MIZUKAMI , Maria da Graça - ENSINO - ABORDAGENS-DO-PROCESSO

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    ENSINO: As abordagens do processo

    Maria da Graa Nicoletti Mizukami

    INTRODUO

    O Conhecimento humano, dependendo dos diferentes referencias, explicado diversamente em suagnese e desenvolvimento, o que condiciona conceitos diversos de homem, mundo, cultura,sociedade, educao, etc. Dentro de um mesmo referencial, possvel haver abordagens diversas,tendo em comum apenas os diferentes primados: ora do objeto, ora do sujeito, ora da interao deambos.

    Diferentes posicionamentos pessoais deveriam derivar diferentes arranjos de situaes ensino-aprendizagem e diferentes aes educativas em sala de aula, partindo-se do pressuposto de que aao educativa exercida por professores em situaes planejadas de ensino-aprendizagem sempreintencional. Subjacente a esta ao, estaria presente implcita ou explicitamente, de forma

    articulada ou no um referencial terico que compreendesse conceitos de homem, mundo,sociedade, cultura, conhecimento, etc..

    O estudo acerca das diferentes linhas pedaggicas, tendncias ou abordagens, no ensino brasileiropodem fornecer diretrizes ao docente, mesmo considerando que a elaborao que cadaprofessor faz delas individual e intransfervel.

    De acordo com Mizukami (1986), algumas abordagens apresentam claro referencial filosfico epsicolgico, ao passo que outras so intuitivas ou fundamentadas na prtica, ou na imitao demodelos.

    A complexidade da realidade educacional deve ser considerado para no ser tratado de formasimplista e reducionista. Nesse estudo, deve-se ter em mente seu carter parcial e arbitrrio, assimcomo as limitaes e problemas decorrentes da delimitao e caracterizao (necessrias) de cadaabordagem.

    A professora Mizukami no incluiu em seus estudos a abordagem escolanovista, introduzida noBrasil atravs do Manifesto dos Pioneiros da Educao Nova (Ansio Teixeira, Gustavo Capanemae outros), a partir da dcada de 1930. Ela justifica sua opo por considerar que essa abordagem

    pode ser tomada como didaticista, por suas atribuies aos aspectos didticos, e por possuirdiretrizes includas em outras abordagens. Argumenta ainda que, as demais abordagens,apresentadas por ela, apresentam justificativas tericas ou evidncias empricas. Mas reconhece que

    trata-se de uma abordagem com possvel influncia na formao de professores no Brasil.

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    CAPTULO I

    ABORDAGEM TRADICIONAL

    Caractersticas Gerais

    Trata-se de uma concepo e uma prtica educacionais que persistem no tempo, em suas diferentesformas, e que passaram a fornecer um quadro diferencial para todas as demais abordagens que a elase seguiram.

    Como se sabe, o adulto, na concepo tradicional, considerado como homem acabado, "pronto" eo aluno um "adulto em miniatura", que precisa ser atualizado. O ensino ser centrado no professor.O aluno apenas executa prescries que lhe so fixadas por autoridades exteriores.

    Homem

    O homem considerado como inserido num mundo que ir conhecer atravs de informaes quelhe sero fornecidas. um receptor passivo at que, repleto das informaes necessrias, poderepeti-las a outros que ainda no as possuam, assim como pode ser eficiente em sua profisso,quando de posse dessas informaes e contedos.

    Mundo

    A realidade algo que ser transmitido ao indivduo principalmente pelo processo de educaoformal, alm de outras agncias, tais como famlia, Igreja.

    Sociedade-Cultura

    O objetivo educacional normalmente se encontra intimamente relacionado aos valores apregoadospela sociedade na qual se realiza.

    Os Programas exprimem os nveis culturais a serem adquiridos na trajetria da educao formal. Areprovao do aluno passa a ser necessria quando o mnimo cultural para aquela faixa no foiatingido, e as provas e exames so necessrios a constatao de que este mnimo exigido para cadasrie foi adquirido pelo aluno.

    O diploma pode ser tomado como um instrumento de hierarquizao. Dessa forma, o diploma iriadesempenhar um papel mediador entre a formao cultural e o exerccio de funes sociaisdeterminadas.

    Pode-se afirmar que as tendncias englobadas por esse tipo de abordagem possuem uma visoindividualista do processo educacional, no possibilitando, na maioria das vezes, trabalhos decooperao nos quais o futuro cidado possa experienciar a convergncia de esforos.

    Conhecimento

    Parte-se do pressuposto de que a inteligncia seja uma faculdade capaz de acumular/armazenar

    informaes. Aos alunos so apresentados somente os resultados desse processo, para que sejamarmazenados.

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    Evidencia-se o carter cumulativo do conhecimento humano, adquirido pelo indivduo por meio detransmisso, de onde se supe o papel importante da educao formal e da instituio escola.

    Atribui-se ao sujeito um papel insignificante na elaborao e aquisio do conhecimento. Aoindivduo que est "adquirindo" conhecimento compete memorizar definies, anunciando leis,

    snteses e resumos que lhes so oferecidos no processo de educao formal.

    Educao

    Entendida como instruo, caracterizada como transmisso de conhecimentos e restrita ao daescola.

    s vezes, coloca-se que, para que o aluno possa chegar, e em condies favorveis, h umaconfrontao com o modelo, indispensvel uma interveno do professor, uma orientao domestre.

    Trata-se, pois, da transmisso de idias selecionadas e organizadas logicamente.

    Escola

    A escola, o lugar por excelncia onde se realiza a educao, a qual se restringe, a um processo detransmisso de informaes em sala de aula e funciona como uma agncia sistematizadora de umacultura complexa.

    Considera o ato de aprender como uma cerimnia e acha necessrio que o professor se mantenhadistante dos alunos.

    Uma escola desse tipo freqentemente utilitarista quanto a resultados e programaspreestabelecidos.

    As possibilidades de cooperao entre pares so reduzidas, j que a natureza da grande parte dastarefas destinadas aos alunos exige participao individual de cada um deles.

    Ensino-aprendizagem

    A nfase dada s situaes de sala de aula, onde os alunos so "instrudos" e "ensinados" peloprofessor. Os contedos e as informaes tm de ser adquiridos , os modelos imitados.

    Seus elementos fundamentais so imagens estticas que progressivamente sero "impressas" nosalunos, cpias de modelos do exterior que sero gravadas nas mentes individuais.

    Uma das decorrncias do ensino tradicional, j que a aprendizagem consiste em aquisio deinformaes e demonstraes transmitidas, a que propicia a formao de reaes estereotipadas,de automatismos denominados hbitos, geralmente isolados uns dos outros e aplicveis, quasesempre, somente s situaes idnticas em que foram adquiridos. O aluno que adquiriu o hbito ouque "aprendeu" apresenta, com freqncia, compreenso apenas parcial.

    Ignoram-se as diferenas individuais.

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    um ensino que se preocupa mais com a variedade e quantidade de noes/conceitos/informaesque com a formao do pensamento reflexivo.

    Professor-aluno

    O professor-aluno vertical, sendo que ( o professor ) detm o poder decisrio quanto ametodologia, contedo, avaliao, forma de interao na aula etc.

    O professor detm os meios coletivos de expresso. A maior parte dos exerccios de controle e dosde exames se orienta para a reiterao dos dados e informaes anteriormente fornecidos pelosmanuais.

    Metodologia

    Se baseia na aula expositiva e nas demonstraes do professor a classe , tomada quase comoauditrio .

    O professor j traz o contedo pronto e o aluno se limita exclusivamente a escut-lo a didticaprofissional quase que poderia ser resumida em dar a lio e tomar a lio .

    No mtodo expositivo como atividade normal , est implcito o relacionamento professor - aluno , oprofessor o agente e o aluno o ouvinte. O trabalho continua mesmo sem a compreenso do alunosomente uma verificao a posteriori que permitir o professor tomar conscincia deste fato.Quanto ao atendimento individual h dificuldades pois a classe fica isolada e a tendncia de setratar todos igualmente.

    Avaliao

    A avaliao visa a exatido da reproduo do contedo comunicado em sala de aula . As notasobtidas funcionam na sociedade como nveis de aquisio do patrimnio cultural .

    CAPTULO II

    ABORDAGEM COPORMENTALISTA

    Caractersticas gerais

    O conhecimento um "descoberta" e nova para o indivduo que a faz. O que foi descoberto ,porm , j se encontrava presente na realidade exterior .

    Os comportamentalistas consideram a experincia ou a experimentao planejada como a base doconhecimento , o conhecimento o resultado direto da experincia..

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    O homem

    O homem uma conseqncia das influncias ou foras existentes no meio ambiente a hiptese deque o homem no livre absolutamente necessria para se poder aplicar um mtodo cientfico nocampo das cincias .

    O homem dentro desse referencial considerado como o produto de um processo evolutivo .

    O mundo

    A realidade para Skinner , um fenmeno objetivo ; O mundo j construdo e o homem produtodo meio .

    O meio pode ser manipulado . O comportamento , por sua vez , pode ser mudado modificando-se ascondies das quais ele uma funo , ou seja , alterando-se os elementos ambientais . O meioseleciona .

    Sociedade-Cultura

    A sociedade ideal , para Skinner , aquela que implicarias um planejamento social e cultural .

    Qualquer ambiente , fsico ou social , deve ser avaliado de acordo com seus efeitos sobre a naturezahumana . A cultura , representada pelos usos e costumes dominantes , pelos comportamentos quese mantm atravs dos tempos .

    Conhecimento

    O conhecimento o resultado direto da experincia ., o comportamento estruturado indutivamente, via experincia.

    Educao

    A educao est intimamente ligada transmisso cultural .

    A educao , pois , dever transmitir conhecimentos , assim como comportamentos ticos ,prticassociais , habilidades consideradas bsicas para a manipulao e controle do mundo /ambiente.

    Escola

    A escola considerada e aceita como uma agncia educacional que dever adotar forma peculiar decontrole , de acordo com os comportamentos que pretende instalar e manter.

    Ensino-aprendizagem

    uma mudana relativamente permanente em uma tendncia comportamental e ou na vida mentaldo indivduo , resultantes de uma prtica reforada .

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    Professor-aluno

    Aso educandos caberia o controle do processo de aprendizagem , um controle cientfico daeducao , o professor teria a responsabilidade de planejar e desenvolver o sistema de ensino-aprendizagem , de forma tal que o desempenho do aluno seja maximizado , considerando-se

    igualmente fatores tais como economia de tempo , esforos e custos.

    Metodologia

    Nessa abordagem , se incluem tanto a aplicao da tecnologia educacional e estratgias de ensino ,quanto formas de reforo no relacionamento professor-aluno.

    Avaliao

    Decorrente do pressuposto de que o aluno progride em seu ritmo prprio , em pequenos passos ,sem cometer erros , a avaliao consiste , nesta abordagem , em se constatar se o aluno aprendeu e

    atingiu os objetivos propostos quando o programa foi conduzido at o final de forma adequada.

    Consideraes finais

    O meio pode ser controlado e manipulado e , consequentemente ,tambm o homem pode sercontrolado e manipulado .

    O ensino tratado em funo de uma tecnologia que , alm da aplicao de conhecimentoscientficos prtica pedaggica , envolve um conjunto de tcnicas diretamente aplicveis emsituaes concretas de sala de aula.

    O ESTUDO DO COMPORTAMENTO

    behaviorismo dedicou-se ao estudo do comportamento na relao que este mantm com o meioambiente onde ocorre . Mas como comportamento e meio so termos amplos demais para poderemser teis para uma anlise descritiva nesta cincia , os psiclogos desta tendncia chegaram aosconceitos e etmulo e resposta ( teoria S-R ) .

    Estmulo e resposta so portanto as unidades bsicas da descrio e o ponto de partida para uma

    cincia do comportamento .

    O homem comea a ser estudado como produto do processo de aprendizagem pelo qual passa desdea infncia , ou seja, como produto das associaes estabelecidas durante sua vida entre estmulos( do meio ) e respostas ( manifestaes comportamentais ).

    A base da corrente skinneriana est na formulao do condicionamento operante . Paradesenvolvermos este conceito, retrocederemos um pouco na histria do Behaviorismo ,introduzindo as noes de comportamento reflexo e condicionamento respondente para entochegar ao condicionamento operante .

    CONDICIONAMENTO RESPONDENTE

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    comportamento reflexo o comportamento no voluntrio ( reflexo ) e inclui as respostas que soeliciadas ( "produzidas") por modificaes especiais de estmulos do ambiente.

    Skinner concentrou seus estudos na possibilidade de condicionar os comportamentos operantes.

    CONDICIONAMENTO OPERANTE

    O comportamento operante o comportamento voluntrio e abrange um quantidade muito maior daatividade humana - desde os comportamentos do beb de balbuciar, agarrar objetos, olhar osenfeites do bero at os comportamentos mais sofisticados que o adulto apresenta.

    BEHAVIORISMO : SUA APLICAO

    So conhecidos os mtodos de ensino programado e o controle e organizao das situaes deaprendizagem, bem como a elaborao de uma tecnologia de ensino.

    CAPTULO III

    ABORDAGEM HUMANISTA

    Caractersticas Gerais

    Nesta abordagem dada a nfase no papel do sujeito como principal elaborador do conhecimentohumano . Da nfase ao crescimento que dela se resulta , centrado no desenvolvimento da

    personalidade do indivduo na sua capacidade de atuar como uma pessoa integrada . O professor emsi no transmite o contedo , d assistncia sendo facilitador da aprendizagem . O contedo advmdas prprias experincias do aluno o professor no ensina : apenas cria condies para que osalunos aprendam .

    Homem

    considerado como uma pessoa situada no mundo . No existem modelos prontos nem regras aseguir mas um processo de vir a ser . O objetivo do ser humano a autorealizao ou uso pleno de

    suas potencialidades e capacidades o homem se apresenta como um projeto permanente e mauacabado .

    Mundo

    O mundo algo produzido pelo homem diante de si mesmo . O mundo teria o papel fundamental decrias condies de expresso para a pessoa , cuja tarefa vital consiste no pleno desenvolvimento doseu potencial inerente . A nfase no sujeito mais uma das condies necessrias para odesenvolvimento individual o ambiente . Na experincia pessoal e subjetiva o conhecimento construdo no decorrer do processo de vir a ser da pessoa humana . atribuda ao sujeito papelcentral e primordial na elaborao e criao do conhecimento .

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    Ao experienciar o homem conhece . O conhecimento inerente atividade humana . O ser humanotem curiosidade natural para o conhecimento .

    Educao

    Trata-se da educao centrada na pessoa , j que nessa abordagem o ensino ser centrado no aluno .A educao tem como finalidade primeira a criao de condies que facilitam a aprendizagem deforma que seja possvel seu desenvolvimento tanto intelectual como emocional seria a criao decondies nas quais os alunos pudessem tornar-se pessoas de iniciativas , de responsabilidade ,autodeterminao que soubessem aplicar-se a aprendizagem no que lhe serviro de soluo paraseus problemas servindo-se da prpria existncia . Nesse processo os motivos de aprender deveroser do prprio aluno .

    Autodescoberta e autodeterminao so caractersticas desse processo .

    Escola

    A escola ser uma escola que respeite a criana tal qual , que oferea condies para que ela possadesenvolver-se em seu processo possibilitando a autonomia do aluno . O princpio bsico consistena idia da no interferncia com o crescimento da criana e de nenhuma presso sobre ela .

    O ensino numa abordagem como esta consiste num produto de personalidades nicas , respondendoas circunstncias nicas num tipo especial de relacionamentos .

    A aprendizagem tem a qualidade de um envolvimento pessoal.

    Professor-Aluno

    Cada professor desenvolver seu prprio repertrio de uma forma nica , decorrente da basepercentual de seu comportamento . O processo de ensino ir depender do carter individual doprofessor , como ele se relaciona com o carter pessoal do aluno . Assume a funo de facilitador daaprendizagem e nesse clima entrar em contato com problemas vitais que tenham repercusso naexistncia do estudante .

    Isso implica que o professor deva aceitar o aluno tal como e compreender os sentimentos que elepossui .

    O aluno deve responsabilizar-se pelos objetivos referentes a aprendizagem que tem significado paraeles .

    As qualidades do professor podem ser sintetizadas em autenticidade compreenso emptica ,aceitao e confiana no aluno .

    Metodologia

    No se enfatiza tcnica ou mtodo para facilitar a aprendizagem . Cada educador eficiente deveelaborar a sua forma de facilitar a aprendizagem no que se refere ao que ocorre em sala de aula anfase atribuda a relao pedaggica , a um clima favorvel ao desenvolvimento das pessoas que

    possibilite liberdade para aprender .

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    Avaliao

    S o indivduo pode conhecer realmente sua experincia , s pode ser julgada a partir de critriosinternos do organismo . O aluno dever assumir formas de controle de sua aprendizagem , definir eaplicar os critrios para avaliar at onde esto sendo atingidos os objetivos que pretende , com

    responsabilidade . O diretivismo no ensino aqui substitudo pelo no diretivismo : As relaesverticais impostas por relaes EU - TU e nunca EU - ISTO ; As avaliaes de acordo com padresprefixados , por auto avaliao dos alunos .

    Considerando-se pois o fato de que s o indivduo pode conhecer realmente a sua experincia , estas pode ser julgada a partir de critrios internos do organismo.

    CAPTULO IV

    ABORDAGEM COGNITIVISTA

    Caractersticas gerais

    A organizao do conhecimento , processamento de informaes estilos de pensamento ou estiloscognitivos , comportamentos relativos tomada de decises , etc.

    Homem e mundo

    O homem e mundo sero analisados conjuntamente , j que o conhecimento o produto dainterao entre eles , entre sujeito e objeto .

    Sociedade-cultura

    Os fatos sociolgicos , pois , tais como regras , valores , normas , smbolos etc. De acordo com esteposicionamento , variam de grupo para grupo , de acordo como o nvel mental mdio das pessoasque constituem o grupo .

    Conhecimento

    O conhecimento considerado como uma construo contnua. A passagem de um estado dedesenvolvimento para o seguinte sempre caracterizada por formao de novas estruturas que noexistiam anteriormente no indivduo .

    Educao

    O processo educacional , consoante a teoria de desenvolvimento e conhecimento , tem um papelimportante , ao provocar situaes que sejam desequilibradoras para o aluno , desequilbrios essesadequados ao nvel de desenvolvimento em que a criana vive intensamente ( intelectual eafetivamente ) cada etapa de seu desenvolvimento .

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    Escola

    Segundo Piaget, a escola deveria comear ensinando a criana a observar . A verdadeira causa dosfracassos da educao formal , diz , decorre essencialmente do fato de se principiar pela linguagem( acompanhada de desenhos , de aes fictcias o narradas etc. ) ao invs de o fazer pela ao real e

    material .

    Ensino -aprendizagem

    Um ensino que procura desenvolver a inteligncia dever priorizar as atividades do sujeito ,considerando-o inserido numa situao social .

    Professor aluno

    Ambos os plos da relao devem ser compreendidos de forma diferente da convencional , nosentido de um transmissor e um receptor de informao . Caber ao professor criar situaes ,

    propiciando condies onde possam se estabelecer reciprocidade intelectual e cooperao aomesmo tempo moral e racional.

    Metodologia

    O desenvolvimento humano que traz implicaes para o ensino .Uma das implicaes fundamentais a de que a inteligncia se constri a partir da troca do organismo como o meio , por meio dasaes do indivduo . A ao do indivduo , pis , centro do processo e o fator social ou educativoconstitui uma condio de desenvolvimento .

    Avaliao

    A avaliao ter de ser realizada a partir de parmetros extrados da prpria teoria e implicarverificar se o aluno j adquiriu noes , conservaes , realizou operaes , relaes etc. Orendimento poder ser avaliado de acordo como a sua aproximao a uma norma qualitativa

    pretendida.

    Consideraes finais

    Tudo o que se aprende assimilado por uma estrutura j existente e provoca uma restruturao . Nocomportamentalismo , o que o organismo geralmente persegue o esforo e no a aprendizagem em

    si. Esta interessa apenas ao professor.

    CAPTULO V

    ABORDAGEM SCIO-CULTURAL

    Caractersitcas Gerais

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    Pode-se situar Paulo Freire com sua obra, enfatizando aspectos scio-poltico-cultural, havendouma grande preocupao com a cultura popular, sendo que tal preocupao vem desde a II GuerraMundial com um aumento crescente at nossos dias.

    Homem-Mundo

    O homem est inserido no contexto histrico. O homem sujeito da educao, onde a aoeducativa promove o prprio indivduo, como sendo nico dentro de uma sociedade/ambiente.

    Sociedade-Cultura

    O homem alienado no se relaciona com a realidade objetivo, como um verdadeiro sujeito pensante:o pensamento dissociado da ao .

    Conhecimento

    A elaborao e o desenvolvimento do conhecimento esto ligados ao processo de conscientizao .

    Educao

    Toda ao educativa, para que seja vlida, deve, necessariamente, ser precedida tanto de umareflexo sobre o homem como de uma anlise do meio de vida desse homem concreto, a quem sequer ajudar para que se eduque .

    Escola

    Deve ser um local onde seja possvel o crescimento mtuo, do professor e dos alunos, no processode conscientizao o que indica uma escola diferente de que se tem atualmente, coma seuscurrculos e prioridades.

    Ensino Aprendizagem

    Situao de ensino-aprendizagem dever procurar a superao da relao opressor-oprimido.

    A estrutura de pensar do oprimido est condicionada pela contradio vivida na situao concreta,existencial em que o oprimido se forma. Resultando consequencias tais como:

    1. ser ideal ser mais homem...2. atitude fatalista3. atitude de auto desvalia4. o medo da liberdade ou a submisso do oprimido.

    Professor-Aluno

    Relao professor-aluno horizontal

    Professor empenhado na prtica transformadora procurar desmitificar e questionar, junto com oaluno .

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    Metodologia

    - Os alunos recebem informaes e analisam os aspectos de sua prpria experincia existencial

    - Utilizando situaes vivenciais de grupo, em forma de debate Paulo Freire delineou seu mtodo de

    alfabetizao.

    Caractersticas :

    Ser ativa

    Criar um contedo pragmtico prprio

    Enfatiza o dilogo crtico

    CAPTULO VII

    AS ABORDAGENS DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM E O PROFESSOR

    Segundo Mizukami, a partir de anlises feitas sobre as diferentes abordagens do processo ensino-aprendizagem pde-se constatar que certas linhas tericas so mais explicativas sobre algunsaspectos em relao a outros, percebendo-se assim a possibilidade de articulao das diversas

    propostas de explicao do fenmeno educacional . Ela procura fazer uma sistematizao vlida deconceitos do fenmeno estudado .

    Mesmo com teorias incompletas por estarem ainda em fase de elaborao ou reelaborao, faltandovalidao emprica ou confronto com o real. Lembrando ainda as teorias no so as nicas fontes deresposta possveis e incorrigveis, pois

    (...) elas so elaboradas para explicar, de forma sistemtica, determinadosfenmenos, e os dados do real que iro fornecer o critrio para a sua aceitao ouno, instalando-se, assim, um processo de discusso permanente entre teoria eprtica. (MIZUKAMI, 1986, p. 107)

    Mizukami ainda critica a formao de professores colocando que o aprendido pelos professoresnada tinha a ver com a prtica pedaggica e seu posicionamento frente ao fenmeno educacional. Aexperincia pessoal refletiria um comportamento coerente por parte do educador, pondo fim assimao permanente processo de discusso entre teoria e prtica.

    Uma possvel soluo seria repensar os cursos de formao de professores, voltando as atenesprincipalmente para as disciplinas pedaggicas que analisam as abordagens do processo ensino-aprendizagem, procurando articul-los prtica pedaggica.

    Tambm discutida uma forma de aproximar cada vez mais as opes tericas existentes

    analisando e discutindo as vivncias na prtica e partir da prtica, se pudesse discutir e criticar asopes tericas confrontando com a mesma prtica. tentar criar teorias atravs da prtica,

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    analisando o cotidiano e questionando, evitando-se assim a utilizao de Receiturios pedaggicos,que o que a autora chama de seguir cegamente a teoria ignorando a prtica.

    Um curso de professores deveria possibilitar confronto entre abordagens, quaisquerque fossem elas, entre seus pressupostos e implicaes, limites, pontos de contraste

    e convergncia. Ao mesmo tempo, deveria possibilitar ao futuro professor a anlisedo prprio fazer pedaggico, de suas implicaes, pressupostos e determinantes, nosentido de que ele se conscientizasse de sua ao, para que pudesse, alm deinterpret-la e contextualiz-la, super-la constantemente. (MIZUKAMI, 1986, p.109)

    Alguns dados revelam que so preferidas pelos professores as abordagens cognitivista e scio-cultural deixando as abordagens tradicional e comportamentalista em segundo plano . E tambmque a abordagem que mais faz sucesso neste momento histrico a cognitivista.

    Na abordagem cognitivista apresentada neste trabalho ( a piagetiana ) e a preferidapelos professores, desde que o aluno se encontre em um ambiente que o solicitedevidamente, e que tenha sido constatada a ausncia de distrbios biolgicosligados preponderantemente atividade cerebral, ele ter condies de chegar aoestgio das operaes formais. No se justificam nem se legitimam, por estaabordagem, desigualdades baseadas nas potencialidades de cada um, tal comopoderia decorrer dos princpios escolanovistas. Estaria neste detalhe, talvez degrande importncia, j que o determinismo biolgico age mais em funo dedeterminar desenvolvimento, do que de determinar mximos de desenvolvimentopara cada sujeito, a idia que despertaria maior interesse para um trabalho realizadopor um profissional com as idiossincrasias de um educador. (MIZUKAMI1986, p.111)

    De forma genrica tanto o cognitivismo, humanismo e comportamentalismo apresentam aspectosascolanovistas que os colocam contra a escola tradicional. Um outro elemento a ser considerado aligao entre o desenvolvimento intelectual e os ideais apregoados pelo ensino tradicional elaboradoatravs dos sculos.

    Concluindo, de todas as abordagens analisadas obteve-se quase plenamente preferncia dosprofessores pela abordagem cognitivista por que esta abordagem se baseia numa teoria dedesenvolvimento em grande parte vlida, e tambm a abordagem scio-cultural que complementa odesenvolvimento humano e gentico com aspectos scio-culturais e personalistas. Sendo que aabordagem scio-cultural est impregnada de aspectos humanistas caractersticos das primeirasobras de Paulo Freire.

    O iderio pedaggico de alguns professores no segue nenhuma das abordagens, e so classificadoscomo tendncia indefinida dentre as demais abordagens.

    REFERNCIAS

    MIZUKAMI, Maria da Graa Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo. So Paulo: EPU, 1986.(Temas bsicos da educao e ensino)

    http://www.angelfire.com/ak2/jamalves/Abordagem.html. Acessado em 15 de maro de 2010.

    http://www.angelfire.com/ak2/jamalves/Abordagem.htmlhttp://www.angelfire.com/ak2/jamalves/Abordagem.htmlhttp://www.angelfire.com/ak2/jamalves/Abordagem.html