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Nova Medical School | Faculdade de Ciências Médicas
Filipa de Carvalho e Prates
Nº2009173 2
Índice
I. Introdução e objetivos gerais .................................................................................. 3
II. Descrição sumária das atividades curriculares ....................................................... 3
a. Medicina Geral e Familiar ............................................................................. 3
b. Pediatria ....................................................................................................... 4
c. Ginecologia e Obstetrícia ............................................................................. 5
d. Saúde Mental ............................................................................................... 5
e. Medicina ....................................................................................................... 6
f. Cirurgia ......................................................................................................... 7
g. Estágio Opcional – Medicina de Emergência e Catástrofe ........................... 8
h. Preparação para a Prática Clínica: Integração de Conhecimentos .............. 9
III. Reflexão Crítica ....................................................................................................... 9
IV. Anexos ................................................................................................................. 11
Congresso Nacional de Medicina Interna 2016 .................................... 11
Nova Medical School | Faculdade de Ciências Médicas
Filipa de Carvalho e Prates
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I. Introdução e objetivos gerais
Este relatório, foi elaborado no contexto do estágio profissionalizante do 6ºano
do Mestrado Integrado em Medicina (MIM), cujo regente é o Prof. Doutor Miguel
Xavier, e tem como objetivo expor as atividades realizadas ao longo do ano.
Achei importante traçar ao longo deste ano, último do MIM, último antes de
iniciar a minha vida clínica, um conjunto de objetivos gerais fundamentais e presentes
em todos os outros estágios:
Em primeiro lugar, a importância de cimentar a ideia de que um doente não
é a sua doença. É, antes de qualquer coisa, uma pessoa com um conjunto de
características que são sempre necessárias integrar;
Observar e consolidar em contexto prático os conhecimentos previamente
adquiridos, ganhando prática no serviço de urgência, conhecendo as principais
patologias e como atuar, bem como as diferenças entre as várias faixas etárias,
géneros, etnias, entre outros;
Conhecer melhor o funcionamento dos diferentes serviços, do seu dia-a-dia
clínico e a integração de forma progressivamente autónoma numa equipa de
trabalho, sentindo-me apta a iniciar a minha vida profissional.
II. Descrição sumária das atividades curriculares
a. Medicina Geral e Familiar
O estágio de Medicina Geral e Familiar (MGF) decorreu sob a regência da Prof.
Doutora Isabel Santos entre 14 de setembro e 9 de outubro de 2015. Tive a
oportunidade de estagiar na Unidade de Saúde Familiar Alfa-Beja, tendo o Dr. Gaspar
Caetano como tutor.
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MGF foi o meu primeiro estágio do 6º ano, um estágio profissionalizante onde a
autonomia é um dos grandes objetivos. A expetativa era muita juntamente com alguns
receios, como o de estar perante um doente sem conseguir desconfiar da etiologia
das suas queixas. Progressivamente o Dr. Gaspar Caetano orientou-me, transmitiu-
me confiança e possibilitou-me a realização de consultas com algum grau de
autonomia.
Neste estágio surpreendeu-me verdadeiramente a constante necessidade de
abordagem do médico nas relações familiares, do verdadeiro significado da perceção
da pessoa e do seu contexto biopsicossocial, que só em MGF, com este contato tão
direto com as famílias e toda uma comunidade, se consegue verdadeiramente
conquistar. A diferença entre não conhecer ou conhecer profundamente a pessoa, a
sua família, a sua história, as suas queixas, no diagnóstico final é abissal. Muitas foram
as vezes onde intuitivamente o meu diagnóstico era orientado num sentido para
rapidamente com uma ou duas perguntas do Dr. Gaspar Caetano, conhecendo a
pessoa, a história, me mostrava outro tipo de situação.
Estagiar na USF Alfa-Beja, embora inicialmente não tenha sida a minha primeira
opção, agora seria, sem dúvida, a minha escolha. Este estágio permitiu-me conhecer
uma realidade bem diferente da de Lisboa, onde estive nos seis anos de curso.
b. Pediatria
O estágio de Pediatria decorreu sob regência do Prof. Doutor Luís Varandas,
entre 12 de outubro e 6 de novembro de 2015. Tive oportunidade de estagiar no
Hospital Dona Estefânia, tendo a Dra. Cristina Henriques como tutora.
Ao longo deste estágio pude passar por várias valências tais como a Enfermaria,
Unidade de Adolescentes, Serviço de Urgência e Consultas de Reumatologia,
Gastroenterologia, Hematologia, Imunoalergologia e Desenvolvimento. Foi um estágio
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extremamente versátil e completo onde pude cimentar a ideia e que uma criança não
é um adulto pequeno e que precisa de cuidados totalmente diferentes.
Tive ainda a oportunidade de apresentar um trabalho, em conjunto com a minha
colega Patrícia Liu, sobre “Acidentes de Submersão.”
c. Ginecologia e Obstetrícia
O estágio de Ginecologia e Obstetrícia decorreu sob regência da Prof. Doutora
Teresa Ventura, entre 9 de novembro e 4 de dezembro de 2015. Tive oportunidade
de estagiar no Hospital Beatriz Ângelo (HBA), tendo o Dr. Gonçalo Dias como tutor.
No inicio do estágio foi-nos dado um calendário com os diferentes locais por onde
iríamos passar. Nas primeiras duas semanas estive em Ginecologia, e nas duas
seguintes em Obstetrícia, tendo frequentado em cada uma das semanas 12 horas no
Serviço de Urgência.
Frequentei a enfermaria, o bloco operatório e observei a realização de vários
exames. Participei em consultas onde pude efetuar de forma rotineira determinados
procedimentos como exames ginecológicos, colpocitologias e colheita de exsudado
vaginal e rectal para cultura do Streptococcus β hemolítico do grupo B.
Tive ainda a oportunidade de apresentar, com mais quatro colegas, uma revisão
sobre vários artigos num Journal Club com o tema “Indução do Trabalho de Parto”.
d. Saúde Mental
O estágio de Saúde Mental decorreu sob regência do Prof. Doutor Miguel Xavier,
entre 7 de dezembro 2015 e 15 de janeiro de 2016. Este estágio foi dividido em três
componentes: componente teórico-prática, projeto de investigação e componente
prática.
A aula teórico-prática foi lecionada pelo Prof. Doutor Miguel Xavier e decorreu
na faculdade. Foi uma aula dum dinamismo enorme e cujo objetivo era preparar-nos
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para saber lidar com situações importantes do foro da saúde mental, que podem
aparecer num contexto de urgência. O projeto de investigação, também ele
supervisionado pelo Prof. Doutor Miguel Xavier, consistia na realização de tabulações
de artigos sobre a proporção de patologia mental que é vista e seguida em cuidados
primários.
Quanto à componente prática, tive oportunidade de estagiar no Centro Hospitalar
Psiquiátrico de Lisboa (CHPL), na Unidade de Tratamento e Reabilitação Alcoólica
(UTRA), tendo a Dra. Teresa Mota como tutora. É uma unidade com uma importância
essencial na nossa sociedade pois o alcoolismo é bastante prevalente na nossa
população e é, com os apoios e estruturas devidas, tratável. Tinha pouca noção, ou
nenhuma, de como o alcoolismo era tratado nosso país e recebi no UTRA o exemplo
de como as coisas deviam sempre funcionar. Na minha opinião, deveria constar no
estágio de Saúde Mental a passagem obrigatória pelo UTRA para os alunos, futuros
médicos, serem elucidados como eu fui.
Pude ainda assistir a várias aulas de formação do UTRA, aulas de formação para
internos do CHPL e a um seminário, que decorreu no dia 18 de dezembro no CHPL,
sobre Psiquiatria Comunitária.
e. Medicina
O estágio de Medicina decorreu sob regência do Prof. Doutor Fernando Nolasco,
entre 25 de janeiro e 18 de março de 2016. Tive oportunidade de estagiar no Hospital
São Francisco Xavier, no serviço de Medicina III, tendo a Dra. Ana Ribeiro da Cunha
como tutora.
Foi uma experiência muito boa e integradora por parte de todos com quem tive
o prazer de trabalhar. Senti-me realmente parte integrante da equipa realizando
autonomamente todo o tipo de atividades tais como anamnese, exame objetivo,
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diários clínicos, notas de alta, pedido de exames e transporte, discussão de doentes,
entre outras. Tive o privilégio de ser convidada pela Dra. Ana Ribeiro da Cunha a
participar na elaboração dos trabalhos que foram submetidos pela própria e pela sua
equipa ao Congresso Nacional de Medicina Interna 2016 (Anexo 1).
No dia 14 de março, apresentei um caso clínico do New England Journal of
Medicine, caso 27-2007, “78-Year-Old Man with Hypercalcemia and Renal Failure”,
com diagnóstico final de sarcoidose. Faço ainda questão de salientar que por parte do
serviço houve sempre a preocupação com a nossa formação, havendo sempre um
esforço por nos proporcionar sessões clínicas, Journal Club e aulas teórico-práticas.
f. Cirurgia
O estágio de Cirurgia decorreu sob regência do Prof. Doutor Rui Maio, entre 28
de março e 20 de maio de 2016. Tive oportunidade de estagiar novamente no HBA,
tendo o Dr. Luís Palma Féria como tutor.
O estágio foi dividido numa componente teórica e teórico-prática, que decorreu
durante a primeira semana, e numa componente prática que decorreu nas restantes
sete semanas. Das 7 semanas de ensino prático, uma semana é passada no serviço
de urgência onde temos uma rotação específica, composta por Serviço de
Observação (SO), Pequena Cirurgia/Trauma, consultas das pulseiras verdes e azuis,
Postos de Observação Rápida (Pulseiras amarelas e laranjas) e Postos de Estadia
Curta (PEC). Penso que é muito importante o contacto com o Serviço de Urgência
porque tem uma componente formativa bastante relevante já que obriga à formulação
rápida de hipóteses de diagnóstico e abordagem de tratamento.
Nas duas semanas do estágio opcional estive no serviço de Gastrenterologia,
sob a orientação do Dr. Elidio Barjas. Aqui, foi-me dada uma rotação para seguir
podendo assim observar um pouco de cada valência do serviço podendo estar
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presente nas salas de exames, na consulta de proctologia, na consulta de
gastrenterologia geral e na consulta de hepatologia.
As restantes quatro semanas acompanhei o meu tutor nas suas diferentes
atividades, nomeadamente Enfermaria, Consulta Externa, Serviço de Urgência e
Bloco Operatório, tendo, neste último, assistido à realização de várias cirurgias e
chegando, inclusive, a poder desinfetar-me e participar.
No dia 19 de maio, apresentei, em conjunto com os meus colegas João Aquino
e Mónica Azevedo, um trabalho com o tema “Caso clínico: Hipertensão Secundária”
com diagnóstico final de Síndrome de Cushing por Adenoma Suprarrenal.
g. Estágio Opcional – Medicina de Emergência e Catástrofe
O estágio opcional que escolhi foi Medicina de Emergência e Catástrofe, cujo
regente é o Prof. Doutor Rui Moreno, que decorreu entre os dias 23 de maio e 3 de
junho de 2016.
O estágio foi dividido numa componente teórica, lecionada na faculdade, e
numa componente teórico-prática que decorreu na faculdade, no hospital de São José
(Visita ao Serviço de Urgência, Viatura Médica de Emergência e Reanimação – VMER
e Unidade de Cuidados Intensivos Neurocríticos) e no INEM (Visita ao Centro de
Informação Antivenenos - CIAV, Centro de Orientação de Doentes Urgentes e Posto
Médico Avançado).
Escolhi esta opcional porque penso que tinha uma lacuna na minha formação
no que toca a estes temas e sempre foi uma área que me suscitou interesse. Todos
os conteúdos foram bastante elucidativos e há informações que vou, de certo, ter
sempre bastante presentes, como por exemplo a existência do CIAV, que é utilizado
diariamente e frequentemente por profissionais de saúde, ou até mesmo a triagem
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“Simple Triage And Rapid. Treatment” (START), uma triagem simples que em
qualquer situação com um grande número de doentes/vítimas é vital.
h. Preparação para a Prática Clínica: Integração de Conhecimentos
A unidade curricular teve como regente o Prof. Doutor Roberto Palma dos Reis
e decorreu durante o segundo semestre, quinzenalmente, na faculdade.
Foi uma unidade curricular, tal como o nome indica, integradora dos
conhecimentos adquiridos ao longo de todo o curso. As aulas tinham temas diversos
e gerais mostrando os pontos de vista de várias especialidades para um mesmo sinal
ou sintoma.
É uma unidade muito importante, extremamente completa, que desenvolve o
raciocínio clínico e nos mostra quão vasta a medicina é e como é fulcral olharmos para
o ser humano como um todo.
III. Reflexão Crítica
Uma boa preparação teórica e prática, com capacidade de agir
autonomamente, é vital para a formação de qualquer médico. Esta necessidade torna
o estágio profissionalizante de uma importância atroz. Foi com essa espectativa que
iniciei o meu ano letivo, último do MIM, último antes do início da minha vida clínica.
Neste ano, essencialmente prático, aprendi imenso. Não aprendi só sobre
medicina, aprendi muito para além disso. Aprendi sobre pessoas, sobre o que é ser
médico, o que é estar, ouvir e preocuparmo-nos para além do desafio clínico que está
à nossa frente. A medicina sempre me fascinou neste seu modo de cuidar.
Este ano passou depressa demais e no fim não deixo de ser invadida por um
misto de sentimentos. Por um lado, a confiança de que estou preparada por esta
faculdade de que levo saudades, por outro, o medo de errar, de não saber, de não
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poder ajudar. Este estágio foi de extrema importância para gerir e aceitar estes
sentimentos pois são eles que nos fazem querer saber mais, ser melhores e nos tiram
a arrogância de nos sentirmos de alguma forma superiores em vez de iguais.
Sinto que, em todos os estágios e especialidades por onde passei, há por parte
de todos os médicos com quem estive uma enorme confiança em nós, alunos, nas
nossas opiniões, nos nossos gestos clínicos e nas nossas capacidades de ajudar em
todas as atividades. Isso, a meu ver, é fundamental tanto a nível da nossa capacidade
de nos autonomizar, como na diminuição dos nossos medos de errar e não estar à
altura. Este apoio constante dá-nos liberdade para agir sem receio de perguntarmos
o que não sabemos ou pedir ajuda em situações de dúvida. Porque duvidar é normal
e pedir segundas opiniões também visto ser uma constante entre todos os médicos,
em todos os serviços. Este ponto é, a meu ver, crucial para praticar bem medicina e
para fazer evoluir, em conjunto, os serviços de saúde.
Resumindo, foi uma ótima experiência ter tido a oportunidade de estagiar em
todos os serviços por onde passei, aprendi, cresci enquanto pessoa, estudante e
futura médica. Sinto ter cumprido em parte, senão todos, os objetivos a que me
propus, tendo sempre a consciência que ser médico é um processo contínuo de
aprendizagem e que continuarei sempre a estudar.
Por fim, resta-me agradecer a todos os regentes das unidades curriculares, a
todos os tutores e também a todos os outros profissionais com quem tive a
oportunidade de estagiar por me terem orientado sempre e estado sempre presentes
na procura de um ensino de excelência.
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IV. Anexos
Congresso Nacional de Medicina Interna 2016
Fui convidada pela Dra. Ana Ribeiro da Cunha a participar na elaboração dos
trabalhos que foram submetidos pela própria e pela sua equipa ao Congresso
Nacional de Medicina Interna 2016. Assim, os temas abordados e os seus autores
foram os seguintes:
“Síndrome de HELLP e Trombofilia, uma associação rara” –
Autores: José Pereira, Tânia Sales Marques, Luciana Frade, Irene Verdasca,
Filipa Prates, Ana Ribeiro da Cunha, Luís Campos
o Congresso ID: PO-10-22 - Resumo ID: 322
“Síndrome carcinoide – forma de apresentação de tumor carcinoide
do pulmão” – Autores: José Pereira, Tânia Sales Marques, Luciana Frade, Irene
Verdasca, Filipa Prates, Ana Ribeiro da Cunha, Luís Campos
o Congresso ID: PO-05-61 - Resumo ID: 324
“Endocrinopatia múltipla (MEN1) em doente jovem, hipertenso, com
Doença de Addison e elevado risco cardiovascular.” – Autores: José Pereira,
Tânia Sales Marques, Luciana Frade, Irene Verdasca, Filipa Prates, Ana Ribeiro
da Cunha, Luís Campos
o Congresso ID: PO-15-30 - Resumo ID: 1553
“Quando as perdas de conhecimento de repetição não são de
crises vasovagais – diagnóstico diferencial.” – Autores: José Pereira, Tânia
Sales Marques, Luciana Frade, Irene Verdasca, Filipa Prates, Ana Ribeiro da
Cunha, Luís Campos
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o Congresso ID: CO-13-02 - Resumo ID: 1543
“Granulomatose com poliangeíte: Caso Clínico” – Autores: Tânia
Sales Marques, José Pereira, Luciana Frade, Irene Verdasca, Filipa Prates, Ana
Ribeiro da Cunha, Luís Campos
o Congresso ID: PO-14-64 - Resumo ID: 401
“Síndrome febril em doente diabético submetido a miomectomia de
Morrow” – Autores: Tânia Sales Marques, José Pereira, Luciana Frade, Irene
Verdasca, Filipa Prates, Ana Ribeiro da Cunha, Luís Campos
o Congresso ID: CO-28-01 - Resumo ID: 403
Os certificados, à data da realização deste relatório, ainda não foram disponibilizados.