Mistica Cidade de Deus Livro 2

Embed Size (px)

Citation preview

SEGUNDO LIVRO

CONTM: A apresentao da Princesa do cu no templo, os favores que a destra divina )he concedeu, a altssima perfeic com que observou as cerimnias do tempio, o grau de suas hericas virtudes, seu santo desposrio e o restante at a encarnao do Fho de Deus exciusive.

1

men/na Afar/a apresentada no 7emp/o.

Segundo Livro - Capmto [

CAPTULO 1A APRESENTAO DE MARIA SANTSSIMA NO TEMPLO AOS TRS ANOS DE IDADE

escrita, simbolizam Maria Santssima, nenhuma foi mais expressiva que a Arca do Testamento. A matria de que era feita, o que continha, o fim para o quat servia, o que por e)a e com e!a operava o Senhor naqueta antiga Sinagoga. Tudo era um esboo desta Senhora e do que por E)a e com E)a reahzaria em a nova Igreja evangca. O cedro incorruptfvet (x 25,10) de que - no por acaso, mas por divina disposio - foi construda, representa expressamente nossa arca mstica, livre da corrupo do pecado atua) e da ocuita carcoma do origina!, com seu inseparvei /bwe^e paixes. O finssimo e purssimo ouro (Idem, 11) de que era revestida, por dentro e por fora. indubitavelmente significava a mais perfeita eievao da graa e dons que em seus divinos pensamentos, aes e costumes respiandecia. Interior e exteriormente, foi im-possve! divisar nesta arca, parte, tempo ou instante, em que no estivesse toda repteta e revestida de graa, e graa de subidssimos quiiates.

3

Segundo Ltvro - Captuto )

daria, escrnio de Deus 414. As tbuas da iei, feitas de edra. a uma do man (Hb 9,4) e a vara tos prodgios, que aquela antiga Arca ontinha e guardava, no poderiam sim-iclizar com maior exatido o Verbo umanado. Encerrado na arca viva de 4aria Santssima, foi seu Filho unignito pedra fundamental (ICor 3,11) e viva to edifcio da Igreja evanglica; a pedra ngular (Ef 2,20) que uniu dois povos to apostos, como o judeu e o gentio. Para isso foi cortada do monte Dn 2,34) da eterna gerao, gravada pelo ledo de Deus com a nova lei da graa, e tepositada na arca virgina) de Maria. En-enda-se. portanto, que esta grande Rainha e tomou a depositria de quanto Deus era fazia com as criaturas. Guardava tambm onsigo o man da Divindade e da graa. ' poder e a vara dos prodgios e maravi-has.paraque somente nesta divinae mstica ^.rca se encontrasse a fonte das graas, o nesmo Deus, para Dela transbordarem as naravilhas e prodgios do poder divino. Quanto este Senhor , quer e faz, saiba-se [ ue em Maria est encerrado e depositado. olaria, propiciatrio e trono da graa 415. A tudo isto, era conseqente [ Me a Arca da Aliana (Ex 26,34), no pela gura e sombra, mas pela verdade que imbolizava, servisse de peanha ou sus-^ntculo ao propiciatrio. Neste pusera o !. enhor seu trono e tribunal de misericria, para ouvir seu povo, responder-lhe e onceder-lhe suas peties e favores. Assim, em nenhuma outra criatu-a, fora de Maria Santssima, colocou Deus ^u trono de graa. No podia deixar de Bz-la propiciatrio, uma vez que havia onstrudo esta mstica e verdadeira Arca ara nela se encerrar. Deste modo. parece que o tribunal da divina justia ficou reservado a Deus, enquanto o propiciatrio e tribunal da misericrdia foram dados a Maria dutessima. A Ela. como ao trono da graa, deveramos ir com segura confiana, apresentar nossos pedidos, suplicar benefcios, graas e misericrdias que, fora do propiciatrio da grande rainha Maria, nem so ouvidas, nem despachadas para o gnero humano. Maria, a arca do Novo Testamento, deveria ficar no Templo 416. To misteriosa e sagrada Arca. construda pela mo do mesmo Senhor para sua habitao, e propiciatrio de seu povo. no estava bem fora do templo, onde se encontrava guardada a outra arca material, figura desta verdadeira e espiritual do Novo Testamento. Por esta razo, ordenou o Autor desta maravilha, que Maria Santssima fosse colocada em sua casa, o templo, terminados trs anos aps seu felicssimo nascimento.

Verdade que. com grande admirao, vejo muita diferena entre o que sucedeu com aquela primeira e figurativa Arca, e o que acontece com a segunda e verdadeira. Quando o rei David trasladou a arca para diferentes lugares, e depois seu filho Salomo a colocou no templo, seu lugar apropriado - ainda que aquela arca no tinha outra grandeza seno a de representar Maria Purssima e seus mistrios -foram suas trasladaes e mudanas festivas e cheias de regozijo para aquele antigo povo. Testemunharam as solenes procisses que fez Davi da casa de Aminadab e de Obededon (2Rs 6,10; 2Par 23; 3Rs 8,5; 2Par 5) e desta ao tabemculo de Sio (2Rs 12). cidade de Davi. Finalmente, de

4

Sio foi trastadada por Salomo ao novo templo que edificara por ordem do Senhor, para casa de Deus e orao. O exemplo de Cristo e Maria, devem abonar a virtude e condenar o vcio As trastadaes da antiga arca e a apre419. Alm disto, enviei meu sentao de Maria Unignito do cu. e criei aquela que seria sua Me, para desiludir os mortais e tirar do 417. Em todas estas trasiadaes, mundo o erro, que se tornara iniqssima )ei conduziu-se a antiga arca da aliana com estabelecida peto pecado: ser o pobre pblica venerao, e cu!to solenssimo de desprezado e o rico estimado; abatido o msica, danas, sacrifcios e jbilo daqueles humilde e exaltado o soberbo; o virtuoso reis e de todo o povo de Israel. Refere-o a vituperado e o pecador acreditado, o histria sagrada nos livros segundo e terceiro modesto e recolhido jutgado por insensato e dos Reis. e primeiro e segundo dos o arrogante considerado corajoso, a pobreza Paralipmenos. humilhante e infeliz; as riquezas, fausto, Nossa mstica e verdadeira Arca. ostentao, pompas, honras e deteites Maria, entretanto, ainda que mais rica, perecedores. procurados e apreciados petos es-timvel e digna da maior venerao entre homens insipientes e camais. todas as criaturas, no foi levada ao templo O Verbo e sua Me vieram reprocom to solene aparato e ostentao pbca. var e condenar tudo isto como ilusrio e No houve nesta misteriosa trasladao enganador, para que os mortais conhecessem sacrifcios de animais, nem pompa rea! e o formidvet perigo em que vivem, amando e majestade de Rainha. Foi conduzida da casa entregando-se to cegamente, faisidade do de seu pai Joaquim, nos humildes braos de sensvel e deteitve). sua me Ana que. embora no fosse pobre, Deste insano amor lhes nasce o af nesta ocasio levou sua querida Fiiha para com que fogem da humildade, mansido e apresent-la ao tempio ao modo dos pobres, pobreza, afastando de si tudo o que tem com humilde recolhimento, sozinha e sem cheiro de virtude verdadeira, penitncia e ostentao popular. abnegao de suas paixes. Entretanto, isto Toda a giria e majestade desta que agrada minha justia, e aceito a meus procisso, quis o Altssimo fosse divina e olhos, por ser o santo, o honesto, o justo que invisvel. Os mistrios de Maria Santssima ser recompensado com prmio de etema foram to elevados e ocultos, que muitos deles glria, enquanto o contrrio receber at hoje so desconhecidos, pelos inescrutveis sempitemo castigo. juzos do Senhor, que reserva tempo e hora oportunos para todas e cada uma das coisas. O esprito de Deus oposto ao do mundo 420. Os olhos terrenos dos munRazo peta quat a apresentao da Virgem foi danos e camais no conseguem ver esta sem aparato verdade, nem querem aceitar a luz que eta lhes mostraria. Tu, porm, ouve-a, grava-a 418. Admirando-me eu. na pre- em teu corao pelo exempto do Verbo sena do Altssimo, desta maravilha e humanado e de sua Me, que em tudo o louvando seus desgnios, dignou-se Sua imitou. Ela era santa, e em minha estima, a Majestade responder-me desta maneira: -Se primeira depois de Cristo. Toda venerao e ordenei que a arca do velho testamento fosse honra dos homens eram-lhe devidas, pois venerada com tanta festividade e aparato, nem poderiam lhe dar o quanto merecia. era por ser figura expressa de quem seria Todavia dispus que, por ento, Me do Verbo humanado. no fosse conhecida nem honrada, para Aquela arca era irracional e matenela ostentar o mais santo, o mais perfeito, rial e com ela podia-se, sem inconveniente, o mais aprecivel e seguro que meus usar de tal celebridade e ostentao. Com a escolhidos deveriam imitar e aprender da Arca viva e verdadeira, porm, no permiti mestra da verdade, a humildade, o assim, enquanto viveu em carne morta), para escondimento, o retiro, o desprezo da ensinar com este exemplo o que tu e as demais enganadora vaidade do mundo, o amor almas deveis aprender, enquanto sois aos trabalhos, s tributao, desprezos, viadoras. aflies e descrdito das criaturas. A meus escolhidos, gravados em Uma vez que tudo isto no se ajusta minha mente e aceitao paraetema memria, com os aptausos. honras e estima dos no quero que a honra e exagerado e ostensivo mundanos, determinei que Maria Purssima aplauso dos homens lhes sirva, na vida mortal, no as tivesse, nem quero que meus amigos as como recompensa do que fizeram para minha recebam ou aceitem. Se, para minha gtria. honra e servio. Tampouco lhes convm o s vezes os tomo conhecidos no mundo, no risco de repartir o amor. entre Aquele que os porque eies o desejem, mas com humitdade e justifica e faz santos, e aqueles que os sem deta se afastarem, se submetem minha celebram por tais. disposio e vontade. Quanto detes depende, Um o Criador que os fez, sustenta, ilumina e defende; nico h de ser o amor e para si s desejam e amam o que o mundo ateno, e no o devem repartir, ainda que despreza e o que o Verbo humanado e sua seja para remunerar e agradecer as honras Me Santssima fizeram e ensinaram. Esta foi a resposta do Senhor tributadas, com zelo piedoso aos justos. O minha admirao e reparo: com isto me amor divino delicado, a vontade humana deixou satisfeita e instruda de quanto desejo fragitssima e limitada; dividida, pouco e e devo executar. imperfeitamente pode fazer, e depressa tudo perde Para deixar este ensinamento. Eu no quis que fosse conhecida e honrada durante a So Joaquim e SantAna levam Maria ao vida, nem levada ao templo com ostentao e templo honra visveis, Aquela que era santssima e 421. Findo o prazo dos trs anos por minha proteo no podia cometer determinado peto Senhor, saram de Nazar. imperfeio. 2)5

Joaquim e Ana. acompanhados de atguns parentes, tevando consigo a verdadeira Arca da Atiana. Maria Santssima, nos braos de sua me. para deposit-la no santo templo de Jerusalm. Apressava-se a formosa Menina com fervorosos afetos, seguindo os perfumes de seu amado (Ct 1,3), para ir procurar no templo aquele mesmo que tevava no corao. Esta humitde procisso seguia sem acompanhamento de criaturas terrenas nem visvet aparato, mas com brithante e numeroso squito de espritos angticos. Para cetebrar esta festa haviam descido do cu. alm dos que ordinariamente guardavam sua Rainha menina. Cantavam com msica celestial novos cnticos de glria e louvor do Altssimo, ouvindo-os a Princesa do cu. que caminhava com formosos passos vista do supremo e verdadeiro Salomo. Assim prosseguiram sua viagem de Nazar at a cidade santa de Jerusalm, sentindo os ditosos pais da menina Maria grande jbilo e consolao espiritual.

Esta santa matrona havia sido preparada com especial graa e luz do Altssimo, para se encarregar da filha de Joaquim e Ana. Por divina disposio mereceu, por sua santidade e virtude, ter por discpula aquela que seria Me de Deus e mestra de todas as criaturas. So Joaquim e Sant'Ana voltam a Nazar. A escada de Jac

424. Voltaram Joaquim e Ana para Nazar, desolados e empobrecidos, sem o rico tesouro de seu lar, mas o Altssimo os confortou e consolou. O santo sacerdote Simeo, ainda que no momento no conhecesse o mistrio encerrado naquela Menina, teve, porm, grande luz de que era santa e escolhida do Senhor. Os outros sacerdotes sentiram tambm por ela grande admirao e reverncia. Naquela escada, que a menina ;ubiu, realizou-se com toda a exatido o me Jac viu na sua (Gn 28,12): anjos que ubiam e desciam; uns acompanhavam. )U*os Chegada ao templo vinham receber sua Rainha; no atto :sperava-a Deus para aceit-)a por Fitha e 422. Chegaram ao templo, e nele isposa: e. em seus afetos amorosos, eta entiu entraram, a bem-aventurada Ana em com- que verdadeiramente aquela era a :asa de panhia de So Joaquim, levando sua Filha e Deus e a porta do cu. Senhora pela mo. Fizeram, os trs, devota e fervorosa orao ao Senhor: os pais oferecendo a Filha, e esta oferecen-do-se a si Maria confia-se Mestra e cumprimen-a as mesma, com profunda humildade, adorao e companheiras reverncia. 425. Confiada mestra, a meni-sa Somente Ela conheceu como o Maria com profunda humitdade. de oelhos Altssimo a aceitava e recebia. De um divino the pediu a bno e !he supti-:ou que a resplendor. que encheu o templo, saiu uma recebesse sob sua obedincia. :nsino e voz que lhe dizia: - Vem. esposa minha, direo, tendo pacincia peto nuito que com escolhida, vem a meu templo onde quero que eta trabatharia e padece-ia. Ana profetisa. a me louves e bendigas. mestra, recebeu-a ;om agrado e the disse: Terminada a orao, levantaram-se Minha Fitha, :m mim achareis me e amparo e dirigiram-se ao sacerdote que os abenoou. e eu :uidarei de vs e de vossa criao com Todos juntos, levaram a Menina a um odo o desveto possvet. aposento onde se encontrava o colgio das Em seguida, com a mesma jovens que ali se educavam, em intemato e humit-tade, Maria dirigiu-se a todas as santos costumes, at chegarem idade de meninas ]ue ati se encontravam, tomar estado de matrimnio. Recolhiam-se cumprimentando-ts e abraando-as. ali, especialmente, as primognitas da tribo Ofereceu-se para serva te todas, e pediu-thes real de Jud e da sacerdotal de Levi. que, sendo mais ethas e mais instrudas no que deviam azer. a ensinassem e mandassem. Finat-nente, thes agradeceu por a terem Maria despede-se de seus pas aceitado :m sua companhia, apesar de no a mere-:er. 423. Subia-se a este colgio por uma escada de quinze degraus, onde vieram outros X)UTRINA DA SANTSSIMA VIRGEM MARIA sacerdotes receber a bendita menina Maria; aquele que a levava colocou-a no primeiro raa da vocao vida retigiosa degrau. Ela lhe pediu licena e, voltando-se 426. Minha fha, a maior felicida-!e para seus pais Joaquim e Ana, ps-se de que. nesta vida mortat, uma atma pode joelhos, beijou-lhes as mos. pediu-lhes a eceber ser chamada pelo Attssimo sua bno e rogou-lhes que a encomendassem a casa. para se consagrar ao seu servio. Por Deus. Os santos pais abenoaram-na com este favor, a resgata de perigosa escravido, e grande ternura e muitas lgrimas, e a menina a tiberta da vit servido do mundo, onde. sem subiu os quinze degraus com in-comparvel t iberdade. deve comer o po com o suor de fervor e alegria, sem voltar-se para trs, sem seu rosto (Gn 3,10).'" Quem h, to insipiente e chorar, sem tomar qualquer atitude pueril, obscu-recido. que no conhea o perigo da nem demonstrar sentimento pela despedida de vida mundana, com tantas teis e costumes seus pais. A todos admirou v-la com abominveis, tais como a astcia diabtica e a majestade e inteireza to peregrina, em to perversidade dos homens neta introduziram? tenra idade Os sacerdotes a receberam, A mcthor parte a vida retigiosa e o levaram ao colgio das demais virgens, e o santo Simeo, sumo sacerdote, a entregou s retiro. Aqui se encontra porto seguro. O resto mestras, uma das quais era Ana, a profetisa. tormenta, ondas encapetadas. cheias de dor e desgostos. No reconhecerem os homens 2)6

esta verdade, nem agradecerem este singutar benefcio, repreensvet dureza de corao c esquecimento de si mesmos. Tu. porm, minha fitha. no te faas surda voz do Attssimo. Atende, trabatha e corresponde a eta. Advirto-te que um dos maiores empenhos do demnio impedir a vocao retigiosa. quando o Senhor chama e dispe as almas para se dedicarem ao seu servio. Averso do demnio peta vida retigiosa 427. Somente o ato pblico e sagrado de receber o hbito e entrar em retigio. ainda que no se faa sempre com fervor e pureza de inteno devidas, revolta e enfurece o drago infernal e seus demnios. No toteram gtria do Senhor, o gozo que sentemos santos anjos, alm de saber aquele mortat inimigo, que a vida retigiosa santifica e aperfeioa. Acontece, muitas vezes, que ha-

2)7

vendo neia entrado por motivos humanos e terrenos, depois a ao da graa melhora e corrige tudo. Se isto sucede quando no princpio no houve inteno to reta como convinha. muito mais poderosa e eficaz ser a !uz e virtude do Senhor e disciplina daregio, para a alma que a abraa movida pelo di v i no amor. e com n ti mo e verdadei ro desejo de procurar, servir e amar a Deus. Ser fie! sem oihar para trs 428. Para o Aitssimo reformar e aperfeioar quem entra no estado religioso, qualquerque seja o moti voque otrouxe. convm que. tendo voltado as costas ao mundo, no tome a olh-lo, apague suas imagens da memria e esquea o que com tanta dignidade deixou. Os que no seguem este ensinamento e so ingratos e desleais a Deus. sem dvida so atingidos pelo castigo da mulher de L (Gn 19,26). Embora pela divina piedade, no seja visfve) ao olhar exterior, interiormente muito real, tomando a alma

seca, gelada, sem fervor nem virtude. Sem o amparo da graa, no realizam o ideal de sua vocao, nem aproveitam o benefcio da vida religiosa. Nela no encontram consolo espiritual, nem merecem que o Senhor os olhe e visite como a filhos; mas so repudiados como escravos infiis e fugitivos. Lembra, Maria, que para ti o mundo h de estar morto e crucificado e tu para ele, sem guardares afeto e recordao de qualquer coisa terrena. Se. s vezes, for necessrio exercitar a caridade com o prximo, ordena-a to bem que. em primeiro lugar, ponhas o bem de tua alma. sua segurana, quietude, paze tranqilidade interior. Evitando os excessos viciosos, deves ser muito atenta a estas advertncias, se qui-seres permanecer em minha escola.

Desposr/o de Mar/a com as trs Pessoas d/t//nas.

CAPTULO 2ESPECIAL FAVOR QUE O ALTSSIMO CONCEDEU A MARIA SANTSSIMA, LOGO APS SUA ENTRADA NO TEMPLO

Primeiros atos de Maria no tempio 429. Tendo partido os pais da divina Menina, e ficando Eta a residir no tempto, a mestra indicou-the a ceta que. entre as demais virgens, the estava reservada, semethante a grandes atcovas ou pequenos aposentos individuais. Prostrou-se em terra a Princesa do cu e beijou-a, por ser soto e tugar do tempto. Adorou ao Senhor, dando-the graas peto novo benefcio de a ter recebido ati, e

mesma terra por sustent-ta. quando se considerava indigna de a pisar. Dirigiu-se a seus santos anjos, dizendo: - Prncipes cetestiais, mensageiros do Attssimo, fideissimos amigos e companheiros meus, suptico-vos de todo corao que neste tempto de meu Senhor, exerciteis comigo o ofcio de vigitantes sentinetas, avisando-me de tudo o que devo fazer. Ensinai-me e dirigi-me como guias e mestres de minhas aes, para que acerte a cumprir em tudo a perfeita vontade do

9

Attssimo. a comprazer aos santos sacerdotes e a obedecer minha mestra e companheiras. Fatandoemparticutarcom os do-ze anjos os quais - como dtssemos actma ,2- n' X)7 c 271

eram os doze do Apocatipse, disse-thes: -E a vs. embaixadores meus, peo-vos, se o Attssimo vos permitir, consoteis meus santos pais em sua aflio e sotedade. A Virgem ievada ao cu empreo 430. Obedeceram sua Rainha estes doze anjos. Ficando Eta com os demais em divinos cotquios, sentiu a fora superior que a movia forte e suavemente, espirituatizando-a etevando-a em ardente xtase. O Attssimo ordenou aos serafins que a assistiam, que preparassem e itumi-nassem sua atma santssima. Foi-the dada uma tuz, ou quati-dade divina, que aperfeioou e proporcionou suas potncias com o objeto que the queriam manifestar. Assim preparada, acompanhada de todos os seus anjos e outros muitos, vestida por uma refutgente nuvenzinha, foi tevada em corpo e atma at o cu empreo, onde a Santssima Trindade a acotheu com digna benevotncia e agrado. Prostrou-se ante a presena do poderosssimo e attssimo Senhor, como costumava nas demais vises, e adorou-o

2]

Segundo Livro Captuto 2

com profunda humitdade e reverncia. Em methor que eu. pois nada tenho feito em seguida, foi iluminada novamente com outra vosso servio e agrado. qualidade ou luz, na qual viu a Divindade intuitiva e claramente, sendo esta a segunda vez que the foi manifestada por este modo intuitivo. Contava ento trs anos de idade. Maria faz voto de castidade 433. Mui to se agradou o Attssimo com esta petio da divina Menina, e f-ta compreender que the concederia trabathar e sofrer por seu amor, no decurso da vida, sem the revetar, por ento, a ordem e o modo como tat sucederia. Deu graas a Princesa do cu peto benefcio e favor, de ser escothida para trabathar e padecer peto nome e gtria do Senhor. Manifestou fervoroso desejo de

Patavras do Eterno Pai a Maria 431. No h sentido nem lngua que possam manifestar os efeitos desta viso e participao na divina essncia. A pessoa do etemo Pai falou futura Me de seu Fitho: Pomba e dileta minha, quero que vejas os tesouros de meu ser imutve] e perfeies infinitas, e os ocuitos dons que destino para as almas que escothi como herdeiras de minha gtria, depois de serem resgatadas peto sangue do cordeiro, que por etas h de morrer. Verifica, minha fitha, quo tiberat sou com as criaturas que me conhecem e amam; quo verdadeiro em minhas pala-vras, quo fiet em minhas promessas, quo poderoso e admirvet em minhas obras. Adverte, esposa minha, quo infalvel esta verdade: quem me seguir no viver em trevas. Quero que tu, minha escothida. sejas testemunha ocutar dos tesouros que tenho preparado para etevar os humitdes. remunerar os pobres, exattar os desprezados, e premiar tudo quanto peto meu nome fizerem ou padecerem os mortais.

Resposta de Maria santssima 432. Outros grandes mistrios conheceu a Menina Santssima nesta viso da Divindade. Ainda que em outra vez se the houvesse manifestado ctaramente. sendo infinito o objeto, sempre ficam novas imensidades para serem comunicadas, com maior admirao e amor de quem recebe este favor. Respondeu Maria Santssima ao Senhor: - Attssimo e supremo Deus eterno, sois incompreensvet em vossa grandeza, rico em misericrdias, prdigo em tesouros, inefvet nos mistrios, fidetssimo nas promessas, verdadeiro nas patavras. perfeitssimo em vossas obras, porque sois Senhor infinito e etemo em vosso ser e perfeies. Que far minha pequenez, attssimo Senhor, na viso de vossa grandeza? Reconheo-me, indigna de contem-ptar vossa grandeza, vendo-me necessitada de que com eta me otheis. Se, em vossa presena se aniquita toda a criatura, que far vossa serva que p? Cumpri em Mim todo o vosso querer e beneptcito. Se a vossos othos so to estimveis os trabathos e desprezos, a humitdade. pacincia e mansido dos mortais, no permitais, amado meu. que Eu me prive de to rico tesouro e penhores de vosso amor. Quanto recompensa, dai-a a vossos servos e amigos que a merecero 11

alcanar permisso de Sua Majestade para fazer, em sua presena, quatro votos: de castidade. pobreza, obedincia e perptuo encerramento no tempio. para onde o Senhor a trouxera. A este pedido, respondeu-lhe o Senhor: - Esposa minha, meus pensamentos elevam-se acima de todas as criaturas, e Tu. minha eleita, desconheces agora o que no decurso de tua vida te pode suceder, e que no ser possve) satisfazer teus fervorosos desejos, em tudo e no modo como pensas agora. Aceito e quero que faas o voto de castidade e que tambm renuncies, desde j. s riquezas terrenas. Quanto aos demais votos e suas matrias, minha vontade que. quanto possve) procedas como se os tivesses feito. Teu desejo se cumprir em outras muitas donzelas que. no tempo futuro da tei da graa, por te imitarem e me servirem, faro os mesmos votos, vivendo reunidas em congregaes. Deste modo. sers me de muitas filhas. No fez voto de pobreza e obedincia, mas praticou essas virtudes 434. Fez a Menina Santssima, em presena do Senhor, o voto de castidade. Sem obrigar-se aos demais, renunciou afeio de tudo quanto terrestre e criado, propondo-se obedecer, por amor de Deus, a todas as criaturas. No cumprimento destes propsitos foi mais pontua), fervorosa e fiei, de quantos, por voto, o prometeram ou prometero. Com isto cessou a viso intuitiva e c)ara da Divindade, mas no foi togo restituda terra. Em estado menos eleva-do, recebeu outra viso imaginria do mesmo Senhor, estando sempre no cu empreo; de maneira que viso da Divindade, seguiram-se outras imaginrias. Os serafins preparam a Virgem para o desposrio com Deus 435. Nestas vises, aproximaram-se alguns serafins, dos mais imediatos ao Senhor, que a seu mandato a adornaram, na seguinte forma: primeiro, todos os seus sentidos foram ilumi-nados com uma ctaridade ou tume. que os enchia de graa e formosura. Em seguida, vestiram-lhe uma tnica preciosssima e refugente: cingiram-na com um cinto cravejado de diferentes pedras mutticores, brilhantes e transparentes, que a embelezavam acima de toda imaginao, significando a imaculada pureza e demais virtudes hericas de sua alma santssima. Puseram-lhe tambm umcolar.de inestimvel e subido valor, com trs grandes

pedras, smbolo das trs maiores e mais excelentes virtudes: a f, a esperana e a caridade; pendiam do colar, sobre o peito, como indicando o lugar onde repousam

55

2'12

to ricas jias. Deram-thedepois sete anis de rara beleza, colocados em seus dedos peto Esprito Santo, em testemunho de que a adornava com seus dons, em grau eminentssimo. Como remate de todo este omato, a Santssima Trindade ps-lhe sobre a cabea uma coroa imperiat, de matria e pedras inestimveis, constituindo-a Esposa sua e Imperatriz do cu. Por garantia destes ttutos. sua branca e refutgente veste estava semeada de tetras ou dsticos de ouro finssimo e mui brilhante, que diziam: Maria, fitha do eterno Pai, Esposa do Esprito Santo e Me da verdadeira Luz. Este ltimo ttulo no foi entendido pela divina Senhora, mas sim pelos anjos que, admirados no louvor do seu Autor, assistiam a acontecimento to novo e peregrino. Em confirmao de tudo o que se realizara, o Altssimo despertou mais vivamente a ateno dos espritos anglicos. Do trono da beatssima Trindade saiu uma voz que assim falava a Maria: - Por toda a eternidade sers nossa Esposa, querida e escolhida entre todas as criaturas; os anjos te serviro e todas as naes e geraes te chamaro bem-aventurada (Lc 1, 48). Celebra-se o desposrio de Maria com o Altssimo 436. Ataviada a soberana Menina com as gatas da divindade, celebrou-se o mais clebre e maravilhoso desposrio, que jamais puderam imaginar os mais elevados querubins e serafins. O Altssimo a recebeu por Esposa singular e nica. Constituiu-a na mais suprema digntdade que pode caber em pura criatura, para nela depositar sua mesma divindade na pessoa do Verbo e, com Ele, todos os tesouros de graa que a tat dignidade convinha. Mantinha-se humilssima entre todos os humildes, absorta no abismo de amor e admirao que lhe causavam tais favores e benefcios. Na presena ao Senhor, disse: A Virgem exprime seus sentimentos 437. Altssimo Rei e Deus incompreensvel, quem sois Vs e quem sou eu, para que vossa dignao olhe a quem p, indigna de tais misericrdias ? Em Vs. meu Senhor, como em claro espelho, conheo vosso ser imutvel e vejo. sem engano a baixeza e vileza do meu. contemplo vossa imensidade e meu nada. Neste conhecimento, fico aniquilada e desfeita em admirao, de que a Majestade infinita se incline a to humilde vermexinho, que s pode merecer o desprezo de todas as criaturas. Oh! Senhor e todo meu bem. quanto sereis glorificado e engrandecido por isso! Que admirao produzis em vossos espritos anglicos, conhecedores de vossa infinita bondade, grandeza e misericrdia, por levantardes do p quem to pobre e a colocardes entre os prncipes (Si 112, 7) Recebo-vos, meu Rei e Senhor, por Esposo e ofereo-me por vossa escrava. No ter meu entendimento outro objeto, nem minha memria outra imagem, nem minha vontade outro alvo. nem desejo, fora de Vs, sumo. verdadeiro e nico bem e amor meu. Meus olhos no se erguero para ver outra criatura humana, nem minhas faculdades e sentidos se ocuparo de ningum, fora de vs e no que Vossa Majestade quiser. Somente Vs. meu amado, existireis para vossa Esposa (Ct 2, 16), e Ela ser s para vs, imutvet e eterno bem. Maria faz diversas spiicas a Deus, e reconduzida ao tempto 438. Recebeu o Attssimo, com

22!

inefvet prazer, esta aceitao feita peia soberana Princesa, do novo desposrio cetebrado com sua aima santssima. Como a verdadeira Esposa e Senhora de toda a criao, ps-lhe nas mos todos os tesouros de seu poder e graa, mandan-do-lhe pedir quanto desejasse, que nada ]he seria negado. Assimofezahumitssimapomba. Pediu ao Senhor, com ardentssima caridade, enviasse seu Unignito ao mundo, para salvao dos mortais; que a todos chamasse ao conhecimento verdadeiro de sua Divindade; que a seus pais naturais. Joaquim e Ana. aumentasse o amor e dons de sua divina destra: que aos pobres e aflitos, consolasse c confortasse em seus trabalhos. Para si mesma, pediu o cumprimento e beneplcito de sua divina vontade. Estas foram as peties mais particutares que fez a nova esposa Maria, nesta ocasio, beatssima Trindade. Entoaram os espritos anglicos novos cnticos em louvor do Altssimo. Os designados por Deus. com celestial harmonia, trouxeram de novo a Menina Santssima do cu empreo ao templo donde a tinham levado. A Menina Maria despoja-se de todas as coisas materiais 439. Para comear logo a praticar o que prometera na presena do Senhor, dirigiu-se sua mestra e lhe entregou tudo quanto sua me SantAna lhe deixara para suas necessidades e bem-estar, at roupas e alguns livros. Pediu-lhe que distribusse aos pobres, ou como lhe parecesse bem, e lhe ordenasse quanto deveria fazer. A discreta mestra - que, como disse, era Ana a profetisa - com divina inspirao, aceitou e aprovou o que a formosa menina Maria oferecia e a deixou pobre e sem nada alm da roupa que vestia. Props-se ter por ela particular cuidado, visto ser a mais pobre e destituda, porquanto as demais meninas tinham peclios, enxovais e outras coisas de que podiam dispor livremente. A escritora confessa sua incapacidade para narrar estes mistrios 440. Deu-lhe tambm a mestra o regulamento de vida, tendo primeiro con-sultado o sumo sacerdote. Com este despojamento e submisso, conseguiu a Rainha e Senhora de todas as criaturas, ficar solitria, destituda e despojada de todas elas e de si mesma, sem reservar outro afeto e propriedade seno o ardentssimo amor do Senhor, e seu prprio abatimento e humilhao. Confesso minha suma ignorncia, pobreza e insuficincia, sentindo-me totalmente indigna de explicar mistrios to soberanos e ocultos. Se nem as expeditas lnguas dos sbios e a cincia e o amor dos supremos querubins e serafins seriam suficientes, que poder dizer uma mulher intil e ignorante? Estou convencida do quanto ofenderia a grandeza de sacramentos to venerveis, se no tivesse a desculpa da obedincia. Mas. ainda com eta temo, e conheo que ignoro e calo o mais importante, 14

e s digo o que o mnimo de cada um dos mistrios e sucessos desta cidade de Deus, Maria Santssima.

DOUTRINA DA SANTSSIMA VIRGEM MARIA.Origem da vida regiosa 441. Minha fitha, entre os gran[tes e inefveis favores que, no decurso de ninha vida. recebi da destra do Todo-oderoso. um detes foi o que acabas de onhecer e descrever. Na viso ciara da divindade e do !ncompreensfvet ser do Aitssimo, conheci pcuttssimos sacramentos e mistrios. Paquete omato e desposrio, recebi in-tomparveis benefcios e dutcssimos yfeitos em meu esprito. O meu desejo de azer os quatro votos: de pobreza, obedincia, castidade e ctausura. agradou muito o Senhor. Por ete mereci que se estabetesse ta Igreja e iei da graa, os mesmos votos )ara as retigiosas, como hoje se costuma. Essa foi a origem do que agora tazeis, vs as reiigiosas, segundo o que tisse Davi: "Aps deia as virgens sero onduzidas ao Rei", no satmo 44.! 5. Orde-tou o Attssimo que meus desejos institussem o fundamento dos institu-s retigiosos da tei evangtica. Tudo o que propus diante do Senhor cumpri, inteira eperfeitssimamente. ]uanto era possve) ao meu estado de vida amais othei para o rosto de homem a)gum. aem sequer ao de meu esposo Jos. ou dos uijos quando me apareciam em forma hu-nana. mas em Deus vi e conheci a todos. A nenhuma coisa criada ou raci-ma), a nenhuma ao ou inctinao humana ui apegada No tive vontade prpria, sim ^u no. farei ou no farei, porque em tudo ^ui governada peto Attssimo. diretamente ou peta obedincia s criaturas, a quem otuntariamente me sujeitava. ]$eriedade da vida retigiosa 442. No ignores, carssima, que 9 estado da vida retigiosa sagrado e trdenado peto Attssimo, para nete se con-;ervar a doutrina da perfeio crist e a serfeita imitao da vida santssima de meu Fitho. Por esta razo, encontra-se sumamente indignado com as a)mas retigiosas que dormem esquecidas de to atto benefcio, vivendo to descuidadas e mais retaxadamente que muitos mundanos. Mais do que a etes aguarda-thes severo jutga-mento e castigo. Tambm o demnio, antiga e astuta serpente, para tentar e vencer aos retigiosos e retigiosas. usa de mais ze)o e sagacidade do que para perverter o resto dos mundanos. Quando derriba uma atma retigiosa. h grande vigitncia e soticitude em todo o inferno, para impedi-ta de tevan-tar-se mediante os recursos que o estado retigioso )hes oferece com tanta facitidade. tais como a obedincia, os piedosos exerccios, o uso freqente dos sacramentos.

Para que tudo se tome intit e no aos vis escravos que so as criaturas aproveite ao retigioso infiet. usa o inimigo de humanas. At os anjos te amam e respeitam tantas artes e ardis, que causaria espanto peta tua dignidade de esposa do Attssimo. conhec-tos. Grande parte se deixa perceber Entre os mortais, considera se temerria e nos esforos e ditigncias que emprega a atma desmedida ousadia, que um homem vit retigiosa para defender suas retaxaes. ponha os othos na esposa do prncipe Que Descutpa-as quanto pode, e se no. detito ser p-tos na esposa do Rei cetestiat e acrescenta-thes maiores desobedincias, Todo-podero-so? E no ser menor cutpa. desordens e cutpas. eta aceitar e consentir Fica certa e no esqueas que desmedido c terrve) o castigo que para este A retigiosa deve subtimar a natureza pecado est preparado. No te mostro, porque tua fraqueza no o suportaria 443. Fica avisada, pois, minha fitha, Quero que baste meu ensinamento, para e teme to desastroso perigo. Com o auxtio executares tudo o que te ordeno. mita-me da divina graa, procura etevar-te acima de ti como discputa. quanto for possvet s tuas mesma, sem consentir, votunta-riamente. em foras, e s sotcita em instruir e fazer que quatquer afeto ou movimento desordenado. tuas monjas pratiquem esta doutrina. - Senhora e Rainha piedosssima, Quero que trabathes em morrer inteiramente para tuas paixes e em te espirituatizar. para com jbito de minha atma ouo vossas extinguir em ti tudo o que terrestre, e dutessimas patavras. cheias de esprito e adquirir em tua vida e conversao o estito da vida. Desejo grav-tas no ntimo do corao, com a graa de vosso Fitho santssimo, que natureza angtica. Para ter direito ao nome de vos suptico me atcanceis. Se me derdes esposa de Cristo, hs de uttrapassar o ticena. fatarei em vossa presena, como modo humano de ser. para subir a outro discputa ignorante sua Mestra e Senhora: divinizado, ainda que sejas terra, deveras - Minha Me e amparo, ordenais que eu ser terra abenoada, sem espinhos de cumpra os quatro votos de minha profisso, paixes, e cujo copioso fruto seja todo para conforme minhaobrigao e vontade. Ainda que tbia e indigna, peo-vos atgu-ma o Senhor, a quem pertence. Se tens por esposo aquetc supremo Senhor. doutrina mais extensa, para me orientar no Rei dos reis c Senhor dos senhores, dedigna-te cumprimento deste dever, de acordo com o de vottar os othos, e ainda menos o corao, desejo que minha atma inspirastes.

7emp/o de Jerusalm, na poca de /Vossa Senhora.

22!

Segundo Livro - Captuto 3

CAPTULO 3INSTRUO QUE ME DEU A RAINHA DO CU SOBRE OS QUATRO VOTOS DE MINHA PROFISSO.

Voto compromisso 444. Minha fha e amiga, no quero negar-te o ensinamento que me pedes com desejo de o praticar. Recebe-o. pois. com apreo e nimo devoto e disposto para execut-lo. Diz o Sbio (Pr 6,1): "FMo. M ^/wnt-Myfe /?or reM amigo, prendei n