MELLO & PEREIRA - Unidades de Conservação Litorâneas - Natureza X Gente

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    Unidades de ConservaUnidades de Conservaoo

    Litorneas:Litorneas:Dilema natureza versus genteDilema natureza versus gente

    (RJ(RJBrasil)Brasil)

    MnicaMnica CoxCox de Britto Pereira &de Britto Pereira & YasmimYasmim Ribeiro MelloRibeiro Mello

    Abril / 2009Abril / 2009

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    INTRODUO

    Dilema:Dilema: Conservao Ambiental x Populaes Tradicionais.

    Especulao ImobiliriaeEmpreendimentos Tursticos

    X

    Pescadores Tradicionais

    Litoral do Rio de Janeiro (Brasil)Litoral do Rio de Janeiro (Brasil)

    PolPoltica Ambiental:tica Ambiental: Natureza Intocada; Dicotomizada do serhumano

    Heterogeneidade dosecossistemas Litorneos:

    Mata Atlntica, restinga,dunas, coqueirais,coqueirais, brejos, lagoasferruginosas de guasescuras at manguezais erecifes de coral.

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    PROCEDIMENTOSPROCEDIMENTOS

    ENSINO

    EXTENSOPESQUISA

    Dilogo dos Saberes (MELLO e PEREIRA, 2008)

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    Analisamos dois impasses em torno da criao de reas protegidas e odestino da populao tradicional secular moradora de reas costeiras

    em Mata Atlntica no RJ/Brasil, a partir da dcada de 1980,

    Comunidade de Andorinhas eParque Estadual da Tiririca / 1992;

    Niteri/RJ

    Pescadores artesanais em rea deParque

    Pescadores artesanais em reade rea de Proteo Ambiental

    Comunidade de Zacarias e APAMaric-RJ/1984.

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    Localizao dos Municpios de Niteri e

    Maric RJ/Brasil

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    Comunidade de Pescadores Artesanais do

    Morro das AndorinhasMapa de Localizao

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    O Morro das Andorinhas localiza-se em

    zona urbana, entre os bairros de Itaipu e

    Itacoatiara (classe mdia alta),onde h

    vegetao de restinga,praias, lagunas,

    floresta.

    Est num dos ltimos trechos de

    Mata Atlntica no municpio, importante nos

    limites do Parque Estadual da Serra da Tiririca.

    LOCAL E COMUNIDADELOCAL E COMUNIDADE

    No Plano Diretor Municipal

    (1992) uma rea de

    Preservao Permanente.

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    Remontam ao sc. XIX. Mais recentemente

    constituiu a Associao da ComunidadeTradicional do Morro das Andorinhas.

    Cerca de 37 pessoas distribudas em 14

    casas, de alvenaria e algumas de pau-a-pique

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    Pessoas ligadas direta ou indiretamente s atividades de pesca Alm da pesca, plantam e manejam algumas ervas medicinais, caf,

    leguminosas e frutas

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    A comunidade alvo de diversos conflitos naregio. Presses e interesses dos setores imobilirios,

    Grupos do Estado e do Governo Municipal, membrosde ONGs, ambientalistas e por moradores de classe

    mdia no entorno do Parque. Ameaa ao esttico e ao belo, logo preservao ambiental. Ao mesmo tempo, fazem limite com os altos murosdos condomnios fechados, onde as manses se

    perdem por entre a praia e a Mata Atlntica Elite teme quanto a uma possvel favelizao

    O que fazer? A populao de pescadores artesanais permanece noentorno do parque, sob que condies? Ou so retirados? Ou so

    includos no parque sob restries?

    CONFLITOS & IMPASSE JURDICO

    Questo com o Parque Estadual

    da Tiririca

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    Comunidade de Pescadores de ZacariasMapa de Localizao

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    LOCAL E COMUNIDADELOCAL E COMUNIDADE

    Aproximadamente 30km do Rio de Janeiro, praticamente noepicentro da Regio Metropolitana est localizado o povoado depescadores artesanais de Zacarias.

    Localizada na Restinga de Maric s margens da lagoa deMaric. A restinga formada por dois cordes arenosos entre aomar e a lagoa de Maric, no domnio da Mata Atlntica.

    H mais de 03 sculos os pescadores vm resistindo sinmeras intervenes, como a abertura da barra, especulaoimobiliria, mortandade de peixes e empreendimentos tursticos

    (Atualmente, um Resort).

    Em 1984 foi criada a APA Maric.

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    HISTORICO DAS PRESSES E IMPASSESHISTORICO DAS PRESSES E IMPASSES

    Chama ateno dos pescadores a importncia da construo de umaabertura da barra ligando a lagoa ao mar.

    O manejo pelos pescadores se dava em consonncia e convivnciacom a prpria dinmica da lagoa e do mar. O trabalho do homem em

    conjunto com o da natureza

    INICIO SC XX

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    A partir da dA partir da dcada de 1950cada de 1950: pescadores se vm esmagados e

    pressionados pelo discurso desenvolvimentista, bem como dosplanejamentos de desenvolvimento urbano pelo litoral fluminense.

    A lagoa e a restinga valorizavam-se para lazer

    Impactos sociais: migrao de jovens para outros cantos do Estado,alguns ainda para outras lagoas e outros para os centros urbanos.

    DDcada de 1970:cada de 1970: outra obra pressiona a comunidade. Um

    empreendimento que resultou em danos ambientais, mortandade depeixes e expulso de pescadores: a construo do empreendimentoimobilirio da Cidade So Bento da Lagoa. Os mais velhos resistiram.

    MobilizaMobilizaes em 1984es em 1984:: criao da rea de Proteo Ambiental deMaric, que manteve os moradores de Zacarias inseridos e protegidos,assim como a vegetao de restinga.

    MEADOS SMEADOS SC XXC XX

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    SSCULO XXICULO XXI -- RESORTRESORT

    2006:2006: Novo projeto de empreendimento, Resort.

    20072007: Implementao de uma cerca com arame farpado de 2,2 milhes m2de rea: Compra por um grupo luso-espanhol com o objetivo de construirum gigantesco complexo de resorts. Investimentos de U$4 bilhes: marinapara mil barcos, campos de golfe e prdios de 5 a 6 andares

    Localizada a 40 minutos do centro do Rio de Janeiro. O complexo ecoturstico e residencial aproveitar as vantagens do solo para erguer todassuas unidades com padro diferencial, protegendo a natureza e inserindoflora e fauna que permita uma qualidade de vida melhor. (site: amathistabrasil)

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    A APA estaria passando por

    um processo de favelizao edegradao ambiental;

    Discurso do ecoturismo

    Mercantilizao da natureza,por meio do discurso deproteo ambiental

    JustificativasJustificativas

    Um empreendimento deste portepode contribuir para a grande

    redeno do meio ambiente, sefazendo rotular de ecolgico?

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    CONFLITOS E DILEMASCONFLITOS E DILEMAS

    As populapopulaes tradicionaises tradicionais esto sendo penalizadas e no temreconhecido o vasto e antigo conhecimento de convivncia eprticas ligadas natureza. So distintas concepes denatureza.

    Por outro lado, as polpolticas ambientaisticas ambientais trazem como concepode natureza intocada (Diegues, 1996) simulada como virgem eselvagem aonde o ser humano pode ser apenas um visitante.

    ConflitosConflitos socioambientaissocioambientais : disputa em torno de diferentesconcepes e imposio da concepo de natureza intocada.Aquele que usaAquele que usa sempre visto como o que degradasempre visto como o que degrada, sendoque a degradao resultante do processo de urbanizao e

    seus responsveis no so considerados, nem visibilizados.

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    Layrargues (2000) ressalta que o conceito de conflito

    socioambiental nos permite entender o problema ambiental noapenas pela sua face ecolgica, mas tambm pelo conflito deinteresses existente entre os diversos atores sociais em questo.

    Ascelrad (1995) considera conflitos socioambientais, emsntese, conflitos sociais que tem elementos de natureza comoobjeto e que expressam relaes de tenso entre interessescoletivos/espaos pblicos x interesses privados/ tentativas de

    apropriao de espaos pblicos.

    Zhouri (2005) : A Insustentvel leveza da poltica ambiental asbases dos conflitosconflitos que vem se configurando a partir dasconcepes das polticas ambientais.

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    Ressalta Zhouri et al (2005) que mais uma vez a viso danatureza virgem leva a aumentar os problemas

    ambientais e a injustia social:

    a natureza considerada como realidade externa sociedade

    e s relaes sociais foi convertida em uma simplesvarivel a ser manejada, administrada e gerida, de modo a

    no impedir o desenvolvimento (Zhouri, 2005: 15).

    O olhar tcnico compartimentado apenas promove uma

    adequao ao meio ambiente e da sociedade ao projeto

    proposto, fazendo com que outros olhares e saberes no

    enquadrados pelo discurso tcnico-cientfico sejam, assim,

    excludos dos processos de classificao e de definio

    sobre os destinos dos espaos (Zhouri, 2005: 17).

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    Os fatos aqui relatados nos levam a refletir emnossa temtica de estudo natureza-sociedade-natureza, a importncia desta discusso para odia a dia acadmico na universidade, trazendo

    como eixo metodolgico o trip ensino-pesquisa-extenso e tendo como base o dilogo entreconhecimento cientfico e conhecimentotradicional e interao entre os diferentes atores

    sociais.

    CONSIDERACONSIDERAO FINALO FINAL

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    OBRIGADA!!