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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS 8ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA- GOIÂNIA URBANISMO EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DA FAZENDA PÚBLICA MUNICIPAL DA COMARCA DE GOIÂNIA O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, representado pelo Promotor de Justiça de Urbanismo, que esta subscreve, no uso de suas atribuições legais, com fundamento nos arts. 127 e 129, incisos II e III, da Constituição Federal, no artigo 1º, inciso IV e VI, artigo 5º e 21 da Lei 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública) e artigo 25, IV, “a” da Lei Federal 8.625/93 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público), vem propor a presente AÇÃO CIVIL PÚBLICA CO M PEDIDO LIMINAR E OBRIGAÇÃO DE FAZER em face de: MUNICÍPIO DE GOIÂNIA, pessoa jurídica de direito público interno, inscrito no CNPJ nº 01.612.092/0001-23, representado por seu Prefeito ou Procurador (artigo 12, II, do CPC), instalado no Paço Municipal de Goiânia, sito à Av. do Cerrado, nº 999, qd. APM9, Park Lozandes, nesta Capital; CONTEMPORANE PARQUE FLAMBOYANT SPE LTDA. , pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº. Rua 23, esq. com Av.B, qd,A-6, Lt. 15/24,sala T-33, Ed. Sede do Ministério Público do Estado de Goiás, Jd. Goiás, Fone: 243 8097 - Cep: 74805-100 - Goiânia – Goiás - e-mail: [email protected]

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URBANISMO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DA FAZENDA PÚBLICA MUNICIPAL DA COMARCA DE GOIÂNIA

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS,

representado pelo Promotor de Justiça de Urbanismo, que esta

subscreve, no uso de suas atribuições legais, com fundamento nos arts.

127 e 129, incisos II e III, da Constituição Federal, no artigo 1º, inciso IV

e VI, artigo 5º e 21 da Lei 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública) e artigo

25, IV, “a” da Lei Federal 8.625/93 (Lei Orgânica Nacional do Ministério

Público), vem propor a presente

AÇÃO CIVIL PÚBLICA CO M PEDIDO LIMINAR E OBRIGAÇÃO DE FAZER em face de:

MUNICÍPIO DE GOIÂNIA, pessoa jurídica de direito público

interno, inscrito no CNPJ nº 01.612.092/0001-23, representado por seu

Prefeito ou Procurador (artigo 12, II, do CPC), instalado no Paço

Municipal de Goiânia, sito à Av. do Cerrado, nº 999, qd. APM9, Park

Lozandes, nesta Capital;

CONTEMPORANE PARQUE FLAMBOYANT SPE LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº.

Rua 23, esq. com Av.B, qd,A-6, Lt. 15/24,sala T-33, Ed. Sede do Ministério Público do Estado de Goiás, Jd. Goiás, Fone: 243 8097 - Cep: 74805-100 - Goiânia – Goiás - e-mail: [email protected]

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10854365000137, instalada na Rua 14, Quadra C-18, Lts. 15, 16, 17, 18

e 19, no Setor Jardim Goiás, CEP 74810180, nesta capital,

representada por seu sócio-administrador, Malkon Merzian, inscrito no

CPF/MF sob nº. 13686062100;

SPE INCORPORAÇÃO OPUS FLAMBOYANT 1 LTDA., inscrita

no CNPJ nº. 09.267.529/0001-40, com sede na Rua 14-A, Qd. B-31, Lts.

12/14-19/21, Setor Jardim Goiás, Goiânia-GO, na pessoa de seu

representante;

SPE PARQUE FLAMBOYANT 2 LTDA., inscrita no CNPJ nº.

09.232.878/0001-27, com sede ao Largo Sete de Setembro, nº. 52, Sala

424 Parte, Centro, São Paulo-SP, na pessoa de seu representante;

TCI INPAR PROJETO IMOBILIÁRIO L'ESSENCE UNIQUE LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº.

09.262.305/0001-07, com sede na Rua 15, com rua 49, Qd.. C-02, Lt.

01, Setor Jardim Goiás, CEP 74.810-080, Goiânia-GO, na pessoa de

seu representante;

TCI PROJETO IMOBILIÁRIO L'ESSENCE ÉNERGIE SPE LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº.

09.262.305/0001-46, com sede na Rua 46, Qd. C-2, Lt. 33, Setor Jardim

Goiás, Goiânia-GO, CEP 74.805-440, na pessoa de seu representante;

e

TCI TOCANTINS CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº.

03.676.855/0001-25, instalada Rua 23, Quadra A-11, Lote 27, nº. 384,

Setor Jardim Goiás, CEP 74805-260, nesta capital, representada por

seu sócio-administrador, Marco Antônio de Castro Miranda, inscrito no

CPF/MF sob nº. 8125023100.

Rua 23, esq. com Av.B, qd,A-6, Lt. 15/24,sala T-33, Ed. Sede do Ministério Público do Estado de Goiás, Jd. Goiás, Fone: 243 8097 - Cep: 74805-100 - Goiânia – Goiás - e-mail: [email protected]

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I – DOS FATOS

Após a representação de profissionais de Engenharia e

Arquitetura, solicitando reunião entre o Ministério Público do Estado de

Goiás e outros interessados, dentre os quais o Município de Goiânia,

com o fito de tratar sobre as consequências ambientais, especialmente

no que tange à permeabilização do solo, resultantes das edificações do

Parque Ecológico Framboyant, no Setor Jardim Goiás, instaurou-se na

8ª Promotoria de Justiça - Urbanismo o procedimento investigatório de

nº. 835.

A representação assinada por profissionais de Engenharia e

Arquitetura já alertava para a garantia da sustentabilidade dos espelhos

d'água a serem preservados, bem como para a necessidade de

medidas voltadas à atenuação do impacto da impermeabilização do solo

em seu entorno e rebaixamento de lençol freático. Com efeito, esses

profissionais advertiam que:

"As áreas de preservação ambiental que possuem nascentes, para serem protegidas devem ter uma atenção especial no sentido de se manter áreas permeáveis em todo o seu entorno ou bacia de contribuição, e permitir a absorção das águas das chuvas para realimentar o lençol d'água aflorante.

Para reduzir o impacto das impermeabilizações do solo provocadas por pavimentação de ruas, calçadas e telhados das construções, o conceito de infiltração de água de chuva deve ser adotado em todos os lotes urbanos, em especial os localizados no entorno de nascentes. [...]

Por outro lado, na região mencionada, deve-se evitar a implantação de subsolos em edifícios, cuja profundidade possa alcançar ou ultrapassar o nível de lençol freático, o que provocará o contínuo rebaixamento do mesmo através de bombas hidráulicas, cuja consequência será o enfraquecimento ou até mesmo a morte irreversível das nascentes. [...]" (fls. 04/05 do Inquérito Civil Público - ICP) (Grifou-se).

Rua 23, esq. com Av.B, qd,A-6, Lt. 15/24,sala T-33, Ed. Sede do Ministério Público do Estado de Goiás, Jd. Goiás, Fone: 243 8097 - Cep: 74805-100 - Goiânia – Goiás - e-mail: [email protected]

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No decorrer das investigações ministeriais, apurou-se que a

área objeto das referidas edificações possui afloramento de lençol

freático e grande quantidade e qualidade de recursos hídricos,

principalmente nascentes. É cediço que o alto índice de

impermeabilização do solo prejudica a realimentação do lençol freático,

acarretando problemas no ciclo hidrológico, repercutindo em alterações

nas relações ecossistêmicas dos recursos hídricos do citado Parque

(como eutrofização das lagoas, impedimento de abastecimento das

nascentes pelo lençol freático, etc).

Em novembro de 2007, a Agência Municipal do Meio Ambiente

(AMMA) e a Secretaria Municipal de Planejamento (SEPLAM) firmaram

a Instrução Normativa n°. 001/07, aplicável aos empreendimentos

urbanísticos e da construção civil, da qual se transcreve os seguintes

dispositivos:

"Art. 4º - O percentual de área de permeabilidade, nos projetos urbanísticos, não poderá substituir o índice de área verde exigível, para implantação de equipamentos urbanos, espaços livres e áreas de preservação permanente;Art. 6º - Em função da necessidade de áreas verdes, a área de permeabilidade exigida nos projetos arquitetônicos não poderá ser integralmente substituída por caixas de recarga do lençol freático, conforme art. 128 da Lei Complementar nº. 171 de 29/05/2007;Art. 6º [SIC] - Todos os novos projetos de arquitetura e engenharia, sejam eles residenciais ou comerciais, prestadores de serviços e/ou indústrias ficam obrigados a implementar sistemas de retenção e/ou infiltração de águas pluviais, dotando de um volume de reservação mínima de 1,0 m³ para cada 200 m² de área de projeção impermeabilizada;Art. 8º - Fica proibido o rebaixamento permanente do lençol freático." (Grifou-se)

Instada a se manifestar acerca da existência de projetos

aprovados de habitações coletivas no entorno do Parque Municipal

Framboyant, respeitando o índice de permeabilidade, conforme o Plano Rua 23, esq. com Av.B, qd,A-6, Lt. 15/24,sala T-33, Ed. Sede do Ministério Público do Estado de Goiás,

Jd. Goiás, Fone: 243 8097 - Cep: 74805-100 - Goiânia – Goiás - e-mail: [email protected]

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Diretor, bem como sobre a transferência desse índice para outras áreas

conforme autorizava, à época, a Lei Complementar nº. 031/94, em seu

art. 134, §§ 1º a 4º, a SEPLAM atestou que todos os processos

existentes encontravam-se aprovados em virtude do respeito ao índice

de permeabilidade exigido pelo Uso do Solo que, à época, era de 10%

(fls. 35/39 do ICP).

Por derradeiro, o órgão ministerial requisitou da AMMA Parecer

Técnico, acompanhado de licenças ambientais, de modo a demonstrar

se a ocupação no entorno do Parque Municipal Flamboyant por

edificações de habitações coletivas (Quadra B-27, Lote 12; Quadra B-

19, Lote 17/18; Quadra B-25, Lote 11/13; Quadra B-19, Lote

11/12/13/14/21; Quadra C-2, Lote 07/08/09/30/31; Quadra B-31, Lote

12/13/14/19/20/21; Quadra B-30, Lote 14/15/16; dentre outros projetos)

foi realizada em respeito à legislação vigente referente ao índice de

permeabilidade. Em resposta, aquela Agência encaminhou o Relatório

Técnico nº. 313/2010 - GECRE (fls. 51/55 do ICP), do qual se extrai as

seguintes informações:

"Tais quadras encontram-se na área zona de amortecimento do Parque Framboyant, que é segundo a Instrução Normativa nº. 031/2009 de 100 metros. Como constatado pelo Parecer Técnico nº. 066/2010 - GECRE tais empreendimentos que se instalam nessa zona de amortecimento apresentam em função das condições topográficas (área caracterizada como Fundo de Vale) e projetos de arquitetura aprovados na SEPLAM, efetivo e potencial rebaixamento de lençol freático para instalação de subsolo e ainda para fundações.

O objetivo de tal Parecer foi o de alertar que a impermeabilização excessiva da área e ainda rebaixamentos de lençol freático já estão comprometendo a zona de saturação que mantém a lamina d'água dos lagos existentes no parque.

A adoção de poços de infiltração responsáveis pela complementação/substituição da área permeável contribui para infiltração, mas não se sabe a longo prazo os efeitos geotécnicos de infiltrações pontuais e rebaixamentos contínuos.

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Apresenta-se a seguir as informações referentes aos índices de permeabilidade e medidas mitigadoras adotadas pelas construções.

Quadra B-19/Lt. 11 a 14 e 21Processo: 32051413Razão Social: TCI Tocantins Construtora e Incorporadora Ltda/L'Essence du Parc.Manifestação da GECRE: Rel. Técnico nº. 412 - GESOLSituação Atual Obra: ConcluídoÁrea de Permeabilidade: Índice de 10% de permeabilidade a ser complementada por poços de infiltração.

Qd. B-30, Lt. 14 a 16Processo: 33766262Razão Social: SPE Parque Framboyant 2 Ltda/ Residencial Chateau Framboyant LifestyleManifestação da GECRE: Par. Técnico nº. 069/2008, Rel. Técnico nº. 285/2009, Rel. Técnico nº. 031/2010 e Rel. Técnico nº. 249/2010.Situação Atual Obra: Não construídoÁrea de Permeabilidade: Índice de permeabilidade de 10%, segundo informação de Uso do Solo. Adoção de caixa de retenção da água pluvial com volume de 5,16m³. Foi informado ao empreendedor através do Parecer Técnico nº. 69/2008 - GECRE e Relatório Técnico nº. 285 - GECRE, que está pendente a apresentação da distribuição e localização da área permeável.

Qd. B-31, Lt. 12 a 14 e 19 a 21Razão social: SPE Incorporação Opus Flamboyant 1 Ltda Residencial Imperador do ParkManifestação da GECRE: Rel. Técnico nº. 281/2008 Rel. Técnico nº. 363/2008Situação da Obra: em construçãoÁrea de Permeabilidade: Índice de permeabilidade de 10%, segundo informação de Uso do Solo, que permitiu ainda a adoção de caixa de retenção da água pluvial para substituição do índice de permeabilidade.

Qd. C-02, Lt. 01/04/05/06/32/33/34/35Processo: 34490589Razão Social: TCI Tocantins Construtora e Incorporadora Ltda/L'Essence Du lac e L'Essence Impaire/Étolie e L'Essence Energie e L'Essence UniqueManifestação da GECRE: Informe nº. 066/2010 - GECRE

Rua 23, esq. com Av.B, qd,A-6, Lt. 15/24,sala T-33, Ed. Sede do Ministério Público do Estado de Goiás, Jd. Goiás, Fone: 243 8097 - Cep: 74805-100 - Goiânia – Goiás - e-mail: [email protected]

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Situação Atual Obra: Em construçãoÁrea de Permeabilidade: Não foi apresentado no processo de licenciamento o quadro de áreas permeáveis; está previsto a implantação de poços de infiltração com 5 metros de profundidade. . Processo apresenta pendência de documentos prioritários para a manifestação conclusiva da GECRE." (Grifou-se).

O Parecer retromencionado atesta que, em decorrência das

edificações coletivas nas áreas aí descritas, é iminente a ocorrência de

danos ambientais, sendo necessária e útil (interesse processual) a

presente Ação Civil Pública para invocar a efetiva prestação jurisdicional

de modo a evitar tais danos.

II - DO DIREITO

2.1. Do Pedido Liminar

No decorrer das investigações ministeriais, embora, por diversas

e reiteradas vezes, tenha o órgão ministerial requisitado do órgão

competente (AMMA) a apresentação das licenças ambientais das

pessoas jurídicas envolvidas no caso em comento, somente foi

respondido após quase dois anos e meio, tendo a AMMA enviado

somente a licença ambiental da Requerida "SPE Incorporação Opus

Flamboyant 1 Ltda". Com efeito, o Ofício Requisição n. 259, datado de

18/05/2009 (fl. 40 do ICP), do representante ministerial, requisitando tais

documentos, sendo reiterado oito vezes, somente obteve resposta -

diga-se, insatisfatória - em 27/09/2011.

Ora, é inadmissível que as pessoas jurídicas referidas

prossegam em empreendimento sem o devido licenciamento ambiental,

quanto mais se mostre esse efetiva ou potencialmente causador de

danos ambientais, como no caso em voga. Outrossim, caso esses

existam, não é aceitável que o órgão ambiental local não lhes dê a

necessária publicidade, princípio norteador de toda a Administração Rua 23, esq. com Av.B, qd,A-6, Lt. 15/24,sala T-33, Ed. Sede do Ministério Público do Estado de Goiás,

Jd. Goiás, Fone: 243 8097 - Cep: 74805-100 - Goiânia – Goiás - e-mail: [email protected]

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Pública (art. 37, caput, da CF/88), inclusive, desrespeitando requisição

ministerial.

O art. 355 do Código de Processo Civil (CPC) preceitua que " o

juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa, que se ache

em seu poder". Já o art. 356 do mesmo diploma legal traz a seguinte

disposição:

Art. 356. O pedido formulado pela parte conterá:I - a individuação, tão completa quanto possível, do documento ou da coisa;II - a finalidade da prova, indicando os fatos que se relacionam com o documento ou a coisa;III - as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa existe e se acha em poder da parte contrária.

Vê-se que todos os requisitos da exibição de documentos

encontram-se perfeitamente satisfeitos na presente demanda, não

sendo tal recusa admitida, in casu, uma vez que o Município, por meio

da AMMA, tem a obrigação legal de exibi-lo (art. 358 do CPC).

Ainda com base nos citados termos legais, faz-se necessária a

apresentação, pelo Poder Executivo municipal, de Relatório/Parecer

Técnico da AMMA apontando a regularidade ambiental dos

empreendimentos urbanísticos no entorno do Parque Flamboyant.

Por fim, cumpre ressaltar que satisfeitos se encontram também,

como requisitos autorizadores da medida liminar, o fumus boni iuris -

diante da constatação de irregularidades em alguns empreendimentos,

bem como o periculum in mora, uma vez que, tendo o representante

ministerial, por diversas vezes, requisitado tais documentos, como já

demonstrado, a AMMA incorreu em longo lapso temporal (mais de dois

anos) para respondê-lo, sendo que se justifica o receio de dano

ambiental de difícil ou incerta reparação.

Rua 23, esq. com Av.B, qd,A-6, Lt. 15/24,sala T-33, Ed. Sede do Ministério Público do Estado de Goiás, Jd. Goiás, Fone: 243 8097 - Cep: 74805-100 - Goiânia – Goiás - e-mail: [email protected]

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2.2. Do Índice de Permeabilidade no Plano Diretor do Município de Goiânia

A Lei Complementar municipal nº. 031/94, que dispunha sobre o

uso e a ocupação do solo nas Zonas Urbana e de Expansão Urbana do

Município de Goiânia, fornece o conceito de índice de permeabilidade,

nos termos de seu art. 23, inciso IV, expresso in verbis:

"Art. 23 - O modelo de assentamento urbano adotado por esta lei, que resulta de uma relação estabelecida entre a área do lote e a edificação nele admitida, visa a realização dos seguintes objetivos de interesse público:IV - índice de permeabilidade, pelo qual se define a parcela mínima de solo permeável do lote, destinada à infiltração de água, com função principal de realimentação do lençol freático;" (Grifou-se)

Ainda no que tange ao índice de permeabilidade, o citado

diploma legal trazia as seguintes previsões:

"Art. 134 - Admite-se, a juízo do órgão municipal de planejamento, que a parcela do lote destinada a permeabilidade possa ser transferida para outras áreas.

Art.135 - Para o uso de edifícios-garagem, o índice máximo de ocupação será de 70% (setenta por cento) para os pavimentos, respeitados:b) índice de permeabilidade de 15% (quinze por cento) da área do lote.

Art.136 - Para o caso de uso misto, cada categoria de uso deverá atender a parâmetros próprios, estabelecidos nesta lei, sendo que os índices de aproveitamento e de permeabilidade serão os maiores entre os usos envolvidos." (Grifou-se)

Instituído pela Lei Complementar nº. 171/2007, O Plano Diretor

do Município de Goiânia também incluiu em seu texto as seguintes

disposições atinentes à importância da drenagem urbana, como

instrumento de preservação e defesa do meio ambiente natural:

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"Art. 11. A implementação da estratégia de sustentabilidade sócio-ambiental no Município dar-se-á por meio das seguintes diretrizes gerais:VI – Programa de Educação Ambiental que objetiva sensibilizar e conscientizar a população em relação ao significado da educação ambiental e a defesa do Patrimônio Natural e Cultural, bem como a sensibilização e a capacitação do quadro técnico e operacional da administração pública.

Art. 13. Compõem a estratégia de sustentabilidade sócioa-ambiental:III – Programa de Implantação e Preservação de Áreas Verdes que objetiva a manutenção permanente dos parques, praças, reservas florestais, arborização dos passeios públicos, criação de incentivos à arborização e o ajardinamento em áreas privadas;IV – Programa de Gestão Ambiental que objetiva a elaboração de diretrizes a partir dos planos setoriais, de esgotamento sanitário, de abastecimento de água, de drenagem urbana, de gerenciamento dos resíduos sólidos, de poluição ambiental, com vistas à articulação e qualificação das ações e redução dos custos operacionais no âmbito das bacias hidrográficas;

Art. 14. Os programas de sustentabilidade sócio-ambiental serão implementados através dos seguintes subprogramas, projetos e ações:VIII – Programas de Drenagem Urbana Ações:a) implantar o Plano Diretor de Drenagem Urbana;b) cadastro da micro-drenagem urbana;c) complementação da rede de drenagem urbana para a Região Leste e para a margem esquerda do rio Meia Ponte;d) implantar programa de manutenção das galerias pluviais visando evitar enchentes e alagamentos das vias;e) selecionar áreas para implantação de bacias de contenção de água pluvial;f) desenvolver programa de esclarecimento e conscientização da população em relação ao desentupimento das galerias pluviais e a importância do escoamento de águas de chuva." (Grifou-se)

No que concerne ao índice de permeabilidade, o Plano Diretor

elenca disposições específicas, a saber:

"Art. 103. A ocupação e o aproveitamento máximo do solo serão determinados pelos seguintes instrumentos normativos,

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mediante os quais se define a relação dos espaços vazios e dos espaços construídos:III – Índice de Ocupação, pelo qual são estabelecidos os limites de ocupação do terreno, isto é, a relação entre a área ocupada pela projeção horizontal da construção e a área do lote;IV – Índice de Permeabilidade, pelo qual se define a parcela mínima de solo permeável do lote, destinada à infiltração de água com a função principal de realimentação do lençol freático;

Art. 122. Os parâmetros urbanísticos admitidos na Macrozona Construída, referentes ao Índice de Ocupação, à altura máxima e aos afastamentos frontal, lateral e de fundo resultarão da aplicação de uma progressão matemática gradual por pavimentos, conforme estabelecido na Tabela de Recuos, constante do Anexo X, desta Lei.§ 2º Os parâmetros urbanísticos a serem admitidos para as Unidades de Uso Sustentável, integrantes da unidade territorial definida como Áreas de Restrição à Ocupação Urbana são considerados especiais e de baixa densidade, preponderantes sobre os demais e sujeitar-se-ão ao seguinte:III – Índice de Permeabilidade do terreno, igual ou maior que 25% (vinte e cinco por cento);

Art. 128. Fica estabelecido o Índice de Permeabilidade mínimo de 15% (quinze por cento) da área do terreno, para todos os lotes e glebas da Macrozona Construída.

Art. 129. Excetua-se dos parâmetros urbanísticos estabelecidos nessa Lei para as unidades territoriais da Macrozona Construída, identificados como Áreas Adensáveis e Áreas de Desaceleração de Densidades, e para o Setor Campinas o uso caracterizado como edifício-garagem, que passará a atender aos seguintes requisitos urbanísticos:b) para o uso de edifício-garagem fica liberado o índice de ocupação do terreno, respeitados os afastamentos frontal, laterais e de fundo, regulados pela Tabela de Recuo constante do Anexo X dessa Lei e respeitado o Índice de Permeabilidade ou a adoção das Caixas de Recargas do Lençol Freático;" (Grifou-se)

Dos mencionados dispositivos legais, infere-se que o índice de

permeabilidade, sob pena de ocorrência de graves danos ambientais,

há que ser sempre considerado. No caso em tela, essa observância

mostra-se imperativa, uma vez que, como se extrai dos fatos já

narrados, inclusive com base no citado Parecer da AMMA, esse índice

encontra-se sob a iminência de desrespeito, podendo daí resultar danos Rua 23, esq. com Av.B, qd,A-6, Lt. 15/24,sala T-33, Ed. Sede do Ministério Público do Estado de Goiás,

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e lesões ao direito difuso, consubstanciado na agressão ao meio

ambiente natural.

2.3. Da Proteção Constitucional ao Meio Ambiente

Como Lei Fundamental, cumpre à Constituição traçar os rumos,

os objetivos, fundamentos e princípios da ordem jurídica do Estado. O

constituinte originário de 1988, atento à sua responsabilidade na

consecução do bem social, não declinou dessa importante função,

espalhando, pelo texto da Carta Política, diversos dispositivos voltados

ao meio ambiente, sobretudo, elevando-o a status de direito

fundamental. Com efeito, a Carta Magna dispõe em seu art. 225 que:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Ao dispor, nos termos do supracitado dispositivo, que o meio

ambiente constitui-se em bem de uso comum do povo, o texto

constitucional consagrou sua natureza de direito público subjetivo,

sendo também direito difuso. Interesses ou direitos difusos, como os

conceitua a Lei nº. 8.078/90 – Código de Defesa do Consumidor, em seu

parágrafo único, inciso I, são “[...] os transindividuais, de natureza

indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por

circunstâncias de fato”. Nesse aspecto, Paulo Affonso Leme Machado

assevera que:

O direito ao meio ambiente é de cada pessoa, mas não só dela, sendo ao mesmo tempo “transindividual”. Por isso, o direito ao meio ambiente entra na categoria de interesse difuso, não se esgotando numa só pessoa, mas se espraiando para uma coletividade

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indeterminada.(In: Direito Ambiental Brasileiro. 18 ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2010. p. 129)

O § 1º do art. 225 da Lei Fundamental dispõe sobre a

incumbência do Poder Público na defesa do meio ambiente, devendo

este “[...] preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e

prover o manejo ecológico das espécies e ecossistema”.

É dever estatal ainda “exigir, na forma da lei, para instalação de

obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação

do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará

publicidade” (art. 225, § 1º, IV, da CF/88). Nesse preceito constitucional

consagra-se o princípio ambiental da prevenção.

Em matéria ambiental, o poluidor sofre medidas de natureza

reparatória e punitiva. Nesse sentido, o art. 225, § 3º, da Constituição

Federal expressa que “As condutas e atividades consideradas lesivas ao

meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a

sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de

reparar os danos causados”.

Infere-se do teor do supracitado dispositivo que a danosidade

ambiental, potencial ou efetiva, pode acarretar a imposição de sanções

penais, civis e administrativas, que embora cominadas de modo

independente em cada uma dessas esferas, também poderão ser

cumulativas.

A Lei Fundamental não se descurou de estampar a defesa do

meio ambiente como um dos princípios da ordem econômica, tendo

como um de seus princípios a defesa do meio ambiente, objetivando

assegurar a todos a existência digna (art. 170, VI, da CF/88). Nesse

aspecto, Édis Milaré considera que:

De qualquer modo, cabe ressaltar que, nos termos da Constituição, estão desconformes – e, portanto, não podem prevalecer – as atividades

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decorrentes da iniciativa privada (da pública também) que violem a proteção do meio ambiente. Ou seja, a propriedade privada, base da ordem econômica constitucional, deixa de cumprir sua função social – elementar para sua garantia constitucional – quando se insurge contra o meio ambiente. (In: Direito do Ambiente: a gestão ambiental em foco. 5 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007; p. 187) (Grifou-se)

O art. 5º, XXIII, da Constituição Federal prevê que “a

propriedade atenderá a sua função social”. "A propriedade urbana

cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de

ordenação da cidade expressas no plano diretor" (art. 182, § 2º, da

CF/88). Nesses termos, há que se observar o índice de permeabilidade

exigido pelo Plano Diretor do Município de Goiânia (art. 128), sob pena

de não cumprimento da função social da propriedade urbana.

Nota-se que o legislador constituinte preocupou-se em que o

desenvolvimento econômico e social obedecesse também o respeito ao

meio ambiente, até mesmo como meio de viabilizar a concretização da

garantia fundamental do meio ambiente ecologicamente equilibrado,

intrinsecamente relacionado à dignidade da pessoa humana (art. 1º, III,

da CF/88).

2.4. Dos Princípios do Direito Ambiental

O já mencionado Parecer da AMMA, por diversas vezes alertou

para a ocorrência de danos ambientais resultantes das edificações em

comento. Veja-se, por exemplo, a seguinte transcrição:

"O objetivo de tal Parecer foi o de alertar que a impermeabilização excessiva da área e ainda rebaixamentos de lençol freático já estão comprometendo a zona de saturação que mantém a lamina d'água dos lagos existentes no parque.

A adoção de poços de infiltração responsáveis pela complementação/substituição da área permeável contribui para infiltração, mas não se sabe a longo prazo os efeitos geotécnicos de infiltrações pontuais e rebaixamentos contínuos". (Grifou-se)

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O mencionado Parecer, no que tange às pessoas jurídicas de

direito privado, ora requeridas, afirmou, conforme esposado nos fatos da

presente demanda, ora pendências quanto ao número de poços e

apresentação e localização da área permeável, ora mesmo que as

caixas existentes não substituem o índice de permeabilidade.

Perfeitamente aplicável, in casu, o consagrado princípio

ambiental da precaução. Ora, tal princípio relaciona-se à incerteza

científica, situação em que a prudência é o melhor caminho, evitando-se

danos que, muitas vezes, não poderão ser recuperados. Sobre esse

princípio, Antônio F. G. Beltrão assevera que:

Logo, o princípio da precaução desonera o cidadão ou associação de comprovar, em processo administrativo ou judicial, o dano real ao meio ambiente, sendo suficiente a caracterização do dano potencial. Outrossim, a precaução pode ser usada para inverter o ônus da prova na análise dos impactos em um procedimento de licenciamento ambiental, por exemplo. Em vez de cidadãos e organizações civis terem de demonstrar evidências científicas de que um dado projeto pode causar determinados impactos no meio ambiente, o empreendedor teria o ônus de provar a ausência de tais impactos, sob pena de ter de mitigá-los ou de ter indeferida a licença. (In: Curso de Direito Ambiental. São Paulo: Método, 2009; p. 39-40).

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça também acata o

princípio da precaução em matéria ambiental, senão vejamos:

SUSPENSAO DE LIMINAR E DE SENTENÇA Nº 1.323 - CE (2010/0216243-1) - REQUERENTE: SUPERINTENDÊNCIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE - SEMACE PROCURADOR:MÁRCIO BENÍCIO E OUTRO (S) REQUERIDO:DESEMBARGADOR RELATOR DO AGRAVO DE INSTRUMENTO NR 463765620108060000 DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ INTERES : HELDER FERREIRA PEREIRA FORTE - INTERES.: CAMERON CONSTRUTORA LTDA - DECISAO. 2. [...] Nunca é demais lembrar que o meio ambiente equilibrado é direito fundamental de terceira dimensão, erigido pela Carta Magna a essa condição. Não é, então, a melhor medida deixar o dano ao meio ambiente se consolidar para

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depois tentar revertê-lo. Atende ao princípio da proporcionalidade (lato sensu) não permitir que o empreendimento seja finalizado e habitado, formando relações jurídicas ainda mais complexas, restando à população cearense o mero ressarcimento pecuniário do dano ambiental, ressarcimento este, ressalte-se, que deve demorar a ocorrer, diante da complexidade de se fixar a extensão da degradação ambiental. Nessa toada, revela-se patente o periculum in mora reverso da atribuição de efeito suspensivo ao agravo de instrumento interposto pelos requeridos junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. Assim, estará irremediavelmente consolidando-se o dano ambiental em área de preservação permanente, fato de caráter irreversível e de graves consequências para todo o ecossistema da APA do Rio Pacoti" (fl. 12/16). 3. O presente pedido de suspensão ataca decisão que, em razão da existência de controvérsia a respeito da competência do Juízo, atribuiu efeito suspensivo ao agravo de instrumento. O efeito desta decisão é o de autorizar a continuidade de obras de empreendimento imobiliário que, por estar em área de proteção ambiental, é objeto de ação cautelar e ação civil pública ajuizadas pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente - SEMACE e pelo Ministério Público Estadual, e também de ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal, embora com causa de pedir distinta. Em matéria de meio ambiente, vigora o princípio da precaução que, em situações como a dos autos, recomenda a paralisação das obras porque os danos por elas causados podem ser irreversíveis acaso a demanda seja ao final julgada procedente. Defiro, por isso, o pedido para suspender os efeitos da decisão proferida pelo Desembargador José Mário dos Martins Coelho nos autos do Agravo de Instrumento nº 46379-56.2010.8.06.0000/0 até o julgamento do recurso. (Ministro: Ari Pargendler; Documento: 13615568; DJe: 01/02/2011)

Não se confundindo com a precaução, o princípio da prevenção

consiste em um princípio basilar do direito ambiental pela simples

constatação de que é bem mais eficiente e barato prevenir danos

ambientais do que repará-los. No Brasil, esse princípio encontra-se

consagrado constitucionalmente que prevê que o Estudo de Impacto

Ambiental, a que se dará publicidade, há de ser exigido previamente à

ação proposta, para instalação de obra ou atividade potencialmente

causadora de significativa degradação do meio ambiente (no art. 225, §

1º, IV).

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O Texto Magno consagrou o princípio do meio ambiente

ecologicamente equilibrado como direito fundamental do ser humano e,

como tal, deve ser prioridade de todos os governantes, inserindo-o nas

políticas públicas, com vistas à garantia do direito à vida.

O princípio do poluidor-pagador, por sua vez, parte da

constatação de que os recursos ambientais são escassos e que o seu

uso na produção e no consumo acarretam-lhe redução e degradação e,

nos dizeres de Antônio F.G. Beltrão, “consiste no dever do poluidor

pagar por este custo ambiental, seja de forma preventiva, por meio de

investimentos em tecnologia e de outros mecanismos, seja por meio de

medidas reparadoras, quando o dano ambiental já ocorreu” (Curso de

Direito Ambiental. São Paulo: Método, 2009. p. 48).

O princípio do usuário-pagador consiste na cobrança de um

valor econômico pela utilização de um bem ambiental. Segundo Antônio

F. G. Beltrão (2009, p. 50), “diferentemente do princípio do poluidor-

pagador, que tem uma natureza reparatória e punitiva, o princípio do

usuário-pagador possui uma natureza meramente remuneratória pela

outorga do direito de uso de um recurso natural”.

Referido expressamente no art. 225, caput, do texto

constitucional, o princípio da solidariedade intergeracional, nas palavras

de Édis Milaré (2011, p. 1.066), “[...] busca assegurar a solidariedade da

presente geração em relação às futuras, para que também estas

possam usufruir, de forma sustentável, dos recursos naturais”.

Concebida como direito fundamental (art. 5º, caput, da CF/88), a

propriedade não é aquele direito que se possa elevar à condição de

absoluto e ilimitado, pois condiciona-se ao cumprimento de sua função

social, sob pena de impedimento ao livre exercício ou mesmo a perda

desse direito. Salienta-se que a propriedade urbana cumpre sua função

social quando obedece às exigências do Plano Diretor (art. 182; § 2º, da Rua 23, esq. com Av.B, qd,A-6, Lt. 15/24,sala T-33, Ed. Sede do Ministério Público do Estado de Goiás,

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CF/88). In casu, o índice de permeabilidade é exigência do Plano Diretor

do Município de Goiânia (art. 128), razão pela qual, em sendo

descumprido, a propriedade deixa de cumprir sua função social (art. 5º,

XXIII, da CF/88).

Ante o exposto, conclui-se que os princípios do direito ambiental

pátrio, especialmente a precaução e a prevenção, primam pela

preservação e defesa do meio ambiente, quando, então, qualquer

ameaça ou lesão a esse direito é suficiente para ensejar a provocação

do Poder Judiciário, com vistas à adoção de medidas capazes de frear

quaisquer condutas efetiva ou potencialmente causadoras de danos

ambientais.

2.5. Da omissão administrativa do Poder Executivo Municipal

No caso em comento, verifica-se ainda omissão administrativa

por parte do Município de Goiânia. Ora, o Poder Executivo tem o dever

de agir para evitar danos e lesões ao meio ambiente, especialmente

quando estes possam advir de atividades relacionadas ao planejamento

urbano, competência material a ele atribuída pelo Texto Constitucional.

Restou demonstrado no Inquérito Civil Público a omissão da

municipalidade, pois, por diversas vezes, a mesma afirmou a

inexistência da apresentação de projetos relativos ao índice de

permeabilidade a ser observado pelas demais requeridas e, ainda

assim, as obras não foram fiscalizadas pelo Poder Executivo municipal,

o que, de resto, é de sua competência por expressa disposição

constitucional.

Trata-se de omissão do Poder de Polícia de que dispõe a

Administração Pública. Segundo José dos Santos Carvalho Filho, o

conceito de Poder de Polícia é “a prerrogativa de direito público que,

calcada na lei, autoriza a Administração Pública a restringir o uso e

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gozo da liberdade e da propriedade em favor do interesse da

coletividade”.

O Poder de Polícia foi outorgado à Administração Pública com o

escopo de se apresentar como uma barreira frente aos interesses

meramente particulares, encontrando-se definido no art. 78 do Código

Tributário Nacional - Lei 5.172/1966, in verbis:

Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.

Os Poderes da Administração Pública têm o fito de contribuir

para que os agentes administrativos alcancem seus fins, não sendo,

entretanto, ilimitados. Podem, pois, ser controlados pelo Poder Judiciário

sem que isso importe em desrespeito ao princípio da independência

dos poderes. Sob este prisma, Paulo Magalhães da Costa Coelho

(2002) assevera que “é impossível a existência de atos que provenham

do Estado ou da Administração Pública, insuscetíveis de controle

quando ameaçarem, tocarem ou ferirem direitos individuais, coletivos ou

difusos ou atentarem contra a Constituição e seus vetores axiológicos”.

A Carta Magna de 1988, em seu art. 30, VIII, reservou aos

Municípios maior importância nas questões urbanísticas, por relevância

dos interesses locais, realçando o papel da Administração Pública

Municipal na promoção do “adequado ordenamento territorial, mediante

planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do

solo urbano”.

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Em seu artigo 182, a Constituição Federal dispõe que "a política

de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal,

conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o

pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-

estar de seus habitantes". Por sua vez, o § 2º do mesmo dispositivo

preceitua que "a propriedade urbana cumpre sua função social quando

atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas

no plano diretor".

Nota-se que a Administração Pública tem, portanto, o poder-

dever em promover e ordenar o pleno desenvolvimento das funções

sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes, utilizando-

se dos instrumentos urbanísticos, como planejamento, ordenação do

solo, ordenação urbanística de áreas de interesse especial, da atividade

edilícia e instrumentos de intervenção urbanística na propriedade,

instituídos pelo Plano Diretor.

III - DOS PEDIDOS

Diante do exposto, constata-se a existência irrefutável de danos

e lesões aos interesses difusos e coletivos sob responsabilidade dos

requeridos, fazendo-se necessária a tutela jurisdicional do Estado e

provimento dos pedidos a fim de cessar os ilícitos civis observados.

Isto posto, o Ministério Público requer:

I - a distribuição e autuação da presente ação, com os

documentos extraídos do Inquérito Civil Público de nº. 835,

acompanhado em apenso, a ser admitido integralmente como prova;

II - a citação de todos os Requeridos, sendo via carta precatória

a citação da requerida SPE Parque Flamboyant 2 Ltda., para que,

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querendo, contestem a presente ação, no prazo legal, sob pena de

revelia;

III – a produção de todo o meio de prova em Direito admitido,

para provar o alegado, notadamente a juntada de outros documentos,

realização de perícias, oitivas de testemunhas e outras que se fizerem

necessárias, bem como, permitir a emenda, retificação e

complementação da presente inicial, se porventura necessário;

IV- a publicação de edital com prazo de 15 (quinze) dias, para

se dar conhecimento a terceiros interessados e ao público em geral,

considerando, notadamente, o caráter erga omnes da presente ação

civil pública;

Requer ainda:

I - seja deferida MEDIDA LIMINAR para determinar a

apresentação, pelo Poder Executivo municipal, por meio da Agência

Municipal do Meio Ambiente (AMMA), do licenciamento ambiental de

todas as pessoas jurídicas de direito privado envolvidas (e não apenas

das requeridas) no empreendimento Parque Ecológico Framboyant, no

Setor Jardim Goiás, nesta capital, bem como a apresentação

Relatório/Parecer Técnico da AMMA apontando a regularidade

ambiental dos empreendimentos urbanísticos no entorno do referido

empreendimento.

II - ao final da demanda, seja o Município de Goiânia,

CONDENADO na obrigação de fazer consistente em realizar um plano

de manejo das águas subterrâneas que alimentam o lençol freático da

região, assim como promover a fiscalização ambiental de todos os

empreendimentos urbanísticos no entorno do Parque Municipal

Flamboyant - listados na certidões de matrícula do CRI da 4ª

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Circunscrição, conforme fls. 63/150 do ICP, a fim de garantir o índice

de permeabilidade exigido por lei;

III - sejam as DEMAIS REQUERIDAS CONDENADAS na

obrigação de fazer consubstanciada em promover o índice de

permeabilidade exigido por lei nesses empreendimentos ou promovê-lo

em outro local;

IV - a IMPOSIÇÃO DE MULTA DIÁRIA no valor de R$ 1.000,00

(um mil reais) para impedir a demora dos requeridos em realizar o feito,

destinada ao Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano;

V - a concessão daprocedência in totum dos pedidos contidos

nesta inicial que se materializa na condenação dos requeridos.

Dá-se à causa o valor de R$ 5.000,00 (Cinco Mil Reais), para

efeitos fiscais em atendimento à lei.

Goiânia, 06 de dezembro de 2011.

Dr. MAURÍCIO JOSÉ NARDINIPROMOTOR DE JUSTIÇA

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