If you can't read please download the document
Upload
buikien
View
231
Download
2
Embed Size (px)
Citation preview
Manual de Antibioticoterapia
Comisso de Controle de Infeco Hospitalar CCIH
1
introduo
H muitos antibiticos no mercado e continuamente novas marcas so lanadas. Essa grande quantidade de nomes podem assustar a alguns e frustrar nossa tentativa de acompanhar os avanos sobre o tema. Costuma, assim, haver muita insegurana no momento de prescrever um antibitico.
Na realidade o tema no to complexo como parece e pode ser simplificado. Esta a inteno deste guia que compilamos a partir do estudo em diversas fontes confiveis (algumas das quais constam de nossa sugesto de bibliografia).
Com o intuito de simplificar a antibioticoterapia, necessrio que tenhamos uma padronizao pessoal dos antibiticos que vamos usar. No preciso usar todo novo antibitico que lanado. Nem todo antimicrobiano aqui discutido. Porm, fundamental sabermos alguma coisa sobre todas as principais classes de antibiticos. So estes pontos fundamentais que procuramos abordar. Escolha alguns destes antibiticos, de forma que as infeces que voc costuma tratar sejam todas cobertas, e eleja esta a sua padronizao de antibiticos. Ao surgir um novo antibitico, confirme primeiro se ele acrescenta alguma coisa a sua relao.
Outros pontos importantes: A propaganda dos antibiticos sempre baseada em que a nova droga tem
menor ndice de resistncia que as outras; procure informaes tcnicas de fonte independente, antes de abandonar o uso de uma droga que voc j conhece bastante.
Antibiticos de espectro muito amplo (ticarcilina-clavulanato, piperacilina-tazobactam, cefalosporinas de quarta gerao, carbapenemos) so caros e no inteligente optar toda vez por estes antibiticos no lugar de tentar restringir as possibilidades etiolgicas do caso em questo.
Sempre, lance mo de culturas de todos os stios que oferecerem possibilidade de diagnstico (fezes, urina, sangue, pus, etc.).
No se assuste com febre. Se o paciente est compensado hemodinamicamente e nenhuma fonte de infeco evidente, faa apenas sintomticos e investigue o diagnstico exaustivamente.
Comisso de Controle de Infeco Hospitalar Fundao Municipal de Sade
Dr. Kelson Nobre Veras
Infectologia Mestre em Doenas Infecciosas
Dr. Francisco Eugnio Deusdar de Alexandria
Infectologia
Dra. Ana Luiza Eullio Dantas Farmacutica Bioqumica
Nosso agradecimento aos profissionais que nos ajudaram com sua contribuio na redao deste manual:
2
Dra. Conceio de Maria Carvalho Pediatria
Dr. Francisco Hamilton Sousa
Pediatria Especialista em Nefrologia Peditrica
3
ndice
PENICILINAS _______________________________________________________________________ 4
CEFALOSPORINAS __________________________________________________________________ 6
Cefalosporinas de primeira gerao __________________________________________________ 6
Cefalosporinas de segunda gerao __________________________________________________ 6
Cefalosporinas de terceira gerao ___________________________________________________ 6
Cefalosporinas de quarta gerao ____________________________________________________ 8
PENICILINAS COM INIBIDORES DE BETALACTAMASE ___________________________________ 10
Amoxicilina-clavulanato ___________________________________________________________ 10
Ampicilina-sulbactam _____________________________________________________________ 10
Ticarcilina-clavulanato / piperacilina-tazobactam_______________________________________ 11
CARBAPENEMOS __________________________________________________________________ 12
Imipenen e meropenem ____________________________________________________________ 12
Ertapenem_______________________________________________________________________ 12
AZTREONAM ______________________________________________________________________ 12
AMINOGLICOSDIOS ________________________________________________________________ 13
MACROLDEOS E KETOLDIOS _______________________________________________________ 13
CLINDAMICINA / METRONIDAZOL_____________________________________________________ 15
CLORANFENICOL __________________________________________________________________ 15
QUINOLONAS _____________________________________________________________________ 15
Norfloxacina _____________________________________________________________________ 15
Ofloxacina / pefloxacina / ciprofloxacina______________________________________________ 16
Levofloxacina, lomefloxacina, moxifloxacina, gatifloxacina ______________________________ 17
TETRACICLINAS ___________________________________________________________________ 17
SULFAMETOXAZOL TRIMETOPRIM __________________________________________________ 19
VANCOMICINA / TEICOPLANINA ______________________________________________________ 19
LINEZOLIDA _______________________________________________________________________ 19
QUINUPRISTINA/DALFOPRISTINA ____________________________________________________ 19
DOSES UTILIZADAS NO TRATAMENTO DAS MENINGITES BACTERIANAS __________________ 20
CLASSIFICAO DOS ANTIMICROBIANOS CONFORME O ESPECTRO DE AO: ____________ 21
PADRONIZAO EM ANTIBIOTICOTERAPIA ____________________________________________ 22
PADRONIZAO EM ANTIBIOTICOPROFILAXIA CIRRGICA______________________________ 29
DOSES PARA ANTIBIOTICOPROFILAXIA _______________________________________________ 30
NOMES COMERCIAIS _______________________________________________________________ 31
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA________________________________________________________ 37
4
PENICILINAS
As penicilinas (exceto oxacilina e penicilinas associadas a inibidores da betalactamase) no do cobertura contra Staphylococcus (nem aureus, nem epidermidis).
Cobrem estreptococos do grupo A (faringite, impetigo, erisipela), pneumococos e a maioria dos organismos que causam infeces odontognicas.
Podem ser usados para tratar meningite causada por meningococos ou pneumococos. Fascite necrotizante / sndrome do choque txico: usar clindamicina (penicilina menos
eficaz devido ao efeito inculo) Pneumococos com resistncia plena s penicilinas no Brasil (multirresistentes):
Projeto SENTRY: 2,3% ; Projeto SIREVA: 1% Tratamento: vancomicina com ou sem cefotaxima ou ceftriaxona
Os enterococos (Streptococcus faecium,s Streptococcus faecalis) usualmente so sensveis combinao penicilina-aminoglicosdio (por exemplo, ampicilina-gentamicina).
A ampicilina/amoxicilina sozinha pode curar uma infeco urinria enteroccica leve, mas para infeces srias, adicione o aminoglicosdio.
Alguns enterococos so resistentes a vrios antimicrobianos (cheque o resultado do antibiograma).
Ampicilina/amoxicilina so usadas para bronquite, sinusite e otite (Haemophilus influenzae, pneumococos, Moraxella catarrhalis, Klebsiella pneumoniae).
A cobertura gram-negativa da ampicilina/amoxicilina limitada. Muitas cepas de E. coli so resistentes. Portanto, no use estas drogas como primeira escolha emprica para ITU (ao invs, considere SMZ/TMP).
A oxacilina usada apenas para tratar infeces causadas por Staphylococcus aureus. A ao da oxacilina contra os estreptococos do grupo A menor quando comparada com a
penicilina G (MIC 0,05g/mL e 0,001g/mL, respectivamente). Nem todo S. aureus sensvel oxacilina. As cepas resistentes so chamadas SARM
(Staphylococcus aureus resistente meticilina). SARM so resistentes a todas as penicilinas e cefalosporinas. Ignore qualquer
antibiograma em contrrio. Infeces srias por SARM requerem vancomicina. POSOLOGIA:
2000g >2000g Drogas Adultos 0 a 7 dias 8 a 28 dias 0 a 7 dias 8 a 28 dias
Maior que 28 dias
Penicilina G cristalina1
2 a 4 MU a cada 4 -6h EV
50.000 U/kg/dia de 12/12h EV
75.000 U/kg/dia de 8/8h EV
50.000 U/kg/dia de 8/8h EV
100 mil U/kg/dia de 6/6h EV
100 a 200 mil U/kg/dia de 4/4h ou 6/6h EV
Penicilina G procana
400.000 U a cada 12h IM
50.000 U/kg a cada 24h IM
50.000 U/kg a cada 24h IM
50.000 U/kg a cada 24h IM
50.000 U/kg a cada 24h IM
50.000 U/kg/dia de 12/12h ou 24/24h3 IM
Penicilina G benzatina
1,2 milhes U IM
50.000 U/kg IM
Ampicilina2
500mg a 1g de 6/6h VO/EV
50mg/kg/dia de 12/12h VO/EV
75mg/kg/dia de 8/8h VO/EV
75mg/kg/dia de 8/8h VO/EV
100mg/kg/dia de 6/6h EV
200mg/kg/dia de 6/6h VO/EV
Amoxicilina
500mg de 8/8h VO
30-50mg/kg/dia de 8/8h VO
5
Oxacilina 500mg a 1g a cada 4-6/h EV
50mg/kg/dia de 12/12h EV
100mg/kg/dia de 8/8h EV
75mg/kg/dia de 8/8h EV
150mg/kg/dia de 6/6h EV
200mg/kg/dia de 4/4h ou de 6/6h EV
1 meningite: crianas 400.000 U/kg/dia de 4/4h ou 6/6h; adultos 24 milhes U/dia. 2 meningite: crianas 400mg/kg/dia; adultos 12g/dia. 3 At 20kg pode ser feita uma vez ao dia. Observao: 1 milho de unidades de penicilina G cristalina fornece 1,6 mEq de potssio e 1,68 mEq de sdio.
6
CEFALOSPORINAS
Nenhuma cefalosporina cobre enterococos, SARM ou Staphylococcus epidermidis. Cefalosporinas de primeira gerao
Orais: cefalexina, cefadroxil, cefradina. Parenterais: cefalotina, cefazolina, cefradina. Ativas contra bactrias gram-positivas como Staphylococcus aureus, estreptococos do
grupo A e pneumococos. Faa a escolha por uma cefalosporina oral de primeira gerao e utilize em infeces leves a moderadas de partes moles (celulite). As infeces por estreptococos so melhor tratadas com penicilina.
Atividade varivel