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EM 2ª série | Volume 2 | Língua Portuguesa Manual do Professor

Manual do Proessor...do público leitor ao qual se destina o texto produzido. Professor(a), seu objetivo, nesse momento, deve ser o de fazer com que os alunos entendam que devem planejar

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EM 2ª série | Volume 2 | Língua Portuguesa

Manual do Professor

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2 Coleção EM2Coleção EM2

C689 Coleção Ensino Médio 2ª série: - Belo Horizonte: Bernoulli Sistema de Ensino, 2018. 162 p.: il.

Ensino para ingresso ao Nível Superior. Bernoulli Grupo Educacional.

1. Língua Portuguesa I - Título II - Bernoulli Sistema de Ensino III - V. 2

CDU - 37CDD - 370

Centro de Distribuição:

Rua José Maria de Lacerda, 1 900 Cidade Industrial Galpão 01 - Armazém 05 Contagem - MGCEP: 32.210-120

Endereço para correspondência:

Rua Diorita, 43, PradoBelo Horizonte - MGCEP: 30.411-084www.bernoulli.com.br/sistema 31.3029.4949

Fotografias, gráficos, mapas e outros tipos de ilustrações presentes em exercícios de vestibulares e Enem podem ter sido adaptados por questões estéticas ou para melhor visualização.

Coleção Ensino Médio 2ª série – Volume 2 é uma publicação da Editora DRP Ltda. Todos os direitos reservados. Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

SAC: [email protected] 31.99301.1441 - Dúvidas e sugestões a respeito das soluções didáticas.

ConSElho DirEtorDiretor Administrativo-Financeiro: Rodrigo Fernandes DomingosDiretor de Ensino: Rommel Fernandes DomingosDiretor Pedagógico: Paulo RibeiroDiretor Pedagógico Executivo: Marcos Raggazzi

DirEçãoDiretor Executivo: Tiago Bossi

AutoriAlíngua Portuguesa: Antônio Sérgio Bueno, Flávia Roque, Flávia Völker, Veridiane Guimarães Carvalho

ProDuçãoGerente de Produção: Luciene FernandesAnalista de Processos Editoriais: Letícia OliveiraAssistente de Produção Editorial: Thais Melgaço

núcleo PedagógicoGestores Pedagógicos: Amanda Zanetti, Vicente Omar TorresCoordenadora Geral de Produção: Juliana RibasCoordenadoras de Produção Pedagógica: Drielen dos Santos, Isabela Lélis, Lílian Sabino, Marilene Fernanda Guerra, Thaísa Lagoeiro, Vanessa Santos, Wanelza TeixeiraAnalistas Pedagógicos: Amanda Birindiba, Átila Camargos, Bruno Amorim, Bruno Constâncio, Daniel Menezes, Daniel Pragana, Daniel Pretti, Dário Mendes, Deborah Carvalho, Joyce Martins, Juliana Fonseca, Júnia Teles, Luana Vieira, Lucas Maranhão, Mariana Campos, Mariana Cruz, Marina Rodrigues, Paulo Caminha, Paulo Vaz, Raquel Raad, Sabrina Carmo, Stênio Vinícios de Medeiros, Taciana Macêdo, Tatiana Bacelar, Thalassa Kalil, Thamires Rodrigues, Vladimir AvelarAssistente técnica em Estatística: Numiá GomesAssistentes de Produção Editorial: Carolina Silva, Suzelainne de Souza

Produção EditorialGestora de Produção Editorial: Thalita NigriCoordenadores de núcleo: Étore Moreira, Gabriela Garzon, Isabela DutraCoordenadora de iconografia: Viviane FonsecaPesquisadores iconográficos: Camila Gonçalves, Débora Nigri, Eloine Reis, Fabíola Paiva, Guilherme Rodrigues, Núbia Santiagorevisores: Ana Maria Oliveira, Gabrielle Ruas, Lucas Santiago, Luciana Lopes, Natália Lima, Tathiana OliveiraArte-Finalistas: Cleber Monteiro, Gabriel Alves, Kátia SilvaDiagramadores: Camila Meireles, Isabela Diniz, Kênia Sandy Ferreira, Lorrane Amorim, Naianne Rabelo, Webster Pereirailustradores: Reinaldo Rocha, Rodrigo Almeida, Rubens Lima

Produção GráficaGestor de Produção Gráfica: Wellington SeabraCoordenador de Produção Gráfica: Marcelo CorreaAnalista de Produção Gráfica: Patrícia ÁureaAnalistas de Editoração: Gleiton Bastos, Karla Cunha, Pablo Assunção, Taiana Amorimrevisora de Produção Gráfica: Lorena Coelho

Coordenador do PSM: Wilson BittencourtAnalistas de Processos Editoriais: Augusto Figueiredo, Izabela Lopes, Lucas Roquerevisoras: Bruna Emanuele Fernandes, Danielle Cardoso, Luísa GuerraArte-Finalista: Larissa AssisDiagramadores: Anna Carolina Moreira, Maycon Portugal, Rafael Guisoli, Raquel Lopes, Wallace Weberilustrador: Hector Ivo Oliveira

rElACionAMEnto E MErCADoGerente Geral de relacionamento e Mercado: Renata Gazzinelli

SuPortE PEDAGóGiCoGerente de Suporte Pedagógico: Heloísa BaldoAssessoras Pedagógicas Estratégicas: Madresilva Magalhães, Priscila BoyGestores de Conteúdo: Luciano Carielo, Marinette FreitasConsultores Pedagógicos: Adriene Domingues, Camila Ramos, Claudete Marcellino, Daniella Lopes, Denise Almeida, Eugênia Alves, Francisco Foureaux, Leonardo Ferreira, Lucilene Antunes, Paulo Rogedo, Soraya OliveiraAnalista de Conteúdo Pedagógico: Paula VilelaAnalista de Suporte Pedagógico: Caio PontesAnalista técnico-Pedagógica: Graziene de AraújoAssistente técnico-Pedagógica: Werlayne BastosAssistentes técnico-Administrativas: Aline Freitas, Lívia Espírito Santo

CoMErCiAlCoordenador Comercial: Rafael CurySupervisora Administrativo-Comercial: Mariana GonçalvesConsultores Comerciais: Adalberto de Oliveira, Carlos Eduardo Oliveira, Cláudia Amoedo, Eduardo Medeiros, Guilherme Ferreira, Ricardo Ricato, Robson Correia, Rossano Rodrigues, Simone CostaAnalistas Comerciais: Alan Charles Gonçalves, Cecília Paranhos, Rafaela RibeiroAssistentes Comerciais: Laura Caroline Tomé, Melissa Turci

ADMiniStrAtivoGerente Administrativo: Vítor LealCoordenadora técnico-Administrativa: Thamirys Alcântara Coordenadora de Projetos: Juliene SouzaAnalistas técnico-Administrativas: Ana Clara Pereira, Bárbara Câmara, Lorena KnuppAssistentes técnico-Administrativos: Danielle Nunes, David Duarte, Fernanda de Souza, Mariana Girardi, Priscila Cabral, Raphaella HamziAuxiliares de Escritório: Jéssica Figueiredo, Sandra Maria MoreiraEncarregado de Serviços Gerais e Manutenção: Rogério Brito

oPErAçõESGerente de operações: Bárbara AndradeCoordenadora de operações: Karine ArcanjoSupervisora de Atendimento: Adriana MartinsAnalista de Controle e Planejamento: Vinícius AmaralAnalistas de operações: Ludymilla Barroso, Luiza RibeiroAssistentes de relacionamento: Amanda Aurélio, Amanda Ragonezi, Ana da Silva, Ana Maciel, Ariane Simim, Débora Teresani, Elizabeth Lima, Eysla Marques, Flora Freitas, Iara Ferreira, Renata Gualberto, Renata Magalhães, Viviane RosaCoordenadora de Expedição: Janaína CostaSupervisor de Expedição: Bruno Oliveiralíder de Expedição: Ângelo Everton PereiraAnalista de Expedição: Luís XavierAnalista de Estoque: Felipe LagesAssistentes de Expedição: Eliseu Silveira, Helen Leon, João Ricardo dos Santos, Pedro Henrique Braga, Sandro Luiz QueirogaAuxiliares de Expedição: Admilson Ferreira, Marcos Dionísio, Ricardo Pereira, Samuel Pena

tECnoloGiA EDuCACionAlGerente de tecnologia Educacional: Alex RosaCoordenadora Pedagógica de tecnologia Educacional: Luiza WinterCoordenador de tecnologia Educacional: Eric LongoCoordenadora de Atendimento de tecnologia Educacional: Rebeca MayrinkAnalista de Suporte de tecnologia Educacional: Alexandre PaivaAnalista de tecnologia Educacional: Vanessa VianaAssistentes de tecnologia Educacional: Augusto Alvarenga, Naiara Monteiro, Sarah CostaDesigner de interação: Marcelo CostaDesigners instrucionais: Alisson Guedes, David Luiz Prado, Diego Dias, Fernando Paim, Mariana Oliveira, Marianna DrumondDesigner de vídeo: Thais MeloEditora Audiovisual: Marina Ansalonirevisor: Josélio VerteloDiagramadores: Izabela Brant, Raony Abade

MArkEtinGGerente de Marketing: Maria Cristina BelloCoordenadora de Marketing: Jaqueline Camargos

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3Bernoulli Sistema de Ensino

Planejamento do volume*Disciplina: língua portuguesa

sÉRiE: 2ª

sEGMEnTO: eM

vOluME: 2

FRENTE CAPÍTulo TÍTulo SugESTõES dE ESTRATégiAS

A3 •Estratégias argumentativas •Aula expositiva

•Aplicação de exercícios

•Resolução de exercícios

•Aula prática

•Debate

•Aula multimídia

•Discussão em grupos

•Filmes

4 •Cartas

B3 •Parnasianismo

4 •Simbolismo

C3 •Termos ligados ao nome

4 •Coordenação x subordinação

* Conteúdo programático sujeito a alteração.

Orientações e sugestõesCapítulo A3: Estratégias argumentativas

Professor(a), as duas primeiras seções desse capítulo – “1. A escolha dos argumentos” e “2. Os tipos de argumentos” – destinam-se a servir como uma revisão desses conteúdos, já abordados no livro da 1ª série da Coleção Ensino Médio.

A primeira seção aborda a argumentação, ressaltando a necessidade de que esta seja pensada em função do público leitor ao qual se destina o texto produzido. Professor(a), seu objetivo, nesse momento, deve ser o de fazer com que os alunos entendam que devem planejar a abordagem de um tema tendo em vista, principalmente, o público-alvo do texto. Para isso, foram usados como exemplos dois textos que tratam de um mesmo assunto, mas são destinados a públicos distintos. Embora eles tenham sido analisados em função do perfil de seus leitores no livro, seria interessante que você procurasse incentivar os alunos a exporem suas próprias conclusões sobre a pertinência dos argumentos utilizados em cada um deles.

Para finalizar essa seção, você deve mencionar que várias propostas de redação especificam o público a que o texto deve ser dirigido. Você pode fazer isso comentando a proposta da Unicamp apresentada ou expondo aos alunos outras propostas em que isso ocorra. Por fim, relembre com eles o conceito de “leitor modelo”, orientando-os a terem esse perfil em mente quando a proposta não especificar o público.

A segunda seção do capítulo também tem caráter revisional e destina-se a relembrar a natureza dos principais tipos de argumentos apresentados em um texto. Para abordar as estratégias argumentativas, assunto do capítulo, você deve reforçar junto aos alunos a ideia de que os argumentos devem não apenas ser apresentados no texto, mas também desenvolvidos. Para isso, leia o texto “A beleza compensa” e comente com os alunos os modos pelos quais cada um dos argumentos foi desenvolvido. Como você pode perceber, na análise que acompanha o texto, foram descritos tanto a natureza de cada argumento como a(s) estratégia(s) utilizada(s) para desenvolvê-los. Embora cada uma das principais estratégias tenha sido descrita teoricamente em seguida, é importante que os alunos possam visualizar de que modo é possível usá-las na prática.

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4 Coleção EM2

A parte final desse capítulo destina-se ao estudo de algumas falhas de argumentação e também ao estudo da contra-argumentação. Esse estudo é feito com base no texto “As falácias de Gustavo Ioschpe” por dois motivos: primeiro, porque a parte inicial do texto define com bastante clareza o conceito de “falácia”, bem como cita alguns diferentes tipos dessa falha de argumentação, exemplificando-os; segundo, porque a autora utiliza a estratégia da contra-argumentação para rebater as ideias de Ioschpe, e isso permite que os alunos tenham uma perspectiva bastante didática do uso dessa estratégia. Desse modo, proceda ao estudo desse texto com os alunos, reforçando com eles as etapas necessárias à contra-argumentação de uma ideia. Você pode aproveitar, também, para rever com os alunos algumas das estratégias argumentativas estudadas anteriormente, uma vez que várias delas são utilizadas pela autora do texto para desenvolver seus próprios argumentos depois de contra-argumentar os de Gustavo Ioschpe. Professor(a), não deixe de indicar também para os alunos a videoaula que trata da argumentação.

Capítulo A4: CartasProfessor(a), o texto introdutório e o exercício de fixação elaborado a partir da crônica de Moacyr Scliar

têm o objetivo de possibilitar que os alunos reflitam um pouco sobre as particularidades do gênero carta, como o foco enunciativo em que comumente se manifestam as cartas e as diferenças entre elas e um e-mail, gênero mais familiar aos jovens da contemporaneidade.

Em seguida, inicia-se o estudo da estrutura e da linguagem das cartas. As partes que tradicionalmente compõem uma carta são apresentadas com uma breve explicação sobre cada uma delas. Ao apresentá-las aos alunos, procure chamar a atenção deles para as informações dos boxes presentes nessa seção. O primeiro diferencia “vocativo” e “endereçamento interno”, uma vez que é muito comum os alunos cometerem o erro de usar, antes do vocativo, a preposição “a”, transformando-o em um endereçamento interno. O segundo quadro chama atenção para o fato de alguns vestibulares proibirem a identificação do candidato nos formulários de redação.

Para exemplificar cada uma das partes que compõem esse gênero foi usada uma carta enviada por Machado de Assis ao seu amigo José Veríssimo. Aproveite esse texto para comentar sobre as características das cartas pessoais.

Ao trabalhar a seção destinada ao estudo da linguagem das cartas, chame a atenção dos alunos para o fato de que as cartas, exceto as pessoais, que podem ser redigidas em linguagem mais informal e familiar, normalmente seguem o padrão culto formal da Língua Portuguesa. Ressalte, entretanto, que elas se diferenciam de textos dissertativo-argumentativos pelo fato de apresentarem diversas marcas de interlocução.

É muito importante que os alunos saibam identificar essas marcas de interlocução nos textos, bem como reproduzi-las ao redigirem suas próprias cartas. Desse modo, mencione cada uma dessas marcas, voltando, se necessário, ao texto de exemplo para situar os alunos em relação ao uso delas. Ao abordar especificamente os pronomes de tratamento, procure salientar as particularidades do português brasileiro, em que é comum a mistura de formas de segunda e de terceira pessoa e, em seguida, destaque as formas e os pronomes de tratamento com os quais os alunos devem se familiarizar por serem os mais necessários à produção de textos nos vestibulares (os seis primeiros apresentados na tabela 1).

A última seção desse capítulo destina-se ao estudo de alguns gêneros de cartas: a carta argumentativa, a carta aberta e a carta do leitor, as quais são mais comumente solicitadas em propostas de redação dos vestibulares. Seu objetivo deve ser o de possibilitar aos alunos reconhecerem esses gêneros textuais e reproduzi-los quando for necessário.

A abordagem desses gêneros segue um padrão. São apresentadas as particularidades estruturais e linguísticas de cada um deles, um breve comentário sobre suas funções pragmáticas e um texto exemplificativo do gênero, acompanhado de uma breve análise. Ao trabalhar cada um dos gêneros de cartas, procure ler os exemplos com os alunos, ressaltando todas as especificidades que permitem relacioná-los a outros textos do gênero a que servem de exemplo. Vale repetir que seu objetivo deve ser o de tornar os alunos aptos a identificarem textos de cada um dos gêneros de cartas abordados no capítulo, a reconhecerem suas especificidades formais e contextuais e, além disso, a produzirem textos que possam ser considerados representativos desses gêneros.

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5Bernoulli Sistema de Ensino

Para consolidar os conhecimentos, logo depois do estudo de cada um dos tipos de cartas, há uma proposta de redação solicitando a produção de um texto do gênero estudado. Seria bastante produtivo, assim, que você, professor(a), organizasse suas aulas a fim de, após apresentar um gênero, solicitar a produção de um texto.

No fim do capítulo, o aluno encontrará uma tabela que apresenta, sucintamente, as principais características de cada um dos tipos de cartas estudados anteriormente. Chame a atenção dos alunos para essa tabela e incentive-os a consultarem-na sempre que for necessário relembrar a configuração dos gêneros de cartas estudados.

Capítulo B3: ParnasianismoSe, por um lado, a poesia tem uma dimensão que escapa da História, por outro, tem também uma

dimensão histórica. As tendências artísticas no final do século XIX valorizam o rebuscamento, o detalhismo, os contornos excessivos, características da chamada Art Nouveau, em que se destacavam a elegância, o requinte, a sofisticação. Essa é uma moldura perfeita para o culto da forma parnasiana. Inicie a abordagem do Parnasianismo, professor(a), por esse contexto histórico e cultural.

No Brasil, data dessa época a fundação da Academia Brasileira de Letras, de inspiração francesa. Então, mostre aos alunos telas de pinturas típicas dessa nova arte visual nascida na França. Saliente que era um tempo de grande prestígio das Ciências, principalmente as biológicas, e a poesia parnasiana, pelo menos em tese, procurava ostentar um rigor formal análogo ao das demonstrações científicas. Isso explica o “descritivismo” e o “ideal de impassibilidade”, traços definidores da poesia parnasiana.

A título de comparação, apresente aos alunos algumas estrofes do poema “Profissão de Fé”, de Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (1865-1918), cujo próprio nome é um verso alexandrino, e o poema “In extremis”, do próprio Bilac, por exemplo. Evidencie, nesse cotejo, a distância entre a plataforma do poema-manifesto “Profissão de fé” e a prática poética do mesmo autor. O sentimento está presente nos poemas parnasianos, mas é inegável que seus autores conseguem se distanciar da tendência lacrimejante que encharcou a poesia romântica.

Utilize textos como “Mestres do passado”, de Mário de Andrade, e o célebre poema “Os sapos”, de Manuel Bandeira, e faça um rico levantamento das características da poesia parnasiana vistas sob uma ótica negativa (ou ambígua) na crítica de Mário Andrade e no poema de Bandeira, sintomaticamente declamado em uma das noites da Semana de Arte Moderna. Se preferir, divida os alunos em dois pequenos grupos para fazer tal levantamento.

Trabalhe, professor(a), em sala de aula, com seus alunos, pelo menos um poema emblemático de cada um dos maiores poetas parnasianos brasileiros: o descritivismo nada frio de um poema como “Vaso Chinês”, uma verdadeira pintura em versos de Alberto Oliveira; os versos de natureza reflexiva de construção primorosa, que compõem o poema “Velho tema”, de Vicente de Carvalho, e a melancolia nada parnasiana do consagrado soneto “As pombas”, de Raimundo Correia. Nesse poema, encontram-se as indefectíveis repetições de palavras e os jogos sintáticos típicos da poesia desse grande artífice maranhense. Desperte a atenção dos alunos para o seguinte fragmento de uma carta, em que Raimundo Correia faz uma sincera autocrítica, confessando que sua adesão ao Parnasianismo fora um equívoco.

[...] Como eu invejo isso, eu devastado completamente pelos prejuízos dessa escola a que chamam Parnasiana, cujos produtos aleijados e raquíticos apresentam todos os sintomas da decadência e parecem condenados, de nascença, à morte e ao olvido! Dessa literatura que importamos de Paris, diretamente, ou com escala por Lisboa, literatura tão falsa, postiça e alheia da nossa índole, o que breve resultará, pressinto-o, é uma triste e lamentável esterilidade. Eu sou talvez uma das vítimas desse mal, que vai grassando entre nós. Não me atrevo, pois, a censurar ninguém; lastimo profundamente a todos! [...]

apud MÓISES, Massaud. História da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, Editora da USP, 1984. p. 491.

Professor(a), a videoaula do módulo mostra um pouco mais o contexto histórico e as obras do Parnasianismo no Brasil. Sugira aos alunos que a assistam.

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6 Coleção EM2

Capítulo B4: SimbolismoUm dos maiores desafios que nós, professores de literatura, temos de enfrentar é a necessidade de explicar

aos nossos alunos os fundamentos teóricos do Simbolismo e analisar em profundidade os densos textos dos grandes poetas simbolistas.

Professor(a), inicie o estudo desse complexo estilo literário pela contemplação da tela “Impressão, nascer do Sol” (1872), de Claude Monet. Antes de verbalizar suas próprias impressões, dê abertura para que os alunos exponham as deles. Em seguida, considerando o que foi dito, relacione uma série de características do estilo simbolista, por exemplo:

• Aatmosferadenévoa,neblina,quefiguraogostopelasatmosferasvagas,indecisas.

• Osmeiostonscromáticoseameialuz,quesugerema“semânticadainsinuação”.Sugerirsempre;dizer claramente, nunca.

• Projeçãonateladapluralidadeemultiplicidadedoprópriomundointeriordoobservador.

Posteriormente, apresente o poema-manifesto “Antífona”, de Cruz e Sousa, espécie de profissão de fé simbolista. A partir dele, é possível identificar quase todas as características desse estilo:

• Opróprionome“Antífona”significa“versículoqueseanunciaantesdeumsalmo”.Épalavraoriundado universo religioso, místico;

• Aprimeiraestrofefalade“formasvagas”ede“incensos”,unindoomísticoaoenigmático;oculto do oculto;

• Naterceiraestrofe,tem-seoverso“Indefiníveismúsicassupremas”,queremetenãosóàideiadeenigma, como expressa a relação entre música e poesia (aproximação fundadora do Simbolismo); (“De la Musique avant toute chose”);

• AconstataçãodequeCruzeSousa,ograndepoetanegro,buscaobsessivamentea“brancura”emseus poemas;

• Naquintaestrofe,tem-seapalavra“Mistério”(comumsacralizadorMmaiúsculo);

• Desde a primeira estrofe, salta à vista o grande número de reticências, sugerindo suspensão dopensamento e dificuldade de se valorizar muitos conteúdos psíquicos (tentativa de dizer o indizível);

• Apresençadapalavra“Sonho”(comSmaiúsculo),lembrandoaimportânciadouniversooníriconoSimbolismo.

Se possível, professor(a), trabalhe, junto com seus alunos, pelo menos mais três poemas de Cruz e Sousa. A título de sugestão, “Violões que choram” (algumas estrofes), “Siderações” e, principalmente, “O assinalado”.

Em outro momento, aborde a poesia do mineiro Alphonsus de Guimaraens, menos complexa do ponto de vista temático que a de Cruz e Sousa, mas de uma musicalidade suave e sinuosa. Sobre Alphonsus, assim como a crítica, sublinhe a “religiosidade espantada”, o caráter “fluido e depressivo” de seus versos, a constante evocação da Lua e a obsessão com a Morte (sempre com M maiúsculo).

Feito isso, analise minuciosamente a obra-prima “Ismália” e “A Catedral”, de Alphonsus. Ao contrário de Cruz e Sousa, Alphonsus cultiva o tom elegíaco (lamentoso, fúnebre), inspirado não só no eterno luto do poeta pela morte de sua primeira namorada, Constança, como também na ambiência solene de sua cidade, a arquiepiscopal Mariana. Essa tristeza de Alphonsus não tende ao desespero; é antes um desencanto resignado, uma serenidade meditativa. O espírito do poeta não estava sintonizado na modernidade de seu tempo, mas sentia profunda atração pela Idade Média, o que se confirma à leitura de muitos de seus versos. Esse módulo também apresenta uma videoaula que trata dessa escola literária no Brasil. Não deixe de indicá-la.

Capítulo C3: Termos ligados ao nomeProfessor(a), esse capítulo trata dos termos que se ligam a nomes. Serão estudados o complemento nominal,

o adjunto adnominal, os predicativos – do sujeito e do objeto –, o aposto e, embora seja considerado por muitos gramáticos um termo alheio à oração, o vocativo.

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7Bernoulli Sistema de Ensino

De início, apresente o adjunto adnominal e o complemento nominal. Esses termos são trabalhados de modo mais eficaz quando se desfazem as confusões que os alunos criam em torno da função de cada um. Então, recomendamos traçar um paralelo entre eles, conforme exposto a seguir:

AdjuNToS AdNomiNAiS ComPlEmENToS NomiNAiS

Acompanham substantivos (tanto concretos quanto abstratos).

Completam o sentido de substantivos abstratos, de adjetivos e de advérbios.

Podem ou não ser precedidos de preposição. Sempre são precedidos de preposição.

Podem vir antes ou depois do termo a que se referem. Sempre vêm depois do termo a que se referem.

Podem indicar ideia de posse. Nunca indicam ideia de posse.

Indicam ideia de agente. Indicam ideia de paciente / destinatário.

Dessa forma, o aluno perceberá que a única possibilidade de se confundir adjuntos adnominais e complementos nominais será quando o termo que se quer classificar estiver ligado a um substantivo abstrato, vier depois desse substantivo e iniciado por preposição. Para solucionar essa confusão, basta que você demonstre ao aluno como analisar a ideia de agente / paciente ou destinatário.

Quando um pronome oblíquo exercer função de complemento nominal ou de adjunto adnominal, trabalhe com a ideia de posse e a ideia de destinatário. É importante também que o aluno não confunda tais termos com objetos. Observe:

I. Eu lhe dei a flor.

II. Ajeitou-lhe o vestido.

III. Tenho-lhe um imenso respeito.

O primeiro passo é excluir a possibilidade de ser um complemento verbal. Em I, por exemplo, podemos entender que o verbo “dei” tem dois complementos: “a flor” e o “lhe”, que, nesse caso, é objeto indireto. Já em II, o verbo usado demanda apenas um objeto (o vestido), logo, “lhe” é adjunto adnominal, pois se ajeitou o vestido de alguém (ideia de posse). Em III, o verbo usado também demanda apenas um objeto (um imenso respeito). Assim, “lhe” é complemento nominal, pois se tem respeito por alguém (ideia de destinatário).

Ao apresentar os predicativos, ressalte que esses termos têm valor adjetivo. Além disso, ressalte que eles podem se ligar ao sujeito da oração, quando são classificados como predicativos do sujeito, ou a um complemento verbal, sendo classificados como predicativos do objeto. No primeiro caso, a relação se estabelece por intermédio de um verbo de ligação, o que não ocorre no segundo caso.

No caso do predicativo do objeto, como não há verbo de ligação, é comum que os alunos confundam essa função com adjuntos adverbiais ou, ainda, com adjuntos adnominais.

PREdiCATiVoS do oBjETo AdjuNToS AdVERBiAiS

Têm valor adjetivo. Indicam circunstâncias.

Ligam-se a nomes. Ligam-se a verbos, adjetivos, advérbios ou orações inteiras.

PREdiCATiVoS do SujEiTo AdjuNToS AdNomiNAiS

Ligam-se aos nomes por intermédio de um verbo. Ligam-se diretamente aos nomes, sem mediação verbal.

Indicam características transitórias. Indicam características permanentes.

Observação: É importante esclarecer que, muitas vezes, só será possível saber se a característica é transitória ou permanente pelo contexto.

Para trabalhar o aposto, explique que esse termo explica, esclarece, desenvolve ou resume um ou mais termos mencionados anteriormente na oração e que geralmente é separado por vírgulas, travessões ou parênteses. Finalmente, sobre o vocativo, ressalte que esse termo é usado para evocar um interlocutor e é separado por vírgula ou ponto de exclamação. Outro excelente recurso, para auxiliar na sistematização desses conteúdos, é a videoaula sobre os termos ligados ao nome. Indique-a aos alunos ou a assista com eles em sala de aula.

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8 Coleção EM2

Capítulo C4: Coordenação x subordinaçãoProfessor(a), esse capítulo trata do período composto. O primeiro passo é estabelecer a diferença entre o processo

de coordenação e o de subordinação. Para isso, explique que a coordenação pressupõe similaridade, equivalência sintática; em outros termos, independência sintática. A subordinação, por outro lado, caracteriza-se pela dependência sintática de uma oração em relação a outra. Estabelece-se, então, uma relação hierárquica entre duas orações: uma oração principal e outra subordinada a esta. Além disso, é importante destacar que as orações subordinadas determinam um termo da oração principal, completando-lhe o sentido, restringindo-a, acrescentando-lhe uma circunstância ou informação complementar.

Enfatize o fato de que a dependência ou independência não deve ser analisada no nível semântico, uma vez que, semanticamente, sempre haverá dependência, já que a construção de um contexto de comunicação é feita pela união de orações, mesmo que sejam coordenadas. Isto é, a dependência se dá no nível sintático.

Após a diferenciação, apresente a classificação das orações coordenadas. Inicialmente, explique o porquê dos nomes “assindéticas” (sem síndeto, ou seja, sem conectivos) e “sindéticas” (com síndeto). Em seguida, demonstre que as classificações nada mais são do que as ideias que cada oração apresenta a fim de que o aluno perceba as diferenças entre uma oração aditiva e uma conclusiva.

Esse processo é importante, pois mostra aos alunos que um estudo eficaz do período composto não é possível somente decorando classificações ou mesmo conjunções.

Em seguida, apresente a classificação das orações subordinadas, a saber: orações subordinadas substantivas, adverbiais e adjetivas, que serão trabalhadas no capítulo seguinte. Ressalte que a oração que chamamos de subordinada é sempre um termo da oração que chamamos de principal.

Sobre as orações subordinadas substantivas, explique que esse nome advém das funções sintáticas de natureza nominal que desempenham. Portanto, esse tipo de oração exerce função de sujeito, objeto direto ou indireto, complemento nominal, predicativo, aposto ou agente da passiva. Para auxiliar os alunos, evidencie algumas características desse tipo de oração que podem ajudá-los a identificá-las:

1. quando estão desenvolvidas, são iniciadas por conjunções integrantes, que são um tipo de conjunção que não expressa ideia nem desempenha função sintática, apenas liga as orações.

2. devido à natureza substantiva, pode ser substituída pelo pronome demonstrativo “isso”, conforme demonstramos a seguir:

O aluno disse que havia tirado uma boa nota = O aluno disse isso.

Tenha cuidado ao explicar as subordinadas subjetivas e as subordinadas predicativas, uma vez que, quando há verbo de ligação na subjetiva, os alunos costumam fazer confusões. Uma dica é trabalhar com as seguintes estruturas prototípicas:

I. Se tivermos um verbo de ligação + um termo de natureza adjetiva, a oração subordinada será subjetiva. Exemplo: Seria bom que todos viessem.

II. Se tivermos um termo de natureza substantiva + um verbo de ligação, a oração subordinada será predicativa. Exemplo: O bom é que todos vieram.

Antes de passar ao estudo das orações subordinadas adverbiais, explique que todas elas funcionam como adjuntos adverbiais da oração principal e que, em sua maioria, são iniciadas por conjunções subordinativas adverbais. Novamente, ressalte que não é necessário decorar as conjunções, e sim identificar a relação de sentido que se estabelece entre as orações. Isso é importante porque uma mesma conjunção pode expressar ideias diferentes dependendo do contexto em que se insere.

Trabalhe, ainda, possíveis dúvidas quanto à diferença entre as seguintes coordenadas e subordinadas adverbiais:

1. Oração coordenada sindética explicativa X oração subordinada adverbial causal.

• Háummotivo,umacausaparaoacontecimento?Entãoéadverbialcausal.

• Naexplicativa,nãohácausa,esimuma“explicação”paraoacontecimento.

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Note a diferença:

I. O dia amanheceu frio porque choveu na madrugada.

II. Deve ter chovido na madrugada, porque o dia amanheceu frio.

Em I, a chuva da madrugada é a causa, e o dia ter amanhecido frio é o efeito, portanto, tem-se uma oração subordinada adverbial causal. Já em II, o dia ter amanhecido frio não pode ser a causa de ter chovido na madrugada; trata-se de uma explicação para o fato, portanto, tem-se uma oração coordenada sindética explicativa.

2. Oração coordenada sindética adversativa X oração subordinada adverbial concessiva

• Aconjunçãoconcessivaintroduzumainformaçãomenosrelevantequeadaoraçãoprincipal.• Aconjunçãoadversativaintroduzumainformaçãomaisrelevantequeadaoraçãoassindética.

Note a diferença:

I. Embora não fosse muito esperta, era a menina mais bonita da escola.II. Ela era a menina mais bonita da escola, mas não era nada esperta.

Em I, a ênfase está no fato de ela ser a mais bonita da escola. Já em II, a ênfase está no fato de não ser esperta.

Reforce a informação de que as orações na forma reduzida, por não serem introduzidas por conjunções, são mais difíceis de classificar. Assim, os alunos devem ter atenção redobrada. Uma boa estratégia é tentar transformar a oração reduzida em desenvolvida. Para finalizar a sistematização do conteúdo, professor (a), indique aos alunos a videoaula sobre as orações subordinadas substantivas e adverbiais.

Comentário e resolução de questõesCAPÍTULO – A3Estratégias argumentativas

Exercícios de aprendizagem

Questão 01 Comentário: A proposta de redação delimita tanto o perfil do público ao qual deve ser dirigido o texto produzido como os objetivos a serem cumpridos. A delimitação do público leitor determina o modo como deve ser feita a abordagem e também o tipo de linguagem a ser usada. Vale observar que, mesmo tendo em vista um público específico, o texto pode e deve ser redigido em linguagem impessoal, e não há necessidade de haver interlocução. Ou seja, no texto, pode-se referir a seus leitores em 3ª pessoa, sem necessariamente dialogar com eles, de modo que essa proposta constitui um bom exercício para que sejam retomados e reforçados os recursos já estudados anteriormente sobre as maneiras de impessoalizar a linguagem. Para cumprir os objetivos determinados no enunciado, pode-se lançar mão das informações que constam nos textos motivadores. Como é possível perceber, esses textos tratam dos perigos do excesso de vaidade entre as crianças de duas perspectivas distintas: o primeiro destaca prejuízos para a vida social da criança, e o segundo, para a saúde. Assim, pode-se organizar o texto focando cada uma dessas perspectivas ou eleger uma e apresentar informações mais aprofundadas sobre ela.

Os textos motivadores, por conterem diversas orientações de especialistas sobre modos de se solucionar ou minimizar o problema do excesso de vaidade entre as crianças, também possibilitam que se cumpra o outro objetivo do enunciado: apresentar orientações aos pais. Na produção de texto, devem ser observadas, ainda, a coerência e a coesão entre as informações apresentadas.

Questão 02Comentário:

A) O texto é dirigido a um público composto por jovens garotas. Termos como “look”, “balada”, “colar herdado de sua avó”, bem como diminutivos, como “vestidinho” e “fresquinha”, são marcas linguísticas características do texto que também estão presentes na linguagem das jovens adolescentes.

B) O texto é dirigido a um público composto por homens solteiros.Termoscomo“colegadefirma”,“climaruimnotrabalho”, “happy hour” e “biritas”, bem como o teor dos conselhos dados no texto, fazem referência ao universo de homens adultos e desimpedidos.

C) O texto é dirigido a um público composto por religiosos. Termos como “liberdade de arbítrio”, “natureza espiritual da alma humana”, “aqui na Terra” e “o próprio Deus” evidenciam o discurso religioso.

D) O texto é dirigido a um público de médicos, cardiologistas provavelmente. Termos técnicos como “morbimortalidade”, “hipertensão arterial sistêmica”, “doença clínica” e “etiologia multifatorial”fazempartedocotidianodessesprofissionais.

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E) O texto é dirigido a fisiculturistas ou a pessoas que desejam melhorar a forma física em geral. Termos como “suplementos”, “anabolizantes”, “bodybuilders”, “powerlifters”, “aumentar o volume dos músculos” e “treinar pesado” remetem ao universo das academias demusculaçãoeàspráticasdefisiculturistas.

F) O texto é dirigido a advogados e juristas em geral. Termos como “sucessão”, “deserdados”, “código civil”, “injúria grave” e “caluniosamente” são característicos do universo judicial.AreferênciaaumartigoespecíficodoCódigoCiviltambém reforça que o texto é dirigido a esses leitores.

Questão 03Comentário: Espera-se que se distinga adequadamente as duas perspectivas adotadas pelos autores dos dois textos: no texto I, a perspectiva é econômica; no texto II, a perspectiva é social. Além de fazer essa distinção, é necessário apresentar fragmentos dos textos que corroborem a perspectiva.

Questão 04Comentário: De acordo com o texto II, “Jet lag espiritual” seria o sentimento que imigrantes teriam ao retornar a seu país de origem após passarem longo tempo vivendo em terras estrangeiras. O termo pode ser entendido como uma dificuldade de readaptação ao país de origem, um estranhamento em relação ao que deveria ser familiar. Desse modo, assim como viajantes têm dificuldades fisiológicas de se adaptarem a um novo fuso horário após fazerem longas viagens, ex-imigrantes teriam dificuldades psicológicas e sociais ao retornarem ao seu país natal.

Questão 05Comentário: O Brasil apresenta-se, contextualmente, como o novo Eldorado para ex-imigrantes e estrangeiros devido à crise que atingiu os Estados Unidos e a Europa a partir de 2008, diminuindo a oferta de empregos e aumentando o custo de vida, o que tornou o trabalho no exterior menos lucrativo. No final do quarto parágrafo do texto, isso fica explícito: “Para eles, o Brasil é o novo Eldorado de oportunidades”. Ainda de acordo com o texto, tanto ex-imigrantes quanto profissionais estrangeiros teriam ótimas chances no Brasil, uma vez que seriam mais qualificados que muitos brasileiros.

Questão 06Comentário: Os ex-imigrantes, ao retornarem ao Brasil, poderiam enfrentar problemas para reingressarem no mercado de trabalho, devido ao fato de serem muito qualificados ou empreendedores. Poderiam também enfrentar problemas de relacionamento com familiares e antigos amigos dos quais se distanciaramenquantomoraramforadopaís.Haveria,ainda,a possibilidade de enfrentarem problemas pessoais devido à dificuldade de se readaptarem à realidade brasileira. Trechos dos depoimentos de ex-imigrantes, bem como os comentários da psicoterapeuta Sylvia Dantas, podem ser citados para comprovar a resposta.

Questão 07 – Letra AComentário: A invenção do avião, atribuída ao brasileiro Santos Dumont, levanta a suposição de fraude, pois, pela história, são dois irmãos americanos os autores do invento, o que confirma o primeiro quadrinho. Assim, a lei da gravidade também teria sido burlada quando o engenheiro mineiro fez o objeto voar.

Questão 08Comentário: Para atender a essa proposta, deve-se redigir um texto dissertativo-argumentativo em que discuta a relação entre o trabalho na adolescência e a evasão escolar. Os textos motivadores apresentam argumentos que debatem a respeito da temática em questão e, conforme exposto no enunciado, deve-se basear nas ideias expostas sem, contudo, copiar trechos da coletânea. O texto I apresenta adversidades relacionadas ao trabalho realizado na adolescência, apresentando a opinião de dois coordenadores ligados ao assunto em pauta. O primeiro deles expressa que o trabalho nessa idade escolar, muitas vezes, ocorre por razões financeiras e é realizado sob condições inadequadas; por isso, esses alunos não conseguem, devido ao cansaço, acompanhar adequadamente as aulas. Como consequência, isso leva esse grupo à evasão escolar, o que compromete o seu rendimento físico e psicológico, afetando, assim, o seu futuro, ideia essa apontada também pelo segundo coordenador. O texto II expressa ideias sobre o programa Jovem Aprendiz, por meio do qual jovens entre 14 e 24 anos são inseridos no mercado de trabalho em sistema regido pela CLT, com aprendizado teórico em instituições credenciadas e aplicação desses conhecimentos em alguma empresa. Além disso, argumenta-se que esse programa é uma “ótima oportunidade para ganhar experiência e sair na frente em futuros recrutamentos e seleções”, ressaltando, pois, o caráter positivo desse tipo de programa. O texto III expõe características da “geração nem-nem”, que, segundo especialistas no comportamento desse grupo, cresce e desponta em pesquisas do IBGE como sendo aquela que nem trabalha, nem estuda e também não contribui na realização de tarefas domésticas. Como se deve discutir a temática, é importante que se apresente um balanço em relação às ideias apresentadas, ressaltando aspectos positivos e negativos quanto ao trabalho na adolescência e sua relação com a evasão escolar. De acordo com o que foi apontado nos textos motivadores, pode-se discutir que o trabalho nessa fase nem sempre se apresenta com consequências negativas, desde que realizado de maneira adequada e regido dentro da lei, valendo-se do exemplo do programa Jovem Aprendiz ou de outros projetos similares para fundamentar suas ideias. Dessa forma, é possível ressaltar, por exemplo, que o trabalho pode, sim, ser realizado na adolescência, mas que os estudos devem ser conciliados devidamente com essa atividade, de modo a contribuir positivamente para a formação de jovens, e não o contrário. É importante ressaltar que, independentemente das reflexões que se faça, deve-se organizar os argumentos e ideias em um texto claro, coerente e coeso, redigido de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e atribuir a ele um título.

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Questão 09Comentário: Para atender a essa proposta, deve-se redigir um texto discorrendo sobre preconceitos e tabus alimentares. De acordo com os textos motivadores, a maioria das pessoas rejeita determinados alimentos devido a seu condicionamento cultural, ou seja, pelo fato de esses alimentos não fazerem parte dos hábitos culturais em que elas estão inseridas. Assim, pode-se defender uma tese baseada nessa afirmação. Para fundamentá-la, é possível argumentar que hábitos alimentares são distintos em diferentes lugares do mundo, assim como se modificam ao longo do tempo em um mesmo lugar. Os textos motivadores fornecem uma série de exemplos para fundamentar essa argumentação e, tal como evidencia o enunciado, pode-se citá-los desde que faça a devida referência. O texto produzido deve estar de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e apresentar as ideias de modo coeso e coerente. Vale lembrar, ainda, que o enunciado solicita que se dê um título sugestivo ao texto.

Questão 10 Comentário: Nessa proposta, espera-se que seja analisada, em um texto dissertativo, uma consequência mais abrangente do fato de, na contemporaneidade, os indivíduos permanecerem por mais tempo na casa de seus pais. Pode-se, assim, mencionar que, com isso, os jovens: têm sua vida conjugal e a paternidade / maternidade adiadas; tornam-se mais acomodados, dependentes e, assim, têm menos autonomia e ambição; assumem, na família, funções que não são deles, como a de sustentar economicamente a casa; passam a dispor de mais tempo para se dedicar à formação acadêmica e, com isso, inserem-se mais tardiamente no mercado de trabalho. Essas são apenas sugestões, e podem ser indicadas outras consequências, desde que sejam pertinentes. É importante, também, não apenas expor uma opinião, mas desenvolvê-la, o que pode ser feito por meio do uso de diferentes estratégias estudadas ao longo do capítulo. Vale observar que o texto produzido deve ser bem estruturado e que, portanto, é necessário cuidar da coesão e da coerência entre as ideias.

Exercícios propostos

Questão 01Comentário: Para atender a essa proposta de redação, deve-se

elaborar uma tese que apresente uma resposta à questão

proposta e desenvolvê-la de modo bem fundamentado.

Pode-se, assim, defender a ideia de que a bajulação é uma

virtude e que deve fazer parte das relações pessoais. Além

de argumentar que ela contribui para a construção de uma

boa imagem do sujeito que bajula – tal como se afirma no

artigo “As reações do cérebro à bajulação” –, pode-se, ainda,

defender a ideia de que a bajulação acaba fazendo bem,

também, à autoestima de quem é bajulado. Para desenvolver

qualquer uma das opiniões, podem ser usados argumentos

presentes nos textos motivadores, bem como utilizar outras

estratégias argumentativas estudadas no capítulo, como

a exemplificação, a comparação, a contra-argumentação.

Vale observar que, independentemente do ponto de vista escolhido, o aluno deve explicitá-lo em uma tese clara e fundamentá-la adequadamente com argumentos pertinentes, os quais devem ser apresentados de forma bem organizada em um texto que esteja de acordo com os padrões da linguagem culta formal.

Questão 02 – Letra AComentário: A alternativa A apresenta a ideia central do texto, de que o transporte coletivo exige medidas técnicas e administrativas, além de cuidado com a paisagem urbana. As alternativas B e C afirmam que há adversidades ligadas a mudanças no transporte público na região do Morumbi, como preconceito e insegurança, o que pode ser atestado nos 1º, 2º e 8º parágrafos do texto. As alternativas D e E afirmam que o autor apresenta experiências de transporte público de outras cidades que poderiam ser adotadas em São Paulo e que essas medidas devem propiciar o desenvolvimento da área em que se encontram, o que pode ser atestado do 3º ao 8º parágrafo do texto. No entanto, apesar de essas alternativas apresentarem ideias que podem ser respaldadas pelo texto, conforme o enunciado, elas não trazem o cerne do que se cobra na questão.

Questão 03 – Letra BComentário: A resposta é a alternativa B, pois é a única que traz uma opção plausível, inclusive autorizada pelo autor do texto no 2º parágrafo. As alternativas A e E trazem justificativas politicamente incorretas, pois são egoístas. A alternativa C é incorreta, pois o transporte de massa pode trazer melhorias se for feito de maneira consciente. Já a D é equivocada, pois a ampliação do transporte público beneficiará milhares de prestadores de serviço que trabalham na região do Morumbi.

Questão 04 – Letra DComentário: As assertivas II e III estão corretas. Em contrapartida, o que se afirma em I não procede, uma vez que anotíciadequeosmoradoresdeHigienópolisseopuseramà construção de uma estação do metrô na Avenida Angélica é usada para contestar a postura dos moradores do bairro, e não para questionar a eficiência do transporte público em São Paulo. Desse modo, está correta a alternativa D.

Questão 05 – Letra CComentário: A alternativa correta é a letra C, já que a informação presente nela sequer está contida no texto, portanto, não poderia ser pressuposta. Segundo o artigo de opinião, as estações do monotrilho em Istambul reduziram, sim, os espaços para os carros.

Questão 06 – Letra DComentário: Na alternativa D, não há avaliação do autor quanto ao assunto abordado, mas sim uma exemplificação quanto a um tipo de transporte instalado em Istambul e em cidades alemãs e suíças. As demais alternativas apresentam expressões que atestam a avaliação do autor, como adjetivações, que imprimem um tom pessoal à argumentação desenvolvida, por exemplo, “gosto exacerbado” e “quase bonita”, apresentadas nas alternativas A e B, respectivamente, e “a imagem [...] da bagunça vira um desastre” e “ótimo”, apresentadas nas alternativas C e E, respectivamente.

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Questão 07 – Letra AComentário: A alternativa correta é a letra A. No texto a expressão “gente diferenciada” se equivale a “Brasil real”. Isso pode ser comprovado nos dois primeiros parágrafos do texto, nos quais o autor argumenta que moradores de regiões nobres de São Paulo preferem o isolamento e erguem muros para “se refugiar em ambientes distantes do Brasil real”; assim, a expressão “gente diferenciada” se refere à realidade brasileira, composta, por exemplo, pelo transporte de massas, enfatizado na argumentação textual.

Questão 08 – Letra CComentário: As alternativas A, B, D e E apresentam relação de causa e consequência estabelecida por recursos que distam de conectores. Em A, o verbo “traria” enfatiza a consequência gerada pela abertura de estação de metrô: “gente diferenciada” em um bairro nobre paulistano. Em B, o verbo “afugenta” evidencia a causa de haver pessoas que se afugentam à noite: a escuridão. Em D, a expressão “quando [...] foram retiradas” demarca o fato de a avenida ter ficado menos tétrica. Em E, o verbo “vira” enfatiza no que se torna a imagem do engarrafamento e da bagunça: um desastre de relações públicas. Dessa forma, a alternativa que não apresenta essa relação de causa e consequência é a C, sendo, portanto, a opção a ser assinalada.

Questão 09 – Letra DComentário: As alternativas A, B, C e E apresentam manifestações que constituem uma ironia diante da mudança da futura estação do metrô da Avenida Angélica para a Avenida Pacaembu. Nas alternativas A e B, há menção a lugares considerados como frequentados apenas por pessoas nobres, com alto poder aquisitivo, como Paris, Nova Iorque, Londres e Veneza, o que seria uma ironia em relação à população que usualmente frequenta o metrô em São Paulo e aos locais em que as estações são comumente usadas pela massa trabalhadora. Na alternativa C, ironiza-se sobre o fato de serem comuns em moradias de regiões nobres as entradas de serviço e social e, tal qual nesses locais, o problema quanto à construção do metrô seria facilmente resolvido se houvesse essa separação. Na alternativa E, há uma referência à expressão “gente diferenciada”, ao se ironizar que frequentadores do metrô não devem se esquecer dos sacos de lixo ao irem ao churrasco em protesto contra a mudança da estação de metrô, pois, apesar de eles serem “diferenciados”, são “limpinhos”. A alternativa que não apresenta ironia é a D, na qual uma moradora afirma não usar a modalidade de transporte referida e que a construção de uma nova estação no bairro iria acabar com a tradição desse lugar – além de desqualificar pessoas que ficam nos arredores das estações de metrô –, sem, contudo, valer-se de um discurso irônico para expressar a sua opinião.

Questão 10 – Letra EComentário: Correlacionando o texto I e a tirinha, tem-se que a personagem que fala assemelha-se aos moradores de Higienópolis, que protestaram contra a construção daestação de metrô na Avenida Angélica, na medida em que tanto a personagem quanto os moradores evitam contato com as classes menos favorecidas economicamente, no caso, a “gente diferenciada”, o que torna verdadeira a proposição I. Nesse sentido, estão corretos também os enunciados II e III, justamente pela pertinência; segundo os dois textos em questão, ao se relacionar a pobreza retratada na tirinha com a “gente diferenciada” e o “Brasil real” do texto I.

Questão 11 – Letra BComentário: As alternativas A, C e D trazem apenas argumentos periféricos. A alternativa E fica invalidada se observarmos que há uma crítica ao consumo de bens que não trarão, de fato, benefícios e não ao consumo em geral, haja vista que a autora vê com bons olhos a compra de bens culturais, de decorações de bom gosto, etc. Logo, a crítica mais abrangente é ao fato de as revistas dirigidas às mulheres da classe C fornecerem soluções equivocadas para os anseios dessas mulheres.

Questão 12 – Letra CComentário: A alternativa correta é a letra C, já que, desde o início do texto, a articulista aponta para a necessidade de se oferecer o “biscoito fino” da leitura também para as massas: textos que não deixem a informação estanque e “mastigada” para o leitor. Dessa forma, bons textos são aqueles que levam o leitor a procurar outras fontes de informação, exigindo-lhe, logicamente, mais tempo, além de possibilitar-lhe certa reflexão.

Questão 13 – Letra AComentário: O único fragmento que não apresenta linguagem informal é o apresentado na alternativa A, pois os termos empregados e a construção sintática da sentença se apresenta dentro da norma-padrão. Na alternativa B, há linguagem informal ao se usar, considerando o contexto, o termo “Normal” sem ligação adequada por meio de conectivos, como conjunções. Na alternativa C, a expressão “só pode” configura linguagem informal. Na alternativa D, o termo “tipo” reforça uma expressão comumente usada em diálogos informais. E na alternativa E o trecho “[...] então, nem pensar” marca a informalidade da sentença apresentada.

Questão 14 – Letra CComentário: Há diálogo entre os textos I e II por ambosabordarem questões envolvendo classes sociais. O texto I apresenta adversidades ligadas a mudanças no transporte público em regiões nobres da cidade de São Paulo, gerando, pois, a expressão “gente diferenciada” para se referir à massa trabalhadora que comumente utiliza o metrô. O texto II apresenta reflexões sobre o tipo de leitura oferecido à classe C em tempos de “corrida do ouro”, tanto em mídias impressas quanto digitais, ressaltando os valores culturais comumente atribuídos a essa classe e, como consequência, as leituras que esse grupo possivelmente busca realizar.

Questão 15Comentário: A proposta de redação, baseada na temática geral da prova, orienta a escrita sobre contrastes entre classes sociais. Desse modo, é necessário analisar prováveis cenários em que tais contrastes se evidenciam, sobretudo na realidade brasileira. É desejável que se procure desenvolver o texto propondo uma tese que vise a problematizar a temática. A partir daí, deve-se propor argumentos que fundamentem seu ponto de vista. Algumas sugestões:

• Grande parte dosmembros da chamada elite não sepreocupa satisfatoriamente com o desenvolvimento sociocultural da maior parte da população;

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• Écomum,entremuitosmembrosdasclassesabastadas,haver um certo estímulo à promoção da própria imagem por meio de recursos que promovam a ideia do comportamento “politicamente correto”, como contribuir para o resgate de vítimas de tragédias internacionais;

• Muitasvezes,aprópriamídiareforçaosmecanismosdemanutenção do abismo entre as classes, como na exibição de programas televisivos e na publicação de textos jornalísticos que, de um modo geral, não contribuem para a formação crítica das massas.

O aluno deve escolher as melhores estratégias para a consolidação de seu ponto de vista e, na conclusão, encerrar a discussão de uma forma clara e bem articulada. Estratégias argumentativas, como o uso de exemplos, contextualização histórica, raciocínio de causa e consequência, mecanismos de contraste, etc., são desejáveis.

Seção Enem

Questão 01Comentário: Nessa proposta, deve-se considerar, primeiramente, a situação-problema já sinalizada na formulação do tema: discutir sobre a persistência do grave quadro de violência contra a mulher, especificamente na sociedade brasileira. Para isso, pode-se valer da estratégia de explicitar, na introdução do texto, uma tese que aponte essa dinâmica, por exemplo, relacionando-a a uma possível razão para sua ocorrência, como a sustentação de uma cultura machista e patriarcal, no Brasil, ainda nos dias de hoje. Baseando-se nos textos de apoio – que apontam campanhas e dados relativos à violência contra a mulher –, deve-se problematizar, por meio de variadas e produtivas estratégias argumentativas, a perpetuação (ou até o aumento) desse violento quadro. Uma sugestão é desenvolver a temática por meio de causas e consequências da manutenção da violência contra a mulher no Brasil, assim como avanços e desafios acerca dessa questão. É importante que, de um modo geral, seja mostrado que a violência contra a mulher, inclusive a física, é consequência de séculos de manutenção de uma violência simbólica contra esse gênero, perceptível nas mais diversas esferas cotidianas. Em relação à proposta de intervenção, é necessário que se forneçam ações práticas, viáveis, detalhadas e consoantes aos problemas apresentados na argumentação, como a ampliação de programas e políticas de proteção à mulher, além de campanhas educativas que divulguem esses instrumentos. Além desses aspectos, deve-se estruturar as ideias por meio de argumentos coesos e coerentes e de acordo com a norma-padrão da língua.

Questão 02 – Letra AEixo cognitivo: II

Competência de área: 6

Habilidade: 18

Comentário: Considerando a multiplicidade de fontes de informação e de ferramentas disponíveis na Internet, Pierre Lévy afirma que é necessário “ceder [...] a seu respeito lúdico para descobrir [...] os sites que mais se aproximam de nossos interesses profissionais ou de nossas paixões e que poderão, portanto, alimentar da melhor maneira possível nossa jornada pessoal”.

Percebe-se, portanto, que, para o autor, a Internet se destaca por possibilitar múltiplos caminhos para o acesso à informação, o que configuraria um processo de aprendizagem e aquisição de conhecimento variável. Desse modo, a resposta à questão é a alternativa A.

Questão 03 – Letra DEixo cognitivo: II

Competência de área: 7

Habilidade: 21

Comentário: Segundo o enunciado, o texto aborda a possível influência da indústria de brinquedos sobre a representação do corpo feminino, sem mencionar, entretanto, se essa abordagem é positiva ou negativa. A partir da leitura do texto, percebemos em várias passagens que essa abordagem não é imparcial e que os autores buscam comprovar essa influência maléfica por meio de uma série de comparações entre a proporcionalidade do corpo de uma mulher verdadeira e a do corpo da boneca (pescoço, cintura e quadril), mostrando o quão irreal é o corpo de uma Barbie.

Questão 04 – Letra EEixo cognitivo: II

Competência de área: 6

Habilidade: 18

Comentário: O texto-base da questão é estruturado a partir de duas estratégias que marcam a relação entre as ideias. Em “A gentileza é algo difícil de ser ensinado e vai muito além da palavra educação”, evidencia-se o contraste entre a “gentileza” e a “educação”. A primeira “extrapola as regras” da segunda, conforme afirma o próprio enunciado da questão. Portanto, logo no início do texto, há uma oposição entre esses dois conceitos. Em seguida, informações que caracterizam a “gentileza” são apresentadas: “Ela [a gentileza] é difícil de ser encontrada, mas fácil de ser identificada”; “acompanha pessoas generosas e desprendidas”; “é uma atitude desobrigada, que se manifesta nas situações cotidianas e das maneiras mais prosaicas”. Nota-se, assim, um acréscimo de ideias, as quais delimitam o conceito de “gentileza”. A alternativa correta é, portanto, a letra E.

Questão 05 – Letra CEixo cognitivo: II

Competência de área: 6

Habilidade: 18

Comentário: O texto I trata, no primeiro parágrafo, das mudanças nas relações sociais ocasionadas pelos novos hábitos de comunicação via Internet e, no segundo, explica de que modo funciona o Twitter. Não há evidências de que o autor deseje advertir os leitores sobre essas mudanças, ensinar-lhes maneiras de agir nesse contexto ou advertir sobre os perigos do uso do Twitter. O autor também não afirma que o microblog seja preferido pelos internautas. Desse modo, está correta a alternativa C.

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Questão 06 – Letra CEixo cognitivo: II

Competência de área: 6

Habilidade: 18

Comentário: A notícia é estruturada em três partes:

Fato: O Ibama incinerou 110 quilômetros de redes de pesca

apreendidas na divisa entre os estados do Pará, Maranhão

e Tocantins.

Objetivo / finalidade dessa operação: O Ibama, cumprindo sua

função, buscou evitar o risco da extinção de animais e preservar

a economia da região.

Resultado: Quinze toneladas de peixes foram doadas

a instituições de caridade.

CAPÍTULO – A4Cartas

Exercícios de aprendizagem

Questão 01 Comentário:

A) Dentre as razões que podem explicar a preferência da

carta ao e-mail, podemos citar o preço. Apesar de 54%

das residências brasileiras estarem conectadas à Internet

(segundo pesquisa TIC Domicílios 2016, do Cetic.br), 26%

dos domicílios desconectados afirmam que a conexão

é cara, enquanto 18% mencionam falta de interesse.

A postagem de cartas comerciais, por sua vez, de acordo

com pesquisa recente ao site dos Correios, varia entre

R$ 1,85 a R$ 6,85 para correspondências até 20g. Já a

carta social, instituída em 1985 para beneficiar a população

menos favorecida e facilitar seu acesso aos serviços postais,

custa R$ 0,01 e desde 2012 só pode ser utilizada por

beneficiários do programa Bolsa Família.

Outra razão que explica a preferência pela carta é o fato

de ela ser palpável e manuscrita, fatores que a tornam

mais pessoal que outros meios de comunicação similares.

Cartas de amor, por exemplo, costumavam ser borrifadas

com perfumes ou marcadas com batom e lágrimas. Nos dias

de hoje, tais expressões de sentimentos se dão pelo uso

de emojis, as imagens comumente usadas em conversas

informais por aplicativos e e-mails.

B) Assim como o fax foi superado pelo advento da Internet no

finaldosanos90,oe-mail também pode estar com seus

dias contados. Se por um lado há grupos que duvidam

que o correio eletrônico caia em desuso, por outro lado

é fácil notar que as pessoas usam-no cada vez menos.

Hoje o e-mail está sendo ameaçado por aplicativos disponíveis em smartphones que permitem a comunicação rápida e facilitada pelo Facebook, WhatsApp, Messenger e Telegram, entre outros.

C) Formalmente, o texto do postal deve ser estruturado com local e data, vocativo, um texto breve, além de despedida e assinatura. Se a sugestão é contar à família que foi aprovado no vestibular, ele pode começar com “Querida família” ou “Queridos pai e mãe”. Em seguida, em um ou dois parágrafos curtos e objetivos, comunicar-lhes a boa notícia. É importante que o texto ocupe, preferencialmente, apenas o lado esquerdo do postal, deixando a direita para carimbos dos Correios e selos adicionais, se estes forem necessários, além do endereço do destinatário. O conteúdo do postal deve conter mensagens simples, sem textos caracterizados como mensagem privada, pois os postais não são lacrados em envelopes como as cartas, podendo os textos serem lidos por qualquer pessoa.

Questão 02Comentário:

A) De acordo com o texto, as cartas podem contribuir para o amadurecimento tanto do remetente quanto do destinatário porqueseconfiguramcomoumexercíciodetroca.Seumacarta se presta a aconselhar ou a orientar alguém, resultou deumprocessodereflexãodequemaescreveu,servindo,assim, também ao aperfeiçoamento da conduta do próprio remetente.Odestinatário,porsuavez,tambémsebeneficiacom os conselhos, orientações e informações recebidas, podendo retribuir o auxílio mais tarde.

B) “Considerada como um dos mais antigos meios de comunicação, a carta ainda hoje persiste e insiste em sobreviver, apesar dos avanços tecnológicos da era comunicacional.” Seria possível usar outras expressões com sentido semelhante, como “em existir” ou “em manter-se presente”.

Questão 03Comentário:

A) Segundo a autora, o estigma negativo sobre o Rio de Janeiro parece ser um clichê, ou seja, reproduz-se a avaliação negativa sobre a cidade sem que haja crítica ou reflexãoalgumasobreoassunto.Dessaforma,aautoradeixa dúvidas se a situação do Rio é realmente alarmante e preocupante ou se essa visão corresponde a uma imagem que acabou sendo cristalizada pela sua repetição.

B) Naprimeirafrase,“cariocas”identificaaquemserefereopronome “nós”; na segunda frase, remete ao interlocutor do texto, com quem se dialoga.

C) Sugestão 1: porque isso você vê todos os dias, mesmo estando distante.

Sugestão 2: porque isso você vê todos os dias, embora esteja distante.

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Questão 04Comentário: Nessa proposta, o objetivo é redigir uma carta ao deputado Jean Wyllys a fim de concordar com sua opinião, reforçando seus argumentos, ou discordar dela, evidenciando falhas em sua argumentação. Para isso, é necessário que se compreendam bem as ideias do autor. O deputado solicita que o prefeito de São Paulo não sancione a lei que institui no estado o dia do orgulho heterossexual. Ele fundamenta sua solicitação em diversos argumentos que, por sua vez, baseiam-se no princípio de igualdade entre os cidadãos e no direito à diferença. A partir da ideia de que o legislador deve tratar de maneira igual os iguais e de maneira desigual os desiguais, ele considera legítimo que haja um dia do orgulho homossexual, ou um dia da consciência negra, ou um dia da mulher, mas não que seja cabível instituir um dia do orgulho heterossexual. Fazendo referência a filósofos, a juristas e a documentos que regem o respeito aos direitos humanos, o deputado explica que homossexuais, mulheres e negros devem ser tratados de maneira desigual tendo em vista que são grupos estigmatizados, que constantemente têm sua autoestima atacada por maiorias. Na carta, deve-se deixar claro o posicionamento em relação à solicitação de Jean Wyllys e aos argumentos usados por ele. Qualquer posicionamento é aceitável, desde que bem fundamentado. Se de concordância, pode-se, por exemplo, fazer menção a outros grupos que também recebem tratamento desigual por parte dos legisladores, mostrando, por exemplo, de que modo esse tratamento contribui para diminuir o estigma que carregam e melhorar-lhes a autoestima. Se de discordância, pode-se contra-argumentar a ideia de que desiguais devam ser tratados de maneira desigual, evidenciando que esse tratamento perpetua a estigmatização. Essas são, entretanto, apenas sugestões de abordagem, e pode-se optar por outra, desde que seja consistente. Pelo fato de a proposta não especificar o perfil do remetente da carta, é possível identificar-se como um leitor do site do deputado, como simplesmente um cidadão, como alguém que apoia a instituição do dia do orgulho heterossexual ou mesmo como alguém que pertença a um grupo específico, como um homossexual. Vale lembrar, entretanto, que a escolha de um remetente específico certamente influenciará a forma de abordagem e o tipo de argumento a ser usado na carta. Formalmente, o texto deve estruturar-se em local e data, vocativo, corpo da carta, despedida e assinatura. Vale observar, ainda, que tanto o conteúdo quanto a linguagem da carta devem moldar-se com base no perfil do destinatário. O texto não deve, assim, conter ideias ou linguagem ofensivas. A forma de tratamento também deve ser adequada ao destinatário. Desse modo, no vocativo, deve-se usar “Excelentíssimo Senhor Deputado” e, ao longo do texto da carta, o pronome de tratamento pode ser “V.Ex.ª”, caso se faça a opção por um tratamento mais cerimonioso, ou “Senhor”, caso se opte por um tratamento menos formal. É necessário, ainda, que se observem a coerência e a coesão entre as ideias a fim de que o texto seja considerado bem estruturado.

Questão 05Comentário: Para responder a essa proposta de redação, deve-se, primeiramente, ter em vista o próprio posicionamento em relação à questão apresentada pelo enunciado, uma vez que esse posicionamento é o que deve definir a situação de interlocução no texto final. Isso porque, se o ponto de vista defendido for o de que há competição entre homens e mulheres, deve-se dialogar com Sonia Azambuja; se ele for, entretanto, de que essa relação é de complementaridade, deve-se dialogar com Cláudio Antônio de Mauro. Em ambos os casos, a carta deve contra-argumentar as ideias do destinatário. Sonia Azambuja defende que, caso homem e mulher não consigam agir em relação de complementaridade, o que restará a ambos será a solidão e a frustração de sonhos pessoais que, com o auxílio do outro, poderiam tornar-se realidade. Para refutar essa ideia, pode-se citar exemplos que demonstrem que tanto homens quanto mulheres podem se sentir satisfeitos, realizados e concretizarem seus sonhos, ainda que não se enquadrem nos padrões sociais estabelecidos para a relação homem / mulher. Cláudio Antônio de Mauro, por sua vez, vê as mulheres como minoria, vivendo em um mundo cujos ideais dominantes são masculinos. Para esse autor, valores femininos seriam opostos a esses ideais e capazes de iniciar uma revolução que auxiliaria na mudança das regras sociais. A ideia de oposição / embate seria, nesse contexto, essencial para modificar o status quo vigente. Para contra-argumentar, pode-se alegar que, ainda que o embate seja necessário num primeiro momento, ele não precisa vigorar indefinidamente, pois a própria existência de contra-discursos acaba forçando a sociedade a mudar com o tempo. Exemplos que demonstrem como os lugares sociais de homens e mulheres hoje não são mais tão bem definidos podem auxiliar na comprovação dessa opinião. O texto deve estruturar-se em local e data, vocativo, – corpo de carta – contendo tese e argumentos que a sustentem e despedida, não devendo ser assinada, conforme orientação do enunciado. O texto deve, ainda, conter marcas linguísticas de interlocução a fim de que se configure como carta, além de estar de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa.

Questão 06 Comentário: De natureza persuasivo-argumentativa, o gênero carta aberta manifesta publicamente, por meio de órgãos de imprensa, a opinião de uma pessoa ou de um grupo de pessoas a respeito de um problema. Ela tem a finalidade de persuadir um interlocutor específico a tomar consciência do problema e a se mobilizar para solucioná-lo. O texto denuncia os fatos, analisando-os; sugere e reivindica ações resolutivas, mobilizando a opinião pública para a adesão ao ponto de vista do locutor. Para isso, o locutor deve construir a imagem do interlocutor e as estratégias adequadas para convencê-lo. O texto escrito ao COI pode conter alguns relatos de situações presenciadas pelo locutor da carta, bem como mostrar que a prática excessiva de exercícios traz consequências negativas à saúde.

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16 Coleção EM2

Entre essas consequências, podem-se citar alterações no metabolismo, baixa resistência imunológica, fadiga crônica, alterações de humor, aumento de incidência de contusões, entre outras. É importante que se evidencie que um quadro como esse, em vez de garantir preparo ao competidor, diminui o seu desempenho atlético. Desse modo, todo o esforço acaba perdido. O alto nível de estresse pode também prejudicar as relações sociais do atleta. Seria interessante ressaltar, ainda, que todos esses efeitos nocivos podem colocar em risco os propósitos esportivos e olímpicos.

Questão 07Comentário: Para atender a essa proposta, deve-se redigir uma carta aberta a fim de persuadir a sociedade a participar de uma campanha governamental cujo objetivo é diminuir a violência contra mulheres pela aplicabilidade da Lei Maria da Penha. É possível mencionar diversos argumentos que auxiliem nesse objetivo. A violência contra a mulher é condenável por si só pela dor física, psicológica e pela degradação moral que destrói a autoestima – e, muitas vezes, a vida – das vítimas, mas há outros aspectos nefastos que atingem a sociedade em geral. Tal como fica sugerido no texto II, pode-se argumentar que a violência contra a mulher afeta toda a família, tanto pelos danos psicológicos que ela imputa à mulher e aos filhos, como pelo fato de que pode contribuir para a perpetuação dessa prática, uma vez que crianças tendem a incorporar e a reproduzir, na vida adulta, práticas comuns nos contextos em que foram criadas. Como o objetivo é persuadir a sociedade a se mobilizar contra a violência doméstica, pode-se mencionar que a ausência de denúncias é um fator que corrobora sua perpetuação. Pode-se, assim, incentivar as denúncias, seja encorajando as mulheres a fazê-las, seja solicitando aos cidadãos em geral que não sejam coniventes ao saberem da prática de violência doméstica, ainda que esta não os atinja diretamente. A carta deve conter um título informativo, como “carta aberta à população brasileira contra a violência doméstica”. O vocativo é opcional, mas o texto deve conter marcas de interlocução para que se configure como carta. Ainda vale lembrar das orientações do enunciado, segundo as quais a carta deve ser assinada como “um cidadão brasileiro” ou “uma cidadã brasileira”, além de ser redigida na variedade padrão da Língua Portuguesa.

Questão 08Comentário: Para atender a essa proposta de redação, deve-se redigir uma carta do leitor à Agência Brasil, manifestando-se sobre a questão da população carcereira, que sofre maus-tratos no sistema prisional brasileiro. A carta deve ser estruturada com local e data, vocativo, texto e despedida, e deve ser redigida de acordo com a norma--padrão da Língua Portuguesa e conter marcas linguísticas que evidenciem a interlocução entre o remetente e o responsável pelo site. Como é possível perceber, a política de encarceramento brasileira e as condições do sistema para recuperação dos detentos não possibilita a reabilitação desses cidadãos, que têm seus direitos humanos violados, agravando ainda mais um quadro já pouco favorável para o país.

Obviamente, é importante que se tenha a visão de que os direitos humanos valem para todos, independentemente de sua conduta ou da vida que levam. Do mesmo modo, também é importante que cada um possa expressar sua opinião livremente. Na carta, pode-se falar sobre o impacto social desse tipo de tratamento recebido pelos presos e dizer sobre o que pensa sobre a atuação do sistema carcerário em relação aos detentos. A seção carta do leitor é um espaço para opiniões e debate, por isso é importante que argumentos bem fundamentados façam parte do texto, para que o leitor tenha seus pontos de vista reconhecidos e considerados.

Questão 09Comentário: Para atender a essa proposta, deve-se redigir uma carta do leitor a fim de dialogar com um dos textos que fazem parte da coletânea apresentada pela proposta. Entre eles, apenas o de Sírio Possenti não reprova o livro adotado pelo MEC. Nos demais, entende-se que o livro legitima o erro. Pode-se escolher qualquer um dos textos e tanto concordar quanto discordar das ideias apresentadas. Deve-se, entretanto, abordar a temática discutindo-a sob o enfoque da variação linguística no contexto da educação. Nesse sentido, não há nada de errado com o livro. Embora ele apresente a regra de concordância vigente na norma popular, ele também apresenta a regra da norma-padrão e alerta para a necessidade de se prestar atenção aos contextos linguísticos em que cada uma pode / deve ser usada. Há que se considerar, ainda, que é um livro voltado à educação de jovens e adultos e, portanto, de pessoas que não receberam educação formal na infância e que têm grande possibilidade de falar utilizando a norma popular. Dessa forma, partir da variedade linguística que elas dominam a fim de apresentar-lhes a regra da norma-padrão é uma boa estratégia, não apenas do ponto de vista didático, como também da perspectiva de respeito ao contexto social e cultural do aluno e, portanto, à diversidade. A carta deve ser estruturada em local e data, vocativo, texto, despedida e assinatura, além de ser redigida na variedade formal da Língua Portuguesa.

Exercícios propostos

Questão 01Comentário: Essa proposta de redação requer uma abordagem mais pessoal, uma vez que se deve redigir um texto especificamente sobre a profissão que se deseja seguir. O enunciado exige, entretanto, que o texto apresente algumas informações essenciais. Deve-se, assim, contextualizar o tema, explicitar e explicar a área profissional em que se deseja atuar no futuro, discutir e posicionar-se sobre o que considera essencial para o bom exercício de uma profissão. Vale observar que o conjunto dessas exigências / orientações já fornece um bom esquema para o planejamento do texto, de modo que, se as orientações forem seguidas à risca, podem facilitar em grande parte a composição do texto. Para desenvolver o tema, pode-se fazer referências explícitas, devidamente identificadas, às ideias apresentadas nos textos motivadores. Esses textos têm em comum o fato de sugerirem aos jovens

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Esses textos têm em comum o fato de sugerirem aos jovens profissionais que procurem conhecer bem suas áreas de atuação, que tenham humildade para sempre continuar aprendendo e se tornando melhores e, principalmente, que tenham paixão pela profissão que escolherem. Desse modo, pode-se repensar essas sugestões genéricas, especificando-as em favor da profissão sobre a qual se deseja tratar no texto. O texto final deve atender a todas as orientações do enunciado e apresentar as ideias organizadamente, em linguagem culta formal.

Questão 02Comentário: Para atender a essa proposta, deve-se redigir uma carta argumentativa ao secretário de Educação do estado em que reside. A carta deve, assim, compor-se de local e data, vocativo, texto e despedida. Deve-se adotar, no vocativo, a forma de tratamento “Excelentíssimo Senhor secretário de Educação do estado [...]”, de modo a adequar a linguagem da carta ao grau de formalidade exigido pelo cargo do interlocutor. Para desenvolver o tema, deve-se, ainda, expor argumentos presentes no texto de Roberto DaMatta. É essencial, assim, abordar os problemas no trânsito sob a perspectiva da cidadania, procurando demonstrar que a forma como as pessoas se relacionam umas com as outras enquanto dirigem é reflexo de um modo de pensar arcaico, arraigado na cultura brasileira, segundo o qual os indivíduos julgam ter mais direitos e menos obrigação de cumprir as leis. A solicitação dirigida ao secretário pode, assim, não apenas solicitar a inclusão de conteúdos voltados para a educação no trânsito no currículo do Ensino Médio, mas também demonstrar que são necessárias medidas educativas mais amplas, destinadas a formar melhor os brasileiros como cidadãos. O texto final deverá ser coeso, coerente e redigido de acordo com os padrões da norma culta.

Questão 03 – Letra B Comentário: A resposta correta é a letra B. A afirmação II pode ser comprovada porque a frase “Tem um doente em casa” apresenta-se como causa de ela solicitar que Filipe fale baixo, além de reforçar esse pedido por meio da interjeição “Psiu!”, que implica, nesse contexto, silêncio. A afirmação III é verdadeira, pois Felipe utiliza o vocábulo “então”, uma conjunção conclusiva, para enfatizar que, se não era o pai de Mafalda que estava doente na casa dela, ele concluiu que seria, portanto, a mãe dela. A afirmativa IV se comprova pelo fato de os elementos não verbais do último quadrinho atestarem as respostas anteriores de Mafalda, ao ser representado um globo deitado em uma cama, além de destacar o humor presente na tira. No último quadro, comprova-se que não eram os pais de Mafalda que estavam doentes, mas sim que havia outro tipo de “gente doente” em casa, ou seja, há uma quebra de expectativa ao se esperar uma pessoa doente, ao contrário do globo. A afirmativa I está errada, porque, pelo modo espontâneo com que Filipe cumprimentou Mafalda e pelas perguntas quanto a seus familiares, pode-se inferir que ele conhece o ambiente em que se encontra, além disso, não há intenção da menina de constrangê-lo ao expressar o vocábulo “fala”, mas sim pedir a ele que faça silêncio.

A afirmativa V não pode ser comprovada, pois, embora no

último quadrinho haja a representação de um “globo doente”,

a situação comunicativa da tira em si não permite afirmar que

é feita uma dura crítica à situação em que o nosso mundo se

encontra, tampouco que Mafalda teria uma visão de que a

maior parte dos problemas mundiais da atividade não seriam

resolvidos com cuidados especiais.

Questão 04 – Letra AComentário: A questão solicita que se identifique o objetivo

geral da carta aberta, tendo em vista sua relevância na

contemporaneidade. A alternativa A, segundo a qual a meta da

carta aberta é “informar e conscientizar as pessoas em geral

sobre um problema social ou político; assim, a carta aberta

instiga o seu leitor a sustentar o apelo que compõe o conteúdo

apresentado pelo seu produtor”, está correta. A alternativa B

está incorreta, porque não há um produtor mais credenciado

a redigir uma carta aberta, que pode ser escrita por qualquer

cidadão interessado em discutir um problema. A alternativa C

está incorreta, porque nem sempre a carta aberta faz uma

reivindicação; embora isso seja algo comum, uma carta aberta

pode apenas denunciar e discutir um problema. A alternativa D,

por fim, está incorreta, porque a carta aberta pode ter –

e normalmente tem – outros objetivos além do de promover

uma reflexão crítica sobre um problema qualquer.

Questão 05 – Letra CComentário: Na alternativa C, analisa-se a ocorrência de

linguagem coloquial na expressão “eu sei que vou te amar”.

Na modalidade padrão, a forma a ser empregada seria “eu sei

que vou amar-te”, utilizando-se o pronome oblíquo posposto

à locução verbal. Nas demais alternativas, são analisadas

expressões em que não há o emprego de linguagem coloquial.

A letra A não procede, porque o uso da segunda pessoa do

singular, “tua”, não é comum a situações menos formais, ao

contrário, é usual a forma de tratamento na terceira pessoa:

“sua”. A letra B não é verdadeira, pois o verbo “haver”, no

contexto empregado, não é uma forma típica do português

falado espontaneamente. A letra D não procede, pois, na

linguagem coloquial, prevalece a ordem direta, em detrimento

de inversões linguísticas, como a apresentada no verso em

questão, “A cada ausência tua, eu vou chorar”.

Questão 06 – Letra CComentário: A resposta a essa questão é a alternativa C.

A repetição do termo “sempre” não reforça uma ideia de

contradição entre a “lição número 1” do repórter e a “regra de

ouro” do leitor, mas sim reforça como a “regra de ouro” deve ser

construída: com o leitor mantendo sempre a cabeça aberta ao

que lê. Nas demais alternativas, as análises dos elementos de

coesão empregados para a construção de sentido, nas referidas

frases, apresentam-se como corretas.

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18 Coleção EM2

Questão 07 – Letra B Comentário: A afirmativa II é verdadeira porque a repetição da frase “Tirar a roupa” constitui uma estratégia do produtor para influenciar e impactar o leitor do texto, uma vez que os sentidos comumente atribuídos a essa expressão trazem um sentido de apelo ao consumo e ao sucesso. A afirmativa III procede porque o texto analisado trata-se de um anúncio publicitário com destinação preferencial ao público feminino visto o produto que se infere estar sendo anunciado, um calçado Azaleia, marca de calçados femininos, e visto as expressões referentes a mulheres, como “Ser descoberta” e “Ter um filho de pai famoso”. A afirmativa V é verdadeira, pois o enunciado “Agora tem um jeito mais fácil de você virar celebridade” relaciona-se contextualmente com as demais frases do texto – sobre como virar uma celebridade –, além de se conectar, por consequência, com o termo “solto” celebridade e a marca anunciada, Azaleia. A afirmativa I não é verdadeira porque o sentido da expressão “Tirar a roupa” não se encontra somente no sentido denotativo; além disso, esse termo se apresenta em diversos contextos em que essa ação pode ser praticada para se tornar uma celebridade, e não apenas em um, como pontado. A afirmativa IV é falsa porque a maneira como a palavra “celebridade” está grafada e o contexto em que foi empregada não apontam uma evocação da questão das desigualdades sociais.

Questão 08 – Letra DComentário: O termo “patrulhador”, utilizado no texto II, estabelece uma relação de sentido com o verbo “caçar”, presente no título, pois, no contexto em que se insere, pode-se entender o Estado como um agente “à caça” de símbolos e manifestações de cunho religioso. A alternativa A não é verdadeira, pois o texto I não opõe semanticamente os verbos “cassar” e “caçar” presentes no título; ao contrário, esses nomes se complementam no contexto expresso. A alternativa B não procede, pois o texto II se diverge em opinião dos textos I e III. A alternativa C é falsa, pois o fato de o produtor / leitor do texto III se declarar ateu não implica que ele desconhece o conteúdo expresso no texto I.

Seção Enem

Questão 01Comentário: Essa proposta solicita que se aborde o tema “Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado”. Trata-se de um tema bastante familiar aos jovens, que, em sua maioria, possuem perfis em redes sociais, mesmo que o acesso a elas não seja ainda abrangente. Dessa forma, além de se valer dos textos motivadores, pode-se valer também das experiências pessoais. O primeiro texto da coletânea traz a informação de que a ONU declarou como direito fundamental do ser humano o acesso à rede e acrescenta que, a partir dessa declaração, os governos começaram a se mobilizar para expandir o acesso gratuito à Internet.

O segundo texto, por sua vez, informa que a utilização da rede é, no mundo atual, parte importante na socialização dos indivíduos. Entretanto, destaca, também, o risco de se divulgarem certas informações, as quais poderiam comprometer a reputação ou a segurança dos usuários. Deixa implícito, ainda, que muitos deles não sabem discernir os limites entre o público e o privado. O terceiro texto, que finaliza a coletânea, contesta a sociedade do controle. Se articulada ao primeiro texto da coletânea, a tirinha poderia motivar uma discussão sobre a atuação dos governos, que, em contrapartida à ampliação do acesso à rede, poderiam criar mecanismos de controle social, os quais comprometeriam o direito à privacidade dos indivíduos. Assim, para elaborar a redação, pode-se lançar mão dessas ideias para problematizar a abordagem. Além disso, vale expandir a discussão, apresentando exemplos que demonstrem tanto as vantagens quanto os riscos de se “viver online”. Nesse sentido, é interessante questionar o fato de que a rede, por si só, não oferece riscos iminentes aos usuários. A maioria dos problemas ligados à Internet, como o cyberbullying e o rastreamento e o roubo de dados, está relacionada ao fato de os internautas exporem-se em demasia. Para finalizar a redação, deve-se, ainda, apresentar propostas de intervenção que tenham como objetivo conscientizar as pessoas sobre o melhor modo de usar a rede. Para isso, pode-se sugerir que instituições sociais como família, escolas, universidades e igrejas atuem, abordando e discutindo constantemente o tema. Pode-se sugerir, também, que os próprios internautas sejam incentivados a denunciar crimes virtuais. Essa atitude, em consonância com um desempenho mais efetivo das autoridades no objetivo de apurar esse tipo de crime e punir os responsáveis, certamente surtiria efeito não apenas em coibir abusos, mas também em alertar os internautas em relação aos perigos que a rede oferece. Vale observar que o texto deve ser organizado atentando para a coerência e a coesão entre as ideias apresentadas e estruturado em linguagem formal, de acordo com o padrão culto da língua.

Questão 02 – Letra CEixo cognitivo: II

Competência de área: 7

Habilidade: 22

Comentário: Essa questão solicita que se verifique o ponto de interseção entre os textos. A partir da leitura, percebe-se que ambos apontam para a incapacidade política para agir de modo eficaz na resolução das mazelas sociais, o que torna correta a alternativa C. As demais alternativas não contêm ideias comuns aos dois textos: a necessidade do trabalho voluntário para a resolução de problemas sociais só é mencionada no texto I, assim como a importância de ações preventivas e a sugestão de se criar um órgão público semelhante ao SUS só são mencionadas no texto II. A ideia de que é impossível agir de modo eficaz e preventivo diante de ações da natureza não está presente em nenhum dos textos.

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19Bernoulli Sistema de Ensino

Questão 03 – Letra D

Eixo cognitivo: II

Competência de área: 8

Habilidade: 26

Comentário: Detalhes como o uso de ênclise em início

de período (“Refiro-me”), o emprego de um pronome de

tratamento típico de contextos formais (“Vossa Excelência”)

e a utilização de vocabulário rico (“conjurada”, “propensa”),

adequado à interlocução que se estabelece com a autoridade

máxima do país, comprovam que a carta foi elaborada em

linguagem culta, como evidencia a letra D.

Questão 04 – Letra E

Eixo cognitivo: III

Competência de área: 5

Habilidade: 15

Comentário: O tom elogioso presente na alternativa E se

justifica pelo fato de que o termo “tombamento” – ato de se

colocarem bens móveis e imóveis sob a guarda do Estado

com o objetivo de preservá-la e protegê-los – traz em si um

caráter positivo.

Questão 05 – Letra D

Eixo cognitivo: II

Competência de área: 8

Habilidade: 26

Comentário: Essa questão explora a capacidade de avaliar

corretamente a situação em que um texto se insere. Desse

modo, é preciso reconhecer que, em uma carta de solicitação

de emprego, deve ser utilizada uma linguagem formal, objetiva

(denotativa), em que se evidencie a obediência à norma-

padrão. A alternativa correta é, portanto, a letra D. As demais

apresentam características que devem ser evitadas em uma

situação sociocomunicativa mais formal, como é, por exemplo,

uma solicitação de emprego.

CAPÍTULO – B3Parnasianismo

Exercícios de aprendizagem

Questão 01

Comentário: Nessa questão, deve ser realizada uma síntese

sobre o estilo de época Parnasianismo, dividindo-a em quatro

partes: contexto sociocultural, caractrísticas principais,

principais recursos da linguagem e principais autores e obras.

Questão 02 – Letra AComentário: A resposta correta para essa questão é a

alternativa A, uma vez que o procedimento utilizado por Cruz

e Sousa, no trecho do poema transcrito, é a onomatopeia.

No verso “Ri, ri risadas de expressão violenta”, pode-se inferir

o som de uma risada por meio de um eco próximo do verbo

“rir”, na terceira pessoa do singular, com o início da palavra

“risadas”, mimetizando, assim, o som de uma risada. A segunda

alternativa está correta, porque o último verso apresenta eco

nas palavras “responde” e “onde”. Na terceira alternativa, o

eufemismo acontece por meio da expressão “ao firmamento

voou”, significando que a pessoa “morreu”. Na última

alternativa, há a onomatopeia nas aliterações e assonâncias

da expressão “café com pão”, que, por meio de sua repetição

integral, mimetiza o som de um trem andando.

Questão 03 – Letra DComentário: O trecho transcrito do “Poema da necessidade”,

de Carlos Drummond de Andrade, caracteriza-se pela presença

de anáfora, figura de linguagem que consiste na repetição

de palavras no início de frases ou versos. Esse recurso é

representado, no fragmento em questão, pela expressão

“é preciso”, que inicia os quatro versos.

Questão 04Comentário: As palavras que designam onomatopeia são

“retintim” e “zoada”. A primeira mimetiza o som metálico das

ferramentas. A segunda representa o barulho que vem do

cortiço. A função dessas onomatopeias é imprimir um caráter

mais sensível, próximo às sensações percebidas pelos nossos

sentidos. No caso, o sentido da audição é o destacado.

Questão 05 – Letra DComentário: Os objetos trabalhados pelo poeta e pelo

ourives, respectivamente, são a palavra e o ouro, comparação

que alude à característica parnasiana de elaborar rigorosa e

meticulosamente cada verso em busca da perfeição formal,

o que pode ser comprovado na primeira estrofe citada do

poema de Olavo Bilac: “Imito o amor / Com que ele, em ouro,

o alto-relevo / Faz de uma flor”.

Questão 06 – Letra BComentário: O ourives é um artesão que fabrica objetos com

metais preciosos, prata e ouro principalmente. Ele precisa

dominar as técnicas para a confecção dos objetos e também

as propriedades de cada metal utilizado. Da mesma forma,

o poeta parnasiano deve compreender bem as possibilidades

semânticas e sonoras das palavras para compor seu poema.

O ponto comum entre o poeta e o ourives é, portanto, o cuidado

formal na construção do objeto (ourives) e do poema (poeta).

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20 Coleção EM2

Questão 07 – Letra BComentário: As principais características do Parnasianismo que podemos perceber nos versos citados são o preciosismo formal, com o objetivo de alcançar a perfeição por meio da elaboração detalhada e paciente do verso, e o domínio técnico acompanhado de um antirromantismo, que valorizava o trabalho sobre a forma em detrimento da inspiração. A alternativa B apresenta, portanto, uma qualidade não valorizada no ato da criação parnasiana.

Questão 08 – Letra AComentário: A primeira estrofe focaliza a beleza material do palácio por meio da sedução visual sugerida por palavras preciosas (raras) como “pórfiro” (cristal brilhante, incrustado no mármore) e “nácar” (madrepérola). O brilho é a característica dominante. A segunda estrofe é uma representação verbal do próprio desejo, cuja extensão se mostra nas expressões “sem fim” e “vida inteira”, e a intensidade, pelo “sangue fervente”. A palavra “sensualidade” resume o sentido dessa estrofe. A terceira estrofe, que se inicia pelo advérbio “talvez” (uma dúvida), é um convite à reflexão e é composta por versos intensos do ponto de vista emocional. O sentimento de tristeza se faz presente no verbo “gemer” e no adjetivo “ferido”.

Questão 09 – Letra AComentário: Além do Parnasianismo, o Neoclassicismo foi um estilo literário que também priorizou a objetividade, a perfeição formal e o descritivismo, pois ambos os movimentos propuseram um retorno ao modo clássico de criação poética, com base no resgate de valores estéticos greco-latinos.

Questão 10 – Letra AComentário: O tema do soneto é a insuficiência das palavras para traduzir plenamente as emoções. Estas estão sempre além daquelas. Logo, a grande preocupação do poeta parnasiano (e de qualquer outro poeta) é explorar ao máximo as possibilidades das palavras para que elas consigam dizer o que ele pretende exprimir.

Questão 11 – Letra CComentário: A angústia do poeta está em saber previamente que a linguagem, por mais trabalhada que seja, é um instrumento muito precário para expressar toda a complexidade de certos pensamentos e estados da alma. O ideal do poeta é alcançar a forma perfeita para traduzir determinado conteúdo.

Questão 12 – Letra DComentário: O Parnasianismo valorizava a objetividade na criação poética em oposição ao subjetivismo romântico. O verbo “querer”, no trecho do poema de Olavo Bilac, transmite o desejo do eu poético de alcançar a precisão formal parnasiana por meio do trabalho estético minucioso, e não pela inspiração romântica, que valoriza a genialidade em detrimento da técnica.

Questão 13 – Letra CComentário: O poeta parnasiano se preocupa muito com a precisão das palavras. A escolha do vocabulário é rigorosa, assim como a definição da métrica, do ritmo e da rima, tudo se resumindo na expressão “culto da forma”. Portanto, a opção C é a exceção porque fala em “expressão instintiva” e nada é instintivo em um poema parnasiano. Tudo é pensado e calculado.

Exercícios propostos

Questão 01Comentário:

A) A relação de continuidade entre os dois textos é de ordem temática, ou seja, o desejo do amante de permanecer nos braços da amada durante mais tempo e a necessidade dela de que ele fosse embora para não prejudicá-la. Evidentemente, em ambos os casos, as relações amorosas são clandestinas, não sancionadas pelo sistema moral social.

B) Os versos do texto de Lupicínio são livres, ao passo que os deOlavo Bilac são rigorosamentemetrificados. Estáem voga o comparativismo e a questão em pauta tem o mérito de mostrar ao estudante que o mesmo tema pode merecer não só registros diferentes na mesma arte (no caso, a arte do verso), mas também abordagens até de artes diferentes, como a poesia e a canção popular.

Questão 02Comentário:

A) Ametrificaçãoérigorosamenteparnasiana.Todososversossão decassílabos. Exemplo:

“Co/mo/ que/res/ que eu/ vá/ tris/te e/ so/zi/nho”

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Vale lembrar que a contagem silábica de um verso vai até a última sílaba tônica.

Outra característica tipicamente parnasiana é a presença indefectível das rimas, ora pobres (“pedia-dizia”), ora ricas (“resplendeça-cabeça”).

B) O aspecto que mais aproxima esses versos de Bilac da estética romântica está na concepção do amor como paixão e transgressão. Sirva de exemplo os versos “Morrerei de afliçãoedesaudade...”e“Comoqueresqueeuvátristeesozinho”.

Questão 03Comentário: O valor dessa questão está na exigência de que o estudante tenha um conhecimento sólido do estilo de época parnasiano, não apenas teórico, mas também uma bagagem de leitura de poemas dos principais representantes dessa estética na literatura brasileira.

A) Parnasianismo.

B) São características do Parnasianismo a busca da perfeição formal (arte pela arte), o descritivismo minucioso, o retorno aos temas da antiguidade clássica, da mitologia greco- -romana, o ideal de objetividade e a metalinguagem.

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Questão 04 – Letra DComentário: A resposta a essa questão é a alternativa D, pois, assim como um ourives, que é um artífice em metais preciosos, como o ouro e a prata, no Parnasianismo o poeta atua como um lapidador de palavras ao exercer sua atividade poética.

Questão 05 – Letra BComentário: Entre as principais características do Parnasianismo, podem-se citar a técnica e a objetividade em oposição à inspiração e ao sentimentalismo românticos. Surgido no século XIX, o movimento é contemporâneo do Realismo e do Naturalismo, e a origem de seu nome é o Monte Parnaso, local em que a mitologia grega situa Apolo e as musas. Assim, a única alternativa correta é a B.

Questão 06 – Letra EComentário: A estética parnasiana não é caracterizada pela exaltação do “eu”, tampouco pela fuga da realidade presente, uma vez que prima por um ideal de objetividade, pela racionalidade e pelos temas universais ao se trabalhar com a linguagem. As demais alternativas apresentam elementos que caracterizam a estética parnasiana: oposição aos românticos e distanciamento das preocupações sociais dos realistas, apresentados na letra A; objetividade e culto à forma, apresentados na letra B; obsessão pelo adorno e contenção lírica, apresentados na letra C; e perfeição formal e volta aos motivos clássicos, apresentados na letra D.

Questão 07 – Letra BComentário: A resposta à questão é a alternativa B. A busca do máximo de subjetividade na elaboração do poema, separando o sujeito criador do objeto criado, não é um pressuposto que caracteriza o Parnasianismo. Esse estilo poético é marcado pela objetividade, opondo-se à inspiração, à subjetividade e ao sentimentalismo. As demais alternativas apresentam elementos que caracterizam a poesia parnasiana, como referência à mitologia greco-latina, preferências pelas formas poéticas fixas e regulares, depuração formal e preciosismo vocabular e linguístico.

Questão 08 – Letra EComentário: O preceito da arte pela arte consiste em que os parnasianos não atribuíam qualquer função utilitária à arte, como o engajamento ou a expressão de emoções, mas ao contrário, valorizavam a arte puramente pelo prazer estético que ela proporciona. Esse preceito está presente, portanto, nos versos da alternativa E, que tratam do próprio fazer poético.

Questão 09 – Letra DComentário: A alternativa incorreta é aquela que sugere uma semelhança entre Parnasianismo e Realismo pautada na crítica à sociedade, pois aquele, ao propor o conceito de arte pela arte, não atribuía funções práticas à poesia, como a crítica ou o engajamento social. O objeto da poesia era, portanto, sua própria construção.

Questão 10 – Letra CComentário: A resposta à questão é a alternativa C. A poesia parnasiana brasileira investiu mais no caráter plástico de suas imagens, ou seja, numa “arquitetura”, em um molde mais adequado para um poema, em que seriam criadas imagens rebuscadas sobre objetos de cunho artístico ou sobre elementos da cultura greco-romana, do que na musicalidade dos versos. Dessa forma, as demais alternativas atestam afirmativas contrárias a características da poesia parnasiana brasileira, como extremo sentimentalismo e linguagem de caráter nacionalista – apresentadas nas letras A e B, respectivamente – e poesia comprometida com questões de ordem social e tributária da vanguarda europeia no início do século XX – apresentadas nas letras D e E, respectivamente.

Questão 11 – Letra CComentário: A resposta à questão é a alternativa C. Os versos do poema de Olavo Bilac denunciam a busca da perfeição na expressão, visando ao universalismo, exemplificada pela grafia com iniciais maiúsculas nos termos “Beleza” e “Verdade”. Esse poema expressa a valorização da Antiguidade Clássica, característica comum nos poemas parnasianos. As demais alternativas se apresentam falsas quanto ao que o poema denuncia. As alternativas A e E indicam que o vocabulário é simples, há pouca preocupação com as qualidades técnicas do poema e que a forma de expressão é pouco idealizada, características contrárias ao que é expresso nos versos. A alternativa B é falsa porque afirma ser bastante evidente o caráter subjetivo na construção das imagens, ao contrário da objetividade usual por que primam os versos parnasianos. E a alternativa D é falsa porque afirma haver “metáforas pouco objetivas”, elementos esses inexistentes no poema em questão.

Questão 12 – Letra CComentário: Na poesia parnasiana, a criação poética é valorizada como técnica e trabalho sobre a forma, o que torna correta a alternativa C. Ao contrário do que se afirma nas demais alternativas, essa poesia apresenta objetividade em vez de evocar emoções, palavras em seu sentido denotativo e aproximação plástica com a escultura. O misticismo, a espiritualidade e a musicalidade, citados nas demais alternativas, são características da poesia simbolista, e não parnasiana.

Questão 13 – Letra BComentário: A oposição fundamental do texto referido de Raimundo Correia é a essência do ser versus aparência. Os versos exprimem que a aparência constitui a “máscara da face” e que, se fosse possível ver através dela, seria possível alcançar a essência. Desse modo, muitas das pessoas que são invejadas na sociedade, ao contrário, talvez causassem um sentimento de piedade, pois haveria a possibilidade de conhecer o essencial delas, o que está por detrás dos aspectos e sentimentos que aparentam socialmente.

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Questão 14 – Letra BComentário: Os versos de Alberto de Oliveira expressam as

seguintes características parnasianas: descrição minuciosa de

um objeto, ao detalhar de modo pormenorizado, nítido o objeto

taça, o que pode ser percebido nos versos “[...] de áureos

relevos, trabalhada / [...] brilhante copa, [...] / Toda de roxas

pétalas colmada!”; e busca de um tema ligado à Grécia antiga,

ao mencionar elementos, como deuses e lugares, relacionados

à Antiguidade Clássica, o que pode ser percebido nos versos

“Já de deuses a servir como cansada, / Vinda do Olimpo, a um

novo deus servia. / Era o poeta de Teos que a suspendia.”.

Questão 15 – Letra CComentário: A resposta a essa questão é a alternativa C, pois

a poesia que se concentra na reprodução de objeto decorativo,

exemplificado na estrofe de Alberto de Oliveira, assinala a tônica

da arte pela arte. Essa característica se faz comumente presente

na poesia parnasiana, em que há uma verdadeira contemplação

dos objetos descritos nos poemas, em que se prima pelo fazer

poético, preciso, com riqueza de detalhes.

Questão 16 – Letra CComentário: A afirmativa III contém o erro de classificar

como alexandrino o verso “Vai-se outra mais... mais outra...

enfim dezenas”, em vez de decassílabo. O verso contém

12 sílabas gramaticais, mas na contagem de sílabas poéticas

são consideradas 10, devido à união das vogais finais e iniciais

de algumas palavras e à peculiaridade de se contar até a última

sílaba tônica e, portanto, não inserir na contagem a sílaba átona

que finaliza o verso.

Questão 17 – Letra CComentário: Olavo Bilac e Alberto de Oliveira estão entre

os principais representantes do Parnasianismo, que propõe o

resgate dos valores artísticos do Classicismo e cuja principal

preocupação era com o cuidado formal, o trabalho exaustivo

para que a construção do verso se aproximasse da perfeição,

e a busca de palavras que fossem raras se comparadas ao

uso corrente da língua. A alternativa correta é a letra C,

já que as demais apresentam características do Romantismo,

contra o qual o Parnasianismo se insurge.

Questão 18 – Letra CComentário: A resposta a essa questão é a alternativa C, pois é incorreto afirmar que no Parnasianismo a valorização dos elementos naturais torna-se mais importante que a valorização da forma do poeta. A poesia parnasiana prima justamente pelo culto à forma, em que o poeta parnasiano associa-se à imagem de um ourives que “esculpe” os versos e as estrofes até alcançar a forma plena, a imagem mais adequada para o poema, o qual era arquitetado em nome da perfeição formal.

Questão 19 – Letra EComentário: A resposta a essa questão é a alternativa E. É correto afirmar sobre o poema referido, “Rio abaixo”, e o seu autor, Olavo Bilac, que o recurso ao soneto e à personificação do rio indicam a estética parnasiana do poema. Essa estética pregava o apuro formal e o retrato de objetos e de coisas, para não haver extravasamentos sentimentais humanos. As demais alternativas apresentam inverdades tanto sobre o poema quanto sobre o poeta referidos, como a afirmação de que Olavo Bilac cultivava uma visão profunda do homem enquanto ser humano e a afirmação de que o poema se aproximava de uma temática romântica de descrever a natureza brasileira em seus traços característicos.

Questão 20 – Letra BComentário: A melhor resposta é a alternativa B, porque Mário de Andrade, o principal nome do Modernismo brasileiro, foi particularmente sensível à necessidade da afirmação de uma língua mais distante dos padrões lusitanos, chegando mesmo a reunir material para uma “Gramatiquinha da fala brasileira”. Uma das propostas modernistas era a aproximação entre a língua falada e a escrita (oralidade). Na alternativa A, não é verdade que Mário de Andrade recusava-se a ver pontos culturais positivos no Parnasianismo. Vê, inclusive, nesse movimento, uma “reação de cultura”. A alternativa C inverte o que está no texto: Mário lamenta a troca da “língua bela” pela “língua certa” (parnasiana). Ao contrário do que se afirma na alternativa D, Mário de Andrade valoriza a obra poética de Gonçalves Dias. Também, ao contrário do que consta da alternativa E, Mário não adere às teses estilísticas do Parnasianismo.

Seção Enem

Questão 01 – Letra BEixo cognitivo: III

Competência de área: 5

Habilidade: 16

Comentário: Com a Proclamação da República, dissemina-se a ideia do Brasil como um país próspero, voltado para o progresso. No poema de Olavo Bilac, esse projeto ideológico está presente tanto na exaltação da natureza (“Olha que céu! Que mar! Que rios! Que floresta!”) quanto na defesa da riqueza associada ao trabalho individual (“Quem com o seu suor a fecunda e umedece, / vê pago seu esforço, e é feliz, e enriquece!”).

Questão 02 – Letra AEixo cognitivo: III

Competência de área: 5

Habilidade: 16

Comentário: O poema do autor parnasiano Raimundo Correia expressa um olhar particular e sensível sobre a dissimulação dos indivíduos que publicamente escondem seus verdadeiros sentimentos, o que é corroborado pelo título, “Mau secreto”.

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Sendo assim, transformar tais sentimentos considerados negativos em alegria, ou seja, deixar transparecer aos outros uma vida venturosa, próspera e realizada, não é algo nocivo ao convívio social, mas, sim, ligado à busca por aceitação social.

Questão 03 – Letra D Eixo cognitivo: I

Competência de área: 6

Habilidade: 19

Comentário: A metalinguagem diz respeito à reflexão feita em torno do processo de construção (ou recepção) de um texto qualquer. Ao dizer que um beijo entre estrelas é assunto para um poema, o eu lírico reflete sobre temas que são ou não dignos de constituírem matéria poética; faz, portanto, uma reflexão metalinguística. É interessante ressaltar que, embora a assertiva D esteja incontestavelmente correta, a alternativa A também poderia ser levada em consideração: a linguagem conotativa se faz presente em ambos os poemas, mas, de fato, o eixo temático do texto de Bilac toma a palavra “estrelas” em seu sentido denotativo. Já o poema de Bastos Tigre é uma paródia do texto de Bilac. Nesse poema, o eu lírico ressignifica a palavra “estrelas”, que deixa de ser entendida como corpo celeste para ser apreendida em outra acepção: a de celebridade, artista cinematográfico.

CAPÍTULO – B4Simbolismo

Exercícios de aprendizagem

Questão 01 Comentário: A característica simbolista mais evidente no fragmento do poema de Cruz e Sousa é a musicalidade, propiciada principalmente pelo recurso da aliteração, que consiste na repetição de uma mesma consoante – no caso, a consoante “v” – para gerar um efeito rítmico e sonoro no poema.

Questão 02 Comentário:

A) Asinestesiaéumafiguradelinguagememqueapercepçãodas impressões se dá por meio de dois ou mais sentidos simultaneamente.

B) Vejamos os sentidos confluentes nos versos de Cruz eSousa, que constroem a sinestesia:

“A música (sensação auditiva) da morte, a nebulosa (sensação visual),

Estranha, imensa música (sensação auditiva), sombria (sensação visual),

Passa a tremer (sensação tátil) pela minh’alma e fria (sensação tátil)

Gela(sensaçãotátil),ficaatremer,maravilhosa.”

Questão 03Comentário: Os “ingredientes” simbolistas que podem ser

extraídos desses versos metalinguísticos (poesia sobre poesia)

são a busca pertinaz, incansável pela sugestão sonora das

palavras, como a aliteração do m no verso “dos sentimentos

mais maravilhosos” e a sinestesia (mistura de sentidos do

corpo), como na expressão “clarões ruidosos” e nos adjetivos

“musical” e “doce”. Há também uma atmosfera emocional

hiperbólica que se irradia em palavras como “maravilhosos”,

“incêndio”, “ardente” e “supremas”.

Questão 04Comentário: A primeira característica simbolista é apresentada

logo no primeiro verso, por meio da palavra “brumas”.

O Simbolismo procura evitar a transparência (culto do oculto),

preferindo sugerir as ideias. A neblina, a névoa e a bruma criam

uma atmosfera indecisa e indefinida. A segunda característica é a

evidente busca do efeito musical das palavras. Não é difícil perceber

a reincidência do som nasal nos dois últimos versos:

“E o sino canta em lúgubres responsos:

Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”

Questão 05Comentário: O Simbolismo privilegiou a audição, razão

pela qual seu lema era “de la musique avant toute chose”

(a música antes de tudo). Como música e poesia se misturavam

na Idade Média (cantigas trovadorescas), Leminski pode falar

em “saudade da poesia pela música perdida”, justificando esse

rótulo com a musicalidade dos versos do poeta catarinense que

iniciam o poema “Antífona”, de Broquéis.

Questão 06Comentário: Se os versos simbolistas traduzem estados

emocionais intensos, os parnasianos se pretendem frios (nem

sempre o são) e privilegiam os sentidos da visão e do tato

(descritivismo). Esse efeito pictórico ou escultórico era obtido

pela escolha de palavras de grande potencial plástico (apelo

visual), como as que pertencem às áreas semânticas das cores,

dos brilhos e do dimensionamento espacial.

Questão 07 – Letra BComentário: O poema “Siderações” apresenta a sublimação

da angústia sexual ao afirmar que “as ânsias e os desejos

vão subindo”; traz a presença marcante da cor branca, nas

“nuvens brancas” e nos “turíbulos de neve”; e é construído com

palavras do vocabulário litúrgico católico, como na presença dos

turíbulos e especialmente no cortejo de arcanjos presente na

estrofe suprimida. O único elemento citado que não pode ser

encontrado no poema é o aproveitamento da mitologia clássica,

mais adequado à poesia parnasiana do que à simbolista.

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Questão 08Comentário: O eu lírico do poema “Segredo” apenas confirma a diferença entre a “realidade latente” no espírito e as palavras que compõem os versos, incapazes de dizer em plenitude tal realidade. Parnasianos e simbolistas convergem nesse ponto. O que os distingue é a busca obsessiva da perfeição formal, por parte dos parnasianos, e a aceitação da “forma pálida e imprecisa”, por parte dos simbolistas.

Questão 09Comentário:

A) Temática intimista: Trata-se de uma abordagem subjetiva do fazer poético, em que é evocada a esfera íntima do eu lírico,comseusconflitos,suasemoçõesereflexões.

B) Hermetismo: Na construção literária, o hermetismo consiste em uma elaboração de difícil compreensão, alusão à ciência hermética, que era cifrada para que apenas os iniciados a compreendessem.

C) Sinestesia:Define-secomoumafiguradelinguagememque atuam dois ou mais sentidos em consonância para captar ou descrever uma impressão.

Questão 10 Comentário: Os versos de Medeiros e Albuquerque afirmam que a preocupação com a musicalidade resulta na transmissão apenas tênue das ideias, mas que essas não importam tanto quanto a forma bem trabalhada. Defendem, portanto, os valores simbolistas da musicalidade e sonoridade da poesia, afirmando-se a primazia da forma estética sobre a clareza do conteúdo.

Exercícios propostos

Questão 01 Comentário:

Comparação: “Surges das águas muscilaginosas / Como a lua entre a névoa dos espaços...”

Sinestesia: “Acres aromas de algas e sargaços...”

Aliteração: “Do estranho mar espumaroso e frio”

A comparação acima evoca a tela “Impressão”, de Claude Monet. O adjetivo “muscilaginosas” remete a plantas viscosas que retêm água. E a “névoa dos espaços” remete ao gosto dos simbolistas pelas ideias vagas, indecisas, nebulosas, que representam a complexidade da visão que o poeta simbolista tem do mundo.

A sinestesia (mistura de diferentes sentidos do corpo), no verso citado, está na união da palavra “acres” (sabores ácidos, picantes) ao substantivo “aromas” (área olfativa). Nesse mesmo verso percebe-se a assonância do mesmo som vocálico (letra a).

A aliteração (repetição dos mesmos fonemas consonantais) no verso citado, chega a ser tímida diante da profusão delas em outros poemas de Cruz e Sousa. Nesse verso, as consoantes “m” e “r” da palavra “mar” (e a própria palavra “mar”) ecoam no adjetivo “espumaroso”.

O poema “Flor do mar” é um belo exemplo da sofisticada estética simbolista. O estudante terá oportunidade de observar o requinte das imagens poéticas desse estilo. Chamam, ainda, a atenção a bela metáfora “rede de sonhos” e a sugestão de escuridão por meio das vogais fechadas nos adjetivos “torvo” e “aterrador”. Há uma alusão à música (arte privilegiada no Simbolismo), no penúltimo verso, e todo o soneto é muito musical.

Questão 02 Comentário: A primeira das estrofes citadas, retiradas de

“Violões que choram”, é uma das mais estudadas de toda

a poesia brasileira pela sequência aliterativa da consoante

“v”, que sugere ao leitor os sons dos violões e dos ventos,

em várias modulações. O Simbolismo prioriza a Música como

arte suprema. Um dos lemas simbolistas é “A música antes

de tudo” (De la musique avant toute chose). Essa questão

permite compreender essa frase por meio dos efeitos obtidos

pelos consagrados versos de Cruz e Sousa.

Questão 03 Comentário: A concepção de poeta comum à estética simbolista e à romântica, evocada pelo título “O Assinalado”, é a da genialidade, do ser incomum e predestinado, capaz de traduzir em seus versos as sutilezas que o ser humano comum não seria capaz de perceber, como atesta a terceira estrofe do poema: “Tu és Poeta, o grande Assinalado / que povoas o mundo despovoado / de belezas eternas, pouco a pouco”.

Questão 04 Comentário: Para responder a essa questão, é preciso

identificar que os termos “Que brilhe” e “Sonoramente”

associam, respectivamente, uma percepção visual e uma

percepção auditiva. A confluência de diferentes impressões

sensoriais, no caso, o brilho e o som, corresponde ao recurso

poético sinestesia. Essa figura de linguagem encontra-se

entre as propostas simbolistas porque esses poetas propõem

a sensorialidade em oposição ao materialismo, valorizando

a percepção dos fenômenos por meio de vários sentidos

simultaneamente.

Questão 05 Comentário: O símbolo nunca é unívoco, sempre contém

em si uma multiplicidade de significados. O véu, que dá título

ao próprio poema de Henriqueta Lisboa, é reminiscência

de outros véus, significando ponte, imaterialidade, sinal,

ocultamento, delicadeza, etc. Na estrofe citada pode ser visto

como o tênue rendilhado que separa o morto dos vivos. Mas a

melhor interpretação desse véu é entendê-lo como a própria

linguagem, essa teia de signos que ao mesmo tempo oculta

e revela a realidade. Essa questão possibilita ao estudante

uma reflexão mais profunda sobre o significado do símbolo na

estética simbolista.

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Questão 06 – Letra AComentário: O Simbolismo prima pelo desenvolvimento de uma linguagem específica, caracterizada pela musicalidade, expressa através de recursos como aliteração e assonância. Essa linguagem também é marcada pela sugestão, em que os poetas simbolistas insinuavam imagens simbólicas correspondentes ao mundo etéreo que desejavam representar; não cabia aos poetas, pois, definir, explicar, mas sim evocar, sugerir. Além disso, a linguagem é simbólica, marcada por uma tentativa de representar, por meio de metáforas, todo o conteúdo múltiplo e indefinido do mundo interior dos poetas ou da visão que eles possuíam do mundo.

Questão 07 – Letra AComentário: A resposta correta à questão é a alternativa A, pois sinestesia, aliteração e sugestão são características simbolistas presentes no texto referido. A sinestesia pode ser percebida, por exemplo, no verso “O som da tua voz deliciava...”, em que há mistura de dois sentidos: o paladar e a audição. A aliteração pode ser percebida na repetição, por exemplo, da consoante “v” nos termos “deliciava”, “velada”, perfumava” e “iluminava”, o que imprime ritmo e sonoridade ao poema. A sugestão pode ser percebida no uso de reticências para encerrar os versos “O som da tua voz deliciava...” e “Brancas sonoridades de cascatas...”, sendo esse um dos sinais comumente usados em poemas simbolistas para implicar tendência à insinuação e à sugestão.

Questão 08 – Letra AComentário: O Simbolismo não utilizava a poesia como arma para denunciar as injustiças sociais, pois seus poetas procuravam retirar a palavra de seu caráter utilitário, inclusive do engajamento ou ufanismo, para encará-la como símbolo, em sua dimensão transcendental, revelando aspectos da realidade além do senso comum, percebidos por poucos predestinados. Assim, mostram-se corretas apenas as afirmativas I, III e IV.

Questão 09 – Letra AComentário: A resposta a essa questão é a alternativa A. O Simbolismo é marcado pelas características antipositivista, antideterminista e anticientificista, pois os poetas simbolistas se opunham ao objetivismo cientificista dos realistas / naturalistas, uma vez que o estilo poético simbolista era direcionado a uma escrita mais transcendental, espiritualista, influenciada pela cultura oriental e de cunho místico. A alternativa B é falsa, pois o Simbolismo não se constituiu um retorno deliberado ao Romantismo, com valorização do sentimento nacionalista. A letra C é falsa, pois expressa que Olavo Bilac, o mais popular dos poetas do Parnasianismo, foi um dos maiores representantes simbolistas. A alternativa D afirma ser característica da estética simbolista o culto à forma poética clássica e perfeita, o que se mostra uma inverdade, pois esse é um elemento característico da poesia parnasiana. A afirmativa E é falsa, pois a sinestesia não foi um recurso usado pelos simbolistas para expressar racionalidade à realidade, ao contrário, esse recurso literário imprimia aos poemas do Simbolismo um culto à abstração da representação confluente de sentidos.

Questão 10 – Letra AComentário: A resposta a essa questão é a alternativa A. No poema “Siderações”, de Cruz e Sousa, o poeta idealiza seus desejos, projetando-os para uma instância inatingível, em que é apresentada a sublimação da angústia sexual, presente nos versos “As ânsias e os desejos vão subindo / [...] E as ânsias e os desejos infinitos / Vão com os arcanjos formulando ritos”. As demais alternativas apresentam inverdades sobre o poema referido: o poema não apresenta descrições nítidas que implicam uma compreensão exata dos versos e o poeta não expõe a sua avaliação sobre a realidade objetiva, por meio de imagens da natureza em linguagem precisa e direta, ao contrário, há construções imagéticas para representar a idealização dos desejos poéticos.

Questão 11 – Letra DComentário: As características apresentadas na alternativa D se referem à escola poética parnasiana. O Simbolismo, pois, não é a estética da arte pela arte, alienada do social, cujos poetas vivem enclausurados em suas “torres de marfim”, distanciados da realidade prosaica para cultivar o belo e o elevado. As demais afirmativas apresentam análises adequadas quanto ao poema “Ressurreição”, de Cruz e Sousa.

Questão 12 – Letra EComentário: A estrofe de Alphonsus de Guimaraens que apresenta a natureza como cúmplice das dores do eu poético devido à morte da amada está na alternativa E. A natureza mimetiza o sofrimento do eu poético, pois cinamomos chorarão por ela e as flores murcharão, enquanto os frutos dos laranjais cairão por sentirem sua ausência.

Questão 13 – Letra B Comentário: A resposta correta é a letra B. A afirmação I é facilmente comprovada porque o primeiro verso de “Antífona” é apenas um exemplo da busca obsessiva pela “brancura” na obra de Cruz e Sousa, nosso primeiro grande poeta negro. A afirmação III contempla a musicalidade das palavras (“trêmulas”, “extremas”), lembra que as reticências são muito frequentes nos versos simbolistas (sugerem a indecisão, a suspensão do pensamento) e o emprego das letras maiúsculas para valorizar certas palavras cultuadas pelos simbolistas. A afirmativa II está errada pelo simples fato de falar em “descrever os objetos com clareza”, quando é sabido que a atmosfera simbolista é obscura e indecisa.

Questão 14 – Letra EComentário: As características que predominam no fragmento do poema de Alphonsus de Guimaraens são: religiosidade e vocabulário litúrgico, expressos por meio dos versos “Para aliviar de Cristo o sofrimento / [...] Da mesma essência lirial dos óleos bentos”; e musicalidade, expressa por meio da aliteração e da assonância, ao se repetir a consoante “l” e a vogal “i” nos termos “lírios”, “aliviar” e “lirial”, por exemplo.

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Questão 15 – Letra CComentário: A resposta correta é a letra C. No soneto de Alphonsus de Guimaraens está presente a insistência num cromatismo centrado no branco – característica relacionada ao Simbolismo no Brasil e exemplificada por meio de um fragmento do poema “Antífona”, de Cruz e Sousa. Essa afirmativa pode ser confirmada por meio dos seguintes versos do poema em questão: “Cheio de rezas brancas a Maria, / [...] Tão branca assim! Fizera-se de cera...”.

Questão 16 – Letra DComentário: A única afirmativa falsa é a II, pois o Parnasianismo e o Simbolismo são movimentos contemporâneos, ocorridos no final do século XIX.

Questão 17 – Letra DComentário: A resposta a essa questão é a alternativa D. Há, na estética simbolista, exploração de ecos, assonâncias e aliterações, em uma tentativa de valorizar a sonoridade da linguagem, aproximando-a da música. Esses recursos eram comumente empregados por oferecerem ritmo e musicalidade aos poemas do Simbolismo. As demais alternativas apresentam características que distam da estética simbolista: a alternativa A apresenta características da estética barroca; a alternativa B, características da estética árcade; a alternativa C, características da estética romântica; e a alternativa E, características da estética parnasiana.

Questão 18 – Letra DComentário: O Simbolismo brasileiro explora a sugestividade de sons da língua em poemas que reportam sensações indefinidas e sentimento vagos. Poemas que podem exemplificar essa afirmativa são “Lua”, de Cruz e Sousa, nos versos “E fria, fluente, frouxa claridade / flutua como as brumas de letargo...”, e “Ismália”, de Alphonsus de Guimaraens, nos versos “E, no desvario seu, / Na torre pôs-se a cantar... / Estava perto do céu, / Estava longe do mar...”. As alternativas A, B, C e E não apresentam características usuais da estética simbolista brasileira.

Questão 19 – Letra DComentário: O poema “Acrobata da dor”, de Cruz e Sousa, caracteriza-se por explorar a musicalidade dos versos, o que aponta como correta a alternativa D. As demais alternativas são falsas porque, ao contrário do que se afirma, a linguagem utilizada no poema é predominantemente conotativa, a ótica é subjetiva, não trata de temática amorosa e não apresenta estrangeirismos.

Questão 20 – Letra EComentário: Quanto ao uso da linguagem empregada no poema de Cruz e Sousa, pode-se afirmar que os versos são marcados pelo uso de substantivos e adjetivos expressivos, que descrevem em série imagens brancas que se associam à pureza, à inocência: “Grinaldas e véus brancos”, “véus de neve”, “alvas Flores”, “delicado e leve”.

Ademais, foram usadas como recurso letras maiúsculas em alguns vocábulos, apresentando uma alegoria quanto a eles, exemplificado em “Flores” e “Sentimento”, e aliterações, com uso constante do “v” e do “s”, exemplificado nos versos “Véus e grinaldas purificadores, / Vão as Flores carnais, as alvas Flores”. Esses elementos foram empregados como recursos poéticos cujo efeito é sugerir a brancura, a leveza e a delicadeza do sentimento amoroso, como apontado na alternativa E.

Questão 21 – Letra DComentário: O Simbolismo foi um protesto artístico contra a onda de materialismo e cientificismo que envolvia a Europa no final do século XIX. Foi um movimento em que a escrita se caracterizava pelo vago, pelo subjetivo, pelo misterioso e pelo ilógico. Além disso, havia nos poemas a aproximação com elementos musicais e rítmicos.

Seção Enem

Questão 01 – Letra A Eixo cognitivo: I

Competência de área: 5

Habilidade: 17

Comentário: O poema “Vida escura” apresenta traços biográficos de Cruz e Souza – poeta simbolista negro que, ao longo de sua vida, foi vítima de preconceito racial. Nesse sentido, há palavras e versos que comprovam a discriminação e o sofrimento tácito. Alguns exemplos: “o mundo para ti foi negro e duro”; “atravessaste no silêncio escuro”; “ninguém te viu o sentimento inquieto”.

Questão 02 – Letra C Eixo cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 15

Comentário: Os elementos formais e temáticos relacionados ao contexto cultural do Simbolismo, no poema “Cárcere das almas”, de Cruz e Sousa, são “o refinamento estético da forma poética e o tratamento metafísico de temas universais”, como aparece assinalado na alternativa C da questão. No poema, a voz poética, ciente da finitude e da incapacidade humana para compreender o mundo físico e transcendental, sonha com “as imortalidades” e indaga como e quem poderá abrir “as portas do Mistério”. Por meio da estrutura clássica do soneto, das imagens evanescentes, da linguagem imagética que pontua todo o “refinamento estético” dos simbolistas, Cruz e Sousa aborda o “Mistério” das existências terrenas e etéreas, seguindo o gosto estilístico e temático dessa vertente literária.

Questão 03 – Letra E Eixo cognitivo: II Competência de área: 5 Habilidade: 15 Comentário: No quinto e sexto versos do poema de Eugênio de Castro (“Assim se escoa a hora, assim se vive emorre... / Homem que fazes tu? Para que tanta lida”), o poeta questiona o porquê de certas ações humanas que o levam a agir como se esquecesse a condição da “brevidade da vida”, como assinalado na alternativa E da questão.

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Há, portanto, um sentimento de reflexão e perplexidade por parte do poeta, que diz não compreender a razão de tanto ódio e ambição dos seres. A condição de todos é a mesma da água e da areia que escorrem no relógio da vida, ou seja, é a efemeridade, a passagem fugaz da existência, e, mesmo diante disso, o ser humano se atém ao que é mesquinho, em vez de procurar a beleza da vida enquanto ainda há tempo.

Questão 04 – Letra B Eixo cognitivo: I

Competência de área: 6

Habilidade: 19 Comentário: A resposta correta está na alternativa B, porque as “lentas gotas de som” compõem uma imagem sinestésica (visão ou tato e audição). As batidas de um relógio ou um sino (bronze) são unidades sonoras que podem se traduzir formalmente em “gotas de som”. As demais alternativas (“ameaça”, “areia”, “sombra”, “Beleza”) estão distantes do sentido da imagem citada.

CAPÍTULO – C3Termos ligados ao nome

Exercícios de aprendizagem

Questão 01Comentário:

A) Para responder a essa questão, é necessário identificaras relações sintáticas estabelecidas entre os termos e, emseguida,classificá-los.

1. Complemento nominal2. Adjunto adnominal3. Adjunto adnominal4. Sujeito5. Adjuntos adnominais – (as) (velhas)6. Adjunto adverbial

B) A partir da relação com substantivos abstratos e concretos, deve-se diferenciar o complemento nominal do adjuntoadnominal. Assim, o termo “de graça” é complemento nominal por completar o sentido do adjetivo “cheia”. Já o termo “de uma torre só” é adjunto adnominal por caracterizar o substantivo concreto “igrejinha”.

Questão 02Comentário: Para responder a essa questão, é preciso identificar quais as possíveis interpretações da frase do jornal Folha de S. Paulo.

A) A manchete do jornal permite diferentes interpretações, porque, separada do corpo da notícia, pode ser lida de três formas:

1. NY vê as primeiras fotos que Marilyn Monroe tirou, fez.

2. NY vê as primeiras fotos em que Marilyn Monroe aparece como modelo.

3. NY vê as primeiras fotos que constituíram uma coleção feita por Marilyn Monroe.

B) As possíveis interpretações da manchete ocorrem por causadotermo“deMarilynMonroe”.Assim,aclassificaçãosintática decorre dessas possibilidades de interpretação:

1. ComoMarilynMonroeindicaoagentedaação,tem-seum adjunto adnominal.

2. Como Marilyn Monroe indica o alvo da ação de fotografar, o termo é um complemento nominal.

3. Como se sugere ideia de posse – as fotos pertencem a uma coleção de Marilyn Monroe –, o termo é um adjunto adnominal.

Questão 03Comentário: Na primeira frase, “Fabrício” é o sujeito da oração, e “pedreiro” é o núcleo do aposto.

Na segunda frase, “Fabrício” é um determinante que acompanha o substantivo “pedreiro”. Sintaticamente, “Fabrício” é um adjunto adnominal, e “pedreiro” é o núcleo do sujeito.

Questão 04 – Letra DComentário: O adjunto adnominal é o termo com valor adjetivo que acompanha o núcleo substantivo de uma função sintática, delimitando ou especificando o significado desse substantivo. O objeto direto, por sua vez, é o complemento de um verbo transitivo direto. As palavras “jovem” e “vestibular”, destacadas na questão, exercem, respectivamente, essas funções. Assim, está correta a alternativa D.

Questão 05Comentário:

1. Tinha grande amor à humanidade.

2. Sempre foi insensível com os amigos.

3. Comportou-sefavoravelmenteaoadversário.

4. Tínhamos uma grande necessidade de dinheiro.

5. Sempre teve medo da morte.

Questão 06 – Letra AComentário: O substantivo “verão”, apesar de estar preposicionado, é um adjunto adnominal, pois se liga a um substantivo concreto – “tom”. O substantivo “rosa”, na primeira ocorrência, é o núcleo do sujeito da oração (“[...] o rosa [...] tambémchegouaoguarda-roupadassenhorasmaduras”).Essesubstantivo também exerce a função de sujeito na segunda ocorrência (“[...] o rosa impera nos lançamentos de bolsas, cintos [...]”).

Questão 07 – Letra BComentário:Essaquestãosolicitaqueseapliqueoconceitode complemento nominal a frases específicas. O termo “à sociedade” completa o sentido do adjetivo “úteis”. Como se sabe, todo termo preposicionado que integra o sentido de umadjetivoécomplementonominal.Estácorreta,portanto, a alternativa B.

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Questão 08 – Letra EComentário: Conforme foi exposto ao longo do capítulo,

o complemento nominal completa o sentido de substantivos

abstratos. Nessa questão, o termo “à humanidade” completa o

sentido do substantivo abstrato “amor”, indicando o alvo desse

amor; portanto, exerce a função de complemento nominal.

Logo,aopçãoasermarcadaéaalternativaE.

Questão 09Comentário: A seguir, vamos analisar cada uma das frases.

1. “A intervenção do diretor serenou os ânimos.” – O termo “do

diretor” é um adjunto adnominal, pois se liga a um substantivo

abstrato com sentido ativo (o diretor interveio).

2. “A compra do artilheiro foi comemorada pela torcida.” –

O termo “do artilheiro” é um complemento nominal, pois

se liga a um substantivo abstrato com sentido passivo

(o artilheiro foi comprado).

3. “A alegria dos torcedores animava os jogadores.” –

O termo “dos torcedores” é um adjunto adnominal, pois

se liga a um substantivo abstrato com sentido ativo

(os torcedores estavam alegres).

4. “O fumo é prejudicial à saúde.” – O termo “à saúde” é um

complemento nominal, pois se liga a um adjetivo.

5. “A resolução do exercício estava correta.” – O termo

“do exercício” é um complemento nominal, pois se liga a

um substantivo abstrato com sentido passivo (o exercício

foi resolvido).

6. “A construção do prédio foi demorada.” – O termo “do

prédio” é um complemento nominal, pois se liga a um

substantivo abstrato com sentido passivo (o prédio foi

construído).

7. “A construção do engenheiro foi elogiada.” – O termo

“do engenheiro” é um adjunto adnominal, pois se liga a

um substantivo abstrato com sentido ativo (o engenheiro

construiu).

8. “Todos tinham medo do professor.” – O termo é um

complemento nominal, pois se liga a um substantivo

abstrato que representa o alvo da ação (o professor é o

alvo do medo).

9. “O medo da criança preocupava a mãe.” – O termo é um

adjunto adnominal, pois se liga a um substantivo abstrato

que representa a origem da ação (a origem do medo é

a criança).

Questão 10 – Letra EComentário: Sabemos que o aposto é um termo de natureza substantiva que identifica, explica ou resume outro termo da oração. Nessa questão, o termo “célula da sociedade” especifica “família”. Por isso, é classificado como aposto, oquetornaaalternativaEcorreta.

Questão 11Comentário:

A) O termo grifado é um aposto, pois tem a função de explicar, esclarecer, o termo anterior “Judith Exner”, agregandonovas informações a ele.

B) Na frase, o pronome relativo “que” pode retomar tanto “Kennedy” quanto “Judith Exner”; logo, uma pessoa ououtra poderia ser amante domafioso Sam Giancana.Caso se optasse pelo pronome relativo “o(a) qual”, essa duplicidade de leitura não ocorreria.

Questão 12 – Letra BComentário:Essaquestãodemandaanálisesintáticasimples.Os termos grifados são, respectivamente, sujeito e predicativo do sujeito, pois “o lucro” é agente da ação verbal e “excelente” determina o sentido de “lucro” com intermédio de um verbo, o que o torna um predicativo.

Questão 13 – Letra CComentário: EmA, “a dificílima viagem”, termoque iniciao período, é sujeito; em B , “em suas próprias inexploradas entranhas” é adjunto adverbial de lugar; em D, “depois da dificílima viagem” é adjunto adverbial de tempo; emE, “o homem” exerce a função de sujeito. Na letra C, a frase está na ordem indireta, o que dificulta a análise. Na ordem direta, percebe-seque“oSol”ésujeitoe“humanização”,predicativodosujeito.Estácorreta,portanto,aalternativaC.

Questão 14 – Letra BComentário: O termo “apressadas” exerce função de predicativo do sujeito, pois exprime um estado do sujeito “as empregadas”. O termo “do leite” é um adjunto adnominal, poisseligaaosubstantivoconcreto“fila”,designando-lheumacaracterística.

Questão 15Comentário:

A) A expressão “esplendor e sepultura” exerce a função sintáticadepredicativodosujeitonaoração.Essaexpressãoqualificao sujeitodesinencial “tu”,daoração “És,aumtempo, esplendor e sepultura”.

B) Afiguradelinguagempresentenaexpressãoéaantítese.ElaestárelacionadacomabelezadaLínguaPortuguesaque, por ser uma língua nova, dá continuidade ao latim. Ao mesmo tempo, temos o fato de que, a partir do momento que a Língua Portuguesa se expande, o Latim cai em desuso, morre.

Questão 16Comentário: No poema de Olavo Bilac, o vocativo está presente no primeiro verso da primeira estrofe: “Última flor do Lácio, inculta e bela”. Também há um vocativo no primeiro verso da quarta estrofe:“Emquedavozmaternaouvi:meufilho!”.

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Questão 17Comentário:

A) No enunciado (I) o termo “mãe” é o sujeito da oração e no enunciado (II) é um vocativo. Apesar de os dois enunciados serem praticamente idênticos, a presença da vírgula no segundo faz com que eles tenham interpretações totalmente diferentes.

Em (I) temos que só há uma mãe, e cada uma é diferente da outra, mas ao mesmo tempo com algumas similaridades na maneira com que cuidam de seus filhos.

Em (II) temos, pelo contexto, um filho chamando a mãe, avisando-a de que só havia mais uma Coca-Cola na geladeira.

O efeito de humor do texto decorre justamente dessas duas interpretações da oração. Todos os alunos da classe interpretaram a frase tomando o termo “mãe” como o sujeito, com exceção de Juquinha, que o interpretou como um vocativo e assim criou sua bem-humorada redação.

B) Uma possível reescrita seria:

“Domingo passado, recebemos visitas em casa. Enquanto elas estavam na sala, disseram que estavam com sede e minha mãe pediu que eu buscasse Coca-Cola na cozinha. Quando eu fui olhar na geladeira, só havia uma garrafa. Então, eu gritei para minha mãe: Mãe, só tem uma!”

Questão 18 – Letra CComentário: O termo “enfim” é um adjunto adverbial, pois se liga ao verbo “era”, modificando-o. O termo “senhores” é um vocativo, pois interpela o interlocutor. A expressão “uma graça de alienado” é um predicativo do sujeito, porque qualifica o sujeito da oração “eu”.

Questão 19 – Letra CComentário: “Senhora”, presente no primeiro verso do fragmento de João Cabral de Melo Neto, estabelece uma relação com o contexto comunicativo de uma conversa, estabelecendo contato com um interlocutor hipotético. Nesse sentido, “senhora” classifica-se como vocativo, o que torna a alternativa C correta.

Exercícios propostos

Questão 01 – Letra CComentário: Quando Carlos Heitor Cony questiona sobre quem teria utilizado a expressão “brasileiros e brasileiras” pela primeira vez, ele diz que “cheira a Brizola” porque reconhece na expressão características da fala deste político, talvez com uma certa ironia.

Questão 02 – Letra BComentário: De acordo com o autor, é melhor dirigir-se às pessoas sem usar distinção de gênero, tratando homens e mulheres como iguais.

Questão 03 – Letra C

Comentário: O autor ironiza o que chama de “feminismo

desvairado”, afirmando que, apesar de as mulheres gostarem

de ser citadas nas preleções de discursos, com distinção de

gêneros, não houve essa distinção na música de Bach “Jesus,

alegria dos homens” e na expressão católica “Jesus, salvador

dos homens”.

Questão 04 – Letra BComentário: A expressão “a condição humana” é mais acertada, na opinião do autor, porque exprime nossa raiz comum: a de seres humanos.

Questão 05 – Letra AComentário: Nas alternativas B, C e D, o particípio faz parte de uma locução verbal. Na alternativa A, entretanto, o verbo de ligação “fica” liga o sujeito “ninguém” ao predicativo do sujeito “ofendido”, particípio com valor adjetivo.

Questão 06 – Letra DComentário: Somente na alternativa D o adjetivo (único) figura anteposto ao substantivo (lugar). Nas demais alternativas, os adjetivos aparecem após os substantivos.

Questão 07 – Letra AComentário: Nas alternativas B, C e D, há termos que indicam circunstâncias e acompanham os verbos, logo, são classificados como adjuntos adverbiais. Em B, “nos shows” indica o lugar onde tradicionalmente se usa a expressão “senhoras e senhores”. Em C, “hoje” indica a época em que todos usam a distinção de gênero. Em D, “universalmente” indica a maneira como a expressão é aceita entre os católicos. Contudo, na alternativa A, “dos circos” se relaciona com “público”, que é um substantivo; logo, funciona como adjunto adnominal.

Questão 08 – Letra BComentário: De acordo com o Dicionário Houaiss, indefectível significa “infalível, sólido, fiel”. Considerando o contexto em que foi utilizado o verbete, o sinônimo que melhor se adequa à palavra é “infalível”, na alternativa B.

Questão 09Comentário: Há vocativo no primeiro e no segundo quadrinhos da tirinha. No primeiro, o vocativo aparece entre vírgulas na frase “Ei, mãe, vou fazer parte da peça da escola!”. No segundo, aparece no final da frase “Isso é maravilhoso, Calvin!”.

Questão 10Comentário: O termo “uma grande peça dramática” é um predicativo do sujeito. Ele qualifica o sujeito desinencial “ela” que podemos apreender do contexto. Refere-se, portanto, à peça da qual Calvin vai fazer parte.

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Questão 11Comentário: O termo “Carnaval” é um vocativo. Ele foi empregado na frase como uma interpelação do autor, que invoca o Carnaval, dialogando com ele.

Questão 12 – Letra CComentário: No processo de produção textual, os autores recorreram ao aspecto polissêmico das palavras em um jogo de significação metalinguística. Isso pode ser comprovado, por exemplo, nos versos “No entanto falta / Ter um sujeito / Pra ter afeto / Mas se é um sujeito / Que se sujeita / Ainda é objeto”, nos quais o vocábulo “sujeito” possui dois sentidos, referindo-se tanto a uma pessoa quanto ao termo usado na gramática normativa. Ademais, palavras como “substantivo”, “conteúdo”, “adjetivo” e “verbo” demarcam o aspecto de a linguagem explorar a própria linguagem no trecho da letra da música referido.

Questão 13 – Letra BComentário: Como recurso de estruturação textual, a letra da música explora as frases nominais, em especial aquelas formadas com o verbo de ligação “ser”. Há, dessa forma, uma predominância de predicados nominais, o que pode ser exemplificado nos versos “O substantivo / É o substituto” e “O adjetivo / É a nossa impressão”, em que “substantivo” é predicativo de “substantivo” e “impressão” é predicativo de “adjetivo”.

Questão 14 – Letra EComentário: A afirmativa I é verdadeira porque a palavra “pelada” assume sentidos distintos para o pai e para o filho. Este pensa que o pai se refere a uma mulher nua, e aquele se refere a curtir uma partida de futebol, que em alguns contextos recebe o nome de “pelada”; devido ao engano quanto ao entendimento da referida palavra, o filho se mostra irritado no último quadrinho. A afirmativa II é verdadeira, pois, contextualmente, a locução verbal “estou indo curtir” indica uma ação cuja realização está no futuro imediato, ou seja, essa construção é comumente usada para se expressar planos que foram feitos com antecedência. A afirmativa III é verdadeira porque as expressões “Querida” e “Paiêêê” são vocativos, tendo, pois, a mesma função em suas respectivas estruturas frasais. Dessa forma, a resposta correta a essa questão é a alternativa E.

Questão 15 – Letra CComentário: A expressão destacada na sentença “Marciano subiu o forro da igreja e acabou com elas a pau.” dá ideia de instrumento, pois indica semanticamente por meio de qual objeto – pau – Marciano deu cabo a algo. A expressão destacada na sentença “Não posso ver o mostrador assim às escuras.” dá ideia de modo, pois indica semanticamente como, sob qual contexto não é possível visualizar o mostrador: no escuro.

Questão 16 Comentário: Há ambiguidade na sentença “Ficamos escandalizados com a matança dos animais.” devido à expressão “dos animais” estar ligada ao substantivo abstrato “matança”. Em uma primeira interpretação, “dos animais” pode ter sentido ativo e funcionar como adjunto adnominal:

“Ficamos escandalizados com a matança causada pelos animais”; ou seja, os animais praticaram a ação de matar. Em uma segunda interpretação, “dos animais” pode ter sentido passivo e funcionar como complemento nominal: “Ficamos escandalizados com a matança causada aos animais”; ou seja, os animais sofreram a ação.

Questão 17 – Letra AComentário: O vocativo na sentença “Então, senhora linda, ainda teima...” se refere aos termos “senhora linda”. Na frase referida, esse elemento se mostra independente e possui a função de, contextualmente, interpelar o interlocutor, além de, sinteticamente, vir separado por vírgulas.

Questão 18 – Letra EComentário: Observe que “recursos” é o núcleo de um sujeito posposto. Já “do chefe” acompanha o substantivo abstrato “vontade” e é iniciado por preposição, o que pode gerar a dúvida da classificação entre adjunto adnominal ou complemento nominal. Para esclarecer isso, basta perceber que é o chefe quem tem a boa vontade, logo, se há ideia de posse, o termo é classificado como adjunto adnominal.

Questão 19 – Letra BComentário: Na primeira afirmação, “da farmácia” acompanha o substantivo “proprietário” e tem ideia de posse (a farmácia pertence ao proprietário). Assim, trata-se de adjunto adnominal. Na segunda afirmação, “da farmácia” indica o lugar de onde se saiu; logo, deve ser classificado como adjunto adverbial de lugar. Está correta, portanto, a alternativa B.

Questão 20 – Letra AComentário: Na referida sentença, o termo “servilismo” assume a função de sujeito, pois indica o ser de que se fala e aparece determinado pelo predicado nominal “é o critério básico da sua confecção”. O termo “código” assume a função de complemento nominal ao complementar semanticamente o termo “servilismo”, de modo paciente, por meio da preposição a: “ao código”. O termo “apriorístico” assume a função de adjunto adnominal ao se associar ao substantivo “código”, especificando o sentido desse termo no contexto em que aparece.

Seção Enem

Questão 01 – Letra BEixo cognitivo: III

Competência de área: 6

Habilidade: 18

Comentário: No texto de Gregorio Duvivier, termos de significado bastante semelhantes têm seu sentido determinado pelo contexto comunicativo em que são aplicados, revelando, assim, o papel pragmático da comunicação. Desse modo, a resposta à questão é a alternativa B.

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31Bernoulli Sistema de Ensino

Questão 02 – Letra B

Eixo cognitivo: I

Competência de área: 8

Habilidade: 26

Comentário: Ao utilizar palavras pouco convencionais para

o contexto apresentado, o texto trabalha com a quebra de

expectativa, gerando humor. Há uma reflexão implícita no

texto sobre o uso de expressões excessivamente formais em

determinadas situações, como o diálogo entre amigos.

Questão 03 – Letra D

Eixo cognitivo: I

Competência de área: 8

Habilidade: 27

Comentário: A letra da canção de Gabriel, o Pensador apresenta

traços típicos da linguagem coloquial, como as expressões

“pra fazer”, “pode crer”, “se liga” e a alternância entre os pronomes

“você” e “te” para marcar a interlocução. Esses elementos,

associados ao tom de conversa, conferem espontaneidade

à canção.

Questão 04 – Letra C

Eixo cognitivo: III

Competência de área: 8

Habilidade: 27

Comentário: Na letra A, há erro de regência, uma vez que quem

se expõe se expõe “a” algo, e não “de” algo; há também um erro

de concordância, pois, uma vez que se usou o “se” (partícula

apassivadora), a locução verbal deve concordar com o sujeito

“aglomerações de pessoas”. Na letra B, há erro de concordância,

pois, uma vez que se usou o “se” (partícula apassivadora), a locução

verbal deve concordar com o sujeito “o avanço da epidemia”.

Na letra D, há os mesmos erros da letra A: a regência do verbo

demanda a expressão “aos quais”, e não “os quais”. Na letra E,

há erro de regência, uma vez que quem se expõe se expõe “a”

algo, e não “com” algo, e usou-se o verbo “ter” quando o verbo

a ser utilizado é “haver”. Está correta, assim, a letra C.

Questão 05 – Letra C

Eixo cognitivo: III

Competência de área: 7

Habilidade: 23

Comentário: Percebe-se, por meio do vocativo usado

(“Sr. Prefeito”) e das várias sugestões direcionadas aos prefeitos

sobre como combater a dengue, que o texto apresentado se

dirige a lideranças municipais, com o intuito de conclamá-las

ao combate à dengue. Portanto, está correta a alternativa C.

Questão 06 – Letra BEixo cognitivo: I

Competência de área: 8

Habilidade: 25

Comentário: O próprio comando da questão afirma a necessidade da escrita rápida em programas de bate-papo. Esse tipo de linguagem é caracterizado por frases curtas, abreviaturas padronizadas, ausência de acentos, letras minúsculas e emoticons que garantem velocidade na comunicação. Portanto, está correta a alternativa B.

CAPÍTULO – C4Coordenação x subordinação

Exercícios de aprendizagem

Questão 01Comentário:

A) Quando chegamos, ele já tinha saído.

A B

A oração A está subordinada à oração B, pois mostra o momento em que a ação narrada na oração B aconteceu.

A B C D

B) Cheguei, / entrei, / saí, / e ninguém percebeu.

As orações A, B, C e D são coordenadas, pois são independentes e não se relacionam sintaticamente.

A B C

C) Saí, / quando ele chegou, / e não voltei.

As orações A e C são coordenadas, pois são sintaticamente independentes. A oração B é subordinada à oração A, pois mostra o momento em que o fato narrado na oração A aconteceu.

A

B

C

D) Quero / que você conheça os fatos / e proponha uma solução.

As orações B e C são coordenadas, pois são independentes sintaticamente. A oração B é subordinada em relação à oração A, pois completa o sentido do verbo nessa oração.

A B C

E) Espero / que você venha / e desejo que tudo corra bem.

As orações B e C são coordenadas, pois são sintaticamente independentes. A oração B é subordinada em relação à oração A, pois complementa o sentido do verbo “esperar”.

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Questão 02Comentário:

A) Ao ouvir o paciente dizer que via diante de seus olhos a criatura que o pôs no mundo, o doutor acreditou que ele se referia a sua mãe, que lhe deu à luz, pois o paciente havia dito que a regressão feita funcionou. Entretanto, o paciente se referia ao médico que fez o parto de sua mãe, indicando também que a regressão não tinha funcionado, já que o que estava diante dos olhos do paciente era uma fotografia do médico.

B) No 2º quadrinho, verifica-se a utilização do processo de subordinação. A oração “que me pôs no mundo” refere-se ao termo “criatura”, contido na oração anterior, criando assim uma relação de dependência entre as orações.

Questão 03Comentário: Temos, a seguir, a numeração correta das orações

e entre parênteses as relações estabelecidas entre elas:

(1) Faça o exercício; não converse com seu colega.

(sucessividade, simultaneidade)

(2) Faça o exercício com atenção; não demore muito.

(contraste ou compensação)

(5) Faça o exercício sozinho; eu não posso ajudá-lo.

(explicação ou justificativa)

(4) Você não fez o exercício; não irá à festa hoje. (conclusão

ou decorrência lógica)

(5) Faça o exercício agora; deves obedecer-me.

(explicação ou justificativa)

Questão 04Comentário: Para responder a essa questão, é preciso

identificar a relação semântica que se estabelece entre

as orações apresentadas na questão 03, procurando uma

conjunção que denote essa relação identificada. Feito isso, basta

classificar as orações de acordo com as relações semânticas

anteriormente identificadas. A seguir, são apresentados alguns

exemplos de reescrita com conjunções coordenativas e a

classificação das orações.

• Faça o exercício agora e não converse com seu colega.

(Coordenada sindética aditiva)

• Faça o exercício com atenção, mas não demore muito.

(Coordenada sindética adversativa)

• Faça o exercício sozinho, pois eu não posso ajudá-lo.

(Coordenada sindética explicativa)

• Você não fez o exercício, logo não irá à festa hoje.

(Coordenada sindética conclusiva)

• Faça o exercício agora, pois deve obedecer-me.

(Coordenada sindética explicativa)

Questão 05Comentário: Nessa questão, deve-se identificar as orações que se apresentam reduzidas. As orações reduzidas ocorrem quando apresentam verbos no infinitivo, no gerúndio e no particípio. Após identificar essas orações, basta desenvolvê-las, inserindo conjunções que expressem o sentido das orações antes reduzidas. A seguir, há alguns exemplos das orações em seu modo desenvolvido.

A) Logo que a conferência terminou, todos se retiraram.

B) O menino foi flagrado enquanto roubava um doce.

C) Locução verbal, pois os dois verbos formam uma unidade. Há, nesse caso, período simples.

D) Não é conveniente que se relembrem os incidentes / que os incidentes sejam relembrados.

E) O sucesso do trabalho depende de que tenhas ousadia.

F) Locução verbal, pois os dois verbos formam uma unidade. Há, nesse caso, período simples.

G) A única solução é que mudemos nossos planos.

H) Ele tinha grande desejo de que pudesse / conseguisse vencer o concurso.

I) Quando / se souber de suas dúvidas, poderei ajudá-lo.

Questão 06Comentário: Essa questão demanda, inicialmente, a classificação dos termos grifados e, em seguida, a transformação desses termos em orações com função equivalente. Vale a pena observar o lembrete colocado na questão. A seguir, apresentamos, primeiro, a classificação do termo e, em seguida, uma sugestão de transformação em uma oração correspondente.

A) (complemento nominal)

Tenho receio de quem fofoca.

B) (complemento nominal)

Demonstrou vontade de fugir.

C) (predicativo do sujeito)

Minha esperança é que você retorne ao Rio.

D) (predicativo do sujeito)

A solução seria que se reduzissem as verbas / que as verbas fossem reduzidas.

E) (aposto)

Realizou seu desejo: viajar ao Canadá.

Questão 07Comentário: Analisaremos cada alternativa separadamente.

A) Alcançara seu objetivo: a direção da firma.

O período que possui uma oração subordinada equivalente ao termo destacado é “Alcançara seu objetivo: dirigir a firma”, pois possui uma oração subordinada substantiva apositiva.

B) Estava certo da vitória.

O período que possui uma oração subordinada equivalente ao termo destacado é “Estava certo de que alcançaria a vitória”, pois possui uma oração subordinada substantiva completiva nominal.

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C) A intenção dele é a presidência da firma.

O período que possui uma oração subordinada equivalente ao termo destacado é “A intenção dele é presidir a firma”, pois possui uma oração subordinada substantiva predicativa.

D) Tinha fé no presidente eleito.

O período que possui uma oração subordinada equivalente ao termo destacado é “Tinha fé no presidente que fora eleito”, pois possui uma oração subordinada substantiva completiva nominal.

E) Meu maior desejo é um passeio de moto.

O período que possui uma oração subordinada equivalente ao termo destacado é “Meu maior desejo é dar um passeio de moto”, pois possui uma oração subordinada substantiva subjetiva.

Questão 08Comentário: Para responder a essa questão, é necessário identificar qual a relação semântica estabelecida pelas orações destacadas. É preciso observar, no entanto, que cada letra apresenta mais de uma oração que utiliza conectivos semelhantes. Isso demanda atenção a que tipo de sentido é veiculado pelas orações. Assim, apresentamos as classificações das orações.

A) 1. Oração subordinada adverbial concessiva

2. Oração subordinada adverbial condicional

3. Oração subordinada adverbial concessiva

B) 1. Oração subordinada adverbial causal

2. Oração subordinada adverbial conformativa

3. Oração subordinada adverbial comparativa

C) 1. Oração subordinada adverbial condicional

2. Oração subordinada adverbial temporal

D) 1. Oração subordinada adverbial consecutiva

2. Oração subordinada adverbial comparativa

E) 1.Oraçãosubordinadaadverbialfinal

2. Oração subordinada adverbial causal

Questão 09Comentário:

A) O efeito de humor decorre do espanto de Armandinho ao saber que seu amigo Vicente quer que ele vá ao seu aniversário daqui a 100 anos. Armandinho acha o convite de seu amigo ilógico, mas não pela possibilidade de ele nem estar vivo até lá, e sim porque ele não sabe se terá compromisso na época, como uma viagem.

B) “O Vicente quer que a gente vá no aniversário

Oraçãoprincipal Oração subordinada substantiva

completiva nominal

dele daqui a cem anos!”

Exercícios propostos

Questão 01 – Letra CComentário: O título mais apropriado para o texto é “Histórias que a História não contou”, pois, valendo-se de ironias e escárnio, o autor apresenta uma desconstrução de vários fatos históricos.

Questão 02 – Letra CComentário: Os bárbaros de que o texto trata se refere aos invasores do espaço alheio, que incomodam ou lesam as pessoas. Isso pode ser comprovado no primeiro parágrafo, quando se expressa: “Poucos sabem que, além dos bárbaros mais conhecidos, muitas hordas menores percorreram a Europa na mesma época, espalhando o medo e a destruição, só mais discretamente.”. A partir dessa declaração, é apresentada, ironicamente, uma séria de hordas responsáveis por invadir o espaço de outrem, por exemplo, “úmidos”, “sândalos”, “buruguduns” e “falsos”.

Questão 03 – Letra CComentário: A frase final do texto sugere que o escritor não esgotou as possíveis analogias entre bárbaros. A sentença “...Mas a lista é enorme” indica que outras hordas, como a dos ademãs, última mencionada no texto, poderiam ser listadas para serem comparadas de modo irônico aos bárbaros.

Questão 04 – Letra CComentário: A horda que não se destaca basicamente pelo ridículo é a dos falsos. Na caracterização dessa horda, não se priorizam descrições de atos que primam pelo escárnio, sendo apresentadas, ainda que ironicamente, táticas empregadas por esse grupo para invadir o espaço alheio. As demais hordas apresentam basicamente comportamentos que destoam do que é convencionalmente aceito, por exemplo, disparar flechas contra o inimigo e pedi-las de volta, como faziam os avaros, e despejar comerciantes de suas lojas e redecorá-las e reabri-las como butiques, como faziam os sândalos.

Questão 05 – Letra CComentário: Não se pode associar “bajuladores” à horda dos gordos, pois, no sexto parágrafo, em que esse grupo é caracterizado, esse termo não o adjetiva, como pode ser comprovado no seguinte fragmento: “[...] a dos gordos, hordas de economistas que invadiam os países dizendo piadas, dilapidavam o seu tesouro, acabavam com suas reservas e os entregavam aos anglos e aos saxões para terminar o serviço”. A caracterização dos engodos como “aproveitadores” se exemplifica no seguinte trecho do quinto parágrafo: “Os engodos [...] acabaram perseguidos na Europa pelas suas práticas religiosas – como o ‘salário de Deus’, que eles instituíram e recolhiam dos fiéis para manter Deus no cargo, mas nunca mandavam [...]”. A caracterização dos falsos como “estelionatários” se exemplifica no seguinte trecho do quarto parágrafo: “[...] encurralavam o dono da casa e lhe vendiam cotas de um clube de férias. Fictício, claro.”.

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A adjetivação dos sândalos como “afeminados” pode ser

exemplificada pelos seguintes trechos do segundo parágrafo:

“[...] corriam pela Europa toda aos gritos, requebrando-se

[...]” e “Eram temidos [...] pelos seus métodos de tortura que

incluíam o corte de cutícula, a depilação, banhos de lama e dieta

natural.”. A caracterização dos úmidos como “repulsivos” pode

ser exemplificada pelo seguinte trecho do primeiro parágrafo:

“Sua tática preferida era correr atrás das pessoas e encostar

nelas a palma da mão, sempre molhada e pegajosa, provocando

gritos de ‘lecht’ e ‘lug’ em todo o mundo civilizado.”.

Questão 06 – Letra EComentário: Todas as alternativas podem ser confirmadas

pelo texto, com exceção da E, pois não se pode afirmar que os

descendentes dos úmidos mantêm compromissos com Maluf.

No seguinte fragmento do primeiro parágrafo “[...] existem

descendentes dos úmidos e é fácil identificá-los [...] pelo

hábito de só falar com a gente com a cara a centímetros da

nossa e de insinuar que são assim, ó, com o Maluf.”, o verbo

“insinuar” expressa que esse grupo não confirma, define com

clareza ter alguma relação com Maluf, mas sim sugere que

isso seja possível.

Questão 07 – Letra DComentário: Nas alternativas A, B, C e E, o nome do grupo de

bárbaros novos foi criado a partir da semelhança com o nome

de um grupo de bárbaros históricos: “ademãs” se assemelha

ao nome do grupo “alamãs”; “buruguduns” se assemelha ao

nome “burgúndios”; e “engodos” e “gordos” se assemelham

aos nomes “godo”, “visigodo” e “ostrogodo”.

Questão 08 – Letra AComentário: Excetuando-se a alternativa A, todas as demais reproduzem passagens marcadas pelo humor e pela irreverência, como pode ser comprovado nos fragmentos: “[...] havia os úmidos [...] que sempre que tentavam montar deslizavam do cavalo.”, “Eram temidos pelos seus beliscões [...]”, “[...] a ala das baianas estava invadindo Roma, [...]” e “[...] como o ‘salário de Deus’, [...]”. Nesses trechos são desconstruídas ações de grupos bárbaros históricos valendo-se, para isso, de ironia e escárnio.

Questão 09 – Letra CComentário: A afirmativa “Eram sepultados no mato, sob artísticos arranjos florais” não se refere aos sândalos, mas sim aos legionários que eram atraídos para o mato pelo requebro desse grupo de bárbaros novos, o que pode ser comprovado pelo seguinte fragmento do segundo parágrafo: “ [...] havia os sândalos, hordas perfumadas que corriam pela Europa toda aos gritos, requebrando-se na frente dos legionários e atraindo-os para o mato, onde eram sepultados sob guirlandas artisticamente arranjadas e arranhados até a submissão ou a morte, que muitos preferiam.”.

Questão 10 – Letra DComentário: A expressão que não foi corretamente interpretada se refere à apresentada na alternativa D. Na sentença “[...] só então diziam Arrá! [...]”, a expressão destacada não significa uma saudação ao inimigo, mas sim uma interpelação, em que os inimigos são tomados de surpresa, ou seja, pegos em flagrante e atacados pelos “falsos”.

Questão 11 – Letra AComentário: Na alternativa A, o pronome relativo “que” refere-se somente ao termo “morte”, e não à expressão “a submissão ou a morte”.

Questão 12 – Letra BComentário: Para responder a essa questão, é preciso entender que a oração “as hordas não paravam de crescer” é uma causa que leva à consequência expressa na oração “tornando difícil uma ação conjunta”. Dessa forma, percebe-se que em todas as alternativas existe essa relação, exceto na letra B, em que se depreende ideia oposta: “as hordas não paravam de crescer” é a consequência e “tornando difícil uma ação conjunta”, a causa.

Questão 13 – Letra AComentário: Para responder a essa questão, é necessário identificar as orações que compõem o período do enunciado. São elas: “Antes de atacar”, indicando tempo; “para anunciar”, indicando finalidade; “em vez de medo e destruição”, indicando exclusão; e “confundindo os defensores”, indicando consequência. A oração “mandavam um destacamento de Relações Públicas na frente” é oração principal e “que traziam confiança e construção” é oração subordinada substantiva objetiva direta. Feito isso, percebe-se que só não há ideia de condição.

Questão 14 – Letra BComentário: A conjunção aditiva “e”, no período em análise, exprime a ideia de consequência. Ela pode ser substituída, sem prejuízo do sentido, por todas as palavras das alternativas A, C, D e E. Entretanto, se usarmos a palavra “enquanto” no lugar de “e”, mudaremos o efeito de sentido do período, transformando a segunda oração em adverbial de tempo.

Questão 15Comentário:

A) Corte o cabelo, pois você parece um bicho. (A oração coordenada sindética explicativa está sublinhada).

Reescrita: Você cortou o cabelo, então não parece mais um bicho. (A oração coordenada sindética conclusiva está sublinhada).

B) Não saia de casa, pois você está doente. (A oração coordenada sindética explicativa está sublinhada).

Reescrita: Você saiu de casa, então não está mais doente. (A oração coordenada sindética conclusiva está sublinhada).

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Questão 16Comentário:

A) Com o crescimento populacional, a necessidade de alimentos aumenta assustadoramente, mas temos inesgotáveis reservas a serem exploradas.

B) A revolução biológica trouxe a possibilidade de controlar a procriação, a hereditariedade, a inteligência e a memória; entretanto, isso provocará mudanças radicais na ética e na religião.

C) Ohomemmodernofogeparaparaísosartificiaisdedrogas,pelo fato de buscar desesperadamente formas de não se marginalizar.

D) Busque novas soluções para o problema do aposentado, pois as soluções tradicionais não dão mais bons resultados.

Questão 17Comentário: A seguir, classificaremos cada uma das frases.

1. Não grite, que ele pode acordar. – Oração coordenada sindética explicativa.

2. Sabia que viria, mas não o esperava hoje. – Oração coordenada sindética adversativa.

3. Não só estudo, mas também me divirto. – Oração coordenada sindética aditiva.

4. Ou fazes bem os deveres, ou serás reprovado. – Oração coordenada sindética alternativa.

5. Não fujas, que eu te sigo. – Oração coordenada sindética explicativa.

6. A seca é um fato; logo é inútil resistir. – Oração coordenada sindética conclusiva.

7. A virtude remoça os velhos, o vício envelhece os moços. – Oração coordenada assindética.

Questão 18 Comentário: Em I, o “que” é uma conjunção subordinativa consecutiva que denota ideia de consequência. Em II, o “que” é uma conjunção coordenativa explicativa, logo, denota ideia de explicação.

Questão 19 – Letra EComentário: Na alternativa E, o sujeito da oração principal “sabem” é desinencial ou indeterminado. Nas demais alternativas, o sujeito é oracional.

Seção Enem

Questão 01 – Letra DEixo cognitivo: III

Competência de área: 7

Habilidade: 24

Comentário: O processo de cataforismo realizado pela expressão “Longe disso:”, incluindo os dois-pontos, leva à quebra de expectativa, o que reorienta a análise do narrador. Assim,

a resposta à questão é a alternativa D.

Questão 02 – Letra BEixo cognitivo: III

Competência de área: 8

Habilidade: 27

Comentário: A atualização de fatos ocorridos no passado é construída por meio do emprego do presente do indicativo com vistas a, ao apresentar o conflito como presente, sem revelar o desfecho da obra, incitar o interesse do leitor pelo filme. Desse

modo, a resposta à questão é a alternativa B.

Questão 03 – Letra CEixo cognitivo: I

Competência de área: 6

Habilidade: 18

Comentário: Para resolver essa questão, é necessário perceber que o rato só deixará de fazer a vocalização se o cientista provocar um dano em um local específico do cérebro. Ou seja, a ação do cientista, mencionada no comando da questão, é a condição para que o fato da oração seguinte ocorra. Temos, portanto, uma oração subordinada adverbial reduzida de gerúndio.

Questão 04 – Letra AEixo cognitivo: I

Competência de área: 6

Habilidade: 18

Comentário: Nessa questão, deve-se atentar para o uso dos conectivos e a relação que eles estabelecem entre as frases. A função do conectivo “ou seja” está ligada à esclarecimento, retificação. No caso do texto, seu emprego pretende elucidar a ideia da diminuição da quantidade de lixo, que pode ser feita com a produção de objetos reutilizáveis em vez de se ter objetos recicláveis, pois isso diminui os resíduos. A conjunção, “mas” é um articulador adversativo; “também” indica a ideia de soma; “afinal” e “então” introduzem uma relação de conclusão entre as frases.

Questão 05 – Letra DEixo cognitivo: III

Competência de área: 8

Habilidade: 27

Comentário: A alternativa na qual o “que” denota ideia de consequência, como no trecho do enunciado da questão, é a D. Em A, o “que” é uma conjunção integrante; em B e E, é um pronome relativo; e em C, estabelece ideia de comparação.

Questão 06 – Letra DEixo cognitivo: III

Competência de área: 8

Habilidade: 27

Comentário: Para responder a essa questão, é preciso entender que “fosse” estabelece ideia de “condição”. A única conjunção que mantém essa ideia se encontra na alternativa D: “caso”. Logo, está correta a alternativa D.

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Sugestões de leitura para o professor• Acoerênciatextual.IngedoreGrunfeldVillaçaKoch;LuizCarlosTravaglia.Contexto.

• Acoesãotextual.IngedoreGrunfeldVillaçaKoch.Contexto.

• AlphonsusdeGuimaraens.HenriquetaLisboa.Agir.

• Antologiadospoetasbrasileiros:poesiadafaseparnasiana.ManuelBandeira(Org.).NovaFronteira.

• Aproduçãoescritaeagramática.A.K.X.Bastos;M.A.B.Mattos.MartinsFontes.

• Aquestãodosuportedosgênerostextuais.LuizAntonioMarcuschi.Disponívelem:<http://www.sme.pmmc.com.br/arquivos/matrizes/matrizes_portugues/anexos/texto-15.pdf>.

• Atécnicadacomunicaçãohumana.J.R.WhitakerPenteado.Pioneira.

• ComunicaçãoemLínguaPortuguesa.MariaMargaridaAndrade;JoãoBoscoMedeiros.Atlas.

• Comunicaçãoemprosamoderna.OthonMoacirGarcia.FundaçãoGetúlioVargas.

• CruzeSousa.AguinaldoJoséGonçalves.AbrilEducação.

• CruzeSousa.PauloLeminski.Brasiliense.

• Dafalaparaaescrita:atividadesderetextualização.LuizAntonioMarcuschi.Cortez.

• DeAnchietaaEuclides.JoséGuilhermeMerquior.JoséOlympio.

• Gênerostextuais:definiçãoefuncionalidade.LuizAntonioMarcuschi.In:Gênerostextuaiseensino.Angela Paiva Dionisio. Lucerna.

• Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no primeiro e segundo graus. Luiz Carlos Travaglia. Cortez.

• GramáticaHouaissdaLínguaPortuguesa.JoséCarlosAzeredo.PubliFolha.

• Históriaconcisadaliteraturabrasileira.AlfredoBosi.Cultrix.

• Históriadaliteraturabrasileira.MassaudMoisés.Cultrix.

• Históriadaliteraturabrasileira.SílvioCastro(Dir.).PublicaçõesAlfa.

• IntroduçãoàliteraturanoBrasil.AfrânioCoutinho.CivilizaçãoBrasileira.

• Osimbolismo.AnnaBalakian.Perspectiva.

• Produçãotextual,análisedegênerosecompreensão.LuizAntonioMarcuschi.Parábola.

• Redaçãoetextualidade.MariadaGraçadaCostaVal.MartinsFontes.

• Repensandoatextualidade.MariadaGraçaCostaVal.In:Línguaportuguesaemdebate:conhecimentoe ensino. José Carlos Azeredo (Org.). Vozes.

• TeoriaLexical.MargaridaBasilio.Ática.

• Tipos textuais e intertextualidade genérica. Edna Pagliari Brun. Disponível em: <http://www.filologia.org.br/ileel/artigos/artigo_224.pdf>.

• Umahistóriadapoesiabrasileira.AlexeiBueno.G.Ermakoff.CasaEditorial.

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