MANUAL TÉCNICO DE MONTANHISMO DO CURSO DE SALVAMENTO EM MONTANHA (CBMERJ)[1]

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SUBSECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 1 GRUPAMENTO DE SOCORRO FLORESTAL E MEIO AMBIENTE

MANUAL TCNICO DE MONTANHISMO DO CURSO DE SALVAMENTO EM MONTANHA

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MANUAL TCNICO DE MONTANHISMO DO CURSO DE SALVAMENTO EM MONTANHA DO CBMERJ

AUTORES Cb BM Q00/97 Jorge Eduardo Pereira Cunha da Silva da ABMDP II Cb BM Q00/99 Cleiton Lira Caliocane do DBM 2/6 Cachoeiras de Macacu

COLABORADORES Ten Cel BM QOC/83 Gilberto de Andrade Mendes Ten Cel BM QOC/93 Alex de Almeida Borges Maj BM QOC/96 Cludio Pacheco Velloso Maj BM QOC/96 Alexandre Santos Ferreira Cap BM QOC/97 Feliciano Francisco Suassuna Cap BM QOC/98 Rodrigo Lara de Azevedo Cap BM QOC/00 Luciano Silva Fres da Cruz Cap BM QOC/00 Bruno Agnes Pereira 1 Ten BM QOC/01 Luciano Salviano de Sales 1 Ten BM QOC/02 Michel Camacho Cipolatti 2 Sgt BM Q01/90 Marcos Henrique Melo de Oliveira 3 Sgt BM Q01/90 Henrique Coimbra 3 Sgt BM Q00/91 Ernandes Correa de Medeiros Cb BM Q00/98 Vincius Faios da Silva Cb BM Q05/00 Carlos Eduardo Herdy Cb BM Q01/00 Cristiano de Abreu Marcelino Sd BM Q00/02 Felipe Dalligna Professor Juratan Cmara Sr Rui de Miranda Barbosa, e Sr Vincius Layter Xavier Montanhistas civis

REVISO OPERACIONAL Cap BM QOC/97 Feliciano Francisco Suassuna do 1 GSFMA

2 Edio - 2008 2

PREFCIO Este manual dedicado a todos os Bombeiros Militares independente de posto ou graduao, que se dedicam e se doam ao cumprimento das misses operacionais do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro. E que honram o lema VIDA ALHEIA E RIQUEZAS SALVAR, e que por muitas vezes deixaram o convvio familiar, sacrificando horas de descanso tendo em vista a dedicao profissional para as misses de Salvamento.

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS Primeiramente agradecemos ao Senhor Deus, pois este trabalho no seria possvel sem a sua permisso. Temos a honra de agradecer ao Excelentssimo Senhor Subsecretrio Estadual de Defesa Civil e Comandante Geral do CBMERJ, Cel BM Pedro Marco Cruz Machado, e aos seus Oficiais Ajudantes de Ordens. Ao Subcomandante Geral e Chefe do Estado-Maior do CBMERJ, Sr Cel BM Jos Paulo Miranda de Queiroz e aos Oficiais do Estado-Maior Geral, ao Sr Cel BM Jos Ricardo Bento Garcia de Freitas, Diretor Geral de Ensino e Instruo. Ao Sr Ten Cel BM Gilberto de Andrade Mendes, Comandante da Academia de Bombeiro Militar Dom Pedro II, que nos orientou na formao deste trabalho, ao Sr Ten Cel BM Wanius de Amorim, Comandante do 1 GSFMA. Ao Professor Juratan Cmara pelo glorioso histrico junto ao CBMERJ e ao CSMont, formando os Montanhistas da Corporao. As nossas famlias por acreditarem no nosso objetivo profissional, aos nossos instrutores e monitores pela qualidade da instruo que nos foi ministrada. E aos Bombeiros Militares irmos de Salvamento em Montanha. A todos os nossos sinceros agradecimentos.

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HOMENAGENS Temos grande honra de homenagear Oficiais e Praas do CBMERJ, que por muitos anos dedicaram parte da sua vida profissional a formao de montanhistas na Corporao. Elevando assim o nome do CBMERJ no montanhismo nacional e internacional, e que sem a colaborao destes brilhantes Bombeiros Militares, no chegaramos ao que somos hoje, pois o trabalho rduo dos mesmos merece o nosso reconhecimento. Os Bombeiros Militares homenageados esto abaixo elencados: Cel BM Simes, Cel BM Bento, Cel BM Marcos Ferreira e Cel BM Joelson; Ten Cel BM Valdinei, Ten Cel BM Gilberto Mendes, Ten Cel BM Wanius, Ten Cel BM Gustavo, Ten Cel BM Rosalvo, Ten Cel BM Jesus, Ten Cel BM Alex Borges e Ten Cel BM Sacramento; Maj BM Sequeira, Maj BM Lus Otvio, Maj BM Cludio Velloso e Maj BM Santos Ferreira; Cap BM Strong, Cap BM Suassuna, Cap BM Luz, Cap BM Mrcio Dutra, Cap BM Chiaradia, Cap BM Hiro, Cap BM Walter, Cap BM Rodrigo Azevedo, Cap BM Fres, Cap BM Bruno Agnes e Cap BM Henaut; 1 Ten BM Salviano, 1 Ten BM Dos Santos e 1 Ten BM Cipolatti; Subten BM Viana e Subten BM Maurcio; 1 Sgt BM Evandro, 1 Sgt BM Ribamar, e 1 Sgt BM Marcos Melo; 2 Sgt BM Ferreira, 2 Sgt BM Mesquita, 2 Sgt BM Ces, 2 Sgt BM Dos Passos e 2 Sgt BM Cunha; 3 Sgt BM Cndido, 3 Sgt BM Marinaldo, 3 Sgt BM Trindade, 3 Sgt BM Ventura, 3 Sgt BM Coimbra , 3 Sgt BM Medeiros e 3 Sgt BM lvaro; Cb BM Muniz, Cb BM Rgis, Cb BM Alexandre Pires, Cb BM Jalmir, Cb BM Pereira, Cb BM Frederico, Cb BM Gomes, Cb BM Wagner, Cb BM Furtado, Cb BM Andr Dias, Cb BM Dias, Cb BM Marcelino, Cb BM Lemos, Cb BM Nantes, Cb BM Faios e Cb BM Herdy; Sd BM Nilson e Sd BM Felipe Dalligna. Esta homenagem estendida a todos os demais Oficiais e Praas concludentes do CSMont, que merecem toda ateno e respeito, pela valiosa colaborao ao montanhismo do CBMERJ.

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HOMENAGEM AO INSTRUTOR PIONEIRO Ao Professor Juratan Cmara nosso instrutor pioneiro, nossas sinceras homenagens ao profissional que se dedica ao CBMERJ por mais de 20 anos atuando com os demais instrutores na formao de montanhistas do CBMERJ.

HOMENAGEM AO GUIA DE MONTANHA AVANADO Ao 1 Sgt BM Marcos Melo, pelo fato de ser o nico Bombeiro Militar da Corporao a possuir o Curso Avanado de Montanhismo do Exrcito Brasileiro. Fato este que colaborou para a melhoria da instruo no mbito do Curso de Salvamento em Montanha do CBMERJ. CANO DO MONTANHISTA DO CBMERJ Cano de autoria do Ten Cel BM Wanius de Amorim

A montanha exige do homem muita ao, Esforo, coragem e forte unio. Na busca de um ideal tem que se entender, escalando que se consegue vencer.

Em matas fechadas cumprindo uma misso, A sede, a fome e o frio quiseram nos deter Mas a vontade de vencer deu nos fora pra valer. Montanhas haveremos de vencer.

Os picos, os montes e os lugares muito altos, No impediram que fossemos avante, Somos feitos de coragem, bravura e destemor. Montanhista, Bombeiro de valor.

Nos cus, montes e passagens, Sejam quais forem os lugares, Salvar vidas em montanhas a nossa misso. Montanhista, Bombeiro de ao. MONTANHA!!! 5

ORAO DO MONTANHISTA DO CBMERJ Senhor! Vs que sois onipotente, Concedeinos no fragor da busca e do salvamento, A ns que salvamos nas pedras e montanhas, A ns que conhecemos o sabor dos ventos, O destemor para salvar, A santa dignidade para perseverar, A fora da coragem para sempre salvar, E a f, para tudo suportar. E dainos tambm Senhor Deus! Quando o salvamento for adverso, E quanto maior for a incerteza, A determinao de nunca recuar, E ante a busca e o salvamento, Jamais fracassar. MONTANHA!!! LEMAS DA MONTANHA 1) Os altos cumes existem para desafiar o homem, ns aceitamos o desafio; 2) A coragem a capacidade de cumprir o dever, mesmo quando se sente medo; 3) A montanha no dos que tentam, e sim dos que conseguem.

PARA FRENTE!!! PARA O ALTO!!! MONTANHA!!!

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NOTA Os usurios deste manual so solicitados a apresentar sugestes que possam ampliar a sua clareza e exatido. As observaes devero referir-se pgina, ao pargrafo e a linha do texto correspondente modificao sugerida. Justificativas devem ser apresentadas sobre cada observao, a fim de assegurar compreenso e exata avaliao. As sugestes devero ser enviadas ao EstadoMaior Geral do CBMERJ. Considerando os avanos constantes na rea do montanhismo, e o surgimento de novas tcnicas e novos equipamentos, os autores entendem que se faz necessria a atualizao deste manual anualmente. Tendo em vista a ampliao do conhecimento tcnico do Bombeiro Militar, os autores do manual em epgrafe, autorizam a reproduo total ou parcial de textos e fotos do mesmo, desde que citadas as fontes. As informaes contidas neste manual, no substituem um instrutor e nem a especializao. Considerando que o BM ao cursar o CSMont ter por objetivo aprender e praticar tcnicas que esto ou no neste manual, os autores entendem que a prtica das tcnicas de montanhismo no decorrer do CSMont, tem por funo acrescentar mais detalhes tcnicos referentes a assuntos especficos da rea de Salvamento em Montanha.

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SUMRIO ASSUNTO PGINA Pgina principal........................................................................................ 1 Autores, colaboradores e reviso operacional.......................................... 2 Prefcio e agradecimentos especias........................................................ 3 Homenagens............................................................................................ 4e5 Cano do montanhista do CBMERJ....................................................... 5 Orao do montanhista do CBMERJ e lemas da montanha ................... 6 Nota........................................................................................................... 7 Sumrio.................................................................................................... 8 Captulo I Histrico do montanhismo introduo................................ 9 a 14 Captulo II Altitudes das principais montanhas no Brasil e no mundo... 15 e 16 Captulo III Equipamentos utilizados em Salvamento em Montanha e 17 a 60 suas aplicaes....................................................................................... Captulo IV Vesturio e equipamentos utilizados em ambiente de 61 a 67 montanha e suas aplicaes..................................................................... Captulo V Cordas, cabos e suas aplicaes........................................ 68 a 92 Captulo VI Ns e voltas....................................................................... 93 a 147 Captulo VII - Planos inclinados e horizontais........................................... 148 a 152 Captulo VIII - Mtodos de enrolar cordas................................................ 153 a 160 Captulo IX - Tcnicas de escalada e Salvamento................................... 161 a 211 Captulo X Rapel e ascenso em corda................................................. 212 a 228 Captulo XI Ancoragens em grampos, chapeletas e pontos naturais.... 229 a 235 Captulo XII A travessia Petrpolis - Terespolis.................................. 236 a 256 Captulo XIII Mnimo impacto................................................................. 257 a 265 Concluso................................................................................................. 266 Bibliografia................................................................................................. 267 e 268

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CAPTULO I 1.1 HISTRICO DO MONTANHISMO - INTRODUO O texto a seguir relata um breve histrico do montanhismo no Brasil e no mundo. Tudo comeou em 1786, quando um naturalista suo chamado Saussure ofereceu um prmio a quem atingisse o cume do ponto mais alto da Europa, o Mont Blanc, situado entre a Frana e Itlia, com 4.810 metros de altitude. Os ganhadores foram os franceses Jacques Balmat e Michel Gabriel Pacard, em 08 de agosto de 1786. Sendo que a conquista marcante da histria do montanhismo, foi a do Monte Everest, com 8.844 metros de altitude, localizado na cordilheira do Himalaia entre a China e o Tibet, na data de 29 de maio de 1953 pelo neozelands Edmund Hillary e o nepals Tenzig Norgay. O Monte Everest foi conquistado pela face sul, que tem seu acesso pelo Nepal. Para conquistar o Monte Everest, o governo da Inglaterra organizou uma grande expedio e mandou reunir uma dzia dos melhores escaladores da poca. O sucesso da expedio era importante, pois vrias tentativas de se chegar ao cume do Monte Everest haviam fracassado. Entre estas tentativas se destaca a do ingls Georges Mallory, que concedeu uma entrevista ao jornal New York Times, e respondeu a seguinte pergunta: Porque deseja conquistar o Everest? Ele simplesmente respondeu: Porque est l. Mallory junto com seu companheiro Andrew Irvine morreram ao tentar conquistar o Everest pela face norte, que tem seu acesso pelo Tibet no ano de 1924. Em 1951 e 1952 houveram tentativas de escalar o Everest pela face sul, o objetivo no foi atingido, mas as expedies trouxeram informaes importantes. Entre as informaes consideradas importantes, estavam a descoberta do local conhecido como Vale do Silncio. O Monte Everest at ento, era conhecido por pico 15, sendo que em 1952 inspetores descobriram que se tratava da maior montanha do mundo, e passaram a cham-la com nome do seu inspetor principal: Sir George Everest. A marcha rumo ao Monte Everest, partiu de Katmandu que a capital do Nepal. 9

O percurso a ser vencido era de 273 km, e contou com a ajuda dos sherpas e mais 350 carregadores contratados pelas localidades de Katmandu para transportarem 15 toneladas de equipamentos e suprimentos, incluindo o oxignio suplementar que foi guardado para ser utilizado j prximo ao cume. Os sherpas so nmades e costumam ter pelo menos 4 residncias, e moram na Cordilheira do Himalaia no caminho para o Monte Everest. As figuras abaixo mostram Edmund Hillary e Tensig Norgay, os conquistadores do Everest.

Figura 1.1.1 Hillary

Figura 1.1.2 Tenzing

Aps o caminho para o Monte Everest ser descoberto, foram efetuadas vrias ascenses. Sendo que na data de 16 de maio de 1975, foi registrada a primeira ascenso feminina ao Everest realizada por Junko Tabei. Em 1978, foi registrada a 1 escalada ao cume do Everest sem uso de oxignio suplementar pelo italiano Reinhold Messner, que em 1979 repetiu o feito. No dia 08 de maio de 2008, a tocha olmpica para as olimpadas de Pequim foi conduzida ao cume do Monte Everest por um grupo de escaladores, fato indito no montanhismo mundial. Em 1954, A expedio italiana liderada por Ardito Desio, conseguiu com xito escalar o K2 at o cume, com os escaladores Achile Companolli e Lino Lacedelli atingindo o mesmo. O K2 est localizado na Cadeia Montanhosa do Karakoram, que pertence a Cordilheira do Himalaia, situada no Baltisto, fronteira entre a China e o Paquisto. A primeira tentativa profissional de ascenso ao cume do K2, ocorreu em 1902, mas apesar de cinco tentativas infrutferas e mortais, o seu cume no havia sido atingido.

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O K2 a segunda montanha mais alta do mundo com 8.611 metros de altitude. A primeira ascenso feminina ao K2, ocorreu na data de 23 de junho de 1986, e foi realizada por Wanda Rutkiewicz. A ascenso do K2 considerada muito mais difcil que a do Monte Everest. At Junho de 2000, 189 pessoas tinham conseguido atingir o cume, enquanto que quase 1500 j haviam escalado o Everest. 49 pessoas morreram tentando a ascenso, 13 das quais em 1986. Atualmente possui 270 ascenses, sendo que 66 delas ocasionaram fatalidades (1 para cada 4 ascenses). No ano de 2008 mais precisamente entre os dias 31 de julho e 1 de agosto, foi registrado o falecimento de 11 escaladores no K2, os mesmos foram atingidos por uma avalanche que cortou as cordas fixas na regio do gargalo de garrafa, a 8.200 metros de altitude.

Figura 1.1.3 Monte K2

1.2 MONTANHISMO NO BRASIL Tudo comeou no sculo XVII com o desbravamento de trilhas pelos Bandeirantes, na busca de riquezas e expanso da faixa territorial do pas, alm do tratado de Tordesilhas. No ano de 1817, uma senhora inglesa de nome Henrietta Carsteirs, junto com um grupo de pessoas atingiu o cume do Po de Acar, uma das montanhas mais tradicionais do RJ e do Brasil. E ao alcanar o mesmo, l cravou a bandeira da Inglaterra. Os militares da Escola Militar da Praia Vermelha na Urca, ao saberem deste feito, formaram uma equipe e repetiram o trajeto feito pela conquistadora, que hoje em dia conhecida por via Costo.

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Citando como fonte a apostila de iniciao ao montanhismo do Clube Paranaense de Montanhismo, a mesma relata que em 1856 ocorre a primeira escalada com conquista de montanha do Brasil, quando o cidado Jos Franklin da Silva, morador da antiga vila de Aiuruoca, movido por pioneirismo quase visionrio, escala os imponentes paredes sulcados do Pico das Agulhas Negras, no Macio de Itatiaia, atingindo ento a maior altitude que um brasileiro j alcanara em nosso pas: 2791 m de altitude. Para l chegar, o solitrio escalador venceu primeiro os pontes principais que antecedem os paredes, depois escalando muralhas rochosas, sulcadas pela eroso que formou suas caneluras, at alcanar o cume. O relato desta escalada foi enviado pelo nosso montanhista pioneiro, Corte, onde em palavras singelas narrou sobre o caminho que galgara suas dificuldades e suas belezas, que destaca com entusiasmo e admirao.

Ainda no final do sculo XIX, houve nova ascenso ao elevado Pico das Agulhas Negras, at ento considerado como a montanha mais alta do Brasil. Com os escaladores, Horcio de Carvalho e Jos Borba, que vencendo todas as dificuldades, percorrem o caminho pioneiro de Jos Franklin da Silva, desta vez, j aplicando artifcios rudimentares de escalada. A ascenso fora debaixo de frio intenso, enfrentando os escaladores um princpio de mau tempo, com fortes rajadas de vento, mas que no impediu de ambos chegarem ao almejado cume das Agulhas Negras. Citando como fonte a apostila de iniciao ao montanhismo do Clube Paranaense de Montanhismo, a mesma informa que no ano de 1828 j eram registradas subidas a Pedra da Gvea, montanha de 842 metros de altitude, onde um capricho da natureza esculpiu imponente efgie de traos humanos, cuja semelhana com o rosto do imperador D. Pedro II, lhe valeu a denominao de "Cabea do Imperador". Pseudo-inscries rupestres (caneluras geolgicas), tambm fizeram atrair os doutos do Instituto Histrico e Geogrfico Brasileiro, levando o sbio Mestre Frei Custdio Alves Serro, membro daquele Instituto, a subi-la frente de um pequeno grupo, no ano de 1839. Segundo o escritor tila Barros, a Pedra da Gvea foi a primeira montanha a ser batizada com um nome portugus no Rio de Janeiro. Ao ser descoberta a Baa da Guanabara, embocadura de um grande rio, o Rio de Janeiro, isso em 1 de Janeiro de 1502, os marujos lusos visualizaram uma estranha montanha em forma de um "cesto-de-gvea" de suas caravelas, e assim a chamaram. 12

Esse nome, registrado pelo capito Gaspar de Lemos, viria a se tornar famoso, mstico e lendrio. A Pedra da Gvea, imensa escarpa de 842 metros de altitude, com sua imponente "Cabea do Imperador", tornou-se alvo de diversas e curiosas histrias contadas ao logo de dcadas. Isso porque, no sculo XIX, o Padre Benigno Cunha enviou um relatrio ao Instituto Histrico e Geogrfico Brasileiro descrevendo a existncia de "inscries fencias" nos rochedos da Gvea. Em 23 de maro de 1839, no decorrer da 8 Sesso Extraordinria do IHGB, o assunto voltou ao temrio, e resultou na criao de uma Comisso de Estudo composta pelos historiadores Manoel de Arajo Porto Alegre, J. Cunha Barbosa e o Capelo Imperial, Padre J. Rodrigues Monteiro. Mas a histria marcante do montanhismo no Brasil, comea no ano de 1909, quando um grupo de alemes chega ao Brasil para conquistar o dedo de Deus, no municpio de Terespolis. Os mesmos contrataram o guia Raul de S Carneiro, profundo conhecedor da regio para lev-los at ao objetivo, mas no conseguiram, e chegaram a afirmar que o dedo de Deus era um pico impossvel de ser conquistado. Em 08 de abril de 1912, Raul de S Carneiro, Jos Teixeira Guimares, com os irmos Accio, Alexandre e Amrico de Oliveira, auxiliados pelo menino Joo Alves de Lima que levava alimentao e gua para os mesmos, venceram os 1.692 metros de altitude do dedo de Deus. A conquista levou ao todo seis dias, e os mesmos escalaram a via conhecida hoje por paredo Teixeira, batizada com este nome em homenagem ao guia Teixeira, morto ao cair em um abismo localizado na face da via da conquista, por onde hoje so realizadas as maiorias das desescaladas que partem do cume da referida montanha. Os grampos foram fabricados pelo ferreiro Jos Teixeira Guimares, e boa parte deles esto l at hoje. E aps este marcante feito, o dedo de Deus tornou-se o smbolo do montanhismo no Brasil, e est localizado no Parque Nacional da Serra dos rgos que compreende os municpios de Petrpolis, Terespolis, Mag e Guapimirim. Em 1919, foi fundado o 1 clube de escalada da Amrica do Sul, o CEB: Centro Excursionista Brasileiro.

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Em 1951, foi formada a 1 mulher guia de montanhismo no Brasil: Alda Pacheco da Rocha. Em 1953, Dilce Vieira Mota e Vilma Arnaud, foram as primeiras mulheres da Amrica do Sul a se tornarem guias de escaladas. Na dcada de 60, um dos grandes destaques do montanhismo no Brasil, foi Silvio Mendes, responsvel por escalar e conquistar vias de grande dificuldade para a poca, tais como: o Pico maior de Friburgo e a chamin Galotti no Po de Acar. Durante a conquista do 2 lance da chamin Galotti, no ms de setembro de 1949, foi encontrado o cadver de um homem entalado pelo pescoo em uma fenda, fato este que ficou conhecido como a mmia da Galotti. Em 1954, guias do CEB liderados por Mrio de Arajo Mota, conquistaram a 1 montanha fora do Brasil, na Argentina, chamado: Pico Brasil com altitude de 5.132 metros. Em 1995 Mozart Cato e Waldemar Niclevicz, escalam a montanha mais alta do mundo: o Monte Everest com 8.844 metros de altitude, e so os primeiros brasileiros a atingir o cume desta montanha. Em 1998, morrem no Monte Aconcgua na Argentina aps serem atingidos por uma avalanche, Mozart Cato, Alexandre Oliveira e Othon Leonardos, que tentaram atingir o cume da referida montanha pela face sul. No ano de 2000, Waldemar Niclevicz atinge o cume do K2. Em 2005, Vitor Negretti utilizando cilindro de oxignio suplementar, escala pela 1 vez o Monte Everest, tendo feito a ascenso pela face norte, e encontra-se no cume com a dupla de brasileiros Waldemar Niclevicz (que escalava o Everest pela 2 vez), e Gustavo Irivan Burda, os mesmos escalaram a montanha pela via nepalesa. No ano de 2006, morre o montanhista Vitor Negretti, que conseguiu atingir o cume do Monte Everest sem oxignio suplementar, mas teve complicaes no ato da sua descida, vindo a falecer no abrigo avanado. Em maio de 2006 Ana Elisa Boscarioli torna-se a primeira brasileira a escalar o Everest pela via clssica nepalesa. Em maio de 2008, os brasileiros Eduardo Keppke e Rodrigo Raineri escalaram o Monte Everest.

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CAPTULO II ALTITUDES DAS PRINCIPAIS MONTANHAS NO BRASIL E NO MUNDO 2.1 OS CUMES MAIS ALTOS DE CADA CONTINENTE a) frica: Kilimanjaro com 5.895 metros, na Tanznia, conquistado em 1889; b) Amrica do Norte: Mckinley com 6.194 metros, nos Estados Unidos, conquistado 1913; c) Amrica do Sul: Aconcgua com 6.959 metros, conquistado 1897; d) Antrtida: Vinson com 4.892 metros; e) sia: Everest com 8.844 metros, conquistado em 1953; f) Europa: Elbrus com 5.642 metros, na Rssia; g) Oceania: Carstens com 4.884 metros em Irian Jaya - Indonsia.

2.2 ALTITUDES E OS PRINCIPAIS PICOS DO BRASIL a) 1 Pico da Neblina: 3.014 metros, na fronteira do Brasil com a Venezuela; b) 2 31 de maro: 2.992 metros, em Roraima; c) 3 Pico da Bandeira: 2.890 metros, no Parque Nacional do Capara ES/MG; d) 4 Pico da Pedra da Mina: 2.797 metros, na Serra fina SP/MG; e) 5 Pico da Agulhas Negras: 2.791 metros, em Itatiaia RJ; f) 6 Pico do Cristal: 2.780 metros, no Parque Nacional do Capara ES/MG; g) 7 Monte Roraima: 2.727 metros, em Roraima; h) 8 Morro do Couto: 2.680 metros, em Itatiaia RJ; i) 9 Pedra do Sino de Itatiaia: 2.670 metros, em Itatiaia RJ; j) 10 Pico dos Trs Estados: 2.665 metros, na Serra Fina RJ/SP/MG.

2.3 ALTITUDES E OS PRINCIPAIS PICOS DO RIO DE JANEIRO a) Pico das Agulhas Negras: 2.791 metros, no Parque Nacional do Itatiaia RJ; b) Pico das Prateleiras: 2.548 metros, no Parque Nacional do Itatiaia RJ; c) Pico da Tijuca: 1.021 metros, no Parque Nacional da Tijuca; d) Pico do Bico do Papagaio: 989 metros, no Parque Nacional da Tijuca; e) Pico Tijuca Mirim: 917 metros, no Parque Nacional da Tijuca; f) Pico do Andara maior: 860 metros, no Parque Nacional da Tijuca; 15

g) Pedra da Gvea: 842 metros, no Parque Nacional da Tijuca; h) Morro do Archer: 817 metros, no Parque Nacional da Tijuca; i) Corcovado: 704 metros, no Parque Nacional da Tijuca; j) Pedra Bonita: 696 metros, no Parque Nacional da Tijuca; k) Agulinha da Gvea: 610 metros, no Parque Nacional da Tijuca; l) Morro da Cocanha: 982 metros, no Parque Nacional da Tijuca; m) Pico dos quatro: 678 metros, no Parque Nacional da Tijuca; n) Pedra do Conde: 821 metros, no Parque Nacional da Tijuca; o) Pedra do Sino: 2.263 metros, no Parque Nacional da Serra dos rgos; p) Castelos do Au: 2.158 metros, no Parque Nacional da Serra dos rgos; q) Pedra do Garrafo: 2.138 metros, no Parque Nacional da Serra dos rgos; r) Agulha do Diabo: 2.050 metros, no Parque Nacional da Serra dos rgos; s) Pico Dedo de Deus: 1.692 metros, no Parque Nacional da Serra dos rgos; t) Morro do Escalavrado: 1.410 metros, no Parque Nacional da Serra dos rgos; u) Pico Maior de Friburgo: 2.316 metros, no Parque Estadual dos Trs Picos, o ponto mais alto da Serra do Mar; v) Pico da Pedra Branca: 1.024 metros, no Parque Estadual da Pedra Branca RJ; w) Po de Acar: 395 metros, na Urca RJ; x) Morro da Urca: 230 metros, na Urca RJ; y) Pico do papagaio da Ilha Grande: 982 metros, no Parque Estadual da Ilha Grande;

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CAPTULO III 3.1 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS EM SALVAMENTO EM MONTANHA E SUAS APLICAES A importncia de se conhecer o perfeito manuseio dos equipamentos essencial em toda operao de Bombeiro Militar que envolva risco de vida. Os procedimentos de checagem devem ser supermassificados para garantir o sucesso da operao e a segurana dos que nela esto envolvidos. Deve-se um tomar conta do outro, tendo em vista que o cansao fsico e o cansao mental podem facilitar a desconcentrao e vir a causar descuidos. E a no observncia de um pequeno detalhe tcnico, poder vir a comprometer todo o sucesso da atividade. No Salvamento em Montanha nada deve ser desprezado e nem desconsiderado, por isso buscamos o mximo de conhecimento possvel, visando prestar sempre o melhor atendimento ao pblico que aciona o CBMERJ. A seguir conheceremos a modernizao dos equipamentos utilizados em Salvamento em Montanha, bem como suas caractersticas tcnicas.

3.1.1 BAUDRIER Equipamento usado em Salvamento em Altura e Salvamento em Montanha. um equipamento essencial de segurana e pode ser fabricado a partir de uma larga fita de nylon, podendo ser acolchoada nas partes mais sensveis, e ajustada em volta da cintura e das pernas por fivelas de metal.

Fivelas de metal para ajuste. Loops ou olhais para coneco de mosquetes, encordamento, e solteira.

Anis porta materiais para transporte de costuras,cordeletes e mosquetes avulsos. Figura 3.1.1.1

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3.1.2 BAUDRIER PEITORAL Modelo que tem sua utilizao em conjunto com o baudrier de cintura para reduzir os efeitos da queda em escalada, evitando assim que o escalador fique de cabea para baixo. Este equipamento pode ser utilizado para Salvamento em Montanha para o rapel com a maca Sked.

Figura 3.1.2.1

3.1.3 BAUDRIER INTEGRAL PARA ESCALADA E RESGATE Equipamento utilizado para as funes acima mencionadas, sendo que para escalada o encordamento na altura do peito envolvendo os dois loops peitorais.

Figura 3.1.3.1 3.1.4 BAUDRIER INTEGRAL DE RESGATE TIPO PRA-QUEDISTA Utilizado em trabalhos industriais em conjunto com talabartes, o freio autoblocante fixado na 1 corda, enquanto o trava-quedas com o talabarte conectado a argola superior do cinto, fixado em uma 2 corda conhecida por linha da vida.

Talabartes com conectores Figura 3.1.4.1 Figura 3.1.4.2

Trava - quedas Figura 3.1.4.3 18

3.1.4 MOSQUETO Pea metlica constituda de um anel com abertura e gatilho para ser utilizado em ancoragens e no baudrier. No incio os mosquetes eram feitos de ao, mas devido seu peso, foram completamente superados pelas novas ligas, que agregam leveza e resistncia. Hoje a maior parte dos mosquetes feita de uma liga especial de alumnio, cromo e zinco, mas existem modelos de titnio, tornando-os leves e resistentes. Existem vrios modelos com utilidades especficas, como o simtrico ou oval, assimtrico, pra e semi-oval. Tambm diferem entre si dependendo do tipo de gatilho, sem trava, ou com trava que pode ser de rosca ou automtica. Possuem resistncias diferentes, sempre com a inscrio da sua capacidade expressa em KN, gravada ao longo do dorso.

3.1.4.1 CUIDADOS COM O MOSQUETO A manuteno e inspeo peridicas tambm so fatores importantssimos para sua segurana, verifique o aspecto geral do material, se apresenta desgaste, ranhuras ou trincas, se o gatilho abre com suavidade mesmo quando submetido carga. No hesite em condenar um mosqueto, principalmente se este tiver sofrido uma queda, pois poder ter fraturas no perceptveis.

3.1.4.2 PARTES DO MOSQUETO COM ROSCA OU TRAVA

Bloqueio ou nariz Trava ou rosca Gatilho Dorso ou espinha

Dobradia

Figura 3.1.4.2.1

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3.1.4.3 NGULO DE RESISTNCIA Os mosquetes so desenhados para suportarem carga unidirecional ao longo do dorso com a trava fechada.

Figura 3.1.4.3.1

3.1.4.4 MOSQUETO SIMTRICO DE DURALUMNIO tambm conhecido por oval. No CBMERJ empregado em planos inclinados em conjunto com a polia simples de placa fixa da Petzl. E tem por caractersticas a distribuio da trao que recai nos dois eixos por igual.

Figura 3.1.4.4.1

3.1.4.5 MOSQUETO DE DURALUMNIO DE FORMATO EM D Com resistncia em torno de 35 KN possui resistncia superior aos mosquetes simtricos, pois a trao recai no eixo oposto ao gatilho.

Figura 3.1.4.5.1

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3.1.4.6 MOSQUETO DE DURALUMNIO EM D MODIFICADO Com resistncia em torno de 30 KN, possui boa abertura facilitando a coneco no cinto, e a ancoragem em grampo ou chapeleta, durante uma escalada.

Figura 3.1.4.6.1

3.1.4.7 MOSQUETO DE DURALUMNIO COM TRAVA AUTOMTICA Possui uma mola que o mantm fechado, muito confivel para todos os trabalhos, principalmente ancoragens.

Figura 3.1.4.7.1

3.1.4.8 MOSQUETO DE DURALUMNIO GOLIAT Possui resistncia de 30 KN, segundo o fabricante faders, devido a sua forma anatmica, o modelo apresenta boa resistncia, quando submetido a esforos.

Figura 3.1.4.8.1

21

3.1.4.9 MOSQUETO DE DURALUMNIO FORMATO PRA Geralmente possui resistncia em torno de 22 KN. O seu lado maior permite um melhor asseguramento ao guia quando no uso do n UIAA, e tem vantagens parecidas com as do mosqueto em D modificado.

Figura 3.1.4.9.1

3.1.4.10 MOSQUETO DE DURALUMNIO GATILHO CURVO PARA ESCALADA Com resistncia em torno de 26 KN, padronizado para passar a corda dinmica quando no ato da escalada, para facilitar o ato de costurar. Estes modelos de mosquetes para escalada, so conhecidos no CBMERJ como molas de segurana.

Figura 3.1.4.10.1

3.1.4.11 MOSQUETO DE DURALUMNIO GATILHO RETO PARA ESCALADA Com resistncia em torno de 26 KN padronizado para coneco nas protees fixas (grampos e chapeletas) durante a escalada.

Figura 3.1.4.11.1

22

3.1.4.12 MOSQUETO DE DURALUMNIO EM D PARA ESCALADA COM GATILHO DE ARAME DE AO Com resistncia entre 24 e 26 KN, possui abertura facilitada do gatilho em relao aos outros mosquetes similares para ajudar a costurar com mais rapidez.

Figura 3.1.4.12.1

3.1.4.13 MOSQUETES DE AO PARA TRACIONAMENTO Atualmente se recomenda para tracionamentos, como planos inclinados, a utilizao de mosquetes de ao, e at para ancoragens por possurem mais resistncia trao do que os mosquetes de duralumnio.

Fig 3.1.4.13.1

Fig 3.1.4.13.2

Fig 3.1.4.13.3

Fig 3.1.4.13.4

3.1.4.14 COSTURAS So dois mosquetes sem rosca, interligados por uma fita expressa. So utilizadas em escaladas, onde servem para a segurana em pontos fixos (grampos e chapeletas), as quais so colocadas ao longo da via tornando segura a progresso do guia. O mosqueto de gatilho curvo onde passada a corda dever estar ao lado contrrio da progresso do guia, visando uma escalada mais segura. Gatilho reto para coneco no grampo.

Figura 3.1.4.14.1

Figura 3.1.4.14.2

Figura 3.1.4.14.3

Gatilho curvo para passagem da corda. Fita expressa. 23

3.1.4.15 MAILON RAPIDE Conhecido tambm por malha rpida, similar ao mosqueto, porm no apresenta gatilho, o fechamento feito por intermdio de uma rosca. Este equipamento fabricado normalmente em ao. E apresenta como fator desfavorvel o seu peso que bem superior aos mosquetes. disponvel em vrios modelos: semi-oval, delta, simtrico, etc.

Fig 3.1.4.15.1 Fig 3.1.4.15.2

Fig 3.1.4.15.3

Fig 3.1.4.15.4

3.2 FREIO OITO OU APARELHO OITO 3.2.1 Equipamento muito utilizado no CBMERJ preso ao baudrier e a corda atravs de um mosqueto. O freio oito tem preo acessvel e boa eficincia, mas prejudica a vida til da corda, provocando torcimentos conhecido por cocas. Deve-se ter muito cuidado na utilizao desse equipamento, uma vez que no autoblocante, o mesmo possui duas velocidades, uma rpida e outra lenta de acordo com a colocao da corda nos orifcios maior ou menor. Atualmente existem vrios modelos para diversas aplicaes. A figura Figura 3.2.1.2 mostra um modelo conhecido por huit, cujo formato tem por finalidade reduzir os torcimentos na corda.

Figura 3.2.1.1

Figura 3.2.1.2

Figura 3.2.1.3

24

3.2.2 FREIO OITO DE RESGATE OU BIG OITO Utilizado pelos tripulantes operacionais das aeronaves de salvamento do CBMERJ, possui orelhas ao lado do orifcio maior para travar a corda, permitindo que o BM fique parado a fim de iniciar o resgate da vtima. mais apropriado utilizlo com corda de 12 mm de dimetro, ou com uma corda de dimetro inferior a 12 mm desde seja dobrada para aumentar o atrito e garantir uma boa frenagem. Pois o orifcio maior onde se passa a corda maior que ao dos freios oitos convencionais, o que far que a velocidade de descida seja maior quando comparado ao freio oito simples.

Figura 3.2.2.1

Figura 3.2.2.2

3.2.3 COLOCAO DO FREIO OITO NA CORDA PARA DESCIDA SIMPLES (UMA PESSOA) O BM ao executar a colocao do freio oito desta forma, conforme demonstram as figuras abaixo, evitar a perda do aparelho caso haja algum descuido, porque o mesmo ficar na corda. A trava do mosqueto dever ficar sempre voltada para o rosto do BM.

Figura 3.2.3.1

Figura 3.2.3.2

Figura 3.2.3.3

Figura 3.2.3.4 Mtodo incorreto de uso do mosqueto

25

3.2.4

TCNICAS

PARA

EFETUAR

UMA

PARADA

NA

CORDA

UTILIZANDO FREIO OITO So tcnicas utilizadas para efetuar uma parada durante a descida, principalmente para abordagem de vtimas em altura. Entretanto, se faz necessrio um bom treinamento para efetu-las com maior segurana. As figuras abaixo ilustram os principais procedimentos para efetuar a parada na corda com a utilizao do aparelho oito. 3.2.4.1 COM MOSQUETO AUXILIAR

Figura 3.2.4.1.1

3.2.4.2 NO FREIO OITO DE RESGATE OU BIG OITO

Figura 3.2.4.2.1

3.2.4.3 COM O N PRUSIK Nesta tcnica, o BM dever utilizar a mo auxiliar para descer o Prusik que dever sempre ficar sem tenso. Para efetuar a parada, basta que o BM retire a mo auxiliar do mesmo. Feito isto, o sistema travar totalmente parando a descida.

Figura 3.2.4.3.1

26

3.2.4.4 PASSANDO A CORDA EM VOLTAS NAS PERNAS Mtodo utilizado para atendimento a vtimas em alturas, trocar de equipamentos, de cordas, transpor do Prusik para o aparelho oito e vice-versa ou outro freio correspondente, passar do plano horizontal para o vertical (cabo comando) e outras aplicaes. Devem ser feitas pelo menos trs voltas em forma de oito envolvendo as pernas.

Figura 3.2.4.4.1

Figura 3.2.4.4.2

3.2.5 MODO PADRO DE UTILIZAO DO FREIO OITO ENSINADO NO CBMERJ Deve-se sempre visualizar a corda, ficando a parte da volta desta no freio oito voltada para o BM. O CBMERJ padroniza este procedimento para diminuir a possibilidade de travamento da descida quando no contato com alguma superfcie, conforme demonstra a figura 3.2.5.2.

Figura 3.2.5.1

Figura 3.2.5.2

27

3.2.6 VELOCIDADES DO FREIO OITO SIMPLES O aparelho oito simples composto de 02 orifcios para colocao da corda, um maior e outro menor, ou seja, quando a corda for passada no orifcio maior a descida ser com menos atrito e maior velocidade como visto na figura 3.2.6.1. Quando a corda for passada no orifcio menor a descida ser com maior atrito e menor velocidade conforme visto na figura 3.2.6.2, esta forma utilizada para pessoas que tem o primeiro contato com o equipamento. Quando a corda for passada dobrada no freio oito conforme demonstra a figura 3.2.6.3, significa que a descida tambm ter bastante atrito. Esta forma utilizada para rapelar aps uma escalada e assim voltar base da via. As duas voltas passadas no orifcio maior conforme demonstra a figura 3.2.6.4, tem a finalidade de se descer com uma vtima em prdios, as mesmas tem por objetivo um maior atrito da corda em contato com o freio, auxiliando o BM na frenagem do sistema para a descida com a vtima.

Figura 3.2.6.1

Figura 3.2.6.2

Figura 3.2.6.3

Figura 3.2.6.4

3.3 ATC - AIR TRAFIC CONTROLLER 3.3.1 Utilizado para asseguramento em escalada, pelo fato de sua rea de contato com a corda e o mosqueto situado no baudrier proporcionar um bom atrito.

Figura 3.3.1.1

Figura 3.3.1.2

Figura 3.3.1.3

28

3.3.2 COLOCAO DO ATC NA CORDA SIMPLES E DUPLA

Figura 3.3.2.1

Figura 3.3.2.2

3.4 REVERSO Funcionamento parecido com o ATC, podendo ser utilizado com corda simples e dupla. excelente para dar segurana ao participante de uma cordada de escalada, pois permite que em conjunto com o mosqueto auxiliar, fique auto blocante, travando assim uma queda do participante.

Figura 3.4.1

3.5 PLAQUETA GIGI Tem seu funcionamento em escalada destinado a fornecer segurana ao participante de uma cordada de escalada, pois permite que em conjunto com o mosqueto auxiliar que seja simtrico, fique autoblocante travando assim a queda do participante.

Figura 3.5.1

29

3.6 GHOST Possui funo parecida com a do reverso, a figura 3.6.2, ilustra a utilizao do mosqueto auxiliar em conjunto com o aparelho, que tem por funo proporcionar asseguramento para o participante de uma cordada. O guia ancorado recupera a corda, e no caso de queda do participante, a corda travar automaticamente no freio.

Figura 3.6.1

Figura 3.6.2

3.7 PLAQUETA STICHT Possui funcionamento semelhante ao ATC, podendo ser utilizada com corda simples e dupla.

Figura 3.7.1

30

3.8 RACK Outro freio descensor, faz tambm a funo do freio oito, passando a corda por entre as barras de alumnio ou ao. Dependendo da distncia entre as mesmas, aumenta ou diminui o atrito, diferenciando a velocidade da descida, as barras vermelhas fixas so indicadores que limitam o risco de uma montagem errada. Pode ser utilizado em cordas simples e duplas, e segundo a Petzl este aparelho recomendado para grandes descidas. Como travar n de mula

Fig 3.8.1

Fig 3.8.2

Fig 3.8.3

Fig 3.8.4

Fig 3.8.5

31

3.9 DESCENSORES AUTOBLOCANTES Fabricados especialmente para permitir uma descida com mais segurana, e so disponveis em vrios modelos de diferentes fabricantes. Diferentes do freio oito, reverso e ATC, que so de frenagem manual, nestes descensores basta tirar a mo da trava de liberao da corda, que estes equipamentos travaro automaticamente. So excelentes para trabalhos suspensos, sendo que o grigri mais utilizado como assegurador para escaladas. Os modelos de descensores autoblocantes ilustrados no manual so projetados pelos fabricantes para trabalharem apenas com corda simples. Os fabricantes recomendam a utilizao destes equipamentos somente aps os usurios serem instrudos sobre o manuseio e os recursos dos mesmos.

3.9.1 GRIGRI Fabricado pela empresa francesa Petzl, alm de descensor, pode ser utilizado, principalmente para segurana em escaladas, um equipamento autoblocante, e tem como funo bloquear automaticamente a queda do escalador. projetado pelo fabricante para ser utilizado em corda simples de 10 a 11 mm de dimetro. Atualmente muito utilizado para escaladas indoor, que ocorre em grandes muros com agarras artificiais, asseguramento do participante na escalada em rocha e rapel. O usurio deste equipamento dever atentar para a colocao correta da corda no aparelho, conforme demonstra a figura 3.9.1.4. Grigri em utilizao

Figura 3.9.1.1

Figura 3.9.1.2

Figura 3.9.1.3

Figura 3.9.1.4

32

3.9.2 DESCENSOR STOP Fabricado pela empresa francesa Petzl, um descensor autoblocante que em comparao ao freio oito diminui muito os danos corda. Este equipamento utilizado normalmente para descidas, onde que se tenha que parar em algum ponto para executar um trabalho suspenso, basta retirar a mo da trava vermelha, para que o mesmo bloqueie a descida automaticamente. projetado pelo fabricante para ser utilizado em corda simples de 9 a 12 mm de dimetro, e descidas at 100 metros. Observao importante: Atentar para que se apertar totalmente a trava de liberao vermelha a velocidade da descida aumentar consideravelmente e no haver frenagem, conforme demonstra a figura 3.9.2.3.

Figura 3.9.2.1

Figura 3.9.2.2 Figura 3.9.2.3

3.9.3 DESCENSOR INDY Fabricado pela empresa italiana Kong, um descensor autoblocante, que possui funcionamento parecido com o descensor stop, s que trava soltando a mo, ou apertando totalmente a trava de liberao preta, ou seja, duas frenagens. projetado pelo fabricante para ser utilizado em corda simples de 10 a 13 mm de dimetro e descidas at 100 metros.

Figura 3.9.3.1

Figura 3.9.3.2

Figura 3.9.3.3

33

3.9.4 DOUBLE STOP DESCENDER - DSD 25 Descensor autoblocante fabricado pela empresa alem Anthron, possui duas frenagens como o descensor Indy, e foi testado pelo Curso de Salvamento em Alturas do CBMERJ no ano de 2002. projetado pelo fabricante para ser utilizado em corda simples de 9 a 12 mm de dimetro. Na descida de socorrista e vtima este equipamento respondeu com xito ao teste, travando totalmente com dois Bombeiros Militares conforme demonstra a figura 3.9.4.2.

Figura 3.9.4.1

Figura 3.9.4.2

3.10 CAPACETE Equipamento de proteo individual para a cabea, e tem por funo proteger o BM de queda de pedras, equipamentos ou quaisquer outros objetos, impactos repentinos, quedas ao cho, passagem por locais estreitos ou batidas em pedras ou elementos cortantes e pontiagudos. Os capacetes modernos so confortveis e de fcil ajuste. Existem diferentes modelos, sendo que no CBMERJ, esto em uso o modelo Ecrin Rock da Petzl e o nacional Montana.

Figura 3.10.1

Figura 3.10.2

34

3.11 LUVA Sempre utilizada em par, um equipamento de proteo individual utilizado no rapel para proteger as mos de queimaduras quando em contato direto com a corda, fato este que pode levar o praticante a retirar a mo da corda.

Figura 3.11.1

3.12 FITAS TUBULARES So utilizadas nas ancoragens para preservar as cordas da abraso, e tambm servem na confeco de solteiras e cadeiras improvisadas. So ideais para ancoragens em pedras, rvores, vigas de concreto, desde que protegidas por protees de mangueira, de preferncia dobradas, lona e outros equipamentos auxiliares. So vendidas a metro, nas lojas especializadas em montanhismo, e para sua emenda padronizada pelo CBMERJ a confeco do n duplo, especial para este fim.

Figura 3.12.1

Figura 3.12.2

Figura 3.12.3

35

3.13 ANEL DE FITA COSTURADA (ANNEAU) E FITA DAISY CHAIN A figura 3.13.1, demonstra a fita costurada aneauu que uma fita que possui costura e carga de ruptura padro em torno de 22 KN. A figura 3.13.2, demonstra a fita Daisy Chain, que uma fita costurada com pequenas alas de suporte. um acessrio bastante verstil durante uma escalada, pois pode ser utilizado para organizao de equipamentos em suas alas. Mas seu principal uso como ala solteira em conjunto com os estribos, pois permite ajuste mais simples medida que o escalador progrida atravs dos mesmos.

Figura 3.13.1

Figura 3.13.2

Observao: A unio de uma fita tubular ou anneau com mosqueto presa ao baudrier, para fins de ancoragem individual, conhecida como solteira.

3.14 ESTRIBO Escada de 3 ou mais degraus, que pode ser confeccionada com cordas de 5 a 7 mm, fitas ou hastes de duralumnio. O estribo utilizado na escalada artificial e ascenso em corda.

Figura 3.14.1

36

3.15 CORDELETES Tambm conhecidos por cordins, so cabos solteiros especiais de 5, 6 e 7 mm de dimetro, geralmente de fibra de poliamida, possuem alta resistncia, e so utilizados como forma de segurana ou ascenso, normalmente para n Prusik, marchard ou bachman.

Figura 3.15.1

3.16 POLIAS Conhecidas no CBMERJ como patescas, so utilizadas em iamento de cargas, transposio de obstculos, sistemas de fora e salvamento com plano inclinado. So encontradas em vrios modelos. As figuras 3.16.1 e 3.16.2, mostram modelos simples para uso em somente em cordas. A figura 3.16.3, mostra um modelo duplo para utilizao em cordas. A figura 3.16.4, mostra um modelo duplo para corda e cabo de ao. A figura 3.16.5 mostra um modelo que pode ser utilizado em planos inclinados com duas cordas paralelas, enquanto a figura 3.16.6 mostra um modelo autoblocante, conhecida por polia Prusik, que tem funo de bloquear automaticamente uma carga ao ser iada.

Figura 3.16.1

Figura 3.16.2

Figura 3.16.3

Figura 3.16.4

Figura 3.16.5

Figura 3.16.6 37

3.17 ASCENSORES 3.17.1 ASCENSOR DE PUNHO Geralmente utilizados em cordas simples de 8 a 13 mm de dimetro. Este equipamento trava na corda para facilitar a ascenso, fcil de manusear, porm o CSMont padroniza o uso de um mosqueto, entre o orifcio superior do mesmo e a corda. utilizado em par, sendo o 1 posicionado acima e o 2 posicionado abaixo, e so conectados ao cinto do BM atravs de fitas tubulares. No 2 ascensor destinado ao p, ser fixado um estribo. E o BM dever finalizar o sistema com as coneces dos mosquetes restantes, checar todo o equipamento e realizar a ascenso.

Mosquetes de segurana

Figura 3.17.1.1

Figura 3.17.1.2

Figura 3.17.1.3

BOMBEIROS MILITARES EM ASCENSO

Figura 3.17.1.43.17.2 ASCENSOR TWIN

Figura 3.17.1.5

Equipamento destinado ascenso em cordas duplas, possui dois punhos.

Figura 3.17.2.1 38

3.17.3 ASCENSOR BASIC Difere-se dos anteriores pela ausncia de punho. A Petzl recomenda utilizar este equipamento para bloquear sistemas de polias, travessias horizontais e como auto-segurana em passa-mo, que consiste em um sistema montado com corda ancorada na base e no topo, utilizado em paredes inclinadas.

Figura 3.17.3.13.17.4 CROLL

Figura 3.17.3.2

Ascensor ventral destinado auto-segurana, auxlio na subida de cordas verticais. Possui olhal superior em forma de retngulo para coneco da fita torse prpria para o mesmo, e tambm fixada ao baudrier. A sua utilizao efetuada em cordas de 8 a 13 mm.

Figura 3.17.4.1

Figura 3.17.4.2

Figura 3.17.4.3

3.17.5 TIBLOC

considerado o menor ascensor do mundo, fabricado pela Petzl, e funciona em conjunto com um mosqueto posto entre a corda e os orifcios laterais.

Figura 3.17.5.1 39

3.17.6 ASCENSOR GIBBS

Utilizado pelo Curso Avanado de Montanhismo do Exrcito Brasileiro, cumpre a funo de ascensor e bloqueador, funcionando assim como Prusik mecnico, em tracionamentos e iamentos.

Figura 3.17.6.13.17.7 BLOQUEADOR SHUNT

Utilizado em cordas simples e duplas com dimetro entre 8 a 11 mm. Este equipamento pode ser utilizado juntamente com o Oito ou ATC, para funcionar como sistema de segurana autoblocante, basta tirar a mo que o aparelho travar na corda, mas preciso que este esteja conectado a um mosqueto preso separadamente no baudrier. A Petzl fabricante do aparelho recomenda que o mesmo seja posicionado sob o descensor conforme demostra a figura 3.17.7.2.

Figura 3.17.7.1

Figura 3.17.1.2

3.17.8 ASCENSOR DE P PANTIM Utilizado em cordas de 8 a 13 mm de dimetro, facilita a ascenso em cordas em conjunto com o ascensor de punho e o croll, possui fita do p para ajuste fcil e rpido, retirase da corda com um simples movimento de dobrar a perna para trs. O fabricante deste equipamento informa que o mesmo no um EPI, e aconselha a sua utilizao no p direito.

Figura 3.17.8.1 40

3.18 PLACAS DE ANCORAGENS So utilizadas em pontos confiveis, onde h possibilidade de lanamentos de duas ou mais cordas, ou at em sistemas de tracionamento e sistemas de reduo de fora.

Figura 3.18.1

Figura 3.18.4 Figura 3.18.3

Figura 3.18.4

3.19 MACAS DE SALVAMENTO EM MONTANHA 3.19.1 MACA SKED Utilizada pelo CSMont para aes de Salvamento em Montanha, e segundo o Manual do Curso de Salvamento em Altura do Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Estado de So Paulo na pgina 28, informa que a maca Sked consiste em um sistema compacto de maca constitudo por uma folha plstica altamente resistente, acompanhada por uma mochila e acessrios que conferem ao equipamento leveza, praticidade e funcionalidade. No proporciona imobilizao dorsal, razo pela qual deve ser utilizada prancha longa. Para movimentaes na horizontal, dispe de dois tirantes reforados de nylon com capacidade para suportar 1.725 kg cada um. O tirante a ser utilizado na regio do tronco da vtima 10 cm menor do que o da regio das pernas, devendo ser observada esta disposio no momento do uso. Ao inspecion-la, verifique suas condies estruturais, especialmente quanto a abrases ou cortes, estado das fitas, ala de transporte e fivelas de fechamento e ajuste, bem como, o estado de conservao de seus acessrios: 01 mosqueto em ao grande para salvamento (com certificao NFPA National Fire Protetion Associacion), 01 corda de 20m, 02 fitas de nylon para iamento em dois tamanhos, 01 suporte para os ps, 04 alas adicionais pequenas para transporte.

Figura 3.19.1.1 41

3.19.2 MACA SMITSISTEMA MOLDVEL DE IMOBILIZAO E TRANSPORTE Equipamento de fabricao brasileira teve sua aquisio pelo 1 GSFMA no ano de 2006. Tem a sua aplicao para as mesmas funes da maca SKED, podendo ser utilizada para iamento de vtima na vertical, salvamento no plano inclinado e rapel com vtima de trauma, sendo observados mesmos cuidados quando no uso da maca Sked.

Figura 3.19.2.1

3.19.3 MACA CESTO Esta maca est disponvel no 1 GSFMA para aes de Busca e Salvamento em Montanha. E segundo o Manual do Curso de Salvamento em Altura do Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Estado de So Paulo na pgina 27, informa que a mesma confeccionada em ao tubular em todo seu permetro e por material plstico (PVC) nas partes que envolvem a vtima, podendo ser inteiria ou em duas partes acoplveis. Ao inspecion-la, deve-se atentar para a integridade estrutural da maca, conferindo-se ainda, as condies dos quatro tirantes de fixao da vtima e suas fivelas. A base de apoio para os ps, os pinos de travamento da maca que garantem o seu acoplamento seguro e as condies da corda que costura lateralmente a maca. A capacidade de transporte desta maca de 180 Kg.

Figura 3.19.3.1

Figura 3.19.3.2

Figura 3.19.3.3

42

3.19.4 MACA LECCO

Figura 3.19.4.1 Fabricada pela empresa Kong, situada na Itlia, um equipamento para todo tipo de interveno de socorro em qualquer tipo de ambiente que possa ser transportada por pessoas ou helicptero. Apresenta fitas que possibilitam que a vtima tenha todos os membros imobilizados com sistema de fcil ajuste. Sua estrutura em alumnio de alta resistncia totalmente desmontvel possui uma capa de nylon para proteo da vtima que pode ser totalmente aberta por meio de zper com dupla abertura possibilitando acessar a vtima enquanto transportada. O travesseiro para a cabea estofado e anatmico no permitindo que a vtima fique com a cabea mvel durante o transporte, o mesmo fixado a maca por meio de velcro, podendo ser removido se necessrio, o fundo da maca enrijecido para preservar a coluna da vtima. Seus exclusivos cabos acolchoados para suporte nos ombros, permitem que as mos dos socorristas fiquem livres durante o transporte. Pode ser transportada horizontalmente por meio de pessoas ou tirolesa, ou verticalmente sendo suspensa, para tanto, acompanha fitas que possibilitam estas aes, alm de bolsa-mochila para o transporte. O Seu peso de 13 kg, o material da estrutura composto de liga leve de alumnio. O Material da cobertura o Nylon 800D resinado e possui capacidade de carga de 180 kg. Suas dimenses montada com os cabos para transporte no ombro so de 310X60 cm, e suas dimenses sem os cabos para transporte no ombro so de 200X60 cm. As dimenses do saco de transporte so de 40X60X25 cm. Sendo que a capacidade de carga da fita para iamento ou descida horizontal, ou transporte em helicptero so de 500 kg. A capacidade de carga da fita para tirolesa so de 500 kg. A capacidade de carga da fita para iamento ou descida vertical de 400 kg, e sua certificao de acordo com as normas: CE / Direttiva Dispositivo Mdico 93/42/CEE Classe 1.

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3.19.5 CAPA EVEREST PARA TRANSPORTE DA MACA PRANCHA RGIDA

Figura 3.19.5.1 Capa fabricada em nylon e cordura para iamento de maca tipo prancha rgida com capacidade de carga de 180 Kg. Apresenta 5 pontos de fixao em cada lateral para conexo de uma fita divisora de carga com capacidade de carga de 400 kg, em cada ponto de fixao, assim como cada ponta da fita divisora de cor idntica (exemplo: fita de conexo azul com ponta azul da fita divisora). Seu sistema de fechamento feito por meio de velcro na parte superior da capa e para a respirao da vtima existe uma tela de tecido que possibilita a entrada de ar, acima desta tela existe um sistema de ajuste que permite um perfeito fechamento da capa na parte da cabea. Em sua parte interna apresenta bolsos confeccionados em tela com zper para transporte de medicamentos. Apresenta 4 fitas ajustveis externas para manter a estabilidade da vtima dentro da capa. O seu peso de 4 kg, e certificada de acordo com as normas: CE-EN1865 e Diretiva 93/42/CEE.

44

3.20 SAPATILHAS PARA ESCALADA EM ROCHA So calados com desenho e solados fabricados especialmente para escalada. So encontrados de vrios modelos e formas, e dependendo do tipo de escalada a ser realizada, podem ter fechamento de velcro, cadaro ou elstico. Os vrios desenhos visam aplicaes para as diferentes modalidades, em relao ao tipo de terreno. Algumas so ideais para dominar lances em micro agarras, outras para negativos ou tetos e para escalada em aderncia, etc. O tipo de solado tambm influi no desempenho da sapatilha. Os mais macios so bem mais aderentes e ideais para vias em aderncia, porm no so to precisos em minsculos regletes e gastam muito rpido, como o 5.10Stealth e o VibramMegabyte. J os duros so menos aderentes, mas apresentam um maior resultado em micro agarras, alm de serem mais durveis, como o Boreal-Fusion e o Vibram- XSV. As sapatilhas quanto ao solado de borracha se classificam em macias e duras, a tabela abaixo explica a classificao e a utilizao. Macias (5.10 Stealth, Vibram-Megabyte) Mais aderncia Menos durabilidade Menos peciso em micro-agarras Duras (Boreal-Fusion, Vibram-XSV) Menos aderncia Mais durabilidade Mais preciso em micro-agarras

As figuras abaixo ilustram sapatilhas utilizadas pelo CSMont.

Figura 3.20.1

Figura 3.20.2

Figura 3.20.3

Figura 3.20.4

O Centro Excursionista Teresopolitano, no seu website, traz uma informao muito tcnica sobre o tamanho ideal da sapatilha para cada escalador. Esta informao est abaixo transcrita: Existe uma lenda que diz: a sapatilha deve estar bem apertada no p para poder funcionar. Isto uma meia-verdade. Elas devem estar justas e confortveis. O seu p no deve doer, mas tambm no deve haver nenhum espao vazio no

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interior do calado. Lembre-se sempre que, aps algumas escaladas, as sapatilhas esticam um pouco, e se ajustam ao desenho do seu p.

Cuidado com sapatilhas apertadas ou folgadas demais, elas no funcionaro para voc. Caso estejam apertadas, mergulhe-as na gua fria e coloque-as por algum tempo (1 ou 2 horas). Isto pode funcionar. A Snake fabricante das sapatilhas modelo Anhangava e Trinity que so utilizadas pelo CSMont, recomenda os seguintes cuidados no que versa sobre a conservao deste calado: 1 Lave sempre com gua; 2 Nunca use sabo; 3 Ponha a sapatilha para secar na sombra e num local ventilado, pois a secagem forada danifica e pode prejudicar a garantia; 4 Trate o couro periodicamente com produtos; 5 Depois de usar a sapatilha, retire a palmilha para arejar e facilitar a secagem; 6 Guarde a sapatilha sempre sombra e num local ventilado, cuidando para que a temperatura do local nunca ultrapasse 60 graus centgrados. A Snake informa que a sapatilha sofre desgaste aps um tempo de uso e o usurio pode solicitar uma ressola, que consiste na reviso completa no solado entressola, palmilha e emborracahamento. E informa tambm que os cardaos e palmilhas sofrem um desgaste natural muito mais rpido e que podem ser facilmente substitudos.

3.21 COMPARTIMENTO PARA MAGNSIO Pequeno compartimento transportado pelo escalador. O mesmo serve para o acondicionamento do carbonato de magnsio, que um produto semelhante a um p branco, que utilizado para marcar os pontos de apoio na rocha e manter as mos secas durante a escalada, facilitando assim a pegada nas agarras.

Figura 3.21.1 46

3.22 PROTEES FIXAS 3.22.1 GRAMPO As protees permanentes geralmente utilizadas no Brasil so os grampos, artefatos de fabricao caseira sobre os quais no existe nenhum controle de qualidade. Os grampos so fixados na rocha por intermdio de um furo justo por uma broca SDS de ao geralmente de 12 mm de dimetro, feito na mesma, e a sua colocao por batida ajustvel e expansvel na rocha. O dimetro padro dos grampos de vendido em lojas especializadas em montanhismo, mas tambm existem grampos de medidas de e 3/8. Para confiar a sua vida neste equipamento, se faz necessria uma observao do estado geral, se est bem batido, (verificando o correto posicionamento do mesmo na rocha), corroso, torto, fissuras, etc. Os grampos so divididos em haste e olhal. Os grampos so feitos de ao 1.020, mas existem grampos de ao inox.

Olhal

Haste Sentido de trabalho Figura 3.22.1.1 Figura 3.22.1.2

Existem grampos que no possuem solda e tem o olhal arredondado, conforme mostra a figura 3.22.1.3. A composio do mesmo geralmente de ao inox, e o modelo abaixo tem resistncia de 50 KN garantida pelo fabricante. O problema que o para o grampo se fixar a rocha, necessria o uso de uma cola conforme mostra a figura 3.22.1.4, que leva 24 horas para secar, e s aps este tempo o grampo poder ser usado. ideal para regrampear vias.

Figura 3.22.1.3

Figura 3.22.1.4

47

3.22.2 CHAPELETA E PARABOLT Proteo permanente em vias de escalada, fixada por intermdio de um parabolt que pode ter 10 ou 12 mm de espessura, conforme exposto na figura 3.22.1.3. O parabolt um parafuso de expanso especial para fixao na rocha, sobrando uma ponta para fora onde colocada a orelha da chapeleta e depois a porca. Existem modelos atuais que permitem a colocao da corda diretamente na chapeleta, conforme apresenta as figuras 3.22.1.1 e 3.22.1.2 enquanto as mais comuns apresentam as arestas pontiagudas, e no se deve passar a corda diretamente nas mesmas. Neste caso, melhor perder um cordelete ou mosqueto passado em torno da mesma antes de passar a corda, e efetuar um rapel de emergncia com mnimo de segurana, do que ficar exposto a sofrer um grave acidente. As chapeletas so mais confivis que os grampos, pois os fabricantes cumprem testes previstos por normas internacionais para aprovao. E apresentam carga de ruptura em torno de 2.200 a 2.500 Kg, dependendo do modelo.

Parabolt. Porca. Orelha.

Figura 3.22.1.1

Figura 3.22.1.2

Figura 3.22.1.3

3.22.3 POSICIONAMENTO DA CHAPELETA NA ROCHA-FONTE PETZL Certo Posicionamentos errados e perigosos

Figura 3.22.3.1

Figura 3.22.3.2 Figura 3.22.3.3 Figura 3.22.3.4

48

3.23 PUNHO COM BROCA E MARTELO Este conjunto o responsvel para a abertura do furo para instalao dos grampos e chapeletas, conforme mostra a figura 3.23.1. Trata-se de um punho com encaixe para uma broca. O martelo tam tam na figura 3.23.2, tem seu uso tambm para colocao e retirada de pitons, o seu cabo de borracha tem a funo de absorver vibraes, e a base do mesmo equipada com chave para apertar parafusos de chapeletas. Martelo comum; Olhal para auxiliar na retirada de pitons; Martelo para meios pequenos e saca piton; Cabo de borracha para absorver vibraes; Figura 3.23.1 Figura 3.23.2 Chave para apertar parafusos de chapeletas.

3.24 FURADEIRA BATERIA As furadeiras para fixao de protees em rocha, so base de bateria recarregvel, geralmente so pesadas, mas a sua vantagem o ganho de tempo do escalador para furar a rocha em relao ao batedor com punho. A figura 3.24.2 mostra um montanhista do CBMERJ, fazendo uso da furadeira do 1 GSFMA para bater um grampo durante a conquista da via sesquicentenrio na Pedra da Gvea.

Figura 3.24.1

Figura 3.24.2

49

3.25 PITON a) Peas de metal em ao cromo molibidnio de altssima qualidade e resistncia. b) So relativamente leves e proporcionam grande segurana. c) So constitudas de cabea, olhal e lmina. d) So protees fixas no permanentes. e) So utilizados em escalada artificial. f) Sua colocao e retirada produzem rudo, as figuras a seguir demonstram outros modelos de pitons, que so disponveis em vrios tamanhos de acordo com os fabricantes dos mesmos.

3.25.1 PITON PARA FENDA HORIZONTAL Forjado em ao cromo molibidnio ou ao doce que pode ou no ser galvanizado, possui resistncia em torno de 27 KN. Este modelo tambm conhecido por lost arrow.

Figura 3.25.1.1

Figura 3.25.1.2

Figura 3.25.1.3

3.25.2 PITON PARA FENDA HORIZONTAL E VERTICAL (UNIVERSAIS) Pitons finos e longos que possuem a caracterstica de moldar-se fenda. Possuem dois olhais e so constitudos de ao doce e flexvel. O modelo na figura abaixo com dois olhais, tambm conhecido por knifeblade. Cabea. Piton horizontal. Lmina.

Piton universal. Olhal. Figura 3.25.2.1

50

3.25.3 PITON PARA FENDAS ENVIESADAS Este modelo fabricado pela Petzl de nome universel, recomendado para fissuras ou fendas enviesadas em calcrio e granito, e deforma-se para casar com as mesmas. fabricado em ao de mdia dureza sem tratamento trmico.

Figura 3.25.3.1

3.25.4 PITON EM CANELETA Tem o formato em v que lhe d grande resistncia, e a caracterstica de ficar apoiado em trs pontos, podendo ser usado na vertical ou horizontal. Este modelo tambm conhecido por angle.

Figura 3.25.4.1

Figura 3.25.4.2

3.25.5 RURP um pequeno piton, possui uma lmina fina e curta. Tem resistncia em torno de 3 KN. usado como segurana relativa, ou para suportar somente o peso do escalador no estribo. utilizado em escalada artificial.

Figura 3.25.5.1

51

3.25.6 PECKER Trata-se de um minipiton para fendas realmente muito finas e rasas com pouca profundidade, e que normalmente no suportaria um piton normal, mesmo os mais finos. fabricado pela empresa Black Diamond.

Figura 3.25.6.1

3.25.7 COLOCAO E RETIRADA DE PITONS a) Escolhe-se o piton de acordo com a fenda; b) O ideal e introduzir o piton 2/3 manualmente; c) Um tero com martelo at o olhal; d) Quando ouvir um som semelhante ao encher de um cantil de gua durante as marteladas sinal que o piton ficou bom; e) Quando ouvir um som metlico sinal que o piton chegou ao fundo da fenda; f) Quando o som ficar grave ou seco o piton no est bem fixado; g) Primeiro analisamos a fenda para escolher o piton adequado; h) Com piton podemos fazer entalamento com mais pitons, nuts stoper ou excntricos, observando qual ficou melhor na fenda; i) Se no houver piton adequado tentar entalamento com dois pitons ou mais; j) O uso dos pitons tem diminudo devido ao uso de nuts, excntricos e friends; l) As batidas com a marreta devem ser fortes espaadas; m) Retirar os pitons da pedra sempre com a camisa de corda; n) Para retirar o piton da pedra, bater o piton todo para um lado e depois para o outro. o) Enquanto os grampos so fixados com o olhal para cima, os pitons so fixados com olhal para baixo.

52

p) Segundo Flvio Daflon em seu manual escale melhor e com mais segurana, colocar um piton requer escolher o tamanho certo, encaix-lo e ental-lo na fenda, batendo com uma marreta. A figura abaixo mostra outro modelo de martelo de nome jumbe para colocao e retirada de pitons.

Pequeno martelo para retirada de meios pequenos e saca piton;

Cabo de borracha para absorver vibraes; Olhal para auxiliar na retirada de pitons; Martelo comum. Figura 3.25.7.1

3.25.8 PRECAUES NO USO DE PITONS Aps fixar um piton nas fendas ou fissuras da rocha, deve-se observar o correto posicionamento dos mosquetes conectados nos mesmos, conforme mostra a figura 3.25.8.3, enquanto as figuras e 3.25.8.1 e 3.25.8.2, demonstram coneces erradas e perigosas. Para evitar o atrito da corda com arestas vivas, reduzir o brao da alavanca do esforo sobre os meios e confeccionar equalizaes, so utilizados alargadores, conforme mostram as figuras 3.25.8.4 e 3.25.8.5 que podem ser prfabricados ou improvisados com cordeletes ou fitas. So unidos aos meios com uso de mosquetes. Observao: Os mosquetes na escalada artificial e em qualquer outro tipo de ancoragem durante qualquer modalidade de escalada, nunca devem ficar com o gatilho voltado para a rocha.

Fig 3.25.8.1 Fig 3.25.8.2 Fig 3.25.8.3

Fig 3.25.8.4

Fig 3.25.8.5 53

3.26 PROTEES MVEIS 3.26.1 NUTS Com a atual divulgao do mnimo impacto em paredes, estes sistemas de proteo esto sendo cada vez mais utilizados, principalmente em aberturas de vias novas. Pois mantm as caractersticas naturais das paredes, j que so colocados em fendas pelo guia e retirados pelo participante. So assim chamados devido a sua fcil colocao e retirados com as mos na maioria das vezes. So leves, resistentes, no danificam a via, e proporcionam uma escalada limpa, conforme mostra a figura 3.26.1.3.

Figura 3.26.1.1

Figura 3.26.1.2

Figura 3.26.1.3

Basicamente existem dois tipos: entaladores passivos e entaladores de expanso. Esto entre os equipamentos mais tcnicos e de difcil e complexa utilizao, utilizam o princpio de entalamento, e requerem treinamento especfico para sua correta aplicao. As protees mveis se dividem em dois tipos, os ativos e os passivos, ou seja, os que se expandem na rocha, como os friends, e os que se ajustam rocha, como os nuts e ambos tm maior emprego na escalada artificial. So encontrados em vrios modelos e tamanhos, com finalidades bem distintas, a seguir temos alguns exemplos:

54

3.26.2 QUANTO AO FORMATO a) Formato de cunha; b) Formato semicircular ou excntrico; c) Entaladores passivos, exemplo: cunha/excntrico, onde uma simples pea do metal encaixada na fenda; d) De ao rotativa, exemplo: friends/spider com partes mveis acionadas por molas que se retraem ao entrar e sair da fenda e expandem-se dentro da fenda.

3.26.3 ENTALADORES PASSIVOS Podem ser tipo cunha ou excntrico; a) De formato tipo cunha; b) So conhecidos como: stoppers, stones, rups, nuts, steel nuts, micronuts, taders ou entaladores; c) So mais largos do meio para final da pea; d) Possuem um lado largo outro estreito.

3.26.4 COLOCAO Sua colocao consiste em encaix-los para onde a fenda se fecha, e os dois lados podem ser usados, mas os mais largos oferecem maior segurana. Qualquer modificao no formato dos modelos melhora ou no seus desempenhos. Existem nuts com: a) Todos os lados retos; b) Ligeiramente curvados; c) Combinando lado reto com curvo; d) Com ressaltos; e) O objetivo da colocao encontrar um ponto, segurana estvel; f) Nuts de lado reto ficam melhores em fendas de lados regulares; g) Nuts de curvas ficam melhores em fendas de lados irregulares.

55

As figuras abaixo demonstram exemplos de colocao de nuts stopers. Sendo que a figura 3.26.4.3, demonstra uma forma de oposio de nuts, que pode ser utilizado em uma passagem do guia para um lance horizontal, com a funo de impedir que a corda puxe o primeiro nut para cima ou para o lado. Progresso - Oposio de nuts. do guia.

Nut direcionador.

Fig 3.26.4.1

Fig 3.26.4.2

Figura 3.26.4.3

3.26.5 COLOCAO DOS NUTS EM FENDA VERTICAL a) Posio em que trabalham melhor; b) Se a fenda fechar-se em baixo, devem ser colocadas neste sentido (cima para baixo); c) Normalmente os nuts so unidirecionais, mas se forem alojados profundamente na fenda podem ser usadas em mltiplas direes; d) Fendas de parede totalmente paralelas no so boas sendo necessrio o uso de dois nuts atravs do mtodo chamado encunhamento. Para este mtodo o ideal o nut possua duas peas no mesmo cabo de ao. Se o encunhamento for com nuts independentes o mosqueto deve passar nos dois cabos de ao para no perder material em caso de queda;

3.26.6 COLOCAO EM FENDA HORIZONTAL a) A fenda deve fechar-se de dentro para fora (parte de fora estreita). E nesta situao torna-se multidirecional; b) No colocar muito prximo borda da pedra podendo quebrar a borda e soltar-se; c) No deixar o cabo de ao atritando nas bordas.

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3.26.7 COLOCAO EM FENDAS SEM FUNDO a) Usa-se o nut de formato trapezoidal em sua parte superior. Usar o lado mais estreito, pois tende a aumentar a superfcie de contato; b) Em fenda sem fundo que se estreita para baixo pode aparentar-se boa, mas insegura.

3.26.8 COLOCAO EM BOLSOS E PEQUENAS GARGANTAS a) No um bom emprego para as cunhas. Quando a garganta parece um tnel pode-se enfiar a cunha por ali. A passagem pode ser de cima para baixo ou vice-versa; b) Melhor usar as de cabo de ao, pois a emenda menor do que as de cordelete.

3.26.9 NUTS EXCENTRICS OU EXCNTRICOS-APRESENTAO Significa crculo fora de centro e so peas de formato hexagonal que so encaixadas nas fendas. Atualmente so de formato irregular, permitindo sua utilizao em fendas de tamanhos variveis.

Figura 3.26.9.1

Figura 3.26.9.2

Figura 3.26.9.3

57

2.26.10 COLOCAO DOS EXCNTRICOS a) Ao receber uma trao e girar prendem-se ainda mais; b) Seus formatos variam de acordo com fabricante; c) Os tradicionais eram hexagonais com a mesma distncia dos lados, o que limitava sua versatilidade; d) A Black Diamond fabricou o excntrico de forma que cada par de lados distncia diferencia-se, podendo ser usado em p", ou seja, no lado mais estreito. Observao: Em qualquer emprego em que se faz necessrio combinar meios para obter a uma melhor direo de queda deve-se optar pela equalizao.

3.26.11 OUTRAS OBSERVAES a) Aprenda a estimar o entalador certo para a fenda; b) Escolha o de rpida colocao e com menor desgaste fsico ao escalador; c) Escolha o melhor entalador para a situao; d) No necessariamente o maior; f) Nas decidas em caso de dvida, reforce-os com outro; g) Cheque cada um aps a colocao principalmente na direo de queda; h) Verifique se poder ser desalojado por um movimento da corda; i) Se a carga for requerida em mais de uma direo em caso de queda, se faz necessria a equalizao.

3.26.12 SACA NUTS Equipamento utilizado para retirar nuts que apresentem dificuldade de remoo.

Figura 3.26.12.1

58

3.26.13 FRIENDS-FONTE CURSO AVANADO DE MONTANHISMO DO EXRCITO BRASILEIROAPRESENTAO Equipamento que possui um tipo de gatilho que aciona as peas mveis, retraindo-se quando o gatilho acionado e assim estreitando sua largura e permitindo sua introduo em fendas. Assim que o gatilho solto, as peas voltam a sua posio exercendo uma presso na fenda. Chamados de meios mveis de expanso (castanhas acionadas por mola). Muito resistentes e de fcil emprego (agir na barra de acionamento), proporcionaram avano no histrico da escalada, e so utilizados em fendas paralelas, verticais e horizontais. Diferem-se dos entaladores passivos por ajustarem-se ao tamanho das fendas por meio de expanso de castanhas. Dependendo do nmero de castanhas, podem ser chamados de 4CU (quatro unidades de castanha) e TCU (trs unidades de castanha) A Black Diamond fabrica o camalot (vrias castanhas), que possui dois eixos. Este tipo de friend pode ser utilizado como entalador passivo. Existem friends de vrios tamanhos desde os pequenos aos grandes, e com numerao para serem utilizados em fendas que comportem os mesmos.

EMPREGO Todas as castanhas devem estar em contato com a pedra, deve se evitar a tenso perpendicular ao eixo das mesmas, e o punho dever estar voltado para direo de queda, conforme demonstra a figura 3.26.13.3. Castanhas

Figura 3.26.13.1

Figura 3.26.13.2

Figura 3.26.13.3

Observao importante: Ao colocar estes equipamentos mveis para progresso em escalada artificial, deve-se testar se os mesmos esto fixados na rocha, pisando no estribo conectado ao mosqueto da costura que est clipado no mesmo, e abaixar a cabea oferecendo o capacete, pois se o mesmo soltar, bater no mesmo, evitando assim lesionar o escalador. 59

3.26.14 CLIFF RANGER Gancho de ao destinado para segurana relativa em escalada. E que servem para apoio sobre salincias da rocha ou sobre pequenos buracos perfurados com talhadeiras. Existem vrios tamanhos e modelos, dependendo do uso que se faz. utilizado em escalada onde h necessidade de progresso em artificial, e um equipamento essencial para conquista de via de escalada. Os cliffs so disponveis em vrios modelos, sendo muito comum o talon conforme mostra a figura 3.26.14.3. A figura 3.26.14.4 mostra o modelo fifi, a figura 3.26.14.5 mostra o modelo reglete, enquanto a figura 3.26.14.6 mostra um BM ancorado com par de cliffs ranger. Observao: Os cliffs devem sempre ficar sob tenso.

Figura 3.26.14.1

Figura 3.26.14.2

Figura 3.26.14.3

Figura 3.26.14.4

Figura 3.26.14.5

Figura 3.26.14.6

3.27 DESTORCEDOR Equipamento colocado entre a carga e a corda para permitir que a mesma gire sobre si mesma sem torcer a corda. Este modelo ainda permite a montagem de 3 mosquetes no olhal do lado da carga, e possui carga de ruptura de 36 KN e carga de trabalho de 5 KN garantida pelo fabricante.

Figura 3.27.1 60

CAPTULO

IVVESTURIO

E

EQUIPAMENTOS

UTILIZADOS

EM

AMBIENTE DE MONTANHA E SUAS APLICAES 4.1 O ambiente de montanha ir nos impor caractersticas especiais, tanto na parte de vesturio, como na parte de equipamento. Cabe ao vesturio o importante papel de manter o equilbrio calrico do corpo, reduzindo os efeitos das variaes de temperatura do meio ambiente, sendo portanto, essencial para que uma tropa dure nas aes sob condies climticas adversas. O vesturio empregado divide-se em: vesturio de abrigo e vesturio de proteo. 4.2 VESTURIO DE ABRIGO-DIVISO: 4.2.1 INTERNO Serve para reter o calor do corpo, porm deve ser permevel para a transpirao. Deve-se usar peas leves e superpostas, ao invs de somente uma quente e pesada, o que proporciona diversas combinaes de acordo com as condies ambientais. Exemplo: camisetas, cuecas, meias de l e outros. 4.2.2 EXTERNO Serve para proteger o corpo contra o frio e a umidade, deve ser simples, sem forros e de secagem rpida. Ex.: luvas de l, capuz, cachecol, cala e outros.

Figura 4.2.2.1

Figura 4.2.2.2

Figura 4.2.2.3

61

4.2.3 VESTURIOS DE PROTEO Servem para proteger o corpo do contato com o vento e a gua, logo devem ser impermeveis. Dificultam a evaporao do suor devido falta de porosidade, e por isso, devem ser usados somente quando estiverem ocorrendo precipitaes, ventos e, principalmente, nos intervalos e altos de uma marcha em montanha. Como por exemplo: japonas e calas de "goretex", "anorak", poncho, capa de chuva, saco aluminizado e outros.

Figura 4.2.3.1 Anorak.

Figura 4.2.3.2

4.2.4 CALADOS Devem ser do tipo vulcanizado, com o bico baixo e com as bordas da sola no mesmo alinhamento do couro do calado. No devem ter pregos ou tachas, pois podem causar ferimentos nos ps quando se caminha em pedras. Os coturnos de sola de borracha especial vulcanizada com ressaltos ou travas, so os mais empregados.

4.3

OUTROS

EQUIPAMENTOS

DE

PROTEO

INDIVIDUAL

EM

MONTANHA 4.3.1 BARRACA ESPECFICA PARA MONTANHISMO Ideal para acampamento, geralmente impermeabilizada, possui mosquiteiro, janela, vareta para montagem e outros acessrios, dependendo do modelo.

Figura 4.3.1.1 62

4.3.2 SACO DE DORMIR Confeccionado em geralmente em poliamida dependendo do modelo, possui capacidade para suportar temperaturas negativas.

Figura 4.3.2.1

4.3.3 ISOLANTE TRMICO Material importante, para isolar o corpo do contato com o solo frio. Este equipamento funciona como um colcho para proporcionar um conforto relativo, para o descanso.

Figura 4.3.3.1

Figura 4.3.3.2

4.4 ACESSRIOS PARA OPERAES EM MONTANHA 4.4.1 MOCHILA CARGUEIRA Ideal para longas caminhadas, e deve possuir conforto no contato com o corpo, e ajustes em sua estrutura de apoio. Quanto a capacidade de transporte de carga, tem sua disposio em litros, como por exemplo: 50, 60, 70, 75, 80 litros. As mais utilizadas em montanhismo so de cordura que um tecido resistente abraso, composto de nylon de alta tenacidade, texturizado a ar durante o processo de extruso, adquirindo um aspecto spero e sem brilho, semelhante ao da lona de algodo. No absorve gua, no amassa, no mofa e seca rpido, e possui camada interna de resina que o torna impermevel.

Figura 4.4.1.1 63

4.4.2 FOGAREIRO Ideal para acampamento, devendo ser utilizado em conjunto com um pequeno recipiente de gs, que tem autonomia de cerca de 03h30min para cozinhar ou esquentar alimentos.

Figura 4.4.2.1

4.4.3 HEAD LAMP Ideal para iluminao noturna ou em locais escuros como: grutas, chamins e outros. Hoje em dia muito comum o uso de head lamp base de leds, que so micro-lmpadas que iluminam bem e consomem pouca bateria ou pilha.

Figura 4.4.3.1

4.4.4 REPELENTE Ideal para ser utilizado em acampamentos e caminhadas, e serve como proteo da pele contra ataques de mosquitos.

Figura 4.4.4.1

64

4.4.5 HIDRATAO

RESERVATRIO

DE

GUA

DE

POLIURETANO

PARA

Trata-se de um recipiente para gua que pode ser acondicionado na mochila. E tem por funo permitir que o montanhista se hidrate com maior rapidez e segurana.

Figura 4.4.5.1

4.4.6 FACO Tem como principal caracterstica a facilitao da limpeza de reas para movimentao ou retirada de vtimas de locais de difcil acesso, serve tambm como instrumento a facilitar a montagem de um acampamento. um equipamento de uso individual bastante til para solucionar problemas a todo o tempo na operao.

Figura 4.4.6.1

4.4.7 BINCULO Equipamento que auxilia a equipe de busca de forma a facilitar a localizao de vtimas, pontos de referncia, pontos de pouso, entre outros. Deve ser emborrachado para facilitar seu manuseio mesmo em situaes extremas.

Figura 4.4.7.1

65

4.4.8 BSSOLA E GPS Equipamentos indispensveis em operaes em terrenos montanhosos. Os mesmos so destinados a orientao no terreno e possuem boa eficincia, sendo o GPS - Global Sistem Positioning, ou sistema de posicionamento global, mais eficaz por possuir monitoramento via satlite. Nas operaes em terrenos montanhosos, a carta topogrfica do local de busca, apesar de toda esta tecnologia, complementa o uso dos mesmos.

Figura 4.4.8.1

4.4.9 BASTES PARA CAMINHADA Equipamento utilizado nas caminhadas em trilhas, e tem por funo reduzir o esforo por ocasio do transporte do peso na mochila. Existem modelos destinados a caminhada em neve e em terreno seco.

Figura 4.4.9.1

66

4.4.10 IMPERMEABILIZADOR DE MATERIAIS Essencial para proteo de equipamentos, documentos, ou qualquer outro tipo de material que possa se danificar em contato com a gua.

Figura 4.4.10

4.4.11 BM COM MATERIAL IMPERMEABILIZADO NO CERIMONIAL Na figura abaixo, o aluno do CSMont est com os seguintes kits de uso individual acondicionados em potes expostos e impermeabilizados: kit de montanhismo, kit de Higiene pessoal, kit de primeiros socorros, kit de manuteno de fardamento, kit de sobrevivncia, material didtico para anotao, kit de orientao, fardamento reserva e outros.

Figura 4.4.11.1

67

CAPITULO VCORDAS, CABOS E SUAS APLICAES 5.1 DEFINIO DE CORDA: Corda um conjunto de cordes de fibras e fios torcidos ou tranados entre si. 5.2 ELEMENTOS BSICOS 5.2.1 Fibra: a matria bsica de uma corda; 5.2.2 Fio: um conjunto de fibras; 5.2.3 Cordo: um conjunto de fios; 5.2.4 Capa: a camada externa de uma corda, que tem como caracterstica a flexibilidade e a proteo da alma; 5.2.5 Alma: parte interna de uma corda, que protegida pela capa, tem como caractersticas resistncia e elasticidade (alongamento). Capa Alma Cabo tranado Cabo torcido

Figura 5.2.6

Figura 5.2.7

5.3 TIPOS DE FIBRAS 5.3.1 Fibras vegetais: 5.3.1.1 Sisal ou henequm originrio do Mxico: fibras duras semelhantes aos cabos de manilha, so mais leves e menos resistentes que o cabo de manilha;

Figura 5.3.1.1.1 - cabo de sisal

5.3.1.2 Manilha (juta): so macias, deslizam bem sobre cadernais e roldanas, e quanto colorao, variam de branco amarelado ao castanho escuro; 5.3.1.3 Cnhamo: fibra vegetal mais forte que as anteriores, porm muito spera ao tato; Os cabos de origem vegetal possuem larga aplicao em trabalhos pesados tipo pistas de cordas e geralmente so cordas de grande dimetro fabricadas por torcimento; 68

Sofrem degradao acentuada quando expostas ao meio ambiente, principalmente quando molhadas, podendo apodrecer, mofar e at serem atacadas por fungos e outros microorganismos, sem revelar na aparncia o seu real estado de conservao; 5.3.2 Fibra animal: seda, crina e couro, que possuem uso limitado; 5.3.3 Fibra mineral: no CBMERJ tem seu uso em conjunto com o tirfor para aes de salvamento;

Fig. 5.3.3.1cabo de ao

Figs. 5.3.3.2 e 5.3.3.3cabo de ao tracionado

5.3.4 Fibras sintticas: so fibras derivadas do petrleo, possuindo uma resistncia muito superior s fibras dos cabos vegetais e animais do mesmo dimetro; 5.3.4.1 Polister: as fibras de polister tm alta resistncia quando midas, ponto de fuso em torno de 250C, boa resistncia abraso, aos raios ultra-violetas e a cidos e outros produtos qumicos, entretanto, no suportam foras de impacto ou cargas contnuas to bem quanto as fibras de poliamida. So utilizadas em salvamento e em ambiente industriais em conjunto com fibras de poliamida; 5.3.4.2 Perlon: trata-se de um filamento de nylon que recebe este nome, esta fibra presente em cordas dinmicas do CBMERJ, a mesma possui boa flexibilidade e elevada resistncia; 5.3.4.3 Kevlar: uma marca registada da DuPont para uma fibra sinttica de para-aramida muito resistente e leve.Trata-se de um polmero resistente ao calor e sete vezes mais resistente que o ao por unidade de peso. O kevlar usado na fabricao de cintos de segurana, cordas, construes aeronuticas e coletes prova de bala e na fabricao de alguns modelos de raquetes de tnis;

69

5.3.4.4 Poliamida: boa resistncia abraso, em torno de 10% mais resistente trao do que o polister, mas perde de 10 a 15% de sua resistncia quando mida, recuperando-a ao secar, possui excelente resistncia a foras de impacto. No CBMERJ utilizada em Salvamento em Montanha e Salvamento em Altura; 5.3.4.5 Polipropileno e polietileno: so fibras que no absorvem gua e so empregadas quando a propriedade de flutuar importante, como por exemplo: no Salvamento Aqutico. Porm, estas fibras se degradam rapidamente com a luz solar e, devido a sua baixa resistncia abraso, pequena resistncia a suportar choques e baixo ponto de fuso, no devem ser utilizadas para operaes de Salvamento em Altura e proibidas para trabalhos sob carga;

Figura 5.3.4.5.1 cabo de polietileno

5.3.4.6 A corda Kernmantle: as cordas de construo Kernmantle apresentam diversos tipos de alma e de capa, a alma da corda confeccionada por milhares de fibras de nylon torcidas juntas, formando cordes. Os mesmos so torcidos em direes opostas, metade direita e metade esquerda, para que a corda seja neutra, isto , no tora quando submetida a esforo, a palavra kernmantle tem origem alem (kern-alma e mantle-capa). A capa, geralmente colorida, que proporciona a maioria das

caractersticas de manuseio, sempre com referncia a construo da mesma, quanto maior for seu nmero de fios, maior ser sua resistncia abraso. Empresas fabricantes de cordas de kernmantle tranam as mesmas com 48 fios, utilizando a tecnologia de ltima gerao. A maior parte da fora da corda provida pela alma, e a capa funciona como uma cobertura protetora, isolando-a e a protegendo dos efeitos nocivos dos agentes externos. As cordas kernmantle tem todas as vantagens das cordas de nylon, mas minimizam os problemas como dureza, frico e excessiva elasticidade. 70

Segundo o que consta no informativo Betary treinamento tcnico disposto em www.betarytreinamento.com.br, para se ter uma idia da diferena entre a tecnologia imposta pela norma Brasileira e a tecnologia Kernmantle, uma corda de padro nacional de 12 mm oferece resistncia ruptura de no mximo 2.500 Kg. O mesmo dimetro de corda com o padro Kernmantle, oferece uma resistncia de 4.000kg. Isso se d provavelmente pela qualidade da trama. Proporo de capa e alma. E porque a corda padro NR 18 utiliza menos fios na fabricao, o que justifica tambm serem mais baratas.

5.3.4.7 Tecnologia dry: sistema utilizado por fabricantes de cordas de salvamento para que as mesmas que se mantenham secas, quando utilizadas em locais midos. Esta tecnologia evita que a corda congele em ambientes gelados, aumenta um pouco a sua resistncia abraso, reduz a absoro de raios ultra-violetas e a torna mais malevel. O tratamento dry consiste em um banho qumico com substncias repelentes gua aderida s fibras, que permite que as cordas flutuem lhe outorgando ainda uma maior resistncia abraso. O tratamento dry no degrada antes da terceira lavagem, desaparecendo totalmente aps a stima; 5.3.4.8 Spectra: fibra extremadamente forte e leve possui maior resistncia abraso que o kevlar, porm apresenta baixa elasticidade para absorver impactos. Possui um ponto de fuso muito baixo para poder ser utilizada com a maioria dos equipamentos de rapel, podendo ser utilizada no meio aqutico; 5.3.4.9 Cordas Tipo A, B, C, 1, gmeas, duplas e cabo de ao: Um dos modelos de cordas de fabricao europia utilizada para Salvamento em Altura, e presente no CBMERJ a semi esttica tipo A, como a Milet spelunca, francesa utilizada pelo Curso de Salvamento em Alturas, e composta de fibras a poliamida. A corda de fabricao europia semi-esttica tipo B limitada a certos tipos de salvamentos por possuir resistncia menor que a do tipo A, e no projetada para uso industrial e sua composio geralmente de fibras de poliamida.

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A corda utilizada para Salvamento em Montanha no CBMERJ atravs de tcnica de escalada a dinmica Tipo 1, ou seja corda simples, composta de fibras de poliamida, como por exemplo a francesa Milet top rock, utilizada pelo Curso de Salvamento em Montanha do CBMERJ. Existem tambm cordas dinmicas europias gmeas e duplas, geralmente com fibra de poliamida, e so utilizadas em duplas para tcnicas de escalada e tem seu maior uso no continente europeu. A corda de fabricao europia tipo C os fabricantes recomendam a sua aplicao em planos inclinados e sua composio de fibras de poliamida e possui baixo alongamento. No CBMERJ o cabo utilizado para esta finalidade o espia, possui as mesmas caractersticas supramencionadas, e um alerta visual de desgaste vermelho entre a capa e a alma, que ao aparecer indica sinal de desgaste. Este cabo fabricado sob encomenda para o CBMERJ. O cabo de ao presente nas viaturas de salvamento utilizado com equipamentos peculiares, como o tirfor, guincho fergon, grampo manilha, esticador / encolhedor, clips para emendas e sapatilho para construo de alas para ancoragens; Tirfor Guincho fergon Grampo manilha

Figura 5.3.4.9.1

Figura 5.3.4.9.2

Figura 5.3.4.9.3

Esticador / encolhedor

Ala com sapatilho

Ala com clips

Figura 5.3.4.9.4

Figura 5.3.4.9.5

Figura 5.3.4.9.6

Observao: No CBMERJ os equipamentos visualizados acima, so tambm utilizados para se esticar cabos de sisal de dimetros grossos para transposio de obstculos conhecidos por pista de cordas. 72

5.4 ESTRUTURA: o tipo de construo da estrutura das cordas ir definir se ela semiesttica, esttica ou dinmica. Nas cordas semi-estticas a estrutura da alma pode ser lisa e paralela, com elasticidade em torno de 2,6 a 4,8%, e nas cordas estticas podem ser tranados, dando - lhe a elasticidade natural entre 1 e 1,5%. J nas cordas dinmicas a alma representada por um conjunto de pequenos cabos torcidos em espiral, que o segredo para a absoro de choques, com elasticidade em torno de 6 a 8,8%. As cordas utilizadas no CBMERJ para descidas simples e com vtima, so de fibra de poliamida e certificadas para a atividade. O dimetro das cordas de salvamento existentes no CBMERJ varia de 10 a 12 mm de dimetro. As figuras abaixo ilustram uma corda semi-esttica Milet modelo spelunca utilizada pelo Curso de Salvamento em Alturas e pela Academia de Bombeiro Militar do CBMERJ, e a constituio da capa e alma de uma corda semiesttica:

Figura 5.4.1

Figura 5.4.2

A corda dinmica utilizada em Salvamento em Montanha atravs de tcnicas de escaladas, por ter muito boa elasticidade facilitando assim a absoro de choque no caso de quedas. No exemplo abaixo, h uma corda dinmica modelo top rock tipo 1, ou seja, corda dinmica simples de 60 metros de comprimento que est em uso no CBMERJ, conforme ilustra a figura 5.4.3, do fabricante francs Milet. A figura 5.4.4, demonstra como o processo de fabricao de uma corda dinmica, e a figura 5.4.5 como a constituio d