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    MEDICINA LEGAL

    Prezados, esse material complementar ao estudo direcionado de vocs.De acordo com a necessidade de cada assistido, o Coach ir recomendar oestudo a ttulo de aprofundamento ou reviso. Nossa misso aqui estudaros pontos com maior incidncia no concurso de Delegado de Polcia e deforma estratgica. Para tanto, selecionamos o que realmente cai e trazemosos pontos e discusses principais, sempre balizados na estatstica deincidncia em nossos certames policiais.

    - LEITURA OBRITATRIA ANTECEDENTE:

    Ler art. 149 ao 184 CPP.Ler art. 145 e 421 e 443 do CPCLer art. 129 do CP.

    CAPTULO 1.

    INTRODUO

    A medicina legal uma cincia aplicada que sistematiza suas tcnicas e

    seus mtodos a favor da Administrao da Justia. No se trata de umaespecialidade mdica propriamente dita, mas sim da atuao da medicinaa servio das cincias jurdicas e sociais.

    DOCUMENTOS MDICO-LEGAIS

    Documentos mdico-legais so instrumentos escritos ou simples exposiesverbais objetivando elucidar a Justia e servir como prova para formaode convico do juiz.

    IMPORTANTE:Os documentos mdico-legais podem ser escritosou verbais!

    - H cinco documentos mdico-legais trazidos pela doutrina:1. Notificaes;2. Atestados;3. Relatrios;4. Pareceres;e5. Depoimentos orais.

    Passaremos a partir de agora a analisar cada um desses documentos:

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    1. NOTIFICAO:

    Delton Croce ensina que as notificaes so comunicaes compulsriass autoridades competentes de um fato mdico sobre molstiasinfectocontagiosas e doenas do trabalho, que tem como objetivo evitar adisseminao da doena.

    O mdico que no denuncia o conhecimento de doena, cuja notificaoseja compulsria, estar incorrendo no crime previsto no art. 269 do CP:Art. 269 do Cdigo Penal: Deixar o mdico de denunciar autoridade pblicadoena cuja notificao compulsria

    Trata-se de crime prprio, pois somente o mdico pode ser sujeito ativodesde delito, consumando-se o delito no exato momento da omisso, no seexigindo qualquer resultado que advenha dessa conduta omissiva.

    2. ATESTADOS:So certificados mdicos que atestam um fato. Importante, porm, destacarque somente o atestado judicirio se caracteriza como documento mdico-legal. Aqueles atestados de sade para faltar ao trabalho (atestados

    oficiosos) ou para licena do servio pblico (atestados administrativos) nose afiguram como documentos mdico legais.

    3. RELATRIOS:Trata-se de documento legal que descreve minuciosamente um fato mdicoe suas consequncias, em razo do interesse judicial desse acontecimento.

    A literatura mdico-legal traz um distino tcnica entre o relatrio, quecostuma ser cobrada com grande frequncia em concursos pblicos. Se orelatrio ditado diretamente ao escrivo, denomina-se auto; e, se redigidoposteriormente pelos peritos, ou seja, aps suas investigaes e consultas ouno a tratados especializados, recebe o nome de laudo.

    a)Relatrio ditado ao escrivo: AUTO.b)Relatrio redigido pelos prprios peritos: LAUDO

    MNEMNICO: Para ditar ao escrivo tem que falar AUTO(ALTO). J o perito

    LAUDAo relatrio.

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    O RELATRIO MDICO-LEGAL POSSUI SETE PARTES: prembulo, quesitos,histrico, descrio, discusso, concluses e respostas aos quesitos.

    a) Prembulo parte que contem a identificao dos peritos, do

    examinando, bem como da autoridade que designou a percia.

    b) QuesitosEsses quesitos j esto pr-formatados para cada espcie decrime. Entretanto, permitido autoridade e s partes, at o ato derealizao da diligncia, acrescentar novos quesitos aos preliminarmenteformulados. (art. 176 do CPP) No cvel, e em Psiquiatria Forense, no existemquesitos pr-determinados. (art. 426, II, do CPC)

    c) Histrico Tambm conhecido como comemorativos, o histrico o

    registro de todas as informaes colhidas do interessado ou de terceiros,vinculados fato objeto da percia.

    d) Descrio visum et repertum Trata-se da parte mais importante dorelatrio, sendo essencial para sua confeco. Sua funo reproduzirminuciosamente os exames e tcnicas empregadas e de tudo o que forobservado pelos peritos. nessa parte do relatrio mdico-legal em que operito expe todas as suas impresses sobre o objeto da percia.

    e) DiscussoEsta a fase em que o perito externa a sua opinio sobre ofato, afastando as hipteses descabidas, capazes de gerar confuso,objetivando um diagnstico lgico, preciso e racional. Ser a partir dasopinies do perito que se viabilizar a posterior concluso do relatrio.

    f) ConclusesEssa a parte em que os peritos sintetizaro com clareza odiagnstico deduzido pela descrio e pela discusso, concretizando o quefora objeto da discusso anterior. Trata-se, em suma, da sntese da deduodo exame e da discusso.

    g) Respostas aos quesitosTrata-se da parte em que os peritos respondemobjetiva e precisamente a todos os quesitos.

    4. PARECER MDICO-LEGAL:Trata-se de documento mdico-legal que deriva de um relatrio que suscitadvidas, necessitando de esclarecimentos de mdico especialista, que notenha participado da percia anterior. Essa consulta ao especialista pode ser

    escrita ou verbal.

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    A resposta percia desse especialista consubstancia o que a doutrinadenomina de parecer mdico-legal.

    IMPORTANTE: Todas as partes do relatrio tambm deve estar presentes no

    parecer, exceto a descrio.

    5. DEPOIMENTO ORAL:O depoimento oral deriva da oitiva do perito em juzo, com valor probatriode prova tcnica, e no testemunhal. Dessa forma, quando o perito chamado a falar em juzo sobre alguma divergncia apontada pelas, eleatua na condio de perito, e no de testemunha.

    de suma importncia deixar claro, desde j, que a atuao do perito

    limita-se anlise dos vestgios do crime; enquanto a atuao daautoridade policial deve conduzir a sua atuao para alcanar indcios docrime. O vestgio material; enquanto o indcio subjetivo.

    O perito no afirmar que houve um estupro, ele relatar que h indcios deconjuno carnal. Porm, como sabemos, o estupro exige o dissenso davtima. Nesse caso, cabe ao Delegado de Polcia, buscar elementos que opossibilitem afirmar que houve no s a conjuno carnal, mas tambm oconstrangimento. Ou seja, a autoridade dever colher indcios de que a

    atuao do agente foi criminosa, forada, contra a vontade da vtima.

    TRAUMATOLOGIA FORENSE

    A traumatologia mdigo-legal estuda as leses e estados patolgicosproduzidos sobre o corpo humano, apresentando o seu diagnstico eprognstico. A traumatologia estuda tambm as diversas espcies deenergias vulnerantes que atuam sobre o corpo humano.

    Essas energias subdividem-se em energias de ordem: mecnica; fsica,qumica, fsico-qumica; bioqumica; biodinmica; e mista. Cada energiadessas provoca um tipo especfico de leso no corpo humano.

    DIFERENA ENTRE TRAUMA E LESO:Conceitua-se TRAUMA como a atuao de uma energia externa (fsica,mecnica ou qumica) sobre o corpo da pessoa, com intensidade suficientepara provocar desvio da normalidade, com ou sem expresso morfolgica;

    A LESO, por sua vez, corresponde alterao estrutural proveniente daagresso ao organismo, podendo ser visvel macro ou microscopicamente.

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    ENERGIAS DE ORDEM MECNICA:

    As energias de ordem mecnica so aquelas capazes de modificar o estadode repouso e movimento de um corpo, produzindo leses em parte ou notodo. Essas energias so representadas por elementos concretos, elementos

    que podemos pegar com as mos. Ex. martelo, tesoura, faca.

    Nessa espcie de energia, se o agente vulnerante e a vtima estiveremparados, nada acontece. Necessita-se, ento, de um movimento da vtimaou do agente vulnerante.

    Nesse contexto, importante assinalar que a pele o maior rgo externo docorpo humano e, toda vez que o corpo humano sofre uma leso, a pela serimpactada e, como tal, um importante instrumento para o estudo da

    Medicina Legal.

    A pela pode ser analogicamente comparada a uma esponja de lavarloua, onde temos uma camada de cima mais grossa e uma camadainferior mais macia. A camada mais externa a EPIDERME (sem vasossanguneos e mais dura); e a mais interior denominada DERME (mais macia echeia de vasos sanguneos, nervos e gordurasclulas vivas).

    As salincias e reentrncias da derme so as papilas da DERME (partebranca entra na parte mais avermelhada as partes brancas entrando naepiderme so chamadas de derme papilar). A derme divida em papilar(mais superficial) e reticular (mais interna).

    Quando ocorrer leso da derme papilar sangra um pouco; quando naderme reticular (mais profunda) sangra mais. A derme papilar queproporciona o desenho nos dedos (impresses digitais cristas drmicas odesenho est na epiderme, mas quem a origina so as papilas drmicas). Osuor e presso proporcionam a possibilidade de visualizao e anlise das

    impresses digitais sobre determinado plano.

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    Camadas da Epiderme: (em sequncia)1. Camada Basal Camada mais profunda da pele, geradora das

    clulas da epiderme, s com clulas vivas.2. Camada Espinhosa;

    3.

    Camada Granulosa;4. Camada Lcida;5. Camada Crnea Camada mais superficial da pelo, onde as clulas

    perdem o ncleo.

    DERME PAPILARMAIS SUPERFICIAL, SANGRA POUCO.DERME RETICULARMAIS PROFUNDA, SANGRA UM POUCO MAIS.

    Voltemos a estudar as energias mecnicas...

    As energias mecnicas atuam por presso, percusso, trao, toro,compresso, exploso e deslizamento. E, de acordo com a forma de suaatuao sobre o corpo humano, os agentes vulnerantes mecnicos seclassificam em:

    1. Perfurantes (produzem feridas puntiformes);2. Cortantes (produzem feridas cortantes);3. Contundentes (produzem feridas contundentes);

    4.

    Perfurocortantes (produzem feridas perfurocortantes);5. Perfurocontundentes (produzem feridas perforucontusas);6. Cortocontundentes (produzem feridas cortocontusas);

    CISALHAMENTO: Trata-se da ao de duas foras se dirigindo em caminhosopostos e sobre um mesmo corpo. EX. movimento da tesoura (uma lminapara baixo e outra para cima). Vale ressaltar que a tesoura fechada uminstrumento perfurante; j quando aberta, caracteriza-se como uminstrumento perfurocortante de um gume.

    Como j assinalado, a depender do objeto, a ferida tambm se altera(FORMAS DA FERIDA). Muita ateno aqui, pois, por vezes a questo objetivapede a ferida e no a classificao do objeto vulnerante (pegadinha de prova)

    H doutrinadores que trazem a classificao quanto forma da leso:Leso em ponto: produzidas por agente perfurante atravs de pressoexercida sobre a pele. Ex. seringa.

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    Leso em linha: ocasionada por agente cortante deslizando sobre a pele,tambm conhecida como leso em arco de violino. Ex. faca que deslizasobre a pele.Leso em plano: ocasionada por agente contundente. Ex. soco.

    LESES PRODUZIDAS POR AO PERFURANTE:

    So perfurantes os instrumentos puntiformes, finos, cilndricos, com ocomprimento predominando sobre a largura e a espessura, causando lesespunctrias. Ex.: alfinetes, agulhas, pregos, furador de gelo, estoque, estileteagulhado, espinhos etc. Agem simultaneamente por percusso ou pressopor um ponto, afastando as fibras do tecido e, muito raramente,seccionando-as (dividindo-as), segundo Genival V. Frana.

    As feridas perfurantes tem um predomnio da profundidade emrelao extenso, de raro sangramento e de pouca nocividade pele. E,em razo das fibras elsticas, o dimetro da leso quase sempre ser menordo que o instrumento causado, em razo da elasticidade e retratilidade dos

    tecidos humanos.

    Por vezes, esse instrumento perfurante adentra por uma parte do corpo e saipor outra. O ferimento de sada, quando presente, se apresenta maisirregular e com dimetro menor do que o de sada.

    Diante de instrumento perfurante de mdio calibre, a forma da leso assumeum formato diferente do que o de costume, obedecendo s leis de Filhos eLange, conforme assinala Genival.

    Primeira Lei de Filhos As solues de continuidade so feridas que seassemelham s produzidas por instrumentos perfurocortantes de dois gumese de lmina achatada (casa de boto).

    Segunda Lei de Filhos Quando as feridas se apresentam numa mesmaregio, onde as linhas de fora tenham um s sentido, elas se apresentarosempre na mesma direo, num s sentido.

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    Lei de Langer ou Polimorfismo Feridas ocasionadas por instrumentosperfurantes de mdio calibre, quando produzidas em regio deentrecruzamento e superposio de fibras elsticas, acarretam aspectoestrelado, bizarro, anmalo ou polimorfo.

    (DIREO DAS FIBRAS ELSTICAS DA PELE)

    Importante salientar que somente no vivo esses ferimentos tomam taisdirees, em virtude da elasticidade e retratilidade dos tecidos. Aps a

    morte, a desidratao dos tecidos e a rigidez cadavrica impedem aretrao das fibras elsticas.

    Por sua vez, pode ocorrer da profundidade da leso ser maior do que a docomprimento do prprio objeto perfurante, pois h regies no corpohumano que possuem maior depressibilidade dos tecidos. A essas leses, adoutrina chama de FERIDAS EM ACORDEO (localizadas geralmente no

    abdmen). Ex: lmina curta que, em razo da depresso da pele, consegueatingir rgos profundos.

    LESES PRODUZIDAS POR AO CORTANTE

    Os instrumentos cortantes so aqueles que agem deslizando sobre o tecidocutneo, provocando feridas cortantes, tambm conhecidas como incisas.So exemplos de instrumentos cortantes: navalha, bisturi, cacos de vidro,folha de papel.

    Importante destacar que a faca no um instrumento cortante, pois, alm

    de cortar, ela fura. Trata-se de um instrumento misto, denominadoperfurocortante.

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    As feridas incisas (cortantes) so lineares, apresentam bordas regulares,profundidade tambm regular e hemorragia abundante. As feridas incisas

    tm um predomnio da extenso em relao profundidade, com maiorsangramento. So caractersticas inversas a das feridas punctrias.

    As feridas cortantes ou incisas podem ser: cirrgicas (atos mdicos), dedefesa (antebraos, mos e ps), em retalho (objeto atinge obliquamente asuperfcie corporal), mutilante (com perda de tecido ou segmento) eautoproduzidas (paralelas e superficiais, em partes alcanadas pelas mosda vtima).

    A extenso da ferida incisa (cortante), no vivo, costuma ser menor da querealmente foi produzida no momento da leso, pois ela se fecha em razo

    da retrao dos tecidos por atuao das fibras elsticas. No morto, como jmencionado, no haver a retrao do tecido, o que nos permite aferir sedeterminada leso ocorreu quando o agente estava vivo ou se j foiprovocada quando ele estava morto.

    Essa questo da retrao do tecido de grande relevncia para o perito,pois, apesar de a leso ter sido verificada em rea mortal no cadver, pode

    ser afastada a causa mortis originria dessa leso caso o perito consigaverificar que a leso ocorreu aps a morte.

    Os instrumentos cortantes produzem leses no pescoo chamadasesgorjamento, degolamento e decapitao.

    AO CORTANTE OU CORTOCONTUNDENTE NO PESCOO:

    A) Esgorjamento: a leso na parte anterior ou lateraldo pescoo produzidapor instrumento cortante. Situa-se entre o osso hiide (abaixo da mandbula)e a laringe. Sua profundidade varivel, podendo at chegar colunavertebral. Nos casos de suicdio, quando o agente usa a mo direita,predomina a direo transversal ou oblqua ( \ ); no homicdio, maisfrequente a posio descendente para a esquerda ( / ), mas tambmpoder ser por acidente.

    (B) Degolamento: a leso na parte posterior do pescoo(nuca) produzida

    por instrumento cortante e a morte se d por hemorragia quando so

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    atingidos vasos calibrosos ou pela seco da medula. As consequnciasjurdicas mais importantes so o homicdio e suicdio.

    (C) Decapitao: cabea separadado tronco.

    Nas feridas incisas, temos o que a literatura chama de cauda de escoriao,que se caracteriza pela maior profundidade da ferida no local de entradade instrumento e menor profundidade (mais superficial) no ponto de sadado instrumento. Trata-se de importante conceito para se determinar oposicionamento do agressor em relao vtima e tambm a dinmica detoda a conduta criminosa.

    (Ilustrao em 3D retirada de:www.malthus.com.br)

    A partir da figura acima, pode-se perceber que o local de entrada doinstrumento foi o lado direito e o de sada, mais superficial, o esquerdo.

    A ferida cirrgica diferente da ferida incisa, pois reside fundo plano, ondeno podemos averiguar nem o ponto de entrada e nem mesmo o ponto desada.

    Importante salientar que h leses tpicas de defesa da vtima, o que permiteao perito concluir se houve resistncia por parte dela, lutando com oagressor. Essas leses so percebidas na borda ulnar do antebrao (partelateral do brao) e tambm na regio pomar da mo. So leses tpicas de

    quem est se defendendo de algum instrumento vulnerante que est sendoutilizado para causar-lhe a morte ou leses.

    http://www.malthus.com.br/http://www.malthus.com.br/http://www.malthus.com.br/http://www.malthus.com.br/
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    A data da ferida incisa determinada e avaliada pela prpria evoluo doprocesso de cicatrizao da pele.

    Genival Veloso Frana, com o brilhantismo que lhe peculiar, afirma que hdistino clara entre as leses no pescoo a ttulo de homicdio ou suicdio.Segundo o autor, nos casos de homicdio, o autor da agresso sempre seposiciona por trs da vtima, provocando um ferimento da esquerda para adireita, em sentido horizontal, uniforme, terminando com a mesmaprofundidade do incio, ligeiramente voltado para cima.

    Ao revs, no suicdio, quando o indivduo destro, o ferimento se d daesquerda para a direita e a terminao da ferida fica ligeiramente

    direcionada para baixo. A profundidade desta leso maior no incio e maissuperficial ao final, pois no final da ao a vtima comea a perder as foras.Ademais, no suicdio, na maioria das vezes, a mo da vtima que segura aarma apresenta vestgios de sangue.

    Sinal de Chavigny: Trata-se de importante sinal que permite identificar qualferida ocorreu primeiro, quando j duas feridas em um mesmo local docorpo (feridas sobrepostas). Para tanto basta coaptar-se as margens daferida, sendo ela a primeira a haver sido produzida, a outra no segue uma

    trajetria em linha reta.

    LESES PRODUZIDAS POR AO CONTUNDENTE:

    Delton Croce Jr, expe que instrumento contundente todo agentemecnico, lquido, gasoso ou slido, rombo, que, atuando violentamente porpresso, exploso, flexo, toro, suco, percusso, distenso, compresso,descompresso, arrastamento, deslizamento, contragolpe, ou de formamista, traumatiza o organismo, prova leso contusa na vtima.

    O referido autor traz como exemplos de instrumentos contundentes: asarmas naturais (mos, ps, cabea, joelhos), as armas ocasionais (bengala,barra de ferro, tijolo, balastre, mo de pilo), as salincias obtusas e assuperfcies duras (solo, pavimentos), os desabamentos, as exploses, osacidentes de veculos, os atropelamentos.

    As feridas contusas evidenciam bordos regulares, escoriados e equimosados,fundo irregular, pequeno sangramento, apresentando integridade dos casos,nervos e tendes no fundo da leso.

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    As contuses podem ser ativas, passivas ou mistas. Nas contuses ativas, oinstrumento vulnerante vem de encontro superfcie corprea. Ex.; soco. Nascontuses passivas, a superfcie corprea (a vtima) vai de encontro aoinstrumento vulnerante. Ex.; a pessoa cai e bate com a cabea no solo.

    Assim, a atuao pode ser ativa/direta, passiva/ indireta ou mista (acombinao de ambas).

    ESPCIES DE AO CONTUNDENTE PASSIVA:1. PRECIPITAO:o cho est parado e a vtima vai de encontro a este,

    de um lugar alto.2. DEFENESTAO:quando o individuo lanado pela janela ao cho.

    O agente vulnerante contundente provoca incrvel variao de leses,

    dentre elas:

    1. RUBEFAO: leso leve e fugaz, caracterizada pela vermelhido(rubor) na pele em virtude de contuso. No h extravasamento desangue (vasodilatao perifrica); s pode ocorrer em vivos, derivadade distrbio vasomotor. Segundo a doutrina, a rubefao demoracerca de 21 dias para sarar. Trata-se da mais bsica e transitria lesocausada pela contuso.

    2.

    ESCORIAO: a exposio da derme devido ao arrancamentodaepiderme por ao tangencial de um instrumento mecnico. Noindivduo vivo, as escoriaes cobrem-se de serosidade albuminosa(lquido), gotas de sangue, formando crostas geralmente branco-amareladas ou cor de tijolo se for mais profunda. No deixamcicatrizes e as crostas comeam a cair entre o 4 e 10 dia, estando apele regenerada at o 15 dia. No cadver ou quando a morte ocorrelogo aps o trauma, as escoriaes adquirem uma cor vermelho-acastanhada, so lisas e tm um aspecto de pergaminho ou couro. Asescoriaes sangram, expe a derme, criam a casquinha e aepiderme se regenera. AS ESCORIAES REGENERAM. A casquinhafica vermelha, vai ficando marrom , preta e depois ficam rosadas,quanto mais antigas. (quanto mais vermelha (rsea) mais atual aleso). A escoriao temporriae se resolve com a regeneraodotecido.

    O formato dessas escoriaes possuem grande relevncia pericial, pois

    podem evidenciar qual foi exatamente o agente vulnerante. Marcas depneu, unhas, saltos de sapato so exemplos de agentes mecnicos que

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    podem deixar a sua marca na leso e, como tal, pode ser determinantepara formar a justa causa que se busca atravs dos elementos que socolhidos na fase de investigao policial.

    3.

    EQUIMOSE: A equimose se diferencia da rubefao, pois, na equimose,o sangue extravasou e pode ser visto atravs da camada da pele(infiltrao hemorrgica no tecido). No conseguimos visualizar osangue diretamente, mas sim atravs de uma lmina de tecido. Amancha normalmente roxa. A equimose demora mais adesaparecer do que a rubefao O desaparecimento da equimoseperdura levando em considerao a quantidade de sangueextravasado, sendo os glbulos brancos (leuccitos) responsveis porlimpar essa camada mais escura proporcionada pela equimose.

    Dr. h algum instrumento para identificar h quanto tempo aquela equipose

    foi produzida, ou seja, o tempo da leso?Legrand du Saulle desenvolveu a

    tese do Espectro Equimtico, percebendo que havia mudana dacolorao da equimose com o passar do tempo. Trata-se de importanteestudo para determinar o tempo da leso.

    Quando o sangue sai dos vasos (extravasa), o principal componente do

    sangue (hemoglobina) comea a se degradar e se transformar em outros

    compostos, alterando-se e, por conseguinte, transformando-se em outroscompostos. Em razo dessa transformao que equimose muda de corcom o passar do tempo. A alterao de cor da equimose permite ao peritomensurar aproximadamente o nexo temporal de determinada leso. Nessesentido, uma leso vermelha mais atual, a roxa mais antiga do que avermelha, a azulada mais antiga do que a roxa, a esverdeada maisantiga do que a azulada e a amarelada mais antiga do que aesverdeada. (Lgica para mensurao do nexo temporal da colorao daequimose)

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    Esse fenmeno de alterao da cor daequimose s ocorre nos vivos, pois se trata de uma reao vital ao prprioextravasamento do sangue. No morto, a equimose (produzida quando avtima ainda estava viva) mantm a sua colorao at surgirem osfenmenos da putrefao, que modificao sua tonalidade.

    Segundo a doutrina majoritria, as equimoses nas regies conjuntival, unhase da bolsa escrotal, por serem estas regies densamente vascularizadas, nopassam pelo espectro equimtico. Por seu turno, o professor Higinomenciona que no acreditar no motivo da no alterao da cor daequimose no olho em razo da alta concentrao de oxignio.

    Quando a equimose se apresenta no formato de mltiplos pequenos

    gros, d-se o nome de SUGILAO. J quando aparece sob o formato de

    estrias, a literatura mdico-legal denomina de VBICE. Essas vbices derivamdas leses produzidas por cassetetes, bastes e bengalas, deixando duasmarcas longas e paralelas, em razo do extravasamento de sangue selocalizar ao lado do traumatismo e no no centro do ponto de impacto.

    Por sua vez, as PETQUIAS so pequenas equimoses agrupadas, que seapresenta atravs de um pontilhado hemorrrrico. J as EQUIMONAS soequimoses de maior proporo, apresentando-se como manchas extensasna pele.

    A MANCHA ROXA UM LIVOR OU EQUIMOSE? COMO DIFERENCIAR?

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    Primeiramente cumpre destacar que os livores so reaes abiticas e aequimose bitica, ou seja, ocorre quando o ser est vivo. Paradiferenciarmos adota-se a Tcnica de Bonnet: Deve ser feita uma inciso napele e observar os tecidos embaixo do corte. Se vermos um pontilhado de

    sangue saindo dos vasos, estaremos diante de livores. Se os tecidos estiveremimpregnados por sangue, estaremos diante de equimose.

    4. FERIDA: Ultrapassa a derme, atingindo os planos mais profundos dapele, consolidando-se por cicatrizao. No momento em queultrapassa a derme teremos a ferida e no a escoriao. A ferida permanente se resolve atravs da cicatrizao, ao contrrio daescoriao. Se deixar cicatriz no escoriao, mas sim uma ferida,tecnicamente.

    5. FRATURAS: Esto relacionada a uma soluo de continuidade dosossos. Segundo a doutrina, podem ser diretas ou indiretas, fechadas ouabertas, cominutivas (ou fragmentadas) etc. direta quando otrauma atinge o local fraturado, e indireta em caso contrrio. A fraturafechada no se comunica com o exterior do corpo e a aberta aquela em que a ferida permite ver o foco da fratura (ex.: numa feridacontusa ou cortocontusa). Fratura exposta aquela em que osfragmentos sseos extrapolam os limites do corpo da vtima. Fratura

    cominutiva aquela em que fragmentos sseos ficam isolados do ossofraturado. (Medicina Legal Rogrio Greco)

    Outros tipos de fratura (costumam cobrar os nomes nas provas):Sinal do Mapa Mndi de Carrara: l

    6. ENTORSES: Derivam de movimentos exagerados junto a umaarticulao. So leses articulares provocadas por movimentosexagerados dos ossos que compem uma articulao, incidindo sobreos ligamentos. Os sintomas so dores na articulao, com perturbaofuncional da mesma; inchao; e presena de equimoses ehematomas na regio. Nos casos mais graves, haver ruptura dosligamentos musculares, de tendes, derrame articular ou at mesmo oarrancamentode pequenos pedaos de ossos que se prendem aoligamento.

    7. LUXAES:Ocorrem quando h deslocamento de 2 (dois) ossos, cuja

    superfcie de articulao deixa de manter a relao de contato quelhe comum. O deslocamento pode ser completo ou incompleto.

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    Desnivelamento dos ossos (desarticulao ssea), total ou parcial, docontato.

    EM RESUMO:

    Entorse - Estiramento ou ruptura dos ligamentos;LuxaoDesarticulao ssea;

    FraturaRuptura ssea.

    8. BOSSA: Na equimose o sangue fica espalhado, na modalidade bossao sangue fica acumulado e em virtude da existncia de osso embaixoda pele surge uma bolsa empurrando a pele para cima em virtude daobstruo, formando vulgarmente o que chamamos de galo(salincia na pele). Quando a bossa contm sangue ela fica

    arroxeada, j quando contm linfa (bossa linftica) ela fica na cor dapele.

    9. HEMATOMAS:O hematoma um tumor de sangue interno (no nasuperfcie). No hematoma, o vaso que rompe mais calibroso e, portal motivo, quando se rompe acaba por efetuar presso frente aotecido formando uma coleo de sangue em cavidade interna,

    formando um hematoma (tumor). O hematoma se apresenta a partirde um extravasamento interno do sangue, formando uma coleo em

    determinado ponto do organismo.

    10.EDEMA: o aumento de volume na regio traumatizada ( o inchao). provocada pela sada do plasma do interior dos vasos sanguneosque se infiltra nos tecidos. Possui intensidade variada, depende dagravidade e da presena de outras leses no local.

    11.ESMAGAMENTO: resultado de grande fora do agente vulnerantesobre o corpo humano. Quando no resulta em bito pela contusoem si, comum a ocorrncia da Sndrome do Esmagamento. Quandoo msculo esmagado, h a liberao de mioglobina na correntesangunea. Essa mioglobina circula at o rim e provoca insuficinciarenal, acarretando a morte do paciente dias aps o esmagamento departe de seu corpo.

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    Outras espcies de leses contusas: atropelamento; leses ocasionadas porartefatos explosivos, leses por cinto de segurana.

    Leses produzidas por aes perfurocortantes

    Tratam-se leses mistas, ocasionadas por instrumento que no s perfuram,mas que tambm cortam. So leses produzidas por instrumentos de ponta egume, atuando por mecanismo misto; agem simultaneamente por pressoafastando as fibras e por corte seccionando-as.

    So chamados perfurocortantes os instrumentos puntiformes, com ocomprimento predominando sobre a largura e a espessura, dotados degume ou corte. H instrumentos perfurocortantes de um gume: faca-peixeira, canivete, espada; de dois fumes: punhal, faca vazada; e os de trsgumes ou triangulares: lima.

    A depender do nmero de gumes de um instrumento, os ferimentos variamem sua forma:1. Um gume: Causam ferimentos em forma de botoeira, com fenda regular equase sempre linear, com um ngulo agudo e outro arredondado. A largura maior que a espessura da lmina e o comprimento varia em funo do fiodo gume, do ngulo de entrada, das linhas de fora e da ao do objetoao sair da pele. So exemplos: a faca, o canivete, etc.2. Dois gumes: Causam ferimentos em forma de fenda de bordas iguais engulos agudos. So exemplos: o punhal, a faca vasada, etc.3. Trs ou mais gumes: Causam ferimentos de forma triangularou estrelada. So exemplos: o estilete, a lima, etc.

    possvel verificar a posio do agressor em relao vtima atravs dasferidas?SIM! A posio da vtima e do agressor pode ser avaliada atravs doestudo da localizao, da direo dos ferimentos e da presena de caudade escoriao.

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    Leses produzidas por aes cortocontudentes

    So ferimentos produzidos por instrumentos que no apenas cortam, comotambm contundem, cuja ao e efeitos se explicam no s pelo gume queapresentam, como tambm pelo seu peso e pela fora viva com que so

    acionados. H gume, mas a presso se faz sem deslizamento.

    A literatura mdico-legal traz como instrumentos cortocontundentes: a foice,o faco, o espadago, o podo, a enxada, a motosserra, a serra eltrica, asrodas de trem, os dentes, as unhas, o zargunho, a zagaia, a moenda, omondador.

    Diante de agentes cortocontundentes, a depender da regio atingida, forae forma do instrumento, os ferimentos apresentam forma varivel. Se o gume

    for afiado, os bordos da ferida podem ser ntidos e regulares e as vertentes seadaptam perfeitamente. Por outro lado, quando o instrumento rombo(p.ex. dentes), os bordos so irregulares, com equimose nas adjacncias ecom pontes de pele.

    As leses por instrumentos cortocontundentes geralmente so graves,profundas, causando leses complexas e envolvendo vrios planos (ossos evsceras). Podem levar tambm a mutilaes em nariz, dedos, orelha, etc.

    LESES ESPECIAIS:ESCALPE: arrancar o couro cabeludo da vtima, como ocorre na batida decarro em que o contato com o vidro gera arrancamento parcial do courocabeludo.

    ENCRAVAMENTO: Precisa-se de um agente vulnerante comprido. Instrumentoperfurocontundente. Se esse mesmo instrumento penetrar na regio do anus,vagina ou no perneo teremos hiptese de EMPALAMENTO, tipo especial de

    ENCRAVAMENTO.

    No encravamento temos a penetrao de objeto perfurocontundentecomprido no organismo da vtima, j no empalamento temos hipteseespecifica de encravamento onde o objeto perfurocortante adentra sobre oanus, vagina ou pernio da vtima.

    MUTILANTE: Ferida resultando de uma agresso onde a vtima perde umaparte do corpo (castrar o individuo, cortar a mo do ladro...). Se o sujeito

    perde parte do corpo em virtude de cirurgia (teraputica) teremos hiptesede amputao.

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    ESQUARTEJAMENTO: o resultado da atuao de energia vulnerante quedivide o corpo em quatro pedaes.

    ESPOSTEJAMENTO: resultado da atuao de energia vulnerante que divideo corpo em mltiplos pedaos.

    Leses produzidas por aes perfurocontundentes

    So leses produzidas por um mecanismo de ao que no s perfura comotambm contunde. O exemplo mais comum deste tipo de instrumento oprojtil de arma de fogo, podendo tambm ser a ponta de um guardachuva, uma chave de fenda ou um espeto de churrasco.

    No entanto, como a maior incidncia desse tipo de leso produzida porprojeteis de arma de fogo, estudaremos com detalhe todas ascaractersticas desse tipo de leso.

    Os agentes perfurocontundentes acarretam leses tpicas, representadas pororifcio de entrada, semelhante ao produzido por instrumentos perfurantes,mas com os bordos contundidos e mortificados, o trajeto e o orifcio desada, que eventualmente pode faltar, agindo, em geral, mais pela fora

    propulsora de que so dotados, com predominncia ntida da aoperfurante sobre a contundente. Os projteis mltiplos, como os das armasde caa, podem produzir vrias feridas em um nico disparo.

    De imediato, importante salientar que os projteis caracterizam instrumentosda classe perfurocontundentes, e as armas de fogo, simples agentescontundentes. No confunda o projtil com a arma em si, pois aclassificao dos instrumentos so diferentes.

    Quanto mais fino o projtil, maior a capacidade de transfixao. Partindodesse pressuposto, o policial, na via urbana, deve utilizar projteis maiscirculares (ponta-romba) com o fim de no transfixar e atingir terceiros.Ademais, quanto maior o coeficiente balstico, maior a possibilidade depenetrao.

    Quanto mais longo o cano maior a preciso e maior o alcance. Ademais, avelocidade da combusto em armas de cano curto, em regra, maior doque na de cano longo. (Ateno!)

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    As armas de fogo utilizam a fora dos gases gerada pela queima da plvorapara lanar um projtil. So mquinas trmicas, como os motores dos carrose as caldeiras, ou seja, utilizam a transformao em gs da plvora ou docombustvel ou, ainda, da gua para realizarem as suas funes.

    Como o projtil disparado? O percutor/percussor da arma da umapancada na espoleta; que d causa a fasca (mistura iniciadora),queimando a plvora; esta virar gs e se expande para arremesso doprojtil. Dessa forma, quando encontrado o estojo possvel analisar amarca do percutor na espoleta, podendo, at mesmo, identificar que tipode arma que ocasionou o disparo. Se estivermos diante de pistola podemosanalisar tambm a marca do extrator que expulsa o estojo da pistola aps odisparo.

    Nos disparos de arma de fogo, o projtil lanado distncia pela ao dafora explosiva dos gases produzidos pela combusto da plvora. Alm doprojtil, saem pelo cano da arma gases superaquecidos, chama, partculasde plvora incombusta, a bucha e seus fragmentos.

    Os resduos da espoleta tambm deflagram o crime, quando encontradosnas mos do atirador ou da vtima, devendo ser analisada por microscopiaeletrnica de varredura. No aconselhado realizar o exame de resduos de

    plvora atravs da reao com a parafina (mtodo de iturrioz), visto o altondice de falso resultado .

    Projtil

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    As leses caractersticas desses instrumentos se apresentam atravs de umorifcio de entrada (sempre), um trajeto (sempre) e um orifcio de sada (nemsempre).

    Caracterstica Geral dos Orifcios

    Em regra, h apenas um orifcio de entrada para cada projtil (PAF). Mas, hexcees. Havendo transfixao por mais de um segmento corporal. Ex.nico disparo que atinge o joelho, transfixando-o e atingindo tambm acabea da vtima, o que resultar em dois orifcios de entrada a partir de umnico projtil.

    Outra situao a possibilidade de no se encontrado qualquer orifcio deentrada. Isso ocorro quando o projtil entra por uma cavidade natural (nariz,ouvido, boca e nus);

    H tambm a possibilidade de existir diversos orifcios de sada, com umnico projtil, pois esse projtil pode ter atingido um osso, fraturando-o emdiversas partes que sairo do organismo de forma mltipla.

    Tipicamente, no local de entrada do projtil as bordas ficas invertidas (paradentro); j no local de sada ficam evertidas (pra fora). Normalmente, a

    leso de entrada menor do que a leso de sada. Porm, pode ser queelas tenham o mesmo dimetro ou que o orifcio de entrada seja maior doque o de sada, a depender do projtil e seu trajeto dentro do organismo(no h regra).

    Como mencionado, o orifcio de sada, de regra, tem a forma irregular, combordas evertidas, apresentando maior sangramento que o orifcio deentrada e com arola equimtica. Geralmente so maiores que o orifcio deentrada e no apresentam os demais comemorativos da leso de entrada

    (orlas e zonas). As caractersticas independem da distancia do tiro.

    OUTROS SINAIS DOS ORIFCIOS DE ENTRADA:1 Arola Equimtica: Regio superficial, de limites pouco precisos,decorrente de hemorragia na pele, pela ruptura de pequenos vasos aoredor do ferimento provocado pelo projtil em si. Trata-se de reao vital eatua como importante sinal para verificar se a vtima recebeu o disparoquando estava viva ou quando j estava morta.2. Orla de Escoriao ou Contuso: Ponto onde o projtil contunde a pele,

    arrancando a epiderme por sua ao rotatria. absolutamentecaracterstico de orifcio de entrada.

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    3. Orla de Enxugo: Ocorre pela passagem do projtil atravs dos tecidos,deixando neles as suas impurezas. Quando h a orla de enxugo e tambm ade escoriao, teremos o Anel de Fisch.4. Zona de Tatuagem: Resulta da impregnao de gros de plvora

    incombusta que alcanam o corpo e se incrustam na pele. Orienta a perciaquanto posio da vtima e do agressor. sinal indiscutvel de orifcio deentrada. No sai com a lavagem, somente com procedimento cirrgico(somente presente no tiros a curta distncia ou com cano encostado)5. Zona de Esfumaamento: Formada pela fuligem resultante da combustoda plvora. chamada de zona de falsa tatuagem, pois sai com a lavagem.Pode no aparecer na pele protegida por vestes. (somente presente no tirosa curta distncia ou com cano encostado)6. Zona de Queimadura ou Chamuscamento: Resultado da ao

    superaquecida dos gases, queimando a pele. (somente presente no tiros acurta distncia ou com cano encostado)7. Sinal de Schusskanol: Esfumaamento encontrado no tnel do tiro diantede tiros de cano encostado ou a curta distncia.8. Sinal de Benassi: Trata-se de tatuagem escura que fica impregnada noosso (mancha escura), em decorrncia de disparo com cano encostado.9. Boca de Mina de Hoffmann: Trata-se de ferida de entrada de projtil dearma de fogo quando diante de tiro com cano encostado quando hsuperfcie ssea no local do disparo. Muito comum em execues e suicdio.

    Nesse caso, ao contrrio da regra, as bordas da leso ficam evertidas (prafora).10. Boca de fechadura: Ocorre nos ossos da calvria, quando o projtil temincidncia tangencial, porm com um mnimo de inclinao suficiente parapenetrar na cavidade craniana, se assemelhando a um buraco defechadura.11. Ferida em sedenho: Caracteriza-se pela ferida oblquoa provocada porprojtil de arma de fogo, somente atingindo a pela, sem as demaiscamadas.12. Rosa de Tiro de Cevidalli: Conjunto de feridas oriundas de projeteismltiplos, diante de disparo de espingarda. De incio, os mltiplos projteiscaminham juntos, e depois vo se separando, abrindo-se em rea deprojeo, de dimetro cada vez maior e constituindo-se o que se chama deRosa de Tiro. Quanto maior a rosa de tiro, em tese, mais distante o disparoe vice-versa.

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    AS LESES PODEM SER CLASSIFICADAS, SEGUNDO A DISTNCIA DO DISPARO, EM:

    TIRO ENCOSTADO: Todos os elementos do disparo alcanam o alvo. O orifciode entrada tem a forma irregular, denteada ou com entalhes, pela ao

    resultante dos gases que descolam e dilaceram os tecidos. As bordas soevertidas, em geral no h sinais de outros elementos do disparo na pele,pois penetram na ferida juntamente com o projtil a este fenmenochamamos Cmara de Mina de Hoffmann, sendo mais comum nos tirosencostados na fronte. Nos tiros encostados no crnio, nas costelas eescpulas, podemos encontrar um halo fuliginoso na lmina externa do ossoreferente ao orifcio de entrada chamado de Sinal de Benassi. Ainda naentrada podemos observar o Sinal de Werkgartner, que representa odesenho da boca e da ala de mira da arma (pela zona de tatuagem

    esfumaamento).- TIRO A CURTA DISTNCIA: Apresenta a forma arredondada ou ovalar,bordas invertidas, arola equimtica, orla de contuso e enxugo, as zonasde tatuagem e esfumaamento;- TIRO A LONGA DISTNCIA: Apresenta a forma arredondada ou ovalar,bordas invaginadas, arola equimtica e orlas de contuso e enxugo. Hsomente ao mecnica do projtil.

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    Nos tiros a curta distncia, diante de arma com projteis mltiplos, possvelverificar, por vezes, a presena de bucha pneumtica no local da leso.Essa bucha utilizada para retardar a disperso dos projeteis, promovendomaior estabilidade ao tiro. Quando encontrada no local da leso,

    caracteriza o disparo a curta distncia ou com cano encostado.

    O exame das vestes de suma importncia, pois pode contereventualmente elementos do disparo e mostrar a posio relativa entre alocalizao da perfurao nestas e no corpo. Porm, importante destacarque a ausncia de sinais de tiro a curta distncia (zona de tatuagem, zonade esfumaamento e zona de queimadura), no pode afastar, per si, que otiro no ocorreu a curta distncia. Isso se justifica pelo fato de que ohomicida ou suicida pode ter utilizado um anteparo entre a arma e o corpo

    (ex. travesseiro), hiptese em que os vestgios estaro nesses objetos e nono corpo da vtima.

    Segundo Gisbert, para o diagnstico seguro do disparo com canoencostado ou a curta distncia, deve-se buscar carboxihemoglobina nolocal do ferimento.

    DIFERENA ENTRE TRAJETO E TRAJETRIA:Trajetria, segundo Croce Jr., o caminho descrito pelo projtil desde seu

    ponto de disparo at percutir o alvo. Trajeto o percurso seguido peloprojtil dentro do alvo. Ao perito mdico-legal interessa conhecer a trajetriae o trajeto.

    CALIBRECalibre nominal o que vem escrito pelos fabricantes dos projteis. J ocalibre real aquele medido entre as raias do cano da arma.

    Nas armas de projeteis nicos, o tamanho do projtil aumenta de acordocom o calibre do instrumento. J nas armas de projteis mltiplos, quantomaior o calibre, menor ser o tamanho fsico de cada projtil individual, poisele medido pela quantidade necessria de projteis para formar uma libra.

    Temo as leses por armas de baixo calibre ou de baixa energia evelocidade, ao passo que as armas de guerra so de grosso calibre, de altoimpcato, de alta energia e de alta velocidade.

    FENMENO DA CAVITAO: Trata-se de fenmeno mais evidente nos PAFde alta velocidade, em razo do alto nvel de energia cintica que

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    transferida ao tecido. Esse fenmeno verificado durante o trajeto doprojtil, dentro do organismo da vtima, apresentando-se como um fortedeslocamento de ar, derivada da presso do projtil, que resulta em diversasleses a tecidos internos. De acordo com o tamanho da cavidade

    temporria, a leso de sada pode ser muito grande ou at mesmo menordo que o orifcio de entrada.

    Quanto maior a instabilidade do projtil, maior ser a cavidade temporria.

    Veja que no meio dotrajeto a leso maior. Se o orifcio de sada fosse ali, ele seria

    extremamente maior do que o de entrada.

    IMPORTANTE: Apesar do projtil provocar leso perfurocontusa, a cavidadetemporria produz leses contusas, oriundas da presso interna. (pegadinha)

    Nos PAF de alta velocidade, na maioria das vezes, as leses so bemparecidas com as de baixa velocidade. Contudo, segundo Prof. Higino, asferidas de projeteis de fuzil (alta velocidade) na cabea podem ser todevastadoras de modo a impossibilitar a distino entre a ferida de entrada

    e sada do projtil.

    As armas de maior velocidade podem causar uma leso de sada bemgrande ou no, a depender do trajeto percorrido internamente pelo projtil.Mas no uma regra. No se pode afirmar que a leso de sada provocadapor projeteis de alta velocidade sero maiores do que as do PAF de menorvelocidade, pois h outras variveis.

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    Importante, contudo, destacar que os projeteis de maior velocidadeprovocam cavidades temporrias maiores, pois a presso transmitida aoorganismo muito mais acentuada.

    Contudo, importante salientar que a cavidade temporria no dependeapenas do projtil, dependendo tambm do rgo que atingido, pois unsrgos acarretam mais cavidade do que outros. (o pulmo o rgo quemelhor suporta a cavidade temporria).

    O cano da arma pode ser estriado/raiado (visando proporcionar omovimento de rotao, que proporciona mais estabilidade ao tiro) ou serliso. O fato de o cano ser estriado provoca marcas no projtil e, a partir da,pode-se identificar de que tipo de arma o projtil foi disparado. Se o cano

    no for estriado, no haver possibilidade de anlise de estrias no projtil.

    ARMAS DE CANO LISOBalinsprojeteis esfricos. (espingarda, escopeta)No balote (projtil nico) o prprio projetil raiado para proporcionar o girodentro do cano da espingarda.

    Quando as estrias so direcionadas para e direita, so dextrgiras ou, separa a esquerda, sinistrgiras. O IBIS (Sistema Integrado de Identificao

    Balstica) separa um projtil suspeito entre milhares e o ser humano, aposteriori, analisa alguns tipos de projteis suspeitos. No o IBIS que faz aconcluso final, mas sim o SER HUMANO - Exame de Comparao.

    H tambm a possibilidade de identificao da arma atravs das marcas dopercutor. Se estivermos diante de pistola podemos analisar tambm a marcado extrator que expulsa o estojo da pistola aps o disparo.

    Nas armas de cano liso, a identificao da arma somente poder se daratravs da marca do percutor, pois no h raias que permitam identific-las.

    LESES CAUSADAS POR AGENTES VULNERANTES NO MECNICOSAgentes no mecnicos so aqueles que no podemos tocar: ex.eletricidade, calor, frio, presso e etc.

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    LESES CAUSADAS POR ENERGIA TRMICA

    Termonoses - As termonoses ocorrem quando a ao da onda trmica noatinge diretamente o organismo. Ao difusa da fonte trmica atravs dairradiao. As termonoses dividem-se em:

    1. Insolaofonte trmica proveniente do sol;2. Intermaofonte trmica de qualquer outro meio que no o sol.(Conceito atribudo de banca menos exigente)

    Em alguns casos de insoluo ser possvel verificar rigidez da nuca (sinal deKernig), trismo, que a impossibilidade da abertura da boca, e convulses,precedendo a morte. Do ponto de vista mdico-legal, a insolao temescasso interesse, por quase sempre ter origem acidental.

    Queimaduras:Na queimadura a fonte trmica atinge diretamente o corpo.Ao local da fonte trmica atravs da conduo de calor. As queimadurasso dividas, de praxe em graus, de acordo com o nvel de afetao aoorganismo:

    1 grau Eritema (vermelhido no deixa cicatriz - sinal de Christinson)2 grauFlictena (formao de bolhas atinge a epiderme)

    3 grau

    Escarificao da derme (coagulao necrtica dos tecidos

    arranca a epiderme e expe a derme;)4 grauCarbonizao

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    H doutrinadores que classificam a leso as queimaduras da seguinte forma:1. Superficiais (vermelhido, eritemas);2. Parciais Superficiais (destroem a epiderme at a camada basal,

    apresentando flictenasbolhas);

    3.

    Parciais Profundas (destroem a derme da pele, sem afetao dosanexos cutneos);

    4. Destroem todos os planos da pele, inclusive os anexos cutneos.

    Como distinguir se a bolha derivada da queimadura ou se um sinal daputrefao? Deve-se analisar a reao de Chambert, verificando-se apresena de protenas no interior da bolha (flictena). Caso no hajaprotena, h o que a doutrina denomina de Sinal de Jenasie Jeliac, sinalcaracterstico da putrafao, abitico.

    Como saber se a pessoa foi submetida ao fogo quando estava viva ou se jestava morta e o artifcio foi utilizado para mascarar a causa mortis? Deve-se verificar se h fuligem na rvore respiratria da vtima, pois, se ela estavaviva, respirou. Esse sinal chamado pela doutrina de Sinal de Montalti. Outrapossibilidade a anlise do percentual de carboxihemoglobina no sangue.Caso o percentual seja superior a 50%, o indivduo foi submetido ao fogoquando ainda vivo estava. Por fim, pode-se analisar se h reao vital nolocal das queimaduras. Se no houver sinais vitais (retrao do tecido,

    inflamao e etc), o agente foi submetido ao fogo depois de morto.

    SINAL DE DEVERGIE: Com o aumento da temperatura, a musculatura docadver sofre contrao ps-morte. O cadver ao ser carbonizado ir secontraindo at assumir a posio de boxer, lutador, saltimbanco. Noentanto, trata-se de uma situao que ocorre ps-morte pela atuao docalor. No se trata de um sinal de que ele estava lutando contra as chamase nem mesmo se defendendo de qualquer outra situao. Ocorre emqualquer tipo de morte quando o cadver submetido ao fogo.

    Engana-se quem pensa que apenas o calor pode causar leses. O friotambm pode! O frio pode produzir leses:

    1. LOCAIS (denominadas geladuras);2. SISTMICAS (denominadas hipotermias).

    As geladuras so leses locais causadas por vasoconstrio inicial, palidez,pele de aspecto anserino e posteriormente vasodilatao paraltica,levando necrose e gangrena, principalmente nas extremidades (nariz,

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    orelhas, dedos, ps), com subsequente perda das mesmas. Ex. Mal dastrincheiras.

    Podem ser classificadas em 4 graus:

    1o Grau: palidez ou rubefao e aspecto anserino da pele;2 Grau: eritema e formao de bolhas ou flictenas;3 Grau: necrose dos tecidos moles e crostas;4 Grau: gangrena ou desarticulao.

    Nas vtimas do frio, podemos encontrar os seguintes sinais: rigidez precoce,intensa e duradoura, hipstases vermelho claro, sangue de tonalidade maisclara,isquemia cerebral, congesto polivisceral, disjuno das suturascranianas, sangue fluido, repleo das cavidades cardacas, espuma

    sanguinolenta nas vias respiratrias, flictenas na pele, equimose no pescoo,na mucosa gstrica e nas pleuras.

    O presente material de apoio aos alunos do Coaching do Canal CarreirasPoliciais que esto com dificuldade em Medicina Legal. A empresa nocomercializa o material.

    CAPTULO 2.

    LESES CAUSADAS POR ENERGIA ELTRICAA energia eltrica outra espcie de energia de ordem fsica, que podecausar graves distrbios do organismo humano e, at mesmo, a morte.

    O que energia eltrica? Trata-se da vibrao e escoamento de eltronsentre os tomos do condutor eltrico provocado por uma diferena depotencial eltrico existente entre o acumulador e o receptor tentandoestabelecer o equilbrio entre as fontes. Em suma, h uma produo de

    eltrons por parte do atrito e estes se encaminham para corpo que detmmenos eltrons a fim de equilibrar os eltrons entre os tomos.

    CONDUTORES ELTRICOS so materiais destinados passagem da corrente.

    A corrente eltrica somente entra onde ela pode sair. Para sair ela tem quesoltar os eltrons em algum lugar. Toda eletricidade do planeta escorre paraa terra. Por isso, se encostarmos-nos a um fio de alta tenso, mas estivermosde bota emborrachada o corpo no ser atingido pela corrente.

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    Quando a energia eltrica atinge um ser humano, tudo pode acontecer, elepode no sofrer nada, como tambm morrer carbonizado. Duas so suasformas de energia eltrica: natural (atmosfrica) e industrial. A ao daprimeira a fulminao e da segunda, a eletroplesso.

    1. ENERGIA ELTRICA NATURAL: denomina-se fulgurao ou fulminao oefeito da eletricidade natural (atmosfrica). Os acidentes surgemquando a vtima apanhada diretamente pela descarga de umanuvem (raios) sobre o solo ou, ento, indiretamente, quando adescarga se origina de uma nuvem sobre outra.

    H na literatura mdico-legal quem faa a seguinte distino:A) Fulminao: ao da energia eltrica natural letal sobre o indivduo

    (causa a morte);B) Fulgurao: ao da energia eltrica natural que provoca lesescorporais no letais (no causa a morte).

    Nesse caso, encontram-se os objetos imantados (como ims) por algumtempo e fundidos total ou parcialmente em razo do efeito jaule. O efeitojaule a transformao da corrente eltrica em calor. Este pode ser tointenso que, alm de provocar queimaduras, pode at derreter os metais,causando a fuso dos metais, metalizao

    Diante da atuao da energia eltrica, h umaleso caracterstica que encontrada nas vtimas. Trata-se do Sinal deLichtenberg, que causada por energia eltrica natural, gerando leses aosvasos sanguneos superficiais, se apresentando sob um aspecto de razes deuma rvore.

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    Algumas vezes, em caso de energia natural, a corrente eltrica passaapenas pela superfcie corporal, sem qualquer penetrao nos planosprofundos, sendo conhecida essa atuao como Flashover.

    A fulgurao, alm do Sinal de Lichtenberg, pode acarretar leso aotmpano, viso e no sentido nervoso. Dentre essas leses viso, a literaturatraz duas espcies bem caractersticas:

    A)Catarata Tardia:ocorre quando a viso prejudicada em razo hafetao do crebro;

    B) Ceratite: ocorre quando a viso prejudicada em razo do altonvel de luminosidade.

    2. ENERGIA ELTRICA INDUSTRIAL: A ao da energia eltrica industrial sobreo organismo constitui uma srie se alteraes, denominada pela literaturacomo eletroplesso.

    Quando a pessoa sofre eletroplesso,costuma aparecer o sinal de jellinek, que se apresenta como a marca deentrada da corrente eltrica, no ponto de contato com a energia. Trata-sede uma leso dura, de bordos elevados, seca, indolor, profundidadevarivel, podendo reproduzir a forma do condutor eltrico. (parece um calo)

    No determina a causa mortes, to somente determina que a vtima foiatingida por uma corrente eltrica industrial.

    Nos pontos de entrada e sada da corrente podem ser observadas leses dealto valor diagnstico: as marcas eltricas de Jellinek. Contudo, importanteressaltar que nem sempre haver a leso de sada da energia eltrica.

    ARCO ELTRICO ou VOLTICONem sempre precisamos encostar no fio parasermos atingidos pela eletricidade. Em alguns casos, geradores e

    acumuladores de alta presso podem permitir que a corrente eltrica salte

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    em direo a uma fonte condutora mais prxima. O corpo humano umexcelente condutor de eletricidade: gua, sais minerais e dimetro longo.No precisa encostar, basta que se aproxime suficientemente para que ogerador transfira os eltrons para o corpo.

    EFEITO JAULETransformao da energia eltrica em calor, podendo causarqueimadurasem todos os graus. Causa at mesmo carbonizao!

    ATENO: No confunda marca eltrica (sinal de jellinek) com queimaduraeltrica (que deriva da transformao da energia eltrica em calor,produzindo queimadura).

    RESISTNCIAS CORPORAIS:

    De acordo com o ESTADO DA PELE:1. Pele seca, spera, espessa, calosa, queratinizada, carbonizada,

    protegida por borracha, cermicaMaior proteo.2. Pele mida, lisa, delgada, suada, sem proteo isolante Menor

    proteo.

    Quando a pele est molhada, suada, tem-se uma diminuio considervelna pele. Ex. Se uma criana ao comear um jogo de futebol percebe que agrade est dando choque e nada faz pode haver um prejuzo maior ao final.

    Pois, quando mais suado a resistncia de seu organismo estar bastantereduzida e ao encostar novamente no fio o AMPERE ir atingi-lo de formamuito mais elevada, podendo, at mesmo, causar-lhe a morte.

    ASSOCIAO EM PARALELOA corrente procura sempre a menor resistncia e o caminho mais curto, se oindividuo estiver calado com sapado de borracha, a energia continuar acorrer no fio. Se estiver descalo e dentro de uma possa de gua o seucorpo, em baixa resistncia, ser um chamariz para a energia e serabsorvido por grande parte da energia que corre nos fios. Uma parte daenergia vai continuar passando pelo fio e outra ser absorvida peloorganismo humano.

    ASSOCIAO EM SRIEQuando ocorre associao em srie o individuo recebe a corrente em suatotalidade. Isso acontece quando o individuo segura a ponta de um fioarrebentado. Nesse caso, haver maior risco de dano ao organismo do que

    diante da associao em paralelo, pois nesta o indivduo recebe parte daenergia.

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    CARACTERSTICAS GERAIS DAS LESES POR ENERGIA ELTRICA:As clulas humanas funcionam atravs de uma conduo eltrica stil quepassa de fora para dentro e dentro para fora. As clulas so preparadas

    para funcionar com determinado padro de energia eltrica. Assim, quandouma energia eltrica atinge o ser humano acaba por alterar a fisiologiaeltrica do individuo, acarretando a possibilidade de srios prejuzos.

    A gravidade da leso oriunda da corrente eltrica depende estritamente doseu percurso dentro do organismo. O perigo da leso depende diretamentedo rgo que atingido pela eletricidade, da intensidade do dano eltricoe tambm do tempo de exposio do corpo humano em relao corrente eltrica.

    A energia eltrica de baixa amperagem, quando passa pelo crebro,afetao tronco enceflico, destruindo os neurnios e acarretando para respiratriacentral.

    A energia eltrica de baixa amperagem, quando passa pelo corao, gerafibrilao ventricular (arritmia cardaca grave), podendo ocasionar paradacardaca. Quando a energia eltrica de alta amperagem e passa pelocorao, pode acarretar assistolia (total perda do ritmo cardaco).

    IMPORTANTE: O corao o rgo do corpo humano responsvel pelobombeamento de sangue para todos os demais rgos. A fibrilaoventricular e a assistolia prejudicam esse processo (bombeamento),acarretando o CHOQUE CARDIOGNICO.

    A energia eltrica de mdia amperagem, quando passa pelo tronco doindivduo, acarreta contrao do diafragma (msculo da parede abdominalresponsvel pela respirao), resultando em parada respiratria perifrica.O diafragma o maior msculo do corpo humano e responsvel pelosistema respiratrio. Quando a corrente eltrica passa pelo corpo,dependendo da intensidade, afeta o diafragma e gera parada respiratria.

    Como a eletricidade mata as clulas? A eletricidade atua destruindo asclulas atravs do FENMENO DA ELETROPERFURAO, situao em queocorre o aumento do dimetro das clulas e, por via de consequncia, h oingresso e sada de substncias prejudiciais e essenciais (respectivamente)para a clula.

    Ademais, dependendo da intensidade da corrente eltrica, pode haver a

    ocorrncia de fraturas e luxaes, podendo, inclusive, comprometergravemente os msculos. Caso haja esse comprometimento dos msculos,

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    deve-se dar especial ateno possibilidade de insuficincia renal, pois amioglobina do msculo, quando liberada na corrente sangunea, acarretasrio prejuzo aos rins.

    LESES CAUSADAS PELA RADIOATIVIDADE

    A radioatividade, aos poucos, causam leses que podem causar a morte. Aenergia radioativa atinge o tomo e transfere para ele elevado nvel deenergia. O tomo absorve uma quantidade considervel de energia e vailiberando-a aos poucos. Alguns exemplos de fonte de radiao incluem: osraios X, rdio e cobalto radioativos, compostos do brio, trio, etc.

    O nvel de periculosidade da radiao depende da partcula que estsendo expelida pelo tomo. A liberao da energia que confere a

    radiao a esse tomo, liberando partculas ALFA, BETA E ONDASELETROMAGNTICAS CHAMADAS GAMA.

    A partcula alfa, quando expelida no ultrapassa nem mesmo uma folha depapel. A partcula Beta no consegue adentrar na pele, causando apenascerta vermelhido. No entanto, a partcula gama adentra a pele,ultrapassando at mesmo o chumbo, sendo bloqueada apenas peloconcreto (pode causar grande prejuzo ao corpo humano). O individuo seprotege muito bem, quando vestido, das radiaes ALFA E BETA, no entanto,quando diante da radiao gama, somente o tempo de permanncia sobo contato com a radiao pode determinar uma garantia de no prejuzoao individuo.

    As radiodermites so leses produzidas por substncias radioativas,classificando-se em trs graus diferentes:1 GRAU: eritema e depilao da rea afetada;2 GRAU: flictenas (bolhas);

    3 GRAU: grau: gangrena ou necrose. (lcera de Roentgen)

    As radiaes atuam impedindo a diviso celular em alguns tecidos edestruindo as clulas de outros, causando leucemia, dermatoses(radiodermites), leses das gnadas e molstias profissionais.

    A radiao pode gerar queimaduras, porm sem crestar os pelos (igual aqueimadura pela gua).

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    LESES CAUSADAS PELA PRESSO ATMOSFRICA

    As leses derivadas da presso atmosfrica so ocasionadas quase sempreno ambiente laboral e em carter acidental. Quando a presso atmosfricase altera para maior ou para menos do normal, h grande risco de danos

    vida e a sade das pessoas.

    1. Diminuio da presso atmosfrica: quanto maior a altitude, menorser a presso atmosfrica e tambm menor a quantidade deoxignio. Isso fora o corao trabalhar mais no sentido de compensara falta de oxignio, acarretando dispneia, nuseas, taquicardia, e atperda da conscincia. Esse fenmeno conhecido como Mal dasMontanhas ou do Aviador.

    Quando o indivduo mora em locais de grande altitude, pode ser portadorde uma doena crnica chamada DOENA DO MONGE, que podeacarretar diminuio da ventilao pulmonar e prejuzos oxigenao dosangue (pode causar tromboses).

    2. Aumento da presso atmosfrica:quanto menor a altitude, menor sera presso atmosfrica. Nesse sentido, podemos constatar que osmergulhadores costumam trabalhar em locais de grande presso

    atmosfrica. O aumento da presso atmosfrica acarreta o que adoutrina chama de descompresso, resultando em posterior emboliaderivada da intoxicao por oxignio, nitrognio e gs carbnico.Essas leses so tambm conhecidas como barotraumas.

    DOENA DA DESCOMPRESSO: Forma crnica que decorre dadescompresso inadequada, acarretando acmulo de gasesdescomprimidos nas articulaes (maior concentrao de nitrognio namistura gasosa).

    EMBOLIA TRAUMTICA PELO AR: Forma aguda da leso por aumento depresso, podendo ser mortal. Se caracteriza pela rotura das paredesalveolares, causando hemorragia intrapulmonar. Nesse caso, o nitrognio caina corrente sangunea, acarretando embolias gasosas difusas.

    BAROTRAUMA DE OUVIDO: Quando o sujeito est descendo nas profundezasa gua fora a entrada pelo ouvido, que obstruda pelos tmpanos. Noentanto, quando em alta presso, o tmpano no capaz de obstruir essa

    entrada da gua, acarretando, destarte, em barotrauma no tmpano

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    rompimento do tmpano gerando a perda do equilbrio. (Mergulho emapneia)

    MANOBRA DE VALSALVA - Atua de modo a compensar a presso de dentro para

    fora. Ocorre quando o mergulhador fecha o nariz e boca, assoprando a fim degarantir o bloqueio do tmpano e evitar o barotrauma causado pela entrada degua no ouvido.MANOBRA DE TOYMBEEConsiste em tampar o nariz e simular uma deglutio.

    LESES CAUSADAS PELA LUZ E SOM

    A luz e o som so agentes vulnerantes que comprometem principalmente osrgos dos sentidos e dificilmente acarretam leses graves.

    A exposio luz intensa ou de intensidade muito varivel pode causaralteraes do sistema nervoso central (epilepsia) e alteraes de ordempsquica.

    A exposio crnica a rudo excessivo pode causar epilepsia acustognica,diminuio e at mesmo a perda da funo auditiva, alm de zumbidos.

    A perda auditiva temporria, segundo Veloso Frana, conhecida comomudana temporria do limiar de audio (temporary threshold shift).

    ENERGIAS DE ORDEM FSICO-QUMICA

    Todos ns, seres humanos, precisamos respirar! Nesse sentido, para que arespirao se processe em condies de normalidade necessrio que oambiente externo seja gasoso, com um teor de oxignio deaproximadamente 21%, azoto 78%, gs carbnico 0,03%, portanto,praticamente livre de gases txicos, e que haja permeabilidade das viasrespiratrias, movimentao toracodiafragmtica, expansibilidadepulmonar, circulao sangunea e volemia em condies suficientes para otransporte de oxignio intimidade dos tecidos e garantir regularidade hematose.

    Ao estudar as energias de ordem fsico-qumica, analisaremosminuciosamente a morte por asfixia. Mas qual seria a importncia desseestudo? A asfixia uma das qualificadoras do homicdio e tem fundamentalimportncia para a mensurao da dosimetria da pena.

    A asfixia no deriva apenas de um processo fsico, mas tambm qumico.Trata-se de um processo fsico-qumico provocado vtima, atuando de

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    forma a impedir a utilizao do oxignio para a produo de ATP (energia),tambm atuando impedindo a oxigenao de rgos vitais para organismo.

    Na asfixia, constatamos ausncia de oxignio (hipoxia) e excesso de gs

    carbnio (hipercapnia).

    Vamos ver se voc aprendeu? Qual tipo de agente vulnerante atua naasfixia? Fsico-Qumico!

    Antes de entramos no estudo das asfixias, precisamos conhecer algumasinformaes bsicas.

    O que o to famoso ATP? Trifosfato de adenosina, adenosina trifosfato ou

    simplesmente ATP, umnucleotdeo responsvel pelo armazenamentodeenergia em suasligaes qumicas. constituda poradenosina,umnucleosdeo,associado a trs radicaisfosfato conectados em cadeia. Aenergia armazenada nas ligaes entre os fosfatos.

    O ATP armazena energia proveniente darespirao celular e dafotossntese,para consumo imediato. Amolcula atua como umamoeda celular, ouseja, uma forma conveniente da transformao da energia. Esta energiapode ser utilizada em diversos processos biolgicos, tais como otransporte

    ativo de molculas, sntese esecreo de substncias,locomoo edivisocelular, entre outros. No pode ser estocada, seu uso imediato, energiapode ser estocada na forma decarboidratoselipdios.

    SINAIS GERAIS DE ASFIXIAA morte por asfixia gera sangue fluido e escuro; Congesto Polivisceral eManchas de Tardieu, porm estes no so sinais de certeza da morte porasfixia, ou seja, no so sinais patognomnicos, mas sim, sinais de meraprobabilidade de asfixia.

    MANCHA DE TARDIER: Para Tardier, estas hemorragias multiformessubconjuntivais (mancha de tardier) configuravam hiptese de ASFIXIA.Atualmente no podemos afirmar que tal leso caracteriza, com preciso,hiptese de asfixia. A hemorragia subconjuntival um indicio de asfixia.

    Classificao Mdico-Legal das Asfixias:Quando existe a constrio do pescoo no necessariamente estaremos

    impedindo a entrada de oxignio no pulmo, mas estaremos impedindo queo oxignio chegue em quantidade necessria ao bom funcionamento do

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Nucleot%C3%ADdeohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Energiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Liga%C3%A7%C3%A3o_qu%C3%ADmicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Adenosinahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Nucleos%C3%ADdeohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Fosfatohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Respira%C3%A7%C3%A3o_celularhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Fotoss%C3%ADntesehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mol%C3%A9culahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Moedahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Membrana_celular#Transporte_activohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Membrana_celular#Transporte_activohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Secre%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Locomo%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Divis%C3%A3o_celularhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Divis%C3%A3o_celularhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Carboidratohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lip%C3%ADdiohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lip%C3%ADdiohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Carboidratohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Divis%C3%A3o_celularhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Divis%C3%A3o_celularhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Locomo%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Secre%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Membrana_celular#Transporte_activohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Membrana_celular#Transporte_activohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Moedahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mol%C3%A9culahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Fotoss%C3%ADntesehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Respira%C3%A7%C3%A3o_celularhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Fosfatohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Nucleos%C3%ADdeohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Adenosinahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Liga%C3%A7%C3%A3o_qu%C3%ADmicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Energiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Nucleot%C3%ADdeo
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    crebro (leso na cartida). Pode ser tambm a alterao neurolgicacausada pela alterao do nervo vago.

    TIPOS DE SUFOCAO

    A) Sufocao DiretaObstruo direta dos orifcios respiratrios. Este tipo deasfixia realizado quando diante de desproporo fsica da vtima paracom o homicida ou diante de situao em que a vtima tenha a suaresistncia reduzida. Este dever ser muito mais forte do que a vtima paraprovocar a sufocao direta com xito. Outra forma de realizar a sufocaodireta decorre da obstruo das vias areos (normalmente, acidentais, emidosos, crianas e bbados). A pessoa que, por exemplo, aspira o chicletebloqueando as vias areas. Pode deixar marcas ou no, quando diante deobstruo dos orifcios respiratrios, a depender do modo.

    B) Sufocao IndiretaOcorre com a obstruo em vias que no as areasou orifcios respiratrios. Ex. paralisia da musculatura respiratria, pelacompresso do trax, pelo energia eltrica.Outra forma de realizar a sufocao indireta com a crucificao, pois opeso do corpo fica todo apoiado pelos braos e no h fora para olevantamento do corpo exigido para o movimento respiratrio. A fratura dosarcos costais (costelas) tambm gera a asfixia indireta, em virtude daobstruo.

    ASFIXIA POR MODIFICAES FSICAS DO AMBIENTE:A) Modificaes Quantitativas do Ar: diminuio do oxignio, aumento dogs carbnico, aumento da temperatura e excesso de vapor dgua;B) Confinamento; (ex. pessoa presa no porta-malas de um carro)C) Modificaes Qualitativas do Ar: ambiente gasoso para lquido(afogamento) e ambiente gasoso para slido (soterramento);

    MODIFICAO DO AR AMBIENTALAfogamentoLiquidoSoterramentoSlido GranularConfinamento Gases no txicos, porm que no servem para arespirao.

    A) Soterramento:Caracterizado quando a pessoa est viva no momento do desabamento eacaba por se asfixiar ao respirar o material slido que cai sobre si. Para tanto,

    deve ser aberto o cadver e analisar as vias areas com intuito de averiguarse h material do desabamento em sua arvore respiratria e tambm no

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    sistema digestrio. Caso haja, podemos caracterizar a morte por asfixiaderivada do soterramento. Essa analise das via areas na autopsia permitesaber se a pessoa morreu em virtude do trauma ou se fora asfixia.

    O Cogumelo de pulmo caracteriza umedema de pulmo, tratando-se de um sinal caracterstico na morte por

    soterramento, afogamento, eletroplesso e outras mais. Assim, o cogumelode no um sinal patognomnico.

    O que um sinal patognomnico? Termo mdico que se refere a sinal ousintoma especfico de uma determinada doena, diferenciando-a dasoutras.

    B) ConfinamentoOcorre quando a vitima est em um local sem circulao do ar que, porconseguinte acaba por tornar insuficiente a presena de oxignio a fim depropiciar a oxigenao do organismo humano. O nosso organismo quandoentra em um ambiente com menos de 7% de oxignio no agenta e oindividuo acaba por desmaiar, causando a morte em seguida. (morte muitocomum em poos, onde o ar pauprrimo; em pessoas que solocomovidas dentro da mala de um carro aps um tempo de permannciano local; pessoas que ficam afundadas em submarino ou mesmo dentro dageladeira).

    O confinamento gera hipotermia, hipoxia e hipercapnia.

    C) AfogamentoTrata-se de asfixia por alterao do ar ambiental, do estado gasoso para oliquido. O afogamento se d atravs da aspirao e ingesto da gua. Emvirtude disto, os sinais de morte por afogamento podem ser encontrados nosistema respiratrio e tambm no digestivo.

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    IMPORTANTE:A gua do sangue tem mais sal do que a gua doce e menossal do que na gua salgada. O ar que entra no organismo direcionadopara o lado esquerdo do corao.

    A) AFOGAMENTO EM GUA DOCE:Na gua doce h sal, porm em menos quantidade do que na guasalgada.

    Quando a gua doce chega no pulmo e entra em conflito com a gua dosangue, como a gua do sangue tem mais sal do que a gua doce, atendncia que a gua que chega no pulmo seja absorvida pelo sangue,

    pois o sal do sangue ir (puxar) absorver a gua e tornar, por conseguinte, osangue diludo. Nesse momento, como o sangue direcionado para o trioesquerdo possvel verificar que o sangue do trio esquerdo estar muitomais diludo do que o do lado direito.

    Ante o exposto, em virtude da alta diluio ocasionada pela interao dosangue com a gua doce, no afogamento em gua doce teremos umsangue menos denso.

    Mecanismo da morte por afogamento em gua doce: Quando as hemciasficam inundadas por gua e arrebentam acarreta a sada de potssio eentrada de sdio, gera excesso de potssio na corrente sangunea e, porconseguinte, gera fibrilao ventricular. Por isso, o afogamento em guasalgada de mais fcil reverso do que na gua doce, visto que na guadoce alm de todo problema respiratrio ocasionado pela alterao doambiente temos tambm o excesso de potssio no sangue que prejudica ofuncionamento do corao.

    B) AFOGAMENTO EM GUA SALGADAA gua salgado apresenta maior sal do que o sangue. Assim, quando agua salgada ir absorver o sangue e por, conseguinte, o trio direito irapresentar sangue mais diludo do que o do trio esquerdo.

    O sangue direcionado com oxignio para o trio esquerdo, porm,quando aspirada a gua salgada, esta ir absorver a quantidade de guado sangue, tornando-o menor diludo do que aquele que, nesse momento,

    est presente no trio direito. Ante o exposto, podemos caracterizar que, na

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    morte por afogamento em gua salgada, o sangue se apresenta mais densoem virtude de menor diluio.

    Mecanismo de morte por afogamento em gua salgada: O afogado em

    gua salgada morre em virtude do excesso de liquido no pulmo que, porconseguinte, acarreta leses aos alvolos e prejudica o sistema respiratrio.

    DIFERENA DO SANGUE DA VTIMA DO AFOGAMENTO:AFOG. EM AGUA SALGADASANGUE MAIS DENSO (MENOS DILUDO)Menoro ponto crioscpico (PONTO DE CONGELAMENTO DO SANGUE).AFOG. EM AGUA DOCE SANGUEMENOS DENSO (MAIS DILUDO)Maior oponto crioscpico (PONTO DE CONGELAMENTO DO SANGUE).

    Ponto crioscpico o ponto de congelamento do sangue. Quanto maior aconcentrao de sal no sangue, menor ser o ponto crioscpico, ou seja, menor o

    ponto de congelamento do sangue. Assim, na morte por afogamento em guasalgado o ponto crioscpico menor do que no por gua doce.

    A certeza de morte por afogamento se d atravs da presena de algasdiatomceas no fgado e ossos da vtima. Essa anlise, inclusive, pode serrealizada em cadveres j em elevado nvel de putrefao.

    Sinais comuns das vtimas de afogamento:1. Edema de pulmo;2. cianose;3. diferena de diluio entre os trios;4. alterao do ponto crioscpico;5. manchas de tardier;6. congesto polivisceral;7. objetos marinhos nas rvores respiratrias;8. leses de arraste;

    9. cabea de negro;10. mancha de paltauf.Em virtude da entrada de gua nos alvolos, temos aexploso deste e extravasamento de sangue, ocasionando a MANCHA DEPALTAUF. Trata-se do excesso de liquido no pulmo que acarreta orompimento dos alvolos. A referida mancha patognomnica de mortepor afogamento, apresentado-se por equimoses subpleurais. IMPORTANTE!

    IMPORTANTE: O incio da putrefao nos afogados antecipada. Inclusive, afamosa mancha de brouardel, que estudaremos mais adiante, costumaaparecer nos afogados nos rgos superiores.

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    AFOGAMENTO BRANCO DE PARROUT: Trata-se do indivduo que morre nagua, porm permanece com o pulmo seco e sem sinais de morte porafogamento. Diversos autores atribuem esse fenmeno ao espasmo da

    glote, que impede a entrada da gua nas vias respiratrias (reflexo vagal).Este fato mais comum em guas geladas, em que h a possibilidade dehidrocusso, que acarreta uma parada cardaca. Nesse caso, de fato, acausa da morte no foi o afogamento.

    ASFIXIAS POR CONSTRIO DO PESCOOA) ENFORCAMENTO:ocasionado pelo lao em que a fora exercida peloprprio peso da vtima. Ex. Amarra lao no pescoo da vitima, prende-o nocarro e acelera. (caiu em prova e ningum acertou). A causa jurdica mais

    freqente suicida; podendo ser homicida (simulando suicdio) ou acidental(crianas e em ambiente industrial).

    B) ESTRANGULAMENTO:ocasionado pelo lao em que a fora exercida paraa constrio realizada pelo homicida. A causa jurdica mais freqente homicida (necessita de desproporo entre a vtima e o agressor;infanticdio); acidental (trabalho de parto, acidentes do trabalho oudomsticos).

    C) ESGANADURA: a constrio dos pescoos por meio das mos(Higino/RJ). Em outros estados, admite-se a esganadura com utilizao dasmos, antebraos e pernas. Normalmente a esganadura proporcionaestigmas ungueais em virtude da presso exercida, alm de petquias norosto e corao da vtima. A esganadura exclusivamente realizada por atohomicida, nunca por suicdio.

    O estrangulamento e enforcamento deixam amarca do lao do pescoo da vtima. Esta marca chama-se SULCO. Oestrangulamento forma sulco horizontal, completo, mesma profundidade,abaixo do osso hiide e da laringe.

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    No enforcamentoo lao fica inclinado, aperta-se muito de um lado e poucodo outro. Assim, o sulco ser obliquo, mais profundo de um lado do que nooutro, no ser completo, descontinuo e estar acima da laringe e dohiide. Excepcionalmente, o enforcamento pode apresentar sulco horizontal

    se o individuo for enforcado em posio horizontal.

    TIPOS DE ENFORCAMENTO:1. Enforcamento Tpicon do enforcamento na parte superior (traseira)

    do pescoo. No enforcamento tpico a cabea do individuo ficaposicionada para frente.

    2. EnforcamentoAtpico n do enforcamento na parte anterior oulateral do pescoo. No enforcamento atpico, se o n estiver na parteanterior do pescoo a cabea ficar direcionada para trs; j se o n

    estiver na lateral, a cabea ficar direcionada para o lado oposto don.

    IMPORTANTE: A cabea fica sempre ao lado oposto do n, sejaenforcamento tpico ou atpico.

    SINAL DE BONNETaparece quando o lao caracterstico e, atravs dosulco, possvel determinar que tipo de lao fora utilizado.

    LINHA ARGENTINA o corte da epiderme e exposio da derme

    formando uma linha prateada no fundo do sulco. Pode ocorrer tanto noestrangulamento quanto no enforcamento, a depender do lao utilizado nopescoo.

    Cumpre destacar que quanto menor o instrumento utilizado para oenforcamento ou estrangulamento maior a potencialidade de evidenciar ossulcos na regio lesionada.

    O ENFORCAMENTO TAMBM PODE SER COMPLETO OU INCOMPLETO:Enforcamento completo:h suspenso total da vtima.Enforcamento incompleto:quando no h suspenso completa da vtima

    Antigamente pensava-se que o enforcamento incompleto eracaracterizador de crime, pois existia o apoio e a voluntariedade doindividuo, no podendo assim, caracterizar suicdio ou acidente. Com otempo verificou-se que a o peso da cabea o bastante para provocar oenforcamento incompleto, podendo ser caracterizado o acidente ou

    suicdio.

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    RESUMO:O estrangulamentodeixa sulco horizontal e abaixo do osso hioide.O enforcamentodeixa sulco oblquo e acima do osso hioide.A esganadurano prova o sulco, deixando apenas marcas da atuao da

    mo do homicida (equimoses) n pescoo da vtima.

    Como definir s a suspenso do corpo no enforcamento foi feita em vida ouaps a morte, para mascarar a real causa?Deve-se analisar sinais de reaes vitais, tais como a presena de cianose,petquias acima do lao, aumento do volume da lngua e edemas.

    Caractersticas apresentadas nas vtimas de asfixias por constrio dopescoo:

    1. Hiperecemia conjuntival;2. Edema facial;3. Exteriorizao da lngua;4. Infiltrao sangunea nos msculos do pescoo;5. Equimoses e escoriaes no pescoo;6. Cianose facial;7. Fratura do osso hioide.

    A asfixia pode ocorrer pela obstruo do aparelho respiratrio oucirculatrio. A artria cartida responsvel por levar o sangue/oxignio aocrebro. O bloqueio da artria cartida impede que oxignio chegue aocrebro, causando instantnea perda da conscincia e at mesmo a morte. o que ocorre no caso de mata-leo nas lutas.

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    As estruturas amareladas so os

    nervos vagos, ligados ao bulbo. A afetao do nervo vago pode causar aparada cardiorrespiratria ou perda de demais funes do organismo.

    O nervo vagolibera acetilcolina, modulando as funes cardaca, entricasetc. O nervo vago, pela sua atuao, tem expresso direta do controle datemperatura, da freqncia cardaca, da presso arterial e da funorespiratria. Ento, j uma conexo do hipotlamo com o ncleo do tractosolitrio, onde ele pega na base do nervo vago e por a ele se estende.

    Estrangulamento Branco de Claude Lacassagne: Por vezes, presses menossignificativas no pescoo podem resultar em parada cardaca em que nose encontram os sinais clssicos de asfixia. Comumente, esse resultado ocorreem razo da leso do nervo vago.

    A constrio do pescoo apresenta, na maioria das vezes, a fratura do ossohiide, que se localiza acima da laringe. muito difcil causar uma asfixia nopescoo sem lesionar o osso hiide.

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    O alvolo responsvel pela hematose, troca de gs carbnica, atuandoem conjunto com os vasos capilares a fim de proporcionar a oxigenao dosangue. O sangue chega no pulmo com pouco oxignio e sai com muitooxignio. O sangue pouco oxigenado recebe o oxignio dos pulmes e

    direcionado para o organismo.

    Hematose Transformao do sangue que temgs carbnico no sangue que tem oxignio. O nico lugar do corpo ondeocorre a hematose no pulmo, atravs dos alvolos em conjunto com os

    vasos capilares.

    O sangue precisa da musculatura respiratria para ser direcionada aosrgos do corpo humano, principalmente representada pelo diafragma.

    ASFIXIAS QUMICASMonxido de Carbono, Cianeto cido, Organo-Fosforados (pesticidas);Carbamato (Chumbinho) e Curare.

    INTOXICAO POR MONOXIDO DE CARBONOO CO fica ligado a hemoglobina com uma fora 250x maior do que o dooxignio. A partir de ento a hemoglobina circula conduzida com umaquantidade excessiva de monxido de carbonoacima de 50% em relaoa hemoglobina no permitindo a conduo de oxignio pelo sangue eabastecimento para os rgos do corpo humano. Assim, o impedimento daoxigenao do sangue pela presena da excessiva quantidade de CO noorganismo acarreta prejuzo ao sistema circulatrio e, quando acima de 50%,

    causa a morte. Quando o CO se agrupa a hemoglobina d ao sangue umacor de cereja, carminada. Nesse sentido, o corpo do individuo, post mortem,apresentar uma cor carminada. Trata-se de uma caracterstica queacende ao legista a possibilidade de eventual asfixia causada pelomonxido de carbono, CO. A intoxicao por CO, alm de proporcionar acolorao carminada ao sangue e, por conseguinte, no organismo docadver gera tambm hemorragia puntiforme no encfalo. Ademais,cumpre destacar que a reao do monxido de carbono com ahemoglobina gera a substancia carboxihemologina. Assim, para se ratificar a

    morte por CO deve ser feita colheita do sangue e analisar o percentual de

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    carboxihemoglobina. Se houver presena de mais de 50%, podemoscaracterizar a morte por intoxicao por CO.

    Obs.: Quando encontramos um individuo carbonizado podemos tambm

    avaliar a concentrao de carboxihemoglobina no sangue da pessoa a fimde mensurar se a pessoa morreu em virtude do incndio ou de outra causa.Quando atingido pelo fogo, normalmente, a taxa de carboxihemoglobinasupera 50% e, como tal, possvel determinar se a morte se deu em virtudedo contato com o fogo ou se este fora utilizado to somente para tentarmascarar a causa mortis.

    INTOXICAO POR CIANETOO cianeto atua promovendo a asfixia porque impede que o oxignio seja

    utilizado dentro da clula, ele atua diretamente no interior da mitocndria. Ocianeto impede o uso de oxignio pela clula. Assim, no se caracterizacomo um veneno que atua na circulao, mas sim em carter intracelular.

    Tecnicamente, na asfixia em razo do cianeto, h o impedimento dareao do oxignio com o glicognio no interior da clula, impendido aproduo de ATP.

    Sndrome do corpo embalagem:vtimas que carregam dentro do organismogrande quantidade de drogas para trafico. Quando essa droga se abredentro do organismo h prejuzo ao nervo vago, por conseguinte, gerandomorte por insuficincia cardiorrespiratria.