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    Um conjunto de engrenagens cnicas per-tencente a uma mquina comeou a apresentar rudos estranhos. O operador damquina ficou atento e preocupado e, sem saber direito o que fazer, desligou a

    mquina e chamou o mecnico de manuteno. Este ligou a mquina novamentepor alguns minutos e desligando-a falou para o operador:

    -O leo apresenta corpos estranhos e h alguma engrenagem com salincianos dentes! Vou verificar e ver o que pode ser feito.

    Como o mecnico de manuteno conseguiu detectar problemas no leoe nos dentes de uma engrenagem? Como ele vai resolver os problemas?

    Nesta aula, estudaremos a manuteno de engrenagens, alm da manuten-o de dois outros conjuntos mecnicos importantes: os variadores de velocida-

    de e os redutores de velocidade.

    Variador de velocidade

    O variador de velocidade um conjunto mecnico constitudo por diversoselementos de mquinas. Sua funo permitir a variao da velocidade detrabalho de outros elementos, sem perdas de muito tempo na troca de rotaes,desaceleraes, paradas, troca de alavancas e novas aceleraes.

    Funcionando suavemente, sem impactos, o variador de velocidade pode serpreparado para adaptar-se automaticamente s condies de trabalho exigidas.

    Normalmente, a variao de velocidade executada com a mquina emmovimento com baixa carga.

    Tipos de variadores de velocidade

    H dois tipos principais de variadores de velocidade: os de transmissopor correia e os de roda de frico.

    Variadores e redutoresde velocidade emanuteno de

    engrenagens

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    A U L A Variador com transmisso por correiaVariador com transmisso por correiaVariador com transmisso por correiaVariador com transmisso por correiaVariador com transmisso por correia -A mudana gradual da rotao natransmisso por correia obtm-se variando o dimetro de contato da correia comas polias. As distncias entre eixos podem permanecer variveis ou fixas,conforme ilustraes.

    Variador por roda de fricoVariador por roda de fricoVariador por roda de fricoVariador por roda de fricoVariador por roda de frico- Transmite o momento de giro por fricoentre duas rvores paralelas ou que se cruzam a distncias relativamente curtas.

    Esse mecanismo pode ser construdo de vrias formas, mostradas a seguir:

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    A U L ARedutor de velocidade

    conhecido por redutor o conjunto de coroa e parafuso com rosca sem-fimou de engrenagens acondicionado em uma carcaa com sistema de lubrificaoe destinado a reduzir a velocidade.

    Manuteno de variadores e redutores de velocidade

    Alm dos cuidados com rolamentos, eixos, rvores e outros elementosespecficos, a manuteno dos variadores de velocidade exige os seguintescuidados: Alinhamento e nivelamento adequados. Lubrificao correta. Inspees peridicas, com especial ateno aos mancais. Verificao dos elementos sujeitos ao atrito. Verificao dos elementos de ligao em geral.

    Quanto aos redutores de velocidade, especialmente os de engrenagens,os principais cuidados na manuteno so os seguintes: Na desmontagem, iniciar pelo eixo de alta rotao e terminar pelo de baixa

    rotao. Na substituio de eixo e pinho, considerar ambos como uma unidade, isto

    , se um ou outro estiver gasto, substituir ambos. Coroas e pinhes cnicos so lapidados aos pares e devem ser substitudos

    aos pares, nas mesmas condies. Os fabricantes marcam os conjuntos aospares e, geralmente, indicam suas posies de colocao que devem serrespeitadas.

    Medir a folga entre os dentes para que esteja de acordo com as especificaes. Proteger os lbios dos retentores dos cantos agudos dos rasgos de chaveta

    por meio de papel envolvido no eixo. No dilatar os lbios dos retentoresmais que 0,8 mm no dimetro.

    Manuteno de engrenagens

    Quando se fala em variadores e redutores de velocidade, no se podeesquecer de um elemento fundamental desses conjuntos: a engrenagem.Esse elemento de mquina exige uma ateno particular para o bom funcio-namento dos sistemas.

    Os conjuntos engrenados exigem os seguintes cuidados: Reverses de rotao e partidas bruscas sob carga devem ser evitadas. A lubrificao deve eliminar a possibilidade de trabalho a seco. A lubrificao deve atingir toda a superfcie dos dentes.

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    A U L A A lubrificao deve ser mantida no nvel. O excesso de leo provoca o efeitode turbina que, por sua vez, produz superaquecimento.

    Usar leo lubrificante correto. A pr-carga dos rolamentos ou a folga dos mancais devem ser mantidas

    dentro dos limites recomendados. Essa medida evitar o desalinhamentodos eixos. Eixos desalinhados provocam o aparecimento de carga no cantodos dentes e suas possveis quebras.

    O desgaste dos eixos e dos entalhes dos dentes das engrenagens no deveexceder os limites de ajuste. Se esses limites forem excedidos, ocorrero

    batidas devido ao atraso, recalcando os entalhes. Ocorrer desalinhamento,alm de efeitos nocivos sobre os flancos dos dentes da engrenagem.

    Depsitos slidos, do fundo da caixa de engrenagens, devem ser removidosantes de entrar em circulao.

    Defeitos mais freqentes em engrenagens

    Os defeitos mais freqentes em engrenagens esto descritos a seguir.

    Desgaste por interfernciaDesgaste por interfernciaDesgaste por interfernciaDesgaste por interfernciaDesgaste por interferncia provocado por um contato inadequado entre engrenagens, em que a carga

    total est concentrada sobre o flanco impulsor, e a ponta do dente da engrenagemimpulsionada.

    Desgaste abrasivoDesgaste abrasivoDesgaste abrasivoDesgaste abrasivoDesgaste abrasivo provocado pela presena de impurezas ou corpos estranhos que se

    interpem entre as faces de contato. As impurezas ou corpos estranhos podemestar localizados no leo usado nas engrenagens.

    Quebra por fadigaQuebra por fadigaQuebra por fadigaQuebra por fadigaQuebra por fadigaComea geralmente com uma trinca do lado da carga, num ponto de

    concentrao de tenses prximo da base do dente, e termina com quebra totalno sentido longitudinal ou diagonal, para cima.

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    A U L AO desalinhamento na montagem ou em servio pode favorecer o surgimentode trincas.

    Quebra por sobrecargaQuebra por sobrecargaQuebra por sobrecargaQuebra por sobrecargaQuebra por sobrecargaResulta de sobrecarga esttica, choques ou problemas de tratamentos

    trmicos. Geralmente, do lado da compresso do dente surge uma lombadacuja altura diminui de acordo com o tempo que o dente leva para se quebrar. interessante salientar que a trinca em um dente sobrecarregado no mostrasinais de progresso.

    A sobrecarga pode, tambm, ser causada pela penetrao de um corpoestranho entre os dentes, ou pelo desalinhamento devido ao desgaste ou folgaexcessiva nos mancais.

    Trincas superficiaisTrincas superficiaisTrincas superficiaisTrincas superficiaisTrincas superficiaisOcorrem nas engrenagens cementadas e caracterizam-se por cisalhamento

    do material. So causadas pelo emperramento momentneo e deslizamentoconseqente. Emperramento e deslizamento so provocados por vibraes,excesso de carga ou lubrificao deficiente. As trincas superficiais, se nosofrerem progresso, no causam maiores problemas.

    Desgaste por sobrecargaDesgaste por sobrecargaDesgaste por sobrecargaDesgaste por sobrecargaDesgaste por sobrecarga

    caracterizado pela perda de material sem a presena de abrasivos no leo.Ocorre geralmente em velocidades baixas e com cargas muito altas.

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    A U L A LascamentoLascamentoLascamentoLascamentoLascamentoOs dentes temperados soltam lascas, devido a falhas abaixo da superfcie

    originadas durante o tratamento trmico. Essas lascas podem cobrir uma reaconsidervel do dente, como se fosse uma s mancha.

    Laminao ou cilindramentoLaminao ou cilindramentoLaminao ou cilindramentoLaminao ou cilindramentoLaminao ou cilindramento caracterizada pela deformao do perfil do dente. Essa deformao

    pode se apresentar como arredondamentos ou salincias nas arestas dos dentes.Essas salincias so mais altas de um lado que do outro.

    A laminao ou cilindramento tambm pode apresentar-se como depressono flanco da engrenagem motora e uma lombada prxima da linha do dimetroprimitivo da engrenagem movida. causada pelo impacto sofrido pela engrena-gem, devido ao de rolar e deslizar sob carga pesada.

    Sintomas mais comuns de defeitos em engrenagens

    Baseado em alguns sintomas simples de serem observados, o operador damquina ou equipamento poder fazer ou solicitar uma manuteno preventiva,evitando, assim, a manuteno corretiva.

    Os sintomas mais simples ou comuns de defeitos em engrenagens soos seguintes:

    UivoUivoUivoUivoUivoNormalmente aparece nas rotaes muito altas e quando no existe folga

    suficiente entre as engrenagens ou quando elas esto desalinhadas, com excen-tricidade ou ovalizao.

    TinidoTinidoTinidoTinidoTinidoPode ser provocado por alguma salincia nos dentes, por alguma batida

    ou pela passagem de um corpo duro e estranho entre os dentes.

    MatraqueamentoMatraqueamentoMatraqueamentoMatraqueamentoMatraqueamento causado pela folga excessiva entre os dentes (distncia entre centros)

    ou, s vezes, pelo desalinhamento entre duas engrenagens.

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    A U L AChiadoChiadoChiadoChiadoChiadoNormalmente ocorre em caixa de engrenagens quando a expanso trmica

    dos eixos e componentes elimina a folga nos mancais ou nos encostos.

    Limalha no leoLimalha no leoLimalha no leoLimalha no leoLimalha no leoSe aparecer em pequena quantidade durante as primeiras 50 horas de

    servio, trata-se, provavelmente, de amaciamento. Caso a limalha continueaparecendo aps o amaciamento, significa a ocorrncia de algum dano que podeser provocado por uma engrenagem nova no meio das velhas ou, ento, empregode material inadequado na construo das engrenagens.

    SuperaquecimentoSuperaquecimentoSuperaquecimentoSuperaquecimentoSuperaquecimentoPode ser causado por sobrecarga, excesso de velocidade, defeito de refrige-

    rao ou de lubrificao. Se a circulao do leo estiver excessiva, pode, ainda,ocorrer o fenmeno da freagem hidrulica com perda de potncia do sistema.Os desalinhamentos e folga insuficiente entre os dentes tambm geram supera-quecimento.

    VibraoVibraoVibraoVibraoVibrao

    Pode ser causada por empenamento dos eixos ou por falta de balanceamentodinmico nas engrenagens de alta rotao ou, ainda, por desgaste desigual nasengrenagens.

    A vibrao pode ser causada, tambm, pelos seguintes fatores: erro defabricao; mau nivelamento da mquina no piso; fundao defeituosa; sobre-carga com toro dos eixos e perda de ajuste dos mancais.

    Montagem e desmontagem de engrenagensem conjuntos mecnicos

    Os seguintes cuidados devero ser observados para se obter um melhoraproveitamento e um melhor desempenho das engrenagens em conjuntosmecnicos:

    Antes de comear a retirar as engrenagens, verificar como esto fixadasno eixo e se esto montadas com interferncia ou no.

    No usar martelo para retirar as engrenagens do eixo para evitar danos aosdentes. Utilizar um saca-polias ou uma prensa hidrulica. Se no se dispuserde um saca-polias ou de uma prensa hidrulica, bater cuidadosamente comum tarugo de material metlico macio.

    Caso o conjunto mecnico no possua catlogo ou manual, verificar a posio

    ocupada pela engrenagem na montagem, fazendo marcaes ou croqui.Isso evitar erros quando o conjunto tiver de ser montado novamente . As engrenagens devem sempre ser acondicionadas na vertical e no

    empilhadas umas sobre as outras. Essa medida evitar danos aos dentes. Na montagem deve ser observada a posio original de cada elemento. Evitar pancadas quando estiver montando, para no danificar os dentes das

    engrenagens. Fazer uma pr-lubrificao nas engrenagens durante a montagem.

    Essa medida evitar danos posteriores s engrenagens, que s receberolubrificao total depois de um certo tempo de funcionamento.

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    A U L A Fazer um acompanhamento nas primeiras 50 horas de trabalho para verifi-car o funcionamento e amaciamento das engrenagens novas.

    Assinale com X a alternativa correta.

    Exerccio 1Exerccio 1Exerccio 1Exerccio 1Exerccio 1O redutor de velocidade um conjunto de:a)a)a)a)a) ( ) engrenagens cnicas;

    b)b)b)b)b) ( ) coroa e parafuso com rosca sem-fim;c)c)c)c)c) ( ) engrenagens de dentes retos;d)d)d)d)d) ( ) engrenagens cnicas e sem-fim;e)e)e)e)e) ( ) roscas sem-fim.

    Exerccio 2Exerccio 2Exerccio 2Exerccio 2Exerccio 2A desmontagem de um redutor de velocidade deve ser iniciada a partir do:a)a)a)a)a) ( ) eixo de alta rotao;

    b)b)b)b)b) ( ) eixo de baixa rotao;c)c)c)c)c) ( ) sistema de engrenagens;

    d)d)d)d)d) ( ) sistema de rolamentos;e)e)e)e)e) ( ) mancal de deslizamento.

    Exerccio 3Exerccio 3Exerccio 3Exerccio 3Exerccio 3Um sistema possui engrenagens e pinhes. Se um desses elementos estivergasto recomenda-se substituir:a)a)a)a)a) ( ) apenas as engrenagens;

    b)b)b)b)b) ( ) apenas os pinhes;c)c)c)c)c) ( ) o elemento que estiver mais gasto;d)d)d)d)d) ( ) ambos os elementos;e)e)e)e)e) ( ) a mquina nas quais eles se encontram.

    Exerccio 4Exerccio 4Exerccio 4Exerccio 4Exerccio 4A sobrecarga de trabalho, o excesso de velocidade, a falta de refrigerao ede lubrificao em engrenagens sinalizam o seguinte sintoma de defeito:a)a)a)a)a) ( ) vibrao;

    b)b)b)b)b) ( ) chiado;c)c)c)c)c) ( ) limalha no leo;d)d)d)d)d) ( ) matraqueamento;e)e)e)e)e) ( ) superaquecimento.

    Exerccio 5Exerccio 5Exerccio 5Exerccio 5Exerccio 5Examine a figura que mostra dois dentes de uma engrenagem e assinale o

    tipo de defeito apresentado.

    a)a)a)a)a) ( ) desgaste abrasivo;b)b)b)b)b) ( ) quebra por fadiga;c)c)c)c)c) ( ) trincas superficiais;d)d)d)d)d) ( ) lascamento;e)e)e)e)e) ( ) cilindramento.

    Exerccios