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Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Faculdade de Direito Campus Central Av. Ipiranga, 6681 – P. 08 – sala 140 CEP: 90619-900 Fone: (51) 3320-3532 – Fax (51) 3320 – 3580 E-mail: [email protected] www.pucrs.br/direito/sajug ALUNA: MARISÂNGELA DE MELLO EXCELENTÍSSIMO SR. DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DO PARTENON ROSANGELA SILVA SÓ, brasileira, convivente, auxiliar de serviços gerais, portadora do RG nº 1235879 e do CPF nº 123.456.789-12, residente e domiciliada na Rua Tiradentes, nº 77, Porto Alegre, CEP 12.345-789, por sua advogada signatária, instrumento de mandando em anexo (doc.01), vem à presença de Vossa Excelência, através do procurador infra firmado, propor a presente AÇÃO DE DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL CUMULADA COM ALIMENTOS COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA em face de BETO FUSCÃO, brasileiro, empresário individual, residente e domiciliado na Rua Dois Vizinhos, 2345, bairro São Miguel, em

Modelo Ação de Dissol. CC Alimentos

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Modelo peça prática prova OAB alimentos

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ALUNA: MARISNGELA DE MELLOEXCELENTSSIMO SR. DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE FAMLIA E SUCESSES DO PARTENON

ROSANGELA SILVA S, brasileira, convivente, auxiliar de servios gerais, portadora do RG n 1235879 e do CPF n 123.456.789-12, residente e domiciliada na Rua Tiradentes, n 77, Porto Alegre, CEP 12.345-789, por sua advogada signatria, instrumento de mandando em anexo (doc.01), vem presena de Vossa Excelncia, atravs do procurador infra firmado, propor a presenteAO DE DISSOLUO DE UNIO ESTVEL CUMULADA COM ALIMENTOS COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

em face de BETO FUSCO, brasileiro, empresrio individual, residente e domiciliado na Rua Dois Vizinhos, 2345, bairro So Miguel, em Capo da Canoa, RS, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

PRELIMINARMENTEDO BENEFCIO DA GRATUIDADE DA JUSTIAA promovente pessoa pobre na acepo jurdica do termo e no possui condies de arcar com os nus processuais, sob pena de srio comprometimento no seu sustento e de sua famlia.

Requer, com base na Constituio Federal, art. 5, inciso LXXIV, na Lei 1.060/50 e suas alteraes, bem como na Lei 7.115/83, artigos abaixo transcritos, que lhe seja concedido os benefcios da JUSTIA GRATUITA, por no ter condies financeiras de arcar com as custas e demais despesas inerentes presente pretenso sem prejuzo de seu sustento, (DOC. 02).

CONSTITUIO FEDERAL DE 1988:

Artigo 5 (...)

LXXIV. O Estado prestar assistncia judiciria integral e gratuita aos que comprovarem insuficincia de recursos.

Lei n 7.115/83:

Artigo 1 A declarao destinada a fazer prova de vida, residncia, pobreza, dependncia econmica, homonmia ou bons antecedentes, quando firmada pelo prprio interessado ou por procurador bastante constitudo e sob as penas da lei, presume-se verdadeira.

A jurisprudncia clara quanto a presente pretenso, vejamos: Ementa:AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISO MONOCRTICA. RESPONSABILIDADE CIVIL. AO INDENIZATRIA.BENEFCIO DA ASSISTNCIA JUDICIRIA GRATUITA.LEI N. 1.060/50. PRESUNO DE NECESSIDADE. Legtimo a parte requerer obenefcio da gratuidade nos termos do art. 4 daLein. 1.060/50, que se harmoniza com o art. 5, inciso LXXIV, da Constituio Federal. Para que obtenha o benefcio da assistncia judiciria basta a simples afirmao de pobreza, at prova em contrrio. Precedentes do STJ. RECURSO PROVIDO DE PLANO, COM FULCRO NO ART. 557, 1-A, DO CPC. (Agravo de Instrumento N 70059103085, Nona Cmara Cvel, Tribunal deJustia do RS, Relator: Miguel ngelo da Silva, Julgado em 30/04/2014)DOS FATOSA requerente relata que os conviventes iniciaram o relacionamento amoroso a dezesseis anos e que aps um ano de namoro passaram a viver em unio estvel, morando na mesma casa como se marido e mulher fossem, sendo portanto, uma famlia, conforme o artigo 226 da Constituio Federal e o Cdigo Civil:Art. 1.723. reconhecida como entidade familiar a unio estvel entre o homem e a mulher, configurada na convivncia pblica, contnua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituio de famlia.Vale ressaltar, que a princpio, o casal convivia em harmonia havendo o respeito mtuo e o afeto. No entanto, a aproximadamente um ano, o requerido mudou os horrios de trabalho, passando para o perodo noturno. Aps o sucedido, comeou a mostrar-se pessoa violenta tornando invivel a convivncia. Dessa maneira, as ameaas contra a vida da requerente tornaram-se rotineiras, o que se comprova atravs dos diversos boletins de ocorrncia juntados a seguir. Alm disso, o requerido passou a agredir os trs filhos que so frutos do relacionamento em questo. Requer, pois, o deferimento de alimentos provisrios no percentual de 45% dos rendimentos mensais do requerido, que so em torno de R$ 2.000,00 (dois mil reais), para a manuteno dos filhos em comum. Visto que o genitor possui renda mensal fixa conforme o comprovante elaborado pelo contador do mesmo. (doc. 02)Os filhos que restaram dessa unio so:a) Flvio Silva S Fusco, nascido em 02/03/2000

b) Slvio Silva S Fusco, nascido em 04/04/2002; e

c) Marta Silva S Fusco, nascida em 07/08/2005.Ora, o requerido abandonou o lar a cerca de seis meses e no contribui mais para o sustento de sua famlia, deixando todas as despesas a cargo da genitora. Apesar de a requerente possuir salrio fixo no montante de R$ 800,00 (oitocentos reais), salienta-se que os valores j esto comprometidos para o pagamento de suas prprias despesas. Alm do mais, as necessidades das crianas so vrias, alm da educao, a alimentao, o vesturio, a assistncia mdica e outras. A pretenso, portanto, volta-se obteno dos alimentos a que a autora faz jus, nos termos do artigo 1694 do Cdigo Civil. No se pode olvidar, de toda a maneira, de que a prpria Constituio, no artigo 229, e o Estatuto da Criana e do Adolescente, no artigo 22, impem aos pais o dever de sustento quanto prole. Para o estabelecimento da penso alimentcia, deve-se levar em conta os fatores da necessidade da credora e da possibilidade do devedor. Nesse sentido, observa-se vasta jurisprudncia:

ALIMENTOS. FIXAO. ADEQUAO DO QUANTUM. 1. de ambos os genitores a obrigao de prover o sustento do filho menor, devendo cada qual concorrer na medida da prpria disponibilidade. 2. Tendo o alimentante remunerao fixa, a penso alimentcia deve ser estabelecida em percentual dos ganhos dele, de forma a atender as necessidades do filho menor (grifo nosso), mas sem sobrecarregar em demasia o genitor, tendo em mira os seus demais encargos de famlia, motivo pelo qual cabvel pequena reduo no percentual. 3. Mostra-se adequada a fixao quando atende o binmio legal, sendo que os alimentos devem incidir sobre todos os ganhos salariais, inclusive sobre as gratificaes de frias e de 13 salrio (grifo nosso), excetuando-se apenas as verbas de carter indenizatrio, com a deduo dos descontos legais obrigatrios com previdncia social e imposto de renda. Recurso provido, em parte. (Apelao Cvel N 70057577496, Stima Cmara Cvel, Tribunal de Justia do RS, Relator: Srgio Fernando de Vasconcellos Chaves, Julgado em 29/01/2014).

DA NECESSIDADE DE TUTELA ANTECIPADAConforme o art. 273 do C.P.C., o juiz poder, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido da inicial, desde que, existindo prova inequvoca e fundado receio de dano irreparvel ou de difcil reparao ou fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propsito protelatrio do ru.

No caso em tela,os documentos constantes da inicial demonstram de forma inequvoca a unio estvel havida entre a requerente e o requerido no perodo de abril/1999 a maio/2014 e, no que diz respeito aos alimentos, a verossimilhana e o risco de dano irreparvel ou difcil reparao est na incontestvel unio estvel vivida entre os Conviventes.

Ademais, desde o incio da convivncia, at o momento atual, os conviventes adquiriram os bens descritos a seguir:a) Uma casa de alvenaria na cidade de Porto Alegre, onde atualmente reside a requerente, sob a matrcula n 12.329, no valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais);

b) Uma casa de alvenaria na praia em Capo da Canoa, onde atualmente reside o requerido, sob a matrcula n 45.987, no valor de R$ 305.000,00 (trezentos e cinco mil reais);

c) Um automvel Chevrolet modelo Corsa, placa GBV 1120, no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), atualmente em posse da requerente; e

d) Um automvel Fiat modelo Marea, placa BGV 2240, no valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), que est em posse do requerido.De acordo com o art. 1.725 do Cdigo Civil, no que tange s unies estveis, aplica-se s relaes patrimoniais, no que couber, o regime da comunho parcial de bens. E o art. 5 da Lei 9.278/96 afirma que os bens adquiridos pelos Conviventes, na constncia da unio estvel, so considerados fruto do trabalho e da cooperao comum, portanto, pertencem a ambos em partes iguais. Desse modo, os bens acima citados devem ser partilhados pelos conviventes proporcionalmente a 50% (cinquenta por cento) para cada um.

DOS PEDIDOS

a) Sejam concedidos os benefcios da Gratuidade de Justia, com iseno de custas e demais despesas processuais, por ser a requerente pessao pobre na acepo jurdica do termo, conforme lhe faculta a Lei n 1.060/50, com suas alteraes e regulamentaes, conforme declarao de pobreza em anexo;b) Que a ao seja julgada totalmente procedente, editando-se para tal fim sentena declaratria-desconstitutiva de unio estvel;

c) A citao do ru no endereo acima declinado, por carta registrada com aviso de recebimento ou via Oficial de Justia, para que aceite os termos da presente ao, ou comparea em audincia a ser designada, ou apresente defesa, sob pena de confisso, arcando com os nus e sucumbncia;d) Presentes os pressupostos de fumus boni jris e do periculum in mora em face das necessidades da requerente, que seja deferida a tutela antecipada e que seja fixado em sede preliminar, alimentos provisionais, na base de 45% (quarenta e cinco por cento) dos rendimentos lquidos recebidos pelo ru, que devero ser pagos, impreterivelmente, at o dia 10 (dez) de cada ms, atravs de depsito para a conta bancria da genitora, Banco 027 Agncia 732, Conta Corrente n 3193739;

e) Requer sejam deferidos todos os meios de prova em direito admitidos, assim como prova testemunhal de acordo com o rol abaixo indicado, requerendo desde j a intimao destes;

f) A intimao do Dignssimo Representante do Ministrio Pblico, que atua nesta Vara e Cartrio, para que acompanhe o presente at seu final.

g) Sejam fixados os alimentos definitivos em montante equivalente e nas mesmas condies que os provisrios pleiteados, incidindo, inclusive, sobre eventuais verbas recebidas, e a partilha dos bens dos conviventes;

h) ao final, que seja expedido o formal de partilha dos bens.Protesta-se, provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente provas documentais e testemunhais, sob pena de confisso.Atribui-se causa , o valor de R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais)Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Porto Alegre, 03 de Maio de 2014

Adelmo Germano Etges

OAB 33.090/RS

Estagirio SAJUG: Marisngela de Mello