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MEMORANDO Data: 16 de Abril de 2012. Para: De: Albuquerque Pinto Soares Vieira Advogados Ref.: Aquisição de imóvel Rural por Estrangeiros. Prezados Senhores, Conforme análise da legislação competente para regulamentar a aquisição de imóvel rural por estrangeiros, já nos é possível tecer alguns comentários acerca do assunto, conforme fundamentação na Instrução Normativa do INCRA nº 70 de 06 de Dezembro de 2011, Lei nº 5709, de 07 de Outubro de 1971 e Provimento nº 06/2012 da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. Desta forma, iremos apontar e discorrer a cerca dos requisitos necessários para a aquisição de imóveis rurais, seja por pessoa física estrangeira, por pessoa jurídica estrangeira ou por pessoa jurídica brasileira por ela equiparada, ou seja, participada por sócio estrangeiro com maioria do capital social. É admitida a obtenção de direito de propriedade de um imóvel por estrangeiro pessoa física, a partir do momento em que este tem regularizada sua permanência no país, mediante a menção do documento de identidade do adquirente na escritura pública. Além disso, é imprescindível a prova de residência no território nacional. É interessante ressaltar que existe vedação legal para aquisição e arrendamento de terras por estrangeiros, sendo impedidas, pessoa natural estrangeira não residente no país e à pessoa jurídica estrangeira não autorizada a funcionar no país, de acordo com a Lei 5709/71. Para que seja deferida a autorização para aquisição ou arrendamento de imóveis rurais por estrangeiros é necessária a observância de requisitos essenciais e deverá ser formulado um requerimento juntamente com a documentação exigida para cada caso, sendo endereçado ao Superintendente Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, INCRA, sendo este o órgão competente, para que o mesmo autorize, exceto nos casos em que o imóvel tenha área igual ou inferior a 03 Módulos de Exploração Indefinida MEI(unidade de medida de área expresso em hectares, que varia entre 5 a 100 hectares, de acordo com a região do País.), por pessoa natural. Em conformidade com Instrução Normativa/INCRA nº 70 de 06 de Dezembro de 2011, são requisitos essenciais para concessão de autorização pelo INCRA de autorização para aquisição ou arrendamento de imóveis rurais por pessoa natural estrangeira residente no País por pessoa jurídica estrangeira autorizada a funcionar no Brasil e pessoa jurídica brasileira equiparada:

Memorando Aquisicao Imovel Rural por Estrangeiro

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Levando em consideração a vedação legal para aquisição e arrendamento de terras por estrangeiros, o Memorando apresenta de forma sucinta os requisitos legais para aquisição de imóvel rural por estrangeiro pessoa física e pessoa jurídica

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Page 1: Memorando Aquisicao Imovel Rural por Estrangeiro

MEMORANDO

Data: 16 de Abril de 2012.

Para:

De: Albuquerque Pinto Soares Vieira Advogados

Ref.: Aquisição de imóvel Rural por Estrangeiros.

Prezados Senhores,

Conforme análise da legislação competente para regulamentar a aquisição de imóvel rural por

estrangeiros, já nos é possível tecer alguns comentários acerca do assunto, conforme fundamentação na

Instrução Normativa do INCRA nº 70 de 06 de Dezembro de 2011, Lei nº 5709, de 07 de Outubro de 1971

e Provimento nº 06/2012 da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará.

Desta forma, iremos apontar e discorrer a cerca dos requisitos necessários para a aquisição de

imóveis rurais, seja por pessoa física estrangeira, por pessoa jurídica estrangeira ou por pessoa jurídica

brasileira por ela equiparada, ou seja, participada por sócio estrangeiro com maioria do capital social.

É admitida a obtenção de direito de propriedade de um imóvel por estrangeiro pessoa física, a

partir do momento em que este tem regularizada sua permanência no país, mediante a menção do

documento de identidade do adquirente na escritura pública. Além disso, é imprescindível a prova de

residência no território nacional.

É interessante ressaltar que existe vedação legal para aquisição e arrendamento de terras por

estrangeiros, sendo impedidas, pessoa natural estrangeira não residente no país e à pessoa jurídica

estrangeira não autorizada a funcionar no país, de acordo com a Lei 5709/71.

Para que seja deferida a autorização para aquisição ou arrendamento de imóveis rurais por

estrangeiros é necessária a observância de requisitos essenciais e deverá ser formulado um requerimento

juntamente com a documentação exigida para cada caso, sendo endereçado ao Superintendente Regional

do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, “INCRA”, sendo este o órgão competente, para

que o mesmo autorize, exceto nos casos em que o imóvel tenha área igual ou inferior a 03 Módulos de

Exploração Indefinida – “MEI” (unidade de medida de área expresso em hectares, que varia entre 5 a 100

hectares, de acordo com a região do País.), por pessoa natural.

Em conformidade com Instrução Normativa/INCRA nº 70 de 06 de Dezembro de 2011, são

requisitos essenciais para concessão de autorização pelo INCRA de autorização para aquisição ou

arrendamento de imóveis rurais por pessoa natural estrangeira residente no País por pessoa jurídica

estrangeira autorizada a funcionar no Brasil e pessoa jurídica brasileira equiparada:

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I. A titularidade do domínio do imóvel rural objeto da pretensão de aquisição ou

arrendamento em nome do transmitente ou arrendador, comprovada por meio de certidão

atualizada expedida pelo Serviço de Registro de Imóveis competente;

II. Estar o imóvel rural regularmente cadastrado no Sistema Nacional de Cadastro Rural –

SNCR, em nome do transmitente ou arrendador;

III. Ter a pessoa natural estrangeira, residência permanente no Brasil, e ser inscrito no

Registro Nacional Estrangeiro, RNE, na condição de permanente;

IV. Se pessoa jurídica estrangeira, ter autorização para funcionar no Brasil e a devida

aprovação do projeto de exploração agrícola, pecuário, florestal, turístico, industrial ou de

colonização, vinculados aos seus objetivos estatutários ou contratuais, conforme o caso;

V. Se pessoa jurídica brasileira da qual participem, a qualquer titulo, pessoas estrangeiras,

natural ou jurídica, que tenham a maioria do capital social e residam ou tenham sede no

exterior (fica equiparada à pessoa jurídica estrangeira, nos termos do §1º do artigo 1º, da Lei

nº 5.709/71), comprovar a inscrição na Junta Comercial do Estado de localização de sua sede

e a devida aprovação do projeto de exploração agrícola, pecuário, florestal, turístico, industrial

ou de colonização, vinculados aos seus objetivos estatutários ou contratuais, conforme caso;

VI. Assentimento prévio da Secretaria-Executiva do Conselho de Defesa Nacional, no caso de o

imóvel rural situar-se em faixa de fronteira ou em área considerada indispensável à segurança

nacional.

É válido ressaltar que existe restrição a área a ser adquirida e/ou arrendada, sendo duas as

restrições legais:

1. Quanto a área do Município:

a) A soma das áreas rurais pertencentes a pessoas estrangeiras natural ou jurídica, não podem ultrapassar ¼ (25%) da área do município onde o imóvel se situe. b) Pessoas da mesma nacionalidade não poderão ser proprietárias em cada município de mais de 40% de ¼ da área do município, ou seja, 10% da área do municipio.

2. Quanto ao tamanho da área por pessoa:

c) Pessoa natural: não poderá adquirir área superior a 50 (cinquenta) MEI, em área continua ou descontinua. (artigo 3º da Lei nº 5.709/71); d) Pessoa jurídica estrangeira ou pessoa jurídica brasileira a ela equiparada: não poderá adquirir área superior a 100 (cem) MEI, em área contínua ou descontinua. ( §2º do artigo 23 da Lei nº 8.629/91)

Neste sentido, se a área do imóvel exceder a 20 MEI, na situação em que o adquirente for

pessoa natural estrangeira, para qualquer tamanho de área para pessoa jurídica estrangeira ou por pessoa

jurídica brasileira a ela equiparada será necessário a apresentação de um projeto de exploração que

deverá ser analisado pelo órgão federal competente, de acordo com o tipo de exploração e deverá ser

aprovado pelo Ministério da Agricultura.

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Aquisição de imóvel rural por pessoa física estrangeira:

É oportuno ressaltar que só poderá adquirir imóvel rural desde que a permanência do

estrangeiro seja regularizada no Brasil. A lei não fala em residência permanente ou provisória, apenas

prova de residência no território nacional, mas o.

O estrangeiro residente no Brasil poderá adquirir livremente propriedade rural, desde que

obedeça aos seguintes requisitos, concomitantemente:

A aquisição de mais de um imóvel, mesmo com área não superior a três módulos (§3º, art.

7º do Decreto 74.965/74), só será possível com a autorização do INCRA; se com a nova

aquisição, somada à anteriormente efetivada, seu tamanho não seja superior a três módulos,

a aquisição posterior é livre;

Não ultrapasse os limites percentuais de terras de estrangeiros no município: limitação de

25% ou 10% da zona rural do município de titularidade de estrangeiros ou nas mãos de

titulares de um único país, respectivamente ( art. 12, §1º da Lei nº 5.709/71)

Não seja localizada em faixa de fronteira;

Declare, sob as penas da lei de que não possua outro imóvel rural (art. 9º do Decreto nº

74.965/74).

É necessário para aprovação pelo INCRA da autorização para aquisição ou arrendamento de

imóvel rural por pessoa natural estrangeira, a apresentação dos documentos obrigatórios, bem como,

serem esses originais, ou por meio de cópia autenticada por tabelião ou por servidor do INCRA, mediante

apresentação do documento, sendo tais documentos indispensáveis para aperfeiçoar a concessão.

Conforme artigo 13, Instrução Normativa/INCRA nº 70 de 06 de Dezembro de 2011, são

documentos obrigatórios:

Paragrafo único: O requerimento formulado pelo estrangeiro, com a devida documentação

comprobatória, deverá ser apresentado na Superintendência Regional do Incra, no Estado da

localização do imóvel, solicitando autorização, conforme discriminação seguinte:

I. Requerimento dirigido ao Superintendente Regional do Incra do Estado de localização do

imóvel, solicitando autorização para a aquisição o arrendamento do imóvel rural, devidamente

datado, constando:

a) Nome completo do requerente, nacionalidade, profissão, estado civil, endereço residencial e

endereço para envio de correspondência, inclusive telefone e e-mail para contato. Se for

casado, o nome, nacionalidade, regime de bens e assinatura do cônjuge.

b) A identificação do transmitente e do seu cônjuge. Caso seja estrangeiro, deverá informar a

nacionalidade e estado civil; se brasileiro, a naturalidade e o estado civil

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c) A identificação do imóvel rural, com o respectivo código de imóvel constante do Sistema

Nacional de Cadastro rural – SNCR do INCRA;

d) A destinação a ser dada ao imóvel rural, através de projeto de exploração, se a área for

superior a 20 (vinte) módulos de exploração indeferida;

e) Se possui ou não, outros imóveis rurais no Brasil;

f) Possuindo outro imóvel rural, informar se com a nova aquisição ou arrendamento, o

somatório das áreas de suas propriedades não excederá a 50 (cinquenta) módulos de

exploração indefinida.

g) Cópia autenticada do Registro Nacional de Estrangeiro – RNE, com classificação

permanente e prazo de validade em vigor;

II. Cópia autenticada do Registro de Pessoa Natural – CPF, do requerente e do cônjuge, se

casado;

III. Comprovante de residência no território nacional, podendo ser declaração de

próprio punho firmada pelo requerente;

IV. Declaração do interessado e do cônjuge estrangeiro, de que não estão respondendo a ação

penal ou inquérito, e nem foram condenadas pela Justiça de seu País ou no Brasil, quando o

imóvel estiver localizado em faixa de fronteira ou em área considerada indispensável a

segurança nacional;

V. Cópia da certidão de nascimento do filho brasileiro, quando for o caso;

VI. Cópia da certidão de casamento com pessoa brasileira, especificando o regime de bens,

quando for o caso;

VII. Procuração Pública, outorgada ao seu representante, com poderes para representá-

lo perante as repartições públicas, quando for o caso;

VIII. Certidão do Serviço de Registro de Imóveis, com a respectiva cadeia sucessória;

a) Quinzenária; ou,

b) Até o destaque do patrimônio público para o privado, no caso de o imóvel situar-se em

faixa de fronteira ou em área considerada indispensável a segurança nacional;

IX. Cópia do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural – CCIR, quitado referente ao exercício em

vigor, em nome do transmitente.

X. Cópia do comprovante de pagamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural –

ITR, referente ao exercício em vigor, ressalvadas as hipóteses de isenção e imunidade

tributária prevista em lei,

XI. Planta e Memorial Descritivo do imóvel rural, constatando á denominação, localização

geográfica e área total, limites e confrontações georreferenciadas;

XII. Certidão do Oficial do Registro de Imóveis, com base no Livro Auxiliar, nos termos

do art. 15, do Decreto nº 74.965/74, declarando a soma das áreas rurais registradas em nome

de estrangeiros, no município, e a soma das áreas por grupos de nacionalidade;

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XIII. Certidão de Órgão Público, preferencialmente no Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística – IBGE, que comprove a área total do município de localização do imóvel;

XIV. Projeto de Exploração, devidamente aprovado pelo Ministério de Agricultura,

Pecuária e Abastecimento, com parecer do Órgão Federal competente responsável pela

atividade, na forma prevista nos arts. 11 e 12 do Decreto nº 74.965, de 26 de novembro de

1974, quando a área a ser adquirida por pessoa natural for superior a 20 (vinte) MEI.

XV. Certidão de Registro de Imóvel atualizada dos demais imóveis rurais pertencentes

ao estrangeiro interessado na autorização, quando for o caso.

Aquisição de imóvel rural por pessoa jurídica estrangeira:

As pessoas jurídicas estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil só poderão adquirir imóveis

rurais destinados à implantação de projetos agrícolas, pecuários industriais ou de colonização, vinculados a

seus objetivos estatutários, onde tais projetos devem ser aprovados pelo Ministério da Agricultura, ouvido

o órgão federal competente de desenvolvimento regional na respectiva área, e, caso se trate de projeto

de caráter industrial será ouvido o Ministério da Indústria e Comércio.

No mesmo sentido, é válido ressaltar que caso a pessoa jurídica tenha a intenção de adquirir

e/ou arrendar imóvel rural no Brasil, deverá ter autorização para funcionar no país, pois caso contrário,

haverá vedação.

Quanto ao limite de área, a pessoa jurídica estrangeira só poderá adquirir imóveis rurais cuja

soma não ultrapasse 1/4 (um quarto) da superfície do município onde se situe, ou, caso se trata de

pessoas jurídicas da mesma nacionalidade, não podem ser proprietárias de mais de 40% (quarenta por

cento) do limite de 1/4 (um quarto) da superfície em cada município, conforme mencionado

anteriormente.

Finda a aquisição do imóvel rural pela pessoa jurídica estrangeira, a

escritura deverá conter a transcrição do ato que lhe concedeu a autorização para a aquisição da área, dos

documentos comprobatórios de sua constituição e da licença para seu funcionamento no Brasil. Aplica-se

tais requisitos inclusive nos casos de fusão ou incorporação de empresa, de alteração do controle acionário

da sociedade, ou transferência de pessoa jurídica nacional para pessoa jurídica estrangeira

É necessário para aprovação pelo INCRA da autorização para aquisição ou arrendamento de

imóvel rural por pessoa jurídica estrangeira, a apresentação dos documentos obrigatórios, bem como,

serem esses originais, ou por meio de cópia autenticada por tabelião ou por servidor do INCRA, mediante

apresentação do documento, sendo tais documentos indispensáveis para aperfeiçoar a concessão.

Conforme artigo 20, Instrução Normativa/INCRA nº 70 de 06 de Dezembro de 2011, são

documentos obrigatórios:

I. Requerimento dirigido ao Superintendente Regional do Incra do Estado de localização do

imóvel, solicitando autorização para a aquisição o arrendamento do imóvel rural, devidamente

datado, constando:

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a) Nome empresarial, nacionalidade, tipo de sociedade e o endereço ou domicilio da sede da

pessoa jurídica, CNPJ, inclusive telefone e e-mail para contato;

b) A identificação do acionista controlador, ou de seu representante legal, constando nome,

documento de identidade, CPF, nacionalidade, estado civil, profissão e residência, em se

tratando de sociedade anônima;

c) A identificação da administração responsável pela pessoa jurídica, constando o nome,

documento de identidade, CPF, nacionalidade, estado civil, profissão e residência;

d) Identificação do imóvel rural, com o respectivo código de imóvel constante do Sistema

Nacional de Cadastro rural – SNCR do INCRA;

e) Informando se possui ou não, outros imóveis rurais no Brasil. No caso de possuir, o

requerente deverá informar se com a nova aquisição, o somatório das áreas de suas

propriedades não excederá a 100 (cem) módulos de exploração indefinida.

II. Cópia do Ato Constitutivo, Estatuto ou Contrato Social da Pessoa Jurídica com todas as suas

alterações, devidamente registrado na Junta Comercial do Estado de localização da sede da

empresa, comprovando o registro da empresa requerente;

III. Certidão simplificada expedida pela Junta Comercial do Estado de localização da

sede da empresa, comprovando o registro da empresa requerente;

IV. Certidão de Registro de Comércio relativa à adoção da forma nominativa de suas ações

para as Sociedades Anônimas, nas hipóteses, previstas no art. 13 do Decreto nº 74.965/74;

V. Relação nominal dos sócios participantes a qualquer título, pessoas estrangeiras naturais ou

jurídicas, que tenham residência ou sede no exterior, constando à respectiva nacionalidade, o

número e percentual de ações ou de quotas subscritas em relação aos demais participantes

brasileiros, o País de domicilio ou o País sede no exterior, quando se tratar de pessoa jurídica

brasileira, definida nos termos do §1º do art. 1º da Lei nº 5.709/71;

VI. Cópia da autorização para funcionar no País expedida pelo Poder Executivo, conforme

previsto no art. 1.134 e seguintes do Código Civil, e os respectivos atos das Assembléias

Gerais de Eleição da Diretoria e alteração da denominação social da Empresa, se for o caso,

em se tratando de pessoa jurídica estrangeira;

VII. Prova de inscrição do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ;

VIII. Prova de inscrição do Cadastro de Contribuinte Estadual e/ou Municipal, quando for

o caso;

IX. Cópia do Alvará ou Autorização de Funcionamento da empresa;

X. Declaração do Requerente se possui, ou não, outra(s) propriedade(s) rural(is) no País. Caso

possua, deverá ainda, apresentar a(s) respectiva(s) Certidão(ões) Imobiliária(s) do(s)

Imóvel(is) Rural(is) atualizada(s);

XI. Certidão do Serviço de Registro de Imóveis, com a respectiva cadeia sucessória;

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a) Quinzenária; ou,

b) Oriunda de pesquisa que deverá alcançar a origem em que ocorreu o destaque do

patrimônio público para o privado, com as respectivas áreas inerentes a todos os

registros/transcrições citados, no caso de o imóvel situar-se em faixa de fronteira ou em área

considerada indispensável a segurança nacional.

XII. Cópia do Certificado de Cadastro

XIII. a destinação a ser dada ao imóvel rural, através de projeto de exploração, se a área

for superior a 20 (vinte) módulos de exploração indeferida;

XIV. se possui ou não, outros imóveis rurais no Brasil;

XV. possuindo outro imóvel rural, informar se com a nova aquisição ou arrendamento, o

somatório das áreas de suas propriedades não excederá a 50 (cinquenta) módulos de

exploração indefinida.

XVI. Cópia do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural – CCIR, quitado referente ao

exercício em vigor, em nome do transmitente.

XVII. Cópia do comprovante de pagamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial

Rural – ITR, referente ao exercício em vigor, ressalvadas as hipóteses de isenção e imunidade

tributária prevista em lei.

XVIII. Planta e Memorial Descritivo do imóvel rural, constatando á denominação,

localização geográfica e área total, limites e confrontações georreferenciadas;

XIX. Certidão do Oficial do Registro de Imóveis, com base no Livro Auxiliar, nos termos

do art. 15, do Decreto nº 74.965/74, declarando a soma das áreas rurais registradas em nome

de estrangeiros, no município, e a soma das áreas por grupos de nacionalidade;

XX. Certidão de Órgão Público, preferencialmente no Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística – IBGE, que comprove a área total do município de localização do imóvel;

XXI. Projeto de Exploração, devidamente aprovado pelo Ministério de Agricultura,

Pecuária e Abastecimento, com parecer do Órgão Federal competente responsável pela

atividade, na forma prevista nos arts. 11 e 12 do Decreto nº 74.965, de 26 de novembro de

1974, quando a área a ser adquirida por pessoa natural for superior a 20 (vinte) MEI.

XXII. Instrumento Público de Procuração constituindo representante no Brasil investido

dos necessários poderes de representação, quando for o caso.

§2º - Os documentos oriundos do exterior deverão ser autenticados ou visados por autoridade

consular brasileira, conforme o caso, no país de origem, devendo tais documentos ser

acompanhados de tradução efetuada por tradutor matriculado em qualquer Junta Comercial,

exceto o documento de identidade.

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Aquisição de imóvel rural por pessoa jurídica brasileira equiparada a

pessoa jurídica estrangeira:

Conforme estabelece o art. 3º da Instrução Normativa nº. 70, de 2011 do INCRA (Instrução

Normativa nº. 70/2011 - INCRA), que expressamente equipara a pessoa jurídica estrangeira à pessoa

jurídica brasileira controlada por capital estrangeiro para fins de aquisição de imóveis rurais no Brasil, são

requisitos essenciais para que seja autorizada a compra por pessoa jurídica brasileira equiparada, in verbis:

Art. 3º. São requisitos essenciais para a concessão pelo INCRA de autorização para aquisição

ou arrendamento de imóveis rurais por pessoa natural estrangeira residente no País, por

pessoa jurídica estrangeira autorizada a funcionar no Brasil e pessoa jurídica brasileira

equiparada:

I - a titularidade do domínio do imóvel rural objeto da pretensão de aquisição ou

arrendamento em nome do transmitente ou arrendador, comprovada por meio de certidão

atualizada expedida pelo Serviço de Registro de Imóveis competente;

II - estar o imóvel rural regularmente cadastrado no Sistema Nacional de Cadastro Rural -

SNCR, em nome do transmitente ou arrendador;

(...)

V - se pessoa jurídica brasileira da qual participem, a qualquer título, pessoas estrangeiras,

natural ou jurídica, que tenham a maioria de seu capital social e residam ou tenham sede no

exterior (fica equiparada à pessoa jurídica estrangeira, nos termos do § 1º do art. 1º, da Lei

nº 5.709/1971), comprovar a inscrição na Junta Comercial do Estado de localização de sua

sede e a devida aprovação do projeto de exploração agrícola, pecuário, florestal, turístico,

industrial ou de colonização, vinculados aos seus objetivos estatutários ou contratuais,

conforme o caso;

VI - assentimento prévio da Secretaria-Executiva do Conselho de Defesa Nacional, no caso de

o imóvel rural situar-se em faixa de fronteira ou em área considerada indispensável à

segurança nacional.

Ressalte-se que a aquisição ou arrendamento de imóvel rural por pessoa jurídica brasileira

equiparada à pessoa jurídica estrangeira, nos termos do § 1º do art. 1º, da Lei nº 5.709/1971, só poderá

exceder a 100 (cem) módulos de exploração indefinida (MEI), em área contínua ou descontínua, mediante

autorização do Congresso Nacional.

A Instrução Normativa nº. 70/2011 - INCRA dispõe também que, além dos requisitos

elencados no art. 3º, é preciso observar a cominações do art. 15 c/c art. 20, ambos da Lei nº 5.709/1971,

quais sejam:

Apresentação do projeto de exploração pelo Órgão Federal responsável pela respectiva

atividade, comprovando no ato:

a) A área total do município da situação do imóvel a ser adquirido;

b) A soma das áreas rurais transcritas em nome de estrangeiros, no município, por

nacionalidade;

c) O assentimento prévio da Secretaria-Executiva do Conselho de Defesa Nacional se o imóvel

situar-se na faixa de fronteira ou em área considerada indispensável à segurança nacional; o

arquivamento do contrato social ou do estatuto no Registro de Comércio; a adoção de forma

nominativa das ações, nas hipóteses da pessoa jurídica ser sociedade anônima que se dedique

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ao loteamento rural ou que explore diretamente áreas rurais ou que seja proprietária de

imóveis rurais não vinculados as suas atividades estatutárias;

A pessoa jurídica brasileira equiparada à estrangeira só pode adquirir ou arrendar imóvel

rural destinado à implantação de projetos agrícolas, pecuários, florestais, industriais, turísticos

ou de colonização se vinculados aos seus objetivos estatutários ou contratuais.

Análise e Julgamento do Pedido:

O procedimento adotado para análise e julgamento do pedido de aquisição de imóvel rural por

estrangeiro, seja ele pessoa física ou jurídica, ou a pessoa jurídica brasileira equiparada à pessoa jurídica

estrangeira, será remetido a Divisão de Ordenamento da Estrutura Fundiária, por meio do Setor de

Fiscalização Cadastral, formalizará assim o competente procedimento administrativo e adotará as seguintes

providências:

a) Análise da documentação comprobatória, verificando os limites, restrições e condições

estabelecidas na legislação que rege a matéria;

b) Elaboração do extrato de cadeia dominial de acordo com cada caso;

c) Cálculo do número de módulos de exploração indefinida do imóvel;

d) Manifestação conclusiva sobre os aspectos cadastrais que envolvem o imóvel, observadas

as disposições legais.

Assim que formalizado, o processo será encaminhado ao Setor de Cartografia da SR(00)F para

manifestação sobre as peças técnicas (planta e memorial descritivo), na qual deverá constar a

denominação, a localização geográfica, área total (ha), limites e confrontações do imóvel rural, e o

pronunciamento sobre eventual sobreposição de área em terras de domínio público ou particular e se o

imóvel está ou não localizado em faixa de fronteira ou em área considerada indispensável à segurança

nacional. Deverão ser observadas, ainda, as exigências para georreferenciamento e certificação, previstos

na Lei nº 10.267, de 28 de agosto de 2001 e no Decreto nº 4.449, de 30 de outubro de 2002 e suas

alterações.

Logo após a análise e parecer favorável do Setor de Cartografia da SR(00)F, o processo será

encaminhado à Procuradoria Regional do INCRA - SR(00) PFE/R, para análise dos aspectos jurídicos do

pedido.

Estando devidamente instruído o processo administrativo, o Superintendente Regional o

encaminhará a Diretoria de Ordenamento da Estrutura Fundiária - DF, para instrução complementar, e

posterior envio à Procuradoria Federal Especializada - PFE, com vistas ao Conselho Diretor - CD, para

decidir, conforme estabelecido no inciso VIII, do art. 8º, da Estrutura Regimental, aprovada pelo Decreto

nº 6.812, de 03 de abril de 2009, combinado com o inciso VIII, do art. 12º, do Regimento Interno do

INCRA, aprovado pela Portaria/MDA/nº 20, de 08 de abril de 2009.

Depois de autorizada a aquisição ou arrendamento do imóvel rural pelo Conselho Diretor - CD,

a Divisão de Apoio Técnico-Administrativo - GABT-2 deverá providenciar o agendamento da publicação da

Resolução e da Portaria no Diário Oficial da União, através do sistema INCOM, com prazo de 30 (trinta)

dias. Em seguida o processo deverá ser encaminhado a Divisão de Fiscalização e de Controle de Aquisições

por Estrangeiros - DFC-2, contendo os respectivos valores para emissão da Guia de Recolhimento da União

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- GRU, relativa ao pagamento das despesas de publicação dos atos, consoante determina os arts. 9º,

inciso II e 10, do Decreto nº 4.520, de 16 de dezembro de 2002.

Por fim é válido destacar a necessidade de observação da Lei 6015/73 (Lei de Registros

Públicos) no que tange a regularização das áreas pretendidas, principalmente, em relação a regularização

registral dos imóveis rurais para evitar embaraços na área em aquisição, sem prejuízo ainda da realização

de Due Diligence Imobiliária e Ambiental da área pretendida e uma análise de orientação prévia, junto ao

Município sede do Imóvel pretendido, constatando as restrições de qualquer natureza, e o potencial

construtivo mínimo e máximo, definido na legislação em vigor na presente data, bem como alertar

eventual tramitação de alteração de lei.

Sem mais para o momento ficamos à disposição para dirimir eventual dúvida e realizar as

diligências necessárias.

Atenciosamente,

Lucas Martins