Manual de Exploração Vocacional

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Ficha Tcnica Ttulo: Manual de Explorao Vocacional Editor: Agncia Nacional para a Qualificao, I.P. (1 edio, Maio 2009) Autoria: Agncia Nacional para a Qualificao, I.P. Coordenao Tcnica: Isabel Olivena e Bruno Braz Concepo Grfica e Paginao: Bluetwo, Design e Comunicao, Lda. www.bluetwo.pt ISBN 978-972-8743-58-1

Agncia Nacional para a Qualificao, I.P. Av. 24 de Julho, n 138 1399-026 Lisboa Tel.: 21 394 37 00 www.anq.gov.pt

NDICEIntroduo Actividades de Explorao Vocacional Planificao e Dinamizao das Actividades de Explorao Vocacional I Explorar as OportunidadesApresentao do Sistema Educativo Portugus e do Sistema Nacional de Qualificaes Visita de estudo a locais de trabalho Debate sobre profisses Jornadas de orientao descoberta de profisses e de profissionais Conhecer novas oportunidades: fazer escolhas com futuro05 06 07

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II Escolher um RumoO meu porteflio Projectos com futuro Daqui a 15 anos Quem aprende sempre alcana Escolher uma profisso e um estilo de vida

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Bibliografia

IntroduoO Sistema Nacional de Qualificaes (SNQ), criado pelo Decreto-Lei n 396/2007, de 31 de Dezembro, assume objectivos centrais da Iniciativa Novas Oportunidades, como o de promover a generalizao do nvel de ensino secundrio como a qualificao mnima da populao portuguesa e desenvolver os instrumentos necessrios sua execuo, nomeadamente, no mbito da informao e orientao vocacional, enquanto medida facilitadora das escolhas do percurso formativo por par te dos jovens e na preparao da integrao no mundo do trabalho. A informao e a valorizao das profisses e do mundo do trabalho so essenciais para apoiar os jovens naquelas escolhas. O conhecimento mais aprofundado das profisses, nomeadamente no que respeita a funes, actividades e saberes necessrios ao seu desempenho e os percursos formativos que a elas conduzem, bem como o contacto directo com o mundo do trabalho, so estratgias que motivam os jovens para prosseguirem os estudos e para decidirem sobre as modalidades com base numa informao mais ampla. Considera-se que qualquer estratgia de desenvolvimento da formao profissional qualificante ir enfrentar, entre outros, um importante desafio: agir sobre a procura. Neste sentido, a Agncia Nacional para a Qualificao (ANQ) ir promover o desenvolvimento e a partilha de instrumentos tcnicos de informao e de desenvolvimento vocacional que facilitem as escolhas vocacionais dos jovens e os sensibilizem para as ofertas formativas de dupla cer tificao que permitam a concluso do ensino secundrio e, em simultneo, a obteno de uma qualificao profissional. O Manual de Explorao Vocacional que aqui se apresenta constitui-se como um documento de suporte ao trabalho dos profissionais de orientao, directores de turma, professores, formadores e outros agentes educativos que interferem no apoio s opes sustentadas e informadas por par te dos jovens. tambm um documento que implica os jovens nas tarefas vocacionais, incentivando-os descoberta das oportunidades educativas, formativas e profissionais e motivando-os para uma contnua construo do seu projecto de vida. , geralmente, no final do 3 ciclo do ensino bsico que os jovens tm de escolher um percurso de nvel secundrio e, por vezes, constatam que no fizeram a escolha mais adequada. As actividades deste Manual destinam-se prioritariamente aos jovens que frequentam o 8 e o 9 ano de escolaridade, bem como aos que frequentam o 10 ano e pretendem reformular o seu percurso escolar ou formativo. As escolas e outras entidades formadoras, como os centros de formao profissional, fornecem uma experincia organizadora, central e decisiva na vida dos adolescentes, oferecendo-lhes opor tunidades, permitindo-lhes adquirir e aperfeioar competncias e saberes, desenvolver conceitos morais e sociais e proporcionando-lhes um espao de sociabilidade. tambm neste contexto que os professores e formadores assumem um papel fulcral no modo como os jovens encaram a escolha vocacional, sendo, muitas vezes, os principais promotores de motivao e apoio no seu projecto vocacional.

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Actividades de Explorao Vocacional

Cada vez mais se torna necessrio saber lidar com as mudanas. O mundo est em constante transformao, o que determina alteraes importantes no mercado de trabalho e no modo como as pessoas desenvolvem a sua actividade profissional. Actualmente, o mercado de trabalho significativamente mais complexo, mais exigente e mais estimulante, surgindo novas profisses, desaparecendo outras, ao mesmo tempo que se altera a forma como as actividades profissionais so exercidas. As actividades de explorao vocacional traduzem-se em tarefas, exerccios e jogos que fomentam a procura activa de informao sobre as oportunidades escolares, formativas e profissionais, sendo este o primeiro passo para efectuar escolhas relacionadas com uma futura actividade profissional ou com o prosseguimento de estudos ou formao numa determinada modalidade e rea. Efectuar opes ao longo da vida exige descoberta, conhecimento e reflexo, pois no se escolhe aquilo que se desconhece. O desenvolvimento de actividades de explorao vocacional com os jovens permite-lhes integrar e assimilar informao, passando por vrias etapas de reflexo, de forma a escolherem um rumo, sabendo partida que ser possvel e necessrio ajust-lo em diversos momentos e ao longo da vida. Uma escolha implica sempre optar por uma coisa mais do que por outras. As decises que diariamente tomamos, das mais simples s de maior importncia, resultam de uma multiplicidade de factores internos e externos que nos influenciam e tambm da interaco que se estabelece entre esses factores. Assim, embora possamos sempre fazer as nossas prprias opes, tambm estamos condicionados pelo meio envolvente, pelos contextos em que nos movimentamos, pela informao que possumos, pela nossa interpretao da realidade. Operam neste domnio, por exemplo, as expectativas da famlia ou a influncia dos pares, os quais podem influenciar quer a deciso inicial, quer uma mudana no rumo do nosso projecto. Temos ainda de contar e aprender a lidar com factores que no controlamos ou que no se previam e que sendo acontecimentos inesperados afectam a nossa vida. Antes de efectuar uma escolha fundamental saber o que se quer, mas para isso h que recordar e avaliar tudo o que se fez, pensar no que se gosta de fazer, no que se sabe fazer bem, no que importante, no que se aprende com facilidade, no tipo de tarefas que se realiza com entusiasmo. A consistncia dos projectos vocacionais influenciada pela natureza e diversidade de experincias de explorao desenvolvidas. Preferencialmente, estas actividades devem ser complementares e abrangem nveis diferenciados de descoberta. Neste sentido, as actividades que se propem estruturam-se volta de dois principais objectivos e duas reas de interveno: Incentivar descoberta e ao conhecimento das oportunidades educativas, formativas e profissionais - Explorar as Oportunidades; Incentivar reflexo e deciso sobre escolhas a efectuar ou a reformular face s alternativas escolares, formativas e profissionais apresentadas e que ficaram a conhecer melhor - Escolher um Rumo.

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Planificao e Dinamizao das Actividades de Explorao Vocacional

No sendo o Manual de Explorao Vocacional um programa de orientao da carreira, as actividades que o constituem e que aqui so apresentadas no tm uma sequencialidade obrigatria e no imprescindvel a aplicao integral das mesmas. As pessoas e os contextos so variveis pelo que os contedos, procedimentos e metodologias das actividades devem ser adequados a quem se aplica e ajustados ao estilo, saberes e competncias de quem as dinamiza. Cabe a todos os educadores (profissionais de orientao, professores, formadores, pais e encarregados de educao, entre outros) promover em parceria, de uma forma integrada e articulada, o desenvolvimento vocacional dos jovens. Este um trabalho que deve ser planificado e feito em cooperao por uma equipa, em que cada interveniente actua de acordo com a sua disponibilidade, competncias que lhes so atribudas e saberes que detm. Para facilitar o desenvolvimento das actividades de explorao vocacional de forma articulada entre os vrios intervenientes e integrada no projecto educativo de escola e no plano anual de actividades, sugere-se que o rgo de gesto/direco da escola/entidade formadora estabelea orientaes gerais e designe a equipa, de entre o pessoal docente e outros profissionais, que ir implementar as actividades de explorao vocacional junto dos jovens1. No entanto, deve ser considerada a possibilidade de, no decurso da aplicao das actividades, serem realizadas alteraes ao plano inicial traado pela equipa, tendo em conta as necessidades, ritmos e motivaes dos diferentes grupos e os meios disponveis na escola/entidade formadora. Aps terem sido tomadas decises quanto escolha da equipa e o contexto e momentos para a implementao de actividades de explorao vocacional, poder proceder-se divulgao do projecto de desenvolvimento vocacional na comunidade educativa, sensibilizando todos os seus membros para uma participao cooperante. A organizao de um projecto de desenvolvimento vocacional estruturante e deve rentabilizar os servios ou recursos de orientao que a escola/entidade formadora disponha, como os Servios de Psicologia e Orientao, as Unidades de Insero na Vida Activa, os Gabinetes de Insero Profissional, os Gabinetes de Apoio ao Aluno e os Conselheiros de Orientao Profissional, entre outros. Se estes recursos existirem, devero ser os elementos organizadores e impulsionadores do projecto de desenvolvimento vocacional. De preferncia, as escolas devem imprimir ao conjunto dos recursos mobilizados, incluindo os servios mencionados ou outros (como clubes, equipas de projecto, etc.), uma dinmica de trabalho aberto, cooperante com as estruturas regulares e informais da escola/entidade formadora, no sentido de abranger os profissionais mas tambm os alunos, individualmente e em grupo. importante procurar fugir imagem tradicional do gabinete fechado, at porque a maior parte das actividades propostas prevem o contacto e o envolvimento da comunidade. Os encarregados de educao devem ser informados e implicados neste processo, sendo-lhes tambm solicitada uma participao activa no que respeita concretizao de determinadas actividades e divulgao dos produtos obtidos aps a sua realizao. As actividades de informao e de explorao vocacional devem ser dinamizadas em grupo/turma. Se a dimenso do grupo for menos favorvel s dinmicas que se pretendem promover, pode sempre ser encontrada uma soluo, como por exemplo: utilizar as sesses realizadas pelo profissional de orientao em horrio extra curricular ;1

Designamos de animador o elemento da equipa, sempre que assume o papel de dinamizador das actividades de explorao vocacional junto dos jovens, seja professor, formador ou profissional de orientao.

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Planificao e Dinamizao das Actividades de Explorao Vocacional

desenvolver as sesses em horrio curricular na rea de projecto, formao cvica e outras disciplinas integradoras e ainda nas aulas de substituio; trabalhar em parceria entre o animador e outro professor/formador disponvel; rentabilizar aulas de disciplinas onde o programa curricular se prev ser cumprido atempadamente; ou ainda, aulas das disciplinas de componentes de formao prtica, tcnica ou tecnolgica que funcionam em regime de desdobramento. As actividades de explorao vocacional podero ser desenvolvidas no mbito das sesses de orientao vocacional ou em contexto de sala de aula/actividade formativa, nas reas disciplinares no curriculares, ou de forma transversal integrando-se no projecto curricular de turma, sendo as actividades dinamizadas como uma estratgia articulada e transversal ao currculo de determinada(s) disciplina(s) ou actividade no disciplinar. As actividades apresentadas devem ser utilizadas como recursos do animador no trabalho de apoio ao desenvolvimento vocacional dos jovens, considerando em primeiro lugar, os objectivos a alcanar, tais como: promover o acesso e a procura de informao sobre sadas e actividades profissionais, o mundo do trabalho e os percursos de educao e formao e incentivar reflexo e deciso sobre escolhas a efectuar ou a reformular face s alternativas escolares, formativas e profissionais apresentadas e que ficaram a conhecer melhor. Neste sentido, a operacionalizao do projecto deve adequar-se aos objectivos que se pretendem atingir e s caractersticas e evoluo do grupo com que se est a trabalhar. Na seleco das actividades de explorao vocacional deve ter-se em ateno as condies fsicas, materiais e o tempo disponvel. Prope-se uma metodologia participativa mobilizadora dos jovens para a aco e reforadora de mudana de atitudes e comportamentos, envolvendo-os e responsabilizando-os pelas suas escolhas e pela construo do seu projecto de vida. Esta metodologia deve basear-se em estratgias que estimulem a participao dos jovens, que sejam apelativas e promotoras de comportamentos, atitudes e valores que contribuam para o aumento da autonomia, auto-confiana e auto-estima. Para promover a interaco e a reflexo, recomenda-se a utilizao de tcnicas de dinmica de grupo, debate de temas, estudo de caso, role-playing (dramatizao), brainstorming (chuva de ideias), pesquisa individual e discusso em grupo para a resoluo de problemas. Embora as sesses possam ser dinamizadas em sala de aula, a disposio das mesas e cadeiras no tem de ser a convencional. No contexto de desenvolvimento vocacional todos aprendem e todos ensinam algo, por isso, deve considerar-se preferencial a disposio dos jovens e do animador em crculo, para facilitar a comunicao interpessoal e o entrosamento de todos na actividade em causa. Quanto ao animador no deve estar demasiado centrado e preocupado com a aplicao integral das actividades; o mais importante estabelecer uma relao de proximidade com o grupo e conseguir manter uma relao emptica com os jovens, isto , saber escutar e compreender sendo capaz de se colocar no seu lugar sem se confundir com eles.

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I Explorar as OportunidadesApresentao do Sistema Educativo Portugus e do Sistema Nacional de Qualificaes Visita de estudo a locais de trabalho Debate sobre profisses Jornadas de orientao descoberta de profisses e de profissionais Conhecer novas oportunidades: fazer escolhas com futuro

Explorar as Oportunidades

Nesta rea de interveno pretende-se promover o conhecimento mais detalhado de percursos formativos de dupla certificao, que atribuam uma certificao escolar e, em simultneo, uma qualificao profissional, bem como o conhecimento das respectivas sadas profissionais. Relativamente informao sobre as profisses, o enfoque ser sobre as de nvel intermdio, que esto descritas no Guia de Profisses, havendo o cuidado de identificar e desconstruir ideias pr-concebidas em relao a determinadas actividades profissionais. importante que se proceda a uma apresentao genrica do Sistema Educativo Portugus, abrangendo os nveis de ensino bsico e secundrio e as modalidades que o constituem, bem como fornecer a informao necessria ao conhecimento da sua organizao e das permeabilidades que este sistema permite. A tnica, contudo, ser dada na informao sobre as modalidades de formao enquadradas pelo Sistema Nacional de Qualificaes2: cursos profissionais e cursos de aprendizagem, assim como os cursos do ensino artstico especializado da rea das artes visuais e audiovisuais que tambm conferem certificao escolar e profissional. Em cada uma destas modalidades de dupla certificao devem ser abordados os planos curriculares, as condies de acesso, de certificao e de progresso. Se os jovens conhecerem melhor as oportunidades formativas e profissionais podem mais facilmente ponderar futuras escolhas vocacionais. Entre outros recursos, recomenda-se a utilizao do Guia de Profisses e o acesso a stios na internet como o da Agncia Nacional para a Qualificao (www.anq.gov.pt) onde se pode encontrar uma caracterizao das modalidades de dupla certificao; o do Catlogo Nacional de Qualificaes (www.catalogo.anq.gov.pt) onde so descritos para cada rea de educao e formao os referenciais de formao e os perfis de desempenho; o das Novas Oportunidades (www.novasoportunidades.gov.pt) que permite a pesquisa online sobre a rede de oferta constante do Guia de Acesso ao Ensino Secundrio. Como recurso complementar ao Guia de Profisses e ao Manual de Explorao Vocacional, o novo portal Novas Oportunidades que ter alojado o site Mundo das Profisses (www.novasoportunidades.gov.pt/mundodasprofissoes), ser uma mais valia para o desenvolvimento e divulgao das actividades agora apresentadas.

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Os cursos de educao e formao de jovens (CEF) esto enquadrados pelo SNQ e so uma modalidade de dupla certificao. No entanto, a rede de

oferta essencialmente de nvel bsico de educao e nvel 2 de qualificao profissional. Estes cursos tm como principal objectivo prevenir o abandono escolar e o insucesso repetido, podendo ser ainda uma alternativa para os jovens experienciarem aprendizagens prticas e tecnolgicas e, posteriormente, poderem optar por ofertas qualificantes de nvel secundrio.

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Explorar as OportunidadesActividade:

Apresentao do Sistema Educativo Portugus e do Sistema Nacional de QualificaesObjectivos: Promover um melhor conhecimento do sistema educativo portugus. Fomentar a explorao das oportunidades formativas de dupla certificao. Meios e Produtos: As sesses de informao podem decorrer em grupos alargados, juntando os alunos por nveis e ciclos de ensino ou, de forma mais restrita, por grupo/turma. Sempre que possvel deve ser utilizada a apresentao multimdia do sistema educativo e formativo. Procedimento: Apresentao multimdia do sistema educativo e formativo. Abordar com mais detalhe as modalidades de dupla certificao para jovens enquadradas no Sistema Nacional de Qualificaes, bem como os cursos do ensino artstico especializado no domnio das artes visuais e audiovisuais. Sobre cada modalidade mencionar os aspectos mais relevantes, tais como: a quem se destinam, qual o objectivo, o que so, o plano de estudos, quais as reas de formao, que certificao atribuem, como se processa o prosseguimento de estudos, onde funcionam (rede) e condies para a reorientao dos percursos formativos.

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Explorar as OportunidadesActividade:

Visita de estudo a locais de trabalhoObjectivos: Aproximar os jovens em situao de aprendizagem escolar ao mundo do trabalho. Proporcionar uma perspectiva do que uma empresa/organizao quanto s condies fsicas de trabalho e organizao dos servios. Promover o conhecimento das actividades profissionais de um determinado sector laboral (observando as caractersticas pessoais e as competncias profissionais que requerem). Evitar o estabelecimento de esteretipos em relao s profisses, pelo debate e reflexo sobre os aspectos observados e eventuais preconceitos expressos ou manifestados sobre certas ocupaes. Meios e Produtos: Para a realizao desta visita podem ser utilizados diversos meios de recolha de informao, tais como o bloco-notas, o gravador udio, o vdeo gravador, etc. O tratamento e a apresentao da informao resultante da visita pode surgir sob a forma de um artigo no jornal da escola ou num jornal local, organizao de um workshop com painis de profisses, exposio de cartazes referentes a actividades profissionais, entre outros. Esta actividade pode ser articulada com as actividades de explorao do mundo das profisses contidas no Guia de Profisses, nomeadamente o Guio de Entrevista a um Profissional. Neste sentido, a visita de estudo a um local de trabalho pode ser rentabilizada para a realizao de entrevistas a profissionais, desde que a entidade de acolhimento manifeste disponibilidade para o efeito. Procedimento: 1. Preparao da visita Identificao das empresas/organizaes mais adequadas para trabalhar os objectivos do programa de visitas. Identificao de locais de trabalho, preferencialmente, de mdia ou grande dimenso, para que se possa apreciar a amplitude da sua organizao e a diversidade de postos de trabalho. Elaborao de uma lista das profisses a explorar, sugerindo-se que seja a partir do Guia de Profisses. Estabelecimento do contacto com a pessoa responsvel da empresa/organizao a fim de marcar dia e hora da visita de estudo empresa. Recolha prvia das caractersticas principais da empresa/organizao e destacar os aspectos curriculares ou de orientao vocacional que podem ser trabalhos a partir da visita. Articulao com o responsvel da empresa para elaborar um guio que estabelea a dinmica da visita.

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Explorar as OportunidadesActividade:

Visita de estudo a locais de trabalho Elaborao do material que permite recolher a informao, como inquritos, entrevistas, fichas de observao, etc. 2. Realizao da visita Formam-se pequenos grupos e entrega-se a cada jovem o material elaborado para a visita. O acolhimento dever ser efectuado pelo responsvel na empresa pela organizao da visita. Observao dos tipos de produtos que se fabricam ou servios que se prestam, bem como das funes, tarefas e actividades dos vrios profissionais da empresa. Esclarecimento das dvidas que possam surgir, proporcionando o dilogo entre os jovens e o responsvel da empresa que os acolheu e os acompanha na visita. 3. Depois da visita Organizao, sistematizao e anlise da informao recolhido pelos jovens durante a visita. Realizao do relatrio da visita por cada grupo de trabalho inicialmente estabelecido. Debate sobre a visita efectuada e discusso de propostas para apresentao dos trabalhos comunidade educativa ou no meio local.

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Explorar as OportunidadesActividade:

Debate sobre profissesObjectivos: Promover o conhecimento das caractersticas das profisses/sadas profissionais de nvel secundrio descritas no Guia de Profisses. Debater os esteretipos a respeito de algumas profisses. Meios e Produtos: Nesta actividade essencial a consulta do Guia de Profisses, no que se refere descrio das profisses a apresentadas e tambm em relao s actividades de explorao do mundo das profisses que o integram, nomeadamente, a actividade Histrias de Sucesso. Esta actividade pode ser ainda complementada com outras actividades deste Manual, como, por exemplo, Visita de Estudo a Locais de Trabalho. O contributo dos pais e encarregados de educao pode ser considerado pertinente para a organizao desta actividade. Procedimento: Se for possvel a realizao de uma visita de estudo a um ou mais locais de trabalho, os jovens fazem uma lista das actividades e tarefas observadas e relacionam-nas com as profisses descritas no Guia de Profisses. No havendo lugar visita de estudo, o animador providencia ao visionamento dos vdeos que ilustram as profisses do Guia de Profisses, em suporte DVD. Depois de feita a explorao das vrias sadas profissionais, cada jovem convidado a fazer uma votao individual, pontuando as profisses (vistas ou visitadas) de 0 a 5, ordenando-as por ordem crescente de preferncia. O animador recolhe as pontuaes e faz a soma do grupo, o que d um total que reflecte a ordenao das profisses. O animador analisar conjuntamente com os jovens a pontuao final e as razes pelas quais umas actividades laborais foram mais votadas e outras menos votadas. A partir daqui, o animador pode elaborar estratgias para aprofundar as ideias inconsistentes ou fantasiosas a respeito de algumas actividades profissionais.

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Explorar as OportunidadesActividade:

Jornadas de orientaoObjectivos: Proporcionar aos jovens informao actualizada sobre os diversos percursos formativos de nvel secundrio de educao, com enfoque nas modalidades de dupla certificao. Promover o estabelecimento de contactos com o exterior, tal como com outras entidades formadoras, empregadoras ou outras do meio local. Meios e Produtos: Esta actividade poder ser articulada e complementada com outras constantes deste Manual, considerando os temas a desenvolver e as estratgias de implementao. Os materiais de apoio a utilizar na organizao do evento proposto so o Guia de Profisses, o site Mundo das Profisses, folhetos informativos e a apresentao multimdia sobre o sistema educativo e formativo portugus. Procedimento: Propor a organizao de um evento, com a durao de dois ou trs dias, em que sejam agendadas actividades de informao e orientao vocacional diversificadas. Promover a participao activa por parte dos jovens na organizao do evento, nomeadamente, na logstica, na escolha e preparao do espao fsico, no convite aos participantes e convidados, na recepo dos mesmos, na pesquisa, seleco e tratamento da informao a apresentar e na seleco das questes a colocar. Das actividades podero fazer parte uma mostra de informao com stands ou balces de informao de entidades formadoras; um seminrio dedicado a um tema, como por exemplo, Jovens Empreendedores e Formao, Trabalho e Emprego; painis ou workshops com profissionais e jovens qualificados e integrados no mercado de trabalho; dinamizao pblica de sesses de Tcnicas de Procura de Emprego e de Educao para o Empreendedorismo; dinamizao de sesses com profissionais, em que, a partir de um objecto do quotidiano se discutisse e aferisse quais as profisses necessrias para o produzir e como se pode aceder a essas profisses. A realizao de um concurso sobre profisses uma actividade apelativa para os jovens e que congrega e entusiasma os restantes elementos da comunidade. Para a sua concretizao h que ser criativo e encontrar entidades patrocinadoras dos prmios a atribuir.

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Explorar as OportunidadesActividade:

descoberta de profisses e de profissionaisObjectivos: Explorar as representaes dos jovens sobre determinadas profisses e as expectativas sobre o mundo do trabalho. Promover competncias de comunicao activa e relaes interpessoais. Incentivar os jovens a exprimirem as suas preferncias e aspiraes. Meios e Produtos: Esta actividade deve ser complementada com outras actividades apresentadas neste Manual e desenvolvida com base na proposta de actividade Histrias de Sucesso, apresentada no Guia de Profisses. Para visualizao dos vdeos sobre as profisses/sadas profissionais de nvel secundrio fundamental a consulta do Guia de Profisses, em DVD ou no site Mundo das Profisses. Procedimento: A partir da visualizao dos vdeos sobre as profisses, includos no Guia de Profisses, os jovens so divididos em pequenos grupos e em cada grupo escolhe-se uma profisso a explorar. Cada grupo ter que elencar as principais actividades da profisso escolhida, os locais de trabalho associados a essa profisso, os interesses, conhecimentos e competncias que os respectivos profissionais devem ter para o desempenho da mesma. Podem ainda identificar as vantagens e os aspectos menos positivos dessa profisso. Cada grupo convidado a apresentar perante todos as apreciaes a que chegou. Gera-se o debate e no final o animador prope que cada grupo tente aprofundar e alargar a pesquisa sobre a profisso escolhida, procurando informao em sites, bibliografia e pedindo apoio a familiares, amigos ou colegas para contactarem um profissional qualificado daquela rea que lhes possa dar mais informaes e dicas sobre o acesso mesma e possibilidades de carreira. Novamente, cada grupo apresenta as concluses a que chegou e se houve ou no novos factores a considerar resultantes da informao adicional pesquisada e dos contactos que conseguiram estabelecer. Numa sesso de debate, os jovens so convidados a exprimir uma preferncia e uma rejeio face s profisses apresentadas, explicando de que forma os seus gostos, passatempos, resultados escolares e a opinio dos seus pais podem influenciar as suas escolhas. Se algum dos profissionais com quem contactaram for considerado um caso de sucesso, o grupo incentivado a construir um produto final que retrate uma histria de sucesso, a fim de que a mesma possa vir a ser publicada no espao virtual Galeria do site Mundo das Profisses.

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Explorar as OportunidadesActividade:

Conhecer novas oportunidades: fazer escolhas com futuroObjectivos: Promover um melhor conhecimento das modalidades de dupla certificao. Incentivar a experienciao de actividades formativas concretas. Meios e Produtos: Nesta actividade prope-se a utilizao do DVD com a apresentao multimdia do sistema educativo e formativo portugus, dando especial relevo aos percursos qualificantes enquadrados pelo SNQ. Sugere-se que esta actividade seja organizada e realizada em articulao com vrias escolas e entidades formadoras, geograficamente prximas ou de um mesmo concelho. A realizao da actividade poder tambm decorrer apenas numa escola ou entidade formadora caso se considere que a que rene mais condies para a realizao da mesma. Nessa situao, os rgos competentes da escola/entidade formadora convidaro os alunos/formandos das outras escolas/entidades formadoras parceiras, bem como os respectivos animadores e professores/formadores envolvidos. Procedimento: Esta actividade pode explicitar-se como a realizao de um dia de aulas aberto comunidade. Em substituio das aulas que habitualmente se realizam so preparados atelis, cada um deles representativo de um determinado curso de entre todas as modalidades e reas de educao e formao das escolas/entidades formadoras envolvidas. Em cada ateli os professores/formadores e os alunos do grupo/turma que frequentam determinado percurso qualificante preparam e apresentam, nas salas de aulas, oficinas, laboratrios e auditrio da escola/entidade formadora, atelis com actividades prticas. Devem ser utilizadas metodologias demonstrativas e activas, para que os alunos/formandos dessa escola/entidade formadora e/ou das convidadas possam conhecer, experimentar e descobrir algo de novo relativamente a cada curso de todas as modalidades representadas. importante que as actividades seleccionadas tenham a dimenso experimental, no se limitando exposio terica sobre as diversas opes disponveis nos cursos. Para os alunos/formandos que frequentam os 6, 7 e 8 anos de escolaridade podem ser criados atelis com oferta de dupla certificao de nvel bsico, como o caso dos cursos de educao e formao para jovens. Para cada ateli podem formar-se 3 a 4 equipas diferentes de professores/formadores e alunos/formandos, que alternadamente e ao longo do dia vo dinamizando as actividades, de modo a que todos os elementos da equipa pedaggica e do grupo/turma possam participar. Para que os alunos possam visitar os vrios atelis, o tempo destinado a cada um no dever ultrapassar o tempo lectivo de 45 minutos ou 1 hora de formao (60 minutos).

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Explorar as OportunidadesActividade:

Conhecer novas oportunidades: fazer escolhas com futuro Pretende-se que no final do dia de aulas aberto comunidade, numa sesso plenria ou nos dias subsequentes em sesses de informao mais restritas, os alunos/formandos que participaram sejam esclarecidos quanto s caractersticas, condies de acesso, de frequncia e de certificao dos vrios percursos qualificantes que podero frequentar. Caso no seja vivel a visita de todos os grupos/turma a todos os atelis, os alunos devero seleccionar e inscreverem-se previamente nos que mais lhes interessam, devendo ser da responsabilidade do animador planificar o horrio de cada ateli juntamente com os outros professores/formadores.

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II Escolher um RumoO meu porteflio Projectos com futuro Daqui a 15 anos Quem aprende sempre alcana Escolher uma profisso e um estilo de vida

Escolher um Rumo

Nesta rea de interveno pretende-se apoiar o processo de escolha, levando o jovem a passar por diferentes etapas de reflexo, consciencializando que est essencialmente nas suas mos construir o seu projecto de vida. Embora a construo de um projecto de vida se desenvolva no tempo e se reconfigure em cada momento, h ocasies que constituem momentos estruturantes do projecto vocacional como, por exemplo, quando tem de se optar por uma formao entre vrias ou quando se tem de decidir entre prosseguir estudos a nvel superior ou transitar para o mundo do trabalho. Um aspecto importante a focar relativamente s escolhas que elas so vinculativas - assumindo a forma de um compromisso - mas no so definitivas. A nossa vida no ficar prejudicada porque nos iludimos na escolha de um curso. sempre possvel reformular as escolhas em cada momento da nossa vida e ao longo do tempo. As actividades propostas tm como finalidade a valorizao das caractersticas pessoais e em que medida elas podem ser transferveis para um desempenho com sucesso na aprendizagem ou numa actividade profissional. O que quero aprender? O que quero fazer da minha vida? Eis as principais questes a desenvolver nesta rea de interveno do desenvolvimento vocacional.

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Escolher um RumoActividade:

O meu porteflioObjectivos: Facilitar a identificao das competncias, interesses, valores e expectativas. Apoiar o processo de tomada de deciso sobre as escolhas a efectuar. Incentivar construo de um projecto de vida e tomada de conscincia da necessidade de reformulao do mesmo ao longo do tempo. Meios e Produtos: Esta actividade poder ser realizada ao longo do processo de desenvolvimento vocacional, podendo ser complementada por todas as actividades do Manual de Explorao Vocacional. fundamental a contribuio dos professores e tambm dos pais para a realizao desta actividade. Procedimento: O animador mostra um exemplar de porteflio aos jovens explicando a sua funo e utilidade; simultaneamente, promove uma discusso sobre as vantagens da sua utilizao. discutido pelo grupo um modelo de porteflio individual. A concepo de apresentao do porteflio pode ser de iniciativa individual ou apresentado como um projecto do grupo, criando-se para o efeito uma capa e um logtipo. Ao longo do processo de desenvolvimento vocacional, o animador orienta a organizao do porteflio, relacionando informaes e actividades realizadas. Etapas da metodologia de porteflio: - Planificao: Calendarizao dos procedimentos e das actividades. - Apresentao: Clarificao dos objectivos do porteflio, podendo partir-se do que os jovens j sabem sobre o termo porteflio. - Coleco: Para obter evidncias sobre as competncias dos jovens h que recolher os trabalhos que desenvolvem nas suas actividades formativas e os trabalhos resultantes das actividades de explorao vocacional. - Organizao: Os trabalhos recolhidos devem estar organizados em forma de pasta, dossi ou ficheiro informtico, para que a consulta seja facilitada. Esta organizao negociada entre o jovem e o animador ou o professor/formador. - Reflexo: Esta etapa pode ocorrer em qualquer momento do processo como, por exemplo, quando adicionado um novo trabalho ou sempre que o porteflio revisto. Nesta etapa, cada jovem reflecte sobre cada uma das evidncias que integrou no porteflio e decide quais so as mais representativas dos seus progressos, das suas capacidades e competncias (pode utilizar-se fichas de reflexo para o efeito).

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Escolher um RumoActividade:

O meu porteflio- Avaliao: O jovem faz a auto-avaliao do seu porteflio e transmite a percepo que tem do seu trabalho ao animador, sendo incentivado a solicitar uma co-avaliao por parte de um colega. - Divulgao: Quando finalizado deve ser promovida uma apresentao oral do porteflio perante os colegas, professores ou at mesmo os pais. Isso ser sentido pelos jovens como uma valorizao dos seus trabalhos. Pistas para o desenvolvimento vocacional num modelo de porteflio: Dados de identificao pessoal (certificados, diplomas, actividades ou formao extra-escolar). Balano escolar (disciplinas preferidas e disciplinas com melhores resultados e o reverso). Balano de experincias (actividades extra-curriculares e de lazer para identificar os pontos fortes e pontos fracos das suas competncias). Identificar reas de interesses (tempos livres, disciplinas, cursos, profisses). Traar objectivos a curto e mdio prazo (aps o 9 ano, aps o 12 ano ou quando atingirem os 30 anos). Assinalar as reas de desenvolvimento pessoal que necessitam de mudar ou de melhorar para conseguirem atingir os seus objectivos.

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Projectos com futuroObjectivos: Promover atitudes pr-activas. Desenvolver competncias pessoais, sociais e vocacionais. Valorizar ideias e concretizaes contribuindo para o aumento da auto-estima. Meios e Produtos: Prope-se que esta actividade resulte numa apresentao dos trabalhos realizados pelos alunos/formandos aos seus colegas de turma ou divulgado a um grupo mais alargado da comunidade educativa. Procedimento: Com base no tema Projectos com Futuro solicitar aos jovens a apresentao de um projecto para um trabalho que aborde temticas relacionadas. importante incentivar os jovens a exprimirem ideias sobre as temticas que querem abordar mas o animador deve participar activamente e orientar a chuva de ideias (brainstorming), dando tambm algumas sugestes e explicando que as actividades de concretizao do projecto tero de ser efectuadas no presente e no contexto em que esto inseridos. Contudo, todos os nossos actos tm consequncias e, por isso, os projectos que realizamos agora podero repercutir-se no futuro. Ideias quanto ao projecto a sugerir e a reforar pelo animador ou professor/formador: criar uma empresa fictcia; criar o seu prprio negcio; organizar um concurso sobre profisses; investigar um problema ecolgico do seu concelho; lanar um clube ou actividade na escola (jornal ou rdio); elaborar um plano de angariao de fundos para uma visita/viagem de estudo ou para melhorar acessibilidades e condies de desenvolvimento dos seus colegas com necessidades educativas especiais; organizar um dossi fotogrfico sobre a escola; escrever um artigo sobre factos histricos da sua freguesia, etc. O animador dever anotar no quadro as temticas mencionadas e cada jovem escolhe aquela em que gostaria de trabalhar, referindo o que o atrai, como se relaciona com o tema e o que espera descobrir. O projecto pode ser construdo individualmente, em parcerias de dois ou quatro jovens, consoante a dimenso do grupo. Caso optem por formar pequenos grupos, garantir que o tema escolhido seja interessante para todos os membros. Determinar, claramente, quantas semanas tero para desenvolver o projecto e estabelecer um calendrio e horrio para o efeito, bem como as disciplinas, mdulos ou reas disciplinares no curriculares que podero ser envolvidas. A preparao, realizao e apresentao dos projectos deve ser supervisionada pelo animador ou professor/formador que acautelar a articulao com outros agentes educativos e entidades externas envolvidos e dar o apoio necessrio ao desenvolvimento das actividades do projecto.

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Daqui a 15 anosObjectivos: Facilitar projeco no futuro a partir dos valores e aspiraes dos jovens. Contribuir para a construo de um projecto de vida. Estimular a reflexo sobre as vantagens e desvantagens que as escolhas implicam. Meios e Produtos: A actividade deve ser realizada num ambiente tranquilo, propcio concentrao e reflexo. Se possvel, sugere-se a utilizao de um gravador udio para gravar todas as ideias expressas espontaneamente por cada jovem, reutilizando-as para a reflexo individual e para o debate em grupo. Em certas etapas da actividade podem ser utilizadas fichas orientadoras da mesma. Procedimento: A actividade inicia-se com os jovens em crculo, sentados ou em p. Quando o grupo, cuja dimenso deve ser reduzida, estiver pronto para fazer uma viagem interior, isto , instalado um clima de concentrao, o animador pede a cada jovem que imagine um stio onde gostaria de estar daqui a 15 anos De seguida, solicita-se aos jovens que descrevam: como so, onde vivem, com quem vivem, que actividades fazem, onde trabalham, que profisso tm, quais as perspectivas de carreira. Podem ainda referir outros aspectos para alm destes. Estas projeces individuais podem ser gravadas, escritas pelo prprio ou anotadas por algum do grupo designado para o efeito. Posteriormente, formam-se pequenos grupos de discusso onde cada jovem relata o que espontaneamente imaginou para si numa vida futura. De seguida, o animador sugere que cada jovem reflicta sobre a exequibilidade desses projectos e os relacione com as suas actuais aspiraes (ficha orientadora: como gostaria que fosse a minha vida daqui a 15 anos? que actividades gostaria de fazer? que aprendizagens terei de fazer para poder exerc-las? que capacidades terei de desenvolver? que mudanas de atitude terei de concretizar?). O animador promove a discusso sobre as vantagens e desvantagens das opes que foram fazendo ao imaginar o seu futuro, tendo em conta o que efectivamente esperam alcanar. Na parte final da actividade, cada jovem dever elaborar um texto (sob a forma de relatrio, carta, reportagem, ficha de projecto, guio de um filme, ndice de um livro, etc.) onde ir estruturar o seu projecto de vida, percorrendo os prximos 15 anos.

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Quem aprende sempre alcanaObjectivos: Promover a reflexo sobre os projectos pessoais e sobre a relao que a aprendizagem e a qualificao tm para a sua concretizao. Promover a reflexo sobre a importncia de saber estudar para melhorar as aprendizagens. Informar e sensibilizar sobre tcnicas e hbitos de estudo. Meios e Produtos: Esta actividade poder ser intercalada com outras actividades do Manual de Explorao Vocacional sempre que o animador considere oportuno e adequado. Numa das sesses, o animador deve ajudar a planificar e rentabilizar as estratgias de estudo. Esta actividade poder contar com a colaborao dos demais professores/formadores. A sua participao pode ser to ampla quanto possvel mas, no mnimo, podem apresentar uma apreciao qualitativa quanto forma como cada aluno se prepara para a sua disciplina/mdulo e em que medida isso tem influncia nos resultados. Procedimento: Apresentar quatro perguntas e solicitar aos jovens que reflictam individualmente durante um breve perodo de tempo: Quais os teus projectos pessoais? O que pensas fazer para concretizar esse(s) projecto(s)? O que precisas de aprender? O que precisas de estudar? Depois, o animador pede a cada jovem que escreva as respostas a estas perguntas. Seguidamente, efectua o levantamento das respostas e promove o debate em grupo, podendo este ser dinamizado por um dos jovens. O debate deve ser orientado para a discusso de questes como relacionar a concretizao dos projectos com a necessidade de estudar, de aprender e de obter uma qualificao e a importncia da aprendizagem no nosso dia-a-dia e na nossa vida. Tcnicas e hbitos de estudo: Levar o jovem a: - Compreender a importncia de elaborar e utilizar notas de aula; - Perceber a importncia de planificar o tempo; - Analisar a organizao pessoal do estudo e do lazer; - Identificar as condies ambientais exigidas para que o estudo seja eficaz.

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Quem aprende sempre alcanaAtravs de: - Apresentao e discusso de algumas regras para a elaborao de um horrio pessoal de estudo que inclua o tempo dedicado a outras actividades; - Elaborao de um horrio pessoal, por parte de cada jovem, tendo em conta o que foi discutido sobre o assunto; - Anlise e reflexo pelo grupo sobre o contedo das propostas de horrio pessoal apresentadas; - Discusso em grupo para definio de estratgias e optimizao dos horrios ajustando-os a cada caso; - Exemplificao de algumas regras bsicas na planificao do estudo e de gesto do tempo, considerando outras actividades que realizam no seu quotidiano; - Anlise das formas como habitualmente os alunos elaboram resumos, notas de aula, apontamentos (ou mesmo os que no o fazem); - Comparao com as estratgias alternativas que foram apresentadas e constatao das dificuldades e benefcios sentidos.

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Escolher uma profisso e um estilo de vidaObjectivos: Promover um melhor conhecimento das profisses e estimular a identificao de preferncias por actividades profissionais. Apoiar os jovens na percepo da actividade profissional como um dos aspectos da vida das pessoas. Meios e Produtos: Esta actividade desenvolvida atravs da reflexo pessoal, debate de opinies e apresentao de casos. Poder sempre ser articulada e complementada com outras actividades deste Manual. Sugere-se a utilizao do Guia de Profisses para consulta das sadas profissionais que possam ser objecto de escolha pelos jovens. Procedimento: Solicita-se a cada jovem que preencha individualmente uma ficha onde esto listados tpicos (aspectos na profisso que podem ser mais ou menos interessantes e motivadores), devendo assinalar os seis mais impor tantes: a) participao frequente em reunies; b) ter um chefe competente; c) estar numa empresa de prestgio; d) desempenhar funes de rotina; e) poder escolher um perodo de frias; f) trabalhar em equipa; g) poder concretizar ideias prprias ou projectos; h) hipteses de promoo e oportunidades de carreira; i) trabalhar perto de casa; j) clima organizacional que privilegia as boas relaes humanas; l) ser reconhecido pelo trabalho que realiza; m) ter um bom estatuto e posio; n) ter liberdade e flexibilidade de horrio; o) trabalhar numa instituio que preste servios; p) trabalhar numa instituio que produza bens/produtos; q) ter um bom vencimento; r) participar em reunies; s) ter oportunidades de viajar; t) ter oportunidades de formao; u) usar uniforme; v) ter cargos ou funes de responsabilidade; x) ter um horrio compatvel com a vida familiar; z) trabalhar por conta prpria. As escolhas so discutidas em grupo, pedindo-se aos jovens que explicitem as razes que os levaram a optar por determinados aspectos em detrimento de outros. O animador proporciona a consulta do Guia de Profisses para que cada jovem possa escolher uma ou mais sadas profissionais, que mais lhe agrade, por estarem em consonncia com os aspectos que considerou importantes para a sua vida profissional e pessoal, no futuro. Na discusso de grupo, o animador incentiva a anlise de situaes que sejam do conhecimento de algum do grupo (ou sua). Por exemplo, uma pessoa que, estando j integrada numa actividade profissional, seja algum motivado para o seu trabalho e satisfeito com o seu estilo de vida ou, pelo contrrio, uma pessoa que viva descontente com o seu trabalho e sinta que isso tem repercusses na sua qualidade de vida. Sugere-se o contacto presencial com essa(s) pessoa(s) para que a apresentao e discusso do caso seja efectuada com base numa entrevista gravada ou que algum seja convidado a participar numa sesso do grupo, expondo os seus motivos pela satisfao ou insatisfao no trabalho, as escolhas que fez e respectivas consequncias e o que pretende fazer para manter ou mudar a situao.

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BibliografiaAna Beatriz Freitas Figueiredo; Orientao Vocacional - O Caminho das Possibilidades. Quality Mark, 2003. Ana Benavente, Maria Helena Cavaco; Da Escola ao Trabalho - Representaes de Alunos, Pais e Professores. INDE - Intercooperao e Desenvolvimento, 2008 Ana Carita, Ana Cristina Silva, Ana Monteiro Diniz; Como Ensinar a Estudar. Presena, Lisboa, 1998. Angelina Carvalho, Manuela Ramos; Dinmicas da Formao - Recentrar nos Sujeitos, Transformar os Contextos. Cadernos Pedaggicos, Edies Asa, Junho de 2000. Alexandra Teixeira, Nuno Nbrega Pestana, Pedro Jorge Bogalho; Profisses - Guia de Caracterizao Profissional, Volume II. Direco-Geral do Emprego e Formao Profissional, 1998. Carla Bernardes, Filipa Bizarro Miranda; Porteflio - Uma Escola de Competncias. Porto Editora, Junho, 2007. Departamento do Ensino Secundrio Et Al.; Rosa-Dos-Ventos: Guia do Profissional de Orientao. Ministrio da Educao, Departamento do Ensino Secundrio e Centro Nacional de Recursos para a Orientao Vocacional, 2000. Donna Brandes, Howard Phillips; Manual de Jogos Educativos. Moraes Editores, Lisboa, 1977. Ftima Campos, Eunice Cabral, Helder Bernardo; Profisses - Guia de Caracterizao Profissional, Volume III. Ministrio da Educao, Departamento do Ensino Secundrio, 1999. Filomena Almeida; Agora Eu Era. - Actividades para a Orientao Escolar e Profissional. Escola Secundria com 3 Ciclo de Carvalhos, 2006. Helena Rebelo Pinto; Construir o Futuro - Manual Tcnico. JHM Edies, 2002. Helena Rebelo Pinto; Orientao Vocacional em Portugal. Revista Psychologica da Faculdade de Psicologia e de Cincias da Educao de Coimbra, 2004. Joana Lopes, Helena Franco, Lusa Mota, Natlia Bailador; Manual de Transio para a Vida Activa. Edies Universitrias Lusfonas, Dezembro de 1999. Lia Renata Angelini Giacaglia; Actividades para Orientao Vocacional. So Paulo, Pioneira Educao. Lia Renata Angelini Giacaglia; Orientao Vocacional por Actividades - Uma Nova Teoria e uma Nova Prtica. Pioneira, 2003. Maria Alice Pombo; O Meu Primeiro Guia de Orientao Escolar e Profissional. IEFP, 5 Edio, Outubro 1998. Manuel Gonzlez Alvarez, Antoni Rebert Fernndez, Rafael Valentin Fernndez,Teresa Badell Flanquer, Jordi Rocandio Moncos,Teresa Moreno Sulla; La Orientacin Vocacional a Traves del Curriculum y de la Tutoria; Una Propuesta para la Etapa de 12 a 16 Aos. Gra Editorial & Ice, Barcelona, 1991. Maria Isabel Boino Marcelino; Da Palavra Imagem, Cadernos Pedaggicos, Edies Asa, Agosto 2000. Maria Margarida Dias, Elisabete Carrio, Incio Terrinca, Maria Manuel Nunes; Manual de Mtodos de Estudo (2 Fase) - Estudar para Aprender: Orientaes Prticas. Edies Universitrias Lusfonas, Dezembro 1999. Maria Paula Paixo; A Dimenso Temporal do Futuro na Elaborao de Objectivos Pessoais e Organizao de Projectos Vocacionais (pg. 273-286). Revista Psychologica da Faculdade de Psicologia e de Cincias da Educao de Coimbra, 2004.

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BibliografiaManuel Afonso, Maria do Cu Taveira; Explorao Vocacional de Jovens. Relatrios de Investigao; Centro de Estudos da Universidade do Minho, 2001. OCDE; Orientao Escolar e Profissional - Guia para Decisores. Direco-Geral de Inovao e Desenvolvimento Curricular e Instituto de Orientao Profissional, Agosto de 2004. Paula Reis; Guia de Orientao, Actividades de Aproximao ao Mercado de Trabalho. Direco-Geral de Inovao e Desenvolvimento Curricular, 2004. Sabina Manes; 83 Jogos Psicolgicos para a Dinmica de Grupos. Editora Paulus, Lisboa, 2005. Xavier Montserrat; Como Motivar - Dinmicas para o Sucesso. Coleco Sabes, Asa Editores, Sa, 2006.

SITES www.anq.gov.pt/ Agncia Nacional para a Qualificao, I.P. www.catalogo.anq.gov.pt/ Catlogo Nacional de Qualificaes www.dgidc.min-edu.pt/ Direco-Geral de Inovao e de Desenvolvimento Curricular www.novasoportunidades.gov.pt/ Iniciativa Novas Oportunidades www.iefp.pt/ Instituto do Emprego e Formao Profissional

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