito presente na maior parte dos

    alvejantes domsticos tambm pode levar produo de resultados positivos ilusrios.

    Contudo, pesquisas demonstraram que a luminescncia gerada pelo hipoclorito no possui

    o mesmo comprimento de onda (430 3 nm) daquela gerada pelo sangue (455 2 nm),

    alm do tempo de durao da emisso de luz e sua forma de extino que no so

    compatveis, porque a luminescncia produzida pelo sangue decresce com o passar do

    tempo, enquanto a advinda do hipoclorito dissipa-se da superfcie em que se encontra.

    necessria muita ateno e experincia ao cientista forense para diferenciar essas

    emisses, que se tornam ainda mais semelhantes em fotografias. Existem estudos e

    tcnicas para eliminar essas interferncias. Os alvejantes contm estabilizantes volteis que

    evaporam, e a luz emitida pelo hipoclorito no interfere aps 8 h da sua aplicao e tambm

    por meio da adio de aminas primrias e secundrias ao preparar o reagente, pois elas

    inibem a quimiluminescncia causada pelo hipoclorito, porque as aminas reagem com o

    hipoclorito, no deixando que o hipoclorito reaja com o luminol. Deve-se ter ateno, pois

    aminas tercirias causam o efeito inverso: aumentam a produo da luminescncia.

  • 10

    A exposio do resduo hemtico a fatores ambientais pode influenciar os resultados

    dos testes. Vestgios enterrados, submersos em gua, ou com o decorrer do tempo, podem

    fazer com que esses testes j no apresentem a eficcia inicialmente esperada, porm sua

    efetividade ainda alta, tornando-o o reagente indicado para testar amostras envelhecidas

    ou em mau estado de conservao.

    Estudos apontam sua capacidade de detectar traos de sangue depositado no solo

    aps seis anos de exposio ao ar livre. O experimento foi iniciado no ano de 2004, foi

    marcado um X com sangue no cho, deixado sob as condies locais e testado com luminol

    a cada dois meses para verificar o tempo de permanncia de vestgios; e finalizado em 2010

    quando ainda era possvel perceber traos hemticos no local com a aplicao do reagente.

    3.3 REALIDADE versus FICO

    A aplicao da quimiluminescncia na criminalstica vem ganhando popularidade,

    com a divulgao da mdia, no jornalismo informativo e seriados policiais televisivos de

    grande sucesso, que destacam a utilizao do reagente luminol para a comprovao da

    presena de sangue no local do crime, nas supostas armas utilizadas para comet-los,

    roupas de pessoas suspeitas, entre diversos outros itens relacionados ao fato delitivo,

    mesmo depois de limpos e lavados.

    Manchas de sangue so de extrema importncia em uma investigao criminal:

    pode-se averiguar se o volume de sangue encontrado compatvel com o ferimento e at

    verificar a presena ou dosagem de drogas. Para que isso seja possvel, necessrio

    certificar-se de que tais manchas encontradas tratam-se realmente de sangue atravs de

    testes, so os chamados testes de presuno. Para que tais testes sejam considerados

    bons, devem englobar propriedades como rapidez, segurana, sensibilidade e

    especificidade, alm de no reagir com a amostra e terminar por contamin-la, interferindo

    em posteriores anlises, como a de DNA.

    Uma das maiores preocupaes que o material estudado danifique sua estrutura e

    prejudique anlises laboratoriais, como a extrao de DNA, que de extrema importncia

    para a atividade pericial. Alguns estudos foram realizados utilizando vrios tipos de

    reagentes utilizados em testes presuntivos, com a inteno de verificar uma possvel

    interferncia do luminol em posteriores extraes e amplificaes de DNA. O experimento

    foi conduzido com tecidos brancos de algodo manchados de sangue seco a temperatura

    ambiente. Os tecidos foram lavados com detergente padro em lavadora, a 30C e secos ao

    ar livre. Uma das amostras foi testada com luminol e outra foi armazenada para realizar as

    amplificaes de DNA por PCR. O tecido testado com luminol foi lavado, seco e testado com

    o reagente novamente at que se obtivesse um resultado negativo para a luminescncia, o

    que s ocorreu aps a dcima primeira lavagem. Aps cada lavagem foi realizada a

    extrao de DNA, cuja resposta foi ainda positiva at a terceira lavagem. Essa pesquisa

    indicou que no existem diferenas entre os resultados de amplificao das amostras sem o

    tratamento prvio com o luminol e aquelas que foram testadas com o reagente, o que

    comprova que o luminol no interfere na anlise de DNA por PCR.

  • 11

    4 CONCLUSO

    A partir dos anos 90 houve grande interesse por parte da mdia em promover sries,

    programas e filmes voltados polcia criminal (como CSI, Cold Case, Law & Order entre

    outros) assim como suas caractersticas, a realidade do seu dia-a-dia, seus mtodos

    periciais e o uso das cincias forenses, atraindo com sucesso a ateno de grande pblico

    no mundo todo. Muitos profissionais, principalmente educadores, j perceberam como esse

    chamariz pode ser til na aprendizagem de vrias reas da cincia para pblicos de

    diversas idades, desde o ensino mdio at a graduao.

    Dentro da vasta qumica forense, o luminol especificamente pode ser utilizado como

    forma de estmulo ao ensino desde noes bsicas sobre a radiao na forma de luz,

    excitao qumica, comportamento dos eltrons, ondulatria e catlise de reaes at uma

    pequena introduo fsica quntica, o estudo sobre a energia e os ftons ou mesmo sobre

    uma avaliao crtica dos mtodos cientficos, ou seja, at onde se pode presumir algo com

    um determinado teste, suas consequncias e implicaes.

    Fora do mbito educacional vale ressaltar que o luminol e o estudo da

    quimiluminescncia em geral so teis no s na resoluo de crimes, mas vm

    encontrando utilidade em muitas outras reas importantes, como a qumica analtica, por

    exemplo.

    Com o trabalho pudemos verificar a eficincia do luminol na investigao criminal e o

    seu mecanismo de ao. Atravs de diversas pesquisas constatamos que ele consegue

    detectar concentraes extremamente pequenas de sangue em diversas superfcies,

    mesmo depois de diversas lavagens e aps anos expostos a fatores ambientais.

    Foi questionada a sua eficincia, pois ele possua algumas limitaes, como por

    exemplo, reagir com o hipoclorito encontrado nos alvejantes domsticos, com o ferro e

    outros minerais de algumas superfcies metlicas e algumas enzimas naturais dos vegetais,

    emitindo luz aps a reao como o luminol. Porm, observamos algumas pesquisas, onde

    ficou claro que essas limitaes no atrapalham o andamento da investigao, uma vez que

    o comprimento de onda da luz gerada diferente da do sangue, e tambm tcnicas que

    foram elaboradas e eliminam essas interferncias, tornando o luminol muito eficiente.

  • 12

    5 REFERNCIAS

    ALBERTIN, R. et al. Quimiluminescncia orgnica: alguns experimentos de demonstrao para a sala de aula. Qumica Nova, So Paulo, v. 21, n. 6, p. 772-779, mai. 1998.

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    2012.

    CHEMELLO, E. Cincia forense: manchas de sangue. Qumica virtual, p. 1-11, jan. 2007.

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    FARIAS, R. F. de. Introduo a Qumica Forense. 2 edio, Ed. tomo. Campinas, 2008.

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    FERREIRA, C. E. & ROSSI, A. V. A quimiluminescncia como ferramenta analtica: do mecanismo a aplicaes da reao do luminol em mtodos cinticos de anlise. Quim. Nova, Campinas, v. 25, n. 6, p. 1003-1011, abr. 2002. Disponvel em: <

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