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Métodos e Abordagens no Ensino de Língua Portuguesa Tema 1 O Ensino de Língua Portuguesa como Língua Materna na Contemporaneidade Reflexão • Percurso do ensino de língua portuguesa. • O que é língua materna, segunda língua e língua estrangeira. • Por que, como e para que ensinar Língua Materna. • O ensino de língua portuguesa‒ LM na visão dos linguistas. • O ensino da língua portuguesa no mundo globalizado. O Ensino de Língua Portuguesa: da Gramática para o Texto • Década de 1960 – ensino de língua portuguesa centrado na gramática. • Observância rigorosa dos conceitos gramaticais no ensino da língua portuguesa ‒ padrão culto. • Uso de texto clássico da Literatura e exercícios estruturais para fixação dos conceitos gramaticais. • Década de 1970‒os conceitos gramaticais são tratados de forma mais indireta nos livros didáticos. • Conceitos gramaticais colocados em pequenos quadros, para que o aluno, após observação e repetição, conheça o conceito em questão. • Ocorre a didatização gramatical. • Década de 1980‒o ensino da gramática está presente, mas com menor ênfase: isso se justifica na medida em que a língua é entendida como instrumento de comunicação e de reflexão, possibilitando que o aluno possa ampliar as formas de uso de seu idioma. • A partir da década de 1980‒abre-se uma nova perspectiva de ensino de língua portuguesa (LP ou LM). • Ensino a partir da ótica da Linguística Textual. • Objeto de estudo do ensino da LP ou LM volta-se para o texto. • Gramática vista a partir do texto. • Década de 1990 – PCNs. • Ensino da LM a partir dos Gêneros Textuais ou Discursivos. • Ênfase no que é significativo para o aluno. • Gramática de forma contextualizada. O Ensino de Língua Materna • O ensino de língua materna, desde as primeiras letras até o estudo da tradição literária, tem sido alvo de preocupação de especialistas das mais diversas áreas. • Assim, o ensino de linguagem vem sendo, há algum tempo, tema de discussão de gramáticos, pedagogos, psicólogos etc. que, evidentemente, centraram seus estudos e críticas segundo pressupostos e pontos de vista próprios às suas áreas de conhecimento. O Ensino de Língua Materna sob a Ótica dos Linguistas • Os linguistas integraram-se ao debate, contribuindo de forma original na crítica ao modo como a escola trata o ensino de linguagem. • Apontaram as fragilidades encontradas no ensino tradicional ao lidar com as diferenças culturais e linguísticas dos novos alunos que estão inseridos nas escolas brasileiras. • Os linguistas participam da discussão, redirecionando o debate a partir,principalmente, da inserção do tema da variação linguística e suas

Métodos e abordagens do ensino em língua portuguesa

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Mtodos e Abordagens no Ensino de Lngua PortuguesaTema 1 O Ensino de Lngua Portuguesa como Lngua Materna na ContemporaneidadeReflexo Percurso do ensino de lngua portuguesa. O que lngua materna, segunda lngua e lngua estrangeira. Por que, como e para que ensinar Lngua Materna. O ensino de lngua portuguesa LM na viso dos linguistas. O ensino da lngua portuguesa no mundo globalizado.

O Ensino de Lngua Portuguesa: da Gramtica para o Texto Dcada de 1960 ensino de lngua portuguesa centrado na gramtica. Observncia rigorosa dos conceitos gramaticais no ensino da lngua portuguesa padro culto. Uso de texto clssico da Literatura e exerccios estruturais para fixao dos conceitos gramaticais. Dcada de 1970os conceitos gramaticais so tratados de forma mais indireta nos livros didticos. Conceitos gramaticais colocados em pequenos quadros, para que o aluno, aps observao e repetio, conhea o conceito em questo. Ocorre a didatizao gramatical. Dcada de 1980o ensino da gramtica est presente, mas com menor nfase: isso se justifica na medida em que a lngua entendida como instrumento de comunicao e de reflexo, possibilitando que o aluno possa ampliar as formas de usode seu idioma. A partir da dcada de 1980abre-se uma nova perspectiva de ensino de lngua portuguesa (LP ou LM). Ensino a partir da tica da Lingustica Textual. Objeto de estudo do ensino da LP ou LM volta-se para o texto. Gramtica vista a partir do texto. Dcada de 1990 PCNs. Ensino da LM a partir dos Gneros Textuais ou Discursivos. nfase no que significativo para o aluno. Gramtica de forma contextualizada.

O Ensino de Lngua Materna O ensino de lngua materna, desde as primeiras letras at o estudo da tradio literria, tem sido alvo de preocupao deespecialistas das mais diversas reas. Assim, o ensino de linguagem vem sendo, h algum tempo, tema de discusso de gramticos, pedagogos, psiclogos etc. que, evidentemente, centraram seus estudos e crticas segundo pressupostos e pontos de vista prprios s suas reas deconhecimento.

O Ensino de Lngua Materna sob a tica dos Linguistas Os linguistas integraram-se ao debate, contribuindo de forma original na crtica ao modo como a escola trata o ensino delinguagem. Apontaram as fragilidades encontradas no ensino tradicional ao lidar com as diferenas culturais e lingusticas dos novos alunos que esto inseridos nas escolas brasileiras. Os linguistas participam da discusso, redirecionando o debate a partir,principalmente, da insero do tema da variao lingustica e suas decorrncias, seja quanto ao conceito de gramtica, seja quanto funcionalidade das variantes.

O Ensino de Lngua Materna: Crtica dos Linguistas Mas qual , afinal, o ncleo da crtica que os linguistas fizeram em relao ao ensinode lngua materna? A crtica bsica e fundamental dos linguistas ao ensino tradicional recaiu sobre o carter excessivamente normativo do trabalho com a linguagem nas escolas brasileiras. Regras e conceitos das gramticas tradicionais considerados objeto de estudo, confundindo, consequentemente, ensino delngua com ensino de gramtica. Aspectos relevantes do ensino da lngua materna, como a leitura e a produo de textos, no foram priorizados. A insero da Lingustica enquanto cincia no curso de Letras, integrando-se aos estudos da linguagem, provocou mudanas significativas no modo de ensinar a lngua materna. Desde os anos 1980, muitos estudiosos brasileiros concebem a linguagem como fator de interao, interlocuo humana,no permitindo mais uma viso monloga e mecnica da linguagem, desvinculada de seu contexto social.

O Ensino de Lngua Materna na Viso dos Linguistas Neste sentido, o ensino de LM deve colaborar para o desenvolvimento do ouvir, ler, falar e escrever textos com objetivosclaros para cada modalidade da lngua e em concordncia com os diversos contextos.

PCN e o Redirecionamento do Ensino de LM A partir da publicao dos Parmetros Curriculares Nacionais, foi priorizado o ensino da gramtica de modo contextualizado. Assim, surgiram novos conceitos e terminologias que compem o campo lingustico da ps-modernidade, permitindomudanas de concepes de lngua e adequaes nos livros didticos s novas tendncias lingusticas. Neste sentido, o livro didtico de lngua portuguesa presente na escola deve estar de acordo com a proposta dos PCNs, com um ensino de lngua contextualizado. Assim, o estudo da lngua que inclui a gramtica descritiva deve usar os conceitos gramaticais como forma de reflexometalingustica para uma melhor assimilao das regras gramaticais.

O Ensino de Lngua Portuguesa como Lngua Materna na ContemporaneidadeGlobalizao Globalizao: so transformaes no mbito poltico e econmico mundial, sentidas desde o final do sculo XX. um fenmeno com pontos em comum na perspectiva social, cultural, econmica e poltica. Desta forma, o mundo ficainterligado. O processo de globalizao permite a interao e aproximao de pessoas, mercadorias e servios. A globalizao ocorreu em virtude das inovaes tecnolgicas, especialmente nas telecomunicaes e na informtica. A globalizao um processo de integrao que envolve razes polticas e econmicas, visando o crescimento global de todas as partes envolvidas.

O Ensino da Lngua Portuguesa no Mundo Globalizado Como deve ser o ensino de lngua portuguesa como lngua materna na contemporaneidade? O perfil do aluno e do professor mudou? Levar em considerao a globalizao e a insero dos Estrangeirismos. Tecnologias colaboram no ensino de LM? Assis-Peterson (2008, p. 323) afirma que possvel "ser feliz no meio de anglicismos", sem a necessidade de buscar uma "lngua pura", protegida de miscigenaes e hibridao.

Ensino de Lngua Materna Durante muito tempo, o objetivo do ensino de lngua materna esteve centrado na codificao e decodificao da lngua, jque a lngua era vista como um sistema a servio da comunicao. Alteraes foram ocorrendo, e a formao de uma diferente concepo de lngua e de linguagem fez surgir uma preocupao: Para que se d aulas de Portugus a falantes nativos de Portugus?(TRAVAGLIA, 1998, p. 17). O prprio autor enumera quatro repostas a essa pergunta: Desenvolver a capacidade do usurio de empregar adequadamente a lngua nas mais diversas situaes de comunicao. Levar o aluno a dominar a norma culta e a variedade escrita da lngua. Levar o aluno ao conhecimento da instituio social que a lngua, ao conhecimento de como ela constituda e de como funciona. Ensinar o aluno a pensar e a raciocinar.

A Escola e a Linguagem da Internet A linguagem utilizada na internet errada? O cdigo escrito na net segue o que a norma culta preconiza? Qual a preocupao dos professores em relao escrita dos alunos em sala de aula? Como proceder diante desta realidade e das novas modalidades de comunicao?

Por que, Como e Para Que Ensinar Lngua Portuguesa como Lngua Materna? Alunos falantes nativos. Aluno de comunidade lingustica diferente da ensinada na escola. Aluno estrangeiro.

LM como Primeira Lngua, Segunda e Estrangeira Entende-se por lngua materna a lngua com a qual o falante sente maior intimidade, seja a lngua oficial do seu pas,Seja a lngua da sua me e/ou pai. O conceito de lngua materna tem sido problematizado e rediscutido, influenciado por uma realidade cada vez mais comum na era globalizada.Segunda Lngua Aluno de comunidade lingustica que possui uma lngua materna. Exemplo: tupi-guarani. Escola Lngua Portuguesa como Lngua Materna. Ambas esto presentes no Pas. Aprender a lngua inglesa (LE).

Lngua Estrangeira (LE) A lngua estrangeira se trata do aprendizado de outra lngua, mas de uma lngua que est distante do aprendiz, com a qual ele no convive diretamente. Lngua inglesa no idioma oficial no Brasil.

Agora sua vezQual a Trajetria do Ensino de Lngua Portuguesa desde a Dcada de 1960 at os PCNs? Dcada de 1960: objetivo central centrado em conceitos gramaticais (norma culta) uso de textos clssicos da literatura. Dcada de 1970: os conceitos gramaticais so tratados de forma mais indireta nos livros didticos (inseridos em quadros noLD). Dcada de 1980: o objeto de estudo do ensino de LP ou LM volta-se para o texto. Gramtica vista a partir do texto. Dcada de 1990: chegada dos PCNs. Ensino de LM a partir dos Gneros Textuais ou Discursivos. nfase no que significativo para o aluno. Gramtica de forma contextualizada.

Segundo Riolfi et al. (2008), preciso considerar que o novo perfil de aluno das aulas de lngua portuguesa nasceu em umasociedade globalizada e altamente informatizada e que dificilmente ir se adequar aos modelos tradicionais de ensino de lngua portuguesa, frequentemente inseridos nas salas de aula. Neste sentido, como o professor de lngua portuguesapoderia se valer das novas tecnologias para organizar suas aulas? Entre alguns dos recursos esto os buscadores virtuais, os blogs,os vlogs, slides, vdeos disponveis on-line, websitesetc. Para que o ensino seja significativo para o aluno, o professor poderia, por exemplo, propor a criao de blogs oufruns de discusso alimentados pelos alunos com temas referentes aula de lngua portuguesa. Analisar filmes e sriesnos quais os alunos mostram interesse; possvel analisar filmes e sries com suas obras literrias originais, comparando suas verses e releituras.

Para Que dar Aulas de LP a Falantes Nativos de Portugus?(Travaglia, 1998, p. 17)Desenvolver a capacidade do usurio de empregar adequadamente a lngua nas mais diversas situaes de comunicao.Levar o aluno a dominar a norma culta e a variedade escrita da lngua.Levar o aluno ao conhecimento da instituio social que a lngua, ao conhecimento de como ela constituda e de como funciona.Ensinar o aluno a pensar e a raciocinar.

O Ensino de Lngua Portuguesa como Lngua Materna na ContemporaneidadeFinalizandoReflexo Percurso do ensino de lngua portuguesa. O que lngua materna, segunda lngua e lngua estrangeira. Por que, como e para que ensinar lngua materna. O ensino de lngua portuguesa LM na viso dos linguistas. O ensino da lngua portuguesa no mundo globalizado.

Tema 2 O ensino de Lngua Portuguesa em Contextos Bi-Multilngues e a Questo das Variedades Lingusticas ReflexoBrasil: um pas plurilngue e multicultural, a realidade lingustica nacional e os contextos bi-multilngues no Brasil.Diversidades lingusticas ou variantes lingusticas (prestgio e desprestgio lingustico).O ensino de LP e as variaes lingusticas.Norma Padro, norma comum e norma popular.O Brasil um pas plurilngue e multicultural? Sim, como a maioria dos pases do mundo, o Brasil tambm possui ampla diversidade lingustica.

Contextos Bi-multilngue no Brasil So os contextos sociolinguisticamente complexos que envolvem as comunidades nas quais mais de uma lngua e/ou mais de uma variedade lingustica falada. Educao bilngue associa-se a um bilinguismo de elite que envolve lnguas de prestgio, tais como o ingls, o francs e oalemo e no estudos das variantes entendida como minoria, ou seja, bidialetais/rurbanos: imigrantes, indgenas, surdos etc. Segundo Gilvan Mller de Oliveira (2003), so mais de 210 lnguas, entre elas 180 lnguas indgenas, 30 lnguas decomunidades de descendentes de imigrantes, e pelo menos uma lngua brasileira de sinais oficialmente reconhecida(BRASIL, 2002) e utilizada pelas comunidades de pessoas surdas do pas. iluso pensar que se fala Lngua Portuguesa de Norte a Sul do Brasil (Monolinguismo). Diante deste cenrio, Claudia Riolfi e outros colaboradores (2008, p. 36) dizem que possvel afirmar que "[...] existe umaenorme distncia entre o que pensamos ser nossa lngua ptria e a lngua em uso nas mais variadas comunidades lingusticas".

Como ensinar a Lngua Portuguesa diante desta diversidade? Para que o professor de Lngua Portuguesa atue de forma plena importante considerar os diferentes contextoslingusticos em suas aulas. A realidade escolar muda em funo da regio em que est inserida a escola. Atuao diferenciada do professor em realidades escolares distintas.

O Ensino de Lngua Portuguesa e as Variaes LingusticasSegundo Riolfi et al. (2008, p. 36-7): de senso comum para os estudiosos que a variao lingustica, quando observada emum mesmo plano temporal, ocorre em dois campos: geogrfico(basicamente conduz a uma oposio entre linguagemurbana/linguagem rural) e sociocultural (caractersticas como idade, sexo, profisso, posio social, escolaridade e estilopessoal).

Modalidades da Lngua Portuguesa Lngua Oral e Escrita: registro formal e informal. Norma Padro: conjunto de regras impostas pela gramtica normativa. Norma Culta: conjunto de prticas lingusticas utilizadas em textos formais. Norma Coloquial/Popular: regras prprias das comunidades lingusticas. Norma Comum: oscila entre a culta e a coloquial.

O professor de LP deve ou no ensinar a norma padro? Possenti (2004) afirma que o objetivo da escola ensinar a lngua padro, criar condies para que ela seja assimiladapelos alunos. H o preconceito de que a norma culta seria difcil de aprender, ento no deve ser ensinada. Essa tese est equivocada,segundo Possenti (2004). O autor enumera trs razes pelas quais o aluno acredita ser difcil de aprender a norma padro e que tem a ver com osvalores sociais dominantes e com as estratgias escolares usadas no ensino de LP. 1: o padro tem muitos valores e no pode ser negado. 2: no verdade que muito difcil. 3: falar em no ensinar o padro equivale a tirar a LP das escolas.

O Que e Como Precisa Ser Ensinado de Fato ? Possenti (2004) afirma que o que j sabido pelo aluno no precisa ser ensinado. preciso verificar que tpicos da normapadro o aluno ainda no assimilou, o autor sugere que se faa um diagnstico na srie anterior. Ex. para montar os contedos para o 6 ano ser preciso observar o que ainda no foi assimilado pelo aluno do 5 ano e assim por diante.

Viso de Luft (1985) sobre o Ensino de LP Para o autor, o falante nativo domina a lngua materna, este deve ser o ponto de partida para a elaborao da aula de LP. O docente deve ficar atento gramtica trazida pelo aluno. Observar qual sua origem e caractersticas de sua fala. Agindo dessa forma, o professor leva em considerao a variante lingustica trazida pelo aluno. Dever tambm promover uma reflexo sobre as relaes entres as diversas variedades lingusticas, alm de apresentara norma padro. O papel social da escola o de proporcionar o ensino de LP em toda a sua dimenso. Nesse sentido, o foco do ensino de LP no deve ser pautado somente na norma padro e ensino de regras e nomenclaturas. Um ensino pautado no uso da lngua e da aplicao prtica nos contextos do dia a dia, assim o aluno ter condies de usaradequadamente seu idioma nas diversas situaes comunicativas.

Agora sua vez1. Ensinar lngua materna no tarefa fcil. O papel social da escola ensinar a norma padro. Qual deve ser a postura norteadora da prtica do ensino de LP?A escola deve respeitar os dialetos, entend-los e at mesmo ensinar como essas variedades da lngua funcionam.A escola deve mostrar aos alunos que a sociedade atribui valores sociais diferentes aos diferentes modos de falar a lngua.Esses valores, embora se baseiem em preconceitos e falsas interpretaes do certo e do errado lingusticos, tmconsequncias econmicas, polticas e sociais muito srias para as pessoas (CAGLIARI, 1996, p. 83).

2. Considerando que o Brasil um pas plurilngue e multicultural, vamos refletir sobre os diversos contextos lingusticos, jQue voc ser um agente atuante neste cenrio. Como deve ser o ensino de Lngua Portuguesa a partir desses contextos?Contextos indgenas:o ensino da lngua portuguesa para comunidades indgenas deve valorizar a lngua materna e tambmpromover o acesso ao conhecimento da lngua portuguesa como segunda lngua. J que a lngua portuguesa um instrumento poltico pelo qual o ndio consegue interagir com o "branco" e reivindicar causas em prol da sua comunidade (SIMAS, 2008).Contextos de imigrao: Cavalcanti (1999) diz que nesses contextos, os professores pertencem comunidade e, assim, com base na prpria histria de vida, podem desenvolver ou no uma sensibilidade maior ao trabalho diferenciado que exige esse pblico de alunos. Nesse sentido, bom usar estratgias comunicativas de ensino de lngua portuguesa como segunda lngua, partindo sempre da primeira lngua do aluno. Contextos de fronteiras:Glasser e Pires Santos (2011) sugerem ao professor trabalhar tambm com textos na lnguaespanhola ou guarani ou que retratem tal cultura. Mesmo que o professor desconhea tais idiomas ele pode solicitar ao aluno que faa a leitura, incentivando a discusso em sala de aula. Segundo as autoras, esse tipo de interveno tambm diminui o preconceito lingustico que so recorrentes em contextos de fronteiras.Contextos da surdez:No ensino da lngua portuguesa, como estratgia didtica, voc pode estabelecer relaes desemelhanas e diferenas entre os sistemas lingusticos (no caso, entre a Libras e o portugus) use imagens e animaesvisuais, pois o surdo atribui grande valor ao recurso visual.Contextos bidialetais/rurbanos:incluem pessoas cuja variedade lingustica do portugus no representa a variedade dePrestgio ensinada na escola e,por essa razo, tal variedade constantemente identificada como "erro". necessrio ensinarao aluno que para acessar determinados bens culturais acumulados pela humanidade preciso ter diferentes domnios lingusticos e saber us-los adequadamente.

FinalizandoReflexoBrasil: um pas plurilngue e multicultural, a realidade lingustica nacional e os contextos bi-multilngues no Brasil.Diversidades lingusticas ou variantes lingusticas (prestgio e desprestgio lingustico).O ensino de LP e as variaes lingusticas. Norma Padro, norma comum e norma popular.O Brasil um pas plurilngue e multicultural? Sim, como a maioria dos pases do mundo, o Brasil tambm possui ampla diversidade lingustica.

Contextos Bi-multilngue no Brasil So os contextos sociolinguisticamente complexos que envolvem as comunidades nas quais mais de uma lngua e/ou mais de uma variedade lingustica so faladas. Educao bilngue associa-se a um bilinguismo de elite que envolve lnguas de prestgio, tais como o ingls, o francs e oalemo e no estudos das variantes entendida como minoria, ou seja, bidialetais/rurbanos: imigrantes, indgenas, surdos etc.Como ensinar a Lngua Portuguesa diante desta diversidade? Para que o professor de Lngua Portuguesa atue de forma plena importante considerar os diferentes contextos lingusticos em suas aulas. A realidade escolar muda em funo da regio em que est inserida a escola. Atuao diferenciada do professor em realidades escolares distintas.

O ENSINO DE LP E AS VARIAES LINGUSTICASSegundo Riolfi et al. (2008, p. 36-7): de senso comum para os estudiosos que a variao lingustica, quando observada em um mesmo plano temporal, ocorre em dois campos: geogrfico(basicamente conduz a uma oposio entre linguagem urbana/linguagem rural) e sociocultural(caractersticas como idade, sexo, profisso, posio social, escolaridade e estilo pessoal).Modalidades da Lngua Portuguesa Lngua Oral e Escrita: registro formal e informal. Norma Padro: Conjunto de regras impostas pela gramtica normativa. Norma Culta: Conjunto de prticas lingusticas utilizadas em textos formais. Norma Coloquial/Popular: Regras prprias das comunidades lingusticas. Norma Comum: oscila entre a culta e a coloquial.

Viso de Luft (1985) sobre o Ensino de LP Para o autor, o falante nativo domina a lngua materna, este deve ser o ponto de partida para a elaborao da aula de LP. O docente deve ficar atento gramtica trazida pelo aluno. Observar qual sua origem e caractersticas de sua fala. Agindo dessa forma, o professor leva em considerao a variante lingustica trazida pelo aluno. Dever tambm promover uma reflexo sobre as relaes entres as diversas variedades lingusticas, alm de apresentara norma padro. O papel social da escola o de proporcionar o ensino de LP em toda a sua dimenso. Nesse sentido, o foco do ensino de LP no deve ser pautado somente na norma padro e ensino de regras e nomenclaturas. Um ensino pautado no uso da lngua e da aplicao prtica nos contextos do dia a dia, assim o aluno ter condies de usaradequadamente seu idioma nas diversas situaes comunicativas.

Tema 3 O Papel da Avaliao na Organizao do Cotidiano Escolar para o Ensino de Lngua PortuguesaReflexo O que avaliar? Modalidades de Avaliao. LDB/PCNs e avaliao. Avaliao na viso de alguns autores. Como avaliar em Lngua Materna LP.

AVALIAR prprio do ser humano, avaliamos o tempo todo. Pode significarVerificar, julgar,estimar, situar, representar, ...Dar notas... medir, classificar, colocarem escalas - MEDIDA

Modalidades de avaliao Diagnstica: ocorre antes da ao de formao. Funo: propiciar uma formao mais direcionada. Centrada: no aluno, com o objetivo de verificar suas caractersticas. Formativa: ocorre durante a ao de formao. Funo: pedaggica, objetivo de regular e facilitar a aprendizagem. Centrada: nos processos e nas atividades de produo. Somativa: ocorre depois da ao de formao. Funo: verificar e comprovar a aprendizagem. Centrada: nos produtos apresentados pelos alunos.

A LDB avaliao qualitativa e contnua ( Lei 9.394/96 ) A verificao do rendimento escolar observar os seguintes critrios:a) Avaliao contnua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalncia dos aspectos qualitativos sobre osquantitativos e dos resultados ao longo do perodo sobre os de eventuais provas finais.b) Possibilidade de acelerao de estudos para alunos com atraso escolar.

Avaliao PCNOs PCNs preconizam para a avaliao os seguintes pontos: O ensino ofertado. A atuao do professor. O desempenho do aluno A estrutura da escola. Os instrumentos as ferramentas auxiliares. Alm da metodologia utilizada. No se deve pensar a avaliao como medio dos contedos ensinados, mas promover nas aulas a contextualizao,para tanto pode ser usados os temas transversais como: tica, meio ambiente, pluralidade cultural, sade etc. A interdisciplinaridade tambm deve ser priorizada, por exemplo: em uma avaliao de Lngua Portuguesa pode-se criarsituaes problemas relacionadas Histria, Geografia, Lngua estrangeira entre outras reas afins.

Avaliao na tica de alguns autores Riolfi e colaboradores (2008, p. 201) defendem a avaliao formativa cujo objetivo ensinar efetivamente, pois assumem nessa concepo que a ao do professor forma o aluno e no o classifica. Segundo Caseiro e Gebran (2008), a avaliao formativa se distingue da avaliao esttica e tradicional, uma vez que se norteia por um processo cclico e contnuo de anlise e ao. Para Luckesi, (2000, p. 172) a avaliao um ato amoroso: a avaliao, por si, um ato acolhedor, integrativo, inclusivo.

Para compreender isso, importa distinguir avaliao de julgamento. Julgamento: certo e errado. Avaliao: como ato diagnstico, tem por objetivo a incluso e no a excluso.

Avaliao na L.M. Deve ser um processo: contnuo/sistemtico constante e planejado. Funcional: prev a realizao dos objetivos previstos. Orientadora: visa os avanos e dificuldades do aluno, ajudando-o a progredir. Colabora com o professor no replanejamento das suas aulas. Avaliar acompanhar, condio essencial de qualquer ao intencional. A avaliao em Lngua Portuguesa deve conduzir o aluno a refletir sobre a importncia de se pensar a lngua enquantouma prtica viva e no um sistema abstrato de formas normativas. Essa reflexo certamente levar a uma viso da L.M que reconhea o aluno como ativo em sua produo lingustica e em um processo dialgico com a lngua e com o conhecimento.

Para que avaliar em L.M? Avaliar para propor ou reorganizar melhores prticas pedaggicas. Avaliar para observar a consolidao das aprendizagens adquiridas pelo aluno durante o processo de ensino aprendizagem. A partir desse diagnstico definir as estratgias de interveno.

Como avaliar em L.M.? H muitos modos de avaliar. Deve-se usar vrias formas com o objetivo de atingir s competncias e habilidades desejadas. Leitura/Produo textual? Oralidade (Ler,ouvir e falar).

Instrumentos avaliativos em L.M Observao e registro. Autoavaliao. Avaliao em grupo. Portflio. Reflexo sobre erros e acertos do aluno e do professor. Tarefas de casa. Provas orais e escritas.

Agora sua vezPontos para reflexo:Vamos observar as questes propostas e verificar se elas tm o objetivo de avaliar competncias e habilidades dos alunos.Os comentrios do professor acrescentam informaes para uma efetiva mudana comportamental do aluno em relao aprendizagem. Comentrio sobre as questes: Questes centradas na abordagem tradicional. No houve planejamento para a formulao das questes. Parece que houve a explicao de contedos pertinentes disciplina e em seguida a elaborao de questionrioestrutural. Os comentrios do professor no vo colaborar com o processo avaliativo.Questo apresentada no ENEM: Em 1588, o engenheiro militar italiano Agostinho Romelli publicou Le Diverse ET Artificiose Machine, no qual descrevia uma mquina de ler livros. Montada para girar verticalmente, como uma roda de hamster, a inveno permitia que o leitor fosse de um texto ao outro sem se levantar de sua cadeira. (continua....) Hoje podemos alternar entre documentos com muito mais facilidade um clique no mouse suficiente para acessarmosimagens, textos, vdeos e sons instantaneamente. Para isso, usamos o computador, e principalmente a internet tecnologias que no estavam disponveis no Renascimento, poca em que Romelli viveu.(fonte:BERCITTO, D. Revista Lngua Portuguesa. Ano II. N14.) O inventor italiano antecipou, no sculo XVI, um dos princpios definidores do hipertexto: a quebra de linearidade naleitura e a possibilidade de acesso ao texto conforme o interesse do leitor. Alm de ser caracterstica essencial da internet, do ponto de vista da produo do texto, a hipertextualidade se manifesta tambm em textos impressos, como:a) dicionrios, pois a forma do texto d liberdade de acesso informao.b) seleo dos fatos e das imagens.c) relatos pessoais, pois o narrador apresenta sua percepo dos fatos.d) editoriais, pois o editorialista faz uma abordagem detalhada dos fatos.e) romances romnticos, pois os eventos ocorrem em diversos cenrios.Gabarito: Letra A

FinalizandoReflexo O que avaliar? Modalidades de Avaliao. LDB/PCNs e avaliao. Avaliao na viso de alguns autores. Como avaliar em Lngua Materna LP.

Instrumentos avaliativos em L.M Observao e registro. Autoavaliao. Avaliao em grupo. Portflio. Reflexo sobre erros e acertos do aluno e do professor. Tarefas de casa. Provas orais e escritas.

Tema 4 Ensino de Lngua Portuguesa: nfase na LeituraReflexo Leitura e ato de ler. Leitura dialgica: interao autor-texto leitor. PCN e a Leitura a partir de gneros discursivos. Estratgias de Leitura: cognitiva e metacognitiva.

Importante o Hbito da Leitura?A criana l do seu modo muito antes da alfabetizao, folheando e olhando figuras, ainda que no decodifique palavras e frases escritas. Ela aprende observando o gesto de leitura dos outros professores, pais ou outras crianas. (MARICATO, 2005, p. 18) Leitura a ao de ler algo, faz parte da formao cultural das pessoas. O hbito de leitura uma prtica que desenvolve o raciocnio, o senso crtico e a capacidade de interpretao, alm de estimular a imaginao, proporcionar a descoberta de diferentes hbitos e culturas, ampliar o conhecimento e enriquecer o vocabulrio.Questes Importantes O que ler? Para que ler? Como e o que ler?Leitura Viso Dialgica Autor e leitor so sujeitos sociais ativos, construtores e construdos no texto. O texto visto como lugar da interao e da constituio dos interlocutores, e no como independente. A leitura interativa e busca a produo de sentidos. O foco da leitura est na interao autor leitor mediada pelo texto.

Texto e Contexto O texto aquilo que est explcito. O contexto tudo o que de certa forma contribui para a construo do sentido do texto.

Cotexto:diferente do contexto, o cotexto envolve o carter lingustico do texto, ou seja, o que est claramente apresentado no texto, sem exigir do leitor a ativao de conhecimentos prvios e partilhados. O Contexto Sociocognitivo Toda manifestao de linguagem ocorre dentro de determinada cultura, cujas tradies, usos, costumes e rotinas devemser obedecidas e perpetuadas. Para que as pessoas se entendam preciso que seus contextos sociocognitivos sejam, pelo menos, parcialmentesemelhantes. (KOCH & ELIAS, 2012, p. 73)

PCN Leitura a partir dos Gneros Textuais Os PCN recomendam que a leitura em sala de aula privilegiem os diversos gneros textuais, orais ou escritos. O conhecimento dos gneros textuais importante tanto para a produo como para a compreenso.

Gneros Textuais ou Discursivos Bakhtin (1992) afirma que os gneros discursivos so constitudos nas diferentes esferas da comunicao verbal. Paredes Silva (1997) comenta que gneros textuais so formas tpicas de enunciados relativamente estveis, em um contexto social,pois cada ambiente da vida social organiza as produes da linguagem de uma forma particular ou tpica.Papel da escola: formar leitores O papel da escola tematizar os gneros relacionados proficincia cidad, possibilitando aos sujeitos agirem/atuaremcom maior eficincia na vida em sociedade. Para tanto importante desenvolver as competncias e habilidades para a efetiva formao do leitor proficiente.

Leitura e Estratgias Na atividade de leitura e produo de sentido, colocamos em ao vrias estratgias sociocognitivas (KOCH, 2009,p. 39).Que estratgias so essas? Ativamos vrios tipos de conhecimento que temos armazenados na memria.Segundo Koch (2009), para processarmos um texto, recorremos a trs grandes sistemas de conhecimento: Lingustico. Enciclopdico. Interacional.

Conhecimento Lingustico Engloba os conhecimentos: Gramatical./ Lexical.Conhecimento Enciclopdico O conhecimento do mundo (enciclopdico) constitudo em um dos fatores principais do processo da produo de sentidos de textos. Por qu? Diz respeito s informaes armazenadas na memria do leitor.Conhecimento Interacional Diz respeito s formas de interao por meio da linguagem.

Estratgias de Leitura So operaes mentais:Estratgias Cognitivas automatizado nvel inconsciente.Estratgias Metacognitivas desautomatizado nvel consciente.

Estratgias de Leitura Nos diversos modelos cognitivos, as estratgias de leitura so instrumentos para o desenvolvimento da leitura proficiente. Cognitivamente essas estratgias so operaes mentais, ou seja, processa a informao visual utilizando de formainterativa os conhecimentos necessrios para a atribuio de sentido ao que l.

Estratgias Cognitivas As estratgias de leitura podem ser puramente cognitivas, ou seja, no plano inconsciente. O desenvolvimento dessas estratgias ocorre com a aprendizagem da leitura, aperfeioando-se com o tempo e a prtica. O resultado a automatizao parcial do processamento dos textos por parte do leitor.

Estratgias Metacognitivas So controlveis, exigindo um monitoramento mais consciente. Segundo o modelo psicolingustico proposto por Goodman, as estratgias metacognitivas mais relevantes so a predio, a seleo, a inferncia e a confirmao ou a correo. Exemplo: consulta ao dicionrio. Predio:a capacidade que o leitor tem de antecipar-se ao texto medida que vai processando a sua compreenso. Seleo:a habilidade de selecionar apenas os itens relevantes para a compreenso e propsitos da leitura. Inferncia: o leitor complementa a informao textual, usando seu conhecimento de mundo, enciclopdico dentre outros recursos. Confirmao:verificar se as predies e inferncias esto corretas ou precisam ser reformuladas. Correo:se a predio no se confirma, o leitor retrocede no texto buscando outras pistas e levantando outras hipteses para a compreenso.

Como interpretar um texto? Leitura global para explorao do texto. Leitura completa para compreenso das ideias: principais e secundrias do texto. Leitura detalhada do texto. Posicionamento crtico do leitor. Inferncias. Dividir o texto (pargrafos, partes) para a efetiva compreenso.Agora sua vezPara se fazer uma leitura de forma compreensiva e interpretativa, preciso que o leitor se valha de vrios conhecimentos. Com base nessa afirmao, vamos analisar as alternativas a seguir e perceber a que especifica corretamente tais conhecimentos: Sintticos, gramaticais e textuais. Lingusticos, de mundo e sintticos. Fonolgicos, metalingusticos e textuais. Gramaticais, textuais e de mundo. Lingusticos, de mundo e textuais.(*)

O que se entende por Texto, Cotexto e Contexto? O texto aquilo que est explcito. O contexto tudo o que de certa forma contribui para a construo do sentido do texto. Cotexto envolve o carter lingustico do texto, ou seja, o que est claramente apresentado no texto, sem exigir do leitor aativao de conhecimentos prvios e partilhados.

Analise a imagem abaixo e relacione-a ao entendimento de contextoFonte:http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Old_Wikisource_logo_used_until_2006.jpgConcepo de ContextoQuando adotamos a metfora do iceberg para entender o texto, que tem uma pequena superfcie flor da gua (o explcito) e uma grande superfcie subjacente, que fundamenta a interpretao (o implcito), podemos chamar de contexto o iceberg como um todo, ou seja, tudo aquilo que, de alguma forma, contribui para ou determina a construo do sentido.

Gneros Textuais ou Discursivos1. Levantamento de Hipteses1 Parte A que gnero pertence este texto? O que significa a expresso mamo com acar? Este anncio vai vender uma ideia ou um produto? O que fcil de aplicar, escolher e consultar? Qual ser a provvel inteno do autor ao usar estas palavras?2 Parte Agora leia o anncio na ntegra e verifique se suas hipteses foram confirmadas. Quais pistas voc utilizou? Qual ser a provvel inteno do autor ao construir este anncio em torno destas imagens (mamo e aucareiro)?

FinalizandoReflexo Leitura e ato de ler. Leitura dialgica: interao autor-textoleitor. PCN e a Leitura a partir de gneros discursivos. Estratgias de Leitura: cognitiva e metacognitiva.

Importante o Hbito de Leitura? A criana l do seu modo muito antes da alfabetizao, folheando e olhando figuras, ainda que no decodifique palavras e frases escritas. Ela aprende observando o gesto de leitura dos outros professores, pais ou outras crianas. (MARICATO, 2005, p.18)Importantes questes O que ler? Para que ler? Como e o que ler?

Leitura Viso Dialgica Autor e leitor so sujeitos sociais ativos, construtores e construdos no texto. O texto visto como lugar da interao e da constituio dos interlocutores, e no como independente. A leitura interativa e busca a produo de sentidos. O foco da leitura est na interao autor leitor mediada pelo texto.

Texto, Cotexto e Contexto O texto aquilo que est explcito. O contexto tudo o que de certa forma contribui para a construo do sentido do texto. Cotexto envolve o carter lingustico do texto, ou seja, o que est claramente apresentado no texto, sem exigir do leitor aativao de conhecimentos prvios e partilhados.

PCN Leitura a partir dos Gneros Textuais Os PCN recomendam que a leitura em sala de aula privilegiem os diversos gneros textuais, orais ou escritos. O conhecimento dos gneros textuais importante tanto para a produo como para a compreenso.

Leitura e Estratgias Na atividade de leitura e produo de sentido, colocamos em ao vrias estratgias sociocognitivas (KOCH, 2009,p. 39).Que estratgias so essas?Ativamos vrios tipos de conhecimento que temos armazenados na memria. Segundo Koch (2009), para processarmos um texto, recorremos a trs grandes sistemas de conhecimento: Lingustico. Enciclopdico. Interacional.

Papel da escola: formar leitores O papel da escola tematizar os gneros relacionados proficincia cidad, possibilitando aos sujeitos agirem/atuaremcom maior eficincia na vida em sociedade. Para tanto, importante desenvolver as competncias e habilidades para a efetiva formao do leitor proficiente.

Tema 5 O Lugar da Literatura nas Aulas de Lngua PortuguesaReflexo Aulas de lngua portuguesa (LP) ou de literatura? O que literatura? Como e por que ensinar literatura? Qual o espao e a importncia da literatura na sala de aula? Como motivar a leitura de clssicos da literatura no sculo XXI?

Aulas de LP ou Literatura? O ensino de lngua materna, desde as primeiras letras at o estudo da tradio literria, tem sido alvo de preocupao. Direcionar o foco de ensino para a literatura um tanto complexo, pois a prpria definio de literatura nem sempre consensual. Dentre os objetivos da disciplina de lngua portuguesa est o estudo das questes literrias, mas nem sempre isso ocorre de forma efetiva. Vrios so os motivos de no haver um estudo pleno da literatura nas aulas de LP: Diviso de tempo entre: leitura/produo textual/gramtica/literatura: tpicos que devero ser estudados nas aulas de LP.A diviso de tempo para atender demanda justa?A disciplina literatura existe em alguns currculos. (Instituies particulares.)

Definio de Literatura Ao propor a leitura de textos clssicos da literatura para os alunos, nem sempre o objetivo analisar a obra, as caractersticas do autor, do movimento literrio, contextualizando a obra com o momento scio-histrico. O texto utilizado como pretexto para estudo de pontos gramaticais, leitura etc. Muito raramente voc se depara com aulas de LP em que o objetivo central seja o de ensinar a ler e analisar textos literrios. Nesse sentido, ao perguntar: o que literatura?, os jovens tm dificuldade em responder ou apresentam definiessimplistas, como "so textos de fico". Definir literatura no tarefa fcil. Literatura tem origem na palavra latina littera,que significa letra. Existem diversas definies e tipos de literatura: pode ser uma arte, uma profisso, um conjunto de produes etc.Literatura a arte de criar e compor textos, sendo muitos os tipos de produes literrias:Poesia, prosa, fico, romance, literatura mdica, tcnica, popular, cordel etc.

A Importncia da Literatura na Sala de Aula A leitura do texto literrio colabora para que no haja fragmentao do conhecimento, pois ela vai ajudar o aluno a relacionar assuntos e temas. A leitura promove tambm a articulao entre os saberes. nos estudos literrios que os alunos satisfazem suas curiosidades e desenvolvem atitudes crticas em relao ao mundo. H tambm a relao afetiva estabelecida entre texto e leitor. uma disciplina de base formativa, um saber idiomtico.

PCN Literatura Nos PCNs para o ensino mdio(BRASIL, 2002a) e nos PCN+ (BRASIL, 2002b), documento que complementa o anterior. Faz-se meno ao aprendizado da lngua e da literatura por meio do texto literrio. No entanto, a literatura no vista como uma disciplina com contedos e objetivos especficos. Recomenda o desenvolvimento de competncias e habilidades direcionadas para os usos reais da lngua nos vrioscontextos sociocomunicativos. O professor precisa gostar de ler e apreciar os textos literrios, clssicos ou no. A motivao deve partir, principalmente, do professor.

Pontos Negativos na Aula de LiteraturaLer como tarefa obrigatria, sem critrios.Avaliar a leitura exigindo provas, resumos e questionrios.Ignorar a preferncia de cada um.

Pontos Positivos na Aula de LiteraturaAmpliar os debates sobre os textos colabora no envolvimento da turma.Geralmente na infncia, na adolescncia, nas devidas fases escolares e nos nveis de aprendizado que se iniciam as preferncias pessoais. Isso deve ser respeitado e aproveitado para a insero do gosto pela leitura.

O Ensino de Literatura O professor deve mediar o ensino de literatura sem perder de vista que a literatura dialoga com a histria social e apoetiza. No entanto, esta no reproduzida fielmente, razo pela qual o que deve ser promovido o ensino da arte literria como objeto esttico e no histrico. A obra de arte nunca reflete a realidade plenamente. Isso acontece, conforme Vigotsky (2003), pois a literatura uma recriao da realidade, que representa um produto complexo, criado com elementos da realidade, ao qual se agrega outros elementos alheios a determinadas realidades.

Por que Ler e Ensinar LiteraturaA inteno de ir muito alm do hbito de ler.A leitura de poesias, romances dentre outros conduz ao mundo das emoes, das reflexes, da imaginao etc. Isso ocorre a partir das interpretaes e produes de sentidos que o leitor cria durante o processamento da leitura. A leitura de romances nos faz adentrar em mundos imaginrios, ficar em contato com as personagens, vivenciar os conflitos da trama etc. O fato de agregar o ensino de literatura s prticas de leitura faz toda a diferena na formao do leitor proficiente.

Como Formar um Leitor No h um nico modo de se tornar um leitor. Voc que no aprecia muito a leitura, pode iniciar por textos curtos de linguagem simples e depois adotar aos poucos os mais complexos. Trocar experincias de leituras promove o enriquecimento vocabular, alm da percepo do significado criado pelo outro. Filiar-se s comunidades leitoras na internet vai colaborar com a troca de indicaes de textos e autores.

Como Incentivar a Leitura dos Clssicos na Atualidade? Qual a motivao do professor de literatura na sua prtica? O que ensinar literatura para o docente?Falar das escolas literrias e suas caractersticas.poca em que as obras foram escritas.Destacar obras e mostrar sua importncia.Fazer estudo da vida do autor. Depende do objetivo da aula de literatura. O estudo dos tpicos levantados anteriormente importante, mas fica difcil a motivao para os estudos literrios. Qual a leitura (literatura) que o aluno do mundo contemporneo est fazendo? Os alunos leem O Cdigo da Vinci; Harry Potter ou Crepsculo; isso pode ser negativo em relao leitura dos clssicos? Qual o problema de ler os best-sellers? Muitos docentes vo critic-los. Outros usaro os best-sellers como ferramenta para conduzir alunos leitura dos clssicos.

Agora a sua vez possvel propor atividades na aula de literatura a partir desta imagem? (mapa do Brasil em branco)Algumas possibilidades para criao literria a partir de combinaes: Adoo da msica Brasil do Cazuza a palavra cara. Hino Nacional (riqueza de adjetivos). Aquarela do Brasil dialogia com Cano do Exlio (Gonalves Dias).

Como deve ser a postura do professor de lngua portuguesa no planejamento de suas aulas de literatura e diante das bibliotecas escolares. Vamos analisar e verificar qual a afirmao mais adequada.a) O professor deve recorrer biblioteca escolar, pois ela est repleta de livros paradidticos distribudos pelo governo.b) O professor deve utilizar, exclusivamente, os livros da biblioteca escolar, pois este o acervo ao qual os alunos tm acesso.c) O professor deve solicitar gesto da escola que providencie a compra de livros best-sellers para o acervo da biblioteca.d) O professor deve selecionar na biblioteca os livros com linguagem fcil e tambm os livros dos quais ele tem certeza de que os alunos vo gostar.e) O professor deve ser bastante criterioso na escolha de textos literrios consagrados, no se limitando ao acervo de sua biblioteca.

Para Riolfi e colaboradores (2008), as aulas de literatura devem ir alm do trabalho com a lista de livros mais vendidos, os chamados best-sellers. Considerando que os livros mais vendidos so tambm os mais consumidos pelos jovens da sociedade contempornea, justifique por que os autores se contrapem ao uso desses livros nas aulas de literatura.Para os autores, as aulas de literatura devem contemplar os textos literrios, uma vez que os best-sellers j so conhecidos pelos alunos, razo pela qual preciso exp-los aos textos literrios, com os quais eles ainda no tiveram contato e cujo valor social e cultural ainda maior.

FinalizandoReflexo Aulas de lngua portuguesa ou de literatura? O que literatura? Como e por que ensinar literatura? Qual o espao e a importncia da literatura na sala de aula? Como motivar a leitura de clssicos da literatura no sculo XXI?

Aulas de LP ou Literatura?Diviso de tempo entre: leitura/produo textual/gramtica/literatura: tpicos que devero ser estudados nas aulas de LP.A diviso de tempo para atender demanda justa?A disciplina literatura existe em alguns currculos. (Instituies particulares.)

Definio de Literatura Definir literatura no tarefa fcil. Literatura tem origem na palavra latina littera, que significa letra. A literatura arte de criar e compor textos. Existem diversas definies e tipos de literatura: pode ser uma arte, uma profisso, um conjunto de produes etc.

A Importncia da Literatura na Sala de Aula A leitura do texto literrio colabora para que no haja fragmentao do conhecimento, pois ela vai ajudar o aluno a relacionar assuntos e temas. A leitura promove tambm a articulao entre os saberes.

PCN Literatura Nos PCNs para o Ensino Mdio(BRASIL, 2002a) e nos PCN+ (BRASIL, 2002b), documento que complementa o anterior. Faz-se meno ao aprendizado da lngua e da literatura por meio do texto literrio. No entanto, a literatura no vista como uma disciplina com contedos e objetivos especficos. Recomenda o desenvolvimento de competncias e habilidades direcionadas para os usos reais da lngua nos vrioscontextos sociocomunicativos. O professor precisa gostar de ler e apreciar os textos literrios, clssicos ou no. A motivao deve partir, principalmente, do professor.

Pontos Negativos na Aula de LiteraturaLer como tarefa obrigatria, sem critrios.Avaliar a leitura exigindo provas, resumos e questionrios.Ignorar a preferncia de cada um.

Pontos Positivos na Aula de LiteraturaAmpliar os debates sobre os textos colabora para o envolvimento da turma.Geralmente na infncia, na adolescncia, nas devidas fases escolares e nos devidos nveis de aprendizado que se iniciam as preferncias pessoais. Isso deve ser respeitado e aproveitado para a insero do gosto pela leitura.

Por que Ler e Ensinar LiteraturaA inteno de ir muito alm do hbito de ler.A leitura de poesias, romances, dentre outros, conduz ao mundo das emoes, das reflexes, da imaginao etc. Issoocorre a partir das interpretaes e produes de sentidos que o leitor cria durante o processamento da leitura.

Como Incentivar a Leitura dos Clssicos na Atualidade? Qual a motivao do professor de literatura na sua prtica? O que ensinar literatura para o docente?Falar das escolas literrias e suas caractersticas.poca em que as obras foram escritas.Destacar obras e mostrar sua importncia.Fazer estudo da vida do autor. Depende do objetivo da aula de literatura. O estudo dos tpicos levantados anteriormente importante, mas fica difcil a motivao para os estudos literrios. Qual a leitura (literatura) que o aluno do mundo contemporneo est fazendo? Os alunos leem O Cdigo da Vinci; Harry Potter ou Crepsculo; isso pode ser negativo em relao leitura dos clssicos? Qual o problema de ler os best-sellers? Muitos docentes vo critic-los. Outros usaro os best-sellers como ferramenta para conduzir alunos leitura dos clssicos

Tema 6 Ensino de Lngua Portuguesa: nfase na EscritaReflexo Modalidades: oral e escrita. Tnel do tempo: Composio, Redao e Produo Textual. PCN e a escrita: tipos textuais gneros textuais. Produo textual: Refaco Verso.

Modalidades: Oral e EscritaLngua Oral Registro InformalRegistro Formal

Espontneo, com repeties e redundncias, proximidade entre interlocutoresMenos espontneo, policiado, repeties intencionais, distncia entre interlocutores

Movimento corporal e gestos vontade Poucos movimentos corporais e gestos mais comedidos

Expresso fisionmica acentuada Expresso fisionmica mais policiada

Entoao faz parte da comunicao (uso de rapidez, lentido, acento de intensidade, truncamentos...)Entoao intencional para realce (os elementos suprassegmentais so usados com parcimnia)

Modalidades: Oral e EscritaLngua EscritaRegistro InformalRegistro Formal

Geralmente espontneo, repeties intencionais, proximidade entre os interlocutoresMenos espontneo, controlado, conciso, distncia entre interlocutores

Uso de recursos grficosUso de recursos grficos

Esttica livre (imita um pouco a esttica padro)Esttica padro do gnero discursivo adequado situao comunicativa

Recursos grficos e palavras escritasRecursos grficos e palavras escolhidas

A Escrita: Tnel do Tempo A rdua tarefa de produzir texto ao longo das dcadas. Da composio Produo Textual. Da gravura aos gneros textuais.Composio/Redao/Produo TextualDefinio de Tipo e Gnero Textual Os gneros so definidos pelos PCNs de LP como: formas relativamente estveis de enunciados, disponveis na cultura. Bakhtin (1992, p. 279) define os gneros do discurso como tipos relativamente estveis de enunciados constitudoshistoricamente e que mantm uma relao direta com a dimenso social. So determinados pela especificidade de uma dada esfera de comunicao.Tipos TextuaisAlm dos gneros textuais, pode-se identificar os tipos textuais que constituem ocorrncias lingusticas, ocorrncias de enunciados por meio das quais o autor constri:Uma narrao.Uma descrio.Uma argumentao.Uma exposio.Uma injuno.

Algumas Observaes sobre os Tipos TextuaisA expresso tipo de texto erroneamente usada e no designa um tipo, mas sim um gnero de texto.O anncio publicitrio no um tipo de texto e sim um gnero textual, assim como: Bilhete Receita de Bolo Carta ComercialEm todos estes gneros ocorrem tipos textuais. Assim, pode acontecer que o mesmo gnero realize dois ou mais tipos.Um texto tipologicamente variado (heterogneo).A carta pessoal pode conter uma sequncia narrativa, uma argumentao, uma descrio e assim por diante.Os textos so organizados a partir da:NARRAO= Ocorrncia temporalDESCRIO= Ocorrncia imperativaEXPOSIO= Ocorrncia de localizaoARGUMENTAO= Ocorrncia analtica INJUNO=Ocorrncia contrastiva explcita

Produo Textual: Refaco e Verso A refaco ou verso so processos da escrita. A produo de um texto demanda exerccio deliberado, planejado e repensado com a linguagem." (RIOLFI et al., 2008, p. 139) Portanto, escrever e reescrever so movimentos habituais e inerentes produo escrita. Nesse sentido, o aluno deve aprender que para toda escrita haver uma reescrita, pelo menos at o momento em que esse texto entrar em circulao.

PCN e a Refaco do Texto Os Parmetros Curriculares Nacionais de Lngua Portuguesa (BRASIL, 1998) regulam que a refaco deve ser adotada no como um processo de higienizao do texto, mas como forma de se reestrutur-lo, ou seja, como uma prtica de reviso textual, na qual possvel rasurar, substituir ou desprezar. A refaco permite ao professor criar atividades e exerccios que forneam ao aluno instrumentos para tcnicas de reviso. Paralelamente, auxilia o aluno a adotar um distanciamento do prprio texto, analisando-o criticamente.

Desafios nas Aulas de LP Riolfi e colaboradores (2008) argumentam que um dos maiores desafios enfrentados pelo professor de lngua portuguesa o de formar leitores de si mesmos. Os alunos muitas vezes no sabem analisar a prpria produo escrita, precisam ser treinados para isso. Escrever uma tarefa mecnica: objetivo -entregar ao professor. Assim, "no h compreenso de que a escrita produo de reflexo, de trabalho com a linguagem" (RIOLFI et al., 2008, p.140).

O que Observar na Reviso Textual Ao revisar o texto, o aluno deve ser incentivado a observar como a ausncia de elementos textuais e/ou de recursoslingusticos necessrios pode provocar efeitos e sentidos truncados durante a leitura. Clareza nas ideias colocadas (argumentos). Problemas ortogrficos. Adequao da linguagem: formal/informal. Problemas sintticos: estruturao das frases. Coeso e coerncia, dentre outros aspectos que promovam o entendimento do seu texto.

A Refaco como Aliada na LP Dessa maneira, percebe-se que a refaco uma ferramenta aliada do professor de lngua portuguesa no processo de ensino da escrita. A refaco permite ao aluno refletir e rever seu processo de produo textual, descobrindo na escrita a arte de tecersentidos por meio de palavras.

Agora sua vez Para os Parmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998), a refaco relevante no ensino de lngua portuguesa, pois faz parte do processo da escrita. Com base nessa afirmao, vamos analisar duas contribuies da atividade de refaco paraa aprendizagem da lngua escrita. 1 Segundo Riolfi e colaboradores (2008), toda escrita prev uma reescrita. Assim, a refaco incentiva o aluno a revisar o texto escrito por ele e a observar melhor a estrutura empregada.2 A refaco conduz o aluno autoanlise, autocrtica. Ele se torna autor por meio da escrita e leitor de si mesmo na reescrita, alm de pontuar os problemas enfrentados em relao construo textual ortogrfica, sinttica e temtica. Riolfi e colaboradores (2008) criticam a forma como as atividades de ensino da escrita findam na escrita individual ecoletiva ou em correes sem explicaes e discusses. Pensando nesse cenrio, vamos refletir sobre possveis intervenes que o professor de lngua portuguesa pode propor no ensino da escrita.

1. Demonstrar a diferena entre textos curtos e textos longos. Escrita simples e complexa (bilhete/carta comercial).2. Apresentar ao aluno textos literrios, com os quais o aluno poder observar as diferentes estruturas textuais.3. Realizar correes textuais como estratgia de melhorar a escrita e no apenas corrigir pontos gramaticais.4. Propor a refaco como uma interveno produtiva, que identifica pontos de maior ateno (analisar, rever, reescrever).

Os gneros textuais acontecem de que forma?Oral: linguagem falada. Ex: bate-papo, telefonema, jornal falado.Escrita:linguagem escrita. Ex: bula, bilhete, e-mail, comunicado.Multimodal:diversas modalidades de linguagem, como escrita, imagens, fala e gestos. Ex: anncio publicitrio, charge, capa de revista.

Como est organizada cada esfera da atividade humana em relao s produes textuais? Interpessoal: carta, bilhete, e-mail, conversa. Jornalstica: notcia, reportagem, editorial. Religiosa: sermo, orao, reza, catecismo. Sade: receita mdica, bula de remdio, atestado mdico. Comercial: nota de compra, fatura, boleto. Jurdica: contrato, leis, regimento, estatuto, certido. Publicitria: anncio, cartaz, folheto, outdoor. Lazer: piada, adivinha, histria em quadrinhos. Ficcional: conto, poema, pea de teatro, romances.

FinalizandoReflexo Modalidades: oral e escrita. Tnel do tempo: Composio, Redao e Produo Textual. PCN e a escrita: tipos textuais gneros textuais. Produo textual: Refaco Verso.

Definio de Tipo e Gnero Textual Os gneros so definidos pelos PCNs de LP como: formas relativamente estveis de enunciados, disponveis na cultura.Tipos TextuaisAlm dos gneros textuais, pode-se identificar os tipos textuais que constituem ocorrncias lingusticas, ocorrncias de enunciados por meio das quais o autor constri:Uma narrao. / Uma descrio. / Uma argumentao. / Uma exposio. / Uma injuno.

Os textos so organizados a partir da:NARRAO= Ocorrncia temporalDESCRIO= Ocorrncia imperativaEXPOSIO= Ocorrncia de localizaoARGUMENTAO= Ocorrncia analtica INJUNO=Ocorrncia contrastiva explcitaProduo Textual: Refaco e Verso A refaco ou verso so processos da escrita. A produo de um texto demanda exerccio deliberado, planejado e repensado com a linguagem." (RIOLFI et al., 2008, p.139) Portanto, escrever e reescrever so movimentos habituais e inerentes produo escrita. Nesse sentido, o aluno deve aprender que para toda escrita haver uma reescrita, pelo menos at o momento em que esse texto entrar em circulao.

PCN e a Refaco do Texto Os Parmetros Curriculares Nacionais de Lngua Portuguesa (BRASIL, 1998) regulam que a refaco deve ser adotada no como um processo de higienizao do texto, mas como forma de se reestrutur-lo, ou seja, como uma prtica de reviso textual, na qual possvel rasurar, substituir ou desprezar. A refaco permite ao professor criar atividades e exerccios que forneam ao aluno instrumentos para tcnicas dereviso. Paralelamente, auxilia o aluno a adotar um distanciamento do prprio texto, analisando-o criticamente.

Desafios nas Aulas de LP Riolfi e colaboradores (2008) argumentam que um dos maiores desafios enfrentados pelo professor de lngua portuguesa o de formar leitores de si mesmos. Os alunos muitas vezes no sabem analisar a prpria produo escrita, precisam ser treinados para isso. Escrever uma tarefa mecnica: objetivo -entregar ao professor. Assim, "no h compreenso de que a escrita produo de reflexo, de trabalho com a linguagem" (RIOLFI et al., 2008, p.140).

O que Observar na Reviso Textual Ao revisar o texto, o aluno deve ser incentivado a observar como a ausncia de elementos textuais e/ou de recursoslingusticos necessrios pode provocar efeitos e sentidos truncados durante a leitura. Clareza nas ideias colocadas (argumentos). Problemas ortogrficos. Adequao da linguagem: formal/informal. Problemas sintticos: estruturao das frases. Coeso e coerncia, dentre outros aspectos que promovam o entendimento do seu texto.

A Refaco como Aliada na LP Dessa maneira, percebe-se que a refaco uma ferramenta aliada do professor de lngua portuguesa no processo de ensino da escrita. A refaco permite ao aluno refletir e rever seu processo de produo textual, descobrindo na escrita a arte de tecersentidos por meio de palavras.

Tema 7 As Intervenes do Professor no Ensino da Leitura e da Escrita: Identificando os Objetos de Anlise

Reflexo Leitura e Escrita: desafios constantes. Noo do certo e do errado (norma culta e coloquial). Como feita a mediao no ensino de leitura e escrita nas aulas de LP atualmente? Objetivo do ensino da leitura e escrita nas aulas de LP. Objetos de anlise lingustica na Leitura e escrita (gneros textuais).

Ensino de LPDefinir o objeto de estudo da lngua portuguesa no tem sido tarefa fcil para muitos docentes.As certezas que se tinham no passado sobre o ensino de LP tem sido reavaliadas por estudos mais recentes (RIOLFI et al., 2008).Dentre essas certezas est a concepo do certo e errado Certo valorizao da norma culta. Errado desvalorizao uso das variantes lingusticas. natural que o ensino da norma culta deve ser abordado na aula de lngua portuguesa. Os linguistas no negam isso, o que se defende que a noo de "certo e errado" seja revista. Nesse sentido, o professor deve apresentar aos alunos o uso adequado das variedades lingusticas (incluindo a norma padro) conforme o contexto discursivo. Marcos Bagno (1999) diz que pensar no uso da lngua como pensar no uso do vesturio, a ocasio que determina se voc deve ir de traje fino ou casual. Ex: traje de praia entrevista de emprego. terno praia.Assim, voc pode observar a existncia da diversidade de recursos da linguagem que o aluno deve ter acesso para aprender a explorar seus efeitos de sentido, seja para reconhec-los durante o processo de leitura, seja para utiliz-los na sua produo escrita.

O ensino da Leitura e da Escrita h algumas dcadas Leitura decodificadora: entonao, pronncia, pausa etc.Exerccios a partir da leitura de um texto: estruturais, foco na gramtica.Escrita desvinculada da leitura: composio sem uma prvia reflexo. Uso de figuras, pinturas.

O desafio de aprender leitura e escrita O processo de aprendizagem da leitura e da escrita bastante complexo, no entanto primordial para a comunicao.A prtica da leitura e escrita deve ocorrer diariamente, assim a proficincia ser alcanada. O desafio desta prtica tem incio na alfabetizao. Para Soares (2013), no basta ensinar o aluno a ler e escrever palavras, preciso form-lo para se tornar "leitor e produtor de textos".Ler e escrever adequadamente colabora na aquisio de novos saberes. Proporciona relacionamento interpessoal, fator importante na comunicao. Um indivduo que no conseguiu uma plena alfabetizao certamente encontrar dificuldades no ato de ler e ou escrever textos.

Leitura e Escrita na aula de LPComo era a prtica de ensinar ler e escrever h alguns anos atrs? O objetivo era analisar frases descontextualizadas, conjugao verbal. Como deve ser a prtica do professor de LP no que tange o ensino de ler e escrever atualmente?Objetivo est voltado para a formao de leitores e produtores de textos proficientes.Ser que ficou para trs a anlise de frases soltas e a decoreba de nomenclaturas?O professor atualmente deve ter uma postura diferente quando faz a mediao ao ensinar a interpretar e compreender o texto? A anlise lingustica do texto deve ser ensinada, pois o objeto de estudo. Neste espao que se trabalha a gramtica de forma contextualizada. De acordo com Jacqueline Peixoto Barbosa, docente da Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo (PUC-SP) "a gramtica precisa estar a servio das prticas de linguagem e adquirir esse conhecimento leva tempo para os alunos.Conforme os conceitos so desvendados, os alunos aprendem como a Lngua funciona, alm de deix-los pessoas crticas e conscientes de como fazer e compreender a leitura e a escrita com maior eficincia.Infelizmente na maioria das escolas o ensino da gramtica continua descontextualizado, no h a articulao com o texto lido. A anlise lingustica a partir dos gneros textuais parece ser mais eficaz na medida em que o aluno percebe a funo social de cada gnero escrito ou oral. Ento, para Marcuschi (2008, p. 155) Gneros textuais so os textos que encontramos na nossa vida diria e que apresentam padres sociocomunicativos caractersticos definidos por composies funcionais, objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na integrao de foras histricas, sociais, institucionais e tcnicas.Os gneros apresentam finalidade comunicativa e organizao recorrentes.Assim, em relao a um gnero textual, podemos perguntar: Qual a finalidade comunicativa? Como se organiza?Dessa forma, podemos dizer que nos comunicamos por meio de gneros. Tudo leva a crer que existe um saber social comum atravs do qual, ns, usurios da lngua, nos orientamos para decidir qual gnero textual devemos utilizar em cada contexto de comunicao. Manual de Instruo geladeira consul

Agora sua vezAtividade Questo 1: Riolfi e colaboradores (2008) dizem que o objeto de estudo da lngua portuguesa : a) O ensino da norma padro tambm reconhecida como norma culta, variedade lingustica que regula a escrita.b) O ensino da gramtica da lngua portuguesa, sua estrutura, regras de funcionamento, elementos e aspectos gramaticais.c) O estudo dos diversos modos de funcionamento da nossa lngua para a produo de efeitos de sentido.d) O ensino da escrita "correta", em oposio a formas de escritas "erradas", ou seja, quelas que no correspondem lngua da escola.Gabarito Questo 1 Alternativa C.

Atividade Questo 2: A intertextualidade consiste em um dos vrios recursos da lngua para se produzir diferentessentidos de efeitos atravs da escrita. Diante disso, vamos conceitu-la e em seguida analisar um exemplo que apresenteintertextualidade e como voc poderia utiliz-lo no ensino da leitura e da escrita.A intertextualidade o dilogo entre diferentes textos. Significa interrelacionar, diretamente ou no, assuntos afins, em queos conhecimentos so reunidos e voltados para a anlise e verificao do mesmo objeto de estudo. Ela pode se dar tambm em diferentes manifestaes artsticas, por exemplo, entre pinturas, esculturas, arquitetura e outras.Exemplo na Publicidade quadro monalisa e publicidade Bombril como monalisa Leitura: observar a funo e as caractersticas de cada figura. Escrita: descrio, narrao e at argumentao. A intertextualidade na publicidade possui a funo no s de persuadir o leitor como tambm de difundir a cultura, uma vez que se trata de uma relao com a arte (pintura, escultura, literatura).

FinalizandoReflexo Leitura e Escrita: desafios constantes. Noo do certo e do errado (norma culta e coloquial). Como feita a mediao no ensino de leitura e escrita nas aulas de LP atualmente? Objetivo do ensino da leitura e escrita nas aulas de LP. Objetos de anlise lingustica na Leitura e escrita (gneros textuais).

Ensino de LPDefinir o objeto de estudo da lngua portuguesa no tem sido tarefa fcil para muitos docentes. As certezas que se tinham no passado sobre o ensino de LP tem sido reavaliadas por estudos mais recentes (RIOLFI et al., 2008).Voc pde observar a existncia da diversidade de recursos da linguagem que o aluno deve ter acesso para aprender aexplorar seus efeitos de sentido, seja para reconhec-los durante o processo de leitura, seja para utiliz-los na sua produo escrita.

O Ensino da Leitura e da Escrita h algumas dcadas Leitura decodificadora: entonao, pronncia, pausa etc. Exerccios a partir da leitura de um texto: estruturais, foco na gramtica. Escrita desvinculada da leitura: composio sem uma prvia reflexo. Uso de figuras, pinturas.

O Desafio de Aprender Leitura e Escrita O processo de aprendizagem da leitura e da escrita bastante complexo, no entanto primordial para a comunicao. A prtica da leitura e escrita deve ocorrer diariamente, assim a proficincia ser alcanada. O desafio desta prtica tem incio na alfabetizao.Ler e escrever adequadamente colabora na aquisio de novos saberes. Proporciona relacionamento interpessoal, fator importante na comunicao. Um indivduo que no conseguiu uma plena alfabetizao certamente encontrar dificuldades no ato de ler e ou escrever textos.

Leitura e Escrita na aula de LPComo era a prtica de ensinar ler e escrever h alguns anos atrs? O objetivo era analisar frases descontextualizadas, conjugao verbal.Como deve ser a prtica do professor de LP no que tange o ensino de ler e escrever atualmente? Objetivo est voltado para a formao de leitores e produtores de textos proficientes.Ser que ficou para trs a anlise de frases soltas e a decoreba de nomenclaturas? O professor atualmente deve ter umapostura diferente quando faz a mediao ao ensinar a interpretar e compreender o texto? A anlise lingustica do texto deve ser ensinada, pois o objeto de estudo. Neste espao que se trabalha a gramtica de forma contextualizada. De acordo com Jacqueline Peixoto Barbosa, docente da Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo (PUC-SP) "a gramtica precisa estar a servio das prticas de linguagem e adquirir esse conhecimento levatempo para os alunos.Conforme os conceitos so desvendados, os alunos aprendem como a Lngua funciona, alm de deix-los pessoas crticas e conscientes de como fazer e compreender a leitura e a escrita com maior eficincia. Infelizmente na maioria das escolas o ensino da gramtica continua descontextualizado, no h a articulao com o texto lido. A anlise lingustica a partir dos gneros textuais parece ser mais eficaz na medida em que o aluno percebe a funo social de cada gnero escrito ou oral.Os gneros apresentam finalidade comunicativa e organizao recorrentes. Assim, em relao a um gnero textual, podemos perguntar: Qual a finalidade comunicativa? Como se organiza?Dessa forma, podemos dizer que nos comunicamos por meio de gneros. Tudo leva a crer que existe um saber social comum atravs do qual, ns, usurios da lngua, nos orientamos para decidir qual gnero textual devemos utilizar em cada contexto de comunicao.MANUAL DE INSTRUO

Tema 8 Contribuies do Trabalho com o Texto Narrativo para o Ensino da Lngua PortuguesaReflexo Oralidade como ponto de partida para reflexes sobre a LP. Consideraes sobres as narrativas. Elementos do texto narrativo. Exemplo de estrutura narrativa. PCN o texto na sala de aula (gneros textuais)

Ponto de Partida: O Ensino de LPA lngua oral se constitui num excelente ponto de partida para o desenvolvimento das reflexes sobre a lngua, por se tratarde um fenmeno mais prximo do educando, e por entreter com a lngua escrita interessantes relaes [...]. Sem dvida, a lngua escrita, a includa a lngua literria, continuar a ser objetivo da escola, mas vejo isto como ponto de chegada. (CASTILHO, 1998)

A Funo da Oralidade Costumeiramente os adultos contam histrias reais e fictcias para as crianas. Nesse sentido, essas histrias ajudam-nasa organizar o pensamento e perceber a estrutura de uma narrativa, podendo, assim, criar suas prprias histrias sobre si,sobre os outros e sobre o mundo. Por isso o uso das narrativas importante na formao do sujeito, alm de propiciar um bom planejamento pedaggico quando elas forem usadas como estratgias de anlise e interveno na produo escrita. A prtica de contar histrias primordial para o processo de ensino-aprendizagem, pois ativa a criatividade e a imaginao dos alunos direcionando-os reflexo a respeito dos temas trabalhados em aula. Se forem utilizadas apenas como passatempo, essas prticas no atingiro o objetivo final (reflexo). Portanto, se no houver um propsito definido, o trabalho em sala de aula com textos narrativos ficar vazio.

As Narrativas No campo terico, Silva (2003, p. 117) afirma que o discurso narrativo apresenta grande destaque, pois "oferece uma fonteinesgotvel de manifestaes em nvel lingustico, cognitivo e social". Moita Lopes (2002) um estudioso em analisar as narrativas por meio de uma perspectiva social. Para o autor, as narrativas assumem um papel crucial na vida do sujeito, pois contar histrias sobre si, sobre o outro e sobre o mundo favorece a construo de sentidos envolvendo seu prprio lugar na sociedade, assim como o lugar do outro, pois: por meio das histrias que escutam [...] que as crianas aprendem os papis dos personagens que desempenham no drama no qual nasceram e como as coisas do mundo so. (MACINTYRE, 1981, p. 201 apud MOITA LOPES, 2002, p. 57)

As Narrativas e a Literatura Segundo Riolfi e colaboradores (2008), a parceria entre o ensino de literatura (conto de fadas) e as narrativas (notcia) permite que o aluno perceba as diferenas entre os textos. Ela permite tambm a construo de sentidos e estabelece pontes para o dilogo incessante que a literatura mantm com as formas do mundo e suas prprias formas (RIOLFI et al., 2008). Do mesmo modo, o contato constante com a literatura permite ao aluno compreender melhor a estrutura narrativa, pois amplia seu repertrio de conhecimentos lingusticos e enciclopdicos (ou conhecimento de mundo) exigido para a leitura e ainterpretao de textos literrios.

Elementos da Narrativa Enredo a espinha dorsal da narrativa, o seu alicerce. A ausncia de enredo impossibilita a narrativa, ficando excludos todos os outros elementos desse tipo de texto. Fundamentados no enredo, os demais elementos vo sendo construdos e se relacionando entre si. Assim nasce a narrativa na forma de um texto coerente e lgico, com introduo, desenvolvimento e concluso. O enredo tambm se liga de forma plena s personagens, uma vez que sobre elas a histria a ser narrada. Um elementodepende do outro, como esclarece Antonio Candido: O enredo existe atravs dos personagens; as personagens vivem do enredo. Enredo e personagem exprimem, ligados, os intuitos do romance, a viso da vida que decorre dele, os significados e valores que o animam. (CANDIDO, 1987, p. 534).

Partes do Texto Narrativo O ato de narrar ou contar uma histria verdica ou de fico ganha sentido se seus elementos principais forem contemplados: Espao o local onde ocorrem os fatos, onde h o movimento das personagens. O espao fsico caracteriza o enredo e o psicolgico retrata a vivncia subjetiva das personagens. Tempo o desencadeamento dos fatos. Constitui-se pelo cronolgico, formado pelas horas, pelo dia,ms,ano,marcadospelo relgios e calendrios. Psicolgico so as memrias, os sentimentos vividos pelas personagens e intrinsecamente relacionados com acaracterstica pessoal de cada um. Personagens elemento fundamental, sem o qual no existe o enredo. H personagens (principais) heris, viles,etc. H personagens (secundrias), que no se destacam tanto na trama (suporte).Narrador aquele que narra a histria, faz mediao entre a histria contada e o leitor/ouvinte.H trs modalidades de narrador:Narrador-personagemele narra e atua ao mesmo tempo. Pessoa verbal: 1.Narrador-observador descreve os fatos da narrativa, mas no se envolve. Usa-se a 3 pessoa.Narrador onisciente conhece tudo do enredo e das personagens, relata sentimentos, pensamentos de um modo que supera a imaginao. Muitas vezes o leitor pode confundir se a voz da personagem ou a do narrador. Usa-se o discurso indireto livre. Todas essas partes esto presentes no enredo do texto narrativo, por meio do qual o leitor cria expectativas. O desfecho de um enredo vai depender do que o narrador tem em mente para aquela histria. Final da narrativa pode ser: feliz, infeliz, trgico, cmico etc...

O Percurso do Texto na Sala de Aula A ideia de que o texto primordial para o ensino e a aprendizagem de Lngua Portuguesa vem sendo colocada hdcadas. Para Brando (2001, p. 17), o texto no trabalhado na abordagem textual discursiva, ou seja, uma concepo scio-interacionista de linguagem centrada na problemtica da interlocuo.

PCN O Texto na Sala de Aula Com a chegada dos PCNs o texto ficou em evidncia nas aulas de Lngua Portuguesa. Com base neles, a proposta sobre o ensino de leitura e produo de texto deve ser ancorada aos gneros textuais. Dessa maneira, a ideia de gnero necessita serEntendida como objeto de ensino (PCNs3 e 4 ciclos do ensino fundamental). crucial que o professor apresente para os alunos os tipos e os gneros textuais que fazem parte da vida deles e os que circulam na sociedade. Os alunos precisam saber que os textos no se restringem apenas a: descrio, narrao e dissertao, modelos tradicionais de um ensino de produo textual que se perpetua h dcadas nas salas de aulas brasileiras. O professor deve apresentar aos alunos que o texto uma produo diria, que ocorre nos momentos de comunicao feita tanto na modalidade escrita quanto na oral.

Agora a sua vezAtividade 1 atravs das histrias que escutam [...] que as crianas aprendem os papis dos personagens que desempenham no drama no qual nasceram e como as coisas do mundo so (MACINTYRE, 1981, p. 201 apud MOITA LOPES, 2002, p. 57).Analisando a afirmao anterior, pode-se afirmar que:a) O ensino das narrativas deve ser centrado nos aspectos lingusticos, ou seja, nas convenes da escrita.b) As narrativas influenciam na construo de sentidos sobre o lugar que se ocupa na sociedade, bem como no estabelecimento de identidades sociais.c) Por meio do contato com as narrativas, as crianas compreendem que imprescindvel caracterizar e nomear os personagens das histrias.d) As histrias orais, que as crianas ouvem desde muito cedo, no tm correlao com a organizao do texto narrativo escolar.Gabarito Alternativa B A questo oportuna para reforar a infinidade de formas possveis de explorar a narrativa, deslocando a concepo quemuitos docentes adotam de centrar as anlises da narrativa no ensino das convenes da escrita.

Atividade 2 De que forma as narrativas podem favorecer o ensino de literatura nas aulas de lngua portuguesa?Gabarito: De acordo com Riolfi e colaboradores (2008, p. 102), quando o aluno comea a "se familiarizar com a estrutura narrativa, comea a perceber as diferenas entre os textos, a construir sentidos e estabelecer pontes para o dilogo incessante que a literatura mantm com as formas do mundo e suas prprias formas". Assim,o contato com a literatura permite a compreenso das estruturas das narrativas, ampliando os conhecimentos lingusticos, enciclopdicos.

Atividade 3Sabe-se que o texto narrativo pode ser romntico, dramtico ou humorstico. Para que se produza uma histria envolvente, que desperte a expectativa do leitor, a narrativa deve tentar responder a quais perguntas?GabaritoO QU? o(s) fato(s) fundamentais e determinantes na histria.QUEM?a personagem ou as personagens. COMO? o enredo, a maneira como acontecem os fatos.ONDE? o local ou locais dos acontecimentos.QUANDO? o instante ou os instantes em que ocorrem os fatos.POR QU? a causa do ocorrido.

FinalizandoReflexo Oralidade como ponto de partida para reflexes sobre a LP. Consideraes sobres as narrativas. Elementos do texto narrativo. Exemplo de estrutura narrativa. PCN o texto na sala de aula (gneros textuais).

A Funo da Oralidade Costumeiramente os adultos contam histrias reais e fictcias para as crianas. As narrativas so importantes na formao do sujeito. Ativa a criatividade e a imaginao dos alunos direcionando-os reflexo a respeito dos temas trabalhados em aula. Se forem utilizadas apenas como passatempo, essas prticas no vo atingir o objetivo final (reflexo). Portanto, o trabalho em sala de aula com textos narrativos ficar vazio se no houver um propsito definido.

As Narrativas e a Literatura Segundo Riolfi e colaboradores (2008), a parceria entre o ensino de literatura (conto de fadas) e as narrativas (notcia) permite que o aluno perceba as diferenas entre os textos.

Elementos da Narrativa Enredo a espinha dorsal da narrativa, o seu alicerce. A ausncia de enredo impossibilita a narrativa, ficando excludos todos os outros elementos de uma narrativa. Fundamentados no enredo, os demais elementos vo sendo construdos e se relacionando entre si. Assim nasce a narrativa na forma de um texto coerente e lgico, com introduo, desenvolvimento e concluso.

Partes do Texto Narrativo O ato de narrar ou contar uma histria verdica ou de fico ganha sentido se seus elementos principais forem contemplados: Espao Local. Tempo Cronolgico/Psicolgico. Personagens principais e secundrios.Narrador narra a histria.Narrador-personagem narra e atua ao mesmo tempo. Pessoa verbal 1Narrador-observador descreve os fatos da narrativa, mas no se envolve. Usa-se a 3 pessoa.Narrador Onisciente conhece tudo do enredo e das personagens. Uso do discurso indireto livre. Todas essas partes esto presentes no enredo do texto narrativo, por meio do qual o leitor cria expectativas. O desfecho de um enredo vai depender do que o narrador tem em mente para aquela histria. Final da narrativa pode ser: feliz, infeliz, trgico, cmico etc...

O Percurso do Texto na Sala de Aula A ideia de que o texto primordial para o ensino e a aprendizagem de Lngua Portuguesa vem sendo colocada hdcadas. Para Brando (2001, p. 17), o texto no trabalhado na abordagem textual discursiva, ou seja, uma concepo sciointeracionista de linguagem centrada na problemtica da interlocuo.

PCN O Texto na Sala de Aula O professor deve apresentar aos alunos que o texto uma produo diria, que ocorre nos momentos de comunicao feita tanto na modalidade escrita quanto na oral. Uso dos gneros textuais nas aulas de LP

Tema 9 O Ensino da GramticaReflexo Viso histrica da gramtica, natureza e uso. Abordagens tericas: gramticos e linguistas. Diferentes abordagens de gramtica. Ensinar ou no ensinar gramtica? PCNs e o Ensino de Gramtica.

Viso Histrica A primeira gramtica: Pnini para o snscrito (hindu - hinos vdicos). Os gregos iniciaram estudo formal da gramtica a partir de uma perspectiva filosfica, descobrindo, assim, a estruturada lngua. Dionsio, o Trcio, gramtico grego, escreveu a "Arte da Gramtica", obra que serviu de base para as gramticas grega,latina e de outras lnguas europeias at o Renascimento. Em lngua portuguesa, a primeira gramtica conhecida da autoria de Ferno de Oliveira, foi publicada em Lisboa, em 1536, com o ttulo: Grammatica da lingoagem portuguesa.

Origem do Termo Gramtica Gramtica: do grego gramma (= letra), por sua vez de grpho (= risco). o estudo do sistema de uma lngua determinada.

A Natureza da Disciplina Gramatical Neves (2006) considera necessrio especificar claramente o Termo Gramtica. Gramtica como mecanismo geral que organiza as lnguas. (NEVES, 2006) Gramtica como disciplina mltiplas noes e lies.

Gramtica e sua Multiplicidade (NEVES, 2006) Modelo Normativo: conjunto de regras. Modelo Descritivo ou Expositivo: descreve os fatos de uma dada lngua. Modelo Estruturalista: descreve as formas e estruturas de uma lngua. Modelo Gerativo: sistema de regras que o falante aciona intuitivamente no entendimento de uma lngua.

Gramtica na Viso de Irand (2008) Muito alm da gramtica: por um ensino de lnguas sem pedras no caminho traz para o debate pblico a questo da gramtica e de seu ensino para que as pessoas possam ter um olhar diferente sobre a gramtica. A obra pretende desfazer equvocos criados em torno da gramtica. O foco do estudo direcionado para a viso cientfica. Segundo a autora, a escola no tem propiciado o ensino de gramtica nesta direo. Assim, a linguagem e as questeslingusticas despertam muito pouco interesse e quase nenhum fascnio. Nesse sentido, o estudo da Lngua no somente gramtica. No basta somente estudar nomenclatura, pois o discurso no se constitui de regras gramaticais e sim de contedo, organizao de ideias e coerncia. O estudo da lngua na viso da autora, inclui dois componentes: o lxico e a gramtica, que supe um uso em interaesque fatalmente compreendem a produo de textos e a situao de interao, incluindo as normas sociais de atuao. Para a autora, a norma socialmente prestigiada no a nica norma linguisticamente vlida.

Gramtica na Viso de Geraldi Criadas as condies para atividades interativas efetivas em sala de aula, quer pela produo de textos, quer pela leiturade textos, no interior destas que a anlise lingustica se d. (GERALDI, 1991, p. 189)

Gramtica na Viso de Bechara Em entrevista para a Revista Veja (junho/2011, p. 21), Bechara diz que preciso que se reconhea que a lngua cultarene infinitamente mais qualidades e valores. Ela a nica que consegue produzir e traduzir os pensamentos que circulam no mundo da filosofia, da literatura, das artes e das cincias (...)

Concepo e Tipos de Gramtica (TRAVAGLIA, 2006) 1 Gramtica norma culta: concebida como manual com regras de bom uso da lngua para expressar-se adequadamente. 2 Gramtica descritiva: descreve a estrutura e funcionamento da lngua, de sua forma e funo. 3 Gramtica internalizada: a lngua vista como um conjunto de variedades acionadas em determinada situaocomunicativa.

Gramtica: Possenti (2006) Para Possenti (2006, p. 30) saber falar significa saber uma lngua. Saber uma lngua significa saber uma gramtica, ouseja, para saber a gramtica no necessrio decorar regras ou fazer anlises morfolgicas e sintticas, basta ter oconhecimento intuitivo da lngua. Assim, pode-se dizer que saber uma gramtica saber dizer e saber entender frases. (p. 30-31). Para ele, as escolas ensinam o que os alunos j sabem, por isso falta tempo em ensinar realmente o que no sabem. Afirmaque a funo da escola ensinar a lngua padro, principalmente, a escrita, pois o grande problema est no domnio do textoe no da gramtica. Nesse sentido, o autor sugere que o ensino de gramtica praticado na escola deveria ser iniciado pela gramtica internalizada, seguida da descritiva e por ltimo a normativa.

Ensino de Gramtica Terica, Normativa, Reflexiva e de Uso Gramtica terica: identifica os elementos lingusticos e usa a metalinguagem na nomeao e classificao. Ex: Sublinhar os substantivos nas frases/textos. Classificao morfolgica e sinttica das palavras destacadas nas frases/textos. Gramtica normativa:apropriao das normas de bom uso da lngua para falar e escrever bem, de acordo com a variedadeculta, padro. Ex: Exerccios de uso adequado dos pronomes, concordncia, regncia etc. Gramtica reflexiva:Fica evidente fatos da estrutura e do funcionamento da lngua. Ao invs de mostrar a teoria gramatical, so sugeridos exerccios que evidenciam fatos j estabelecidos pelos especialistas. Ex: Em uma lista de disslabos, o alunodescobre a regra de acentuao dos disslabos tnicos. Ex: caf. Gramtica de uso: o foco est voltado para o conhecimento prtico da lngua. Pode e deve ser observada a partir detextos orais e escritos. Ex: Atividade de produo/compreenso textual. Exerccios de vocabulrio e de variedades da lngua.

O Ensino de Gramtica segundo os PCNs Os PCNs apontam que a referncia para o ensino no pode ser a gramtica tradicional. A metodologia no deve reproduzir o clssico percurso de definio, classificao e exercitao, centrado na anlise de Unidades menores como fonemas, palavras e frases.As atividades do eixo da reflexo caracterizam-se por serem: Uma prtica que parte da reflexo produzida pelos alunos mediante a utilizao de uma terminologia simples e se aproxima, progressivamente, pela mediao do professor, do conhecimento gramatical produzido. Isso implica chegar a resultados diferentes da gramtica tradicional, o que coloca a necessidade de busca de apoio em outros materiais e fonte. (BRASIL - MEC/SEF, 1998, p. 29)

Gramticos x Lingustas De um lado, os gramticos, de outro, os linguistas. Entre eles a problemtica: como ensinar gramtica nas escolas. Cada um defende seu ponto de vista e argumenta em prol de uma nova concepo de ensino referente linguagem escrita. Eles possuem mritos ao defenderem suas teses em favor do ensino da lngua portuguesa. Nesse embate sempre haver disputa de egos e ideologias.

Ensinar ou no Ensinar Gramtica? Por que o ensino de Gramtica vem sendo questionado? Qual a causa de tanta discusso? Ela deve ou no ser ensinada nas aulas de LP? Qual a postura de docentes e discentes sobre essa questo? Eles esto prontos para as novas prticas?

O que pensam alguns tericos? Estudiosos chamam a ateno para a questo do ensinar ou no gramtica. Eles consideram que o uso da lngua implica no conhecimento da respectiva gramtica. A gramtica o que sustenta o idioma e suas manifestaes de uso. Ento, a escola dever conduzir o aluno a este entendimento.

O que pensam alguns Docentes? Alguns docentes defendem o ensino da norma culta (gramtica normativa). Assim, os alunos poderiam perceber a relao entre as regras gramaticais e o uso destas e aplicariam s prticas textuais. Para eles o domnio das regras gramaticais evitariam construes como esta.

Agora sua vezAtividade 1 Sabe-se que nenhum falante, no seu dia a dia, expressa-se durante todo o tempo conforme a gramtica normativa. A partir de seus conhecimentos sobre o assunto, aponte quais so os espaos que mais se usa a norma padro. Pode-se fazer uma comparao entre: Uso de vestimentas e o uso da lngua em situaes formais e informais. Assim o uso da norma padro predomina nos seguintes contextos:Entrevista de emprego, palestra ou conferncia, para a escrita de um texto escolar/acadmico, para uma audinciajudicial.H contextos em que a norma padro tambm permitida, mas no necessria, por exemplo, conversa entre amigos.

Atividade 2 Qual o posicionamento terico de Possenti quanto ao papel da escola no que se refere ao ensino de Lngua Portuguesa?O objetivo da escola ensinar o portugus padro, ou talvez, mais exatamente, o de criar condies para que ele seja aprendido. Qualquer outra hiptese um equvoco poltico e pedaggico. A tese de que no se deve ensinar ou exigir o domnio do dialeto padro dos alunos que conhecem e usam dialetos no padres baseiam-se em parte no preconceito segundo o qual seria difcil aprender o padro. (POSSENTI, 2000, p. 17)

Atividade 3 Muitos estudiosos adotam trs tipos de gramtica, so elas:1. a gramtica normativa ou prescritiva.2. a gramtica descritiva.3. a gramtica internalizada.A partir desta colocao, correlacione a seguir o conceito de gramtica descrio adequada: (A) A gramtica normativa. (B) A gramtica descritiva. (C) A gramtica internalizada.( ) Se refere ao conjunto de regras que o sujeito, inconscientemente, mobiliza ao falar sem, necessariamente, saber descrever.( )Aceita a lngua em sua diversidade,ou seja, nas vrias possveis formas de funcionamento, compreendendo seu cartermutvel e heterogneo.( )Orienta que a norma padro deve ser seguida por todos os falantes e tudo que foge a essa variedade visto como erro.A sequencia correta : a) (C) - (B) - (A) b) (A) - (B) - (C) c) (B) - (C) - (A) d) (A) - (C) - (B) e) (C) - (A) - (B)

FinalizandoReflexo Viso histrica da gramtica, natureza e uso. Abordagens tericas: gramticos e linguistas. Diferentes abordagens de gramtica. Ensinar ou no ensinar gramtica? PCNs e o Ensino de Gramtica.

Primeira Gramtica Ferno de Oliveira-1536Gramtica na Viso de Irand (2008) Segundo a autora, a escola no tem propiciado o ensino de gramtica visando a linguagem por haver pouco interesse. Nesse sentido, estudar a Lngua no somente gramtica. O discurso no somente de regras gramaticais e sim decontedo, organizao de ideias e coerncia.

Gramtica na Viso de Geraldi Criadas as condies para atividades interativas efetivas em sala de aula, quer pela produo de textos, quer pela leiturade textos, no interior destas que a anlise lingustica se d. (GERALDI, 1991, p. 189)

Gramtica na Viso de Bechara Em entrevista para a Revista Veja (junho/2011, p. 21), Bechara diz que preciso que se reconhea que a lngua cultarene infinitamente mais qualidades e valores. Ela a nica que consegue produzir e traduzir os pensamentos quecirculam no mundo da filosofia, da literatura, das artes e das cincias (...)

Concepo e Tipos de Gramtica (TRAVAGLIA, 2006) 1 Gramtica norma culta: concebida como manual com regras de bom uso da lngua para expressar-se adequadamente. 2 Gramtica descritiva: descreve a estrutura e funcionamento da lngua, de sua forma e funo. 3 Gramtica internalizada: a lngua vista como um conjunto de variedades acionadas em determinada situaocomunicativa.

Gramtica: Possenti (2006) Para ele as escolas ensinam o que os alunos j sabem. Ele afirma que a funo da escola ensinar a lngua padro, principalmente a escrita, pois o grande problema est no domnio do texto e no da gramtica. O ensino deveria partir da gramtica internalizada, seguida da descritiva e por ltimo a normativa.

Ensino de Gramtica Terica, Normativa, Reflexiva, de Uso Gramtica terica:usa a metalinguagem na nomeao e classificao. Gramtica normativa: apropriao da norma culta. Gramtica reflexiva:evidencia fatos da estrutura e do funcionamento da lngua. Gramtica de uso:foco voltado para o conhecimento prtico da lngua.

O Ensino de Gramtica segundo os PCNs Uma prtica que parte da reflexo produzida pelos alunos mediante a utilizao de uma terminologia simples e se aproxima, progressivamente, pela mediao do professor, do conhecimento gramatical produzido. Isso implica chegar a resultados diferentes da gramtica tradicional, o que coloca a necessidade de busca de apoio em outros materiais e fonte. (BRASIL - MEC/SEF, 1998, p. 29)

Gramticos x Lingustas