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MATURAÇÃO DA UVA MATURAÇÃO DA UVA E GESTÃO DA QUALIDADE E GESTÃO DA QUALIDADE aaaa aaaa Análise Sensorial da Uva: Prof. Leonardo Cury Prof. Leonardo Cury Análise Sensorial da Uva: Princípio, método e registro sintético 1

MATURAÇÃO DA UVA E GESTÃO DA QUALIDADE 3 - Degustação de bagas _(parte... · A maturação da uva é um fenômeno complexo e métodos usuais de análise não são suficientes

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MATURAÇÃO DA UVA MATURAÇÃO DA UVA E GESTÃO DA QUALIDADEE GESTÃO DA QUALIDADE

aaaaaaaa

Análise Sensorial da Uva:

Prof. Leonardo Cury Prof. Leonardo Cury

Análise Sensorial da Uva:Princípio, método e registro sintético

1

O que o método ICV (Institut Coopératif du Vin)

Criado por J. ROUSSEAU do ICV - Departamento de Vinhas e Vinhos;

A maior sociedade de consultoria vitivinícola do mundo:

70 consultores de viticultura e enologia

10 laboratórios de análise de uva e vinho;

Atende 1000 empresas privadas, 500 vinícolas e cooperativas;

Responsável por mais de 17 milhões de hectolitros em toda a regiãoResponsável por mais de 17 milhões de hectolitros em toda a regiãocentral da França + Côte du Rhone

Cinco departamentos especializados (Montpellier).

Necessidade de encontrar termos e métodos similares e comuns para o intercâmbio de experiências acelerando o

desenvolvimento do conhecimento (padronização).

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Dez centros enológicos na zona central do mediterrâneo e do Vale do Ródano:

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Porque um método de degustação de uvas?

Para elaborar grandes vinhos é necessário ter uvas com maturação tecnológica e fenólica completa;

A maturação da uva é um fenômeno complexo e métodos usuais de análise não são suficientes para caracterizá-la (Brix, Babo);

Metodologias de mensuração da maturação fenólica (laboratoriais), são demoradas, não se realizam “in locu”, necessitam reagentes e pessoal demoradas, não se realizam “in locu”, necessitam reagentes e pessoal especializado;

As características da uva precedem as do vinho;

A análise sensorial da baga é um método de avaliação precioso quando em condição normatizada.

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MAS!MAS!

A uva dentro do espaço amostral é heterogênea e sua composição distinta com a evolução do processo de maturação;

É uma produção sazonal e dependente das relações climáticas, solo e manejo.

LOGOLOGO

Cuidado!!!!

LOGOLOGO

É necessário um método rigoroso de determinação da adequada maturação das bagas colhidas ao fim da maturação fenólica e tecnológica.

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Os princípios da ASDQASDQ(Análise Sensorial Descritiva Quantificada)

Otimização dos princípios sensoriais padronizados, a partir de descritoresque possam se quantificados;

Método simples a ser utilizado por enólogos e viticultores para verificar o ponto ideal de colheita (maturação fenólica e tecnológica completa);

Implementar um protocolo que permita a realização de sessões de Implementar um protocolo que permita a realização de sessões de degustação em condições comparáveis (mundial).

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Características da análise sensorial

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Não Preciso (Repetibilidade)Não exato (Amostragem)

Variabilidade na amostragem (amostra não condizente);Falta de repetibilidade (duplicatas, triplicatas, quadruplicatas).

Características da análise sensorial

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Preciso (Repetibilidade)Não exato (Amostragem)

Variabilidade na amostragem (amostra não condizente);Houve repetibilidade (duplicatas, triplicatas, quadruplicatas).

Características da análise sensorial

Ideal na análise sensorial da uvaSELEÇÃO E FORMAÇÃO DE PROVADORES (DESCRITORES)

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Preciso (Repetibilidade)Exato

Variabilidade na amostragem (amostra condizente);Houve repetibilidade (duplicatas, triplicatas, quadruplicatas).

Princípios da análise sensorial

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Conhecer os princípios da análise sensorial e os seus limites:

Sensação (paladar) (1);

Percepção (cérebro, banco de sensações gustativas) (2);

Tradução da sensação em algo normatizado (3).

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11 Frutado (3)Frutado (3)

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Os princípios da ASDQ/ICV para a uva

Descritores pertinentes, mensuráveis e acessíveis a todos os provadores:

Aromas: 2 grandes famílias;

Espessura da película (característica interessante mas de difícil mensuração);

Escala sempre estruturada de 1 a 4 (da menor intensidade para a maior);

Codificação de cada nível para limitar a variabilidade da classificação dos

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Codificação de cada nível para limitar a variabilidade da classificação dos membros provadores;

Não se trabalha com média;

Características descritas devem evoluir no mesmo sentido (1 imaturo ao 4 maturação completa);

Exceto para parâmetros de acidez, adstringência, aromas herbáceos, permitindo a correlação com a ASDQ dos vinhos.

Composição da uva

Alguns aspectos indispensáveis:

Maturação fenólica (película);

Maturação tecnológica (polpa):Polpa: Acúmulo de açúcares, redução da

acidez (ácido málico), acúmulo de potássio, solubilização de Polissacarídeos

e ligeiro desenvolvimento de aromas

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Película: Acúmulo de compostos aromáticos e de antocianos;

taninos (elevado grau de polimerização), redução da

adstringência e da secura dos taninos, hidrólise das paredes

celulares, aumento da extratibilidade

Semente: Taninos com baixo grau de polimerização, lignificação,

coloração, redução da adstringência

O acúmulo de carboidratos nos cachos é realizado de forma aleatória e dependente do potencial hídrico (água + carboidratos) via floema

Acúmulo de carboidratos

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Acúmulo de carboidratos

B

A concentração e acúmulo de carboidratos é variável durante a maturação

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12,5 14

12,5 14

12,5 1412,5 14

Evolução da maturação tecnológica

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Evolução da maturação fenólica

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Maturação fenólica

Não ocorre variação quantitativa e na composição dos taninos após a virada de cor;

A extração dos taninos e outros polifenois presentes no mosto aumenta com o avanço na maturação da uva;

Ocorre a hidrólise das paredes celulares, tornando-as mais fracas, aumentando a extração de fenóis;

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a extração de fenóis;

Os taninos são percebidos com mais suavidade, menos secos e menos adstringentes;

Ao fim da maturação os taninos são polimerizados de forma majoritária e “revestidos” por polissacarídeos reduzindo a sensação de adstringência.

Maturação fenólica

A capacidade de extração dos polifenóis varia em função da sua localização e do estado de degradação da parede celular

Vacúolos

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Membrana protoplasmática

Parede celular

Maturação fenólica - Submaturação

Taninos secos (duros) e adstringentes;

Baixa extração fenólica da baga.

Polissacarídeos

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Paredes duras e espessas e vacúolos ricos em taninos pouco polimerizados e não revestidos

por polissacarídeos

Maturação fenólica – Maturação fenólica completaTaninos moles e pouco adstringentes “redondos”;

Alta extração fenólica da baga.

Polissacarídeos

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Degradação de paredes (Celulases e Hemicelulases) ricos em taninos com alta polimerização e revestidos

por polissacarídeos

Aromas herbáceos

Oxidação dos lipídios das uvas por ação da lipoxigenase;

Produção de compostos tipo hexanol, hexanal;

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Aparente como reflexo de movimentos mecânicos, esmagamento ou mastigação;

Reduz ao longo da maturação fenólica e tecnológica (redução da lipoxigenase);

Processo comum a todos os vegetais.

Aromas herbáceos das bagas - Metoxopirazina

Metoxipirazinas (gosto e cheiro herbáceo), aromas de pimentão verde típicos de algumas cultivares e clones (Cabernet Sauvignon, Sauvignon Blanc);

Redução ao longo da maturação;

Síntese e liberação favorecida pelo vigor e sombreamento no dossel vegetativo;

Degradação favorecida pelo manejo adequado de poda verde (desponte,

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Degradação favorecida pelo manejo adequado de poda verde (desponte, desfolha, desbrote e retirada de feminelas, favorecendo à exposição dos cachos à luz.

Compostos aromáticos voláteis das bagas

Presentes na uva sob forma definitiva principalmente como isoprenóides;

Mais de 50% das substâncias aromáticas na uva ligados às partes sólidas sobretudo na película;

Limite de percepção muito baixo (extremamente voláteis)

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Compostos aromáticos frutados nas bagas (terpenos)

Monoterpenos remetem ao gosto frutado (citrinos), reforçado pela presença de carboidratos;

Terpenóides são os principais responsáveis pelos aromas típicos moscatéis;

Ocorre o aumento ao longo da maturação fenólica;

Ocorre aumento da degradação sob alta temperatura (desfolha excessiva) e

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Ocorre aumento da degradação sob alta temperatura (desfolha excessiva) e ataque de doenças fúngicas;

Degradação em sobrematuração.

Precursores do aroma nas bagas

Originam compostos aromáticos formados durante a prensagem e fermentação;

Ácidos graxos;

Carotenóides (norisoprenoides);

Compostos fenólicos;

Precursores glicosados;

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Precursores sulfurados (Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Sauvignon Blanc):

Imperceptíveis nas bagas;

Neutros na análise sensorial das bagas.

Estado das paredes x difusão na classificação sensorial

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Polpa: menor resistência das paredes celulares, enriquecimento em pectina facilitando a libertação de mosto;

Película: menor resistência das paredes celulares, maior extração de compostos

fenólicos dos vacúolos celulares.

Maturação retardada nos ombros e extremidades dos cachos voltados à sobra no dossel

vegetativo

Terço médio e proximal do cacho exposto à

Variação da maturação no cacho

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Bagas em estado de maturação menos avançado (menos

carboidratos e maior acidez) devido ao maior fluxo de água

no terço proximal do cacho)

do cacho exposto à radiação solar em estado

de maturação mais avançado (maior concentração de

carboidratos e menor de ácidos orgânicos

Amostragem de bagas no vinhedo

Latada, Alberello

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Espaldeira, Manjedoura, GDC, U Californiano, Semi-latada...

Latada, Alberello

Eleger linhas ao acaso amostrando em ambos os lados (leste e oeste);

Amostragens realizadas preferencialmente pela mesma pessoa;

Evitar plantas dos extremos das fileiras (bordaduras);

Amostrar ao menos 20 plantas em cada passada cobrindo ao menos 50% do vinhedo.

Amostragem de bagas no vinhedo

11 11

1111

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Eleger os cachos ao acaso:

Amostrar cinco bagas de cada cacho:

2 bagas: um de cada ombro (proximal);

1 baga da parte mediana sombreada;

1 baga da parte mediana do lado exposto à radiação solar;

1 baga da extremidade distal do cacho.

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OBRIGADO PELA ATENÇÃOOBRIGADO PELA ATENÇÃO

[email protected]

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