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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
CAMPUS CAPANEMA
LUANY MAYARA DA SILVA FERNANDES
LUÍNY VALENTINA DA SILVA FERNANDES
PERSPECTIVAS DAS PLANTAS MEDICINAIS NO MUNICÍPIO DE
CAPANEMA/PA: DINÂMICA DE AQUISIÇÃO, MERCADO E USO DE PRODUTOS.
CAPANEMA-PA
2019
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
CAMPUS CAPANEMA
LUANY MAYARA DA SILVA FERNANDES
LUÍNY VALENTINA DA SILVA FERNANDES
PERSPECTIVAS DAS PLANTAS MEDICINAIS NO MUNICÍPIO DE
CAPANEMA/PA: DINÂMICA DE AQUISIÇÃO, MERCADO E USO DE PRODUTOS.
Trabalho de Conclusão de curso de
Administração da Universidade Federal
Rural da Amazônia (UFRA) Campus
Capanema, como requisito para obtenção do
grau de Bacharel em Administração.
Orientador: Prof. Dr. Williams Jorge da Cruz
Macêdo
CAPANEMA-PA
2019
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA DE CAPANEMA
Fernandes, Luany Mayara da Silva
Perspectivas das plantas medicinais no município de Capanema/Pa: dinâmica de aquisição,
mercado e uso de produtos / Luany Mayara da Silva, Luíny Valentina da Silva Fernandes. –
Capanema, PA, 2019.
77 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Administração) – Universidade Federal Rural da
Amazônia, 2019.
Orientador: Macêdo, Williams Jorge da Cruz
1. Plantas medicinais-comércio 2. Usuários 3. Aquisição I. Fernandes, Luíny Valentina da Silva II.
Macêdo, Williams Jorge da Cruz (Orient.) III. Título
CDD:
Cristiana Guerra Matos
Bibliotecária
CRB2: 1143
Dedico aos meus pais e avós que de forma
direta e indiretamente contribuíram para a
realização deste curso.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos aos nossos familiares que proporcionaram todo o suporte necessário
para a realização desta monografia. Ao nosso orientador Prof. Dr. Williams Macêdo que
pacientemente nos acompanhou e direcionou em todo o desenvolvimento do trabalho de
conclusão de curso, contribuindo para nosso crescimento científico. A Universidade Federal
Rural da Amazônia pela disponibilidade do curso de Administração. E, em especial, aos
alunos da turma de biologia 2018, Janile do Nascimento Costa, Maria Jaqueline Freire da
Silva, Letícia Ribeiro de Souza, Natalya Adriana Maia Correa, Fabrício Rosa dos Santos,
Hélito Ribeiro Alves e Rosa Maria Nogueira Gomes que se disponibilizaram a ajudar na
aplicação da pesquisa de campo nos bairros. Gostaríamos de agradecer também a todos os
professores e alunos que nos deparamos no decorrer do curso, que de forma direta ou
indiretamente, contribuíram para nosso crescimento permitindo-nos tornar as profissionais
que somos hoje.
RESUMO
Apesar do uso de plantas medicinais ser considerada uma forma alternativa de tratamento de
doenças praticada antes da medicina moderna, verifica-se que sua comercialização continua
na atualidade mesmo com avanços tecnológicos e evolução de medicamentos sintéticos. O
objetivo do presente trabalho foi identificar fatores que determinassem a dinâmica de
mercado, uso e aquisição de plantas medicinais no município de Capanema/PA. Utilizou-se
da pesquisa bibliográfica para abordar aspectos inerentes ao assunto, em seguida definiu-se a
amostra da pesquisa envolvendo o comércio e moradores de Capanema/PA. Os dados
primários foram coletados a partir da aplicação de questionários com os donos ou
responsáveis dos pontos em que se comercializam plantas medicinais e também através de um
formulário para as 180 pessoas , as quais foram distribuídas por quadrantes que abrangeram
todos os bairros do município. Os resultados obtidos informam sobre o comércio de plantas
medicinais, perfil dos comerciantes e consumidores, a origem da aquisição das plantas
medicinais, principais espécies comercializadas, assim como a parte utilizada para a
composição do produto. Portanto, através dos dados levantados, foi possível analisar os
fatores de caracterização do mercado, uso e aquisição de plantas medicinais no município de
Capanema/PA.
Palavras-chaves: Plantas medicinais; comércio; usuários; aquisição.
ABSTRACT
Although the use of medicinal plants is considered an alternative form of treatment of
diseases practiced before modern medicine, it is verified that its commercialization continues
at present even with technological advances and evolution of synthetic medicines. The
objective of this work was to identify factors that determine the market dynamics, use and
acquisition of medicinal plants in the municipality of Capanema / PA. The bibliographic
research was used to address aspects inherent to the subject, then the sample of the research
involving the commerce and residents of Capanema / PA was defined. The primary data were
collected from the application of questionnaires with the owners or managers of the points
where medicinal plants are marketed and also through a form for 180 people, which were
distributed by quadrants that covered all the districts of the municipality. The results obtained
report on the trade in medicinal plants, the profile of traders and consumers, the origin of the
purchase of medicinal plants, the main species traded, as well as the part used for the
composition of the product. Therefore, through the data collected, it was possible to analyze
the characterization factors of the market, use and acquisition of medicinal plants in the
municipality of Capanema / PA.
Keywords: Medicinal plants; trade; users; acquisition.
12
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1- Comércio de Capanema/PA ..................................................................................... 35
Figura 2- Imagem de Capanema via satélite ........................................................................... 37
Figura 3- Escolaridade dos entrevistados ................................................................................ 39
Figura 4- Comercialização de produtos naturais como fonte de renda ................................... 40
Figura 5- Comercialização de produtos naturais medicinais ................................................... 40
Figura 6- Conhecimentos das finalidades medicinais ............................................................. 41
Figura 7- Fonte do conhecimento de medicamentos naturais ................................................. 42
Figura 8- Compreensão dos entrevistados em relação a possíveis efeitos colaterais .............. 42
Figura 9- Faixa etária dos clientes ........................................................................................... 43
Figura 10- Formas disponibilizadas dos produtos de base natural nos estabelecimentos ....... 43
Figura 11- Formas que os medicamentos naturais são comercializados ................................. 44
Figura 12- Formas de aquisições ............................................................................................. 45
Figura 13- Formas de embalagem ........................................................................................... 46
Figura 14, 15 e 16- Plantas medicinais mais comercializadas em Capanema – Pa................. 46
Figura 17-Escolaridade do entrevistado .................................................................................. 48
Figura 18 -Percentual de entrevistados que utilizam medicamentos naturais ......................... 49
Figura 19- Frequência de uso de medicamentos naturais ........................................................ 49
Figura 20- Percentual de entrevistados que informam a utilização de plantas medicinais ao
médico ...................................................................................................................................... 51
Figura 21- Forma de consumo dos medicamentos naturais .................................................... 52
Figura 22- Principal forma de aquisição de medicamentos naturais ....................................... 53
Figura 23- Conhecimento das finalidades medicinais de medicamentos naturais .................. 54
Figura 24- Fonte do conhecimento de plantas medicinais ...................................................... 55
Figura 25- Preferência de compra do entrevistado .................................................................. 56
13
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Sexo dos entrevistados ............................................................................................ 38
Tabela 2– Plantas Medicinais mais comercializadas ............................................................... 46
Tabela 3– Doenças mais citadas como motivos de procura por plantas medicinais ............... 47
Tabela 4- Sexo dos entrevistados ............................................................................................ 48
Tabela 5- Idade dos entrevistados............................................................................................ 48
Tabela 6- Indicação de uso de plantas medicinais por médicos .............................................. 50
Tabela 7- Parte mais utilizada da planta .................................................................................. 51
Tabela 8- Medicamentos naturais como principal alternativa de tratamento de doenças de
acordo com os entrevistados. .................................................................................................... 53
Tabela 9- Ocorrência de efeitos colaterais entre os entrevistados usuários de plantas
medicinais ................................................................................................................................. 54
Tabela 10– Doenças mais citadas por usuários de plantas medicinais .................................... 56
Tabela 11– Plantas medicinais mais utilizados pelos entrevistados ........................................ 57
15
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 17
2 OBJETIVOS ......................................................................... Erro! Indicador não definido.
3 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 21
3.1 Políticas e Resoluções sobre Plantas Medicinais e Fitoterápicos .......................................... 21
3.2 Comercialização de Plantas Medicinais e Fitoterápicos .................................................. 22
3.3 Uso e conhecimento na área da Saúde Pública ................................................................. 25
3.4 Utilização de plantas medicinais e fitoterápicos em alguns Estados do Brasil .................... 28
3.5 Pesquisas realizadas na Amazônia ..................................................................................... 31
4 METODOLOGIA ........................................................................................................... 35
4.1 Pesquisa no Comércio ......................................................................................................... 35
4.2 Pesquisa na População ........................................................................................................ 36
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................. 38
5.1 Caracterização do perfil dos comerciantes de plantas medicinais do munícipio
Capanema/PA .................................................................................................................................. 38
5.2 Dinâmica de mercado de plantas medicinais do município ................................................... 42
5.3 Dinâmica de uso e aquisição das plantas medicinais pelos moradores de Capanema/PA
47
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 59
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 61
APÊNDICE A – Questionário direcionado aos responsáveis dos estabelecimentos ........ 68
APÊNDICE B – Formulário direcionado a população ....................................................... 72
APÊNDICE C – Termo de consentimento livre e esclarecido ............................................ 74
APÊNDICE D – Algumas fotos de medicamentos naturais no comércio de
Capanema/PA. ........................................................................................................................ 77
17
1 INTRODUÇÃO
O avanço tecnológico e o conhecimento da ciência, o qual se encontra sempre em
evolução, vem contribuindo para alternativas no tratamento de diversas doenças, incluindo o
uso da medicina tradicional, a partir de ervas naturais, e não se restringindo apenas a
medicamentos sintéticos. No entanto, embora haja diversas formas de tratamento para várias
doenças, percebe-se a dificuldade de acesso da população a medicamentos que continuam
com preços elevados. É justamente nesse contexto que a indústria de fitoterápicos adquire
importância, por se tornar um meio mais acessível para medicamentos (HASENCLEVER et
al., 2017).
Segundo Souza et al. (2016, p. 452), “Plantas medicinais são aquelas que apresentam
compostos químicos com ação farmacológica em animais, que embora bem diversificados,
não raro, são específicos para determinado grupo vegetal”. Ainda ressalta que a medicina
tradicional é diferente entre países, localidades, regiões entre outros, e que a aplicação de
plantas na medicina necessita do aumento no desenvolvimento em pesquisas e estudos
referentes a eficácia e funcionalidade destas para maior confiabilidade.
O cultivo e usos de plantas medicinais em localidades interioranas representam um
importante recurso local tanto para saúde como para o meio ambiente. No entanto é
necessário que o conhecimento popular e científico se complementem para que haja eficácia
no cultivo, sendo essencial algum tipo de acompanhamento para comunidades no processo de
cultivo e manejo de plantas medicinais (FLOR; BARBOSA, 2015).
O estudo foi realizado na região geográfica intermediária de Castanhal, mais
especificamente na região geográfica imediata Capanema, localizado no Estado do Pará,
distante a 160km de Belém. O município é considerado Polo da região por dispor de serviços
bancários, segurança, saúde e energia além de ter um comércio dinamizado que atende
municípios vizinhos. Destaca-se também por ser um município a que dispõe de fábrica de
cimento e atividades agrícolas diversificada, cujo perfil de consumo da população alterna
entre produtos industrializados e naturais produzidos nas comunidades rurais do município.
Considerando que no centro comercial de Capanema há estabelecimentos que vendem
produtos provenientes de plantas medicinais, que este município é considerado polo que
atende outras localidades vizinhas e que faz parte da cultura dos povos da Amazônia o
18
conhecimento e utilização sobre essas espécies, compreendeu-se o potencial de analisar a
dinâmica de aquisição, comercialização e uso das plantas medicinais neste município.
Diante do exposto, o presente trabalho buscou compreender quais os fatores que
caracterizam a dinâmica de aquisição, mercado e uso de plantas medicinais no município de
Capanema?
A relevância deste trabalho é demonstrar a perspectiva de uso e do mercado de plantas
medicinais no município, os quais podem contribuir com informações sobre o perfil dos
consumidores e comerciantes, principais produtos utilizados pelos moradores e principais
produtos comercializados, além de produzir conhecimento para a sociedade sobre as plantas
medicinais identificadas na região.
19
1 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
- Identificar fatores da dinâmica de aquisição, mercado e uso de plantas medicinais no
município de Capanema/PA
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
-Identificar o perfil dos comerciantes de plantas medicinais;
-Caracterizar a dinâmica de mercado de plantas medicinais;
-Demonstrar a dinâmica de uso e aquisição das plantas medicinais pelos moradores.
21
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Políticas e Resoluções sobre Plantas Medicinais e Fitoterápicos
A fitoterapia é caracterizada pelo uso de plantas medicinais sem isolamento de
substâncias ativas. A prática de tratamento de doenças através de plantas medicinais se
remonta a origens antigas, no qual as informações são passadas por sucessivas gerações ao
longo do tempo (BRASIL, 2006a). A Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares (PNPIC) no SUS, surgiu com a publicação da portaria nº 971, de 03 de maio
de 2006, cujo objetivo consistiu em incorporar práticas e experiências já desenvolvidas,
mesmo timidamente, em redes públicas de saúde, entre as quais se destaca a fitoterapia
(BRASIL, 2006a).
Foi instituída pela Portaria nº 886, de 20 de Abril de 2010, como forma contributiva
para utilização de plantas medicinais na saúde pública, a Farmácia Viva no Âmbito do
Sistema Único de Saúde (SUS), a qual deverá se comprometer em realizar as etapas desde o
cultivo, a coleta, o processamento, o armazenamento de plantas medicinais, a manipulação e
dispensação dessas preparações, além de oficinas de plantas medicinais e fitoterápicos.
A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos foi aprovada pelo decreto Nº
5.813, de 22 de junho de 2006, visando estabelecer diretrizes para que o governo atuasse na
área de plantas medicinais e fitoterápicos. A política se constitui essencialmente de políticas
públicas de saúde, meio ambiente, desenvolvimento econômico e social que promovessem
melhorias na qualidade de vida da população brasileira. O objetivo principal é garantir o
acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos à população, contribuindo
assim, para a sustentabilidade da biodiversidade, além do desenvolvimento da cadeia
produtiva e da indústria nacional (BRASIL, 2006b).
Segundo a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 13 de 2013, da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), droga vegetal é a planta medicinal, ou suas
partes, cultivada ou não, que contenham as substâncias responsáveis pela ação terapêutica,
podendo estar na forma íntegra, triturada ou pulverizada.
A RDC nº 26 de 2014 define fitoterápico como o produto obtido de matéria-prima
ativa vegetal, com exceção de substâncias isoladas, com finalidades profilática, curativa ou
paliativa, incluindo medicamento e/ou produto tradicional fitoterápico. Podendo este ser
22
simples ou composto, quando o ativo advém de uma única espécie vegetal ou se mais de uma
espécie vegetal, respectivamente.
A RDC nº 17 de 2010 contribui ao definir medicamento fitoterápico como
sendo,
Medicamento obtido empregando-se exclusivamente de matérias-primas ativas
vegetais. É caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso,
assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Sua eficácia e
segurança são validadas por meio de levantamentos etnofarmacológicos, de
utilização, documentações tecnocientíficas ou evidências clínicas. Não se considera
medicamento fitoterápico aquele que, na sua composição, inclua substâncias ativas
isoladas, de qualquer origem, nem as associações destas com extratos vegetais;
Um dos entraves enfrentados pelas empresas fornecedoras de produtos fitoterápicos
finais, ou seja, são compradoras de insumos para produzir e comercializar, é que, a ANVISA
exige a qualidade do produto final e não na etapa de fornecimento da matéria prima. Logo, o
empreendedor que comercializa o referido produto deverá inspecionar duas vezes a qualidade,
primeiro do insumo e posteriormente o produto final. Tal necessidade faz-se relevante em
função da ausência de fiscalização dos fornecedores de insumo e falta de agricultores
qualificados para entrega (armazenamento, transporte e embalagem) de insumos “in natura”
(HASENCLEVER et al., 2017).
Dentre as diversas formas de exigências no controle da qualidade do cultivo,
comercialização e uso das plantas medicinais, percebe-se algumas divergências sobre esse
aspecto. Lima e Gomes (2014) deixa evidente que existe na legislação brasileira, inúmeras
portarias e resoluções normativas que regulamentam produtos de origem vegetal. Que
inclusive classificam e diferenciam alimento, de alimento infantil, de chá, de plantas
medicinais e afins. Os autores ainda afirmam que embora seja interessante ter regulamentação
que trate sobre esses tipos de produtos, o excesso de normas e atualizações que se tem hoje no
Brasil, dificulta tanto quem se interessa na pesquisa, produção ou comercialização de plantas
fitoterápicas quanto os órgãos com competência regulatória que se encontram
sobrecarregados de tramites para processar.
3.2 Comercialização de Plantas Medicinais e Fitoterápicos
23
Matsushita et al. (2015), afirma que a comercialização de plantas medicinais se mostra
um fator interessante de geração de renda em toda a sua cadeia produtiva, como é possível
visualizar no estudo realizado na região sul do Estado do Paraná através do cultivo de guaco
(Mikania glomerata Spreng).
No município de Ijuí/RS é abordada a comercialização de produtos com base
terapêutica, onde é constatado que a forma como este produto chega ao consumidor final pode
ser prejudicial à saúde. Uma vez que nas analises realizadas nas embalagens constataram o
não cumprimento, em sua totalidade, das normas estabelecidas em especial pela Resolução da
Diretoria Colegiada n° 10/2010, que dentre outras providencias, notifica sobre a forma que
esses produtos devem ser embalados. A falta de informação nos rótulos, bem como a não
sinalização de contra indicativos, faz com que o consumidor use de forma livre um
medicamento de origem natural (COLET et al., 2015).
Oliveira e Waquil (2015) mostra o processo produtivo da erva-mate popularmente
utilizada para fazer uma bebida conhecida como chimarrão, onde o Rio Grande do Sul é
considerado o principal produtor da planta. Este processo de produção envolve produtores
rurais na fase do cultivo, seguindo para agroindústria e posteriormente para o setor de
distribuição até o consumidor final. Assim como no estudo de Matsushita et al. (2015), onde é
possível constatar que a rentabilidade do produtor rural familiar é bem menor se comparado a
agroindústria.
Ricardo, Goulart e Brandão (2015, p. 402-403), contribuem ao dizer que,
Verifica-se que a qualidade do produto final depende de toda a cadeia produtiva
envolvida, como cultivo, secagem e beneficiamento primário adequados, preparação
e armazenamento dos fitoterápicos em conformidade com a legislação sanitária.
Infelizmente, as fases anteriores ao processamento farmacêutico não possuem
regulamentação específica; há apenas alguns manuais de Boas Práticas Agrícolas,
desenvolvidos no âmbito governamental.
Através de Santos et al. (2015), em amostras de flores de Calêndula (Calendula
officinalis L., Asteraceae) que possuem propriedades antimicrobianas, comercializadas na
grande Curitiba, trouxe para pauta a questão da qualidade de produtos com base vegetais que
estão sendo comercializadas. De acordo com as 6 amostras analisadas pelos autores, todas
estavam em desacordo, em algum ponto, com normas que abrangem esse tipo de produto. E
24
estes ainda concluem que esse fato revela a necessidade de se realizar o controle de
qualidade de plantas medicinais e drogas vegetais presentes no comércio popular.
Foi realizada uma avaliação farmacognostica e da rotulagem aplicadas nas drogas
vegetais boldo-do-chile (Peumus boldus Molina) e camomila (Matricaria recutita L.), em
Fortaleza/CE, resultando que em torno de 35% e 57%, respectivamente, apresentavam
substâncias estranhas nas amostras. O que compromete a qualidade de consumo e
comercialização das mesmas. Logo, a exposição do consumidor ao risco da utilização do
produto impróprio para o consumo, deixa evidente a necessidade de atuação efetiva das
autoridades competentes na fiscalização dos pontos e estabelecimentos que comercializam e
produzem plantas medicinais ou fitoterápicos (SOARES; FREIRE; SOUZA, 2015).
A distribuição de empresas pelo território brasileiro que atuam com plantas medicinais
de 2009 a 2015 reduzirem em quantidade, nas regiões como a do norte, enquanto aumentou
em regiões do sul. Isso demonstra uma assimetria, uma vez que regiões com maior
biodiversidades para se extrair e comercializar fitoterápicos não estão desenvolvendo tanto
quanto outras localidades que possuem o bioma menos favorável para o cultivo
(HASENCLEVER et al., 2017).
Lima, Nascimento e Silva (2016) relatam que a comercialização de plantas medicinais
nas feiras livres do município de Arapiraca/AL é realizada por poucos comerciantes, que
atuam de forma muito semelhante formando um padrão local de comércio nesse ramo. Onde,
segundo os entrevistados, a aquisição desses insumos é proveniente de terceiros e o
conhecimento referente a essas plantas são advindas do âmbito familiar na maior parte dos
casos. Além de terem constatado esta ser a atividade principal para a geração de renda dos
entrevistados.
Um levantamento de plantas medicinais no município de Solânea no agreste
Paraibano, Nordeste do Brasil, constatou que o uso dessas plantas é a primeira opção entre os
entrevistados e suas famílias no tratamento ou cura de doenças. E as partes mais citadas para
consumo com a finalidade de tratar ou sanar doenças são as folhas (63,9%), frutos (13,9%),
cascas e caules (8,3%), flores (6,9%), sementes (2,8%), e etc. A forma mais utilizada é por via
oral, por meio de chás com 58,33% de percentual indicado pelos entrevistados. O cultivo é
predominantemente realizado pelo sexo feminino e a produção é realizada de forma orgânica.
Entre outros fatores foi analisada que o cultivo de plantas medicinais é uma alternativa para os
25
agricultores da localidade para a geração de renda que ocorre quando há visitas nas
propriedades agrícolas, ou mesmo na feira da cidade (SILVA; MARINI; MELO, 2015).
Além de estudos referentes a comercialização de plantas medicinais em localidades do
Nordeste Brasileiro, há também pesquisas que abordam a diversidade de espécies medicinais,
como foi o caso realizado em uma comunidade Rural chamada Catolé, localizada no
município Moreilândia, Pernambuco. Onde foi analisado, entre outros fatores, o índice de
consenso de finalidades de ervas usadas para fins medicinais com as quantidades de citações
advindas dos chamados informantes (MACÊDO et al., 2016).
Muito embora haja demanda por plantas medicinais e produtos com base natural,
como é o caso dos 45 munícipios estudados na Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, é
essencial que medidas com intuito de fomento sejam tomadas. Como treinamento dos agentes
de saúde, capacitação de profissionais de saúde e produtores rurais, além da sensibilização de
gestores e programas que gere estímulos necessários para a implantação da atividade desse
setor (RICARDO; GOULART; BRANDÃO, 2015).
Santana et al. (2014) afirmam que o acesso a medicamentos é restrito algumas vezes
para indivíduos com baixo poder aquisitivo, por isso acontece de forma espontânea a procura
por plantas que possam curar enfermidades. Pois em muitos casos é de fácil alcance a
aquisição dessas plantas, além da cultura que garante que o que é natural é seguro ou não
causam danos a saúde.
3.3 Uso e conhecimento na área da Saúde Pública
Em 2006 foi criado a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos o que foi
um marco para a valorização desse método para sanar doenças ou prevenir. E na analise dessa
política pode ser visualizado dificuldades para a utilização de plantas medicinais tanto por
parte de profissionais da saúde quanto por gestores e usuários dependendo do caso. Mas
também há contribuições para setor da saúde com as adequações corretas e informações
pertinentes ao uso (FIGUEIREDO; GURGEL; GURGEL JUNIOR, 2014).
Antonio, Tesser e Moretti- Pires (2014), realizaram um levantamento bibliográfico,
entre os anos de 1998 à 2013, referente a implantação de plantas medicinais e fitoterápicos na
atenção primária no Brasil. Encontrado 53 publicações, que apesar de ser um número pequeno
26
os autores acreditam estar havendo um crescimento nas publicações cientificas, haja em vista
as políticas e diretrizes referentes ao tema que começaram a ser institucionalizadas.
Foi realizado uma revisão bibliográfica em relação a plantas medicinais referente a
cicatrização de feridas. Onde foi constatado que o Brasil possuía o maior número de
publicações (13), e que apesar de outros países possuírem estudos na área, o Brasil se destaca
em seu desenvolvimento em pesquisas. Além disso, possui políticas que visam inserir o uso
de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos no Sistema Único de Saúde - SUS (PIRIZ
et al., 2014).
Em Maringá/PR foi aplicada uma pesquisa voltado aos usuários do programa 3 (ESF),
no qual foi detectado que em torno de 59% dos entrevistados não relatam para os médicos que
estão fazendo uso de plantas medicinais, por não considerarem importante. A fonte de
conhecimento sobre as plantas advém 64,5% da família, enquanto aproximadamente 15%
adquire informação através de médicos, enfermeiros e farmacêuticos. Além disso, 68,5% dos
entrevistados acreditam que plantas medicinais ou remédios a base de plantas somente fazem
bem, não gerando nenhum tipo de reação adversa (LOPES et al., 2015)
Lopes et al. (2015) e Nascimento Junior et al. (2016) afirmam que o fato da maior
parte das pessoas se automedicarem com fitoterápicos ou plantas medicinais e não
informarem ao médico, e assim utilizar medicamentos sintéticos, concomitantemente, é por
acreditarem que por ser natural não causam nenhum tipo de efeito negativo. E ainda afirmam
que o nível de informação é baixo e a probabilidade de uma intoxicação ou até mesmo a
inibição do efeito de um medicamento é consideravelmente elevada. Enquanto Pires et al.
(2014) demonstra outra realidade, onde quase metade dos usuários, no bairro Citra, situada
em Montes Claros/MG, relatam para os médicos que utilizam plantas medicinais e cerca de
46,2% utilizam até mesmo saudável.
Quanto a percepção dos agentes de saúde, como médicos, enfermeiros e afins,
Nascimento Junior et al. (2016) afirmam ser notável uma falta de preparo para estes
profissionais atenderem e prescreverem tanto a utilização de fitoterápicos quando de plantas
medicinais ou até mesmo para não indicarem a utilização. E ainda relatam que para
profissionais que trabalham no SUS a falta de aplicabilidade de programas voltados a
fitoterapia podem não estar sendo executada. Devido a falta de qualificação dos profissionais
na área de medicina complementar e alternativa, pelo menos foi o identificado com
profissionais que atuam na Estratégia de Saúde e Família em Petrolina/PE.
27
Todo processo principalmente envolvendo um sistema de âmbito nacional, como a
saúde, demora para ser implementada. É o que acontece com os modelos de assistências de
saúde, hora já mencionados como a Estratégia Saúde da Família. Logo a qualificação para os
agentes de saúde atuarem com fitoterápicos também vai demandar tempo e investimento.
Destacam-se, neste processo como qualquer outro, os movimentos do cotidiano do trabalho
em saúde, o envolvimento e a corresponsabilização (dos gestores, profissionais de saúde e dos
usuários) na atenção à saúde, bem como o vínculo, acolhimento e humanização das práticas
assistenciais (FERTONANI et al., 2015).
PEREIRA et al. (2015, p. 554) afirmam que ,
O desconhecimento das propriedades biológicas das plantas mais usadas e a carência
de pesquisas sobre estudos de farmacocinética, farmacodinâmica e toxicologia são
os principais fatores que desencorajam os profissionais de saúde a receitar e aceitar
os fitoterápicos como um recurso terapêutico.
No Estado de São Paulo foi realizado um teste nas 4.249 unidades de saúde dos 645
municípios, onde foi constatado que 11% das unidades possuem disponibilidade de plantas
medicinais e fitoterápicos. Outro dado importante é que a prevalência de disponibilidade é
mais elevada em municípios com maior grau populacional e condições sociais e econômicas
melhores. Dentre os 2.285 profissionais da saúde que responderam o questionário, 12%
afirmaram realizar programações educativas de saúde que abordam o uso de medicamentos
fitoterápicos e plantas medicinais (CACCIA-BAVA et al., 2017).
Machado et al. (2014) realizaram um estudo no qual seu público alvo foram idosos
que participam de um programa de Atividades Físicas e Recreativas para a Terceira Idade
(AFRID), da Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Uberlândia-MG. Em
torno de 86,2% utilizam plantas medicinais concomitantemente com medicações
convencionais e 60,7% não informa ao seu médico a utilização. De acordo com os autores,
isto pode gerar sérios riscos a saúde visto que idosos, em sua maioria, utilizam remédios com
frequência devidos problemas como hipertensão, diabetes e afins. É possível perceber que os
idosos tem grande conhecimento sobre plantas, mas também possuem muitas dúvidas.
Segundo Figueiredo, Gurgel e Gurgel Junior (2014), o uso inadequado de ervas
medicinais pode acarretar o não funcionamento desses medicamentos naturais como também
acarretar alguns danos. Por tanto é necessário que o tratamento seja realizado com
28
acompanhamento médico, mas isso não diminui o conhecimento popular. Pois durante muito
tempo, era só por meio deste que a descrição e o tratamento das doenças eram realizadas.
Campos et al. (2016, p. 377) relata que “É importante que sejam realizados cada vez
mais trabalhos orientando a população sobre os riscos da ingestão de plantas desconhecidas,
cuidados com a utilização de plantas como medicamentos (...)”. Pois segundo o autor a falta
de informação tanto da população que consomem quanto para os profissionais da saúde,
podem causar danos a saúde com a ingestão de espécies vegetais, ou uma demora em
diagnosticar uma intoxicação por plantas medicinais ou outros derivados.
Há fatores que contribuem para que alguns municípios apliquem bem mais o uso de
plantas medicinais e fitoterápicos, como a aplicação de leis municipais. Como é o caso do
município de Campinas, São Paulo e Sorocaba, que contam com políticas municipais que
garantem, de certa forma, a existência de programas independentemente da mudança dos
gestores públicos. Esse tipo de política pública, geralmente é relacionada com movimentos
lideradas pela população e agentes de saúde que visam a implantação da fitoterápia no âmbito
municipal (CACCIA-BAVA et AL., 2017).
3.4 Utilização de plantas medicinais e fitoterápicos em alguns Estados do Brasil
A busca por métodos alternativos de tratamentos de doenças devido principalmente o
esgotamento com a medicina moderna e o alto custo, vem ampliando o número, mesmo que
timidamente, de estudos realizados que abordem temas tais como acupuntura, homeopatia,
práticas corporais e claro, a fitoterapia. Mas muito embora as pessoas já se utilizem da
fitoterapia como método alternativo de tratamento, a aplicação prática dela na atenção
primária da saúde é de suma importância, porém necessita de um investimento maior em
pesquisas na flora nativa (CONTATORE et al., 2015; FLOR; BARBOSA, 2015).
Segundo Santana et al. (2014, p. 362), “A prática da utilização de plantas com
finalidade medicinal é bastante antiga e perpetua-se ao longo da história da humanidade”, e o
autor ainda ressalta que a busca por plantas para utilização no tratamento ou cura de doenças é
uma prática que percorre gerações, e que ainda nos dias atuais ela permanece, mesmo que
com outros fatores que interfiram nessa prática alternativa para sanar enfermidades.
29
Quando levado em consideração os aspectos étnicos-culturais a partir da associação do
uso das plantas medicinais à crenças religiosas na manutenção da saúde da família, é possível
analisar que o objetivo vai além do âmbito biológico, passando pela paz de espirito do dito
paciente, entre outros fatores pertinentes. E em relação aos aspectos mercadológicos, o
referido contexto não considera a lucratividade, pois não se trata de oferta e demanda dessas
plantas ou outros serviços prestados no âmbito religioso, mas na doação, reciprocidade, e etc.
Ou seja, não é um serviço prestado em prol de lucratividade, mas na retribuição ao próximo
(LIMA et al., 2016).
Em uma pesquisa realizada em Lagarto/SE, onde quase metade da população utiliza
plantas medicinais como forma de sanar doenças, foi possível perceber que a grande maioria
possui ensino fundamental incompleto, provavelmente devido grande parte dos entrevistados
trabalharem como lavradores. Outro ponto é que cerca de 24,5% (a maioria entrevistada)
adquire as plantas nos quintais da própria residência. Um dado preocupante da pesquisa é o
fato de pacientes com doenças crônicas como câncer estarem utilizando plantas medicinais,
haja vista que o fato de ser natural não isenta de efeitos colaterais não desejados,
principalmente sendo ingerido concomitantemente com outras medicações e pior, é repassado
aos médicos, mas estes não orientam sobre o assunto (CAETANO et al., 2015).
Oliveira, Machado e Rodrigues (2014) realizaram um estudo em Anápolis/GO em uma
unidade ambulatorial de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer. O intuito era analisar
a utilização de plantas medicinais e fitoterápicos em pacientes que estavam sobre tratamento
oncológico. Dentre os entrevistados, 48,98% afirmam seu uso para o tratamento do câncer e
51,02% por outras enfermidades. Um dado preocupante é o fato de 73,47% não informar ao
médico que utiliza plantas medicinais como método alternativo de tratamento, o que pode
comprometer o tratamento, podendo fazer com que o paciente agrave seu estado clínico. O
uso é baseado principalmente por informações repassadas de geração em geração ou amigos,
representando 77,54%, enquanto que por orientação médica essa porcentagem cai para 2,04%.
No município de Picuí/PB, mas precisamente no bairro Monte Santo e no Sítio
Massapê, visando comparar o meio urbano com o meio rural em questão de consumo de
plantas medicinais, Costa e Marinho (2016) concluíram que não há muita diferença em
relação a forma de preparo ,onde predomina o chá, na fabricação de remédios, onde a folha é
a mais utilizadas em ambas as localidades. Dado interessante da pesquisa foi que as plantas
mais citadas para fabricação não são nativas da caatinga, o que pode ser uma evidência da
30
influência de fatores externos no conhecimento etnobiológico da região, uma vez que na
região predomina o bioma da caatinga.
Os extratos das plantas medicinais são estudados para realizar constatações, validações
e até comparações em relação aos efeitos causados em organismos humanos ou em outros
cultivos. Como por exemplo, para o tratamento do trato gastrointestinal ou analisar a
bioatividade de alguns extratos de plantas medicinais em sementes de feijão fava (POTRICH
et al., 2014; NOBRE et al., 2014).
Há situações em que a utilização de plantas medicinais não advém somente devido um
preço mais acessível, mas também devido a localização geográfica de algumas comunidades,
como é o caso da comunidade rural São Benedito, onde vivem em torno de 500 pessoas que
sobrevivem com agricultura de subsistência, possuem uma escola e nenhum posto de saúde.
Por se tratar de uma área propicia para cultivo, há uma variedade significativa de plantas
medicinais (VIEIRA; SOUSA; LEMOS, 2015).
Há situações, como é o caso da comunidade do Sítio Nazaré, município de Milagres
no Ceará, que mesmo inserida em uma área de fácil acesso, em que o há um posto de saúde no
centro, ainda assim é mantida por muitas pessoas a forma tradicional de cura de doenças por
meio de plantas medicinais (SILVA et al., 2015).
Na área urbana em Ouro Preto/MG, foi realizada pesquisa por Messias et al. (2015)
no qual participaram 6.713 pessoas de 4.200 residências, onde foi constatado que mais de
90% utilizam plantas medicinais para tratamento de doenças. O conhecimento a respeito do
assunto predomina com os entrevistados acima de 50 anos, e aqueles que apreendem através
da família, livros e outras pessoas são as que conhecem mais espécies. Os autores afirmam
que as plantas medicinais, devido a sua relação direta com a saúde, tornam-se fatores
importantes para criar nas comunidades uma compreensão da relevância de se conservar os
recursos naturais, pois, através delas adquire-se a consciência do valor das plantas, além de
contribuir para preservação ambiental e do conhecimento passado de geração em geração.
No município de Cajueiro da Praia, Piauí, Nordeste do Brasil, das 43 espécies de
plantas medicinais citadas pelos entrevistados (moradores considerados com maior grau de
conhecimento de plantas na comunidade), foi constatado que 32 são exóticas, e apenas 11
nativas. E a forma de propagação dessas plantas é as trocas de mudas entre vizinhos e amigos.
Se tratando de partes utilizadas para fins medicinais, as mais utilizadas são as folhas, cascas e
31
frutos. Além das informações que caracterizam a utilização de plantas para finalidades
medicinais, foi possível constatar a importância da utilização das mesmas no cotidiano da
comunidade estudada (SANTOS et al., 2016).
Em Jataí, um município do Estado de Goiás, foi realizado uma pesquisa com os
raizeiros para levantar dados que possam fortalecer estudos e o uso de plantas medicinais na
região. Alguns dos dados foram que a maioria das espécies são nativas do Cerrado (64%) e a
maioria das citações refere que a maior parte das plantas utilizados são as folhas e raiz (32,6%
e 21,2%, respectivamente), sendo chá a forma de preparo que prevaleceu (60,4%) (SOUZA et
al., 2016).
No município de Presidente Médici em Rondônia foi realizado um estudo com 25% da
população da terceira idade da localidade, faixa etária entre 60 a 90 anos, em relação ao uso
do óleo de Copaíba. Constatando que o conhecimento é transmitido de geração para geração,
informado por 94% dos entrevistados e que 35% apesar de já terem utilizado o óleo de
copaíba, não conhece realmente a planta em si. Em relação às causas/doenças em que o óleo é
utilizado, informaram: limpeza de ferimentos (6%), infecções (47%), cicatrizante (41%),
tratamento contra o câncer (11,7%) e tétano (17,6%). E em relação a aquisição 47% compram
o óleo, 29% extraem da planta e 24% recebem de terceiros em forma de auxílio (SANTANA
et al., 2014).
Segundo Rocha et al (2015, p. 57), “O uso de espécies vegetais bioativas para
finalidades terapêuticas é um traço comum presente em todos os sistemas de medicina
tradicional dispersos pelo mundo. O acúmulo de tais conhecimentos e sua posterior
disseminação forneceram subsídios para o início da Medicina”. Ou seja, para os autores antes
da Medicina que conhecemos hoje, já existia o uso de plantas com finalidades curativas, e o
acúmulo do conhecimento referente a medicamentos naturais fez com que surgisse a medicina
moderna, percebendo a importância do conhecimento popular referente a essa alternativa de
auxílio a saúde.
3.5 Pesquisas realizadas na Amazônia
Segundo Chagas et al. (2014), na Região Amazônica os habitantes buscam manejar os
recursos disponíveis de forma sustentável com estratégias que se adequem ao ambiente
natural, com todas as suas mutações e limitações impostas pela região para assim fazer uso
32
dos recursos naturais e em contrapartida preservar o meio em que vivem. Os autores ainda
destacam a pesquisa feita em duas comunidades, São Francisco em Careiro da Várzea e Santa
Luzia do Baixo em Iranduba no Amazonas. Onde constataram que na primeira comunidade
citada há mais diversidades de cultivos de plantas medicinais, aromática e condimentares que
na outra, devido a sua localização ser em uma área de várzea alta. Ou seja, somente nos
períodos de enchentes que os cultivos são diretamente afetados, enquanto em Santa Luzia do
Baixio ocorrem inundações com mais frequência.
Pinto, Flor e Barbosa (2014) relatam que em um município localizado na Amazônia
Paraense, Igarapé- Mirí, nos anos 2000 e 2008 os usuários utilizavam plantas medicinais não
somente por questões de tradições, embora muito forte na região, mas também por questões
econômicas ou por falta de acesso a medicamentos industrializados. Os autores ainda
levantaram dados referentes ao percentual de usuários e suas preferências em formas de
medicamentos, contato com medicamentos industrializados, doenças citadas pelos
entrevistados, etc.
Em uma comunidade denominada Julião, localizada em uma Unidade de Conservação
municipal de Manaus/AM foi possível realizar um levantamento de dados referentes a uso de
plantas medicinais no tratamento de malária e males associados. Constatando que apesar da
região Amazônica possuir uma grande diversidade de plantas, das 62 espécies de plantas
informadas como sendo utilizadas para as consequências da malária, apenas 10 tem origem na
Amazônia, reiterando a importância de produção de mais pesquisas referentes a plantas
medicinais na região Amazônica (VEIGA; SCUDELLER, 2015).
A maioria dos moradores do bairro do sossego no distrito de Marudá – PA adquirem
plantas medicinais através do cultivo em casa, cerca de 40%, enquanto 28% compram e 20%
conseguem com os vizinhos. A percepção e conhecimento da comunidade sobre plantas
medicinais se concentra principalmente nas mulheres mais velhas, tanto que é a própria
comunidade que indica com quem tratar sobre o assunto, ou seja, já são conhecidas por
trabalharem com plantas medicinais. E quanto menor o nível de escolaridade maior era o
saber sobre as plantas (FLOR; BARBOSA, 2015).
No mercado do Ver-o-Peso, em Belém do Pará, constatou que a carqueja, chapéu de
couro, confrei, erva doce e losna, plantas medicinais comercializadas nesse mercado, não
apresentam risco de toxicidade quando os usuários consomem na forma de chá. E que mais
pesquisas que abordem sobre plantas medicinais são necessárias para garantir maior
33
conhecimento a respeito do tema, principalmente para consumo adequado (SOUSA et al.,
2016).
No município de Aruará/PA, na parte urbana e principais distritos, foram entrevistados
29 comerciantes, com idade entre 32-71 anos, com a predominância do sexo feminino (79%).
Uma das principais causas para a procura de meios naturais medicinais são problemas no
sistema digestivo, e a obtenção de plantas medicinais pelos comerciantes é
predominantemente feita pelo cultivo em seus próprios quintais, localidades próximas ou em
hortas. A parte das plantas medicinais que se destaca são as folhas devido ao seu grande uso, e
a forma de preparo que predomina é em forma de chá. Demonstrando que a utilização de
meios naturais para sanar doenças é uma alternativa relevante no município estudado
(CAJAIBA et al., 2016).
Silva e Bastos (2007, p. 143) relatam que “A Amazônia com sua biodiversidade é uma
grande fonte de recursos naturais para obtenção de substâncias fungitóxicas com potencial
para utilização no controle de doenças de plantas”. E Barbosa e Pinto (2003), buscaram
valorizar a tradição fitoterapêutica Kayapó em duas aldeias no sul do Estado do Pará, pois
apesar da urbanização e disponibilidade de outros tipos de medicamentos, ainda há uma parte
dessa população que acredita no poder curativo das plantas e busca permanecer com a suas
culturas e tradições.
Leão, Ferreira e Jardim (2007) ao realizarem um levantamento de plantas com fins
terapêuticos no município de Santa Bárbara do Pará, mais especificamente em duas
comunidades, a Pau D’arco e São João Batista, concluíram que a dificuldade no acesso a
serviços de saúde disponibilizados pela rede pública fazem que muitos indivíduos encontrem
no uso da medicina tradicional uma maneira viável de sanar doenças e enfermidades a curto
prazo. E ressaltam que pelo menos nessas comunidades o conhecimento referente as plantas
de cunho medicinal se restringem as pessoas com idade mais avançada. Os autores ainda
afirmam que politicas públicas ajudariam na propagação e comercialização dessa matéria
prima vegetal.
Em quatro comunidades rurais de Bonito/PA foram realizadas pesquisas referentes aos
quintais agroflorestais com o intuito de se obter a agrobiodiversidade dos cultivos presentes
nos mesmos. Constatando assim, que as espécies mais cultivadas são aquelas com finalidades
alimentícias, sendo que apenas 8,3% das espécies é para uso medicinal, uma porcentagem
34
baixa devido à preferencia dos agricultores e consumidores da região por frutíferas (VIEIRA;
ROSA; SANTOS, 2012).
Na Vila dos Pescadores, Península de Ajuruteua, município de Bragança/PA, com 30
entrevistados, sendo 21 mulheres e 9 homens, constatou que o conhecimento referente ao uso
de plantas é adquirindo no âmbito familiar. As plantas usadas pelos entrevistados foram
enquadradas em sete categorias. Sendo estas: medicinal, alimentar, artesanato, combustível,
construção, tecnologia e outros. E entre as várias formas de uso que as plantas eram
empregadas pelos entrevistados, a categoria de uso que teve mais citação foi a medicinal,
demonstrando assim que o uso de plantas com finalidades medicinais são as mais utilizadas
na Vila do estudo (CARNEIRO; BARBOZA; MENEZES, 2010).
No Estado do Amapá há grande biodiversidade em variados ecossistemas da região,
fazendo que a fitoterapia seja uma atividade com expressivo potencial econômico. A
complexidade referente a utilização dessa atividade para gerar renda é, entre outros, as
dificuldades em atender legislações especificas ou a falta de continuidade de programas
governamentais devido a troca de gestão (FILOCREÃO; GALINDO; SANTOS, 2017).
Monteiro et al. (2017, p. 5) contribui ao dizer, em uma pesquisa realizada no
município de Capanema/PA, que “O preço médio dos produtos, é relativamente baixo, sendo
preciso a venda de um grande número de produtos para gerar uma renda satisfatória.”
Na comunidade de Tabajara localizada no interior do Estado de Rondônia, havia
apenas uma unidade de saúde, que atendia semanalmente, no entanto não possuía
infraestrutura adequada para atender a população. Portanto, os moradores que possuíam uma
melhor condição econômica, se direcionavam para outras localidades em busca de
atendimento, os que não possuíam faziam uso de plantas medicinais para tratamento de
enfermidades (FRANCO et al., 2015)
Segundo Araujo et al. (2018), a região da Amazônia Legal não possui atratividade
para industrias de fitoterápicos, e que para indústria de medicamentos de uso humano a
atratividade é relativamente pouca. No entanto, a solução seria se basear nas características de
regiões onde a atratividade para esse ramo de mercado é alta. Um dos pontos principais seria
desenvolver/aumentar a base cientifica na região e aumentar a atuação do poder público para
o desenvolvimento urbano, visando a infraestrutura e a modernização das localidades.
35
4 METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada no município de Capanema do Estado do Pará, localizado
a uma latitude 01º11'45" sul e a uma longitude 47º10'51" oeste, estando a uma altitude de
24 metros, que compreende uma área territorial de 614,693 km². Com população estimada
de 68.616 pessoas, em 2018.
Para a realização do estudo foi necessário fazer uma pesquisa bibliográfica, pois
segundo Lakatos e Marconi, (2014) esta “serve-se de fontes de dados coletados por outras
pessoas, podendo constituísse de material já elaborado”. Ou seja, para compor o
referencial teórico, foi necessária a pesquisa por informações de outros autores. Pesquisa
ainda caracteriza-se como abordagem quantitativa, devido os resultados estatísticos
pertencentes, direcionada ao centro urbano de Capanema.
4.1 Pesquisa no Comércio
Foi necessário realizar uma pesquisa de campo tanto para tratar da comercialização
como para o uso de plantas medicinais pela população, pois segundo Marconi e Lakatos
(2016) a pesquisa de campo é aquela que tem como intuito a obtenção de informações ou
conhecimentos para responder algum questionamento ou comprovação ou descoberta de
novas formas de se tratar determinados assuntos.
As visitas no mercado de Capanema (FIGURA 1) ocorreram entre 20 de Julho a 4 de
Agosto de 2018, onde iniciou com o reconhecimento de pontos de vendas, seleção das
amostras e aplicação dos questionários nos comércios e moradores do município.
Figura 1- Comércio de Capanema/PA
Fonte: Acervo das autoras.
36
Nas visitas de campo no comércio central de Capanema/PA foram constatados alguns
pontos de vendas de medicamentos naturais, apresentado tanto no formato natural quanto em
fitoterápico ou manipulado. Esses pontos eram fruteiras, estabelecimentos dedicados a
medicamentos naturais ou farmácias. Considerando a oferta inexpressiva, as farmácias foram
excluídas da pesquisa. O procedimento resultou na identificação de 11 estabelecimentos que
comercializam plantas medicinais no comércio central.
De acordo com indicações locais, além do centro comercial ainda foram identificados
mais 4 estabelecimentos, localizados no bairro D. João VI, sendo duas fruteira e os outros
dois são pontos específicos para esse tipo de mercado.
Para obtenção de dados foi formulado um questionário, que “é um instrumento de
coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas
por escrito e sem a presença do entrevistador” (MARCONI; LAKATOS, 2016). Sendo a
intenção nesse primeiro momento, obter informações referente a comercialização de plantas
medicinais.
Antes da aplicação nos estabelecimentos foi elaborado um questionário preliminar ou
pré-teste, pois “o questionário precisa ser testado antes de sua utilização definitiva”
(MARCONI; LAKATOS, 2016), e testado em um dos estabelecimentos para verificar se este
possuía questões que se enquadrasse ao perfil dos comerciantes desse ramo. Após as
alterações pertinentes foi elaborado o questionário final com 7 questões abertas e 13 fechadas
ou de múltipla escolha.
Para a aplicação dos questionários foram excluídas as farmácias, conforme já
mencionado, devido a pouca oferta desses produtos, contudo aplicados nos demais
estabelecimentos que trabalham com vendas de produtos naturais. Inicialmente a amostra da
pesquisa consistiu em 15 estabelecimentos, contudo 4 questionários retornaram em branco, o
que definiu a amostra de 11 estabelecimentos para a pesquisa.
4.2 Pesquisa na População
O período que compreendeu a pesquisa realizada na população capanemense consistiu
entre 12 de julho até 04 de agosto de 2018, onde houveram visitas ao IBGE em Capanema -
PA, seleção das amostras e aplicação dos formulários.
No IBGE obteve-se informações referentes a população, a divisão de bairros, a divisa
entre a região rural e urbana, quantidade de domicílios, etc. Considerando que a primeira
37
tentativa de definição da amostra seria estabelecida por bairro e considerando que o município
não possui bairros oficiais, já que o IBGE utiliza de setores censitários para definir as
ocupações definidas pelos arruamentos, dividiu-se o centro urbano em quadrantes.
Destaca-se que o Manual do recenseador (2017), menciona que setor censitário “é uma
unidade de controle cadastral formada por área contínua, situada em uma única área urbana ou
rural, com dimensão e número de unidades que permitam o levantamento das informações
censitárias.”
No que se refere a utilização de quadrantes, Caetano et al (2015) mostra que o
procedimento foi aplicado utilizando-se de linhas imaginárias na área de interesse, mesmo que
não houvesse precisão no alinhamento de algumas ruas. Em seguida, as ruas foram
identificadas e agrupadas por quadrante para posteriormente realizar o sorteio das ruas cuja
pesquisa de campo iria ocorrer. O referido procedimento resultou em 5 ruas sorteadas por
quadrante.
Figura 2- Imagem de Capanema via satélite
Fonte: Google Maps.
Fundamentado na quantidade de domicílios presente no município, que segundo o
IBGE, no Censo 2010, corresponde a 16.914 domicílios, foi definida para esta pesquisa, a
porcentagem de 1,6%, que equivale a 180 residências. Portanto, houve a aplicação do
formulário em 180 residências, direcionado a apenas um morador por residência. Destaca-se
que a escolha do primeiro domicilio a ser escolhido ocorreria de forma aleatória pelo
entrevistador, sendo os demais por indicações dos entrevistados.
38
Segundo Marconi e Lakatos (2016) “o formulário é um dos instrumentos essenciais
para a investigação social, cujo sistema de coleta de dados consiste em obter informações
diretamente do entrevistado”. Por isso a escolha por esse instrumento de pesquisa.
A amostra de 180 residências foi dividida para 45 por quadrante, sendo realizada a
pesquisa de campo em 9 casas por rua para assim aplicar os formulários em toda a
porcentagem escolhida na pesquisa como amostra (1,6%).
Para tabulação das informações obtidas foram levadas em consideração para
apresentação em gráficos e tabelas, apenas as questões que foram realmente respondidas. Pois
com o número um pouco elevado de entrevistados, teve alguns formulários que voltaram com
algumas questões em branco. Mas para a não interrupção da pesquisa foi escolhido apenas
contar na demonstração dos dados o que foi devidamente respondido.
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1 Caracterização do perfil dos comerciantes de plantas medicinais do munícipio
Capanema/PA
Os resultados evidenciam que dos 11 estabelecimentos entrevistados, 27% dos
proprietários eram homens e 73% mulheres (TABELA 1), semelhante ao que foi visualizado
na pesquisa realizada por Cajaiba et al. (2016) em Aruará/PA, onde houve também a
predominância feminina no comércio, com 79%. Em relação as faixa etária dos entrevistados,
constatou-se a variação de 21 a 80 anos, sendo que 46% estavam entre 21 a 40 anos.
Tabela 1- Sexo dos entrevistados
Sexo N° %
Feminino 8 73,0
Masculino 3 27,0
Total 11 100
Fonte: Elaborado pelas autoras.
No que se refere ao grau de escolaridade dos entrevistados, os resultados mostram que
18% possuíam o ensino fundamental completo, 37% ensino médio incompleto, e 27% ensino
médio completo e 18%, ensino superior completo. (FIGURA 3)
39
Figura 3- Escolaridade dos entrevistados
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Em relação ao fator renda foi constatado que a comercialização de produtos naturais
não correspondeu a única fonte de renda (FIGURA 4), já que 73% dos comerciantes
mencionou outros meios para completar a renda, não sendo a principal atividade. No entanto,
na pesquisa Lima, Nascimento e Silva (2016) em Arapiraca/AL, evidenciou uma realidade
oposta, pois se verificou que este ramo de mercado é a principal atividade realizada pelos
entrevistados para gerar renda.
Dentre os entrevistados, 27% afirmam gerar renda comercializando produtos de base
natural medicinal como principal atividade do estabelecimento, já que o ponto comercial
trabalha exclusivamente com esse tipo de produto. Tal fato que sugere que a especialização do
estabelecimento na comercialização de plantas medicinais, implica como principal causa que
favorece a oferta de produtos variados no contexto da medicina alternativa, e, por
conseguinte, a demanda por produtos de plantas medicinais se demonstrou mais intensa
nesses em ambientes, o que notavelmente foi percebida a possibilidade de obtenção de renda
proveniente especificamente do comércio de produtos baseados em plantas medicinais, sem
necessariamente comercializar outros produtos para complementar o rendimento.
37%
18%
27%
18%
DIVISÃO EM PORCENTAGEM REFERENTE A
ESCOLARIDADE.
ENS. MÉD. INCOMPLETO ENS. FUND. COMPLETO
ENS. MÉD. COMPLETO ENS. SUP. COMPLETO
40
Figura 4- Comercialização de produtos naturais como fonte de renda
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Importante observar que dos estabelecimentos entrevistados a maioria trabalhava com
produtos medicinais de base natural de forma secundária (55%), uma vez que mercadinhos e
fruteiras também foram pontos pesquisados, e 45% apontaram que os principais produtos
comercializados são aqueles proveniente de plantas medicinais (FIGURA 5).
Esse fator indica que a quantidade de pontos comerciais que se dedicam a venda de
produtos com base na planta medicinal como principal produto comercial, é menor em relação
aos demais. Ao analisar somente os 45% que comercializa principalmente produtos naturais, o
fator geração de renda aumenta para 40%, e esses pontos que geram renda estão localizados
no centro comercial enquanto que os outros, a maioria está mais dentro da cidade.
Figura 5- Comercialização de produtos naturais medicinais
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Em relação ao fator conhecimento sobre as plantas medicinais e suas finalidades,
verificou-se que nenhum comerciante afirmou desconhecer totalmente os produtos de origem
27%
73%
PORCENTAGEM DE ENTREVISTADOS QUE AFIRMAM TER
COMO PRINCIPAL FONTE DE RENDA A COMERCIALIZAÇÃO
DE PRODUTOS NATURAIS
Principal Fonte de
Renda
Não é a Principal
Fonte de Renda
45%
55%
PERCENTUAL DE ENTREVISTADOS QUE AFIRMARAM
QUE A VENDA DE PRODUTOS MEDICINAIS DE BASE
NATURAL É A PRINCIPAL COMERCIALIZAÇÃO DO
ESTABELECIMENTO.
SIM
NÃO
41
natural medicinal que trabalhavam, pois 55% dos entrevistados afirmam ter conhecimento
sobre todos os produtos naturais medicinais vendidos, e os demais entrevistados (45%),
afirmaram conhecer apenas alguns. (FIGURA 6)
Figura 6- Conhecimentos das finalidades medicinais
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Referente a origem do conhecimento sobre as plantas medicinais, foram apontados
diversas fontes de aprendizado sobre as espécies, onde cada entrevistado indicou uma ou mais
fontes de conhecimento. Verificou-se que as fontes de conhecimento, foi mais representativa
nos livros e revistas pois foram citados 6 vezes, ficando em segundo lugar a internet com
cinco indicações, terceiro lugar outras fontes de conhecimento com 4 citações, em quarto
lugar o conhecimento de pais e avós com 3 citações, quinto lugar o comércio e conhecidos
com idade avançada que foram apontados uma vez cada. Os autores Lima, Nascimento e
Silva (2016) obtiveram um resultado diferente, no qual a maioria associou a origem do
conhecimento com a vivência com os pais, quando estes utilizavam para uso próprio ou de
terceiros.
45%
55%
PERCENTUAL REFERENTE AO CONHECIMENTO DOS
ENTREVISTADOS SOBRE AS FINALIDADES MEDICINAIS
DOS PRODUTOS COMERCIALIZADOS.
SIM, ALGUNS PRODUTOS
SIM, TODOS OS PRODUTOS
42
Figura 7- Fonte do conhecimento de medicamentos naturais
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Referente a compreensão dos entrevistados em relação aos possíveis efeitos colaterais
provenientes do uso de medicamentos naturais, a maior parte considerou que poderão ocorrer
caso o uso seja feito de forma incorreta (70%). Mas 10% associaram os efeitos colaterais com
o uso de outros medicamentos simultaneamente. E 20% afirmam que não há efeitos colaterais
no uso de medicamentos naturais, justamente por serem de origem natural. (FIGURA 8)
Figura 8- Compreensão dos entrevistados em relação a possíveis efeitos colaterais
Fonte: Elaborado pelas autoras.
5.2 Dinâmica de mercado de plantas medicinais do município
A faixa etária dos clientes que demandam produtos dos estabelecimentos, mostrou-se
diversificada, pois o público alvo não se encontra concentrado em uma idade específica. Pois
9 entrevistados afirmaram que seus produtos são demandados por clientes de todas as idades
0
1
2
3
4
5
6
NÚMERO DE CITAÇÕES SOBRE A FONTE DO CONHECIMENTO EM
RELAÇÃO A PLANTAS MEDICINAIS.
70%
10%
20%
DEMONSTRAÇÃO PERCENTUAL DA COMPREENSSÃO DOS
ENTREVISTADO REFERENTE A EFEITOS COLATERAIS PROVENIENTES
DO CONSUMO DE MEDICAMENTOS DE BASE NATURA.
SIM, SE UTILIZADOS DE
MANEIRA INCORRETA
SIM, MAS SOMENTE SE
UTILIZADOS COM OUTROS
MEDICAMENTOS
NÃO, JUSTAMENTE POR
SEREM NATURAIS NÃO
CAUSAM EFEITOS
COLATERAIS
43
(FIGURA 9). Esse fator demostra que ao contrário do que se cogitava, a procura ocorre por
pessoas de diferentes idades e não apenas por pessoas com idade mais avançada.
Figura 9- Faixa etária dos clientes
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Quanto a forma em que os produtos estão disponíveis para o consumidor final, refere-
se ao nível de processamento que o produto passou, e assim as indicações foram agrupadas
em in natura (totalizando 8 estabelecimentos), industrializados (totalizando 7
estabelecimentos) e manipulados (totalizando 3 estabelecimentos) (FIGURA 10). Esse fator
demonstrou que na maioria dos estabelecimentos prevaleceu a venda da planta medicinal em
sua forma natural, contudo pode-se perceber que a forma industrializada também é encontrada
na maioria dos estabelecimentos.
Figura 10- Formas disponibilizadas dos produtos de base natural nos estabelecimentos
Fonte: Elaborado pelas autoras.
0 2 4 6 8 10
0-20
21-40
41-60
61-80
81-100
TODAS AS IDADES
FAIXAS ETÁRIAS DE SEU PÚBLICO DE ACORDO
COM OS ENTREVISTADO
0
2
4
6
8
IN NATURA INDUSTRIALIZADOS MANIPULADOS
Série1 8 7 3
Qu
an
tid
ad
e d
e ci
taçã
o
DISPONIBILIZAÇÃO DE PRODUTOS DE BASE NATURAL PELOS
ESTABELECIMENTOS.
44
Ainda sobre a forma que os medicamentos naturais são disponibilizados para
comercialização, considerando as partes utilizadas das espécies, destacam-se: folhas
(totalizando 9 estabelecimentos), triturados (totalizando 7 estabelecimentos), óleos
(totalizando 6 estabelecimentos), raiz e outros (totalizando 4 estabelecimentos cada), capsulas
manipuladas (totalizando 3 estabelecimentos), e plantas inteiras (totalizando 1
estabelecimento) (FIGURA 11). Tais evidências indicam que a maioria dos pontos comerciais
vendem as folhas e produtos in natura. A referida realidade assemelha-se com o contexto em
Aruará/PA, onde também predominou as folhas como as mais comercializadas (CAJAIBA et
al., 2016)
Figura 11- Formas que os medicamentos naturais são comercializados
Fonte: Elaborado pelas autoras.
A Figura 12 demonstra as formas de aquisições de produtos naturais, na qual 11
entrevistados apontaram que o principal fornecedor dos produtos foram as empresas. Em
segundo lugar, a representatividade ficou com as cooperativas e quintal de casa, com 2
citações cada. Os demais itens foram indicados por pelo menos 1 entrevistado.
0
2
4
6
8
10
OLÉOS RAÍZ FOLHAS PLANTAS
INTEIRAS
TRITURADO CAPSULAS
MANIPULAD
AS
OUTROS
Série1 6 4 9 1 7 3 4
N°
de
cit
açõ
es
CITAÇÕES DAS FORMAS QUE OS MEDICAMENTOS NATURAIS SÃO
COMERCIALIZADAS
45
Figura 12- Formas de aquisições
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Com esse fator de caracterização percebe-se que a maioria indicou que a aquisição dos
seus produtos é proveniente de terceiros, o que se assemelha ao estudo de Lima, Nascimento e
Silva (2016), onde nenhum comerciante afirmou cultivar plantas medicinais, sendo unanime a
aquisição de terceiros. Esse fator pode não interferir diretamente na comercialização e uso dos
produtos, contudo pode interferir na dinâmica da economia local caso a aquisição fosse
realizadas com os agricultores locais.
A embalagem utilizada para acondicionar os produtos, foi indicada pelos
entrevistados: em garrafa (totalizando 6 entrevistados), em sacola/plástico (totalizando 5
entrevistados), em sache (totalizando 5 entrevistados), embalagens plásticas para cápsulas
(totalizando 3 entrevistados), e outros (totalizando 2 entrevistados). (FIGURA 13)
0 2 4 6 8 10 12
QUINTAL DE CASA
EMPRESAS
VIZINHOS E FAMILIARES
COOPERATIVAS
PEQUENO AGRICULTOR RURAL
OUTROS
NÚMERO DE CITAÇÕES DAS FORMAS DE AQUISIÇÕES
DOS PRODUTOS (FORNECEDORES).
46
Figura 13- Formas de embalagem
Fonte: Elaborada pelas autoras.
Em relação ao fator de caracterização das principais plantas medicinais
comercializadas, em relação a identificação das espécies, 4 entrevistados apontaram que o
Hibisco era o mais comercializado (preço varia R$2,00 a R$3,50), 4 entrevistados indicaram
que o boldo era o mais comercializado(preço varia R$4,00 a R$10,00) e 3 entrevistados
apontaram que o Louro era o mais expressivo (preço varia R$2,00 a R$5,00). (TABELA 2).
Tabela 2– Plantas Medicinais mais comercializadas
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Figura 14, 15 e 16- Plantas medicinais mais comercializadas em Capanema – Pa.
Figura 14: Hibisco (Hibiscus)
Figura 15: Boldo (Peumus boldus)
0 1 2 3 4 5 6
EM GARRAFA
EM SACOLA/PLÁSTICO
EM SACHE
EMBALAGENS PLÁSTICAS PARA
CÁPSULAS
OUTROS
CITAÇÃO QUANTO A FORMA DE EMBALAGEM.
Plantas medicinais mais
vendidas
Nº de citações (R$) 100g
HIBISCO (Hibiscus) 4 2,0 - 3,50
BOLDO (Peumus boldus) 4 4,0 – 10,0
LOURO (Laurus nobilis) 3 2,0 - 5,0
Total 11
47
Figura 16: Louro (Laurus nobilis)
Fonte: Acervo das autoras.
De acordo com Cajaiba et al (2016) as principais doenças tratadas com plantas medicinais
foram referentes aos sintomas no sistema digestivo (20%), infecções/inflamações (16%),
gripes (12%) e do sistema respiratório ( 10%). Entretanto, a presente pesquisa, indica as
principais doenças, que de acordo com os comerciantes, fazem com que as pessoas
procurarem o estabelecimento, sendo diabetes, doenças de próstata e câncer as afecções mais
citadas. (Tabela 3).
Tabela 3– Doenças mais citadas como motivos de procura por plantas medicinais
Doenças Nº de citações
Diabetes 5
Doenças de Próstata 3
Câncer 3
Inflamações 3
Pressão Alta 2
Doenças Uterinas 2
Gripe 2
Doenças respiratórias 2
Reumatismo 2
Doenças Estomacais 2
Total 26
Fonte: Elaborado pelas autoras.
5.3 Dinâmica de uso e aquisição das plantas medicinais pelos moradores de
Capanema/PA
Dentre os 180 moradores de Capanema entrevistados, 76% eram do sexo feminino e
24% do sexo masculino (TABELA 4). As idades variaram, mas sua maioria está entre 21-40
anos com 36%, seguindo 41-60 anos com 34%. (TABELA 5)
48
Tabela 4- Sexo dos entrevistados
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Tabela 5- Idade dos entrevistados
Idade N° %
0-20 7 4,0
21-40 58 36,0
41-60 54 34,0
61-80 38 24,0
81-100 4 2,0
Total 161 100
Fonte: Elaborado pelas autoras.
No quesito nível de escolaridade se constatou que a maior parte dos entrevistados
(40%) se enquadraram no ensino fundamental incompleto (FIGURA 17). O que muito se
assemelha no estudo de Caetano et al. (2015), realizado em Lagarto/SE, onde a maioria dos
entrevistados também possuíam nível fundamental incompleto.
Figura 17-Escolaridade do entrevistado
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Dentre os entrevistados, 8% negaram fazer uso de plantas medicinais, ou qualquer
medicamento de origem natural, enquanto 92% afirmaram fazer uso (FIGURA 18).
Semelhante ao que ocorreu em Ouro Preto/MG onde Messias et al. (2015) constataram que,
mais de 90% utilizam plantas medicinais no tratamento de doenças.
40%
4%
15%
34%
2% 5% ENS. FUNDAMENTAL
INCOMPLETO
ENS. FUNDAMENTAL
COMPLETO
ENS. MÉDIO INCOMPLETO
ENS. MÉDIO COMPLETO
ENS. SUPERIOR INCOMPLETO
ENS. SUPERIOR COMPLETO
Sexo N° %
Feminino 123 76,0
Masculino 39 24,0
Total 162 100
49
Figura 18 -Percentual de entrevistados que utilizam medicamentos naturais
Fonte: Elaborado pelas autoras.
O fator da frequência de uso indicou que o usuário demanda o produto quando está
doente (44%), contudo embora isso predomine, um percentual significativo faz uso até
mesmo quando saudável (39%) (FIGURA 19). Pode-se visualizar resultado parecido com
Pires et al. (2014) no bairro Citra, situada em Montes Claros/MG, onde 46,2% relataram
também fazer uso mesmo estando saudável.
Logo, percebe-se que o fator de uso está muito mais relacionado a tratamento de
doenças do que por questões culturais ou religiosas no município, o que se assemelha ao que
foi identificado em Igarapé – Mirí, por Pinto, Flor e Barbosa (2014), onde os usuários de
medicamentos naturais utilizam não somente por questão de tradições, mas principalmente
por questão econômica e inacessibilidade a medicamentos industrializados.
Figura 19- Frequência de uso de medicamentos naturais
Fonte: Elaborado pelas autoras.
92%
8%
SIM
NÃO
44%
13%
39%
1% 3%
DEMONSTRAÇÃO PERCENTUAL DA FREQUÊNCIA DE USO
DE MEDICAMENTOS NATURAIS PELOS ENTREVISTADOS.
SEMPRE QUANDO DOENTE
DIFICILMENTE QUANDO
DOENTE
ATÉ QUANDO SAUDÁVEL
POR QUESTÕES
CULTURAIS/ RELIGIOSAS
NUNCA
50
Embora já haja políticas voltadas para implementação de medicamentos naturais na
medicina atual, principalmente pelo SUS (Sistema Único de Saúde), observa-se que de acordo
com os entrevistados a indicação de uso de plantas medicinais pelos médicos não se
caracteriza como sendo um fator de uso, uma vez que 84% apontaram nunca ter sido prescrito
por um médico a utilização de medicamentos naturais (TABELA 6), e mesmo dessa forma
fazem uso para tratamento de doenças.
Tabela 6- Indicação de uso de plantas medicinais por médicos
Indicação médica N° %
Já teve indicação profissional 26 16,0
Nunca teve indicação profissional 136 84,0
Total 162 100
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Junior Nascimento et al. (2016) ao realizar estudo com profissionais que atuam na
Estratégia de Saúde e Família em Petrolina/PE, perceberam a falta de preparo dos
profissionais de saúde tanto para prescreverem quanto para não indicarem medicamentos de
origem natural. Relatam também que possivelmente a não aplicação efetiva de programas
voltados a fitoterapia pode está diretamente relacionada a falta de qualificação dos
profissionais que trabalham no SUS na medicina complementar e alternativa. Pereira et al.
(2015) ainda afirmam que a falta de pesquisas relacionadas a fitoterapia como o escasso
conhecimento de propriedades biológicas das plantas medicinais desencorajam a utilização de
fitoterápicos como recurso terapêutico.
Foi constatado que a maior parte dos entrevistados não relata para o seu médico a
utilização de medicamentos naturais, das pessoas que efetivamente responderam a essa
questão, 57% negaram informar ao médico, enquanto que 43% afirmaram comunicar ao
médico seu uso (FIGURA 20). Embora a prescrição médica não seja fator de uso de
medicamentos naturais, a falta de comunicação ao médico, em contrapartida, é uma
característica muito comum entre seus usuários. As pesquisas já realizadas como em Lopes et
al. (2015), aplicado em Maringá/PR, afirmam isso uma vez que a maioria dos entrevistados
(59%) relataram não informar ao médico quando utilizavam plantas medicinais pelo fato de
não considerarem importante.
51
Figura 20- Percentual de entrevistados que informam a utilização de plantas medicinais ao médico
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Na Tabela 7 é possível identificar a parte da planta mais utilizada pelos entrevistados,
que foram as folhas, com 87%, seguindo pela opção outros com 7% e raiz com 6%, nenhum
dos entrevistados citou utilizar de flores ou frutos para o tratamento ou cura de doenças. O
resultado se assemelha ao obtido no estudo realizado por Silva, Marini e Melo (2015), no
município de Solânea no agreste Paraibano, Nordeste do Brasil, no qual as folhas aparecem
como as mais citadas com 63,9%. No entanto se diferencia na utilização de frutos e flores, que
aparecem com 13,9% e 6,9%, respectivamente das citações de uso para tratamento e cura de
doenças.
Essa característica de preferência de consumo de folhas, coincide com a parte da
planta mais disponível no mercado. Demonstrando um equilíbrio, pois o mercado propicia o
que é mais consumido pela demanda.
Tabela 7- Parte mais utilizada da planta
Parte da planta Nº %
Raíz 9 6,0
Folha 137 87,0
Flores 0 -
Frutos 0 -
Outros 12 7,0
Total 158 100
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Na figura 21, pode-se visualizar a forma como medicamento natural é consumido de
acordo com o número de citações dos entrevistados, e percebesse a predominância da forma
43%
57% SIM
NÃO
52
in natura com 123 citações. Mais uma característica que o mercado de plantas medicinais
corresponde à população, uma vez que in natura, é a forma em que mais os produtos naturais
estão ofertados no comércio.
Figura 21- Forma de consumo dos medicamentos naturais
Fonte: Elaborado pelas autoras.
A aquisição de medicamentos naturais é caracterizada pelo cultivo no quintal de casa
como informa 50% dos entrevistados (Figura 22). Um resultado semelhante foi o de Caetano
et al. (2015), na qual a maioria, afirmou que a principal forma de aquisição de plantas
medicinais é através dos quintais de casa. Ainda no estudo atual percebe-se também o
comércio de Capanema com 30%, o que indica que o cultivo doméstico é concorrente do
mercado de plantas medicinais, o que é um fator que caracteriza o uso local.
Série1
0
20
40
60
80
100
120
140
Nº
de
cita
ções
IN NATURA
INDUSTRILIZADA
EM FORMA DE
POMADA
INDUSTRILIZADA
EM FORMA DE
COSMÉTICO
MANIPULADOS OUTROS
Série1 123 9 7 22 20
Nº DE CITAÇÕES DE ACORDO COM OS ENTREVISTADOS.
53
Figura 22- Principal forma de aquisição de medicamentos naturais
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Foi possível constatar que não é característica de uso utilizar produtos medicinais de
base natura como forma principal para tratar doenças da maioria dos usuários (71%), no
entanto 29% afirma prevalecer a utilização em detrimento de outras alternativas curativas
(TABELA 8). Logo, percebe-se que, por mais que o fator da frequência de uso seja a doença,
o tratamento com medicamentos naturais não é a principal forma, podendo ser realizado em
concomitância com outras formas de tratamento.
Tabela 8- Medicamentos naturais como principal alternativa de tratamento de doenças de acordo com os
entrevistados.
Medicamentos naturais Nº %
Principal forma de tratamento 46 29,0
Não é a principal forma de
tratamento
115 71,0
Total 161 100
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Quanto a efeito colateral a população, pelo menos 94%, não apresentou nenhuma
reação adversa com o uso de medicamentos naturais, enquanto que apenas 6% relataram já
terem sofrido algum tipo de reação (TABELA 9). Essa informação é muito difícil de levantar
com clareza, visto que as reações podem, por vezes, ser associadas a outras razões e o usuário
50%
12%
0%
30%
2% 3%
1%
2%
PERCENTUAL DAS FORMAS DE AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS
NATURAIS.
QUINTAL DE CASA
VIZINHOS E FAMILIARES
PEQUENO AGRICULTOR RURAL
COMÉRCIO DE CAPANEMA
VENDEDOR INFORMAL
EM ALGUM TERRENO
VENDEDOR DE CATALOGO/
NATURA, AVON, ETC
OUTROS
54
não associar a planta medicinal por considerar que esta não gera efeitos colaterais por ser
natural.
Importante ressaltar que em um ambiente no qual o nível de informação é baixa, de
acordo com os autores Lopes et al. (2015) e Nascimento Junior et al. (2016) torna-se propicia
um quadro de intoxicação ou até mesmo inibição de algum outro medicamento utilizado em
concomitância.
Tabela 9- Ocorrência de efeitos colaterais entre os entrevistados usuários de plantas medicinais
Efeito colateral N° %
Sim, já apresentou efeito colateral. 10 6,0
Não, nunca apresentou efeito
colateral.
151 94,0
Total 161 100
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Quanto ao conhecimento a respeito das finalidades medicinais os moradores do
município afirmam possuir (88%), enquanto 12% alegam não ter conhecimento (FIGURA
23). A conscientização do modo de uso é de suma importância, assim como a noção dos
riscos em ingerir substâncias naturais. Campos et al. (2016) relata a relevância que tem,
estudos voltados ao tema da fitoterapia, do seu modo de usar e dos riscos ao ingerir plantas
medicinais desconhecidas.
Figura 23- Conhecimento das finalidades medicinais de medicamentos naturais
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Logo, os usuários se caracterizam conhecedores das finalidades medicinais, e esse
conhecimento empírico, advém do fator que caracteriza a fonte do conhecimento que é, de
88%
12%
PERCENTUAL DE ENTREVISTADOS QUE POSSUEM
OU NÃO CONHECIMENTOS DAS FINALIZADES
MEDICINAIS DE MEDICAMENTOS NATURAIS
POSSUI
NÃO POSSUI
55
acordo com a pesquisa, a de geração em geração, onde o número de indicações dos
entrevistados foi de 128 citações para pais e avós. Lembrando que nesse quesito, fonte de
conhecimento, cada entrevistado poderia indicar mais de uma opção. Em seguida os que
tiveram maior número de citações foram os vizinhos com 22 e os conhecidos com idade
avançada com 15 citações (FIGURA 24).
No estudo realizado por Lopes et al. (2015) há predominância desse mesmo cenário,
uma vez que 64,5% dos entrevistados relacionaram a fonte de conhecimento a família. Em
Anápolis/GO, Oliveira, Machado e Rodrigues (2014) constataram que o uso é baseado em
informações repassadas de geração em geração e em amigos, representando 77,54% dos seus
entrevistados em questão. Já Santana et al. (2014) teve 94% dos seus entrevistados afirmando
que o conhecimento é passado de geração em geração. Um Estudo realizado próximo ao
município de Capanema, em Bragança/PA por Carneiro, Barboza e Menezes (2010) constatou
que o conhecimento sobre plantas medicinais surge no âmbito familiar.
Figura 24- Fonte do conhecimento de plantas medicinais
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Quanto a preferência de compra dos entrevistados, no presente estudo, destacou-se a
compra da folha inteira, com 62% (FIGURA 25). O que corresponde a parte da folha mais
comercializada no mercado de plantas medicinais. Percebe-se que, nesse aspecto, o comércio
disponibiliza o que a população demanda, embora as pessoas prefiram adquirir as plantas do
quintal de casa.
0
50
100
150
Nú
mer
o d
e ci
taçõ
es
PAIS E AVÓS VIZINHOS FILHOSLIVROS E
REVISTASTELEVISÃO INTERNET COMÉRCIO
CONHECIDOS
COM IDADE
AVANÇADA
Série1 128 22 0 4 5 4 4 15
NÚMERO DE CITAÇÕES DA FONTE DO CONHECIMENTO DAS
FINALIDADES MEDICINAIS DAS PLANTAS.
56
Figura 25- Preferência de compra do entrevistado
Fonte: Elaborado pelas autoras.
No que concerne as doenças que geram mais procura por medicamentos naturais
(TABELA 10), de acordo com o nº de citações dos entrevistados, foi caracterizado que,
aquelas relacionadas a problemas intestinais (79 citações), dor de cabeça (52 citações) e gripe
(30 citações) são as que mais se identificam como fator de consumo.
Tabela 10– Doenças mais citadas por usuários de plantas medicinais
Doenças Nº de citações
Problemas intestinais 79
Dor de cabeça 52
Gripe 30
Problemas no fígado 22
Insônia 20
Stress 16
Cólica 11
Febre 11
Dor na coluna 10
Problemas renais 9
Reumatismo 8
Problemas no sistema reprodutivo feminino 8
Dor de garganta 8
Pressão 8
TOTAL 292
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Enquanto as que se caracterizam como plantas medicinais mais consumidas são: a
Cidreira (73 citações), o Boldo (70 citações) e o Capim Santo (33 citações) (TABELA 11).
Nota-se que o Boldo é uma das plantas mais vendidas de acordo com os comerciantes e
encontra-se como o segundo mais consumido.
7%
62%5%
9%
3% 14%
OLÉOS
FOLHA INTEIRA
TRITURADO
CÁPSULAS
MANIPULADAS
RAÍZ
OUTROS
57
Tabela 11– Plantas medicinais mais utilizados pelos entrevistados
Doenças Nº de citações
Cidreira (Melissa officinalis) 73
Boldo (Peumus boldus) 70
Capim santo (Cymbopogon citratus) 33
Mastruz (Chenopodium Ambrosioides) 22
Andiroba (Carapa guianensis) 21
Canela (Cinnamomum verum) 19
Hortelã (Mentha spicata) 18
Camomila (Matricaria chamomilla) 17
Copaíba (Matricaria chamomilla) 14
Arruda (Ruta graveolens) 14
Unha de gato (Uncaria tomentosa) 13
Erva-doce (Pimpinella anisum) 13
Babosa (Aloe vera) 11
Malvarisco (althaea officinalis) 9
Casca de laranjas 8
Manjericão (Ocimum basilicum) 7
Veronica (Veronica spicata) 6
Canarana (Hymenachne amplexicaulis) 6
Alho (Allium sativum) 6
Barbatimão (Stryphnodendron) 6
Óleo de coco 5
Hortelazinho (Mentha pulegium) 5
Anador (Justicia pectoralis) 5
Quebra pedra (Phyllanthus niruri) 5
Total 406
Fonte: Elaborado pelas autoras.
59
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa realizada no município de Capanema/PA referente ao uso e
comercialização de ervas medicinais proporcionou levantar várias dados tanto da
caracterização do mercado, quanto dos consumidores desses produtos. Delineando assim uma
visão desse tipo de comércio para qualquer pessoa que deseja entender e obter informações
sobre como funciona e se caracteriza o comércio de produtos medicinais de base natural no
município da pesquisa. Podendo até servir como base para outras futuras pesquisas, além de
fomentar os estudos já existentes com a mesma temática, que, segundo Araújo (2018), é um
dos fatores capaz de potencializar esse segmento de mercado em um munícipio.
Foi possível constatar que alguns resultados encontrados em Capanema/PA se
assemelharam a estudos realizados em regiões de outros estados. Como Sergipe, Minas
Gerais, Paraná, Paraíba, Goiás e até mesmo outro municípios do Pará.
Fica como proposta, a partir do presente estudo e levando em consideração o
desenvolvimento do município, estudar a respeito da possibilidade do mercado realizar a
aquisição de produtos com os produtores rurais da região. Assim como a realização de um
levantamento dos custos referente a esse tipo de mercado, formulação de um fluxograma de
compra, estocagem, embalagem ou outro processo que esteja dentro da comercialização de
plantas medicinais, mensurar o grau de conhecimento da população, etc. Para assim fomentar
a base científica referente a essa abordagem, proporcionando maiores dados ao tema.
61
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DESENVOLVIMENTO REGIONAL: O CASO DA INDÚSTRIA DE MEDICAMENTOS
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68
APÊNDICE A – Questionário direcionado aos responsáveis dos estabelecimentos
QUESTIONÁRIO
DADOS PESSOAIS
1. Sexo do entrevistado
Feminino ( ) Masculino ( )
2. Idade do entrevistado
0-20 ( ) 21- 40 ( ) 41-60 ( ) 61- 80 ( ) 81- 100 ( )
3. Escolaridade do entrevistado
Ensino Fundamental incompleto ( ) Ensino Fundamental Completo ( )
Ensino Médio incompleto ( ) Ensino Médio Completo ( )
Ensino Superior incompleto ( ) Ensino Superior Completo ( )
4. Trabalhar com produtos naturais medicinais é a única fonte de renda?
Sim ( ) Não ( )
DADOS DO ESTABELECIMENTO
5. Endereço do estabelecimento
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
6. A comercialização de produtos medicinais de base natural é a principal venda do
estabelecimento?
Sim ( ) Não ( )
7. Qual a faixa etária dos clientes que mais procuram esse tipo de produto?
0-20 ( ) 21- 40 ( ) 41-60 ( ) 61- 80 ( ) 81- 100 ( ) Todas as idades ( )
8. Data de surgimento do empreendimento
__________________________________________________________________
69
DADOS COMERCIAIS
9. O entrevistado possui conhecimento das finalidades medicinais dos produtos
comercializados? (plantas, fitoterápicos e afins)
Sim, alguns produtos ( ) Sim, todos os produtos ( ) Não ( )
10. Se sim, qual é a fonte do conhecimento? (Pode marcar mais de uma alternativa)
Pais e avós ( ) Vizinhos ( ) Filhos ( ) Livros e revistas ( ) Televisão ( )
Internet ( ) Comércio ( ) Conhecidos com idade avançada ( ) Outros ( )
11. Como é disponibilizado o produto de base natural pelo estabelecimento? (Pode
marcar mais de uma alternativa)
In Natura ( ) Industrializado ( ) Manipulados ( )
12. Qual a forma de aquisição (fornecedores) dos produtos (Plantas medicinais,
fitoterápicos, cápsulas e afins)? (Pode marcar mais de uma alternativa)
Quintal de casa ( ) Vizinhos e familiares ( ) Pequeno agricultor rural ( )
Empresas ( ) Cooperativas ( )
Outros( ): ___________________________________________________________
13. Se o fornecedor for um produtor rural (em caso de plantas medicinais), qual
município o produtor está localizado? Ou quais municípios, em caso de ser mais
de um produtor.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
_________________________________________________________
14. Se o fornecedor for uma empresa (em caso de medicamentos
industrializados/manipulados), nome da empresa e localização. (Cidade,
Município, Estado, etc)
___________________________________________________________________
70
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
_________________________________________________________
15. Forma de embalagem (Pode marcar mais de uma alternativa)
Em garrafa ( ) Em Sache ( ) Embalagens plásticas para cápsulas ( )
Em sacola/plástico ( ) Outros ( ) :_________________________________________
16. Quais são as formas em que os medicamentos naturais são comercializados?
Óleos ( ) Folhas ( ) Triturado ( ) Capsulas manipuladas ( )
Raiz ( ) Planta Inteiras ( )
Outros ( ): ______________________________________________________
17. Quais são as principais doenças/causas para a procura desses medicamentos
naturais pelos clientes?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
____________________________________________________
18. Na compreensão do entrevistado, medicamentos naturais causam efeitos
colaterais?
Sim, se utilizados de maneira incorreta ( )
Sim, mas somente se utilizado com outros medicamentos ( )
Não, justamente por serem naturais não causam efeitos colaterais ( )
19. Qual o produto medicinal de origem natural que mais vende no estabelecimento?
(Cite apenas o mais vendido)
R: ______________________________________________________________
LISTA LIVRE ( Medicamentos naturais mais vendidos na ordem)
71
1° ________________________________________________________________
2°_________________________________________________________________
3°__________________________________________________________________
4° ________________________________________________________________
5°_________________________________________________________________
6°__________________________________________________________________
7° ________________________________________________________________
8°_________________________________________________________________
9°__________________________________________________________________
10° ________________________________________________________________
CONSIDERAÇÕES QUE O ENTREVISTADO CONSIDERA IMPORTANTE
INFORAR PARA A PESQUISA
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
___________________________
Agradecemos sua colaboração, saiba que foi de muita importância para realização da
pesquisa.
72
APÊNDICE B – Formulário direcionado a população
FORMULÁRIO
DADOS PESSOAIS
1. Sexo do entrevistado
Feminino ( ) Masculino ( )
2. Idade do entrevistado
0-20 anos ( ) 21- 40 anos ( ) 41-60 anos ( ) 61- 80 anos ( ) 81- 100 anos ( )
3. Escolaridade do entrevistado
Ensino Fundamental incompleto ( ) Ensino Fundamental Completo ( )
Ensino Médio incompleto ( ) Ensino Médio Completo ( )
Ensino Superior incompleto ( ) Ensino Superior Completo ( )
4. Capanemense ?
SIM ( ) NÃO ( )
Se não, há quanto tempo mora em Capanema? ___________________________
Onde morava? ____________________________________________________
5. Endereço do domicilio:
___________________________________________________________________________________
_____________________________________________
DADOS DE USO
6. O entrevistado faz uso de plantas medicinais, fitoterápicos ou qualquer medicamento de origem
natural?
Sim ( ) Não ( )
7. Qual a frequência de uso de medicamentos naturais (plantas, fitoterápicos e afins)? (Apenas uma
alternativa)
Sempre quando doente ( ) Até quando saudável ( )
Dificilmente quando doente ( ) Nunca ( )
8. Alguma vez algum médico indicou o uso de medicamentos naturais? (Plantas medicinais,
fitoterápicos ou qualquer medicamento de origem natural).
Sim ( ) Não ( )
9. Quando você faz uso de algum medicamento natural você informa ao médico? (Plantas
medicinais, fitoterápicos ou qualquer medicamento de origem natural).
73
Sim ( ) Não ( )
10. Se o entrevistado faz utilização de plantas medicinais, qual a parte da planta é mais utilizada?
(Apenas uma alternativa)
Raiz ( ) Folha ( ) Flores ( ) Frutos( ) Outros ( ): _____________________
11. Qual é a principal forma de aquisição de plantas medicinais? (Apenas uma alternativa)
Quintal de casa ( ) Vizinhos e familiares ( ) Pequeno agricultor rural ( ) Comércio de Capanema
( ) Vendedor informal ( ) Em algum terreno ( )
Outros ( ): _______________________________________
12. A utilização de produtos medicinais de base natural é a principal forma de tratamento de doenças
utilizados por você?
Sim ( ) Não ( )
13. O entrevistado possui conhecimento das finalidades medicinais de fitoterápicos, plantas
medicinais ou medicamentos naturais?
Sim ( ) Não ( )
14. Se sim, qual é a fonte do conhecimento? ( Pode ser mais de uma opção)
Pais e avós ( ) Vizinhos ( ) Filhos ( ) Livros e revistas ( ) Televisão ( )
Internet ( ) Comércio ( ) Conhecidos com idade avançada ( )
15. Qual é a forma que os medicamentos naturais são mais utilizados por você? (Apenas uma
alternativa)
In Natura ( ) Industrializados ( ) Manipulados ( ) Todas as opções ( )
16. Quando compradas os produtos de origem natural, qual a preferência de compra, se por:
(Apenas uma alternativa)
Óleos ( ) Folha inteira ( ) Triturado ( ) Capsulas manipuladas ( )
Raiz ( ) Outros ( ) :_______________________________________
17. Quais as principais doenças que fazem os entrevistados utilizar produtos naturais? (pelo menos 5
doenças)
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
LISTA LIVRE (Medicamentos naturais mais utilizados por você, na ordem)
1° _________________________________________________________________
2°__________________________________________________________________
3°__________________________________________________________________
4° _________________________________________________________________
74
APÊNDICE C – Termo de consentimento livre e esclarecido
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Dados de identificação
Título da Pesquisa: Caracterização da Dinâmica de Uso e Comercialização das Plantas
Medicinais no Município de Capanema/PA
Discentes Responsáveis: Luiny Valentina da Silva Fernandes;
Luany Mayara da Silva Fernandes.
Nome do participante: _________________________________________________________________
Data de nascimento: / / . R.G.: __________________________
Você está sendo convidado (a) participar, como voluntário, do projeto de pesquisa
“Caracterização da Dinâmica de Uso e Comercialização das Plantas Medicinais no Município de
Capanema/PA”, de responsabilidade das discentes Luiny Valentina da Silva Fernandes e Luany
Mayara da Silva Fernandes.
Leia cuidadosamente o que segue e me pergunte sobre qualquer dúvida que você tiver. Após
ser esclarecido (a) sobre as informações a seguir, no caso de aceite fazer parte do estudo, assine
ao final deste documento, que consta em duas vias. Uma via pertence com você e a outra ao
pesquisador responsável. Em caso de recusa você não sofrerá nenhuma penalidade.
75
Declaro ter sido esclarecido sobre os seguintes pontos:
1. O trabalho tem por finalidade caracterizar a dinâmica tanto do uso quanto da comercialização
de medicamentos de base natural, a justificativa é justamente gerar informação deste ramo do
comércio.
2. A minha participação nesta pesquisa consistirá em apenas responder um questionário e
eventuais dúvidas que surgirem em seguida, no período máximo de um mês.
3. Ao participar desse trabalho estarei contribuindo para a geração de informação deste tipo de
comércio.
4. A minha participação neste projeto deverá ter a duração de no máximo um mês em caso de
dúvidas após a coleta do devido questionário.
5. Não terei nenhuma despesa ao participar da pesquisa e poderei deixar de participar ou retirar
meu consentimento a qualquer momento, sem precisar justificar, e não sofrerei qualquer
prejuízo.
6. Fui informado e estou ciente de que não há nenhum valor econômico, a receber ou a pagar,
por minha participação, no entanto, caso eu tenha qualquer despesa decorrente da participação
na pesquisa, serei ressarcido.
7. Meu nome será mantido em sigilo, assegurando assim a minha privacidade, e se eu desejar
terei livre acesso a todas as informações e esclarecimentos adicionais sobre o estudo e suas
consequências, enfim, tudo o que eu queira saber antes, durante e depois da minha participação.
8. Autorizo o uso de fotos e possivelmente o nome da empresa, exclusivamente para esta
pesquisa.
9. Fui informado que os dados coletados serão utilizados, única e exclusivamente, para fins desta
pesquisa, e que os resultados poderão ser publicados.
76
10. Qualquer dúvida, pedimos a gentileza de entrar em contato com Luiny Fernandes/ Luany
Fernandes discentes responsáveis pela pesquisa, telefone: (91) 981037756/ (91) 982919252, e-
mail: [email protected] / [email protected].
Eu, __________________________________________, RG nº _____________________ declaro ter sido informado e
concordo em participar, como voluntário, do projeto de pesquisa acima descrito.
Capanema, _______ de ___________________ de 20______.
__________________________________________________________________________________
Assinatura do participante
_________________________________________________________________________________
Nome e assinatura do responsável por obter o consentimento
_________________________________________________________________________________
Nome e assinatura do responsável por obter o consentimento
77
APÊNDICE D – Algumas fotos de medicamentos naturais no comércio de
Capanema/PA.