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    EXCELENTSSIMO SENHORDOUTORJUIZ DE DIREITO DA__VARA CVEL DA COMARCA DADE____ESTADO DO______.

    ________, brasileiro, _____, engenheiro, portador do _____, inscrito no CPF/MF sob o n

    ____, residente e domiciliado na Rua ____ So Paulo - SP, comparece, mediante sua

    procuradora infra-assinada1, respeitosa e tempestivamente presena de Vossa Excelncia

    para, com base no art. 1.2282 do Cdigo Civil, propor a presente

    REIVINDICA TRIA

    C/C

    INDENIZA O PORPERDAS EDANOS

    E

    DECLARATRIA DEINEXISTNCIA DEDIREITO

    INDENIZA OPORBENFEITORIAS EACESSES

    perante_____, inscrito no CPF/MF sob o n ____, SUA ESPOSA, se casado for, e TODOS OS

    QUE SE ENCONTREM OCUPANDO A FRAO DO IMVEL INDIVIDUALIZADA NESTA INICIAL,

    situada na Rua ____, ____, CEP ____, _____.

    1

    Instrumento de Mandato, doc n 01 in fine.2 Art. 1.228. O proprietrio tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reav-lado poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.

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    Contedo1) Dos Fatos .......................................................................................................................................... 2

    2) Do Direito ............................................................................................................................................. 3

    2.1) Da Desnecessidade de Individualizao e Qualificao dos Invasores ......................................... 3

    2.2) Da Reivindicatria ......................................................................................................................... 4

    2.3) Da Indenizao Por Perdas e Danos ............................................................................................. 5

    2.4) Da Inexistncia de Direito Indenizao Por Acesses Industriais e Benfeitorias....................... 5

    3 Do Pedido e Dos Requerimentos .......................................................................................................... 6

    1)Dos Fatos1. O autor, consoante atesta a certido em anexo, proprietrio do imvel descrito em o

    Livro n.__ de Registro Geral, s folhas ns.__, sob a MATRCULA n. __, em que se

    encontra o registro de n. __, feito aos __ de junho de __pelo Cartrio do 1 Ofcio de

    Registro de Imveis de __, cujas caractersticas so as seguintes:

    Uma parte de um imvel localizado no ___a, neste municpio, destacada e

    desmembrada do seu todo formando um terreno autnomo que passa a

    medir 75m (setenta e cinco) metros de frente, por 450m (quatrocentos e

    cinquenta) metros de fundo, numa rea total de 33.750m (Trinta e trs mil

    metros, setecentos e cinquenta centmetros quadrados), limitando-se pela

    frente com _____, pelo lado direito com terreno de herdeiros de ___, lado

    esquerdo com Eusbio Souza Barros e _____.

    2. Sem o consentimento do requerente, apossou-se o requerido de parte da supradescritarea, parte essa que pode ser facilmente individualizada e identificada, seja pelo fato de o ru

    t-la demarcado com um muro de alvenaria, seja devido ao fato de haver a Prefeitura,

    administrativamente, fracionado o bem para fins tributrios. Eis as caractersticas da parcela

    do imvel ilicitamente ocupada pelo ru, documentada por fotos que compem para todos os

    fins esta inicial:

    Transcrever detalhes da frao do imvel . Inserir Fotos.

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    3. Como dito, a frao invadida foi demarcada pelo prprio requerido, que erigiu ummuro de alvenaria em toda a sua extenso, isolando-a das demais, e instalou um barraco de

    madeira, em que presumivelmente realiza atividades comerciais.

    4. Reforce-se que a ocupao se deu sem o consentimento prvio ou posterior do autor eproprietrio, que jamais conferiu ao ru, mediante ato ou ngocio jurdico, tcito ou expresso,

    qualquer ttulo, nem verbal e nem escrito; nem oneroso e nem gratuito; nem bilateral e nem

    unilateral, que o autorizasse a possuir ou a deter a rea invadida.

    2) Do Direito

    2.1) Da Desnecessidade de Individualizao e Qualificao dos Invasores

    5. Devido s caractersticas da demanda, convm registrar que, em se tratando de reainvadida, no necessrio, alm de frequentemente no ser possvel, qualificar e discriminar

    todos e cada um dos que dela se apossem, razo por que doutrina e jurisprudncia3 dispensam

    o proprietrio de faz-lo, cabendo ao oficial de justia promover a citao de quem quer quesobre a frao do imvel acima descrita se encontre.

    3Aspecto importante refere-se aos casos de impossibilidade de se identificar os rus, especialmentenas invases coletivas de reas desocupadas pelos proprietrios. H, muitas vezes, uma inviabilidade

    fsica ou material de encontrar ou discriminar os invasores. A soluo, para tais situaes, ditadapor uma jurisprudncia j no recente, mas bastante pragmtica: "Na reivindicatria, havendopluralidade de rus de identidades desconhecidas, exigir-se que sejam todos qualificados na inicialseria cercear o direito do proprietrio de reivindicar sua propriedade . Far-se-, portanto, a citaode quantos forem encontrados na rea, especificando-se na certido do oficial de justia aidentificao dos citados, para que haja um exame de cada caso por ocasio do despacho saneador,

    j que se cuida de pluralidade de ocupantes, respondendo cada um, isoladamente, pela ocupao".No voto que inspirou a ementa, encontra-se: "Em aes dessa natureza, temos, portanto, quando hpluralidade de rus, de identidade desconhecida, seria cercear o direito do proprietrio dereivindicar sua propriedade exigir-se fossem todos os rus qualificados na inicial. Quase sempre suasidentidades so desconhecidas. So pessoas que do dia para a noite se apossam de reas de terras e

    ali se estabelecem, levantando barracos. Portanto, nada h de inusitado sejam mencionados osdesconhecidos e se requeira a citao de tantos quanto forem encontrados na rea". ArnaldoRizzardo, Direito das Coisas, n.10.13.4.3, Ed. Forense, 3 ed, 2007.

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    2.2) Da Reivindicatria

    6. A inexistncia de ttulo jurdico conferido pelo legtimo proprietrio ao possuidor oudetentor bastante e suficiente para assegurar a procedncia da reivindicatria. Com efeito,

    para os fins do art. 1.228 do CC4,posse e deteno injustas so no apenas as caracterizadas

    pelos vcios da precariedade, da violncia e da clandestinidade, previstos no art. 12005, como

    tambm aquelas ocorridas sem a concordncia do titular do direito de propriedade6-7. Na

    espcie, convm repetir, jamais o ora requerente autorizou a ocupao do bem.

    4 Art. 1.228. O proprietrio tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reav-lado poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.

    5 Art. 1.200. justa a posse que no for violenta, clandestina ou precria.

    6Posse injusta: Aqui, a expresso "posse injusta" no tem o alcance restrito da posse injusta a quealude o art. 1.200 do Cdigo Civil. Nesse dispositivo, possuidor injusto aquele que obtm a coisapor violncia, clandestinidade ou precariedade. J para fixao do polo passivo na aoreivindicatria, possuidor injusto ser qualquer um que no seja o proprietrio (mesmo no tendo

    obtido a coisa por um dos trs vcios citados) ou no mantenha relao jurdica com o proprietrioque lhe permita resguardar a posse at o seu termo final. (NELSON ROSENVALD, Direitos Reais, 3ed., Impetus, p. 298). James Eduardo Oliveira, Cdigo Civil Anotado e Comentado, Ed. Forense, 2ed., 2010, pp. 1097-1098

    7 Lcio Flvio de Vasconcellos Naves, in Posse e Aes Possessrias (Frente ao Novo Cdigo Civil), Ed.Forense, 2003, n 9.3 arrola os seguintes precedentes proferidos sob a gide do Cdigo revogado,mas cuja ratio decidendise aplica ao atual diploma:

    POSSE INJUSTA, NA AO REIVINDICATRIA, NO A MESMA QUE PREVALECE PARA A AOPOSSESSRIA. NA TUTELA INTERDITAL QUALQUER POSSE MERECE PROTEO, DESDE QUE NO

    VIOLENTA, CLANDESTINA OU PRECRIA".

    "NA AO REIVINDICATRIA, INJUSTA QUALQUER POSSE QUE CONTRARIE O DOMNIO DOAUTOR E NO TENHA SIDO OUTORGADA POR ESTE DE FORMA REGULAR".(Apelao Cvel n APC3429995/DF (75450) - 3 Turma Cvel do TJDFT - Rel. Nvio Gonalves - j.13.03.1995 - Publ: DJU 29/03/1995, pg. 3.771).

    "Provado o domnio dos autores, e no dispondo a r de ttulo OPONVEL AOS PROPRIETRIOS,acolhe-se a pretenso deduzida no pedido de reivindicao".

    "No constitui requisito da ao reivindicatria que a posse do ru seja precria, clandestina ou

    violenta. A posse ad interdicta no constitui obstculo procedncia da ao de reivindicao".(Apelao Cvel n APC4627097/DF (101948) - 4 Turma Cvel do TJDFT - Rel. Mrio Machado - j.15/12/1997 - Publ: DJU 18/02/1998, pg. 61).

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    7. Estando devidamente indicado o imvel, e delimitada com preciso a rea invadidapelo ru, perfeitamente possvel que a reivindicatria verse apenas sobre essa frao do

    bem8.

    2.3) Da Indenizao Por Perdas e Danos

    8. O ru no apenas privou o autor do uso e gozo do imvel, como tambm vem usando-o e gozando-o gratuitamente. , portanto, mister que seja o requerido condenado a indenizar

    o proprietrio, em montante correspondente ao que este auferiria caso locasse o bem9, o que

    est impedido de fazer por culpa do invasor.

    2.4) Da Inexistncia de Direito Indenizao Por Acesses Industriais e

    Benfeitorias.

    9. Estando o imvel devidamente registrado em nome do autor, a falta de justo ttulo e anegligncia do ru em verificar a matrcula do bem (ou em consider-la, caso a tenha visto)

    caracterizam a m-f da posse10, acarretando a inexistncia de direito indenizao11 por

    8A vindicatio pode visar a restituio da coisa inteira ou parte divisa ou indivisa dela. A regra quea parte seja certa, mas, se o proprietrio tem justa causa para ignorar a parte que lhe pertence,admite-se que reivindique parte incerta, como se passa com a prata do autor que reduzida com ado ru, reduzidas as massas (Cf. Carvalho Santos, Cdigo Civil, cit., v. 7, p. 288).(...)Se o que se reivindica parte de um imvel, promove-se a descrio de toda a rea, individuando-se aquela que o objeto da ao. Marco Aurlio da Silva Viana, Comentrios ao Cdigo Civil, vol.

    XVI, ed. Forense, 2007.

    9 CIVIL. AO REIVINDICATRIA. PROCEDNCIA. IMVEL. LUCROS CESSANTES. OCORRNCIA.

    I - Demonstrada a ilegalidade da privao da posse de imvel, presume-se a ocorrncia de lucroscessantes em favor do seu proprietrio, correspondentes aos aluguis que deixou de auferir noperodo.II - Sendo fato extintivo do direito do autor, caberia ao ru provar a existncia de circunstncia queimpediria a locao do bem por seu proprietrio.III - Na hiptese, a contestao silenciou-se acerca do pedido de lucros cessantes, caracterizando-se apresuno de veracidade dos fatos alegados na exordial.Recurso provido.(REsp 214.668/SP, Rel. Ministro CASTRO FILHO, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/09/2006, DJ23/10/2006, p. 294)

    10

    Art. 1.201. de boa-f a posse, se o possuidor ignora o vcio, ou o obstculo que impede aaquisio da coisa.Pargrafo nico. O possuidor com justo ttulo tem por si a presuno de boa-f, salvo prova emcontrrio, ou quando a lei expressamente no admite esta presuno

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    acesses industriais (construes 12 ) e benfeitorias porventura realizadas, exceto as

    comprovadamente necessrias13.

    3 Do Pedido e Dos Requerimentos

    10.Ante o exposto, requer-se a Vossa Excelncia:a. A citao, por oficial de justia, do requerido, de sua esposa, se casado for, e

    de todos quantos estejam sobre a rea supra delimitada para, querendo,

    apresentar resposta, sob pena de revelia.

    b. A procedncia, ao final, da presente para os fins de:i. ordenar ao ru a restituio da rea e a imisso do autor na posse,

    expedindo-se para tanto o competente mandado;

    ii. condenar o ru a indenizar o autor, em decorrncia da ocupao doimvel, em montante a ser apurado em liquidao de sentena,

    correspondente ao que auferiria o requerente caso locasse a rea.

    iii. declarar, ante a m-f da posse, a perda das construes eventualmenteerigidas, e a inexistncia de obrigao do autor de ressarcir o invasor

    quanto s benfeitorias porventura realizadas, exceto as necessrias;iv. condenar o ru ao pagamento das custas processuais e honorrios

    advocatcios;

    11 APELAO CVEL - AO REIVINDICATRIA - DIREITO DE RETENO POR BENFEITORIAS -IMPOSSIBILIDADE - POSSE DE M-F - EXEGESE DOS ARTS. 1219 E 1220 DO CDIGO CIVIL - DECISOMONOCRTICA REFORMADA NESTA PARTE - RECURSO PROVIDO.

    (TJPR - 17 C.Cvel - AC 424113-2 - Foro Regional de Piraquara da Comarca da Regio Metropolitanade Curitiba - Rel.: Paulo Roberto Hapner - Unnime - J. 19.09.2007)Do voto do eminente relator, transcreve-se:No caso dos autos, certo que os apelados sempre souberam que o imvel ocupado por e les nolhes pertencia, inclusive no comprovaram a tentativa de regularizao do mesmo, o que evidencia acincia de que a posse exercida era ilegal e maculada de m-f.Isto porque, consoante entendimento de J. M. Carvalho Santos em "Cdigo Civil BrasileiroInterpretado" (vol. II, pg. 43, Ed. Freitas Bastos), "a boa-f a firme convico do possuidor de quea coisa possuda realmente lhe pertence".

    12 Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do

    proprietrio, as sementes, plantas e construes; se procedeu de boa-f, ter direito a indenizao.13 Art. 1.220. Ao possuidor de m-f sero ressarcidas somente as benfeitorias necessrias; no lheassiste o direito de reteno pela importncia destas, nem o de levantar as volupturias.

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    11.Requer-se, por fim, a produo de todos os meios de prova admissveis, especialmentea documental, a testemunhal, a pericial e o depoimento pessoal do ru.

    D-se causa o valor de R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais)

    Termos em que,Pede e espera deferimento.

    ____, 20 de ____ de 2011.

    XXXXX

    OAB/XX XX.XXX