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17 JUL 2001 MCA 174-1 COMANDO DA AERONÁUTICA CONTABILIDADE MCA 174-1 MANUAL DE ORIENTAÇÃO SOBRE TOMADA DE CONTAS ESPECIAL 17 JUL 2001

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17 JUL 2001 MCA174-1

COMANDO DA AERONÁUTICA

CONTABILIDADE

MCA 174-1

MANUAL DE ORIENTAÇÃO SOBRE TOMADADE CONTAS ESPECIAL

17 JUL 2001

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COMANDO DA AERONÁUTICASECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS DA AERONÁUTICA

CONTABILIDADE

MCA 174-1

MANUAL DE ORIENTAÇÃO SOBRE TOMADADE CONTAS ESPECIAL

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COMANDO DA AERONÁUTICASECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS DA AERONÁUTICA

PORTARIA Nº 49/SEFA, de 25 de junho de 2001.

Aprova o Manual de Orientação SobreTomada de Contas Especial.

O SECRETÁRIO DE ECONOMIA E FINANÇASDA AERONÁUTICA, com fundamento nos incisos III e V, do artigo18, da Lei nº10.180, de 6 de fevereiro de 2001; nos incisosXIII, XV e XX, do artigo 4º, do Regulamento da Secretaria deEconomia e Fina nças da Aeronáutica, aprovado pela Portarianº66/GC6, de 9 de fev ereiro de 2000; e no Anexo 1 da ICA 5-1,aprovada pela Portaria COMGEP nº139/5EM, de 27 de outubro de2000, resolve:

Art. 1º Aprovar a edição do MCA174-1 “Manual de Orientação sobre Tomada de Contas Especial”.

Art. 2º Este Manual e ntra em vigorna data de sua publicação no Boletim Externo da SEFA.

(a)Ten.-Brig.-do-Ar FERNANDO DE ALMEIDAVASCONCELLOS

Secretário de Economia e Finanças da Aeronáutica

(Bol. Ext. Ost. Nº 007, de 17 de julho de 2001, da SEFA)

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LISTA DE ABREVIATURAS

C/C - Combinado com

CC - Código Civil Brasileiro

CP - Código Penal Brasileiro

CPC - Código de Processo Civil Brasileiro

DARF - Documento de Arrecadação de Receitas Federais

DOU - Diário Oficial da União

IN – Instrução Normativa do Tribunal de Co ntas da União

IPM – Inquérito Policial Militar

LO – Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União

MPU - Ministério Público da União

PCA – Prestação de Contas Anual

RADA – Regulamento de Administração da Aeroná utica

RITCU – Regimento Interno do Tribunal de Contas da União

SECEX - Secretaria de Controle Externo do Tribunal de Contasda União

SEFA – Secretaria de Economia e Finanças da A eronáutica

SIAFI - Sistema Integrado de Administração Financeira doGoverno Federal

STN - Secretaria do Tesouro Nacional

SUAUD – Subsecretaria de Auditoria da SEFA

SUCONT – Subsecretaria de Contabilidade da SEFA

SUFIN – Subsecretaria de Administração F inanceira da SEFA

TCA – Tomada de Contas Anual

TCDF – Tribunal de Contas do Distrito F ederal

TCE – Tomada de Contas Especial

TCU – Tribunal de Contas da União

UT – Unidade Técnica do TCU

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LISTA DE CONCEITUAÇÕES

Neste Manual, os termos, a seguir, têm o significado aolado anotados.

Adimplemento: é o mesmo que pagamento.Adimplida: é o mesmo que paga.Alcance: é apropriação, extravio, desvio ou falta

verificada na Prestação de Contas, de dinheiro ou valoresconfiados à guarda de alguém em razão do cargo ou função.

Alçada: é um limite de competência, em razão do valor dacausa, a partir do qual o juiz não julga ou julga sem r ecurso.

Ampla Defesa: consiste na possibilidade de utilizaçãopelas partes da lide de todos os meios e recursos legaisprevistos para a defesa de seus interesses e direitos postos emjuízo.

Anexo: é o conjunto de peças processuais segregado docorpo do processo, por conveniência da organização dos autos oupor determinação normat iva.

Apartado: é o processo formado a partir da extração deelementos de outro.

Apensamento: é a junção de dois ou mais processos paratramitação co njunta.

Ausente: é a pessoa que desaparece de seu domicílio, semdar notícia de seu paradeiro e sem deixar um representante ouprocurador para administrar-lhe os bens.

Autor: é aquele que intenta demanda judicial.Autoridade Administrativa Competente: é o Comandante,

Diretor, Chefe, Agente Diretor ou Ordenador de Despesas.Avença: é o acordo ou ajuste entre litigantes. Importância

paga por serviços durante certo prazo. Quantia certa que se pagaantecip adamente por conta de impostos de consumo.

Capacidade: é a medida da personalidade de um indivíduo. Aque todos possuem é a capacidade de direito (de aquisição ou degozo de direitos). Contudo, nem todos possuem a capacidade defato (de exercício do Direito), que é a aptidão para exercer,por si só, todos os atos da vida civil, também chamada de“capacidade de ação”.

Citação: é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou ointeressado a fim de se defender.

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Coação: é toda ameaça ou pressão exercida sobre umindivíduo para forçá-lo, contra a sua vontade, a praticar umato.

Contraditório: consiste na outorga de efetiva participaçãodas partes da lide na formação do convencimento do juiz queprolatará a sentença. Por ele se possibilita, às partes da lide,a oportunidade de manifestação a cada fato novo surgido noprocesso, de modo que, da tese desenvolvida pelo autor e daantítese trazida pelo réu, possa o juiz deduzir a síntese.

Confissão: é a parte da lide que admite a verdade de umfato contrário ao seu interesse e favorável ao adversário. Podeser feita em juízo ou fora dele.

Conduta: é a materialização da vontade humana, que podeser exec utada por um único ou por vários atos.

Crime culposo: é aquele resultante da inobservância de umcuidado necessário, manifestada na conduta produtora de umresultado objetivamente previsível, através de imprudência,negligência ou imperícia.

Culpabilidade: é a reprovabilidade da conduta do agenteimputável que, com potencial consciência da ilicitude, poderiater agido de outro modo.

Despachos: são as ordens dispondo sobre o andamento de umprocesso.

Dolo: é o induzimento malicioso à prática de um ato,prejudicial sobre quem se pratica mas proveitoso ao autor dodolo ou te rceiro.

Domicílio: é a sede jurídica da pessoa, onde ela sepresume presente para efeitos de direito. É onde a pessoapratica habitualmente seus atos e negócios jurídicos.

Dosimetria: é a determinação apurada e sistemática dasdoses.

Evento: é qualquer acontecimento.Formas de Conduta: podem exteriorizar-se através de:1. Ação – é um comportamento positivo: fazer, realizar

algo;2. Omissão – é um comportamento negativo: abstenção, um não

fazer.Excludente: que exclui.Fundamentação: a Constituição Federal exige dos Órgãos da

jurisdição a motivação explícita de todos os seus atosdecisórios.

Ilícito: é o ato contrário à moral e/ou ao Direito e/ou àsnormas vigentes.

Iminente: que ameaça acontecer breve.

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Imperícia: é a incapacidade ou a falta de conhecimentostécnicos no exercício de arte ou ofício. A imperícia pressupõesempre a qualidade ou habilitação legal para a arte ou ofício.

Imprudência: resulta da imprevisão do agente em relação àsconseqüências de seu ato, quando poderia e deveria prevê-las.

Intimação: é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dosatos ou termos do processo, para que se faça ou deixe de fazeralguma co isa.

Lícito: é o ato de conformidade com os preceitos legais.Lide: é o conflito de interesses qualificado pela

existência de uma pretensão resistida.Negligência: é uma conduta negativa, uma omissão quando o

caso impõe uma ação preventiva. É a ausência de uma precauçãoque dá causa ao resultado.

Nexo Causal: é a relação natural de causa e efeitoexistente entre a conduta do agente e o resultado deladecorrente.

Notificação: é a ação praticada para prevenir e resguardardireitos. Pode ser judicial ou extrajudic ial.

Olvidar: é deixar cair no esquecimento, esquecer.Oitiva: é ouvido ou audição.Outorgo: ato ou efeito de outorgar, consentimento,

concessão, aprovação.Pena: é a retribuição imposta pelo Estado em razão da

prática de um ilícito e consiste na privação de bens jurídicosdeterminada pela lei.

Preclusão: é a perda de uma determinada faculdadeprocessual civil, ou pelo não exercício dela na ordem legal, oupor haver-se realizado uma atividade incompatível com esseexercício ou, ainda, por já ter sido ela validamente exercitada.

Pretensão: é a exigência, pedido ou postulação que a parteexpõe perante o juiz.

Princípio: pode ser definido como a verdade básicaimutável de uma ciência, funcionando como pilar fundamental daconstrução de todo o estudo doutrinário.

Procedimento: é a forma como o processo se exterioriza ese materializa no mundo jurídico. É através do procedimento queo processo age.

Processo: é o instrumento colocado à disposição doscidadãos para a solução de seus conflitos de interesses e peloqual o Est ado exerce a jurisdição.

Processos Conexos: são os processos nos quais os objetossão comuns, ainda que um deles possua maior abra ngência.

Processo Dependente: é o processo cujo exame d epende dadecisão final a ser tomada em outro processo.

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Publicidade: é o princípio pelo qual todos os atospraticados em juízo devem ser tornados públicos como forma decontrole da atividade jud icial pelas partes e garantia da lisurado procedime nto.

Resultado: é a modificação do mundo exterior provocadapela cond uta do agente.

Revel: diz-se do réu que, citado para responder a uma açãocivil ou penal, não apresenta defesa no prazo da lei, correndocontra ele todos os demais prazos, independentemente denotificação ou de intimação.

Sentença: é o ato pelo qual o juiz põe termo ao processo.Sigiloso: é todo documento, assunto ou processo que, por

natureza ou quando a preservação de direitos individuais e ointeresse público o exigirem, deva ser de conhecimento restritoe, portanto, requeira medidas especiais para sua segurança esalvaguarda (Constituição Federal, art. 5º, incisos X, XII eXIV).

Simulação: é uma declaração falsa ou enganosa da vontade,visando a aparentar efeito diverso daquele que nela se indica.

Sobrestar: é suspender, sustar ou retardar.Sopesando: considerando.“STRITO SENSU”: é o entendimento restrito.Sub-rogação: é a substituição de uma pessoa por outra, na

mesma relação jur ídica, ou a transferência das qualidadesjurídicas de uma coisa para outra que pertence ao mesmopatrimônio.

Volitivo: diz respeito à volição ou à vontade.Volume: é a divisão física dos autos.

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SUMÁRIO

PREFÁCIO ................................ ..................... 13

APRESENTAÇÃO ................................ ................. 15

1 DISPOSIÇÕES PRELIM INARES................................ .. 17

1.1 FINALIDADE ................................ .......... 171.2 ABORDAGEM GERAL ................................ ..... 171.3 ÂMBITO ................................ .............. 17

2 INFORMAÇÕES GERAIS ................................ ........ 19

2.1 TOMADA DE CONTAS ESPECIAL ........................... 192.2 FATOS ENSEJADORES DA TCE ............................ 192.3 DISPENSA DA INSTAURAÇÃO ............................. 202.4 LEGISLAÇÃO ................................ .......... 202.5 RESPONSÁVEL PELA INSTAURAÇÃO DA TCE ................. 212.6 ETAPAS A SEREM SEGUIDAS PELA AUTORIDADE

ADMINISTRATIVA PARA A INSTAURAÇÃO DA TCE ............ 212.7 PEÇAS BÁSICAS DE UMA TCE ............................ 222.8 VALORES PARA A ELABORAÇÃO DE TCE SOB FORMA

SIMPLIFICADA ................................ ........ 242.9 APRESENTAÇÃO DA PRESTAÇÃO DE CONTAS OU RECOLHIMENTO

DO DÉBITO APÓS ENCAMINHAMENTO DO PROCESSO AO TCU .... 252.10 ENCAMINHAMENTO DA TCE AO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 252.11 INSTRUÇÃO DA TCE PELO TCU ........................... 252.12 JULGAMENTO DAS TCE PELO TCU ......................... 272.13 SANÇÕES AOS AGENTES PÚBLICOS CUJAS CONTAS FOREM

JULGADAS IRREGULARES ................................ 283 A FORMAÇÃO DO PROC ESSO................................ .... 30

3.1 NOÇÕES PRELIMINARES ................................ . 303.2 OBJETIVOS DA ATIVIDADE DA COMISSÃO .................. 303.3 ELEMENTOS ESSENCIAIS ................................ 313.4 DOCUMENTOS QUE DEVEM SER JUNTADOS QUANDO A TCE SE

REFERIR A CONVÊNIO OU INSTRUMENTOS CONGÊNERES ....... 413.5 PROVIDÊNCIAS A SEREM ADOTADAS PELO TCU QUANDO FALTAR

DOCUMENTO ESSENCIAL ................................ . 444 DA FASE INTERNA ................................ ........... 45

4.1 DO INÍCIO DO PROCESSO ............................... 454.2 DAS PROVAS ................................ .......... 534.3 TCE DE RITO SIMPLIFICADO ............................ 654.4 VALOR DE ALÇADA ................................ ..... 664.5 DA CONCLUSÃO DA COMISSÃO ............................ 674.6 RELATÓRIO CONCLUSIVO ................................ 674.7 ELEMENTOS ESSENCIAIS DO RELATÓRIO ................... 694.8 FORMA DE APRESENTAÇÃO ............................... 704.9 RECORRIBILIDADE DA CONCLUSÃO ........................ 704.10 REMESSA À AUTORIDADE INSTAURADORA ................... 714.11 PROVIDÊNCIAS DA SUCONT .............................. 71

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4.12 RELATÓRIO E CERTIFICADO DE AUDITORIA ................ 714.13 A AÇÃO DA UNIDADE SETORIAL DE CONTROLE INTERNO ...... 714.14 VERIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS DO PROCESSO ............... 724.15 O PARECER DA UNIDADE SETORIAL DE CONTROLE INTERNO ... 724.16 MANIFESTAÇÃO DO COMANDANTE DA AERONÁUTICA E

PRONUNCIAMENTO DO MINISTRO DE ESTADO DA DEFESA ...... 734.17 REMESSA AO TRIBUNAL DE CONTAS ....................... 734.18 ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO DA TCE ...................... 74

5 DISPOSIÇÕES FINAIS ................................ ........ 77

5.1 COMO SOLICITAR UMA TCE .............................. 775.2 DÚVIDAS E SUGESTÕES ................................ . 775.3 ENDEREÇO PARA CONTATO DIRETO COM A

SEFA/SUCONT/SUCONT-3 ................................ 78BIBLIOGRAFIA ................................ ................. 79

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PREFÁCIO

A idéia de se editar um Manual de Orientação sobreTomada de Contas Especial surgiu, aos poucos, na Secretaria deEconomia e Finanças da A eronáutica – SEFA.

Este tipo de processo administrativo é, relativamente,novo e a legislação que dele trata é difusa.

Por outro lado, sempre que os Agentes ou Auxiliares daAdministração do Comando da Aeronáutica eram designados paracompor comissões específicas para preparar uma Tomada de ContasEspecial-TCE, eles sentiam a necessidade da existência de umdocumento único, que mesmo que não encerrasse toda a legislaçãosobre a matéria, ao menos consolidasse as informações básicas enecessárias para o trabalho a ser realizado.

Por esse motivo julgou-se que, sendo a SEFA o ÓrgãoSetorial de Controle Interno do Comando da Aeronáutica, caberiaa sua Su bsecretaria de Contabilidade a inclusão, no Programa deTrabalho Anual – PTA/2001, a meta de preparação do presenteManual.

Faz-se necessário comentar que este manual não sedestina a ensinar procedimentos ou doutrinas, mas apresentar umacronologia de passos e atos que devem ser seguidos,“incontinenti”, para uma finalização completa, objetiva e diretado processo.

Em face da pouca literatura específica sobre oassunto; de várias legislações esparsas que tratam do tema; dasexperiências já vivenciadas na SEFA; da necessidade premente dedirecionar o entendimento sobre o assunto; de cumprir a metadeterminada pelo PTA/2001 da SEFA; e de atender disposiçãoregimental da Subsecretaria de Contabilidade, a Divisão deAnálise da SUCONT produziu o presente manual, como forma deatingir as n ecessidades citadas, bem como de padronizar, noâmbito do Comando da Aeronáutica, o entendimento e as diretivasque nortearão os po stulantes à realização desse processoespecial e extraordinário de apuração adm inistrativa.

De maneira geral, elaborou-se um manual direto,conciso e objetivo, expresso em linguajar ao alcance dacompreensão dos Agentes e dos Auxiliares de Agentes daAdministração do Comando da Aeroná utica.

Trata-se, na verdade, de um extrato simplificado daLei Orgânica e do Regimento Interno do Tribunal de Contas daUnião - RITCU alicerçado na excepcional interpretação dorenomado Proc urador do Ministério Público junto ao Tribunal de

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Contas do Distr ito Federal, Dr. Jorge Ulisses Jacoby Fernandes,em seu compêndio – “Tomada de Contas Especial – Processo eProcedimento nos Tribunais de Contas e na AdministraçãoPública”; nos apontamentos de códigos e de livros jurídicoscivis, penais e administrativos; e, na longa experiência logradano acompanhamento desses processos na SEFA.

O manual espelha considerações gerais sobre o processode Tomada de Contas Especial.

Para a realização de uma Tomada de Contas Especial édesnecessário comentar que, além do manual, deverão serconsultados todos os outros instrumentos legais atualmentevigentes e que se encontram na bibliografia especificada nofinal deste compêndio.

Os membros de uma Comissão que tenha sido designadapara realizar uma TCE poderão encontrar, no Capítulo IV, todosos procedimentos básicos necessários para a realização dostrabalhos. Neste capítulo há um verdadeiro “ check-list” dasprovidências a serem tomadas.

Finalmente, toda esta estrutura do manual só fazressaltar o seu caráter de um guia de alto nível técnico para osapreciadores deste novo tipo de conhecimento.

Um simples manual não poderá almejar originalidade;quando muito, seus redatores o prepararam imbuídos do espíritode poderem ser úteis para os administradores públicos daAeronáutica, auxil iando-os no longo e difícil caminho deconhecer as bases dos pr ocessos administrativos, especialmente oda Tomada de Contas Esp ecial. Trata-se de uma obra paraconsulta, um guia para quantos n ecessitarem tratar do a ssunto.

É este o escopo deste trabalho.

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APRESENTAÇÃO

Antes da abordagem propriamente dita, é necessáriotecer a lgumas considerações iniciais sobre o tema em análise,razão pelo qual será discorrido leve comentário a respeito desteparticular tipo de pr ocesso de apuração.

Tomada de Contas Especial - TCE é um processoexcepcional de natureza administrativa que visa a apurarresponsabilidade pela omissão ou irregularidade no dever deprestar contas ou por danos causados ao Erário.

Cumpre ressaltar, entretanto, que existem diferençasentre o processo de Tomada de Contas Especial e o ProcessoAdministrativo Disciplinar, a Sindicância e o Inquérito PolicialMilitar – IPM.

A Tomada de Contas Especial tem objetivo distinto doProcesso Administrativo Disciplinar e da Sindicância. Nãoobstante, guardam pontos de contato entre si:

a) pode existir apenas um, dois deles ou até três, emdecorrência de um mesmo fato;

b) pode haver troca de elementos (documentos) entre osprocessos;

c) podem ser conduzidos pelos mesmos Agentes daAdministração ou não; e

d) em tese, em relação à observância dos procedimentoslegais, todos podem ser revistos pelo Judiciário,mas o mérito da TCE e a gradação da penalidade doProcesso Administrativo Disc iplinar ou Sindicância,não.

A Tomada de Contas Especial, porém, dirige-se aoresguardo da integridade dos recursos públicos, enquanto que oProcesso Administrativo Disciplinar e a Sindicância destinam-se,ao fiel acatamento da disciplina, isto é, das normasadministrativas de conduta dos agentes públ icos.

Outra importante distinção repousa no fato de que aTCE não é julgada pela autoridade administrativa que a instaura.Já no Processo Administrativo Disciplinar, o julgamento se dápela aut oridade instauradora ou superior, dependendo dapenalidade a ser aplicada, mas fica sempre adstrito o julgamentoà própria Admini stração. Ainda, relevante nota distintiva dizrespeito aos efeitos patrimoniais da conclusão: enquanto que, noProcesso Administrat ivo Disciplinar ou na Sindicância, aeventual decisão de recompor prejuízos, para ter eficácia no

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juízo comum, terá necessariamente de ser rediscutida, inclusivequanto à origem do débito, na TCE, se a decisão imputar débitoou multa, terá força de título exec utivo.

Por outro lado, nos autos de um Inquérito PolicialMilitar poderá ocorrer a reparação do dano. Verificando-se talhipótese e estando presente a boa-fé do agente envolvido, poderáser dispe nsada a instauração da TCE. O Inquérito PolicialMilitar é um pr ocedimento administrativo prévio, para apurar asinfrações penais e para fundamentar a denúncia ou a queixa. Épeça investigatória, inquisitiva, não sujeita ao contraditório,podendo revestir-se de sigilo, dentro do necessário. O IPM visaà apuração da conduta disciplinar-militar, ordenando arecomposição do Erário como obj eto mediato; a TCE tem nesseúltimo propósito o fim imediato das apurações, mesmo nãoocorrendo indisciplina mil itar.

A TCE, como espécie de processo administrativo, tambémsegue os princípios que os modernos administradores proclamamfundame ntar o gênero, possuindo, como é natural para apreservação de sua identid ade, outros princípios específicos.

Como princípios específicos do processo de TCE, podem-se elencar os seguintes:

a) Princípio da Proteção do Erário

Ao contrário dos processos administrativos em geral,na TCE deve-se partir do fato de que a Administraçãotem por dever envidar esforços para a proteção doErário, recompondo prejuízos experimentados oudeterminando providências para obter a prestação decontas de autoridades omissas. Enquanto que nosprocessos em g eral há uma acusação direta a alguémou uma lide entre determinadas pessoas, no processode TCE, a relação j urídica que se desenvolve liga odano (fato) ao dever de recompor o Erário.

b) Princípio da Razão Suficiente “ Ad-Rogável”.

Este princípio trazido para o ramo do DireitoPúblico traduz junto com o princípio examinadoanteriormente o fato de que, se o agente responsávelpelo dano ao Erário ou omissão no dever de prestarcontas adota providências para afa star do mundojurídico a causa, o procedimento ou pr ocesso de TCEdeve ser encerrado. Assim, se um agente der causa àdanificação de um bem e promover o seuressarcimento, encerrar-se-á a TCE em qualquer desuas fases, em relação a esse fato, podendo, noentanto, subsistir a conduta disciplinar ou faltaresidual p unível.

Finalmente, delineadas essas considerações iniciais,passar-se-á, a partir de agora, a expor o detalhamento doprocesso, e nvolvendo as suas fases, os atos, os passos, ascondutas e os e nquadramentos legais na legislação de suporte.

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1 DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

1.1 FINALIDADE

O presente manual tem por finalidade proporcionar aosAgentes e aos Auxiliares da Administração os conhecimentosbásicos e ssenciais sobre o processo de Tomada de ContasEspecial, que é um processo administrativo de tomada de contasem circunstâncias especiais e cujo objetivo é o de identificareventuais prejuízos, com vistas ao ressarcimento ao ErárioPúblico, segundo a legisl ação que trata do assunto e as normas eprocedimentos específicos estipulados pela Secretaria deEconomia e Finanças da Aeronáutica, Órgão Central de ControleInterno do Comando da Aeronáutica, além da Secretaria deControle Interno (Unidade Setorial de Controle Interno) doMinistério da Defesa - MD.

1.2 ABORDAGEM GERAL

A execução do processo de Tomada de Contas Especialsubordina-se a uma grande quantidade de legislação normativa,apresentando os mais variados níveis de abrangência e decomplex idade.

Por princípio, na Administração Pública, só é lícitofazer o que a legislação expressamente autorize, não se podendo,em nenh uma hipótese, adotar procedimentos decorrentes de omissãoda legi slação, sem prévia autorização da autoridade compete nte.

Nesse contexto, o presente manual não busca, sobqualquer hipótese, substituir ou interpretar as normas vigentessobre Tom ada de Contas Especial, mas sim reunir, em um únicodocumento fo rmal, os conhecimentos básicos julgados pertinentese indispens áveis para os Agentes e os Auxiliares daAdministração, quando da designação para comporem comissõesespecíficas, para a execução de uma Tomada de Contas Especial.

1.3 ÂMBITO

Este manual aplica-se a todas as Organizações doComando da A eronáutica.

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INTENCIONALMENTE EM BRANCO

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2 INFORMAÇÕES GERAIS

2.1 TOMADA DE CONTAS ESPECIAL

A Tomada de Contas Especial, que também pode serentendida como tomada de contas em circunstâncias especiais, é oinstrumento legal destinado a identificar eventuais prejuízos,com vistas ao ressarcimento do Erário, na guarda e na aplicaçãode recursos p úblicos.

Diferentemente das Contas Anuais, cuja periodicidade éobrigatória e tem como finalidade demonstrar a movimentação dosbens e recursos geridos pelo Órgão ou Entidade, a TCE objetivaapurar os fatos, identificar o(s) responsável(eis) e quantificaros danos.

2.2 FATOS ENSEJADORES DA TCE

De acordo com o caput do art. 8º, da Lei nº 8.443/92(Lei Orgânica do TCU), o A dministrador Público tomará asprovidências necessárias à instaur ação da Tomada de ContasEspecial, nas seguintes ocorrências:

a) omissão no dever de prestar contas;

b) não comprovação da aplicação dos recursos repassadospela Un ião;

c) ocorrência de desfalque ou desvio de dinheiros, bensou valores públicos; ou

d) prática de qualquer ato ilegal, ilegítimo ouantieconômico de que resulte dano ao Erário.

Dentro dessa abrangência, a TCE deve ser instauradaaté mesmo em caso de roubo, furto ou perda de bens.

Merece, no entanto, ser ressalvada a inovaçãointroduzida pela IN/TCU nº 13/96, calcada nos princípios daracionalização a dministrativa e da economia processual, aodefinir a TCE como um processo administrativo devidamenteformalizado, que somente dev erá “ser instaurada após esgotadasas providências administrativas internas com vistas àrecomposição do Erário” (Parágrafo único, do art. 1º, da IN/TCUnº 13/96).

Assim, a obrigação da autoridade administrativacompetente de providenciar a instauração da TCE somente estarácaracterizada após “esgotadas as medidas cabíveis no âmbito

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administrativo interno”, com vistas ao reparo do dano (§ 2º, doart. 2º, da IN/TCU nº 13/96).

2.3 DISPENSA DA INSTAURAÇÃO

O Regimento Interno do Tribunal de Contas da União -RITCU, tendo em vista o princípio da economicidade processual,também i nseriu dispositivo constante do § 5º, do art. 148,quanto à poss ível dispensa de se elaborar o processo de TCEquando de ocorrênc ias em que ficar comprovado a ausência de máfé e o dano for pro ntamente ressa rcido:

“Na ocorrência de perda, extravio ou outrairregularidade sem que se caracterize má fé dequem lhe deu causa, se o dano for imediatamenteressarcido, a autoridade administrativacompetente deverá, em sua tomada ou prestaçãode contas anual, comunicar o fato ao Tribunal,que deliberará acerca da dispensa deinstauração da tomada de contas especial”.

2.4 LEGISLAÇÃO

Diversos são os dispositivos legais e regulamentaresque se referem à matéria, dentre os quais devem ser destacados:

a) Regulamento de Administração da Aeronáutica (RADA –RMA 12-1/96);

b) Lei nº 8.443/92 (artigos 8, 9, 47 e 50);

c) Decreto-Lei nº 200/67 (art. 84);

d) Regimento Interno do TCU (artigos 19, 101, 148, 149,151, 189, 197 e 199);

e) IN nº 13 do TCU, de 04.12.96 (Dispõe sobre ainstaur ação e organização de processos de Tomada deContas E special e dá outras prov idências);

f) IN nº 08 da Delegacia do Tesouro Nacional - DTN, de21.12.90 (Estabelece normas sobre Tomadas ePrestações de Contas dos gestores de recursospúblicos, e Rol de Responsáveis do Poder P úblico);

g) IN nº 01 da STN, de 15.01.97 (Disciplina acelebração de Convênios de natureza financeira quetenham por o bjeto a execução de projetos ourealização de eventos e dá outras providências) –Capítulo X;

h) IN nº 35 do TCU, de 23.08.2000 (Dá nova redação à INnº 13/96 TCU);

i) RESOLUÇÃO nº 136 do TCU, de 30.08.2000 (Estabeleceprocedimentos para recebimento, autuação e

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tramitação de processos e documentos no âmbito doTribunal de Contas da Un ião); e

j) IN nº 38 do TCU, de 13.12.2000 (Dá nova redação à INnº 13/96 TCU).

2.5 RESPONSÁVEL PELA INSTAURAÇÃO DA TCE

A autoridade administrativa competente, sob pena deresponsabilidade solidária, deverá imediatamente adotarprovidências com vistas à apuração dos fatos, identificação dosresponsáveis e quantificação do dano (caput do art. 8º, da Leinº 8.443/92), se mpre que verificada alguma das hipótesesprevistas no item nº 2.2 (Fatos ensejadores da TCE).

O início do processo, com vistas à exigência deprestação de contas ou de ressarcimento ao Erário, caberá aoComandante, Diretor ou Chefe da Organização ou ao Ordenador deDespesas, podendo oco rrer de ofício ou por solicitação da SEFA.

É fundamental ressaltar que, caso não comprovada aconivência entre a autoridade administrativa que constatou airregular idade e o agente causador do dano, a responsabilidadedaquela esg otar-se-á com a adoção de providências visando àreparação do pr ejuízo.

Entretanto, a omissão da autoridade competente no quese refere ao dever de adotar as providências com vistas àapuração do dano e ao imediato ressarcimento ao Erário, no prazomáximo de 180 dias, é considerada grave infração à norma legal,sujeitando a r eferida autoridade à imputação das sançõescabíveis, sem prejuízo de caracterizar a sua solidariedade com oagente causador do dano (§1º, do art. 8º, da Lei nº8.443/92 e§1º, do art.148, do RITCU).

A SEFA, através da Setorial de Controle Interno doMinistério da Defesa, por sua vez, tem o dever de dar ciência aoTribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidadesolidária, de qualquer irregularidade ou ilegalidade de que tomeconhecime nto, conforme dispõe o texto constitucional no § 1º, deseu art. 74 (também ressaltado no art. 51, § 2º, da Lei nº8.443/92 e art. 3º, da IN/TCU nº 13/96).

Além disso, poderá o TCU, a qualquer tempo, determ inara instauração de TCE, independentemente das medidasadministrativas internas e judiciais adotadas, se entender que ofato motivador possui relevância suficiente para ensejar aapreciação por seus colegi ados (art. 9º, da IN nº13/96 do TCU).

2.6 ETAPAS A SEREM SEGUIDAS PELA AUTORIDADE ADMINISTRATIVAPARA A INSTAURAÇÃO DA TCE

No âmbito da SEFA ou de Organização que esteja nasituação citada no item anterior, o procedimento seguinte à

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identificação do ato lesivo é a notificação do responsável,objetiva ndo a regulariz ação do fato, assim:

a) em se tratando de omissão de contas ou nãocomprovação da aplicação dos recursos repassadosmediante conv ênio, acordo, ajuste ou outrosinstrumentos congêneres, o responsável seránotificado para que apresente a Prestação de Contasou que proceda à devolução dos r ecursos recebidos,acrescidos dos encargos legais; e

b) no caso de desfalque ou desvio de dinheiros, bens ouvalores públicos, da prática de qualquer ato ilegal,ilegítimo ou antieconômico de que resulte dano aoErário, o responsável será notificado para querecolha o valor do débito a ele imputado, acrescidoda correção monetária e juros de mora, bem como paraque apresente as justificativas e as alegações dedefesa julgadas necessárias, nos casos em que aPrestação de Contas não tenha sido aprovada.

Esgotado o prazo e não apresentada a Prestação deContas, nem devolvidos os recursos financeiros desviados, seráprovidenc iada a instauração da Tomada de Contas Especial e aInscrição da Responsabilidade pelo débito em conta específica,no SIAFI, pela SEFA.

2.7 PEÇAS BÁSICAS DE UMA TCE

O processo de TCE será constituído pelas peçasdefinidas pelo art. 4º, da IN/TCU nº13/96. Registre-se que aausência de qualquer um dos elementos constantes do citadoartigo enseja a restituição do processo à origem para suacomplementação (Parágr afo único, do art. 4º, da IN nº13/96, doTCU). As peças básicas são:

I - Ficha de Qualificação do Responsável, indicando:

a) nome;

b) número do CPF;

c) endereço residencial, profissional e número detelefone;

d) posto ou graduação, cargo, função e matrícula, semilitar ou servidor p úblico;

II - Termo Formalizador da Avença, quando for o caso,contendo:

a) demonstrativo da existência de dotação específica;

b) demonstrativo da observância do disposto no incisoX, do art. 167, da Constituição Federal;

c) comprovação, por parte do beneficiário, de:

1. que se acha em dia quanto ao pagamento detributos, empréstimos e financiamentos definidos

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ao ente transfer idor, bem como quanto à prestaçãode contas de recursos anteriormente delerecebidos;

2. cumprimento dos limites constitucionais relativosà educação e à saúde;

3. observância dos limites das dívidas consolidada emobiliária, de operações de crédito, inclusivepor antec ipação de receita, de inscrição emrestos a pagar e de despesa total com pessoal;

4. previsão orçamentária de contrapartida; e

5. que atendeu aos requisitos da gestão fiscalquanto à instituição, previsão e efetivaarrecadação dos impostos da sua competênciaconstitucional;

III - Demonstrativo Financeiro do Débito, indicando:

a) valor or iginal;

b) origem e data da ocorrência;

c) parcelas recolhidas e respectivas datas derecolhime nto, se for o caso;

IV - Relatório da Comissão de Tomadores de Contasindicando, de forma circunstanciada, as providênciasadotadas pela autoridade competente, inclusive quantoaos expedie ntes de cobrança de débito imputado aorespons ável;

V - Certificado de Auditoria emitido pelo Órgão deControle Interno competente, assinado peloSubsecretário de Auditoria e pelo Secretário deEconomia e Fina nças da Aeronáutica, acompanhado dorespectivo Relatório que trará a manifestação acercados seguintes qu esitos:

a) adequada apuração dos fatos, indicando as normas ouregulamentos eventualmente infringidos;

b) correta identificação do responsável;

c) precisa quantificação do dano e das parcelaseventua lmente rec olhidas;

VI – Manifestação do Comandante da Aeronáutica comreferência ao conhecimento da certificação da SEFA;

VII - Pronunciamento do Ministro de Estado da Defesa,na forma do art. 52, da Lei nº 8.443/92;

VIII - cópia do Relatório da Comissão de Sindicânciaou de Inquérito, se for o caso;

IX - cópia das Notificações expedidas relativamente àcobrança, acompanhadas de Aviso de Recebimento ouqualquer outra forma que assegure a certeza da ciência

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do intere ssado, conforme disposto no § 3º, do art. 26,da Lei nº 9.784, de 29.1.1999;

X - informação da SUCONT de que o nome do responsávelfoi incluído no Cadastro Informativo dos débitos nãoquitados de Órgãos e Entidades Federais – CADIN, naforma prevista na legislação em v igor; e

XI - outros elementos que permitam ajuizamento acercada responsabil idade pelo dano ao Erário.

Quando se tratar de recursos relativos a conv ênio, aacordo, a ajuste ou a outros instrumentos co ngêneres, ocertificado e o relatório de auditoria tr atados no inciso Vdevem conter manifestação sobre a observância das normas legaise regulamentares pert inentes, por parte do concedente, comrelação à cel ebração do termo, avaliação do plano de trabalho,fiscalização do cumprimento do objeto e instauração te mpestivada Tomada de Contas Especial e de demais docume ntos constantesda solicitação de recursos.

Nos casos de omissão no dever de prestar contas derecursos repassados mediante convênio, acordo, ajuste ou outrosinstrumentos similares, bem como à conta de subvenções, auxílioe contribuições, além da notificação ao responsável prevista noinciso IX, também deve integrar o processo a notificação daentidade benef iciária.

2.8 VALORES PARA A ELABORAÇÃO DE TCE SOB FORMA SIMPLIFICADA

Caso o valor do dano causado ao Erário seja de valorigual ou inferior à quantia fixada para este efeito por DecisãoNormativa a cada ano civil, pelo TCU, a Tomada de ContasEspecial será elaborada de forma simplificada, por meio deDemonstrativo, e an exada ao processo da respectiva Tomada ouPrestação de Contas Anual do Ordenador de Despesas ouequivalente, para julgamento em co njunto.

Os valores fixados pelo Tribunal constam da tabela aseguir:

IN TCU nº Data Exercício Valor (UFIR)01.93 09.12.93 1994 500,0008.94 27.12.94 1995 500,0011.95 05.12.95 1996 500,0014.96 13.12.96 1997 1.500,0018.97 11.12.97 1998 3.000,00

IN TCU nº Data Exercício Valor (REAL)36.2000 20.11.2000 2001 R$ 6.300,00

2.8.1 PEÇA BÁSICA DE UMA TCE SIMPLIFICADA

DEMONSTRATIVO DA TCE – ATÉ R$ 6.300,OO

I - nome e número do CPF do responsável;

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II – posto, graduação, cargo, função e matrícula doresponsável, se o mesmo for militar ou servidorpúblico;

III – endereço residencial, profissional e número detelefone do responsável;

IV – valor original do dano e, se for o caso, dasparcelas recolhidas;

V – origem e data das ocorrências; e

VI – informação de que o nome do responsável foiincluído no Cadastro Informativo dos débitos nãoquitados de ó rgãos e entidades federais – CADIN, naforma da legislação em vigor.

Obs.: Quando o objeto deu caso à ação judicial, aComissão de Tomadores de Contas fará constar a faseprocessual da ação.

2.9 APRESENTAÇÃO DA PRESTAÇÃO DE CONTAS OU RECOLHIMENTO DODÉBITO APÓS ENCAMINHAMENTO DO PROCESSO AO TCU

Instaurada a TCE e havendo apresentação, emboraintempest iva, da Prestação de Contas ou do recolhimento dodébito imputado, após o encaminhamento da TCE ao TCU, a SEFAprocederá a baixa da inadimplência (art. 38, § 2º, da IN nº01/97-STN), e:

a) sendo aprovada a Prestação de Contas ou comprovado orecolhimento, manterá a inscrição daresponsabilidade apurada, que só poderá ser baixadapor decisão do Tribunal; e

b) não sendo aprovada a prestação de contas serãoadotadas as providências do item anterior,reinscrevendo-se, entretanto, a inadimplência, nocaso de a TCE referir-se à atual AutoridadeAdministrativa, tendo em vista sua permanência àfrente da Admini stração.

2.10 ENCAMINHAMENTO DA TCE AO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Concluso o processo da TCE e devidamente procedidos osregistros no SIAFI, para os efeitos de cadastros dos faltosos,omissos e/ou inadimplentes na comprovação ou pelo uso irregulardos recursos públicos, os autos serão encaminhados, pela SEFA,para a Setorial de Controle Interno do Ministério da Defesa edesta para o TCU.

2.11 INSTRUÇÃO DA TCE PELO TCU

Diante do processo de TCE, o Tribunal de Contas daUnião procederá à análise dos elementos dele integrantes,restituindo o processo à origem, no caso de ausência de um

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deles, podendo, ai nda, diligenciar no intuito de obteresclarecimentos e informações adicionais sobre o a ssunto.

Após a verificação das peças básicas, a UnidadeTécnica do TCU adotará as providências para que seja agilizada acitação dos responsáveis.

Cumpre assinalar que a fase própria da citação feitapela Unidade Técnica do TCU-UT, além das conseqüênciasjurídicas, r eveste-se da maior relevância, sendo um dos momentosmais importa ntes do procedimento em questão, uma vez que, casoexista falha neste instrumento, poderá ser alegada a nulidade detoda a TCE, por motivo de cerceamento de def esa.

Verificada a irregularidade, o TCU adotará osseguintes pr ocedimentos, conforme o caso:

a) se houver débito, ordenará a citação do responsávelpara, no prazo de 15 dias (art. 153, inciso II, doRITCU), apresentar as alegações de defesa ourecolher a quantia devida; e

b) se, em caso excepcional, não for possível aquantif icação do débito, determinará a audiência dorespons ável para, no prazo de 15 dias (art. 153,inciso III, do RITCU), apresentar as razões dejustificativa.

O valor do débito deverá corresponder ao saldo devedorque originou a TCE e que gerou o lançamento na conta “DiversosResponsáveis”, ou seja, a citação do TCU deverá, em regra, noscasos de inadimplência parcial, se referir ao valor efetivo dadívida apur ada no processo (diferenciada entre o valor liberadoe as quantias já adimplidas).

A citação ou audiência do(s) responsável(eis),competência exclusiva do Tribunal, será efetivada (incisos de Ia III, do art. 164, do RITCU):

a) mediante ciência do responsável ou do interessado,efetuada por intermédio de agente designado, quandoassim determinar o Plenário, qualquer das Câmaras ouo Relator;

b) pelo correio, mediante carta registrada, com avisode recebime nto;

c) por edital publicado no Diário Oficial da União -DOU, quando o seu destinatário não for localizado(após as tentativas de encontrar o endereço doresponsável, através de contato com Órgãos/Entidadesenvolvidos ou outros procedimentos julgadospertinentes).

O responsável que não atender à citação ou à audiênciaserá considerado revel pelo TCU, para todos os efeitos, dando-seprosseguimento ao processo (art. 12, § 3º, da Lei nº 8.443/92).

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O responsável cujas alegações de defesa foremrejeitadas pelo TCU será cientificado para que, em 15 dias,recolha a impo rtância devida (§ 1º, do art. 12, da Lei nº8.443/92).

No caso de falecimento do responsável, vale ressaltarque a jurisdição do TCU abrange os sucessores dosadministradores e re sponsáveis até o limite do valor dopatrimônio transferido (inciso IX, do art. 5º, da Lei 8.443/92).

2.12 JULGAMENTO DAS TCE PELO TCU

As contas relativas ao processo de TCE poderão serjulgadas, qua nto ao mérito, como (art. 16, da Lei nº 8.443/92):

a) irregulares; ou

b) regulares com ressalva.

Destaque–se que, em função dos pressupostos para aconstitu ição de uma TCE, a regra é o julgamento pelairregularidade. Porém, em vista de determinados fatos, algunscasos vêm sendo julgados, pelo TCU, como regulares com ressalva.

Além disso, o TCU poderá determinar o arquivamento doprocesso, sem julgamento do mérito, quando:

a) por caso fortuito ou razão de força maiorcomprovad amente estranhos à vontade do responsável,o julgamento de mérito for materialmente impossível,sendo as co ntas consideradas iliquidáveis (art. 20,da Lei 8.443/92); ou

b) for verificada a ausência de pressupostos deconstituição e de desenvolvimento válido e regulardo processo (art. 163, do RITCU); ou

c) o valor do débito for inferior ao valor estipuladoem Decisão Normativa (art.93, da Lei 8.443/92 c/c o§ 1º, do art. 6º, da Lei nº 8.443/92).

As contas serão julgadas regulares com ressalva quandoficar evidenciada impropriedade ou qualquer outra falta denatureza fo rmal de que não resulte dano ao Erário (inciso II, doart. 16, da Lei nº 8.443/92); ou ainda, quando o débito forliquidado tempe stivamente e se reconhecida pelo Tribunal a boa-fé, desde que não tenham sido observadas outras irregularidadesnas contas (§ 2º, do art. 12, da Lei nº 8.443/92)

As contas serão julgadas irregulares quando comprovadaqualquer das s eguintes ocorrências (inciso III, do art. 16, daLei nº 8.443/92):

a) omissão no dever de prestar contas;

b) prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo ouantiecon ômico; ou infração à norma legal ouregulamentar de natureza cont ábil, financeira,orçamentária, operacional ou patrim onial;

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c) dano ao Erário decorrente de ato ilegítimo ouantiecon ômico; ou

d) desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valorespúblicos.

2.13 SANÇÕES AOS AGENTES PÚBLICOS CUJAS CONTAS FOREM JULGADASIRREGULARES

Havendo débito, o TCU condenará o responsável aopagamento da dívida, acrescida dos encargos legais, podendoainda ser apl icada multa de até 100% do valor atualizado do dano(art. 57, da Lei nº 8.443/92).

Tratando-se de responsáveis solidários vale ressaltar:

a) a obrigação com relação ao débito é indivisível, ouseja, a quitação individual depende de que o valortotal da dívida seja pago (Parágrafo único, do art.896, do Código Civil), mesmo que aceita pelo TCU acotização do montante pelos e nvolvidos;

b) a quitação do débito não implica, necessariamente,que as contas deixem de ser consideradasirregulares; e

c) a multa deve ser proposta para cada responsável, ouseja, não pode ser aplicada solidariamente.

Não havendo débito , mas comprovada qualquer dasocorrências previstas nas alíneas a, b, e c, do inciso III, doart. 16, da Lei nº 8.443/92 (letras “a”, “b” e “c” do item 2.2),o TCU aplicará multa ao responsável, conforme estab elece oinciso I, do art. 58, dessa mesma Lei.

Expirando o prazo da notificação e não havendomanifestação do responsável, o TCU poderá (art. 28, da Lei nº8.443/92):

a) determinar o desconto integral ou parcelado dadívida na remuneração, nas pensões, nos vencimentos,nos salários ou nos proventos do responsável,observados os limites previstos na legislaçãovigente; ou

b) autorizar a cobrança judicial da dívida, porintermédio do Ministério Público junto ao TCU, naforma pr evista no inciso III, do art. 81, da Lei nº8.443/92.

Sem prejuízo das penalidades administrativasaplicáveis p elas autoridades competentes, se o TCU, por maioriaabsoluta de seus membros, considerar grave a infração cometida,poderá decl arar o responsável inabilitado, por um período quevariará de cinco a oito anos, para o exercício de Cargo emComissão ou Função de Confiança no âmbito da AdministraçãoPública Federal (art. 60, da Lei nº 8.443/92).

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Os responsáveis que tiverem suas contas julgadasirregulares terão seus nomes encaminhados ao Ministério PúblicoEleitoral, após esgotados os prazos de interposição de recursos,para fins de Declaração de Inelegibilidade, conforme disposiçãocontida na al ínea g, do inciso I, do art 1º, da Lei Compl ementarnº 64/90.

Não é o TCU quem declara o responsável inelegível. AoTCU compete tão somente, e de ofício, encaminhar a relação deresponsáveis que tiveram su as contas julgadas irregulares, emépoca oportuna, ao M inistério Público Eleitoral.

No caso de contas julgadas irregulares em razão de“dano ao Erário, decorrente de ato ilegítimo ou antieconômico”ou de “de sfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valorespúblicos” (inciso III, do art. 16, da Lei nº 8.443/92) (letra“d” do item 2.2), o TCU, em função do caso:

a) providenciará a imediata remessa de cópia dadocumentação pertinente ao Ministério Público daUnião, para ajuizamento das ações civis e penaiscabíveis (§ 3º, do art. 16, da Lei nº 8.443/92);

b) verificada a ocorrência de fraude comprovada àlicitação, o Tribunal de Contas da União declarará ainidoneidade do licitante fraudador para participar,por até cinco anos, de licitação na AdministraçãoPública Federal (art. 46, da Lei nº 8.443/92); ou

c) por maioria absoluta de seus membros, considerandograve a infração cometida, inabilitará osrespons áveis, por um período que variará de cinco aoito anos, para o exercício de Cargo em Comissão ouFunção de Confiança no âmbito da AdministraçãoPública (art. 60, da Lei nº 8.443/92).

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3 A FORMAÇÃO DO PROCESSO

3.1 NOÇÕES PRELIMINARES

O processo de Tomada de Conta Especial começa,formalmente, com a determinação de uma autoridade competente(Comandante, Dir etor, Chefe, Agente Diretor, Ordenador deDespesas da UG envolvida), da SEFA ou do Tribunal de Contas daUnião, quando instaurado “ ex-offício”, para que uma comissãoapure os fatos.

Logo, o objeto fundamental da atividade não éacusatório ou dirigido contra alguém, mas voltado à verdade daapuração dos f atos.

3.2 OBJETIVOS DA ATIVIDADE DA COMISSÃO

Sinteticamente, pode-se afirmar que a atividade a serdesenvolvida pela Comissão de Tomada de Contas deveria ter umdos seguintes obj etivos:

a) constituir o processo de Tomada de Contas, “ stritosenso”, quando se tratar de omissão no dever deprestar contas, desfalques ou desvios de dinheiros,bens ou valores públ icos; ou

b) apurar o valor do dano e a responsabilidade dosagentes, nos casos em que a instauração decorrer deato ilegal, ilegítimo ou antieconômico, lesivos aoErário.

Deveria, porque as normas que estabeleceram osdocumentos que devem integrar a TCE unificaram as causas,abrangendo-as de forma si ngela.

Com essa unificação, ocorrida em nível normativo, aComissão verificará o que deverá constar do processo em cadacaso concreto. O exame de cada um dos elementos que integrará oprocesso melhor ev idenciará tais aspectos.

É importante que o exame dos elementos constitutivosda TCE seja precedido por um estudo da dinâmica dos trabalhos,porque isto é que é o o bjetivo final das apurações. Talprovidência facilitará a compreensão do processo.

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3.3 ELEMENTOS ESSENCIAIS

Para orientação dos membros das comissões, adotar-se-á, como diretiva, a norma em vigor do TCU, pertinente àorganização desse tipo de processo.

3.3.1 FICHA DE QUALIFICAÇÃO

Deverá constar do processo, de preferênciaidentificada em cabeçalho próprio, a Ficha de Qualificação daspessoas que a Co missão de TCE entende como responsáveis pelomotivo determinante da instauração da TCE.

Considerando os diversos motivos determinantes, poder-se-ia res umi-los da seguinte forma:

a) no caso de omissão no dever de prestar contasanuais, a identificação do dirigente máximo doÓrgão, dos me mbros da Diretoria, ou de outros órgãoscolegiados d iretivos, como, por exemplo, o ConselhoFiscal ou o Cons elho de Administração, se houver,bem como dos respe ctivos substitutos;

b) no caso de omissão no dever de prestar contas dosvalores recebidos, em suprimentos de fundos, aidentif icação do nome do responsável direto pelorecebimento do suprimento e da autoridade queconcedeu os valores;

c) no caso de omissão no dever de prestar contas dosvalores recebidos, em decorrência de convênios,acordos, ajustes, ou outros instrumentos congêneres,a ident ificação dos responsáveis pelo recebimentodos recursos ou, quando se tratar de pessoasjurídicas, a identif icação do dirigente máximo daEntidade ou Organização e dos órgãos colegiados, sehouver, bem como da autor idade responsável, em nomeda Administração Pública, pela autorização daassinatura do instrumento e co mprometimento dosrecursos;

d) no caso de desfalque, alcance ou desvio, aidentific ação do responsável pelos dinheiros, bensou valores públicos e, se não coincidente com omesmo, o caus ador direto do ato lesivo; e

e) nos casos de ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico,que cause dano ao Erário, a identificação dorespons ável. Recaindo o dano sobre bem patrimonial,deverá ser feita a identificação do responsávelformal pela ca rga patrimonial do bem e do causadordireto do dano, qua ndo não coincidente com oprimeiro.

A identificação, referida nas alíneas anteriores,deverá abranger os seguintes dados:

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a) nome completo:

Mostra-se recomendável que, em se tratando deterceiros não vinculados à Administração , no caso demalfeitores, conhecidos por alcunha, também estaconste da i nformação;

b) número da Inscrição no Cadastro de Pessoa Física –CPF;

c) endereço residencial, profissional e número de tele-fone;

A Lei Federal do Regime Jurídico Único, em analogiacom as do Direito Judiciário, impõe ao agenteindiciado em processo administrativo que mudar deresidência, a obrigação de comunicar à Comissãoapuradora o lugar onde poderá ser encontr ado.

O endereço profissional deverá referir-se aoestabel ecimento em que é lotado o agente e não àsede do Órgão jurisdicionado ao TCU, ou da Unidadede Pessoal. D epois da remessa ao Controle Externo(TCU), se houver mudança de lotação, o ideal é que aUnidade de origem mantenha o endereço atualizado,comunicando o fato ao TCU.

Do mesmo modo que o endereço, impôs a norma o deverde informar o número do telefone; e

d) posto, graduação, cargo, função e matrícula, semilitar ou servidor público.

Cabe observar que as informações da Ficha deQualificação se destinam à identificação do agente esua localização. Por isso, se a Comissão de TCE temcomo obter estas informações complementares,inclusive a existência de vínculo público, deverácitá-las na F icha de Identificação.

3.3.2 TERMO FORMALIZADOR DA AVENÇA, QUANDO FOR O CASO

Deverão ser juntados, à TCE, todos os documentosjurídicos que envolveram a relação que originou o dever deprestar contas ou o dano ao Erário. Também, está abrangida pelaexpressão o “termo de confissão de dívida”, lavrado entre aOrganização e o agente re sponsável pelo débito, caso o mesmo,por exemplo, tenha se dis posto a ressarcir o débito e não tenhahonrado o compromisso.

O Termo Formalizador da Avença, quando for o caso,deverá co nter:

a) demonstrativo da existência de dotação específica;

b) demonstrativo da observância do disposto no incisoX, do art. 167, da Constituição Federal;

c) comprovação, por parte do beneficiário, de:

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1. que se acha em dia quanto ao pagamento detributos, empréstimos e financiamentos definidosao ente transfer idor, bem como quanto à p restaçãode contas de recursos anteriormente delerecebidos;

2. cumprimento dos limites constitucionais relativosà educação e à saúde;

3. observância dos limites das dívidas consolidada emobiliária, de operações de crédito, inclusivepor antec ipação de receita, de inscrição emrestos a pagar e de despesa total com pessoal;

4. previsão orçamentária de contrapartida; e

5. que atendeu aos requisitos da gestão fiscalquanto à instituição, previsão e efetivaarrecadação dos impostos da sua competênciaconstitucional.

3.3.3 DEMONSTRATIVO FINANCEIRO DO DÉBITO

Exigem as normas em vigor que a Comissão de TCE façajuntar ao processo o Demonstrativo Financeiro do Débito,indicando o v alor original, origem e data da ocorrência, asparcelas recolhidas e as respectivas datas e comprovantes, sefor o caso. A Comissão de TCE deverá tecer breves consideraçõessobre estas info rmações.

3.3.3.1 O valor original do débito

Na mera ausência de Prestação de Contas, quando aComissão terminar o levantamento do ingresso de receitas e arealização de despesas, poderá concluir que não há diferença, oualcance, deve ndo, nessa hipótese, ser informado de que não hávalor a ser imp utado.

Mas nos casos de desvios de recursos, bens e valores,bem como no caso de desfalque ou prática de ato danoso aoErário, d everá ser apurado o valor e informado pela Comissão.

Estabelece o Decreto-Lei nº 200/67, no art. 77, oseguinte:

“Art. 77. Todo ato de gestão financeira deveser realizado por força de documento quecomprove a operação e registrado nacontabilidade, mediante classificação em contaadequada”.

No caso de desfalque, o mesmo pode decorrer darealização de despesa sem comprovante, ou comprovado por meioinidôneo. Essa despesa deverá ser registrada como ilegal,considerando-se como valor o referente ao item não comprovado.

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A realização de despesas sem a devida comprovação éilegal, porque o dispositivo exige a satisfação da formalidadepara a co nformidade com a Lei.

E quando o dano se materializa em um bem público, qualdeverá ser o valor original?

A resposta é encontrada na própria le gislação,precisamente na Lei Federal nº 8.429/92, aplicável a to das asesferas de governo, que estabelece o seguinte:

“Art. 5º Ocorrendo lesão ao patrimônio públicopor ação ou omissão, dolosa ou culposa, doagente ou de terceiro, dar-se-á o integralressarcimento do dano”.

Nesse caso, o termo integral significa total, global,impondo, como obrigação, que o dano seja ressarcido na exatadimensão da lesão.

Finalmente, cabe lembrar que se o valor do dano forinferior ao valor de alçada, a TCE ficará restrita ao âmbito dopróprio instaurador, não necessitando ser remetida ao TCU parajulgamento específico, sendo, todavia, inserida nacorrespondente Prestação ou Tomada de Contas Anual.

3.3.3.2 Origem e data da ocorrência

Sobre as informações, em epígrafe, cabe assinalar oseguinte:

a) origem – deverá ser indicado qual foi o motivodeterminante do dano ou da omissão no dever deprestar co ntas; e

b) data da ocorrência – deverá ser indicada a data emque de fato ocorreu o dano, ou o motivo determinanteda instauração da TCE. Poderá ocorrer, contudo, quea data não seja determinada, mas apenas aproximada.Nesta hipótese deverá ser indicado o intervalo detempo em que o fato ocorreu. Exemplo: entre os dias10.08.2000 e 15.08.2000.

3.3.3.3 Parcelas já recolhidas e respectivas datas derecolhimento, se for o caso, com os respectivoscomprovantes (DARF)

Quatro aspectos merecem análise:

a) pagar é dever do envolvido – não é comum, mas tambémnão chega a ser exceção, que um agente envolvido emum fato danoso ao Erário procure a Comissão de TCE,ou antes dessa ser instaurada, prontificando-se aefetuar o ressarcimento do dano, ou querendo terinformações sobre em quantas parcelas pode dividir ovalor apurado; se há juros; o que acontece se ele

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for condenado e não pagar, e outras questões. Essasinformações são públicas para os interessadosenvolvidos no fato e devem ser disponibilizadas coma máxima urgê ncia pela autoridade instaur adora epela Comissão;

b) o pagamento é efetuado por quem não é o responsável– não é ilegal que uma pessoa pague uma dívida deoutrem, fato que no Direito constitui-se na sub-rogação. Cabe apenas à Administração receber o valorde quem paga, dando-lhe o recibo do pagamento eimputando-se o crédito em favor de quem o pagadordeterminar. Mas, se o controle não deve se imiscuirnas relações entre p agante e devedor, em nome dointeresse público, não pode “fechar os olhos”quando o ato de pagamento ma scara outra graveirregularidade. Por isso, quando tal caso ocorrer, aAdministração deve verificar suas causas;

c) comprovação do recolhimento – em nenhum caso, pode aAdministração abrir mão do comprovante derecolhimento (DARF) do débito ou da prova deressarcimento ao Er ário; e

d) recuperação ou reposição do bem – deve ficarassentado que o agente pode, ao invés de pagar odébito, optar pela recuperação do bem danificado ourepor por um s imilar. Nesse caso, é indispensável umdocumento firmado por autoridade da Organizaçãoreconhecendo que a recuperação ou reposição operou-se de forma conveniente ao Erário, satisfazendo,plenamente, a obrigação. Não raro, vislumbram-se, emtais hipóteses, graves irregularidades contra oErário e contra o agente que prom ove oressarcimento. Num primeiro caso, a reposição ourecuperação do bem opera-se em padrões inferiores aoque existia; num segundo, é feita de modoinsatisfat ório. Entretanto, se a Organização não temcondições de avaliar o bem, o agente, que deve repô-lo, fica na obriga ção de comprovar o seu ato. Essaobrigação decorre do fato de que pode haver,erradamente, reposição de artigo usado ou pode havernovo extravio ou espoliação desse bem.

3.3.4 RELATÓRIO DA COMISSÃO DE TOMADORES DE CONTAS INDICANDO,DE FORMA CIRCUNSTANCIADA, AS PROVIDÊNCIAS ADOTADAS PELAAUTORIDADE COMPETENTE, INCLUSIVE QUANTO AOS EXPEDIENTESDE COBRANÇA DO DÉBITO REMETIDOS AO RESPONSÁVEL

O que se tem feito é juntar aos autos o parecerconclusivo da Comissão, contendo:

a) relato dos fatos;

b) motivo determinante da instauração da TCE;

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c) os fatos apurados;

d) os respectivos responsáveis; e

e) as providências que deverão ser adotadas pelasautoridades compete ntes, no entendimento daComissão, para resguardar o Erário.

Esse documento, que pode ser o mais importante doprocesso, servirá de esteio aos julgamentos posteriores e, sobreele, o M inistro de Estado da Defesa ou autoridade equivalente(Manifestação do Comandante da Aeronáutica) expressará o seuciente, conforme literal disposição da lei, razão pela qual deveser bem fundame ntado.

Junta-se, aqui, o original do relatório (e não acópia) dev idamente assinado por todos os membros, inclusive comos votos d ivergentes, se houver, precedido de “Termo deJuntada”, com as folhas numeradas e rubricadas.

Se, ao elaborar o relatório, a Comissão já tiverconhecimento das providências adotadas pela autoridadecompetente, deverá fazer referência ao fato, de formacircunstanciada, como indica a norma.

Para preservar os Controles Interno e Externo, éimprescind ível que a Comissão, na sua manifestação, indique se,em relação aos fatos ensejadores da TCE ou com eles diretamenterelacionados, foi instau rado Processo AdministrativoDisciplinar, Sindicância, Inquérito Policial Civil ou Militar,Ação Penal, Ação Civil de Reparação de Danos, Ação Popular,Mandado de Segurança, Reclamação junto aos organismos de defesado consumidor ou outras providências junto às demais repartiçõespúblicas.

A ausência dessas informações poderá trazer sériosprejuízos à imagem do Controle Externo na medida em que, detendoa prerrogativa de fazer comunicação direta a outros Órgãos, aomissão do Controle I nterno poderá ensejar a duplicidade deprocedimentos.

Corroborando esse entendimento, dispõe o § 3º, do art.16, da Lei Orgânica do TCU, repetido em quase todas as leisorgânicas de trib unais:

“Art. 16 As contas serão julgadas:

(...)

§ 3º Verificada a ocorrência prevista no pará-grafo anterior deste artigo,- contas julgadasirregulares – o Tribunal providenciará aimediata remessa de cópia da documentaçãopertinente ao Ministério Público da União, paraajuizamento das ações civis e penais cabíveis”.

A Instrução Normativa do TCU nº 13/96 acrescentou anecessidade de juntar os expedientes de cobrança de débitoremetidos ao re sponsável.

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A mudança era imprescindível porque essa IN deu prazode 180 dias para o Órgão tentar ressarcir o Erário e, portanto,não é l ógico que, decorrido tanto tempo, os autos sejamremetidos ao TCU sem nenhuma providência demonstradora de açãoeficaz.

Sob outro aspecto, essa alteração normativa foiimportante, porque evidencia que a Comissão de TCE, na faseinterna, poderá tentar a cobrança do débito.

3.3.5 CERTIFICAÇÃO DE AUDITORIA, EMITIDA PELA UNIDADESETORIAL DE CONTROLE INTERNO, ACOMPANHADA DO RESPECTIVORELATÓRIO

Após a manifestação conclusiva da Comissão de TCE, osautos seguirão para a Unidade Setorial de Controle Interno, ouseja, para a SEFA.

Caberá à SEFA emitir um Relatório e um Certificadosobre as contas tomadas, recomendando-se que seja adotada, naconclusão, uma das alternativas constantes do art. 16, da Lei nº8443/92, que di spõe:

“Art. 16 As contas serão julgadas:

I – regulares, quando expressarem, de formaclara e objetiva, a exatidão dos demonstrativoscontábeis, a legalidade, a legitimidade e aeconomicidade dos atos de gestão doresponsável;

II – regulares com ressalva, quandoevidenciarem impropriedade ou qualquer outrafalta de natureza formal de que não resultedano ao Erário;

III – irregulares, quando comprovada qualquerdas seguintes ocorrências:

a) omissão no dever de prestar contas;

b) prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo,antieconômico, ou infração à norma legal ouregulamentar de natureza contábil, financeira,orçamentária, operacional ou patrimonial;

c) dano ao Erário decorrente de ato de gestãoilegítimo ou antieconômico; e

d) desfalque ou desvio de dinheiros, bens ouvalores públicos”.

O Parecer da SEFA, independentemente das formas em quese registraram as manifest ações dos órgãos precedentes, deveráser rigorosamente balizado pelo que dispõe o art. 16, refer ido.

A Instrução Normativa do TCU nº 13/96, inovadoramente,estabeleceu que o Órgão de Controle Interno deve elaborar um

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relatório que acompanhará o certificado, fato que corrobora oentendimento exposto.

Por força desta norma, o relatório deverá conter:

a) adequada caracterização e apuração dos fatos, indi-cando, inclusive, as normas ou regulamentoseventual mente infringidos.

Tal providência visa a permitir a avaliação daUnidade Setorial de Controle Interno do trabalhodesenvolvido pela Comissão de TCE. Poderá haverdivergência sobre o fato e sobre as normasinfringidas. Poderá ocorrer, e, aliás, é freqüente,que o relatório da SEFA seja coincidente com o daComissão, hipótese em que a fundamentação dasconclusões poderá apenas se reportar ao relatório,de forma simples.

Caso contrário, impõe-se não só esclarecer osmotivos e as razões pelas quais não acolhe a posiçãosustentada pela Comissão de TCE. Nesse caso, arelevância jurídica da manifestação é de capital i m-portância e seu embasamento jurídico deverá ser só-lido o suficiente para resistir às análises epareceres do Poder Jud iciário;

b) correta identificação do responsável.

A inovação trazida pela IN nº 13/96 impôs que amanifestação da Unidade Setorial de Controle Internotivesse, de forma sintética, os elementos necess á-rios e suficientes para o julg amento da TCE.

Aqui, também, poderá a SEFA posicionar-se emconsonância com a Comissão, ou dela divergir,fundamentando tal divergência.

Quando a norma reforça a necessidade de que aidentificação do responsável seja correta (renovandoa exigência constante do inciso I, do art.4º, da INnº 13/96), o que se pretende é a avaliação do Órgãode Controle Interno sobre a info rmação r egistradanos autos.

A identificação do responsável caberá à própriaComissão de TCE e, sobre a justa imputação deresponsabilidade, é que opina a Unidade Setorial deControle Interno. Toda a atividade de investigação eformação de prova caberá à Comissão; o Órgão deControle Interno p oderá discordar ou acolher essaposição, mas não lhe comp etirá executá-ladiretamente. Afinal, o princípio da segregação dasfunções estabelece: quem controla não executa; quemexecuta não co ntrola; e

c) precisa quantificação do dano e das parcelaseventua lmente rec olhidas.

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Também essa tarefa caberá, originalmente, à Comissãode TCE. À SEFA competirá a ratificação ou adivergência fundamentada, além de evidenciar, em umasó peça, informações que e stão esp alhadas noprocesso.

3.3.6 MANIFESTAÇÃO DO COMANDANTE DA AERONÁUTICA EPRONUNCIAMENTO DO MINISTRO DE ESTADO DA DEFESA, NAFORMA DE ART. 52 DA LEI Nº 8.443, DE 16.07.92.

Textualmente, a Lei, no dispositivo referido, exigeque o Ministro de Estado da Defesa ou autoridade de nívelhierárquico equivalente manifeste o seu ciente sobre as contas eo parecer da Unidade Setorial de Controle Interno, renovando ointeresse em preservar essa Unidade Administrativa, como funçãode apoio ao Tribunal de Contas da União. Para cumprir o comandoinserto nesse diploma legal, impõe-se que tal autoridade exareseu ciente gen érico sobre o processo ou, de forma maisrecomendável, especific amente acerca das contas e do parecer daSEFA. Nessa condição, com a criação do MD passou-se a adotar aManifestação do Comandante da Força e do Pronunciamento doMinistro da Defesa.

Cabe notar que esse pronunciamento, desde o advento daLei nº 8.443/92, não mais poderá ser objeto de delegação,encontrando-se assim derrogado o art. 82, do Decreto-Lei nº200/67, que e xpressame nte a autorizava.

3.3.7 CÓPIA DO RELATÓRIO DA COMISSÃO DE SINDICÂNCIA OUINQUÉRITO, SE FOR O CASO

Os relatórios elaborados por essas comissões são deextrema impo rtância na avaliação de uma TCE, porque:

a) esclarecem o fiel acatamento pelo agente das normasinternas da Org anização;

b) auxiliam na formação de uma convicção sobre oelemento subjetivo do agente, na medida em que podemevidenciar ter agido com dolo ou culpa; e

c) fornecem substancioso material para esclarecimentodos fatos e da narrativa.

Apesar disso, como foi observado, e uma vez que não éobrigatório esperar a conclusão do Processo AdministrativoDisciplinar ou da Sindicância para instaurar o processo de TCE,o relatório poderá não constar do processo.

É evidente que a visão do controle deve seraperfeiçoada buscando concretizar os princípios da eficiência eda eficácia previstos na Constituição Federal e, nesse amploespectro, quando a lesão ao Erário tiver subjacente ato deindisciplina, deverá questionar se foi instaurado o processodiscipl inar.

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As relações da TCE com o processo disciplinar e com ojudicial não poderão ser desconhecidas da área do ControleExterno, nem relegadas, sob pena de diminuir inclusive a nobremissão das Co rtes de Contas.

Tem sido questionado se as cópias juntadas devem serautenticadas ou não. Com base no Decreto Federal nº 83.936/79,mostra-se dispensável a autenticação, ou pode a mesma serefetuada, como autoriza o precitado diploma legal, por agente daprópria Organ ização, indicando nome, posto ou graduação oumatrícula, especialmente porque os doc umentos vão tramitar noâmbito administrativo; se, entretanto, t iverem de ser remetidosao Judiciário, será prudente que seja feita a autenticação.

A juntada desses relatórios aos autos da TCE deveráser feita com um mínimo de observância da praxe processual: serantecedida de “Termo de Juntada”, com folhas numeradas erubricadas.

Não há referência à obrigação da juntada do julgamentomas, tão somente, do Relatório da Comissão que não encerrará oprocesso nem o concluirá, podendo ser mesmo anulado pelaautoridade supe rior. Parece que o motivo da exigência dorelatório, e não do ato de julgamento, reside no fato de aquantidade de informações do pr imeiro ser substancialmentediferente do segundo documento. Sem pre que possível, porém,deverão ser juntados os dois, para melhor compreensão dos fatose, embora não revelado, para aquilatar o princípio da dosimetriada pena. Efetivamente, o fato de a autor idade ter envidadoesforços para a apuração e a coibição da conduta irregularlegitima-a a postular a redução da gravidade da sanção a seraplicada, quando entender que é justa.

Um último aspecto merece ser lembrado: para firmar ojuízo da(s) responsabilidade(s) no Relatório da Comissão de TCE,mesmo que essa Comissão tenha ensejado a mais a mpla defesa,ainda assim impõe-se a citação do(s) agente(s), porque a t eoriadas provas emprestadas não pode cercear o direito de defesa daTCE.

3.3.8 CÓPIA DAS NOTIFICAÇÕES DE COBRANÇA EXPEDIDAS AORESPONSÁVEL

A Comissão condutora do Processo AdministrativoDisciplinar, da Sindicância, ou da própria TCE, poderá expedir anotificação para o agente recompor o Erário do prejuízo causado.Assim sendo, deverá juntar aos autos a cópia das notificações decobrança expedidas ao responsável, independentemente de respostaou pagamento resultante dessa notificação. É recomendável, poreconomia processual (embora não obrigatório), que asnotificações com prazo em curso sejam ju ntadas ao processoimediatamente, devendo ser aguardado o lapso temp oral concedidoao interessado para remeter os autos ao Tribunal de Contas daUnião.

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3.3.9 OUTRAS PEÇAS QUE PERMITAM O AJUIZAMENTO AC ERCA DARESPONSABILIDADE, OU NÃO, PELO PREJUÍZO VERIFICADO

Determina o dispositivo da IN Nº 13/96-TCU anecessidade de que se faça juntar aos autos outros elementos deprova documental que auxiliem ou sejam indispensáveis à formaçãode convicção sobre um fato.

Poderão ser juntados: laudos periciais, ex ames decorpo de delito, exames toxicológicos, exames grafotécnicos,avaliações, a notícia do crime ou o requerimento à autoridadepolicial.

Não será necessário juntar cópia de todo o Inqu éritoPolicial ou da Ação Judicial porventura iniciados, sendo s u-ficiente mera notícia da existência dos mesmos. Embora não ex-presso na norma, quando ocorrer a investigação policial paralelaou ação criminal ou civil, será absolutamente inafastável odever de fazer referência ao fato nos autos do processo sob penade criar-se, a teor de vários dispositivos legais, umaduplicidade de procedimentos, tendo em vista que o TCU poderácomunicar o fato e dar início à ação de reparação de danos,reportando-se diretamente às autoridades co mpetentes.

Essa função de espelhar outras providências adotadasinsere-se, como referido anteriormente, na função de ControleInterno.

3.4 DOCUMENTOS QUE DEVEM SER JUNTADOS QUANDO A TCE SEREFERIR A CONVÊNIO OU INSTRUMENTOS CONGÊNERES

Estabelecia a IN do TCU nº 01/93 que, no processo deTCE que tivesse como objeto a apuração de recursos transferidosmediante convênio, acordos, ajustes, bem como auxílios,contribuições ou subvenções, além dos documentos referidos noitem nº 3.3.2 retro, deveriam constar:

“I – cópia do termo formalizador da avença;

II – cópia da nota de empenho e da ordembancária, quando for o caso; e

III – provas de que a autoridade competenteexerceu tempestivamente a fiscalização previstano § 6º, do art. 10, do Decreto-Lei nº200/67”.

Apesar da precitada IN ter sido revogada pela IN nº13/96, mostra-se recomendável fazer juntar esses documentos,porque são fundamentais para a elucidação da responsabilidade.

O termo formalizador da avença é o instrumento doconvênio, ou outro que, nos termos do caput do art. 63 e do §2º, do inciso I, da Lei nº 4.320/64, e do art. 77, do Decreto-Lei nº 200/67, atenda ao princípio de que toda despesa públicatem por base um docume nto.

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Quanto ao sugerido no inciso III retro, a autoridadeinstauradora reputa-se satisfeita com a simples instauração deTCE se a Prestação de Contas ocorrer posteriormente ou emseguida, se adotada outra medida que d emonstre não só oacompanhamento da aplicação dos recursos como também as medidaspara coibir o dano e punir o agente responsável.

É importante lembrar o dever de retenção dos repassesde recursos, referidos no § 3º, do art.116, da Lei nº8.666/93,que estabelece:

“Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei,no que couber, aos convênios, acordos, ajustese outros instrumentos congêneres celebrados porórgãos e entidades da Administração.

§ 3º - As parcelas do convênio serão liberadasem estrita conformidade com o plano deaplicação aprovado, exceto nos casos, a seguir,em que as mesmas ficarão retidas até osaneamento das impropriedades ocorrentes:

I – quando não tiver havido comprovação da boae regular aplicação da parcela anteriormenteaplicável, inclusive mediante procedimentos defiscalização local, realizados periodicamentepela entidade ou órgão descentralizador dosrecursos ou pelo órgão competente do sistema deControle Interno da Administração Pública;

II – quando verificado desvio de finalidade naaplicação dos recursos, atrasos nãojustificados no cumprimento das etapas ou fasesprogramadas, práticas atentatórias aosprincípios fundamentais de AdministraçãoPública nas contratações e demais atospraticados na execução do convênio, ou oinadimplemento do executor com relação a outrascláusulas conveniais básicas;

III – quando o executor deixar de adotar asmedidas saneadoras apontadas pelo partíciperepassador dos recursos ou por integrantes dorespectivo Sistema de Controle Interno.”

Poderá ocorrer, contudo, que uma determinadaOrganização, durante a gestão de uma autoridade, tenha procedidode modo irr egular, mas a mesma tenha sido sucedida por outraautoridade, dil igente, que tenha adotado providências pararesguardar o Erário e punir seu ant ecessor.

Para disciplinar a omissão da lei, foi expedida aInstrução Norm ativa/STN nº 1, de 15.01.97, que dispõe:

“Art. 5º É vedado:

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I – celebrar convênio, efetuar transferência,ou conceder benefícios, sob qualquermodalidade, destinado a órgão ou entidade daAdministração Pública Federal, Estadual, doDistrito Federal, ou para qualquer órgão ouentidade, de Direito Público ou Privado, quenão esteja em situação de regularidade para coma União ou com entidade da AdministraçãoPública Federal Indireta;

II – destinar recursos públicos como contribui-ção, auxílios ou subvenções às instituiçõesprivadas com fins lucrativos.

§ 1º Para efeitos do inciso I, deste artigo,considera-se em situação de inadimplência,devendo o órgão concedente proceder à inscriçãono cadastro de inadimplentes, do SistemaIntegrado de Administração Financeira doGoverno Federal – SIAFI e no CadastroInformativo – CADIN, o convenente que:

I – não apresentar a prestação de contas,final ou parcial, dos recursos recebidos, nosprazos estipulados por esta InstruçãoNormativa;

II – não tiver a sua prestação decontas aprovada pelo concedente por qualquerfato que resulte em prejuízo ao Erário; e

III – estiver em débito junto a órgão ou enti-dade da Administração Pública, pertinente aobrigações fiscais ou contribuições legais.

§ 2º Nas hipóteses dos incisos I e II do pará-grafo anterior, a entidade se tiver outorgoadministrador que não o faltoso, apósinstauração da Tomada de Contas Especial eremessa do processo ao Tribunal de Contas daUnião, será liberada para receber novosrecursos federais, mediante suspensão dainadimplência, pela unidade de controle internoa que estiver jurisdicionado o concedente.

§ 3º O novo dirigente comprovará,semestralmente, ao concedente o prosseguimentodas ações adotadas, sob pena de retorno àsituação de inadimplência.”

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3.5 PROVIDÊNCIAS A SEREM ADOTADAS PELO TCU QUANDO FALTARDOCUMENTO ESSENCIAL

Para otimizar a análise dos processos de TCE, váriosTribunais de Contas incumbiram setores de verificarem se constamdos autos todos os documentos que, por regimento ou instruções,consideraram obrigatórios. Às vezes, essa análise é procedidapelo órgão que instrui o processo, e em outras não. No segundocaso, pode então ocorrer que o motivo determinante dainstauração do processo, por cons eqüência lógica, autorize adispensa de um ou mais documentos ex igidos. Nesses casos, istopode não ser alcançado pelo discerni mento do agente, de nívelsubalterno, encarregado do confronto dos a utos com a norma.

Por esse motivo recomenda-se que a SEFA, na suamanifestação, elenque item por item exigido e indique, ao ladodesse rol, a página do processo em que está o documento e, sefor o caso, anote ser o mesmo dispensável, nas circunstâncias.

Esse procedimento funciona como uma espécie de “ check-list” do processo.

Portanto, quando, no TCU, é verificada a falta dedocumento que as normas, mesmo infralegais, reput aram essencial,os autos retornarão à origem ou o julgamento será co nvertido emdiligência.

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4 DA FASE INTERNA

Neste capítulo, será abordado, passo a passo, odesenvolv imento de uma TCE na su a fase interna, como talentendida a que ocorre entre o início do processo e a remessa aoTribunal de Co ntas da União, demonstrando os procedimentos quedeverão ser efetuados e os incide ntes mais comuns.

4.1 DO INÍCIO DO PROCESSO

Ocorrendo um dos motivos determinantes para ainstauração do processo, a autoridade responsável por essainstauração reunirá as pessoas que pretende designar para compora comissão, esclare cendo-lhes o objetivo do trabalho, aspossibilidades de recusa do e ncargo, de suspeição ouimpedimento, a metodologia a ser utili zada, fornecendo-lhesalgum material didático e, caso julgue necessário, as normas doTCU sobre a matéria. Em seguida, lavrará a Portaria de desi-gnação, entregando-lhes o documento no qual foi comunicado ofato (motivo d eterminante) da instauração da TCE.

4.1.1 DA PORTARIA DE INSTAURAÇÃO DA COMISSÃO

A Portaria de Instauração da Comissão de TCE é uminstrumento que delega a um colegiado encargo definido,transferindo-lhe aut oridade e dever.

4.1.1.1 Requisitos formais da Portaria

Esta Portaria deverá, para sua validade, observar osseguintes balizamentos:

a) o ato, normalmente conhecido como “baixar aPortaria”, deverá ser praticado por autoridadecompetente;

b) indicará os membros, qualificando-os funcionalmente,com a menção do posto, graduação, cargo, ou função,e da matrícula, r egistrando quem presidirá ostrabalhos;

c) citará o objetivo do trabalho; e

d) estabelecerá o prazo para conclusão dos trabalhos.

É preciso que conste do processo o objeto da apuração,sob pena de o trabalho ficar sem rumo claro e definido.

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4.1.1.2 Sugestão de Modelo de Portaria de Instauração deComissão de TCE

O...*1..., no uso de suas atribuições...*2..., e tendo emvista o que dispõe o art. 8º da Lei Orgânica do Tr ibunal deContas da União, Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, r esolve:

Art. 1º Instaurar Comissão de Tomadas de Contas Espec ial,com o objetivo de apurar...*3...

Art. 2º Designar...*4..., para comporem a referidaComissão, que será presidida pelo primeiro, substituído pelosegundo nas ausências e impedimentos.

Art. 3º A Comissão ficará desde logo autorizada a prat icartodos os atos necessários ao desempenho de suas funções, devendoos órgãos vinculados a esta autoridade prestar a col aboraçãonecessária que lhes for requerida.

Art. 4º Os membros da Comissão ficarão liberados dodesempenho de suas funções normais, conforme for deliberado pelopresidente da mesma.

Art. 5º Fica concedido o prazo de 60 (sessenta) dias para aconclusão dos trabalhos.

Art. 6º Esta portaria entrará em vigor na data de suapublicação.

Local e dataNome e assinatura da autoridade designante

Observações:

*1.Indicar o título do cargo da autoridade designante;*2.A atribuição deverá, preferencialmente, estar expressa

no Estatuto, Regimento ou Regulamento do Órgão, admitindo-se,contudo, a competência generalizada;

*3.Haverá duas alternativas:*3.1.indicar circunstancialmente as irregularidades

(fatos) a serem apurados, sem emissão de prejulgamento (emrelação aos agentes envolvidos), sob pena de nulidade; ou

*3.2.fazer referência a outro documento de caráterconfide ncial, que ficará no processo, onde constem o fato e osindícios de autoria. Por exemplo:....apurar os fatos constantesdo ofício nº ..., anexado ao processo nº ...

*4. Indicar o nome, posto ou graduação, o cargo e amatrícula dos membros da Comissão.

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4.1.1.3 Modelo de Portaria de Instauração de Comissão de TCEutilizado pela SEFA

MINISTÉRIO DA DEFESACOMANDO DA AERONÁUTICA

SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS DA AERONÁUTICA

PORTARIA Nº BB/SEFA, DD de MM de AA.

O SECRETÁRIO DE ECONOMIA E FINANÇAS DA AERONÁUTICA , usando daatribuição que lhe confere a Portaria Reservada nº 024/MIN , de 08 FEV79 , e considerando o que dispõe o Art. 8º da Lei Orgânica do Tribunalde Contas da União – TCU , Lei nº 8.443 , de 16 de julho de 1992,resolve:

Art.1º- Instaurar Comissão de Tomada de Contas Especial – TCE, noPARQUE DE MATERIAL AERONÁUTICO DO GAMA - PAMAGA, com a final idade deapurar os fatos contidos no Ofício nº XX/DIR/YY, de DD MM AA, doDiretor da Organização.

Art.2º- Designar os militares e a civil, abaixo nomeados, paracomporem a referida Comissão, que será presidida pelo primeiro,substituído pela segunda nas ausências e nos impedimentos esecretariado pelo terceiro:

Ten.Cel.-Int. – FULANO SILVEIRA

CV.NS.ADM – SICRANA DE OLIVEIRA

1S SAD - BELTRANO PEREIRA

Art.3º- A Comissão ficará desde logo autorizada a praticar t odosos atos necessários e pertinentes ao desempenho de suas fu nções,devendo a Organização citada prestar toda a colaboração n ecessária eque lhes for requerida pela Comissão de Tomadores de Contas.

Art.4º- De acordo com a experiência vivenciada nesta Secret aria,os trabalhos da Comissão deverão ser realizados na SEFA, co mpetindoaos Tomadores de Contas solicitar ao Encarregado do InquéritoPolicial Militar e ao Diretor do PAMAGA toda a docume ntação necessáriapara a realização da presente Tomada de Contas Especial, em especial,a cópia da Sindicância e do IPM, e de outras peças e documentospertinentes ao objeto da apuração .

Art.5º- Os membros da Comissão desenvolverão os trabalhos semprejuízo de suas atribuições rotineiras e conforme for deliberado pelopresidente da mesma.

Art.6º- Fica concedido o prazo de 60 (sessenta) dias, a contar dadata do recebimento de toda a documentação solicitada pela Comissão deTomadores de Contas, para a conclusão dos trabalhos.

Art.7º- Esta portaria entrará em vigor na data de sua public ação.

Brasília , DD de MM de AA.

Ten.-Brig.-do-Ar – Fabiano José da SilvaSecretário de Economia e Finanças da Aeronáutica

4.1.1.4 A publicação da Portaria

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O princípio da publicidade dos atos e dos contratosadministrativos, além de assegurar seus efeitos externos, visa apropiciar seu conhecimento e controle pelos interessadosdiretos, com a devida publicação em boletim interno,respeitando-se o grau de sigilo adequado.

4.1.2 DO INÍCIO DOS TRABALHOS

Os trabalhos da Comissão deverão iniciar-se com umareunião dos membros, na qual deverá ser indicado quem sedesincumbirá da autuação do processo e dos documentos járecebidos, quem deverá ser notificado para prestar depoimento,quais as diligências que já poderão ser promovidas e quaisoutras providências que serão adotadas em relação aos fatos aserem apurados. Desta reunião será lavrada ata.

4.1.2.1 Sugestão de Modelo de Ata de Início dos Trabalhos

Ata de instalação dos trabalhos da Comissão de TCE instit u-ída pela Portaria nº...*1

Aos ...dias do mês de ...do ano de .., às ...horas,instalou-se na sala nº..., do edifício ..., situado à rua ..., aComissão de TCE, instituída pela Portaria nº ...*1, tendo, apósampla di scussão, deliberado o seguinte: *2

Designar ...*3 para secretariar os trabalhos da Comissão;Requisitar cópia da pasta de assentamentos funcionais de....Realizar as seguintes diligências...

Local e dataNome, posto ou graduação e assinatura dos membros

Observações:

*1. Indicar o número da Portaria;*2. O modelo tradicional de ata exigia que fosse lavrada sem

interrupção, sinais de parágrafo ou outros indicativos. Mais r e-centemente, talvez para facilitar a visualização, tem-seadmitido a ata que indica os assuntos tratados por itens. Aqui,foi indi cado deste modo, apenas por razões didáticas;

*3. Indicar o nome completo, cargo e matrícula do agente queirá secretariar os trabalhos.

Poderá a indicação recair sobre o membro da Comissão ou não.Nesse último caso, deverá o presidente promover contatos com osuperior hierárquico, antes de efetuar a design ação.

É importante assinalar que há entendimentos recomendando quea designação se formalize por Portaria do Presidente daComissão, mas não há imposição legal nesse sentido.

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4.1.2.2 Modelo de Ata de Início dos Trabalhos utilizado pelaSEFA

MINISTÉRIO DA DEFESACOMANDO DA AERONÁUTICA

SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS DA AERONÁUTICA

PROCESSO Nº: 00/AA

UNIDADE GESTORA: PARQUE DE MATERIAL AERONÁUTICO DO GAMA –PAMAGA

EXERCÍCIO: AAAA

OBJETIVO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL

ATA DA REUNIÃO INICIAL DA COMISSÃO DA TCE

Aos DD do MM de AA, às 09:00 horas, instalou-se nasala da chefia da Divisão de Análise Contábil (SUCONT3), naSubsecret aria de Contabilidade, da Secretaria de Economia eFinanças da A eronáutica, no Edifício Sede do Comando daAeronáutica, sito à E splanada dos Ministérios – Bloco M – 3ºAndar – Brasília – DF, Cep 70.045-900, a Comissão de Tomadoresde Contas, instituída pela Portaria nº BB/SEFA, de DD/MM/AA,tendo, após amplas discussões, deliberado a adoção das segui nteslinhas de ação:

a) preparar os trabalhos com base na Portaria dedesignação da Comissão de Tomadores de Contas;

b) preparar e remeter fac-símile informando ao Diretorda Diretoria de Elétrica e Eletrônica do Sistema de Proteção aoVôo - DEESPV sobre a instauração de TCE no PAMAGA; e

c) preparar e remeter fac-símile informando ao Diretordo PAMAGA sobre a instauração de TCE na OM e solicitando remessade cópias da Sind icância e do Inquérito Policial Militar.

Brasília-DF, DD de MM de AA.

FULANO SILVEIRATEN.-CEL.-INT.

PRESIDENTE DA TCESICRANA DE OLIVEIRA

ADM. NS. 923MEMBRO

BELTRANO PEREIRA1S SAD

SECRETÁRIO

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4.1.3 DA ORGANIZAÇÃO DOS TRABALHOS

As providências relativas à documentação dos fatosocorridos deverão ser permanente preocupação da Comissão, com omáximo de rigor formal, vez que é possível que os autos da TCEsejam subm etidos à apreciação judicial, além de ao Tribunal deContas da Un ião.

É comum obse rvar-se processos onde existem asseguintes falhas ou impropriedades:

a) folhas sem numeração;

b) documentos sem Termo de Juntada;

c) cópias sem autenticação, quando necessária (ônus daprova, doc umento da Administração);

d) cópias em excesso; e

e) depoimentos sem assinatura.

Esses fatos não geram, isoladamente, a nulidade doprocesso, mas impõem um descrédito às apurações, na medida emque facilitam a ocorrência de fra udes.

Por isso, uma das primeiras providências da Comissãodeverá ser autuar o processo, fazendo a juntada dos documentosjá receb idos, numerando e rubricando as folhas.

A autuação consiste em dar forma ao processo, com acolocação de uma capa, geralmente de cartolina, identificando-opor um número, data da autuação, indicando que se trata de TCE.A esses autos serão juntados, posteriormente, todos osdocumentos que se referirem aos fatos em apuração.

Da autuação, também, lavrar-se-á um termo, que ficaráno processo.

Todos os documentos que sucederem o termo de autuaçãoserão colocados no processo precedidos de “Termo de Juntada”.Este pr ocedimento, que se materializa numa simples declaração,poderá ser lavrado no verso do documento anterior e indicará oque será ju ntado e as respectivas folhas do processo. Com talprovidência, se vier a desaparecer uma folha, bastará irconsultando o “Termo de Juntada” e imediatamente se teráconhecimento da peça faltante e sobre o que versava, facilitandoa obtenção de cópia ao expedidor, quando for o caso.

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4.1.3.1 Sugestão de Modelo de Termo de Autuação

TERMO DE AUTUAÇÃOAos... dias do mês de... do ano de..., na qualidade de Secretário

da Comissão de TCE, instituída pela Portaria nº ..., autuei o presenteprocesso, que passa a ser constituído dos seguintes documentos:

1. Fls. 02, portaria de designação;2. Fls. 03/08, ofício do Sr. ...denunciando as irregul aridades que

estão sendo apuradas;3. Fls. 09/10, ata de instalação dos trabalhos;4. Fls. 11, o presente termo de autuação.

Local e data

Nome e assinatura do secretário, seguida da função na C omissão.

4.1.3.2 Modelo de Termo de Autuação utilizado pela SEFA

MINISTÉRIO DA DEFESACOMANDO DA AERONÁUTICA

SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS DA AERONÁUTICA

PROCESSO Nº: 00/AA

UNIDADE GESTORA: PARQUE DE MATERIAL AERONÁUTICO DO GAMA – PAMAGA

EXERCÍCIO: AAAA

OBJETIVO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL

TERMO DE AUTUAÇÃO

Aos DD do MM de AA, na qualidade de Secretário da Comissãoda TCE 00/AA, instituída pela Portaria nº BB/SEFA, de DD.MM.AA, autueio presente processo, que passa a ser constituído dos seguintesdocumentos:

DOC DISCRIMINAÇÃO FOLHAS

01 OFÍCIO DO DIRETOR DO PAMAGA – ABERTURA TCE 0502 PORTARIA DE DESIGNAÇÃO DA COMISSÃO DA TCE 06-1503 FAC-SIMILE – INSTAURAÇÃO TCE – PAMAGA 16-1704 FAC-SIMILE – INSTAURAÇÃO TCE – DEESPV 1805 FAC-SIMILE – REMESSA CÓPIA IPM E SINDICÂNCIA 19-2706 ATA DA REUNIÃO INICIAL DA COMISSÃO DA TCE 28-3007 1º TERMO DE AUTUAÇÃO 31-3208 1º TERMO DE JUNTADA 33-34

BELTRANO PEREIRA1S SAD

CRC-DF Nº 012363/0-9SECRETÁRIO DA COMISSÃO

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4.1.3.3 Sugestão de Modelo de Termo de Juntada

TERMO DE JUNTADAAos ... dias do mês de ...do ano de ..., na qualidade deSecretário da Comissão de TCE, instituída pela Portaria nº ...,fiz juntar ao processo o ...*1, que passa a constituir as fls.... dos autos.

Local e data

Nome e assinatura do secretário, seguidos da função na Comissão

Observação:

*1 – indicar sucintamente de que se trata. Por exemplo: termode depoimento prestado pelo Sr. ..., laudo pericial relativo aoacidente de veículo ocorrido no dia..., cópia da ficha decombustível do trator...

4.1.3.4 Modelo de Termo de Juntada utilizado pela SEFA

MINISTÉRIO DA DEFESACOMANDO DA AERONÁUTICA

SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS DA AERONÁUTICA

PROCESSO Nº: 00/AA

UNIDADE GESTORA: PARQUE DE MATERIAL AERONÁUTICO DO GAMA –PAMAGA

EXERCÍCIO: AAAA

OBJETIVO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL

TERMO DE JUNTADA

Aos DD do MM de AA, na qualidade de Secretário daComissão da TCE 00/AA, instituída pela Portaria nº BB/SEFA, deDD.MM.AA, fiz juntar ao presente processo os documentos, abaixoreportados, e que passam a integrar a documentação dos autos:

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DOC DISCRIMINAÇÃO FOLHAS

01 OFÍCIO DO DIRETOR DO PAMAGA – ABERTURA TCE 0502 PORTARIA DE DESIGNAÇÃO DA COMISSÃO DA TCE 06-1503 FAC-SIMILE – INSTAURAÇÃO TCE – PAMAGA 16-1704 FAC-SIMILE – INSTAURAÇÃO TCE – DEESPV 1805 FAC-SIMILE – REMESSA CÓPIA IPM E SINDICÂNCIA 19-2706 ATA DA REUNIÃO INICIAL DA COMISSÃO DA TCE 28-3007 1º TERMO DE AUTUAÇÃO 31-3208 1º TERMO DE JUNTADA 33-34

BELTRANO PEREIRA1S SAD

CRC-DF Nº 012363/0-9SECRETÁRIO DA COMISSÃO

4.2 DAS PROVAS

De todos os procedimentos que se desenvolvem em umaTCE, a parte referente à prova e à garantia de ampla defesaconstituem os pilares de sustentação da regularidade (ou não) damesma. Sem a solidez desses, o processo não terá sustentação.

4.2.1 NOÇÕES GERAIS

Provar um fato consiste em demonstrar e evidenciar asua existência. A prova tem um objeto, um destinatário e umafinalidade. Essa trilogia, que é inseparável do fato, deveráconstituir um guia seguro e permanente preocupação dos que estãoincumbidos de cumprir o ônus da prova.

Seguindo o caminho deliberado acima, na TCE, pode-seafirmar que:

a) o objeto da prova – são os fatos do processodiretamente vinculados aos motivos determinantes dainstauração. Se a TCE foi iniciada para apurar arealização de despesa ilegal, o objeto da provaserá:

- provar que houve uma despesa;

- provar que a mesma se efetivou sem amparo na Lei;e

- provar a inocorrência de excludentes deresponsab i-lidade;

b) a finalidade da prova – formar a convicção quanto àexistência dos fatos ligados aos motivosdeterminantes da TCE. Como regra, a finalidade serásempre coinc idente em todos os casos; e

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c) o destinatário da prova – como o processo de TCE é“julgado” pelo TCU, o destinatário da prova, emregra, será o Tribunal de Contas da Un ião.

4.2.2 DO ÔNUS DA PROVA

Sob a denominação de ônus da prova, ou “ onus probandi”entende-se o dever de evidenciar a verdade de um fato.

A doutrina, há séculos, vem aperfeiçoando o sistemaprocessual, precisamente a partir da evolução das teorias sobreônus da prova.

O ônus da prova incumbe:

a) ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;e

b) ao réu, quanto à existência de fato impeditivo,modificativo ou extintivo do direito do autor.

Feita essa breve consideração, caberia lembrar que aTCE, na fase interna, não tem autor ou réu, sendo uma atividadeinvestig atória conduzida em busca da verdade real. Nessediapasão, as te orias delineadas oferecem suporte estável parafirmar o seguinte entendimento:

a) no processo de TCE, o ônus é da Administração, tendoem conta o ditado latino, consagrado pelaprocessu alística moderna, de que o ônus da prova éum encargo de quem o alega;

b) na fase externa da TCE (posterior ao encaminhamentoao TCU), após a Administração ter provado aocorrência de um fato constitutivo, aquele a quem éimputada a prática de tal ato poderá apresentarfatos impeditivos, modificativos ou restritivos dodireito relacionados com o que ocorreu; e

c) inexistindo autor e réu, na fase interna da TCE,mesmo cabendo à Administração o ônus da prova defatos con stitutivos, não se exime a mesma decolaborar com os envolvidos na comprovação dos fatosmodificativos ou extintivos, em face do princípio daverdade real que predomina no processoadministrativo, em toda a sua extensão.

4.2.3 NOÇÕES SOBRE O OBJETO DA PROVA E A DISPENSA D O ÔNUS

Constituirá o objeto da prova a demonstração dos fatosdo processo diretamente vinculados ao motivo determinante dainstauração da TCE ou, em outras palavras, o objeto da prova é oque tem que se provar.

Todas as alegações que fundamentaram a formação daconvicção deverão ser provadas e demonstradas nos autos doprocesso.

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Em contraposição à afirmação anterior, a tradicionaldoutrina processual, encampada pelo Direito Positivo Pátrio(Direito Brasileiro), estab elece a possibilidade de dispensar aprova dos fatos:

a) notórios;

b) admitidos no processo como incontestáveis;

c) afirmados por uma parte e confessados pela partecontrária; e

d) em cujo favor milita a presunção legal de existênciaou de ver acidade.

4.2.4 O QUE DEVE SER PROVADO

O objeto da prova deverá se constituir em demonstrar averdade dos fatos, observando os seguintes requisitos:

a) serem pertinentes ao processo – ainda que seconsidere elementar, somente os fatos que tenhampertinência com o processo é que deverão serprovados. Não raro, às vezes motivada pelo espíritoapuratório, a Comissão de TCE perde-se numtorvelinho em que a falta de objet ividadecompromete, irremediavelmente, a credibilidade dotrabalho. Assim:

- se o fato motivar a instauração de outro processode TCE, estando o primeiro na fase inicial, queseja este processo alterado de objeto para ampliá-lo;

- se o princípio da economia processual nãojustificar a alteração do objeto, deverá seriniciada uma nova TCE; e

- em caso de falta que justifique a instauração deProcesso Administrativo Disciplinar ouSindicância, poderá a Comissão de TCE sugerir osobrestamento, ou não, dos trabalhos à autoridadeinstaur adora;

b) serem controvertidos no processo – registrou-se, emlinhas atrás, o entendimento de que dispensam provaos fatos afirmados por uma parte e confessados poroutra, bem como os admitidos no processo comoincontestáveis. Há exceções a esses postulados,mesmo na es fera administrativa, como quando éexigido que a prova de um fato se revista de formaespecial, tal como ocorre com o direito depropriedade de bem imóvel. E xceções dessa natureza,em que a forma é essencial à validade e eficácia daprova, apenas confirmam a regra de que os fatos aserem provados serão os que se mo stram dentro doprocesso, pertinentes ao objeto e co ntrovert idos; e

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c) serem relevantes – muitas vezes, perde-se tempo natentativa de elucidar aspectos pertinentes ao pro-cesso, controvertidos, mas absolutamenteirrelevantes à finalidade das apurações; outrasvezes, descobrindo-se a verdade dos fatos, é que severifica a insignifi cância do mesmo em relação aoobjeto principal. Como r egra, a Comissão deverá sequestionar se, provado o fato, que implicações teráo resultado final do pr ocesso, considerando-se arelevância do mesmo para a consec ução do objetivodos trab alhos.

4.2.5 DOS MEIOS DE PROVA

Meios de prova são os recursos utilizados pelaComissão de TCE para transferir à autoridade julgadora a certezae a convicção que fundamentaram a sua conclusão sobre a verdadedos fatos.

Mesmo a Administração, que se rege estritamente peloprincípio da legalidade, na investigação e na prova dos fatos,não pre scinde de norma autorizadora para validar determinadotipo de pr ova. Todos os meios que não estiverem vedados peloDireito ou pela moral poderão ser usados para firmar a convicçãodo magis trado.

Vem a propósito registrar que os agentes que compõema Comissão de TCE e os integrantes do Tribunal de Contas daUnião d evem se sentir permanentemente motivados para buscar averdade, utilizando-se de todos os meios admitidos em Direito,trazendo para os autos a documentação das convicções quefirmaram, em vis itas e em depoimentos prestados, servindo-se,sempre que necess ário, do conhecimento de especialistas dasdiversas áreas do conh ecimento humano.

4.2.5.1 Do depoimento pessoal

Entre os meios de prova, o primeiro a ser citado peloCódigo de Processo Civil é o depoimento pessoal, não só porquecorresponde à ordem lógica da seqüência do processo, como tambémpelo seu valor probante.

Ordinariamente, estuda-se o depoimento pessoal com aprova testemunhal. Distingue-se, contudo, o primeiro da segundapelo fato de que aquele é restrito à parte, enquanto que nesta,qualquer pessoa, exceto a parte, poderá ser testemunha. Aqueletem por o bjetos obter a confissão da parte e esclarecer fatos,nesta ordem de importância; no testemunho, não há pretensão daconfissão.

Mesmo preferindo outra terminologia, pelas implicaçõesreferidas, seguindo a praxe já consagrada, destaca-se, nestetópico, as principais observações sobre o depoimento pessoaldaquele sobre o qual recaem os indícios da prática do fato que

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gerou a lesão ao Erário ou foi omisso no dever de prestar contas– que na fase e xterna assumirá, portanto, a condição de parte noprocesso –, de stacando-se as diferenças entre o rito processualjudiciário e o administrativo. Cabe mais uma vez comentar que,na fase interna, a TCE é um processo administrativo e, na faseexterna, é um processo administrativo-judicial.

4.2.5.2 Do depoimento na TCE

Transferindo esse meio de prova para o processo deTCE, algumas considerações se impõem para a adequada compreensãodos fatos:

a) mesmo havendo firmes indícios de autoria do fato,logo no início do processo, deverá ser convocado ointeress ado para ser interrogado ou prestaresclareci mentos, evitando-se o termo “depoimento” –porque esse termo tem subjacente a definição deautor/réu. Essa convoc ação reveste-se na forma denotificação, porque é para a prática de atoprocessual, seguindo-se, en tão, po steriormente, acitação, vez que depois de prestar d eclaraçõespoderá ser apontado como respons ável;

b) sempre que desconhecida a autoria, ou não havendoindícios suficientes para determiná-la, desde oinício do processo, recomenda-se que seja expedidanotific ação para prestar testemunho. Isso porque,como dito, mantém-se o entendimento que, no processoordinário judicial, as partes prestam depoimentos, eos demais testemunho. Com essa cautela, tem-se maisuma oport unidade para aclarar os fatos;

c) o depoimento é um ato do processo da maiorrelevância, até porque poderá dar ensejo à confissãoreal; e

d) a notificação dirigida à pessoa contra quem pesam osindícios poderá conter a advertência de que o depo-ente, se omisso, sofrerá a conseqüência de verconsiderados verdadeiros os fatos contra siapontados.

O depoimento objetiva, mediante interrogatório, obtera confissão de um fato e, acessoriamente, o esclarecimento depontos controvertidos, devendo ser requerido pela Comissão, comessa nomenclatura, quando suficientemente esclarecidos osindícios de a utoria. Mas, pode a Comissão, a qualquer momento,determinar o comparecimento pessoal do agente ou terceiroenvolvido, quantas v ezes forem necessárias, sem que talprocedimento caracterize con strangimento. Recomenda-se àComissão, por economia processual e para manter a boa ordem dostrabalhos, sistematizar os interrog atórios para que cada pessoacompareça apenas uma vez, ou no máximo duas, se for necessária aacareação.

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Alguns outros aspectos do depoimento não poderão seresquecidos, conforme adiante será exposto.

4.2.5.3 Da capacidade para depor

Só poderá prestar depoimento quem for juridicamentecapaz de confessar, fim último do depoimento. Para estabelecercom precisão a possibilidade de alguém ser ou não depoente,deverá se ter em conta a definição legal de capacidade jurídicado Código Civil Brasileiro, a partir da exclusão legal dosabsoluta e relat ivamente incapazes ( arts. 5º e 6º). Essaformulação constitui um caminho seguro para enfrentar assituações inusitadas de oitiva de depoimento de menores,interditos, loucos, etc.

4.2.5.4 Da participação de advogado do depoente

Outra questão relevante diz respeito ao comparecimentodo agente acompanhado de advogado. Sobre o assunto, deverá serlembrado que é direito do advogado ingressar livremente nassalas e nas dependências de audiência, razão pela qual,independentemente de autorização, poderá o interessado fazer-seacompanhar desse profissional devid amente habilitado.

Seguindo a melhor orientação prática, autoriza-se apresença do mesmo, inclusive, lembrando dessa possibilidade, jáno ato con vocatório para o depoimento, adotando, porém, algumasprovidências que facilitem a boa marcha processual e inibam aargüição de nulidades e o estabelecimento da desordemprocessual, entre as quais destacam-se:

a) exigir a habilitação do advogado (identidade funci o-nal), adiando o depoimento se o mesmo não seapresentar munido desse documento, registrando oincidente em ata. Na mesma oportunidade, com oregistro e a assina tura na ata, promove-se anecessária expedição de nova notificação. Deve-sedar ciência ao advogado e ao depoente, sobre a novadata.

b) esclarecer qual será o seu momento de intervir eque, antes da autorização do Presidente da Comissão,é defeso ao advogado fazer uso da palavra, mesmo quepara orientar o seu cliente;

c) quando o advogado se apresentar sem procuração,registrar o fato na ata, estabelecendo prazorazoável para a juntada da mesma, normalmente 5dias, sob pena de se considerarem nulos os atospraticados, o que, aliás, normalmente não se faz;

d) em todos os casos, solicitar a colaboração doadvogado no sentido de que assine a ata junto com odepoente e, no caso de recusa, fazer constar namesma, ainda que depois de todas as assinaturas, o

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número da identidade e o tempo em que estevepresente ao depo imento;

e) quando o advogado formular perguntas ao depoente,registrar na ata uma síntese da pergunta e daresposta;

f) se solicitado, fornecer cópia do termo de declaraçãoe de qua lquer outro documento; e

g) manter sempre um tratamento cordial, não deixando deimpor a a utoridade, nos termos da lei.

Um dos pontos controvertidos na doutrina consiste napossibilidade de conceder a palavra, para fins de formulação deperguntas, ao adv ogado do próprio depoente.

Acrescenta-se, contudo, que perfilhando esseentendimento, não se pode esquecer que a intervenção só seadmite após esgotadas as perguntas da própria Comissão de TCE,registrando que foram formuladas pelo advogado da parte, numasíntese de conteúdo, ju stamente para evitar que o patrono dodepoente assuma o “controle” da ata, iniciando um ditado prolixoe sem paradeiro.

4.2.5.5 Do não comparecimento para depor

Na Lei Processual Civil, a parte é obrigada a depor epoderá ser intimada, fazendo-se constar do mandado que sepresumirão co nfessados os fatos contra ela ale gados, caso nãocompareça, ou co mparecendo se recuse a depor.

Num processo de TCE, o não comparecimento enseja maisde uma possibilidade de conseqüências, conforme o agente seja ounão agente do Órgão ou da Organização. Sendo agente, em tese,serão contrapostas duas normas jurídicas: a primeira, referenteao dever funcional, normalmente repetida em todos os estatutos,inclusive no Regime Jurídico Único Federal, que impõe o dever deacatar o rdens superiores, no qual se insere o de prestardepoimento, est abelecendo também o dever de levar aoconhecimento da autoridade superior as irregularidades de quetiver ciência, em razão do ca rgo e de representar contrailegalidade, omissão ou abuso de po der; a segunda, na medida emque a norma impõe penalidade à recusa r eferida acima,implicitamente autoriza a omissão em depor, fato corroboradopela majoritária doutrina processualista civil, que vislumbra na“confissão ficta” (confissão real, própria) um di reito dodepoente.

A ausência do depoimento prejudica a apuração dosfatos, i nclusive a participação omissiva (ação) ou comissiva(falta de ação) de outros agentes, e pelos fundamentos expostosnão deverá ser tolerada.

Sufragando esse entendimento, recomenda-se que daconvocação conste que a recusa em depor implicará na confissão

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dos fatos co ntra si imputados, constituindo, ainda, faltadisciplinar grave.

Também sugere-se que a notificação para depor sejaencaminhada com ofício ao chefe imediato do agente, para queesse dete rmine ao mesmo o comparecimento, a fim de evidenciartambém a ins ubordinação direta, além de manter as autoridadesenvolvidas info rmadas da ausência.

4.2.5.6 Da recusa em depor

Poderá ocorrer que a pessoa compareça e, diante daComissão da TCE, recuse-se a depor, constituindo situaçãodiversa da tra tada no s ubitem precedente, em que simplesmentenão comparece.

A Lei Processual Civil estabelece uma igualdadejurídica e ntre o não comparecimento e a recusa em depor, havendoambas as condutas de implicar “ficta confessio”, quando setratar da parte contra quem pesam os indícios. Apesar deequivalência de efeitos para a aplicação da penalidade, algumasdistinções podem ser apo ntadas:

a) o não comparecimento é uma conduta genérica,enquanto que a recusa em depor será identificada acada per gunta formul ada;

b) a recusa, sendo específica, pode ser autorizada, p o-dendo servir, no presente caso, a analogia do art347, do Código de Processo Civil, que a permite emduas hipóteses: a primeira, quando se imputa à partefato criminoso ou torpe, a segunda, quando serelaciona a fato a cujo respeito, por estado ouprofissão, imponha a guarda do sigilo;

c) também como o não comparecimento, a recusa poderáser motivada, merecendo porém maior credibilidade,já que poderá ocorrer em relação à perguntaespecífica; e

d) à recusa equipara-se o fato de, sem justificativa, odepoente empregar evasivas.

4.2.5.7 Do uso de evasivas nas respostas e outroscomportame ntos

Quando o depoente emprega evasivas nas respostas,tangenc iando o ponto central da questão, deverá a Comissão daTCE reiterar a pe rgunta e, persistindo a conduta, buscar suareformulação com obj etividade.

Poderá ocorrer que o depoente, insistindo no empregode evasivas, isto é, não respondendo à questão formulada, façareferência a outros fatos não pertinentes. Cônscio dessapossibilidade, poderá o Presidente da Comissão da TCE permitirque o julgamento equipare-a à recusa, considerando as

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circunstâncias presentes. Logo, é bem de ver que a equivalênciaà recusa depende da satisfação simultânea de dois requisitos: oprimeiro é a conduta reiterada do interrogado, e o segundo queas circunstâncias indiquem que o objetivo do depoente emempregar evasivas é para não responder o que lhe foi pe rguntado.

Para provar o fato, deverão as perguntas e ocomportamento do d epoente ficarem consignados literalmente emata.

4.2.5.8 Do não comparecimento e da recusa de arrependimento

Poderá ocorrer que o interessado não compareça paraprestar depoimento e depois pretenda oferecer defesa, ou ocorrao contr ário. Ambas as atitudes deverão ser acolhidas pelaComissão, se a nteriores ao relatório final, para que seevidencie a concessão da mais ampla defesa, ponto nodal dasdeclarações de nulidade pelo Poder Judiciário. A recomendaçãopara que seja antes da elaboração do relatório final terá porobjetivo fazer respeitar a preclusão das fases processuais,impulsionando a apuração no seu caminho o rdenadamente parafrente, sem consta ntes retrocessos.

Perdendo a oportunidade de depor, suportará o agente apenalidade de confissão quanto à matéria de fato, mas poderáocorrer que a sua participação ainda possa se processar semgrandes prej uízos ao desenvolvimento dos trabalhos, com notáveisvantagens à segurança e à solidez da prova.

4.2.5.9 Da confissão

Confissão é a declaração feita pelo depoente admitindoa verdade de um fato contrário ao seu interesse, consoanteestabelece o art. 348, do Código de Processo Civil - CPC.

A confissão poderá se dar de várias formas: induzidaou espontânea; perante a Comissão, ou fora dos locais detrabalho, em caráter reservado; verbalmente ou por escrito,expressa ou “fi cta”. A força probante desse meio dependerá dasua harmonia com o conjunto dos fatos.

A confissão feita verbalmente a terceiros dependerá dovalor do testemunho dos mesmos e também da harmonia referida.

É imperioso que os membros da Comissão tenham presentea noção de que a confissão só terá valor se harmonizar-se com oconjunto probante. Assim, se o depoente inicia confessando ofato, o interrogatório continua, para a coleta de dados sobre ascircunstâncias, quem lucrou com irregularidade, em que momentofoi prat icada, o que o levou a pensar que não seria descoberto,e outras perguntas dessa natureza. Até em benefício do depoente,deverão ser questionadas as atenuantes do fato.

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4.2.5.10 Da prova testemunhal

A prova testemunhal, na realidade, será amplamenteadmitida, especialmente no Processo Administrativo,aproveitando-se muito das r egras processuais judiciárias.

Como no depoimento, o valor da prova testemunhal seráatribuído segundo a sua maior o u menor conformidade com oconjunto pr obante do processo.

Existem alguns aspectos que apresentam singularidadesespecíficas na TCE e no Processo Administrativo Disciplinar, emrelação ao Pr ocesso Judiciário, como será visto a seguir.

4.2.5.11 Da obrigação de declarar a verdade

Comparecendo a testemunha, mesmo sem qualquer vínculocom a Administração, e ainda que seja a título de colaboração,terá o dever de dizer a verdade, sob pena de reclusão de 1 (um)a 3 (três) anos e multa. Tipifica o Código Penal Brasileiro:

“Art. 342 Fazer afirmação falsa, ou negar oucalar a verdade, como testemunha, perito,tradutor ou intérprete em processo judicial,policial ou administrativo, ou em juízoarbitral”.

O teor desse dispositivo poderá ser lembrado aodepoente sempre que, recalcitrando ( ou teimando, oudesobedecendo, ou não cedendo) em suas declarações, façapresumir que se afasta da verdade, sem caracterizarconstrangimento ilegal. S ugere-se igual procedimento naacareação.

A testemunha não deporá quando:

a) for impedida, entendendo-se como tal a aplicação poranalogia, no que couber, do art. 134, do Código doProcesso Civil;

b) for considerada suspeita, adotando-se, também poranalogia, o que dispõe o art. 135, do mesmo Código.É importante notar que nesse elenco figur am comosuspeitos o amigo íntimo ou o inimigo capital dequalquer das partes;

c) o fato lhe acarretar grave dano, bem como ao seucônjuge e aos seus parentes consangüíneos ou afins,em linha reta, ou na colateral em segundo grau,conforme dispõe o art. 406, do mesmo Cód igo doProcesso Ci vil; e

d) se tratar de fato a cujo respeito, por estado ouprofissão, deva guardar sigilo, na forma prescritano mesmo dispositivo retrocitado.

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Embora apurado em lei o direito da recusa, atestemunha será obrigada a declinar o motivo, sob pena de, não ofazendo, respo nder pela omissão.

Outro aspecto prático a ser lembrado diz respeito aofato de que as testemunhas, como regra, serão ouvidas perante aprópria Comissão da TCE, a exemplo do que ocorre no processopenal e ci vil, em que são ouvidas em audiência.

4.2.5.12 Da acareação

A acareação é um procedimento que tem lugar quandohouver divergência nas declarações das testemunhas, em pontorelevante que possa influir na decisão.

Não é, pois, qualquer divergência que justifique aacareação, mas somente aquela que se apresentar em pontofundamental para o esclarecimento do fato apurado. Ocorrendo talhipótese, é obrig atória a acareação.

Há substancial controvérsia doutrinária acerca dapossibilidade de promover a acareação entre a testemunha e o“acusado” da prá tica de ato irregular, ou depoente, sustentandouns que esse pro cedimento de confronto violaria o princípio deque ninguém é obri gado a depor contra si.

O atual Código de Processo Civil, na sua expressãoliteral, prevê a possibilidade de acareação entre testemunhas eentre estas e a parte, averbando em igual sentido o Código deProcesso Penal.

Na prática, muitas comissões, a exemplo de que ocorreno processo judicial, têm evitado a acareação, pois, além deconstituir um p rocedimento desgastante, pelo desconforto quecria, o ato de evidenciar as condições poucas vezes apresentaresultados obj etivos no esclar ecimento dos fatos.

4.2.5.13 Da prova documental

Algumas regras consagradas na processualística servemplenamente ao Processo Administrativo, merecendo ser destacadasas seguintes:

a) o documento não faz prova a favor de quem o fez,pois, em princípio, não pode a parte constituirprova em seu próprio ben efício;

b) o agente, ou terceiro envolvido, responsável pelodano, será obrigado a exibir o documento, sob penade ser considerado provado o fato referente aodocumento cuja exibição se pr etendia;

c) os documentos deverão ser juntados ao original ouapresentar forma própria de comprovação deautentic ação: fotos com os respectivo s negativos;fotocópia a utenticada ou exibida com o original;telegrama, ra diograma ou outro instrumento de

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transmissão, deverá ter o original assinado naestação expedidora, con forme art. 374, do Código deProcesso Civil; e

d) os translados, as certidões e as cópias em papel ouem filme de documentos microfilmados, para produzirefeitos legais, em juízo ou fora dele, deverão estarautenticados pela autoridade competente, detentorado filme original. Em se tratando de documentoprivado, a autenticação deverá ser feita porcartório, devidame nte registrado, para esse fim, noMinistério da Just iça, nos termos do Decreto nº1.799, de 30 de janeiro de 1996.

As demais regras constantes do Código de ProcessoCivil s erão igualmente aplicáveis ao processo da TCE.

4.2.5.14 Da prova pericial

Prova pericial no processo de TCE deverá sersolidamente constituída com a observância do máximo rigortécnico e com d emonstração do acatamento das normas que regulama atividade esp ecializada.

Tem sido lamentavelmente comum que:

a) conclusões de prejuízos causados ao Erário nãoapresentem, com clareza, o montante dos danos;

b) faltas de bens em almoxarifado sejam quantificadassem levant amento periódico de bens em estoque;

c) acusações de superfaturamento de preços não indiquemo valor razoável de mercado frente ao preço deaquisição; e

d) valores pagos a maior em folha de pagamento nãosejam discrim inados mês a mês.

As perícias dividem-se em exames, vistorias eavaliações. Exames são realizados sobre contas, instrumentos oupessoas; vi storias são as inspeções oculares realizadas sobrecoisas móveis e imóveis; avaliações são as fixações de preços,qualidade e quant idade de coisas, serviços ou fatos ocorridos.

A perícia exige um profissional com conhecimentotécnico e specializado, detentor de uma qualificação que, vistade determin ada ciência ou técnica, reduza ao extremo ainterferência subjetiva na co nclusão sobre determinado fato.

Quando o exame tiver por objetivo a verificação decontas “ stricto sensu”, a participação do Setor da Auditoria oudo Setor da Contabilidade será imprescindível no fechamento debalancetes e de outros demonstrativos contábeis; quando o examereferir-se a contas em geral, será necessária a habilitaçãopertinente ao ramo do conhecimento invocado.

4.2.5.15 Das diligências

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Quando o processo atinge a fase externa, o TCU poderápromover a realização de diligências, determinar o sobrestamentodas contas para elucidar aspectos controvertidos da TCE, ouinspeções para apurar a regularidade de fatos constantes domesmo ou de o utro processo.

Na fase interna, a Comissão de TCE poderá, a qualquertempo, real izar diligências e inspeções com o objetivo deesclarecer ponto controvertido dos autos ou questões levantadaspela defesa ou pela te stemunha.

No desenvolvimento dessa atividade, a Comissão de TCEpoderá ter a necessidade de reportar-se a outra Organização,para promover o levantamento de dados, vistoriar bens eequipame ntos.

A Comissão de TCE poderá realizar pessoalmente, porseus membros, as diligências, devendo de tudo fazer relatório ejuntá-lo aos a utos. Não haverá nulidade se a diligência forconduzida por um ou mais membros da Comissão e não por todos osseus componentes, mas o relatório ou laudo deverá retratarfielmente os que estiverem presentes, pois não se admitirá queuma Comissão de TCE, a pretexto de dividir tarefas eracionalizá-las, venha depois a fazer declaração falsa sobre ofato oco rrido.

4.2.5.16 Das provas emprestadas

O tema apresenta fundamental relevância, no momento,vez que, com bastante freqüência, são transportadas peças doprocesso de Sindicância ou do Processo AdministrativoDisciplinar ou do I nquérito Policial Militar ou do Relatório deuma inspeção, para o pr ocesso de TCE.

É válida, sem dúvida, a prova carreada aos autosobtida em outro processo. Contudo, tendo em linha deconsideração que a a usência da garantia da ampla defesa e docontraditório é o princ ipal motivo para determinar a anulaçãodos processos de TCE, tem-se sustentado a necessidade de sepermitir ao envolvido, logo após a transferência de provas, odireito de contrad itá-las.

4.3 TCE DE RITO SIMPLIFICADO

Denomina-se TCE de rito simplificado aquelas restritasem que as mesmas têm sua tramitação adstrita ao âmbito daAdministr ação/Organização instauradora. No caso da Aeronáutica,restrito ao âmbito do Comando da Aeronáutica.

É relevante notar que o processo de TCE deverá existirfisicamente, porque já foi sustentado, sem qualquer amparolegal, que nestas hipóteses descaberia instaurar o procedimento.

O erro reside precisamente no fato de que, parajustificar e documentar o dano, é imprescindível um documento,

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mesmo quando é de valor inferior ao de alçada, até mesmo parapromover a baixa patrimonial.

A existência destes tipos de processos de TCE deveráser verificada pelos Órgãos das Cortes de Contas (TCU), nasinspeções “in loco”, quando será verificado o fielacompanhamento das normas em vigor.

Três hipóteses justificam esta simplificação e deverãoser consideradas antes da Comissão de TCE elaborar o relatórioconclusivo:

a) o dano está na faixa de valor de alçada; ou

b) o dano foi recomposto ou o bem ou valorreapareceram; ou

c) o bem foi reposto.

Vale ressaltar que na Tomada de Contas Anual de umaUnidade Gestora da Aeronáutica também constará informação sobrea existência de TCE de rito simplificado na UG.

4.4 VALOR DE ALÇADA

Alçada no processo judiciário é um limite decompetência em razão do valor da causa, a partir do qual o juiznão julga ou ju lga sem recurso. Esse termo é perfeitamenteaplicável, em sede de TCE, para identificar o valor abaixo doqual, em princípio, dete rminada TCE não será remetida aoTribunal de Contas da União para julgamento.

Não significa que não serão instauradas, massimplesmente que serão mantidas nos órgãos de origem, quedeverão adotar, no âmbito de sua competência, as providênciasnecessárias para o re sguardo do Erário, mantendo-se os autos,depois de solucionados os fatos, segundo o prudente arbítrio doOrdenador de Despesas ou do Gestor, à disposição dos Órgãos deControle (SEFA/TCU), para ver ificação em eve ntual inspeção.

Com a aprovação das normas que concederam maior lapsode tempo para a instauração de TCE, o entendimento exposto e jáseguido por vários Órgãos merece as seguintes considerações:

a) somente deverá ocorrer a instauração se no prazoestabelecido não houver a reparação do dano ou oreaparecimento do bem;

b) para atender ao princípio da economicidade, poderá aSEFA agrupar vários motivos determinantes para ainstauração de TCE, com vistas à apuração por umamesma Comi ssão;

c) é recomendável sistematizar os trabalhos delevantamento da carga patrimonial de bens, comperiodicidade semestral, e, nos seis mesesseguintes, envidar esfo rços para localização.Frustrados esses trabalhos, instaura-se TCE para

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apurar o desaparecimento de todos os bens daqueleperíodo e, se for o caso, também do semestre emcurso;

d) no caso de omissão do dever de prestar contas devalores recebidos, abaixo do valor de alçada (nocaso de suprimento de fundos) , tem a práticarecomendado a conveniência da instaur ação da TCE,imediatamente, após confirmada a recusa do agente empromover o acerto de contas, não se aguardando ne ssecaso o decurso do prazo legal;

e) a instauração de TCE abaixo do valor de alçadaimplica ser conduzida com atenção ao princípio daeconomicid ade. Por isso é que se recomenda a juntadade várias TCE em um mesmo processo;

f) recomendam as leis orgânicas do TCDF e do TCU queessas TCE sejam juntadas às contas anuais eremetidas ao Trib unal; e

g) o exame dessas TCE pelos Tribunais de Contas nãodeverá ser realizado com o mesmo rigor que as devalor s uperior ao de alçada, sob pena de comprometero princ ípio da economicidade que m otivou oprocedimento.

4.5 DA CONCLUSÃO DA COMISSÃO

A Comissão conclui seu trabalho quando verifica aocorrência do motivo determinante da TCE, define o valor dodébito e evide ncia os indícios de autoria.

Com a prova da existência dos fatos, definição daautoria, elaboração e entrega do relatório, estarão concluídosos trabalhos e, não se tratando de missão permanente, dissolvidaa mesma. Seus membros reassumirão as funções normais, se tiveremsido afastados do trabalho, para se dedicarem de forma exclusivaà atividade ap uradora.

O TCU, contudo, poderá, já na fase externa, requerernovas diligências e esclarecimentos, diretamente aos membros daComissão, hipótese em que, de forma colegiada, deverãopronunciar-se e fazer juntar ao processo, ou remeter, por ofícioao Tribunal de Contas da União, o que foi requerido.

Mais comum, entretanto, é requerer as diligências aodirigente do Órgão/Organização ou Unidade Gestora, pois é umaUnidade Administrativa pe rmanente, ao contrário do que em geralocorre com as comissões.

4.6 RELATÓRIO CONCLUSIVO

Todo o êxito do trabalho da Comissão repousafundamentalme nte na elaboração de um relatório conclusivo deTCE.

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Nas fases seguintes, em que os autos receberão oParecer do Controle Interno, a Manifest ação do Comandante daAeronáutica e o Pronunciamento do Ministro da Defesa, bem comoquando chegarem aos Tribunais de Contas, todas as análisesiniciarão com a leitura do Relatório da Comissão, vez queconstitui a declaração definitiva dos profissionais encarregadosdas apurações. Não será obrigatório o seu acatamento, porque aconclusão não é vinculativa para as instâncias superiores. ORelatório poderá ser acolhido ou rejeitado, mas jamais alteradopela autoridade superior. Poderá, também, ser designada novacomissão quando evidenciadas falhas insanáveis, e até arqu ivado,mas não poderá ser eliminado ou destru ído.

O relatório deverá:

a) ser redigido em linguagem clara e objetiva, sendorecomendável a adoção de linguagem impessoal, naterceira pessoa, evita ndo-se a adjetiv ação;

b) como a sentença judicial, deverá ser dividido em:

- b.1) relatório “ stricto sensu” ou histórico sobre:

1. a constituição da Comissão, o seu objetivo,como se desenvolveram os trabalhos, quais osmeios de prova utilizados, se todos os membrosparticip aram dos atos de investigação, se houvea partic ipação de adv ogado, etc.; e

2. os fatos objeto da apuração, onde será narradoquem depôs e, em breve síntese, o que disse, asevidências trazidas pelos outros meios,enfatizando sempre, de forma bastante resumida,os pontos a favor e contra, a tese que seráadotada na conclusão, indicando a página ondepoderá ser e ncontrada a inform ação;

- b.2) fundamentação, onde será pontualmentecontrastado cada fato obt ido com os meios deprova.

- b.3) conclusão, onde a Comissão, após reafirmar aexistência do fato e da autoria, indicará quais asmedidas que decorrem da infração, dentre o elencodas penalidade cabíveis, apontada qual entendemais adequada, consideradas as agravantes e asatenuantes, para coibir a repetição da infração ereparar o Erário. A Comissão não poderá terdúvidas sobre e sses aspectos. Caso as tenha, éporque não concluiu a fase apuratória; e

c) indicar, de preferência no preâmbulo, onde estarão,no processo, os elementos essenciais da TCE,exigidos no art. 4º, da Instrução Normativa nº 13,publicada no DOU de 11 de dezembro de 1996, doTribunal de Contas da União. Com base na precitada

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Instrução Normativa, elaborar uma espécie de “ check-list” dos documentos essenciais da TCE.

4.7 ELEMENTOS ESSENCIAIS DO RELATÓRIO

Os documentos que deverão estar contidos no processode TCE estão rigorosamente elencados no art. 4º, da InstruçãoNormativa nº13/96, conforme descrição já titulada no item de nº2.8, do Capítulo II, deste manual.

Não há indicação legal ou normativa de qualquerespécie para os elementos que o relatório da Comissão deveráconter.

Como recomendação, tem-se divulgado o seguinteroteiro, a ser utilizado segundo as diversas espécies de motivosque determ inaram a instauração da TCE, independentemente doselementos ref eridos no art. 4º, da IN nº13/96, deobrigatoriedade inafastável:

a) omissão no dever de prestar contas.

A não prestação de contas tem uma causa e poderá tera concorrê ncia da vontade volitiva do agente.

Nessa hipótese, o relatório deverá evidenciar:

- se o agente teve ou não culpa na omissão;

- a relação dos créditos recebidos, acompanhados dasdatas e dos comprovantes;

- resultado da aplicação com os respectivoscomprova ntes e d atas;

- saldo ou o desfalque, se houver; e

- as agravantes/atenuantes do comportamento doagente;

b) desvio de dinheiros, bens e valores .

A jurisprudência dos Tribunais de Contas temconsiderado como ponto relevante, para fins dejulgamento, o fato de os recursos terem sido ou nãoempregados em proveito da comunidade.

Nessa hipótese, o relatório deverá evidenciar:

- nível de discernimento do agente que promoveu odesvio;

- como foram empregados os recursos recebidos e emproveito de quem;

- a relação dos créditos recebidos, acompanhados dasdatas e dos comprovantes;

- resultado da aplicação, com os respectivoscomprovantes e d atas;

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- saldo ou o desfalque, se houver; e

- as agravantes/atenuantes do comportamento doagente;

c) dano ao Erário.

O dano poderá ocorrer de ato ilegal, ilegítimo ouantieconômico, devendo o relatório, de acordo comessas hipóteses, evide nciar:

- nível de discernimento de quem deu causa ao dano,quanto à grav idade do fato;

- a lei transgredida ou a razão da ilegitimidade, ouqual seria a vantagem econômica contrastada com adesvantagem decorrente da antieconomicidade;

- como foram empregados os recursos recebidos e emproveito de quem;

- a relação dos créditos recebidos, acompanhados dasdatas e compr ovantes;

- resultado da aplicação com os respectivoscomprova ntes e d atas;

- saldo ou o desfalque, se houver; e

- as circunstâncias agravantes/atenuantes docomport a-mento do age nte.

4.8 FORMA DE APRESENTAÇÃO

O relatório será, então, juntado ao processo, em viaúnica, com “Termo de Juntada”, e todas as folhas serãorubricadas pelo Pres idente da Comissão e pelos seus membros.

4.9 RECORRIBILIDADE DA CONCLUSÃO

Caberá recurso da decisão da Comissão?

A resposta é, em princípio, negativa, pois a Comissãoé órgão verificador e opinativo, não tomando qualquer decisão emsentido estr ito.

Nada obstante, como eventualmente a manifestação dosenvolvidos será importante para sanear os autos, medida em queapontam nulidade ou irregularidade, tem-se posicionado pelapossibilidade, a critério da Comissão, de se conhecer eresponder a recurso ou “pedido de r econsideração”.

Não se deverá, porém, confundir a recorribilidade dasconclusões da Comissão de TCE, o que se admite por exceção, coma recorribilidade das deliberações do TCU, admissível se mpre.

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4.10 REMESSA À AUTORIDADE INSTAURADORA

Após a juntada do relatório, o processo seráencaminhado à autoridade instauradora, isto é, a que designou aComissão de TCE.

Recebendo os autos, deverá essa autoridade verificarse constam todos os elementos essenciais e se as conclusõesapresentadas estão em conformidade com as provas coligidas.

Caso a análise demonstre a plena regularidade dostrabalhos desenvolvidos pela Comissão, os autos serãoencaminhados sucess ivamente para a Subsecretaria deContabilidade (SUCONT) e para a Subsecretaria de Auditoria(SUAUD) da SEFA.

4.11 PROVIDÊNCIAS DA SUCONT

A SUCONT providenciará a inscrição do(s)responsável(eis) na conta-contábil específica do SIAFI, bem comoo registro da inscrição no Cadastro de Inadimplentes - CADIN,quando for o caso.

4.12 RELATÓRIO E CERTIFICADO DE AUDITORIA

A SUAUD fará um relatório analítico, emitindo, nofinal, de forma conclusiva e já indicativa da posição final daAdministr ação, um Certificado, indicando se as contas sãoRegulares ou Irr egulares.

A SUAUD considerará as contas regulares, regulares comressalvas ou irregulares, conforme já foi visto no item 3.3.5 ede acordo como o disposto no Art. 16, da Lei 8.443/92.

Observa-se que o elemento subjetivo do agente nãointerfere, a rigor, na elaboração do certificado, que deverácingir-se ao a specto técnico-contábil.

As considerações sobre a responsabilidade do agente,as circunstâncias atenuantes ou agravantes, o contexto daocorrência, as condições estruturais e administrativas poderão edeverão constar do relatório, que se constituirá em peçaantecedente ao Certific ado de Auditoria.

4.13 A AÇÃO DA UNIDADE SETORIAL DE CONTROLE INTERNO

A obrigação da passagem do processo de TCE pela SEFAnão será apenas para assegurar uma tramitação burocrática. Aocontrário, como a TCE é um processo de controle, é indispensávelque a Secretaria analise com profundidade os autos e envideesforços para restabelecer a regularidade na execução da despesapública, sua demonstr ação e fazer os respectivos registroscontábeis ou não.

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Impõe-se observar que, nos termos do § 1º, do art. 74,da Constituição Federal, “os responsáveis pelo controle interno,ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ouilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União,sob pena de responsabilidade solidária”. Assim, na passagem doprocesso, dev erá o Secretário de Economia e Finanças daAeronáutica deixar claro quais as providências que adotou, ou,se tiver deixado de adotar, os motivos da omissão.

A SEFA poderá e deverá, no seu relatório, tecer asconsiderações pertinentes que, no seu juízo, contribuíram para aelucidação dos fatos ou a eficaz recomposição do Erário.

4.14 VERIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS DO PROCESSO

No exercício da função de apoio ao Controle Externo(TCU), estatuída no art. 74, IV, da Constituição Federal, caberáà SEFA como Unid ade Setorial de Controle Interno verificar seconstam dos autos todos os documentos exigidos no art. 4º, daInstrução Norm ativa nº 13/96, do TCU.

Essa verificação deverá considerar se odocumento/informação consta dos autos, bem como abranger umexame de consistência dos dados. Nesse aspecto, insere-se odever de verificar e de confro ntar, por diversos meios, se osdemonstrativos financeiros coinc idem com as movimentaçõesbancárias, com as datas das notas fi scais, com a ocorrênciapolicial, laudos periciais, horários de trabalho dos agentesenvolvidos, conforme o caso; sem olvidar da necessidade deconferência material do processo, como numeração de páginas,autenticação de documentos, termos de assinatura e de juntada,eliminação de espaços em branco, conferência de assinat uras ematas, termos de depoimentos, etc...

4.15 O PARECER DA UNIDADE SETORIAL DE CONTROLE INTERNO

Verificando a consistência dos elementos juntados, bemcomo se foram atendidas as normas regimentais do respectivoTribunal de Contas, o Secretário de Economia e Finanças daAeronáutica, por intermédio da SUAUD, emitirá o seu Parecersobre as contas.

Não há forma prescrita nem normatização sobre o quedeve constar desse Parecer, podendo ser sugerido:

a) que seja redigido de forma bastante objetiva esintética, indicando o motivo determinante dainstauração da TCE, as conclusões da Comissão de TCEe as providências que foram adotadas para resguardaro Erário da repet ição do fato;

b) que a manifestação conclusiva da SEFA, propondo queo processo seja julgado, adote uma das trêsalternativas: Regular, Regular com ressalvas ouIrregular, conforme ocorram um dos motivos

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estabelecidos nos i ncisos do art. 16, da LeiOrgânica do Tribunal de Co ntas da União; e

c) a indicação da autoridade a quem deverá serencaminh ado o processo, na escala sucessiva, até oTribunal de Contas.

4.16 MANIFESTAÇÃO DO COMANDANTE DA AERONÁUTICA EPRONUNCIAMENTO DO MINISTRO DE ESTADO DA DEFESA

No amplo poder hierárquico está subentendido o poderdo controle.

Nesse sentido, de forma didática, estabeleceu oDecreto-Lei nº 200, de 1967, que: “As tomadas de contas serãoobjeto de pr onunciamento expresso do Ministro de Estado, dosdirigentes de ó rgãos da Presidência da República ou deautoridade a quem estes d elegarem competência, antes de seuencaminhamento ao Tribunal de Contas para os finsconstitucionais e legais”.

Assim, considerando que o Comando da Aeronáutica estáagora subordinado ao Ministério da Defesa, antes dopronunciamento do Ministro de Estado da Defesa é necessária aManifestação do Comandante da Força em relação ao conteúdo doprocesso.

4.16.1 MANIFESTAÇÃO DO COMANDANTE

Em despacho, do qual fazem parte o Secretário de Economiae Finanças da Aeronáutica e o Subsecretário de Auditoria daSEFA, o Comandante da Aeronáutica assinará o Manifesto de quetomou ciência da Tomada de Contas Especial realizada, bem comodas providências realizadas pelo Órgão de Controle Interno doComando da Aeronáutica.

4.16.2 PRONUNCIAMENTO DO MINISTRO DE ESTADO DA DEFESA

Após a Manifestação do Comandante da Aeronáutica, a SUAUDprovidenciará a remessa da TCE à Secretaria de Controle Internodo Ministério da Defesa que preparará o Pronunciamento doMinistro de Estado da Defesa.

4.17 REMESSA AO TRIBUNAL DE CONTAS

Esta é a última etapa da fase interna da TCE ecompetirá à respectiva autoridade ministerial (Ministro daDefesa) providenciar a remessa do proce sso ao TCU.

Não há impedimento à praxe que alguns Ministérios vêmdesenvolvendo ao efetivar a remessa por meio da respectivaUnidade S etorial de Controle Interno, determinando que essaUnidade mantenha o acompanhamento do andamento do processo e dojulgame nto.

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Na Aeronáutica, essa praxe tem se mostrado vantajosa,na medida em que e nvolve a SEFA no desenvolv imento do processo,permitindo, em alguns casos, até a antecipação de providênciasrecomendadas pelo TCU. Sempre que esse procedime nto for adotado,recomenda-se que a SEFA mantenha uma cópia dos autos parafacilitar a com unicação e, em caso de eventual extravio, a suareconst ituição.

A remessa efetua-se através da SUAUD, pelo meio decomunicação de documentos normalmente utilizado (de of ício), queabrange o serviço comum dos correios, e que deverá ser entregueno Tribunal de Contas da União, com recibo ou comprovante deprotocolo.

No entanto, geralmente o Subsecretário de Auditoria,após os devidos registros do protocolo, manda entregar oprocesso diretamente na 3ª SECEX do TCU.

4.18 ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO DA TCE

1º - Capa;2º - Índice do Processo da TCE;3º - Ata da Reunião Inicial da TCE;4º - Termo de Autuação do Processo;5º - Termo de Juntada do Processo (tantos quantos forem

necessários);6º - Identificação da Entidade/Organização;7º - Identificação da Comissão da TCE;8º - Ficha de Qualificação dos Responsáveis;9º - Demonstrativo Finance iro dos Débitos (Atualização dos

Valores);10º - Ata Intermediária da Comissão da TCE;11º - Relatório da Comissão da TCE:

1 – Identificação da Entidade/Organização;2 – Constituição da TCE:“Apor todos os dados da Comissão dos Tomadores de Contas,

constando de: nome completo, cargo, função, identidade,inscrição no CRC (se houver), CPF, endereço profissional eendereço residencial”.

3 – Motivo Determinante; e4 – Objetivo do Relatório:“A Comissão dos Tomadores de Contas buscou como objetivo

apurar os valores dos danos causados ao Erário Público; a(s)data(s) da(s) ocorrência(s); qual(ais) foi(ram) o(s)responsável(eis); com posterior atualização do(s) valore(s)”.

5 – Histórico:5.1 – Metodologia dos Trabalhos;5.2 – Meios de Prova Utilizados;5.3 – Participação nos Atos de Investigação;5.4 – Fatos objeto da apuração – Fase Sindicância /

Inquérito Policial Militar/Inquérito Administrativo; e

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5.5 – Fatos objetos da apuração – Fase TCE;6 – Fundamentação:“Trata-se da parte essencial do relatório da Comissão de

Tomadores de Contas, onde será pontualmente contrastado cadafato apurado/obtido com os meios de provas arregimentados, naSindicância/no Inquérito/nas Inquirições, etc, com a adequadaapuração dos fatos, indicando inclusive as normas ou osregulamentos infringidos”.

7 – Conclusão:7.1 Parte Introdutória;

Motivo Determinante;Objetivo do Relatório;

7.2 Ratificação dos Fatos e da Autoria;7.3 Conseqüências decorrentes do delito;7.4 Ações Corretivas adotadas pela Administração da

Entidade/Organização;7.5 Ações Corretivas recomendadas pela Comissão de

Tomadores de Contas;7.6 Valores dos Débitos causados ao Erário P úblico;7.7 Ações Judiciais Concomitantes;7.8 Parte Conclusiva;

a) Ciência e Notificação aos responsáveis;b) Recomendações da Comissão da TCE ao dirigente da

Entidade/Organização; ec) Sugestões da Comissão da TCE ao dirigente da

Entidade/ Organiz ação;12º - Ata final da Comissão da TCE;

13º - Relatório e Certificado de Auditoria da SEFA ;

14º - Parecer do Secretário de Economia e Finanças eManifestação do Comandante da Aer onáutica(responsabilidade da SEFA/SUAUD);

15º - Pronunciamento do Ministro de Estado da Defesa(responsabil i-dade do Ministério da Defesa - MD);

16º - Cópia do “Relatório” da Comissão de Sindicância ou doInquérito, como Anexos;

17º - Cópia das Notificações de cobrança expedidas aoresponsável (obrigatória);

18º - Cópia da Inscrição do responsável no Cadastro Informativodos débitos não quitados de Órgãos e Entidades Federais –CADIN; e

19º - Outras peças que permitam o ajuizamento ac erca daresponsabil idade ou não pelo prejuízo, se for o caso, comoAnexos.

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INTENCIONALMENTE EM BRANCO

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5 DISPOSIÇÕES FINAIS

5.1 COMO SOLICITAR UMA TCE

A solicitação de instauração de TCE, no âmbito doComando da Aeronáutica, competirá ao Comandante, Diretor, Chefe,Ordenador de Despesas da Organização, fundamentada no Art. 208do Regulamento de Administração da Aeronáutica – RADA, por meiode Ofício ao S ecretário de Economia e Finanças da Aeronáutica,depois de esgot adas todas as providências administrativasinternas, no âmbito da OM, com vistas à recomposição dos danoscausados ao Erário Públ ico, apurado em Processo AdministrativoInterno (Sindicância, I nquérito Administrativo ou InquéritoPolicial Militar) e desde que não tenha logrado o êxitonecessário, conforme disposto neste m anual.

Portanto, a Administração da Organização, naocorrência de qualquer um dos fatos ensejadores dispostos noitem nº 2.2, do C apítulo II do presente manual, deverá mantercontato com a Secr etaria de Economia e Finanças que, através daSubsecretaria de Contabilidade, orientará sobre os passos aserem de senvolvidos pela OM solicitante.

A decisão da instauração e a respectiva comunicação àOrganização competirá exclusivamente ao Secretário de Economia eFinanças da Aeronáutica.

Pela experiência vivenciada na Secretaria, todos osprocessos de TCE instaurados serão, em princípio, executadospela SEFA, por Comissão especificamente designada peloSecretário de Economia e Finanças da Aeronáutica. Adotar-se-á,como instrumento inicial para a apuração, o ProcessoAdministrativo instaurado na Organização e já concluído ou emvias de conclusão (Sindicância, Inquérito Policial Militar,Inquérito Administrativo), cujas cópias autenticadas deverão serencaminh adas à SEFA, após a solicitação formal do Presidente daComissão de TCE designada.

Eventualmente, se necessário, a Comissão da TCE oualguns de seus membros poderão se deslocar à OM de origem doprocesso para clarificar, elucidar ou complementar as apuraçõesnecessár ias.

5.2 DÚVIDAS E SUGESTÕES

Assim, considerando o escopo do presente trabalho, éde fundamental importância que as dúvidas sobre os tópicosabordados e, sobretudo, as sugestões para o de aperfeiçoamento

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do manual sejam encaminhadas à SEFA que, por meio daSubsecretaria de Contabilid ade, vem buscando disseminar euniformizar, entre os Administrad ores do Comando da Aeronáutica,os conhecimentos técnicos sobre a Tomada de Contas Especial.

5.3 ENDEREÇO PARA CONTATO DIRETO COM A SEFA/SUCONT/SUCONT-3

Para fins de esclarecimentos de dúvidas eencaminhamento de sugestões, as Organizações poderão efetuarcontato com a SEFA/ SUCONT, por meio do Sistema Comunica doSIAFI, ou, ainda, pelos segui ntes canais:

SUBSECRETÁRIO DE CONTABILIDADE DA SEFA (SUCONT)Tel. 61 313-2263Rede de Comando: 6852Facsímile 61 226-5100E-MAIL [email protected]

CHEFE DA DIVISÃO DE ANÁLISE CONTÁBIL (SUCONT-3)Tel. 61 313-2270/2280/2627Rede de Comando: 6879Facsímile 61 226-5100E-MAIL [email protected]

DISTRIBUIÇÃO G

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BIBLIOGRAFIA

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. Resolução Administrativa TCU nº 15/93 - RegimentoInterno do Tribunal de Contas da União ( arts. 19, 101, 148,149, 151, 189, 197, 199). Brasília, 1993.

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. Instrução Normativa nº 01 – Secretaria do TesouroNacional, de 15.01.97 - Celebração de Convênios denatureza f inanceira que tenham por objeto a execução deprojetos ou real ização de eventos – Capítulo X. Brasília,1997.

. Instrução Normativa nº 04 – Secretaria Federal deControle, de 24.12.96 – Normas sobre Tomadas e Prestações deContas dos Gestores de Recursos Públicos e Rol de Responsáveisdo Poder Público. Brasília, 1996.

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