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Levando em consideração a vedação legal para aquisição e arrendamento de terras por estrangeiros, o Memorando apresenta de forma sucinta os requisitos legais para aquisição de imóvel rural por estrangeiro pessoa física e pessoa jurídica
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MEMORANDO
Data: 16 de Abril de 2012.
Para:
De: Albuquerque Pinto Soares Vieira Advogados
Ref.: Aquisição de imóvel Rural por Estrangeiros.
Prezados Senhores,
Conforme análise da legislação competente para regulamentar a aquisição de imóvel rural por
estrangeiros, já nos é possível tecer alguns comentários acerca do assunto, conforme fundamentação na
Instrução Normativa do INCRA nº 70 de 06 de Dezembro de 2011, Lei nº 5709, de 07 de Outubro de 1971
e Provimento nº 06/2012 da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará.
Desta forma, iremos apontar e discorrer a cerca dos requisitos necessários para a aquisição de
imóveis rurais, seja por pessoa física estrangeira, por pessoa jurídica estrangeira ou por pessoa jurídica
brasileira por ela equiparada, ou seja, participada por sócio estrangeiro com maioria do capital social.
É admitida a obtenção de direito de propriedade de um imóvel por estrangeiro pessoa física, a
partir do momento em que este tem regularizada sua permanência no país, mediante a menção do
documento de identidade do adquirente na escritura pública. Além disso, é imprescindível a prova de
residência no território nacional.
É interessante ressaltar que existe vedação legal para aquisição e arrendamento de terras por
estrangeiros, sendo impedidas, pessoa natural estrangeira não residente no país e à pessoa jurídica
estrangeira não autorizada a funcionar no país, de acordo com a Lei 5709/71.
Para que seja deferida a autorização para aquisição ou arrendamento de imóveis rurais por
estrangeiros é necessária a observância de requisitos essenciais e deverá ser formulado um requerimento
juntamente com a documentação exigida para cada caso, sendo endereçado ao Superintendente Regional
do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, “INCRA”, sendo este o órgão competente, para
que o mesmo autorize, exceto nos casos em que o imóvel tenha área igual ou inferior a 03 Módulos de
Exploração Indefinida – “MEI” (unidade de medida de área expresso em hectares, que varia entre 5 a 100
hectares, de acordo com a região do País.), por pessoa natural.
Em conformidade com Instrução Normativa/INCRA nº 70 de 06 de Dezembro de 2011, são
requisitos essenciais para concessão de autorização pelo INCRA de autorização para aquisição ou
arrendamento de imóveis rurais por pessoa natural estrangeira residente no País por pessoa jurídica
estrangeira autorizada a funcionar no Brasil e pessoa jurídica brasileira equiparada:
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I. A titularidade do domínio do imóvel rural objeto da pretensão de aquisição ou
arrendamento em nome do transmitente ou arrendador, comprovada por meio de certidão
atualizada expedida pelo Serviço de Registro de Imóveis competente;
II. Estar o imóvel rural regularmente cadastrado no Sistema Nacional de Cadastro Rural –
SNCR, em nome do transmitente ou arrendador;
III. Ter a pessoa natural estrangeira, residência permanente no Brasil, e ser inscrito no
Registro Nacional Estrangeiro, RNE, na condição de permanente;
IV. Se pessoa jurídica estrangeira, ter autorização para funcionar no Brasil e a devida
aprovação do projeto de exploração agrícola, pecuário, florestal, turístico, industrial ou de
colonização, vinculados aos seus objetivos estatutários ou contratuais, conforme o caso;
V. Se pessoa jurídica brasileira da qual participem, a qualquer titulo, pessoas estrangeiras,
natural ou jurídica, que tenham a maioria do capital social e residam ou tenham sede no
exterior (fica equiparada à pessoa jurídica estrangeira, nos termos do §1º do artigo 1º, da Lei
nº 5.709/71), comprovar a inscrição na Junta Comercial do Estado de localização de sua sede
e a devida aprovação do projeto de exploração agrícola, pecuário, florestal, turístico, industrial
ou de colonização, vinculados aos seus objetivos estatutários ou contratuais, conforme caso;
VI. Assentimento prévio da Secretaria-Executiva do Conselho de Defesa Nacional, no caso de o
imóvel rural situar-se em faixa de fronteira ou em área considerada indispensável à segurança
nacional.
É válido ressaltar que existe restrição a área a ser adquirida e/ou arrendada, sendo duas as
restrições legais:
1. Quanto a área do Município:
a) A soma das áreas rurais pertencentes a pessoas estrangeiras natural ou jurídica, não podem ultrapassar ¼ (25%) da área do município onde o imóvel se situe. b) Pessoas da mesma nacionalidade não poderão ser proprietárias em cada município de mais de 40% de ¼ da área do município, ou seja, 10% da área do municipio.
2. Quanto ao tamanho da área por pessoa:
c) Pessoa natural: não poderá adquirir área superior a 50 (cinquenta) MEI, em área continua ou descontinua. (artigo 3º da Lei nº 5.709/71); d) Pessoa jurídica estrangeira ou pessoa jurídica brasileira a ela equiparada: não poderá adquirir área superior a 100 (cem) MEI, em área contínua ou descontinua. ( §2º do artigo 23 da Lei nº 8.629/91)
Neste sentido, se a área do imóvel exceder a 20 MEI, na situação em que o adquirente for
pessoa natural estrangeira, para qualquer tamanho de área para pessoa jurídica estrangeira ou por pessoa
jurídica brasileira a ela equiparada será necessário a apresentação de um projeto de exploração que
deverá ser analisado pelo órgão federal competente, de acordo com o tipo de exploração e deverá ser
aprovado pelo Ministério da Agricultura.
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Aquisição de imóvel rural por pessoa física estrangeira:
É oportuno ressaltar que só poderá adquirir imóvel rural desde que a permanência do
estrangeiro seja regularizada no Brasil. A lei não fala em residência permanente ou provisória, apenas
prova de residência no território nacional, mas o.
O estrangeiro residente no Brasil poderá adquirir livremente propriedade rural, desde que
obedeça aos seguintes requisitos, concomitantemente:
A aquisição de mais de um imóvel, mesmo com área não superior a três módulos (§3º, art.
7º do Decreto 74.965/74), só será possível com a autorização do INCRA; se com a nova
aquisição, somada à anteriormente efetivada, seu tamanho não seja superior a três módulos,
a aquisição posterior é livre;
Não ultrapasse os limites percentuais de terras de estrangeiros no município: limitação de
25% ou 10% da zona rural do município de titularidade de estrangeiros ou nas mãos de
titulares de um único país, respectivamente ( art. 12, §1º da Lei nº 5.709/71)
Não seja localizada em faixa de fronteira;
Declare, sob as penas da lei de que não possua outro imóvel rural (art. 9º do Decreto nº
74.965/74).
É necessário para aprovação pelo INCRA da autorização para aquisição ou arrendamento de
imóvel rural por pessoa natural estrangeira, a apresentação dos documentos obrigatórios, bem como,
serem esses originais, ou por meio de cópia autenticada por tabelião ou por servidor do INCRA, mediante
apresentação do documento, sendo tais documentos indispensáveis para aperfeiçoar a concessão.
Conforme artigo 13, Instrução Normativa/INCRA nº 70 de 06 de Dezembro de 2011, são
documentos obrigatórios:
Paragrafo único: O requerimento formulado pelo estrangeiro, com a devida documentação
comprobatória, deverá ser apresentado na Superintendência Regional do Incra, no Estado da
localização do imóvel, solicitando autorização, conforme discriminação seguinte:
I. Requerimento dirigido ao Superintendente Regional do Incra do Estado de localização do
imóvel, solicitando autorização para a aquisição o arrendamento do imóvel rural, devidamente
datado, constando:
a) Nome completo do requerente, nacionalidade, profissão, estado civil, endereço residencial e
endereço para envio de correspondência, inclusive telefone e e-mail para contato. Se for
casado, o nome, nacionalidade, regime de bens e assinatura do cônjuge.
b) A identificação do transmitente e do seu cônjuge. Caso seja estrangeiro, deverá informar a
nacionalidade e estado civil; se brasileiro, a naturalidade e o estado civil
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c) A identificação do imóvel rural, com o respectivo código de imóvel constante do Sistema
Nacional de Cadastro rural – SNCR do INCRA;
d) A destinação a ser dada ao imóvel rural, através de projeto de exploração, se a área for
superior a 20 (vinte) módulos de exploração indeferida;
e) Se possui ou não, outros imóveis rurais no Brasil;
f) Possuindo outro imóvel rural, informar se com a nova aquisição ou arrendamento, o
somatório das áreas de suas propriedades não excederá a 50 (cinquenta) módulos de
exploração indefinida.
g) Cópia autenticada do Registro Nacional de Estrangeiro – RNE, com classificação
permanente e prazo de validade em vigor;
II. Cópia autenticada do Registro de Pessoa Natural – CPF, do requerente e do cônjuge, se
casado;
III. Comprovante de residência no território nacional, podendo ser declaração de
próprio punho firmada pelo requerente;
IV. Declaração do interessado e do cônjuge estrangeiro, de que não estão respondendo a ação
penal ou inquérito, e nem foram condenadas pela Justiça de seu País ou no Brasil, quando o
imóvel estiver localizado em faixa de fronteira ou em área considerada indispensável a
segurança nacional;
V. Cópia da certidão de nascimento do filho brasileiro, quando for o caso;
VI. Cópia da certidão de casamento com pessoa brasileira, especificando o regime de bens,
quando for o caso;
VII. Procuração Pública, outorgada ao seu representante, com poderes para representá-
lo perante as repartições públicas, quando for o caso;
VIII. Certidão do Serviço de Registro de Imóveis, com a respectiva cadeia sucessória;
a) Quinzenária; ou,
b) Até o destaque do patrimônio público para o privado, no caso de o imóvel situar-se em
faixa de fronteira ou em área considerada indispensável a segurança nacional;
IX. Cópia do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural – CCIR, quitado referente ao exercício em
vigor, em nome do transmitente.
X. Cópia do comprovante de pagamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural –
ITR, referente ao exercício em vigor, ressalvadas as hipóteses de isenção e imunidade
tributária prevista em lei,
XI. Planta e Memorial Descritivo do imóvel rural, constatando á denominação, localização
geográfica e área total, limites e confrontações georreferenciadas;
XII. Certidão do Oficial do Registro de Imóveis, com base no Livro Auxiliar, nos termos
do art. 15, do Decreto nº 74.965/74, declarando a soma das áreas rurais registradas em nome
de estrangeiros, no município, e a soma das áreas por grupos de nacionalidade;
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XIII. Certidão de Órgão Público, preferencialmente no Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE, que comprove a área total do município de localização do imóvel;
XIV. Projeto de Exploração, devidamente aprovado pelo Ministério de Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, com parecer do Órgão Federal competente responsável pela
atividade, na forma prevista nos arts. 11 e 12 do Decreto nº 74.965, de 26 de novembro de
1974, quando a área a ser adquirida por pessoa natural for superior a 20 (vinte) MEI.
XV. Certidão de Registro de Imóvel atualizada dos demais imóveis rurais pertencentes
ao estrangeiro interessado na autorização, quando for o caso.
Aquisição de imóvel rural por pessoa jurídica estrangeira:
As pessoas jurídicas estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil só poderão adquirir imóveis
rurais destinados à implantação de projetos agrícolas, pecuários industriais ou de colonização, vinculados a
seus objetivos estatutários, onde tais projetos devem ser aprovados pelo Ministério da Agricultura, ouvido
o órgão federal competente de desenvolvimento regional na respectiva área, e, caso se trate de projeto
de caráter industrial será ouvido o Ministério da Indústria e Comércio.
No mesmo sentido, é válido ressaltar que caso a pessoa jurídica tenha a intenção de adquirir
e/ou arrendar imóvel rural no Brasil, deverá ter autorização para funcionar no país, pois caso contrário,
haverá vedação.
Quanto ao limite de área, a pessoa jurídica estrangeira só poderá adquirir imóveis rurais cuja
soma não ultrapasse 1/4 (um quarto) da superfície do município onde se situe, ou, caso se trata de
pessoas jurídicas da mesma nacionalidade, não podem ser proprietárias de mais de 40% (quarenta por
cento) do limite de 1/4 (um quarto) da superfície em cada município, conforme mencionado
anteriormente.
Finda a aquisição do imóvel rural pela pessoa jurídica estrangeira, a
escritura deverá conter a transcrição do ato que lhe concedeu a autorização para a aquisição da área, dos
documentos comprobatórios de sua constituição e da licença para seu funcionamento no Brasil. Aplica-se
tais requisitos inclusive nos casos de fusão ou incorporação de empresa, de alteração do controle acionário
da sociedade, ou transferência de pessoa jurídica nacional para pessoa jurídica estrangeira
É necessário para aprovação pelo INCRA da autorização para aquisição ou arrendamento de
imóvel rural por pessoa jurídica estrangeira, a apresentação dos documentos obrigatórios, bem como,
serem esses originais, ou por meio de cópia autenticada por tabelião ou por servidor do INCRA, mediante
apresentação do documento, sendo tais documentos indispensáveis para aperfeiçoar a concessão.
Conforme artigo 20, Instrução Normativa/INCRA nº 70 de 06 de Dezembro de 2011, são
documentos obrigatórios:
I. Requerimento dirigido ao Superintendente Regional do Incra do Estado de localização do
imóvel, solicitando autorização para a aquisição o arrendamento do imóvel rural, devidamente
datado, constando:
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a) Nome empresarial, nacionalidade, tipo de sociedade e o endereço ou domicilio da sede da
pessoa jurídica, CNPJ, inclusive telefone e e-mail para contato;
b) A identificação do acionista controlador, ou de seu representante legal, constando nome,
documento de identidade, CPF, nacionalidade, estado civil, profissão e residência, em se
tratando de sociedade anônima;
c) A identificação da administração responsável pela pessoa jurídica, constando o nome,
documento de identidade, CPF, nacionalidade, estado civil, profissão e residência;
d) Identificação do imóvel rural, com o respectivo código de imóvel constante do Sistema
Nacional de Cadastro rural – SNCR do INCRA;
e) Informando se possui ou não, outros imóveis rurais no Brasil. No caso de possuir, o
requerente deverá informar se com a nova aquisição, o somatório das áreas de suas
propriedades não excederá a 100 (cem) módulos de exploração indefinida.
II. Cópia do Ato Constitutivo, Estatuto ou Contrato Social da Pessoa Jurídica com todas as suas
alterações, devidamente registrado na Junta Comercial do Estado de localização da sede da
empresa, comprovando o registro da empresa requerente;
III. Certidão simplificada expedida pela Junta Comercial do Estado de localização da
sede da empresa, comprovando o registro da empresa requerente;
IV. Certidão de Registro de Comércio relativa à adoção da forma nominativa de suas ações
para as Sociedades Anônimas, nas hipóteses, previstas no art. 13 do Decreto nº 74.965/74;
V. Relação nominal dos sócios participantes a qualquer título, pessoas estrangeiras naturais ou
jurídicas, que tenham residência ou sede no exterior, constando à respectiva nacionalidade, o
número e percentual de ações ou de quotas subscritas em relação aos demais participantes
brasileiros, o País de domicilio ou o País sede no exterior, quando se tratar de pessoa jurídica
brasileira, definida nos termos do §1º do art. 1º da Lei nº 5.709/71;
VI. Cópia da autorização para funcionar no País expedida pelo Poder Executivo, conforme
previsto no art. 1.134 e seguintes do Código Civil, e os respectivos atos das Assembléias
Gerais de Eleição da Diretoria e alteração da denominação social da Empresa, se for o caso,
em se tratando de pessoa jurídica estrangeira;
VII. Prova de inscrição do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ;
VIII. Prova de inscrição do Cadastro de Contribuinte Estadual e/ou Municipal, quando for
o caso;
IX. Cópia do Alvará ou Autorização de Funcionamento da empresa;
X. Declaração do Requerente se possui, ou não, outra(s) propriedade(s) rural(is) no País. Caso
possua, deverá ainda, apresentar a(s) respectiva(s) Certidão(ões) Imobiliária(s) do(s)
Imóvel(is) Rural(is) atualizada(s);
XI. Certidão do Serviço de Registro de Imóveis, com a respectiva cadeia sucessória;
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a) Quinzenária; ou,
b) Oriunda de pesquisa que deverá alcançar a origem em que ocorreu o destaque do
patrimônio público para o privado, com as respectivas áreas inerentes a todos os
registros/transcrições citados, no caso de o imóvel situar-se em faixa de fronteira ou em área
considerada indispensável a segurança nacional.
XII. Cópia do Certificado de Cadastro
XIII. a destinação a ser dada ao imóvel rural, através de projeto de exploração, se a área
for superior a 20 (vinte) módulos de exploração indeferida;
XIV. se possui ou não, outros imóveis rurais no Brasil;
XV. possuindo outro imóvel rural, informar se com a nova aquisição ou arrendamento, o
somatório das áreas de suas propriedades não excederá a 50 (cinquenta) módulos de
exploração indefinida.
XVI. Cópia do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural – CCIR, quitado referente ao
exercício em vigor, em nome do transmitente.
XVII. Cópia do comprovante de pagamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial
Rural – ITR, referente ao exercício em vigor, ressalvadas as hipóteses de isenção e imunidade
tributária prevista em lei.
XVIII. Planta e Memorial Descritivo do imóvel rural, constatando á denominação,
localização geográfica e área total, limites e confrontações georreferenciadas;
XIX. Certidão do Oficial do Registro de Imóveis, com base no Livro Auxiliar, nos termos
do art. 15, do Decreto nº 74.965/74, declarando a soma das áreas rurais registradas em nome
de estrangeiros, no município, e a soma das áreas por grupos de nacionalidade;
XX. Certidão de Órgão Público, preferencialmente no Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE, que comprove a área total do município de localização do imóvel;
XXI. Projeto de Exploração, devidamente aprovado pelo Ministério de Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, com parecer do Órgão Federal competente responsável pela
atividade, na forma prevista nos arts. 11 e 12 do Decreto nº 74.965, de 26 de novembro de
1974, quando a área a ser adquirida por pessoa natural for superior a 20 (vinte) MEI.
XXII. Instrumento Público de Procuração constituindo representante no Brasil investido
dos necessários poderes de representação, quando for o caso.
§2º - Os documentos oriundos do exterior deverão ser autenticados ou visados por autoridade
consular brasileira, conforme o caso, no país de origem, devendo tais documentos ser
acompanhados de tradução efetuada por tradutor matriculado em qualquer Junta Comercial,
exceto o documento de identidade.
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Aquisição de imóvel rural por pessoa jurídica brasileira equiparada a
pessoa jurídica estrangeira:
Conforme estabelece o art. 3º da Instrução Normativa nº. 70, de 2011 do INCRA (Instrução
Normativa nº. 70/2011 - INCRA), que expressamente equipara a pessoa jurídica estrangeira à pessoa
jurídica brasileira controlada por capital estrangeiro para fins de aquisição de imóveis rurais no Brasil, são
requisitos essenciais para que seja autorizada a compra por pessoa jurídica brasileira equiparada, in verbis:
Art. 3º. São requisitos essenciais para a concessão pelo INCRA de autorização para aquisição
ou arrendamento de imóveis rurais por pessoa natural estrangeira residente no País, por
pessoa jurídica estrangeira autorizada a funcionar no Brasil e pessoa jurídica brasileira
equiparada:
I - a titularidade do domínio do imóvel rural objeto da pretensão de aquisição ou
arrendamento em nome do transmitente ou arrendador, comprovada por meio de certidão
atualizada expedida pelo Serviço de Registro de Imóveis competente;
II - estar o imóvel rural regularmente cadastrado no Sistema Nacional de Cadastro Rural -
SNCR, em nome do transmitente ou arrendador;
(...)
V - se pessoa jurídica brasileira da qual participem, a qualquer título, pessoas estrangeiras,
natural ou jurídica, que tenham a maioria de seu capital social e residam ou tenham sede no
exterior (fica equiparada à pessoa jurídica estrangeira, nos termos do § 1º do art. 1º, da Lei
nº 5.709/1971), comprovar a inscrição na Junta Comercial do Estado de localização de sua
sede e a devida aprovação do projeto de exploração agrícola, pecuário, florestal, turístico,
industrial ou de colonização, vinculados aos seus objetivos estatutários ou contratuais,
conforme o caso;
VI - assentimento prévio da Secretaria-Executiva do Conselho de Defesa Nacional, no caso de
o imóvel rural situar-se em faixa de fronteira ou em área considerada indispensável à
segurança nacional.
Ressalte-se que a aquisição ou arrendamento de imóvel rural por pessoa jurídica brasileira
equiparada à pessoa jurídica estrangeira, nos termos do § 1º do art. 1º, da Lei nº 5.709/1971, só poderá
exceder a 100 (cem) módulos de exploração indefinida (MEI), em área contínua ou descontínua, mediante
autorização do Congresso Nacional.
A Instrução Normativa nº. 70/2011 - INCRA dispõe também que, além dos requisitos
elencados no art. 3º, é preciso observar a cominações do art. 15 c/c art. 20, ambos da Lei nº 5.709/1971,
quais sejam:
Apresentação do projeto de exploração pelo Órgão Federal responsável pela respectiva
atividade, comprovando no ato:
a) A área total do município da situação do imóvel a ser adquirido;
b) A soma das áreas rurais transcritas em nome de estrangeiros, no município, por
nacionalidade;
c) O assentimento prévio da Secretaria-Executiva do Conselho de Defesa Nacional se o imóvel
situar-se na faixa de fronteira ou em área considerada indispensável à segurança nacional; o
arquivamento do contrato social ou do estatuto no Registro de Comércio; a adoção de forma
nominativa das ações, nas hipóteses da pessoa jurídica ser sociedade anônima que se dedique
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ao loteamento rural ou que explore diretamente áreas rurais ou que seja proprietária de
imóveis rurais não vinculados as suas atividades estatutárias;
A pessoa jurídica brasileira equiparada à estrangeira só pode adquirir ou arrendar imóvel
rural destinado à implantação de projetos agrícolas, pecuários, florestais, industriais, turísticos
ou de colonização se vinculados aos seus objetivos estatutários ou contratuais.
Análise e Julgamento do Pedido:
O procedimento adotado para análise e julgamento do pedido de aquisição de imóvel rural por
estrangeiro, seja ele pessoa física ou jurídica, ou a pessoa jurídica brasileira equiparada à pessoa jurídica
estrangeira, será remetido a Divisão de Ordenamento da Estrutura Fundiária, por meio do Setor de
Fiscalização Cadastral, formalizará assim o competente procedimento administrativo e adotará as seguintes
providências:
a) Análise da documentação comprobatória, verificando os limites, restrições e condições
estabelecidas na legislação que rege a matéria;
b) Elaboração do extrato de cadeia dominial de acordo com cada caso;
c) Cálculo do número de módulos de exploração indefinida do imóvel;
d) Manifestação conclusiva sobre os aspectos cadastrais que envolvem o imóvel, observadas
as disposições legais.
Assim que formalizado, o processo será encaminhado ao Setor de Cartografia da SR(00)F para
manifestação sobre as peças técnicas (planta e memorial descritivo), na qual deverá constar a
denominação, a localização geográfica, área total (ha), limites e confrontações do imóvel rural, e o
pronunciamento sobre eventual sobreposição de área em terras de domínio público ou particular e se o
imóvel está ou não localizado em faixa de fronteira ou em área considerada indispensável à segurança
nacional. Deverão ser observadas, ainda, as exigências para georreferenciamento e certificação, previstos
na Lei nº 10.267, de 28 de agosto de 2001 e no Decreto nº 4.449, de 30 de outubro de 2002 e suas
alterações.
Logo após a análise e parecer favorável do Setor de Cartografia da SR(00)F, o processo será
encaminhado à Procuradoria Regional do INCRA - SR(00) PFE/R, para análise dos aspectos jurídicos do
pedido.
Estando devidamente instruído o processo administrativo, o Superintendente Regional o
encaminhará a Diretoria de Ordenamento da Estrutura Fundiária - DF, para instrução complementar, e
posterior envio à Procuradoria Federal Especializada - PFE, com vistas ao Conselho Diretor - CD, para
decidir, conforme estabelecido no inciso VIII, do art. 8º, da Estrutura Regimental, aprovada pelo Decreto
nº 6.812, de 03 de abril de 2009, combinado com o inciso VIII, do art. 12º, do Regimento Interno do
INCRA, aprovado pela Portaria/MDA/nº 20, de 08 de abril de 2009.
Depois de autorizada a aquisição ou arrendamento do imóvel rural pelo Conselho Diretor - CD,
a Divisão de Apoio Técnico-Administrativo - GABT-2 deverá providenciar o agendamento da publicação da
Resolução e da Portaria no Diário Oficial da União, através do sistema INCOM, com prazo de 30 (trinta)
dias. Em seguida o processo deverá ser encaminhado a Divisão de Fiscalização e de Controle de Aquisições
por Estrangeiros - DFC-2, contendo os respectivos valores para emissão da Guia de Recolhimento da União
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- GRU, relativa ao pagamento das despesas de publicação dos atos, consoante determina os arts. 9º,
inciso II e 10, do Decreto nº 4.520, de 16 de dezembro de 2002.
Por fim é válido destacar a necessidade de observação da Lei 6015/73 (Lei de Registros
Públicos) no que tange a regularização das áreas pretendidas, principalmente, em relação a regularização
registral dos imóveis rurais para evitar embaraços na área em aquisição, sem prejuízo ainda da realização
de Due Diligence Imobiliária e Ambiental da área pretendida e uma análise de orientação prévia, junto ao
Município sede do Imóvel pretendido, constatando as restrições de qualquer natureza, e o potencial
construtivo mínimo e máximo, definido na legislação em vigor na presente data, bem como alertar
eventual tramitação de alteração de lei.
Sem mais para o momento ficamos à disposição para dirimir eventual dúvida e realizar as
diligências necessárias.
Atenciosamente,
Lucas Martins