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4V | Volume 2 | Língua Portuguesa Manual do Professor

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4V | Volume 2 | Língua Portuguesa

Manual do Professor

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Coleção 4V

C689 Coleção 4V: - Belo Horizonte: Bernoulli Sistema de Ensino, 2018. 148 p.: il.

Ensino para ingresso ao Nível Superior. Bernoulli Grupo Educacional.

1. Língua Portuguesa I - Título II - Bernoulli Sistema de Ensino III - V. 2

CDU - 37CDD - 370

Centro de Distribuição:

Rua José Maria de Lacerda, 1 900 Cidade Industrial Galpão 01 - Armazém 05 Contagem - MGCEP: 32.210-120

Endereço para correspondência:

Rua Diorita, 43, PradoBelo Horizonte - MGCEP: 30.411-084www.bernoulli.com.br/sistema 31.3029.4949

Fotografias, gráficos, mapas e outros tipos de ilustrações presentes em exercícios de vestibulares e Enem podem ter sido adaptados por questões estéticas ou para melhor visualização.

Coleção 4V – Volume 2 é uma publicação da Editora DRP Ltda. Todos os direitos reservados. Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

SAC: [email protected] 31.99301.1441 – Dúvidas e sugestões a respeito das soluções didáticas.

ConSElho DirEtorDiretor Administrativo-Financeiro: Rodrigo Fernandes DomingosDiretor de Ensino: Rommel Fernandes DomingosDiretor Pedagógico: Paulo RibeiroDiretor Pedagógico Executivo: Marcos Raggazzi

DirEçãoDiretor Executivo: Tiago Bossi

AutoriAlíngua Portuguesa: Adriano Bitarães, Alberto Soares, Aline Euzébio, Flávia Roque, Flávia Völker, Geralda Cristina Fortunato

ProDuçãoGerente de Produção: Luciene FernandesAnalista de Processos Editoriais: Letícia OliveiraAssistente de Produção Editorial: Thais Melgaço

núcleo PedagógicoGestores Pedagógicos: Amanda Zanetti, Vicente Omar TorresCoordenadora Geral de Produção: Juliana RibasCoordenadoras de Produção Pedagógica: Isabela Lélis, Lílian Sabino, Marilene Fernanda Guerra, Thaísa Lagoeiro, Vanessa Santos, Wanelza TeixeiraAnalistas Pedagógicos: Amanda Birindiba, Átila Camargos, Bruno Amorim, Bruno Constâncio, Daniel Menezes, Daniel Pragana, Daniel Pretti, Deborah Carvalho, Joyce Martins, Juliana Fonseca, Júnia Teles, Luana Vieira, Lucas Maranhão, Mariana Campos, Mariana Cruz, Marina Rodrigues, Paulo Caminha, Paulo Vaz, Raquel Raad, Sabrina Carmo, Stênio Vinícios de Medeiros, Taciana Macêdo, Tatiana Bacelar, Thalassa Kalil, Thamires Rodrigues, Vladimir AvelarAssistente técnica em Estatística: Numiá GomesAssistentes de Produção Editorial: Carolina Silva, Suzelainne de Souza

Produção EditorialGestora de Produção Editorial: Thalita NigriCoordenadores de núcleo: Étore Moreira, Gabriela Garzon, Isabela DutraCoordenadora de iconografia: Viviane FonsecaPesquisadores iconográficos: Camila Gonçalves, Débora Nigri, Eloine Reis, Fabíola Paiva, Guilherme Rodrigues, Núbia Santiagorevisores: Ana Maria Oliveira, Gabrielle Ruas, Lucas Santiago, Luciana Lopes, Natália Lima, Tathiana OliveiraArte-Finalistas: Cleber Monteiro, Gabriel Alves, Kátia SilvaDiagramadores: Camila Meireles, Isabela Diniz, Kênia Sandy Ferreira, Lorrane Amorim, Naianne Rabelo, Webster Pereirailustradores: Reinaldo Rocha, Rodrigo Almeida, Rubens Lima

Produção GráficaGestor de Produção Gráfica: Wellington SeabraCoordenador de Produção Gráfica: Marcelo CorreaAnalista de Produção Gráfica: Patrícia ÁureaAnalistas de Editoração: Gleiton Bastos, Karla Cunha, Pablo Assunção, Taiana Amorimrevisora de Produção Gráfica: Lorena Coelho

Coordenador do PSM: Wilson BittencourtAnalistas de Processos Editoriais: Augusto Figueiredo, Izabela Lopes, Lucas Roquerevisoras: Bruna Emanuele Fernandes, Danielle Cardoso, Luísa GuerraArte-Finalista: Larissa AssisDiagramadores: Anna Carolina Moreira, Maycon Portugal, Rafael Guisoli, Raquel Lopes, Wallace Weberilustrador: Hector Ivo Oliveira

rElACionAMEnto E MErCADoGerente Geral de relacionamento e Mercado: Renata Gazzinelli

SuPortE PEDAGóGiCoGerente de Suporte Pedagógico: Heloísa BaldoAssessoras Pedagógicas Estratégicas: Madresilva Magalhães, Priscila BoyGestores de Conteúdo: Luciano Carielo, Marinette FreitasConsultores Pedagógicos: Adriene Domingues, Camila Ramos, Claudete Marcellino, Daniella Lopes, Denise Almeida, Eugênia Alves, Francisco Foureaux, Leonardo Ferreira, Lucilene Antunes, Paulo Rogedo, Soraya OliveiraAnalista de Conteúdo Pedagógico: Paula VilelaAnalista de Suporte Pedagógico: Caio PontesAnalista técnico-Pedagógica: Graziene de AraújoAssistente técnico-Pedagógica: Werlayne BastosAssistentes técnico-Administrativas: Aline Freitas, Lívia Espírito Santo

CoMErCiAlCoordenador Comercial: Rafael CurySupervisora Administrativo-Comercial: Mariana GonçalvesConsultores Comerciais: Adalberto de Oliveira, Carlos Eduardo Oliveira, Cláudia Amoedo, Eduardo Medeiros, Guilherme Ferreira, Ricardo Ricato, Robson Correia, Rossano Rodrigues, Simone CostaAnalistas Comerciais: Alan Charles Gonçalves, Cecília Paranhos, Rafaela RibeiroAssistentes Comerciais: Laura Caroline Tomé, Melissa Turci

ADMiniStrAtivoGerente Administrativo: Vítor LealCoordenadora técnico-Administrativa: Thamirys Alcântara Coordenadora de Projetos: Juliene SouzaAnalistas técnico-Administrativas: Ana Clara Pereira, Bárbara Câmara, Lorena KnuppAssistentes técnico-Administrativos: Danielle Nunes, David Duarte, Fernanda de Souza, Mariana Girardi, Priscila Cabral, Raphaella HamziAuxiliar de Escritório: Sandra Maria MoreiraEncarregado de Serviços Gerais e Manutenção: Rogério Brito

oPErAçõESGerente de operações: Bárbara AndradeCoordenadora de operações: Karine ArcanjoSupervisora de Atendimento: Adriana MartinsAnalista de Controle e Planejamento: Vinícius AmaralAnalistas de operações: Ludymilla Barroso, Luiza RibeiroAssistentes de relacionamento: Amanda Aurélio, Amanda Ragonezi, Ana da Silva, Ana Maciel, Ariane Simim, Débora Teresani, Elizabeth Lima, Eysla Marques, Flora Freitas, Iara Ferreira, Renata Gualberto, Renata Magalhães, Viviane RosaCoordenadora de Expedição: Janaína CostaSupervisor de Expedição: Bruno Oliveiralíder de Expedição: Ângelo Everton PereiraAnalista de Expedição: Luís XavierAnalista de Estoque: Felipe LagesAssistentes de Expedição: Eliseu Silveira, Helen Leon, João Ricardo dos Santos, Pedro Henrique Braga, Sandro Luiz QueirogaAuxiliares de Expedição: Admilson Ferreira, Marcos Dionísio, Ricardo Pereira, Samuel Pena

tECnoloGiA EDuCACionAlGerente de tecnologia Educacional: Alex RosaCoordenadora Pedagógica de tecnologia Educacional: Luiza WinterCoordenador de tecnologia Educacional: Eric LongoCoordenadora de Atendimento de tecnologia Educacional: Rebeca MayrinkAnalista de Suporte de tecnologia Educacional: Alexandre PaivaAnalista de tecnologia Educacional: Vanessa VianaAssistentes de tecnologia Educacional: Augusto Alvarenga, Naiara Monteiro, Sarah CostaDesigner de interação: Marcelo CostaDesigners instrucionais: Alisson Guedes, David Luiz Prado, Diego Dias, Fernando Paim, Mariana Oliveira, Marianna DrumondDesigner de vídeo: Thais MeloEditora Audiovisual: Marina Ansalonirevisor: Josélio VerteloDiagramadores: Izabela Brant, Raony Abade

MArkEtinGGerente de Marketing: Maria Cristina BelloCoordenadora de Marketing: Jaqueline Camargos

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PLANEJAMENTO dO vOLuMEDisciplina: LÍNGuA PORTuGuESA

série: 3ª

segmento: EM/Pv

volume: 2

FRENTE módulo coNTEúdoSugESTõES dE ESTRaTégiaS

A

04• Desenvolvimento do texto dissertativo-argumentativo e

estratégias argumentativas• Aula expositiva

• Aplicação de exercícios

• Resolução de exercícios

• Aula prática

• Debates

• Aula multimídia

•  Júri simulado

• Discussão em grupos

• Filmes

05 • Contra-argumentação, falhas argumentativas e modalização

06 • Conclusão do texto dissertativo-argumentativo

B

04 • Elementos da prosa

05 • Romantismo

06 • Realismo e Naturalismo

C

04 • Verbos

05 • Estudo do período simples – sujeito e predicado

06 • Termos ligados ao verbo e ao nome

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ORiENTAçõES E SuGESTõESmódulo – a 04

desenvolvimento do texto dissertativo-argumentativo e estratégias argumentativas

A primeira parte do módulo A04 refere-se ao desenvolvimento do texto, uma parte determinante na construção argumentativa, pois é exatamente no espaço do desenvolvimento que iremos escolher qual a melhor maneira de apresentarmos as ideias, dados, informações e opiniões selecionadas no planejamento, escolhendo o modo como iremos relacioná-las e quais recursos iremos utilizar para isso.

Assim, é importante deixar claro para os alunos que não basta somente “ter ideias” sobre determinado assunto; é preciso selecioná-las corretamente, relacionando-as e desenvolvendo-as.

Para ajudá-los nessa empreitada, recorremos novamente às autoras Koch e Elias (2016), estudiosas do texto, da escrita e da argumentação, oferecendo algumas das mais comuns estratégias existentes para o desenvolvimento textual. Dessa vez, os textos exemplificadores foram escolhidos entre bons artigos de opinião, gênero essencialmente dissertativo-argumentativo, os quais sugerimos que sejam lidos pelos alunos e discutidos em sala, de forma que eles identifiquem não só os recursos de desenvolvimento, mas também a tese e a introdução utilizada. Outro bom exercício é levar jornais e revistas para a sala, para que os alunos possam reconhecer e escolher entre os artigos ali presentes algum que seja exemplificativo de determinada estratégia. A atividade de analisar outros textos proporciona aos alunos a compreensão acerca de como eles podem compor suas próprias produções.

A segunda parte do módulo, por sua vez, apresenta as principais estratégias argumentativas que os alunos podem utilizar em suas produções. Procure lembrar aos alunos que textos de natureza dissertativo- -argumentativa devem convencer pela consistência das informações apresentadas e que tanto serão melhores quanto maior for a relevância dessas informações. Por isso, abordamos os principais tipos de argumentos que devem fundamentar esses textos: a exemplificação, a comparação, o argumento de autoridade, etc. Você deve evidenciar que não basta apenas escolher bons argumentos, mas que é preciso desenvolvê-los, justificá-los, provar que são válidos. Procure articular essa informação ao conteúdo estudado anteriormente, relativo à estrutura dos textos dissertativo-argumentativos. Para isso, você pode sugerir que o aluno entenda cada um de seus argumentos como “tópico” e que desenvolva o “comentário” com base em uma das estratégias argumentativas apresentadas. Para que o aluno tenha mais familiaridade com essas estratégias, analise com eles as estratégias utilizadas no texto “Intolerância nas redes sociais”, apresentado no final do módulo.

módulo – a 05

contra-argumentação, falhas argumentativas e modalizaçãoNesse módulo, é estudada a técnica da contra-argumentação e, além disso, são apresentadas as principais

falhas de argumentação observadas em redações de natureza dissertativo-argumentativa, bem como os recursos de modalização, fundamentais para a defesa de posicionamentos. A contra-argumentação é apresentada a partir da análise do texto “A ilusão das redes sociais”, em que o autor refuta argumentos contrários à tese que pretende defender para estruturar sua abordagem. Professor(a), ao estudar essa estratégia argumentativa, procure mostrar a seus alunos que ela pode ser bastante útil, uma vez que eles podem contra-argumentar ideias presentes nos textos motivadores, bem como ideias de senso comum. Em ambos os casos, a utilização dessa estratégia sugere ao leitor uma abordagem consistente, pois mostra que o produtor conhece diferentes pontos de vista sobre o assunto e é capaz de avaliá-los tendo como referência seu próprio ponto de vista.

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Em seguida, apresentamos as falhas de argumentação mais comuns. Optamos por demonstrá-las a partir de exemplos genéricos e de textos, alguns dos quais produzidos por alunos e reproduzidos com os erros encontrados. É importante que você comente cada uma dessas falhas, leia os exemplos e, preferencialmente, cite outros. Nesse caso, aproveite seu conhecimento sobre a produção textual dos alunos. Você pode citar exemplos de textos produzidos em sala de aula e apresentá-los em slides. Apenas tome o cuidado de não identificar os autores para não constranger os alunos. Essa estratégia vale tanto para textos cuja abordagem é satisfatória quanto para textos com problemas de argumentação. Os comentários que você fizer sobre esses textos certamente vão ajudar os alunos a saber o que devem e o que não devem fazer ao escreverem. Ao abordar as falhas de argumentação, dê destaque à distinção entre lugar-comum e senso comum e reforce as informações presentes nessa seção.

Logo após as falhas de argumentação, discutimos a importância do uso dos modalizadores em textos dissertativo-argumentativos, procurando relacionar o uso desses recursos à argumentação em geral. Evidencie aos alunos que a simples inserção de uma palavra modalizadora em uma frase pode ser útil para evitar uma falha de argumentação grave. Do mesmo modo, essas palavras permitem marcar posicionamentos, impressões e julgamentos sobre aquilo que se diz. Como sugerido no Caderno Principal, incentive os alunos a consultarem constantemente a lista de modalizadores apresentada no final do módulo, até que tenham um maior domínio dessas palavras e dos efeitos que cada uma delas pode imprimir no discurso.

MÓDULO – A 06

Conclusão do texto dissertativo-argumentativoProfessor(a), esse módulo tem por objetivo apresentar algumas formas de se concluírem textos de natureza

dissertativo-argumentativa. Contudo, procure, desde o início de sua abordagem, salientar para os alunos que as formas apresentadas não são as únicas possíveis. Esse módulo apenas ilustra algumas possibilidades a fim de orientá-los, e não de limitar suas produções.

Antes de apresentar-lhes as sugestões, retome um dos princípios que deve guiar qualquer produção textual: o planejamento do texto. Ressalte a ideia explicitada na introdução do módulo, segundo a qual a conclusão a que se deseja conduzir o leitor já deve ser prevista no momento em que se planeja o texto, ou seja, antes de se iniciá-lo. Evidencie que é essencial, em uma conclusão, trazer ideias que estejam de acordo com o que foi exposto na tese e comprovado, por meio de uma argumentação consistente, ao longo do desenvolvimento do texto. Para que os alunos compreendam isso, procure citar falhas comuns nas conclusões de redações escolares. Um exemplo é o fato de se expor uma solução utópica – e, na maioria das vezes, vaga – em um texto em que só se apresentaram problemas relacionados a uma temática. Você pode citar outros exemplos e até mesmo expor textos concluídos de forma incoerente.

Seguindo essa orientação geral, apresente aos alunos os textos que exemplificam cada uma das sugestões de conclusão e reforce os comentários que acompanham esses exemplos. Esses comentários evidenciam as relações entre a conclusão e as informações e os argumentos apresentados, ressaltando a ideia de que o texto deve ser coerente e de que isso só é possível quando ele é bem planejado. Reforce, assim, que, numa conclusão, não basta expor uma relação de causa e consequência ou uma citação qualquer se essas estratégias não cooperarem para que se atinja o objetivo delimitado para o texto.

Na parte final do módulo, serão abordadas as peculiaridades do parágrafo conclusivo no Exame Nacional do Ensino Médio. Nesse sentido, professor(a), é importante reforçar que a criação de uma boa proposta de intervenção social garante uma boa avaliação da redação nesse exame. Tendo isso em vista, reforce com seus alunos que a proposta criada deve ser específica e viável, em que sejam apresentados, de maneira objetiva e, ao mesmo tempo, bem desenvolvida, a ação proposta, o agente dessa ação, ou seja, o responsável por sua aplicação, o modo como ela deve ser executada e, enfim, a sua finalidade, que deve objetivar a solução dos problemas identificados no decorrer do texto.

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módulo – B 04

Elementos da prosaEsse módulo tem por objetivo levar o aluno a uma reflexão sobre os elementos que constituem a

prosa. É importante que ele perceba como as escolhas de um autor não são aleatórias ou gratuitas, mas repletas de sentido. O estudo da narrativa é importante para que o aluno tenha consciência do porquê da escolha do foco narrativo, do espaço, do tempo, da montagem das personagens. Perceber a construção do texto como um projeto consciente de criação é a tarefa de todo leitor eficiente no processo de interpretação textual.

É importante, portanto, que você, professor(a), procure explorar exemplos que sejam significativos, ressaltando como as escolhas dos elementos da narrativa ocorrem, não só na literatura, mas em várias manifestações textuais (reportagem, ensaio, artigo, discurso político, etc.) e até nas cenas do cotidiano, nos diálogos mais banais. Assim, todos nós somos personagens e narradores em vários contextos, e, por isso, ter noção de nosso “papel” é uma tarefa corriqueira e necessária ao longo da vida. Portanto, demonstre, professor(a), a aplicabilidade constante de teorias literárias na realidade em que os alunos estão circunscritos, de forma que o saber literário não pareça fútil e aplicável apenas no dia de uma prova ou de um concurso.

O tópico relativo aos discursos foi estruturado a partir de um breve comentário teórico seguido de exemplos. Ao trabalhá-lo em sala, induza o aluno a identificar a teoria estudada nos fragmentos literários. Os exemplos no corpo do módulo aparecem como uma amostragem inicial; será preciso que você, professor(a), dê continuidade ao processo de assimilação do conteúdo na parte dos exercícios, para que realmente a matéria seja fixada pelo estudante.

Uma das melhores estratégias para deixar nítido que todo discurso é construído a partir de um ponto de vista, de uma voz enunciadora que relata os episódios por sua perspectiva, é encontrar uma mesma cena que possa ser analisada por dois ou mais ângulos. Assim, os alunos poderão reconhecer a parcialidade de todo o relato.

•  Demonstre para o aluno como a metalinguagem na prosa muitas vezes é empregada para dar veracidade 

ao relato do narrador, a fim de obter a compreensão do seu interlocutor. Ressalte o valor do diálogo 

entre narrador e leitor como uma forma persuasiva da voz narrativa para que ambos compartilhem

do mesmo ponto de vista.

•  Ao estudar as classificações das personagens, saliente como as caricaturas e os tipos encontram-se 

também no gênero dramático, mais especificamente nas comédias. Além disso, você pode antecipar 

como o Realismo e o Naturalismo exploraram a construção de personagens-tipo, com o intuito de

se comprovar uma tese. Nessas escolas literárias, a individualidade é apagada pela concepção de

que o homem é um produto do meio, pois ele representa uma identidade coletiva determinada pelas

relações sociais.

•  Distinga o discurso direto (fala da personagem) do indireto livre (pensamento da personagem expresso 

pelo narrador). Peça aos alunos para visualizarem a cena e responderem se a personagem está

falando naquele contexto ou apenas refletindo. Esse exercício facilita a separação do discurso direto 

e do indireto livre, principalmente nas narrativas contemporâneas, que não empregam os tradicionais

sinais de pontuação para marcar os discursos.

•  Estimule os alunos a passarem os textos do discurso direto para o indireto, de forma que eles possam 

ter maior compreensão sobre as particularidades de cada um e consigam perceber o trabalho linguístico

feito com os verbos e com os pronomes nesse processo de transmutação de um discurso para outro.

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•  Associe o discurso indireto livre na literatura ao movimento da câmera no cinema ou na televisão.  Leve algum trecho de filme ou de telenovela em que o ponto de vista da câmera (que corresponde ao narrador na prosa) funde-se à visão do ator (personagem). Cenas em que aparece uma personagem bêbada são ótimas para o caso, pois é muito comum, primeiramente, mostrá-la caminhando tonta (câmera distanciada, como o narrador de terceira pessoa) e, em seguida, após a sua queda, tudo aparecer girando (o espectador reconhece que a imagem que vê é a do próprio olhar do bêbado). Assim, o ponto de vista da câmera funde-se ao ponto de vista da personagem, da mesma forma que, na prosa, o ponto de vista do narrador onisciente mescla-se ao ponto de vista da personagem.

módulo – B 05Romantismo

Professor(a), o Romantismo revelou-se fecundo tanto na produção de prosa quanto na de poesia. Para o estudo das obras em prosa, recomendam-se as edições da coleção Romances para Estudo, da editora Francisco Alves. O volume referente à obra Iracema, por exemplo, foi organizado por Silviano Santiago. A referida coleção também apresenta boas edições dos romances Memórias de um sargento de milícias e A moreninha. Para o estudo das obras em versos, é sempre interessante trabalhar com músicas, se possível, as que remetem aos poemas estudados ou as que constituem versões musicadas desses poemas. Ao trabalhar a “Canção do exílio”, por exemplo, relacione-a com a música “Sabiá”, de autoria de Chico Buarque e Tom Jobim. Já o poema “O navio negreiro”, de Castro Alves, aparece musicado e declamado nos CDs Diamante verdadeiro, de Maria Bethânia, e Livro, de Caetano Veloso. Pode ser interessante ilustrar os poemas a partir de tais trabalhos. A exibição das cenas iniciais do filme Amistad, de Steven Spielberg, produção de 1997, também enriquece a atividade com o poema “O navio negreiro”. O longa começa com imagens de um navio espanhol que transporta escravos para a América.

módulo – B 06Realismo e Naturalismo

Professor(a), uma boa sugestão para quem deseja pesquisar a teoria realista é a obra de Émile Zola intitulada Do romance, traduzida por Plínio Augusto Coelho e lançada pela editora Imaginário / Edusp. Nela, estão os preceitos estéticos que guiaram o Realismo. Com relação ao surgimento do Naturalismo no Brasil e à sua relação com a literatura europeia, sugere-se a obra O Naturalismo no Brasil, de Nelson Werneck Sodré, publicada pela Oficina de Livros. O estudo traça um panorama do contexto histórico brasileiro durante o aparecimento do Naturalismo e também aponta as diretrizes estéticas do movimento.

A respeito da bibliografia sobre Machado de Assis, vale lembrar o clássico estudo de Lúcia Miguel Pereira (Machado de Assis: estudo crítico e biográfico, editado pela José Olympio), o trabalho de Alfredo Bosi (Machado de Assis: o enigma do olhar, da editora Ática), e os estudos de Roberto Schwarz (Um mestre na periferia do capitalismo e Ao vencedor as batatas, lançados pela editora Duas Cidades; além da obra Duas meninas, pela Companhia das Letras). Indique também o site: <http://www.machadodeassis.org.br/>, fonte importante de pesquisa para os alunos relacionarem a vida e a obra de Machado de Assis. Ainda sobre o autor, vale lembrar as adaptações cinematográficas, as quais podem estimular interessantes discussões. Um trabalho sobre a obra de Machado e as suas versões para o cinema seria muito produtivo. O romance Memórias póstumas de Brás Cubas foi adaptado para o cinema por André Klotzel (Memórias póstumas, 2001) e também por Júlio Bressane (Brás Cubas, 1985). Outros trabalhos sobre Machado, no cinema, são Capitu, de Paulo César Saraceni (1968); Missa do galo, de Nelson Pereira dos Santos (1982); A cartomante, de Alexander Vancellote (1984) – conto que também foi adaptado por Wagner de Assis e Pablo Uranga, em 2004 –; Quincas Borba, filme de Roberto Santos (1987); e Dom, de Moacyr Góes (2003). Além da minissérie Capitu, dirigida por Luiz Fernando de Carvalho (2008), exibida pela Rede Globo e disponível em DVD.

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módulo – c 04

VerbosProfessor(a), esse módulo é dedicado ao estudo dos verbos. Nele, você vai encontrar os principais

conceitos relacionados a essa classe de palavra, bem como informações sobre o uso dos diferentes modos e tempos verbais.

É importante que você estimule a autoconfiança dos alunos, mostrando que eles dominam grande parte desse conteúdo pelo simples fato de serem falantes da língua. Evite, portanto, elaborar exercícios que explorem classificações de termos descontextualizados e que forcem os alunos a simplesmente decorar regras e a responder às questões mecanicamente. Vale repetir que o aprendizado só será real se os alunos forem incentivados a pensar sobre a língua de que fazem uso.

No item 1 do tópico “Definições”, encontra-se o conceito semântico de verbo. Observe que os exemplos apresentados ilustram de que modo o verbo pode indicar, respectivamente, ação, posse, estado ou fenômeno da natureza.

Os itens 2, 3 e 4 dizem respeito às variações dos verbos relacionadas às três pessoas do discurso, ao número, ao tempo e ao modo. Ao apresentá-los, destaque, principalmente, as funções dos modos indicativo, subjuntivo e imperativo, pois os alunos costumam ter mais dificuldades em assimilar esses conceitos que os relacionados à pessoa, ao número e ao tempo.

Os itens 5, 6 e 7 apresentam as formas nominais, os principais verbos auxiliares e o conceito de locução verbal. Procure expor as informações que constam nesses itens, relacionando-as. Deixe claro que verbos auxiliares juntam-se às formas nominais para formar as locuções verbais, os tempos compostos (que serão apresentados detalhadamente a seguir) e a voz passiva.

Ao trabalhar as formas nominais dos verbos, destaque o fato de que elas não possuem marcas de pessoa – com exceção do infinitivo flexionado – e que, portanto, podem gerar ambiguidade ao serem usadas em algumas construções. É o que ocorre, por exemplo, com o gerúndio, forma inúmeras vezes usada equivocadamente em textos. De maneira análoga ao que acontece com o relativo “onde”, que muitos utilizam todas as vezes em que não encontram o conectivo correto para concatenar duas orações, o gerúndio é empregado formando períodos longos, confusos, com três, quatro, cinco orações iniciadas por essa forma verbal. O fato de ocorrerem esses problemas, entretanto, não desmerece o gerúndio, que é de grande valia para expressar uma determinada forma de ocorrência de um evento, desde que corretamente utilizado. Oriente, assim, seus alunos chamando a atenção para o seguinte:

•  O verbo no gerúndio, em uma oração, deve ter sempre um sujeito facilmente identificável e devem-se  evitar construções em que isso não ocorra, como “Ela encontrou a criança saindo da igreja” (quem estava saindo da igreja, ela ou a criança?).

•  Os períodos compostos devem conter no máximo duas ou três orações reduzidas de gerúndio e todas devem ter um mesmo sujeito; caso o sujeito das orações reduzidas não seja um mesmo termo, deve-se substituí-las por outras construções visando à clareza do enunciado.

•  O gerundismo, como se convencionou chamar certas construções do português oral contemporâneo, deve ser evitado, mesmo na comunicação cotidiana e informal (ver página 82). Porém, a simples presença de um verbo no gerúndio em uma frase não constitui gerundismo; é necessário que o aluno saiba reconhecer as construções em que a presença do gerúndio é problemática. Pensando nisso, disponibilizamos, nos anexos deste Manual, dois textos que tratam desse assunto; reproduza-os e trabalhe-os com seus alunos.

Para trabalhar os conceitos de verbos regulares, irregulares, defectivos e anômalos, é interessante que você selecione alguns dos verbos citados como exemplos em cada uma das definições e conjugue-os juntamente com os alunos, destacando as peculiaridades de cada um deles.

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O paradigma de conjugação dos verbos regulares e o emprego dos modos e tempos verbais são apresentados em tabelas nas páginas 83 a 84, o que permite trabalhar essa parte do conteúdo de modo bastante didático. Conforme dito anteriormente, não solicite aos alunos que decorem essas informações e não elabore exercícios mecânicos. Explore o conteúdo apresentado com exercícios que possibilitem o raciocínio e a reflexão sobre a língua.

Trabalhe a formação do imperativo com base no quadro que se encontra na página 87. Avise à turma que esse é um conteúdo bastante cobrado em questões de vestibular, e procure apresentá-lo em sala de aula de forma a esclarecer suas especialidades, pois é comum os alunos se confundirem devido ao fato de este ser um modo híbrido, formado a partir de dois diferentes tempos verbais. Outro fator que gera confusão é o fato de que, na linguagem cotidiana, em quase todas as regiões do Brasil, usa-se a forma do imperativo afirmativo de segunda pessoa (tu) quando se refere a terceira pessoa (você). É preciso, portanto, que os alunos assimilem bem o modo como se dá a formação do imperativo e tenham atenção redobrada ao resolverem exercícios relacionados a esse modo verbal.

O emprego do infinitivo deve ser trabalhado a partir do quadro da página 87. A fim de facilitar a compreensão dos alunos, você pode destacar os cinco casos em que o infinitivo é pessoal e deve ser flexionado, orientando-os para que usem o infinitivo não flexionado em todas as outras ocorrências dessa forma verbal.

Sobre o emprego do particípio, é importante que sejam enfatizadas as regras que normatizam o uso das formas regulares (com os auxiliares “ter” e “haver”) e das irregulares (com os auxiliares “ser” e “estar”).

Os quadros e as explicações que se encontram na página 88 vão auxiliá-lo na tarefa de diferenciar as vozes verbais: ativa, passiva analítica, passiva sintética e reflexiva. Ao trabalhar esse conteúdo, destaque, principalmente, a voz passiva sintética, pois, pelo fato de aparecer em construções que se assemelham a orações com sujeito indeterminado, é muito cobrada em questões de vestibular.

módulo – c 05

Estudo do período simples – sujeito e predicado

Professor(a), nesse módulo, são apresentados, além dos conceitos de frase, oração e período, os termos essenciais de uma oração. Assim, são trabalhados os diferentes tipos de sujeito e de predicado, bem como a noção de predicação verbal.

Para abordar os conceitos de frase, oração e período, você pode analisar juntamente com seus alunos vários enunciados (criados por você ou retirados da linguagem publicitária, por exemplo) além dos que se encontram no quadro da página 93.

Antes de passar ao estudo dos termos essenciais da oração, apresente a seus alunos a estrutura canônica das frases na Língua Portuguesa:

SUJEITO VERBO COMPLEMENTOS VERBAIS ADJUNTOS ADVERBIAIS+

PREDICADO⇓

Você pode fazer os seguintes comentários sobre essa estrutura:

•  Grande  parte  dos  enunciados  da  Língua  Portuguesa  é  intuitivamente  produzido  pelos  falantes obedecendo a essa ordenação.

•  Todas  as  palavras  em  uma  oração  que  não  constituírem  seu  sujeito  fazem  parte  do  predicado. Assim, complementos verbais (objeto direto e indireto), adjuntos adverbiais, agentes da passiva (em construções de voz passiva), predicativos (em construções de predicado nominal ou verbo-nominal) são termos que integram o predicado de uma oração.

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•  Os adjuntos adnominais e os complementos nominais (que serão estudados no próximo módulo) são termos que integram outros termos em uma oração, ou seja, não aparecem isolados, mas estão sempre associados ao sujeito ou aos complementos verbais, ao agente da passiva, ao predicativo, etc.

A partir das definições de sujeito e predicado e dos exemplos apresentados na página 93, deixe claro que não é a extensão de um termo que define se ele é sujeito ou predicado. Existem predicados compostos por apenas um termo, no caso, um verbo, do mesmo modo como existem sujeitos longos, formados pela associação de várias palavras de natureza adjetiva – determinantes – com um núcleo de natureza substantiva – determinado.

Ao trabalhar o conceito de sujeito, evite formular definições semânticas como as seguintes: “sujeito é o ser sobre o qual se declara algo” ou “sujeito é o ser que pratica a ação denotada pelo verbo”. Tais definições são problemáticas porque nem sempre permitem identificar corretamente o sujeito. Uma definição mais simples do que aquela que aparece no livro, passível de ser utilizada, é: “sujeito é o termo com o qual concorda o verbo da oração”. Nessa definição, não são levadas em conta noções semânticas, como ocorre nas anteriores; ela é pautada em um critério sintático, como é conveniente, já que “sujeito” é uma classificação sintática.

As classificações de sujeito são apresentadas ao longo das páginas 94 e 95. Apresente a seus alunos, inicialmente, os tipos de sujeito determinado, chamando-lhes a atenção para os seguintes casos:

•  Há orações em que não existe um termo explícito ocupando o lugar do sujeito, mas em que é possível identificar esse termo a partir da flexão verbal (segundo exemplo de sujeito simples: “(Nós) Estaremos esperando pela ajuda dos governantes.”); nesses casos, diz-se que ocorre sujeito simples desinencial (porque é inferido a partir da desinência do verbo). Não se usa mais a antiga definição “sujeito oculto”.

•  Há orações em que o sujeito é classificado como simples, embora, semanticamente, não seja possível identificar com precisão o responsável pela ação denotada pelo verbo; é o que ocorre nos casos em que o sujeito é composto por um pronome indefinido (terceiro exemplo de sujeito simples: “Alguém falará por nós.”).

•  Há orações compostas na voz passiva sintética em que o sujeito, por ser posposto, pode não ser facilmente  identificado (quarto exemplo de sujeito simples: “Percorreram-se muitos caminhos até aqui.”); volte nesse exemplo ao tratar de sujeito indeterminado, chamando a atenção para a função da partícula “se” em cada um dos casos.

Ao estudar os processos que permitem indeterminar o sujeito de uma oração, destaque os seguintes pontos:

•  Ao expor o primeiro caso de sujeito indeterminado, mencione que, ao contrário do que ocorre com verbos que se encontram na primeira e na segunda pessoa do singular e do plural e na terceira pessoa do singular – casos em que se classifica o sujeito como simples desinencial a partir da flexão do verbo –,  quando o verbo de uma oração estiver na terceira pessoa do plural, sem agente expresso, o sujeito é classificado como indeterminado; chame a atenção dos alunos para essa “exceção” para que não se confundam e classifiquem equivocadamente o sujeito.

•  Ao expor o segundo processo de  indeterminação, chame a atenção para o  fato de que é comum confundir esse caso de sujeito indeterminado com a voz passiva sintética. Volte ao quarto exemplo citado de sujeito simples e compare-o com orações em que o sujeito indeterminado é formado a partir da associação de um verbo intransitivo ou transitivo indireto com o “se” (índice de indeterminação do sujeito); trabalhe o conteúdo do quadro da página 95 e cite outros exemplos para ajudar os alunos a assimilarem bem essa diferença.

•  Ao  expor  o  terceiro  processo  de  indeterminação, mencione  que  esse  caso,  na maioria  das  vezes, ocorre em períodos compostos, em que uma oração subordinada – a que tem sujeito indeterminado – funciona como sujeito de uma oração principal.

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Para que os alunos compreendam bem os casos de sujeito inexistente (ou oração sem sujeito), você deve chamar-lhes a atenção para o seguinte:

•  O  verbo  “haver”  só  não  terá  sujeito  se  significar  “existir”,  caso  em  que  permanece  sempre na terceira pessoa do singular; assim, diz-se que o verbo é impessoal e transitivo direto, na medida em que sempre terá como complemento um objeto direto.

•  O verbo “haver”, no sentido de existir, quando aparece como verbo principal em locuções verbais, transfere sua impessoalidade ao verbo auxiliar, que, à maneira do verbo “haver”, sempre permanece na terceira pessoa do singular.

•  O verbo “existir”, por sua vez, sempre tem um sujeito claro, com o qual deve concordar em número e pessoa; assim, diz-se que o verbo “existir” é pessoal – na medida em que sempre tem um sujeito – e intransitivo – pois não aceita complemento verbal.

•  A diferença entre os verbos  “haver” e  “existir” é principalmente sintática, pois,  semanticamente,  são semelhantes; para ajudar os alunos a assimilarem essa diferença, exponha orações em que tais verbos ocorram e peça à turma que substitua um pelo outro, fazendo as devidas adequações para garantir a concordância das frases.

•  Os verbos “ser” e “estar”, na indicação de tempo, embora não tenham sujeito, concordam com o número de horas a que se referem; isso ocorre porque, de acordo com as regras de concordância desses verbos, eles podem concordar tanto com o sujeito quanto com o predicativo do sujeito.

•  Os verbos “fazer” e “haver”, na indicação de tempo, permanecem sempre na terceira pessoa do singular.

Ao trabalhar a predicação verbal, faça com que os alunos entendam que não é possível determinar a transitividade de um verbo sem se levar em conta o contexto em que ele aparece, de modo que um mesmo verbo pode ser classificado de diferentes modos. Exponha exemplos que comprovem isso e reforce com os alunos a necessidade de refletirem sobre as estruturas linguísticas que lhes são apresentadas. Eis algumas frases que podem ser trabalhadas em sala:

•  “Come-se bem nesse restaurante.” (comer: verbo intransitivo)

•  “Comem-se muitas nozes no Natal.” (comer: verbo transitivo direto)

•  “O homem andava, aflito, de um lado para outro.” (andar: verbo intransitivo)

•  “Andei doente durante todo verão.” (andar: verbo de ligação)

•  “Maria está cansada demais para brincar.” (estar: verbo de ligação)

•  “Por favor, sua mãe está?” (estar: verbo intransitivo)

•  “Você é meu amigo.” (ser: verbo de ligação)

•  “No meu relógio, são exatamente três horas.” (ser: verbo impessoal)

•  “Se houver algum problema, entre em contato com o SAC.” (haver: verbo impessoal)

•  “As crianças haviam deixado tudo espalhado.” (haver: verbo auxiliar)

•  “Assisti a um documentário sobre índios ontem.” (assistir: verbo transitivo indireto)

•  “Assisti as pessoas que ficaram desabrigadas devido às chuvas”. (assistir: verbo transitivo direto)

•  “Choveu muito em Minas este ano.” (chover: verbo impessoal)

•  “Choveram aplausos ao fim do espetáculo” (chover: verbo intransitivo)

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Após fixar com os alunos o conceito de predicação verbal e proceder à classificação quanto à transitividade de diversos verbos, será fácil apresentar os tipos de predicado. Você pode, ainda, utilizar as mesmas frases para praticar com seus alunos a análise e a identificação dos tipos de predicado.

Não deixe de comentar com a turma que os conceitos de complemento verbal e predicativo serão retomados e mais bem definidos posteriormente.

módulo – c 06Termos ligados ao verbo e ao nome

Professor(a), foram estudados no último módulo os tipos de sujeito e de predicado. As demais funções sintáticas serão vistas nesse módulo e, pelo fato de serem muitas – o que pode confundir o aluno –, elas foram didaticamente divididas em dois subgrupos: o dos termos que se ligam ao verbo e o dos termos que se ligam aos nomes.

Não deve ser sua intenção que os alunos simplesmente decorem conceitos. Deve-se almejar que eles entendam de que modo se organiza a língua. Por isso, apresente o esquema da página 101 ressaltando que os complementos verbais, os adjuntos adverbiais e o agente da passiva ligam-se aos verbos, enquanto os demais termos – o adjunto adnominal, o complemento nominal, o predicativo, o aposto e o vocativo – ligam-se aos nomes. Reconhecer essa divisão pode auxiliar muito na análise sintática de um enunciado e os alunos devem saber disso. Por isso, a sugestão é que você divida a abordagem desse conteúdo em dois momentos.

Primeiro, apresente os termos que estão diretamente ligados ao verbo de uma oração, a saber:

•  objeto direto – complemento verbal;

•  objeto indireto – complemento verbal;

•  adjunto adverbial – modificador;

•  agente da passiva – agente da ação verbal em construções de voz passiva.

Essas funções sintáticas já foram indiretamente trabalhadas anteriormente. O importante, nesse momento, é apenas consolidar os conceitos e apresentar algumas particularidades relacionadas a cada um deles. Assim, a abordagem dessa primeira parte é rápida, de modo que você pode consolidar a aprendizagem conceitual com a resolução de exercícios e reservar um tempo para tirar eventuais dúvidas dos alunos.

Para trabalhar os complementos verbais, é sugerido o seguinte:

•  reapresente o conceito de objeto direto;

•  apresente o conceito de objeto direto preposicionado, ressaltando a ideia de que ele nada mais é que um termo preposicionado que completa o sentido de um verbo transitivo direto; aproveite, portanto, para reforçar o fato de que é muito importante saber identificar a transitividade do verbo;

•  apresente cada um dos casos em que ocorre o objeto direto preposicionado, pois isso fará com que os alunos consigam identificá-lo com mais facilidade;

•  reapresente o conceito de objeto indireto;

•  apresente  os  objetos  pleonásticos,  chamando  a  atenção  para  o  fato  de  que  constituem  um recurso estilístico;

•  chame a atenção dos alunos para o quadro “Tome nota” que se encontra em destaque na página 102.

Ao trabalhar o conceito de adjunto adverbial, cite exemplos de frases em que esse termo modifique verbos, adjetivos e orações. Termine a abordagem apontando as ideias que podem ser expressas pelos adjuntos adverbiais, conforme os exemplos apresentados.

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A última parte, nessa primeira etapa, é dedicada ao estudo do agente da passiva. Por ser um termo que só ocorre em construções de voz passiva analítica, foram retomadas as vozes verbais e procedeu-se à transformação e à análise sintática de algumas construções, como você pode observar nas páginas 102 e 103. Além de apresentar esses enunciados, elabore outros, a fim de que os alunos os passem da voz ativa para a passiva e vice-versa e analisem sintaticamente suas estruturas.

Antes de finalizar o estudo sobre o agente da passiva, retome com os alunos os diferentes tipos de vozes verbais – ativa, passiva, reflexiva – e apresente a eles as informações que estão no “Tome nota” que encerra o estudo do agente da passiva (página 103).

No segundo momento de sua exposição, se possível em uma segunda aula, apresente os termos que estão ligados a nomes:

•  predicativo – termo de valor adjetivo que se liga ao sujeito ou ao objeto de uma oração por meio de um verbo;

•  adjunto adnominal – termo de valor adjetivo que se liga diretamente – sem mediação verbal – a qualquer outro termo cujo núcleo tenha natureza substantiva;

•  complemento nominal – termo preposicionado que completa o sentido de um substantivo abstrato, de um adjetivo ou de um advérbio;

•  aposto – termo que explica ou esclarece o sentido de um outro termo da oração;

•  vocativo – termo utilizado para chamar / evocar um interlocutor.

Ao trabalhar o conceito de predicativo, ressalte que esse termo de valor adjetivo pode ligar-se tanto ao sujeito de uma oração – caso em que é chamado de predicativo do sujeito – quanto a um complemento verbal – caso em que recebe o nome de predicativo do objeto. Para consolidar essas informações, trabalhe com os alunos os exemplos apresentados na página 103 e lembre-se de elaborar outras frases e propor que sejam analisadas.

Vale observar que, quando o predicativo se liga ao sujeito através de um verbo de ligação, ele é facilmente identificado. O mesmo, entretanto, não ocorre quando essa ligação é feita por um verbo significativo. Nesse caso, é comum que os alunos, guiados pela semântica, interpretem o termo como um “adjunto adverbial de modo”, o que é totalmente equivocado. Chame-lhes a atenção para essa inadequação bastante comum e ressalte que:

•  predicativos têm valor adjetivo, enquanto os adjuntos adverbiais indicam circunstâncias;

•  predicativos ligam-se a nomes, enquanto os adjuntos adverbiais ligam-se a verbos, a adjetivos, a advérbios ou a orações inteiras.

Para finalizar o estudo do predicativo, trabalhe o quadro da página 103, o qual relembra o fato de esses termos (predicativo do sujeito ou do objeto) serem considerados núcleos dos predicados nominais e verbo- -nominais.

Inicie o estudo do adjunto adnominal, informando aos alunos que esse termo também tem valor adjetivo, mas, diferentemente dos predicativos, liga-se diretamente aos nomes, sem a mediação de um verbo. Por isso, adjuntos adnominais nunca estão isolados, mas são termos integrantes de outros termos da oração, classificando-se como adjunto adnominal do sujeito, ou do objeto direto, ou do indireto, ou do predicativo, ou do ajunto adverbial, etc.

Na página 104, há vários exemplos de adjuntos adnominais, cada um deles associado a uma classe gramatical. É importante que os alunos assimilem essas relações, pois isso os ajudará a identificar essa função sintática. Apresente, pois, os exemplos, ressaltando que adjuntos adnominais podem ser:

•  artigos;

•  adjetivos;

•  locuções adjetivas;

•  pronomes adjetivos;

•  numerais adjetivos.

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Para finalizar o estudo do adjunto adnominal, trabalhe o “Tome nota” da página 104, que diferencia o adjunto adnominal do predicativo. Procure deixar claro que:

•  adjuntos adnominais ligam-se diretamente aos nomes, sem mediação verbal, enquanto predicativos precisam de um verbo para ligarem-se aos nomes que determinam;

•  adjuntos adnominais, semanticamente, indicam uma característica permanente, enquanto os predicativos indicam características temporárias, transitórias.

Ao estudar o complemento nominal, ressalte para os alunos que esse termo:

•  é sempre preposicionado;

•  completa o sentido de adjetivos, de advérbios e de substantivos abstratos.

A maior dificuldade encontrada no estudo do complemento nominal é o fato de ele ser facilmente confundido com o adjunto adnominal nos casos em que este é formado por uma locução adjetiva. Com o objetivo de esclarecer as diferenças entre um e outro caso, há dois quadros no livro.

O primeiro quadro da página 105 informa que, quando são associados a substantivos abstratos, termos preposicionados serão classificados como adjuntos se desempenharem a função de agentes do processo denotado pelo nome; caso desempenhem a função de alvo desse processo, os termos preposicionados serão classificados como complementos nominais.

O segundo quadro da página 105, por sua vez, apresenta os passos a serem seguidos para que seja possível diferenciar o adjunto adnominal do complemento nominal. Ao trabalhar esse quadro, empenhe-se em deixar claro para os alunos que:

•  se estiver ligado a adjetivos ou a advérbios, o termo preposicionado será um complemento nominal;

•  se estiver ligado a um substantivo concreto, o termo preposicionado será um adjunto adnominal;

•  se estiver ligado a um substantivo abstrato, será necessário verificar se o termo preposicionado desempenha a função de agente – caso em que será classificado como adjunto adnominal – ou de alvo do processo – caso em que será complemento nominal.

Informe aos alunos que a distinção entre essas duas funções sintáticas é muito cobrada em provas e que, para que sejam capazes de identificá-las, é necessário que sigam, metodicamente, os passos apresentados no segundo quadro da página 105. Caso não procedam dessa forma, aumentam as chances de classificarem equivocadamente um termo preposicionado que esteja ligado a um nome.

Para trabalhar o aposto, evidencie que tal termo pode explicar, esclarecer ou resumir um ou mais termos anteriormente mencionados. Ressalte que apostos normalmente aparecem isolados por sinais de pontuação (vírgulas, travessões ou parênteses). Isso não ocorre apenas quando se trata do aposto especificativo. Para que os alunos identifiquem mais facilmente esse tipo de aposto, trabalhe com eles os exemplos citados no livro e o conteúdo do quadro da página 106. Atente-os para o fato de que, dada a dificuldade de se identificar esse tipo de aposto, o qual é muitas vezes confundido com um adjunto adnominal, são recorrentes questões de vestibulares que exploram tal conceito.

Para finalizar o estudo desse termo, mostre aos alunos que apostos desempenham a mesma função sintática dos termos que explicam, como demonstrado na página 106.

A última função a ser estudada é o vocativo. Sobre esse termo, destaque que:

•  é uma evocação, um chamamento que se refere a um interlocutor específico;

•  aparece sempre isolado por vírgulas dos demais termos da oração. 

Para finalizar esse módulo, reveja com os alunos a ordem canônica de colocação dos termos em uma oração da Língua Portuguesa. Acrescente que conhecer essa ordenação pode auxiliar muito na análise de um enunciado.

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cOMENTáRiO E RESOLuçÃO dE quESTõES

módulo – a 04desenvolvimento do texto dissertativo-argumentativo e estratégias argumentativasExercícios de aprendizagemQuestão 01Comentário: Questão que aborda a construção de sentidos promovida por usos particulares de determinados termos e, ainda, os aspectos linguísticos relacionados à coesão textual.

A) A expressão “agregar valor”, conforme indica a autora do texto-base, relaciona-se ao jargão mercadológico e trata as humanidades do ponto de vista quantitativo, referindo-se à ideia de acumulação de saberes propiciada pelas ciências humanas. Já a expressão “cultivo de valores” refere-se à qualidade dos saberes desenvolvidos e acumulados pelas humanidades, que não têm uma aplicação pragmática, ultrapassando a mera acumulação de conhecimento e caminhando no sentido do desenvolvimento do pensamento crítico.

B)  Em  “Por  isso merecem  o  apoio  firme  das  autoridades universitárias e da sociedade, que eles estudam e à qual servem”, o pronome pessoal “eles” retoma “os cursos de humanidades”, enquanto o relativo “à qual” retoma “sociedade”. A ideia desenvolvida pela autora nesse trecho é a de que os cursos de humanidades estudam e servem à sociedade, por isso têm valor na sua configuração.

Questão 02Comentário: De acordo com Carl Honoré, o Ocidente partilha a perspectiva da linearidade e da irreversibilidade do tempo, por isso, tentar obter o controle dos acontecimentos é inevitável. Dessa forma, o modo de fazê-lo é produzindo mecanismos de aceleração, utilizando-se um critério mais qualitativo e menos quantitativo. Contrapondo-se a essa ideia, James Gleick defende que não é possível privilegiar a qualidade em detrimento da quantidade do tempo, uma vez que essa opção já foi feita pelo homem. Assim, enquanto Honoré defende certa superação, a assertiva de Gleick segue o caminho da aceitação.

Questão 03Comentário: Nessa proposta, deve-se redigir um texto opinativo, portanto, de caráter argumentativo, em que se discutam os benefícios e os riscos do uso de tecnologias digitais. Para isso, pode-se pautar nas abordagens desse tema apresentadas nos textos motivadores, que apresentam aspectos opostos: o primeiro trata da modificação dos circuitos neurais das crianças que já nascem na era digital, mostrando como o cérebro dos indivíduos está mudando e se adaptando a uma realidade tecnológica; o segundo, por sua vez, mostra um efeito aparentemente contrário, em que as crianças expostas a novas tecnologias, apesar de desenvolverem habilidades relacionadas a essa nova realidade, vêm perdendo outras, consideradas mais básicas, como a capacidade de amarrar os sapatos.

Considerando esses posicionamentos, deve-se redigir um texto não necessariamente defendo um deles, mas discorrendo sobre os dois lados, expondo e confrontando características positivas e negativas do uso das novas tecnologias. Isso, no entanto, não impede que um dos posicionamentos seja defendido no texto, contanto que bem fundamentado em argumentos coerentes. Por ser um tema atual, pode-se apresentar, na argumentação, exemplos observados e vivenciados, os quais demonstrem os dois aspectos da tecnologia.

Exercícios Propostos

Questão 01 – Letra EComentário: A questão solicita que se identifique a alternativa que apresenta o sentido global do texto. O texto, em seu sentido geral, expressa que os conhecimentos se estruturam de modo fragmentado, mas a literatura é uma área que inclui todas as dimensões humanas em suas manifestações. A alternativa correta é, portanto, E.

Questão 02 – Letra DComentário: A questão solicita que se identifiquem as afirmativas corretas a respeito do texto. A primeira sugere que o emprego da primeira pessoa do plural produz um efeito de neutralidade, o que está incorreto, pois tal efeito seria alcançado com o uso da terceira pessoa. A segunda afirmativa propõe que o emprego do advérbio “hoje”, no início do texto, permite inferir que a argumentação proposta não é válida para todo e qualquer tempo, o que está correto, pois o conhecimento não foi sempre fragmentado, mas se apresenta assim como característica dos tempos atuais. Por fim, a terceira afirmativa propõe corretamente que o advérbio “agora” sinaliza a progressão dos argumentos apresentados no texto, pois o autor ordena sua argumentação para chegar à parte mais humana da inclusão. A alternativa correta é, portanto, D.

Questão 03 – Letra CComentário: A questão solicita que se identifiquem as afirmativas corretas a respeito do texto. A primeira trata dos sentidos semelhantes das palavras “fragmentado”, “separado” e “compartimentado”, o que está correto, pois essas palavras estão enumeradas de modo a enfatizar a tese do autor de que os conhecimentos, na atualidade, são fragmentados e não se integram entre si. A segunda propõe que a palavra “estrangeiro” está empregada na mesma acepção nas duas ocorrências, o que está incorreto, pois, na primeira ocorrência, tem o sentido de algo estranho ou desconhecido, enquanto na segunda tem o sentido de alguém de outra nação. Por fim, a terceira afirmativa propõe corretamente que a sequência de palavras “séculos, sociedades e nações” caracteriza o aspecto de universalidade das obras-primas, uma vez que é explicitado que estas atravessam esses três elementos e mantêm sua importância. A alternativa correta é, portanto, C.

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Questão 04 – Letra BComentário: A questão solicita que se identifique a alternativa correta acerca da relação proposta entre uma expressão e aquilo a que se refere. A alternativa A propõe que “essa situação” se refere à existência das disciplinas, o que está incorreto, pois se refere à estrutura fragmentada do conhecimento. A opção B sugere que “seu campo” se refere ao campo das disciplinas, o que está correto. A opção C sugere que “lhe” se refere a “nada”, o que está incorreto, pois se refere à literatura. A opção D propõe que “essa visão” se refere à complexidade humana, o que também está incorreto, pois se refere à visão parcial do humano. Por fim, a opção E sugere que “que” se refere a “mutilada”, o que está incorreto, pois se refere a “visão prosaica, mutilada”.

Questão 05 – Letra BComentário: A questão solicita que se identifiquem as afirmativas corretas a respeito do texto. A primeira propõe que o uso das aspas atesta a presença de citação em discurso indireto, o que está incorreto, pois se trata de uma citação direta do crítico Harold Bloom. A segunda afirma que as expressões “grandes obras” e “obras-primas” estão referencialmente relacionadas, o que está correto, pois retomam as mesmas obras. Por fim, a terceira propõe que o autor defende a necessidade de se compreender a criminalidade na sociedade, o que está incorreto, uma vez que ele propõe a generosidade com as pessoas por meio da compreensão de que ninguém é completamente bom ou mau. A alternativa correta é, portanto, B.

Questão 06 – Letra CComentário: A questão solicita que se identifiquem as afirmativas corretas a respeito do texto. A primeira propõe que o emprego do presente em “revelam” reforça o caráter generalizador da informação, o que está correto. A segunda propõe que o uso do futuro do pretérito mostra que o autor conclui a argumentação com soluções possíveis e desejáveis, o que também está correto. Por fim, a terceira sugere que a presença no texto de verbos nos modos indicativo e subjuntivo confere sentidos de certeza e de possibilidade à argumentação, mas o simples uso desses modos verbais não proporciona esses sentidos à argumentação. A alternativa correta é, portanto, C.

Seção Enem

Questão 01 – Letra AEixo cognitivo: I

Competência de área: 9

Habilidade: 28

Comentário: Considerando a multiplicidade de fontes de informação e de ferramentas disponíveis na Internet, Pierre Lévy afirma que é necessário “ceder [...] a seu aspecto lúdico para descobrir [...] os sites que mais se aproximam de nossos interesses profissionais ou de nossas paixões e que poderão, portanto, alimentar da melhor maneira possível nossa jornada pessoal”. Percebe-se, portanto, que, para o autor, a Internet se destaca por possibilitar múltiplos caminhos para o acesso à informação, o que configuraria um processo de aprendizagem e de construção de conhecimento variável. A resposta, assim, é a alternativa A.

Questão 02 – Letra BEixo cognitivo: II

Competência de área: 1

Habilidade: 4

Comentário: A questão solicita que se identifique a estratégia proposta pelo autor do texto para evitar a ameaça dos hoaxes. O autor sugere que se atente para o tom das mensagens que carregam os hoaxes, que geralmente são alarmantes e dramáticas, e para as imagens utilizadas, em geral chocantes. Deve-se, portanto, analisar a linguagem verbal e não verbal das mensagens recebidas, conforme afirma a alternativa B.

Questão 03 – Letra EEixo cognitivo: I

Competência de área: 7

Habilidade: 22

Comentário: O texto-base da questão parte de um contraste entre os avanços tecnológicos conquistados pela humanidade e a existência de bilhões de indivíduos em situação de fome, de forma a alertar para essa questão que, segundo dados apresentados, tende a se intensificar nas próximas décadas. Está correta, assim, a alternativa E.

Questão 04Comentário: Nessa proposta, deve-se redigir um texto dissertativo-argumentativo em que se discuta a questão do direito à demarcação de terras dos povos indígenas no Brasil. Os textos motivadores trazem informações e dados importantes que podem guiar a argumentação do texto produzido. O primeiro trata da ineficácia do Estado brasileiro em proteger as terras indígenas de atividades ilegais, como a mineração, estabelecendo o desafio do país no caminho para a regularização dessas terras, o qual depende de políticas públicas eficientes e justas, tendo em vista que os índios ainda constituem uma parte vulnerável da população brasileira, sem acesso a bens básicos como saúde, educação e saneamento. Já o segundo trata da questão da demarcação como foco de uma crise no território brasileiro, a qual se intensifica quando medidas reacionárias são tomadas pelo governo. No caso do texto, há a menção a projetos de lei e de emendas constitucionais que regularizam a exploração comercial de terras indígenas que deveriam, a princípio, ser protegidas. Já os textos III e IV trazem dados acerca da regularização das terras indígenas, indicando quais os locais em que essa regulamentação ainda é um problema. Considerando essas informações, deve-se analisar as causas do descaso com a questão indígena por parte dos governantes, as quais envolvem as origens históricas do Brasil e a relação com os povos nativos e, ainda, aspectos econômicos. Por fim, é importante a sugestão de propostas que pretendam tornar mais justa a questão da demarcação, em que sejam consideradas as necessidades dos índios em relação aos aspectos econômicos ligados à exploração da terra.

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Questão 05Comentário: Nessa proposta, deve-se redigir um texto dissertativo-argumentativo em que sejam discutidos os caminhos para o combate ao racismo no Brasil. Os textos motivadores direcionam a argumentação, uma vez que apresentam dados e informações relativos à presença do racismo no país. O primeiro aborda as raízes históricas escravocratas do racismo, que é fruto da não inserção dos indivíduos outrora escravizados na sociedade brasileira de maneira justa e igualitária. O segundo é um texto da Constituição que institui a discriminação e o preconceito de raça como crime. Já o terceiro texto faz uma distinção entre racismo e injúria racial, em que o primeiro se relaciona com a discriminação de um grupo, enquanto o segundo se refere a uma ofensa individual. Por sua vez, o texto IV trata das questões afirmativas, as políticas públicas que objetivam corrigir desigualdades raciais na sociedade. Como o tema propõe a abordagem dos “caminhos” para combater o racismo, após tratar das causas do problema, é possível, no texto, focar-se em propostas para esse combate, as quais podem abranger aspectos jurídicos, de modo a tornar mais rígidas as punições para os crimes de racismo e injúria racial; questões educacionais, no sentido de educar tanto jovens quanto adultos acerca da cultura afro-brasileira; e ações de inclusão dos negros na sociedade.

módulo – a 05contra-argumentação, falhas argumentativas e modalização

Exercícios de aprendizagem

Questão 01Comentário:

A)  Pode-se afirmar que é possível um entendimento distinto, por parte do pai, do conteúdo propositivo do pedido de seu filho. A frase “mande-me dinheiro”, tal como está, é passível de ser interpretada com sentido de ordem “ríspida e seca”, pois faltam-lhe modalizadores que permitam ao falante relativizar aquilo que diz. Em uma conversa telefônica, o filho poderia modalizar seu pedido a partir de sua entonação, recurso que possibilitaria ao pai compreender “mande-me dinheiro” como um pedido cordial, se este fosse o caso.

B) Não havendo na escrita a possibilidade de modalizar o discurso por meio da entonação, é preciso valer-se de modalizadores no plano  linguístico, a fim de atender ao carinho e respeito exigidos pelo pai. Sendo assim, a frase poderia ser reescrita como “O senhor poderia me mandar dinheiro?”, com um pronome de tratamento adequado e o uso da forma verbal no futuro do pretérito do indicativo, ou também “Por favor, mande-me dinheiro”.

Questão 02Comentário:

A) No texto em questão, que atualiza o gênero crônica, predominam as tipologias narrativa e argumentativa. O casamento é narrado pelo crítico semelhantemente ao que se faz em uma crítica teatral, apontando-se incoerências, acertos e falhas verificadas pelo profissional durante o evento. No tocante à noiva, em “nervosismo justificado por estar estreando em casamentos” e “A sua entrada, porém, foi espetacular, e rendeu-lhe os melhores parabéns ao fim do espetáculo”,  a  analogia  é percebida na ambiguidade dos termos “estreando” e “entrada”. No tocante ao noivo, em “representou seu papel com firmeza” e “tem muita experiência de altar”, também se percebe a mesma estratégia na construção textual.

B) Para responder a esse item, deve-se apresentar ao menos duas expressões adverbiais utilizadas pelo cronista em sua “crítica teatral”. Quaisquer dos advérbios “realmente”, “naturalmente”, “completamente” e “altamente” poderão ser aceitos, uma vez que compõem o discurso do crítico, imprimindo a ele significados de afirmação, intensidade e modo.

Questão 03Comentário: Nessa proposta, deve-se redigir um texto dissertativo, em que se defenda um posicionamento acerca da temática tratada no texto motivador. Nele, discorre-se sobre a predominância dos estímulos visuais nas sociedades contemporâneas e sobre como certa “dependência da visualidade” pode comprometer nossa capacidade de reflexão e, também, de interiorização. Por exigir a defesa de um posicionamento, o texto produzido deve estruturar-se de acordo com o gênero dissertativo-argumentativo. O posicionamento defendido no texto pode tanto estar de acordo com a visão exposta no texto motivador quanto opor-se a ela. Na defesa da tese, pode-se usar como estratégia dados colhidos da realidade, por meio da observação do papel da linguagem visual no dia a dia, nas cidades, que vivem em meio à poluição visual, e também nas redes sociais, em que a vida dos usuários é exposta por meio de fotos; e suas opiniões e sentimentos, por meio de “memes”, por exemplo. Independentemente das reflexões feitas e do posicionamento defendido, os argumentos devem ser organizados de maneira clara, coerente e coesa, em um texto redigido de acordo com a norma-padrão da língua.

Exercícios Propostos

Questão 01 – Letra DComentário: Não se verifica no enunciado qualquer relação de simultaneidade, como sugere A, pois não se comparam realidades concomitantes. Tampouco há oposição de ideias, como indica a alternativa C. No trecho apresentado, a ampliação da produção textual se constitui em consequência das capacidades humanas delineadas no trecho sublinhado, e não o contrário, como aponta o distrator B. Pelo fato de o conectivo “com a” poder ser substituído corretamente por “por causa da”, confirma-se a alternativa D como gabarito da questão.

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Questão 02 – Letra CComentário: O uso de “levaria”, forma verbal conjugada no futuro do pretérito do indicativo, exprime uma condição duvidosa, isto é, a realidade descrita está condicionada à ocorrência de outro fato futuro. Ao apresentar a interrogação “Será?”, em seguida, a autora inicia uma mecanismo contra- -argumentativo, pois contesta nos períodos seguintes um fato com que parecia anteriormente concordar. Há, por esse motivo, uma divergência explícita entre a expectativa de resolução do problema da leitura diante dos fatos apresentados e a real concretização da solução desejada, fato pelo qual é correta a alternativa C.

Questão 03 – Letra AComentário: O pressuposto comum assinalado no enunciado é o reconhecimento de que a leitura se associa ao poder, como sugere a alternativa A, seja na tentativa de barrar a difusão da leitura, por parte do autoritarismo, seja no desejo de ampliá-la, como quer a democracia. A percepção de que a leitura se expande com o tempo é própria de visões de mundo que privilegiam os ideais democráticos. Todavia, não pode ser apontada como ponto em comum com o autoritarismo (como sugere a alternativa B), já que este, segundo o texto, “tenta impedir que a leitura se espalhe por todos”. Atitudes autoritárias não são compatíveis com uma expectativa de popularização da leitura na sociedade, por tal prática estar associada a uma concepção de poder, inviabilizando-se também a alternativa C como resposta à questão. O texto afirma que os meios tecnológicos “eliminam as barreiras entre produção e consumo do material escrito”, mas não há uma identificação necessária da leitura para com a tecnologia em nenhuma das atitudes supracitadas, sendo, por isso, incorreta a alternativa D.

Questão 04 – Letra DComentário: A autora, ao tratar da questão do crescimento da leitura, argumenta criando uma aparente contradição entre o fato de ela ter crescido e o fato de ter de crescer bem mais. Isso não tem relação com a falta de aproximação, imediata e mediada pela tecnologia, entre o texto e seus leitores, como sugere a alternativa A. A alternativa B também é incorreta, pois a autora sugere que a alfabetização tem aumentado o número de leitores, mas não desenvolve nenhum argumento para relacionar o aumento de alfabetizados com a ampliação da produção textual. De modo semelhante, é incorreta a alternativa C, por afirmar que a eliminação das barreiras entre produção escrita e leitura não representa conscientização – pelo contrário, a autora aponta essa eliminação como um sinal de que “essa questão está sendo resolvida”. Assim, está correta a alternativa D, visto que, segundo o texto, o crescimento da leitura não necessariamente implica qualidade das leituras ou mesmo das produções textuais na atualidade.

Questão 05 – Letra BComentário: Cada uma das assertivas pode ser analisada da seguinte forma:

I. Falsa. É possível perceber, de fato, a emergência de duas vozes autorais: o locutor, que constitui o autor do texto “O que é envelhecer?”, e seu interlocutor, um colunista que, em alguma oportunidade, escreveu acerca do envelhecimento humano.

Entretanto, não há comprovação no texto de que o colunista expressa uma visão predominantemente negativa do envelhecimento, afinal, seu discurso é reportado por meio de modalizador argumentativo em “corre o risco de envelhecer cedo e mal”.

II. Verdadeira. O autor visa demonstrar que a sabedoria aumenta no decorrer do tempo, sendo rara na juventude e maior na velhice. Dessa forma, a expressão “e mais”, no texto, poderia ser substituída sem prejuízo por uma conjunção adversativa como a seguinte: “a sabedoria, rara na juventude, porém mais comum na idade avançada”.

III. Verdadeira. A expressão “a bem da verdade” visa atribuir maior credibilidade ao que será dito em seguida, a partir da franqueza do autor ao colocar em dúvida o conceito de “envelhecer”.

IV. Falsa. O uso da expressão “para mim” indica um posicionamento pessoal e subjetivo, configurando-se uma espécie de modalizador que aproxima o discurso do autor mais a uma opinião do que a um fato.

Por serem verdadeiras apenas as assertivas II e III, é correta a alternativa B.

Questão 06 – Letra DComentário: No texto em questão, o autor se vale da citação de um escritor renomado para validar, por meio da autoridade intelectual, o argumento produzido. Cícero, orador romano, é retomado para demonstrar o conhecimento do autor acerca do tema discutido, como sugere A. Outra estratégia argumentativa é o uso de exemplos para a comprovação de uma conclusão geral. Ao demonstrar que há pessoas de cabelos brancos e espírito jovial, o autor assinala a distinção entre ser velho e parecer velho, motivo pelo qual é correta a alternativa B. A letra C também apresenta uma estratégia utilizada no texto, pois o autor elogia seu interlocutor logo ao início a fim de favorecer seu convencimento. Há no texto, como indica a alternativa E, a paráfrase de significações dicionarizadas. Ao diferenciar “tornar-se velho” e “tomar aspecto de velho” como significados do verbete “envelhecer”, o autor atribui confiabilidade a seu discurso. Só não se verifica, por fim, uso de analogias para a comprovação de pontos de vista no texto, fato pelo qual é incorreta apenas a alternativa D.

Seção Enem

Questão 01 – Letra DEixo cognitivo: II

Competência de área: 6

Habilidade: 18

Comentário: A fim de promover a progressão do tema, o autor faz uso de operações e modalizações discursivas para a construção de sua narrativa. No fragmento em questão, os termos apontados nas alternativas A, B, C e E exemplificam essas estratégias argumentativas.

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As expressões “a singularidade”, “tais vantagens”, “os gabos” e “Em geral” podem ser interpretadas como comentários subjetivos do enunciador sobre seu próprio discurso, modalizando-o: as três primeiras para provocar um efeito de sentido irônico, e a última para marcar que geralmente o narrador recebia críticas mais diretas, denotativas. Contudo, apenas em D um novo aspecto do tema é introduzido. Além de marcar uma quebra de expectativa quanto à reação do narrador, “Longe disso”, que poderia ser substituída por “Pelo contrário”, tem função catafórica ao anteceder a mudança que será anunciada: em vez de ofensa, os “gabos” geraram curiosidade.

Questão 02 – Letra EEixo cognitivo: II

Competência de área: 6

Habilidade: 18

Comentário: Na passagem “brigaram... é lógico... porque todo relacionamento tem uma briga”, o verbo “brigaram” indica um fato que está sendo contado pela pessoa entrevistada, ao qual atribui certeza por meio da expressão “é lógico”. Já a oração “porque todo relacionamento tem uma briga” indica uma generalização, explícita pelo uso de “todo”. Está correta, assim, a alternativa E.

Questão 03 – Letra CEixo cognitivo: II

Competência de área: 7

Habilidade: 24

Comentário: A alternativa A é incorreta, pois o uso do termo “fácil” não é o que contribui mais expressivamente para a persuasão do leitor. É também incorreta a alternativa B, pois os adjetivos que valorizam a nitidez da impressão não se encontram em destaque, mas sim em tamanho reduzido no cartaz publicitário. O uso de “vai ser” no tempo composto do futuro do presente do indicativo expressa uma modalização que julga determinada realidade, isto é, indicadora de certeza. Em seguida, “não foi”, indagação com o verbo no pretérito perfeito do indicativo, propõe um questionamento ao leitor diante da rapidez do serviço da empresa, motivo pelo qual é correta a alternativa C. Embora contribuam para a persuasão do leitor, a expressão intensificadora “menos do que”, sugerida em D, e a locução “do mundo”, apontada em E, não se relacionam diretamente com a qualidade destacada pelo anúncio: a velocidade da prestação do serviço.

Questão 04Comentário: Nessa proposta, deve-se redigir um texto dissertativo-argumentativo em que se discutam os desafios para a construção do hábito de leitura no Brasil. Os textos motivadores apresentam dados e informações que podem guiar a argumentação feita na redação. O primeiro apresenta um dado importante a respeito da situação de leitura no país em relação ao resto do mundo: ocupa o 59º lugar de acordo com o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes de 2015.

No texto, a deputada Pollyana Gama ainda ressalta que os indivíduos com mais escolaridade e maior renda são os que mais leem, indicando a relação entre leitura, qualidade da educação e desigualdades econômicas. Esse dado pode ser utilizado na redação como exemplo de desafio para a promoção da leitura, que vai além de apenas disponibilizar acesso a livros, por exemplo, mas abarca, também, o desenvolvimento da educação e a diminuição de desigualdades sociais, o que só é feito por meio de políticas públicas. O texto II, por sua vez, trata da importância da família, do Estado e da sociedade civil no aumento do número de leitores. Tais instituições, cada uma promovendo ações específicas em cada cenário, são vistas como essenciais na formação leitora. Também nesse texto apresenta-se um dado importante, que também deixa claro um desafio para a promoção da leitura: cerca de 55% das pessoas que responderam à pesquisa Retratos da Leitura sabem da existência de bibliotecas públicas, mas apenas 20% dizem frequentá-las. Isso indica que talvez seja necessário, além da criação de mais bibliotecas, o incentivo às pessoas para que as frequentem. Já o gráfico (texto III) apresenta as principais atividades dos brasileiros em seu tempo livre, que mostra a leitura como a última colocada. O gráfico do texto IV, por fim, mostra as motivações dos indivíduos, por faixa etária, para ler um livro. Nele, percebe-se que a exigência escolar ou acadêmica é a principal motivadora de leitura, o que implica dizer que a escola tem mesmo papel fundamental na formação de leitores e que deve-se investir em projetos de leitura nesses espaços, mas que ultrapassem a sala de aula e a leitura por mera obrigação para a realização de um exame, por exemplo. Independentemente das reflexões feitas, é importante trazer para o texto argumentos coerentes, organizados de maneira clara e coesa em um texto redigido de acordo com a norma- -padrão da língua.

Questão 05Comentário: Essa proposta solicita que se aborde o tema “Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado”. Trata-se de um tema bastante familiar, uma vez que as pessoas, em sua grande maioria, possuem perfis em redes sociais, mesmo que o acesso a ela não seja ainda abrangente. Dessa forma, além de se valer dos textos motivadores, é possível argumentar também utilizando experiências pessoais. O primeiro texto da coletânea traz a informação de que a ONU declarou como direito fundamental do ser humano o acesso à rede e acrescenta que, a partir dessa declaração, os governos começaram a se mobilizar para expandir o acesso gratuito à Internet. O segundo texto, por sua vez, informa que a utilização da rede é, no mundo atual, parte importante na socialização dos indivíduos. Entretanto, destaca, também, o risco de se divulgarem certas informações, as quais poderiam comprometer a reputação ou a segurança dos usuários. Deixa implícito, ainda, que muitos deles não sabem discernir os limites entre o público e o privado. O terceiro texto, que finaliza a coletânea, contesta a “sociedade do controle”. Se articulada ao primeiro texto, a tirinha poderia motivar uma discussão sobre a atuação dos governos que, em contrapartida à ampliação do acesso à rede, poderiam criar mecanismos de controle social, os quais comprometeriam o direito à privacidade dos indivíduos.

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Assim, para elaborar a redação, pode-se lançar mão dessas ideias para problematizar a abordagem. Além disso, vale expandir a discussão, apresentando exemplos que demonstrem tanto as vantagens quanto os riscos de se “viver online”. Nesse sentido, seria interessante questionar o fato de que a rede, por si só, não oferece riscos iminentes aos usuários. A maioria dos problemas relacionados à Internet, como o rastreamento e o roubo de dados, está relacionada ao fato de os internautas se exporem em demasia. Para finalizar a redação, deve-se, ainda, apresentar propostas de intervenção que tenham como objetivo conscientizar as pessoas sobre o melhor modo de usar a rede. Para isso, pode-se sugerir que instituições sociais como a família, a escola, a universidade, as igrejas atuem, abordando e discutindo constantemente o tema. Pode-se sugerir também que os próprios internautas sejam incentivados a denunciar crimes virtuais. Essa atitude, em consonância com um desempenho mais efetivo das autoridades no objetivo de apurar esse tipo de crime e punir os responsáveis, certamente surtiria efeito não apenas em coibir abusos, mas também em alertar os internautas em relação aos perigos que a rede oferece. Vale observar que o texto deve ser organizado atentando para a coerência e a coesão entre as ideias apresentadas e estruturado em linguagem formal, de acordo com a norma-padrão.

módulo – a 06

conclusão do texto dissertativo-argumentativo

Exercícios de aprendizagem

Questão 01Comentário: A questão solicita a produção de um texto de, no máximo, 8 linhas, no qual se aborde qual a opinião do cineasta Kleber Mendonça Filho em entrevista dada ao portal de notícias IG. No texto produzido, deve-se ser capaz de apontar a opinião do entrevistado sobre a relação do público consumidor e as produções do cinema, e não diretamente uma opinião própria ou livre interpretação do trecho lido; é importante que o texto produzido dialogue direta e objetivamente com o fragmento. Em uma das possíveis formas de construir o texto, pode-se apontar como o cineasta vê criticamente o mercado da grande indústria cinematográfica, que, além da produção de grandes filmes comerciais, investe massivamente em propagandas, levando a população a consumir, sem mesmo compreender os motivos, um produto nos cinemas. Filmes tornam-se, então, produtos, distanciando-se de uma obra artística em si. É possível, também, destacar que Mendonça Filho vê os investimentos no consumo cultural, como a criação do Vale-cultura, como algo um pouco deturpado, uma vez que, sem investimento na formação educacional, a criação de um vale para uso em eventos desse tipo não cumprira talvez esse papel.

O texto deve ser redigido de forma cuidadosa, obedecendo às normas e regras da escrita padrão e formal, e apresentar os posicionamentos do cineasta em discurso indireto, isto é, ele não pode ser citado diretamente. Nesse sentido, deve-se usar verbos de elocução, que introduzem a fala (“disse”, “afirmou”, “expôs”) quando for necessário citar o entrevistado.

Questão 02Comentário: Nessa questão, deve-se redigir um texto curto, de 8 a 10 linhas, em que se identifique qual o comportamento criticado na charge de Benett e a relação entre essa tendência comportamental e o mito grego de Narciso. Em seguida, deve-se discorrer, brevemente, sobre a crítica feita pelo chargista, justificando o ponto de vista defendido. A charge apresenta um homem mirando sua própria imagem em um smartphone, assim como, segundo o mito, Narciso mirou a sua face em um rio, o que o levou à morte, uma vez que, admirado pela própria beleza, não conseguia fazer mais nada além de observar o próprio reflexo. Tal intertextualidade entre mito e charge revela uma crítica a certo narcisismo / egocentrismo desencadeado pelo uso de mídias digitais, especialmente de redes sociais como o Facebook e, principalmente, o Instagram, que colocam o indivíduo no centro de tudo, em um local onde a sua aparência é referenciada por meio de fotos e os fatos da sua vida adquirem grande importância e centralidade. Identificada a crítica, deve-se posicionar contra ou a favor a ela. Nesse sentido, independentemente do posicionamento assumido, ele deve se basear em argumentos coerentes e plausíveis, que podem ser retirados da própria observação da realidade, do uso de mídias digitais.

Questão 03Comentário: O tema dessa proposta é objetivo, deve-se abordar, em um texto dissertativo-argumentativo, o papel da família e da sociedade e como essas instituições devem agir diante da questão dos transtornos psicológicos entre os jovens. O comando ainda aponta para a necessidade de ação antes que surja uma geração de jovens ainda mais propensa a tais problemas. O texto I da coletânea traz informações concretas importantes referentes ao aumento do número de problemas mentais e distúrbios psicológicos nos Estados Unidos, informação que pode ser usada para situar a necessidade de discussão social da questão. Além disso, há entre o texto I e o texto II um ponto em comum: o recente aumento no uso das redes sociais e a possível relação entre esse uso e o expressivo surgimento de problemas como depressão, ansiedade e distúrbios de autoestima em idades cada vez menores. Deve-se, portanto, refletir sobre a relação entre os casos de transtornos psíquicos e o uso das novas tecnologias, abordando, ainda, qual ação deve ser tomada por família e sociedade na solução desse problema, de modo a delimitar um posicionamento claro. Destaca-se, também, que o texto produzido deve seguir uma linha de construção que utilize uma linguagem consistente, coerente e coesa, marcada pelo posicionamento ainda que por meio da utilização de recursos linguísticos impessoais.

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Exercícios Propostos

Questão 01 – Letra CComentário: Para compreender bem o texto, e também a questão, deve-se estar atento a seu eixo temático central: a falta de protagonismo político de grupos marginalizados socialmente. O autor utiliza a notícia do garoto sírio morto em um naufrágio para exemplificar a questão dos refugiados de guerra como um exemplo de grupo vulnerável e sem voz política. Assim, ao apontar a reação de pessoas contrárias à divulgação da foto do garoto, o autor pretende destacar a falta de sensibilidade da sociedade em geral quanto ao problema vivido pelas pessoas refugiadas da guerra civil, como apontado na alternativa C. Quando o autor aponta que as pessoas dizem “parem de nos mostrar o que não queremos ver”, ele pretende realçar o caráter de indiferença de alguns cidadãos europeus quanto à situação.

Questão 02 – Letra DComentário: Em um texto opinativo, como o artigo de opinião, o uso das diferentes pessoas do discurso é, também, uma das estratégias de argumentação e posicionamento. Desse modo, ao utilizar a primeira pessoa do plural, alternando para o singular, o autor pretende destacar um posicionamento pessoal diante do exposto, colocando-se diretamente dentro do texto naquele momento. Assim, a alternativa D representa uma resposta correta para o efeito de sentido produzido no segundo parágrafo: “A maneira como somos afetados define o que somos e o que não somos capazes de ver, sentir e perceber. Definido o que vejo, sinto e percebo, definem-se o campo das minhas ações, a maneira como julgarei, o que faz parte e o que está excluído do meu mundo”. Em A e C, há indicativos para posicionamentos pessoais, contudo, em A, não há intenção de se revelar uma culpa, apenas um posicionamento diante das atitudes tomadas; e, em C, o verbo “interpelar” remete à noção de questionamento, o que não é feito no trecho. Já a alternativa B pode ser facilmente descartada, pois o autor, em nenhum momento da sua argumentação, demonstra algum tipo de desrespeito.

Questão 03 – Letra DComentário: A resolução da questão demanda a compreensão da ideia central do texto: o questionamento das limitações sobre quem pode questionar e confrontar o quê dentro de um diálogo sociopolítico. Assim, ao abordar a ideia de “qualquer um” (expressão indefinida), o autor aponta e reafirma sua tese contra as limitações nos segmentos sociais e destaca a necessidade de que todas as pessoas sejam capazes e possibilitadas de questionar problemas sociais. O trecho seguinte também contribui para que essa interpretação seja confirmada: “É quando nos colocamos na posição de qualquer um que temos mais força de desestabilização”. Assim, em D, há um apontamento correto a respeito da tese do artigo de Vladimir Safatle. As demais alternativas não tratam de ideias discutidas de modo direto e central (tese) no texto.

Questão 04 – Letra CComentário: A questão exige o reconhecimento do gênero ao qual o texto-base pertence a partir de suas características estruturais (linguísticas e informacionais) e de seu meio de divulgação, no caso, um jornal de circulação nacional. Assim, a partir das definições estruturais, as alternativas A e B devem ser facilmente eliminadas, já que não representam o texto lido. Em D, embora o texto aponte dados recentes e acontecimentos, ele não se configura como um modo de noticiar um acontecimento específico e recente (a própria alternativa aponta uma definição incorreta do que seria uma notícia). Em E, embora o texto assemelhe-se muito a uma reportagem, não se discutem os fatos da disputa brasileira por energia sustentável, mas são discutidas as opções de energia que o país possui e investe, apontando o crescente uso de energias sustentáveis para além das usinas hidroelétricas. Assim, em C, está indicado o editorial (texto opinativo, impessoal e objetivo) como gênero correto do texto lido.

Questão 05 – Letra BComentário: A questão exige a interpretação do texto de modo global, com identificação da tese / ideia central, e a compressão das estratégias argumentativas que podem ser empregadas em um texto argumentativo. Ao apontar as ideias do físico, o autor do texto usa de um argumento de autoridade para comprovar ou reafirmar a ideia da necessidade de renovação energética com fins à economia, tanto financeira quanto de recursos naturais. Em B, há um indicativo correto para a citação do artigo. A tese da economia das fontes hídricas também pode ser observada ao final do texto no seguinte trecho: “Não deixaria de ser, aliás, uma maneira de estocarmos vento e luz na forma de água, poupando-a nos reservatórios das hidrelétricas”. Em C, D e E, há apontamentos de teses que contradizem informações destacadas no texto; apenas em A há uma ideia correta com relação ao texto, mas que não representa a tese ligada ao artigo de José Goldemberg, como exige o enunciado da questão.

Questão 06 – Letra CComentário: A questão exige o reconhecimento do valor semântico desempenhado por determinadas palavras na construção do processo argumentativo. Assim, entre os termos destacados nas alternativas, apenas em C há um item (“aliás”) que exerce função de reforçar uma ideia apresentada. Em A, o item “quase” expressa sentido de aproximação; em B, o advérbio “hoje” expressa delimitação temporal; em D, o pronome “algo” possui valor anafórico (retomada de ideia anterior); por fim, em E, a preposição “até” é empregada para expressar a noção de um limite daquilo que será instalado em projetos energéticos.

Seção EnemQuestão 01 – Letra BEixo cognitivo: II

Competência de área: 7

Habilidade: 22

Comentário: A questão solicita que se reconheça as estratégias e ideias abordadas pelo autor do texto em sua construção. Em A, há uma afirmação incorreta, uma vez que o autor justamente critica o excesso de anonimato criado por ferramentas modernas que visam facilitar o dia a dia, como os SAC ou os sites de compras.

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Em B, alternativa correta, o autor de fato se posiciona de modo pessimista diante das mudanças, apontando o caráter negativo da grande gama de serviços e tecnologias disponíveis nos nossos dias. Em C e D, as alternativas apresentam informações que não são abordadas no texto, como em D, pois o autor não traz exemplos de seu cotidiano necessariamente. Em E, o autor de fato trata da superproteção, mas não aborda a ideia de proteção contra danos materiais ou emocionais, mas sim de uma superproteção mais ampla, que abarca vários setores das nossas vidas.

Questão 02 – Letra EEixo cognitivo: II

Competência de área: 7

Habilidade: 22

Comentário: O autor do texto aborda os desafios que o novo Museu da Imigração terá, comparando o novo espaço ao Memorial do Imigrante. A comparação estabelecida destaca que o novo memorial deu ênfase à imigração estrangeira, quando, na verdade, a imigração interna no país, entre estados, representa quase metade de toda circulação de imigrantes em São Paulo. Para confirmar essa ideia, o autor utiliza dados quantitativos da hospedaria do imigrante na cidade. Assim, a alternativa E apresenta a noção da desproporção representativa, que fundamenta o ponto de vista do autor. Nenhuma das outras alternativas aborda a questão da representação do perfil do imigrante diretamente.

Questão 03 – Letra BEixo cognitivo: II

Competência de área: 6

Habilidade: 18

Comentário: A alternativa A está incorreta, pois não há, no Estatuto, nenhuma repetição vocabular destacada. A alternativa C está incorreta porque o registro informal não é empregado em textos do gênero Lei, devido à seriedade que o contexto de produção exige. A alternativa D também está incorreta, uma vez que há, no texto, a presença de frases na ordem indireta, a exemplo do artigo 4: “É dever da família [...] assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos [...]”. Na ordem direta, a frase seria: Assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos [...] é dever da família. A alternativa E está incorreta, por sua vez, porque o texto não apresenta exemplos dos conceitos fornecidos. Está correta, assim, a alternativa B, pois o ECA, a fim de cumprir sua função social, procura manter a clareza do texto e evitar mal-entendidos em sua redação, utilizando, para tanto, palavras e construções que evitem a ambiguidade.

Questão 04Comentário: Nessa proposta, deve-se redigir um texto dissertativo-argumentativo em que se discorra sobre a questão da responsabilidade ambiental no Brasil. Os textos motivadores apontam para o foco argumentativo que pode ser utilizado no texto, no caso, de que o cuidado com o meio ambiente é responsabilidade tanto de empresas, de instituições e do Estado quanto dos indivíduos.

Nesse sentido, o primeiro texto discorre sobre como as leis ambientais brasileiras são vistas como excelentes, contudo não são aplicadas de maneira adequada, pois não há, no país, recursos técnicos para isso. Também se discute nesse texto como foi importante, na legislação ambiental brasileira, atribuir responsabilidade tanto às pessoas jurídicas quanto às físicas. O texto II, por sua vez, traz o exemplo do desastre ambiental ocorrido em Mariana (MG) em 2015, em que a barragem de rejeitos de uma mineradora se rompeu e milhões de metros cúbicos de lama encobriram o ecossistema da região. No texto, a ministra do meio ambiente atribui a responsabilidade do desastre à empresa empreendedora, lembrando também dos órgãos responsáveis pela segurança, controle e licenciamento ambiental das barragens, os quais não teriam cumprido corretamente suas funções. Já o texto III discute a construção de uma hidrelétrica e atribui à empresa construtora a responsabilidade pela área ambiental em que se está construindo a usina e, também, pela qualidade de vida das populações no seu entorno. Por fim, o gráfico apresentado na coletânea mostra quais seriam os órgãos responsáveis por solucionar os problemas do meio ambiente; entre eles, verifica-se a maior responsabilidade dos governos estaduais. Considerando essas informações, deve-se redigir um texto em que se reflita sobre a responsabilidade ambiental das empresas e do governo brasileiro, mas sem ignorar a responsabilidade individual de cada cidadão, que pode se materializar tanto em ações pessoais de cuidado com o lixo e áreas de preservação, por exemplo, mas também no sentido de fiscalizar e denunciar empresas que estejam descumprindo leis ou, deliberadamente, ocasionando problemas ambientais. Os exemplos apresentados na coletânea, do desastre em Mariana e da construção de hidrelétricas, podem servir de argumentos para a relevância do tema, tendo em vista que o desenvolvimento do país depende do modo como as questões ambientadas são tratadas. Nesse sentido, seria interessante também a sugestão de propostas que sugerem maior transparência das empresas em relação ao meio ambiente, o que possibilitaria maior envolvimento e mesmo consciência dos cidadãos nessas questões. Independentemente das reflexões realizadas, é importante que os argumentos sejam organizados de maneira clara, coerente e coesa, em um texto redigido de acordo com a norma-padrão da língua.

Questão 05 Comentário: A proposta solicita que seja escrito um texto dissertativo-argumentativo em que se discutam as consequências da busca por padrões de beleza idealizados. Cada um dos textos motivadores direciona uma discussão seguindo um mesmo eixo temático. No texto I, são apresentadas inúmeras informações relevantes que podem ser utilizadas na construção das ideias do texto, como a discussão sobre um padrão corporal idealizado e difundido com grande peso pelos diversos meios midiáticos, postura que condiciona e afeta os hábitos de toda sociedade, moldando diretamente a visão de cada um sobre si. Pode-se, também, destacar a ideia de como o conceito de beleza pode ser relativo e individual, noção presente no texto I e reforçada no texto II. Já no texto III, são apresentadas definições de doenças desencadeadas e agravadas pela imposição social de padrões de beleza muitas vezes quase inatingíveis. Nesse sentido, é esperado que consequências negativas sejam abordadas na argumentação.

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Contudo, é importante trazer informações externas aos textos da coletânea, ainda que para fundamentar os argumentos neles presentes. Também podem ser citados conceitos de outras áreas do conhecimento, como informações sobre saúde física ou psicológica, ou, ainda, ideias que discutam sobre a influência da sociedade na vida dos indivíduos. Deve-se, além disso, elaborar uma proposta de ação que possa ser executada e venha a intervir socialmente na resolução ou redução dos problemas abordados ao longo do texto.

módulo – B 04Elementos da prosa

Exercícios de aprendizagem

Questão 01Comentário: Entre os elementos da prosa abordados no módulo, a questão trabalha com o foco narrativo. É interessante perceber que mais importante do que identificar e classificar os elementos da prosa é analisar como esses elementos foram construídos e que efeitos se podem tirar deles, que papel desempenham naquela narrativa. É o que essa questão demanda. Não se exige que se identifique se o narrador é de primeira ou de terceira pessoa, por exemplo, mas convida a refletir sobre a construção do processo narrativo. A forma especial de narrar é o que confere o caráter literário a muitos textos e o que faz grandes escritores.

A) O caráter digressivo da narrativa, que não se preocupa em alinhavar toda a matéria exposta ao leitor (a “embaraçada meada”, em Garrett, e o “estilo ébrio”, em Machado de Assis); a reduzida importância da ação dramática, fenômeno causado em parte pela quantidade expressiva de comentários irônicos do narrador e sua constante interpelação dos leitores (“Benévolo e paciente leitor”, em Garrett, e “o maior defeito deste livro és tu, leitor”, em Machado de Assis).

B) Tal forma de narrar deseja frustrar o leitor impaciente e ingênuo, acostumado às convenções do gênero narrativo. Nas duas obras, o leitor recebe um tratamento irônico por parte do narrador.

Questão 02Comentário: Questão sobre a caracterização do fluxo de consciência e sobre a identificação dos tipos de discurso. É interessante observar que, por se tratar de um pensamento mais desordenado, esse trecho não apresenta os verbos de elocução, as aspas, o travessão, que geralmente caracterizam o discurso direto, sendo ele perceptível apenas pela interlocução.

A) Predomínio de coordenadas assindéticas ou sindéticas aditivas, ausência de pontuação regular.

B) “Deixe de preguiça menino”; “você não quer mesmo almoçar?”.

Questão 03Comentário: Essa é uma questão sobre foco narrativo. Não é necessário identificar o tipo de narrador do texto, pois essa informação já foi dada, mas deve-se refletir sobre as implicações da escolha desse foco em detrimento de outro. O narrador do conto é um elemento destoante do restante da família, e o foco em primeira pessoa, nesse caso, é significativo, pois ajuda a definir a subjetividade da personagem, a elucidar as fronteiras entre o eu e o outro, e também a deslindar uma visão crítica de alguns de nossos costumes e tradições. O narrador, protagonista do conto, contrapõe o jeito de ser do pai, as relações sociais e a dinâmica familiar ao seu comportamento deliberadamente transgressor. A opção por adotar um tipo “louco”, “doido”, identificado com atitudes críticas contra os valores da família, garantia-lhe a liberdade e uma “existência sem complexos”.

Exercícios Propostos

Questão 01 – Letra CComentário: No  final  do  miniconto  de  Heloísa  Seixas,  a personagem se vê acompanhada de várias pessoas ao perceber o próprio reflexo em bolas de uma árvore de Natal. A sensação de estar acompanhada é, portanto, artificial e imaginária. Essa artificialidade define, de certa maneira, o estado geral da personagem e é anunciada na passagem “Era um pinheiro artificial, mas parecia de verdade”, exatamente como a presença das pessoas ao seu redor. Está correta, portanto, a alternativa C.

Questão 02 – Letra AComentário: O título “Múltiplo sorriso” sugere alegria, porém essa ideia é posta em xeque ao longo do desenvolvimento do enredo, que revela o isolamento da protagonista. O múltiplo sorriso, na realidade, não passa do riso da personagem solitária refletido nas diversas bolinhas da árvore de Natal. A imagem replicada da protagonista cria para ela a ilusão de estar menos só.

Questão 03 – Letra BComentário: O uso dos verbos “diria” (futuro do pretérito do indicativo) e “estivessem” (pretérito imperfeito do subjuntivo) expressam hipóteses, revelando que a presença das amigas só ocorre no plano das ideias, das possibilidades, não é real. Ao transportar-se para esse mundo imaginário, a expressão “estão vendo” (presente do indicativo) sugere um acontecimento concreto, desmentindo a existência das amigas e fazendo-a refletir sobre seu estado de solidão.

Questão 04 – Letra AComentário: A afirmativa incorreta sobre os textos apresentados encontra-se na letra A da questão, pelo fato de o texto de Guimarães Rosa ser construído por um narrador de terceira pessoa, onisciente, e não pela própria personagem Miguilim. O início do trecho é evidente para se comprovar isso: “Um certo Miguilim morava com sua mãe, seu pai e seus irmãos, longe, longe daqui [...]”.

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Questão 05 – Letra CComentário: A resposta incorreta sobre a transposição de um texto, estruturado no discurso direto, para o discurso indireto está presente na alternativa C, pois, ao retirar o diálogo e colocar as informações referendadas pelo narrador, o texto “não acentua a carga de humor da piada”, pelo contrário, perde em dinamismo e em efeito cômico, uma vez que as cenas são descritas de modo mais lento e de forma intermediada. Isso fica nítido na comparação entre os textos apresentados na questão. O primeiro, construído pelo discurso direto, é muito mais expressivo e engraçado que o segundo, escrito por meio do discurso indireto.

Questão 06 – Letra BComentário: Alfredo Bosi faz um comentário sobre Monteiro Lobato: o de que o escritor pré-modernista constrói as suas personagens de modo risível a partir de um defeito físico ou de caráter. Só não é possível identificar esse traço da obra de Lobato na letra B, pois a personagem é descrita de modo idealizado, como comprovam as expressões “lábios de pitanga”, “magnólia da pele”, “dentes de pérola”, entre outras.

Questão 07 – Letra BComentário: Deve-se, nessa questão, transformar um discurso direto em indireto. Para isso, é necessário perceber a mudança de foco narrativo e a articulação do discurso na terceira pessoa, a partir do ponto de vista de um narrador-observador. Nesse sentido, está correto o texto da alternativa B: O interlocutor afirmou que Hagar cometera um erro de gramática.

Questão 08 – Letra EComentário: A afirmativa I está incorreta porque a mera indicação da fala da personagem não insere o conto no gênero dramático, que apresenta outros aspectos que o definem, como a presença de rubricas com indicações cênicas para os atores. A afirmativa II também está incorreta, uma vez que não há, na frase apresentada, a presença de metalinguagem, mas apenas a descrição da sala onde a personagem se encontra por meio de uma comparação com a sala “de uma dessas revistas de arte”. Já as afirmativas III, IV e V estão corretas, conforme indica a alternativa E, uma vez que se identifica a presença de um narrador-personagem na passagem em III, definido pelo uso da primeira pessoa; o uso de linguagem conotativa na expressão “rasgado minha vontade” em IV; e a ocorrência de discurso indireto em “Tia Vicentina dizia”, na passagem apresentada em V.

Seção EnemQuestão 01 – Letra BEixo cognitivo: III

Competência de área: 5

Habilidade: 16

Comentário: Deve-se destacar que a cena narrada se passa no contexto rural, conforme revela o trecho “[...] saí a caminhar com o sol ainda escondido para tomar tenência dos primeiros movimentos da vida na roça”. Assim, a ambientação da narrativa reflete-se no vocabulário empregado, tipicamente rural e informal, como se percebe no uso de expressões como “tomar tenência”, “buscação” e “tomei reparo”. Está correta, portanto, a alternativa B.

Questão 02 – Letra DEixo cognitivo: III

Competência de área: 5

Habilidade: 16

Comentário: Na cena narrada, percebe-se a presença do discurso indireto livre, em que à voz do narrador são incorporadas as vozes de outras personagens, sem que haja uma divisão clara. Em um primeiro momento, a voz do menino é fundida à do narrador, que lhe penetra a mente e captura-lhe os pensamentos, como se percebe em “Que é que seria aquilo, meu Deus? Se fosse efeito de uma pedrada na cabeça e se soubesse quem havia mandado a pedra [...] Nem por sombra imaginou que era a cegueira irremediável que principiava”. No parágrafo seguinte, contudo, o narrador se apropria da voz da galinha, reproduzindo sua confusão no momento: “Também a galinha, coitada, não compreendia nada, absolutamente nada daquilo. Por que não vinham mais os dias luminosos em que procurava a sombra das pitangueiras?”. Reconhece-se, assim, por meio desse recurso, a apropriação de diferentes pontos de vista por parte do narrador, que os incorpora na sua fala, conforme indica a alternativa D.

Questão 03 – Letra CEixo cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 15

Comentário: A questão se refere à escrita de Clarice Lispector, escritora nascida na Ucrânia e naturalizada brasileira. A característica mais pungente de sua escrita é a investigação filosófica da vida, alcançada por meio de suas personagens, geralmente pessoas comuns, que se deparam com um sentimento transbordante instável, ligado a uma experiência de epifania. Sua escrita é considerada densa e de difícil acesso, embora seu vocabulário seja destituído de ornamentos e suas frases sejam calcadas numa experiência ordinária da vida. Seus narradores perscrutam e inquirem intimamente a psicologia de suas personagens. Assim, a questão traz um trecho que exemplifica justamente tais características, endossadas pela letra C, que apresenta as questões existenciais vinculadas com sua expressão, seu discurso, sua linguagem.

Questão 04 – Letra DEixo Cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 15

Comentário: O excerto retrata a relação entre fazendeiros e agregados, de que é exemplo o próprio Riobaldo. Por meio de seu relato, somos informados de que ele, quando ainda era uma criança pobre, juntamente com sua mãe, acompanhou a família de um certo Jidião Guedes em sua mudança até o Baixio da Sirga, já que, na condição de agregado, dependia dessa família para viver. No momento presente do relato, Riobaldo, agora fazendeiro, é quem dá abrigo a agregados, como Zé-zim e outros, o que se evidencia na fala “Eu dou proteção”. Embora seja legalmente livre e tenha apreço por sua liberdade (“Eu gosto muito de mudar”), o sertanejo nem sempre consegue usufruí-la, já que a situação de dependência econômica com relação ao fazendeiro que lhe oferece serviço e proteção o mantém cativo.

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Questão 05 – Letra AEixo cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 15

Comentário: No texto de Cornélio Pires, o narrador, como aparece retratado na alternativa A, “apresenta, sem explicitar juízos de valor, costumes da época, descrevendo os pratos servidos no jantar e a atitude de Nhô Tomé e de Tia Policena”. Não há, por parte do narrador, nenhuma postura pejorativa ou condenatória no que se refere aos costumes e à linguagem coloquial empregada pelas personagens.

Módulo – B 05

Romantismo

Exercícios de Aprendizagem

Questão 01Comentário: Nessa questão, é necessária a leitura atenta da canção de Chico Buarque, a fim de que se perceba como é feita, nela, uma releitura crítica do romance Iracema, de José de Alencar, representativo do indianismo romântico brasileiro. Nesse sentido, deve-se perceber como os valores difundidos e defendidos em determinado período são constantemente revistos e, muitas vezes, negados em épocas posteriores.

A) No romance de José de Alencar, Iracema é a heroína romântica. Ela desempenha o papel de sacerdotisa ou vestal dos Tabajaras, que detém o segredo da jurema. Além disso, ela pode ser considerada a própria representação da natureza virgem dos trópicos, que será possuída pelo colonizador europeu, o português Martim, com quem terá um filho. Já na canção de Chico Buarque, Iracema desempenha o papel de uma imigrante que vive nos Estados Unidos em condições ilegais, escondendo-se da polícia e trabalhando na limpeza de estabelecimentos comerciais para sobreviver. Como imigrante ilegal, a Iracema de Chico Buarque vive à margem da sociedade norte-americana. Trata-se, em suma, de uma visão rebaixada de um dos grandes mitos nacionais do nosso Romantismo.

B) No romance, a América pode ser associada ao Novo Mundo, às terras descobertas pelo europeu na América do Sul ou, mais especificamente, no Brasil. Na canção de Chico Buarque, América alude aos Estados Unidos (América do Norte), para onde Iracema – como muitos outros brasileiros – “voou” em busca de trabalho e sobrevivência.

Questão 02Comentário: A questão traz dois poemas do Romantismo, um do poeta brasileiro Gonçalves Dias, outro do poeta português Almeida Garrett. Embora haja diferenças quanto ao tratamento do tema (no primeiro poema, o eu lírico dá curso ao sonho, enquanto, no segundo, o poeta “acorda” para a realidade), ambos tocam em questões caras ao Romantismo: idealização amorosa, idealização da figura feminina, fuga da realidade (que, no caso de Garrett, vem acompanhada de sofrimento amoroso).

Deve-se ressaltar também que a questão trata de poemas específicos, portanto não é possível generalizar as diferenças encontradas para toda a obra de Gonçalves Dias e de Garrett. No poema de Gonçalves Dias, existe apenas o desejo de encontrar um amor ideal, o amor não sai do campo do platonismo, por isso segue como sonho idealizado. Já no poema de Almeida Garrett, o amor, que era platônico, parece, de algum modo, ter se concretizado. A partir do momento em que o poeta “desperta do sonho” e que a amada, antes imaginada, se materializa, “se fixa”, a idealização amorosa se desfaz, pois o poeta passa a conhecer a dor.

Questão 03Comentário: Questão sobre a fase indianista do Romantismo brasileiro, que requer a percepção da imagem idealizada do índio e sua identificação como ícone nacional. É interessante perceber a contradição existente entre a idealização da figura do nativo e o mito sacrificial. O romance O Guarani faz parte de uma tradição da literatura romântica que tem o indianismo como tema central. A figura do índio presente no texto reafirma a busca de um símbolo para o imaginário nacional, um herói idealizado que represente a força do nativismo. Deve-se destacar, no entanto, que os românticos tinham uma concepção eurocêntrica do heroísmo. O índio-herói da nossa literatura possuía as virtudes cristãs de um cavaleiro medieval e, quase sempre, abdicava de seus valores e costumes em favor da “amizade” com o português colonizador. Em O Guarani, Peri é um exemplo de coragem e força física, no que está o seu caráter heroico, mas é sempre submisso a Ceci. Essa docilidade de Peri é exaltada por Alencar como uma característica positiva, como se fosse o Peri “um índio de alma branca”.

Exercícios Propostos

Questão 01 – Letra CComentário: Para resolver essa questão, analisemos cada alternativa para verificarmos sua correção ou incorreção. A alternativa A está incorreta, pois não há traços regionalistas nos versos de “Canção do Exílio”. O tom é de amor pela pátria, e os elementos de identificação nacional – o sabiá, as flores e as palmeiras – não são características exclusivas ou distintivas de apenas uma região do Brasil. A alternativa B também está errada, pois o poema não é um soneto, não sendo formado por dois quartetos e dois tercetos, como preconizam os clássicos. Na verdade, trata-se de um exemplo paradigmático do Romantismo brasileiro, estilo de época que não buscava emular os padrões classicistas. A alternativa C é a resposta correta, uma vez que é evidente o louvor à pátria nos versos de Gonçalves Dias. Os seguintes versos foram, com efeito, incorporados e adaptados ao Hino Nacional: “Nossos bosques têm mais vida, / Nossas vidas mais amores”. A alternativa D também está incorreta, pois essa relação simbólica não existe: os problemas sociais da colônia não são contemplados. Enfim, a alternativa E está incorreta porque o saudosismo do eu lírico faz com que ele anseie pelo retorno ao Brasil, não demonstrando apego a Portugal, local de seu “exílio”.

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Questão 02 – Letra EComentário: A poesia romântica brasileira baseou-se no modelo europeu, apresentando os valores reverenciados pelos poetas daquele continente, tais como a dignidade do homem natural (o mito do “Bom Selvagem”), a exacerbação das paixões e os ideais libertários (que, aqui, tiveram um tom, muitas vezes, abolicionista). Contudo, esses valores eram atualizados de acordo com os elementos locais, dentre os quais a natureza exótica e o indígena. Está correta, portanto, a alternativa E.

Questão 03 – Letra DComentário: O romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, não está vinculado à “linha primitivista da corrente romântica, em que as personagens vivem em contato constante com a natureza”, como aparece mencionado na assertiva I da questão. O livro insere-se na linhagem dos textos de caráter urbano dos romances românticos, que abordam questões vinculadas à vida burguesa e às relações sociais vigentes no século XIX, na Capital do Império, o Rio de Janeiro de 1840. Os elementos de sua narrativa são tipicamente românticos: os ambientes e cenários são festivos, marcados pela vida da recente burguesia urbana do Rio; as relações amorosas são sempre interditadas por um empecilho inicial e completamente idealizadas; as heroínas são mulheres perfeitas física e psiquicamente; os heróis são homens joviais, de sentimentos nobres. Além disso, a trama se encerra com a união conjugal de Augusto e Carolina, o que representa o canônico final feliz do Romantismo. As assertivas II e III são corretas, pois o romance Memórias de um sargento de milícias é, de fato, inspirado nas novelas picarescas, e, por sua vez, a heroína de A escrava Isaura, ainda que mestiça, é descrita de forma completamente idealizada, como se fosse uma figura europeia, dotada de “tez clara como o marfim”. Nesse caso, o gabarito da questão é a letra D.

Questão 04 – Letra AComentário: O poema de Tobias Barreto se vincula à terceira fase da poesia romântica no Brasil, denominada condoreira, que tinha um viés social e abordava a questão da escravidão sob uma perspectiva abolicionista. Castro Alves é o principal nome dessa fase, de que é característico seu poema “Navio Negreiro”, conforme indica corretamente a alternativa A.

Questão 05 – Letra BComentário: Ao afirmar que “há uma crise nos séculos como nos homens”, o poeta deixa entrever que, de tempos em tempos, há uma revisão de valores, um questionamento de posturas, que leva à mudança. Isso é ilustrado pelo exemplo da poesia, que caiu do céu, fazendo o poeta acordar na terra. Deixou-se de valorizar a poesia mística para valorizar a poesia que trata da realidade concreta, objetiva, material. O poeta, obviamente, acompanha a mudança, passando a se dedicar à nova poesia valorizada em sua época. Está correto, assim, o que se diz na alternativa B.

Questão 06 – Letra CComentário: Como a idealização amorosa e o platonismo são valores do Romantismo, especialmente na obra de Álvares de Azevedo, pode-se, em um primeiro momento, descartar a alternativa C como resposta. Uma leitura atenta do fragmento, no entanto, não deixa dúvidas de que há uma apologia à poética da celebração da vida física, o que pode ser percebido na descrição do homem como um ente que “vê, ouve, sente”, “que tem fibras e artérias” e que tem corpo, antes e depois de ser idealista. O poeta afirma ainda ser impossível haver poesia sem esses prosaicos elementos.

Questão 07 – Letra CComentário: Na questão referente ao poema “Meus oito anos”, de Casimiro de Abreu, a alternativa incorreta é a C: “O autor dissocia os aspectos formais dos emocionais”. Os elementos estéticos do texto, como a pontuação expressiva, marcada por exclamações, as interjeições, o vocabulário construído por termos idealizadores para se referir à infância da voz poética reiteram o saudosismo que se encontra representado no poema.

Questão 08 – Letra BComentário: O cearense José de Alencar foi um dos maiores representantes da prosa romântica brasileira, tendo produzido romances urbanos, de que é exemplo Lucíola; regionalistas, como O sertanejo; e indianistas, como Iracema. Está correta, assim, a alternativa B. Não se pode dizer que Alencar rompeu com o idealismo do escritor romântico, como afirma a alternativa A. Ao contrário, ele manteve esse padrão na produção de obras como Lucíola, a qual narra a história de um amor proibido que apresenta final trágico. Em Senhora, ele realiza uma crítica à sociedade burguesa, contrariando a ideia exposta nessa alternativa acerca do “drama” vivido pela burguesia. Não se pode dizer ainda, que, em seus romances heroicos, como O sertanejo e O guarani, ele retratou personagens que, apesar de ideais, cometiam “atos degradantes”. Nesses romances, os protagonistas mantêm seu caráter idealizado em todos os momentos, nunca demonstrando corrupção de valores. Portanto, a alternativa C também está incorreta. Por fim, também está incorreta a alternativa D, pois não se pode afirmar que José de Alencar não demonstrou interesse pelo passado do indivíduo ou da Nação. Em romances como O guarani e Iracema, o autor buscou a reconstrução de um passado mítico do Brasil na tentativa de construir a noção de nacionalidade pura e verdadeiramente brasileira.

Seção EnemQuestão 01 – Letra AEixo cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 15

Comentário: No fragmento do romance O ermitão de Muquém, de Bernardo Guimarães, a referência a elementos da natureza local, como em “tuas falas são mais doces para minha alma que os favos da jataí, ou o suco delicioso do abacaxi” e “Desde os primeiros momentos tu viste meu coração abrir-se para ti, como a flor do manacá aos primeiros raios do sol”, aponta para a tendência nacionalista romântica, que, a fim de construir uma identidade nacional própria, exaltava a natureza do país.

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Questão 02 – Letra BEixo cognitivo: II

Competência de área: 6

Habilidade: 18

Comentário: O soneto de Álvares de Azevedo se fundamenta na melancolia que frustra a possibilidade de reação diante da perda, o que pode ser comprovado pelos trechos “[...] embalde [...] / tento o sono reter [...]” e “[...] o teu adeus, minha saudade / fazem que insano do viver me prive”. A alternativa correta é, portanto, a B. A alternativa A está incorreta, pois nela há uma inversão na relação causa-consequência: não é a morte que causa a angústia, mas a angústia que causa a morte, como atesta o trecho “eis o estado em que a mágoa me tem posto”. A alternativa C é incorreta porque o desgosto e a agonia do eu lírico são causados pela perda, não necessariamente pela autopiedade. As alternativas D e E estão incorretas porque o eu lírico não manifesta desejo de morrer ou gosto pela escuridão, pelo contrário, ele parece desejar superar o estado em que se encontra quando suplica “Dá-me a esperança que com o ser mantive”; se não consegue fazê-lo, não é por falta de vontade, mas por impotência.

Questão 03 – Letra BEixo Cognitivo: III

Competência de área: 5

Habilidade: 16

Comentário: É traço característico do poema de Casimiro de Abreu o nacionalismo reforçado pela distância da pátria e a saudade em relação à paisagem onde o eu lírico viveu a infância. Essas ideias se confirmam explicitamente em trechos como “[...] Senhor dá-me de novo / os gozos do meu lar”, “[...] Dá que eu veja uma vez o céu da pátria / o céu do meu Brasil”, “Dá-me os sítios gentis onde eu brincava / Lá na quadra infantil”. O nacionalismo se verifica também em elementos como as laranjeiras e os sabiás, típicos da vegetação e da fauna brasileiras. Note-se a semelhança entre o poema de Casimiro de Abreu e a “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias. As demais alternativas da questão apresentam afirmações que não se aplicam ao poema, por exemplo, ausência de métrica e alívio por se estar longe da pátria, ou mesmo que contradizem os princípios do Romantismo, como negação do passado e tristeza na infância.

módulo – B 06

Realismo e Naturalismo

Exercícios de aprendizagem

Questão 01Comentário: Questão de reconhecimento de importante conceito da estética naturalista, o Determinismo, e como ele se realiza tanto no trecho teórico de Agaripe Júnior quanto no romance O cortiço, de Aluísio Azevedo.

A) Ao dizer que o Naturalismo, ao chegar no Brasil, como a pinha, deforma-se, passando a apresentar características peculiares que o difere do estilo praticado em outros países, o teórico Agaripe Júnior revela o postulado naturalista do Determinismo, segundo o qual o homem está condicionado ao seu meio, isto é, apresenta características inatas que se relacionam ao ambiente em que vive. Da mesma forma, é o estilo naturalista no Brasil que se adaptará ao meio, sendo determinado por ele.

B) O Determinismo é característica marcante da obra O Cortiço, de Aluísio Azevedo, uma vez que, nesse romance, o caráter das personagens é moldado de acordo com a posição que elas ocupam socialmente e também pela influência do próprio ambiente do cortiço. Exemplo disso é a personagem Jerônimo, um português que modifica seus valores e padrões de comportamento ao ser afetado pelo clima do Brasil, tornando-se preguiçoso. Também é exemplo a personagem Pombinha, moça bem-educada que acaba na prostituição após ir morar no cortiço.

Questão 02Comentário: Questão a respeito da zoomorfização, traço característico do Naturalismo. As personagens, guiadas por seus instintos primitivos e, muitas vezes, sujeitas a um baixo nível socioeconômico, aproximam-se da condição animal.

A) O autor, utilizando-se de comparação, reduz a personagem ao nível animal, como é típico do Naturalismo.

B) As expressões são “crina (cabelo) preta”, “como éguas selvagens”.

Questão 03Comentário: Machado de Assis, como pode ser observado no excerto de Memórias póstumas de Brás Cubas, opta pelo regime da inverossimilhança, ou seja, a sua ficção não objetivava nem retratar a realidade factual nem buscar a verdade histórica. O narrador se autodefine como um “defunto autor” que decide escrever as suas memórias depois da morte. Contudo, é importante notar que a escolha por um narrador aparentemente inverossímil é o que dá credibilidade à crítica social, típica dos realistas, feita no romance, uma vez que, por ser defunto, não tem nada a perder e, por isso, apresenta certa “imparcialidade” de julgamento.

Exercícios Propostos

Questão 01 – V V F V FComentário: O Realismo e o Naturalismo foram movimentos que se opuseram à fantasia e ao mito da natureza norteadores da estética anterior, o Romantismo, sendo profundamente influenciados pelas transformações econômicas, científicas e ideológicas que ocorreram da Revolução Industrial, o que torna a primeira afirmativa verdadeira. A segunda afirmativa também está correta, uma vez que o Realismo, baseado na mentalidade racionalista da época, coloca o artista como um observador ativo do mundo, o que o torna capaz de realizar análises e críticas da sociedade da qual ele faz parte. A terceira afirmativa, por sua vez, é falsa, pois a impessoalidade não é característica do Realismo brasileiro, mas o contrário. Em romances realistas como Memórias póstumas de Brás Cubas, o narrador assume uma posição profundamente crítica e parcial, baseada na sua observação individual da realidade.

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Já a quarta afirmativa está correta, pois pode-se definir o Naturalismo como um prolongamento do Realismo porque, apesar de também fazer críticas e análises da sociedade da época, adiciona a essas críticas uma visão cientificista da existência, principalmente baseada no Determinismo. A quinta afirmativa, por fim, é falsa, uma vez que o romance O mulato, de Aluísio Azevedo, publicado em 1881, é a primeira manifestação importante do Naturalismo, e não a obra realista Dom Casmurro, de Machado de Assis.

Questão 02 – Letra EComentário: Sabendo que a corrente fi losófica do Determinismo é uma das principais correntes presentes no romance naturalista O cortiço, tem-se que o ambiente é um dos principais influenciadores das personagens. Assim, em várias passagens da obra, encontra-se o Sol como personagem também participante. Portanto, está correto o que se afirma em I. No segundo parágrafo do excerto, tem-se a confirmação de que a afirmativa II também está correta, afinal, o narrador discorre sobre a má influência do país sobre o indivíduo, que traria “felicidades novas, picantes, violentas”, por causa da sua natureza selvagem e alegre, bem diferente dos costumes da terra natal da personagem. Ao mesmo tempo, essa influência seria negativa, uma vez que hábitos como a preguiça e a fraqueza também seriam assimilados por Jerônimo. Por fim, a afirmação III está correta porque a visão de um Brasil natural, selvagem e belo, idealizada no Romantismo, é resgatada em O cortiço, entretanto o caráter transformador dessa paisagem relaciona-se com a ideia determinista de que o indivíduo se molda por meio das influências do ambiente, sejam elas negativas ou positivas.

Questão 03 – Letra CComentário: Trechos como “sua energia afrouxava lentamente”, “tomava gosto aos prazeres, e volvia-se preguiçoso” representam a preguiça que tomava a personagem, levando-a a desvalorizar o trabalho manual e fazendo com que acreditasse que este fosse algo ruim, inferior, principalmente por ser visto como trabalho de escravos. Portanto, está correta a alternativa C.

Questão 04 – Letra CComentário: Das assertivas apresentadas a respeito do romance O ateneu, de Raul Pompeia, a única incorreta é a segunda, em que há a afirmação de que a obra, escrita na primeira pessoa, “evita o comentário subjetivo e as impressões individuais, uma vez que o narrador adota uma postura rigorosa, condizente com o cientificismo da época”. Tal consideração é equivocada, pois o romance não é um texto natural ista, pelo contrário, nele o autor já insere pioneiramente aspectos impressionistas na literatura brasileira. Além disso, o narrador-personagem, Sérgio, focaliza os fatos a partir de uma perspectiva memorialista e subjetiva, que destitui a objetividade cientificista apontada no comentário. Portanto, estão corretas as considerações feitas nas assertivas I e III, o que corresponde à alternativa C da questão.

Questão 05 – Letra AComentário: O Humanitismo criado por Quincas Borba é revelador “do posicionamento crítico de Machado de Assis aos muitos ‘ismos’ surgidos no século XIX: darwinismo, positivismo, evolucionismo”, como bem apontado na alternativa A da questão. Machado de Assis parodia as correntes científicas e filosóficas que apontam para a “evolução” do ser humano e para a crença de que a sociedade está em pleno “progresso”. Em uma postura niilista, o autor demonstra como o egoísmo do ser humano o leva a ser mais “primitivo” do que uma tribo primitiva; como a desigualdade social e as guerras tornam flagrante a precariedade de uma sociedade que se diz pautada no racionalismo e na ciência, mas que prat ica gestos desumanos, sem nenhum “humanitismo”.

Questão 06 – Letra AComentário: Em “Assim se explicam a minha estada debaixo da janela de Capitu e a passagem de um cavaleiro, um dandy, como então dizíamos”, a expressão “como então dizíamos” refere-se à palavra “dandy”, forma usada nos tempos de juventude do narrador para se referir aos cavaleiros que passavam pelas janelas de suas namoradas. Assim, conforme indica corretamente a alternativa A, tal expressão remete a uma época anterior ao presente da narração.

Questão 07 – Letra EComentário: As referências aos escritores José de Alencar e Álvares de Azevedo, no fragmento de Dom Casmurro, foram corretamente analisadas na alternativa E. De fato, Machado de Assis “utilizou, como em outras obras suas, elementos do legado de seus predecessores locais, alterando-lhes, entretanto, contexto e significado”. No caso, o intuito da intertextualidade é evidenciar como, naquela época, Bentinho se comportava como um típico romântico, que se postava debaixo da janela de Capitu. De certo modo, a alusão a tal postura diferencia o adolescente apaixonado do passado (no plano do enunciado) do velho Casmurro do presente (plano da enunciação).

Questão 08 – Letra EComentário: A alternativa que contém a afirmativa correta de acordo com o excerto é a E, o que pode ser comprovado em trechos como: “[...] velhos respeitáveis [...] deixavam-se vilmente cavalgar pela loureira, cativos e submissos [...]” e “E continuou a sorrir, desvanecida na sua superioridade sobre esse outro sexo [...]”. A alternativa A está incorreta porque a prosa naturalista não condena os temas repulsivos e bestiais, sem amparo científico. Pelo contrário, ela aborda com frequência esses temas e os explica à luz das teorias científicas em voga na época. A alternativa B está incorreta porque, segundo o determinismo, não está ao alcance do homem dominar seus instintos. A opção C também está incorreta, pois a abordagem das relações sociais e os interesses que as permeiam é tema tanto no Realismo quanto no Naturalismo, recebendo apenas tratamentos diferenciados em cada uma das escolas. A opção D está incorreta porque não há idealização no trecho citado.

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Seção Enem

Questão 01 – Letra DEixo cognitivo: III

Competência de área: 5

Habilidade: 16

Comentário: O conto “A causa secreta”, do autor realista Machado de Assis, apresenta um narrador onisciente que desnuda a personalidade sádica da personagem Fortunato. No excerto, esse sadismo é revelado quando a voz narrativa enfoca o prazer que tal personagem tem ao presenciar o sofrimento de Garcia na cena do velório: “Fortunato, à porta, onde ficara, saboreou tranquilo essa explosão de dor moral que foi longa, muito longa, deliciosamente longa.”.

Questão 02 – Letra AEixo cognitivo: III

Competência de área: 5

Habilidade: 16

Comentário: No primeiro parágrafo do excerto do romance Esaú e Jacó, de Machado de Assis, o narrador diz que as próprias personagens da obra completarão a narração, o que daria ao leitor a possibilidade de desvendar sozinho aquilo “que for menos claro ou totalmente escuro”, ou seja, aquilo que se costuma dizer estar “nas entrelinhas”. Essa concepção de leitura literária alça o leitor a peça fundamental na construção dos sentidos de um texto, que não é entregue pronto e fechado pelo autor, conforme indica corretamente a alternativa A.

Questão 03 – Letra BEixo cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 15

Comentário: A questão diz respeito à ironia característica da obra romanesca machadiana. No trecho dado, pode-se perceber que o narrador-personagem Brás Cubas é irônico em relação à ação violenta de seu cunhado, o Cotrim. É possível perceber esse aspecto no seguinte trecho: “O único fato alegado neste particular era o de mandar com frequência escravos ao calabouço, donde eles desciam a escorrer sangue: mas, além de que ele só mandava os perversos e os fujões [...]”, no qual o narrador evidencia o estado em que os escravos saíam de seus castigos e, logo em seguida, afirma que somente eram enviados ao calabouço “os perversos e os fujões”, como se essa fosse uma justificativa válida para a barbaridade cometida.

Questão 04 – Letra DEixo Cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 15

Comentário: No fragmento retirado do romance Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, o narrador, Brás Cubas, desmonta o olhar romântico ao se lembrar do primeiro beijo adúltero em Virgília. O relógio, “a pêndula”, materializando-se, o faz refletir sobre o ocorrido, levando-o a se deleitar com o sabor daquele gesto que nega os paradigmas românticos da idealização, uma vez que Virgília é uma mulher casada.

Questão 05 – Letra CEixo Cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 15

Comentário: Na passagem transcrita, a música portuguesa é

representada pelo fado, descrito como um “fadinho” – note-se o

emprego do diminutivo como forma de minimizar a importância e /

ou a qualidade do estilo musical – “nostálgico”, que, segundo

o narrador, deixa as pessoas presentes tristes e abatidas.

A tristeza causada pelo fado só é dissipada quando começa

o chorado baiano, tocado no cavaquinho e no violão, fazendo

o sangue das pessoas ferverem, seus corpos serpentearem,

trazendo “gozo” e “frenesi”, com suas notas “delirantes” e

“ardentes”.

Questão 06 – Letra AEixo cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 15

Comentário: No romance Quincas Borba, o protagonista

Rubião, professor primário, herda a fortuna do amigo Quincas

Borba e deixa a cidade natal, Barbacena, mudando-se para o

Rio de Janeiro. No trecho em questão, percebe-se o conflito

de Rubião, que se sente tentado a preservar seus hábitos

provincianos – note-se o apreço da personagem pelos

criados crioulos de Minas e seu desapreço pelo bronze –,

mas acaba preterindo-os em favor dos costumes da

Corte: ele contrata empregados brancos, estrangeiros,

e admite o uso do bronze, seguindo os conselhos de

Cristiano Palha e valorizando a aparência sobre a essência.

Esse traço da obra lhe confere um tom universal,

já que a postura de Rubião é comum a quase todos aqueles

que ascendem socialmente.

Módulo – C 04

Verbos

Exercícios de Aprendizagem

Questão 01Comentário: Essa questão demanda conhecimento do aluno sobre o modo imperativo, seus usos e os efeitos de sentido produzidos pela utilização desse modo verbal. Assim, temos:

A) O interlocutor é o leitor do texto, provavelmente alguém interessado em como se apresentar de maneira adequada para uma entrevista de emprego.

B) O modo imperativo evidencia, no texto, o sentido de sugestão e conselho.

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Questão 02Comentário: A questão testa os conhecimentos quanto à identificação e ao emprego dos tempos e dos modos verbais. Mais importante do que simplesmente identificar os tempos verbais empregados é saber com que finalidade, em que circunstâncias, eles são empregados. No trecho em questão, tem-se um narrador de uma cena – que de fato ocorre – na qual uma moça caminha pela rua, para em um jardim, colhe uma flor e entra em um prédio. Como essa é uma experiência real, que se passa no momento da enunciação, o tempo verbal indicado para expressá-la deve ser o presente do indicativo. A partir da cena que vê, o narrador começa a fantasiar a respeito da moça e de possíveis experiências que eles poderiam viver juntos. Como esses pensamentos são expressão de um fato que é apenas desejado, mas não concretizado, o tempo indicado para expressá-lo é o futuro do pretérito. Portanto, os tempos verbais empregados são o presente e o futuro do pretérito. O primeiro expressa a experiência concretizada pelo narrador e o segundo expressa a experiência projetada, a hipótese, o desejo.

Questão 03Comentário: Assim como a questão anterior, essa também provoca um reflexão sobre o emprego dos tempos verbais.

A) O presente do indicativo está empregado com a finalidade de apresentar uma ação usual, ou seja, que acontece constantemente.

B) O pretérito perfeito (deu) denota uma ação concluída no passado. O enunciador dá a ideia de que o termo foi instituído antes de ser o título do livro.

Questão 04 – Letra CComentário: O modo subjuntivo, predominante no excerto do poema “Receita de mulher” (“perdoem”, “haja”, “socialize”, “seja”, “tenha”, “adquira”), indica a vontade ou o desejo do eu lírico por esse ideal de mulher.

Exercícios PropostosQuestão 01 – Letra DComentário: Deve-se marcar a alternativa que não pode ser confirmada pelo texto, que é a alternativa D. Não se pode afirmar que a união entre os homens seja fator aleatório quando se trata da sobrevivência da espécie humana, afinal, pelo que é exposto no texto, “não existe mais isolacionismo; somos uma aldeia global na qual a queda de uns afeta a todos”. Todas as demais alternativas podem ser comprovadas por passagens do texto:

• Alternativa A: “O que isso tem a ver com ciência? Tudo. Somos produto de nossa visão do mundo. E essa visão é, em grande parte, determinada pela ciência e pelos instrumentos que usamos para medir o mundo e para estudarmos qual o nosso lugar nele [...]”.

• Alternativa B: “Alguns dos maiores cientistas de todos os tempos, ainda muito antes de existir o que chamamos hoje de ciência, já insistiam em que a capacidade de um indivíduo de raciocinar, de saber refletir criticamente sobre as questões que afligem a sua vida e a humanidade, é o maior passo que pode ser dado em direção à sua liberdade pessoal.”

• Alternativa C: “E as decisões que tomamos afetarão como nunca a qualidade de vida das gerações futuras.”

Questão 02 – Letra DComentário: As ideias relacionadas no trecho em destaque são as de reflexão e liberdade, pois, nele, a capacidade de raciocinar e de refletir criticamente é vista como um passo em direção à liberdade pessoal. As alternativas A e B estão incorretas porque o fragmento destacado do texto não menciona a questão da individualidade. A alternativa C está incorreta porque raciocínio e reflexão, no trecho, são tratados quase como sinônimos, portanto não estabelecem relação entre si, estabelecem relação com um terceiro elemento, no caso, com a liberdade.

Questão 03 – Letra CComentário: No segundo parágrafo do texto, o autor faz alguns questionamentos que nortearão a sua argumentação, tais como: a questão da educação para superação de impasses (“O país deveria investir mais na pesquisa científica, nas suas escolas e universidades?”), o problema da ética em pesquisas científicas (“A clonagem genética de humanos é eticamente errada?”) e reflexões acerca de soluções energéticas para o desenvolvimento (“Será que as usinas hidrelétricas [...] são a melhor solução energética para o país?”). Portanto, a questão da expansão populacional dos países, citada em C, só é levantada para justificar as reflexões que precisam ser feitas, e não se relaciona aos questionamentos do autor.

Questão 04 – Letra CComentário: A alternativa que apresenta o modo no qual estão conjugadas as formas verbais destacadas é a C. Os termos “medir” e “estudarmos” estão no infinitivo, o que se comprova pela presença da desinência -r, que lhe é característica (obviamente não é preciso utilizar a expressão “desinência”, já que o estudo dos morfemas só será feito posteriormente. É possível, no entanto, utilizar a expressão “marca do infinitivo”). A diferença entre “medir” e “estudarmos” é que o primeiro apresenta-se no infinitivo impessoal, e o segundo, no infinitivo pessoal ou flexionado.

Questão 05 – Letra DComentário: Na questão, pede-se a forma verbal que possa substituir corretamente o termo “darem” na transposição da expressão “Sem nem ao menos se darem as mãos caminhavam na chuva” para a expressão “Sem que nem ao menos se [...] caminhavam na chuva”. A alternativa que contém a forma verbal que atende à nova escrita da frase é a D. O termo “sem que” exige que o verbo seja conjugado no modo subjuntivo, e isso elimina as alternativas B, C e E, já que nelas o verbo “dar” está conjugado no modo indicativo. Além disso, para acompanhar o verbo “caminhava”, o verbo “dar” deve estar no pretérito, o que elimina a alternativa A, cujo verbo, embora conjugado no subjuntivo, encontra-se no presente. Somente a forma verbal “dessem”, conjugada no pretérito imperfeito do subjuntivo, atende às exigências de conjugação verbal do novo enunciado.

Questão 06 – Letra AComentário: A alternativa em que há erro de conjugação verbal é a A. Conforme explicitado no enunciado da questão, os verbos derivados obedecem ao paradigma de conjugação dos que lhes deram origem. O verbo “prever”, portanto, deve ser conjugado pelo mesmo modelo do verbo “ver”.

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Como o futuro do subjuntivo do verbo “ver” é “virmos”, o do verbo “prever” é “previrmos”, e não “prevermos”. Nas demais alternativas, os verbos “prover”, “intervir”, “reaver” e “manter” foram  corretamente  flexionados  de  acordo  com  os  verbos primitivos “ver”, “vir”, “haver” e “ter”.

Questão 07 – Letra BComentário: No conjunto 4, ambas as ocorrências do verbo “trabalhar” apresentam sentido pleno de exercer uma atividade. Nos demais casos, uma das frases apresenta função gramatical que  não  corresponde  ao  significado  pleno  da  palavra:  “Ele chegou a interferir no processo, mas foi neutralizado” significa que ele tomou a decisão de interferir; “Ela está querendo ficar doente” significa que ela parecia estar começando a adoecer; e “[...] Ah, ele pegou e foi batendo em todo mundo” significa que ele decidiu agir batendo em todo mundo.

Questão 08 – Letra AComentário: A transformação para a voz passiva analítica é formada por sujeito paciente (os gênios do romantismo tardio) + locução verbal (são evocados) + agente da passiva (Amy). Assim, a oração seria “Os gênios do romantismo tardio são evocados por Amy”. A letra B está incorreta, pois a partícula “se” (pronome apassivador) é utilizada na formação da voz passiva sintética; e as demais alternativas, embora estejam na voz passiva analítica, não apresentam os verbos no mesmo tempo verbal da oração original (presente).

Seção Enem

Questão 01 – Letra B Eixo cognitivo: I

Competência de área: 6

Habilidade: 18

Comentário: A atualização de fatos ocorridos no passado é construída por meio do emprego do presente do indicativo, com o objetivo de  incitar o  interesse do  leitor pelo filme ao apresentar o conflito como presente, sem revelar o desfecho da obra.

Questão 02 – Letra EEixo cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 15

Comentário: A terminação –ndo, empregada em verbos no gerúndio, em geral, determina uma ação em curso ou uma ação que ocorre simultaneamente a outra.

Monteiro Lobato, ao criar os neologismos “camaronando”, “caranguejando”, “pequeninando” e “não mordendo”, corrobora a descrição das abelhas que “falavam mal das vespas”, das sardinhas que “criticavam os cuidados excessivos” das borboletas, isto é, acrescenta outros personagens e suas ações a fim de criar um panorama dos acontecimentos que Narizinho presenciava. Mais que isso, o uso do gerúndio demonstra que os camarões, caranguejos, etc. realizam ações no momento da descrição, o que imprime dinamismo à cena. Está correta, portanto, a alternativa E.

módulo – c 05Estudo do período simples – sujeito e predicado

Exercícios de aprendizagemQuestão 01Comentário: Essa questão propõe uma reflexão crítica sobre os conceitos definidos pela Gramática Normativa. Há,  evidentemente,  uma  incoerência  entre  a  definição  de sujeito exposta por Celso Cunha e Lindley Cintra e os exemplos mencionados. Segundo a definição dos gramáticos, o sujeito seria “o ser sobre o qual se faz uma declaração”, mas o que se percebe nos exemplos 1 e 2 é que os seres sobre os quais se declara alguma coisa não constituem os sujeitos das orações. No exemplo 1, alguém, provavelmente uma autoridade civil ou religiosa, declara um casal (representado por um pronome da segunda pessoa do plural), marido e mulher. No exemplo 2, alguém declara que não beberá de uma determinada água. Pelo conceito de Cunha e Cintra, os sujeitos das orações 1 e 2 deveriam ser “vos” e “dessa água”, já que recaem sobre eles as declarações feitas. Entretanto, os sujeitos dessas orações são “eu” e “nós”. Diante dessa discrepância,  talvez  se fizesse necessária uma  redefinição do conceito de sujeito: é o termo que comanda a flexão verbal.

Questão 02Comentário:

A) O verbo “surfar” é usado como transitivo direto no título do  texto  da  campanha  e  em  sentido  figurado,  pois  está relacionado à capacidade de transição entre sites acessíveis na Internet. Na última frase, o mesmo verbo é usado como intransitivo e apresenta significado literal, pois pertence ao mesmo campo lexical da palavra “nadar”.

B) No trecho do enunciado, os termos verbais “empolga”, “agarra” e “passageira”, associados à palavra “Internet”, sugerem uma ação intensa, apaixonante, mas efêmera, ao contrário do que acontece com os que estão ligados à palavra “revista”, menos intensos, mas mais duradouros (“envolvem”, ”abraçam”, “são permanentes”). O mesmo é sugerido no título, já que “surfar” é atividade esportiva moderna e “nadar”, uma modalidade tradicional.

Questão 03 – Letra BComentário: O verbo transitivo direto e indireto é aquele que aceita dois complementos: um não preposicionado (objeto direto) e outro preposicionado (objeto indireto). Esse é o caso do verbo “convencer”. Quem convence, convence alguém (objeto direto) de alguma coisa (objeto indireto). No caso, há alguém que convence Madalena (objeto direto) de que ela não tem razão (objeto indireto). O mesmo raciocínio vale para o verbo “explicar”. Quem explica, explica alguma coisa (objeto direto) para alguém (objeto indireto). No texto, alguém explica que é necessário viverem em paz (objeto direto) para Madalena, representada pelo pronome “lhe” (objeto indireto). O verbo transitivo direto é aquele que exige um complemento não preposicionado (objeto direto). Esse é o caso do verbo “ter”: quem tem, tem alguma coisa. No caso, Madalena não tem razão. O verbo intransitivo é aquele que não pede complemento, pois já possui sentido completo. Esse é o caso do verbo “viver”. Quem vive simplesmente vive, não é necessário complementar o enunciado. “Em paz” funciona como adjunto adverbial de modo.

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Questão 04 – Letra DComentário: A questão pede a alternativa em que a alteração da  frase não se  justifica em  função da norma-padrão. Essa questão pressupõe que a nova versão seria necessária, pois a primeira frase contém alguma incorreção se considerada a norma-padrão. A única alternativa em que isso não ocorre é a D, já que a 1ª frase está correta, pois “7 de setembro” é aposto, e o verbo “era” pode ficar no singular, uma vez que a palavra “dia” está explícita. Assim, embora a 2ª frase também esteja correta, pois o verbo “ser”, na indicação de dias e horas, concorda obrigatoriamente com o numeral caso a palavra “dia” não esteja explícita, essa alteração não era necessária. Na alternativa A, a alteração é necessária, pois nela o verbo “haver” tem o sentido de “existir”, o que caracteriza um dos casos de oração sem sujeito. Assim sendo, o verbo é impessoal e deve permanecer no singular. Na alternativa B, as alterações se justificam, pois a expressão “passar de” no sentido de tempo também é impessoal e deve ficar no singular. Já a expressão “foi dada” deve ficar no feminino singular porque concorda com “a palavra” e não com “lhes”. Na alternativa C, as mudanças são necessárias porque a locução verbal deve concordar com as horas, e o verbo “chegaram” deve concordar com o sujeito “mercadorias”.  Na  alternativa  E,  as mudanças  se  justificam porque o verbo “decorrer” deve concordar com o sujeito “alguns meses”, e a locução “iam acontecer-lhe” também deve estar no plural para concordar com o sujeito “mais coisas daquele tipo”.

Exercícios Propostos

Questão 01 – Letra AComentário: Em seu texto, Bertolt Brecht imprime um tom, por vezes irônico, de questionamento, a partir do qual critica os governantes e, de certa maneira, instaura uma polêmica ao deduzir que eles não seriam tão indispensáveis à sociedade quanto pensam. Está correta, assim, a alternativa A.

Questão 02 – Letra CComentário: Nota-se, na construção do texto, a utilização de um registro coloquial, conforme indica corretamente a alternativa C. Essa construção é perceptível na escolha do léxico e das construções frasais simples, que visam uma maior aproximação com o leitor comum.

Questão 03 – Letra AComentário: No texto, Bertolt Brecht ironiza a suposta “dificuldade de governar”, portanto a alternativa que apresenta uma afirmação  correta  sobre  o  texto  é  a A. A  ironia  é  uma figura  de  linguagem  que  consiste  em  dizer  o  contrário  do que se pretende, com intenção crítica, sarcástica. No texto, o autor instiga o leitor a pensar em como seria o mundo sem as pessoas que o comandam: os políticos, os donos de terra e os patrões. Ele afirma que, em tais condições, o trigo não cresceria,  a  produção  pararia,  e  o  Sol  não mais  nasceria.  O  que  fica evidente nas entrelinhas desse discurso, no entanto, é o contrário do que  se afirma:  com ou  sem os ministros e proprietários,  a produção continuaria, e os acontecimentos seguiriam seu ritmo natural, pois independem daqueles que governam.

Assim, o leitor é conduzido a perceber que a ausência dos governantes não influi no rumo das coisas e, uma vez que tudo passa bem sem os governantes, sugere-se que eles, de fato, não trabalham. As demais alternativas contêm assertivas incorretas.

Questão 04 – Letra DComentário: Todo o texto de Brecht gira em torno da comprovação de que os trabalhadores continuariam produzindo ainda que não houvesse patrões. Nesse sentido, ele tenta provar que são falsas as teses que tratam da indispensabilidade dos patrões. Está correta, assim, a alternativa D.

Questão 05 – Letra DComentário: A alternativa em que o termo em destaque não funciona como núcleo do predicado é a alternativa D. Em “[...] se o ministro não fosse tão inteligente”, tem-se a seguinte estrutura:

Conjunção (se) + sujeito (o ministro) + adj. adv. negação (não) + verbo de ligação (fosse) + adj. adv. intensidade (tão) + predicativo do sujeito (inteligente).

O uso concomitante de um verbo de ligação e de um predicativo permite classificar o predicado como nominal, e, como é sabido, esse tipo de predicado apresenta como núcleo um nome – o predicativo –, não um verbo. Assim, o núcleo do predicado em D é o predicativo “inteligente”, não o verbo “fosse”. A dificuldade da questão está em perceber, de imediato, que o predicado em questão é nominal. Isso pode acontecer devido ao fato de o verbo de ligação “ser” estar flexionado no modo subjuntivo, “fosse”,  e de essa forma corresponder também ao pretérito imperfeito do subjuntivo do verbo “ir”, que é um verbo significativo.

Questão 06 – Letra DComentário: Na oração “A minha velha tábua de cortar temperos era de madeira” temos o pronome possessivo “minha” e o adjetivo “velha”, que caracterizam a tábua de cortar temperos. A letra A está incorreta porque “era de madeira” classifica-se como predicado nominal. A  letra B  está  incorreta porque  “ficamos” está flexionado no pretérito perfeito, visto que o contexto nos informa que a tábua não existe mais, pois rachou-se. A letra C está incorreta, pois não há a presença de verbos conjugados no presente e no futuro. A letra E está incorreta porque na referência 5 o sentido de vincada não é denotativo.

Questão 07 – Letra BComentário: Na oração expressa na letra B, a partícula “-se”, no verbo, funciona justamente como índice de indeterminação do sujeito. Na alternativa A, o verbo está no plural, concordando com “jornais velhos”, de modo que é apenas passiva, “jornais velhos são comprados”. Na alternativa C, o sujeito é bastante claro, “O sacerdote”, apenas a ordem dos termos está diferente. Nas alternativas D e E, fenômenos da natureza indicam oração sem sujeito.

Questão 08 – Letra AComentário: Os verbos “vira”, “provara” e “experimentara” têm como objeto direto “todo esse lado da existência”, termo esse que se encontra em elipse, evitando a desnecessária repetição.

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Seção Enem

Questão 01 – Letra EEixo cognitivo: ICompetência de área: 7Habilidade: 23Comentário: A questão solicita que se identifique o objetivo do uso de interrogações pela autora do texto. Considerando que suas indagações tratam da existência de norma linguística nas variedades populares, questionando o porquê de sua desqualificação e desconsideração em relação a normas elitizadas, percebe-se que sua estratégia expõe a motivação social que sustenta essa desvalorização das variedades linguísticas populares.

Questão 02 – Letra AEixo cognitivo: IIICompetência de área: 8Habilidade: 27Comentário: O trecho do romance pertencente à variedade do padrão formal da linguagem é “Não se conformou: devia haver engano”, presente na alternativa A. Os trechos das demais alternativas apresentam expressões coloquiais ou regionais, como “perdeu os estribos”, para expressar descontrole; “no toco”, para expressar a resistência às adversidades; “de mão beijada”, no sentido de entrega espontânea; e “amunhecou”, no sentido de se acovardar ou fraquejar.

Módulo – C 06

Termos ligados ao verbo e ao nome

Exercícios de Aprendizagem

Questão 01 – Letra CComentário: Assim como na questão anterior, deve-se identificar a alternativa que contenha a classificação correta dos termos destacados no texto. Tal alternativa é a C. Em “A água comovida abraça-se com o mato”, tem-se o verbo pronominal “abraçar-se”, que exige um complemento preposicionado. A expressão “com o mato” funciona, portanto, como complemento da forma verbal “abraça-se”, sendo classificada como objeto indireto. Já em “Levada pela correnteza”, tem-se a construção: sujeito + VTD no particípio passado + expressão preposicionada, característica da voz passiva (“a terra emigrante [foi] levada pela correnteza”). Nessa construção, a correnteza é quem executa a ação de levar embora a terra emigrante (sujeito paciente), por isso, “pela correnteza” é classificado como agente da passiva. A alternativa A está incorreta, porque, nela, somente a expressão “pela correnteza” foi classificada corretamente. A alternativa D está incorreta, porque, nela, somente a expressão “com o mato” foi classificada corretamente. As alternativas B e E estão incorretas, porque nelas os dois termos em destaque foram erroneamente classificados.

Questão 02 – Letra BComentário: Nessa questão, pede-se que o aluno identifique a alternativa em que o termo em destaque tenha a mesma função sintática do termo “da Mata Atlântica” no trecho “Esse é apenas um exemplo de como a destruição da Mata Atlântica [...]”.

O termo “da Mata Atlântica”, no enunciado em questão, completa o sentido do substantivo abstrato “destruição” e assume a função de alvo do processo denotado por esse nome. Sendo assim, exerce a função de complemento nominal. A alternativa em que o termo destacado desempenha essa mesma função é a B, já que a expressão “ao período de 1985-1990” completa o sentido do adjetivo “referente”. As alternativas A, C e E não atendem ao comando da questão, pois os termos nelas destacados funcionam como adjuntos adnominais, e não como complementos nominais. A alternativa D está incorreta porque “o estado do Rio de Janeiro” funciona como predicativo do sujeito.

Questão 03 – Letra BComentário: O primeiro pronome “nos” equivale a “a nós” e está ligado a “favorável”, um adjetivo, por isso, exerce a função de complemento nominal. O segundo completa o verbo “jogar”, que é transitivo direto. Já o terceiro funciona como complemento do verbo transitivo indireto “causar”.

Questão 04Comentário:

A) Na expressão “partícula de Deus”, a locução adjetiva “de Deus” é adjunto adnominal de “partícula”, caracterizando-a e especificando-a. Em “partícula Deus”, a palavra “Deus” assume a função de aposto, pois está nomeando a “partícula”.

B) A expressão “partícula de Deus” instaura uma relação de posse, pois a partícula pertence a Deus ou faz parte dele. Na forma “partícula Deus”, essa partícula é nomeada como sendo o próprio Deus, o que denota sua função essencial no funcionamento do universo.

Exercícios Propostos

Questão 01 – Letra AComentário: A alternativa correta a respeito do texto é a A. O caráter misterioso do Hino Nacional está relacionado ao fato de ele apresentar um vocabulário desconhecido da maioria da população. Isso pode ser comprovado pelo trecho “[...] a combinação dos raios fúlgidos com o penhor dessa igualdade [...] tem tudo para produzir um efeito jabberwocky para a multidão de brasileiros com ouvidos destreinados para os preciosismos parnasianos”. A alternativa B está incorreta, porque o autor não atribui o desconhecimento do vocabulário utilizado no Hino Nacional à preguiça do povo em utilizar o dicionário, mas à falta de familiaridade com os “preciosismos parnasianos”. A alternativa C está incorreta, porque não é possível alcançar as intenções de Osório Duque-Estrada ao compor o Hino; a ênfase dada à sonoridade do Hino está na leitura de Roberto Pompeu de Toledo. A alternativa D está incorreta, porque o autor trata a dificuldade com relação ao Hino como um fenômeno generalizado, sem fazer ressalvas quanto ao grupo de linguistas, que nem sequer é mencionado.

Questão 02 – Letra AComentário: A forma verbal “teria”, no contexto apontado, exprime ideia de condição. O fato de a versão do hino feita pela cantora Vanusa ter dois altos destinos está condicionado ao fato de ela ser deliberada e interpretada com arte. Em outras palavras, a performance do hino feita por Vanusa só teria dois altos destinos se fosse deliberada e interpretada com arte.

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Questão 03 – Letra AComentário: Trata-se de uma questão simples de identificação dos modos verbais. O verbo “fosse” está conjugado no pretérito imperfeito do subjuntivo, enquanto o verbo “teria” está conjugado no futuro do pretérito do modo indicativo.

Questão 04 – Letra DComentário: O sujeito de “pode causar” é “a letra”, o que torna correta a alternativa D. A dificuldade em identificar o sujeito em questão está no fato de o período ser muito grande, conter muitas orações e, principalmente, de o sujeito estar muito distante do verbo a que se refere. As demais alternativas podem ser eliminadas. O pronome “que”, expresso na alternativa A, retoma o termo “confusões”, que é objeto direto do verbo “causar”. “Sua versão do hino”, em elipse no período analisado, é sujeito de “serviria para mostrar” e de “extrairia um efeito cômico”, o que elimina a alternativa B. Ademais, “[...] com a insistente troca de palavras e de versos [...]” é adjunto adverbial, o que invalida a alternativa C.

Questão 05 – Letra BComentário: O único termo destacado que não tem função de aposto é o que se encontra na alternativa B. Em “[...] da letra de Osório Duque Estrada”, “de Osório Duque Estrada” tem função de adjunto adnominal. Em todos os demais casos, encontram-se apostos especificativos, apostos especiais, que não vêm demarcados por pontuação e que se juntam ao nome para especificar-lhe o tipo ou a espécie.

Questão 06 – Letra EComentário: A afirmativa I é verdadeira porque a palavra “pelada” assume sentidos distintos para o pai e para o filho. Este pensa que o pai se refere a uma mulher nua, e aquele se refere a curtir uma partida de futebol, que em alguns contextos recebe o nome de “pelada”; devido ao engano quanto ao entendimento da referida palavra, o filho se mostra irritado no último quadrinho. A afirmativa II é verdadeira, pois, contextualmente, a locução verbal “estou indo curtir” indica uma ação cuja realização está no futuro imediato, ou seja, essa construção é comumente usada para se expressar planos que foram feitos com antecedência. A afirmativa III é verdadeira porque as expressões “Querida” e “Paiêêê” são vocativos, tendo, pois, a mesma função em suas respectivas estruturas frasais. Dessa forma, a resposta correta a essa questão é a alternativa E.

Questão 07 – Letra AComentário: O trecho “sob pressão” é um termo que, por meio de um verbo de ligação (estão), se refere ao sujeito da oração (Os governos), classificando-se, portanto, como predicativo do sujeito; “para agirem à luz das conclusões [...]” é uma oração subordinada adverbial que apresenta o conectivo “para”, que introduz uma circunstância de finalidade e exprime a intenção do que se declara na oração principal, exercendo, portando, a função sintática de adjunto adverbial de finalidade; “De que no futuro [...]” completa a ideia de “probabilidade”, caracterizando-se como complemento nominal; “pela queima de combustíveis fósseis e outras atividades” é o sujeito agente que provocou as ondas de calor.

Questão 08 – Letra DComentário: Os versos estão na ordem indireta, fato comum em

textos poéticos. Se reescritos na ordem direta (A idade, pérfida e

assassina, rouba-lhe mais que a vida, [rouba-lhe] o orgulho de ser

bela), fica claro que “a vida” é objeto direto de “rouba”, “pérfida

e assassina” é predicativo do sujeito, e “o orgulho de ser bela” é

complemento verbal de “rouba”. Está correta, assim, a alternativa D.

Questão 09 – Letra BComentário: Na frase “Necessitamos de novas casas para

abrigar a população.”, o termo destacado possui valor de objeto

indireto do verbo “necessitar”; dessa forma, a resposta correta

à questão é a alternativa B. As alternativas A e C não procedem,

pois o termo destacado – de novas casas – em ambas as frases

exerce a função de complemento nominal dos termos “construção”

e “necessidade”, respectivamente. As alternativas D e E também

não procedem, pois os termos destacados exercem função de

adjunto adnominal, expressando a matéria – madeira – de que

são feitas a “banca” e a “mesa”, nas sentenças referidas.

Questão 10 – Letra DComentário: A letra D está incorreta porque o trecho “diversos

efeitos negativos” se classifica como objeto direto do complemento

verbal da locução “pode trazer”.

Seção Enem

Questão 01 – Letra AEixo cognitivo: I

Competência de área: 8

Habilidade: 25

Comentário: No texto, o eu lírico conta sobre a sua chegada a

Lisboa, suas ações praticadas e os resultados delas. Suas ações

começam a ser contadas em português brasileiro e terminam em

português de Portugal, revelando que, a cada ação realizada, ele

descobre como o vocabulário do português de Portugal varia em

relação ao do Brasil.

Questão 02 – Letra EEixo cognitivo: III

Competência de área: 8

Habilidade: 27

Comentário: A ambiguidade presente na manchete apresentada

pela questão se deve à posição dos elementos na frase. A intenção

da manchete era noticiar algo sobre determinada campanha do

governo do Estado (conforme letra E). Nesse caso, “do governo

do Estado” é adjunto adnominal de “campanha”. Entretanto,

da maneira como os elementos se encontram dispostos,

é possível pensar que os atos de violência são do próprio governo,

caso em que “do governo do Estado” seria adjunto adnominal de

“violência”. É a proximidade ou o distanciamento dos termos que

leva à construção de um ou de outro sentido.

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módulo – c 04

Verbos

Texto IGerundismo e gerúndio – II

M. T. Piacentini

Juro que não tinha escutado o tal gerundismo até a véspera do feriado de 1º de maio [2002], motivo pelo qual eu ainda não havia tratado do assunto nesta página. Só ouvindo para crer.

Toca o telefone: era um rapaz muito simpático, da Embratel, a fazer novo cadastramento do proprietário daquela linha telefônica. Tentei me escapar dizendo que estava no nome do meu marido, mas fui “fisgada” quando ele se saiu com esta:

– A senhora pode estar respondendo a duas ou três perguntas? Eu vou estar confirmando os dados... blablablá... Nossa empresa vai estar lhe informando blablablá... A senhora vai estar pagando diretamente em conta corrente...

– Espera aí, moço. Será que não dava para fazer algumas alterações nesse texto que você acaba de ler?

– Como assim?? [surpreso e assustado]

– É o seguinte [me identifiquei melhor e...]: em vez de usar o verbo “estar” com o gerúndio, por exemplo “estar respondendo”, você vai direto para o verbo principal: “responder”.

– Ah, eu uso o presente...

– Não é bem o presente, é o infinitivo. Assim: em vez de dizer “pode estar respondendo”, você diz pode responder; “vou estar confirmando” fica vou confirmar; “vai estar lhe informando” – vai lhe informar; “vai estar pagando” – vai pagar, e assim por diante.

– Está bem. Então posso estar continuando... ops!... pos-so con-ti-nu-ar [enfático] a mensagem?

– Vamos lá.

– A senhora vai... [pausa] re-ce-ber em seu domicílio...

Só não perguntei ao rapaz qual seu nome. Foi pena – eu poderia sugerir à empresa um melhor aproveitamento do seu funcionário, por sua disposição em aprender tão rapidamente a lição. Quanto a mim, cairia bem um descontinho nas ligações pela aula à distância... via Embratel.

Isso não quer dizer que o gerúndio seja abominável. Pelo contrário: ele pode e deve ser usado para expressar uma ação em curso ou uma ação simultânea a outra, ou para exprimir a ideia de progressão indefinida. Combinado com os auxiliares estar, andar, ir, vir, o gerúndio marca uma ação durativa, com aspectos diferenciados:

1) com estar, o momento é rigoroso:

– Está havendo, hoje em dia, um certo abuso...

– Os preços estão subindo todos os dias.

– O país está entrando numa crise sem precedentes.

2) com andar, predomina a ideia de intensidade ou movimento reiterado:

– Andei buscando uma saída para a crise.

– Andaram falando mal de ti.

3) com ir, a ação durativa se realiza progressivamente:

– O tempo foi passando e nada de solução.

–Aospoucoselavaiganhandoaconfiançadopatrão.

4) com vir, a ação se desenvolve gradualmente em direção à época ou ao lugar em que nos encontramos.

– O livro não registra como tal expressão vem sendo usada pelos brasileiros.

– A noite vai chegando de mansinho.

Disponível em: <http://www.linguabrasil.com.br/>.

Acesso em: 16 dez. 2010 (Texto atualizado, em conformidade

com o novo acordo ortográfico).

Texto II

“Vamos transferir” ou “vamos estar transferindo”? Eis a questão!

John Robert Schmitz / Unicamp

Num artigo que tem por título “A Língua Volátil”, o comentarista de televisão Alexandre Garcia relata um mal-entendido linguístico que ele teve no momento de tratar de seus negócios na sua agência bancária:

“Outro dia, uma gerente me deu um susto. Pedi a ela que, na segunda-feira, transferisse, da minha conta, 3 mil reais para realizar um aporte de capital.

Ela me confirmou: ‘Então, dia 23, vou estar transferindo de sua conta 3 mil reais’. Reagi: Pelo amor de Deus, não! Se você ficar transferindo 3 mil reais da minha conta durante o dia 23, vai zerar a conta. Só transfira uma vez, não fique transferindo! Tudo que ela tinha a fazer era transferir. E não estar transferindo.

Mas ela não entendeu. Falava outra língua.”

Será que a gerente falava outro idioma mesmo? Duvido que a funcionária do banco tivesse a intenção de fazer repetidas trans-ferências no mesmo dia de uma conta para outra do Sr. Garcia. Todos os bancos cuidam muito bem do dinheiro de seus clien-tes e nenhum estabelecimento esbanjaria dinheiro, especial-mente levando em conta a existência da CPMF! Com toda a sinceridade, acredito que o Sr. Garcia sabia perfeitamente que a funcionária não ia efetuar múltiplas transferências. Parece-me que Garcia utiliza este suposto “mal-entendido” por outro motivo. Pessoalmente ele não gosta da forma gramatical “vou estar trans-ferindo”. Mas ele não é o único.

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Para o jornalista Marcelo Coelho, expressões como “vou estar enviando” são exemplos do que ele considera a “Cegueira da linguagem”, título dum artigo de sua autoria publicado na Folha de S. Paulo (11 de fevereiro de 2004, página E 6). O articulista se refere ao Dicionário do Brasileiro de Bolso, de autoria do professor Teixeira Coelho, e concorda com o dicionarista que vocábulos estrangeiros, circunlóquios e “conjunções verbais” (sic) (“Vou ir”, “estarei passando”) na língua falada e escrita “são perversões de linguagem”.

O gramático e apresentador de televisão Pasquale Cipro Neto (1998) também não aceita a referida estrutura gramatical. Ele considera a construção “O economista vai estar realizando uma série de palestras” um “trio verbal”, por ter justamente um verbo conjugado (vou), um infinitivo (estar) e um gerúndio (realizando). Para esse especialista, o “trio” é um “modismo linguístico”, um cacoete e “acaba se transformando numa perífrase (rodeio de palavras) enfadonha.” Quanto a ser “modismo”, é verdade que a construção é uma novidade, pois surgiu nos últimos anos no português do Brasil, principalmente na língua falada. É verdade também que a construção é uma perífrase. Mas mesmo sem o verbo ir, a forma “está realizando” é uma perífrase. Segundo Mattoso Câmara (1963:118), são conjugações perifrásticas: “Maria está / estava / esteve trabalhando”, “Maria está sendo trabalhadeira” e “A casa foi vendida por parte”, pois a relação verbal é expressa pela presença de outras palavras (“está”, “está sendo” e “foi”) e não por afixação como no caso de “Maria trabalha” e “Maria trabalhará”. A perífrase, segundo Mattoso, é um recurso estilístico. Em vez de dizer “Roma”, o falante / escritor pode dizer “Cidade Eterna”. A perífrase é de fato uma “circunlocução”, mas nem sempre deve ser considerada um rodeio de palavras desnecessárias ou “enfadonhas”. Para o Aurélio, a perífrase é útil para dar relevo às descrições. Em vez de dizer friamente “O meu amor”, o falante pode optar por dizer “a luz da minha vida” (Aurélio, 1976:1545). No livro Gramática de Usos do Português (1999), Maria Helena de Moura Neves se refere em vários momentos a “perífrases ou locuções que indicam início de evento (aspecto inceptivo)”, [p. 63], “...iminência” e “modal de obrigação” [p. 700], entre outras funções.

Para realmente afirmar que a construção (V) + estar + V ndo seja cacoete, como o professor Pasquale argumenta, seria necessário gravar por certo tempo a fala de uma determinada pessoa com o intuito de verificar se a referida construção é repetida exageradamente. Penso que um cacoete linguístico seria o caso daqueles falantes que (in)conscientemente repetem ad nauseam “tá?”, “viu?”, “entende?”, “sabe?” “né?”, ou “veja bem”.

Quanto ao “trio” a que se refere Cipro Neto (1998), cabe observar que pode ocorrer com outros verbos em vez de “estar”. Sentenças como “Clientes com contas vencidas com mais de 15 dias não poderão estar remarcando” [anúncio afixado na parede de um cibercafé, Peruíbe, S.P, jan. 2004] e “o que deve / pode estar acontecendo é que o povo está sem opções na luta do dia a dia”, para mim, com o uso de formas perifrásticas, transmitem uma continuidade e uma interatividade da ação:

os clientes têm o privilégio de poder marcar com frequência (contanto que estejam em dia com o pagamento!) e a luta do povo é constante. Na forma não perifrástica, as sentenças “não poderão remarcar” e “o que acontece” apresentam uma situação estática. Outro exemplo, recolhido de um anúncio publicitário, mostra a comunicação de uma continuidade ou iteratividade de uma determinada situação é a oração: “Pode ir dando adeus ao aluguel”.

Pasquale recolhe algumas ocorrências de ir + estar + V____ndo nas interações de negócios por parte dele em bancos e repartições particulares e públicas, na sua maioria, com funcionárias que o atendam. Os enunciados produzidos pelas funcionárias são: “O senhor vai ter que estar procurando outro laboratório”, “Vamos estar reorientando o funcionário”, “uma funcionária vai estar  verificando”.  Há  um  informante masculino  no  corpus do professor Pasquale (1998): um jogador de futebol “... letrado, bem-falante, de classe média alta que estudou em bons colégios”, mas evidentemente nem tão “bem-falante”, pois o mesmo declara: “Não pude estar comparecendo”, enunciado considerado “de lascar” por parte do gramático. Ele condena todas as sentenças como “uma grande chatice” que não aconteceria “Nem em Pasárgada!” (2000). O fato de que ele mesmo usa a referida construção em contextos específicos tende a legitimá-la. Pasquale (1999) pergunta: “Até quando essa história do gerúndio vai estar enchendo nossa paciência?”

O que ocasiona a rejeição de construção ir + estar + V___ndo possivelmente não seja o verbo conjugado “ir” (= vou, etc.), mas o verbo do gerúndio. Verbos que transmitem ações pontuais que normalmente começam e terminam num instante como “enviar”, “transferir” (se enviou, se transferiu, está enviado, transferido) são diferentes de “estudar”, “cuidar” e “ler”, pois estes últimos expressam ações compatíveis com a duração.

Alguns falantes aceitam orações com ir + estar + V___ndo quando se contrapõem ações semelhantes: “Vou estar estudando enquanto você se diverte” ou quando se define um tempo de duração para a ação: “Vou estar lendo nas próximas duas horas”. Talvez por este motivo, Pasquale não aceita “Não pude estar comparecendo”, pois verbos semelhantes como “sumir”, “desaparecer” normalmente se dão num instante. É provável que outros usuários que trabalham diretamente com a Internet e os aparelhos de fax estejam acostumados às demoras nas tentativas de “enviar” e “transferir” devido ao tamanho dos arquivos. Os que dependem de serviços de entrega estão cientes da morosidade do tráfico nas ruas e avenidas congestionadas: o enviar e o transmitir se tornam (para eles) ações de duração e não atividades pontuais. É importante também não adotar uma postura preconceituosa contra grupos de pessoas que trabalham no campo de telemarketing que consideram a forma perifrástica ir + estar + V___ndo uma demonstração de interesse e preocupação com o seu público.

A psicanalista Anna Veronica Mautner (2004:12) atribui o surgimento de ir + estar + V____ndo à computação e considera as construções “vou estar visitando sua firma” e “Vou estar fazendo seu lençol” como “os terríveis gerúndios”.

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Ela declara ainda que as formas perifrásticas “[...] ferem nossos ouvidos idosos, ainda acostumados ao português pré-eletrônico”. Ela joga o problema para os gramáticos sem muita convicção de que eles vão fazer alguma coisa:

“Sobre isso, que falem os gramáticos, mas estes são acadêmicos, lentos, não conseguem acompanhar o correr dos tempos.”

Diria que a psicanalista, na qualidade de falante de português, tem pleno direito de não gostar e de não usar as referidas construções perifrásticas, mas seria importante, por parte dela, uma consulta mais aprofundada sobre as reflexões de gramáticos e também linguistas brasileiros com respeito à referida forma verbal.

Cabe perguntar se as referidas produções linguísticas de diferentes falantes de português são realmente graves “transgressões” que contribuem para uma “deformação” da língua nacional. Os usuários que grafam “assento” quando se referem a marcas diacríticas nas letras de certas palavras ou os vestibulandos que escrevem “abrocho salarial” em vez de “arrocho salarial” realmente incorrem em desvios que dificultam a compreensão de textos. Não vejo a possibilidade de uma ruptura de comunicação no caso do uso de (V) + estar + V_____ndo.

Concordo plenamente que todos nós temos o direito de gostar ou não gostar de certa palavra, expressão ou locução. Alguns formadores de opinião no mundo jornalístico e político rejeitam alguns vocábulos estrangeiros como “ranking” e preferem “classificação”. Outros implicam com o vocábulo “colocação” preferindo “afirmação”. O próprio Garcia não gosta do verbo “disponibilizar” apesar de sua dicionarização. Independentemente de nossas preferências, o idioma muda paulatinamente e dificilmente podemos impedir mudanças. Mas é perigoso condenar categoricamente determinados usos.

O linguista Sírio Possenti é um dos poucos que critica certos formadores de opinião que combatem a construção “Vou estar encaminhando”. Muito acertada é a afirmação por parte dele que “vou estar enviando um fax esta manhã” (ir) + estar + V__ndo) é “absolutamente gramatical”. Com propriedade, Possenti pergunta o que os formadores de opinião têm contra a referida estrutura gramatical que se desenvolveu, nos últimos tempos, no português oral e escrito de falantes de português brasileiro, oriundos de diferentes camadas sociais e de variados graus de instrução.

Segundo Possenti, a oração “vou estar enviando um fax esta manhã” é diferente de “vou enviar um fax esta manhã”. Ambas as orações são atos da fala que exprimem uma promessa que será cumprida no decorrer de uma determinada manhã. A primeira comunica a duração da ação de enviar, pois esse “estar enviando” pode demorar muito tempo (a manhã inteira até!) devido a problemas de transmissão na linha telefônica (excesso de mensagens num momento dado) ou possivelmente devido à interrupção no serviço por ordem técnica. A segunda oração não transmite a noção de duração da própria ação.

É importante pesquisar mais a fundo se realmente existe uma diferença pragmática entre o tempo presente e a forma perifrástica. Parece-me que o uso do presente, “Por que você quer saber?”, sugere certa irritação por parte do falante com o ouvinte, ao passo que a perifrástica “Por que você está querendo saber?” transmite um relacionamento mais tolerante. Em vez de implicar com novas construções, seria bom perguntar por que surgem no idioma e por que algumas ficam e outras desaparecem.

Quais seriam as objeções à construção “vou estar recebendo o livro de Saramago na próxima semana” por parte de certos usuários? Alguns usuários consideram que a presença do verbo “estar” torna o enunciado prolixo, e o certo seria “vou receber”. Além disso, o verbo “estar”, de acordo com este ponto de vista, contribui para desfigurar a assertividade do mesmo. Tanto “vou estar recebendo” como “vou receber” são asserções; é impossível afirmar qual enunciado teria um grau maior de assertividade. No meu entender, toda oração realmente assevera: “Prometo cuidar de você”, “Vou cuidar de você”, “Vou estar cuidando de você” e “cuidarei de você”.

Para outros falantes, a referida construção não deve ser considerada um “erro” como no caso da forma verbal errada “se eu depor” em vez do certo “se eu depuser”. Esses usuários atribuem a falta de comprometimento e de seriedade por parte do falante que emprega ir + estar + ndo. Trata-se da própria atitude do usuário com o idioma e não é, na minha visão, um caso fechado de certo e errado. É questão de uma opção linguística: “vou receber” = uma ação pontual e definida no tempo ou “vou estar recebendo” = uma ação iterativa.

O sistema verbal do português apresenta quatro formas de expressar futuridade: (i) “Encaminharei o relatório amanhã”, (ii) “Vou encaminhar o relatório amanhã”, (iii) “Estarei encaminhando o relatório amanhã”, (iv) “Vou estar encaminhando o relatório amanhã”. Cabe observar que, em outros idiomas – o francês e o alemão são bons exemplos –, não existe uma construção perifrástica estar + ndo que tem a finalidade de exprimir continuidade ou “progressividade”. O francês tem equivalentes para as sentenças (i) e (ii) acima, mas não para (iii) e (iv). O italiano, por sua vez, apresenta “traduções” para (i) e (ii) respectivamente “invieró il rapporto domani” e “ínvio il rapporto domani”; no sistema verbal italiano não existem equivalentes para (iii) e (iv).

À guisa de exemplo, o falante do português pode dizer “Maria canta” e também “Maria está cantando”. Existe em francês uma única possibilidade “Marie chante”, oração essa que comunica o que Marie sabe fazer e também o que ela está fazendo num determinado momento da fala. Para transmitir continuidade, a língua francesa depende exclusivamente de advérbios ou de expressões adverbiais: “maintenant”, “dans ce moment” ou “être en train de + infinitivo”. Obviamente, uma oração isolada (fora de contexto) é ambígua.

Disponível em: <http://www.resenhas.com.br/>. (Texto atualizado, em conformidade com o novo acordo

ortográfico). Acesso em: 16 dez. 2010 (Adaptação). 

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REfERêNciASANDRADE, Ana Lúcia. Ofilmedentrodofilme:a metalinguagem no cinema. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1999.

BARTHES, Roland. Aula. Tradução de Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Cultrix, 1989.

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